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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO AMBIENTAL RESPONSABILIDADE AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA UMA PRODUÇÃO LIMPA. CASE: GERDAU COSIGUA RJ. Por: Marco Antônio Gomes Martins Orientador Prof. Francisco Carrera Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM GESTÃO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE

GESTÃO PARA UMA PRODUÇÃO LIMPA.

CASE: GERDAU COSIGUA RJ.

Por: Marco Antônio Gomes Martins

Orientador

Prof. Francisco Carrera

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM GESTÃO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE

GESTÃO PARA UMA PRODUÇÃO LIMPA.

CASE: GERDAU COSIGUA RJ.

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por: Marco Antônio Gomes Martins

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus que me

concedeu o sopro da vida, aos meus

amigos em comum, familiares e aos

professores pelo empenho.

4

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a Lídia, pela

dedicação, motivação e incentivo em

todos os momentos que passamos juntos,

mulher pelo qual meu coração nutre um

amor que pela vontade de Deus será

eterno.

5

RESUMO

A presente pesquisa monográfica, demonstra de que forma a

responsabilidade ambiental pode ser utilizada como uma importante

ferramenta de gestão dentro de uma estrutura organizacional na implantação

de processos de produção limpa.

Assim o mesmo demonstra que para uma organização competir e

enfrentar os desafios de um mercado globalizado e cada vez mais exigente,

tem que investir cada vez mais em tecnologias limpas, demonstrando desta

forma ser uma empresa comprometida com a questão ambiental, constituindo

assim um importante diferencial competitivo, atraindo clientes e consumidores

pois desta forma, a organização estará obtendo uma imagem sólida e bem

arraigada perante o seu mercado de atuação, auferindo assim resultados

positivos.

Assim a Gerdau Cosigua, uma organização bem sucedida, gerencia

seus processos de produção afim de melhorar o seu desempenho ambiental

demonstrando ser uma empresa comprometida com as questões ambientais,

na atualidade.

Desta maneira, este trabalho acadêmico visa demonstrar o porquê

essa empresa utilizando-se da estratégia de investir cada vez mais em

tecnologias e métodos de produção limpa é atualmente dentro do cenário

nacional uma das empresas que mais contribui para a preservação do meio

ambiente.

6

METODOLOGIA

Lakatos & Marconi (1991) afirmam não haver ciência sem o emprego

de métodos científicos definidos, como o conjunto das atividades sistemáticas

e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo

conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,

detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Para a elaboração deste trabalho acadêmico, foi realizado

primeiramente a sistematização das informações encontradas na pesquisa

bibliográfica existente sobre responsabilidade ambiental, assim como gestão

ambiental e métodos de produção limpa.

Após a busca das fontes do assunto e levantamento das informações

necessárias será feita uma leitura exploratória do material selecionado,

fazendo posteriormente uma leitura seletiva, analítica e interpretativa dos

textos selecionados.

Para melhor credibilidade dos dados teóricos estudados, será realizado

uma visita na empresa Gerdau Cosigua RJ, afim de dirimir dúvidas.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................10

CAPÍTULO I - O ADVENTO DA ERA AMBIENTAL .........12

1.1. A relação do homem e a natureza na pré história.................12

1.2. O surgimento das sociedades ............................................14

1.3. O advento da era industrial ..................................................15

1.4. A poluição ambiental ocasionada pelas indústrias ...............16

1.5. A degradação ambiental proporcionada pelas indústrias no Brasil ..........................................................................................18

CAPÍTULO II – A TOMADA DE CONSCIÊNCIA PARA A

QUESTÃO AMBIENTAL....................................................20

2.1. O despertar da humanidade para a preservação do meio ambiente nas últimas décadas.....................................................20

2.1.2. Década de 60 .................................................................22

2.1.3. Década de 70 .................................................................23

2.1.4. Década de 80 ....................................................................24

2.1.5. Década de 90 ....................................................................25

CAPÍTULO III - A BUSCA PELA SUSTENTABILIDADE

ATRAVÉS DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO

AMBIENTAL......................................................................27

3.1. Desenvolvimento sustentável ...............................................27 3.2. Gestão ambiental ................................................................29

3.3. Responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão ......31

8

3.4. Educação ambiental como consciência para uma boa

gestão........................................................................................34

3.5- Sistema de gestão ambiental.................................................36

3.6- Métodos de produção limpa. (PL)..........................................38

CAPÍTULO IV CASE: GERDAU COSIGUA - RJ...............42

4.1. A empresa ..........................................................................42 4.1.2. Prêmios e Certificações ....................................................43

4.2. Gestão Ambiental Gerdau Cosigua RJ...................................43

4.3. Implantação do SGA na Gerdau Cosigua RJ..........................44

4.3.1. Política Ambiental da Gerdau Cosigua RJ...........................45 4.4. Ecoeficiência e desenvolvimento sustentável.........................45

4.5. Perfil do profissional que contribui para crescimento sustentável da empresa...............................................................48 4.6. Educação Ambiental..............................................................49

4.7. Responsabilidade Social........................................................50

4.8. Responsabilidade Ambiental..................................................50

4.9. Produção Limpa......................................................................51

4.10. Processos de Produção Limpa (Tecnologias).......................52

4.10.1. Sistema de tratamento e recirculação de água..................53

4.10.2. Estação de Tratamento de Água e Esgoto ETA.................54

4.10.3. Sistema de Despoeiramento..............................................55

4.10.4. Gestão de Resíduos industriais Gerdau Cosigua...............55

9

CONCLUSÃO....................................................................58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................60

10

INTRODUÇÃO

Este trabalho acadêmico apresenta como tema de estudo, a

responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão para uma produção

limpa.

O problema encontra-se galgado na utilização da responsabilidade

ambiental, como uma importante ferramenta de gestão, de forma a propiciar

um melhor entendimento das questões ambientais da atualidade por parte da

organização, colaboradores e sociedade. Em relação a produção limpa, esta

se configura como um importante método de preservação ambiental adotado

pela organização, constituem este método os investimentos adotados pela

empresa na implantação de novas tecnologias e métodos de produção limpa,

além do treinamento e desenvolvimento dos colaboradores e comunidade.

A ausência de responsabilidade com as questões ambientais por parte

de uma organização, significa dizer que a mesma não possui nenhum tipo de

comprometimento em produzir de uma maneira correta sem degradar o meio

ambiente. Desta forma a utilização da responsabilidade ambiental como uma

ferramenta de gestão pode quebrar o paradigma cultural existente na estrutura

organizacional fazendo com que a mesma alcance patamares jamais

almejados, como por exemplo uma boa colocação em seu mercado de

atuação, passando a possuir uma imagem perante a sociedade de uma

empresa que produz ecologicamente correto, além da redução de custos e a

maximização do seu valor.

O tema proposto gera alguns questionamentos, porém o que realmente

será analisado é se: A responsabilidade Ambiental pode ser considerada uma

importante ferramenta para uma organização na implantação de métodos de

produção limpa.

Esta monografia está fundamentada na hipótese de que a cultura

organizacional de uma empresa pode ser um paradigma que impede a

11utilização da responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão da

organização para uma produção limpa.

Contudo o principal objetivo deste trabalho, é demonstrar que a

responsabilidade ambiental constitui uma importante ferramenta de gestão

dentro de uma estrutura organizacional, pois é através dela que será buscado

estratégias para lidar com o processo de degradação do meio ambiente, em

conseqüência do aumento da poluição associada ao esgotamento dos

recursos hídricos, às emissões atmosféricas e à geração de resíduos

industriais.

12

CAPÍTULO I

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA ERA

AMBIENTAL.

1.1 – A relação do homem e a natureza na pré-história.

A prosperidade nos períodos iniciais da história da raça humana

encontrava-se baseado apenas na sua capacidade de sobrevivência, ou seja,

encontrar alimentos e abrigos, no entanto lentamente o ser humano passou a

se destacar dos outros seres que viviam no meio.

“Na pré-história, a primeira grande modificação feita pelo

homem foi nas suas próprias condições biológicas, pois o

equipamento humano de sobrevivência não lhe daria

boas condições de superação dos predadores naturais,

mas mesmo assim a espécie humana sobreviveu.” (Dias,

2009, p. 2).

Por milhares de anos, o homem pré-histórico viveu da caça de animais

selvagens e da coleta de plantas, vegetais e frutas fornecidas pela natureza,

não eram tempos fáceis e cada refeição se transformava numa grande

empreitada atrás de alimento, para superar suas limitações, o homem

aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas capacidades limitadas e

ao mesmo tempo compreendeu que a sua resistência ao meio ambiente hostil

era mais facilmente superada com a formação de grupos, que organizados em

torno de um objetivo comum multiplicavam suas capacidades individuais.

Assim o homem pré-histórico passou a fazer o que todos os outros

animais faziam, só que de uma maneira melhor, construiu represas maiores e

melhores do que aquelas construída pelos castores, desenvolveu uma

capacidade de tecer fibras vegetais melhor do que os animais, criou abrigos

melhor do que as outras espécies conseguiam, aperfeiçoou suas práticas de

13pesca e caça, tornando-se desta forma o predador mais temido da natureza,

superando assim os animais mais ferozes que existiam. Esta incrível

capacidade de adaptação só foi possível porque o homem sempre criou no seu

entorno um meio ambiente próprio, diferente do meio circundante natural que

denominamos cultural. (Dias, 2009)

Apesar de toda a evolução do homem pré-histórico, a troca de

experiências entre os diversos indivíduos ou entre grupos distintos era muito

lenta, porém uma grande transformação veio mudar esse panorama, ou seja,

uma grande revolução na história da humanidade, denominada “Revolução

Agrícola”, com o surgimento da agricultura o homem passou a produzir os

alimentos de que necessitava para sobreviver, ocasionando assim uma grande

transformação na relação do ser humano com a natureza, ele foi aprendendo

então a selecionar as melhores plantas para a semeadura e a promover o

enxerto de variedades de modo a produzir alimentos mais nutritivos do que os

selvagens, desta forma as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas

uma das outras, isso porque elas podiam produzir frutos que eram facilmente

colhidos quando maturassem, o que permitia desta maneira uma maior

produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural, logo as

freqüentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. (Fonte:

Mesopotânea, o berço da civilização. José Olimpio. Editora. Biblioteca de

História Universal Life)

As mudanças resultantes desse processo foram profundas, e dentre

elas a domesticação de animais teve um significado essencialmente

importante para a alteração do modo de vida do homem, pois deu a ele não só

a possibilidade de não ter de se deslocar para obter a carne e as peles

necessárias à sua alimentação e conforto, mas também o leite, e com a

domesticação do boi, uma força para tração.

“Com o surgimento da agricultura e o conseqüente

sedentarismo, ocorre o início de um processo profundo de

transformação do homem com a natureza, pois a

14atividade agrícola exige a criação de um meio ambiente

artificial para o cultivo de plantas e do gado, torna-se

necessário proteger as plantações e o gado dos animais

selvagens.” (Dias, 2009).

1.2 – O surgimento das sociedades.

Desde o momento em que o homem obteve o domínio da natureza em

prol do seu benefício, constituindo a capacidade de controlar o fogo e o

desenvolvimento da agricultura, ele deixou de ser apenas um membro do meio

para ser um agente com capacidade de alterar a dinâmica do meio ambiente

de forma consciente para aumentar o seu conforto.

Segundo Dias (2009), a produção de alimentos permitiu uma

abundância de comida, que possibilitou um grande incremento da população,

que por sua vez ocupou mais espaços em detrimento do ambiente natural.

Conforme a população aumentou, ela foi se organizando em

comunidades, sua presença passou a ser mais danosa ao meio ambiente pois

para o seu desenvolvimento destruiu florestas para construir aldeias e cidades,

derrubou árvores para aproveitar a madeira e como já dominava o fogo usava

as árvores como lenha. A sedentarização causada pela agricultura, provocou

uma verdadeira revolução no modo de vida da humanidade, e um dos

acontecimentos mais importantes relacionados a isso foi o desenvolvimento

das vilas e cidades.

O que demonstrava ser apenas uma série de grupos e tribos isoladas,

se transformou numa sociedade que cresceu e progrediu, assim surgiram as

primeiras cidades e com isso o comércio se desenvolveu, com o crescimento

do comércio e a expansão das atividades produtivas destas sociedades, surgiu

então a necessidade de alcançar novas fronteiras, desta forma a escassez de

terra para a produção poderia ser suprida, além de encontrar novas fontes de

recursos e produtos, desta maneira muito das dinâmicas populacionais e da

própria prosperidade econômica das diversas sociedades humanas foi

15influenciada pela disponibilidade destes recursos. (Fonte: Antigas Civilizações,

as exigências e padrões para o desenvolvimento. Editado por: Robert Guisepi).

Dias (2009), ressalta, que no início o homem sobrevivia de uma

economia de subsistência, onde se produzia somente o que necessitava para

sobreviver, período este em que a sociedade vivia em paz com a natureza.

Com o passar do tempo novas idéias e pensamentos foram surgindo, e

com isso as bases do que chamamos de crescimento econômico das

sociedades se modificaram em função de grandes revoluções comerciais.

1.3 - O advento da era industrial.

Segundo Burns (1968), a revolução industrial nasceu de uma

multiplicidade de causas, algumas das quais são mais antigas do que

habitualmente se pensa.

O artesanato foi a primeira forma de produção industrial, surgiu no fim

da Idade média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela

produção independente, o produtor possuía os meios de produção, como

instalações, ferramentas e matéria-prima, em casa, sozinho ou com a família o

artesão realizava todas as etapas da produção. A manufatura resultou da

ampliação do consumo que levou o artesão a aumentar a produção e o

comerciante a dedicar-se à produção industrial, o manufatureiro distribuía a

matéria-prima e o artesão trabalhava em casa recebendo o pagamento

combinado.

Esse comerciante passou a produzir primeiro, contratou artesãos para

dar acabamento aos tecidos, depois tingir e tecer e finalmente fiar, assim

surgiram fábricas com assalariados, sem controle sobre o produto de seu

trabalho, desta forma a produtividade aumentou por causa da divisão social,

isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção, na máquinofatura o

trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à

gerência direta do empresário.

16Burns (1968), destaca, que a fase inicial da revolução Industrial,

testemunhou um desenvolvimento fenomenal da aplicação da maquinaria à

indústria, o qual lançou os alicerces.

A revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças

tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico

e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo

mundo a partir do século XIX, o advento das máquinas a vapor e um pouco

mais tarde dos trens e em seguida dos automóveis consolidaram o domínio do

homem sobre as máquinas, a substituição das ferramentas pelas máquinas da

energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo

sistema fabril constituiu a Revolução Industrial, revolução em função do

enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de

transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.

A revolução industrial se espalhou rapidamente por outros recantos do

planeta, o que promoveu o crescimento econômico abrindo perspectivas de

maior geração de riqueza. Dias (2009).

1.4 – A poluição ambiental ocasionada pelas indústrias.

De acordo com Valle (2002), a poluição ambiental pode ser definida

como toda a ação ou omissão do homem que, pela descarga de material ou

energia atuando sobre as águas, o solo e o ar, cause um desequilíbrio nocivo,

seja ele de longo prazo sobre o meio ambiente.

O desenvolvimento industrial ocorreu de forma extremamente

acelerada a partir da revolução industrial, após meados do século XIX, a partir

deste período a poluição ambiental causada pelo homem aumentou

consideravelmente, e de modo descontrolado, de forma que as relações entre

o homem e o seu meio ambiente se modificaram, atualmente não é possível

estimar a enorme quantidade de produtos e substâncias produzidas

17industrialmente, sendo que os dejetos e emissões das mesmas ao meio

ambiente são igualmente diversos.

Seiffert (2007), destaca que a capacidade de o homem alterar as

características do meio que o cerca aumentou exponencialmente a partir da

revolução industrial que se iniciou em meados do século XVIII.

A poluição industrial ocorre em todos os meios da biosfera, na água

doce, nos oceanos, na atmosfera e no solo, conseqüentemente as

comunidades biológicas dos ecossistemas estão em contato com

substâncias e materiais não naturais a maioria dos quais causando algum

tipo de dano ecológico, a poluição industrial afeta diretamente o homem,

uma vez que estamos sujeitos a ingerir água e alimentos contaminados e

respirar o ar poluído.

“Um dos problemas mais visíveis causados pela

industrialização é a destinação dos resíduos de qualquer

tipo, como sólido, líquido ou gasoso, que sobram do

processo produtivo e que afetam o meio ambiente

natural e a saúde humana”. (Dias, 2009, p. 7).

Exemplos da seriedade deste problema são a intoxicação e morte

de dezenas de pessoas em Minamata no Japão, após consumirem peixes

contaminados com mercúrio, eventos como este envolvendo contaminação

de alimentos com poluentes industriais, têm sido comuns ao longo das

últimas décadas, os principais agentes da poluição industrial são os gases

tóxicos liberados na atmosfera, os compostos químicos orgânicos e

inorgânicos lançados nos corpos hídricos e a poluição do solo com o uso de

pesticidas.

Entres os poluentes mais prejudiciais ao ecossistema estão os

metais pesados, estes elementos existem naturalmente no ambiente e são

necessários em concentrações mínimas na manutenção da saúde dos seres

vivos, no entanto quando ocorre o aumento destas concentrações

18normalmente acima de dez vezes, efeitos deletérios começam a surgir. A

crescente quantidade de indústrias atualmente em operação, especialmente

nos grandes pólos industriais do mundo tem causado o acúmulo de grandes

concentrações de metais nos corpos hídricos como rios, represas e nos

mares costeiros. Isto ocorre porque grande parte das indústrias não trata

adequadamente seus efluentes antes de lançá-los no ambiente.

1.5 - A degradação ambiental proporcionada pelas indústrias no Brasil.

Segundo Dias (2009), os processos de industrialização aumentaram de

forma espetacular, mas foram concebidos de forma irracional tendo como

resultado o grave problema ambiental que afeta todo o planeta.

A partir da década de 60, a industrialização no Brasil sofreu uma

aceleração com vistas ao desenvolvimento econômico, desta forma formaram-

se parques Industriais e iniciou-se o chamado milagre brasileiro, nessa época o

foco era o desenvolvimento e o aumento das exportações, o Brasil queria e

precisava produzir, desta maneira o estado de São Paulo assumiu a dianteira e

tornou-se o grande centro industrial e comercial do país, lugar que ocupa até

hoje. Assim as grandes indústrias surgiram e trouxeram com elas as

metrópoles que contribuíram para a degradação do meio ambiente, desta

forma nossos antepassados se mostraram predadores natos, qualidade esta

que nos legaram e que até então a conservamos.

A maior parte da atividade industrial está localizada, em áreas urbanas,

é lógico que os principais problemas de poluição ocorrem em centros urbanos

que tem na indústria seu principal suporte econômico, outro aspecto

importante diz respeito ao tamanho da área urbana considerada e por isso

mesmo, as aglomerações urbanas de escala metropolitana são também o

palco de grandes processos poluidores, em virtude do elevado número de

indústrias dos mais variados gêneros que operam nesses espaços.

19“As concentrações urbanas, ao destruírem o ambiente

natural, e recriarem um ambiente propício ao homem,

provocam também a adaptação dos organismos que

existiam nos ambientes naturais, os quais passam a

conviver no espaço humano como pragas, que se

multiplicam quase sem controle, além de inúmeros

microorganismos que transmitem doenças.” (Dias, 2009,

p. 5)

Nesse sentido, algumas dessas aglomerações citadas sofrem mais do

que outras os resultados combinados de processos poluidores de origem

industrial. Os problemas ambientais no Brasil estão relacionados ao complexo

quadro de crise geral e a falta de uma política quanto ao planejamento da

utilização dos recursos naturais, o qual tem gerado a sua utilização irracional

com algumas perdas irreversíveis, induzindo a importantes implicações

econômicas devido à degradação ambiental, isso ocorre na maioria das vezes

devido à visão reducionista dos governos que cuidam dos fatores ar, água,

solo, fauna e flora separadamente, esta política é traduzida na organização

burocrática na qual órgãos, ministérios, secretarias e autarquias, tratam a

questão da mesma forma.

“O ser humano percebeu que a forma como vem

conduzindo seus processos produtivos, desde a

revolução Industrial, provoca problemas socioambientais,

com um potencial crescente de impactos que afetam

drasticamente e de um modo altamente negativo sua

saúde e qualidade de vida.” (Seiffert, 2007, p. 2)

Assim, o grito de alerta já esta lançado, as pessoas começam a se

conscientizar de que exercem um papel fundamental para manter o equilíbrio

entre a sobrevivência da espécie e do meio ambiente. Os estados começam a

busca do tão falado desenvolvimento sustentável, mas todavia não se

consegue consenso para a grande questão ainda sem resposta, que é como

20se poderia crescer e desenvolver sem degradar o meio ambiente, dentro de

uma concepção extremamente capitalista onde não mais se pode adotar uma

política extrativista considerando o meio ambiente como uma fonte inesgotável

de matéria prima.

CAPÍTULO II

A TOMADA DE CONSCIÊNCIA PARA A DEGRADAÇÃO

AMBIENTAL.

2.1- O despertar da humanidade para a preservação do

meio ambiente nas últimas décadas.

Seiffert (2007), destaca que historicamente, em virtude da percepção

dos desequilíbrios ambientais, que foram se desenvolvendo ao longo dos anos,

as pessoas vêm apresentando maior preocupação com a conservação da

qualidade do meio ambiente.

A degradação ambiental ocasionada pelo ser humano ao longo das

últimas décadas, desenvolveu não somente um elevado comprometimento da

qualidade de vida do homem, mas também a sua própria sobrevivência no

planeta, isso se deve a uma conseqüência da forma de crescimento

econômico escolhido, este que se fundamentava na maximização do lucro a

qualquer custo acompanhado pela lógica do aumento produtivo, desta forma

os recursos naturais são utilizados de uma maneira inconseqüente,

desrespeitando à natural capacidade de regeneração dos ecossistemas.

Segundo Seiffert (2007), a preocupação com a conservação e a

preservação da qualidade ambiental vem se tornando tema cada vez mais

importante e presente na vida dos cidadãos em todos os países do mundo.

21Nos dias atuais falar de consciência ambiental não é nenhuma

novidade, mas mesmo assim esse é um tema que continua e a cada dia que

passa se torna cada vez mais pertinente não apenas pelos enormes impactos

que o modo de vida da sociedade contemporânea vem causando mas

principalmente pelo perigoso destino que o andar da carruagem vem

apontando. Durante o período da chamada Revolução Industrial não existia

nenhuma preocupação com a questão ambiental, pois os recursos naturais

eram abundantes, e a poluição não era o foco da atenção da sociedade

industrial e intelectual da época.

A contaminação excessiva do meio ambiente natural, foi

acelerado com a Revolução Industrial, e sua

compreensão é fundamental para que nos

conscientizemos da gravidade da situação e para a

obtenção dos meios necessários para a sua superação.

(Dias, 2009, p. 7).

A partir da escassez dos recursos naturais, somado ao

desenvolvimento desordenado da população no mundo e a grande intensidade

dos impactos ambientais ocasionado, surge o conflito da sustentabilidade dos

sistemas econômico e natural tornando o meio ambiente um tema literalmente

estratégico e urgente, desta maneira homem começa a entender a

impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância da

reformulação de suas práticas ambientais. Assim é chegado à era ambiental, o

mundo todo se volta para uma questão de suma importância, ou seja, a

sobrevivência da própria espécie humana, pois sabedores que o meio

ambiente não tem capacidade de auto renovação como se pensava em

séculos passados, surge daí a idéia de preservação.

22

2.1.2 - Década de 60

Seiffert (2007), ressalta, que foi a partir da década de 60 que começou

a mudar a situação de descaso com relação às emissões de poluentes, alguns

recursos naturais passaram a ser mais valorizados.

Foi na década de 60 que surgiram os primeiros movimentos

ambientalistas, estes que foram motivados pela contaminação das águas e do

ar nos países industrializados, porém até o ano de 1962, os problemas

oriundos da interação entre o homem e o meio ambiente foram abordados de

forma muito superficial, nesse ano Rachel Carsom publicou o livro “Silent

Spring” (Primavera Silenciosa), que teve enorme repercussão na opinião

pública e que expunha os perigos de um inseticida, denominado DDT, o livro

foi escrito com a finalidade de alertar as pessoas e incentivá-las a reagir contra

o uso abusivo dos pesticidas químicos

De acordo com Seiffert (2007), este primeiro exemplo deixa realmente

muito claro como o homem apresentava naquela época um nível de

conhecimento muito baixo em relação as dinâmicas ambientais de produtos

químicos.

No mês de Abril de 1968, pessoas de dez países estiveram reunidos

em Roma, deste encontro, surgiu o Clube Roma, com a finalidade de promover

o entendimento dos variados componentes econômicos, políticos, naturais e

sociais que formam o sistema global para chamar a atenção dos responsáveis

das decisões do público de todo o planeta para um novo método de ação, já se

preocupando com o crescimento da população no mundo e do consumo

excessivo, visando o seu esgotamento futuro, tais como (petróleo, madeira,

água etc.), e da ocorrência de grandes catástrofes que despertaram a

humanidade para a grandeza das agressões ao meio ambiente e suas

repercussões sobre a vida.

23

2.1.3 - Década de 70

Segundo Dias (2009), no início da década de 70 tornaram-se mais

consistentes os questionamentos sobre o modelo de crescimento e

desenvolvimento econômico que perdurava desde a Revolução Industrial.

Desde o início do Século XX já se vislumbra uma certa preocupação

com o meio ambiente, porém era tratado com um certo receio pautado em

motivos particulares. Embora a década de 60 tenha sido marcada por uma

onda de sensibilidade geral, foi na década de 70 que tal preocupação veio

assumir um caráter desprovido de interesses absurdos e com olhos ao coletivo

ocorre que nesta década, surgiu pela primeira vez uma busca pela proteção de

grandes componentes da natureza, com o indivíduo voltando sua atenção para

a água, o ar e a vida selvagem.

A conferência de Estocolmo realizada em 1972 foi a primeira atitude

mundial em tentar organizar as relações do homem e o meio ambiente, marcou

o início da moderna formulação da questão do meio ambiente global, como

objeto de políticas públicas. Na capital da Suécia Estocolmo, a sociedade

científica já detectava graves problemas futuros por razão da poluição

atmosférica provocada pelas indústrias, a convenção organização das nações

unidas para a educação, a ciência e a Cultura – UNESCO, sobre a proteção do

patrimônio mundial, cultural e natural, e também ao chamado relatório do clube

de Roma, que vendeu trinta milhões de exemplares e contribuiu para despertar

a atenção do mundo sobre a importância dos recursos naturais modelos de

consumo e crescimento demográfico.

Seiffert (2007), destaca que a conferência de Estocolmo foi a primeira

manifestação dos governos de todo o mundo para discutir as consequências

da economia sobre o meio ambiente.

Outro mérito da conferência foi o de lançar as bases para a abordagem

dos problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento. O que viria a

24se constituir mais tarde no conceito de desenvolvimento sustentável. Dias

(2009).

Além disso, os anos 70 presenciaram a publicação da carta dos

direitos e deveres econômicos dos estados, lançada pela Organização das

Nações Unidas – ONU, que primava pela liberdade de opção econômica e de

direitos soberanos sobre os recursos naturais. Em 1978 surgiram os princípios

de conduta relativos à conservação e utilização harmoniosa dos recursos

naturais compartilhados por dois ou mais estados, o fechamento se deu em

1979 com a realização da famosa convenção de Berna, sobre a conservação

da vida selvagem e do meio natural, assinada no âmbito do conselho da

Europa, e a convenção de Genebra, que criou um quadro europeu de

cooperação em matéria de poluição atmosférica de longa distância.

2.1.4 - Década de 80

Segundo Seiffert (2007), a década de 80 foi marcada como sendo

aquela em que surgiram, em grande parte dos países leis regulamentando a

atividade industrial no tocante a poluição.

A década de 80, por sua vez focou sua preocupação principalmente

nas questões atinentes aos problemas gerados pelos produtos químicos,

resíduos, materiais radioativos e outras substâncias perigosas, o ano de 1982

assistiu a momentos históricos, como a publicação da Carta Mundial da

natureza, fazendo alusão pela primeira vez ao termo sustentabilidade, e a

Convenção de Montego Bay que dispunha sobre o direito do mar.

No início da década de 1980, a Organização das Nações Unidas

retomou o debate das questões pertinentes ao ambiente, a entidade indicou, a

primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para chefiar a comissão

mundial sobre o meio ambiente e desenvolvimento, para estudar o assunto. O

parecer final desses estudos chamou-se nosso futuro comum ou Relatório

Brundtland, apresentado em 1987, ele propõe o desenvolvimento sustentável

que é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a

25possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades, com

isso fica muito claro nessa nova visão das relações homem-meio ambiente que

não existe somente um limite mínimo para o bem-estar da população, há

também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais de modo que

sejam preservados.

“O informe Brundtland, da comissão mundial para o meio

ambiente e o desenvolvimento (CMMAD), denominado

“nosso futuro comum”, divulgado em 1987, pode ser

considerado um dos mais importantes documentos sobre

a questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos

anos.” (Dias, 2009, p. 19)

Em 1987 surgiu também o protocolo de Montreal, que tratava da

importância de dar atenção à camada de ozônio, e em 1989 a convenção da

Basiléia que dispunha sobre a movimentação trans-fronteiriça de resíduos

químicos.

2.1.5 - Década de 90

Dias (2009), destaca que no final do século XX, no início da década de

90, o meio ambiente ocupava um patamar privilegiado na agenda global tendo

se tornado assunto quase obrigatório nos inúmeros encontros internacionais.

O destaque da década de 90 se dá ao acontecimento que chamou a

atenção de todo o mundo, a Rio 92 esta que foi realizada no Rio de Janeiro e

contou com a participação de representantes de inúmeros países, na verdade

tratou-se tal evento pela conferência das Nações Unidas para o meio ambiente

e o desenvolvimento – CNUMAD, ocorrendo exatamente 20 (vinte) anos após

a conferência de Estocolmo, esta que inovou ao colocar o meio ambiente como

centro das preocupações das políticas públicas.

26De acordo com Seiffert (2007), a década de 90 colocou em evidência

os problemas relacionados ao clima e como isso poderia comprometer a

sobrevivência dos ecossistemas.

A conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento

sustentável e contribuiu gradativamente para a ampla conscientização de que

os danos ao meio ambiente eram de responsabilidade dos países

desenvolvidos. Os países desenvolvidos estariam a frente da comitiva e os

menos desenvolvidos, mais atrasados, situam-se bem atrás da mesma,

chamando por ajuda aos que vão mais a frente. (Carvalho, 2006).

Foi reconhecido ao mesmo tempo, a grande necessidade dos países

em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem

em direção ao desenvolvimento sustentável, naquele momento a posição dos

países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente

político internacional favoreceu a aceitação dos países desenvolvidos de

princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A

mudança de percepção com relação à complexidade do tema deu-se de forma

muito clara nas negociações diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido

menor do ponto de vista da opinião pública.

A Rio 92 mesclou os conceitos de ecologia com desenvolvimento

sustentável, dando maior ênfase a sustentabilidade sócio-econômico-

ambiental, numa tentativa de sensibilizar as pessoas sobre a grande

importância de preservar a natureza para que as futuras gerações possam

gozar de seus recursos.

27

CAPÍTULO III

A busca pela sustentabilidade através das ferramentas

de Gestão Ambiental.

3.1- Desenvolvimento sustentável.

Segundo Valle (2006), desenvolvimento sustentável significa atender

as necessidades da geração atual sem comprometer o direito de as futuras

gerações atenderem a suas próprias necessidades.

De acordo com Bessa (2008), o desenvolvimento não se mantém se a

base de recursos ambientais se deteriora, o meio ambiente não pode ser

protegido se o crescimento não leva em conta as consequências da destruição

ambiental.

“Desenvolvimento sustentável significa possibilitar que as

pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório

de desenvolvimento social e econômico e de realização

humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso

razoável dos recursos da terra e preservando as espécies

e os habitats naturais”. (Relatório Brundtland, 1987)

O século XX testemunhou o maior e mais rápido avanço tecnológico da

história da humanidade e também as maiores agressões ao meio ambiente,

decorrentes de um desenvolvimento que não considerou os impactos

relevantes da revolução industrial e a finitude dos recursos naturais, por outro

lado nas últimas décadas, o conceito ecológico vem se ampliando dentro de

um modelo de desenvolvimento que busca uma relação de equilíbrio

resgatando uma nova ética na relação do homem com a natureza. Meio

ambiente e desenvolvimento estão cada vez mais associados ao debate

internacional no que concerne ao futuro da humanidade. (Seiffert, 2007).

28Vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do

conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos

tecnológicos, assim como do aumento da conscientização das sociedades

para o mesmo pois por muito tempo a humanidade priorizou maior importância

ao crescimento econômico do que à saúde e à qualidade de vida. A

responsabilidade pela degradação do meio ambiente era muita das vezes

transferida para outros sem nenhuma compensação dos custos dessa

correção não havendo nenhum tipo de penalidade ou estímulo para mudar sua

atitude, o poluidor continuava com a sua conduta aonde os custos de correção

deveriam ser assumidos totalmente pela sociedade contemporânea, ou

diferidos para as futuras gerações.

“A partir do surgimento do conceito de desenvolvimento

sustentável, passou a existir um discurso cada vez mais

articulado que procura condicionar a busca de um novo

modelo de desenvolvimento aliado á noção de

conservação do meio ambiente”. (Seiffert, 2007, p. 6).

Com a disseminação do conceito de desenvolvimento sustentável é

reconhecido agora, que uma economia sadia não é sustentável sem um meio

ambiente também sadio, com isso a proteção ambiental não é alcançada à

custa da inviabilização econômica da atividade produtiva, desta forma se faz

necessário internalizar os custos ambientais nos custos dos produtos e

serviços e ao mesmo tempo compensar mediante uma adequada gestão

ambiental esses acréscimos pela ecoeficiência e racionalização da atividade

produtiva.

Nas últimas décadas no Brasil, empresas de diferentes portes e

setores como a mineração, siderurgia, papel e celulose, petroquímica e a

indústria cimenteira, vêm se empenhando para alcançar o crescimento

sustentável com base no tripé da sustentabilidade, econômico, social e

ambiental, desta maneira as indústrias brasileiras estão conscientes da

necessidade de adotarem práticas de gestão ambiental e pretendem com isso

29ampliar seus investimentos destinados à proteção do meio ambiente visando a

sustentabilidade em seu mercado de atuação. Para alguns, alcançar o

desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo

através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização de

tecnologias mais eficientes e menos poluentes. (Dias, 2009).

Mas muito além dos interesses comerciais a motivação para preservar

vem da consciência das empresas de que o crescimento econômico só é

sustentável quando meio ambiente e sociedade encontram-se sadios, é isso

que leva as indústrias a adotarem sistemas eficientes de gestão ambiental, a

reduzirem a geração de resíduos e o uso da água em seus processos e a

buscarem fontes alternativas de energia.

3.2- Gestão ambiental.

Segundo Valle (2006), a gestão ambiental consiste em um conjunto de

medidas e procedimentos bem definidos que se adequadamente aplicados

permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento

sobre o meio ambiente.

De acordo com Seiffert (2007), a gestão ambiental não é um conceito

novo nem uma necessidade nova, mas algo que foi amadurecendo ao longo

dos anos, a partir das contribuições de várias áreas de conhecimento.

“A gestão ambiental requer, como premissa fundamental,

um comprometimento da alta administração da empresa

para definir uma política ambiental totalmente clara e

objetiva, que norteie as atividades da organização com

relação ao meio ambiente e que seja apropriada à

finalidade e à escala da organização, e aos impactos

ambientais de suas atividades, produtos ou serviços.”

(Valle, 2006, p. 72).

30Transformações significativas no ambiente competitivo, decorrentes

nas últimas três décadas, têm pressionado as empresas a considerar com

empenho e comprometimento cada vez maiores o impacto de suas operações

sobre o meio ambiente, tanto em uma perspectiva atual como futura. As razões

para isso são diversas em primeiro lugar consumidores cada vez mais

conscientes das limitações de recursos oriundos do ambiente natural e da

necessidade de um desenvolvimento sustentável, passaram a exigir um

comportamento ambientalmente correto das empresas produtoras dos bens

que consomem, exercendo uma forte e crescente pressão sobre essas

organizações. Com isso à medida que a sociedade vai se conscientizando da

necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a

pressionar o meio empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades

econômicas de maneira mais racional.

“A preservação do meio ambiente converteu-se em um

dos fatores de maior influência dos anos 90 e da primeira

década de 2000, com grande rapidez de penetração de

mercado, assim as empresas começam a apresentar

soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e

ao mesmo tempo a aumentar a lucratividade de seus

negócios.” (Seiffert, 2007, p. 45).

O processo de controle ambiental nas empresas passou por uma

grande evolução histórica, esta mediante ao reflexo de e um decréscimo em

caráter progressivo da qualidade ambiental, voltando a atenção de diversos

atores interessados na melhoria do desempenho ambiental das organizações,

desta forma a quebra de paradigmas para a questão ambiental necessita de

mudanças de antigos hábitos e formas de estruturas burocráticas por

empresas com maior flexibilidade e adaptações no momento real. As

empresas industriais que procuram se manter competitiva ou até mesmo

sobreviver e se ajustar em seu mercado de atuação, percebem que cada vez

mais as questões ambientais exigem novas posturas, neste sentido as

organizações estão procurando desenvolver novas formas de lidar com os

31problemas ambientais através de mecanismos de auto-regulação ou por meio

de uma gestão ambiental não somente eficiente mais também eficaz.

De acordo com Dias (2009), gestão ambiental é a expressão utilizada

para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida

do possível, problemas para o meio ambiente.

A gestão ambiental é o principal mecanismo para se auferir um

desenvolvimento industrial sustentável, o processo de gestão ambiental nas

organizações se encontra vinculado a normas que são efetuadas por

instituições públicas, como as prefeituras, governos estaduais e federal sobre o

meio ambiente. Estas normas fixam os limites de substancias tóxicas, definem

a quantidade de água que pode ser utilizada, volume de esgoto que pode ser

lançado etc.

3.3- Responsabilidade ambiental como ferramenta de

gestão.

Segundo Dias (2009), a responsabilidade ambiental tem-se traduzido

em adoção de práticas que extrapolam os deveres básicos tanto do cidadão

quanto das organizações.

Um dos maiores desafios da indústria no século XXI é manter o

equilíbrio ecológico, o crescimento do setor nos últimos anos provocou danos

ao planeta, como o efeito estufa e a destruição de ecossistemas, levando a

sociedade a discutir formas de reverter esse quadro e preservar a natureza.

“A consciência de que se faz necessário utilizar com

parcimônia os recursos naturais, uma vez que estes

podem se esgotar rapidamente, mobiliza a sociedade no

sentido de se organizar para que o crescimento

econômico não seja predatório, mais sim sustentável.”

(Seiffert, 2007, p. 268).

32 O homem tem a responsabilidade de preservar o meio ambiente para

manter a própria vida na face do planeta, a exploração dos recursos naturais

por uma sociedade responsável tem que em primeiro lugar assegurar a

sobrevivência das gerações futuras, fazendo com que os recursos naturais

renováveis possam ser utilizados de forma continua através das gerações,

desta forma a responsabilidade ambiental constitui um conjunto de atitudes

individuais ou empresarias, voltado para o desenvolvimento sustentável do

planeta, levando em consideração o crescimento econômico ajustado à

proteção do meio ambiente, garantindo assim a sustentabilidade.

“A intervenção humana no meio ambiente pode ser

positiva ou negativa, o homem pode interagir com o meio

ambiente visando adequá-lo e se adaptar às suas

necessidades, sem que o meio ambiente e a natureza

venham a ser prejudicados.” (Bessa, 2008, p. 260).

As organizações tem buscado cada vez mais associar a sua marca ao

meio ambiente, a modos de produção limpa e sustentável, o reconhecimento

pelas ações de responsabilidade ambiental, traduzido na associação desse

conceito à imagem institucional é algo que em geral exige investimentos

simbólico e financeiro significativos, isto é, demanda uma postura estratégica

para a qual o conhecimento específico sobre como chegar a esse resultado é

algo imprescindível. A maior parte dos investimentos privados em projetos

ambientais surge de organizações que exercem atividades de risco ambiental

acima da média e que desejam construir ou reparar sua imagem perante a

sociedade, as empresas que geram poluição mesmo que em um nível

esperado, dentro dos padrões legais e aceitáveis ambientalmente podem ter

sua imagem abalada.

“Alcançar padrões elevados de qualidade ambiental em

seus locais e produtos deve ser parte inseparável da

visão estratégica de uma organização que pretenda se

manter competitiva e assegurar posição em mercados

33sempre mais globalizados e exigentes.” (Valle, 2006, p.

39)

“Os empresários estão se conscientizando de que a

empresa não é somente uma unidade de produção e

distribuição de bens e serviços que atendem a

determinadas necessidades da sociedade, mas que deve

atuar de acordo com uma responsabilidade ambiental que

se concretiza no respeito aos direitos humanos, na

melhoria da qualidade de vida da sociedade e na

preservação do meio ambiente natural”.(Dias, 2009, p.37),

Cientes disso, grande parte das organizações que se utilizam

diretamente dos recursos naturais, tratam de desenvolver ações que

demonstrem seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável e com

o meio ambiente, através de projetos sócio-ambientais e suas variações para

tal, assim existem diversas formas de se projetar e realizar em uma empresa

projetos e programas vinculados ao meio ambiente que visem não somente

melhorar a relação com o ecossistema, como também valorizar a marca

ampliar mercados e inclusive obter retorno financeiro.

Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental nas

organizações:

- Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na empresa.

- Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo.

- Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental. - Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou com

baixo índice de poluição, exemplos: transporte ferroviário e marítimo

- Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa. - Treinar e informar os funcionários sobre a importância da sustentabilidade.

- Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também

sigam os princípios da responsabilidade ambiental.

34- Dar preferência, sempre que possível, para o uso de fontes de energia limpas

e renováveis no processo produtivo.

- Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como,

por exemplo, poluição de rios e desmatamento.

3.4- Educação ambiental como consciência para uma

boa gestão.

Segundo Bessa (2008), a educação ambiental é um dos mais

importantes mecanismos que podem ser utilizados para a proteção do meio

ambiente.

De acordo com Seiffert (2007), a educação ambiental deve ser

considerada como um importante instrumento de gestão ambiental para a

materialização do desenvolvimento sustentável.

A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que

o ser humano é parte do meio ambiente, ela tenta superar a visão

antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de

tudo esquecendo a importância da natureza da qual é parte integrante,

constituindo um processo ao mesmo tempo informativo e formativo dos

indivíduos, desta forma a educação ambiental é hoje uma das temáticas mais

desafiadoras e abrangentes dos atuais sistemas educacionais, não só

nacionais como mundiais, tendo em vista a sua importância frente à

problemática ambiental global e local que exige da humanidade uma nova

postura em relação ao seu modo de ser, ver, viver e relacionar-se entre si e

com o ambiente do qual faz parte, para que melhorem as condições de vida

das presentes e futuras gerações.

“Entendem-se por educação ambiental os processos por

meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio

35ambiente, bem de uso do povo, essencial à sadia

qualidade de vida e sua sustentabilidade.” (Lei nº 9.795

de 27 de Abril de 1999, Art.1º)

A implantação dos conceitos do desenvolvimento sustentável e da

preservação do meio ambiente no dia a dia de uma organização necessita de

uma quebra de paradigma cultural em todos os níveis funcionais, pois através

da implementação destes novos conceitos na cultura da empresa è exigido um

modelo de comunicação não somente eficiente mais também eficaz entre os

níveis hierárquicos por meio da implantação de um programa de educação

ambiental que sensibilize todos os seus componentes. A educação ambiental

representa um passo preliminar importante para a implantação da política

ambiental da organização. (Valle, 2006).

A educação ambiental é uma ferramenta inquestionável no

gerenciamento ambiental de uma empresa, a mesma é um agente catalisador

do processo de interação dentro de uma organização e não pode ficar restrita

ao treinamento visando somente à sensibilização e motivação dos

funcionários, esse processo começa com a compreensão das questões

ambientais onde todos os colaboradores devem estar conscientes das

questões ambientais da empresa, do seu desempenho ambiental e do próprio

desempenho operacional. Um programa de educação ambiental envolve um

conjunto de atividades sistematizadas e com a participação dos diversos

setores da empresa/escola e que auxiliam na elaboração dos indicadores

ambientais.

“A visão sobre o meio ambiente que as empresas tinham

no passado, já não representa a situação atual, várias

organizações descobriram que por meio de programas de

educação ambiental, seus empregados tornaram-se mais

produtivos e criativos, trazendo lucros para a empresa.”

(Carvalho, 2008, p. 68).

36A educação ambiental dos colaboradores da empresa deve eliminar a

idéia errônea de que a solução dos problemas ambientais compete somente às

chefias ou aos setores de meio ambiente, segurança e saúde ocupacional da

organização. Cada indivíduo é responsável pela proteção do meio ambiente,

da mesma maneira que o é pela segurança.

3.5- Sistema de gestão ambiental.

Segundo Dias (2009), um SGA é a sistematização da gestão ambiental

por uma organização determinada.

No inicio da década de 1990, as organizações responsáveis pela

padronização e normalização, notadamente aquelas localizadas nos países

industrializados, começaram a atender a procura da sociedade e as exigências

do mercado no sentido de padronizar procedimentos pelas empresas que

refletissem suas preocupações com a qualidade ambiental e com a

preservação e conservação dos recursos naturais. Esses procedimentos

materializaram-se por meio da criação e desenvolvimento de sistemas de

gestão ambiental destinados a orientar as empresas a se adequarem a

determinadas normas de aceitação e reconhecimento geral, estes sistemas

posteriormente vieram a configurar-se como importantes componentes nas

estratégias empresariais.

“O sistema de gestão ambiental é o conjunto de

responsabilidades organizacionais, procedimentos,

processos e meios que se adotam para a implantação de

uma política ambiental em determinada empresa ou

unidade produtiva.” (Dias, 2009, Pag. 91).

Desta maneira organizações de todos os tipos estão cada vez mais

preocupadas com o atingimento e demonstração de um desempenho

ambiental correto, através do controle dos impactos causados por suas

atividades, ou seja, produtos e serviços sobre o meio ambiente, conciso com

37sua política e seus objetivos ambientais, com isso agem dentro de um contexto

de legislação cada vez mais exigente. Sob tais condições as empresas têm

procurado estabelecer formas de gestão com objetivos explícitos de controle

da poluição e de redução das taxas de efluentes controlando ou minimizando

os impactos ambientais, como também otimizando o uso de recursos naturais

tais como, controle de uso da água, energia, outros insumos, etc. Uma das

formas de gerenciamento ambiental de maior adoção pelas empresas tem sido

a implementação de um sistema de gestão ambiental, segundo as normas

internacionais Série ISO14001, visando a obtenção de uma certificação.

“A implantação e certificação de um SGA vêm em nível

mundial, sendo não só resultado da crescente

preocupação das organizações com o cumprimento da

regulamentação ambiental aplicável, como também da

pressão dos consumidores, particularmente em países

desenvolvidos, pela cobrança de clientes por um

desempenho ambiental mais aprimorado.” (Seiffert, 2007,

p. 198).

Na implementação de um Sistema de gestão ambiental, o primeiro

passo deve ser a formalização por parte da direção da empresa perante a sua

corporação, do desejo da instituição em adotar um SGA, deixando claro suas

intenções e enfatizando os benefícios a serem obtidos com a sua adoção, isso

se traduz em comprometimento de sua alta administração, ou em alguns casos

dos gerentes e chefias de suas unidades, com a realização de palestras de

conscientização e de esclarecimentos da abrangência pretendida, realização

de diagnósticos ambientais definição formal do grupo coordenador, definição

de um cronograma de implantação, e finalmente no lançamento oficial do

programa de implantação do SGA.

Para alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir

três exigências básicas expressas na norma ISO 14001:

• Ter implantado um sistema de gestão ambiental

38• Cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação

• Assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho

ambiental

“A fim de eliminar ou reduzir aos impactos causados por

suas atividades sobre o meio ambiente, a organização

que pleiteia certificação na norma ISO 14001

compromete-se a melhorar continuamente seu

desempenho ambiental, para tanto terá de identificar e

aplicar tecnologias adequadas para tratar ou pelo menos

dispor corretamente seu resíduos da produção e prever

que seus próprios produtos, ao fim de suas vidas úteis,

um dia se tornarão resíduos.” (Valle, 2006, p.143).

Certificar um sistema de gestão ambiental significa comprovar junto ao

mercado e a sociedade que a organização adota um conjunto de práticas

destinadas a minimizar impactos que imponham riscos à preservação da

biodiversidade, com isso além de contribuir com o equilíbrio ambiental e

a qualidade de vida da população, as organizações obtêm um

considerável diferencial competitivo fortalecendo desta forma, sua ação no

mercado de atuação na busca pelo desenvolvimento sustentável.

3.6- Métodos de produção limpa. (PL)

De acordo com o GREENPEACE (2002a), os processos de produção limpa

são desenhados para utilizar somente matérias-prima renováveis, além de

conservarem energia, água e solo, não utilizam nem elaboram compostos químicos

perigosos, evitando assim a geração de resíduos tóxicos.

“O conceito de produção limpa, inicialmente designado

como tecnologia limpa, significa aplicar, de forma

contínua e integrada, uma estratégia ambiental aos

processos, produtos e serviços de uma indústria, de

39forma a aumentar a eficiência e reduzir riscos ao meio

ambiente e ao ser humano, essa estratégia busca

prevenir a geração de resíduos em primeiro lugar e ainda

minimizar o uso de matérias-primas, água e energia”.

(Valle, 2006, p. 104)

Nas últimas décadas, fatores como uma legislação ambiental rígida

aliado a uma preocupação cada vez maior da sociedade com a qualidade

ambiental dos processos, produtos e serviços, tem levado as empresas a

repensarem suas estratégias de produção, estas estratégias de produção são

motivadas a se posicionarem de uma forma mais holística, fazendo com que o

sentimento de ecologicamente correto firme-se, por conseguinte, em toda a

cadeia produtiva da estrutura organizacional. Desta forma as técnicas de

produção limpa tornam-se ferramentas importantes a nível estratégico

produtivo, isto é, a ênfase da produção limpa em não geração de resíduos ao

invés de tratamento do resíduo, podem significar bons ganhos a organização.

“A produção limpa pode ser definida como uma estratégia

ambiental, de caráter preventivo, aplicada a processos,

produtos e serviços empresariais, que tem como objetivo

a utilização eficiente dos recursos e a diminuição de seu

impacto negativo no meio ambiente.” (Dias, 2009, p. 127).

A implantação de métodos de produção limpa nos processos de

produção em uma estrutura organizacional, possibilita a redução de custos e

traz benefícios ambientais para toda a sociedade, desta forma a produção

limpa busca entender o fluxo dos materiais na sociedade, investigando em

particular a cadeia de produtos, isto é, de onde vem as matérias primas, como

e onde elas são processadas, identificando qual o desperdício gerado ao longo

da cadeia produtiva, quais os produtos são feito dos materiais e o que

acontece com estes produtos durante o seu uso e o término de sua vida útil, a

produção limpa também questiona a necessidade do próprio produto ou

40serviço quanto a existência de outro processo produtivo mais seguro e que

consuma menor quantidade de materiais e energia.

Valle (2006), ressalta que a busca da otimização do uso de matérias

primas já permite por si reduzir a massa de resíduos gerados com maior

eficiência no processo e nas técnicas de produção empregadas.

Com isso a busca das empresas por assimetrias que lhes tragam

sustentabilidade em seu mercado de atuação, tem sido uma constante, isto é,

uma nova ordem mundial. Isso tem trazido a tona nas últimas décadas as

questões ambientais e suas conseqüências para um mundo que já não dispõe

de capacidade suficiente de absorção desta carga poluidora, coloca-se então

as empresas numa situação de escolha, ou seja, a procura de resultados finais

ecologicamente corretos, ocasionando desta forma uma restrição ou uma

oportunidade, cabendo a competência administrativa decidir.

De acordo com Kruszewska e Thorpe (1995, p.12) a aplicação de

métodos de produção limpa em uma organização, envolve oito etapas:

1. Identificação das substâncias perigosas a serem gradualmente

eliminadas com base no Princípio da Precaução;

2. Realização de análises químicas e de fluxo de materiais;

3. Estabelecimento e implantação de um cronograma para a

eliminação gradual da substância perigosa do processo de

produção, assim como o acompanhamento das tecnologias de

gerenciamento de resíduo;

4. Implementação de Produção Limpa em processos e produtos

existentes e em pesquisa de novos;

5. Prover treinamento e dar suporte técnico e financeiro;

6. Ativa divulgação de informações para o público e garantia de sua

participação na tomada de decisões;

417. Viabilização da eliminação gradativa de substância por meio de

incentivos normativos e econômicos;

8. Viabilização da transição para a Produção Limpa com

planejamento social, envolvendo trabalhadores e comunidades afetadas.

A produção limpa, deve estar no centro do pensamento estratégico de

qualquer empresa, de um lado ela traz comprovadamente benefícios

econômicos, pois evita perdas quase sempre danosas ao meio ambiente e

reduz custos o que por sua vez, influencia a posição competitiva do negócio,

de outro lado, a empresa que produz limpo tem sua imagem em harmonia com

a comunidade e a cidadania uma associação poderosa capaz de reforçar a

posição competitiva.

“Implantar uma produção limpa, significa utilizar uma

abordagem de terceira geração da evolução do conceito

de gestão ambiental, pois reside em uma única

preocupação essencial, que é buscar evitar

completamente ou reduzir a geração de poluentes, como

resíduos sólidos, emissões atmosféricas, efluentes de

processo e esgotos tanto em volume como em toxidez,

através de um controle rígido sobre o processo, o qual

implica em conhecê-lo muito bem.” (Seiffert, 2007, p.

207).

O ponto de partida da produção limpa é, internalizar na organização a

percepção de vantagens inerentes à mudança de procedimentos e atitudes,

despertando a consciência coletiva sobre a preservação do meio ambiente e

quanto aos riscos para a sustentabilidade das gerações futuras, estes,

embutidos em ações predatórias no uso dos recursos naturais. Desta forma a

responsabilidade é de todos os integrantes da empresa, tanto os que atuam

internamente como os que fazem parte da cadeia produtiva, de fornecedores a

distribuidores, e até mesmo os clientes.

42

CAPÍTULO IV

CASE: GERDAU COSIGUA – RJ

4.1- A empresa:

Figura 01. A empresa Gerdau Cosigua RJ:

A Gerdau Cosigua, então Cia. Siderúrgica da Guanabara (Cosigua) foi

fundada pelo governo da Guanabara em 1961, mas só começou sua produção

de aço dez anos depois quando a Gerdau assumiu o controle acionário em

associação com o grupo alemão Thyssen ATH e com o financiamento do

BNDES, do Banco Mundial e do Société Financière Europèene. Em 30 de

outubro de 1973, a Cosigua foi inaugurada oficialmente e em 1979 adquiriu as

ações da Thyssen assumindo o controle da unidade.

Inicialmente a capacidade de produção da Gerdau Cosigua era de 250

mil toneladas anuais de aço, sua capacidade de produção foi aumentada a

cada ano e, em 1982 já ultrapassava a marca de 1 milhão de toneladas, em

1984, a Cosigua faz a maior oferta pública de ações até então realizada por

43uma empresa industrial no Brasil, que contou com a adesão de mais de 60 mil

novos acionistas.

A preocupação da unidade com a gestão ambiental começou cedo, em

1974 foi instalado o primeiro sistema de despoeiramento de fornos elétricos da

Gerdau. Sempre preocupada com o meio ambiente, em 2002 a Gerdau

Cosigua e outras 13 empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz inauguraram

o primeiro Ecopolo do Brasil, voltado para o reaproveitamento industrial de

resíduos, a Gerdau Cosigua ocupa uma posição de destaque entre as plantas

siderúrgicas nacionais, é uma das maiores exportadoras de laminados não

planos e uma das maiores produtoras de aços longos da América Latina.

4.1.2- Prêmios e Certificações

A modernidade dos equipamentos e de produção levou a Gerdau

Cosigua a receber importantes reconhecimentos e certificações:

1996 - Certificação ISO 9002 2000 - Diploma Prata do Prêmio Qualidade Rio 2001 - Diploma Prata do Prêmio Qualidade Rio 2003 - Certificação ISO 9001 2005 - Certificação ISO 14001 2007 - Certificação de Nível 8 conferido pela DNV ao Sistema de Segurança Total 2008 - Certificação IRAM/INTI para a cantoneira grau F-36

4.2- Gestão Ambiental Gerdau Cosigua RJ.

A Gestão Ambiental da Cosigua, busca seguir os princípios do

desenvolvimento sustentável e ecoeficiência, destacando-se como a maior

recicladora de sucata do Brasil e por sua política de reaproveitamento de

subprodutos decorrentes da produção de aço. Desta forma, cada vez mais o

44Grupo Gerdau investe na redução do impacto das suas operações na

natureza, isso é feito por meio da diminuição da geração de resíduos e do

incentivo ao uso de co-produtos por diferentes segmentos da indústria. A

empresa também promove constantemente a atualização das tecnologias de

proteção do ar, das águas e do solo em suas plantas industriais, iniciativa que

recebeu R$ 186,6 milhões em investimentos, além disso, apóia projetos de

educação ambiental para colaboradores e comunidades localizadas próximo

às unidades Gerdau Cosigua.

4.3 - Implantação do SGA na Gerdau Cosigua RJ.

Figura 02. Certificação ISO 14001 Gerdau Cosigua RJ.

Implantado o SGA no final dos anos 90, sistema certificado em 2004

pela norma ISO 14001. Todas as usinas Gerdau operam dentro dos

parâmetros do Sistema de Gestão Ambiental - SGA, que define suas práticas

na preservação do meio ambiente, o SGA permite o acompanhamento e

gerenciamento dos resultados obtidos pelas unidades e promove a busca pela

melhoria contínua de forma compartilhada com todos os colaboradores.

45Somente nos últimos 10 anos, o Grupo Gerdau investiu mais de R$

300 milhões em tecnologias na área ambiental, pioneiro na siderurgia brasileira

desenvolveu um programa de diagnóstico e monitoramento ambiental que

serve de referência técnica para o setor.

4.3.1- Política Ambiental da Gerdau Cosigua RJ.

Figura 03. Política ambiental Gerdau Cosigua RJ.

É o documento mais importante do SGA, ele demonstra o

comprometimento da Gerdau com o meio ambiente.

4.4- Ecoeficiência e desenvolvimento sustentável.

O sistema de gestão da Gerdau incorpora as premissas do modelo de

desenvolvimento sustentável, aliando competitividade, eficiência econômica e

preservação do meio ambiente. Neste exercício, liderou a criação do primeiro

ecopolo no Brasil, iniciativa que reuniu um grupo de 14 empresas do Distrito

Industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, o programa prevê a ação integrada

46de resíduos, desta forma os rejeitos de uma empresa poderão ser utilizados

como matéria-prima por outra, a coleta seletiva, o intercâmbio de tecnologia e

o reflorestamento com espécies nativas.

A Gerdau segue os princípios da ecoeficiência e do desenvolvimento

sustentável, com uma política orientada para a responsabilidade social de

preservação ambiental e de desenvolvimento econômico. Dentro da cultura de

sustentabilidade, ela se destaca pela sua posição de liderança na reciclagem

da sucata e pela política de reaproveitamento dos subprodutos decorrentes da

produção do aço, isto significa que a empresa contribui na limpeza do meio

ambiente, poupando os recursos naturais e conservando energia, além disso,

destina investimentos permanentes em tecnologias de ponta e capacitação das

equipes.

Reciclagem de sucata:

Líder em reciclagem na América Latina, a Gerdau utiliza a sucata como

principal insumo, juntamente com o ferro gusa e o ferro esponja,

reaproveitando mais de 2 milhões de toneladas por ano no Brasil. Fogões e

refrigeradores velhos, partes de veículos, resíduos industriais, móveis e

latinhas de aço, enfim objetos que podem ser obsoletos para a sociedade

transformam-se em matéria-prima para a empresa, vale lembrar que uma

tonelada de aço produzida com sucata consome apenas um terço da energia

que é utilizada para gerar a mesma quantidade de aço a partir do minério de

ferro.

A Gerdau atua diretamente na compra de sucata nas indústrias, com

qualidade diferenciada na prestação de serviços, por meio de uma estrutura de

trabalho altamente especializada, com pessoal treinado e equipamentos

sofisticados, sua área de engenharia de sucata está preparada para avaliar,

orientar e implantar processos de captação de sucata que atendam às

necessidades de seus fornecedores. A Gerdau opera com depósitos

localizados em pontos estratégicos do país e com centros de reciclagem em

todas as suas unidades industriais, contando com equipamentos que possuem

47a tecnologia mais avançada no processamento de sucata, um deles o Mega

Shredder iniciou suas operações em 1999 e é capaz de triturar 300 carros por

hora.

Gestão de Recursos Hídricos: O Grupo Gerdau participa ativamente dos debates sobre as

regulamentações federal e estadual dos recursos hídricos. Está presente em

comitês de bacias hidrográficas em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e

Rio de Janeiro, com o objetivo de contribuir na busca de alternativas cada vez

mais eficazes para a conservação e a melhoria da qualidade das águas.

Preservação de florestas e áreas verdes:

Em 2002, a Gerdau Cosigua (RJ) iniciou o Projeto Mata Atlântica,

desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

para mapear as espécies da flora e da fauna em uma área de 300 hectares

pertencente à usina.

Grande volume de recursos está sendo destinado para a implantação

de novos e modernos sistemas de despoeiramento nas usinas, com tecnologia

que elimina as emissões atmosféricas. Em todas as unidades, multiplicam-se

iniciativas como: adoção de sistemas fechados de recirculação das águas

industriais, lagoas de separação dos sólidos dos efluentes líquidos, isolamento

acústico de diversos pavilhões e melhoria dos sistemas de tratamento de

efluentes líquidos.

Ar (controle de emissões):

A Gerdau possui modernos sistemas de despoeiramento para controle

das emissões atmosféricas em sua usina siderúrgica, os sistemas de

despoeiramento buscam tratar os gases resultantes do processo de produção

do aço, transformando os materiais retidos em co-produtos, os quais são

reaproveitados por outros segmentos da indústria, com isso proteção do ar é

uma das prioridades de investimento, quando são detectadas oportunidades

48de melhoria. O aumento de eficiência energética em sua unidade contribuiu

para a redução de emissão de gás carbônico na atmosfera. Em 2008, o índice

de emissão de CO2 foi de 557 quilos por tonelada de aço produzido,

mantendo-se consistentemente abaixo da média da siderurgia mundial, de 1,9

mil quilos, segundo dados da World Steel Association.

4.5- Perfil do profissional que contribui pra crescimento

sustentável da Empresa.

O Grupo Gerdau desenvolve suas práticas de gestão em recursos

humanos com o objetivo de formar profissionais cada vez mais conscientes da

sua importância estratégica no negócio. Estimula a autonomia, o envolvimento

criativo e a eficiência de seus colaboradores, pois tem a convicção de que o

desempenho global da empresa depende tanto da melhoria contínua dos

processos quanto da integração das equipes e do envolvimento de cada

pessoa.

A relação de confiança e de comprometimento é reforçada com ações

que impactam no trabalho cotidiano dos profissionais. Em todas as unidades,

os colaboradores atuam em células, as quais favorecem a aproximação dos

níveis funcionais, além de uma comunicação mais aberta e transparente.

Como reconhecimento à contribuição de cada colaborador, o Grupo

Gerdau promove o sistema de remuneração por resultados, reforçando o

espírito empreendedor das equipes. Compensações financeiras especiais

também fazem parte da sua política de recursos humanos e são conferidas

para premiar o desenvolvimento de soluções inovadoras e a resolução de

problemas, de acordo com o benefício gerado à unidade.

O Sistema de Capacitação Industrial desempenha um papel

fundamental para o crescimento profissional dos operadores. Incentiva o

desenvolvimento de habilidades por meio de treinamentos especializados nas

áreas de operação, manutenção, informática, segurança e gestão. Para

49estimular o autotreinamento, o Grupo Gerdau possui centros de educação

distribuídos nas diversas unidades, os espaços com computadores, salas de

aula, vídeos, bibliografia e módulos específicos, foram criados para facilitar a

aprendizagem individual e a troca de conhecimentos.

4.6- Educação Ambiental.

Figura 04. Educação Ambiental Gerdau Cosigua RJ.

Para incentivar o comprometimento dos colaboradores com o meio

ambiente, a Gerdau investe em diversos programas de educação ambiental, só

no último ano foram mais de 46,7 mil participações e 93 mil horas de

capacitação, entre campanhas de conscientização, palestras e cursos

específicos. A companhia também ajuda a ampliar a consciência ambiental das

comunidades em que atua, através do Instituto Gerdau, desenvolve projetos

que incentivam uma relação sustentável com o meio ambiente.

Na comunidade, participa de vários programas de ensino, de palestras,

de simpósios e de encontros, realizados em parceria com universidades,

entidades, o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e o Conselho Empresarial

Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

50

4.7- Responsabilidade Social.

A Gerdau pauta seus relacionamentos pela ética, a transparência e o

respeito às pessoas, estimulando seus stakeholders a agir conforme esses

valores. Contribui com o desenvolvimento das comunidades onde está

inserida, apoiando projetos sociais com recursos, conhecimento e trabalho

voluntário dos colaboradores, em parceria com agentes da sociedade.

Também busca participar de ações nacionais relevantes de

mobilização da sociedade civil nos países em que está presente. A companhia

tem a convicção de que atitudes empreendedoras e bons cidadãos

transformam realidades, geram oportunidades e melhoram a qualidade de vida

da população e a sustentabilidade da sociedade.

Ser socialmente responsável com todos os públicos colaboradores,

clientes, fornecedores, acionistas, governos e sociedade é um compromisso da

Gerdau, que acredita que o crescimento econômico de uma empresa está

diretamente ligado à ética nas relações com seus diversos públicos. Baseado

nisso, a Gerdau possui metas compatíveis com os padrões globais de

sustentabilidade empresarial, respeita a diversidade e preserva recursos

ambientais e culturais para as gerações futuras.

4.8- Responsabilidade Ambiental.

O Grupo Gerdau produz aço com o compromisso de preservar a

atmosfera, as águas, o solo e as áreas verdes das regiões onde atua, em

todas as suas usinas, possui práticas ambientais em nível internacional e

segue os princípios da ecoeficiência e do desenvolvimento sustentável.

O desempenho é acompanhado e avaliado pelo Sistema de Gestão

Ambiental, que permite gerenciar os resultados e buscar novos patamares de

sustentabilidade através da melhoria contínua dos seus processos. Baseado

no modelo da ISO 14001, com envolvimento de todos os colaboradores e

51compatível com o sistema de gestão da empresa, o SGA está implantado em

todas as unidades industriais.

4.9 – Produção Limpa.

A Gerdau respeita o meio ambiente e por isso, busca alternativas

inteligentes para o aproveitamento dos co-produtos gerados durante o

processo de produção do aço. Além da redução da geração de materiais que

sobram do processo produtivo, a Gerdau desenvolve estudos com o apoio de

entidades de pesquisa e universidades para ampliar a utilização desses

materiais.

Quase 80% dos co-produtos gerados são reaproveitados pela indústria

siderúrgica ou por outros setores da economia, como na pavimentação de

estradas, na fabricação de baterias, em cimenteiras e na indústria cerâmica, os

materiais não reaproveitados são encaminhados para centrais de

armazenamento aprovadas pelas autoridades ambientais, as quais seguem

rigorosamente a legislação vigente.

Co-Produtos Gerados na Gerdau Cosigua:

• Agregado siderúrgico de Aciaria: É um co-produto gerado na

produção e aço nas aciarias, tem uma importante função de controle de

processo e qualidade do aço. É composto essencialmente de óxido de

cálcio, ferro, silício, magnésio, manganês, alumínio, fósforo e enxofre.

Principais aplicações: após beneficiamento é utilizado como agregado

para pavimentação, drenagens, construção de rip-rap e gabiões, produção

de artefatos de concreto e misturas asfálticas e material de retorno na

aciaria.

• Agregado Siderúrgico de Alto Forno: É um co-produto gerado na produção do ferro gusa nos altos fornos, formada a partir da ganga do minério, cinzas do redutor e escorificantes. É composto essencialmente de óxido de: cálcio, silício, alumínio, magnésio.

Principal aplicação: na produção de cimento.

52• Carepa: Proveniente da oxidação da superfície do aço quando em

contato com o ar. É gerada nos processos de lingotamento, forjamento, laminação a quente e a frio. É constituída, predominantemente, por óxidos de metais presentes na composição do aço, com predominância absoluta do óxido de ferro.

Principais aplicações: Matéria prima para a sinterização, fabricação de cimento, produção de artefatos de concreto e ferro ligas. As frações maiores são utilizadas como enriquecimento de carga metálica para fornos de gusa e aço.

• Finos de Carvão e Finos de Coque: São materiais resultantes da movimentação e peneiramento dos carvões e do coque. Apresentam-se na forma de pequenas partículas.

Principais aplicações: Como combustível para reuso na siderurgia ou outras indústrias.

• Finos de Minério: É um material resultante da movimentação e peneiramento do minério de ferro. Apresenta-se na forma de partículas finas de óxidos de ferro.

Principais aplicações: Matéria prima para a sinterização e produção de cimento.

4.10- Processos de Produção Limpa (Tecnologias).

A tecnologia de gestão do Grupo Gerdau está orientada para

desenvolver novos níveis de excelência nos processos industriais, comerciais,

ambientais e de gerenciamento, buscando alcançar benchmarks em todas as

suas áreas de atuação.

A Gerdau trata de forma planejada as potenciais fontes de impacto no

meio ambiente e investe continuamente em tecnologias de proteção da

natureza. Com modernos sistemas de despoeiramento do ar e

reaproveitamento de cerca de 97% das águas que utiliza, reafirma seu

compromisso em buscar soluções sustentáveis para as suas atividades

53

4.10.1- Sistema de tratamento e recirculação de água.

Figura 05. Sistema de tratamento e recirculação de água.

As águas industriais são tratadas e recirculadas por sistemas em

circuito fechado, permanecendo dentro das plantas siderúrgicas. Atualmente, o

índice de recirculação médio chega a 95%, percentual que atende aos

exigentes níveis de proteção dos recursos hídricos. Os investimentos no

tratamento de efluentes e na recirculação possibilitaram a redução da

captação. Além disso, o Grupo Gerdau participa ativamente da gestão das

águas no país, com atuação em câmaras setoriais e em comitês de bacias

hidrográficas no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

54

4.10.2- Estação de Tratamento de Água e Esgoto ETA.

Figura 06. Estação de tratamento ETA. Gerdau Cosigua RJ.

Produção de água industrial e potável, sistema pulsator com

clarificação e tratamento químico.

Os resíduos industriais são gerenciados, utilizando-se práticas de

redução, reciclagem, reutilização e disposição controlada. Historicamente, o

Grupo Gerdau realiza pesquisas científicas em parceria com universidades e

entidades setoriais para aprimorar as aplicações de escória, carepas e pós da

aciaria em outras atividades produtivas. Esses subprodutos substituem com

vantagens algumas matérias-primas e reduzem os impactos ambientais

decorrentes da sua extração na natureza. A escória da aciaria está sendo

empregada na pavimentação de rodovias em substituição à terra e à brita,

enquanto as carepas participam da composição do cimento. Em 2001, foram

desenvolvidas novas pesquisas para que os pós sejam incorporados à massa

argilosa da indústria cerâmica.

55

4.10.3 - Sistema de Despoeiramento.

Figura 07. Sistema de despoeiramento dos fornos de Aciaria.

• A implantação de novos sistemas de despoeiramento permitiu ampliar

os níveis de proteção atmosférica das usinas no Brasil e no exterior, nas

unidades do país, a proteção atmosférica é realizada por meio de

sistemas de despoeiramento, que filtram, com alta eficiência, 12,3

milhões de metros cúbicos de gases e partículas sólidas por hora,

produzidas durante a fabricação do aço.

4.10.4- Gestão de Resíduos industriais Gerdau Cosigua.

Figura 08. Pátio de resíduos industriais Gerdau Cosigua RJ.

56Os resíduos industriais são gerenciados, utilizando-se práticas de

redução, reciclagem, reutilização e disposição controlada. Historicamente, o

Grupo Gerdau realiza pesquisas científicas em parceria com universidades e

entidades setoriais para aprimorar as aplicações de escória, carepas e pós da

aciaria em outras atividades produtivas. Esses subprodutos substituem com

vantagens algumas matérias-primas e reduzem os impactos ambientais

decorrentes da sua extração na natureza. A escória da aciaria está sendo

empregada na pavimentação de rodovias em substituição à terra e à brita,

enquanto as carepas participam da composição do cimento. Em 2001, foram

desenvolvidas novas pesquisas para que os pós sejam incorporados à massa

argilosa da indústria cerâmica.

Antes Depois

Resultados Imediatos:

• Redução da mistura de resíduos aumentando a sua reutilização.

• Carepa aumentou 65% a disponibilidade de carepa limpa para venda

(Minério de Ferro para siderúrgicas integradas).

57 Antes Depois

Aumento da destinação para reciclagem:

• Papel e plástico de 13 para 19 t/mês;

• Madeira de 70 para 130 t/mês;

• Óleos e Graxas de 12 para 17 t/mês.

No curso da sua história, o Grupo Gerdau cresceu com a convicção de

que é necessário estar capacitado para buscar resultados em todas as

situações econômicas, visando sempre aumentar os índices de produtividade e

eficiência fatores fundamentais para a continuidade da trajetória empresarial.

Com isso, a modernização das usinas é realizada permanentemente

com o compromisso de garantir a excelência ambiental em todas as etapas da

produção do aço. O Grupo Gerdau também participa de iniciativas na área de

pesquisa e desenvolvimento (P&D), em parceria com universidades e centros

de pesquisa, na busca de novas soluções para o tratamento e a reciclagem de

resíduos.

58

CONCLUSÃO

O mundo vem passando por grandes transformações, transformações

estas que obrigam as organizações a buscarem meios de se adaptarem a essa

nova realidade, e com isso sobreviverem em seu mercado de atuação, desta

forma só terão oportunidade de sobreviver as organizações que absorverem

continuamente as grandes evoluções tecnológicas e investirem cada vez mais

em processos limpos, ou seja, ecologicamente corretos.

A Gerdau Cosigua RJ, é uma empresa que se destaca neste novo

cenário, pois busca romper os paradigmas para promover a mudança e

alcançar a excelência em seus processos, de forma a não degradar o meio

ambiente, respeitando a sociedade e as gerações futuras, firmando cada vez

mais o seu compromisso com as questões ambientais. Assim as preocupações

ambientais se convertem não em um mero custo do negócio, mas sim numa

poderosa fonte de vantagens competitivas, pois ao envolver de forma

compromissada, todos os indivíduos da sua organização, promoverão

processos mais eficientes, aumento de produtividade, custos menores,

cumprimento de exigências contratuais e novas oportunidades de mercado.

Desta forma a implantação de métodos de produção limpa através da

responsabilidade ambiental, trazem muitos benefícios para a organização, pois

reduz os custos associados a geração de resíduos industriais, tornando a

empresa mais produtiva e competitiva, fortalecendo a sua imagem perante a

sociedade em relação aos problemas ambientais. Assim os investimentos para

redução da poluição, são efetuados diretamente na cadeia produtiva com

maior possibilidade de retorno.

Contudo, as organizações que procuram produzir de uma maneira

limpa, gerando menos resíduos por meio do aprimoramento de seus processos

produtivos tornam-se cada vez mais eficientes, com isso o desafio atual dentro

de uma estrutura organizacional é ajustar seus modelos de gestão ambiental

59para o desenvolvimento permanente, para isso precisa abandonar conceitos

antigos e assumir o seu papel perante a realidade do mundo atual. Desta

maneira torna-se imprescindível que as organizações adotem uma postura pró-

ativa em relação preservação do meio ambiente através da utilização de

processos produtivos limpos.

Diante de todo o contexto abordado, pode-se concluir que a cultura

organizacional da Gerdau Cosigua RJ, não é um fator que impede a utilização

da responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão na implantação de

métodos de produção limpa, ou seja, a cultura da empresa é o principal fator

que propicia a empresa a introduzir investimentos em novas tecnologias em

sua cadeia produtiva para uma produção limpa. Evitando assim a degradação

dos recursos naturais e consequentemente maximizando o valor da sua

imagem perante a sociedade.

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BIBLIOGRÁFIA

ANTUNES, Paulo De Bessa. Direito ambiental. 11º ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. BRASIL, Lei nº 9.795 de 27 de Abril de 1999, Art.1º BURNS, Edward Mcnall. História da civilização ocidental. 2º ed. Porto Alegre: Globo, 1968. CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental e desenvolvimento comunitário. 2º ed. Rio de Janeiro: Wak, 2006. DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. LAKATOS, E.M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991 VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: ISSO 14000. 6º ed. São Paulo: Senac, 2006. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. GREENPEACE. Disponível em: <http://www.greenpeace.org.br>. Acesso em: 23 janeiro. 2010a. horário: 23:10 KRUSZEWSKA, Iza; THORPE, Beverley. What is Clean Production? Greenpeace International, October, 1995. Disponível em: <http://www.cpa.most.org.pl/cpb1.html>. Acesso em: 23 janeiro. 2010.horário 21:53 http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-hist%C3%B3ria. Acesso em: 07 jan 2010 http://www.unicamp.br. Acesso em: 22/ Nov/ 2010. http://www.gerdau.com.br. Acesso em: 07/Jan/ 2010. http://www.terraforum.com.br. Acesso em: 18/Jan/2010.

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