universidade de brasíliarepositorio.unb.br/bitstream/10482/3692/1/2007-celinova... · 2011. 5....

100
Universidade de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Curso de Odontologia IMPORTÂNCIA DA SIALOMETRIA, HALITOMETRIA E DA PRESENÇA DE SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNÓSTICO DA HALITOSE E DOENÇA PERIODONTAL. CELI NOVAES VIEIRA Orientadora: Profa Dra. Soraya Coelho Leal Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade de Brasília, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

Upload: others

Post on 03-Mar-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Universidade de Brasiacutelia

Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede

Curso de Odontologia

IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA DE

SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA

PERIODONTAL

CELI NOVAES VIEIRA

Orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade

de Brasiacutelia como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Odontologia

Vieira Celi Novaes

IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA

DE SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA

PERIODONTAL

Celi Novaes Vieira- Brasiacutelia [sn]2007

Dissertaccedilatildeo (Tiacutetulo de Mestre em Odontologia)ndash

Universidade de Brasiacutelia- Distrito Federal

Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal

1 Halitose 2 Meios de Diagnoacutestico 3Doenccedila

Periodontal I Tiacutetulo

BRASIacuteLIA-2007

DEDICATOacuteRIA

Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria

que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas

laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e

acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este

problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse

para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus

conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave

distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS

H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio

CH3SH ndash metilmercaptana

([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto

CSV - composto Sulfurado Volaacutetil

COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil

mL ndash mililitro

mm ndash miliacutemetro

cm ndash centiacutemetro

Odds-ratio ndash razatildeo de chance

P ndash probabilidade de significacircncia

pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio

ppb - partiacutecula por bilhatildeo

ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem

THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Vieira Celi Novaes

IMPORTAcircNCIA DA SIALOMETRIA HALITOMETRIA E DA PRESENCcedilA

DE SABURRA COMO MEIOS DE DIAGNOacuteSTICO DA HALITOSE E DOENCcedilA

PERIODONTAL

Celi Novaes Vieira- Brasiacutelia [sn]2007

Dissertaccedilatildeo (Tiacutetulo de Mestre em Odontologia)ndash

Universidade de Brasiacutelia- Distrito Federal

Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal

1 Halitose 2 Meios de Diagnoacutestico 3Doenccedila

Periodontal I Tiacutetulo

BRASIacuteLIA-2007

DEDICATOacuteRIA

Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria

que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas

laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e

acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este

problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse

para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus

conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave

distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS

H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio

CH3SH ndash metilmercaptana

([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto

CSV - composto Sulfurado Volaacutetil

COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil

mL ndash mililitro

mm ndash miliacutemetro

cm ndash centiacutemetro

Odds-ratio ndash razatildeo de chance

P ndash probabilidade de significacircncia

pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio

ppb - partiacutecula por bilhatildeo

ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem

THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

DEDICATOacuteRIA

Ofereccedilo este trabalho agraves pessoas portadoras de halitose real ou imaginaacuteria

que em cada palavra engasgada pela dor em cada olhar desviado pelas

laacutegrimas e em cada atitude de isolamento relatada me ensinou a respeitaacute-las e

acreditar que a ciecircncia precisa com urgecircncia pesquisar mais sobre este

problema que segrega neurotisa e traz seacuterios transtornos emocionais Dedico este trabalho agrave Prof Dra Olinda Taacuterzia que despertou meu interesse

para a importacircncia do estudo sobre halitose e que me apoiou com seus

conhecimentos e experiecircncia mostrando que o verdadeiro mestre mesmo agrave

distacircncia orienta seus disciacutepulos e deixa as suas marcas

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS

H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio

CH3SH ndash metilmercaptana

([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto

CSV - composto Sulfurado Volaacutetil

COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil

mL ndash mililitro

mm ndash miliacutemetro

cm ndash centiacutemetro

Odds-ratio ndash razatildeo de chance

P ndash probabilidade de significacircncia

pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio

ppb - partiacutecula por bilhatildeo

ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem

THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Agrave bondade e proteccedilatildeo Divina por ter me presenteado com esta profissatildeo que tanto amo e que me faz tatildeo realizada Agrave minha grande mestra e orientadora Profa Dra Soraya Coelho Leal toda a minha admiraccedilatildeo e eterna gratidatildeo pela incansaacutevel dedicaccedilatildeo e excepcional competecircncia Muito obrigada pelo apoio incentivo e carinho Agrave minha matildee amada que com sua doccedilura e serenidade sempre me apoiou e me fez crer que tudo eacute possiacutevel quando desejamos de verdade A ela todo o meu amor e admiraccedilatildeo Aos meus irmatildeos queridos que com brilho nos olhos sempre apoiaram os meus projetos Que Deus os abenccediloe por toda ajuda emocional que me deram ateacute hoje nesta jornada da vida Agraves minhas incansaacuteveis e competentes assistentes Vera e Vacircnia que haacute mais de 10 anos partilham da minha vida profissional e pessoal e me ensinam a cada dia o que significa lealdade companheirismo e amor ao que se faz Agraves minhas admiraacuteveis colegas de trabalho e pesquisa Dra Beatriz Dra Cristiane Dra Ana Carolina Dra Fernanda Dra Ana Cristina e Dra Roberta obrigada por todo apoio e por partilharem comigo este sonho e luta na busca de espaccedilo na ciecircncia para a halitose Agrave minha colega e companheira de pesquisa Dra Denise Falcatildeo e sua Equipe que haacute dez anos divide comigo anseios e conquistas a quem eu admiro pela competecircncia e dedicaccedilatildeo Aos Professores Doutores Nelson Lascala Roberto Lotufo e Ricardo Fischer o meu diferenciado agradecimento por concederem espaccedilo ao nosso grupo de trabalho e pesquisa dando a oportunidade de plantarmos a semente da nossa experiecircncia em cada Congresso da SOBRAPE Aos mestres exemplares da odontologia de Brasiacutelia Dr Orlando Ayrton de Toledo e Dra Ana Cristina Bezerra pelo carinho e incentivo que sempre demonstraram ao meu trabalho Ao colega Dr Jorge Faber que tive a oportunidade de me aproximar e constatar que eacute uma pessoa estatisticamente acima da meacutedia Agrave Luciene e Ameacutelia que com doccedilura me ajudaram a concretizar este sonho Aos queridos Normando Letiacutecia e Henrique por me receberem de forma tatildeo carinhosa em sua casa dividindo o tempo da famiacutelia com o meu trabalho E para finalizar agradeccedilo em especial aos meus grandes amores meu marido Andreacute Camargo e meus filhos Rafael Roberta e Rodrigo que satildeo a minha verdadeira inspiraccedilatildeo minha luz minha vida Obrigada pela paciecircncia e compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncias angustias e incertezas

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS

H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio

CH3SH ndash metilmercaptana

([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto

CSV - composto Sulfurado Volaacutetil

COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil

mL ndash mililitro

mm ndash miliacutemetro

cm ndash centiacutemetro

Odds-ratio ndash razatildeo de chance

P ndash probabilidade de significacircncia

pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio

ppb - partiacutecula por bilhatildeo

ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem

THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIacuteMBOLOS

H2S ndash sulfeto de Hidrogecircnio

CH3SH ndash metilmercaptana

([CH3SH]) ndash dimetilsulfeto

CSV - composto Sulfurado Volaacutetil

COV ndash composto Orgacircnico Volaacutetil

mL ndash mililitro

mm ndash miliacutemetro

cm ndash centiacutemetro

Odds-ratio ndash razatildeo de chance

P ndash probabilidade de significacircncia

pH ndash concentraccedilatildeo de iacuteons hidrogecircnio

ppb - partiacutecula por bilhatildeo

ppd ndash profundidade de bolsa a sondagem

THD ndash Teacutecnica de Higiene Bucal

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi pesquisar a relevacircncia cliacutenica dos exames

sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da presenccedila de saburra como meios de

diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais Para isso foram

selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18 e 66 anos (idade

meacutedia=37anos) com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de halitose e

gengivite 20 portadores de halitose e periodontite crocircnica 20 portadores de

periodontite crocircnica sem halitose 20 portadores de gengivite sem halitose 20

portadores de halitose sem doenccedila periodontal e 20 indiviacuteduos saudaacuteveis

Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de

pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e

de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao mesmo protocolo de

avaliaccedilatildeo como se segue halitometria sialometria em repouso e estimulada

anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo

periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em todos os

dentes A anaacutelise estatiacutestica identificou por meio de regressotildees logiacutesticas

multivariada em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio como

indicador de risco para o aumento da gravidade (iacutendices periodontais) das

alteraccedilotildees periodontais idade (p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e

fluxo salivar em repouso (p=00087) Por meio de regressotildees logiacutesticas

univariadas a saburra se mostrou um indicador de risco para o aumento dos

escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Concluiu-se que eacute de relevacircncia

cliacutenica a inclusatildeo dos testes sialomeacutetricos organoleacuteptico e a anaacutelise de

presenccedila de saburra no protocolo de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas

periodontais

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABSTRACT

The aim of this investigation was to assess the clinical relevance of sialometric

halitometric and tongue coating presence exams as diagnosis tests for halitosis

and periodontal disease A hundred and twenty individuals were selected from

both genders with ages varying from 18 to 66 years (range = 37 years) and

with the following characteristics 20 individuals with halitosis and gingivitis 20

individuals with halitosis and chronic periodontitis 20 individuals with chronic

periodontitis without halitosis 20 individuals with gingivitis without halitosis 20

individuals with halitosis without periodontal disease and 20 healthy individuals

Smokers individuals with systematic disease with pseudo-halitosis edentulous

and individuals under xerogenic medication and antibiotic were excluded The

sample was submitted to a standardized evaluation protocol halitometry

resting and stimulated sialometry anamnesis assessment of tongue coating

and periodontal assessment by circumferential probing of 6 sites in all teeth

The statistical analysis through multivariate logistic regressions showed that

age (p=00004) tongue coating presence (p=00211) and resting saliva flow

rate (p=00087) are indicator factors for the increase of severity of periodontal

disease (periodontal indices) Univariate logistic regressions demonstrated that

tongue coating is a indicator factor for the oraganoleptic test scores increment

(p=00001) It could be conclude that the inclusion of sialometric halitometric

and organoleptic tests and tongue coating presence assessment are of clinical

relevance to halitosis and periodontal diseases diagnosis

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO1

2 JUSTIFICATIVA7

3 OBJETIVOS9

4 ARTIGO 1 - A importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de

saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica10 5 ARTIGO 2 - Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacutepticohellip28 6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS46

7 PERSPECTIVAS FUTURAS47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAShelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

9 ANEXOS53

10 TABELA ndash Dados coletados na populaccedilatildeo estudada79

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

__________________ 1 INTRODUCcedilAtildeO

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Diagnosticar uma doenccedila eacute o resultado de um processo de identificaccedilatildeo

de seus sinais sintomas e de vaacuterias avaliaccedilotildees bioloacutegicas Pode ser usado

para identificar as pessoas em risco de desenvolver a doenccedila detectar a

doenccedila em estado inicial em indiviacuteduos clinicamente assintomaacuteticos prever

possiacuteveis reaccedilotildees a tratamentos especiacuteficos monitorar a eficaacutecia do tratamento

e detectar a reinstalaccedilatildeo da doenccedila (MOMBELLI 2007) Os testes utilizados

no rastreamento de um fator de risco no diagnoacutestico de uma doenccedila e na

estimativa do prognoacutestico de um paciente satildeo fases importantes e

dispendiosas da atenccedilatildeo agrave sauacutede por isso merecem destaque na pesquisa

cliacutenica (NEWMAN et al 2003)

O uacuteltimo levantamento das condiccedilotildees de sauacutede bucal da populaccedilatildeo

brasileira examinou 108921 indiviacuteduos que habitam aacutereas rurais e urbanas de

250 municiacutepios das 5 regiotildees do Brasil Os resultados mostraram que menos

de 22 da populaccedilatildeo adulta e menos de 8 dos idosos apresentam sauacutede

periodontal (Projeto Sauacutede Bucal - Levantamento das condiccedilotildees de Sauacutede

Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2004 ndash Ministeacuterio da Sauacutede)

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentaacuteria

aproximadamente 65 milhotildees de americanos sofrem de halitose (KRESPI et al

2006) Muitos adultos satildeo acometidos pela halitose ocasionalmente poreacutem

estima-se que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial enfrentam este

problema regularmente (MESKIN 1996 TAANI 2002) e aproximadamente 80-

90 de todos os casos de halitose estatildeo relacionados agrave condiccedilatildeo bucal (VAN

DEN BROEK et al 2007)

11 ndash Doenccedila Periodontal

As doenccedilas periodontais caracterizam-se pela progressiva destruiccedilatildeo

dos tecidos oacutesseo e gengival que se localizam ao redor do dente

(ZAPPACOSTA et al 2007) Resultam da combinaccedilatildeo de muitos fatores como

ativaccedilatildeo do sistema imune alteraccedilotildees no metabolismo do tecido conjuntivo e

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

2

produccedilatildeo de proteinases e citocinas (JOHNSON et al 1992) Dessa forma o

processo da instalaccedilatildeo da doenccedila eacute consequumlecircncia de eventos combinados que

produzem destruiccedilatildeo dos tecidos periodontais (SALVADOR et al 2001)

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo atualmente utilizados

para definir a severidade da doenccedila periodontal (VAN DER VELDEN 2007)

Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar ou

identificar o tipo bacteriano presente em manifestaccedilotildees persistentes ao

tratamento convencional (LOTUFO 2003) O diagnoacutestico microbioloacutegico estaacute

fundamentado na natureza infecciosa destas doenccedilas Anaacutelises do fluiacutedo

gengival na intenccedilatildeo de identificar indiviacuteduos com maior probabilidade de

hospedar futuramente a doenccedila periodontal (KORNMAN et al 1997) satildeo

realizadas poreacutem o meio de diagnoacutestico clinicamente ainda mais utilizado eacute a

sondagem milimetrada

Todavia o uso da sonda periodontal possibilita a detecccedilatildeo tardia da

periodontite ou seja bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (MC

CULLOCH e BOSY 2003) e tem um valor limitado para indicar a atividade

atual ou prever a perda de inserccedilatildeo futura (MOMBELLI 2007)

Dada a natureza insidiosa da progressatildeo da doenccedila periodontal a sua

detecccedilatildeo precoce poderia ocorrer com base na presenccedila da halitose uma vez

que a detecccedilatildeo precoce de patoacutegenos seria facilitada pela mediccedilatildeo de

compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) considerados os maiores contribuintes

(90) pela alteraccedilatildeo do odor bucal (TONZETICH 1977)

12 - Halitose

Etimologicamente halitose eacute uma palavra originada do latim onde

halitus significa ar expirado e o sufixo ose alteraccedilatildeo patoloacutegica (HINE 1957)

Poreacutem halitose natildeo eacute uma doenccedila podendo ser definida como a percepccedilatildeo de

uma alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO

2007) A halitose pode ser real (sinal) ou imaginaacuteria (sintoma) Eacute considerada

halitose real quando perceptiacutevel pelo examinador e pseudo-halitose quando

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

3

perceptiacutevel somente pelo paciente (VIEIRA e FALCAtildeO 2002) Ambas se

originam de processos fisioloacutegicos adaptativos eou patoloacutegicos e se

diferenciam respectivamente pela presenccedila ou ausecircncia de odorivetores

ofensivos ao olfato humano no fluxo expiratoacuterio (VIEIRA e FALCAtildeO 2007)

Satildeo inuacutemeros os compostos de baixo peso molecular lipossoluacuteveis que

se dispersam no ar e tecircm a capacidade de sensibilizar o epiteacutelio olfatoacuterio por

apresentarem odor ofensivo ao olfato humano Estes compostos satildeo tambeacutem

denominados de odorivetores (TAacuteRZIA 2003) Originam-se na cavidade bucal

durante o metabolismo sistecircmico eou nas vias aeacutereas superiores

(TANGERMAN 2002 ARSECULERATNE et al 2007 VAN DEN VELDE et al

2007)

O sulfeto de hidrogecircnio (H2S) a metilmercaptana (CH3SH) e o

dimetilsulfeto [(CH3)2S] considerados os principais componentes da halitose

satildeo genericamente denominados como compostos sulfurados volaacuteteis (CSV)

(TONZETICH e RITCHER 1964) Estes compostos volaacuteteis satildeo formados

atraveacutes da degradaccedilatildeo de proteiacutenas pela accedilatildeo bacteriana proteoliacutetica

anaeroacutebica Gram-negativa que atua sobre as proteiacutenas formadas por

aminoaacutecidos ricos em enxofre presentes na saliva mateacuteria orgacircnica estagnada

na cavidade bucal dentes e dorso lingual (SOPAPORNAMORN et al 2007) A

principal fonte dessas proteiacutenas formadas por aminoaacutecidos ricos em enxofre

satildeo as ceacutelulas epiteliais descamadas e as glicoproteiacutenas salivares presentes no

meio bucal (KLEINBERG e WESTBAY 1998)

Os 3 meacutetodos mais aceitos e utilizados nas pesquisas cientiacuteficas para

mensurar e avaliar a extensatildeo do mau odor bucal em indiviacuteduos com halitose

satildeo o organoleacuteptico ou ldquosniffrdquo teste no qual o examinador usa a sua

capacidade olfativa para graduar a halitose de uma outra pessoa a avaliaccedilatildeo

atraveacutes de monitores portaacuteteis que mensuram os niacuteveis de CSV presentes no

haacutelito a avaliaccedilatildeo do odor bucal pelo Gaacutes Cromatoacutegrafo que pode ou natildeo

estar associado ao Espectocircmetro de Massa (DONALDSON et al 2007)

Entretanto o padratildeo ouro no diagnoacutestico do mau haacutelito ainda eacute a avaliaccedilatildeo

feita por juizes humanos atraveacutes da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ou

sensorial(KLEINBERG et al1996 LOESCHE e KAZOR 2002 VAN DEN

BROEK 2007)

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

4

13 ndash Saliva

A saliva eacute um fluido aquoso hipotocircnico transparente secretado

diretamente na cavidade bucal pelas glacircndulas salivares menores e pelos 3

pares de glacircndulas salivares maiores paroacutetida submandibular e sublingual

(JENKINS 1970 DAWES 1993) A saliva total eacute um complexo de secreccedilotildees

multiglandulares associado ao fluido gengival ceacutelulas epiteliais descamadas

microrganismos leucoacutecitos resiacuteduos alimentares e sangue poreacutem seu maior

componente eacute a aacutegua ndash 99 (MANDEL 1989 SAHINGUR e COHEN 2004)

A meacutedia diaacuteria de produccedilatildeo salivar em humanos saudaacuteveis eacute de 500 a

600mL dos quais 90 satildeo produzidos pelas glacircndulas maiores (DAWES

1996) O par submandibular eacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de grande parte do

fluxo salivar em repouso secretando a maioria da saliva produzida durante o

dia Sua secreccedilatildeo eacute mista rica em mucina que eacute uma glicoproteiacutena

responsaacutevel pela lubrificaccedilatildeo dos tecidos bucais e que determina a viscosidade

salivar (SLOMIANY et al1989) O par parotidiano eacute responsaacutevel pela

produccedilatildeo de grande parte do fluxo salivar estimulado Sua secreccedilatildeo eacute

puramente serosa com a produccedilatildeo de uma saliva fluiacuteda e rica em amilase O

par sublingual contribui em pequena porcentagem no volume da saliva total

tanto estimulada quanto em repouso e finalmente as glacircndulas menores

produzem menos que 10 do volume total de saliva mas secretam uma larga

fraccedilatildeo do total de proteiacutenas salivares (CHAMBERS et al 2004)

O fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou seja

apresenta alto conteuacutedo de mucina Vaacuterios estudos mostram que a mucina estaacute

associada agrave agregaccedilatildeo bacteriana e agrave formaccedilatildeo de compostos sulfurados

deleteacuterios aos tecidos peridontais (SHIZUKUISHI 2004 NAKANO 2002

SOPAPORNAMORN et al 2007) A viscosidade salivar aumentada promove o

acuacutemulo de bacteacuterias facilitando o metabolismo das mesmas sobre as

superfiacutecies duras natildeo descamativas e superfiacutecies moles como o dorso lingual

(HINODE 2003 FALCAtildeO 2005 SOCRANSKY e HAFFAJEE 2005) A

anaerobiose determinante bioloacutegico das bacteacuterias periodontopatogecircnicas

(responsaacuteveis pela formaccedilatildeo de CSV) tambeacutem eacute favorecida pela viscosidade

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5

salivar e ocorre num biofilme de apenas 02 mm de espessura (KLEINBERG et

al 1996)

Fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos influenciam a secreccedilatildeo salivar

como dimensotildees glandulares idade gecircnero raccedila grau de hidrataccedilatildeo ritmo

circadiano ritmo circanual haacutebitos alimentares fatores psicoloacutegicos posiccedilatildeo

do corpo etc (DAWES 1993 JORNET e FENOLL 1995) Aqueles

considerados como fatores mais importantes para a produccedilatildeo da saliva em

repouso satildeo grau de hidrataccedilatildeo posiccedilatildeo do corpo exposiccedilatildeo agrave luz olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo ritmo circadiano ritmo circanual e medicaccedilotildees

(DAWES 1987)

Para mensuraccedilatildeo do fluxo salivar devem-se observar todas as variaacuteveis

que podem influenciar nos resultados finais A saliva deve ser coletada numa

ambiente silencioso por um periacuteodo miacutenimo de jejum de 112 a 2 horas

evitando-se qualquer estiacutemulo antes da coleta Isto inclui a mastigaccedilatildeo de

qualquer tipo de comida gomas de mascar balas etc bem como a ingestatildeo

de bebidas o outro tipo de estiacutemulo - fumo escovaccedilatildeo dentaacuteria e uso de

enxaguatoacuterios bucais (SREEBNY et al 1992)

14 - Saburra

Saburra eacute uma fina camada marrom esbranquiccedilada aderida no dorso

lingual formada por ceacutelulas epiteliais descamadas ceacutelulas sanguiacuteneas

metaboacutelitos nutrientes e bacteacuterias (YAEGAKI e SANADA 1992 ROLDAN et

al 2003)

A liacutengua eacute considerada uma das reservas que permite o acuacutemulo e

estagnaccedilatildeo de bacteacuterias e resiacuteduos alimentares (SCULLY 1997) Mais de 100

bacteacuterias podem aderir a uma uacutenica ceacutelula epitelial do dorso da liacutengua

enquanto que em outras regiotildees da cavidade bucal apenas 25 bacteacuterias se

aderem a cada ceacutelula (IWATA 1985)

Acredita-se que tanto a saburra lingual quanto as bolsas periodontais

satildeo fontes importantes de produccedilatildeo de CSV e que em pacientes com doenccedila

periodontal ambas exercem papel importante na aceleraccedilatildeo de formaccedilatildeo

destes compostos

6

Ao se considerar que a superfiacutecie da liacutengua em aacuterea eacute muitas vezes

maior e mais exposta ao ar atmosfeacuterico que as superfiacutecies das aacutereas das

margens subgengivais faz possiacutevel inferir que a saburra lingual eacute a maior fonte

de odor bucal nos pacientes periodontalmente comprometidos

Portanto todos estes achados analisados de forma conjunta sugerem

que a avaliaccedilatildeo do padratildeo salivar da qualidade do odor bucal e da presenccedila

de saburra no dorso lingual seja relevante clinicamente como protocolo de

rotina no acircmbito da periodontia

__________________ 2 JUSTIFICATIVA

7

2 JUSTIFICATIVA

Mudanccedilas de conceitos na etiologia da doenccedila periodontal tecircm ocorrido

gradativamente desde o final dos anos 60 Nesta eacutepoca pensava-se que o

principal evento que desencadeava a doenccedila periodontal era um aumento na

massa da placa bacteriana possivelmente acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

da resistecircncia do hospedeiro O reconhecimento das diferenccedilas na composiccedilatildeo

da placa bacteriana de indiviacuteduo para indiviacuteduo e de siacutetio para siacutetio entre

indiviacuteduos levou a uma seacuterie de investigaccedilotildees que representaram o ponto de

partida para a realizaccedilatildeo de estudos de larga escala visando relacionar

microrganismos especiacuteficos agrave etiologia das diferentes doenccedilas periodontais

Ao se reconhecer que diferentes espeacutecies bacterianas satildeo causadoras

de diferentes patologias que acometem os tecidos periodontais Que a

diversidade bioloacutegica eacute evidente e que a eliminaccedilatildeo total dos patoacutegenos eacute

improvaacutevel Assim parece que conhecer profundamente o ambiente no qual

estas espeacutecies bacterianas coabitam e proliferam os fatores essenciais para

sua colonizaccedilatildeonas formas que superam os mecanismos de defesa do

hospedeiro e os fatores que causam e resultam em danos teciduais talvez seja

o caminho mais promissor para o entendimento da dinacircmica microbiana e

etioloacutegica das doenccedilas periodontais

Neste contexto este estudo propotildee uma reflexatildeo sobre o ambiente em

que os microrganismos periodontopatogecircnicos encontram os seus

determinantes bioloacutegicos A oxi-reduccedilatildeo e o pH restrito que estas espeacutecies

necessitam para sobreviverem os quais podem ser promovidos pela saliva e

mateacuteria orgacircnica estagnada sobre o dorso lingual e o reconhecimento da

presenccedila de substacircncias volaacuteteis que agridem as ceacutelulas teciduais como os

H2S e CH3SH compostos da halitose presentes na cavidade bucal passam a

ser promissores objetos de investigaccedilatildeo

Vaacuterios estudos buscam avaliar paracircmetros salivares e sua influecircncia na

microbioacuteta bucal poreacutem esta ferramenta ainda natildeo se tornou viaacutevel

clinicamente e seu impacto sobre decisotildees cliacutenicas eacute quase nulo Dessa

forma justifica-se investigar o potencial de meacutetodos que possam avaliar outros

aspectos pertinentes a cavidade bucal ndash saliva e saburra - como auxiliares no

8

diagnoacutestico de doenccedilas periodontais e da halitose considerando tambeacutem sua

viabilidade cliacutenica de execuccedilatildeo

________________ 3 OBJETIVOS

9

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

bull Verificar a relevacircncia cliacutenica dos testes sialomeacutetricos halitomeacutetricos e da

presenccedila de mateacuteria orgacircnica sobre o dorso lingual (saburra) como

meios de diagnoacutestico e como possiacuteveis indicadores de risco das

alteraccedilotildees periodontais e da halitose

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo de variaacuteveis independentes como sialometria de

repouso e estimulada exame organoleacuteptico gecircnero idade e presenccedila

de saburra com as doenccedilas periodontais e halitose

bull Verificar a viabilidade cliacutenica dos testes sialomeacutetricos e halitomeacutetricos

como exames de rotina

________________ 4 ARTIGO1

10

4 ARTIGO 1

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Journal of Clinical Periodontology)

A Importacircncia da sialometria e da avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como indicadores de risco para a gengivite e periodontite crocircnica

Objetivo Avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da presenccedila da saburra

como indicadores de risco para as alteraccedilotildees periodontais e apresentar um

protocolo de exame cliacutenico padronizado confiaacutevel de execuccedilatildeo e custo

adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica diaacuteria

Meacutetodos Foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros entre 18

e 66 anos (idade meacutedia = 37 anos) com doenccedilas periodontais halitose

doenccedilas periodontais associadas agrave halitose e um grupo de indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees

xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo halitometria sialometria em repouso e

estimulada anamnese anaacutelise da presenccedila de saburra no dorso lingual e

avaliaccedilatildeo periodontal atraveacutes de sondagem circunferencial de 6 siacutetios em

todos os dentes presentes considerando durante a sondagem a profundidade

de bolsa e presenccedila de sangramento

Resultados A sequumlecircncia de exames propostos pocircde ser realizada num curto

periacuteodo de tempo (15 minutos e 40 segundos) e foi de faacutecil execuccedilatildeo Gerou-

se um modelo multivariado de regressatildeo logiacutestica significativa (p=00002)

Foram identificados como possiacuteveis indicadores de risco para o aumento dos

iacutendices periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

(p=00004) presenccedila de saburra (p=00211) e fluxo salivar em repouso

(p=00087)

Conclusatildeo O aumento do fluxo salivar em repouso a presenccedila de saburra e a

idade foram indicadores de risco para o aumento dos iacutendices periodontais

UNITERMOS sialometria doenccedilas periodontais saburra saliva

11

Introduccedilatildeo

Em geral paracircmetros cliacutenicos incluindo avaliaccedilatildeo de profundidade de

bolsa niacuteveis de inserccedilatildeo sangramento agrave sondagem iacutendice de placa e perdas

oacutesseas alveolares detectadas radiograficamente satildeo utilizados para definir a

gravidade da doenccedila periodontal (Polson e Goodson 1985 van der Velden

2007) Ocasionalmente exames microbioloacutegicos satildeo realizados para monitorar

ou identificar o tipo bacteriano presente nas doenccedilas persistentes ao

tratamento convencional (Lotufo 2003 Winkelhoff e Winkel 2007) poreacutem o

meio de diagnoacutestico clinicamente mais utilizado ainda eacute a sondagem

milimetrada O uso de sonda periodontal entretanto possibilita a detecccedilatildeo

tardia da periodontite bem depois que a perda de inserccedilatildeo ocorreu (McCulloch

e Bosy 1997) e tem um valor limitado para indicar a atividade atual ou prever a

perda de inserccedilatildeo futura (Mombelli 2007) Tal afirmaccedilatildeo ressalta a

necessidade de se desenvolver novos indicadores cliacutenicos capazes de detectar

precocemente fatores de risco e preditivos da doenccedila periodontal buscando

prevenir a sua instalaccedilatildeo e natildeo apenas detectaacute-la quando jaacute instalada Utilizar

a saliva como um marcador de risco das alteraccedilotildees periodontais torna-se um

atraente procedimento tanto para o examinador como para o paciente

considerando a disponibilidade e o faacutecil acesso a esta secreccedilatildeo (Kaufman et al

2000) Entretanto a avaliaccedilatildeo da saliva natildeo faz parte da rotina cliacutenica diaacuteria e

interfere pouco ou quase nada nas decisotildees de tratamento mesmo sabendo-

se que a mensuraccedilatildeo das taxas do fluxo salivar eacute de grande importacircncia para o

diagnoacutestico de algumas patologias bucais e sistecircmicas (Sopapornamorn et al

2007) Tambeacutem natildeo eacute rotina do dentista avaliar a presenccedila de saburra no

dorso lingual Sabe-se que a microbiota da saburra lingual eacute composta de

bacteacuterias periodontopatogecircnicas como Porphyromonas gingivalis Tannerella

forsythia Prevotella intermedia Prevotella nigrescens e Treponema dentiacutecola

Aggregatibacter actinomycetemcomitans Fusobacterium species Prevotella

species Veillonella species Vibrio species (Shizukuishi et al 2004 Nakano

2002 Krespi et al2006) o que ressalta a importacircncia de se avaliar o dorso

lingual dos pacientes periodontalmente afetados ou susceptiacuteveis a estas

alteraccedilotildees

12

Certos microrganismos bucais baseiam sua existecircncia na habilidade

uacutenica de degradar nutrientes disponiacuteveis no meio Estes nutrientes podem ser

provenientes da dieta ou das proacuteprias secreccedilotildees do hospedeiro como a saliva

e o fluiacutedo gengival (Loesche e De Boever1997) Evitar a aderecircncia e a

colonizaccedilatildeo por bacteacuterias eacute importante para a defesa do hospedeiro e isso

ocorre atraveacutes de muacuteltiplos mecanismos inatos incluindo o efeito de lavagem

atraveacutes da saliva e do fluiacutedo do sulco gengival (Socransky et al 2005) Poreacutem

o acuacutemulo das bacteacuterias eacute facilitado pela viscosidade salivar aumentada

(Sterer e Rosenberg 2002 Hinode et al 2003) Bacteacuterias proteoliacuteticas Gram-

negativas anaeroacutebias habitam siacutetios onde a diminuiccedilatildeo da oxi-reduccedilatildeo e o pH

alcalino satildeo determinantes bioloacutegicos importantes condiccedilotildees facilitadas pela

presenccedila de mucina em altas concentraccedilotildees (Kleinberg et al 1996)

Considerando que o fluxo salivar em repouso eacute rico em mucina e que a mucina

estaacute associada agrave viscosidade salivar (Slomiany et al1996) a chance de se

avaliar a produccedilatildeo de saliva natildeo-estimulada abre a perspectiva de se

estabelecer uma forma de detecccedilatildeo precoce da instalaccedilatildeo e aderecircncia de

microrganismos periodontopatogecircnicos

Quanto agrave mensuraccedilatildeo do fluxo salivar eacute importante ressaltar a enorme

variabilidade de valores encontrados na literatura uma vez que satildeo muitos os

fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a secreccedilatildeo de saliva

(Jornet e Fenoll 1995) As taxas de fluxo da saliva total podem variar entre

008 e 183 mLmin e 02 e 57 mLmin para saliva em repouso e estimulada

respectivamente (Sreebny et al1992) Dessa forma o profissional deve

conhecer o fluxo salivar distinto de cada paciente para que se houver queixa

ou sinais de alteraccedilatildeo nas taxas de fluxo possa ser capaz de analisar se isso

representa alguma anormalidade de produccedilatildeo naquele determinado momento

(Dawes1993) Com base nesta argumentaccedilatildeo o objetivo deste estudo foi

avaliar a relevacircncia cliacutenica da sialometria e da saburra como diagnoacutestico das

alteraccedilotildees periodontais e apresentar um protocolo padronizado confiaacutevel de

execuccedilatildeo e custo adequados para utilizaccedilatildeo na praacutetica cliacutenica diaacuteria

13

Materiais e meacutetodos

Realizou-se um estudo do tipo caso-controle aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica da

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasiacutelia atraveacutes do protocolo no

01707 A populaccedilatildeo avaliada foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao

gecircnero e ao nuacutemero de indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem

halitose Foram selecionados indiviacuteduos com idade entre 18 e 66 anos (meacutedia

37 anos) e com as seguintes caracteriacutesticas 20 portadores de gengivite 20

portadores de periodontite 20 portadores de halitose 20 portadores de

gengivite e halitose 20 portadores de periodontite e halitose e 20 indiviacuteduos

saudaacuteveis Foram excluiacutedos tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas

portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de antibioacuteticos

e medicaccedilotildees xerogecircnicas Todos os indiviacuteduos incluiacutedos foram submetidos ao

mesmo protocolo de avaliaccedilatildeo cliacutenica 1 Halitometria - avaliaccedilatildeo do odor bucal

atraveacutes do exame organoleacuteptico 2 Sialometria - avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em

repouso e estimulado 3 Anamnese inicial 4 Anaacutelise da presenccedila de saburra

no dorso lingual e 5 Avaliaccedilatildeo periodontal

Instruccedilotildees dadas aos participantes

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo e beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

14

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

Quando a halitose natildeo foi percebida no ambiente de exame e nem durante a

conversaccedilatildeo o paciente foi orientado a manter-se de boca fechada e

respirando apenas pelo nariz por 2 minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic)

Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco mentoniano do paciente em

direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 1) Na sequumlecircncia o paciente

exalou lentamente o ar contido na boca e o registro da presenccedila ou natildeo de

halitose foi feito de acordo com os seguintes escores

bull 0 ausecircncia de odor

bull 1 odor natural

bull 2 percepccedilatildeo do odor a partir de 15cm (halitose da intimidade)

bull 3 percepccedilatildeo do odor a partir de 50cm (halitose do interlocutor)

bull 4 percepccedilatildeo do odor no ambiente (halitose social)

Para os escores 3 e 4 natildeo se fez necessaacuterio o emprego da reacutegua uma vez que

odor era perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e no ambiente

respectivamente (Vieira e Falcatildeo 2003)

Figura 1 Tomada ndash halitose da intimidade (teste da reacutegua)

Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer de 10mL para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por 5 e expressado em mL

por minuto (Figura 2)

15

Figura 2 Kit para realizaccedilatildeo da sialometria

(a) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar em repouso

Paciente de olhos abertos sentado no mocho com os peacutes apoiados no chatildeo e

o corpo inclinado apoiando os cotovelos na parte superior das pernas Cabeccedila

inclinada o maacuteximo possiacutevel com um copinho descartaacutevel bem proacuteximo ao

laacutebio inferior para permitir que a saliva fluiacutesse gravitacionalmente sem

movimentos de laacutebios bochechas e liacutengua (Figura 3)

Figura 3a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 3b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar em repouso fluxo salivar em repouso

16

(b) Avaliaccedilatildeo do fluxo salivar estimulado

A posiccedilatildeo do paciente foi a mesma entretanto o copinho foi posicionado agrave

distacircncia do laacutebio inferior (Figura 4a) Para estimulaccedilatildeo foi utilizado um

dispositivo de silicone montado com fio dental (Figura 4c) que o paciente foi

orientado a segurar durante todo o tempo de mastigaccedilatildeo O primeiro minuto de

coleta foi desprezado e a partir de entatildeo a saliva formada era depositada

lentamente no copinho com o miacutenimo de movimento e sem cuspir

Figura 4a Posiccedilatildeo do corpo para coleta Figura 4b Posiccedilatildeo do copo para coleta do fluxo salivar estimulado para coleta do fluxo salivar estimulado

Figura 4c Dispositivo com tamanho padronizado para estiacutemulo mastigatoacuterio (garrote de

silicone transpassado pelo fio dental para o paciente segurar durante a coleta)

17

Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais

Exame Cliacutenico

(a) Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada por um uacutenico examinador atraveacutes de

inspeccedilatildeo visual considerando 1= presenccedila de saburra (Figura 5a) e 2 =

ausecircncia de saburra (Figura 5b)

Figura 5a Saburra lingual Figura 5b Liacutengua sem saburra

(b) Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose A avaliaccedilatildeo foi realizada atraveacutes de sondagem circunferencial (sonda

periodontal milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos

os dentes presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem delicada em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante

18

com dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes

com sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0 = sauacutede periodontal 1

= gengivite 2 = periodontite leve 3 = periodontite moderada 4 = periodontite

severa

Anaacutelise estatiacutestica Para a avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos iacutendices

periodontais (IP) foi feita uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas Regressotildees

logiacutesticas univariadas foram realizadas inicialmente com a variaacutevel

dependente IP e com as variaacuteveis independentes contidas na Tabela 1 O

niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 10 Aquelas que se

mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um modelo

multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia As variaacuteveis

estatisticamente significativas no modelo multivariado tiveram as razotildees de

chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de confianccedila de 95

registrados Tabela 1 Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o Iacutendice Peridontal

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Organoleacuteptico Cm

Saburra Sim Natildeo

19

Resultados As caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estatildeo apresentadas na Tabela 2 Tabela 2 Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada

Paracircmetros Controle (n=40) Casos (n=80) Idade (em anos)

369 374

Saburra

Presente (n=22) Ausente (n=18)

Presente (n=65) Ausente (n=15)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=10) Odor Natural (n=10)

Halitose da Intimidade (n=12)

Halitose do Interlocutor (n=6)

Halitose Social (n=2)

Sem Odor (n=18) Odor Natural (n=22)

Halitose da Intimidade (n=21)

Halitose do interlocutor (n=15)

Halitose Social (n=04)

Iacutendice Periodontal

Sem Doenccedila (n=40)

Gengivite (n=40)

Periodontite Leve (n=15) Periodontite Moderada

(n=11) Periodontite Severa (n=14)

O tempo meacutedio gasto para a avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica e halitomeacutetrica foi de

15 minutos e 40 segundos

Os fatores de risco para aumento dos iacutendices periodontais nos

indiviacuteduos estudados foram analisados por meio de uma seacuterie de regressotildees

logiacutesticas O resultado das regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para a

seleccedilatildeo das variaacuteveis que entraram no modelo multivariado estaacute apresentado

na Tabela 3 Apenas as variaacuteveis significativas foram incluiacutedas no modelo

multivariado que realizou a sua seleccedilatildeo pelo meacutetodo stepwise

20

Tabela 3 Regressotildees logiacutesticas univariadas feitas para seleccedilatildeo das variaacuteveis para o

modelo multivariado a variaacutevel Iacutendice Peridontal eacute a variaacutevel dependente

Variaacutevel P

Gecircnero 0971

Idade lt00001

Fluxo de repouso 0005

Fluxo estimulado 0048

Organoleacuteptico 0404

Saburra 0018

significativas de forma univariada α=01

As variaacuteveis selecionadas geraram um modelo multivariado significativo (X2=

2425 p=00002) e as incluiacutedas no modelo estatildeo apresentadas na Tabela 4

juntamente com o odds ratio e o intervalo de confianccedila de 95 Foram

identificados como possiacuteveis fatores de risco para aumento dos Iacutendices

Periodontais em ordem crescente de importacircncia pelo odds ratio idade

presenccedila de saburra e fluxo salivar em repouso Tabela 4 Variaacuteveis incluiacutedas no modelo multivariado para prediccedilatildeo do iacutendice

periodontal Satildeo apresentados o coeficiente o odds ratio e o intervalo de confianccedila de

95

Variaacutevel Coeficiente OR IC (95) P

Idade -0052 095 0922

0977

00004

Fluxo de repouso 151 452 1465 13938 00087

Saburra 0454 248 1146

5367

00211

21

Discussatildeo

O modelo estatiacutestico univariado identificou das 6 variaacuteveis analisadas

inicialmente que o fluxo salivar em repouso e estimulado idade e presenccedila de

saburra poderiam estar associados agrave progressatildeo da doenccedila periodontal

(Tabela 3) Para confirmaccedilatildeo desta hipoacutetese foi gerado um modelo

multivariado que confirmou estatisticamente em ordem crescente de

relevacircncia que a idade a presenccedila de saburra e o fluxo salivar natildeo estimulado

podem ser utilizados como indicadores de risco para a gengivite e a

periodontite crocircnica (Tabela 4) Decidiu-se incluir pacientes com gengivite e

peridontite crocircnica em crescente grau de comprometimento com e sem

halitose uma vez que estas satildeo as alteraccedilotildees periodontais e queixas mais

corriqueiras na praacutetica cliacutenica dos periodontistas A populaccedilatildeo avaliada foi

distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo ao gecircnero e ao nuacutemero de

indiviacuteduos com gengivite periodontite com ou sem halitose Para caracterizar

um estudo do tipo caso-controle selecionou-se outros 20 indiviacuteduos sem

qualquer alteraccedilatildeo periodontal ou de haacutelito (Tabela 2)

A grande dificuldade de se comparar dados obtidos em diferentes

populaccedilotildees principalmente no que se refere agrave sialometria halitometria e agrave

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra eacute a falta de um protocolo cliacutenico

padronizado que seja praacutetico de custo viaacutevel confiaacutevel e de faacutecil

reprodutibilidade (Donaldson et al 2007) Dessa forma o protocolo de

avaliaccedilatildeo aqui proposto foi desenvolvido na intenccedilatildeo de facilitar sua aplicaccedilatildeo

cliacutenica e de forma sistemaacutetica baseado em diferentes meacutetodos sugeridos pela

literatura Observou-se que o tempo total requerido para a avaliaccedilatildeo

sialomeacutetrica e halitomeacutetrica ficou em torno de 15 minutos um tempo

razoavelmente baixo considerando a relevacircncia das informaccedilotildees obtidas

atraveacutes dos referidos exames Uma vez tratar-se de exames de faacutecil aplicaccedilatildeo

podem ser realizados pelas proacuteprias auxiliares odontoloacutegicas depois de

treinamento e calibraccedilatildeo adequados

O teste organoleacuteptico eacute considerado o padratildeo-ouro cliacutenico para detecccedilatildeo

da halitose (Murata et al 2002 Van Den Broek et al 2007) Devido ao seu grau

22

de subjetividade deve ser realizado por 2 examinadores Neste estudo soacute

foram incluiacutedos indiviacuteduos cujo grau de concordacircncia inter-examinador foi de

100 (Kappa = 1) considerando natildeo soacute a presenccedila da alteraccedilatildeo do odor

bucal mas tambeacutem o grau de propagaccedilatildeo do mesmo

Quanto agrave sialometria o mais importante eacute a observaccedilatildeo dos fatores que

influenciam a secreccedilatildeo salivar como horaacuterio da coleta posiccedilatildeo do corpo

exposiccedilatildeo agrave luz idade gecircnero grau de hidrataccedilatildeo ritmo circadiano olfaccedilatildeo

fumo preacutevia estimulaccedilatildeo doenccedilas sistecircmicas e medicaccedilotildees (Jornet e Fenoll

1995) Uma vez que qualquer alteraccedilatildeo na coleta inviabiliza a comparaccedilatildeo de

resultados quer seja de indiviacuteduo para indiviacuteduo ou de um mesmo indiviacuteduo a

proposta apresentada eacute bastante criteriosa quanto agrave observaccedilatildeo destes

preceitos

Quanto agrave idade sabe-se que a prevalecircncia das doenccedilas

periodontais aumenta com o passar dos anos o que natildeo significa dizer que o

envelhecimento aumenta a suscetibilidade de um indiviacuteduo apresentar a

doenccedila (Kinane e Lindhe 2005) Poreacutem numa investigaccedilatildeo em mais de 2000

idosos sobre possiacuteveis fatores de risco para a doenccedila periodontal

Torrungruang et al (2005) observaram que a idade estava significantemente

associada com a gravidade da doenccedila Resultados semelhantes foram

encontrados na presente avaliaccedilatildeo sugerindo que a idade pode ser utilizada

como um indicador de risco para a progressatildeo dos iacutendices periodontais

Outra variaacutevel associada agrave progressatildeo da doenccedila peridontal foi a

presenccedila de saburra no dorso da liacutengua (p= 00211 e odds ratio= 248) A

literatura jaacute demonstrou esta associaccedilatildeo indicando que indiviacuteduos com doenccedila

periodontal formam de 4 a 6 vezes mais saburra que indiviacuteduos saudaacuteveis

(Loesche 1999 Yaegaki e Sanada1992) Nossos achados soacute reforccedilam o

conceito de que a avaliaccedilatildeo e limpeza da liacutengua devem fazer parte usual do

tratamento periodontal uma vez que o dorso lingual eacute considerado como um

reservatoacuterio de periodontopatoacutegenos (Quirynen 1998 Loesche e Kazor 2002

Shizukuishi 2004)

A saliva possui inuacutemeras funccedilotildees e talvez a mais citada seja a sua

capacidade de proteger os tecidos bucais Entretanto nossos resultados

indicaram que a chance de um indiviacuteduo apresentar aumento nos iacutendices

23

periodontais foi maior agrave medida que apresentou maiores valores de saliva em

repouso Resultados semelhantes foram obtidos por Hinode et al (2003) numa

populaccedilatildeo portadora de halitose - com e sem doenccedila periodontal - na qual se

observou que indiviacuteduos mais afetados apresentaram fluxo salivar em repouso

aumentado quando comparado aos menos afetados Embora uma justificativa

clara natildeo tenha sido proposta para explicar tal fato os autores afirmam que

alguns componentes salivares podem funcionar como substrato para a

proliferaccedilatildeo bacteriana A plausibilidade bioloacutegica deste argumento pode estar

no fato de que o fluxo salivar em repouso eacute predominantemente mucoso ou

seja rico em mucina - glicoproteiacutena rica em prolina - responsaacutevel pela

viscosidade salivar Sterer e Rosenberg (2002) mostraram que a concentraccedilatildeo

elevada de glicoproteiacutenas salivares do tipo mucina no meio bucal favorece a

atuaccedilatildeo de enzimas entre elas a β-galactosidase capaz de promover a quebra

das cadeias laterais dos carboidratos das glicoproteiacutenas (deglicozilaccedilatildeo) Como

consequumlecircncia ocorre a liberaccedilatildeo da porccedilatildeo proteacuteica da glicoproteiacutena e o

aumento de substrato para bacteacuterias anaeroacutebicas proteoliacuteticas Gram-negativas

como a Porphyromonas gingivalis que tem um papel importante na instalaccedilatildeo

e progressatildeo da infecccedilatildeo periodontal Aleacutem da prolina a mucina eacute composta

por aminoaacutecidos como a cistina a cisteiacutena e a metionina que satildeo precursores

diretos dos sulfetos de hidrogecircnio e metimercaptanas (McNamara et al 1972

Van Den Broek et al 2007) Zappacosta et al (2007) afirmam que a cisteiacutena

salivar pode ser considerada um marcador confiaacutevel da severidade de dano

aos tecidos bucais em pacientes com periodontite

Sopapornamorn et al (2007) analisaram a relaccedilatildeo entre as proteiacutenas

presentes na saliva em repouso com os niacuteveis dos compostos sulfurados

volaacuteteis (CSV) e concluiacuteram que as proteiacutenas salivares apresentam

consideraacutevel envolvimento na formaccedilatildeo do mau odor bucal A presenccedila do

sulfeto de hidrogecircnio na cavidade bucal foi considerada um fator de virulecircncia

aos tecidos periodontais Estudos cliacutenicos e experimentais (Tonzetich 1978

Ng e Tonzetich1984 Johnson et al1996 Johnson 1998 Ratclif1999 Morita e

Wang 2001) sugerem que o sulfeto de hidrogecircnio e as metilmercaptanas os

dois CSV mais associados com o mau odor bucal contribuem

significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo das doenccedilas

24

periodontais originando assim um tipo de ciacuterculo vicioso (Zappacosta et al

2007)

Estudos tecircm demonstrado a relaccedilatildeo entre a viscosidade salivar e a

presenccedila de doenccedilas periodontais Hirotomi et al (2006) verificaram que o

baixo fluxo de saliva estimulada (lt007mLmim) somado agrave alta viscosidade

salivar (fio ge de 2 mm) pode ser um fator de risco para doenccedila periodontal em

idosos Entretanto sabe-se que para estudos deste tipo a verificaccedilatildeo da saliva

em repouso eacute mais indicada pois eacute a que estaacute presente na cavidade bucal

durante a maior parte do dia

Apoacutes avaliaccedilatildeo de todos estes dados pode-se inferir que uma vez que

a concentraccedilatildeo elevada de mucina estaacute associada a danos periodontais e que

esta concentraccedilatildeo elevada ocorreraacute quanto maior for o volume de saliva em

repouso a simples verificaccedilatildeo do fluxo salivar natildeo estimulado pode funcionar

como um meio bastante eficaz para o cliacutenico estabelecer uma relaccedilatildeo entre

saliva e doenccedila periodontal sem que para isso necessite do emprego de

metodologias complicadas (Viscosiacutemetro de Ostvald) e equipamentos de custo

elevado (Neva meter) Entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios para a

comprovaccedilatildeo das hipoacuteteses geradas

Conclusatildeo

O protocolo apresentado para avaliaccedilatildeo sialomeacutetrica halitomeacutetrica e de

saburra lingual mostrou-se viaacutevel para uso cliacutenico O aumento do fluxo salivar

em repouso a presenccedila de saburra e a idade foram indicadores de risco para o

aumento dos iacutendices periodontais

Relevacircncia Cliacutenica Monitorar as taxas do fluxo salivar de repouso e a presenccedila de saburra no

paciente periodontalmente comprometido pode ser um promissor meio de

diagnoacutestico controle e prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees periodontais Aleacutem disso satildeo

meacutetodos de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo

25

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Dawes C (1993) Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals New York Academy of Sciences pp 265-269

Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Hirotomi T Yoshihara A Ogawa H Ito K Igarashi A Miyazaki H (2006) A preliminary study on the relationship between stimulated saliva and periodontal conditions in community-dwelling elderly people Journal of Dentistry v4 9 692-698

Hinode D Fukui M Yokoyama N Yokoyama M Yoshioka M Nakamura R (2003) Relationship between tongue coating and secretory-immunoglobulin A level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical Peridontology 30 1017-1023

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen J Periodont Res 31 323 -329 Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts J Periodont Res 27 553-561 Jornet PL Fenoll AB (1995) Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol Chir Maxillofac 5 342- 346 Kaufman E Lamster IB (2000) Analysis of saliva for periodontal diagnosis J Clin Periodontol 27453-65 Kinane DF Lindhe J (2005) Cap8 ndash Peridontite Crocircnica In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 205-211

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109

Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surg 135(5)671-676 Loesche WJ De Boever EH (1997) Main Microbial Contributors to Oral Malodor In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 Loesche WJ (1999) The effects of antimicrobial mouthrinses on oral malodor and Their status relative to US Food and Drug Administration regulations Quint Int v30 5 311-318 Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol 2000 28256-279

26

Lotufo RF Pannuti CM (2003) Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na tomada de decisotildees cliacutenicas In Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp 29-35 McCulloch AG Bosy A (1997) Relationship of oral malodor and periodontitis In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7 110-116 McNamara TF Alexander JF Lee M (1972) The role of microorganisms in the production of oral malodor Oral Surgery v3 4 41-48 Mombelli A (2007) Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica Periodontologia 2000 13 30-39 Morita M Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease J Periodontol 72 79-84 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52181-186 Nakano Y Yoshimura M Koga T (2002) Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa J Dent Res 633 994-997 Polson AM Goodson JM (1985) Periodontal diagnosis ndash current status and future need Journal of Periodontology 56 25-34 Quirynen M Mongardini C van Steenberghe D (1998) The effect of a 1-stage full-mouth disinfection on oral malodor and microbial colonization of the tongue in periodontits patients A pilot study J Periodontol 69374-382 Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review J Periodontol v70 5 485 ndash 489

Shizukuishi N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

Slomiany BL Murty VLN Piotrowski J Slomiany A (1996) Salivary mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 27 5761-5771 Socransky SS Haffajee AD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

27

Sopapornamorn P Ueno M Shinada K Yanagishita M Kawaguchi Y (2007) Relationship between total salivary protein content and volatile sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 103(5) 655-60 Sreebny LM (1992) Saliva Its role in health and diseases International Dental Journal v 42 4 291-304

Sterer N Greenstein RB Rosenbergh M (2002) Beta-galactosidase activity in saliva is associated with oral malodor Journal Dental Research v 81 3 182-185

Sterer N Rosenberg M (2002) Effect of deglycosylation of salivary glycoproteins on oral malodor production International Dental Journal v3 52 229-232 Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness International Dental Journal 28 309-319 Torrungruang K Tam Sailon S Rojanasomsith K (2005) Risk indicators of periodontal disease in older Thai adults J Periodontol 76(4) 558-565 Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Denistryt 35(8) 627-35 Van der Velden U (2007) Propoacutesitos e problemas da classificaccedilatildeo da doenccedila periodontal Periodontologia 2000 13 13-21 Van Winkelhoff AJ Winkel EG (2007) Diagnoacutestico microbioloacutegico em periodontia significado bioloacutegico e legitimidade cliacutenica Peridontologia 2000 1340-51 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da Halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas p375-85

Yaegaki K Sanada K (1992) Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically healthy subjects and patients with periodontal disease J periodont Res 27233-238 Zappacosta B Manni A Persichilli S Boari A Scribano D Minucci A Raffaelli L Giardina B De Sole P (2007) Salivary thiols and enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry doi101016j Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de marccedilo de 2007

________________ 5 ARTIGO 2

28

5 ARTIGO 2

Halitose descriccedilatildeo e relevacircncia de uma nova abordagem para avaliaccedilatildeo cliacutenica do odor bucal atraveacutes do teste organoleacuteptico

(A ser enviado para publicaccedilatildeo no Oral Diseases)

Objetivo avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para o aumento dos escores do teste organoleacuteptico e sua relevacircncia cliacutenica

Meacutetodos foram selecionados 120 indiviacuteduos de ambos os gecircneros e na faixa etaacuteria de 18 a 66 anos com as seguintes caracteriacutesticas 60 portadores de halitose com ou sem doenccedila periodontal e 60 indiviacuteduos sem halitose com ou sem doenccedila periodontal Foram excluiacutedos deste estudo tabagistas portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e indiviacuteduos sob uso de medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os indiviacuteduos foram submetidos ao teste organoleacuteptico coleta de saliva anamnese e exame cliacutenico para detecccedilatildeo de presenccedila de saburra no dorso lingual e avaliaccedilatildeo periodontal Regressotildees logiacutesticas foram realizadas para selecionar as variaacuteveis para um modelo multivariado stepwise no qual o escore do teste organoleacuteptico foi a variaacutevel dependente

Resultados o teste organoleacuteptico foi considerado de execuccedilatildeo faacutecil e raacutepida por ter sido realizado por profissionais treinados e calibrados Testes de regressotildees logiacutesticas univariada demonstraram que a leitura positiva do teste organoleacuteptico foi maior na presenccedila de saburra lingual (p=00001) mostrando-se efetiva na detecccedilatildeo de indiviacuteduos portadores de halitose

Conclusatildeo o modelo apresentado para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico mostrou-se clinicamente viaacutevel e a relevacircncia do teste foi demonstrada pela sua associaccedilatildeo com a presenccedila de saburra lingual

Unitermos halitose saliva e doenccedilas periodontais

29

INTRODUCcedilAtildeO

A capacidade olfativa como instrumento de diagnoacutestico natildeo deve ser

ignorada por aqueles que trabalham na aacuterea de sauacutede (Whittle et al 2007) A

avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada o meio de diagnoacutestico cliacutenico da

halitose mais praacutetico e confiaacutevel (Schmidt et al 1978 Van Steenberghe 1997

Murata et al 2002 Van Den Broek 2007) pois os equipamentos portaacuteteis

indicados para tal fim natildeo quantificam os compostos orgacircnicos volaacuteteis (COV)

da halitose e nem todos os compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) (Rosenberg et

al 1991) Diferentes protocolos de exames tecircm sido propostos (Schimdt et al

1978 Rosemberg et al 1991 Yaegaki amp Coil 2000 Kazor et al 2003 Vieira amp

Falcatildeo 2003) e inuacutemeras ferramentas satildeo utilizadas para o diagnoacutestico da

halitose poreacutem a avaliaccedilatildeo do odor bucal ainda natildeo eacute uma praacutetica cliacutenica

usual influenciando muito pouco agraves decisotildees de tratamento Tal constataccedilatildeo eacute

bastante intrigante visto que os estudos epidemioloacutegicos mostram que haacute um

grande nuacutemero de portadores de halitose nas populaccedilotildees estudadas (Meskin

1996 Taani 2002 Krespi et al 2006 Van Den Broek et al 2007) e que a

halitose pode ser um sinal ou um sintoma de vaacuterias desordens sistecircmicas e

bucais (Tangerman 2002 Finkelstein 2003 Arseculeratine et al 2007)

Variados estudos (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et al

1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) sugerem que os

sulfidretos (H2S) e as metilmercaptanas (CH3SH) responsaacuteveis por

aproximadamente 90 do odor bucal (Tonzetich 1977) tecircm accedilatildeo deleteacuteria

sobre os tecidos periodontais (Socransky et al 2005)

O exame organoleacuteptico pode ser definido como uma teacutecnica de

avaliaccedilatildeo da qualidade do haacutelito atraveacutes do olfato do examinador Eacute um meacutetodo

simples prontamente disponiacutevel barato e natildeo restrito apenas agrave percepccedilatildeo dos

CSV pois o olfato humano eacute capaz de detectar mais de 1000 sensaccedilotildees

olfatoacuterias primaacuterias separadas (Guyton amp Hall 1996) Entretanto alguns autores

ressaltam o risco potencial da avaliaccedilatildeo organoleacuteptica devido agrave possibilidade

de se adquirir doenccedilas transmitidas pelo fluxo expiratoacuterio do paciente (Lee et

al 2004)

O sistema de escores para estimar a intensidade do odor mais utilizado

em pesquisas para a avaliaccedilatildeo organoleacuteptica eacute baseado na escala proposta

30

por Rosenberg et al (1991) que considera 0 = sem odor perceptiacutevel 1= odor

fracamente perceptiacutevel 2 = odor perceptiacutevel 3 = odor moderado 4 = odor forte

e 5 = odor extremamente forte

Van Steenberghe (2004) utiliza a escala acima citada poreacutem se

propotildeem a identificar o local de origem do odor Seraacute de origem da saburra

saliva e fluiacutedo crevicular quando o examinador identificar alteraccedilatildeo de odor

atraveacutes do ar parado na cavidade bucal enquanto o paciente segura a

respiraccedilatildeo seraacute de origem sistecircmica e bucal quando a identificaccedilatildeo ocorrer

atraveacutes do ar expirado do pulmatildeo passando pela boca de origem dos

brocircnquios e pulmotildees quando o ar eacute expirado forccediladamente de origem das

mucosas jugal liacutengua e palato identificando o ar em volta do paciente

enquanto este conta ateacute vinte considerando que a boca ficaraacute seca de origem

dos diferentes terccedilos da liacutengua atraveacutes do ar exalado pelo paciente depois de

lamber seu proacuteprio pulso usando o primeiro terccedilo lingual (terccedilo anterior do

dorso lingual) terccedilo meacutedio e terccedilo posterior da liacutengua respectivamente

sugerem ainda a avaliaccedilatildeo do odor da saburra removida com uma sonda

periodontal ou uma colher da saliva cuspida dentro de um copo pequeno e

raso e finalmente do ar expirado pelo nariz avaliando uma narina de cada vez

O meacutetodo preconizado por Yaegaki e Coil (2000) avalia o odor bucal

atraveacutes de um tubo plaacutestico inserido dentro da boca do paciente para prevenir a

diluiccedilatildeo do ar exalado no ambiente de avaliaccedilatildeo Nesse momento o paciente eacute

orientado a exalar lentamente o ar enquanto o examinador se posiciona do

outro lado do tubo Os autores sugerem em caso de se querer mais

privacidade a colocaccedilatildeo de uma tela entre o examinador e o examinado com

um orifiacutecio para a passagem do tubo evitando-se o contato visual O mesmo

meacutetodo pode ser usado para se avaliar o odor do ar exalado pelas narinas

posicionando o tubo em uma narina enquanto a outra eacute mantida fechada com o

dedo indicador

Krespi et al (2006) afirmam que o diagnoacutestico do mau haacutelito baseado na

distinccedilatildeo dos odores relacionados a determinadas patologias pode ser mais

interessante propondo 1 = odor caracteriacutestico das alteraccedilotildees periodontais 2 =

31

odor do dorso posterior da liacutengua 3 = odor de dentadura e 4 = odor nasal

caracteriacutestico

Considerando que halitose eacute a percepccedilatildeo da alteraccedilatildeo na qualidade do

odor do fluxo expiratoacuterio o meacutetodo apresentado (Vieira amp Falcatildeo 2007) propotildee

que a avaliaccedilatildeo desta alteraccedilatildeo seja realizada em funccedilatildeo da capacidade de

propagaccedilatildeo do odor avaliando a distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo deste Deve-

se observar tambeacutem a sua frequumlecircncia atraveacutes da mensuraccedilatildeo seriada em dias

diferentes Desta forma seguem-se os seguintes criteacuterios de avaliaccedilatildeo

Quanto agrave sua frequumlecircncia

bull Contiacutenua presente de forma constante

bull Intermitente presente de forma intervalada

bull Transitoacuteria presente como evento isolado

2 Quanto ao grau de propagaccedilatildeo e distacircncia miacutenima de percepccedilatildeo

bull Halitose da intimidade perceptiacutevel a uma distacircncia de 15

cm ou seja apenas quando o portador estiver bem proacuteximo do examinador

bull Halitose do interlocutor perceptiacutevel agrave distacircncia de 50 cm -

distacircncia meacutedia de conversaccedilatildeo

bull Halitose social perceptiacutevel a distacircncias maiores de 50 cm

quando o odor exalado se propaga pelo ambiente

Visto que o teste organoleacuteptico eacute de faacutecil execuccedilatildeo e considerado

padratildeo ouro para a detecccedilatildeo da halitose o objetivo deste trabalho foi avaliar a

possiacutevel existecircncia de indicadores de risco para aumento dos escores de

comprometimento do odor bucal detectado por meio deste exame

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Cento e vinte indiviacuteduos de ambos os gecircneros com idade entre 18 e 66 anos

(meacutedia 37anos) foram divididos equitativamente em casos (portadores de

halitose e de halitose com doenccedila periodontal) e em controles (indiviacuteduos sem

halitose com ou sem doenccedila periodontal) Todos os indiviacuteduos foram

submetidos ao teste organoleacuteptico e sialomeacutetrico seguidos de uma anamnese

32

e exame cliacutenico criteriosos no qual foi avaliada a presenccedila de saburra no dorso

lingual e realizada avaliaccedilatildeo periodontal Foram excluiacutedos tabagistas

portadores de doenccedilas sistecircmicas portadores de pseudo-halitose edentados e

indiviacuteduos sob uso corrente ou ateacute 3 semanas anteriores aos exames de

medicaccedilotildees xerogecircnicas e de antibioacuteticos Todos os testes foram realizados

entre 900 e 1100 horas da manhatilde

1 Avaliaccedilatildeo Organoleacuteptica

O teste organoleacuteptico foi realizado por 2 examinadores (auxiliar e o dentista)

cegos e calibrados (treinamento baseado em experiecircncia cliacutenica) O odor bucal

foi avaliado desde o momento em que o paciente entrou na sala de

esperaescritoacuterio atraveacutes da percepccedilatildeo do odor impregnado no ambiente

(Figura 1) e durante a conversaccedilatildeo (preenchimento de fichaanamnese) (Figura

2) Nos casos em que natildeo se detectou a halitose o paciente foi orientado a

manter-se sentado de boca fechada e respirando apenas pelo nariz por 2

minutos (Timer - West Bendreg- Eletronic) Tempo suficiente para paramentaccedilatildeo

do paciente e do examinador Uma reacutegua de 15 cm foi posicionada no sulco

mentoniano do paciente em direccedilatildeo agrave base do nariz do examinador (Figura 3)

Na sequumlecircncia o paciente exalou lentamente o ar contido na boca e o registro foi

feito de acordo com os escores apresentados no Quadro1

Quadro- 1 Escores organoleacutepticos para avaliaccedilatildeo do odor bucal

Escala organoleacuteptica

0 = sem odor

1 = odor natural

2 = odor perceptiacutevel a partir 15cm

3 = odor perceptiacutevel a partir de 50cm

4 = odor perceptiacutevel no ambiente

O emprego da reacutegua somente foi utilizado nos pacientes em que a halitose

natildeo foi perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo e nem no ambiente

33

Fig 1 Tomada da halitose social realizada pela auxiliar odontoloacutegica ao receber o

paciente na sala de espera verificando se a halitose eacute perceptiacutevel no ambiente

Fig 2 Tomada da halitose do interlocutor realizada pela auxiliar odontoloacutegica durante

o preenchimento da ficha cadastral do paciente

Fig 3 Tomada da halitose da intimidade realizada pela auxiliar odontoloacutegica apoacutes

natildeo ter detectado odor alterado no haacutelito do paciente durante o preenchimento da

ficha cadastral

Instruccedilotildees dadas aos participantes

34

Vinte e quatro horas antes da realizaccedilatildeo dos exames os pacientes foram

orientados a natildeo ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes natildeo

usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba cremes hidratantes

etc) natildeo fazer uso de soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos natildeo consumir

bebidas alcooacutelicas natildeo ingerir cafeacute eou bebidas aromatizadas ateacute 03 horas

antes do exame fazer jejum de 2 horas realizar higiene bucal imediatamente

apoacutes a uacuteltima refeiccedilatildeo beber aacutegua se sentir sede ateacute 30 minutos antes e

manter o celular desligado durante a realizaccedilatildeo dos exames

Procedimentos cliacutenicos padronizados

Os examinadores seguiram as mesmas instruccedilotildees relacionadas aos cuidados

em natildeo ingerir alimentos e bebidas aromaacuteticas natildeo usar perfume ou qualquer

tipo de loccedilatildeo ou cosmeacutetico aromaacutetico durante a semana de trabalho Todos os

exames foram realizados entre 900 e 1100 horas da manhatilde e a avaliaccedilatildeo

halitomeacutetrica foi realizada por 2 examinadores treinados calibrados e cegos O

tempo para a execuccedilatildeo dos exames sialomeacutetrico e halitomeacutetrico foi

cronometrado

2 Sialometria

Foi realizada durante 5 minutos tanto para saliva em repouso quanto

estimulada e o total coletado foi aspirado por uma seringa Luer para

mensuraccedilatildeo O valor obtido em mililitros foi dividido por cinco e expressado em

mL por minuto (metodologia descrita em outra publicaccedilatildeo)

3 Anamnese Inicial

Os pacientes foram submetidos a uma anamnese detalhada considerando o

histoacuterico pessoal meacutedico odontoloacutegico da halitose comportamental salivar

haacutebitos alimentares e sociais Esta abordagem deve considerar a caracteriacutestica

etioloacutegica multi-fatorial da halitose visando assim coletar o maior nuacutemero de

informaccedilotildees para determinar os principais fatores sistecircmicos e bucais que

possam estar favorecendo a formaccedilatildeo de odorivetores ofensivos ao olfato

35

humano Desta forma o profissional teraacute maior subsiacutedio para determinar os

possiacuteveis locais de origem da halitose

4 Exame Cliacutenico

41 Avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra

A presenccedila da saburra foi determinada pelo dentista atraveacutes de inspeccedilatildeo

visual considerando 1= com saburra (Figura 1) e 2 = sem saburra (Figura 2)

Figura 1 Liacutengua com saburra

Figura 2 Liacutengua sem saburra

36

42 Avaliaccedilatildeo Periodontal

Foram selecionados pacientes com gengivite e periodontite crocircnica com e sem

halitose Realizou-se sondagem circunferencial delicada (sonda periodontal

milimetrada Hu-Friedreg modelo PC1511BR) em 6 siacutetios em todos os dentes

presentes na boca considerando a profundidade de bolsa (PPD) e

sangramento agrave sondagem em pelo menos 2 siacutetios de cada sextante com

dentes Assim foi considerado Gengivite sextantes com sangramento agrave

sondagem e com PPD le a 3mm Periodontite Leve sextantes com

sangramento e PPD gt 3mm ateacute lt 5mm Periodontite Moderada sextantes com

sangramento e PPD ge de 5mm ateacute lt 7mm Periodontite Severa sextantes com

sangramento e PPD ge a 7mm

Para registro dos Iacutendices Periodontais foi considerado 0=sauacutede periodontal

1=gengivite 2= periodontite leve 3=periodontite moderada 4=periodontite

severa

ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

A avaliaccedilatildeo dos possiacuteveis fatores de risco para aumento dos escores do teste

organoleacuteptico foi feita por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas

univariadas Regressotildees logiacutesticas univariadas foram realizadas com a variaacutevel

dependente avaliaccedilatildeo organoleacuteptica e as variaacuteveis independentes contidas na

Tabela 1 O niacutevel de significacircncia dos modelos univariados foi de 5 Aquelas

que se mostraram significativas de forma univariada foram incluiacutedas em um

modelo multivariado stepwise com o mesmo niacutevel de significacircncia Foram

registradas as razotildees de chance (odds ratio) com os respectivos intervalos de

confianccedila de 95 registrados

37

Tabela 1 - Variaacuteveis independentes utilizadas nas regressotildees logiacutesticas

univariadas tendo como variaacutevel dependente o teste organoleacuteptico

Variaacutevel Independente Unidade

Gecircnero Feminino Masculino

Idade Anos

Iacutendice periodontal Mm

Fluxo de repouso mLmin

Fluxo estimulado mLmin

Saburra Sim Natildeo

RESULTADOS

O tempo meacutedio para execuccedilatildeo do teste organoleacuteptico foi de 4 minutos e

40 segundos somando-se o tempo gasto pelos 2 examinadores e as

caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada estaacute apresentada na Tabela 2 Os

fatores de risco para aumento dos escores do teste organoleacuteptico foram

estudados por meio de uma seacuterie de regressotildees logiacutesticas O resultado das

regressotildees logiacutesticas univariadas estaacute apresentado na Tabela 3 Dentre as

variaacuteveis estudadas apenas a presenccedila de saburra se mostrou um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001)

Tabela 2 - Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo Estudada Paracircmetros Controle (n=60) Casos (n=60)

Idade (em anos) 369 348

Saburra

Presente (n=36) Ausente (n=24)

Presente (n=51) Ausente (n=09)

Teste Organoleacuteptico

Sem Odor (n=28)

Odor Natural (n=32)

Halitose da Intimidade (n=33) Halitose do interlocutor (n=21)

Halitose Social (n=06)

Iacutendice Periodontal

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=07)

Periodontite moderada (n=06) Periodontite grave (n=07)

Sem doenccedila (n=20)

Gengivite (n=20) Periodontite leve (n=08)

Periodontite moderada (n=05) Periodontite grave (n=07)

38

Tabela 3 - Variaacuteveis incluiacutedas no modelo univariado sequumlecircncia de entrada

coeficiente odds ratio e intervalo de confianccedila de 95

Variaacutevel Coeficiente OR CI (95) P

Gecircnero -0048 0909 0480 1722 0979

Idade -0014 0986 0960 1013 0300

Fluxo salivar de repouso 0276 1318 0462 3764 0606

Fluxo salivar estimulado 0244 1277 0716 2275 0407

Saburra 1496 4466 2069 9639 00001

significativas ao niacutevel de 5

DISCUSSAtildeO

Algumas variaacuteveis que possivelmente pudessem estar associados agrave

presenccedila de halitose foram avaliadas estabelecendo como variaacutevel

dependente o teste organoleacutetico Os resultados mostraram que o teste

organoleacuteptico positivo estava estatisticamente associado agrave presenccedila de

saburra lingual o mesmo que dizer que a presenccedila de saburra eacute um fator

preditivo para aumentos dos escores do teste organoleacuteptico (p=00001) Este

achado eacute bastante relevante ao se considerar que a saburra lingual eacute a

principal fonte primaacuteria de formaccedilatildeo de compostos sulfurados volaacuteteis (CSV) na

cavidade bucal (Liu et al 2006 Krespi et al 2006 Lundgren et al 2007 ) que

por sua vez satildeo responsaacuteveis por aproximadamente 90 das alteraccedilotildees

relacionadas ao odor bucal (Tonzetich 1977) De acordo com van den Broek

(2007) a liacutengua eacute o maior siacutetio de produccedilatildeo de CSV em indiviacuteduos saudaacuteveis

(sem doenccedila periodontal e sem halitose) Estudos sugerem que estes

compostos contribuem significantemente para a patogecircnese e a manutenccedilatildeo

das doenccedilas periodontais (Tonzetich 1978 Ng amp Tonzetich 1984 Johnson et

al 1996 Johnson 1998 Ratclif 1999 Morita amp Wang 2001) e satildeo considerados

extremamente toacutexicos durante os processos de cicatrizaccedilatildeo apoacutes cirurgias

periodontais e de implantes (Yaegaki 1986)

A proposta eacute se discutir a avaliaccedilatildeo da possiacutevel existecircncia de fatores de

risco para aumento do odor bucal detectado por meio do teste organoleacuteptico A

39

populaccedilatildeo avaliada neste estudo foi distribuiacuteda de forma equumlitativa em relaccedilatildeo

ao gecircnero ao nuacutemero de pacientes portadores de gengivite e periodontite

crocircnica com ou sem halitose devido agrave necessidade de se incluir momentos

diferentes do comprometimento periodontal e assim obter paracircmetros

relacionados agrave evoluccedilatildeo da doenccedila e a sua influecircncia sobre os diferentes

escores organoleacutepticos A meacutedia de idade dos casos e controles foi de 348 e

369 respectivamente sem poreacutem influenciar os resultados

Por se tratar de um estudo no qual a presenccedila ou natildeo da halitose era

essencial para a confiabilidade dos resultados foram incluiacutedos apenas os

pacientes cuja concordacircncia inter-examinador foi de 100 (Kappa =1) tanto

em relaccedilatildeo agrave presenccedila quanto ao grau de percepccedilatildeo do mau odor

Sabe-se que as ceacutelulas olfativas rapidamente se adaptam a um

determinado odor o que impede que o portador de halitose perceba o seu

haacutelito alterado e aqueles que o fazem (amigos parentes ect) se sentem

embaraccedilados em tecer algum comentaacuterio sobre o assunto (Vieira amp Falcatildeo

2002) Historicamente a halitose causa seacuterios transtornos emocionais tanto

para o portador quanto para aqueles que convivem com ele (Rosemberg amp Leib

1995 Oho 2001)

Alguns monitores portaacuteteis para detecccedilatildeo da halitose foram

desenvolvidos e se encontram no mercado jaacute haacute algum tempo entretanto a

capacidade de detecccedilatildeo de odorivetores destes dispositivos natildeo se compara agrave

do olfato humano (Donaldson 2007) Corroborando com as diretrizes

estabelecidas pela ADA que sugerem a utilizaccedilatildeo das medidas organoleacutepticas

como o indicador primaacuterio da halitose (Wozniac 2005) Por esta razatildeo apesar

do teste organoleacuteptico ser subjetivo ainda eacute considerado o padratildeo ouro para

avaliaccedilatildeo cliacutenica do mau haacutelito (Kleinberg et al 1996 Loesche amp Kazor 2002

Van Den Broek 2007)

A observaccedilatildeo cliacutenica dos pacientes incluiacutedos nesta pesquisa nos

permitiu perceber que houve uma boa aceitaccedilatildeo quanto agrave aplicaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico Muitos pacientes relataram ter certa preocupaccedilatildeo referente ao

seu proacuteprio haacutelito mas se sentiam intimidados em abordar o assunto com as

pessoas do seu ciacuterculo social e ateacute mesmo com outros profissionais de sauacutede

40

Esta observaccedilatildeo reforccedila o conceito de que a realizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico eacute relevante natildeo soacute para pacientes que se queixam de halitose

mas como exame de rotina nas avaliaccedilotildees odontoloacutegicas Para isso a

padronizaccedilatildeo metodoloacutegica e a viabilidade cliacutenica do exame bem como o

conhecimento dos fatores fisioloacutegicos e natildeo fisioloacutegicos que influenciam a

alteraccedilatildeo do odor do fluxo expiratoacuterio satildeo fundamentais A falta de orientaccedilatildeo e

a natildeo observaccedilatildeo dos cuidados preacutevios agrave execuccedilatildeo do teste por parte do

dentista e do paciente respectivamente podem contribuir para um aumento na

leitura de falsos positivo eou negativo

As metodologias jaacute propostas para realizaccedilatildeo do teste organoleacuteptico

oferecem margem a criticas pois se baseiam na intensidade do odor

(Rosemberg 1991) - fraco forte extremo ou leve - ou no local de origem do

odor (van Steenberghe 2004 Krespi 2006) - odor caracteriacutestico de doenccedila

periodontal proacutetese dorso lingual etc - Estes paracircmetros que na teoria

ajudariam na aplicaccedilatildeo do teste o tornam mais subjetivo ainda Isso fica claro

ao se verificar que os resultados de trabalhos que utilizaram a escala de

intensidadeorigem satildeo apresentados atraveacutes de variaacuteveis binaacuterias 1 para

resultados positivos (com halitose) e 0 para resultados negativos (sem halitose)

(Oho et al 2001) Nossos resultados mostraram que a utilizaccedilatildeo da reacutegua

permitiu fixar em centiacutemetros a distacircncia para a avaliaccedilatildeo do odor

possibilitando determinar os diferentes escores de intensidade diminuindo

dessa forma o grau de subjetividade do teste Quanto agrave determinaccedilatildeo do local

de formaccedilatildeo dos odorivetores acredita-se que soacute eacute possiacutevel fazecirc-lo atraveacutes de

uma anamnese detalhada associada a um exame cliacutenico minucioso

Um dos resultados interessantes foi que natildeo houve associaccedilatildeo entre os

escores organoleacutepticos e as alteraccedilotildees periodontais O que corrobora com De

Boever amp Loesche (1995) que constataram que a formaccedilatildeo de mau haacutelito esta

muito mais associada agrave saburra lingual do que com a severidade da doenccedila

periodontal Indiviacuteduos com e sem queixa de halitose foram avaliados e

nenhuma correlaccedilatildeo significante foi encontrada entre halitose e alteraccedilotildees

periodontais poreacutem observou-se uma relaccedilatildeo significante entre os niacuteveis de

CSV na cavidade bucal e a presenccedila de saburra lingual (De Boever amp Loesche

1994)

41

Uma vez que a halitose pode acometer tanto indiviacuteduos saudaacuteveis

quanto indiviacuteduos doentes portadores de alteraccedilotildees patoloacutegicas bucais e

sistecircmicas independente de gecircnero idade e raccedila e que a presenccedila da

halitose eacute capaz de causar seacuterios problemas de relacionamento e

comportamento na vida de um indiviacuteduo (Eli et al1996) a utilizaccedilatildeo do teste

organoleacuteptico torna-se relevante Desta forma este estudo sugere que a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de compostos sulfurados volaacuteteis na cavidade bucal

possa ser utilizada como mais uma ferramenta de diagnoacutestico e um promissor

objeto de investigaccedilatildeo Entretanto ressalta-se a importacircncia da padronizaccedilatildeo

dos meacutetodos para que os dados possam ser comparaacuteveis

CONCLUSAtildeO A presenccedila de saburra eacute um indicador de risco para os aumentos dos

escores do teste organoleacuteptico o que torna a realizaccedilatildeo deste exame e a

avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra clinicamente relevantes

42

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Arseculeratne G Wong AK Goudie DR Ferguson J (2007) Trimethylaminuria (fish-odor syndrome) a case report Arch Dermatol 143 81-84 De Boever EH amp Loesche WJ (1994) Relationship between volatile sulfur compounds BANA hydrolyzing bacteria and gingival health in patients with and without complains of oral malodor J Clin Dent 4 114-119 De Boever EH amp Loesche WJ (1995) Assessing the contribution of the anaerobic microflora of the tongue to oral malodor Journal American Dental Associations 126 1384-1393 Donaldson AC Riggio MP Rolph HJ Bagg J Hodje PJ (2007) Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 13 63-70

Eli I Baht R Kleinhauz M amp Litter MM( 1996) The complaint of oral malodor possible Phychopathological aspects Psychosomatic Medicine 58 156-159 Finkelstein YO (2003) Otorrinolaringologista e o Paciente com Halitose In Rosenberg M Halitose Perspectivas em Pesquisa 2a ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 110-118

Guyton AC Hall JE (1996) Cap36 ndash Os sentidos da olfaccedilatildeo e gustaccedilatildeo In Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenccedilas 6deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 382-392

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1996) Effect of metil mercaptan on synthesis and degradation of collagen Journal of Periodontology Research 31 323 -329

Johnson PW Yaegaki K Tonzetich J (1998) Effect of volatile thiol compounds on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology Research 27 553-561

KazorCE MitchellPM Lee AM et al Diversirty of bacterial populations on the tongue dorsa of patients with halitosis and healthy patients Journal of Clinical Microbiology 41 558-563 Krespi YP Shrime MG Kacker A (2006) The relationship between oral malodor and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngology Head Neck Surgery 135 671-676

Kleinberg I Codipilly DPM Globerman DY (1996) Oxigen depletion by oral microbiota and its role in oral malodour formation In Steenberghe D Rosenberg M

43

Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven University Press pp 95-109 Lee PCC Mak WY Newsome P (2004) The etiology and treatment of oral

halitosis an update Hong Kong Medical Journal v10 6 414-418

Liu XN Shinada K Chen XC Zhang BX Yaegaki K Kawaguchi Y (2006) Oral malodor- related parameters in the Chinese general population Journal of Clinical Peridontology 33 31-16

Loesche W Kazor C (2002) Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28 256-279

LundgrenT MobiliaA Hallstroumlm H Egelberg J (2007) Evaluation of tongue coating indices Oral Disease 13 177-180 Meskin LH (1996) A breath of fresh air Journal of the American Dental Association 127 1282-1286 Morita M amp Wang H L (2001) Relationship between sulcular sulfide level and oral malodor in subjects with periodontal disease Journal of Periodontology 72 79-84

Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H (2002) Proceedings of Fifth International Conference on Breath Odor International Dental Journal 52 181-186 Ng W Tonzetich J (1984) Effect of hydrogen sulfite and methyl mercaptan on the permeability of oral mucosa Journal Dental Research 633 994-997

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Characteristics of patients complaining of halitosis and the usefulness of gas chromatography for diagnosing halitosis Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v 91 5 531-559

Oho T Yoshida Y Shimazaki Y Yamashita Y Koga T (2001) Psychological condition of patients complaining of halitosis Journal of Dentistry 29 31- 33

Ratclif PA Johnson PW (1999) The relationship between oral malodor gingivitis and periodontitis A review Journal of Periodontology v70 5 485 ndash 489 Rosenberg M Kulkarni GV Bosy A (1991) Reproducibility and sensitivity of oral malodor measurements with a portable sulphide monitor Journal Dental Research v 70 11 1436-1440 Rosenberg M amp Leib E (1995) Experiances of an Israeli Malodor Cliacutenic In Rosenberg M editor Bad breath research perpectives 2nd ed TelAviv Ramot Publishing 137-148

44

Schmidt NF Missan SR Tarbet WJ (1978) The correlation between organoleptic mouth-odor ratings and levels of volatile sulfur compounds Oral Surgery 45 560-567

Socransky SS amp Haffajee AD (2005) Cap4 ndash Microbiologia da doenccedila peridontal In Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan 105-147 Taani DQ (2002) Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance among adults in Jordan International Dental Journal 52 94-98

Tangerman A (2002) Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 52 201-206

Tonzetich J (1978) Oral malodor an indicator of health status and oral cleanliness Internacional Dental Journal 28 309-319 Tonzetich J (1977) Production and origin of oral malodor a review of mechanisms and methods of analysis Journal of Periodontology 48 13-20

Van den Broek AM Feenstra L de Baat C (2007) A review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry 35 627-35 Van Steenberghe D (1997) Breath malodor Curr Opin Periodontol 4 137-143 Van Steenberghe D (2004) Breath Malodor a step-by-step approach Clinical Examination Quintessence Publishing Co pp 32-71

Vieira CN Falcatildeo DP Leal SC (2002) Chemosensory dysfunction and imaginary halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal 52 Suppl 3 187-91 Vieira CN Falcatildeo DP (2003) Tratamento imediato da halitose Cap 20 In Odontologia arte e conhecimento Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas p375-85 Vieira CN Falcatildeo DP (2007) Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de tratamento Cap20 Satildeo Paulo Ed Artes Meacutedicas pp292-310 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G (2007) Human breath odors and their use in diagnosis Annais New York Academy Science 1098 252-266

Wozniak WT (2005) The ADA guidelines on oral malodor products Oral Disease 11 Suppl 1 pp 7-9

45

Yaegaki K Tonzetich J Ng W (1986) Improved high ndash performance liquid chromatography method for quantitation of proline and hydroxiproline in biological materials Journal Chromatography 356163-170 Yaegaki K Coil JM (2000) Examination classification and treatment of halitosis clinical perspectives Journal Canandense Dental Association 66 257-261

__________________ 6 CONSIDERACcedilOtildeES

FINAIS

46

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se avaliar os dados obtidos neste estudo com os que sustentam a

influecircncia da concentraccedilatildeo de glicoproteiacutenas salivares tanto na halitose

como na instalaccedilatildeo e progressatildeo de danos nos tecidos periodontais

levanta-se a seguinte hipoacutetese

Quanto mais saliva em repouso o indiviacuteduo produz maior eacute a quantidade

disponiacutevel de glicoproteiacutenas no conteuacutedo salivar visto que a saliva em

repouso eacute predominantemente mucosa ou seja viscosa rica em mucina

Disponibilizando desta forma ao meio bucal os aminoaacutecidos cistina

cisteiacutena e metionina precursores dos compostos sulfurados volaacuteteis bem

como favorecendo o aumento da microbioacuteta proteoliacutetica Gram-negativa por

ser um adequado substrato para estas espeacutecies Considerando a accedilatildeo

deleteacuteria dos sulfetos de hidrogecircnio e das metilmercaptanas aos tecidos

periodontais bem como o favorecimento no aumento da microbioacuteta

periodontopatogecircnica estabelecer o verdadeiro papel destes eventos na

instalaccedilatildeo e progressatildeo das doenccedilas periodontais parecem ser relevantes

questotildees a se pesquisar Estudos futuros poderatildeo alcanccedilar resultados

significantes que sejam capazes de sanar as duacutevidas e direcionar o

profissional a realizar novos exames cliacutenicos de forma rotineira que

adicionem relevantes informaccedilotildees agrave sauacutede periodontal e agrave qualidade do

odor bucal de seus pacientes

__________________ 7 PERSPECTIVAS

FUTURAS

47

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

1 Atraveacutes de estudos longitudinais avaliar o papel da produccedilatildeo da saliva de

repouso na manutenccedilatildeo e controle da sauacutede periodontal

2 Avaliar a produccedilatildeo salivar em repouso e estimulada para verificar se valores

convergentes pode ser fator de risco e preditivo nas alteraccedilotildees periodontais

3 Avaliar a concentraccedilatildeo de mucina salivar em diferentes valores de fluxo

salivar em repouso em pacientes periodontalmente afetados

4 Validar o exame organoleacuteptico quanto a sua reprodutibilidade e

confiabilidade

5 Avaliar o iacutendice de discordacircncia entre o teste organoleacuteptico e o halimeter

6 Avaliar a associaccedilatildeo da presenccedila da saburra lingual com a halitose e a

doenccedila peiodontal atraveacutes de estudos longitudinais

__________________ 8 REFEREcircNCIAS

BIBLIOGRAacuteFICAS

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS DA INTRODUCcedilAtildeO GERAL

CHAMBERS MS GARDEN AS KIES MS et al Post-radiation xerostomia in

patients with head and neck cancer Pathogenesis impact on quality of life and

management Head Neck 26796-807 2004

DAWES C Physiological factors affecting salivary flow rate oral sugar clearance and

the sensation of dry mouth in man Journal Dental Research 66648-653 1987

DAWES C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Annals

New York Academy Science pp 265-269 1993

DAWES C Factors influencing salivary flow rate and composition In Saliva and oral

health EDGAR WM OrsquoMULLANE DM Second Edition Published by British

Dental Association pp27-41 1996

DONALDSON AC RIGGIO MP ROLPH HJ BAGG J HODJE PJ Clinical

examination of subjects with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

FALCAtildeO DP Avaliaccedilatildeo da viscosidade salivar e sua relaccedilatildeo com a halitose [Tese de

Mestrado] Distrito Federal Universidade de Brasiacutelia 2005

HINE KH Halitosis Journal American Dental Association 55(7)37-46 1957

HINODE D Relationship between tongue coating and secretory - immunoglobulin A

level in saliva obtained from patients complaining of oral malodor Journal of Clinical

Periodontology 301017-1023 2003

IWATA K HORIKAWA I Medical and Dental Microbiology Tokyo

Ishiyaku1985

49

JENKINS GN The physiology of the mouth 3 ed Great Britain The Alden Press

p289 1970

JOHNSON PW YAEGAKI K TONZETICH J Effect of volatile thiol compounds

on protein metabolism by human gingival fibroblasts Journal of Periodontology

Research 27553-561 1992

JORNET PL FENOLL AB Sialomeacutetrie sur 159 sujets sains Facteurs

physiologiques qui influencent la seacutecreacutetion salivaire non stimuleacutee Rev Stomatol

Chir Maxillofac 5 342- 346 1995

KLEINBERG I CODIPILLY DPM GLOBERMAN DY Oxigen depletion by

oral microbiota and its role in oral malodour formation In STEENBERGHE D

ROSENBERG M Bad breath a multidisciplinary approach 1rst edBelgium Leuven

University Press 1996 p 95-109

KLEINBERG I and WESTBAY G Salivary and metabolic Factors involved in oral

malodor formation Journal of Periodontology on CD-ROM 1998

KORNMAN KS et al The interleukin-1genotype as a severity factor in adult

periodontal disease Journal of Clinical Periodontology 24 72-77 1997

KRESPI YP SHRIME MG KACKER A The relationship between oral malodor

and volatile sulfur compound-producing bacteria Otolaryngol Head Neck Surgery

135(5)671-676 2006

LOESCHE W KAZOR C Microbiology and treatment of halitosis Periodontol

2000 28256-279 2002

50

LOTUFO RF PANNUTI CM Diagnoacutestico microbioloacutegico Qual o seu impacto na

tomada de decisotildees cliacutenicas Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas pp

29-35 2003

MANDEL ID The role of saliva in maintaining oral homeostasis Journal of the

American Dental Association v 119 2298-304 1989

MC CULLOCH AG BOSY A Relationship of oral malodor and periodontitis

In Bad Breath ndash Research Perspectives- Second Edition 7110-116 1997

MESKIN LH A breath of fresh air Journal of the American Dental Association

1271282-1286 1996

MOMBELLI A Paracircmetros Cliacutenicos Legitimidade Bioloacutegica e Utilidade Cliacutenica

Periodontologia 2000 n13 Livraria Santos Editora p 30-39 2007)

MOMBELLI A Questotildees criacuteticas no diagnoacutestico periodontal Periodontologia 2000

n13 Livraria Santos Editora p 9-12 2007

NAKAKANO Y YOSHIMURA M KOGA T Methil mercaptan production by periodontal bacteacuteria International Dental Journal 52 217-220 2002

NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR Delineando estudos de testes

meacutedicos Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Editora

Porto Alegre Artmed -segunda ediccedilatildeo cap12 p203 2003

PROJETO SB Brasil 2003 Condiccedilotildees de Sauacutede Bucal da Populaccedilatildeo Brasileira 2002-

2003 Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia-DF 2004

ROLDAN S HERRERA D SANZ M Biofilms of the tongue therapeutical

approaches for the control of halitosis Clinical Oral Investigation 7189-197 2003

51

SAHINGUR SE COHEN RE Analysis of host response and risk for disease

progression Periodontology 2000 34 57-83 2004

SALVADOR SL et al Influencia dos compostos sulfurados volaacuteteis na doenccedila

periodontal In OPPERMAN RV ROSING C K Periodontia ciecircncia e cliacutenica Satildeo

Paulo Artes meacutedicas p267-74 2001

SCULLY C el-MAAYTAH M PORTER SR GREENMAN J Breath odor

etiopathogenesis assessment and management European Journal of Oral Sciences

105287-293 1997

SHIZUKUISHI N (2004) Contribution of periodontal pathogens on tongue dorsa

analyzed with real-time PCR to oral malodor Microbes and Infection 61078-1083

SLOMIANY BL MURTY VLN PIOTROWSKI J SLOMIANY A Salivary

mucins in oral mucosal defense Gen Pharmac 275761-71 1996

SOCRANSKYSS HAFFAJEEAD (2005) Microbiologia da Doenccedila Periodontal In

Lindhe J Karring T Lang NP Tratado de Periodontia Cliacutenica e Implantologia

Oral 4deged Rio de Janeiro Guanabara Koogan pp 105-147

SOPAPORNAMORN P UENO M SHINADA K YANAGISHITA M

KAWAGUCHI Y Relationship between total salivary protein content and volatile

sulfur compounds levels in malodor patients Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 103(5)655-660 2007

SREEBNY L M Saliva Its role in health and diseases International Dental

Journal v 42 4291-304 1992

TAANI DQ Periodontal awareness and knowledge and pattern of dental attendance

among adults in Jordan International Dental Journal 5294-98 2002

52

TAacuteRZIA O Halitose um desafio que tem cura 1ordf ed Rio de Janeiro EPUB pp1-

13 2003

TONZETICH J RICHTER V J Evaluation of volatile odoriferous components of

saliva Arch Oral Biol 943-47 1964

TONZETICH J Production and origin of oral malodor A review of mechanisms and

methods of analysis J Periodontal 4813-20 1977

VAN DEN BROEK AM FEENSTRA L DE BAAT C A review of the current

literature on aetiology and measurement methods of halitosis Journal of Dentistry

35(8)627-35 2007

VAN DER VELDE S QUIRYNEN M VAN HEE P VAN STEENBERGUE D

Halitosis associated volatiles in breath of healthy subjects J Chromatogr B Analyt

Technol Biomed Life Sci 853(1-2)54-61 2007

VIEIRA CN FALCAtildeO DP LEAL SC Chemosensory dysfunction and imaginary

halitosis A comprehensive approach Proceedings of the Fifth International Conference

on Breath Odour Research Tokyo Japan July 2-3 2001 International Dental Journal

52 Suppl 3187-191 2002

YAEGAKI K SANADA K Volatile sulfur compounds in mouth air from clinically

healthy subjects and patients with periodontal disease Journal Periodontol Research

27233-238 1992

ZAPPACOSTA B MANNI A PERSICHILLI S BOARI A SCRIBANO D

MINUCCI A RAFFAELLI L GIARDINA B DE SOLE P Salivary thiols and

enzimes markers of cell damage in periodontal disease Clinical Biochemistry

doi101016j 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsciencedirectcomgt Acesso em 10 de

marccedilo 2007

_________________ 9 ANEXOS

53

Anexo 01 ndash Protocolo do Examinador para a realizaccedilatildeo dos

Exames Sialomeacutetricos e Halitomeacutetricos

O examinador jaacute estava ciente que natildeo poderia usar perfume desodorante e

cremes aromaacuteticos durante o periacuteodo de trabalho deveria permanecer ao lado

do paciente sem conversar e prestando atenccedilatildeo se ele realizava os exames

seguindo as orientaccedilotildees preacutevias O examinador seguiu o seguinte protocolo

para realizar os exames

1 Lavar as matildeos com Pratic plus clean gel sabonete liacutequido asseacuteptico

isento de fragracircncia e corante

2 Pedir que o paciente realizasse o mesmo procedimento antes dos

exames

3 Orientar o paciente sobre a sequumlecircncia dos exames que seratildeo realizados

e que ele deve se manter em silecircncio e com os olhos abertos durante a

realizaccedilatildeo dos mesmos

4 Dar iniacutecio aos exames pela avaliaccedilatildeo organoleacuteptica caso ateacute o

momento natildeo tivesse sido perceptiacutevel a alteraccedilatildeo do odor bucal do

paciente

5 Pedir para o paciente respirar apenas pelo nariz e que mantenha a boca

fechada durante 2 minutos

6 Enquanto isso paramentar o paciente se paramentar e envolver a

reacutegua de 15 cm em filme de PVC transparente na frente do paciente

para que ele veja que seraacute descartado apoacutes o exame organoleacuteptico

7 Imediatamente apoacutes os 2 minutos posicionar a reacutegua de 15 cm na

fissura mentoniana do paciente e colocar a reacutegua em direccedilatildeo a base do

seu nariz

8 Terminado o exame halitomeacutetrico iniciar a sialometria

9 Registrar os resultados obtidos na ficha que estaacute anexada a anamnese

10 Encaminhar o paciente para o Cirurgiatildeo Dentista para anamnese e

exame cliacutenico com os resultados dos exames em matildeos

54

Anexo 02 - Orientaccedilotildees preacutevias a coleta dadas aos participantes

bull 24 horas antes do exame eacute proibido rarr ingerir alho cebola eou comida com temperos fortes rarr usar cosmeacuteticos aromaacuteticos (perfumes loccedilatildeo poacutes-barba

cremes hidratantes etc) rarr usar soluccedilotildees para bochechos eou gargarejos rarr fazer uso de bebidas alcooacutelicas

bull Natildeo tomar cafeacute eou bebida aromatizada nas 3h que antecedem a

avaliaccedilatildeo

bull Eacute necessaacuterio comer 2h antes do exame e higienizar os dentes imediatamente apoacutes a refeiccedilatildeo

bull Beber aacutegua no maacuteximo 30rsquoantes do exame

Orientaccedilotildees Preacutevias a coleta

bull Natildeo ter usado antibioacutetico nas uacuteltimas 03 semanas

55

Anexo 03 ndash Ficha de Cadastro

CCAADDAASSTTRROO Nome Gecircnero Idade Data Nasc ___________ Estado Civil Profissatildeo Endereccedilo Cidade Bairro Cep UF Fone Res Fone Comercial Fone Celular E-mail Pressatildeo Arterial Bat Cardiacuteacos Tipo Sanguiacuteneo Cor Data da 1deg Consulta ________________ Indicaccedilatildeo Fone Cirurgiatildeo-Dentista Fone

56

Anexo 04 ndash Ficha de Anamnese

EXAMES ( ) Com Raio-X ( ) Sem Raio-X ( ) Raio X solicitado

I- HALITOMETRIA

CONSULTA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO INICIAL

PERIODONTIA DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Perio (20d) Reavaliaccedilatildeo (40d)

HALITOSE DATA HORA HB HS HND HNE BAS BAND BANE ORGANO Inicial (Preacute-THL) Poacutes-THL Poacutes-Orientaccedil (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Reavaliaccedilatildeo (30d) Poacutes alta

ORGANOLEacutePTICO (5) Ausecircncia (6) Odor natural (7) Halitose da intimidade (8) Halitose do interlocutor (9) Halitose Social

II- SIALOMETRIA (mlmin )

DATA HORA REPOUSO ESTIMULADA COR FIABILIDADE pH

QUANTIDADE assialia ausecircncia de saliva 01 a 04 hipossalivaccedilatildeo severa 05 a 09 hipossalivaccedilatildeo moderada 10 a 14 hipossalivaccedilatildeo leve 15 a 25 ideal gt de 25 sialorreacuteia

FIABILIDADE aquosa ausecircncia de fio lt 1 cm fluida 1 a 2 cm normal gt 2 cm viscosa

VALORES DE REFEREcircNCIA

57

III- EXAME EXTRA-BUCAL 01Alteraccedilotildees a) Ganglionares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual b) Glandulares ( ) Sim ( ) Natildeo Qual c) Morfoloacutegicas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IV- EXAME INTRA-BUCAL 01 Laacutebios ressecados ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Presenccedila de descamaccedilatildeo da mucosa ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Sinais de mordiscamento ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Liacutengua ( ) Edemaciada ( ) Fenestrada ( ) Fissurada ( ) Geograacutefica ( ) Despapilada ( ) Ressecada ( ) Crenada 05 Presenccedila de saburra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Sub-cliacutenica a) Cor____________________________________________________ b) Espessura ( ) Alta ( ) Baixa c) Extensatildeo ( ) Dorso posterior ( ) Dorso meacutedio ( ) Dorso anterior 06 Alteraccedilotildees no palato ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Amiacutegdalas ( ) Sim ( ) Natildeo a) Criptas ( ) Sim ( ) Natildeo b) Caacuteseos ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Ordenha glandular ( ) Positiva ( ) Negativa 09 Ulceraccedilotildees ( ) Mucosa ( ) Gengiva 10 Ausecircncias dentaacuterias ( ) Sim ( ) Natildeo 11 Sinais de Bruxismo ( ) Sim ( ) Natildeo 12 Proacuteteses ( ) Fixa ( ) Removiacutevel ( ) Total a) Estado da proacutetese ( ) B ( ) R ( ) P 13 Aparelho ortodocircntico ( ) Fixo ( ) Removiacutevel ( ) Contenccedilatildeo a) Em uso haacute b) Retirou haacute 14 Caacuteries ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas 15 Restauraccedilotildees mal adaptadas ( ) Sim ( ) Natildeo 16 Retenccedilotildees de resiacuteduos interproximais ( ) Sim ( ) Natildeo

58

17- Avaliaccedilatildeo Periodontal a) Higiene Bucal ( ) B ( ) R ( ) P b) Sangramento gengival ( ) A sondagem ( ) ao toque c) Presenccedila de caacutelculo ( ) Sim ( ) Natildeo d) ( ) Gengivite ( ) Periodontite e) Bolsas periodontais Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Rasas ( ) Meacutedias ( ) Profundas f) Recessotildees ( ) Sim ( ) Natildeo g) Mobilidade dentaacuteria ( ) Sim ( ) Natildeo REGISTRO NUMEacuteRICO DA SONDAGEM PERIODONTAL Eacute FEITO NO COMPUTADOR (Software Odontoloacutegico Dental Manager) 18- Lesotildees Apicais - Ativas ( ) Sim ( ) Natildeo

59

FICHA BAacuteSICA

I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL 01 Qual eacute a sua queixa principal 02 Haacute quanto tempo vocecirc tem consciecircncia do seu problema 03 Algueacutem alertou vocecirc ( ) Sim ( ) Natildeo Quem 04 Existe alguma situaccedilatildeo eou horaacuterio especiacutefico em que vocecirc nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quando 05 Vocecirc gosta da sua atividade profissional ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Eacute estressante ( ) Sim ( ) Natildeo b) Como vocecirc se relaciona com os colegas de trabalho ( ) Calado ( ) Comunicativo

06 Com quem vocecirc mora

a) Como vocecirc se relaciona ( ) Calado ( ) Comunicativo 07 Como vocecirc se relaciona socialmente ( ) Expansivo ( ) Retraiacutedo 08 Vocecirc jaacute procurou outros profissionais para tratamento ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Haacute quanto tempo b) Quais especialidades c) Foram pedidos exames ( ) Sim ( ) Natildeo Quais d) Vocecirc observou alguma melhora durante estes tratamentos ( ) Sim ( ) Natildeo

II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO 01 Estaacute fazendo algum tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Foi recomendado o uso de algum medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo Qual Tempo de uso 03 Histoacuterico ( ) boca seca ( ) descamaccedilatildeo bucal

( ) dores articulares ( ) descamaccedilatildeo vaginal ( ) inchaccedilo nas articulaccedilotildees ( ) descamaccedilatildeo na planta do peacute eou matildeo ( ) aftas frequumlentes ( ) distuacuterbios cardiacuteacos ( ) glaucoma ( ) alteraccedilotildees dermatoloacutegicas ( ) quimio eou radioterapia ( ) diabetes ( ) anemia ( ) discrasias sanguumliacuteneas

( ) desmaios frequumlentes ( ) uso de medicaccedilotildees controladas ( ) reaccedilatildeo aleacutergica ( ) infecccedilotildees frequumlentes ` ( ) inchaccedilo nas extremidades ( ) alteraccedilotildees na pressatildeo arterial ( ) dor de cabeccedila frequumlente ( ) alteraccedilotildees hormonais ( ) cirurgias ( ) formigamento nas extremidades ( ) dependecircncia quiacutemica ( ) DST

60

04 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute 05- Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo 5aPretende engravidar neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo 06- Toma vermiacutefugo anualmente ( ) Sim ( ) Natildeo 07- Toma sol ( ) Sim ( ) Natildeo vezes por durante minutos horas 08- Quando realizou o uacuteltimo check up meacutedico ( ) Hemograma ( ) Glicemia III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO 01 Quando vocecirc realizou o uacuteltimo tratamento ( ) Com raio-X ( ) Com sondagem ( ) Profilaxia ( ) Outros 02 Vocecirc jaacute fez tratamento periodontal especializado ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Existe histoacuterico familiar de perdas dentaacuterias precoces ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quantas vezes escova os dentes por dia ( ) 1xdia ( ) 2xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 05 Tipo de escova ( ) Macia ( ) Meacutedia ( ) Dura ( ) Interdentaacuteria ( ) Bitufo ( ) Gaze 06 Na sua avaliaccedilatildeo vocecirc escova com forccedila ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Meacutedio 07 Quanto tempo dura a sua escova sem abrir as cerdas 08 Qual creme dental vocecirc utiliza 09 Usa fio dental ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) 1xdia ( ) 2 xdia ( ) 3xdia ( ) Outros 10 Sente de dificuldade de usaacute-lo em alguma regiatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Local 11 Vocecirc usa soluccedilotildees anti-seacutepticas ( ) Sim ( ) Natildeo Quais Frequumlecircncia 12 Vocecirc higieniza a liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com escova de dente ( ) Com limpador de liacutengua ( ) Com gaze Frequencia 13 Vocecirc percebe presenccedila de saburra na sua liacutengua ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) As vezes ( ) Sempre 14 Vocecirc jaacute passou por uma higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 15 Sua gengiva sangra ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Com fio dental ( ) Na escovaccedilatildeo ( ) Espontaneamente 16 Estaacute satisfeito com a coloraccedilatildeo e contorno gengival

61

17 Faz uso de mascaradores de haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo Quais _____________________________________

FICHA DE HALITOSE

I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE 01 Vocecirc percebe o seu haacutelito ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Neste momento ( ) Sim ( ) Natildeo b) De forma contiacutenua ( ) Sim ( ) Natildeo

02 Vocecirc alterou o seu comportamento devido agrave halitose ( ) Sim ( ) Natildeo Como 03 Quem vocecirc elegeria como ldquocontrollerrdquo do seu haacutelito Decirc preferecircncia por algueacutem que passe boa parte do dia ao seu lado II - HISTOacuteRICO SALIVAR 01 Sente a boca seca ( ) Sim ( ) Natildeo Em qual periacuteodo do dia 02 Vocecirc tem a sensaccedilatildeo de algo parado na garganta ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Vocecirc sente na liacutengua ( ) Ardecircncia ( ) Queimaccedilatildeo ( ) Dor ( ) Aspereza ( ) Inchaccedilo 04 Durante a noite ( ) Acorda para beber aacutegua ( ) Ronca ( ) Range os dentes ( ) Respira pela boca ( ) Aperta os dentes 05 Durante o dia vocecirc respira ( ) Pela boca ( ) Pelo nariz ( ) Por ambos 06 Quantos copos de aacutegua vocecirc bebe durante o dia 07 Faz uso de ( ) Contraceptivos ( ) Vitaminas Haacute quanto tempo 08 Toma algum outro medicamento ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL 01 Vocecirc se considera ( ) Ansioso ( ) Nervoso ( ) Inseguro ( ) Preocupado 02 Tem um sono ( ) Agitado ( ) Entrecortado ( ) Insocircnia ( ) Natildeo reparador

a) Quantas horas vocecirc dorme por noite b) Sente-se sonolento durante o dia ( ) Sim ( ) Natildeo c) Toma algum medicamento para dormir ( ) Sim ( ) Natildeo

03 Apresenta tendecircncia agrave depressatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo

62

04 Apresenta exagerada preocupaccedilatildeo com a limpeza ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Sente nojo das coisas com facilidade ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Considera-se estressado ( ) Sim ( ) Natildeo 0 5 _____

a) Sente tensatildeo muscular na regiatildeo do pescoccedilo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Costuma transpirar nas matildeos eou nos peacutes ( ) Sim ( ) Natildeo c) Considera-se impaciente ( ) Sim ( ) Natildeo

07 Histoacuterico de ( ) Tratamento psiquiaacutetrico ( ) Terapia profissional 08 Qual eacute a sua atividade preferida ( ) Trabalho ( ) Lazer ( ) Ambos

IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES 01 Faz regime com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

a) Costuma usar medicaccedilotildees inibidoras de apetite ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

b) Costuma consumir produtos dieteacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Considera sua dieta alimentar rica em fibras ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Tem preferecircncia por ( ) Alimentos pastosos ( ) Alimentos soacutelidos ( ) Carne vermelha ( ) Carne branca ( ) Doce ( ) Salgado 04 Faz uso frequumlente (3x ou +semana) ( ) Alcachofra ( ) Alho ( ) Azeitona ( ) Broacutecolis ( ) ketchup ( ) Cebola ( ) Chocolate ( ) Couve-flor ( ) Couve manteiga ( ) Feijatildeo ( ) Frios ( ) Frituras ( ) Enlatados ( ) Leite e derivados ( ) Linguumliccedila ( ) Maionese ( ) Mostarda ( ) Ovos ( ) Peixe ( ) Picles ( ) Pimenta ( ) Refrigerante ( ) Repolho 06 Tem consciecircncia de alguma intoleracircncia alimentar ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 07 Qual eacute o intervalo de tempo entre as suas refeiccedilotildees Desjejum Almoccedilo Jantar Ceia XXXX 08 Quantos cafezinhos ou chaacute preto toma durante o dia 09 Toma refrigerante diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo Quais

V - HAacuteBITOS SOCIAIS 01 Fuma ( ) Sim ( ) Natildeo Quantos cigarros por dia Parou de fumar haacute

63

02 Bebe ( ) Sim ( ) Natildeo Qual eacute o haacutebito de consumo 03 Utiliza drogas iliacutecitas ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 04 Pratica algum esporte ( ) Sim ( ) Natildeo

a Modalidade Duraccedilatildeo Horaacuterio b Costuma se alimentar antes da praacutetica ( ) Sim ( ) Natildeo De quecirc

05 Tem algum hobby ( ) Sim ( ) Natildeo Qual 06 Quando foram suas uacuteltimas feacuterias

VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA ( ) Anorexia ( ) Ardecircncia no esocircfago ( ) Bulimia ( ) Ardecircncia na base da liacutengua ( ) Gastrite bacteriana ( ) Refluxo gastro-esofaacutegico Quando ( ) Gastrite nervosa ( ) Dor no estocircmago ( ) Uacutelcera ( ) Dor no esocircfago ( ) Esofagite ( ) Azia ( ) Heacuternia de hiato ( ) Aerofagia ( ) Neoplasia ( ) Dispepsia 01 Faz regime alimentar para tratamento estomacal ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem o haacutebito de deitar apoacutes as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qual a posiccedilatildeo que vocecirc se deita 04 Toma liacutequido durante as refeiccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Come raacutepido ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Mastiga bem os alimentos ( ) Sim ( ) Natildeo

VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA ( ) Hepatite Tipo ( ) Cirrose 01 Sente enjocirco com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Tem dificuldade de digerir alimentos gordurosos ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Durante a menstruaccedilatildeo sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Quando bebe mesmo pequena quantidade sente enjocirco ou dor de cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo

64

VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL ( ) Hemorroacuteidas ( ) Diarreacuteias frequumlentes Marque (1) Patologia ou (2) Intoleracircncia alimentar 01 Apresenta ( ) Dor abdominal ( ) Dificuldade em evacuar ( ) Flatulecircncia 02 Seu intestino funciona diariamente ( ) Sim ( ) Natildeo a) Quantas vezes por semana ( )1x ( ) 2x ( ) 3x

b) Quanto agrave consistecircncia ( ) Normal ( ) Mole ( ) Dura ( ) Ressecada 03 Usa laxante com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL ( ) Nefrite ( ) Caacutelculo renal 1- ( ) Urina escura ( ) Urina espumante ( ) Urina com odor forte 2- Toma diureacuteticos ( ) Sim ( ) Natildeo

X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR ( ) Bronquite ( ) Asma Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Tosse ( ) Frequumlente ( ) Seca ( ) Com catarro 02 Apresenta pigarro ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Fica gripado com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo

XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES ( ) Otite ( ) Sinusite ( ) Rinite ( ) Amigdalite ( ) Faringite Marque (1) Fundo aleacutergico ou (2) Fundo infeccioso 01 Neste momento alguma destas alteraccedilotildees estaacute presente ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Destas alteraccedilotildees alguma se apresenta de forma recidivante ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

03 Estaacute em tratamento meacutedico ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Vocecirc notou alguma melhora ( ) Sim ( ) Natildeo

65

05 Apresenta ( ) Acuacutemulo de muco ( ) Amiacutedalas ( ) Desvio de septo ( ) Hipertrofia de adenoacuteides ( ) Presenccedila de caacuteseos ( ) Secreccedilatildeo poacutes-nasal

XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL ( ) Hipertireoidismo ( ) Hipotireoidismo ( ) Desequiliacutebrio dos hormocircnios sexuais 01 Sente sua halitose piorar no periacuteodo preacute-menstrual ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo observou 02 Sente sua halitose piorar durante a menstruaccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Qualidade do fluxo menstrual ( ) Normal ( ) Exacerbada 04 Estaacute graacutevida ( ) Sim ( ) Natildeo Pretende engravidar ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Faz avaliaccedilatildeo anual das suas taxas hormonais ( ) Sim ( ) Natildeo 06 Estaacute na menopausa ( ) Sim ( ) Natildeo 07 Faz reposiccedilatildeo hormonal ( ) Sim ( ) Natildeo OBS Se o paciente for do sexo masculino e acima de 50 anos considerar o iacutetem abaixo 08 Siacutendrome da Queda do Hormocircnio Masculino ( ) Sim ( ) Natildeo

XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO ( ) Hiperglicemia ( ) Hipoglicemia 01 Tem histoacuterico familiar de diabete ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Jaacute fez exame de glicemia ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando Resultado

03 Apresenta algum destes sintomas ( ) Come muito accediluacutecar ( ) Urina muito ( ) Bebe muita aacutegua ( ) Sonolecircncia durante o dia ( ) Coceira insistente na pele ( ) Transpiraccedilatildeo excessiva ( ) Tonturas ( ) Desacircnimo ( ) Gosto amargo ( ) Tremores ( ) Suor frio ( ) Depressatildeo ( ) Sensaccedilatildeo de desmaio

XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA 01 Vocecirc tem bom paladar ( ) Sim ( ) Natildeo 02 Sente gosto ruim na boca ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Amargo ( ) Metaacutelico ( ) Aacutecido

66

( ) Outros a) Neste momento estaacute sentindo ( ) Sim ( ) Natildeo b) Existe algum horaacuterio eou situaccedilatildeo em que nota piora ( ) Sim ( ) Natildeo

Quando

03 Tem bom olfato ( ) Sim ( ) Natildeo 04 Sente odor desagradaacutevel com frequumlecircncia ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Percebeu alteraccedilatildeo apoacutes gripe forte ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 06 Tem caso na famiacutelia de alteraccedilotildees ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Olfato ( ) Gustaccedilatildeo 07 Trabalha com substacircncias quiacutemicas (solventes) ( ) Sim ( ) Natildeo 08 Costuma usar descongestionante nasal ( ) Sim ( ) Natildeo 09 Jaacute sofreu algum trauma na cabeccedila ( ) Sim ( ) Natildeo 10 Tem histoacuterico familiar de ( ) Alzheimer ( ) Parkinson ( ) Esquizofrenia 11 Jaacute se submeteu a tomografia computadorizada ( ) Sim ( ) Natildeo

XV - SJOumlGREN 01 Tem histoacuterico familiar de doenccedila auto-imune ( ) Sim ( ) Natildeo

Qual

02 Tem algum dos seguintes sintomas ( ) Ardecircncia bucal ( ) Coceira nos olhos ( ) Dores articulares ( ) Conjuntivite frequumlente ( ) Parotidite recorrente ( ) Olhos secos ( ) Secura vaginal ( ) Liacutengua aacutespera ( ) Restauraccedilotildees que soltam com frequumlecircncia DIAGNOacuteSTICO HALITOSE ( ) Da intimidade ( ) Do interlocutor ( ) Social ( ) Imaginaacuteria ORIENTACcedilOtildeES RECOMENDADAS AVALIACcedilAtildeO FINAL 01 Vocecirc seguiu as orientaccedilotildees prescritas ( ) Sim ( ) Natildeo

67

02 Vocecirc se adaptou agraves recomendaccedilotildees dadas pela higienista ( ) Sim ( ) Natildeo 03 Quantas vezes ao dia vocecirc estaacute usando o limpador de liacutengua ( ) 1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 04 Seu fluxo salivar melhorou ( ) Sim ( ) Natildeo 05 Neste periacuteodo a sua halitose ( ) Persiste ( ) Melhorou ( ) Desapareceu 06 Na sua opiniatildeo quais as trecircs mudanccedilas propostas que mais surtiram efeito

a) b) c)

07 Se vocecirc tivesse que dar uma nota de 0 a 10 para o seu haacutelito qual seria esta nota

68

Anexo 05 ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO As informaccedilotildees neste contidas foram fornecidas pela Prof Dra Soraya Coelho Leal e pela cirurgiatilde dentista Celi Novaes Vieira com o objetivo de me esclarecer sobre os procedimentos e riscos que serei submetido ao participar desta pesquisa 1 Tiacutetulo preliminar do estudo Relaccedilatildeo entre meios de diagnoacutesticos doenccedila periodontal e halitose 2 Objetivo principal Verificar a relevacircncia cliacutenica da sialometria halitometria e avaliaccedilatildeo da presenccedila de saburra como meios de diagnoacutestico da halitose e das doenccedilas periodontais 3 Justificativa Utilizar um meacutetodo praacutetico e de baixo custo para diagnosticar e prevenir a halitose e as doenccedilas periodontais que acometem grande parte da populaccedilatildeo brasileira 4 Desconfortos esperados O possiacutevel desconforto pode ocorrer durante a coleta de saliva e mediccedilatildeo do haacutelito que consiste em Coleta da saliva vocecirc deveraacute depositar num copinho de plaacutestico toda saliva formada naturalmente na sua boca durante 5 minutos Em seguida mastigaraacute um dispositivo de silicone para estimular a sua salivaccedilatildeo tambeacutem durante 5 minutos Toda a saliva formada deveraacute ser depositada em outro copinho plaacutestico Teacutecnica de avaliaccedilatildeo da qualidade do odor bucal Seraacute posicionada sob o seu laacutebio inferior uma reacutegua de 15 cm de comprimento A outra extremidade seraacute posicionada sob a base do nariz do examinador Neste momento iraacute exalar o ar lentamente durante o tempo que for necessaacuterio para a avaliaccedilatildeo 5 Riscos esperados natildeo haacute 6 Benefiacutecios para os voluntaacuterios Vocecirc receberaacute tratamento gratuito caso seja diagnosticado mau haacutelito ou doenccedila periodontal apoacutes a realizaccedilatildeo dos exames O tratamento seraacute realizado pela equipe da Cliacutenica Oris 7 Informaccedilotildees Adicionais Vocecirc teraacute a garantia que receberaacute respostas agrave suas perguntas e esclarecimento de qualquer duacutevida durante o estudo As informaccedilotildees seratildeo dadas pelos pesquisadores pessoalmente e caso tenha alguma duacutevida posterior poderaacute entrar em contato conosco atraveacutes do telefone 3327-2223 8 Retirada do consentimento Vocecirc pode recusar-se ou deixar de participar do estudo em qualquer ocasiatildeo sem que isso lhe acarrete qualquer prejuiacutezo

69

9 Obrigaccedilatildeo do voluntaacuterio Comparecer no dia local e horaacuterio marcados sob as condiccedilotildees solicitadas pelo responsaacutevel do estudo (respeitando as orientaccedilotildees preacutevias aos exames) No caso de falta no horaacuterio marcado seu horaacuterio seraacute remarcado Caso desista de participar do estudo e vocecirc tem este direito favor comunicar ao pesquisador 10 Compreendi todos os itens deste termo que foram verbalmente esclarecidos em linguagem acessiacutevel Assim eu ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(participante) certifico que apoacutes a leitura deste documento estou de acordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo conforme os dados acima descritos Brasiacutelia ________2007 _________________________________________ Assinatura do participante Documento elaborado com base na resoluccedilatildeo 1961996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede publicada no Diaacuterio Oficial n 201 161096

70

Anexo 06 ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica da UnB

71

Anexo ndash 07 - ARTIGO 3 (Encaminhado para publicaccedilatildeo na Revista Dentistry - Ediccedilatildeo Portuguesa)

HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso VieiraCN AlhanatiB Brunetti MC FalcatildeoDP LealSC INTRODUCcedilAtildeO Em alguns casos a halitose eacute o principal motivo que faz com que o indiviacuteduo procure o dentista entretanto muitas vezes o paciente mesmo com o problema natildeo relata durante a consulta quer seja por constrangimento ou descrenccedila sobre um possiacutevel tratamento Pesquisa realizada em 2006 pela Associaccedilatildeo Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores Bucais (ABPO) constatou que de 127 pessoas questionadas sobre se o portador de halitose deve ser avisado sobre o seu problema 99 responderam que natildeo comprovando a dificuldade das pessoas em falar sobre o assunto Desta forma eacute de extrema importacircncia que os profissionais de sauacutede saibam diagnosticar e tratar este paciente Mas afinal qual eacute a especialidade meacutedicaodontoloacutegica que deve tratar um indiviacuteduo com halitose Um estudo sobre a origem das causas do mau haacutelito mostrou que 87 tecircm origem na cavidade bucal e 8 nas vias aacutereas superiores (DELANGUE et al 1999) 1 o que corrobora com a nossa experiecircncia cliacutenica de 10 anos atendendo pacientes portadores de mau haacutelito Uma das caracteriacutesticas mais marcante entre os portadores de halitose eacute o relato sobre a dificuldade que eles tecircm em encontrar profissionais2 que possam realmente ajudaacute-los o que os levou a verdadeira peregrinaccedilatildeo em consultoacuterios meacutedicos e odontoloacutegicos (Fig 1) agrave realizaccedilatildeo de inuacutemeros exames como endoscopias gaacutestricas e uso de diversas medicaccedilotildees sem resultados ocasionando-lhes seacuterio desgaste emocional

Profissionais Procurados

35

257

3

23

2

2

1

1

1

GastroOtorrinoCliacutenico GeralAlergistaDentistaHomeopataEndoacutecrinoProctodermatoNefro

Fig 1 ndash Profissionais da aacuterea de sauacutede procurados por pacientes portadores de halitose em Brasiacutelia ndash DF2

72

HALITOSE Definiccedilatildeo Do ponto de vista etimoloacutegico a palavra halitose tem origem no latim ldquohalitusrdquo que significa ar expirado e ldquooserdquo que significa alteraccedilatildeo patoloacutegica3 Entretanto a halitose natildeo eacute uma doenccedila e sim um evento cliacutenico que pode ser definido como a percepccedilatildeo de alteraccedilatildeo na qualidade do odor do fluxo expiratoacuterio Eacute considerada Halitose Real quando perceptiacutevel pelo examinador e Pseudo-halitose quando relatada e percebida apenas pelo paciente4 Consideraccedilotildees Gerais De etiologia muacuteltipla e variada o mau haacutelito pode ser de origem fisioloacutegica adaptativa patoloacutegica eou senso-perceptiva5 Halitose eacute uma queixa comum nas diferentes populaccedilotildees e estudos epidemioloacutegicos mostram que aproximadamente 25 da populaccedilatildeo mundial6 apresentam este problema Poreacutem a subjetividade dos meios de diagnoacutestico e a ausecircncia de um protocolo uacutenico de avaliaccedilatildeo cliacutenica dificultam as pesquisas e o desenvolvimento cientiacutefico da aacuterea7 A halitose parece natildeo ter predominacircncia de idade podendo ocorrer na faixa dos 10 aos 80 anos de idade8 Nos Estados Unidos foi estimado em 1998 um gasto pela populaccedilatildeo de US$ 850 milhotildees com enxaguatoacuterios bucais produtos que oferecem uma falsa sensaccedilatildeo de tratamento e natildeo possuem efeitos de longa duraccedilatildeo contra o mau haacutelito9 Aleacutem do que alguns podem ateacute causar danos na mucosa bucal e comprometer o haacutelito do indiviacuteduo quando usado de forma indiscriminada10

Meios de Diagnoacutestico Os sulfidretos e as metilmercaptanas satildeo os odorivetores responsaacuteveis por aproximadamente 90 do odor bucal11 A maioria dos cliacutenicos e pesquisas cientiacuteficas utiliza a combinaccedilatildeo dos exames organoleacutepticos e Halimeterreg (Interscan Corp Chastsworth Ca)7 como ferramentas de diagnoacutestico da halitose A avaliaccedilatildeo organoleacuteptica ainda eacute considerada a mais viaacutevel e confiaacutevel para uso cliacutenico1213

pois o olfato humano tem a capacidade de perceber mais de 10000 tipos de odores diferentes14 enquanto que os monitores portaacuteteis soacute detectam os compostos sulfurados volaacuteteis15 A halitose nem sempre eacute perceptiacutevel na primeira consulta por isso sugere-se a realizaccedilatildeo de avaliaccedilotildees seriadas para natildeo incorrer no risco de diagnoacutestico incorreto considerando uma halitose real como uma pseudo-halitose

RELATO DE CASO Em Marccedilo de 2001 a paciente ZR 57 anos gecircnero feminino aposentada separada e consciente de sua halitose haacute 30 anos apresentou-se com uma halitose perceptiacutevel agrave distacircncia de conversaccedilatildeo A paciente relatou que jaacute tinha procurado ajuda profissional em vaacuterias especialidades meacutedicas e odontoloacutegicas nos uacuteltimos anos dentre elas otorrinolaringologia o gastroenterologia e endocrinologia Declara que nas consultas realizadas foi orientada apenas a disfarccedilar seu haacutelito com bochechos e gargarejos com cloridrato de cetilpiridiacutenio pastilhas e ldquobalinhasrdquo

73

O atendimento foi iniciado pela realizaccedilatildeo dos exames complementares apoacutes ter certeza de que a paciente havia realizado os cuidados preacutevios para a realizaccedilatildeo dos testes (entregue aos pacientes 24 horas antes da primeira consulta) Exames complementares

HALIMETER16

Valores de Referecircncia em ppb (partiacutecula por bilhatildeo de enxofre)

Tomada Bucal Ateacute 100 ppb- terccedilo posterior da boca Tomada Nasal De 40 a 60 ppb segundo o fabricante

SIALOMETRIA18

Valores de Referecircncia em mLmin Tomada em Repouso De 03 a 04 mLmin Tomada em Estiacutemulo De 15 a 25mLmin

TESTE ORGANOLEacutePTICO17

0 ausecircncia 1 odor natural 2 halitose da intimidade 3 halitose do interlocutor 4 halitose social

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Fig 2 - Teste Organoleacuteptico

74

Fig 3 - Kit de Sialometria

Resultados dos exames iniciais Valores de Referecircncia Tab 1Tab 2 e Tab 3 Halimeter

bull Bucal = 670 ppb sistecircmico = 120 ppb nasal direito = 18 ppb e esquerdo = 15 ppb

Organoleacuteptico bull 3

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 06 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 22 mLmin transparente e serosa

Exame Cliacutenico Intra-bucal

bull Boa higiene bucal apesar de se verificar a presenccedila de sangramento agrave sondagem da margem gengival nos elementos 33 43 e 44

bull A paciente era portadora de proacutetese total superior e proacutetese removiacutevel inferior ambas porosas sem articulaccedilatildeo propiciando a estagnaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e prejudicando o padratildeo mastigatoacuterio

bull Apresentava saburra niacutetida (Fig 4) ocupando 23 do dorso lingual de cor branca e espessa pois cobria as papilas filiformes

75

Fig 4 Saburra Lingual Anamnese a paciente relatou apresentar gotejamento poacutes-nasal frequumlente rinite aleacutergica crocircnica e baixa frequumlecircncia de evacuaccedilotildees meacutedia de 2 vezes por semana e que haacute 3 meses sua alimentaccedilatildeo era reduzida e que natildeo conseguia comer quase nada soacutelido ingerindo praticamente apenas alimentos pastosos Considerava sua dieta pobre em nutrientes reclamou que sentia gosto amargo na boca dor no estocircmago perda de peso tontura e lipotiacutemias frequumlentes O sono era leve e a paciente se considerava ansiosa e estressada Seu histoacuterico meacutedico mostrou ter tido 2 eventos de hepatite em 2000 e que estava com uma cirurgia de esocircfago marcada para o trimestre seguinte pois o gastroenterologista informou que ela tinha o ldquodiafragma fechadordquo Dizia sentir-se doente haacute 1 ano fazia reposiccedilatildeo hormonal com estrogecircnio e controlava o hipotireoidismo tomando Puran T4- 75mg por indicaccedilatildeo da endocrinologista Fazia uso contiacutenuo de cloridrato de ranitidana (utilizado como anti-secretor e anti-ulceroso) e motilium (antiemeacutetico e gastrocineacutetico) prescritos pelo gastroenterologista Disse que sua vida mudou completamente desde que o ldquoproblemardquo (halitose) se instalou e resumia a sua vida social em ir agrave Igreja eventualmente e natildeo participava de nenhuma atividade em que tivesse que se expor Sua auto-estima era baixiacutessima e seu casamento tinha acabado principalmente por causa do mau haacutelito ldquoDoutora seraacute que pode haver sexo depois do marido lhe dizer que estaacute com mau haacutelitordquo Com esta pergunta ZR justificou o fim de seu casamento mostrando em seu olhar grande tristeza Apoacutes a realizaccedilatildeo da anamnese alguns novos exames foram solicitados e algumas mudanccedilas em seus haacutebitos pessoais foram propostas Nesta data foi lhe entregue uma ficha com uma grade alimentar para ser preenchida durante uma semana e a ser analisada no proacuteximo retorno Tratamento A paciente natildeo estava segura em iniciar o tratamento retornando agrave cliacutenica para fazecirc-lo somente 2 meses apoacutes a primeira consulta A THD

76

(Teacutecnica de Higiene Dental) avaliou os haacutebitos de higiene da paciente e lhe forneceu instruccedilatildeo individualizada sobre como realizar a higiene ndash bucal nasal e orofaringe - a partir de entatildeo19 Na semana seguinte foi realizado o tratamento periodontal e a paciente foi encaminhada para o reabilitador (protesista) para troca das peccedilas proteacuteticas que necessitavam ser refeitas para que ela reabilitasse sua mastigaccedilatildeo e conseguisse realizar uma mudanccedila em seus haacutebitos alimentares o que era urgente para a melhora de sua sauacutede geral Enquanto as novas proacuteteses estavam sendo confeccionadas e apoacutes a avaliaccedilatildeo do diaacuterio alimentar a paciente recebeu orientaccedilotildees baacutesicas sobre a sua dieta e informativos escritos sobre doenccedila periodontal higiene alimentaccedilatildeo constipaccedilatildeo intestinal azia etc Indicou-se a realizaccedilatildeo de refeiccedilotildees leves em intervalos pequenos pois a anaacutelise alimentar mostrou que a paciente ficava mais de 5 horas sem se alimentar Foi sugerido tambeacutem que fosse aumentada a quantidade de aacutegua ingerida para pelo menos 2 litros diaacuterios pois ateacute entatildeo ela natildeo bebia mais do que 2 copos ao longo do dia Finalmente sugeriu-se a introduccedilatildeo de alimentos mais nutritivos e de faacutecil digestatildeo como gratildeos integrais e frutas cozidas e a suspensatildeo de leite e derivados chocolate etc A reabilitaccedilatildeo proteacutetica foi realizada rapidamente (1 mecircs) ZR foi orientada a mastigar bem cada alimento ingerido (pelo menos 20 vezes) e evitar a ingestatildeo de liacutequido durante as refeiccedilotildees Adicionalmente prescreveu-se uma medicaccedilatildeo fitoteraacutepica agrave noite para relaxar e ajudar no sono que ateacute entatildeo era muito agitado Apoacutes um mecircs de tratamento a paciente relatou estar menos neurastecircnica e mais animada com alguma melhora percebida pela irmatilde com quem morava mas ldquoainda natildeo estava completamente bemrdquo No mecircs seguinte os exames iniciais foram refeitos e a halitometria bucal havia reduzido para 296 ppb e a sistecircmica para 57 ppb O exame organoleacuteptico foi alterado para grau 02 (halitose da intimidade) 17 e o padratildeo salivar se manteve o mesmo Jaacute com o tratamento da halitose em andamento a paciente retornou ao gastroenterologista que ao analisar seu estado geral suspendeu a cirurgia preacute-agendada para aquele trimestre Na consulta odontoloacutegica seguinte o halimeter bucal foi mensurado em 79 ppb e o teste organoleacuteptico em 01 - ausecircncia de halitose17 ZR estava mais segura alimentava-se normalmente a ponto de resolver viajar com as companheiras da Igreja afinal ela jaacute ldquopodia comer de quase tudordquo ZR estava seguindo com disciplina as orientaccedilotildees recebidas e isso associado agrave melhora constatada em seus exames motivou-a a ingressar no coral da Igreja A paciente retornou ao consultoacuterio apoacutes a viagem bastante falante sentindo-se bem mas ldquoainda natildeo tatildeo confianterdquo afinal havia convivido com o problema por 30 anos Foi constatado atraveacutes da anaacutelise da anamnese e dos exames que a paciente estava muito bem e que jaacute poderia receber ldquoaltardquo Entretanto para lhe dar maior apoio emocional e seguir no monitoramento de seu comportamento agendou-se um novo retorno com um intervalo ainda maior

77

Apoacutes 7 meses do iniacutecio do tratamento a paciente retornou agrave cliacutenica Seus exames foram refeitos como de rotina halitometria bucal mensurada em 68ppb e o teste organoleacuteptico igual a 01 17 Os resultados sialomeacutetricos se mantiveram normais A anamnese foi revisada e em consenso da dentista com a paciente concluiu-se que ela estava com uma sauacutede oacutetima aleacutem de ter recobrado uma qualidade de vida haacute tanto tempo esperada Em sua opiniatildeo os motivos para a recuperaccedilatildeo de seu ldquobom haacutelitordquo foram ter aprendido a realizar a higiene correta de seus dentes e de sua proacutetese mastigar bem os alimentos e a beber aacutegua E ao perguntar que nota ela daria naquele momento para seu haacutelito sendo a nota de 0 a 10 ZR se deu nota 12 tal era seu grau de euforia Para completar ZR comentou ldquoEste tratamento foi uma das coisas mais importantes da minha vidardquo Desde a alta em 2001 ZR faz retornos anuais quando todos os exames cliacutenicos (halitometria organoleacuteptico sialometria e sondagem milimetrada) satildeo realizados para monitorar sua sauacutede bucal e geral Haacute 2 anos ZR voltou a estudar e fez um curso de Aperfeiccediloamento Ministerial na Faculdade Teoloacutegica de Brasiacutelia Seu uacuteltimo retorno ocorreu no dia 23 de setembro de 2007 e nesta data os exames deram os seguintes resultados Resultados dos exames finais Halimeter

bull Bucal = 33 ppb sistecircmico = 16 ppb nasal direito = 20 ppb e esquerdo = 10 ppb

Organoleacuteptico bull 0

Sialomeacutetrico Saliva em repouso = 08 mLmin transparente e viscosa saliva estimulada = 20 mLmin transparente e serosa

Os retornos anuais de ZR mostram que ela se reintegrou agrave sociedade tendo recobrado de fato a alegria de viver apesar de reconhecer que ldquomesmo tendo sido curada agraves vezes ainda me encontro preocupada com a possibilidade de estar com mau haacutelitordquo CONSIDERACcedilOgraveES FINAIS O presente caso cliacutenico foi escolhido para ilustrar que o determinante no sucesso do tratamento de halitose eacute uma anamnese abrangente Natildeo existe nenhum remeacutedio milagroso para o tratamento da halitose e sim mudanccedilas de haacutebitos orientaccedilotildees e abordagens terapecircuticas especiacuteficas para cada paciente aleacutem de monitoramento constante

78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 DelangheGGhyselenJ BollenC Van SteenbergheDTeenberghe D Vandekerckhove BN Feenstra L An inventory of patients` response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic Quintessence Int 30(50) p307-10 1999

2 CastroLSantosC Levantamento Epidemioloacutegico dos Pacientes Portadores de Halitose da Cliacutenica Oris em Brasiacutelia- Monografia de Especializaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia-DF2003

3 HineKH Halitosis JADA55(7) 37-461957 4 VieiraCN FalcatildeoDP Halitose- Diretrizes para o diagnoacutestico e plano de

tratamento Cap20 Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp292-310 2007 5 VieiraCN FalcatildeoDPTratamento imediato da Halitose In odontologia arte e

conhecimento Satildeo Paulo EdArtes Meacutedicaspp375-85 2003 6 MeskinLH A Breath of fresh air J Am Dent Assoc 1996 apud Lee PPC

Mak WY Newsome P The aetiology and treatment of oral halitosis na update Hong Kong Med J 10 (6) 414-418 2004

7 DonaldsonACRiggioMP RolphHJBaggJ HodjePJ Cinical examination of subjectys with halitosis Oral Diseases 1363-70 2007

8 Steenberg G D V A Breath Malodor a step-by-step approach P10 2004 9 Ribeiro M Avaliaccedilatildeo In Vitro de Anti-Seacutepticos Bucais Sobre a Microbiota da

Saliva ndash Rev da APCD vol 54n5 setout 2000 10 Gagaroi E Kabani S Adverse effects of mouthwash use Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod v 80 n 4 p 432-9 1995 11 Tonzetich J Production and origin of oral malodor a review of mechanisms

and methods of analysis J Periodontol 48(1)p13-20 1977 12 Murata T Yamada T Lida T Miyazaki H Proceedings of Fifth

International Conference on Breath Odor International Dental Journal n 52 p181-186 2002

13 Annemiek MWTvan den Broek Louw FeenstraCees de Baat A review of the current literature on etiology and measurement methods of halitosisJournal of Dentistry 2007 doi101016jjdent200704009

14 Whittle CL Fakharzadeh S Eades J Preti G Human breath odors and their use in diagnosis Ann N Y Acad Sci 2007 Mar1098252-66

15 TangermanA Halitosis in medicine a review International Dental Journal v3 n52 p201-206 2002

16 Tarzia O Halitose um desafio que tem cura Editora de Publicaccedilotildees Biomeacutedicas Ltda pg 110 2003

17 VieiraCNFalcatildeoDP Halitose Quais satildeo os meacutetodos de diagnoacutestico e tratamento Odontologia Arte e Conhecimento Artes Meacutedicas361-3732003

18 Dawes C Considerations in the development of Diagnostic Tests on Saliva Ann N Y Acad Sci p265-269 1993

19 Camargo ACK Pupo D Bussoloti IF Sialometria Acta Orl v23 n3 p14-18 2005

_________________ 10TABELA

79

Paciente Gen Idade IndPer Flrep Flest HalB HalS Org Sab 1 0 40 1 02 14 22 14 0 1 2 0 59 1 02 08 17 8 0 1 3 0 33 1 05 12 20 11 0 1 4 0 23 1 14 22 18 22 0 2 5 0 30 1 04 12 29 13 1 1 6 0 38 1 02 08 69 19 1 1 7 0 18 1 06 08 26 7 1 1 8 0 30 1 04 12 9 0 0 1 9 0 29 1 06 16 9 8 1 1 10 0 32 1 03 16 59 17 1 1 11 1 33 1 06 10 35 10 1 1 12 1 26 1 09 24 2 3 0 1 13 1 36 1 01 10 6 4 1 1 14 1 25 1 02 05 13 5 0 1 15 1 25 1 06 12 12 5 0 1 16 1 40 1 03 06 17 6 0 1 17 1 35 1 02 28 12 8 0 2 18 1 22 1 03 12 29 9 1 2 19 1 28 1 06 16 6 6 0 2 20 1 26 1 05 10 33 19 1 1 21 0 39 1 00 10 127 40 2 1 22 0 31 1 06 16 85 102 3 1 23 0 62 1 00 05 16 8 2 1 24 0 58 1 04 16 28 13 2 1 25 0 31 1 08 16 38 14 2 1 26 0 46 1 03 15 44 14 2 1 27 0 31 1 03 11 126 32 3 1 28 0 63 1 05 15 64 18 2 1 29 0 50 1 02 09 71 15 3 1 30 0 32 1 08 12 46 50 4 1 31 1 25 1 00 04 38 13 2 1 32 1 39 1 03 12 54 13 2 1 33 1 32 1 04 06 15 10 2 2 34 1 34 1 04 20 18 7 2 1 35 1 41 1 02 10 40 27 3 1 36 1 37 1 06 10 45 10 2 1 37 1 31 1 01 04 135 23 3 1 38 1 33 1 10 29 14 6 2 1 39 1 42 1 06 18 14 9 2 1 40 1 25 1 08 17 13 12 2 1 41 0 32 0 04 11 45 10 2 1 42 0 38 0 06 14 59 16 2 1 43 0 31 0 12 22 23 36 2 1 44 0 38 0 06 12 111 15 2 1 45 0 36 0 10 13 72 39 4 1 46 0 29 0 04 13 18 14 2 1 47 0 28 0 02 04 15 18 2 2

80

48 0 30 0 08 36 29 21 2 1

49 0 53 0 08 22 337 333 3 1

50 0 45 0 06 04 51 37 3 1

51 1 30 0 02 14 90 26 3 1

52 1 24 0 02 11 53 10 2 1

53 1 33 0 02 08 52 15 3 2

54 1 30 0 16 18 44 12 3 1

55 1 40 0 12 10 8 7 2 1

56 1 43 0 00 12 116 23 3 1

57 1 52 0 02 12 5 4 2 2

58 1 43 0 14 16 28 9 4 1

59 1 34 0 04 10 52 9 2 2

60 1 34 0 04 04 67 31 2 2

61 0 41 4 04 16 8 8 0 2

62 0 21 2 13 14 8 6 1 2

63 0 46 3 01 12 29 8 1 1

64 0 56 4 02 06 10 5 1 1

65 0 50 3 06 20 10 5 1 1

66 0 63 4 04 08 31 13 0 2

67 0 60 4 04 13 4 4 0 1

68 0 49 3 02 04 6 7 1 1

69 0 48 4 04 10 15 10 1 1

70 0 38 2 04 15 6 6 0 1

71 1 41 2 04 20 5 9 1 2

72 1 44 2 02 14 28 17 0 1

73 1 48 3 03 05 7 3 1 1

74 1 22 2 00 08 5 5 0 2

75 1 37 2 04 12 13 5 1 1

76 1 30 3 00 02 24 17 1 1

77 1 64 2 02 04 18 9 1 2

78 1 60 4 08 10 20 10 0 2

79 1 59 4 06 12 15 10 1 1

80 1 31 3 09 13 8 8 1 1

81

81 0 40 2 04 12 153 32 4 1

82 0 40 2 00 10 135 68 3 1

83 0 37 3 04 18 55 28 3 1

84 0 41 2 02 05 25 18 2 1

85 0 24 2 03 08 11 11 2 1

86 0 25 3 00 14 232 305 3 1

87 0 46 4 04 14 93 85 3 1

88 0 45 3 02 10 63 71 3 1

89 0 27 2 02 18 64 22 3 2

90 0 69 4 06 06 168 126 4 1

91 1 32 2 01 10 15 10 2 2

92 1 25 2 04 08 10 10 2 2

93 1 44 4 02 08 196 160 2 1

94 1 32 2 02 06 135 140 3 1

95 1 54 4 00 00 23 15 2 1

96 1 38 3 05 16 218 140 4 1

97 1 53 4 01 15 56 29 3 1

98 1 54 4 06 14 7 5 2 1

99 1 18 3 04 12 7 6 3 1

100 1 50 4 06 26 36 14 3 1

101 0 32 0 10 16 10 9 0 1

102 0 23 0 06 11 10 6 1 1

103 0 18 0 02 16 6 5 0 2

104 0 60 0 08 26 4 4 0 2

105 0 43 0 02 07 6 4 1 2

106 0 21 0 06 16 8 5 0 1

107 0 40 0 08 12 10 6 0 2

108 0 56 0 04 18 10 9 1 2

109 0 63 0 08 12 40 11 1 2

110 0 25 0 02 12 7 6 1 1

111 1 40 0 05 16 5 5 1 1

112 1 25 0 02 10 6 5 0 2

113 1 28 0 03 12 7 7 1 2

114 1 35 0 06 23 57 51 1 1

82

115 1 27 0 02 10 13 5 0 2

116 1 27 0 04 23 6 4 0 2

117 1 25 0 04 07 7 5 0 2

118 1 28 0 07 14 10 5 0 2

119 1 39 0 06 20 6 4 1 2

120 1 27 0 08 10 8 5 1 1

IacuteNDICES PERIODONTAIS GEcircNERO 0= Sem sondagem e sangramento 1= Homem 1= Gengivite 2= Mulher 2= Periodontite leve 3= Periodontite moderada 4= Periodontite severa SABURRA TESTE ORGANOLEacutePTICO 1=Sim 0= Sem odor 2=Natildeo 1= Odor natural 2= Halitose da Intimidade 3= Halitose do Interlocutor 4= Halitose Social

  • Vieira Celi Novaes
    • Orientadora Profa DraSoraya Coelho Leal
      • tese final corrigida-2007pdf
        • I- HALITOMETRIA
        • III- EXAME EXTRA-BUCAL
          • IV- EXAME INTRA-BUCAL
            • FICHA BAacuteSICA
              • I ndash HISTOacuteRICO PESSOAL
                • II - HISTOacuteRICO MEacuteDICO
                  • III - HISTOacuteRICO ODONTOLOacuteGICO
                    • FICHA DE HALITOSE
                      • I ndash HISTOacuteRICO DA HALITOSE
                      • II - HISTOacuteRICO SALIVAR
                      • III - HISTOacuteRICO COMPORTAMENTAL
                      • IV - HAacuteBITOS ALIMENTARES
                      • V - HAacuteBITOS SOCIAIS
                      • VI - AVALIACcedilAtildeO GAacuteSTRICA
                      • VII - AVALIACcedilAtildeO HEPAacuteTICA
                      • VIII - AVALIACcedilAtildeO INTESTINAL
                      • IX - AVALIACcedilAtildeO RENAL
                      • X - AVALIACcedilAtildeO PULMONAR
                      • XI - AVALIACcedilAtildeO DAS VIAS AEacuteREAS SUPERIORES
                      • XII - AVALIACcedilAtildeO HORMONAL
                      • XIII - AVALIACcedilAtildeO DO METABOLISMO GLICEcircMICO
                      • XIV - AVALIACcedilAtildeO GUSTATIVA E OLFATIVA
                      • XV - SJOumlGREN
                        • Anexo ndash 07 - ARTIGO 3
                        • HALITOSE UM NOVO DESAFIO Relato de caso
                          • RELATO DE CASO
                            • REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS