universidade de brasíliarepositorio.unb.br/bitstream/10482/3692/1/2007-celinova... · 2011. 5....
TRANSCRIPT
Universidade de Brasiacutelia
Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede
Curso de Odontologia
IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA DE
SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA
PERIODONTAL
CELI NOVAES VIEIRA
Orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade
de Brasiacutelia como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Odontologia
Vieira Celi Novaes
IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA
DE SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA
PERIODONTAL
Celi Novaes Vieira- Brasiacutelia [sn]2007
Dissertaccedilatildeo (Tiacutetulo de Mestre em Odontologia)ndash
Universidade de Brasiacutelia- Distrito Federal
Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
1 Halitose 2 Meios de Diagnoacutestico 3Doenccedila
Periodontal I Tiacutetulo
BRASIacuteLIA-2007
DEDICATOacuteRIA
Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria
que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas
laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e
acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este
problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse
para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus
conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave
distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS
H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio
CH3SH ndash metilmercaptana
([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto
CSV - composto Sulfurado Volaacutetil
COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil
mL ndash mililitro
mm ndash miliacutemetro
cm ndash centiacutemetro
Odds-ratio ndash razatildeo de chance
P ndash probabilidade de significacircncia
pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio
ppb - partiacutecula por bilhatildeo
ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem
THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
Vieira Celi Novaes
IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA
DE SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA
PERIODONTAL
Celi Novaes Vieira- Brasiacutelia [sn]2007
Dissertaccedilatildeo (Tiacutetulo de Mestre em Odontologia)ndash
Universidade de Brasiacutelia- Distrito Federal
Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
1 Halitose 2 Meios de Diagnoacutestico 3Doenccedila
Periodontal I Tiacutetulo
BRASIacuteLIA-2007
DEDICATOacuteRIA
Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria
que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas
laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e
acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este
problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse
para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus
conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave
distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS
H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio
CH3SH ndash metilmercaptana
([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto
CSV - composto Sulfurado Volaacutetil
COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil
mL ndash mililitro
mm ndash miliacutemetro
cm ndash centiacutemetro
Odds-ratio ndash razatildeo de chance
P ndash probabilidade de significacircncia
pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio
ppb - partiacutecula por bilhatildeo
ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem
THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
DEDICATOacuteRIA
Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria
que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas
laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e
acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este
problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse
para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus
conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave
distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS
H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio
CH3SH ndash metilmercaptana
([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto
CSV - composto Sulfurado Volaacutetil
COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil
mL ndash mililitro
mm ndash miliacutemetro
cm ndash centiacutemetro
Odds-ratio ndash razatildeo de chance
P ndash probabilidade de significacircncia
pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio
ppb - partiacutecula por bilhatildeo
ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem
THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS
H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio
CH3SH ndash metilmercaptana
([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto
CSV - composto Sulfurado Volaacutetil
COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil
mL ndash mililitro
mm ndash miliacutemetro
cm ndash centiacutemetro
Odds-ratio ndash razatildeo de chance
P ndash probabilidade de significacircncia
pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio
ppb - partiacutecula por bilhatildeo
ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem
THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS
H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio
CH3SH ndash metilmercaptana
([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto
CSV - composto Sulfurado Volaacutetil
COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil
mL ndash mililitro
mm ndash miliacutemetro
cm ndash centiacutemetro
Odds-ratio ndash razatildeo de chance
P ndash probabilidade de significacircncia
pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio
ppb - partiacutecula por bilhatildeo
ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem
THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames
sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de
diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram
selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade
meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e
gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de
periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20
portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis
Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de
pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e
de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de
avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada
anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo
periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os
dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas
multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como
indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das
alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e
fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas
univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos
escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia
cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de
presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas
periodontais
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
ABSTRACT
The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric
halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis
and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from
both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and
with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20
individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic
periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20
individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals
Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous
and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The
sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry
resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating
and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth
The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that
age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow
rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal
disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that
tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment
(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric
and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical
relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO1
2 JUSTIFICATIVA7
3 OBJETIVOS9
4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de
saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46
7 PERSPECTIVAS FUTURAS47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48
9 ANEXOS53
10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo
de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado
para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a
doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever
possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento
e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados
no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na
estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e
dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa
cliacutenica (NEWMAN et al 2003)
O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo
brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de
250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos
de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede
periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede
Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria
aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al
2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem
estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este
problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-
90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN
DEN BROEK et al 2007)
11 ndash Doenccedila Periodontal
As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo
dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente
(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como
ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
2
produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o
processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que
produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados
para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)
Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou
identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao
tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute
fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo
gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de
hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo
realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a
sondagem milimetrada
Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da
periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC
CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade
atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)
Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua
detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez
que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de
compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes
(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)
12 - Halitose
Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde
halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)
Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de
uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO
2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada
halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
3
perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se
originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se
diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores
ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)
Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que
se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por
apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem
denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal
durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores
(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al
2007)
O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o
dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose
satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)
(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados
atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica
anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por
aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada
na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A
principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre
satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no
meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)
Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para
mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose
satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua
capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo
atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no
haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo
estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)
Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo
feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou
sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN
BROEK 2007)
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
4
13 ndash Saliva
A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado
diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3
pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual
(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees
multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas
microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior
componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)
A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a
600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES
1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do
fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o
dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena
responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade
salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela
produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute
puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O
par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total
tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores
produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga
fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)
O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja
apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute
associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados
deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002
SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o
acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as
superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual
(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A
anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas
(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-
5
salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et
al 1996)
Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar
como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo
circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo
do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles
considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em
repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees
(DAWES 1987)
Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis
que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa
ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas
evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de
qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo
de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de
enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)
14 - Saburra
Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso
lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas
metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et
al 2003)
A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e
estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100
bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua
enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se
aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)
Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais
satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila
periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo
destes compostos
6
Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes
maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das
margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte
de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos
Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem
que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila
de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de
rotina no acircmbito da periodontia
__________________ 2 JUSTIFICATIVA
7
2 JUSTIFICATIVA
Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido
gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o
principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na
massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo
da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre
indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de
partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar
microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais
Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras
de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a
diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute
improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual
estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para
sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do
hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja
o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e
etioloacutegica das doenccedilas periodontais
Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em
que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus
determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies
necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e
mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da
presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os
H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a
ser promissores objetos de investigaccedilatildeo
Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na
microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel
clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa
forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros
aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no
8
diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua
viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo
________________ 3 OBJETIVOS
9
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da
presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como
meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das
alteraccedilotildees periodontais e da halitose
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de
repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila
de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose
bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos
como exames de rotina
________________ 4 ARTIGO1
10
4 ARTIGO 1
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)
A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica
Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra
como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um
protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo
adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria
Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18
e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose
doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees
xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e
estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e
avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em
todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade
de bolsa e presenccedila de sangramento
Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto
periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-
se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)
Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos
iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso
(p=00087)
Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a
idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais
UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva
11
Introduccedilatildeo
Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de
bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas
oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a
gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden
2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar
ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao
tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o
meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem
milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo
tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch
e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a
perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a
necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar
precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando
prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar
a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um
atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente
considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al
2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e
interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-
se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o
diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al
2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no
dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de
bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella
forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola
Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella
species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano
2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso
lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas
alteraccedilotildees
12
Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade
uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser
provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva
e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a
colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso
ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem
atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem
o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada
(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-
negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH
alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela
presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)
Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina
estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se
avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se
estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de
microrganismos periodontopatogecircnicos
Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme
variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os
fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva
(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre
008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada
respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve
conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa
ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso
representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento
(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi
avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das
alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de
execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria
13
Materiais e meacutetodos
Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no
01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao
gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem
halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia
37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20
portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de
gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos
saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas
portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos
e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao
mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal
atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em
repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra
no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal
Instruccedilotildees dadas aos participantes
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
14
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a
conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e
respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)
Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em
direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente
exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de
halitose foi feito de acordo com os seguintes escores
bull 0 ausecircncia de odor
bull 1 odor natural
bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)
bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)
bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)
Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que
odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente
respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)
Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)
Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL
por minuto (Figura 2)
15
Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria
(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso
Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e
o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila
inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao
laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem
movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)
Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso
16
(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado
A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave
distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um
dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi
orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de
coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada
lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir
Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado
Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de
silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)
17
Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais
Exame Cliacutenico
(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de
inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =
ausecircncia de saburra (Figura 5b)
Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra
(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda
periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos
os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante
18
com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes
com sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1
= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite
severa
Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices
periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees
logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel
dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O
niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se
mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo
multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis
estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de
chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95
registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Organoleacuteptico Cm
Saburra Sim Natildeo
19
Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada
Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)
369 374
Saburra
Presente (n=22) Ausente (n=18)
Presente (n=65) Ausente (n=15)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)
Halitose da Intimidade (n=12)
Halitose do Interlocutor (n=6)
Halitose Social (n=2)
Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)
Halitose da Intimidade (n=21)
Halitose do interlocutor (n=15)
Halitose Social (n=04)
Iacutendice Periodontal
Sem Doenccedila (n=40)
Gengivite (n=40)
Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada
(n=11) Periodontite Severa (n=14)
O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de
15 minutos e 40 segundos
Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos
indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees
logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a
seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado
na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo
multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise
20
Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o
modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente
Variaacutevel P
Gecircnero 0971
Idade lt00001
Fluxo de repouso 0005
Fluxo estimulado 0048
Organoleacuteptico 0404
Saburra 0018
significativas de forma univariada α=01
As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=
2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4
juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram
identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices
Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade
presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice
periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de
95
Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P
Idade -0052 095 0922
0977
00004
Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087
Saburra 0454 248 1146
5367
00211
21
Discussatildeo
O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas
inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de
saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal
(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo
multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de
relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado
podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a
periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e
peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem
halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais
corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi
distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de
indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar
um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem
qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)
A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes
populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico
padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil
reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de
avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo
cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela
literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo
sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo
razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas
atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo
podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de
treinamento e calibraccedilatildeo adequados
O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo
da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau
22
de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute
foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de
100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor
bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo
Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que
influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo
exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo
fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll
1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de
resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a
proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes
preceitos
Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas
periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o
envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a
doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000
idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal
Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente
associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram
encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada
como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais
Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a
presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A
literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila
periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis
(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o
conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do
tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um
reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002
Shizukuishi 2004)
A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua
capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados
indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices
23
periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em
repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa
populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se
observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso
aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa
clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que
alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a
proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar
no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou
seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela
viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo
elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a
atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra
das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como
consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o
aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas
como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo
e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta
por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores
diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972
Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena
salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano
aos tecidos bucais em pacientes com periodontite
Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas
presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados
volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam
consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do
sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia
aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978
Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e
Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os
dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem
significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas
24
periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al
2007)
Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a
presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o
baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade
salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em
idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva
em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal
durante a maior parte do dia
Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que
a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que
esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em
repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar
como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre
saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de
metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo
elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a
comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas
Conclusatildeo
O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de
saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar
em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o
aumento dos iacutendices periodontais
Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no
paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de
diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo
meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo
25
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269
Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698
Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109
Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279
26
Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489
Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
27
Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304
Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185
Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85
Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007
________________ 5 ARTIGO 2
28
5 ARTIGO 2
Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico
(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)
Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica
Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente
Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose
Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual
Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais
29
INTRODUCcedilAtildeO
A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser
ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A
avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da
halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997
Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis
indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)
da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et
al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al
1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp
Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da
halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica
usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute
bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um
grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin
1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a
halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e
bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)
Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al
1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os
sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por
aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria
sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)
O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de
avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo
simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos
CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees
olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores
ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade
de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et
al 2004)
O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado
em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta
30
por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor
fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte
e 5 = odor extremamente forte
Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se
propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra
saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor
atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a
respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer
atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos
brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das
mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente
enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem
dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de
lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do
dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente
sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda
periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e
raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez
O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal
atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a
diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute
orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do
outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais
privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com
um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo
meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas
posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o
dedo indicador
Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na
distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais
interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =
31
odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal
caracteriacutestico
Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do
odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee
que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de
propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-
se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias
diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo
Quanto agrave sua frequumlecircncia
bull Contiacutenua presente de forma constante
bull Intermitente presente de forma intervalada
bull Transitoacuteria presente como evento isolado
2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo
bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15
cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador
bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -
distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo
bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm
quando o odor exalado se propaga pelo ambiente
Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado
padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a
possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de
comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame
MATERIAIS E MEacuteTODOS
Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos
(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de
halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem
halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram
submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese
32
e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso
lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas
portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e
indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de
medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados
entre 900 e 1100 horas da manhatilde
1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica
O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)
cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal
foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de
esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente
(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura
2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a
manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2
minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo
do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco
mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)
Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi
feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1
Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal
Escala organoleacuteptica
0 = sem odor
1 = odor natural
2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm
3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm
4 = odor perceptiacutevel no ambiente
O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose
natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente
33
Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o
paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente
Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante
o preenchimento da ficha cadastral do paciente
Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes
natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da
ficha cadastral
Instruccedilotildees dadas aos participantes
34
Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram
orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo
usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes
etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir
bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas
antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente
apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e
manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames
Procedimentos cliacutenicos padronizados
Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados
em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer
tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os
exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo
halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O
tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi
cronometrado
2 Sialometria
Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto
estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para
mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em
mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)
3 Anamnese Inicial
Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o
histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar
haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica
etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de
informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que
possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato
35
humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os
possiacuteveis locais de origem da halitose
4 Exame Cliacutenico
41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra
A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo
visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)
Figura 1 Liacutengua com saburra
Figura 2 Liacutengua sem saburra
36
42 Avaliaccedilatildeo Periodontal
Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem
halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal
milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes
presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e
sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com
dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave
sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com
sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com
sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com
sangramento e PPD ge a 7mm
Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal
1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite
severa
ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste
organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas
univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel
dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na
Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas
que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um
modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram
registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de
confianccedila de 95 registrados
37
Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas
univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico
Variaacutevel Independente Unidade
Gecircnero Feminino Masculino
Idade Anos
Iacutendice periodontal Mm
Fluxo de repouso mLmin
Fluxo estimulado mLmin
Saburra Sim Natildeo
RESULTADOS
O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e
40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as
caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os
fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram
estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das
regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as
variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)
Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)
Idade (em anos) 369 348
Saburra
Presente (n=36) Ausente (n=24)
Presente (n=51) Ausente (n=09)
Teste Organoleacuteptico
Sem Odor (n=28)
Odor Natural (n=32)
Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)
Halitose Social (n=06)
Iacutendice Periodontal
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)
Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)
Sem doenccedila (n=20)
Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)
Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)
38
Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada
coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95
Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P
Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979
Idade -0014 0986 0960 1013 0300
Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606
Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407
Saburra 1496 4466 2069 9639 00001
significativas ao niacutevel de 5
DISCUSSAtildeO
Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave
presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel
dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste
organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de
saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator
preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este
achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a
principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na
cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que
por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees
relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek
(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis
(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes
compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo
das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et
al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados
extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias
periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)
A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de
risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A
39
populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo
ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite
crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos
diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros
relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes
escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e
369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados
Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era
essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os
pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto
em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor
Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um
determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu
haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem
embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo
2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto
para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib
1995 Oho 2001)
Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram
desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a
capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave
do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes
estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas
como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar
do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para
avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002
Van Den Broek 2007)
A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos
permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao
seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as
pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede
40
Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose
mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a
padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o
conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a
alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e
a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do
dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na
leitura de falsos positivo eou negativo
As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico
oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor
(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do
odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila
periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria
ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro
ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de
intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para
resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)
(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua
permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor
possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo
dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local
de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de
uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso
Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os
escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De
Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta
muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila
periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e
nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees
periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de
CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche
1994)
41
Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis
quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e
sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da
halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e
comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste
organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal
possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor
objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo
dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis
CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos
escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a
avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes
42
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70
Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118
Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329
Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561
KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676
Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M
43
Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral
halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418
Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16
Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28 256-279
LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84
Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559
Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33
Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148
44
Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567
Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98
Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206
Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20
Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71
Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266
Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9
45
Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261
__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES
FINAIS
46
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a
influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose
como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais
levanta-se a seguinte hipoacutetese
Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade
disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em
repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina
Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina
cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem
como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por
ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo
deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos
periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta
periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na
instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes
questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados
significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o
profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que
adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do
odor bucal de seus pacientes
__________________ 7 PERSPECTIVAS
FUTURAS
47
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de
repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal
2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores
convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais
3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo
salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados
4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e
confiabilidade
5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter
6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a
doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais
__________________ 8 REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL
CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in
patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and
management Head Neck 26796-807 2004
DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and
the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987
DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals
New York Academy Science pp 265-269 1993
DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral
health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British
Dental Association pp27-41 1996
DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical
examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de
Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005
HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957
HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A
level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical
Periodontology 301017-1023 2003
IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo
Ishiyaku1985
49
JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press
p289 1970
JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds
on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology
Research 27553-561 1992
JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs
physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol
Chir Maxillofac 5 342- 346 1995
KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by
oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D
ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven
University Press 1996 p 95-109
KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral
malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998
KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult
periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997
KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor
and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery
135(5)671-676 2006
LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol
2000 28256-279 2002
50
LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na
tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp
29-35 2003
MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the
American Dental Association v 119 2298-304 1989
MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis
In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997
MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association
1271282-1286 1996
MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica
Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)
MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000
n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007
NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes
meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora
Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003
PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-
2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004
ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical
approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003
51
SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease
progression Periodontology 2000 34 57-83 2004
SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila
periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo
Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001
SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor
etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences
105287-293 1997
SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa
analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083
SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary
mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996
SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In
Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia
Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147
SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M
KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile
sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 103(5)655-660 2007
SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental
Journal v 42 4291-304 1992
TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance
among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002
52
TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-
13 2003
TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of
saliva Arch Oral Biol 943-47 1964
TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and
methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977
VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current
literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry
35(8)627-35 2007
VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D
Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt
Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007
VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary
halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference
on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal
52 Suppl 3187-191 2002
YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically
healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research
27233-238 1992
ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D
MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and
enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry
doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de
marccedilo 2007
_________________ 9 ANEXOS
53
Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos
Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos
O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e
cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado
do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames
seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo
para realizar os exames
1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico
isento de fragracircncia e corante
2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos
exames
3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados
e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a
realizaccedilatildeo dos mesmos
4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o
momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do
paciente
5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca
fechada durante 2 minutos
6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a
reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente
para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico
7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na
fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do
seu nariz
8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria
9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese
10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e
exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos
54
Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes
bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba
cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas
bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a
avaliaccedilatildeo
bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo
bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame
Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta
bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas
55
Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro
CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone
56
Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese
EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado
I- HALITOMETRIA
CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL
PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)
HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta
ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social
II- SIALOMETRIA (mlmin )
DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH
QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia
FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa
VALORES DE REFEREcircNCIA
57
III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo
58
17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo
59
FICHA BAacuteSICA
I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo
06 Com quem vocecirc mora
a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo
II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal
( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas
( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST
60
04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival
61
17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________
FICHA DE HALITOSE
I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo
02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador
a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo
03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo
62
04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____
a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo
07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos
IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais
V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute
63
02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo
a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc
05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias
VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo
VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo
64
VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x
b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo
X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo
XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo
65
05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal
XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo
XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando Resultado
03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio
XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido
66
( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo
Quando
03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo
XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo
Qual
02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo
67
02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito
a) b) c)
07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota
68
Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo
69
9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096
70
Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB
71
Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)
HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional
Profissionais Procurados
35
257
3
23
2
2
1
1
1
GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro
Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2
72
HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10
Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213
pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose
RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo
73
O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares
HALIMETER16
Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)
Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante
SIALOMETRIA18
Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin
TESTE ORGANOLEacutePTICO17
0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Fig 2 - Teste Organoleacuteptico
74
Fig 3 - Kit de Sialometria
Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter
bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb
Organoleacuteptico bull 3
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa
Exame Cliacutenico Intra-bucal
bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44
bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio
bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes
75
Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD
76
(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior
77
Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter
bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb
Organoleacuteptico bull 0
Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa
Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante
78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999
2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003
3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de
tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e
conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC
Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004
7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007
8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da
Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms
and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth
International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002
13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009
14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66
15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002
16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003
17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003
18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993
19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005
_________________ 10TABELA
79
Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2
80
48 0 30 0 08 36 29 21 2 1
49 0 53 0 08 22 337 333 3 1
50 0 45 0 06 04 51 37 3 1
51 1 30 0 02 14 90 26 3 1
52 1 24 0 02 11 53 10 2 1
53 1 33 0 02 08 52 15 3 2
54 1 30 0 16 18 44 12 3 1
55 1 40 0 12 10 8 7 2 1
56 1 43 0 00 12 116 23 3 1
57 1 52 0 02 12 5 4 2 2
58 1 43 0 14 16 28 9 4 1
59 1 34 0 04 10 52 9 2 2
60 1 34 0 04 04 67 31 2 2
61 0 41 4 04 16 8 8 0 2
62 0 21 2 13 14 8 6 1 2
63 0 46 3 01 12 29 8 1 1
64 0 56 4 02 06 10 5 1 1
65 0 50 3 06 20 10 5 1 1
66 0 63 4 04 08 31 13 0 2
67 0 60 4 04 13 4 4 0 1
68 0 49 3 02 04 6 7 1 1
69 0 48 4 04 10 15 10 1 1
70 0 38 2 04 15 6 6 0 1
71 1 41 2 04 20 5 9 1 2
72 1 44 2 02 14 28 17 0 1
73 1 48 3 03 05 7 3 1 1
74 1 22 2 00 08 5 5 0 2
75 1 37 2 04 12 13 5 1 1
76 1 30 3 00 02 24 17 1 1
77 1 64 2 02 04 18 9 1 2
78 1 60 4 08 10 20 10 0 2
79 1 59 4 06 12 15 10 1 1
80 1 31 3 09 13 8 8 1 1
81
81 0 40 2 04 12 153 32 4 1
82 0 40 2 00 10 135 68 3 1
83 0 37 3 04 18 55 28 3 1
84 0 41 2 02 05 25 18 2 1
85 0 24 2 03 08 11 11 2 1
86 0 25 3 00 14 232 305 3 1
87 0 46 4 04 14 93 85 3 1
88 0 45 3 02 10 63 71 3 1
89 0 27 2 02 18 64 22 3 2
90 0 69 4 06 06 168 126 4 1
91 1 32 2 01 10 15 10 2 2
92 1 25 2 04 08 10 10 2 2
93 1 44 4 02 08 196 160 2 1
94 1 32 2 02 06 135 140 3 1
95 1 54 4 00 00 23 15 2 1
96 1 38 3 05 16 218 140 4 1
97 1 53 4 01 15 56 29 3 1
98 1 54 4 06 14 7 5 2 1
99 1 18 3 04 12 7 6 3 1
100 1 50 4 06 26 36 14 3 1
101 0 32 0 10 16 10 9 0 1
102 0 23 0 06 11 10 6 1 1
103 0 18 0 02 16 6 5 0 2
104 0 60 0 08 26 4 4 0 2
105 0 43 0 02 07 6 4 1 2
106 0 21 0 06 16 8 5 0 1
107 0 40 0 08 12 10 6 0 2
108 0 56 0 04 18 10 9 1 2
109 0 63 0 08 12 40 11 1 2
110 0 25 0 02 12 7 6 1 1
111 1 40 0 05 16 5 5 1 1
112 1 25 0 02 10 6 5 0 2
113 1 28 0 03 12 7 7 1 2
114 1 35 0 06 23 57 51 1 1
82
115 1 27 0 02 10 13 5 0 2
116 1 27 0 04 23 6 4 0 2
117 1 25 0 04 07 7 5 0 2
118 1 28 0 07 14 10 5 0 2
119 1 39 0 06 20 6 4 1 2
120 1 27 0 08 10 8 5 1 1
IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social
- Vieira Celi Novaes
-
- Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
-
- tese final corrigida-2007pdf
-
- I- HALITOMETRIA
- III- EXAME EXTRA-BUCAL
-
- IV- EXAME INTRA-BUCAL
-
- FICHA BAacuteSICA
-
- I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
-
- II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
-
- III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
-
- FICHA DE HALITOSE
-
- I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
- II - HISTOacuteRICO SALIVAR
- III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
- IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
- V - HAacuteBITOS SOCIAIS
- VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
- VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
- VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
- IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
- X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
- XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
- XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
- XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
- XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
- XV - SJOumlGREN
-
- Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
- HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
-
- RELATO DE CASO
-
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
-