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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE SEGURANÇA DO TRABALHO – A IMPORTANCIA PARA REDUÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NAS EMPRESAS Jaqueline da Anunciação Cidro Orientador Profª Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SEGURANÇA DO TRABALHO – A IMPORTANCIA PARA

REDUÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NAS EMPRESAS

Jaqueline da Anunciação Cidro

Orientador

Profª Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SEGURANÇA DO TRABALHO – A IMPORTANCIA PARA

REDUÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NAS EMPRESAS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Cândido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Empresarial.

Jaqueline da Anunciação Cidro

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AGRADECIMENTOS

Em especial a Deus e aos meus pais

pelo apoio e incentivo.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e amigos da pós,

principalmente a minha querida amiga

Paula Cristina Bigarel Lopes, que me

incentivou a fazer o curso. Obrigado por

tudo.

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RESUMO

DORT, ou melhor, Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho,

dizem respeito às afecções que podem acometer os ossos, tendões, sinóvias,

músculos, nervos, fáscias e/ou ligamentos. Afecções estas que podem se

apresentar de forma isolada ou associada, tendo, como manifestações

clínicas, dor, inflamação e distúrbios neurovasculares, que podem, por vezes

levar à degradação da funcionalidade e, em casos mais graves, ao

desequilíbrio emocional.

Existem várias denominações para essa lesão. Sendo a DORT adotada

oficialmente pela Norma do INSS, em vigor desde o segundo semestre de

1997.

A denominação mais conhecida pela sociedade é LER, porém esta

deixa subtendido que a doença ocupacional tem como causa única o esforço

repetitivo, sendo este um dos motivos do não-sucesso da maioria dos

tratamentos de portadores de doenças ocupacionais, em que se deixam de

pesquisar causas de suma importância, como postura incorreta,mobiliário

inadequado e outros. Achou-se então por bem à substituição deste termo por

outro, que descaracteriza estar a doença ocupacional somente relacionada ao

esforço repetitivo. O termo hoje utilizado é DORT, que deixa subentendido

estarem as doenças ocupacionais diretamente relacionadas à situação do

trabalho, englobando esforços repetitivo, má postura, mobiliário inadequado e

outros.

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METODOLOGIA

Esse trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica

detalhada e minuciosa, em busca de autores renomados que dominam o

assunto com seus livros. Foi utilizado também artigo da internet, visando

agrupar conhecimentos suficientes para desenvolver o assunto abordado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - TEORIA DA FADIGA 10

CAPÍTULO II - ERGONOMIA 20

CAPÍTULO III – ALGUMAS DOENÇAS OCUPACIONAIS 34

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 44

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

As lesões ósteo-musculares dos membros superiores por esforços

repetitivos atribuídas ao trabalho (LER) são hoje a mais freqüente das doenças

do trabalho nos paises precoce ou tardiamente industrializados. Mais do que

uma doença do trabalho, as LER são um modo de adoecimento emblemático,

revelador das contradições e da patogenicidade social desse novo ciclo de

desenvolvimento e crise do modo de produção capitalista. Discutindo essa

dimensão social e histórica maior, insiste em que a baixa eficácia das

intervenções técnicas no âmbito da engenharia, da ergonomia ou da medicina

para a prevenção, diagnostico e tratamento adequados e precoces dessa

doença da pós-modernidade e as dificuldades de reinserção dos adoecidos ou

ex-adoecidos no trabalho refletem, justamente, essa determinação mais

abrangente, externa ao trabalho senso escrito, porque a apropriação, a

incorporação e uso das inovações tecnológicas e as novas formas de

administração do trabalho se fazem no interesse exclusivo do capital. Com

isso, um contingente cada vez maior de trabalhadores jovens, a maioria do

gênero feminino, das mais diferentes categorias estão perdendo ou

ameaçados de perder a saúde e a capacidade de trabalho, bens públicos

essenciais e intimamente relacionados.

No filme Tempos Modernos o personagem, de Charles Chaplin passa os

dias em uma industria fazendo sempre o mesmo trabalho.Sem intervalo, o

protagonista fica horas e horas apertando parafusos em uma linha de

montagem.O filme é do longínquo ano de 1936, mas de lá para cá, a

mecanização e especialização do trabalho só evoluíram cada vez mais. A

diferença é que, agora, muitos substituíram as chaves de fenda e os parafusos

por teclados e computadores. Não se pode negar que os computadores

facilitaram a vida e o trabalho de muita gente,mas é necessário aprender a

aproveitar as vantagens dessa tecnologia sem prejudicar a saúde. Da mesma

forma que o personagem de Chaplin, do dia-a-dia é comum passarmos horas

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seguidas digitando sem nem perceber. Acontece que o uso exagerado de

teclados, aliados a uma postura incorreta podem acabar gerando as tão

temidas doenças ocupacionais. A mais famosa delas é a tendinite, inflamação

nos tendões, que costuma atacar os digitadores, causando dores nos pulsos,

ou em outras regiões da mão e braço, e dificultando na realização de certos

movimentos.

O stress do mundo moderno e o sedentarismo cada vez mais freqüente

também contribuem para o surgimento desse tipo de problema. Por isso

mesmo, acredita-se que é possível prevenir a ocorrência dessas doenças

ocupacionais com algumas medidas simples. O profissional que se preocupa

em praticar exercícios físicos, evita posturas viciadas ao dormir, evita o álcool e

o cigarro já está se prevenindo. Para as mulheres, é bom evitar bolsas muito

pesadas e saltos exagerados.

No próprio ambiente de trabalho, existem outras formas de evitar a

ocorrência do problema. Uma delas são as medidas ergonômicas. A

Ergonomia é uma ciência que objetiva adaptar o local de trabalho, os

instrumentos iluminação e maquinas às necessidades do profissional. Mas

mesmo que a empresa não invista em ergonomia, o próprio trabalhador pode

adotar medidas que adequem o desempenho de sua atividade ao bem-estar

do seu corpo. Como fazer pequenas pausas nas digitações juntamente com

um alongamento dos membros, ajustar o monitor a altura de seus olhos e etc.

Prevenindo assim doenças ocupacionais.

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CAPÍTULO I

TEORIA DA FADIGA

Embora puséssemos alegar que a administração da produção existia

desde o inicio da civilização, a administração científica foi, provavelmente o

marco histórico na área, uma vez que representou pela primeira vez uma

abordagem sistemática à manufatura. O conceito foi desenvolvido por

Frederick Taylor, um engenheiro cheio de idéias e um ótimo observador de

atividades organizacionais.

A essência da filosofia de Taylor era que leis científicas governam o

quanto um trabalhador pode produzir por dia e que é função da administração

descobrir e usar essas leis na operação de processos produtivos (e a função

do trabalhador é executar os desejos dos administradores sem questioná-los).

A filosofia de Taylor não foi recebida com aprovação por todos os seus

contemporâneos. Pelo contrário, alguns sindicatos ressentiram-se ou temeram

a administração científica – e com certa razão. Em diversos casos, os gerentes

de então foram rápidos em adotar os mecanismos da filosofia de Taylor -

estudo de tempos, planos de incentivos, etc.- mas ignoraram sua

responsabilidade de organizar e de padronizar o trabalho a ser feito. Em

muitas empresas, os trabalhos eram, muitas vezes, vistos como mais um ativo

intercambiável, tal como a fábrica ou os equipamentos.

As idéias de Taylor foram amplamente aceitas no Japão

contemporâneo, e uma tradução japonesa do livro de Taylor, Princípios da

Administração Científica (intitulado “o Segredo de Poupar Movimentos

Perdidos”) vendeu mais de dois milhões de exemplares. Até hoje, há um forte

legado do Taylorismo nas abordagens à gestão de manufaturas.

Notáveis colaboradores de Taylor foram Lílian e Frank Gilbreth (estudo

de movimentos, psicologia industrial) e Henry L. Gantt (sequenciamento,

planos de remuneração semanal) seu trabalho é bem conhecido entre

estudiosos de administração, no entanto, é bem provável que nem todos

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saibam que Taylor, um qualquer devoto solicitou “aulas de fala vulgar” a um

rude capataz para que isso o auxilie na comunicação com os trabalhadores;

que Frank Gilbreth derrotou campeões no enfileiramento de tijolos, em

concursos de construção ao usar seus próprios princípios de economia de

movimentos; ou que Gantt foi citado pelo presidente por sua aplicação do

Gráfico de Gantt na construção de navios, durante a Primeira Guerra Mundial.

1. FREDERICK TAYLOR

Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho do operário. Sua

teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando

ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência.

Organização Racional do Trabalho:

• Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção

de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples

e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio.

• Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da

produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotação

de pessoal

• Divisão do trabalho e especialização do operário

• Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de

tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos

existentes.

• Incentivos salariais e prêmios de produção

• Condições de trabalho

• Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e

reduzir os custos

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• Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores

especializados, e não por uma autoridade centralizada. . Homem econômico: o

homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais. A

organização era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não

recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível de

determinístico.

1.1 Mecanicismo: Taylor tentou imprimir às pessoas a mesma precisão e

regularidade das máquinas. Nem todos os processos produtivos são

compatíveis com um comportamento tão mecânico do ser humano. Esta

dimensão psicológica das empresas foi desprezada por Taylor.

1.2 Visão Automizada do Homem: Ao contrário do que previa Taylor, a

comunicação informal entre os membros de uma organização desempenha um

papel importante para a melhoria dos processos produtivos. O homem é um

ser social, que não deve ser analisado apenas em sua individualidade.

1.3 Superespecialização: Tarefas extremamente repetitivas, resultantes da

superespecialização e da divisão do trabalho causam tédio, problemas

motores e psicológicos.

1.4 Empirismo: Foram constatadas evidências meramente práticas do

sucesso dos princípios tayloristas; não se constituiu nenhum modelo teórico de

análise que permitisse, por abstração, generalizar os achados de Taylor para o

universo das organizações.

1.5 Abordagem parcial da organização: Taylor abordou predominantemente

a variável organizacional "tarefas". O seu trabalho e a escola de administração

científica praticamente desconsidera outros aspectos importantes da

organização, tais como sua estrutura e tecnologia.

1.6 Abordagem prescritiva: Taylor não se aprofunda nas razões explicativas

da realidade organizacional. Ele simplesmente constata de forma empírica

alguns problemas de eficiência e propõe soluções práticas para os mesmos.

Portanto, a Teoria da Administração Científica não identifica claramente as

causas da ineficiência, apenas receita o remédio para as suas conseqüências.

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1.7 Empresa como sistema fechado: Taylor desconsidera os impactos do

ambiente externo da empresa em suas operações. Variáveis econômicas,

culturais e sociais afetam diretamente a eficiência da empresa; sobre estas, as

medidas propostas por Taylor têm alcance limitado.

Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das

empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações

entre os operários, como conseqüência modifica-se as relações humanas

dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções,

faz o que lhe mandam fazer.

1.8 Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são:

1.8.1 Princípio do Planejamento: Substituir o critério individual do operário, a

improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados.

1.8.2 Principio da preparação dos trabalhadores: Selecionar cientificamente

os trabalhadores de acordo com suas aptidões prepará-los e treiná-los para

produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado, e em preparar

maquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição

racional.Pressupõe o estudo das tarefas, (Dividir cada tarefa ou trabalho em

partes de que cada um possa fazer uma parte segundo sua habilidade,

principiando, assim, a especialização. Ou dos tempos e movimentos

(pensando em aumentar a produção, segundo a verificação de Taylor, cada

um tinha de trabalhar de maneira racional, ou seja, com movimentos

adequados, e assim poderiam executar a tarefa em menos tempo e sem

esgotamento físico) e a lei da fadiga (menciona a necessidade de intervalos

periódicos visando a recuperação muscular do trabalhador. Por exemplo, para

o empregado que trabalha mais de 6 horas por dia, é obrigado ser concedida 1

hora, no mínimo, de intervalo para descanso e refeição, sendo que para aquele

que trabalha de 4 a 6 horas deve ser concedido 15 minutos de intervalo.

O repouso semanal remunerado é outro exemplo da lei de fadiga.

Significa dizer que todo empregado tem direito a um repouso semanal

remunerado por semana, ou seja, ganha, mas não trabalha. E esse dia de

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repouso, pela nova lei, deve recair em pelo menos um domingo por mês,

considerando que as peculiaridades de algumas empresas que funcionam 24

horas/dia, exigem o cumprimento de turno ininterrupto de revezamento, e

então o repouso semanal remunerado pode não cair em domingo, mas sim em

outro dia da semana. E esse repouso semanal remunerado tem a duração de

no mínimo 24 horas.

1.8.3 Principio do controle: Consiste em controlar o trabalho para se certificar

de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido

e segundo o plano de produção.

1.8.4 Principio da execução: Consiste em distribuir distintamente as

atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja o

mais disciplinado possível.

1.9 HARRINGTON EMERSON

Engenheiro procurou simplificar os métodos de estudos e de trabalho de

Taylor, achando que, mesmo prejudicando a perfeição da organização, seria

mais razoável realizar menores despesas na análise do trabalho. Foi o homem

que popularizou a ADM. CIENTÍFICA e desenvolveu os primeiros trabalhos

sobre seleção e treinamento de empregados. Ele também foi responsável pela

antecipação da ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS proposta por Peter

Drucker na década de 60.

1.10 FRANK GILBRETH

Gilbreth acompanhou Taylor no interesse do estudo dos tempos e

movimentos e na racionalização do trabalho como meios de aumento de

produtividade. Dentro dos estudos feitos por ele, destacam as seguintes idéias

e métodos:

1.10.1 OS MOVIMENTOS ELEMENTARES

Gilbreth através de suas próprias técnicas concluiu que todo trabalho

manual poderia ser reduzido em 17 movimentos elementares que englobariam

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todos os movimentos necessários para a execução de qualquer tarefa. A esses

movimentos ele chamou de therbligs.

Exemplo: Movimentos elementares (therbligs) = Para um entendimento mais

prático, vão analisar a tarefa de colocar parafusos, por exemplo, esta tarefa

pode representar sete movimentos elementares: pegar o parafuso, transportá-

lo até a peça, posicioná-lo, pegar e transportar a chave de fenda até o

parafuso, utilizá-la e posicioná-la na situação anterior

1.10.2 A FÓRMULA DE EFICIÊNCIA

Dentro da Administração Científica, um conceito muito importante é o

conceito de eficiência.

Assim, baseando-se nesta equação, buscou-se estabelecer padrões de

desempenho, comparando-se um desempenho que seria previamente

estabelecido (eficiência igual a 100%) com o desempenho real de cada

operário.

Dentro da idéia de eficiência verificou-se também que quanto mais

especializado era um operário, tanto maior era a sua eficiência.

1.10.3 ESTUDO DA FADIGA HUMANA

Gilberth idealizou um estudo estatístico dos movimentos baseado na

anatomia e fisiologia humanas sobre os efeitos da fadiga na produtividade do

operário.

Baseado neste estudo ele verificou que a fadiga trazia efeitos como

diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, perda de tempo,

aumento da rotação de pessoal, doenças, acidentes e diminuição da

capacidade de esforço.

1.11. FORD

Por tradição, Henry Ford, o mais popular de todos os precursores da

administração moderna, deveria ter sido fazendeiro. Nasceu em Dearborn,

Michigan em 1863 na fazenda de seu pai. Desde pequeno, Ford já mostrava

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os primeiros sinais de sua genialidade e intimidade com as máquinas ao

surpreender seu pai com aparatos por ele mesmo confeccionados que

facilitavam as lides do campo. "Bem cedo" conta ele, "tive a impressão de que

se trabalhava demais por muito pouco resultado e pensei que grande parte

desse trabalho poderia ser feito de um modo mais fácil." Com doze anos,

Henry Ford teve uma experiência que iria mudar e orientar completamente toda

sua existência. Em visita a Detroit com seu pai, viu uma locomotiva e conheceu

então o primeiro veículo sem tração animal. Foi este encontro que o propeliu

ao mundo dos transportes.

Aos dezessete anos, Ford abandona a fazenda dos pais para trabalhar

numa oficina como aprendiz de mecânico e daí em diante não mais se desvia

deste caminho. Nas suas horas vagas, começa a desenhar o seu próprio

modelo do que chamava de "carruagem sem cavalos" (horseless carriage), e,

na madruga de 4 de junho de 1896, seus vizinhos escutam um estrondo, e

Henry Ford sai por um buraco feito na parede da casa pilotando um automóvel!

O seu automóvel!

Em 1898, trabalhando cada vez mais e popularizando suas idéias, Ford

e mais alguns investidores fundam a Detroit Automobile Co. Que logo depois

foi fechada. Ao vencer corridas, os grandes eventos automobilísticos da época,

e tornar seu nome popular entre o meio, Ford consegue patrocínio para abrir

então em 1903 a sua própria empresa, a Ford Motor Company.

1.11.1 OS PRINCÍPIOS DE FORD

Ford revolucionou o mundo da indústria passando-a de artesanal a

industrial. Em suas fábricas se produzia tudo desde a matéria-prima ao produto

acabado. Através da racionalização dos elementos da produção, idealizou as

linhas de montagem. Com isso, atingiu para a época um nível de produção

jamais igualado. Sua produção tinha três características: ela deveria ser

progressiva, o trabalho deveria ser entregue ao trabalhador (e não o oposto) e

as operações deveriam ser divididas conforme seus elementos constituintes.

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Para Ford, os principais efeitos da produção em massa foram:

• Aumento da facilidade do controle industrial;

• Produto passa a ter mais alto padrão de qualidade;

• As máquinas passam a realizar grande parte dos trabalhos

considerados perigosos, danosos aos trabalhadores, insalubres, etc.;

• Operário se liberta da carga física que é transferida totalmente para a

máquina e passa a ocupar cargos com maior exigência mental.

O sistema de Ford caracterizou-se pela aceleração da produção através

de trabalho ritmado, coordenado e econômico. Ele adotou três princípios:

• Princípio da intensificação - diminuição do tempo desde a fabricação da

matéria-prima até a colocação do produto no mercado;

• Princípio da economicidade - reduzir ao mínimo o estoque de matéria-

prima;

• Princípio da produtividade - aumentar a capacidade de produção de um

homem através da especialização e linha de montagem.

Ford foi, além de tudo, um dos primeiros empresários a usar incentivos

com seus empregados. Na área mercadológica, implantou a assistência

técnica, o sistema de concessionários e política de preços.

1.11.2 FORDISMO:

• Aperfeiçoamento e mecanização (esteira móvel) do sistema criado por Taylor.

• 1913- proibição do uso do cronômetro (pelo estado americano) • 1914- Ford

cria a linha de produção Características do Fordismo: • Crediário: atrair o

consumo (até p/ os próprios operários) • Introduziu o marketing como nunca

antes • Aumentou os salários a padrões desconhecidos • Reduziu a jornada de

trabalho para 8 horas • Criou a Produção em Massa, a Verticalização (extração

da matéria-prima até a comercialização do produto) e o "just in time" (não

existe estoque, você produz o que vende) • Criou o trabalhador Ford (sob

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vigilância: hábitos dentro e fora da empresa) Princípios: • Intensificação: maior

velocidade possível = linha de montagem • Economicidade: menor tempo

possível, sem empaco de produção ("just in time") • Produtividade: máximo de

produção no menor tempo

1.12 LINHA DE MONTAGEM

Os carros criados pelas companhias fabricantes de época eram

considerados como luxo e símbolo de status por serem "feitos à mão" e,

portanto, extremamente caros e isto incomodava Ford que dizia que preços

altos dificultavam a expansão do mercado. "Eu vou construir um carro para as

multidões", dizia ele. "Assim como um pino é igual a outro pino quando sai da

fábrica, e um palito de fósforo é exatamente igual ao outro, assim serão os

carros."

Os automóveis de então eram muito pesados e Ford se dedicou a

eliminar o desnecessário dos seus carros tornando-os assim não só mais

baratos, mas também mais econômicos. Finalmente em 1o. de outubro de

1908 o famoso Modelo T é lançado. Nos anos iniciais, este automóvel era

fabricado da mesma maneira que qualquer outro no país, mas a crescente

demanda obrigou Ford a repensar o modelo de fabricação dos seus carros.

Embora tido popularmente como tal, Henry Ford não foi o inventor do

automóvel e tampouco da esteira em linha de montagem. Mas certamente foi

ele quem revolucionou completamente o uso desse dois. Certa vez em visita a

um açougue, viu como um boi pendurado em um trilho passava por diversos

homens, cada um ia tirando um corte de carne, até que, "no fim da linha",

sobrava só a carcaça. Ford utilizou esse princípio só que ao contrário. Seus

operários ficariam parados agregando partes à carcaça do automóvel à medida

que esse ia passando por eles sobre uma esteira - e mais tarde pendurado em

trilhos.

Números da produção: Quando esta técnica foi amplamente utilizada

em suas fábricas, o tempo de montagem dos chassis do Modelo T caiu de 12

horas e 30 minutos para 5 horas e 50 minutos. Em 1914, 13 mil trabalhadores

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na Ford produziram 260.720 automóveis. Em comparação, o resto da indústria

usou 66 mil trabalhadores para produzir 286.350 automóveis.

É nesse momento que a linha de montagem de Ford começa a ser

criticada como desumana. Críticos dizem que as repetitivas tarefas tornavam a

maioria dos empregados de Ford em autômatos não-pensantes e que o ritmo

da linha estava gradualmente transformando-os de novo em escravos. Dizem

que os construtores de automóveis não mais necessitam de conhecimentos de

mecânica. Ford rebate dizendo que agora este tipo de trabalho estava aberto a

qualquer trabalhador, portanto havia aumentado o número de empregos para

pessoas menos qualificadas. Mas esses trabalhadores menos qualificados não

gostavam muito do seu trabalho e muito menos ainda dos US$ 2.38 que

recebiam por nove horas diárias de trabalho. Para contornar esse problema e

também para diminuir o alto índice de demissão/reposição de empregados,

Ford anuncia em 5 de janeiro de 1914 um novo salário mínimo: US$ 5 por oito

horas diárias de trabalho, mais porcentagem nos lucros! Foi uma revolução

para a época, muitos anunciaram a quebra da empresa de Ford, e inclusive

seus acionistas o acusaram de insensato. Mas Ford, reconhecendo o elemento

humano na produção em massa, percebeu que mantendo os empregados na

empresa ele estaria economizando dinheiro. Os números falaram por si

próprios: entre 1914 e 1916, o faturamento da empresa dobrou de US$ 30

milhões para US$ 60 milhões. Mais tarde Ford diria que o aumento de salário

foi umas das maiores economias que já havia feito. Melhor do que isso ainda,

cada trabalhador que havia agora melhorado sua condição econômica, passou

de simples empregado para cliente da própria Ford, e muitos daqueles US$ 5

voltaram para a companhia. Em 1926, A Ford Motor Company tinha 88 plantas,

empregava 150 mil operários e produzia 2 milhões de automóveis.

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CAPÍTULO II

ERGONOMIA

A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que

significa trabalho, e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada

para descrever a ciência de “conceber uma tarefa que se adapte ao

trabalhador, e não forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa”. Também é

chamada de Engenharia dos Fatores Humanos, e ultimamente, também se

tem preocupado com a Interface Homem-Computador. As preocupações com

a ergonomia estão a tornar-se um fator essencial à medida que o uso de

computadores tem vindo a evoluir.

A Ergonomia pode ser aplicada em vários sectores de atividade

(Ergonomia Industrial, hospitalar, escolar, transportes, sistemas informatizados,

etc.). Em todos eles é possível existirem intervenções ergonômicas para

melhorar significativamente a eficiência, produtividade, segurança e saúde nos

postos de trabalho. A Ergonomia atua em todas as frentes de qualquer

situação de trabalho ou lazer, desde os stresses físicos nas articulações,

músculos, nervos, tendões, ossos, etc., até aos fatores ambientais que possam

afetar a audição, visão, conforto e principalmente a saúde.

Alguns exemplos das áreas de atuação da ergonomia:

• No desenho de equipamentos e sistemas computadorizados, de modo a

que sejam mais fáceis de utilizar e que haja menor probabilidade de

ocorrência de erros durante a sua operação - particularmente importante

nas salas de controlo, onde existe uma elevada carga de stress.

• Na definição de tarefas de modo a que sejam eficientes e tenham em

conta as necessidades humanas, tais como, pausas para descanso e

turnos de trabalho sensíveis, bem como outros fatores, tais como

recompensas intrínsecas do trabalho em si.

• No desenho de equipamentos e organização do trabalho de modo a

melhorar a postura e aliviar a carga de trabalho no corpo, reduzindo

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assim as Lesões Músculo-Esqueléticas do Membro Superior e as

Lesões resultantes de Trabalho Repetitivo.

• Na arquitetura da informação, de modo a que a interpretação e uso de

guias, sinais, e ecrãs seja mais fácil e sem ocorrência de erros.

• Na criação de ações de formação para que todos os aspectos do

trabalho sejam compreendidos pelos trabalhadores.

• No desenho de equipamento militar e espacial - casos extremos de

resistência do corpo humano.

• Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a iluminação e a

temperatura ambiente, de modo a satisfazer as necessidades dos

utilizadores e das tarefas executadas. Onde seja necessário, na

concepção de equipamentos de proteção individual para o trabalho em

ambientes hostis.

• Nos países em desenvolvimento, a aceitação e eficiência do uso de

tecnologia básica pode ser melhorado significativamente.

É uma ciência multidisciplinar que usa conhecimentos de várias ciências,

tais como: anatomia, antropometria, biomecânica fisiologia, psicologia, etc]

A Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e

capacidades humanas e estuda as limitações dos sistemas, organizações,

atividades, máquinas, ferramentas, e produtos de consumo de modo a torná-

los mais seguros, eficientes, e confortáveis para uso humano.

Devemos, assim, valorizar a importância da ergonomia tendo em vista que

boa parte da vida de todos os seres humanos adultos está envolvida com o

desenvolvimento de sua atividade profissional; e esta ciência tem por

prioridade o estudo do homem no seu trabalho, trabalhando e realizando as

suas tarefas cotidianas, o que faz a ergonomia um verdadeiro desafio para o

equilíbrio desta “simbiose” que podemos dizer existir no sistema Homem –

máquina.

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2.0 HISTÓRICO

A ergonomia tem aplicação desde as épocas mais remotas da história da

humanidade. De forma quase intuitiva e graças a nossa crescente capacidade

de raciocínio e desenvolvimento intelectual, podemos constatar registros pré-

históricos de ferramentas que sofreram adaptações para um resultado mais

apropriado de sua utilização, como, por exemplo, o formato das pedras que

eram utilizadas como arma e instrumento cortantes pelo homem primitivo.

Mais adiante, com a invenção da roda, para facilitar o transporte de cargas,

etc.

Avançando mais um pouco na historia, já ao final do século XVIII, com a

revolução Industrial tivemos uma verdadeira modificação da forma de

execução do trabalho. Produzir mais e mais, a qualquer custo. Sendo que o

trabalhador era quem pagava o alto preço desse regime desumano, pois as

fabricas priorizavam a alta produtividade e a nova forma de trabalho, que

passava de artesanal para mecanizada, enaltecia a maquina, sendo o homem

tratado como mera mão-de-obra, facilmente substituível, e o ambiente de

trabalho a que ficavam expostos não oferecia menores condições de

segurança e higiene.

No ano de 1970, a ergonomia começou a ganhar espaço no Brasil; e,

em 1975, apareceram os primeiros postos informatizados. Em 1980, com a

intensidade desse tipo de trabalho, houve necessidade de atuação de

profissionais com conhecimento de ergonomia para solucionarem situações

existentes nos ambientes de trabalho que estavam desencadeando alterações

osteomusculares nos digitadores. Em 1990, a ergonomia estabeleceu-se à

plenitude no Brasil, com atuação nas mais diversas áreas de trabalho.

2.1 CUSTO E BENEFICIO DA ERGONOMIA

Uma das razões de se investir em Programas de Prevenção do DORT

nas empresas é a relação virtual que existe entre a saúde de seus

trabalhadores e a produtividade. Devido a isto, muitas empresas adotaram um

novo comportamento no que se refere à saúde dos empregados.

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Um trabalho com enfoque preventivo, para ser aceito pela administração

superior de uma empresa, tem que comprovar objetivamente que seus

benefícios superam seus custos. Isto não é uma tarefa fácil, pois os resultados

normalmente se dão a médio e longo prazos. È este um dos pontos a serem

trabalhados junto aos diretores de uma empresa, que, por vezes, priorizam

valores tradicionais como: produtividade e lucratividade imediatas

(argumentação excessivamente materialista e fria), que podem gerar custos

humanos aos trabalhadores.

Os benefícios nem sempre são facilmente quantificados, pois não se

deve priorizar quando se investe em prevenção, o aumento da produtividade,

que é resultado da melhoria na qualidade de vida dos empregados, e pode ser

alcançada quando se investe no próprio homem, através de itens como:

conforto e segurança, atividade antiestresse, socialização dos empregados,

incentivo à pratica de esportes e a hábitos saudáveis de alimentação. É

importante salientarmos o seu impacto ser sentido em todas as dimensões da

vida do trabalhador, tornando-se mais saudável e eficiente.

Do exposto, podemos concluir que investir em prevenção resulta no

estreitar a relação entre custo e beneficio, uma vez que os produtos originados

dessa empresa irão registrar aumento no padrão de qualidade. Algumas

empresas que apostaram nesse tipo de investimento tiveram como retorno,

entre outros resultados favoráveis, o certificado da ISO 9000, que é passaporte

para o mercado do primeiro mundo, o que não é um privilegio apenas para

grandes empresas, mas para todos os empresários que tiveram uma visão

ampla de negócios.

2.2 FUTURO DA ERGONOMIA

Tendo em vista a vasta fonte de materiais informativos direcionados à

prevenção de doenças ocupacionais, oferecidos, pelos diversos meios de

comunicação, os trabalhadores cada vez mais instruídos. Cientes de seus

direitos tendem a exigir melhores condições de trabalho, inclusive recorrendo

aos sindicatos, a fim de resgatá-las, quando sonegadas.

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Outro fator que fortalece a ergonomia é a competitividade industrial, que

estimula as empresas a investirem em medidas que aumentam a produtividade

e garantam a qualidade de seus produtos. Tais objetivos são, atualmente,

comprovadas e alcançadas através da maior interação no Sistema Homem _

Máquina.

2.3 PORQUE AS EMPRESAS DEVEM INVESTIR EM PROGRAMAS DE

ERGONOMIA NA PREVENÇÃO DO DORT

O índice de doenças músculo-esqueléticas, relacionadas ao trabalho,

vem crescendo exageradamente nos últimos anos, tendo como principais

causas fatores biomecânicos, organizacionais no trabalho e sociais.

Devido a esta realidade, se faz cada vez mais necessário assegurar a

energia e o compromisso das pessoas com novas formas de trabalho e de

comportamento.Estimuladas por um ambiente de trabalho excitante,

recompensador e envolvente, um componente importante desta estratégia é

incentivar as pessoas a uma nova cultura de hábitos saudáveis, tornando-as

capazes de condicionarem-se e permanecerem fisicamente capazes para

realização de suas atividades laborativas na sua vida diária e ter ainda

reservas suficientes de energia para enfrentar eventuais necessidades físicas

extras.

2.4 VANTAGENS DO INVESTIMENTO EM PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

DO DORT.

2.4.1 PARA A EMPRESA

Melhora de qualidade de vida de seus empregados.

• Diminuição de gastos com assistência medica por ocorrência de

doenças ocupacionais.

• Menor numero de acidentes.

• Redução do índice de absenteísmo.

• Aumento da eficiência do trabalho humano.

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• Diminuição da rotatividade no quadro de empregados da empresa

(aproveitamento da qualificação profissional).

• Maior proteção legal à empresa contra possíveis processos de

empregados por doenças ocupacionais.

• Aumento da produtividade.

• Conseqüente aumento nos lucros da empresa.

• Melhor imagem e melhor ambiente de trabalho.

2.4.2 PARA O EMPREGADO

• Diminuição da fadiga e desconforto físico, com conseqüente diminuição

da irritabilidade do empregado.

• Diminuição do gasto energético na execução das tarefas.

• Diminuição do estresse emocional.

• Maior estabilidade emocional.

• Diminuição da incidência de doenças ocupacionais.

• Favorecimento da socialização do trabalhador junto ao grupo de

trabalho.

• Melhora na qualidade de vida.

• Maior eficiência no trabalho.

O descrito neste subitem proporciona ao empregado obter maior satisfação em

realizar suas tarefas, portanto podemos afirmar que a ergonomia deve visar,

em primeiro lugar ao bem-estar do trabalhador e sua segurança, tendo como

resultado a eficiência profissional.

2.4.3 ASPECTOS LEGAIS

A NR-17 é uma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho,

portanto o seu cumprimento é obrigatório. Esta é a primeira legislação

referente a ergonomia. Inicialmente ela citava regulamentos a respeito das

condições de trabalho, relacionadas a mobiliário e limites de peso,

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posteriormente ficou mais abrangente, incluindo riscos ambientais e a

organização do trabalho, porem, enfatiza em demasia o processamento

eletrônico de dados, por ser a preocupação do momento.

Na NR 9, que aborda riscos ambientais, obriga-se as empresas a

fazerem anualmente, através de comissões internas de prevenção de

acidentes(CIPAS), mapeamento de riscos, onde foram acrescentados os riscos

ergonômicos ( trabalho físico pesado, posturas incorretas, ritmo excessivo e

etc). Porém, as normas Regulamentadoras não conseguem, por vezes, atingir

o seu objetivo de estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das

condições de trabalho às características físicas dos trabalhadores. Isto porque

alguns dos parâmetros das normas regulamentadoras não são adequados à

nossa população, uma vez que baseiam-se em condições socioeconômico-

culturais e medidas antropometricas estabelecidas em paises diversos.

Em alguns estados existem ainda normas próprias, porem não existe

obrigatoriedade de sua execução.

2.5 ABORDAGEM SOBRE OS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA

INTERVENÇÃO ERGONOMICA.

A ergonomia baseia-se, para sua eficiência na aplicação de

conhecimentos científicos das áreas humanas e exatas, a fim de proporcionar

conforto e bem-estar ao individuo em seu trabalho, no lar e no lazer. Tal

intervenção pode ocorrer de três formas:

2.5.1 ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO: Intervenção na fase de projeto.

Interfere amplamente no posto de trabalho, nos instrumentos, na maquina ou

no sistema de produção, na organização do trabalho ou mesmo na formação

de pessoal.

2.5.2 ERGONOMIA DE CORREÇÃO: Intervenção no posto de trabalho já

instalado, na atividade realizada ou no trabalhador. Atua de maneira restrita,

modificando elementos parciais do posto de trabalho e em seu usuário.

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2.5.3 ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO: Intervenção por meio de

treinamento e reciclagem periódicos dos trabalhadores. Serão enfocado meios

seguros de trabalho, reconhecimento de fatores de risco e possíveis soluções

a serem tomadas pelos próprios trabalhadores ou pelos responsáveis.

2.6 ANALISE DOS PRINCIPAIS ITENS A SEREM OBSERVADOS EM UMA

INTERVENÇÃO ERGONOMICA.

2.6.1 DIMINUIÇÃO DA FORÇA APLICADA DURANTE O TRABALHO.

Para um maior aproveitamento de um grupo muscular durante a

realização de uma atividade, sem que gere estresse durante esse trabalho,

não se deve exigir mais do que 30% de sua capacidade de força, seja em uma

atividade repetitiva seja de período prolongado.

Portanto a fadiga está mais relacionada à intensidade da força aplicada

do que a sua duração na realização da tarefa.

2.6.2 ITENS QUE CONTRIBUEM PARA UM MAIOR APROVEITAMENTO DA

FORÇA DURANTE UMA ATIVIDADE.

A musculatura desenvolve maior força quando começa a contração a

partir da posição relaxada, então o movimento deveria começar com o músculo

em repouso. Porem, nesta regra geral existem tantas exceções que ela tem

mais valor teórico do que pratico.

2.6.3 RECOMENDAÇÕES BASICAS PARA DIMINUIÇÃO DA FORÇA

APLICADA DURANTE O TRABALHO.

• Diminuir a força necessária

• Distribuir a força.

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2.7 DIMINUIÇÃO OU ELIMINAÇÃO DAS POSTURAS VICIOSAS.

Hábitos prolongados de má postura, advindos talvez de desenhos ruins

de ferramentas e moveis e, ainda a maneira de usá-las, freqüentemente

resultam em anormalidade permanentes na postura, alterações degenerativas

dos tecidos e dor.

Podemos chamar de má postura aquela que causa dor, incapacidade ou outra

anormalidade qualquer.

2.7.1 TIPOS DE POSTURA

Trabalhando ou repousando, o corpo assume três posturas básicas:

A) DEITADA: Está é a postura mais recomendada

B) SENTADA: A postura sentada na maioria das vezes, não resulta em um

relaxamento da musculatura corporal e num trabalho mais fácil e

confortável. Condições favoráveis somente serão alcançadas nesta

postura quando a cadeira é perfeitamente adequada às características

anatômicas do usuário.

C) EM PÉ: Desta postura pode resultar uma serie de alterações para o

organismo. Padrões ergonômicos favoráveis aplicados à tarefa a

orientações podem minorar o sofrimento do trabalhador.

2.7.1.1 ANALISE DA POSTURA

Durante um dia de trabalho, o individuo pode assumir diversas posturas.

Em cada tipo adotado um grupo muscular é acionado.

Ao integrar-se na profissão, o individuo tende a trabalhar, muitas vezes,

em condições desfavoráveis e em ritmo intenso; em posturas fatigantes ou

deformadoras; em posições antinaturais ou violentas. Tudo isto contribui para

um envelhecimento precoce, que debilita todo o funcionamento biológico, alem

dos possíveis acidentes de trabalho causados em função desta situação.

Portanto, é fundamental a analise da tarefa e um estudo da biomecânica do

trabalhador, para determinação de medidas ergonômicas eficazes.

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2.8 DIMINUIÇÃO DA COMPRESSÃO MECANICA SOBRE OS TECIDOS DOS

MEMBROS SUPERIORES.

Em algumas atividades existem situações de trabalho que favorecem a

compressão de partes moles, podendo causar comprometimentos circulatórios,

alterações no deslizamento macio e normal dos tendões dentro de sua bainha

e neuropraxia.

A Compressão mecânica persistente dos tecidos moles pode acarretar

pequenos processos inflamatórios locais, edema, dor em queimação,

sensação de cansaço, diminuição na condução nervosa, com a conseqüente

diminuição da força muscular.

2.9 O QUE FAZER PARA QUE OCORRA A REDUÇÃO DAS DOENÇAS

OCUPACIONAIS?

2.9.1 ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ERGONOMIA DENTRO DA

EMPRESA.

A primeira providencia necessária antes de iniciar um programa de

ergonomia é definir o seu objetivo, ou seja, o que se pretende fazer ou

conhecer.

Este objetivo deve ser colocado por escrito, para que no decorrer da

execução do programa não ocorram desvios que o afastem do objetivo inicial.

No entanto, para gerar uma melhor eficiência da pesquisa, pode,ele, ser

alterado no decorrer de sua execução.

2.9.2 FASES DE UMA INTERVENÇÃO ERGONOMICA

FASE I – Apreciação Ergonômica: É uma fase explorativa, que tem por

finalidade recolher e registrar ordenadamente dados relativos à tarefa

escolhida como objeto de estudo. Deve-se usar um vocabulário compreensível

para classificar-se os problemas ergonômicos do sistema Homem/Tarefa/

Máquina.

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São feitas observações no local de trabalho, ilustradas com registros

fotográficos e/ou vídeos. Realizam-se também entrevistas com supervisores e

trabalhadores.

Serão adotados os seguintes critérios para o preparo e a realização da

entrevista:

• O entrevistado deve ser informado do motivo da entrevista e de sua

escolha, motivo este que devera ser sempre plausível.

• O entrevistador deve planejar a entrevista direcionando-a para o

objetivo a ser alcançado.

• Obter algum conhecimento prévio sobre o entrevistado.

• Criar condições favoráveis para realização da entrevista pois será mais

difícil obter informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa

acompanhada ou em grupo.

• Escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade ou

autoridade em relação ao assunto escolhido.

• Fazer uma lista de questões, destacando as mais importantes.

• O entrevistador deve obter e manter a confiança do entrevistado evitar

ser importuno e dispor-se a ouvir mais do que falar.

• Manter o controle da entrevista, reconduzindo, quando necessário, o

entrevistado ao objeto da entrevista.

FASE II – Diagnose Ergonômica: Permite aprofundar os problemas

observados na fase de apreciação ergonômica e testa as sugestões

preliminares.

Nesta fase realiza-se:

Analise da tarefa e analise da atividade na situação real do trabalho:

Segundo Drury (1987), analise da tarefa é correspondente a um processo de

identificar e descrever unidades de trabalho e de analisar os recursos para um

desempenho do trabalho bem-sucedido.

Nesta fase, a partir das hipóteses previamente estabelecidas na

apreciação ergonômica, é estabelecida a situação de trabalho a ser

analisada.Deve-se realizar uma descrição dos diversos componentes do

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sistema homem-tarefa e por ultimo deve-se realizar uma avaliação ergonômica

das exigências do trabalho, permitindo a confirmação, recusa ou formulação de

novas hipóteses das condições de trabalho em questão.

A analise da atividade consiste na analise do desenvolvimento da

atividade realizada pelo trabalhador, mediante o comportamento do individuo

no trabalho: posturas assumidas, ações, gestos, comunicação, direção do

olhar, movimentos, raciocínio, estratégia, resoluções de problemas, etc.

2.10 AVALIAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO.

Tendo em vista que passamos em media 1/3 de nossas vidas no

trabalho, é justificável que o dimensionamento correto do posto de trabalho

seja etapa fundamental para o bom desempenho da pessoa que ocupara esse

posto.É possível que essa pessoa passe várias horas do dia sentada ou de pé

nesse posto.Qualquer erro cometido neste dimensionamento pode, então,

submete-la a sofrimentos por longos anos. Em alguns casos, quando o arranjo

é do mobiliário e de bancadas, a correção pode ser feita de forma

relativamente simples e econômica. Por exemplo, cortando os pés da mesa ou

da cadeira..... Ou providenciando-se calços ou estrados para aumentar a

altura. Em outros, como no caso da cabina de comando de uma locomotiva ou

painel de um centro de controle operacional de um sistema complexo, torna-se

praticamente impossível introduzir correções.

2.10.1 DIMENSIONAMENTOS RECOMENDADOS.

Antes de determinarmos o dimensionamento correto de um posto de

trabalho, devemos atentar para alguns fatores importantes descritos a seguir.

2.10.2 FATORES IMPORTANTES PARA O CORRETO DIMECIONAMENTO

DO POSTO DE TRABALHO:

• Postura adequada do corpo, movimentos corporais necessários.

• Alcances dos movimentos, antropometria dos ocupantes do cargo.

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• Necessidades de iluminação, ventilação, dimensões das maquinas.

• Equipamentos e ferramentas.

• Interação com outros grupos de trabalho.

• Ambiente externo.

2.11 ORIENTAÇÃO PARA POSTO DE TRABALHO INFORMATIZADO.

Atualmente, com o aumento do trabalho informatizado, onde o

trabalhador tende a permanecer com o corpo quase estático, durante horas,

realizando operações de digitação repetitivas, muitas alterações podem vir a

comprometer este trabalhador, como por exemplo: fadiga visual, dores

musculares, alterações posturais, inflamações tendinosas nos membros

superiores, alterações circulatórias, etc., que podem transformar-se em

doenças ocupacionais, levando o trabalhador ate uma incapacidade funcional.

Portanto, algumas regras devem ser cuidadosamente aplicadas para

prevenção e alivio dos sintomas do DORT, neste tipo de tarefa.

• Cadeira: Deve ser em tecido absorvente, amenizando assim o efeito da

transpiração. Sua altura deve ser regulada de maneira que permita que

os braços formem um ângulo de 90º com o antebraço, evitando o

aparecimento de lesões. Apoio do encosto deve ser firme, permitindo

discreta inclinação. Quanto a acomodação da lombar, se a cadeira tiver

um encosto totalmente reto e fechado, é indicado a utilização de, uma

almofada ou um rolo de tecido na região inferior das costas, para melhor

acomodá-la.

• Mesa: A altura ideal para o trabalho sentado é de 70-83 com, sendo que

em media encontramos a altura de 76cm. Quanto ao espaço para as

pernas, deve ser suficientemente profundo para as pernas debaixo da

mesa no posto de trabalho, aproximadamente 66cm. Já a altura do

espaço para as pernas, é suficientemente alto quando atende à medida

mínima de 20cm entre o assento da cadeira e a parte embaixo da mesa.

• Pés: Na postura sentada, os pés devem estar bem apoiados no chão, o

uso do apoio para os pés é importante para as pessoas de baixa

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estatura, que ficam com os pés suspensos ou apoiados sobre os

rodízios da cadeira.

• Teclado: Seu posicionamento deve ser independente e ter mobilidade,

permitindo que se façam os ajustes necessários para mente-lo na frente

do monitor de vídeo e à frente do usuário. Quanto à altura, deve ser

sem inclinação para cima ou para baixo, permitindo aos dedos

repousarem sobre o teclado e moverem-se livremente. O acessório

almofada para apoiar os punhos, visa minimizar agressões sobre os

tendões dos punhos e dedos. O mouse deve-se posicionar junto ao

plano horizontal inferior do teclado, como se fosse uma continuação do

mesmo, evitando grandes deslocamentos.

• Monitor: Deve ser adequado aos olhos do usuário. Um campo de visão

confortável é aquele no qual a linha imaginaria dos olhos do usuário é

traçada ate a parte superior do computador, pois o monitor posicionado

muito alto ou muito baixo favorece a existência de fadiga e dores

musculares. A distancia adequada entre os olhos do usuário e a tela

varia entre 50 e 70cm. A cabeça deve estar bem alinhada ao tronco.

No posto de trabalho, os exercício laborais, devem ser realizados várias

vezes ao longo da jornada de trabalho, podendo incluí-los como parte das

tarefas diárias, o que proporcionara maior conforto físico contra as exigências

de se permanecer sentado, ao trabalhar-se com o teclado, e prevenirá contra

as doenças ocupacionais.

Fora do local de trabalho, uma atividade física bem orientada, e quando

realizada por pelo menos três vezes na semana, pode melhorar a saúde.

Natação, hidroginástica, caminhada, ginástica localizada ou o alongamento são

atividades físicas recomendadas para o usuário de computador.

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CAPÍTULO III

ALGUMAS DOENÇAS OCUPACIONAIS

3.0 PRINCIPAIS PATOLOGIAS DECORRENTES DO DORT

3.1 CERVICALGIA

A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se

inicia de maneira súbita, em geral está relacionada com movimentos bruscos

do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma e até

mesmo alterações da ATM (articulação têmporo-mandibular). O paciente com

cervicalgia geralmente relata uma melhora quando está em repouso e

exacerbação da dor com o movimento.

• Sintomas e sinais

O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e

rigidez dos movimentos ocorre também uma alteração na mobilidade do

pescoço e a dor durante a palpação da musculatura do pescoço podendo

também abranger a região do ombro e nos casos mais graves ou prolongados

irradiando para todo o membro superior.

Em relação à dor, o paciente pode queixar-se desde uma dor leve local e

uma sensação de cansaço, até uma dor mais forte e limitante. O braço, além

de doer, pode apresentar alterações de sensibilidade e força muscular, são as

chamadas “alterações neurológicas”.

O paciente refere adormecimento de alguma área ou de todo o membro,

podendo ser contínua ou desencadeada por algum fator. A fraqueza muscular

acontece em casos mais graves ou prolongados sendo geralmente

progressiva. Podem existir também alterações nos reflexos encontrados em

algumas inserções musculares no punho, cotovelo e ombro nos casos mais

graves.

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• Causas da Cervicalgia

As cervicalgias podem ser decorrentes, de desordem mecânica, fatores

posturais e ergonômicos ou ao excesso de sobrecarga dos membros

superiores. A dor cervical resulta em perda na produtividade importante em

certas ocupações e a maior predisposição de lesão associa-se a certos tipos

de atividades e à idade. A cervicobraquialgia caracteriza-se por dor cervical

com irradiação para membro superior, normalmente devido à compressão da

raiz nervosa proveniente da região cervical sub-axial. Trabalhos que envolvam

movimentos repetitivos de membros superiores e flexão da coluna cervical

estão relacionados à dor cervical.

• Tratamento

É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de Fisioterapia Manual,

mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica. Estabilização

Vertebral e Exercícios de Musculação. Ele visa melhorar o grau de mobilidade

músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e

facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos

profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos

específicos enfatizando o controle intersegmentar da coluna lombar, cervical,

quadril e ombro.

3.2 DORSALGIA

Também conhecida como "dor nas costas", é a dor sentida nas costas

que pode provir dos músculos, nervos, ossos, articulações ou outras estruturas

na coluna vertebral . A dor pode ser constante ou intermitente, permanecer

num lugar ou deslocar-se ou espalhar-se para/por outras áreas. Pode ser uma

dor surda ou uma sensação aguda de perfuração ou ardência. A dor pode ser

sentida no pescoço (e deslocar-se pelo braço e mão), na parte superior das

costas, ou na parte inferior (e deslocar-se pela perna e pé), e pode incluir

fraqueza e dormência.

A dor nas costas é uma das queixas mais freqüentes da humanidade.

Estima-se que entre 65% e 80% da população mundial desenvolvam a

enfermidade nalguma fase das suas vidas; todavia, a dorsalgia não costuma

ser incapacitante, e mais da metade dos que padecem dela costumam

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recuperar-se em até uma semana. Crises agudas de dorsalgia ou uma das

suas variantes, a lombalgia (que afecta a parte inferior das costas), são uma

das principais causas de afastamento ao trabalho, algo que pode estar ligado a

questões de postura.

A espinha dorsal é uma complexa rede que liga nervos, articulações,

músculos, tendões e ligamentos, e todos são capazes de produzir dor.

Grandes nervos que se originam da espinha e vão até as pernas e braços

podem espalhar dor para as extremidades. Todavia, algumas vezes a dor nas

costas pode ser experimentada mesmo quando nenhum problema anatômico

subjacente é aparente.

• Causas subjacentes

Lesões por esforço são de longe a causa mais comum de lombalgia, e a

dor provocada por tais traumas geralmente retrocede em duas ou seis

semanas.

Quando a lombalgia dura mais do que três meses, ou se ela se manifesta

mais nas pernas do que nas costas, um diagnóstico mais específico deverá ser

feito. Existem várias causas comuns de lombalgia e dores nas pernas: para

adultos abaixo de 50 anos, estas incluem hérnia de disco e moléstia

degenerativa de disco; em adultos com mais de 50 anos, causas comuns

também incluem osteoartrite e estenose espinhal. Todavia, alguns

pesquisadores acreditam que 90% destas dores nas costas decorrem de uma

síndrome de tensão nervosa e que são causadas por estresse emocional.

• Tratamento

Nem todos os tratamentos funcionam em todas as condições ou para todos os

indivíduos na mesma situação, e muitos descobrem que precisam tentar várias

opções de tratamento para determinar o que funciona melhor para eles.

Somente uma minoria (estimados entre 1% e 10%) dos casos necessita de

cirurgia.

Geralmente, acredita-se que alguma forma consistente de alongamento e

exercício seja um componente essencial da maioria dos programas de

tratamento das costas. Repouso total é raramente recomendado, e quando

necessário, é geralmente limitado a um ou dois dias. Em acréscimo, a maioria

das pessoas irá se beneficiar em não empregar quaisquer factores

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ergonômicos ou de postura que possam contribuir para a dor nas costas, tais

como técnicas impróprias de levantamento de pesos, má postura ou apoio

deficiente em camas, cadeiras de escritório etc.

3.3 LOMBALGIA

Denomina-se de Lombalgia, o conjunto de manifestações dolorosas que

acontecem na região lombar, decorrente de alguma anormalidade nessa

região. Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia é uma das

grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência

apenas menor que a cefaléia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem

o homem. De acordo com vários estudos epidemiológicos, de 65% a 90% dos

adultos poderão sofrer um episódio de lombalgia ao longo da vida, com

incidência entre 40 e 80% da maioria das populações estudadas.

• Sintomas

Os sintomas mais comuns da lombalgia são citados como uma dor lombar,

que corresponde à região mais inferior da coluna vertebral, pouco acima das

nádegas, na altura da cintura. Apresenta-se geralmente de começo discreto,

com intensidade aumentando progressivamente e agravando com a

mobilidade da região. Acompanha comumente a estas situações, algum grau

de contratura muscular.

As crises dolorosas geralmente apresentam-se em um ciclo de dor que

duram alguns dias, podendo em alguns casos tornar-se constante ou

desaparecer, retornando depois de algum tempo.

Durante a crise dolorosa, a permanência em alguma forma de postura, seja

sentado ou em pé, provoca o aparecimento da dor. A persistência dos

sintomas ocasionalmente passa a ser um fator extremamente limitante sob o

ponto de vista social, afetivo ou profissional, gerando grandes distúrbios

secundários, como os de ordem emocional.

Em termos etiológicos, a lombalgia é um processo eminentemente clínico,

onde os exames complementares devem ser solicitados apenas para

confirmação da hipótese diagnóstica.

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• Causas da Lombalgia

Inúmeras circunstâncias (fatores de risco) contribuem para o

desencadeamento e cronificação das síndromes lombares, tais como: fatores

genéticos e antropológicos, psicossociais, obesidade, fumo, atividades

profissionais, sedentarismo, maus hábitos posturais, síndromes depressivas,

trauma, gravidez, trabalho repetitivo, entre outras.

• Diagnóstico e Tratamento

O exame clínico é suficiente para o diagnóstico. O diagnóstico pode ser

feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o

resultado do exame neurológico. Exames como raio-x, tomografia e

ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que

exata região da coluna está localizada. Quanto ao Tratamento, a fisioterapia e

acupuntura têm gerado resultados satisfatórios.

3.4 TENDINITE

A tendinite pode resultar de trauma, excesso de uso ou envelhecimento,

que faz com que o tendão perca um pouco de sua elasticidade. Também pode

ser conseqüência de doenças sistêmicas, como a artrite reumatóide. A lesão

pode acometer qualquer tendão, mas os locais mais afetados são: ombros,

punhos, calcanhares (tendão de Aquiles) e cotovelos.

• Sintomas:

Dor articular e sensibilidade em volta da articulação (dor nos quadris, dor

nos joelhos, dor nos ombros, dor nos cotovelos, dor nos punhos ou em outras

articulações) dor articular agravada por movimentos dor articular que piora à

noite (em geral) Sinais

• Tratamento:

O objetivo do tratamento é o alívio da dor e a redução da inflamação.

O repouso ou a imobilização dos tendões afetados ajuda na recuperação. A

imobilização geralmente é feita com uma tala ou suporte removível. A

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aplicação de calor ou frio na região afetada reduz a dor e a inflamação.

Medicamentos antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) aliviam a dor e a

inflamação.

Após a recuperação, exercícios de fortalecimento dos músculos que

circundam a região afetada podem ajudar a prevenir a recorrência da lesão.

Expectativas (prognóstico):

Os sintomas melhoram com o tratamento e o repouso. Se a lesão for

causada por excesso de uso, devem-se alterar os hábitos de trabalho para

prevenir a recorrência.

3.5 SINDROME DO TUNEL DO CARPO.

Síndrome do túnel do carpo é o nome referido a uma doença que ocorre

quando o nervo que passa na região do punho (nervo mediano) fica submetido

à compressão. Na maioria dos casos essa compressão do nervo na região do

punho (“nervo preso”) deve-se ao estreitamento no seu canal de passagem por

inflamação crônica não específica dos tendões que também passam por esse

canal. Em outros casos com menor frequências podem existir doenças

associadas comprimindo o nervo. É importante ressaltar que mulheres

grávidas podem ter sintomas da doença ocasionados por edema (“inchaço”)

próprio da gravidez; na maioria dos casos os sintomas desaparecem após o

parto podendo reaparecer muitos anos mais tarde. Algumas atividades

profissionais que envolvem flexão contínua dos dedos (exemplo ordenha de

leite) podem desencadear sintomas de compressão do nervo.O túnel do carpo

localiza-se logo abaixo do Palmar longo sendo delimitado por quatro

proeminências ósseas: Proximalmente pelo Pisiforme e Tubérculo do

Escafóide e distalmente pelo Hâmulo do Hamato e pelo tubérculo do Trapézio.

Este túnel conduz o nervo Mediano e os tendões flexores dos dedos deste

o antebraço até a mão. A compressão do túnel carpal pode ser resultante de

vários fatores, tais como: deslocamento anterior do osso semilunar,

intumescência secundária a fratura de Colles (fratura de extremidade distal do

rádio), sinovites secundárias a artrite reumatóide ou devidas a qualquer outra

causa capaz de provocar edema devido a traumas que acometam o punho,

como entorses, e uma grande variedade de doenças sistêmicas, como o

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mixedema e a doença de Paget. Esta afecção pode ocorrer em mulheres entre

40 e 50 anos de idade e a causa mais freqüente é devido a alterações em

tecidos moles, particularmente inflamação da bainha sinovial que acaba

comprimindo o nervo mediano.

• Causas Conhecidas

Várias são as causas de aumento das estruturas que passam pelo Túnel do

Carpo. Algumas das causas que podem desencadear a doença são: trabalho

manual com movimentos repetidos, pessoas que não fazem trabalhos

manuais, tem associação com alterações hormonais como menopausa e

gravidez (geralmente desaparece ao fim da gravidez); fato que explica o

porque de haver mais mulheres acometidas que homens. Outras doenças

associadas são diabetes mellitus, artrite reumatóide, doenças da tireóide e

causas desconhecidas.

• Sinais e Sintomas

Dor ou dormência à noite nas mãos, principalmente após uso intensivo

destas durante o dia. A dor pode ser intensa a ponto de acordar o paciente.

Ocorre diminuição da sensação dos dedos, com exceção do dedo mínimo e

sensação de sudorese nas mãos. A dor pode ir para o braço e até o ombro.

Atividades que promovem a flexão do punho por longo período podem

aumentar a dor. Com a perda da sensação nos dedos, pode haver dificuldade

de amarrar os sapatos e pegar objetos. Algumas pessoas podem apresentar

até dificuldade de distinguir o quente e o frio.

Também são freqüentes as sensações de choques em determinadas

posições da mão como segurar um objeto com força, segurar volante do carro

ou descascar frutas e legumes. Com muita freqüência as pessoas imaginam

que estão tendo “derrame” ou “problemas de circulação” procurando

assistência médica especializada nessa área. Esses sintomas de dormência e

formigamento podem melhorar e piorar ao longo de meses ou até anos,

fazendo com que o diagnóstico preciso e correto seja retardado.

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• Tratamento

Inicialmente, podemos orientar o uso de splints como forma de imobilização

da região do punho com tala facilmente colocada ou retirada com velcro. Caso

os sintomas persistam, o tratamento fisioterápico será essencial.

A diminuição do edema gerado pela inflamação das estruturas vizinhas ao

nervo mediano deverá ser o primeiro objetivo do tratamento fisioterápico (a

tendinite é a principal causa) por isso devemos utilizar o ultra-som que possui

princípios analgésicos e antiinflamatórios acompanhados de manipulações da

região acometida.

A orientação quanto às atividades da vida diária (AVDs) devem ser dadas

privilegiando a biomecânica funcional do membro. Exercícios de alongamento

dos flexores dos dedos e do punho sob orientação do profissional são

benéficos para melhorar a função e aumentar a formação de líquido sinovial

auxiliando com isso, a lubrificação dos tendões, bainhas e fáscias adjacentes

(tendões lubrificados diminuem o atrito entre as bainhas evitando a

inflamação).

O mais importante é fazer intervalos durante a digitação, diversificar os

trabalhos e manter uma postura adequada. A prevenção é o melhor remédio.

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CONCLUSÃO

Tendo em vista que as atividades profissionais , sem um perfeito

equilíbrio entre o sistema Homem/Máquina, podem determinar verdadeiras

cicatrizes no corpo do trabalhador, investir nesse ambiente de trabalho, que

pode ser considerado um verdadeiro ecossistema, é muito importante para a

empresa e para o empregado, pois, nesse processo, o homem não pode ser

alterado em sua força ou tamanho;e, apesar de o mesmo ter uma grande

capacidade de adaptação, esta mesma poderá trazer serias conseqüências às

funções do organismo, as quais, solicitadas em condições anormais,

deterioram-se, podendo ser atingidas de maneira irreversível, com

repercussões diretas sobre a saúde do trabalhador e a produtividade da

empresa.

A ergonomia com seus elementos próprios constitui-se em eficiente

caminho para contribuir na prevenção das lesões ocupacionais, possibilitando

a melhoria em condições de trabalho com situações já existentes e no

planejamento correto do ambiente do trabalho favorável ao homem em

operação, dentro e fora da empresa.

Estas mudanças podem acontecer com a própria ergonomia racional e

metodológica, entretanto com as transferências de tecnologia nas industrias

em expansão, propõe-se que as condições sociais e humanas do homem

trabalhador podem servir de desenvolvimento global e liberal de uma

determinada população trabalhadora, principalmente com a contribuição das

analises das atividades, visto que, o imprevisível, o aleatório, os acidentais,

podem ser gerenciados e controlados, mas é utópico pensar que possam ser

eliminados totalmente.

Neste âmbito, também são necessários cursos e orientações referente

ao assunto, incentivar a ginástica laboral e principalmente orientações sobre

ergonomia que funciona como uma eficiente ferramenta de prevenção de

doenças ocupacionais e conseqüentemente melhoria na qualidade de vida dos

trabalhadores.

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O importante é controlar esses fatores de riscos de forma que estes

eventos sejam a possibilidade de estabelecer uma nova ordem, assim como

minimizar seus efeitos desastrosos sobre a saúde do homem, como também

sobre a segurança e o desempenho produtivo. Estas propostas apresentadas

são para reportar-se aos projetos em que uma situação de trabalho aberta que

receba partido, em permanência, dos avanços tecnológicos que assim,

apresentam como foco central o ser humano nos processos de produção

diante de seus problemas.

Enfim, deve-se ter em mente que qualquer programa ou projeto visando

a qualidade de vida do trabalhador, significa um investimento a médio e longo

prazos.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.saudevidaonline.com.br/stc.htm. Acesso em 02.05.2004.

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Atheneu, 1995. p. 22-26

MILLER, Benjamin F. (org.). "O Livro da Saúde - Enciclopédia Médica

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MIRANDA, C.R. – Introdução à Saúde no Trabalho. Rio de Janeiro: Editora

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MOURA, M. A . – Um olhar coletivo. Revista Proteção, 40-43, maio de 1998.

NASCIMENTO, Nivalda Marques do; MORAES, Roberta Azevedo Sanches.

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TAMBELLINI, A . T. – A Medicina do Século XX no Brasil, Rio de Janeiro,

1988

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TAYLOR, Frederick W. Taylor REDERICK W. TAYLOR. Princípios da

Administração científica. Ed.: Atlas, 2008.

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http://www.jennerssa.hpg.ig.com.br/tunel.htm. Acesso em 03.05.2004.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

TEORIA DA FADIGA 10

1 – Frederick Taylor 11

1.1 – Mecanicismo 12

1.2 – Visão Automatizada do Homem 12

1.3 – Superespecialização 12

1.4 – Empirismo 12

1.5 – Abordagem parcial da Organização 12

1.6 – Abordagem Prescritiva 13

1.7 – Empresa como sistema fechado 13

1.8 – Os quatro princípios fundamentais da Administração

Cientifica 13

1.8.1 – Princípios do Planejamento 13

1.8.2 – Princípios da Preparação dos trabalhadores 13

1.8.3 – Princípios do Controle 14

1.8.4 – Princípios da Execução 14

1.9 – Harrington Emerson 14

1.10 – Frank Gilbreth 14

1.10.1 – Os movimentos Elementares 14

1.10.2– A formula da eficiência 15

1.10.3 – Estudo da fadiga humana 15

1.11 – Ford 15

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1.11.1 – Os princípios de Ford 16

1.11.2 – Fordismo 17

1.12 – Linha de montagem 18

CAPITULO II

ERGONOMIA 20

2.0 – Histórico 22

2.1 – Custo e Beneficio da Ergonomia 22

2.2 – Futuro da Ergonomia 23

2.3 – Porque as Empresas devem investir em programas

de Ergonomia na prevenção da DORT? 24

2.4 – Vantagens de Investimentos em Programas de

prevenção da DORT 24

2.4.1 – Para a Empresa 24

2.4.2 – Para o Empregado 25

2.4.3 – Aspectos Legais 25

2.5 – Abordagem sobre os princípios fundamentais da

intervenção Ergonômica 26

2.5.1 – Ergonomia de Concepção 26

2.5.2 – Ergonomia de Correção 26

2.5.3 – Ergonomia de conscientização 27

2.6 – Analise dos Principais itens a serem observados

em uma intervenção Ergonômica 27

2.6.1 – Diminuição da força aplicada durante

trabalho 27

2.6.2 – Itens que contribuem para um maior apro-

veitamento da força durante uma atividade 27

2.6.3 – Recomendações básicas para diminuição

da força aplicada durante o trabalho 27

2.7 – Diminuição ou eliminação das Posturas Viciosas 28

2.7.1 – Tipos de Posturas 28

2.7.1.1 – Analise da Postura 28

2.8 – Diminuição da Compressão Mecânica sobre os

tecidos dos membros superiores 29

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2.9 – O que fazer para que ocorra a redução das

doenças ocupacionais? 29

2.9.1 – Elaboração de um Programa de Ergonomia 29

dentro da Empresa 29

2.9.2 – Fases de uma Intervenção Ergonômica 29

2.10 – Avaliação do posto de trabalho 31

2.10.1 – Dimensionamento Recomendados 31

2.10.2 – Fatores Importantes para o correto

dimensionamento do Posto de Trabalho 31

2.11 – Orientação para posto de trabalho informatizado 32

CAPITULO III

ALGUMAS DOENÇAS OCUPACIONAIS 34

3.0 – Principais patologias decorrentes do DORT 34

3.1 – Cervicalgia 34

3.2 – Dorsalgia 35

3.3 – Lombalgia 37

3.4 – Tendinite 38

3.5 – Síndrome do Túnel do Carpo 39

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: SEGURANÇA DO TRABALHO – A IMPORTANCIA

PARA REDUÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS

NAS EMPRESAS

Autor: Jaqueline da Anunciação Cidro

Data da entrega: 28/07/2009

Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: