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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PS-GRADUA˙ˆO MESTRADO EM ENSINO DE CI˚NCIAS E MATEM`TICA A Introduªo da Fsica Moderna no Ensino MØdio: uma Proposta Metodolgica Baseada no Enfoque CTS Visando a Aprendizagem Significativa MARCIA HELENA FREITAS RODRIGUES Orientador: Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga Dissertaªo apresentada ao Mestrado em Ensino de CiŒncias e MatemÆtica, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenªo do ttulo de Mestre em Ensino de CiŒncias e MatemÆtica SˆO PAULO 2009

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

A Introdução da Física Moderna no Ensino Médio: uma

Proposta Metodológica Baseada no Enfoque CTS

Visando a Aprendizagem Significativa

MARCIA HELENA FREITAS RODRIGUES

Orientador: Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga

Dissertação apresentada ao Mestrado em

Ensino de Ciências e Matemática, da

Universidade Cruzeiro do Sul, como parte

dos requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Ensino de Ciências e Matemática

SÃO PAULO

2009

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

R614i

Rodrigues, Marcia Helena Freitas. A introdução da física moderna no ensino médio: uma proposta

metodológica baseada no enfoque CTS visando a aprendizagem

significativa / Márcia Helena Freitas Rodrigues. -- São Paulo; SP: [s.n], 2009.

104 p. : il. ; 30 cm. Orientador: Jaime Sandro da Veiga. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em

Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Física moderna (Estudo e ensino) 2. Física moderna

(Metodologia) 3. Física moderna - Ensino médio 4. Aprendizagem significativa 5. Ciências, tecnologia e sociedade (CTS). I. Veiga, Jaime Sandro da. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. III. Título.

CDU: 53(07)(043.3)

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

A Introdução da Física Moderna no Ensino Médio: uma

Proposta Metodológica Baseada no Enfoque CTS

Visando a Aprendizagem Significativa

Marcia Helena Freitas Rodrigues

Dissertação de mestrado defendida e aprovada

pela Banca Examinadora em 27/03/2009.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga

Universidade Cruzeiro do Sul

Presidente

Prof. Dr. Mauro Sérgio Teixeira de Araújo

Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr. Sergio Szpigel

Universidade Presbiteriana Mackenzie

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga por sua orientação e sugestões para o

desenvolvimento deste trabalho.

Aos professores do programa de Mestrado, por suas contribuições ao longo

do curso.

Aos meus pais Antenor e Maria Aparecida pelo apoio incondicional.

Aos amigos Rachel e Evonir por estarem sempre presentes.

À direção e coordenação da Escola Estadual Professor Sérgio da Silva

Nobreza pela colaboração e contribuição na realização desta pesquisa.

À Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE � SP) pela bolsa

concedida.

RODRIGUES, M. H. F. A introdução da física moderna no ensino médio: uma proposta metodológica baseada no enfoque CTS visando a aprendizagem

significativa. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e

Matemática)�Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2009.

RESUMO

A presente pesquisa teve por objetivo apresentar conceitos científicos da Física

Moderna para o Ensino Médio utilizando a metodologia baseada na aprendizagem

significativa. A abordagem teve forte influência de conceitos de CTS (Ciência,

Tecnologia e Sociedade) e suas aplicações como mecanismo interventor em busca

da alfabetização científica. A pesquisa foi realizada com 27 alunos da 2ª série do

Ensino Médio pertencentes a uma escola pública da cidade de São Paulo-SP. A

etapa inicial consistiu em uma avaliação diagnóstica das concepções prévias dos

alunos com respeito a definições e aplicações de temas ligados à Ciência, à

Tecnologia e, em seguida, à Física Moderna mediante a aplicação de um

questionário. A partir dessas concepções, na segunda etapa foram desenvolvidas

ações interventoras que privilegiaram a abordagem de alguns tópicos da Física

Moderna e suas inter-relações. Dentre algumas análises relevantes, em relação aos

resultados iniciais e finais, percebeu-se que: a porcentagem dos alunos que

desconheciam alguma aplicação da Física Moderna alterou-se de 74,1% para 3,7%;

referente a conhecer ou não a definição de materiais semicondutores, observou-se

que as respostas positivas dadas pelos alunos mudaram de 14,8% para 92,6%;

acerca do conhecimento dos alunos sobre os materiais utilizados em dispositivos de

alta tecnologia, verificou-se que dos 92,6% que os desconheciam caíram para

11,1%. Assim, pode-se afirmar que houve uma melhoria na conscientização dos

alunos em relação à ciência, à tecnologia e de algumas de suas conseqüências

sobre a sociedade.

Palavras-chave: Aprendizagem significativa, Ensino de física moderna no ensino

médio, CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade).

RODRIGUES, M. H. F. The introduction of modern physics in high school: a metodologia proposal based at the focus in STS being aimed at significant learning. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática)�Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2009.

ABSTRACT

The actual research had the purpose of to present scientific concepts of Modern

Physics to High School by utilizing a methodology based on the significant learning.

The approach had strong influence by concepts of STS (Science, Technology, &

Society) and its applications as an intervention mechanism questing for a scientific

alphabetization. The research was realized with 27 students whom course the 2nd

grade of the High School at a state school in Sao Paulo-SP. The initial stage

consisted in a diagnostic assessment of the previous conceptions of the students

regarding the definitions and applications of themes connected to Science,

Technology and in sequence Modern Physics through a questionnaire application.

From these conceptions, at the second stage, interventions actions had been

developed that privileged the approach of some topics of Modern Physics and its

interrelations. Among some relevant analyses, in relation of the initial and final

results, we notice that: the percentage of students who had not known any

application of Modern Physics passed from 74,1% to 3,7%; referring to know or not

the definition of semiconductor material was observed that the positive answers

given by the students moved from 14,8% to 92,6%; concerning the knowledge of the

students about the materials used in devices of high technology was verified that

from 92.6% that did not have knowledge had diminished to 11,1%. Moreover, one

can say that there was an improvement in the taking of consciousness by the

students in relation of science, technology, and some of its consequences on the

society.

Keywords: Significant learning, Teaching modern physics in the high school, STS

(Science, Technology, & Society).

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Mapa conceitual sobre a física na virada no séc. XIX ..................... 32

Figura 2 - Mapa conceitual dos criadores dos modelos atômicos ................. 34

Figura 3 - Posicionamento dos materiais ......................................................... 38

Figura 4 - Realização do experimento 1 ............................................................ 39

Figura 5 - Esquema do circuito elétrico para o cálculo da constante de

Planck ................................................................................................. .42

Figura 6 - Representação dos componentes do circuito elétrico ................... 42

Figura 7 - Legenda dos componentes do circuito elétrico .............................. 43

Figura 8 - Realização do experimento 2 ............................................................ 47

Figura 9 - Distribuição em relação aos diversos veículos utilizados pelos

alunos como canais para leitura no começo e término da

pesquisa .............................................................................................. 50

Figura 10- Gráfico apresentando a distribuição de freqüência onde os

assuntos de física são encontrados no cotidiano .......................... 51

Figura 11 - Opiniões pessoais dos alunos acerca da definição de tecnologia 53

Figura 12 - Relação entre tecnologia, prosperidade e geração de emprego ... 54

Figura 13 - Opinião dos alunos em relação à definição de ciência .................. 56

Figura 14- Opiniões em relação à definição de teorias científicas dadas

pelos alunos ....................................................................................... 57

Figura 15- Opinião dos alunos acerca do conhecimento ou não sobre

aplicações da física moderna ............................................................ 58

Figura 16- Resultados relativos aos dois questionários aplicados em

relação ao conhecimento dos alunos acerca dos materiais

utilizados em dispositivos de alta tecnologia................................. 59

Figura 17 - Opinião dos alunos referente ao conhecer ou não a definição de

materiais semicondutores ................................................................. 60

Figura 18 - Opinião dos alunos acerca se conhecem ou não o que é

supercondutividade ........................................................................... 60

Figura 19 - Como os alunos acreditam que se poderia observar um átomo ... 61

Quadro 1 - Tensões de LEDS ............................................................................... 45

Quadro 2 Valores de freqüências ...................................................................... 45

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Sexo....................................................................................................77

Tabela 2- Idade...................................................................................................77

Tabela 3- Uso da leitura.....................................................................................78

Tabela 4- Relação entre o cotidiano e a física.................................................78

Tabela 5- Definição de tecnologia....................................................................79

Tabela 6- Relação entre tecnologia, prosperidade e geração de emprego..79

Tabela 7- Definição de ciência..........................................................................80

Tabela 8- Definição de teorias científicas........................................................80

Tabela 9- Conhecimento sobre aplicações da física moderna......................81

Tabela 10- Materiais utilizados em dispositivos de alta tecnologia................81

Tabela 11- Definição de materiais semicondutores..........................................81

Tabela 12- Definição de supercondutividade....................................................82

Tabela 13- Visibilidade do átomo.......................................................................82

SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12

1.1 Motivação .................................................................................................. 14

1.2 Objetivo ..................................................................................................... 14

CAPÍTULO II

2 BREVE EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................ 16

CAPÍTULO III

3 METODOLOGIA ........................................................................................ 21

3.1 Primeira etapa da pesquisa ..................................................................... 24

3.2 Segunda etapa da pesquisa: Intervenção .............................................. 24

3.2.1 A utilização de textos publicados em revistas de ensino ..................... 28

3.2.2 Histórico da Física na virada do século XIX ........................................... 31

3.2.3 Abordagem sobre os Modelos Atômicos ............................................... 32

3.2.4 Pesquisa sobre alguns cientistas. .......................................................... 34

3.2.5 Atividades experimentais ........................................................................ 36

3.2.5.1 Análise qualitativa dos espectros de luz ................................................ 37

3.2.5.2 Determinação da constante de Planck utilizando leds. ........................ 39

3.2.5.2.1 Procedimento experimental ..................................................................... 41

3.2.6 Materiais semicondutores e dispositivos eletrônicos .......................... 47

3.2.7 A evolução histórica da supercondutividade ........................................ 48

3.3 Terceira etapa da pesquisa: reaplicação do questionário .................... 48

CAPÍTULO IV

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 49

4.1 Análise comparativa do questionário ..................................................... 49

CAPÍTULO V

5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66

APÊNDICES ............................................................................................................. 73

ANEXOS ................................................................................................................... 93

12

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento está naturalmente ligado à vida, fazendo parte da

existência humana. A ação de conhecer está presente simultaneamente nas

ações biológicas, cerebrais, espirituais, culturais, lingüísticas, sociais,

políticas e históricas, por isso, o ser condiciona o conhecer, que ao mesmo

tempo condiciona o ser (PETRAGLIA, 1995, p. 71).

Vive-se hoje em uma sociedade cada vez mais caracterizada pelo uso

intensivo do conhecimento relacionado principalmente à ciência e à tecnologia e,

para que o aluno possa ter uma melhor compreensão do mundo, torna-se

necessário incorporá-las, ciência e tecnologia, aos processos de ensino e

aprendizagem.

Certamente, a escola desempenha um papel de fundamental importância

nesse processo e, nestes últimos anos, observou-se mudanças significativas no

discurso sobre a educação, sobre o ensino e, particularmente, sobre o Ensino Médio

(KAWAMURA; HOSOUME, 2003, p. 22).

De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+) (BRASIL, 2002, p. 11), em competências

gerais relativas à ciência e à tecnologia, espera-se que o aluno possa reconhecer e

avaliar o desenvolvimento tecnológico contemporâneo, suas relações com as

ciências, seu papel em relação ao meio ambiente, sua presença no cotidiano e seus

impactos na vida social. Segundo Cachapuz (2005, p. 20), �a participação dos

cidadãos na tomada de decisões é hoje uma garantia de aplicação do princípio de

precaução, que se apóia numa crescente sensibilidade social face às implicações do

desenvolvimento tecno-científico�. Sendo assim, em se tratando particularmente da

disciplina Física, a compreensão do aluno deve estar ligada a um contexto mais

amplo, em que o mesmo possa buscar compreensões e respostas baseadas na

ciência e na tecnologia atual, porém considerando em sua análise as diversas

implicações sociais e ambientais que este processo demanda.

13

Nesse sentido, o objetivo da escola no Ensino Médio deve estar voltado

para a formação de cidadãos, independente de sua escolaridade futura, �pois educar

é mais do que ensinar conhecimentos: é promover o desenvolvimento dos cidadãos,

é possibilitar a construção de uma ética, é expor os valores em que acreditamos e

discuti-los� (KAWAMURA; HOSOUME, 2003, p. 23).

Percebe-se, portanto, que as novas orientações sinalizam um novo

horizonte para a educação, capaz de inserir os jovens em um mundo globalizado.

Nesse processo, os aspectos cognitivos, afetivos, competências diversas e senso

crítico passam a constituir ingredientes de uma formação que deve estar apoiada na

consolidação da alfabetização científica, capaz de oferecer aos indivíduos suporte

para o exercício de uma cidadania mais plena (CAVALCANTE, 1999; KRASILCHIK;

MARANDINO, 2004).

Considerando esse movimento de renovação da educação, este trabalho

foi apresentado e desenvolvido acreditando-se na inserção da Física Moderna no

Ensino Médio como enriquecimento da prática pedagógica, na criação de alicerces

para uma compreensão mais abrangente e dinâmica da Física, tendo por base a

busca de uma contextualização efetiva a partir de situações cotidianas vividas pelos

estudantes (CAVALCANTE; BENEDETTO, 1999, p. 437).

É considerada premente a necessidade de se encontrar formas

alternativas de ensino e de propiciar ao aluno maior motivação para aprender os

conceitos abordados, de tal forma que ele possa compreender o processo de

construção histórica do conhecimento científico, apresentando as interações deste

com a tecnologia e com o meio social.

Diante disso, dentre as diversas ações pedagógicas, este trabalho teve

como ponto de partida o tema estruturador �Matéria e Radiação� explicitado no

PCN+.

Por outro lado, a estratégia pedagógica foi sustentada na teoria de

aprendizagem desenvolvida por David Ausubel, no qual propõe que os

conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados, para que possam construir

estruturas mentais que permitam incorporar outros conhecimentos, caracterizando,

14

assim, uma aprendizagem prazerosa e eficaz baseada na aprendizagem significativa

(PELIZZARI et al., 2002, p. 37).

1.1 Motivação

Nos últimos anos observa-se um constante desinteresse dos alunos em

aprender Física. Percebem-se poucas mudanças no espaço escolar que atentem a

um ensino de Física que resgate no aluno a competência investigativa, o espírito

questionador, e o desejo de conhecer o mundo que habita (BRASIL, 1999, p. 53).

Nesse sentido, optou-se por avaliar os diferentes aspectos da

metodologia de ensino baseada na utilização de diversas ações pedagógicas, como

o uso de textos de divulgação científica, o uso de mapas conceituais e de livros

paradidáticos e a utilização de atividades experimentais em que se abordam

questões relacionadas ao tema estruturador �Matéria e Radiação� (BRASIL, 2002), a

história da Física, a ciência e suas aplicações tecnológicas.

1.2 Objetivo

A finalidade desta pesquisa em seu foco principal foi analisar a promoção

da aprendizagem de alguns conceitos ligados à Física Moderna e suas aplicações,

abordados nas ações interventoras e relacionados ao cotidiano dos estudantes,

tendo como enfoque a aprendizagem significativa (AUSUBEL et al., 1980;

MOREIRA; MASINI, 1982; MOREIRA, 1999) no processo de construção do

conhecimento e no crescimento do senso crítico.

Outra preocupação que se teve foi a de chamar a atenção dos alunos

para a importância da Física, dentre várias atribuições, para a investigação dos

mistérios do mundo submicroscópico das partículas que compõem a matéria e de

sua importância tecnológica na produção de novos materiais e respectivas

utilizações destinadas ao conforto e funcionalidade das atividades pertinentes à

sociedade.

Neste contexto, o que se seguirá nesta dissertação será dividido da

seguinte forma:

15

No capítulo 2 serão abordados de forma sucinta os trabalhos dos

principais autores, construtores de teorias de aprendizagem, os quais esta pesquisa

está fundamentada.

No capítulo 3 serão apresentados onde e como foi desenvolvida a

pesquisa, a qual se subdividiu em três etapas: aplicação do questionário, ações

interventoras e reaplicação do questionário.

No capítulo 4 serão discutidos os resultados obtidos na pesquisa e as

análises serão feitas baseadas principalmente em gráficos.

Finalmente, no último capítulo as conclusões serão apresentadas.

16

CAPÍTULO II

2 BREVE EMBASAMENTO TEÓRICO

A rápida evolução da ciência moderna e contemporânea, a conseqüente

emanação tecnológica presente no mundo atual e a superação de novos desafios

educacionais advindos com este cenário conduziram à idéia da introdução de alguns

tópicos de Física Moderna no Ensino Médio, mediante a abordagem da

Aprendizagem Significativa, a fim de tentar estimular uma ação reflexiva na escola

diante do progresso científico e tecnológico (AUSUBEL et al., 1980; MOREIRA;

MASINI, 1982; MOREIRA, 1999).

Segundo Sacristan (2000, p. 37), é impossível refletir sobre o futuro sem

se referir ao passado e ao presente, já que a partir desses alicerces são construídas

as linhas mestras daquilo que está por vir. Nesse contexto a formação do indivíduo

indubitavelmente passa pela educação escolar (FARIA, 2008, p. 19), sendo

relevante destacar o que afirma Rios acerca de alguns problemas presentes no

momento atual:

A globalização talvez seja o fenômeno mais apontado quando se menciona

o mundo contemporâneo, que requer, para evitar a massificação e a

homogeneidade redutora, o esforço de distinguir para unir, a percepção

clara de diferenças e desigualdades e, no que diz respeito ao ensino, o reconhecimento de que é necessário um trabalho interdisciplinar (RIOS, 2003, p. 43).

É por intermédio do gesto de ensinar que o professor, na relação com os

alunos, proporciona a eles, num exercício de mediação, o encontro com a realidade,

considerando o saber que já possuem e procurando articular e inserir novos

saberes. Considera-se também o ensino como �uma prática social específica, que se

dá no interior de um processo de educação cuja função é criar e recriar o

conhecimento e a cultura� (RIOS, 2003, p. 52).

Faz-se necessário que o professor reflita sobre as suas ações no papel

de educador e facilitador da aprendizagem, identificando a estrutura conceitual do

assunto a ser ensinado, e organizando-o a partir de conceitos mais inclusivos para

os mais específicos (OLIVEIRA, 2007, p. 11).

17

Além disso, para a maioria dos educadores há uma grande preocupação

acerca dos problemas que afetam o processo de ensino e aprendizagem, sendo que

entre as várias questões levantadas uma das que mais merece atenção �não é como

se ensina, mas sim como o indivíduo aprende� (OLIVEIRA, 2007, p. 8).

Então, para se avançar acredita-se que é relevante apresentar uma Física

contextualizada e integrada na vida do aluno, que não só explique os conceitos

relacionados à Física Clássica, mas também os conceitos da Física Moderna, que

fazem parte de sua vida por meio de aplicações como: os telefones celulares, os

computadores e os exames de ressonância magnética nuclear, citando alguns

exemplos. Essa nova abordagem se justifica na medida em que verifica na

sociedade atual uma influência cada vez maior da tecnologia, exigindo, para sua

compreensão, habilidades e atitudes que precisam ser aprendidas na escola

(PIETROCOLA, 2005, p. 15).

Neste contexto, o trabalho tem alguns elementos da teoria do cognitivista

David Ausubel e, como tal, segundo Moreira e Masini (1982, p. 3), �propõe uma

explicação teórica do processo de aprendizagem segundo um ponto de vista

cognitivista�.

A cognição é o processo pelo qual o indivíduo estabelece relações,

atribuindo significados à realidade que o cerca. Partindo destes significados,

constrói-se a estrutura cognitiva em que se formam os primeiros conceitos,

denominados pontos de ancoragem, dos quais derivam novos significados

(MOREIRA; MASINI, 1982, p. 3).

Os conceitos âncoras ou pontos de ancoragem passam a ser chamados

de conceitos subsunçores, ou simplesmente subsunçores, dos quais se parte para

construir novos conhecimentos (MOREIRA; MASINI, 1982). Portanto o subsunçor é -

segundo Moreira (1999, p. 11) - �um conceito, uma idéia, uma proposição já

existente na estrutura cognitiva, capaz de servir de ancoradouro a uma nova

informação de modo que esta adquira significado para o aprendiz�.

A esse processo de associação de informações inter-relacionadas

denomina-se - segundo Ausubel � Aprendizagem Significativa, podendo-se então

dizer que esta ocorre quando um novo conhecimento relaciona-se de maneira

18

substantiva e não arbitrária às informações previamente existentes na estrutura

cognitiva do aluno. Nesse processo, a nova informação interage com uma estrutura

de conhecimento específica, a qual se denominou de conceito subsunçor, existente

na estrutura do aprendiz (AUSUBEL et al., 1980; MOREIRA; MASINI, 1982;

MOREIRA, 1999).

Segundo Ausubel, a aprendizagem pode ocorrer de duas maneiras: 1)

mecanicamente, mediante a repetição de conceitos, ou 2) significativamente, como

uma rede de conceitos organizados de modo hierárquico de acordo com o grau de

abstração e de generalização (PELIZZARI et al., 2002, p. 38), o que se espera que

ocorra por meio do conjunto de atividades que compõem a metodologia de ensino

proposta.

A aprendizagem mecânica é sugerida quando não existirem na estrutura

cognitiva do aluno idéias-âncoras (subsunçor) que facilitam a conexão entre esta e a

nova informação ou quando não existirem quaisquer idéias prévias que possibilitem

fazer essa ancoragem (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980). Contudo,

posteriormente, esta aprendizagem mecânica poderá se transformar, segundo

Ausubel, em significativa. Para isso, recomenda-se a utilização de organizadores

prévios, isto é, materiais introdutórios para intencionalmente manipular a estrutura

cognitiva do indivíduo de forma a ancorar a nova aprendizagem, desenvolver ou

organizar os subsunçores, servindo de ligação entre o que o aluno já sabe e o que

ele precisa saber antes de aprender o conteúdo desejado (AUSUBEL; NOVAK;

HANESIAN, 1980).

De acordo com David Ausubel, o principal aspecto no processo educativo

é que a aprendizagem seja significativa. Para isto, é necessário que: o material a ser

assimilado seja potencialmente significativo, as novas informações devem ser

ancoradas nos conceitos relevantes e, estas devem despertar no aluno o interesse

em querer aprender (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980; MOREIRA, 1999).

Nesse contexto, Moreira define a aprendizagem significativa da seguinte forma:

[...] a aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em conhecimentos especificamente relevantes (subsunçores)

preexistentes na estrutura cognitiva. Ou seja, novas idéias, conceitos,

proposições relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e

disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma,

como ponto de ancoragem para os primeiros (MOREIRA, 1999, p. 11).

19

Em resumo, segundo Araújo (2007, p. 31), a ocorrência da aprendizagem

significativa dependerá de um conjunto de tarefas fundamentais, que são:

a) Determinar os conceitos mais relevantes e organizá-los de forma

hierárquica, iniciando nos conceitos mais gerais para os mais específicos.

b) Identificar quais são os conceitos preexistentes relevantes à

aprendizagem do conteúdo a ser ensinado.

c) Diagnosticar os conhecimentos prévios do aluno em relação aos novos

conteúdos de aprendizagem.

d) Facilitar a aprendizagem utilizando recursos potencialmente

significativos, tais como livros paradidáticos e atividades experimentais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, n. 9394/96)

representa um divisor na construção da identidade da educação básica brasileira. E

mediante esta, dois aspectos merecem destaque, sendo estes: as finalidades

atribuídas ao Ensino Médio (Artigo 35), e a proposta de uma organização curricular

com base nacional comum (Artigo 26).

Tendo como base a LDB/96 e os quatro pilares apontados pela UNESCO

como eixos estruturais da educação na sociedade atual, que são: aprender a

conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser (DELORS,

2001, p. 90), esta proposta foi organizada como Parâmetros Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio (BRASIL, 1999) e como tal procurou organizar as áreas de

conhecimento, orientar a educação à promoção de competências e habilidades que

priorizem o desenvolvimento da capacidade de comunicação, a investigação e a

compreensão, bem como a contextualização sócio-cultural.

Em relação às três áreas de conhecimentos: Linguagens, códigos e suas

tecnologias; Ciências humanas e suas tecnologias e Ciências da natureza,

matemática e suas tecnologias, é nesta última que estão contidas as disciplinas de

Biologia, Física, Química e Matemática, cujos objetivos priorizam os

questionamentos nos processos naturais e tecnológicos, o desenvolvimento do

raciocínio e a aprendizagem, e a utilização da ciência como elemento de

interpretação e intervenção (BRASIL, 1999).

20

Em cada disciplina, são destacadas apenas as competências e as

habilidades, e com o intuito de nortear a elaboração de estratégias a serem

desenvolvidas pelo professor e concretizar as propostas apresentadas nos PCN, em

2002 foram apresentadas as Orientações Educacionais Complementares aos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+).

A organização das habilidades e competências apontadas nos PCN+,

juntamente com os conhecimentos a serem trabalhados no ensino de Física, deu-se

a partir de seis temas estruturadores. São eles: Movimentos: variações e

conservações; Calor, ambiente, fontes e usos de energia; Equipamentos

eletromagnéticos e telecomunicações; Som, imagem e informação; Matéria e

radiação; Universo, Terra e vida. Nesse sentido, fez-se necessária a abordagem de

alguns tópicos da Física Moderna nas aulas de Física, visando permitir aos alunos

uma compreensão mais abrangente sobre a constituição da matéria, um contato

com diferentes e novos materiais presentes nos utensílios tecnológicos, uma visão

mais geral de mundo e um maior interesse pela disciplina. Além disso, o tema

possibilitou uma abordagem histórica e cultural, sendo possível através dele o

desenvolvimento de uma série de competências e habilidades sugeridas nos PCN.

Em relação ao ambiente escolar, a qualidade da educação ganha

importância redobrada, pois a relevância e a pertinência das aprendizagens

escolares são decisivas na inserção do aluno no mundo que o cerca (SÃO PAULO,

2008, p. 10).

A seguir, no próximo capítulo será apresentada a metodologia empregada

na pesquisa com todos os principais detalhes de sua aplicação, envolvendo o

processo de coleta de dados e outras informações relevantes.

21

CAPÍTULO III

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Professor Sérgio da

Silva Nobreza, localizada na zona leste da cidade de São Paulo, a qual atende

alunos da 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e da 1ª a 3ª séries do Ensino Médio.

Em 2007, a escola contava com cerca de 1800 alunos, sendo 700 no período

matutino, 680 no vespertino e 420 no noturno. Do total de alunos do período

matutino, 550 estavam cursando o Ensino Médio e 150 o Ensino Fundamental, na

modalidade regular.

A escola se situa em uma região urbana, de fácil acesso, e em seu

espaço físico há um laboratório de informática, com cinco micro-computadores, uma

biblioteca, uma sala de vídeo e duas quadras para a prática esportiva. A maioria dos

alunos reside nas vizinhanças da escola, pertencem a famílias de classe média

baixa e grande parte que cursa o Ensino Médio trabalha na área comercial.

O público-alvo escalado para esta pesquisa foi o dos alunos do 2º ano,

turma A, do Ensino Médio, período matutino, com carga horária semanal na

disciplina de Física de duas aulas, com o tempo de 50 minutos para cada aula. Esta

turma deste período foi a única possível em decorrência do fato de a professora-

pesquisadora ministrar aulas de Física apenas para esta sala.

A turma possui 40 alunos matriculados, cuja faixa etária está entre 15 e

17 anos, sendo que 63% correspondem ao sexo feminino e 37% masculino

(Apêndice B). A pesquisa realizou-se entre os meses de abril e novembro de 2007.

Antes de introduzir a pesquisa em sala de aula, a professora-

pesquisadora entrou em contato com a direção da escola e solicitou autorização

para que a mesma fosse realizada.

Após a autorização, os alunos foram informados e conscientizados acerca

da pesquisa. Houve comentários por parte da professora sobre a relevância quanto

à leitura e à inserção de alguns tópicos de Física Moderna no Ensino Médio, dentre

22

eles, o reconhecimento da Física como um empreendimento humano, o contato dos

alunos com as idéias revolucionárias que mudaram a Ciência do século XX e a

necessidade de formação de um cidadão que possui capacidade de intervenção na

realidade em que está imerso (PENA, 2006, p. 1).

Realizou-se a pesquisa em três etapas. Na primeira etapa foi aplicado um

questionário (Apêndice A), entregue durante a aula de Física e recolhido no mesmo

dia pela professora-pesquisadora.

No sentido de contemplar os vários aspectos relevantes nesta pesquisa, o

questionário (Apêndice A) foi estruturado de modo a conter algumas categorias.

Para obter o perfil de cada aluno foram feitas perguntas pessoais quanto ao sexo e a

idade, embora esta parte do questionário tenha ficada separada da análise

concernente ao foco principal da pesquisa.

A estruturação do questionário levou em conta as seguintes categorias:

a) Perguntas pessoais, quanto ao sexo e idade com o objetivo de realizar

comparações sobre a composição da turma e a faixa etária;

b) Levantamento de dados em relação ao hábito da leitura, em que se

buscou averiguar, primeiramente, se os alunos lêem, e se o fazem, o que têm como

referências;

c) Questões envolvendo relações entre conhecimentos científicos e

tecnológicos e suas conexões com a realidade vivenciada pelos estudantes.

Exemplos: Quais são os conteúdos de Física em que o aluno faz conexão com seu

cotidiano? Quais são as tecnologias envolvidas em aparelhos utilizados por eles e

para quais finalidades?

d) Questões para verificar as concepções que os alunos têm acerca da

ciência e de suas teorias, se as reconhece como empreendimento e construção

humana, de modo a poderem atuar conscientemente com vistas a assumir posições

críticas acerca de temas relacionados à ciência e à tecnologia (RODRIGUES;

VEIGA; ARAÚJO, 2009, p. 37). Exemplos: Qual é sua definição de ciência? O que

entende por �teorias científicas� e quais são suas aplicações?

23

e) Questões para averiguar as aplicações da Física Moderna, dispositivos

de alta tecnologia e definição de materiais semicondutores. Nesta categoria buscou-

se verificar qual era a opinião dos alunos acerca do conhecimento que detinham

sobre as aplicações da Física Moderna e dos materiais que são utilizados em

dispositivos de alta tecnologia.

O resultado da análise das concepções prévias dos alunos através das

respostas dadas às questões contidas no questionário propiciou o início da segunda

etapa, que consistiu na organização, no planejamento e no desenvolvimento das

ações interventoras, visando à introdução de alguns tópicos do ensino da Física

Moderna no currículo de Física da escola em questão, tendo como foco a busca de

novas estratégias educacionais que possibilitem ao aluno uma aprendizagem

significativa.

A terceira etapa consistiu na reaplicação do questionário da etapa inicial

(Apêndice A), que visou investigar a aprendizagem, as possíveis aquisições de

mudanças conceituais dos alunos e a promoção da cidadania em decorrência do

crescimento do senso crítico acerca dos temas relacionados à ciência e à

tecnologia. Segundo Santos (2005, p. 142), �a cidadania é um conceito em

construção historicamente situado e sempre constituiu um eixo central da filosofia

política ocidental�.

No contexto de uma cidadania pós-moderna, Santos (2005, p. 141) diz

que:

A �nova� cidadania propõe-se alargar o conteúdo das liberdades

fundamentais para responder a necessidades presentes e futuras, relacionadas com reivindicações transnacionais e planetárias urgentes.

Privilegiam direitos coletivos respeitáveis e diferenciações indispensáveis.

Ao procurar diluir uma política de homogeneidade cívica, apela ao direito a

uma diversidade que se correlaciona, estreitamente, com a valorização de

uma inter-multiculturalidade (SANTOS, 2005, p. 141).

Nesse sentido, é preciso que os cidadãos sejam capazes de aprender a

conviver com os diferentes, em um ambiente em que se manifestam diversidades,

participar das decisões que afetam suas vidas, tendo consciência da importância de

sua função no aperfeiçoamento individual e das relações sociais (KRASILCHIK e

MARANDINO, 2004).

24

3.1 Primeira etapa da pesquisa

A melhoria da qualidade do ensino de Física, segundo Araújo (2007, p.

55), tem sido uma preocupação de pesquisadores e professores e, nesse sentido,

muitos buscam referenciais teóricos que privilegiam um aprendizado significativo em

um processo contínuo e progressivo. Então, no intuito de considerar os saberes que

os alunos já possuíam, foi aplicado o questionário que está no apêndice A.

No dia da aplicação estavam presentes em sala de aula 27 alunos, que se

dispuseram a respondê-lo individualmente. O questionário possui treze questões,

fechadas e semi-abertas, que procuram verificar quais são os conhecimentos

prévios dos alunos sobre a Física, a Ciência, a Tecnologia e suas interligações, bem

como alguns de seus impactos na sociedade.

3.2 Segunda etapa da pesquisa: Intervenção

Nesta segunda etapa levou-se em consideração a pesquisa-ação que

consiste em produzir conhecimento na ação e pela ação, de forma não trivial,

incorporando nesta um caráter investigativo que envolva situações

problematizadoras capazes de produzir conhecimento sobre os participantes,

permitindo pensar e repensar as ações (THIOLLENT, 2004, p. 15).

Entre as diversas definições possíveis sobre a pesquisa-ação, Michel

Thiollent (2004) a define como:

[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e

realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um

problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2004, p. 14).

Apesar da pesquisa-ação ser alvo de críticas, pois tende a ser vista em

certos meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os

procedimentos científicos, esta vem sendo reconhecida como útil, sobretudo por

pesquisadores identificados por ideologias �reformistas� e �participativas� (GIL, 2002;

THIOLLENT, 2004).

Ao nível das definições, Thiollent (2004) considera que toda pesquisa-

ação é do tipo participativo, ou seja, considera necessária a participação das

25

pessoas implicadas nos problemas investigados. Nesse sentido, a participação dos

pesquisadores é essencial na resolução dos problemas encontrados pois

desempenham um papel ativo na própria realidade dos fatos observados.

Cabe ressaltar que a pesquisa-ação está voltada para situações

concretas na qual os pesquisadores intervêm conscientemente e racionalmente. Na

educação, a utilização da metodologia pesquisa-ação pode ser de grande

importância, pois propicia a construção ou reconstrução do conhecimento.

Nesta perspectiva, Thiollent (2004) considera que:

[...] é necessário definir com precisão, de um lado, qual é a ação, quais são

os seus agentes, seus objetivos e obstáculos e, por outro lado, qual é a

exigência de conhecimento a ser produzido em função dos problemas

encontrados na ação ou entre os atores da situação (THIOLLENT, 2004, p.

16).

Seguindo essa linha, procurou-se abordar alguns tópicos que

contemplassem a história e o desenvolvimento da Física do século XX, tendo por

finalidade despertar nos alunos o interesse por essa ciência.

Considerando o contexto da vivência diária dos alunos, a obtenção de

uma motivação maior para estudar fenômenos que estão diretamente associados a

aparelhos de alta tecnologia de seu dia-a-dia permite reunir condições para uma

melhor compreensão do conhecimento relativo ao mundo real, tornando estes

alunos mais reflexivos e conscientes.

Segundo Gil (2002, p. 143), o planejamento da pesquisa-ação difere

significativamente dos outros tipos de pesquisa, não apenas em virtude de sua

flexibilidade e dos aspectos concernentes à pesquisa propriamente dita, mas

também porque envolve a ação do pesquisador e do grupo interessado, tornando

difícil apresentar um planejamento com base em fases ordenadas temporalmente.

Assim, o que se pode, à medida que se faz o planejamento, é apresentar alguns

conjuntos de ações que podem ser consideradas como etapas da pesquisa-ação

(GIL, 2002).

Nesse sentido, o planejamento, a organização e o desenvolvimento das

ações interventoras deste trabalho se deram a partir de uma análise feita sobre as

26

concepções dos alunos avaliadas por intermédio das respostas obtidas no

questionário.

Foram inseridas as seguintes ações: o uso da leitura, um estudo histórico

da Física na virada do século XIX e a inserção de alguns tópicos da Física Moderna

no currículo da disciplina de Física.

Mediante estas ações foram abordados os seguintes conteúdos: a

educação ambiental, fontes de energias renováveis, os modelos atômicos, a óptica

ondulatória, a dualidade onda-partícula, alguns aspectos conceituais da Física

Moderna, materiais semicondutores e dispositivos microeletrônicos.

Para isso, utilizou-se dos seguintes materiais: textos de divulgação

científica, livros didáticos e paradidáticos e kits para o desenvolvimento de

atividades experimentais.

O uso dos materiais descritos acima foi necessário na busca por

alternativas de aprimoramento na qualidade de ensino e, principalmente, pela

inserção de tópicos de Física Moderna no currículo da disciplina de Física,

procurando proporcionar uma aprendizagem significativa dos conceitos físicos, a fim

de que o aluno atingisse a compreensão e apropriação destes.

Segundo Benjamin e Teixeira (2001, p. 81), os livros paradidáticos - além

de oferecerem abordagens mais objetivas, claras e contextualizadas - promovem

discussões, permitindo ao aluno: criar o hábito de leitura; trabalhar em grupo;

interpretar fenômenos físicos; relacionar e refletir sobre a ciência, a tecnologia e

suas implicações na sociedade.

Partindo do princípio de que a utilização de textos de divulgação científica

em sala de aula pode contribuir para o processo de ensino-aprendizagem,

particularmente em Física, estes foram abordados no intuito de proporcionar ao

aluno o contato com diferentes linguagens e motivá-lo a querer aprender e a

compreender melhor o desenvolvimento de conceitos envolvidos nas teorias

científicas e nas suas ligações com a tecnologia e com o meio social.

O que se observa nos últimos tempos é que a utilização de textos de

divulgação científica em sala de aula tem sido amplamente discutida (ALMEIDA,

27

1993; SILVA e KAWAMURA, 2001; ARAÚJO e SANTOS, 2006) tendo em vista a

sua importância e até mesmo necessidade, já que enriquece e melhora o processo

de aprendizagem dos alunos.

Durante o período da pesquisa foram realizadas duas experiências, tendo

em vista que a função do experimento é testar uma teoria, de maneira que, se

preciso for, esta seja reconstruída de forma a descrever a realidade tão

proximamente quanto possível (ARRUDA; LABURÚ, 2002, p. 59). Acredita-se que a

utilização de um experimento no ambiente escolar desperta no aluno a curiosidade e

o interesse pelo mundo científico.

As experiências executadas pelos alunos foram as que seguem:

a) Análise qualitativa dos espectros de luz;

b) Determinação da constante de Planck utilizando leds.

É importante ressaltar que a utilização desses materiais estabeleceu uma

relação dialógica e participativa entre aluno-aluno e aluno-professora em sala de

aula, superando com isso o discurso autoritário e unilateral que geralmente o

professor apresenta em sua prática docente.

Por fim, buscou-se vincular esta pesquisa a um dos temas estruturadores

para o Ensino de Física, Matéria e Radiação, que está contido nas Orientações

Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+,

2002) para o Ensino Médio.

Na continuidade da elaboração do trabalho foram utilizados alguns

autores e suas obras, a saber:

a) David Halliday et al., Fundamentos de Física 4: Ótica e Física Moderna,

como fonte de estudo e pesquisa no que se refere aos seguintes conteúdos: Óptica

geométrica, Interferência, Difração, Modelos atômicos, Condução de eletricidade nos

sólidos e Física Quântica;

28

b) Robert Eisberg e Robert Resnick, Física Quântica: Átomos, Moléculas,

Sólidos, Núcleos e Partículas, também como fonte de estudo e pesquisa no que se

refere aos seguintes conteúdos: Radiação térmica, Postulado de Planck e Fótons;

c) Alberto Gaspar, Física: volume único e o volume 3 da coleção, no

levantamento dos conhecimentos e na aplicação em sala de aula dos seguintes

conteúdos: Óptica ondulatória, a dualidade onda-partícula, a óptica e os fótons, o

nascimento da mecânica quântica e os semicondutores;

d) Dulcidio Braz Júnior, Física Moderna: tópicos para o ensino médio;

através deste livro pôde-se obter os conteúdos ligados ao histórico da Física na

virada do século XIX para o século XX, a Física Moderna e a descrição de alguns

modelos atômicos;

e) José Alves da Silva et al. no Projeto Escola e Cidadania (PEC) em que

dois livros paradidáticos são apresentados, sendo estes: A matéria-prima da matéria

e O nascimento da Física quântica. Por intermédio destes abordou-se a evolução

histórica dos diversos modelos atômicos e a Física quântica através de sua história;

f) Cristiane R. C. Tavolaro e Marisa Almeida Cavalcante, Física Moderna

Experimental. Este livro serviu como base na elaboração das duas atividades

experimentais desenvolvidas neste trabalho de pesquisa.

Além do conjunto de livros acima, o livro de Alberto Gaspar, os conteúdos

abordados nos livros didáticos de Dulcidio Braz Júnior e de José Alves da Silva

também foram utilizados em sala de aula junto aos alunos.

3.2.1 A utilização de textos publicados em revistas de ensino

Em decorrência dos resultados que apareceram como respostas ao

questionário (Apêndice A) e considerando a necessidade de encontrar formas

alternativas de ensino, procurou-se intervir no ambiente escolar inserindo a leitura de

textos alternativos e de caráter científico no processo pedagógico. Sobre a leitura e

o ensino de Física, Assis e Teixeira (2003) afirmam que:

29

A criação do hábito de leitura nas escolas é fundamental, tanto para um

aprimoramento das atividades pedagógicas utilizadas pelo professor, como

para a formação do aluno, motivando-o a refletir, criar, imaginar e entender melhor os conceitos científicos (ASSIS; TEIXEIRA, 2003, p. 1).

Nesse sentido, alguns textos foram apresentados e propostos pela

professora-pesquisadora. Estes, em sua maioria, priorizam diversos aspectos

relacionados com a Ciência, a Tecnologia, a Sociedade (CTS) e a Educação

Ambiental, visando propiciar ao aluno maior motivação para aprender os conceitos

abordados, compreender o processo de construção histórica do conhecimento

científico e perceber as interações deste com a tecnologia e com o meio em que vive

(RODRIGUES; VEIGA; ARAÚJO, 2009).

Entre os textos escolhidos, nove pertencem aos Anais do III Seminário

Ibérico de CTS no Ensino das Ciências: Perspectivas Ciência � Tecnologia �

Sociedade na Inovação da Educação em Ciência, possibilitando ao aluno

estabelecer um primeiro contato com a literatura produzida por pesquisadores

acadêmicos. Os textos escolhidos foram:

a) A educação ambiental na representação dos alunos de ensino médio.

Descompassos entre a proposta e a prática de ensino (SILVA; FONSECA, 2004);

b) Condições de implantação de parques de energias renováveis para

uma proposta de abordagem CTS (NAVE; PAIXÃO, 2004);

c) CTS na produção de materiais didáticos: o caso de projeto brasileiro

�Instrumentação para o ensino interdisciplinar das Ciências da Natureza e da

Matemática� (FREITAS; SANTOS, 2004);

d) CTS no ensino de ciências: sua relação com a formação docente e as

práticas educativas (MACIEL, 2004);

e) Elaboração de uma proposta interdisciplinar para a introdução de

Física Moderna no Ensino Médio (VIEIRA; CARVALHO, 2004);

f) O enfoque ciência, tecnologia e sociedade e a aprendizagem centrada

em eventos (CRUZ; ZYLBERSZTAJN, 2005);

30

g) Os incêndios florestais no estudo da Química da atmosfera terrestre

(SIMÕES; PAIXÃO, 2004);

h) Plásticos e o meio Ambiente: da síntese à reciclagem � Abordagens

CTSA no ensino da Química (PEREIRA; COSTA, 2004);

i) (Re) Pensando a educação científica � problemáticas do lixo e o ensino

das ciências (PEDROSA et al, 2004);

j) Uma experiência interdisciplinar entre a Biologia e a Física numa

perspectiva CTS (MACEDO et al., 2004);

k) O ensino de uma Nova Física e o exercício da cidadania

(CAVALCANTE, 1999).

Os textos a, b, g, h, i e j abordam e buscam promover reflexões que

envolvem a educação ambiental, fontes e formas de energias renováveis e

reciclagem, possibilitando ao aluno analisar e ampliar a sua conscientização sobre a

necessidade de preservação do meio ambiente. Por outro lado, os artigos c, d, e, f e

k enfatizam verificar as relações entre CTS, envolvendo as necessidades e

dificuldades de formação e de exercício da profissão docente, entre outros aspectos.

Após a entrega dos textos, os alunos foram divididos em grupos, podendo

escolher os seus pares. A quantidade estipulada pela professora na formação dos

grupos foi de no mínimo dois e no máximo sete alunos por grupo, sendo que os

grupos maiores escolheram mais de um texto, que deveriam ser lidos, analisados e

discutidos. Ao todo foram formados oito grupos.

Os grupos apresentaram para os demais alunos seus textos em forma de

seminário e debate e, ao final de cada apresentação, o grupo entregou uma síntese

sobre o texto. O tempo previsto para cada apresentação foi de no máximo quinze

minutos e no mínimo dez.

Durante as discussões, foram levantadas questões problematizadoras

com os alunos e mediadas pela professora-pesquisadora. Os alunos tinham total

liberdade em expor suas opiniões tendo como enfoque o enredo apresentado pelo

texto.

31

O debate e as discussões dos conteúdos abordados nos textos foram

realizados em seis aulas de 50 minutos cada ao longo de três semanas.

3.2.2 Histórico da Física na virada do século XIX

A história da Física na virada do século XIX para o século XX foi

apresentada como uma estratégia motivadora para a aprendizagem da Física,

permitindo apresentá-la como uma construção humana, que se destaca por ser uma

das ciências mais significativas dentre todas.

Segundo Maia e Murrie (2000, p. 21), o papel da Física no século XIX é o

mais destacado em relação às demais ciências, principalmente quando são

lembrados alguns dos mais importantes acontecimentos desse século: a bomba

atômica, a corrida espacial, a descoberta dos transistores e o desenvolvimento da

informática, eclodindo na era da globalização.

Entretanto é preocupante como o ensino de Física não tem acompanhado

o desenvolvimento científico e tecnológico e cada vez mais se distancia das

necessidades dos alunos no que diz respeito ao estudo de conhecimentos científicos

mais atuais (OLIVEIRA; VIANNA; GERBASSI, 2007, p. 447).

Assim, dentre os objetivos a serem alcançados no desenvolvimento deste

tópico destacam-se: promover uma visão crítica acerca de como era a Física ao final

do século XIX; abordar o surgimento e o desenvolvimento de alguns tópicos de

Física Moderna e enfocar a construção do conhecimento científico mediante o

estudo de fatos históricos presentes na Física.

Na busca por enfatizar mais as aplicações da teoria do que a teoria da

Física Moderna em si, a abordagem deste tópico feita pela professora-pesquisadora

priorizou uma ação interventora baseada na apresentação e discussão do tema por

meio de aulas expositivas, assumindo a posição de diálogo, utilizando mapas

conceituais como ferramenta educacional. As aulas expositivas foram duas, com a

elaboração de um mapa conceitual pela professora-pesquisadora, que teve como

referência em sua construção e em seu desenvolvimento conceitual o livro Física

Moderna: tópicos para o ensino médio, de Dulcidio Braz Junior (2002), com o intuito

32

de esclarecer as idéias-chave de como se encontrava o cenário teórico da Física na

virada do século XIX para o XX.

Para finalizar, foi proposto aos alunos um trabalho de pesquisa sobre �A

Física de diferentes épocas e a sua presença em nosso cotidiano� (anexo 3), em

que cada aluno individualmente entregou o seu para ser analisado e avaliado.

De acordo Novak e Gowin (1996, p. 31), os mapas conceituais servem

para tornar claro, tanto aos professores quanto para os alunos as idéias-chave em

que se devem focar para uma tarefa de aprendizagem específica. Nesse sentido,

tem-se a seguir o mapa conceitual:

Figura 1 - Mapa conceitual sobre a Física na virada no séc. XIX (JUNIOR, 2002).

3.2.3 Abordagem sobre os Modelos Atômicos

Este tópico foi desenvolvido com o propósito de utilizar os conceitos dos

modelos atômicos para explicar os fenômenos físicos e cotidianos e apresentar aos

alunos a importância do estudo da estrutura da matéria para o desenvolvimento da

produção de tecnologias de ponta.

33

Segundo Maia e Murrie (2000, p. 113), o estudo da evolução histórica da

concepção acerca da estrutura da matéria, desde os seus modelos primitivos até o

átomo da Física Moderna, busca mostrar ao aluno uma visão da produção e do

desenvolvimento científico, de modo que ele perceba a �provisoriedade do saber

científico� (MAIA; MURRIE, 2000, p. 113).

Nesta abordagem optou-se primeiramente por contextualizar o tema

utilizando o livro �A matéria-prima da matéria� (PINTO; SILVA; LEITE, 2000), que

apresenta uma evolução histórica dos diversos modelos da estrutura da matéria e

pertence ao Projeto Escola e Cidadania (PEC) da editora do Brasil.

Para desenvolver esta ação interventora, a classe foi dividida em seis

grupos, cada grupo continha no mínimo quatro e no máximo seis alunos. Foi

esclarecido aos alunos que a leitura seria obrigatória, cada grupo escolheria um

tópico do livro a ser estudado, estes seriam apresentados em forma de debates e

discussões e, ao final construiriam juntos um mapa conceitual contendo os criadores

dos modelos atômicos.

Foram utilizadas duas aulas para que os alunos formassem os seus

devidos grupos, escolhesse qual tópico o grupo apresentaria e também fossem

realizadas as leituras destes. Os debates, com duração máxima de 15 minutos, as

discussões e a construção do mapa conceitual aconteceram nas seis aulas

seguintes. Em todas as fases desta ação interventora houve a mediação da

professora-pesquisadora.

Ao terminar uma tarefa de aprendizagem, segundo Novak e Gowin (1996,

p. 31), podem-se utilizar os mapas conceituais para mostrar um resumo esquemático

do que foi aprendido. Neste intuito, os alunos elaboraram um mapa conceitual que

continha um resumo dos criadores dos modelos atômicos, com o objetivo de

apresentar a importância do estudo da estrutura da matéria e o seu desenvolvimento

como construção humana, conforme mostra a figura abaixo:

34

Figura 2 - Mapa conceitual dos criadores dos modelos atômicos.

3.2.4 Pesquisa sobre alguns cientistas

As tarefas, formalmente estruturadas como atividades de ensino e aprendizagem dentro dos ambientes escolares, podem ser um bom recurso de análise, à medida que certa seqüência de algumas delas constitui um

modelo metodológico, limitando o significado real de um projeto de

educação que pretendem algumas metas e que se guia por certas finalidades (SACRISTÁN, 2000, p. 207).

Este tópico foi desenvolvido no intuito de utilizar as tarefas como ações

mediadoras dos processos de ensino e aprendizagem, como facilitadora na análise

do método educativo e como recurso organizador dos alunos.

A pesquisa sobre alguns cientistas visa desenvolver uma ação que

privilegie a participação ativa dos alunos e contribua para uma aprendizagem

significativa, possibilitando uma compreensão do processo de construção do

conhecimento científico.

35

Para desenvolver esta tarefa, a classe foi dividida em grupos, sendo que

cada grupo continha no mínimo dois alunos e no máximo cinco. Os grupos tiveram

um prazo de oito dias para realizarem esta pesquisa, podendo utilizar-se de

bibliotecas, internet, revistas ou qualquer outra fonte que pudesse responder sobre o

que estava proposto.

Os cientistas pesquisados pelos grupos foram: Richard Feynman, Niels

Bohr, Werner Karl Heisenberg, Louis de Broglie, Enrico Fermi, Albert Einstein, Ernest

Rutherford, Max Planck, Joseph Thomson, John Dalton, Paul Adrien Dirac.

Ao entregar os trabalhos sobre os cientistas pesquisados, cada grupo o

apresentou em forma escrita e de seminário, respondendo principalmente à seguinte

questão: Qual a importância do cientista pesquisado para a comunidade científica, e

quais as suas contribuições no meio acadêmico? Um exemplo é fornecido no anexo

1.

As apresentações realizadas pelos grupos feitas na forma de seminário

foram seguidas por debates. O tempo previsto para cada apresentação foi de no

máximo 20 minutos e durante este período abriu-se espaço para que os demais

alunos da turma pudessem se envolver com o tema abordado, momento em que a

professora atuou como mediadora. Ao todo foram formados oito grupos, sendo que

os maiores escolheram mais de um cientista. O tempo gasto em sala de aula para

realizar a apresentação deste tópico foram quatro aulas. Acerca das contribuições

dos seminários, Rodrigues, Veiga e Araújo (2009), afirmam que:

O seminário é uma técnica de ensino baseada no uso da exposição oral,

permitindo a discussão e o debate coletivo, sendo centrada na ação do

estudante sobre o objeto de aprendizagem, por meio de uma ação integrada

e colaborativa entre os integrantes dos grupos de alunos, estando vinculada à realização de pesquisas que devem ser feitas sob a devida orientação do

professor, atuando como um organizador e facilitador da aprendizagem (RODRIGUES; VEIGA; ARAÚJO, 2009, p. 37).

Dentre os diversos aspectos que merecem ser abordados e salientados

sobre as apresentações realizadas pelos grupos, pode-se considerar que o uso

destes textos que abordam a vida dos cientistas e outros recursos, deu margem a

ricas discussões, promovendo diálogos entre os alunos e entre os alunos e a

professora-mediadora e facilitou a compreensão do processo de construção do

36

conhecimento científico, salientando que este não pode ser considerado como um

produto acabado.

3.2.5 Atividades experimentais

De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos

Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002, p. 81), �a experimentação é

indispensável ao longo de todo o processo de desenvolvimento das competências

em Física�, é um dos elementos que podem garantir a construção do conhecimento

pelo próprio aluno, desenvolvendo sua curiosidade e evitando a aquisição do

conhecimento científico como uma verdade estabelecida e inquestionável. Além

disso, enriquece a prática pedagógica, facilita a absorção dos conceitos físicos,

privilegia o fazer e o manusear e desperta a curiosidade sobre os conceitos

científicos e tecnológicos.

Foram realizadas duas experiências que permitiram abordar alguns

aspectos da Física Moderna, sendo que a primeira privilegiou os aspectos

qualitativos envolvidos no processo enquanto que a segunda enfatizou o aspecto

quantitativo. Estas foram utilizadas como estratégia de ensino a fim de minimizar as

dificuldades de aprendizado e de ensino de Física de modo significativo e

consistente (ARAÚJO; ABIB, 2003, p. 176).

As experiências realizadas tiveram como referência o livro Física Moderna

Experimental, escrito por Cristiane R. C. Tavolaro e Marisa Almeida Cavalcante

(2003), que fornece alguns subsídios de apoio pedagógico para inserir a Física

Moderna e Contemporânea no Ensino Médio por meio da experimentação. A obra

faz uso de uma linguagem formal-científica, reforça o aspecto humano da ciência e

torna a aprendizagem mais agradável e interessante.

Como já foram mencionados anteriormente e serão apresentados aqui

novamente apenas por comodidade de leitura, os experimentos realizados foram:

a) Análise qualitativa dos espectros de luz;

b) Determinação da constante de Planck utilizando leds.

37

3.2.5.1 Análise qualitativa dos espectros de luz

Esta atividade foi desenvolvida em duas etapas: teórica e prática. Na

parte teórica foram abordados conceitos sobre os fenômenos ondulatórios

(interferência e difração) e a dualidade onda-partícula. Estes conteúdos foram

desenvolvidos em sala de aula por meio de aulas expositivas, tendo como referência

o livro didático Física de Alberto Gaspar (2001). O tempo gasto para realizar esta

primeira etapa foi de três aulas.

Na realização do experimento foram utilizadas três aulas, pois havia

apenas um kit disponível. A turma foi dividida em seis grupos contendo no máximo

seis alunos. Cada grupo dispunha de aproximadamente 25 minutos para realizar a

atividade prática.

A investigação foi iniciada por meio da abordagem teórica e utilizou-se da

experimentação para verificar sua validação, pois se acredita que o enriquecimento

da prática pedagógica com experiências de fácil realização possa melhorar a

qualidade da didática e facilitar a comunicação de conceitos físicos (CAVALCANTE;

BENEDETTO, 1999, p. 437).

Este experimento consistiu inicialmente em incidir sobre um CD o feixe de

luz de uma lâmpada de filamento de uma lanterna. Em seguida, buscou-se ajustar a

posição de uma lente convergente de modo a projetar sobre uma tela o feixe

refletido devidamente focado, como se observa na figura abaixo referenciada no livro

Física Moderna Experimental (2003, p. 39):

38

Figura 3 - Posicionamento dos materiais (TAVOLARO e

CAVALCANTE, 2003, p. 39)

Os materiais utilizados foram: uma caixa de CD para apoio, um CD, uma

lanterna com filamento incandescente, uma lanterna fluorescente, uma tela de

projeção e filtros plásticos (acrílico) nas cores: vermelha, verde e violeta.

Na primeira montagem do experimento foi utilizada uma lanterna com

filamento incandescente. Nesta os alunos observaram o espectro contínuo da

radiação em forma de anéis (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e

violeta) verificando que quanto maior o raio da circunferência maior o comprimento

de onda.

Em seguida introduziram o filtro vermelho entre a fonte de luz e o CD,

verificando que apenas o anel da cor vermelha refletia no anteparo. Assim puderam

concluir que apenas a radiação nesta faixa de comprimento de onda atingiu o CD,

pois o filtro absorveu os outros comprimentos de onda. O procedimento foi repetido

com os filtros verde e violeta.

Na segunda montagem do experimento foi utilizada a lanterna com

filamento fluorescente. Observou-se um espectro discreto em forma de círculos

concêntricos de três diferentes cores: violeta, verde e laranja. Essas cores são

características da fonte de luz utilizada, a lâmpada fluorescente de mercúrio (Hg)

(TAVOLARO; CAVALCANTE, 2003, p. 42).

39

Nesta segunda montagem, quando os alunos introduziram os filtros entre

a fonte de luz e o CD, eles observaram que a cor no anteparo era a mesma do filtro.

Apesar de a observação ficar limitada à qualidade dos materiais

utilizados, o objetivo do experimento foi alcançado, ou seja, os alunos puderam

verificar a diferença entre os espectros contínuo e discreto, a relação entre os raios

dos anéis com seus respectivos comprimentos de onda e os filtros permitiram a

observação das diferentes faixas de emissão.

Como exemplo, a figura 4 mostra a realização do experimento por um

dos grupos:

Figura 4 - Realização do experimento 1

3.2.5.2 Determinação da constante de Planck utilizando leds

Para a realização deste experimento optou-se primeiramente em

contextualizar o nascimento da Física Quântica utilizando como material de apoio

pedagógico o livro �O nascimento da Física Quântica� (PINTO; SILVA; LEITE, 2000)

pertencente ao PEC.

40

Este livro, segundo Maia e Murrie (2000, p. 12), enfoca a Física Quântica

sob um ponto de vista histórico, salientando alguns aspectos quantitativos em torno

do quais se fazem proposições de atividades do tipo hipertexto, as quais podem ou

não ser realizadas, dependendo dos interesses do grupo e do planejamento.

O livro �O nascimento da Física Quântica� apresenta a Física Quântica

como sendo a base da compreensão atual da estrutura do universo e, entre as suas

aplicações, cita: pesquisa de energias (a fusão do núcleo do átomo), a comunicação

óptica (fibras ópticas), os equipamentos (como os CDs), a revolução da informática

(semicondutores) e os fundamentos biológicos da vida (DNA, fotossíntese).

Para investigar alguns princípios da Física Quântica este livro parte das

seguintes questões: O que a Física Quântica é, afinal? Quando ela nasceu? Quem

são seus fundadores? Por que foi criada? Quais são seus princípios?

No detalhamento destas questões, numa linguagem acessível ao Ensino

Médio, o livro traz a transição histórica da Física Clássica para a Física Moderna e

seus colaboradores, a radiação do corpo negro e o nascimento da Física Quântica, o

postulado de Planck, o quantum elementar de luz de Einstein, o princípio da

incerteza de Heisenberg, o paradoxo do gato de Schrödinger e o princípio da

complementaridade de Bohr.

Para desenvolver esta ação interventora, todo o contexto e as atividades

citadas no livro foram desenvolvidas pelos alunos e mediadas pela professora-

pesquisadora no formato de discussões coletivas, com o intuito de propiciar uma

melhor compreensão sobre a Física e sua influência na sociedade atual, permitindo

com isto a identificação pelos alunos de algumas aplicações tecnológicas.

Após a contextualização, o experimento foi realizado utilizando a mesma

formação de grupo descrita anteriormente. Para a abordagem do contexto conceitual

foram necessárias seis aulas e para a experimentação cada grupo necessitou de

duas aulas, totalizando quatorze aulas realizadas durante quatro semanas. Cabe

ressaltar que dentre as quatorze aulas, seis foram realizadas fora do horário da aula

de Física na escola, fazendo-se uso de aulas suplementares no horário de outras

disciplinas.

41

Para realizar o experimento a professora-pesquisadora providenciou um

kit que continha os seguintes materiais: dois multímetros digitais, um circuito elétrico

contendo um potenciômetro, uma chave (liga/desliga), quatro leds nas cores azul,

amarelo, verde e vermelho, fios de ligação, jacarés e uma barra.

Durante a experimentação, cada aluno que compunha o grupo tinha o

procedimento experimental a ser seguido, sendo este descrito a seguir.

3.2.5.2.1 Procedimento experimental

Em 14 de dezembro de 1900, Max Planck apresentou um artigo �Sobre a

Teoria da Lei de Distribuição de Energia do Espectro Normal� em uma reunião da

Sociedade Alemã de Física. A data dessa apresentação é considerada a do

nascimento da física quântica (EISBERG; RESNICK, 1986, p. 19).

A Física Quântica é uma teoria mais geral que a Física Clássica para a

classe dos fenômenos que possuem análogos clássicos. Porém, há fenômenos

quânticos que não possuem contrapartida clássica e são chamados de fenômenos

genuinamente quânticos. A Física Quântica estende o campo de aplicações das leis

da Física a regiões de pequenas dimensões, porém nem todo fenômeno quântico é

microscópico. Assim, o que realmente diferencia um fenômeno quântico de um

fenômeno clássico é o fato de uma constante, conhecida como constante de Planck,

integrar de forma relevante a teoria pertinente. No artigo seminal de Planck, ele

introduziu essa constante quando tentava explicar as propriedades observadas da

radiação térmica. Esta constante universal de Planck é representada pela letra h e

tem um valor experimental de 6,63.10-34 J.s (EISBERG e RESNICK, 1986). A

quantização da energia envolve a constante de Planck, havendo ainda inúmeras

outras grandezas físicas que são quantizadas e que também envolvem a constante

de Planck, daí seu caráter universal.

Dada a importância da constante de Planck para a Física Moderna, nosso

objetivo é determinar o seu valor a partir da utilização de led�s (light emisor diode ou

em português, diodo emissor de luz), que são dispositivos que emitem luz de

freqüência definida, sendo utilizados os arranjos experimentais descritos a seguir.

42

Esquemas:

Figura 5 - Esquema do circuito elétrico para determinação da constante de

Planck

Figura 6 - Representação dos componentes do circuito elétrico

1 2 3 4

1 2 3 4

1

2

3

4

0

5

A

V

+

- 4,5 V

43

Figura 7 - Legenda dos componentes do circuito elétrico

Para entender o princípio básico de funcionamento do led, durante a

execução do experimento foi abordado o conceito teórico relacionado com a

condução elétrica de um material semicondutor, as bandas de condução e de

valência, e o comportamento de uma junção p-n. Além disso, foi explicado ao aluno

que um led é um diodo e que para conduzir uma corrente há um direcionamento

específico e este só acenderá quando a energia fornecida aos elétrons de sua

banda de valência for pelo menos igual à diferença entre sua banda de condução e

de valência (TAVOLARO; CAVALCANTE, 2003).

Ao fornecer essa energia, o elétron sofre uma transição até a banda de

condução e ao retornar ao seu estado inicial, emite radiação que deve ter uma

energia igual à recebida. A radiação emitida pelo led apresenta um dado valor de

comprimento de onda e, conhecendo-se este valor, pode-se obter o valor da

freqüência emitida e, conseqüentemente, a sua energia. Sabendo-se a energia do

fóton emitido pelo led, verifica-se experimentalmente qual deve ser o menor valor de

tensão aplicada aos seus terminais que permita acender o led. Assim pode-se dizer

que: (energia fornecida pelo circuito) eV = h (energia liberada pelo fóton). Como

44

todos os valores podem ser determinados, para realizar o cálculo da constante h,

temos: h = (eV) / (TAVOLARO; CAVALCANTE, 2003).

Neste experimento não se obteve a curva característica de cada led pois

o interesse maior foi o de obter a ordem de grandeza da constante de Planck.

1ª atividade

Objetivo:

Verificar a seqüência de acendimento dos leds.

Procedimento:

a) Conectar os leds na barra utilizando os jacarés na ordem

numérica.

b) Ligar a chave.

c) Variar o potenciômetro

Questões:

Qual a seqüência? Por quê?

2ª atividade

Determinar a ordem de grandeza da constante de Planck h.

Procedimento:

a) Conectar o led azul na barra.

b) Ligar o voltímetro (em paralelo) nos pontos 0 e 5 indicados na

placa.

c) Ligar a chave.

d) Variar o potenciômetro até o instante em que o led começar a acender.

e) Verificar e anotar o valor acusado no voltímetro na tabela anexa.

45

f) Repetir os procedimentos 4 e 5.

g) Refazer o mesmo procedimento para os leds vermelho, verde e

amarelo.

Quadro 1 - Tensões dos LEDS

Cálculo de h:

Lembrar que : E = eV = h onde:

e: carga do elétron, cujo valor é igual a 1,6 10 -19 C.

V: tensão mínima necessária para acender o led.

: valor da freqüência emitida pelo led.

h: constante de Planck.

Para os cálculos utilize os valores de freqüência da tabela abaixo.

Led Freqüência (Hz) Vermelho 4580.1011

Verde 5281.1011

Amarelo 5128.1011

Azul não fornecido

Quadro 2 - Valores de frequências

Obs: Freqüência fornecida pelo fabricante.

Tensão em volts

azul vermelho verde amarelo 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Média

46

3ª atividade

Determinar o erro percentual encontrado nos procedimentos descritos

acima para o cálculo da constante de Planck por intermédio da equação:

=[( h � H ) / h]*100% ,

em que:

: erro percentual.

H: constante de Planck determinada pelos experimentos.

h: 6,63 x 10 - 34 J.s [constante de Planck fornecida na literatura (EISBERG;

RESNICK, 1986)].

Comparar os valores encontrados e discutir o porquê das diferenças.

Todo o desenvolvimento do experimento resumiu-se neste procedimento,

que foi seguido em detalhe pelos alunos; a professora auxiliou no manuseio dos

equipamentos e no esclarecimento de dúvidas quando necessário. Ao final cada

grupo entregou um relatório contendo todas as atividades descritas, propostas e

realizadas nesta experimentação. Um exemplo é fornecido no anexo 4.

Nesta experimentação observou-se que todos os grupos conseguiram

realizar a montagem do experimento e verificar a validade da lei de Planck. Ao

analisar os relatórios verificou-se que os alunos utilizaram do formalismo matemático

para o cálculo da constante de Planck e em suas conclusões, observaram que

quando aplicado um valor de tensão mínima nos teminais do circuito este não

acendia todos os leds simultaneamente; relacionaram a radiação emitida pelos leds

com as suas respectivas frequências, justificando o porquê da seqüência do

acendimento, isto é, a tensão mínima aplicada para o acendimento do led vermelho

é menor que a tensão mínima para o acendimento do led verde, pois a frequência do

led vermelho é menor que a frequência do led verde, indicando que a energia

emitida pelo led, para uma dada frequência , está diretamente relacionada à sua

47

cor. Para finalizar, os alunos verficaram que independentemente da cor do led a

ordem de grandeza na constante de Planck permanece a mesma.

A figura 8 nos mostra a realização deste experimento por um dos grupos:

Figura 8 - Realização do experimento 2

3.2.6 Materiais semicondutores e dispositivos eletrônicos

Este tópico foi abordado partindo dos conceitos prévios dos alunos e das

muitas dúvidas e perguntas feitas sobre o experimento anterior.

No plano da organização prática da pesquisa e visando não desestimular

a discussão, os elementos teóricos foram adaptados em uma linguagem comum

para permitir um certo nível de compreensão. Nesse sentido, utilizando aulas

expositivas sobre os conceitos teóricos que envolvem os materiais semicondutores e

dispositivos eletrônicos, foram priorizados os seguintes temas: a condução elétrica e

a classificação de materiais em condutores, semicondutores e isolantes; as bandas

de valência e de condução; o comportamento da junção PN nos semicondutores; a

utilização de dispositivos, como os diodos, os leds, os transistores e os circuitos

integrados, todos baseados em materiais semicondutores.

48

Para essa atividade foram necessárias quatro aulas, em que foi

constatada uma participação intensa dos alunos, pois a maior parte dos

equipamentos e aparelhos eletrônicos que hoje se utiliza faz uso dos dispositivos

como os apontados acima, o que atraiu fortemente o interesse dos mesmos.

3.2.7 A evolução histórica da supercondutividade

Para finalizar o trabalho de intervenção foi apresentado pela professora o

tema supercondutividade, buscando despertar a curiosidade dos alunos, tendo como

justificativa, entre outras razões, a influência crescente da Física para o

entendimento da revolução tecnológica que presenciamos no final do século XX

(OSTERMANN; FERREIRA; CAVALCANTI, 1998, p. 7).

Este tema foi apresentado aos alunos como uma proposta de estudo em

que a apresentação do assunto seria feita pelos alunos como forma de avaliação.

Para isso os alunos se dividiram em grupos com no máximo seis alunos e tiveram

oito dias corridos para pesquisarem sobre o fenômeno supercondutividade,

priorizando a evolução histórica, algumas propriedades básicas dos

supercondutores e suas aplicações. Ao final, durante quatro aulas, os grupos

apresentaram suas pesquisas em forma de seminários e debates que foram

mediados pela professora. A entrega dos trabalhos não foi obrigatória e a avaliação

se deu mediante a performance durante a apresentação dos grupos.

3.3 Terceira etapa da pesquisa: reaplicação do questionário

A terceira etapa da pesquisa consistiu na reaplicação do questionário

utilizado na etapa inicial (Apêndice A), no final do mês de novembro. Nesta

reaplicação, somente os 27 alunos que responderam a etapa inicial puderam

respondê-lo novamente, apesar dos 40 alunos matriculados nesta sala terem

participado da segunda etapa do trabalho. Esta etapa visou investigar quais foram

as mudanças ocorridas em decorrência do processo das ações interventoras.

Uma análise comparativa das respostas fornecidas pelos alunos será

apresentada no próximo capítulo.

49

CAPÍTULO IV

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentadas as análises obtidas por intermédio dos

procedimentos e instrumentos de coleta de dados.

4.1 Análise comparativa do questionário

O processo desta análise fundamentou-se em se fazer uma comparação

entre os resultados obtidos investigando-se as concepções prévias dos alunos na

primeira aplicação do questionário (etapa inicial) e os resultados obtidos na etapa

final, que foi a de reaplicação do questionário após as ações interventoras. Neste

processo foram utilizados os seguintes procedimentos: coleta dos dados, tabulação,

cálculos estatísticos e interpretação dos resultados. As respostas do questionário

foram estruturadas em tabelas (Apêndice B) e em figuras para que se tenha uma

rápida visualização dos resultados.

Por questões éticas, optou-se por omitir os nomes dos alunos que

colaboraram e participaram desta pesquisa. No decorrer da análise, quando

necessário, eles serão identificados por A1 (aluno 1), A2 (aluno 2), A3 (aluno 3) e

assim sucessivamente.

Os dados obtidos foram analisados utilizando-se a estatística básica

(Crespo, 1991; Spinelli e Queiroz, 1993), obtendo-se as distribuições que serão

apresentadas a seguir.

É importante ressaltar que as duas primeiras questões foram destinadas à

coleta do perfil do aluno e não serão incluídas aqui, já que os resultados foram

rapidamente apresentados no capítulo anterior e não é relevante para esta pesquisa

incluir os perfis dos alunos na análise a seguir.

3ª questão: O que você costuma ler, sem contar o que a escola pede?

50

A figura 9 refere-se à tabela 5 (Apêndice B), que apresenta as respostas

para uma questão fechada, com múltiplas escolhas, que visa investigar se os alunos

costumam fazer uso da leitura, e se o fazem, o que lêem e por qual veículo de

comunicação.

Figura 9 - Distribuição em relação aos diversos veículos utilizados pelos

alunos como canais para leitura no começo e término da pesquisa

Inicialmente, observa-se que uma parcela significativa dos alunos faz uso

da internet para a leitura de textos; aproximadamente quatro em cada dez alunos faz

uso de leituras em informações gerais e aproximadamente um em cada dez lê

revistas de divulgação científica.

Na reaplicação do questionário, o que se verifica é que houve um

pequeno aumento na utilização da internet e nas leituras de jornais, o que pode

estar relacionado com as ações interventoras do trabalho que estimulou a leitura de

textos e a realização de pesquisas que envolviam a leitura de jornais. No entanto, as

ações interventoras não foram suficientes para causarem quaisquer mudanças em

relação à leitura de textos de divulgação científica em revistas, concluindo-se que os

alunos não se sentiram suficientemente motivados para buscar tais textos para a

leitura em bibliotecas ou não se dispuseram a empenhar parte de suas mesadas na

aquisição de revistas especializadas. É muito provável que os alunos tenham a

cultura de pesquisar apenas nos veículos facilmente acessíveis, eventualmente

desconhecendo algumas fontes de disseminação do conhecimento científico.

51

4ª questão: Que locais vocês conseguem fazer relação com os conteúdos de

Física?

A tabela 6 (Apêndice B) representa as respostas dadas à questão 4

(Apêndice A), que é semi-aberta e de múltiplas escolhas e procura analisar e

relacionar os conteúdos de Física aprendidos com os locais do cotidiano do aluno.

A figura abaixo refere-se à tabela 6 (Apêndice B). Os resultados iniciais

mostram que a maioria dos alunos relaciona os conteúdos de Física à escola

(70,4%) e a suas casas (55,6%), havendo ainda indicações sobre parques de

diversão (33,3%) e, menos freqüentemente, com o cinema (14,8%), o shopping

(11,1%) e outros locais (7,4%), tais como as ruas, exemplificadas nas respostas

dadas por A1 e A2 (Apêndice C).

Figura 10 - Gráfico apresentando a distribuição de freqüência onde os assuntos de Física são

encontrados no cotidiano

Os alunos conseguiram ampliar como um todo suas capacidades de

relacionar os conteúdos aprendidos de Física aos locais freqüentados

cotidianamente. Os resultados finais apresentaram um aumento considerável em

todos os itens que compõem a questão, passando de 33,3% a 55,6% no parque de

diversões, de 14,8% a 63,0% no cinema, de 11,1% a 51,9% no shopping, e em

outros locais, nas respostas abertas, 33,3% relataram a conexão com a Física nos

seguintes sítios ou dispositivos do cotidiano: hospitais, dispositivos de segurança,

elevadores e trens. É digno de nota que o menor crescimento ocorreu justamente

52

em relação à escola. Como o percentual relativo a esta já era grande no início,

indicando que a priori os alunos consideram a escola como um local natural para se

fazer associações com os conteúdos de Física, o fato importante é que, ao que

parece pelos resultados, os alunos começaram a olhar para o mundo que os rodeia

com �outros olhos�, mais científicos, mais observadores e de forma mais racional

após as intervenções. Essas mudanças indicam que os conteúdos abordados em

sala de aula mediante as ações interventoras propiciaram aos alunos uma visão

ampliada que possibilitou estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido nas

aulas de Física e o seu cotidiano. A leitura crítica de artigos de abordagem CTS, os

debates, a execução das experiências, assim como o entusiasmo pelo ineditismo

dos assuntos abordados incentivaram os alunos a dar esse salto cognitivo. Houve

uma verdadeira transição de fase no comportamento observacional de seu cotidiano.

5ª questão: O que é tecnologia para você?

Observa-se atualmente uma grande divulgação de assuntos relacionados

à ciência e à tecnologia e, apesar destes fazerem parte do dia-a-dia da sociedade,

da parte das escolas pouco acontece (AMARAL; ELIAS, 2006, p. 245). Desse

modo, constata-se que é necessário promover uma alfabetização científica que

envolva conteúdos ligados à ciência e à tecnologia, em que o aluno possa

compreender as suas inter-relações, suas aplicações e, no exercício de sua

cidadania, ele possa perceber a conscientemente o impacto destas na sociedade

(ANGOTTI, 2001; AULER; BAZZ, 2001; CRUZ; ZYLBERSZTAJN, 2005). Esse tipo

de abordagem é conhecido por CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Neste

contexto houve a elaboração de algumas questões que buscaram identificar quais

seriam as possíveis relações que os alunos faziam entre a tecnologia, a ciência, e as

condições sociais e econômicas.

A figura 11 apresenta os resultados da questão 5 (Apêndice A), semi-

aberta e de múltiplas escolhas e que visa investigar as opiniões dos alunos acerca

da definição de tecnologia.

Inicialmente, observa-se que aproximadamente dois terços (70,4%) dos

alunos relacionam a tecnologia aos aparelhos eletrônicos de tecnologia de ponta,

uma relação ingênua e automática daqueles que não refletiram a respeito da

53

pergunta e tampouco estruturaram melhor sua resposta. Trata-se, portanto, de uma

resposta óbvia de quem apenas responde baseado em livres associações. Quatro

em cada dez alunos (40,7%) acham que a tecnologia envolve aplicações da ciência,

provavelmente não percebendo que a tecnologia possui um processo próprio de

atuar, ainda que amparado pelos conhecimentos científicos. Aproximadamente no

mesmo patamar, quatro dentre dez alunos (37%) consideram a tecnologia como

uma espécie de reunião de inventos humanos. É uma ligação também ingênua com

forte base na mídia (TV, cinema e, das respostas à questão anterior, sabe-se muitos

lêem estórias em quadrinhos), em que freqüentemente os inventos que envolvem

tecnologia de ponta são projetados por inventores caricaturais, os conhecidos

�inventores ou cientistas malucos�, tão populares quanto o professor Pardal de Walt

Disney. Um em cada dez alunos (11,1%) formula uma resposta um pouco mais

elaborada que a anterior, mas generalizando a tal ponto, que se podem englobar

outras definições além da tecnologia. Esses alunos concebem um processo bastante

cru de criação tecnológica, em que há a concepção da criação, a invenção, o projeto

envolvendo um desenho, sem fazer qualquer relação com a sociedade. Quanto a

gerar emprego, aproximadamente um em cada quinze (7,4%) alunos relacionou a

tecnologia com a prosperidade.

Figura 11 - Opiniões pessoais dos alunos acerca da definição de tecnologia

Na reaplicação do questionário verificou-se um aumento grande,

passando de 40,7% para 70,4% dos alunos que fazem a relação da tecnologia com

54

aplicações da ciência; quanto à prosperidade e à geração de emprego, este

aumento foi também muito grande, passando de 7,4% a 55,6%. Esse aumento

ocorreu certamente devido as ações interventoras, principalmente a que foi descrita

no tópico 3.2.1 do trabalho, quando foram abordados e discutidos os textos c, d, e, f

e k, os quais abordam as relações entre CTS e geração de emprego, abarcando as

necessidades de formação do indivíduo.

Como invenção humana, observa-se que aproximadamente um quinto

dos alunos a relacionaram com a tecnologia, registrando-se, portanto, uma queda

em relação ao questionário inicial, de forma que o trabalho de intervenção no sentido

de apresentar tanto a ciência quanto a tecnologia como produções humana foi

parcialmente eficiente.

Os resultados desta questão apresentam um avanço em relação à

conscientização do que é tecnologia, principalmente no que concerne à aplicação da

ciência e ao aproveitamento de fenômenos científicos na geração de novas técnicas

de produção e de novos produtos, assim como aos seus impactos positivos sobre a

sociedade na forma de um mecanismo de geração de riquezas e de empregos.

Nada, porém, é dito acerca dos impactos negativos do avanço tecnológico, apesar

dos textos abordados e discutidos no tópico 3.2.1 sobre CTS, retratar alguns

aspectos negativos sobre a tecnologia.

6ª questão: Com relação à frase: A tecnologia traz prosperidade e geração de empregos.

Figura 12 - Relação entre tecnologia, prosperidade e geração de emprego

55

Na figura 12 estão apresentados os resultados referentes à sexta questão

(Apêndice A), semi-aberta, em que cada aluno respondeu apenas a um item e

justificou a sua resposta. As justificativas dadas estão no apêndice C.

Os resultados apresentaram uma diminuição dos alunos que

concordavam parcialmente e que discordavam plenamente no início, mostrando que

houve migração de cerca de 33% dos alunos para os que concordam plenamente

que a tecnologia gera prosperidade e empregos. Nesta questão, como resposta

aberta, os alunos, em suas justificativas afirmam que a tecnologia é capaz de

promover a prosperidade, porém alguns discordam que ela venha sempre

acompanhada de geração de empregos, ligando o desemprego com a substituição

de mão-de-obra por máquinas e equipamentos que fazem o mesmo trabalho de

forma barata e mais eficiente.

Apesar de serem trabalhados, nas ações interventoras, temas

relacionados à tecnologia, suas aplicações, suas vantagens e desvantagens no meio

social, o que se observou é que a maioria dos alunos não conseguiu relacioná-los à

geração de emprego, pois em suas justificativas estes tinham como exemplo alguém

em suas famílias que estava desempregado devido à substituição da mão-de-obra

por máquinas. Desse modo, acredita-se que para muitos alunos os aspectos

negativos se sobrepõem aos aspectos positivos. Além disso, é possível supor que

os postos de trabalho gerados e relacionados com a área de tecnologia tendem a

demandar mão-de-obra mais qualificada, que pode não ser o caso dos familiares

citados pelos alunos.

7ª questão: O que é ciência?

A figura 13 mostra os resultados referentes à questão 7 (Apêndice A), que

permitia múltiplas escolhas e outra opção de resposta.

Inicialmente o que se observa é que cerca de seis em cada dez alunos

relacionam ciência com conhecimentos e teorias desenvolvidas para explicar o

mundo em que vivem. Aproximadamente a metade dos alunos estabelece uma

relação com a sociedade e, uma parcela pequena dos alunos a relaciona com a

realização de experiências.

56

Figura 13 - Opinião dos alunos em relação à definição de ciência

Ao final o que se observa é que houve um pequeno aumento da categoria

que relaciona a ciência à aquisição de conhecimentos, formulação de leis e teorias

(de 63,0% para 70,4%); um aumento significativo em relação a �pesquisas e uso dos

conhecimentos� (de 44,4% para 70,4%), à categoria �disciplina escolar: Física,

Química e Biologia� (de 29,6% para 63,0%) e uma percentagem pequena dos alunos

apresentaram-na ligada à realização de experiências ou à invenção de algum tipo de

aparato. Observa-se que as variações nas respostas quanto à ciência, pesquisas,

uso dos conhecimentos e disciplina escolar se devem ao fato de ter sido

desenvolvido temas relacionados a estes contextos nas ações interventoras e no

espaço escolar. As ações interventoras conduziram os alunos a relacionarem mais

intensamente a ciência às disciplinas escolares, embora seu sentido seja

naturalmente mais amplo. Quanto a relacionar a ciência à realização de experiências

constatou-se a necessidade de utilizar-se mais da experimentação nas escolas, pois

como regra geral, a realização de experiências e a utilização de laboratórios são

quase nulas nas escolas atualmente.

8ª questão: Em sua opinião as teorias científicas são:

A figura 14 apresenta as respostas à questão 8 (Apêndice A), semi-aberta

e de múltiplas escolhas e visa investigar as opiniões dos alunos acerca das teorias

científicas.

57

Figura 14 - Opiniões em relação à definição de teorias científicas dadas pelos

alunos

Os resultados iniciais nos mostram que 55,6% dos alunos julgam as

teorias científicas como questionáveis, sujeitas a erros e acertos, podendo ou não

ser modificadas ao longo do tempo. Apesar de 29,6% não ter opinião formada nesta

questão, observa-se que a maioria dos alunos consegue perceber de alguma

maneira as teorias científicas como uma construção humana, sofrendo modificações

e influências externas diversas.

Ao final verifica-se que nenhum dos alunos deixou de ter alguma opinião

formada sobre as teorias científicas e, em sua maioria, conseguiram percebê-las

como uma construção humana, sujeitas às virtudes e defeitos que acompanham

todas as sortes de construções humanas. Estas mudanças ocorreram devido ao fato

de, após as ações interventoras, ocorrer uma contextualização da Física que

permitiu aos alunos entendê-la como uma construção histórica decorrente de

atividades humanas.

9ª questão: Você conhece alguma aplicação da Física Moderna?

Esta questão permitia ao aluno apenas uma resposta, mas acompanhada

de alguma justificativa, buscando-se verificar qual o seu conhecimento sobre algum

tipo de aplicação que envolvesse a Física Moderna.

58

Figura 15 - Opinião dos alunos acerca do conhecimento ou não sobre

aplicações da Física Moderna

Após as ações interventoras, a figura nos mostra que os 74,1% dos

alunos que não conheciam nenhuma aplicação da Física Moderna passaram à

percentagem de 3,7%, e o conhecimento de alguma aplicação passou de 25,9%

para 96,3%, o que realmente pode ser considerado como natural já que a questão

se referia a �conhecer� no sentido de �já ter visto alguma vez�.

Apesar das respostas finais indicarem um maior conhecimento sobre as

aplicações da Física Moderna, os alunos não as citaram em suas justificativas, o que

pode estar relacionado ao fato de não acharem relevante fazê-lo, pois já haviam

citado alguns exemplos na questão 4, ou por mero esquecimento ou até displicência.

10ª questão: Alguns dos equipamentos e aparelhos que hoje utilizamos fazem uso

de dispositivos de alta tecnologia, tais como os chips microeletrônicos. Baseados em

que materiais estes dispositivos são feitos?

A figura 16 apresenta as respostas à questão 10 (Apêndice A), que visa

investigar o conhecimento dos alunos acerca de materiais utilizados em dispositivos

de alta tecnologia, tais como: diodos, leds, laser, e transistores.

59

Figura 16 - Resultados relativos aos dois questionários aplicados em relação

ao conhecimento dos alunos acerca dos materiais utilizados em

dispositivos de alta tecnologia

O que se observa é que inicialmente 92,6% dos alunos responderam

�não� na primeira aplicação do questionário (Apêndice A). Porém, após as ações

interventoras, esta percentagem decaiu para 11,1%, enquanto as respostas �sim�

foram de 7,4% a 88,9%.

As mudanças ocorridas se devem, naturalmente, ao fato de esta questão

ter sido abordada nos conteúdos desenvolvidos durante as ações interventoras,

sendo apresentados e discutidos os materiais semicondutores e dispositivos

eletrônicos.

11ª questão: Você sabe o que são materiais semicondutores?

A figura 17 representa a estatística das respostas de uma questão direta

e objetiva que visa averiguar se os alunos possuem alguma noção do que seriam

materiais semicondutores. Diante desta figura, o que se observa é que inicialmente

85,2% dos alunos responderam �não� à questão e os alunos A1, A2, A3 e A4

(Apêndice C), correspondentes aos 14,8% do �sim�, justificaram suas respostas

relacionando materiais semicondutores à condução de corrente elétrica.

60

Figura 17 - Opinião dos alunos referente ao conhecer ou não a definição de

materiais semicondutores

Ao final, observa-se que as respostas positivas dadas pelos alunos

variaram de 14,8% para 92,6% e as negativas de 85,2% para 7,4%. Estas

mudanças se deram ao fato deste tópico, materiais semicondutores, ter sido

abordado, nos tópicos 3.2.5 e 3.5.6, durante o processo de intervenção. O que nos

mostra mediante as respostas é que o conteúdo, provavelmente foi significativo ao

aluno.

12ª questão: Você sabe o que é supercondutividade?

Figura 18 - Opinião dos alunos acerca se conhecem ou não o que é

supercondutividade

61

A figura 18 apresenta das respostas à questão 12 (Apêndice A), que

busca obter qual a opinião dos alunos acerca do tema supercondutividade.

Inicialmente, 85,2% dos alunos não souberam responder à questão e

14,8% responderam positivamente. Destes, em suas justificativas (Apêndice C), os

alunos A1, A2, A3 e A4 não conseguiram definir a questão adequadamente. Depois

de ocorridas as intervenções sobre os materiais semicondutores, dispositivos

eletrônicos e supercondutividade no tópico 3.2.7, as respostas relativas ao �sim� nos

mostram que algum conhecimento sobre o tema supercondutividade foi adquirido

pelos alunos, passando de 14,8% para 96,3%.

13ª questão: É possível ver um átomo? Se for, como seria possível?

De acordo os PCN+ (2002, p. 19), para a compreensão dos modelos para

a constituição da matéria, os alunos devem compreender o mundo material

microscópico. Neste intuito, esta questão foi elaborada para verificar qual a noção

dos alunos quando se propõe um estudo relacionado ao mundo das partículas

subatômicas.

Figura 19 - Como os alunos acreditam que se poderia observar um átomo

A figura 19 relacionada à questão 13 (Apêndice A) é fechada e de

múltiplas escolhas. Inicialmente, observa-se que uma percentagem pequena (7,4%)

dos alunos não conseguiu relacionar o átomo a algo microscópico.

62

Depois de ocorridas as intervenções sobre a abordagem dos modelos

atômicos, o que se observa, ao final, é que nenhum aluno relacionou a observação

do átomo a algo macroscópico.

63

CAPÍTULO V

5 CONCLUSÕES

Neste capítulo serão apresentadas algumas conclusões acerca dos

principais resultados obtidos ao longo do desenvolvimento do projeto de pesquisa,

incluindo sugestões de possíveis ações que possam ser implementadas visando dar

continuidade a este trabalho investigativo.

Desde a promulgação da LDB/96 e a implantação dos PCN e PCN+ até o

final do ano de 2007 se observaram poucas mudanças ocorridas no ensino de

Física, que em geral, ainda é feito de forma tradicional, com aulas abstratas e

desestimulantes.

Apesar dos PCN+ se colocarem como orientações educacionais

complementares aos PCN desde 2002, em que foram apresentados temas

estruturadores como uma das possíveis formas para a organização das atividades

escolares, cujo objetivo é desenvolver habilidades, competências e conhecimentos

em Física, o que se verifica, em sua maioria, é que não são utilizados.

Para Ricardo et al., (2008) cabe ao professor organizar e escolher quais

assuntos trabalhar em sala e o quanto aprofundar em cada um dos conceitos

envolvidos, pois não se trata de ensinar tudo, mas ensinar bem.

Diante dos resultados obtidos após a realização deste trabalho de

pesquisa, percebe-se que:

a) A grande maioria dos alunos utiliza a internet como fonte de

informações e, uma minoria faz uso de leituras que se referem a divulgações na

área da ciência. Ao final, o que se percebeu foi um ligeiro aumento no uso da leitura

de temas que enfocam questões científicas, com a utilização de livros e textos

alternativos em forma de artigos;

b) Diferentes tipos de textos científicos foram utilizados nas aulas de

Física, não apenas com a finalidade estritamente motivadora, mas como meio para

64

estimular a adoção de atitudes cuja formação é encargo de qualquer disciplina �

�sentimentos e emoções desejáveis, curiosidade científica e consciência crítica�

(ALMEIDA, 1993, p.11);

c) Todos os alunos envolvidos já possuíam algum conhecimento em

relação à Física, mas no início seu perfil consistia no seguinte: relacionavam alguns

conteúdos aprendidos em Física com o cotidiano; definia a tecnologia apenas como

produção de aparatos tecnológicos; não compreendiam claramente que a ciência é

uma construção humana e não possuíam uma visão ampla das inter-relações entre

ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Entretanto, após as ações interventoras, boa

parte dos alunos conseguiu ampliar suas capacidades em relacionar os conteúdos

aprendidos de Física aos locais freqüentados cotidianamente e, fazem a relação da

tecnologia com aplicações da ciência, assim como os seus impactos sobre a

sociedade.

d) Inicialmente grande parte dos alunos não tinha o conhecimento de

alguns aspectos da Física Moderna e suas aplicações, o que não lhes permitiu

relacionar este contexto com os materiais presentes nos utensílios tecnológicos.

Após as ações interventoras, mediante os resultados obtidos, observou-se que a

maioria dos alunos passou a ter algum conhecimento sobre as aplicações da Física

Moderna e alguns materiais utilizados em dispositivos ligados à tecnologia, tais

como: diodos, leds, laser e transistores.

Durante a realização do trabalho os alunos se envolveram com grande

motivação nas atividades propostas, demonstrando interesse e formulando

indagações ao que estava sendo discutido, trazendo questões e estabelecendo

conexões com problemas locais, tais como: enchentes, desemprego e contribuições

que a ciência e a tecnologia poderiam fazer em termos de melhorias para a

sociedade.

As várias estratégias pedagógicas desenvolvidas, antes, durante e depois

das ações interventoras, tiveram como finalidade buscar a construção do

conhecimento, enriquecer e melhorar o processo de aprendizagem dos alunos,

sendo que esta última foi fortemente amparada na abordagem da Aprendizagem

65

Significativa. Utilizou-se, portanto, os pressupostos básicos que possibilitam este

tipo de aprendizagem, ou seja:

Existem três requisitos essenciais para a aprendizagem significativa: a

oferta de um novo conhecimento estruturado de maneira lógica; a existência

de conhecimentos na estrutura cognitiva que possibilite a sua conexão com

o novo conhecimento; e a atitude explícita de aprender e conectar com o

novo conhecimento (TAVARES, 2004, p. 56).

Dessa forma, a pesquisa mostrou quão importantes e necessárias são a

utilização de textos e a reflexão sobre a leitura nas aulas de Física, pois estes

proporcionaram aos alunos uma visão mais ampla e contextualizada dos temas

abordados (ASSIS; TEIXEIRA, 2001, p. 75). Além disso, os textos foram utilizados

como processo de avaliação, ajudando a professora-pesquisadora a romper com as

provas clássicas na forma de perguntas e respostas, do certo e errado, do falso e

verdadeiro (PINTO, 2007, p. 248).

Em relação às intervenções que privilegiaram as atividades

experimentais, os resultados obtidos após a execução de experimentos indicam que

houve uma melhor compreensão conceitual em relação ao contexto teórico aplicado

em sala de aula, citando como exemplos os espectros de luz e o cálculo da

constante de Planck.

Cabe ressaltar que, ao longo do trabalho, houve uma grande interação

entre aluno-aluno e aluno-professora, ampliando assim os envolvimentos e as

interações dialógicas e discursivas que foram estabelecidas durante o processo de

desenvolvimento da pesquisa. Entretanto, houve algumas dificuldades, pois apesar

dos esforços despendidos em desenvolver estratégias alternativas de ensino que

promovessem uma aprendizagem significativa, alguns alunos se mostraram

resistentes à ocorrência de mudanças. Apesar disso, acredita-se que o processo

como um todo, com a avaliação inicial, as intervenções e a avaliação final

proporcionaram resultados satisfatórios.

66

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73

APÊNDICES

APÊNDICE A - Questionário

1. Você é do sexo:

( )Feminino

( )Masculino

2. Quantos anos você tem?

( ) 15 anos ou menos

( ) 16 anos

( ) 17 anos

( ) 18 anos

( ) 19 anos ou mais

3. O que você costuma ler, sem contar o que a escola pede?

( ) Jornais.

( ) Revistas de informações gerais (Veja, Época, Isto é etc.).

( ) Revistas de divulgação científica (Superinteressante, Galileu, etc.).

( ) Revistas em quadrinhos ou de humor.

( ) Internet.

( ) Livros de literatura.

( ) Não costuma efetuar leituras.

74

4. Que locais você consegue fazer relação com os conteúdos de Física?

( ) Em casa.

( ) Em parque de diversões.

( ) No cinema.

( ) No shopping.

( ) Na escola.

( ) Outros locais.

5. O que é tecnologia para você?

( ) Aplicação da ciência.

( ) Inventar, desenhar e criar coisas.

( ) Máquinas, computadores, robôs, sistemas de comunicações.

( ) Invenção humana.

( ) Prosperidade e geração de empregos.

( ) Outra opinião. Qual?

6. Com relação à frase: A tecnologia traz prosperidade e geração de empregos.

( ) Concorda plenamente.

( ) Concorda em parte.

( ) Discorda plenamente.

Justifique a sua resposta.

7. O que é ciência?

( ) Conhecimentos, leis e teorias que explicam o mundo em você vive.

75

( ) Disciplinas como Física, Química e Biologia.

( ) Realização de experiências.

( ) Inventar coisas.

( ) Pesquisas e uso de conhecimentos em favor da humanidade.

( ) Outra opinião. Qual?

8. Em sua opinião as teorias científicas são:

( ) Certas, pois transmitem verdades comprovadas.

( ) Questionáveis, pois podem ser modificadas ao longo do tempo.

( ) Duvidosas, pois estão sujeitas a erro.

( ) Erradas, pois não correspondem à realidade.

( ) Sujeitas à manipulação e a interesses.

( ) Sujeitas à influência de fatores externos (econômicos, políticos e sociais)

( ) Não tenho opinião formada.

Justifique a sua resposta.

9. Você conhece alguma aplicação da Física Moderna?

( ) Sim. Qual?

( ) Não.

10. Alguns dos equipamentos e aparelhos que hoje utilizamos fazem uso de

dispositivos de alta tecnologia, tais como os chips microeletrônicos. Baseados

em que materiais estes dispositivos são feitos?

( ) Sim. Quais?

( ) Não.

76

11. Você sabe o que são materiais semicondutores?

( ) Sim. Explique: ( ) Não.

12. Você sabe o que é supercondutividade?

( ) Sim. Explique: ( ) Não.

13. É possível ver um átomo? Se é, como seria possível?

( ) A olho nu.

( ) Com uma lupa.

( ) Com um microscópio óptico comum.

( ) Com raios X.

( ) Com microscópios especiais para � ver� átomos.

( ) Com feixe de elétrons energéticos.

77

APÊNDICE B - Tabelas

Tabela 1 - Sexo

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Feminino 17 63,0 17 63,0

Masculino 10 37,0 10 37,0

Tabela 2 - Idade

1ª Aplicação 2ª aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

15 anos 06 22,2 00 0,0

16 anos 21 77,8 20 74,1

17 anos 00 0,0 07 25,9

78

Tabela 3 - Uso da leitura

1ª Aplicação 2ª aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Internet 20 74,1 21 77,8

Revistas(quadrinhos ou humor)

14 51,9 11 40,7

Revistas de informações gerais

10 37,0 09 33,3

Livros de literatura 08 29,6 08 29,6

Jornais 07 25,9 10 37,0

Revista divulgação

científica 02 7,4 02 7,4

Não costuma

efetuar leituras 01 3,7 00 0,0

Tabela 4 - Relação entre o cotidiano e a física

1ª Aplicação 2ª aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Escola 19 70,4 21 77,8

Casa 15 55,6 20 74,1

Parque de diversões

09 33,3 15 55,6

Cinema 04 14,8 17 63,0

Shopping 03 11,1 14 51,9

Outros locais 02 7,4 09 33,3

79

Tabela 5 - Definição de tecnologia

1ª Aplicação 2ª aplicação

Número

de alunos Porcentagem

% Número

de alunos Porcentagem

% Máquinas,

computadores, robôs 19 70,4 18 66,7

Aplicação da ciência 11 40,7 19 70,4

Invenção humana 10 37,0 06 22,2

Inventar, desenhar e criar coisas

03 11,1 05 18,5

Prosperidade e geração de emprego

02 7,4 15 55,6

Outros 02 7,4 00 0,0

Tabela 6 - Relação entre tecnologia, prosperidade e geração de emprego

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número

de Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Concorda em parte 21 77,8 16 59,3

Discorda plenamente 04 14,8 00 0,0

Concorda plenamente

02 7,4 11 40,7

80

Tabela 7 - Definição de ciência

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número

de alunos Porcentagem

% Número

de alunos Porcentagem

% Conhecimentos, leis e

teorias 17 63,0 19 70,4

Pesquisas e uso dos conhecimentos

12 44,4 19 70,4

Disciplinas: Física,

Química e Biologia 08 29,6 17 63,0

Realização de

experiências 04 14,8 09 33,3

Inventar coisas 03 11,1 04 14,8

Outra opinião 01 3,7 01 3,7

Tabela 8 - Definição de teorias científicas

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número

de Porcentagem

% Número

de Porcentagem

%

Questionáveis 15 55,6 19 70,4

Não tenho opinião

formada. 08 29,6 00 0,0

Duvidosas, pois estão

sujeitas a erro 09 33,3 13 48,1

Sujeitas à influência

de fatores externos 02 7,4 09 33,3

Sujeitas a manipulações

02 7,4 06 22,2

Erradas 01 3,7 00 0,0

Certas, pois transmitem verdades

01 3,7 03 11,1

81

Tabela 9 - Conhecimento sobre aplicações da física moderna

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Não 20 74,1 01 3,7

Sim 07 25,9 26 96,3

Tabela 10 - Materiais utilizados em dispositivos de alta tecnologia

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Não 25 92,6 03 11,1

Sim 02 7,4 24 88,9

Tabela 11 - Definição de materiais semicondutores

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Não 23 85,2 02 7,4

Sim 04 14,8 25 92,6

82

Tabela 12 - Definição de supercondutividade

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número de

alunos Porcentagem

% Número de

alunos Porcentagem

%

Não 23 85,2 01 3,7

Sim 04 14,8 26 96,3

Tabela 13 - Visibilidade do átomo

1ª Aplicação 2ª Aplicação

Número

de Porcentagem

% Número

de Porcentagem

% Microscópios para �ver� átomos

12 44,4 22 81,5

Com um microscópio

óptico comum 11 40,7 06 22,2

Com feixe de elétrons

energéticos 08 29,6 09 33,3

Com raios X 03 11,1 01 3,7

A olho nu 01 3,7 00 0,0

Com uma lupa 01 3,7 00 0,0

83

APÊNDICE C - Respostas das questões semi-abertas do

questionário

4ª questão: Que locais vocês conseguem fazer relação com os conteúdos de

Física?

1ª aplicação:

A1: �A ruas e avenidas�.

A2: �Em todos os lugares que passo como a rua�.

2ª aplicação:

A1: �Hospitais, em lojas automotivas�.

A2: �Ruas e avenidas, hospitais, dispositivos de segurança�.

A3: �Hospitais, elevadores e na rua�.

A4: �Hospitais, trem, elevadores�.

A5: �Está em todos os lugares�.

A6: �Em todos os locais, pois a Física faz parte da nossa vida em tudo�.

A7: �Hospitais�.

A8: �Hospitais, dispositivos de segurança, laser, etc�.

A9: �Festas, carros�.

5ª questão: O que é tecnologia para você?

1ª aplicação:

A1: �Um mundo que cresce e evolui a cada dia�.

A2: �Evolução do mundo�.

84

6ª questão: Com relação à frase: A tecnologia trás prosperidade e geração de

empregos. Você:

1ª aplicação:

A1: �Para alguns ela trás prosperidade, mas para as pessoas que fazem

trabalhos manuais, podem perder o emprego para máquinas�.

A2: �Pois muitas vezes a tecnologia substitui a mão de obra de muitos

trabalhadores que acabam ficando desempregados�.

A3: �Porque para manusear as máquinas precisamos de capacitados, isso

gera empregos, mas máquinas também estão ocupando o lugar humano�.

A4: �Pois, a máquina também substitui o ser humano�.

A5: �Sim concordo plenamente com a geração de empregos para os mais

jovens, com mais empregos as pessoas teriam mais gosto pela tecnologia�.

A6: �Porque as máquinas vão precisar de pessoas para operá-las e com

essas máquinas os donos de empresas poderão despedir os empregados que não

servirão mais, pois as máquinas os substituirão�.

A7: �Pois em parte a tecnologia nos ajuda a viver com mais comodidade,

mas por outro lado trás o desemprego�.

A8: �Trazer prosperidade, pode ser, mas empregos, não porque muita

gente está sendo mandadas embora pra por máquinas no lugar�.

A9: �Em algumas vezes sim, mas em outras partes ela nos trás

problemas, como por exemplo, no clima, pensam em algumas vantagens e

esquecem de outras�.

A10: �Porque por um lado é bom ter a tecnologia ao nosso redor, e acho

que a tecnologia não traz emprego, melhor dizendo faz desempregar�.

A11: �Em parte, porque ao mesmo tempo em que gera emprego, também

tira. Algumas fábricas tiraram os funcionários e substituíram por máquinas e por

outro lado com a tecnologia surgem mais empregos�.

85

A12: �Concordo à parte pois a tecnologia hoje trás muito dinheiro, mas

dificilmente gera emprego�.

A13: �Muita tecnologia pode estragar pois os homens estão inventando

robôs aí pode substituir o trabalhador�.

A14: �Em algumas empresas a tecnologia tira o emprego de algumas

pessoas. E gera empregos principalmente na área de informática�.

A15: �Concordo em parte pois com a geração das máquinas causa muito

desemprego�.

A16: �A tecnologia facilita muito a nossa vida, mas o que adianta tudo isso

se não traz muitos empregos�.

A17: �Pois, a tecnologia trás sim prosperidade mais gera menos emprego

porque as máquinas estão substituindo as pessoas de seus trabalhos�.

A18: �Concordo em partes, a tecnologia nos ajuda no dia-a-dia como,

internet, computadores, mas não a gerar empregos�.

A19: �Concordo em parte, pois tanto como ganham empregos pessoas

que trabalham com robôs, máquinas, acabam os empregos de outras que são

substituídas por essas máquinas�.

A20: �Concordo em parte na geração de emprego, pois em muitos locais

de trabalho, a empresa usa máquinas que fazem o serviço mais rápido�.

A21: �Concordo em parte pois a tecnologia pode ser boa e ruim ao

mesmo tempo que traz benefícios e problemas também�.

A22: �Porque nem todos tem condições de pagar para aprender e logo vai

ter muitas máquinas e apenas alguns trabalhadores para tomar conta�.

A23: �Sim porque se a gente não tivesse tecnologia o país não ia se

desenvolver�.

A24: �Porque quanto mais tecnologia mais desemprego porque a máquina

está tomando lugar do homem�.

86

A25: �Porque com muita tecnologia muitos operários são desvalorizados

nas empresas perdendo seus cargos para máquinas�.

A26: �Com mais máquinas, as pessoas acabam sendo trocadas em seus

empregos�.

A27: �Com a tecnologia, na maioria das fábricas não é preciso usar mão-

de-obra e isso causa desempregos�.

2ª aplicação:

A1: �Porque tem que ter mão de obra especializada�.

A2: �Pois algumas máquinas substituem os humanos�.

A3: �Trás empregos porém trás violência mas pelo lado positivo trás lazer

e felicidade�.

A4: �Algumas empresas substituíram os homens por máquinas e robôs�.

A5: �Dependendo não trás benefícios, como por exemplo, alguns robôs�.

A6: �Creio que de fato a tecnologia trás prosperidade e até facilita a vida

de todos, todavia em alguns setores a tecnologia ganha da força humana, o que às

vezes vem a prejudicar no setor emprego�.

A7: �A tecnologia trás prosperidade e geração de empregos, mas da

mesma forma as vezes (ou na maioria das vezes) acaba tirando empregados�.

A8: �Podem ser colocadas máquinas, em vez de pessoas físicas�.

A9: �Porque nem toda tecnologia trás benefícios convenientes�.

A10: �Concordo que empregos possam surgir, mas tanta prosperidade

não�.

A11: �Trás prosperidade para as pessoas que tem dinheiro para estudar e

si informar, mas não trás prosperidade para os pobres�.

87

A12: �Depende de como vai ser essa tecnologia, em parte pode trazer

benefícios a uns e a outros não�.

A13: �Pois é tecnologia que causa a poluição sonora com os carros, o

trânsito, por exemplo, as pessoas perdem a cabeça umas com as outras�.

A14: �Porque trás muitos empregos ficando um desemprego menor�.

A15: �Trás mais empregos a tecnologia, mas precisam de pessoas

especializadas�.

A16: �Pois com a tecnologia mais empregos com a relação de coisas

tecnológicas, vendas e compras serão aproveitados�.

A17: �A tecnologia trás emprego porque tem que ter mão-de-obra�.

A18: �Concorde pois gera novos empregos, e pede mão-de-obra

especializada�.

A19: �Ajuda muitas pessoas qualificadas a conseguirem emprego, quanto

mais ela for especializada mais chances de emprego ela vai ter�.

A20: �Tem que ter mão-de-obra especializada, tem que conhecer e

especializar, e vender; por isso a tecnologia gera muitos empregos�.

A21: �Com o crescimento da robótica, precisarão de mais homens para

comandá-las�.

A22: �Pode ser que na criação de alguma tecnologia forneça mais

empregos e não substitua o homem por máquina�.

7ª questão: O que é ciência?

1ª aplicação:

A1: �Para mim as ciências é um pouco de tudo que está acima, tanto a

parte teórica quanto a parte prática (inventos e experiências)�.

88

2ª aplicação:

A1: �Penso que a ciência é o conjunto de todos esses fatores: como leis,

teorias que explicam o mundo, as disciplinas escolares, conhecimentos em favor a

humanidade, tudo isso está relacionado à ciência�.

8ª questão: Em sua opinião as teorias científicas são:

1ª aplicação:

A1: �Certas, porque trazem verdades sobre a ciência�.

A2: �Porque eles só pensam em interesses e manipulações�.

A3: �Tudo está sujeito a erro, principalmente teorias científicas, pois já

erraram uma vez e podem errar de novo�.

A4: �Com o passar do tempo as pessoas começam a questionar tudo que

já foi feito e existe, e com isso conhece e descobre coisas novas�.

A5: �Porque nem tudo que eles falam é certo, é sempre duvidoso�.

A6: �Questionáveis, pois com o passar do tempo ou com as mudanças de

interesses de pessoas importantes podem ser mudados os acontecimentos�.

A7: �Pois muitas teorias até hoje formadas se modificaram com o passar

do tempo e a evolução da humanidade�.

A8: �Podem ser questionáveis por que ao passar dos anos elas podem

alterar-se, mas também por ser um erro científico por isso duvido um pouco�.

A9: �Nem todas são comprovadas�.

A10: �Questionáveis, pois muitas experiências que foram feitas

antigamente tiveram sentido, mas ao longo do tempo o sentido também mudou a

opinião e foi comprovada�.

A11: �Questionáveis, pois nem tudo o que eles falam eu acredito. Ex.: big

bang, não acredito que a Terra foi formada assim�.

89

A12: �Porque algo dado como não curável (doença), pode ter resolução

ao longo dos anos�.

A13: �Questionáveis, pois com o passar do tempo desenvolve-se coisas

novas em nosso mundo�.

A14: �Questionáveis, porque a cada tempo que passa os cientistas vão

tendo novas descobertas em função da ciência�.

A15: �As teorias científicas não são erradas, mas não sabemos se é certo,

essas teorias acabam levando/causando dúvidas. Algumas coisas são certas e

outras duvidosas�.

A16: �A cada dia surge uma nova teoria sobre um determinado assunto.

Exemplo: a origem do planeta, enfim, em qual acreditar?�.

2ª aplicação:

A1: �São questionáveis, porque as teorias científicas podem ser sim

modificadas ao longo dos anos�.

A2: �Por que nem tudo é perfeito�.

A3: �Duvidosas, pois todas as experiências correm risco a erro�.

A4: �É porque tudo que a gente faz eles arrumam uma explicação, pois

sempre fica outra dúvida no lugar da outra é por isso também que na minha opinião

a ciência nunca vai acabar e nem pode�.

A5: �Tudo o que é feito é comprovado com pesquisas, não somente na

área da Física, mas também na Química�.

A6: �São questionáveis, pois ao longo do tempo novas experiências são

feitas e assim novas descobertas�.

A7: �São teorias que são questionáveis, pois a sempre o que se

questionar�.

90

A8: �Questionáveis � sim podem mudar ao longo do tempo, a cada ano

estão descobrindo coisas novas�.

A9: �Eu acho que são questionáveis e também duvidosas, pois sendo só

uma teoria podem tanto estar erradas como podem ser modificadas�.

A10: �São muito boas, pois comprovam muitas coisas como: DNA

comprova se a pessoa é filho dela e outras coisas�.

A11: �Pois já vi muitas teorias que mudaram com o passar dos anos, por

exemplo, a teoria dos átomos que se alteram com o passar do tempo�.

A12: �Duvidosas, muitas vezes não é o que esperamos nem sempre sai

tudo certo�.

A13: �Como nas pesquisas sobre o átomo, ela passou por várias

modificações�.

A14: �As teorias podem mudar ao longo do tempo, e o que hoje em dia

não é manipulado por interesse�.

A15: �Porque existem teorias científicas que estão sujeitas a erros,

dúvidas e manipulação, pois as teorias também, afinal, trazem muito dinheiro para

sujeitos de alto nível�.

A16: �Não são totalmente corretas, pelos fatores acima�.

A17: �Podem ocorrer várias situações que podem influenciar a teoria da

física�.

A18: �Questionáveis e duvidosas, pois podem muito bem serem

modificadas e terem novos avanços�.

A19: �Todos nós estamos sujeitos a errar, portanto com os cientistas não

estaria diferente�.

9ª questão: Você conhece alguma aplicação da Física Moderna?

1ª aplicação:

91

A1: �Física quântica�.

A2: �Calculando o espaço, massa, etc.�.

A3: �Carro, parques de diversão�.

A4: �Descobriram que Plutão não faz parte do sistema solar�.

A5: �Bomba atômica�.

A6: �Física quântica�.

A7: �Computadores�.

10ª questão: Alguns dos equipamentos e aparelhos que hoje utilizamos fazem uso

de dispositivos de alta tecnologia, tais como os chips microeletrônicos. Baseados em

que materiais estes dispositivos são feitos?

1ª aplicação:

A1: �Celular e outros�.

A2: �Em alguns metais como ouro, cobre e metais nobres�.

11ª questão:Você sabe o que são materiais semicondutores?

1ª aplicação:

A1:�Que conduzem energia�.

A2: �Eu acho que são conduzidos por alguém�.

A3: �Materiais pouco condutores�.

A4: �Que são capazes de conduzir energia�.

12ª questão: Você sabe o que é supercondutividade?

1ª aplicação:

A1: �É um material que é capaz de conduzir corrente elétrica�.

92

A2: �Mas não sei explicar (só um pouco)�.

A3: �Coisas de alta tensão como postes de luz�.

A4: �Energia demais�.

93

ANEXOS

ANEXO A - Trabalho sobre cientistas

94

95

96

ANEXO B - Física quântica

97

98

ANEXO C - Individual

99

100

101

ANEXO D - Determinação da constante de Planck utilizando leds

102

103

104

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