universidade cidade de sÃo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
AVALIAÇÃO DA ESPESSURA DAS TÁBUAS ÓSSEAS ALVEOLAR VESTIBULAR E LINGUAL DOS MAXILARES, POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO (CONE BEAM)
Marcos Cezar Ferreira
Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para concorrer ao título de Mestre em Ortodontia.
São Paulo 2010
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
AVALIAÇÃO DA ESPESSURA DAS TÁBUAS ÓSSEAS ALVEOLAR VESTIBULAR E LINGUAL DOS MAXILARES, POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO (CONE BEAM)
Marcos Cezar Ferreira
Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para concorrer ao título de Mestre em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Danilo Furquim Siqueira
São Paulo 2010
Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID F383a
Ferreira, Marcos Cezar. Avaliação da espessura das tábuas ósseas alveolar vestibular e lingual dos maxilares, por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico (cone Beam) / Marcos Cezar Ferreira --- São Paulo, 2010. 179 p. Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientadora Prof. Dr. Danilo Furquim Siqueira. 1. Tomografia computadorizada de feixe cônico. 2. Imagem tridimensional. 3. Ortodontia. I. Furquim, Marcos Cezar. II. Titulo. Black 4
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. São Paulo, ____ / ____/ _____ Assinatura: _____________________________ e-mail: [email protected]
FOLHA DE APROVAÇÃO Ferreira, M. C. Avaliação da espessura das tábuas ósseas alveolar vestibular e lingual dos maxilares, por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam). [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010. São Paulo, ____/____/_______
Banca Examinadora 1) ........................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: ....................................... 2) ........................................................................... Julgamento:.......................................... Assinatura: ....................................... 3) ........................................................................... Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................
Resultado: .............................................................................................................
Dedico este trabalho...
A meus pais, Rubens e Odette, que doaram parte de suas vidas em prol da minha formação moral e acadêmica. Qualquer palavra em agradecimento jamais poderá se aproximar do tamanho da minha gratidão. À minha esposa, Aninha, incentivadora e companheira, que administrou minhas ausências quando viajava e quando, mesmo estando em casa, não podia estar presente. Meu amor, obrigado. Ao meu filho Vinícius, obrigado por ser esse cara do bem, inteligente e esforçado. E não poderia deixar de dar parabéns por sua conquista no vestibular. Seguir meus passos me deixa orgulhoso e envaidecido. Estou certo de que será um excelente profissional. Conte comigo. À minha filhota, Carolina, minha pequena princesa, inteligente e levada, obrigado por entender, mesmo brava, minhas ausências. Minha companheirinha de torcida, brasileira e patriota, que todos seus sonhos se realizem. Estarei sempre ao seu lado para ajudar. À minha irmã, Ana Cláudia, e meu cunhado, João, que, além de bons amigos, ainda me deram duas sobrinhas especiais: Bia, com sua simpatia e riso fácil, é uma grande alegria ser seu tio; e Helena, talentosa e inteligente, vai ser uma grande mulher.
Agradecimentos...
A meu grande amigo, Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães Júnior, uma pessoa fantástica, com uma família fantástica, sempre me incentivando. Obrigado pela indicação do curso. Ao meu sócio, amigo e quase irmão, Prof. Maurício Donner Jorge, que “segurou” as aulas enquanto eu cumpria minhas metas no curso. Valeu, rapaz. Aos professores do IOM e da ABO-Niterói, Prof. Fábio Uchôa, Profa. Ana Amélia, Prof. José Marcos, obrigado pelo estímulo e ajuda nos momentos de “aperto”. Ao amigo e Prof. Luiz Fernando Deluiz, radiologista de capacidade impar, que, com paciência e dedicação, ajudou-me a desvendar os “mistérios” das tomografias. Ao Prof. Flávio Vellini, que, com sua dedicação e capacidade, conseguiu formar uma equipe coesa e competente, um exemplo a ser seguido na minha carreira docente. Ao Prof. Danilo Furquim, por me “adotar” como orientando, demonstrando sempre boa vontade. À Profa. Rívea Inês – como dizia o profeta carioca, gentileza gera gentileza. Impossível não lembrar de uma pessoa tão amável. Obrigado por ter sido mais que uma professora. Ao Prof. Flávio Cotrim, que, com uma forma bem humorada de conduzir o programa, fez do curso uma passagem proveitosa e leve, enfim, um curso feliz. Ao Prof. Hélio, para mim sinônimo de inteligência. Suas criticas foram extremamente importantes na minha formação, e seus elogios um estimulo para meu aperfeiçoamento. À Profa. Ana Carla, exigente e atenta, crítica e compreensiva, austera e delicada. Obrigado por me ensinar a equacionar esses adjetivos. Isso me fez um professor melhor. Ao Prof. Paulo, outro da turma do bom humor com responsabilidade, o tipo do professor que, quando chegava à sala de aula, eu pensava: “Oba! Aula do Paulo...”. Gostaria de que meus alunos me vissem assim. À Profa. Karina, uma demonstração de que a gente consegue trabalhar com um “sorriso nos lábios”. Em especial, gostaria de agradecer à Profa. Daniela Garib, exemplo de muitas das qualidades listadas entre os outros professores. Obrigado pelo período de convivência. Espero ter correspondido às suas expectativas. Aos meus colegas de mestrado, Alex, Caio, Edu, Gleison, Helena, Patricia e Renata, que, por serem de uma turma dedicada e capaz, possibilitaram um bom aprendizado. Desejo, de coração, muito sucesso a todos. À Equipe da Administração, pelo carinho e atenção demonstrados. Enfim, a todos que, de alguma forma, ajudaram e contribuíram para que esse trabalho pudesse ser realizado.
Ferreira, M. C. Avaliação da espessura das tábuas ósseas alveolar vestibular e lingual dos maxilares, por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam). [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.
RESUMO
Este estudo, de caráter retrospectivo, teve como objetivo avaliar, por meio da
tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), a espessura das tábuas
ósseas alveolar vestibular e lingual, dos dentes permanentes superiores e inferiores.
A amostra compreendeu 30 exames de pacientes de ambos os sexos, com idades
variando de 10a02m a 37a03m, realizados com o tomógrafo i-Cat, e analisadas nos
programas Nemoscan e Nemoceph. Uma avaliação quantitativa foi realizada por um
examinador calibrado, utilizando-se como referência para obtenção de cortes axiais
superior o plano palatino e, para o inferior, o plano oclusal corrigido. Foram
calculadas as médias e desvios padrão da espessura da tábua óssea vestibular e
lingual de cada dente permanente. Tais dimensões foram comparadas entre
pacientes dos dois grupos de padrão facial (braqui e dólico), idade (jovens até 18
anos e adultos) e sexo, e analisados estatisticamente por meio do teste t
independente. O erro intra-examinador sistemático e casual foi verificado por meio
do teste t dependente e pela fórmula de Dalhberg, respectivamente. Os dados foram
considerados no nível de significância de 5%. A espessura da tábua óssea alveolar
vestibular se mostrou menos espessa do que as linguais na maxila e mandíbula. A
maxila exibiu uma tábua óssea vestibular mais espessa, em comparação à tábua
óssea vestibular da mandíbula na região cervical. A tábua óssea lingual dos dentes
anteriores também se mostrou mais espessa na maxila do que a mandíbula. Na
maioria dos dentes, a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual não diferiu
entre os padrões faciais avaliados. Não se observaram diferenças sexuais e poucas
diferenças foram observadas na quantidade de osso alveolar entre pacientes jovens
e adultos.
Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico; osso alveolar; imagem tridimensional.
Ferreira, M. C. Avaliação da espessura das tábuas ósseas alveolar vestibular e lingual dos maxilares, por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam). [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.
Abstract
This prospective study aimed at evaluating, by means of cone-beam computed
tomography (CBCT), the buccal and lingual bone plate thickness of maxillary and
mandibular permanent teeth. The sample comprised 30 CBCT exams of patients of
both sexes, with age ranging from 10,1 to 37,2 years, acquired with i-Cat (Xoran
Technologies, Ann Arbor, Mich/ Imaging Sciences International, Hatfield, Pa) and
analized using Nemoscan and Nemoceph softwares. A quantitative evaluation was
performed by a calibrated examiner using the palatal plane as reference for the
maxillary axial sections and the corrected occlusal plane for the mandibular axial
sections. Means and standard deviations of buccal and lingual bone plate thickness
was obtained for each permanent teeth. The bone thickness was compared in
patients with different facial patterns, ages and sexes using independent t tests. The
intra-examiner systematic and casual error was verified using dependent t test and
Dalhberg formula, respectively. The data was considered using a 5% significance
level. The buccal bone plate was thinner than the lingual bone plate in the maxilla
and mandible. The maxilla showed a thicker buccal bone plate than the mandible in
the cervical region. The lingual bone plate thickness of anterior teeth was greater in
the maxilla than in the mandible. In the majority of permanent teeth, the buccal and
lingual bone plate thickness was not different in the growth pattern subgroups. No
sexual difference and slight age differences were observed for the buccal and lingual
bone plate thickness.
Key-words: Cone beam computed tomography; alveolar bone; tridimensional image.
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Unidade Hounsfield para alguns tipos de tecidos ..............................26
Tabela 2.2 Espessura da cortical óssea maxilar..................................................45
Tabela 2.3 Espessura da cortical óssea mandibular............................................45
Tabela 5.1 Média, desvio padrão das duas medições e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais maxilares a 3,0 mm da junção cemento-esmalte................................................................................76
Tabela 5.2 Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais maxilares a 6,0 mm da junção cemento-esmalte................................................................................77
Tabela 5.3 Média, desvio padrão das duas medições e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais mandibulares a 4,0 mm da junção cemento-esmalte................................................................................78
Tabela 5.4 Média, desvio padrão das duas medições e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais mandibulares a 8,0 mm da junção cemento-esmalte................................................................................79
Tabela 5.5 Média, desvio padrão, mínimo e máximo dos cortes em 3,0mm ................................................................................................81
Tabela 5.6 Média, desvio padrão, mínimo e máximo dos cortes em 6,0mm ................................................................................................82
Tabela 5.7 Média, desvio padrão, mínimo e máximo dos cortes em 4,0mm ................................................................................................84
Tabela 5.8 Média, desvio padrão, mínimo e máximo dos cortes em 8,0mm ................................................................................................85
Tabela 5.9 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da maxila a 3,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................86
Tabela 5.10 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial do corte axial da maxila a 6,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................87
Tabela 5.11 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da mandíbula a 4,0mm da junção cemento-esmalte ................................................88
Tabela 5.12 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da mandíbula a 8,0mm da junção cemento-esmalte ................................................89
Tabela 5.13 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da maxila a 3,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................91
Tabela 5.14 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da maxila a 6,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................92
Tabela 5.15 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da mandíbula a 4,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................93
Tabela 5.16 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da mandíbula a 8,0mm da junção cemento-esmalte ...................................................94
Tabela 5.17 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da maxila a 3,0mm da junção cemento-esmalte................................................................................96
Tabela 5.18 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da maxila a 6,0mm da junção cemento-esmalte................................................................................97
Tabela 5.19 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da mandíbula a 4,0mm da junção cemento-esmalte ....................................................................98
Tabela 5.20 Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da mandíbula a 8,0mm da junção cemento-esmalte ....................................................................99
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 Características comparativas entre a TC tradicional e a TC de feixe cônico ........................................................................................33
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 A O Inglês Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de Medicina de 1979, pelo desenvolvimento da tomografia computadorizada, ao lado de um tomógrafo de primeira geração da EMI (foto: Universidade de Cambridge) ..........................21
Figura 2.1 B O Sul-Africano Alan Cormack, também vencedor do prêmio Nobel de Medicina de 1979 ...............................................................21
Figura 2.2 Primeira geração de tomógrafos – uma fonte e um sensor (Pencil Beam).....................................................................................23
Figura 2.3 Segunda geração – fonte em leque e “n” sensores (Fan Beam) ................................................................................................23
Figura 2.4 Terceira geração – Todo o objeto de uma vez (Wide Beam) .............23
Figura 2.5 Quarta geração – apenas a fonte gira, sensores estacionários .........23
Figura 2.6a Gantry e mesa em um tomógrafo computadorizado ..........................24
Figura 2.6b Visão interna de um gantry, fonte e sensores....................................24
Figura 2.7 Princípio da Tomografia Helicoidal.....................................................24
Figura 2.8 Matriz de imagem da TC; exemplo e voxel (amarelo) e pixel (verde)................................................................................................26
Figuras 2.9 A e B - Sistema Dual-Source Siemens Somaton Definition ...................28
Figura 2.10 Erupção ectópica do 23 vestibular ao 22, reabsorção moderada pode ser observada nos terços médio e apical................35
Figura 2.11 Ajuste do ângulo do gantry perpendicular ao longo eixo do incisivo ...............................................................................................49
Figura 2.12 A e B - Medida da espessura óssea e localização das medidas antes e depois da retração.................................................................50
Figura 2.13 A - Pré-tratamento; B – Pós-retração: corte no arco superior em S1, C e D em S2, E e F em S3. Deiscências ósseas são claramente visíveis pós-retração em todos os níveis.........................50
Figura 2.14 A - Pré-tratamento; B – Pós-retração: corte no arco inferior em S1, C e D em S2, E e F em S3. Deiscências ósseas são claramente visíveis pós-retração nos níveis S2 e S3 dos incisivos inferiores..............................................................................51
Figura 4.1 Aparelho de tomografia computadorizada de feixe cônico i-Cat utilizada na realização deste trabalho ................................................56
Figura 4.2 Janela do programa Nemoscan, onde se visualiza cada um dos cortes axiais originais da tomada de tomografia computadorizada, para que sejam importados e manipulados no software.........................................................................................57
Figura 4.3 Reconstrução multiplanar, mostrando as linhas de referência horizontal e vertical, presentes nos três planos: axial, sagital e coronal ...............................................................................................58
Figura 4.4 Após clicar no ícone “reformatação de volume”, nota-se ainda as duas linhas e os três planos de referência. Porém, agora com a possibilidade de girar as imagens para fazer coincidi-las com as estruturas anatômicas selecionadas................................59
Figura 4.5 Rotação da imagem axial, fazendo-a coincidir a linha bi-espinhal com a linha de referência vertical. Note que houve erro no posicionamento da cabeça do paciente, durante a tomada tomográfica. Essa discrepância pode ser corrigida nessa fase..........................................................................................59
Figura 4.6 Padronização do corte axial, fazendo coincidir a linha bi-espinhal com a linha de orientação vertical .......................................60
Figura 4.7 Corte sagital, fazendo coincidir a linha bi-espinhal com a linha de orientação horizontal.....................................................................60
Figura 4.8 Corte coronal, fazendo coincidir a linha infra-orbitária com a linha de orientação horizontal (em rosa) ............................................61
Figura 4.9 Vista final do posicionamento tridimensional das imagens do paciente .............................................................................................61
Figura 4.10 Cortes axiais da maxila ......................................................................63
Figura 4.11 Corte superior, selecionado como referência, passando pela junção amelocementária da porção distovestibular do primeiro molar superior direito .........................................................................64
Figura 4.12 Corte axial, passando a 3,0 mm da junção amelocementária do primeiro molar superior direito.......................................................65
Figura 4.13 Corte axial, passando a 6,0 mm da junção amelocementária do primeiro molar superior direito.......................................................66
Figura 4.14 Análise cefalométrica de Cervera, demostrando a divergência entre o plano palatino (ENA – ENP) e o plano oclusal funcional (linha que passa pelo ponto de contato interoclusal mais distal dos primeiros molares e pelo ponto médio da sobremordida dos caninos) ................................................................67
Figura 4.15 Análise cefalométrica realizada a partir de imagem tomográfica ........................................................................................68
Figuras 4.16 A e B - Posição inicial, com o plano palatino coincidente com a linha de orientação horizontal e de onde foi extraído o cefalograma em B – após o reposicionamento da cabeça, corrigindo a posição do plano oclusal ................................................69
Figura 4.17 Corte axial, passando pela junção amelocementária do primeiro molar inferior direito..............................................................69
Figura 4.18 Corte axial, passando a 4,0 mm da junção amelocementária do primeiro molar inferior direito.........................................................70
Figura 4.19 Corte axial, passando a 8,0 mm da junção amelocementária do primeiro molar inferior direito.........................................................70
Figuras 4.20 A e B - Imagem ampliada para facilitação da mensuração em A e com a medida já executada em B ...................................................71
Figura 4.21 Medidas executadas no próprio programa, indicando o valor, em milímetros, da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.................................................................................................72
Figura 4.22 Análise cefalométrica de Ricketts. Podemos notar o traçado utilizado para se calcular o índice VERT............................................73
Figura 4.23 Os valores dos ângulos componentes do índice VERT e o respectivo cálculo do mesmo.............................................................74
Figura 6.1 Locais de mensuração da espessura das corticais ósseas, em estudo realizado por Tsunori; Mashita e Kasai, em 1998. Podemos observar que as mensurações das tábuas ósseas foram feitas abaixo do ápice radicular..............................................107
Figura 6.2 Linha horizontal, definindo um dos locais de mensuração da tábua óssea alveolar dos primeiros molares inferiores em um corte coronal ....................................................................................108
Figuras 6.3 A – Telerradiografia, derivada da tomografia, sem correção do plano oclusal; B – análise cefalométrica evidenciando a correção necessária; e C – nova telerradiografia, com o plano oclusal corrigido ...............................................................................113
Figura 6.4 Corte axial e coronal, indicando a localização da mensuração em 6,0mm na região do incisivo central superior mostrando, na linha horizontal, a localização da área a ser mensurada ............113
Figura 6.5 Corte axial e coronal, indicando a localização da mensuração em 8,0mm na região do incisivo central superior, mostrando, na linha horizontal, a localização da área a ser mensurada. Note a posição mais apical quando comparada à mensuração feita a 6,0mm ...................................................................................114
Figura 6.6 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................116
Figura 6.7 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................116
Figura 6.8 Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................117
Figura 6.9 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................117
Figura 6.10 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................118
Figura 6.11 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................118
Figura 6.12 Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................119
Figura 6.13 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................119
Figura 6.14 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...................................................121
Figura 6.15 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...................................................121
Figura 6.16 Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas óssea vestibular e lingual ..............................................122
Figura 6.17 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................122
Figura 6.18 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................123
Figura 6.19 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.............................................123
Figura 6.20 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................124
Figura 6.21 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................124
Figura 6.22 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................125
Figura 6.23 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................126
Figura 6.24 Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................126
Figura 6.25 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................127
Figura 6.26 Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................127
Figura 6.27 Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................128
Figura 6.28 Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................128
Figura 6.29 Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual ...........................129
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................19
2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................21
2.1 Tomografia computadorizada convencional .................................21
2.2 Tomografia computadorizada de feixe cônico ..............................28
2.3 Comparação entre TC e TCFC ....................................................31
2.4 Aplicações da tomografia computadorizada na odontologia ........34
2.5 Espessura do osso alveolar .........................................................40
2.6 Efeitos periodontais do tratamento ortodôntico ............................46
3 PROPOSIÇÃO....................................................................................54
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................55
4.1 Obtenção dos elementos de diagnóstico......................................55
4.1.1 Obtenção das imagens .......................................................56
4.1.2 Padronização do posicionamento das imagens .................58
4.1.3 Seleção das imagens para mensuração .............................62
4.1.4 Mensuração das imagens ...................................................71
4.2 Erro do método.............................................................................74
4.3 Análise estatística.........................................................................75
5 RESULTADOS ...................................................................................76
5.1 Avaliação do erro metodológico ......................................................76
5.2 Análise da mensuração das espessuras das tábuas ósseas
vestibular e lingual dos dentes superiores ..................................80
5.3 Análise da mensuração das espessuras das tábuas ósseas
vestibular e lingual dos dentes inferiores .....................................83
5.4 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e
lingual nos diferentes padrões de crescimento facial avaliados...83
5.5 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e
lingual entre os sexos feminino e masculino ................................90
5.6 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e
lingual entre jovens e adultos .......................................................95
6 DISCUSSÃO.....................................................................................100
6.1 O método de estudo ...................................................................100
6.2 Avaliação do erro metodológico .................................................109
6.3 Espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual:
comparação entre padrões faciais, idade e sexo .......................111
6.4 Considerações clínicas...............................................................129
7. CONCLUSÃO..................................................................................132
REFERÊNCIAS ...................................................................................133
ANEXOS..............................................................................................137
APÊNDICE ..........................................................................................168
19
1 INTRODUÇÃO
A relação entre o tratamento ortodôntico e a saúde periodontal sempre foi
motivo de preocupação entre ortodontistas e periodontistas, quer pelos níveis de
força aplicados, quer pela preocupação com o tecido periodontal inicial e o final
(RYGH et al., 1986; TANNE; SAKUDA; BURSTONE, 1987; BOYD et al., 1989;
NEWMAN; GOLDMAN; NEWMAN, 1994; ONG; WANG; SMITH, 2005).
Os efeitos periodontais que o reposicionamento dos dentes proporcionam,
seja para tábuas ósseas vestibular ou lingual, ainda possuem poucas evidências
científicas. Estudos realizados com essa finalidade, em macacos e cães,
demonstraram que os movimentos de vestibularização induzem as deiscências
ósseas em maior grau do que as recessões gengivais. Por outro lado, a recuperação
óssea se dá de maneira mais eficiente do que a gengival, quando do
reposicionamento dentário (STEINER; PEARSON; AINAMO, 1981; ENGELKING;
ZACHRISSON; ALNAES, 1982; THILANDER et al., 1983).
Martins et al., em 2002, relataram que a maior parte da literatura acerca
das repercussões periodontais do tratamento ortodôntico preocupou-se com a
avaliação das cristas ósseas interproximais, principalmente em áreas de extrações.
No geral, os estudos reportaram uma maior perda óssea alveolar nos grupos
tratados ortodonticamente, principalmente em áreas de extração, mas com
magnitude não relevante clinicamente. Ademais, existem diversas evidências de que
os efeitos da movimentação dentária induzida possam se sobrepor à inflamação
causada pelas bactérias, aumentando a velocidade de destruição periodontal. No
entanto, as pesquisas avaliando o periodonto por vestibular ou lingual são mais
escassas, talvez devido à impossibilidade de visualização destas regiões em
radiografias bidimensionais.
20
Com o advento da tomografia computadorizada, e, mais ainda, com a
tomografia computadorizada de feixe cônico, que permite exames com doses
significantemente menores de radiação, estudos avaliando a espessura das tábuas
ósseas puderam ser realizados. Evidenciou-se, por intermédio deles, dentre outros
resultados, que, quanto mais delgada for a tábua óssea no início do tratamento,
maiores serão as chances de deiscências durantes os movimentos de giroversão ou
vestibularização (GARIB, 2003; RUNGCHARASSAENG et al., 2007).
Desta maneira, a presença e espessura das tábuas ósseas vestibular e
lingual passam a constituir fator limitante no planejamento ortodôntico.
Portanto, esse estudo objetivou mensurar as estruturas ósseas vestibular
e lingual, dos dentes superiores e inferiores, relacionando com os padrões faciais,
sexo e idade, objetivando apresentar novos parâmetros de avaliação das
possibilidades e riscos das movimentações ortodônticas, com melhoria na
previsibilidade dos problemas de reabsorções ósseas e fenestrações do osso
alveolar.
21
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Tomografia computadorizada convencional
Trata-se de um método complementar de diagnóstico por imagem, que
consiste em uma imagem que representa uma secção ou “fatia” do corpo sem
qualquer sobreposição (WHAITES, 2003).
A Tomografia Computadorizada (TC) foi desenvolvida na Inglaterra, pelo
engenheiro elétrico britânico Godfrey Hounsfield (FIGURA 2.1 A), juntamente ao sul-
africano Alan M Cormack (FIGURA 2.1 B), que receberam, por isso, o prêmio Nobel
de Fisiologia e Medicina, em 1979, como reconhecimento da comunidade científica
ao seu trabalho realizado em 1973 (GOMES et al., 2004).
Figura 2.1 A – O Inglês Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de Medicina de 1979, pelo desenvolvimento da tomografia computadorizada, ao lado de um tomógrafo de primeira geração da EMI (foto: Universidade de Cambridge).1 e 2.1 B – O Sul-Africano Alan Cormack, também vencedor do prêmio Nobel de Medicina de 1979 2.
1 Disponível em URL: www.cienciahoje.uol.com.br/118238 2 Disponível em URL: www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1979/index.html
A B
22
Sukovic, em 2004, enfatizou que, com o passar das décadas, várias
modalidades de aquisição de imagem foram utilizadas. Entretanto, sem apresentar
resultados satisfatórios. Assim sendo, muitos clínicos têm escolhido a TC para
melhorar o planejamento de seus casos. Descreveu, ainda, que, após a criação do
primeiro tomógrafo, essa tecnologia foi rapidamente desenvolvida, e apareceram
quatro gerações de escaners.
A primeira utilizava-se de um único detector para a captura do feixe de
raios X, que, após o registro, transladava para aquisição de nova imagem e assim
sucessivamente, até cobrir toda a área de interesse (FIGURA 2.2). Esse modelo
estava indicado para trabalhar somente na cabeça do paciente.
Em 1975, uma nova geração de tomógrafos foi introduzida no mercado,
ficando conhecidos como máquinas híbridas. Utilizavam mais de um detector e
possuíam feixe em leque (Fan Beam), mas ainda levavam muito tempo na aquisição
de imagem, o que limitava seu uso apenas para a cabeça, dado o elevado número
de artefatos criados pela movimentação do paciente durante um exame mais longo
(FIGURA 2.3).
Logo após, em 1976, surgiu a terceira geração, com um sistema que
capturava as imagens todas de uma vez (Wide Beam), com várias centenas de
detectores, utilizando a radiação de forma mais eficiente (FIGURA 2.4). A quarta
geração se caracteriza pela substituição do arco de detecção por detectores em todo
o círculo do “gantry”, além de fonte giratória (FIGURAS 2.5; 2.6 A e B).
Nos anos 90, os avanços continuaram e um novo conceito de captação
de imagens foi criado a partir do desenvolvimento da TC helicoidal que permite, por
meio do movimento simultâneo da mesa e da fonte de raios X, vários cortes ao
mesmo tempo, reduzindo, consideravelmente, o tempo de exame, permitindo, com
isso, imagens com menor número de artefatos (FIGURA 2.7).
23
Figura 2.2 – Primeira geração de tomógrafos – uma fonte e um sensor (Pencil Beam) e Figura 2.3 – Segunda geração – fonte em leque e “n” sensores (Fan Beam).1
.
Figura 2.4 – Terceira geração – Todo o objeto de uma vez (Wide Beam) e Figura 2.5 – Quarta geração – apenas a fonte gira, sensores estacionários.3
1 Disponível em URL: www.geocities.com/tomografiademadeira/geracoes.html
2.3 2.2
2.5 2.4
24
Figura 2.6 A – Gantry e mesa, em um tomógrafo computadorizado, e Figura B – Visão interna de um gantry, fonte e sensores.
Figura 2.7 – Princípio da Tomografia Helicoidal.
A evolução da imaginologia na odontologia abriu novas possibilidades de
diagnóstico, planejamento de tratamento, acompanhamento e análise das
finalizações ortodônticas. Considera-se, ainda, que essa inovadora técnica seja uma
ponte entre as cefalometrias convencionais e uma moderna técnica de imagem
craniofacial, que forneça alta qualidade, precisão e segurança nos dados obtidos
(SWENNEN; SCHUTYSER, 2006).
BA
Fonte
Sensores
Feixe de Rx
25
A imagem tomográfica compõe-se, unitariamente, pelo pixel. Cada um
deles apresenta um número que traduz a densidade tecidual ou o seu poder de
atenuação da radiação. Tais números, conhecidos como escala Hounsfield, variam
de –1000 (densidade do ar) a +1000 (densidade da cortical óssea), passando pelo
zero (densidade da água). Na escala Hounsfield, considera-se que a água apresenta
uma densidade neutra na imagem tomográfica. Desse modo, os tecidos de maior
densidade são decodificados com um número positivo pelo tomógrafo e chamados
hiperdensos, enquanto que os tecidos com densidade inferior à água recebem um
número negativo e são denominados hipodensos (TABELA 2.1).
A densidade da medula óssea varia de -20 a -40, devido à grande
quantidade de tecido adiposo. Na presença de um tumor na região, aumentam a
densidade tecidual e o valor numérico da escala. Um cisto apresenta um número
próximo a zero, já que o fluido cístico compõe-se, preponderantemente, por água.
Mas, devemos lembrar que a imagem de TC ainda apresenta uma
terceira dimensão, representada pela espessura do corte. Assim, outra palavra deve
ser familiar aos profissionais que trabalham com imagens tridimensionais: o voxel.
Denomina-se voxel a menor unidade da imagem na espessura do corte
(FIGURA 2.8), podendo variar de 0,5 a 20,0mm, a depender da região do corpo a
ser escaneada e da qualidade da imagem desejada. Desse modo, quando se
desejam imagens muito precisas de pequenas regiões, como a face, ajusta-se o
aparelho para adquirir cortes de 1,0mm de espessura, por exemplo, e, assim, o
voxel das imagens resultantes corresponderá a 1,0mm. Diferentemente, quando se
escaneia regiões maiores do corpo como o abdômen, as fatias, e portanto o voxel,
deve ser mais espesso, com inevitável perda da qualidade da imagem (GARIB et al.,
2007).
26
Tabela 2.1 – Unidade Hounsfield para alguns tipos de tecidos.
Ar Gordura Água Músculo Osso esponjoso
Osso compacto
-1000 -110+/- 15 0 40 +/- 10 200/400 1000
Figura 2.8 - Matriz de imagem da TC; exemplo e voxel (amarelo) e pixel (verde).
Após o escaneamento da área selecionada, existe a necessidade de se
trabalhar essa imagem. Cavalcanti (2008) descreveu que, em 1993, iniciou-se um
padrão tecnológico global (DICOM – Digital Imaging and Communication in
Medicine), que foi designado para permitir a interoperabilidade dos sistemas usados
para produção, armazenamento, visualização, processamento, envio e impressão de
imagens médicas e documentos correlatos, bem como a otimização do fluxo de
trabalho inerente às imagens médicas. Por meio do padrão DICOM, as informações
presentes nos arquivos, tais como nome do paciente, aparelho que produziu o
exame, data e local do exame, fatores de trabalho, entre outros são codificados e
podem ser lidos por qualquer programa que tenha capacidade de conversão
DICOM. Dessa maneira, é garantida a integridade dos dados presentes no exame,
requisito crucial para companhias de seguros médicos e afins (valor legal), bem
27
como a ampla portabilidade do exame, podendo ser interpretado tanto em estações
de trabalho especializadas como em computadores pessoais. O autor ressaltou,
ainda, que, utilizando o formato DICOM, as imagens adquiridas em quaisquer
tomógrafos, independentemente do processo de aquisição (single, multislice, feixe
cônico), podem ser lidas em softwares de pós-processamento. Estes vão dos
programas mais complexos, os quais processam imagens de um volume extenso,
até programas acessíveis. Dessa forma, há maneiras de serem utilizados em
ambiente doméstico. Eles também estão disponíveis, de forma gratuita, para
download na internet.
Muitos problemas, como a produção de artefatos decorrentes de
restaurações, por exemplo, motivaram novos avanços, que resultaram, em 1998, na
introdução comercial de uma nova geração de tomógrafos, chamados de multislice.
Eles usam múltiplos anéis detectores, que escaneiam mais de dois cortes por cada
rotação da ampola (tomógrafos sub-second). Esse sistema é capaz de permitir que
as reconstruções sejam obtidas em tempo real.
Hoje, existem sistemas que captam 04, 08, 16, 32 ou até 64 cortes, e
mais recentemente, foi desenvolvido um novo sistema que capta 256 cortes em uma
única aquisição, o que significa uma imagem de face poder ser obtida em,
aproximadamente, quatro segundos.
Por último, temos a nova geração de fonte dual (dual-source TC – DSTC),
que, ao invés de obter alta velocidade de aquisição apenas pela adição de
detectores, os aparelhos duais (DSTC), alternativamente, empregam duas ampolas
de raios X e dois arranjos de detectores em um único gantry (FIGURAS 2.9 A e B).
28
Figuras. 2.9 A e B – Sistema Dual-Source Siemens Somaton Definition
2.2 Tomografia computadorizada de feixe cônico
Recentemente, uma nova geração de tomógrafos computadorizados, com
tecnologia 3D, foi desenvolvida, especialmente, para a região maxilofacial,
repercutindo na odontologia, pois implica mudanças em relação aos atuais meios de
diagnóstico.
No ano de 1998, Mozzo et al. apresentaram à comunidade científica um
novo aparelho tomográfico indicado para realização de imagens do complexo dento-
maxilo-facial. A diferença está na forma de obtenção das imagens, que, ao invés de
serem feitas com um feixe em forma de leque, são obtidas com um feixe cônico.
Essa técnica radiológica já fora utilizada para outras finalidades e tem a grande
vantagem de realizar exames mais rapidamente e com, aproximadamente, um sexto
da radiação dos tomógrafos de feixe em leque. Esse novo aparelho, batizado de
NewTom-9000, utiliza um feixe em forma de cone centralizado no detector de
raios X, e o sistema tubo-detector realiza uma única rotação de 360° em torno da
cabeça do paciente, fazendo uma exposição a cada grau de movimentação. O autor
enfatizou, ainda, a simplicidade tecnológica e o baixo custo, quando comparada à
tomografia computadorizada de feixe em leque.
A B
29
A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) foi desenvolvida
nos anos 90, como um processo evolutivo, resultado da demanda de informações
tridimensionais. A construção de imagens feitas com tomografias de feixe cônico
começou a aparecer no mercado na última década e uma variedade de aplicações
no âmbito facial e dentário tem sido estabelecida. Nos últimos tempos, um grande
número de estudos relata suas utilidades. Porém, especialistas acreditam que essa
tecnologia está apenas despontando (KAU et al., 2005).
Também em 2005, Nakajima et al. publicaram estudo no qual enfatizaram
o progresso considerável que tem sido observado no diagnóstico médico,
principalmente em função da TC. Contudo, essa não é usada rotineiramente em
odontologia, por ter alto custo, exigir muito espaço e liberar altas doses de radiação.
Com o advento do TCFC, esses problemas foram solucionados, permitindo realizar
imagens tomográficas úteis para o planejamento ortodôntico.
Nesse artigo, os autores relataram três casos clínicos, em que a TCFC foi
de grande importância no diagnóstico e planejamento do tratamento: um por
erupção retardada, um por dente impactado e um por distúrbio têmporo-mandibular.
Concluíram que as imagens tomográficas melhoram muito o diagnóstico e
planejamento de tratamentos com dentes impactados, pois permite sua localização
nos três planos. A resolução das imagens é alta o suficiente para visualizar a porção
radicular e côndilos. As imagens podem, ainda, ser utilizadas nos períodos pré e pós
tratamento condilar, com radiação relativamente menor que os métodos adotados
atualmente.
30
Tsiklakis et al. (2005), em estudo desenvolvido na Grécia, avaliaram a
absorção de radiação em 14 pontos anatômicos de um manequim antropomórfico e
mensuraram a dose efetiva de radiação para avaliação das articulações, além de
comparar as doses de radiação absorvida e eficiente entre a tireóide e a espinha
cervical nas técnicas protegida e sem proteção.
Para a realização do estudo, foram utilizados 75 dosímetros
termoluminescentes (TCL-100) e instalados em um manequim, correspondendo a
um homem com 45 anos de idade. O tomógrafo de feixe cônico utilizado foi o
Newtom Model QR-DVT 9000, Verona, Itália, com exposição automática,
dependendo do volume e densidade ósseos. O protetor de tireóide utilizado foi o
EUREKA, fabricado pela TRIX especialmente para o Newtom.
Os resultados demonstraram que, nas áreas não protegidas, as doses
variaram de 0.16 mGy (miligray) no esôfago, até 1.67 mGy no osso medular,
enquanto que, na técnica com proteção, elas foram de 0.09 mGy e 1.64 mGy,
respectivamente.
Não houve perda de qualidade com a utilização do protetor e áreas
localizadas fora do eixo primário de radiação receberam pouca radiação.
Geralmente, a TCFC produz de 8 a 10 vezes menos radiação do que a TC, usando
o protocolo padrão.
Se formos compará-la com a radiografia panorâmica, a TCFC apresenta
um risco aumentado de três a sete vezes, dependendo ainda da área avaliada. Os
autores concluíram que a absorção de radiação com a TCFC pode ser considerada
baixa.
31
2.3 Comparação entre TC e TCFC
Hashimoto et al. (2003), realizaram uma comparação entre TCFC e TC
helicoidal. O artigo fornece uma visão global dos aparelhos e apresenta os
resultados de uma comparação da qualidade das imagens e doses de radiação,
obtidas com o 3DX (Cone-Beam) e o Multidetector CT. Para o estudo, foi utilizado
um manequim antropomórfico com vértebra cervical e realizaram-se imagens do
incisivo central superior direito e primeiro molar inferior esquerdo com os dois
aparelhos. As imagens da TC foram utilizadas como padrão de comparação com as
imagens do 3DX, estabelecendo-se, então, cinco escores para avaliação, o que foi
feito por cinco profissionais, duas vezes por imagem, com um intervalo de dez dias.
Os resultados foram resumidos em três tabelas, que demonstraram superioridade
nos exames e diagnóstico dos tecidos duros na região maxilofacial, além de
trabalhar com doses de radiação significantemente inferiores, cerca de 400 vezes
menor.
Schulze et al. (2004) compararam as doses de radiação provocadas por
quatro tipos diferentes de aparelhos, relatando suas vantagens e desvantagens. Os
sistemas avaliados foram a TC de 4 e 16 cortes, a TCFC e a radiografia
convencional. As dosagens foram determinadas por meio de um dosador
termoluminescente (TLD), colocado em um manequim, que foi submetido aos
exames radiográficos. Os resultados demonstraram que as maiores doses de
radiação ocorreram durante os exames de TC, as menores foram observadas com
radiografia convencional e que a TCFC aparece com doses entre 2 a 3 vezes maior
que estas.
32
Em estudo publicado no ano de 2005, Holberg et al., com o objetivo de
avaliar a qualidade e exatidão das imagens das estruturas dentais feitas com
Tomógrafo Computadorizado de Feixe Cônico (TCFC) e compará-la com a
qualidade de imagem obtida com um Tomógrafo Computadorizado (TC), utilizou-se
de 417 dentes e estruturas adjacentes, 208 foram avaliados com TCFC e 209 com
TC. Imagens axiais foram tomadas para avaliação de artefatos metálicos e de
movimento, além de descrever a imprecisão da interface entre esmalte-dentina-
polpa. A qualidade de reprodução e a definição de todos os dentes foram avaliadas,
quanto ao espaço do ligamento periodontal nos terços cervical, médio e apical. Os
resultados demonstraram que partes metálicas não causaram perda de qualidade,
quando utilizamos a TCFC. Já na TC, tornaram impossível o exame. Duplos
contornos promovidos por movimentos ocorreram somente na TCFC, enquanto na
TC foi observada uma nitidez muito maior das interfaces esmalte-dentina e dentina-
polpa. Foi impossível avaliar o ligamento periodontal com TCFC na quase totalidade
dos casos. A conclusão desse estudo foi de que as TC representam o padrão ouro
para inspecionar as raízes e tecido ósseo adjacentes.
Garib et al. (2007), realizaram estudo em que demonstraram, por meio do
que apresentamos no quadro 2.1, as principais diferenças entre a TC tradicional e a
TC de feixe cônico.
33
2.1 – Quadro de Características comparativas entre a TC tradicional e a TC de feixe cônico (adaptado
de GARIB et al., 2007).
TC TRADICIONAL TC DE FEIXE CÔNICO
Dimensão do aparelho - grande - permite exame do corpo todo
- mais compacto - permite apenas exame da região de cabeça e pescoço
Aquisição da imagem
- diversas voltas do feixe de raios X em torno do paciente - cortes axiais
- uma volta do feixe de raios X em torno do paciente - imagens base semelhantes à telerradiografia
Tempo de escaneamento
- um segundo multiplicado pela quantidade de cortes axiais necessários - exposição à radiação ininterrupta
- 10-70 segundos de exame - 3-6 segundos de exposição à radiação
Dose de radiação - alta
- menor, aproximadamente 15 vezes reduzida em relação à TC helicoidal
Custo financeiro do exame - alto - reduzido
Recursos do exame - reconstruções multiplanares e em 3D
- reconstruções multiplanares e em 3D, além de reconstruções de radiografias bidimensionais convencionais
Qualidade da imagem
- boa nitidez - ótimo contraste - validação das avaliações quantitativas e qualitativas
- boa nitidez - baixo contraste entre tecido duro e mole - boa acurácia
Produção de artefatos - muito artefato na presença de materiais metálicos
- pouco artefato produzido na presença de metais
34
No ano de 2010, Damstra et al., com o objetivo de comparar a precisão e
a acurácia entre exames tomográficos feitos com duas diferentes espessuras de
voxel, prepararam dez mandíbulas, onde foram fixados marcadores esféricos de
vidro. As espessuras escolhidas para os cortes axiais (voxel) foram de 0,40mm e
0,25mm e as imagens foram adquiridas com o tomógrafo 3D eXam scanner (KaVo
Dental GmbH, Bismarckring, Alemanha), 120Kv, e com tempo total de exposição de
8,9 segundos para a espessura de 0,40mm e de 26,9 segundos para a de 0,25mm.
As mensurações obtidas nas imagens foram comparadas àquelas obtidas nas
mandíbulas tomografadas, demonstrando um coeficiente de correlação acima de
0,99 para todas as medidas, além de não possuírem diferenças entre as diferentes
espessuras de cortes axiais. Com esse estudo, os autores concluíram que a
diminuição do voxel nas imagens tomográficas não aumenta a sua acurácia e
precisão.
2.4 Aplicações da tomografia computadorizada na odontologia
Ericson e Kurol avaliaram, em 2000, a prevalência e extensão da
reabsorsão de incisivos superiores, após a erupção ectópica dos caninos superiores,
em amostra de pacientes enviadas ao ortodontista para avaliação clínica. Embora
seja uma complicação rara, pode levar a exodontias e aumento do tempo de
tratamento. De difícil diagnóstico em radiografias, principalmente quando localizadas
por vestibular ou lingual, torna-se conveniente, para o aumento da precisão do
diagnóstico, a utilização de TC. A metodologia empregada envolveu exame clínico,
radiografias iniciais, e aqueles pacientes, em que houve dificuldade de diagnóstico,
foram selecionados para realizar a TC. Ao todo, 107 crianças, 39 meninos e 68
meninas, com erupção ectópica de 156 caninos, foram tomografados, o que
35
corresponde a 90% dos pacientes examinados em um período de oito anos. As
reabsorções foram classificadas em: sem reabsorção, reabsorção leve, moderada
(FIGURA 2.10) e severa. Os resultados demonstraram que esses tipos de casos
ocorreram com maior frequência do que relatado na literatura. Nessa amostra, 48%
das crianças apresentaram reabsorções, podendo ocorrer precocemente, aos nove
anos, mas o pico de frequência se dá entre 11 e 12 anos. Apesar de ser mais
frequente nos laterais (38%), também ocorre nos incisivos centrais (9%). Quando
diagnosticada, frequentemente foi encontrada em estágio avançado, chegando na
cavidade pulpar. Foi encontrada, com maior constância, nos terços médios, apicais e
nas faces vestibulares e linguais. Desde que com caninos ectópicos, acontece com
igual freqüência, tanto em meninos como em meninas. Ocorre próximo aos caninos
ectópicos, indicando uma relação entre pressão e reabsorção. São encontrados,
mais frequentemente (50%), em exames com TC do que em radiografias.
Figura 2.10 – Erupção ectópica do 23 vestibular ao 22; reabsorção moderada pode ser observada nos terços médio e apical.
36
Em estudo realizado com a finalidade de planejamento para cirurgia oral
menor, Nakagawa et al. (2002) aplicaram a tomografia computadorizada de feixe
cônico em 38 pacientes da Universidade de Tsurumi, em Yokohama, Japão
distribuídos da seguinte forma: 19 exodontias de dentes inclusos, 9 apicectomias, 8
enucleações e 2 remoções de tumores de origem odontogênica. Constataram que,
com essa tecnologia, foi possível uma melhor interpretação e localização dos
elementos dentários e das lesões, em relação às estruturas circunvizinhas e que,
associadas à baixa dose de radiação, foi de grande utilidade para o planejamento
cirúrgico.
Ainda no ano de 2002, Fuhrmann, com objetivo de investigar as
deiscências ou fenestrações ósseas, reabsorção radicular e remodelação óssea,
durante e após o tratamento ortodôntico, realizou um estudo que contemplou 21
pacientes com tecido ósseo periodontal reduzido, quer por condições anatômicas ou
por problemas periodontais. Eles foram submetidos à tomografia antes de ou
durante a primeira fase do tratamento. Todos foram tratados ortodonticamente, com
aparelhos fixos, slot 0.022” e arcos contínuos. Uma segunda tomografia foi realizada
entre 12 e 36 meses após a primeira, de acordo com a finalização do tratamento,
sendo que, em seis deles, foi feita uma terceira tomografia, entre 6 e 36 meses após
a remoção do aparelho.
Os resultados mostraram que não foram encontradas evidências clínicas
de periodontites marginais ou de recessão periodontal em nenhum dente
movimentado ortodonticamente antes, durante ou após a finalização dos
tratamentos, o que não correspondeu aos dados tomográficos. Nestes, foi
observada reabsorção da tábua óssea vestibular em procedimentos, utilizando
quadrihélice, principalmente nos dentes de apoio, porém sem evidência clínica
37
correspondente. Em pacientes adultos, os riscos estão associados à morfologia e/ou
à topografia. Podemos citar a desproporção entre largura do dente e do processo
alveolar, posição excêntrica do elemento dental, seio maxilar profundo ou avançada
perda óssea. Uma sínfise pequena, com redução da largura mésio-distal,
apinhamento anterior ou cortical óssea delgada predispõe a deiscências, que
somente foram observadas na tábua óssea vestibular. Em movimento de retrusão
dos incisivos, evidenciou-se início de reabsorção radicular. Riscos terapêuticos
foram observados em movimentos de inclinação descontrolada, utilizando fios
resilientes, e com movimentos de verticalização.
Protrusão, retração e intrusão de incisivos inferiores são movimentos
especialmente críticos, assim como procedimentos de ancoragem, como elásticos
intermaxilares ou torque radicular para cortical. Eles podem resultar em perda óssea
substancial. Em alguns dentes, a deiscência ou fenestração pode ser totalmente
reparada ou não. As áreas com menor nível de remodelação foram observadas nos
incisivos e caninos inferiores, faces vestibular e lingual. Esse estudo concluiu que
vários fatores de risco, como anatômicos, morfológicos e terapêuticos, são
intensificados reciprocamente por causa dos efeitos colaterais da terapia
ortodôntica, com redução do nível de inserção dentária.
A aplicação de fios contínuos para o nivelamento inicial é responsável, em
parte, pela vestibularizaçào dos incisivos. Tratamento com sistema de forças
descontroladas, que corresponde ao difundido conceito de arco ideal da mecânica
de straight-wire, fica sujeito a críticas, devido ao risco de iatrogenias, com diminuição
da inserção óssea.
38
O empírico conceito de ancoragem cortical oferece um risco inerente,
tanto para os incisivos como para os molares. Deiscências induzidas por tratamento
ortodôntico são parcialmente reparadas no período de contenção, quer por ação
osteoblástica quer pela espontânea reorientação do dente.
Gündüs et al., em 2004, utilizaram a tomografia computadorizada para
avaliar o efeito da movimentação dentária de corpo no osso alveolar. O caso
envolvia um paciente de 32 anos de idade, padrão de classe III esquelética,
ausência do primeiro molar inferior direito e mésio versão do segundo molar. O osso
alveolar apresentava-se clinicamente reduzido vertical e horizontalmente, o que foi
confirmado com os exames por imagens. O objetivo do tratamento ortodôntico era a
correção esqueletal, com cirurgia ortognática, nivelamento dos arcos dentários
superior e inferior, expansão superior, verticalização dos molares, correção da linha
média e abertura do espaço entre os pré-molares para os implantes. O tratamento
foi realizado com aparelhos fixos e sistemas de forças leves. De todos os objetivos
alcançados, a remodelação óssea pode ser constatada na região da perda do molar,
propiciando adequado sítio para instalação do implante, fazendo com que os autores
sugerissem que o método de regeneração óssea por meio de movimentação
dentária de corpo possa ser utilizado sob certas condições e possa criar um novo e
saudável tecido ósseo.
Para Gadelha et al., em 2007, as aplicações das tomografias
computadorizadas de feixe cônico (TCFC) em ortodontia, atualmente, seriam para:
avaliação da posição de dentes retidos e supranumerários; planejamento de
implantes; mensuração da espessura, morfologia óssea e distância interradicular em
locais para instalação de microimplantes para ancoragem ortodôntica; planejamento
e avaliação de cirurgias ortognáticas; avaliação de assimetrias faciais; avaliação das
39
vias aéreas; avaliação da forma, deslocamento, crescimento anômalo e a
reabsorção de côndilos mandibulares; sobreposições tomográficas para avaliação
do crescimento craniofacial; mudanças decorrentes de um tratamento ortodôntico e
avaliação da estabilidade nas cirurgias ortognáticas e tratamentos ortodônticos.
A ortodontia é um campo com grande ênfase na modificação de padrões
anormais de crescimento craniofaciais, além da correção dos maus relacionamentos
dentários. Tratamentos ortodônticos e cirúrgicos de tais anormalidades exigem,
naturalmente, imagens seguras e eficientes das estruturas do complexo cranial.
Desde o advento da cefalometria de Bolton, em 1931, os ortodontistas têm,
rotineiramente, utilizado as cefalogramas laterais para auxiliar no diagnóstico e
planejamento de tratamento, assim como na avaliação do mesmo. Somado a essas,
radiografias póstero-anterior, panorâmicas, oclusais e periapicais têm sido utilizadas
como auxiliar no diagnóstico. Todas essas radiografias adicionais acrescentam uma
grande quantidade de exposição à radiação, que poderia e deveria ser evitada
(VALIATHAN; DHAR; VERMA, 2008).
Em 2008, Lione et al. realizaram estudo objetivando avaliar, por meio de
tomografia computadorizada com baixas doses de radiação, os efeitos do tratamento
e do pós-tratamento, com expansão rápida da maxila em nível de sutura palatina e
processo pterigóide. A amostra compreendeu 17 pacientes, que foram submetidos à
avaliação tomográfica antes, ao final e com seis meses de contenção, após o
procedimento com disjuntores. Os resultados demonstraram que exames
tomográficos com baixa dosagem de raios X são capazes de constatar a abertura da
sutura palatina, e que essa expansão na região posterior corresponde a 40% da
obtida na região anterior. Também foi possível verificar que a quantidade de
expansão obtida é bem menor do que a realizada no torno, entre 20% e 50%, e que
40
ainda existe forte variação individual. A avaliação, após o período de contenção,
permitiu concluir que, embora o comprimento da sutura tenha sido similar ao início
do tratamento, a distância entre os processos pterigóides aumentaram
significativamente.
A tomografia de feixe cônico tem sido considerada o exame de escolha,
em muitos casos, já que fornece imagens com alta resolução, diagnósticos seguros,
e risco-benefício determinado. Seu uso é recomendado, na prática ortodôntica, para
dentes impactados, avaliação da articulação têmporo-mandibular, visão em três
dimensões das vias aéreas, avaliação do crescimento e desenvolvimento maxilo-
facial, estimativa da idade dentária, simulações biomecânicas, simulação de
pacientes cirúrgicos. Em função dessas vantagens e possibilidades de avaliação, de
acompanhamento e de ser relativamente barata, muitos ortodontistas têm usado,
rotineiramente, a tomografia de feixe cônico para todos os seus pacientes (SILVA et
al., 2008).
2.5 Espessura do osso alveolar
Tsunori, Mashita e Kasai, em 1998, realizaram um estudo em que
objetivaram, por meio da utilização de imagens tomográficas, avaliar as relações
existentes entre os tipos faciais e suas características ósseas e dentárias. Para isso,
selecionaram 39 crânios secos de pacientes do sexo masculino, todos eles
portadores de relação de classe I ou pequena classe II, com discreto apinhamento.
Em todos, foram realizadas radiografias laterais e quatro áreas (incisivos, pré-
molares, primeiros molares e segundos molares). Foram avaliadas, por meio de
tomografias no regime de 1,0mm de espessura, 120Kv e tempo de exposição de 3,0
segundos. As mensurações foram realizadas a partir de cortes parassagitais, em
41
que se avaliaram a altura, a largura, a espessura das corticais vestibular e lingual, a
espessura do osso basal e a inclinação dentária. O padrão facial foi avaliado,
levando em consideração a inclinação do plano mandibular com o plano de
Frankfurt, a inclinação do plano mandibular em relação ao plano palatino, ângulo
goníaco (formado entre o plano mandibular e o ramo ascendente, relação entre
altura facial posterior e altura facial anterior), e foram divididos em três grupos: 9 de
face curta, 23 de face média e 7 de face longa.
Os resultados obtidos demonstraram que existe uma significante e
complexa relação entre os fatores avaliados e as características mandibulares,
dentro dos padrões faciais analisados. Sugeriram, também, que o osso vestibular
dos pacientes de face curta é menos espesso do que os de face longa, e que isso
ocorre em função da maior inclinação para lingual dos dentes posteriores, criando
uma vestibularização da raiz.
Garcia et al., em 2005, avaliaram a espessura do processo alveolar da
região anterior da maxila e mandíbula, em pacientes portadores de discrepâncias
ântero-posteriores, por meio das telerradiografias laterais de 56 pacientes, com
idade entre sete e treze anos. Todos esses pacientes possuíam inclinação dos
incisivos entre 20 e 30 graus.
Os resultados demonstraram que não houve dependência entre a
espessura do processo alveolar da maxila e mandíbula e a idade do paciente.
Todavia, houve dependência entre o tipo de má oclusão e a espessura de osso
vestibular na região anterior da maxila.
Os pacientes portadores de má oclusão de Classe III apresentaram maior
porcentagem de redução de osso vestibular da região anterior da maxila, quando
comparados aos pacientes Classe II. Os pacientes com tendência ao crescimento
42
vertical apresentaram a dimensão reduzida de osso lingual da maxila e osso
vestibular da mandíbula. Observaram, ainda, não haver associação com o gênero.
Em 2007, Katranji, Misch e Wang afirmaram que quantidade de osso
disponível é um componente crítico do planejamento de tratamento na
implantodontia, e que as corticais ósseas espessas foram a primeira maneira de
conseguir estabilidade preliminar do implante. Entretanto, alertaram que as
informações sobre essa espessura óssea, em várias regiões da maxila e da
mandíbula, ainda são escassas. Nesse contexto, realizaram estudo que tinha por
finalidade determinar uma espessura cortical média do osso em diferentes partes do
dente.
A metodologia empregada para determinar a espessura média das tábuas
ósseas vestibulares e linguais utilizou-se de 28 cabeças de cadáveres (68% homens
e 32% mulheres), com uma idade média de 73.1 anos, em que foram medidas nas
várias regiões que correspondiam ao molar (M), pré-molar (PM), e regiões anteriores
(A), tanto nas regiões dentadas como nas edêntulas. As médias das espessuras
corticais vestibulares eram de 1.69 milímetros (M), 1.43 milímetros (PM) e 1.04
milímetros (A), em maxilas desdentadas; 2.06 milímetros (M), 1.78 milímetros (PM) e
1.36 milímetros (A), em mandíbulas desdentadas; 2.23 milímetros (M), 1.62
milímetros (PM) e 1.59 milímetros (A), em maxilas dentadas e 1.98 milímetros (M),
1.20 milímetros (PM) e 0.99 milímetros (A) em mandíbulas dentadas. As médias das
espessuras corticais relativas à face lingual eram de 2.06 milímetros (M), 1.60
milímetros (PM) e 1.36 milímetros (A), em maxilas desdentadas; 2.39 milímetros (M),
1.88 milímetros (PM) e 1.66 milímetros (A), em mandíbulas desdentadas; 2.35
milímetros (M), 2.0 milímetros (PM) e 1.95 milímetros (A), em maxilas dentadas; e
2.51 milímetros (M), 1.92 milímetros (PM) e 1.24 milímetros (A) em mandíbulas
43
dentadas. Os autores concluíram que a espessura cortical média das placas
vestibulares variou de 1.0 a 2.1 milímetros na maxila e na mandíbula desdentada,
com a área mais delgada na região anterior da maxila e a área A mais espessa na
porção posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das maxilas e mandíbulas
dentadas variaram de 1.6 a 2.2 milímetros na espessura, com a área A mais delgada
na região anterior da mandíbula e a área A mais espessa na região posterior da
maxila.
Jorge, em 2009, relatou que a sínfise mandibular é uma estrutura
anatômica limitada pelas tábuas ósseas vestibulares e linguais, que aloja os
incisivos inferiores. A determinação da espessura óssea da região dos incisivos
inferiores oferece parâmetros para movimentação ideal dos incisivos. Para isso,
elaborou um estudo com o objetivo de comparar as espessuras ósseas na região
dos incisivos centrais inferiores, na região alveolar em telerradiografias em norma
lateral e tomografias computadorizadas cone beam. Utilizou, para tanto, imagens de
telerradiografia em norma lateral e tomografia computadorizada cone beam de 24
pacientes, nas quais foram realizados traçados e com as quais foram comparadas
as espessuras da sínfise em três regiões correspondentes às porções cervical,
média e apical da raiz do incisivo central inferior. O teste t de student mostrou que
não há diferenças significativas nas três regiões entre os métodos avaliados. O autor
concluiu que a espessura óssea da região dos incisivos inferiores na região alveolar
em telerradiografias em norma lateral e tomografias computadorizadas cone beam
mostraram-se semelhantes.
Hu et al., em 2009, publicaram um artigo que visava elucidar as relações
existentes entre a raiz e as estruturas adjacentes a fim de identificar os melhores
lugares para a instalação de mini-implantes. Utilizaram blocos de resina, preparados
44
com 20 maxilas e 20 mandíbulas, em 10 cortes transversais com 1,0mm de
espessura, a partir de 1,0mm da linha cervical. Nesses 200 cortes, avaliaram-se as
distâncias inter-radiculares vestibular e lingual, largura óssea vestíbulo lingual,
espessura das corticais ósseas vestibular e lingual e, por fim, a espessura das
mucosas vestibular e lingual. Os resultados demonstraram que a maior distância
inter-radicular na maxila se encontra entre o segundo pré-molar e o primeiro molar,
já na mandíbula essa distância é maior entre o primeiro e segundo molares.
A espessura óssea, tanto na maxila como na mandíbula, no sentido
vestíbulo-lingual, aumenta da região anterior para a posterior e de cervical para
apical. Em relação à espessura da cortical alveolar maxilar, os resultados apontam
para situação semelhante nas tábuas ósseas vestibular e lingual, ou seja, uma
menor espessura na região posterior do que na anterior, porém, quando
caminhamos para cervical, na região palatina, encontramos um aumento na
espessura, o que não acontece na região vestibular (TABELA 2.2). Na mandíbula,
encontramos um aumento da cortical óssea da região anterior para posterior e da
cervical para apical (TABELA 2.3).
45
Tabela 2.2 – Espessura da cortical óssea maxilar. (Adaptado de Hu et al.,2009).
Distância a partir da linha cervical, mm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dentes*
IC / IL V _ 1,0 1,0 1,1 1,1 1,2 1,2 1,1 1,3 1,2
L _ 1,0 1,1 1,2 1,2 1,6 1,5 1,3 1,5 1,4
IL / C V _ 1,1 1,0 1,1 1,0 1,1 1,2 1,2 1,2 1,3
L _ 1,1 1,2 1,2 1,3 1,5 1,6 1,5 1,4 1,5
C / 1ºP V _ 1,1 1,1 1,1 1,0 1,1 1,2 1,1 1,0 1,1
L _ 1,1 1,3 1,2 1,3 1,5 1,7 1,6 1,6 1,6
1ºP / 2ºP V _ 1,2 1,1 1,1 1,0 1,1 1,1 1,0 1,1 1,1
L _ 1,2 1,2 1,2 1,2 1,4 1,4 1,4 1,5 1,5
2ºP / 1ºM V _ 1.1 1,2 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,2
L _ 1,2 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,4 1,7
1ºM / 2ºM V _ 1,2 1,3 1,1 1,5 1,3 1,2 1,2 1,2 1,4
L _ 1,1 1,1 1,3 1,2 1,3 1,3 1,5 1,6 1,6 Tabela 2.3 – Espessura da cortical óssea mandibular. (Adaptado de Hu et al.,2009).
Distância a partir da linha cervical, mm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dentes*
IC / IL V _ 0,9 1,0 1,1 1,1 1,3 0,9 1,0 1,1 1,6
L _ 1,1 1,3 1,4 1,4 1,6 1,6 1,6 1,6 1,3
IL / C V _ 1,0 1,2 1,3 1,3 1,3 1,2 1,2 1,4 1,3
L _ 1,3 1,4 2,0 1,2 2,3 2,2 2,2 2,3 2,3
C / 1ºP V _ 1,3 1,5 1,4 1,5 1,5 1,6 1,5 1,6 1,5
L _ 1,5 1,7 2,0 2,2 2,7 2,5 2,5 2,8 2,8
1ºP / 2ºP V _ 1,5 1,5 1,6 1,6 1,7 1,7 1,7 1,8 1,9
L _ 1,5 1,7 1,9 2,2 2,5 2,6 2,7 2,7 3,0
2ºP / 1ºM V _ 1,7 1,8 1,9 1,9 1,9 2,0 2,2 3,7 2,5
L _ 1,4 1,6 1,8 2,1 2,3 2,5 2,4 2,5 2,5
1ºM / 2ºM V _ 2,0 2,4 2,3 2,7 3,0 3,2 3,5 3,5 3,8
L _ 1,7 1,8 1,7 2,1 2,3 2,4 2,2 2,4 3,0
46
2.6 Efeitos periodontais do tratamento ortodôntico
Sadowsky e BeGole, em 1981, com o objetivo de avaliar a relação entre
tratamento ortodôntico e saúde periodontal, selecionaram 96 pacientes, oriundos da
região metropolitana de Chicago-EUA, tratados ortodonticamente com 6
ortodontistas diferentes e os comparou com 103 pacientes, que não passaram por
tratamento ortodôntico. Os critérios de inclusão no grupo de controle da pesquisa
foram: paciente sem história de tratamento ortodôntico, caucasianos (pois, no grupo
de pacientes tratados ortodonticamente, esse grupo era a totalidade), entre 25 e 55
anos de idade, no mínimo 20 dentes naturais e, por fim, que o paciente
apresentasse maloclusão. As mensurações foram realizadas em modelos de gesso
feitos antes e após o tratamento ortodôntico. Os resultados revelaram que, embora
não tenham ocorrido diferenças significantes entre os grupos, os tratados
ortodonticamente manifestaram uma maior quantidade de doença periodontal de
leve para moderada, sendo que essa prevalência foi notadamente maior nos dentes
superiores posteriores do grupo tratado com exodontias. Excetuando essas
diferenças, não existe nenhum problema periodontal que pudesse estar associado
ao tratamento ortodôntico na adolescência e que este não pode ser considerado
determinante na saúde periodontal encontrada no futuro.
Outro artigo relacionando problemas periodontais e tratamento
ortodôntico foi publicado por Artun e Urbye (1988), que propuseram, dentre outros
objetivos, determinar os efeitos do tratamento ortodôntico em pacientes portadores
de perda de suporte periodontal em estágio avançado. A metodologia empregada
utilizou radiografias periapicais antes, durante e após o tratamento ortodôntico,
executado em 24 pacientes com problemas periodontais. Os pacientes receberam
tratamento periodontal específico e somente iniciaram tratamento ortodôntico após o
47
total controle do problema periodontal. A diferença média entre a perda óssea dos
dentes anteriores tratados e não tratados foi de 2.24% (DP 3.28, P < 0.01). A maioria
dos locais avaliados mostrou pequena ou nenhuma perda óssea. Nenhuma
associação foi encontrada entre a perda óssea inicial e a perda óssea durante o
tratamento ortodôntico.
Há custos biológicos nos tratamentos ortodônticos e, por meios de
constantes estudos, percebeu-se uma preocupação que já estava presente no
editorial escrito por Turpin, em 1994. nele, foi relatada que a doença periodontal era
a principal causa de perda dentária em adultos. Esse fato é reconhecido pelos
profissionais, e cada vez mais pelo público, como um problema de saúde
significante. Embora tratamentos ortodônticos, em adultos, possam ser benéficos em
muitos casos, eles devem ser acompanhados de diagnóstico e tratamentos
precoces. Turpin sugeriu, ainda, que, para alcançar essas metas nas radiografias
periapicais, devem ser incluídas nos registros solicitados para o diagnóstico e
planejamento de tratamento.
A posição ótima dos incisivos é considerada essencial por vários autores,
justificada em razão da função e estabilidade. Porém, algumas vezes, isso requer
uma extensa movimentação dos incisivos, sendo que as alterações causadas por
esses movimentos são estudadas apenas em animais. Contudo, em 1994,
Wehrbein, Fuhrmann e Diedrich realizaram um estudo, utilizando-se da maxila
removida durante a autópsia de uma jovem de 19 anos, que estava sendo tratada
com aparelhos fixos. Os dentes da porção anterior da maxila, incisivos centrais e
laterais foram avaliados macroscópica, radiográfica e histologicamente. Os
movimentos dentários executados foram divididos em dois tipos: os de inclinação
descontrolada, com movimento vestibular de coroa e o torque para lingual de coroa.
48
As alterações histológicas, induzidas pelo torque palatino das raízes, foram a
reabsorção radicular, com declive de apical para coronal, pronunciada aposição
óssea subperiostal (palatina), com protrusão parcial da cortical afilando para coronal.
Nenhuma perfuração óssea pode ser visualizada. A extensão e a localização de
reabsorções radiculares não foram verificadas nos exames de raios X da amostra.
Sarikaya et al., no ano de 2002, citam que, em casos ortodônticos com
biprotrusão maxilar, as exodontias de quatro pré-molares são frequentemente
utilizadas. Quando a área para a movimentação é limitada, forças excessivas podem
causar o contato do dente com a cortical óssea, levando a reabsorção da mesma e
exposição radicular. Lembram, ainda, que vários autores como De Angelis e
Vardimon sugeriram que a movimentação excessiva para lingual é capaz de
provocar perda óssea e consequente diminuição de suporte para os dentes
envolvidos. Dentro deste contexto, Serikaya et al. publicaram um estudo com o
objetivo de avaliar as mudanças que ocorriam no osso alveolar como resultado da
retração dos incisivos superiores e inferiores em pacientes com protrusão bimaxilar.
Investigaram, para isso, 19 pacientes com biprotrusão maxilar, mínimo apinhamento
e perfil convexo, para os quais as extrações tinham indicação. Foram obtidas
imagens cefalométricas laterais antes e depois do tratamento, panorâmica e
periapical completa, de cada paciente. Além disso, TCs da região dos incisivos
superiores e inferiores, com espessura de 1,5mm, também foram feitas antes e
depois das retrações (T1 e T2). Os cortes obedeceram os longos eixos dos incisivos
(FIGURA 2.11) e as medidas foram executadas ao lado do ponto mais distante da
raiz, no sentido vestíbulo-lingual, em três locais, separados por 3,0mm cada um,
totalizando 6 medidas, 3 vestibulares e 3 linguais (FIGURA. 2.12 A e B). Aparelhos
fixos e máxima ancoragem foram utilizados para a realização dos tratamentos. Os
49
resultados foram listados em seis tabelas, em que foi avaliada a média dos valores
medidos nos cefalogramas laterais para os dentes anteriores superiores e inferiores
antes e depois da retração, assim como a comparação da espessura das tábuas
ósseas vestibulares e linguais dos dentes superiores e inferiores, antes e depois das
retrações. Baseados nesses resultados, os autores concluíram que, quando os
incisivos superiores e inferiores são retraídos, os riscos de efeitos adversos estão
presentes.
Essas mudanças não são visíveis em cefalometrias ou por meio de
exames clínicos, porém são facilmente diagnosticados em TC (FIGURAS 2.13 e
2.14). As consequências, a longo prazo, dessa perda óssea alveolar e algumas
deiscências são desconhecidas. Nova formação de osso alveolar pode ser esperada
depois de alguns meses, mas os riscos devem ser discutidos com o paciente e muito
cuidado deve ser tomado durante a retração dos incisivos. Forças leves e aumento
de tempo entre as ativações, para permitir a adaptação do osso alveolar é
considerado vantajoso nesses casos.
Figura 2.11 – Ajuste do ângulo do gantry perpendicular ao longo eixo do incisivo.
50
Figura 2.12 A e B – Medida da espessura óssea e localização das medidas, antes e depois da retração.
Figura 2.13 A - Pré-tratamento; B - Pós retração: corte no arco superior em S1, C e D em S2, E e F em S3. Deiscências ósseas são claramente visíveis pós retração em todos os níveis.
B A
51
Figura 2.14. A - Pré-tratamento; B - Pós retração: corte no arco inferior em S1, C e D em S2, E e F em S3. Deiscências ósseas são claramente visíveis pós retração nos níveis S2 e S3 dos incisivos inferiores.
Martins et al. (2002) avaliaram as condições periodontais na face lingual
dos incisivos inferiores, em pacientes tratados ortodonticamente com extrações de
pré-molares, e comparou-as com as condições periodontais de pacientes tratados,
sem extrações, cinco anos após o término do tratamento ortodôntico corretivo. Os
pacientes selecionados foram tratados ortodonticamente com aparelhos fixos
straight-wire ou edgewise e não apresentavam ausências dentárias (exceto terceiros
molares), tratamento ou danos periodontais prévios, extrações atípicas, e tampouco
haviam se submetido à cirurgia ortognática. Para avaliar as condições periodontais
dos pacientes, foi utilizada uma sonda periodontal, diagnosticando a inflamação,
medida da crista óssea e a relação margem gengival/crista óssea. Os resultados
demonstraram que não houve diferenças entre os grupos tratados com e sem
extração, no que diz respeito ao índice de sangramento e recessão gengival por
52
lingual dos incisivos inferiores. O grupo tratado com extrações demonstrou maior
profundidade de sulco gengival e maior distância crista óssea alveolar/margem
gengival que o grupo tratado sem exodontia, apesar de a diferença ter-se mostrado
clinicamente insignificante. Desde que se considere a magnitude da força, a largura
da sínfise mandibular e a quantidade de retração ântero-inferior, a mecânica
ortodôntica corretiva com extração de quatro pré-molares não ocasiona iatrogenias
ao periodonto dos incisivos inferiores.
Garib et al., em 2006, apresentaram estudo em que avaliaram os efeitos
de dois tipos de aparelhos de disjunção rápida da maxila (Hass e Hirax), nas tábuas
ósseas vestibular, lingual e na altura da crista alveolar. A metodologia compreendeu
a utilização de oito pacientes, que foram submetidos a procedimento de disjunção e
acompanhados antes e depois do procedimento sob a ótica da tomografia
computadorizada. Os resultados demonstraram que a expansão rápida da maxila
causa efeitos de diminuição da espessura da tábua óssea vestibular e aumento na
espessura da tábua óssea lingual, existindo, contudo, diferença entre os aparelhos
de Hass, que causaram menor aumento, e os Hyrax. Os disjuntores promoveram
deiscências ósseas da face vestibular, principalmente naqueles pacientes cuja
espessura inicial da tábua óssea era pequena. Os resultados demonstraram, ainda,
uma maior diminuição no nível das cristas ósseas nos aparelhos dento-suportados.
Em 2009, com a intenção de investigar se alterações na posição
vestibulolingual dos incisivos inferiores em adolescentes podem predispor ao
desenvolvimento de recessões gengivais, Closs et al. avaliaram a recessão
gengival, antes e depois do tratamento ortodôntico, por meio de modelos de estudo
e em fotografias. A inclinação dos incisivos inferiores em relação ao plano
mandibular (IMPA) foi medida nos cefalogramas laterais pré e pós-tratamento, e os
53
casos foram divididos em pró-inclinados, retro-inclinados e inalterados. Os dados
coletados demonstraram que os incisivos de 107 pacientes (56,6%) foram movidos
para vestibular, os incisivos de 64 pacientes (33,9%) foram movidos para lingual,
enquanto 18 pacientes (9,5%) não apresentaram qualquer alteração na inclinação
dos dentes ântero-inferiores. Os casos foram então subdivididos em três grupos: (a)
ocorrência de recessão gengival, (b) migração coronal da margem gengival e (c)
posição inalterada da margem gengival. Nos casos em que ocorreu a recessão
gengival, 64,9% foram movidos para vestibular, 26,3% foram movidos para lingual e
8,8% não tiveram alterações de inclinação. No grupo dos pacientes que
apresentaram migração coronal da margem gengival, 60% foram movidos para
lingual, 30% foram movidos para vestibular e 10% não sofreram alteração na sua
inclinação. Nos casos em que a margem gengival não foi alterada, 54,9% foram
movidos para vestibular, 35,2% foram movidos para lingual e 9,8% não sofreram
alteração em suas inclinações. Os autores concluíram que os resultados indicam
não haver associação entre a inclinação dos incisivos inferiores e a recessão
gengival.
54
3 PROPOSIÇÃO
Este estudo tem por objetivo:
- Mensurar a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual dos dentes
superiores e inferiores.
- Comparar a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual em pacientes com
padrões faciais distintos.
- Comparar as medidas, objetivando estabelecer a relação de dimorfismo sexual.
- Comparar as medidas entre menores e maiores de 18 anos.
55
4 MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo com caráter retrospectivo utilizou os arquivos pertencentes à
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) de tomografias computadorizadas,
tomadas com finalidade de diagnóstico para tratamento ortodôntico submetido e
aprovado pelo comitê de ética sob protocolo n°13425090 (ANEXO).
Foram incluídos na amostra exames de tomografia computadorizada
abrangendo maxila e mandíbula, de pacientes entre 10 e 40 anos.
Foram excluídos da amostra pacientes que apresentaram:
• patologias ósseas (ex: cistos e tumores);
• ausências dentárias múltiplas ou totais;
• perdas ósseas decorrentes de doença periodontal;
• pacientes com anomalias craniofacias e
• pacientes com de laterognatismo.
4.1 Obtenção dos elementos de diagnóstico
Foi descrita, detalhadamente e passo a passo, uma proposta de
metodologia para avaliação quantitativa das tábuas ósseas vestibular e lingual dos
dentes superiores e inferiores. Os passos metodológicos foram adequados para o
tomógrafo I-Cat (www.imagingsciences.com) e para o programa Nemoscan -
NemoStudio NX Pro (Nemotec, Madrid, Espanha).
56
4.1.1 Obtenção das imagens
Antes da realização do exame, o tomógrafo foi ajustado para funcionar
segundo as seguintes especificações: 120,0 KvP, 8,0 mA, tempo de exposição de 20
segundos. Os pacientes foram orientados a permanecer sentados no aparelho, com
a cabeça posicionada com o plano de Frankfurt paralelo ao solo e plano sagital
mediano perpendicular ao solo (FIGURA 4.1).
Para englobar a região dentoalveolar da maxila e da mandíbula, assim
como os planos de referência utilizados nessa metodologia, o protocolo de aquisição
de imagem utilizado foi o exame da “face”, com extensão cefalocaudal de 13,0 cm,
ou “face extendida”, com 22,0 cm para pacientes com a face maior. A espessura do
voxel e portanto dos cortes axiais correspondeu a 0,4mm.
Figura 4.1 – Aparelho de tomografia computadorizada de feixe cônico i-Cat utilizada na realização deste trabalho.
57
As imagens da tomografia computadorizada cone beam foram adquiridas
em formato DICOM (Digital Imaging and Communication in Medicine). No formato
DICOM, as imagens adquiridas em quaisquer tomógrafos, independentemente do
processo de aquisição (single, multislice, feixe cônico) podem ser lidas em softwares
de imagens volumétricas. As imagens em formato DICOM originais apresentam uma
chave de segurança ou número associado, que impossibilita a sua modificação e
provê valor legal (FIGURA 4.2).
Figura 4.2 – Janela do programa Nemoscan, onde se visualiza cada um dos cortes axiais originais da tomada de tomografia computadorizada, para que sejam importados e manipulados no software.
Nome do(a) paciente
Número de identificação
58
4.1.2 Padronização do posicionamento das imagens
Após copiar o arquivo do exame para um computador convencional com o
software Nemoscan, padronizou-se a posição das imagens, antes de selecionar os
cortes para mensuração. A visualização dos cortes nas três dimensões do espaço
(cortes axiais, sagitais e coronais), como mostra a FIGURA 2, é denominado
reconstrução multiplanar. Nessa tela, foi possível realizar a seleção dos cortes, ou
seja, em qual profundidade ou qual estrutura se deseja visualizar, além de permitir a
rotação das imagens para que possamos coincidi-la com as linhas de referência,
conforme demonstrado nas Figuras 4.3, 4.4 e 4.5.
Figura 4.3 – Reconstrução multiplanar, mostrando as linhas de referência horizontal e vertical presentes nos três planos, axial, sagital e coronal.
Linhas de referência
59
FIGURA 4.4 – Após clicar no ícone “reformatação de volume”, notam-se, ainda, as duas linhas e os três planos de referência, porém, agora, com a possibilidade de girar as imagens para fazer coincidi-las com as estruturas anatômicas selecionadas.
.
FIGURA 4.5 – Rotação da imagem axial, fazendo-a coincidir a linha bi-espinhal com a linha de referência vertical. Note que, se houver erro no posicionamento da cabeça do paciente durante a tomada tomográfica, essa discrepância pode ser corrigida nessa fase.
As referências para padronizar a posição das imagens devem ser
escolhidas nos três planos. A referência escolhida para padronizar os planos axial e
sagital foi a linha bi-espinhal, fazendo-as coincidir com os planos vertical e
horizontal, respectivamente (FIGURAS 4.6 e 4.7). A referência adotada para
padronizar o plano coronal foi a linha entre os pontos infra-orbitários, denominado de
linha infra-orbitária (FIGURA 4.8), concluindo, assim, o posicionamento das imagens
nos três planos do espaço (FIGURA 4.9).
Linhas de referência
60
Figura 4.6 – Padronização do corte axial, fazendo coincidir a linha bi-espinhal com a linha de orientação vertical.
Figura 4.7 – Corte sagital, fazendo coincidir a linha bi-espinhal com a linha de orientação horizontal.
61
Figura 4.8 – Corte coronal, fazendo coincidir a linha infra-orbitária com a linha de orientação horizontal (em rosa).
Figura 4.9 – Vista final do posicionamento tridimensional das imagens do paciente.
62
4.1.3 Seleção das imagens para mensuração
Para a maxila, primeiramente, selecionou-se, dentre os cortes axiais
(FIGURA 4.10), o corte onde pudesse ser visualizada a junção amelocementária da
porção distovestibular do primeiro molar superior direito (FIGURA 4.11). A partir
desse corte axial, selecionaram-se dois cortes axiais, passando a 3,0mm e 6,0mm
apicalmente à junção amelocementária, respectivamente (FIGURAS 4.12 e 4.13).
Para mandíbula, selecionaram-se cortes axiais paralelos ao plano oclusal
funcional. Para tanto, procedeu-se ao reposicionamento da imagem da cabeça no
software, girando-a para trás na magnitude equivalente à correção do ângulo
formado entre o plano palatino (ENA – ENP) e o plano oclusal funcional (FIGURA
4.14). O plano oclusal refere-se a uma linha que passa pelo ponto de contato
interoclusal mais distal dos primeiros molares e pelo ponto médio da sobremordida
dos caninos. O ângulo PP.PO assume valores distintos para os diferentes tipos
faciais (hipodivergentes, mesodivergente e hiperdivergente) (CERVERA, CERVERA,
CERVERA, 1995). Após a mensuração desse ângulo, na imagem da telerradiografia
em norma lateral, reconstruída a partir da tomografia computadorizada de feixe
cônico (FIGURA 4.15), a imagem da cabeça deve ser reposicionada, no sentido
necessário, o equivalente ao valor de correção do ângulo PP.PO, de modo que o
plano oclusal funcional fique paralelo ao plano dos cortes axiais (FIGURA 4.16 A e
B). Executa-se, então, o corte axial, passando pela junção amelocementária da
porção distovestibular do primeiro molar inferior direito (FIGURA 4.17). Utilizando-se
desse corte como referência, selecionaram-se dois cortes axiais, passando a 4,0mm
e 8,0mm da junção amelocementária referida (FIGURAS 4.18 e 4.19).
64
Figura 4.11 – Corte superior, selecionado como referência, passando pela junção amelocementária da porção distovestibular do primeiro molar superior direito.
65
Figura 4.12 – Corte axial, passando a 3,0mm da junção amelocementária do primeiro molar superior direito.
66
Figura 4.13 – Corte axial, passando a 6,0mm da junção amelocementária do primeiro molar superior direito.
67
Figura 4.14 – Análise cefalométrica de Cervera, demostrando a divergência entre o plano palatino (ENA – ENP) e o plano oclusal funcional (linha que passa pelo ponto de contato interoclusal mais distal dos primeiros molares e pelo ponto médio da sobremordida dos caninos).
69
Figura 4.16 A – Posição inicial com o plano palatino coincidente com a linha de orientação horizontal e de onde foi extraído o cefalograma; B – após o reposicionamento da cabeça, corrigindo a posição do plano oclusal.
Figura 4.17 – Corte axial, passando pela junção amelocementária do primeiro molar inferior direito.
A B
70
Figura 4.18 – Corte axial, passando a 4,0mm da junção amelocementária do primeiro molar inferior direito.
Figura 4.19 – Corte axial, passando a 8,0mm da junção amelocementária do primeiro molar inferior direito.
71
4.1.4 Mensuração das imagens
As medidas foram realizadas por vestibular e lingual, pelo método digital,
utilizando-se, para isso, um computador HP Pavilion TX 2510, acoplado a uma TV
de plasma de 42” (LG) como monitor externo. A partir do corte axial selecionado,
executamos uma ampliação para facilitar a visualização do local desejado
(FIGURAS 4.20 A e B). As mensurações da tábua óssea vestibular são realizadas
em milímetros, a partir do limite vestibular do contorno radicular, até a porção mais
externa da cortical óssea, perpendicularmente ao contorno do arco dentário. A
mensuração da tábua óssea lingual estende-se do limite lingual do contorno
radicular até a superfície externa da tábua óssea lingual (FIGURA 4.21).
Figuras 4.20 A e 4.20 B – Imagem ampliada para facilitação da mensuração em A e com a medida já executada em B.
A B
72
Figura 4.21 – Medidas executadas no próprio programa, indicando o valor, em milímetros, da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Após a mensuração das espessuras ósseas, as imagens serão
transferidas para os programas Nemoceph, que possibilitará definir o padrão facial
do paciente, utilizando-se, para isso, dos parâmetros estabelecidos pela
cefalolometria tomográfica lateral (scout ou escanograma), que cria imagem
compatível a uma cefalometria radiográfica, como mostra a FIGURA 4.15 (FARMAN;
SCARFE, 2006).
O método empregado para definição do padrão facial será o índice VERT
de Ricketts (FIGURA 4.22). Essa análise nos permite determinar o tipo facial do
paciente, individualizando pela idade, por meio de grandezas que avaliam a
mandíbula, ou seja, Eixo Facial (EF); Profundidade Facial (PF); Plano Mandibular
(PM); Altura Facial Inferior (AFAI) e Arco Mandibular (AM).
73
O índice VERT é obtido pela média aritmética da diferença existente entre
a medida obtida do paciente e o normal para a idade, dividido pelo desvio padrão.
Colocaremos sinal (-) quando a tendência for para crescimento vertical; e sinal (+)
quando a tendência for para crescimento horizontal, como podemos observar na
FIGURA 4.23 (RICKETTS 1982).
Figura 4.22 – Análise cefalométrica de Ricketts. Podemos notar o traçado utilizado para se calcular o índice VERT.
74
Figura 4.23 – Os valores dos ângulos componentes do índice VERT e seu respectivo cálculo.
4.2 Erro do método
Previamente ao início da tomada de dados, foi desenvolvido um
treinamento destinado à calibração do examinador. A concordância intra-examinador
nas avaliações das tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC), foi
realizada duas vezes, em intervalo de, no mínimo, vinte dias, em cinco tomografias
distintas das selecionadas para a realização do estudo. Essa medida visou dar
confiabilidade à metodologia escolhida.
Para verificar o erro sistemático intra-examinador, foi utilizado o teste “t”
pareado. Na determinação do erro casual, utilizou-se o cálculo de erro proposto por
Dahlberg (HOUSTON, 1983).
nerro d
2
2∑=
onde, d = diferença entre 1a e 2a medições
n = número de repetições
75
Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste “t”
pareado, e do erro casual medido pela fórmula de Dahlberg estão mostrados nas
tabelas 5.1 a 5.4.
4.3 Análise estatística
Os dados foram descritos pela média, desvio padrão, valores mínimos e
máximos da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual de cada dente
permanente para cada um dos cortes axiais selecionados. Tais dimensões foram
comparadas levando-se em consideração o padrão facial, divididos em dois grupos,
segundo o índice VERT de Ricketts (MESO/BRAQUI E MESO/DÓLICO).
Comparações levando em consideração o gênero e a idade (menores de 18 anos e
com 18 anos ou mais) também foram realizadas, utilizando-se, para tanto, o teste “t”
de Student e adotado o nível de significância de 5% (p<0,05).
Todos os procedimentos estatísticos foram realizados no programa
Statistica for Windows v 5.1 (StatSoft Inc., Tulsa, USA).
76
5 RESULTADOS
5.1 Avaliação do erro metodológico
Nas tabelas 5.1 a 5.2, visualizam-se os valores dos erros sistemáticos e
casuais nas mensurações maxilares. As tabelas 5.3 e 5.4 expõem o erro do método
para as mensurações na mandíbula.
Tabela 5.1 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais maxilares, a 3,0mm da junção cemento-esmalte.
Erro sistemático Casual
1ª Medição 2ª Medição Dente Posição
média dp média dp t p
Dahlberg
V 0,97 0,67 0,99 0,70 0,386 0,719 0,05 11/21
L 5,76 3,32 5,84 3,44 0,713 0,515 0,17
V 0,88 0,80 0,87 0,80 0,946 0,398 0,01 12/22
L 3,68 2,27 3,74 2,49 0,347 0,746 0,23
V 0,52 0,97 0,51 0,94 0,353 0,742 0,02 13/23
L 1,99 1,81 2,21 1,99 1,756 0,154 0,23
V 0,51 0,39 0,49 0,50 0,333 0,756 0,09 14/24
L 1,75 1,71 1,82 1,77 1,809 0,145 0,07
V 1,50 1,27 1,55 1,29 1,080 0,341 0,09 15/25
L 1,24 1,00 1,26 1,10 0,345 0,747 0,08
MV 0,98 0,68 0,98 0,69 0,302 0,778 0,01
DV 1,42 1,05 1,46 1,08 1,487 0,211 0,06 16/26
L 1,03 0,84 0,95 0,77 2,316 0,081 0,07
77
Tabela 5.2 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais maxilares, a 6,0mm da junção cemento-esmalte.
Erro sistemático Casual
1ª Medição 2ª Medição Dente Posição
média dp média dp t p
Dahlberg
V 0,63 0,80 0,69 0,84 1,529 0,201 0,07 11/21
L 6,06 5,90 6,25 6,18 1,419 0,229 0,23
V 0,90 1,44 0,89 1,42 1,000 0,374 0,02 12/22
L 3,80 4,18 3,70 4,08 1,327 0,255 0,13
V 0,59 0,61 0,62 0,61 1,345 0,250 0,04 13/23
L 3,20 2,08 3,36 2,33 1,134 0,320 0,23
V 0,93 0,83 0,94 0,87 0,491 0,649 0,04 14/24
L 2,37 1,27 2,43 1,39 0,651 0,551 0,12
V 1,98 0,88 1,96 0,86 0,380 0,723 0,07 15/25
L 2,86 1,99 2,89 2,04 0,562 0,604 0,10
MV 1,41 0,30 1,49 0,31 3,095 0,036 0,06
DV 2,21 0,71 2,19 0,76 0,562 0,604 0,06 16/26
L 0,74 0,56 0,72 0,55 1,423 0,228 0,02
78
Tabela 5.3 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais mandibulares, a 4,0mm da junção cemento-esmalte.
Erro sistemático Casual
1ª Medição 2ª Medição Dente Posição
média dp média dp t p
Dahlberg
V 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 31/41
L 0,65 1,45 0,65 1,46 1,000 0,374 0,01
V 0,26 0,57 0,21 0,48 1,000 0,374 0,07 32/42
L 0,54 0,65 0,56 0,65 0,675 0,537 0,04
V 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 33/43
L 0,98 1,11 1,03 1,20 0,777 0,480 0,09
V 0,00 0,00 0,04 0,09 1,000 0,374 0,06 34/44
L 1,80 1,32 1,77 1,23 0,493 0,648 0,08
V 0,32 0,26 0,25 0,29 1,208 0,314 0,08 35/45
L 1,44 1,06 1,24 0,89 2,050 0,133 0,19
MV 0,83 0,62 0,73 0,53 2,294 0,084 0,10
DV 2,16 1,34 2,18 1,20 0,370 0,730 0,10
ML 1,51 0,58 1,60 0,62 1,118 0,326 0,12 36/46
DL 2,23 0,99 2,36 1,00 0,912 0,414 0,23
79
Tabela 5.4 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual dos cortes axiais mandibulares, a 8,0mm da junção cemento-esmalte.
Erro sistemático Casual
1ª Medição 2ª Medição Dente Posição
média dp média dp t p
Dahlberg
V 0,96 1,11 1,01 1,21 0,990 0,378 0,08 31/41
L 1,43 1,25 1,37 1,11 0,562 0,604 0,17
V 0,85 1,73 0,71 1,46 1,194 0,298 0,20 32/42
L 1,13 0,51 1,17 0,53 1,504 0,207 0,05
V 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 33/43
L 2,33 0,97 2,69 1,54 1,328 0,255 0,46
V 0,56 0,68 0,42 0,59 1,565 0,193 0,15 34/44
L 3,16 1,22 3,17 1,35 0,162 0,879 0,12
V 1,37 0,63 1,27 0,66 2,343 0,079 0,09 35/45
L 2,55 0,61 2,61 0,64 0,898 0,420 0,11
MV 1,96 1,06 1,91 1,07 0,808 0,464 0,10
DV 3,43 1,67 3,56 1,70 2,194 0,093 0,12
ML 2,90 0,39 2,99 0,29 1,679 0,169 0,10 36/46
DL 3,46 0,57 3,29 0,62 1,051 0,353 0,25
80
A amostra final ficou constituída por 30 pacientes, sendo 18 (60%) do
sexo feminino e 12 (40%) do sexo masculino. Dezenove (63%) pacientes
apresentavam padrão facial braqui / meso-braqui e 11 (37%) mostravam padrão
dólico / meso-dólico. Concernente à distribuição etária, 19 (63%) dos pacientes
apresentavam menos que 18 anos e 11 (37%) apresentavam 18 anos ou mais.
5.2 Análise da mensuração das espessuras das tábuas ósseas vestibular e lingual dos dentes superiores
A avaliação das tabelas 5.5 e 5.6 indicam a prevalência de maior
espessura da tábua óssea alveolar lingual em todos os dentes da região anterior,
sendo que, na região dos caninos, observa-se uma espessura reduzida das tábuas
ósseas, nos cortes de 3,0mm e 6,0mm. Já na região posterior foi encontrada, em
comparação com a região anterior, uma tábua óssea mais espessa na região
vestibular, principalmente a partir do segundo pré-molar. Entre todos os dentes
observados, aqueles que possuem menor quantidade de osso alveolar vestibular
são os caninos, enquanto que, por lingual, os primeiros molares são os dentes que
apresentam a menor quantidade de osso, tanto nos cortes com 3,0mm como em
cortes com 6,0mm. Por outro lado, a maior espessura da tábua óssea vestibular foi
observada na região da raiz disto-vestibular dos molares, e a maior espessura da
tábua óssea lingual foi observada na região dos incisivos superiores.
81
Tabela 5.5 – Média, desvio padrão, mínimo e máximo dos cortes em 3,0mm.
Dente Posição n média dp mín. máx.
V 30 0,46 0,48 0,00 1,64 11/21
L 30 2,99 1,76 0,00 6,84
V 29 0,47 0,51 0,00 1,75 12/22
L 29 2,62 1,43 0,00 5,90
V 27 0,24 0,25 0,00 0,76 13/23
L 27 1,60 0,99 0,00 3,86
V 30 0,48 0,34 0,00 1,10 14/24
L 30 1,38 0,83 0,00 3,28
V 29 1,35 0,66 0,00 2,66 15/25
L 29 1,57 1,03 0,00 3,67
MV 30 1,03 0,71 0,00 3,20
DV 30 1,50 0,83 0,00 3,16 16/26
L 30 0,80 0,42 0,00 1,49
82
Tabela 5.6 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo dos cortes em 6,0mm.
Dente Posição n média dp mín. máx.
V 30 0,73 0,60 0,00 2,88 11/21
L 30 5,18 2,55 1,66 10,81
V 29 0,63 0,68 0,00 3,11 12/22
L 29 4,07 1,87 0,00 8,01
V 27 0,33 0,34 0,00 1,13 13/23
L 27 2,76 1,28 0,89 6,00
V 30 0,40 0,42 0,00 1,40 14/24
L 30 2,47 1,17 0,72 5,12
V 29 1,39 0,64 0,00 2,80 15/25
L 29 2,88 1,44 0,66 5,77
MV 30 1,09 0,78 0,00 3,43
DV 30 1,92 0,70 0,14 3,48 16/26
L 30 1,13 0,48 0,15 1,96
83
5.3 Análise da mensuração das espessuras das tábuas ósseas vestibular e lingual dos dentes inferiores
Os dados apresentados nas tabelas 5.7 e 5.8 demonstram a presença de
maior espessura da tábua óssea lingual que da tábua óssea vestibular, em todos os
dentes do arco inferior, nos dois cortes selecionados. As regiões dos caninos
apresentaram a menor espessura de tábua vestibular do arco inferior, embora os
primeiros pré-molares também apresentem tábua óssea vestibular muito delgada.
Em contrapartida, os molares são os dentes com maior espessura óssea vestibular.
Adicionalmente, observou-se uma maior espessura óssea na região posterior que na
região anterior, tanto na porção vestibular como na lingual, notadamente a partir do
segundo pré-molar. A maior espessura de tábua óssea inferior, no corte de 4,0mm,
foi encontrada por lingual da raiz distal do primeiro molar. No corte de 8,0mm, a
maior espessura foi observada na porção lingual dos segundos pré-molares.
5.4 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e lingual nos diferentes padrões de crescimento facial avaliados
Avaliando as tabelas 5.9 e 5.10, observou-se que não houve diferença
estatisticamente significante para a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual
da maxila, entre os grupos de pacientes com padrões faciais braqui/braqui-meso e o
grupo com padrão dólico/meso-dólico.
84
Tabela 5.7 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo dos cortes em 4,0mm.
Dente Posição n média dp mín. máx.
V 30 0,20 0,45 0,00 2,17 31/41
L 30 0,79 0,92 0,00 4,03
V 30 0,14 0,32 0,00 1,30 32/42
L 30 1,02 0,79 0,00 3,12
V 29 0,06 0,18 0,00 0,80 33/43
L 29 1,36 1,22 0,00 4,32
V 30 0,10 0,18 0,00 0,62 34/44
L 30 2,06 1,62 0,00 6,20
V 28 0,45 0,65 0,00 2,97 35/45
L 28 2,07 1,18 0,00 4,56
MV 30 0,67 0,48 0,00 1,69
DV 30 1,77 1,03 0,00 5,16
ML 30 1,81 0,87 0,48 3,51 36/46
DL 30 2,41 0,74 1,21 4,25
85
Tabela 5.8 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo dos cortes em 8,0mm.
Dente Posição n média dp mín. máx.
V 29 0,53 0,67 0,00 1,96 31/41
L 29 1,81 1,37 0,00 5,35
V 29 0,27 0,51 0,00 1,84 32/42
L 29 1,75 1,12 0,00 3,74
V 29 0,11 0,22 0,00 0,94 33/43
L 29 2,14 1,24 0,00 4,65
V 30 0,35 0,48 0,00 1,53 34/44
L 30 3,48 1,57 0,68 6,71
V 28 1,07 0,79 0,00 2,84 35/45
L 28 3,79 1,34 1,61 6,25
MV 30 1,73 0,86 0,23 3,94
DV 30 3,62 1,31 2,06 7,50
ML 30 3,27 1,16 1,83 6,40 36/46
DL 30 3,42 1,14 1,77 6,23
86
Tabela 5.9 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da maxila, a 3,0mm da junção cemento-esmalte.
Braqui Dólico Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,41 0,39 0,00 1,27 0,56 0,61 0,00 1,64 0,419 11/21
L 3,07 2,06 0,00 6,84 2,85 1,15 1,55 5,48 0,754
V 0,42 0,37 0,00 1,18 0,55 0,70 0,00 1,75 0,537 12/22
L 2,92 1,60 0,00 5,90 2,12 0,96 0,44 3,14 0,145
V 0,23 0,24 0,00 0,76 0,25 0,29 0,00 0,65 0,805 13/23
L 1,53 1,05 0,00 3,86 1,72 0,92 0,31 2,81 0,650
V 0,43 0,36 0,00 1,10 0,58 0,30 0,00 1,04 0,244 14/24
L 1,39 0,91 0,23 3,28 1,36 0,72 0,00 2,07 0,906
V 1,19 0,69 0,00 2,43 1,60 0,54 0,91 2,66 0,105 15/25
L 1,59 1,16 0,00 3,67 1,54 0,84 0,39 2,84 0,908
MV 0,96 0,64 0,00 2,09 1,16 0,83 0,00 3,20 0,459
DV 1,50 0,86 0,00 3,16 1,50 0,83 0,00 2,64 0,996 16/26
L 0,81 0,45 0,00 1,37 0,79 0,37 0,24 1,49 0,903
87
Tabela 5.10 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da maxila, a 6,0mm da junção cemento-esmalte.
Braqui Dólico Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,82 0,67 0,00 2,88 0,57 0,42 0,00 1,45 0,267 11/21
L 5,52 2,85 1,66 10,81 4,60 1,91 1,86 8,46 0,351
V 0,57 0,50 0,00 1,48 0,74 0,93 0,00 3,11 0,507 12/22
L 4,48 2,04 0,00 8,01 3,41 1,38 1,24 5,30 0,138
V 0,31 0,38 0,00 1,13 0,35 0,28 0,00 0,92 0,797 13/23
L 2,87 1,43 0,89 6,00 2,57 1,04 1,40 3,82 0,569
V 0,42 0,45 0,00 1,40 0,35 0,38 0,00 1,11 0,677 14/24
L 2,60 1,33 1,09 5,12 2,25 0,85 0,72 3,59 0,441
V 1,41 0,59 0,00 2,80 1,36 0,74 0,41 2,53 0,819 15/25
L 3,06 1,68 0,66 5,77 2,59 0,94 0,88 3,69 0,405
MV 1,18 0,65 0,00 2,14 0,92 0,97 0,00 3,43 0,384
DV 1,89 0,82 0,14 3,48 1,98 0,46 1,46 2,89 0,741 16/26
L 1,18 0,49 0,15 1,96 1,04 0,46 0,52 1,78 0,449
88
As tabelas 5.11 e 5.12 mostram que, excetuando-se as medidas de
espessura na face vestibular dos molares, no corte de 4,0mm, que se mostraram
aumentadas nos pacientes braqui, não houve diferença estatisticamente significante
na espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual entre os diferentes padrões de
crescimento facial.
Tabela 5.11 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da mandíbula, a 4,0mm da junção cemento-esmalte.
Braqui Dólico Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,16 0,29 0,00 0,88 0,26 0,65 0,00 2,17 0,539 31/41
L 0,95 1,03 0,00 4,03 0,52 0,64 0,00 1,48 0,230
V 0,13 0,28 0,00 1,11 0,16 0,40 0,00 1,30 0,823 32/42
L 1,12 0,88 0,00 3,12 0,85 0,60 0,00 1,76 0,374
V 0,09 0,23 0,00 0,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,188 33/43
L 1,39 1,33 0,00 4,32 1,33 1,06 0,00 3,24 0,906
V 0,14 0,20 0,00 0,62 0,02 0,08 0,00 0,27 0,092 34/44
L 1,85 1,36 0,00 5,08 2,42 2,00 0,00 6,20 0,356
V 0,59 0,75 0,00 2,97 0,23 0,39 0,00 1,18 0,158 35/45
L 2,08 1,21 0,45 4,56 2,06 1,20 0,00 3,95 0,955
MV 0,80 0,52 0,00 1,69 0,45 0,31 0,00 1,04 0,049 *
DV 2,05 1,06 0,62 5,16 1,29 0,81 0,00 2,89 0,049 *
ML 1,85 0,97 0,48 3,51 1,73 0,70 0,64 2,89 0,731 36/46
DL 2,38 0,76 1,21 3,99 2,45 0,74 1,37 4,25 0,799
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
89
Tabela 5.12 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os padrões de crescimento facial, do corte axial da mandíbula, a 8,0mm da junção cemento-esmalte.
Braqui Dólico Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,55 0,62 0,00 1,92 0,49 0,80 0,00 1,96 0,833 31/41
L 1,94 1,44 0,00 5,35 1,56 1,23 0,00 3,43 0,482
V 0,30 0,49 0,00 1,65 0,22 0,58 0,00 1,84 0,672 32/42
L 1,87 1,19 0,00 3,74 1,52 0,97 0,00 3,32 0,435
V 0,11 0,25 0,00 0,94 0,10 0,18 0,00 0,47 0,933 33/43
L 2,13 1,39 0,00 4,65 2,17 1,00 1,15 3,98 0,936
V 0,41 0,48 0,00 1,53 0,25 0,47 0,00 1,46 0,363 34/44
L 3,35 1,55 0,68 6,71 3,70 1,65 1,65 6,15 0,562
V 1,22 0,81 0,00 2,84 0,83 0,73 0,00 2,23 0,204 35/45
L 3,87 1,43 1,61 6,25 3,66 1,26 1,62 5,31 0,691
MV 1,90 0,94 0,23 3,94 1,46 0,65 0,39 2,97 0,182
DV 3,89 1,38 2,06 7,50 3,14 1,10 2,06 5,10 0,136
ML 3,34 1,31 1,83 6,40 3,15 0,88 1,88 4,62 0,683 36/46
DL 3,51 1,18 1,77 6,23 3,26 1,10 1,79 5,40 0,577
90
5.5 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e lingual entre os sexos feminino e masculino
Não houve dimorfismo sexual, quando comparamos as espessuras das
tábuas ósseas maxilares, vestibular e lingual, nos dois cortes propostos. A exceção
foi observada para a face vestibular e lingual dos caninos, e na face lingual dos
primeiros pré-molares, onde foi constatada uma maior espessura óssea no sexo
feminino (Tabelas 5.13 e 5.14).
Para a mandíbula, foi constatada uma maior espessura da tábua óssea
vestibular dos dentes 31 e 35 no sexo masculino, no corte de 4,0mm. As demais
mensurações não apresentaram dimorfismo sexual (Tabelas 5.15 e 5.16).
91
Tabela 5.13 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da maxila, a 3,0mm da junção cemento esmalte.
Feminino Masculino Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,45 0,44 0,00 1,27 0,49 0,55 0,00 1,64 0,799 11/21
L 3,46 1,92 0,00 6,84 2,28 1,26 0,00 4,69 0,071
V 0,41 0,44 0,00 1,71 0,55 0,60 0,00 1,75 0,477 12/22
L 3,04 1,41 0,70 5,90 2,02 1,27 0,00 3,96 0,055
V 0,32 0,27 0,00 0,76 0,12 0,18 0,00 0,54 0,038 *13/23
L 1,92 0,99 0,25 3,86 1,14 0,82 0,00 2,60 0,041 *
V 0,45 0,33 0,00 1,10 0,53 0,36 0,00 1,04 0,504 14/24
L 1,68 0,82 0,23 3,28 0,92 0,65 0,00 2,08 0,012 *
V 1,37 0,49 0,39 2,23 1,31 0,87 0,00 2,66 0,815 15/25
L 1,81 0,99 0,18 3,36 1,23 1,03 0,00 3,67 0,140
MV 1,17 0,70 0,00 3,20 0,84 0,70 0,00 2,09 0,221
DV 1,70 0,76 0,00 3,16 1,21 0,88 0,00 2,30 0,116 16/26
L 0,90 0,41 0,00 1,49 0,66 0,40 0,00 1,31 0,127
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
92
Tabela 5.14 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da maxila, a 6,0mm da junção cemento esmalte.
Feminino Masculino Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. P
V 0,83 0,66 0,00 2,88 0,57 0,48 0,00 1,31 0,257 11/21
L 5,82 2,92 1,66 10,81 4,22 1,51 2,22 6,55 0,091
V 0,61 0,77 0,00 3,11 0,67 0,56 0,00 1,52 0,793 12/22
L 4,37 1,98 0,00 8,01 3,65 1,68 1,24 6,87 0,315
V 0,30 0,25 0,00 0,84 0,36 0,45 0,00 1,13 0,702 13/23
L 3,16 1,40 1,21 6,00 2,19 0,84 0,89 3,22 0,052
V 0,35 0,36 0,00 1,40 0,47 0,50 0,00 1,34 0,450 14/24
L 2,78 1,27 1,24 5,12 2,01 0,87 0,72 3,59 0,079
V 1,25 0,64 0,00 2,80 1,59 0,60 0,65 2,53 0,157 15/25
L 3,29 1,34 0,88 5,77 2,29 1,42 0,66 5,76 0,064
MV 1,24 0,86 0,00 3,43 0,85 0,60 0,00 1,59 0,189
DV 2,05 0,70 1,06 3,48 1,73 0,69 0,14 2,38 0,234 16/26
L 1,16 0,48 0,51 1,96 1,08 0,48 0,15 1,78 0,633
93
Tabela 5.15 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da mandíbula, a 4,0mm da junção cemento esmalte.
Feminino Masculino Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. P
V 0,04 0,10 0,00 0,34 0,43 0,64 0,00 2,17 0,015 *31/41
L 0,85 1,08 0,00 4,03 0,70 0,66 0,00 1,93 0,662
V 0,06 0,15 0,00 0,56 0,27 0,47 0,00 1,30 0,083 32/42
L 1,10 0,72 0,00 2,73 0,90 0,90 0,00 3,12 0,506
V 0,05 0,15 0,00 0,50 0,07 0,23 0,00 0,80 0,830 33/43
L 1,36 1,17 0,00 4,26 1,37 1,34 0,00 4,32 0,986
V 0,06 0,15 0,00 0,58 0,15 0,21 0,00 0,62 0,180 34/44
L 2,12 1,52 0,39 6,20 1,97 1,82 0,00 5,22 0,809
V 0,18 0,26 0,00 0,97 0,81 0,83 0,00 2,97 0,007 *35/45
L 2,19 1,08 0,92 4,55 1,92 1,34 0,00 4,56 0,554
MV 0,62 0,44 0,00 1,49 0,76 0,53 0,00 1,69 0,433
DV 1,78 1,25 0,00 5,16 1,76 0,60 0,97 2,88 0,961
ML 1,86 0,80 0,71 3,51 1,73 0,99 0,48 3,47 0,692 36/46
DL 2,38 0,68 1,73 4,25 2,45 0,86 1,21 3,99 0,821
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
94
Tabela 5.16 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre os sexos Feminino e Masculino no corte axial da mandíbula a 8,0mm da junção cemento esmalte
Feminino Masculino Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,46 0,66 0,00 1,96 0,64 0,71 0,00 1,92 0,480 31/41
L 2,03 1,46 0,00 5,35 1,45 1,17 0,00 3,22 0,279
V 0,28 0,52 0,00 1,84 0,27 0,52 0,00 1,65 0,972 32/42
L 1,87 1,11 0,00 3,74 1,56 1,15 0,00 3,23 0,480
V 0,04 0,10 0,00 0,29 0,19 0,31 0,00 0,94 0,078 33/43
L 2,10 1,20 0,34 4,33 2,21 1,33 0,00 4,65 0,815
V 0,26 0,42 0,00 1,46 0,49 0,54 0,00 1,53 0,200 34/44
L 3,32 1,40 0,80 6,15 3,72 1,83 0,68 6,71 0,500
V 0,82 0,61 0,00 1,81 1,40 0,91 0,00 2,84 0,054 35/45
L 3,78 1,22 1,61 5,76 3,80 1,55 1,62 6,25 0,969
MV 1,72 1,02 0,23 3,94 1,76 0,58 0,75 2,83 0,904
DV 3,51 1,55 2,06 7,50 3,78 0,87 2,07 5,43 0,584
ML 3,14 1,04 2,06 6,40 3,46 1,35 1,83 5,78 0,472 36/46
DL 3,22 0,93 1,77 5,40 3,72 1,39 1,79 6,23 0,242
95
5.6 Comparação das espessuras das tábuas ósseas vestibular e
lingual entre jovens e adultos
Quando foi realizada a comparação entre as faixas etárias, os resultados
demonstraram que a maioria das medidas não apresentaram diferenças
estatisticamente significantes, apenas uma menor espessura óssea na face lingual
dos incisivos e segundos pré-molares superiores nos cortes de 3,0mm, em
pacientes com 18 anos ou mais. A mesma situação foi encontrada na face lingual
dos primeiros e segundos pré-molares para os cortes de 6,0mm.
Para a mandíbula, somente foi observada uma diferença estatisticamente
significante na região da raiz disto-vestibular do primeiro molar, que se apresentava
menor nos pacientes com 18 anos ou mais, nos cortes em 4,0mm. Nos adultos, foi
observada uma reduzida tábua óssea lingual na raiz distal, nos cortes de 8,0mm.
Todas as outras medidas não apresentaram diferenças estatisticamente
significantes.
96
Tabela 5.17 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da maxila, a 3,0mm da junção cemento-esmalte.
< 18 anos 18 anos ou + Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,36 0,43 0,00 1,27 0,64 0,52 0,00 1,64 0,132 11/21
L 3,55 1,79 0,00 6,84 2,02 1,26 0,00 4,82 0,020 *
V 0,37 0,48 0,00 1,71 0,64 0,53 0,00 1,75 0,174 12/22
L 2,82 1,16 0,44 5,75 2,28 1,79 0,00 5,90 0,330
V 0,24 0,28 0,00 0,76 0,24 0,22 0,00 0,55 0,964 13/23
L 1,78 0,98 0,25 3,86 1,34 0,98 0,00 3,03 0,254
V 0,51 0,32 0,00 0,96 0,44 0,39 0,00 1,10 0,607 14/24
L 1,59 0,84 0,00 3,28 1,03 0,72 0,23 2,80 0,076
V 1,35 0,66 0,32 2,66 1,33 0,69 0,00 2,42 0,933 15/25
L 1,86 0,93 0,18 3,67 1,09 1,05 0,00 3,36 0,049 *
MV 1,11 0,71 0,00 3,20 0,91 0,71 0,00 1,94 0,474
DV 1,53 0,81 0,00 3,16 1,45 0,92 0,00 2,64 0,802 16/26
L 0,87 0,43 0,00 1,49 0,69 0,39 0,24 1,33 0,250
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
97
Tabela 5.18 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da maxila, a 6,0mm da junção cemento esmalte.
< 18 anos 18 anos ou + Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,84 0,63 0,00 2,88 0,52 0,50 0,00 1,27 0,162 11/21
L 5,86 2,71 1,66 10,81 4,01 1,79 1,86 7,08 0,053
V 0,77 0,77 0,00 3,11 0,42 0,48 0,00 1,21 0,190 12/22
L 4,59 1,73 1,24 8,01 3,23 1,84 0,00 5,79 0,057
V 0,28 0,28 0,00 0,84 0,40 0,41 0,00 1,13 0,367 13/23
L 2,87 1,45 1,21 6,00 2,61 1,03 0,89 4,74 0,619
V 0,43 0,42 0,00 1,40 0,34 0,42 0,00 1,34 0,598 14/24
L 2,80 1,27 0,72 5,12 1,90 0,73 1,09 3,68 0,039 *
V 1,31 0,74 0,00 2,80 1,53 0,43 0,81 2,41 0,385 15/25
L 3,31 1,29 1,30 5,76 2,18 1,45 0,66 5,77 0,037 *
MV 1,12 0,88 0,00 3,43 1,03 0,59 0,00 2,14 0,756
DV 2,01 0,67 0,96 3,48 1,77 0,77 0,14 2,89 0,373 16/26
L 1,21 0,44 0,59 1,96 0,98 0,53 0,15 1,81 0,208
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
98
Tabela 5.19 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da mandíbula, a 4,0mm da junção cemento-esmalte.
< 18 anos 18 anos ou + Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,09 0,22 0,00 0,88 0,38 0,66 0,00 2,17 0,095 31/41
L 0,81 1,07 0,00 4,03 0,75 0,63 0,00 1,93 0,855
V 0,06 0,16 0,00 0,56 0,27 0,48 0,00 1,30 0,090 32/42
L 0,97 0,73 0,00 2,73 1,11 0,91 0,00 3,12 0,662
V 0,05 0,14 0,00 0,50 0,07 0,24 0,00 0,80 0,737 33/43
L 1,27 1,06 0,00 4,26 1,51 1,48 0,00 4,32 0,614
V 0,08 0,15 0,00 0,58 0,13 0,21 0,00 0,62 0,469 34/44
L 1,93 1,43 0,00 5,22 2,28 1,96 0,00 6,20 0,584
V 0,33 0,41 0,00 1,18 0,64 0,90 0,00 2,97 0,230 35/45
L 2,05 1,10 0,00 4,55 2,11 1,36 0,45 4,56 0,908
MV 0,72 0,36 0,08 1,49 0,59 0,64 0,00 1,69 0,479
DV 2,09 1,11 0,71 5,16 1,23 0,60 0,00 2,26 0,024 *
ML 1,84 0,91 0,48 3,51 1,74 0,84 0,73 3,47 0,766 36/46
DL 2,39 0,78 1,21 4,25 2,44 0,70 1,52 3,99 0,858
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
99
Tabela 5.20 – Média, desvio padrão, mínimo, máximo e comparação entre jovens e adultos no corte axial da mandíbula, a 8,0mm da junção cemento-esmalte.
< 18 anos 18 anos ou + Dente Posição
média dp mín. máx. média dp mín. máx. p
V 0,49 0,67 0,00 1,96 0,61 0,71 0,00 1,92 0,658 31/41
L 1,76 1,45 0,00 5,35 1,91 1,26 0,00 3,43 0,786
V 0,29 0,50 0,00 1,84 0,24 0,55 0,00 1,65 0,804 32/42
L 1,63 1,02 0,00 3,74 1,98 1,31 0,00 3,32 0,427
V 0,07 0,14 0,00 0,47 0,17 0,31 0,00 0,94 0,253 33/43
L 1,94 0,96 0,34 4,06 2,47 1,59 0,00 4,65 0,272
V 0,27 0,40 0,00 1,46 0,48 0,58 0,00 1,53 0,253 34/44
L 3,28 1,18 1,12 5,93 3,82 2,09 0,68 6,71 0,373
V 0,95 0,63 0,00 1,81 1,26 0,99 0,00 2,84 0,323 35/45
L 3,53 1,18 1,61 5,76 4,19 1,54 1,80 6,25 0,209
MV 1,91 0,92 0,23 3,94 1,44 0,68 0,39 2,40 0,158
DV 3,97 1,45 2,07 7,50 3,01 0,74 2,06 3,99 0,052
ML 3,11 1,08 1,88 6,40 3,55 1,29 1,83 5,78 0,318 36/46
DL 3,08 0,94 1,77 5,40 4,00 1,26 2,34 6,23 0,030 ** - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
100
6 DISCUSSÃO
A existência de um custo biológico nos tratamentos ortodônticos tem sido
objeto de constantes estudos (TURPIN, 1994), sendo que vários aspectos podem
ser questionados quando esse assunto é abordado. Dentre eles, as forças utilizadas
durante a movimentação ortodôntica e sua capacidade de comprometer o periodonto
de suporte, as implicações que os vários tipos de movimentação são capazes de
provocar no periodonto (ZACHRISSON; ALNAES, 1974), e de qual seria a limitação
do movimento ortodôntico, em função da quantidade de osso alveolar de cada
paciente e se este pode sofrer influência de acordo com o tipo facial do paciente
(RYGH et al., 1986; TANNE; SAKUDA; BURSTONE, 1987; BOYD et al., 1989;
NEWMAN; GOLDMAN; NEWMAN, 1994; ONG; WANG; SMITH, 2005).
A seguir, serão discutidos o método de estudo, o erro metodológico, e os
resultados referentes às mensurações das tábuas ósseas vestibular e lingual dos
ossos maxilar e mandibular realizados, da sua relação com o padrão facial, com o
gênero e com a faixa etária.
6.1 O método de estudo
A avaliação por imagens é fator importante, no que diz respeito ao
diagnóstico do problema odontológico. Por conseguinte, um método de imagem
eficiente é capaz de fornecer um prognóstico mais realista. Desde o advento da
tomografia, no ano de 1973, que mostra a imagem representando uma secção ou
“fatia” do corpo sem qualquer sobreposição, que esse importante método
complementar tem sido a primeira opção de vários profissionais, como principal
forma de captação de imagens, a fim de melhorar seus métodos de diagnóstico
(WHAITES, 2003; GOMES et al., 2004; SUKOVIC, 2004; SWENNEN; SCHUTYSER,
2006).
101
Entretanto, a qualidade dessa imagem está diretamente relacionada à
forma de captação exercida pelo aparelho tomográfico. Desse modo, quando se
desejam imagens muito precisas de pequenas regiões como a face, ajusta-se o
aparelho para adquirir cortes de 1,0mm de espessura, por exemplo, e assim o voxel
das imagens resultantes corresponderá a 1,0mm. Diferentemente, quando se
escaneiam regiões maiores do corpo, como o abdômen, as fatias, e portanto o voxel,
devem ser mais espessas, com inevitável perda da qualidade da imagem. O padrão
de imagens obtidas segue uma norma mundial denominada DICOM, gerada desde
tomógrafos convencionais até tomógrafos computadorizados de feixe cônico
(MOZZO et al., 1988; KAU et al., 2005; GARIB et al., 2007; CAVALCANTI, 2008).
Para realizar essa pesquisa, foi necessário englobar a região
dentoalveolar da maxila e da mandíbula, assim como todos os planos de referência
craniais utilizados nessa metodologia, o protocolo de aquisição de imagem utilizado
foi o exame da “face” com extensão cefalocaudal de 13,0cm, ou “face estendida”
com 22,0cm para pacientes com a face maior. A espessura do voxel e, portanto, dos
cortes axiais, correspondeu a 0,4mm, o que propiciou boa nitidez das imagens, além
de ser acurada e precisa, conforme demonstra estudo realizado por Damstra et al.,
em 2010, em que compararam a acurácia e a precisão entre dois escaneamentos
com espessuras de 0,25mm e 0,40mm e não constataram diferenças
estatisticamente significantes entre as imagens, além de registrar um forte aumento
do tempo de exposição do paciente a radiação quando realizado com espessura de
0,25mm.
Embora a tomografia computadorizada convencional represente o padrão
ouro para inspecionar as raízes e tecido ósseo adjacentes, a de feixe cônico possui
uma excelente relação entre o tempo de exposição a radiação e a qualidade das
102
imagens, com boa nitidez, baixo contraste entre tecido duro e mole e de boa
acurácia. Além disso, também não produzem grande quantidade de artefatos
quando da presença de estruturas metálicas (HOLBERG et al., 2005; GARIB et al.,
2007).
Há grande preocupação por partes dos autores, no que concerne a
quantidade de radiação utilizada, durante a realização do exame tomográfico. Em
comparação com as radiografias convencionais, as tomografias apresentam maior
dose efetiva de radiação. Porém, quando comparadas à tomografia
computadorizada de feixe cônico, essa dose é consideravelmente menor.
Geralmente, a TCFC produz de 8 a 10 vezes menos radiação do que a TC, usando
o protocolo padrão, e, se formos compará-la à radiografia panorâmica, a TCFC
apresenta um risco aumentado de três a sete vezes, dependendo ainda da área
avaliada. Portanto, a absorção de radiação com a TCFC pode ser considerada
baixa, como atestam Hashimoto et al., em 2003, e Tsiklakis et al., em 2005.
Estudos determinaram que as maiores doses de radiação ocorreram
durante os exames de TC, as menores foram observadas com radiografia
convencional e que a TCFC aparece com doses entre duas a três vezes maiores
que estas. Pode-se observar, ainda, que outros estudos procuraram quantificar essa
diminuição, com relatos de uma diminuição de quinze vezes a quantidade de
radiação liberada pela tomografia computadorizada de feixe cônico, quando
comparada com a tomografia convencional (SCHULZE et al., 2004; GARIB et al.,
2007).
Portanto, com base na literatura pesquisada, selecionamos, para a
realização desse estudo, um tomógrafo ajustado para funcionar segundo as
seguintes especificações: 120,0 KvP, 8,0 mA, tempo de exposição de 20 segundos.
103
A aplicabilidade da tomografia na odontologia tem sido descrita por vários
autores. No diagnóstico e prognóstico de reabsorção de incisivos por caninos
ectópicos, que, por possuírem difícil diagnóstico em radiografias, principalmente
quando localizadas por vestibular ou lingual, torna conveniente, para o aumento da
precisão do diagnóstico, a utilização de TC. Essa acurácia na determinação da
posição dos caninos evidenciou um aumento de 50% dos casos diagnosticados
positivamente quando comparados a radiografias (ERICSON; KUROL, 2000). Já
para cirurgia oral, esse padrão de imagem mostra extrema eficiência, pois possibilita
melhor interpretação e localização dos elementos dentários e das lesões em relação
às estruturas circunvizinhas (NAKAGAWA et al., 2002; GADELHA et al., 2007).
Outra aplicação pode ser encontrada no planejamento de implantes por
meio da possibilidade de mensuração da espessura óssea e visualização de
estruturas nobres, na distância interradicular em locais para instalação de
microimplantes para ancoragem ortodôntica, no planejamento e avaliação de
cirurgias ortognáticas, na avaliação de assimetrias faciais e até mesmo para
avaliação da forma, deslocamento, crescimento anômalo e a reabsorção de côndilos
mandibulares, nas sobreposições tomográficas para avaliação do crescimento
craniofacial, nas mudanças decorrentes de um tratamento ortodôntico e na avaliação
da estabilidade nas cirurgias ortognáticas, dos tratamentos ortodônticos, (GADELHA
et al., 2007; SILVA et al., 2008; VALIATHAN; DHAR; VERMA, 2008) e, até mesmo,
na avaliação da quantidade de expansão obtida após o procedimento de expansão
rápida da maxila e seus efeitos pós-tratamento, em nível de sutura palatina e
processo pterigóide (LIONE et al., 2008).
Com a finalidade de avaliar a relação entre tratamento ortodôntico e
saúde periodontal, vários estudos foram realizados, utilizando-se das mais variadas
104
metodologias, como, por exemplo: avaliação em modelos (SADOWSKY; BEGOLE,
1981); radiografias periapicais antes, durante e após o tratamento ortodôntico
(ARTUN; URBYE, 1988); utilizando-se da maxila removida, durante a autópsia de
uma jovem de 19 anos, que estava sendo tratada com aparelhos fixos (WEHRBEIN;
FUHRMANN; DIEDRICH, 1994); encontramos estudos avaliando cadáveres, em que
Katranji, Misch e Wang, em 2007, buscaram comparar a espessura óssea em
pacientes dentados e desdentados, a fim de correlacionar suas medidas; outros
avaliando as condições periodontais dos pacientes, por meio de uma sonda
periodontal, diagnosticando a inflamação, medida da crista óssea e a relação
margem gengival/crista óssea (MARTINS et al., 2002); observando a recessão
gengival, antes e depois do tratamento ortodôntico, por meio de modelos de estudo
e em fotografias, promovendo a mensuração da inclinação dos incisivos inferiores
em relação ao plano mandibular (IMPA), em cefalogramas laterais pré e pós-
tratamento (CLOSS et al., 2009); em animais, avaliando as alterações do periodonto
marginal, em função das movimentações feitas nos incisivos (STEINER; PEARSON;
AINAMO, 1981); utilizando-se de imagens cefalométricas laterais, antes e depois do
tratamento, associadas a radiografias panorâmicas e periapicais completas, de cada
paciente, além de TC da região dos incisivos superiores e inferiores, com espessura
de 1,5mm feitas, antes e depois das retrações (T1 e T2), com cortes que
obedeceram os longos eixos dos incisivos (SARIKAYA et al., 2002); avaliando os
efeitos de dois tipos de aparelhos de disjunção rápida da maxila (Hass e Hirax), nas
tábuas ósseas vestibular, lingual e na altura da crista alveolar, sendo que a
metodologia compreendeu, ainda, a utilização de oito pacientes que foram
submetidos a procedimento de disjunção e acompanhados antes e depois do
procedimento, sob a ótica da tomografia computadorizada (GARIB et al., 2006).
105
Excetuando-se os dois últimos, os autores afirmam não existir nenhum
problema periodontal que pudesse estar associado ao tratamento ortodôntico na
adolescência e que esse não pode ser considerado determinante na saúde
periodontal, encontrada no futuro, e que nenhuma associação foi encontrada entre a
perda óssea inicial e a perda óssea durante o tratamento ortodôntico. Contudo,
Serikaya et al. (2002), concluíram que, quando os incisivos superiores e inferiores
são retraídos, os riscos de efeitos adversos estão presentes, sendo que essas
mudanças não são visíveis em cefalometrias ou por meio de exames clínicos.
Todavia, são facilmente diagnosticados em TC. As consequências, em longo prazo,
dessa perda óssea alveolar e algumas deiscências são desconhecidas. Nova
formação de osso alveolar pode ser esperada, depois de alguns meses, mas os
riscos devem ser discutidos com os pacientes, e muito cuidado deve ser tomado
durante a retração dos incisivos (ENGELKING; ZACHRISSON, 1982; THILANDER et
al., 1983).
Garib et al. (2006) afirmaram que, baseados em imagens tomográficas,
mecânicas ortopédicas, como os disjuntores, promoveram deiscências ósseas da
face vestibular, principalmente naqueles pacientes cuja espessura inicial da tábua
óssea era pequena.
Dessa forma, podemos avaliar vários aspectos importantes, por meio das
tomografias, com acurácia e precisão muito maior do que aqueles conseguidos
normalmente com as imagens radiográficas. Contudo, sob um aspecto da avaliação
da espessura da tábua óssea alveolar, a tomografia se mostra única, dada a
impossibilidade de visualização desta por meio das radiografias.
Estudos avaliando comparativamente a espessura das tábuas ósseas
antes e após tratamentos ortodônticos foram realizados por diversos autores. Garcia
106
et al., em 2005, usaram o método radiográfico, por meio de telerradiografias, e
concluíram que os pacientes com tendência ao crescimento vertical apresentaram
uma dimensão reduzida de osso lingual da maxila e osso vestibular da mandíbula.
Observaram, ainda, não haver associação com o gênero, além de relação de
independência entre a espessura do processo alveolar da região anterior da maxila
e mandíbula com as idades dos pacientes. Porém, vale ressaltar que essas
avaliações puderam ser feitas apenas nos incisivos e, ainda que as diferenças entre
as mensurações realizadas por meio de telerradiografias e tomografias não sejam
estatisticamente significantes (JORGE, 2009), a metodologia empregada não
possibilita a mensuração nas regiões laterais da face.
Para uma avaliação mais abrangente, exames tomográficos com a
finalidade de investigar as deiscências ou fenestrações ósseas, reabsorção radicular
e remodelação óssea durante e após o tratamento ortodôntico estão indicados,
assim como para avaliar o efeito da movimentação dentária de corpo no osso
alveolar (GARIB, 2006). Os dados encontrados nessas investigações supõem que,
em pacientes adultos, os riscos estão associados à morfologia e/ou topografia, como
podemos citar a desproporção entre largura do dente e do processo alveolar,
posição excêntrica do elemento dental, seio maxilar profundo ou avançada perda
óssea. Uma sínfise pequena, com redução da largura mésio-distal, apinhamento
anterior ou cortical óssea delgada predispõe a deiscências que somente foram
observadas na tábua óssea vestibular (FUHRMANN, 2002; GÜNDÜS et al., 2004), o
que vem corroborar com nossos resultados, que apontam uma menor espessura nas
tábuas ósseas vestibular, principalmente na região anterior inferior.
Destarte, parece lícito afirmar que os efeitos periodontais do tratamento
ortodôntico podem ser mais ou menos importantes, de acordo com o tipo de
107
estrutura óssea apresentada pelo paciente. Estudo realizado por Tsunori; Mashita e
Kasai, em 1998, utilizando imagens tomográficas, avaliou essa relação,
demonstrando que existe uma significante e complexa ligação entre os fatores
avaliados e as características mandibulares. Dentro dos padrões faciais analisados,
sugeriram, também, que o osso vestibular dos pacientes de face curta é menos
espesso do que os de face longa, e que isso ocorre em função da maior inclinação
para lingual dos dentes posteriores, criando uma vestibularização da raiz. Porém, o
local de avaliação (FIGURA 6.1) foi distinto do avaliado neste trabalho (FIGURA
6.2). Todavia, os resultados apontam conformidade com os dados apresentados na
TABELA 5.7.
Figura 6.1 – Locais de mensuração da espessura das corticais ósseas em estudo realizado pos Tsunori; Mashita e Kasai, em 1998. Podemos observar que as mensurações das tábuas ósseas foram feitas abaixo do ápice radicular.
108
Figura 6.2 – Linha horizontal definindo um dos locais de mensuração da tábua óssea alveolar dos primeiros molares inferiores em um corte coronal.
Os estudos encontrados na literatura avaliam, de modo geral, a
espessura da cortical óssea para várias finalidades. A informação sobre a espessura
cortical do osso em várias regiões da maxila e da mandíbula ainda são escassas.
Nesse contexto, encontramos vários autores empenhados em determinar essas
medidas, com diferentes propósitos. Os valores obtidos por Katranji, Misch e Wang,
em 2007, concluíram que a espessura cortical média das tábuas ósseas vestibulares
variou de 1.0 a 2.1 milímetros, na maxila e na mandíbula desdentada, com a área
mais delgada na região anterior da maxila e a área a mais espessa na porção
posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das maxilas e mandíbulas dentadas
variou de 1.6 a 2.2 milímetros na espessura, com a área mais delgada na região
anterior da mandíbula e a área mais espessa na região posterior da maxila. Para Hu
et al. (2009), a espessura óssea, tanto na maxila como na mandíbula, no sentido
vestíbulo-lingual, aumenta da região anterior para a posterior e de cervical para
apical.
109
Em relação à espessura da cortical alveolar maxilar, os resultados
apontam para situação semelhante ao das tábuas ósseas vestibular e lingual, ou
seja, uma menor espessura na região posterior do que na anterior. Porém, quando
caminhamos para cervical, na região palatina, encontramos um aumento na
espessura, o que não acontece na região vestibular. Na mandíbula, encontramos um
aumento da cortical óssea da região anterior para posterior e da cervical para apical.
Conclui-se, portanto, que os estudos, acima citados, são concordantes com os
resultados obtidos em nosso estudo, que demonstram na região posterior da maxila
ser encontrada, em comparação com a região anterior, uma tábua óssea mais
espessa na região vestibular, principalmente a partir do segundo pré-molar,
enquanto que os valores encontrados por palatino indicam a prevalência de maior
espessura da tábua óssea alveolar palatina em todos os dentes da região anterior.
Já para a região mandibular, notamos a presença de maior espessura da tábua
óssea lingual do que da tábua óssea vestibular, em todos os dentes desse arco.
Observou-se, ainda, uma maior espessura óssea na região posterior que na região
anterior, tanto na porção vestibular como na lingual, notadamente a partir do
segundo pré-molar.
6.2 Avaliação do erro metodológico
Neste estudo, foi realizada uma pesquisa correlacional, em que se
procurou não influenciar nenhuma variável, mas apenas executar as medidas e
procurar por relações (correlações) entre elas, utilizando-se, para isso, de variáveis
dependentes. As variáveis diferem em "quão bem" elas possam ser medidas, isto é,
em quanta informação seu nível de mensuração pode prover. Há, obviamente,
algum erro em cada medida, o que determina o "montante de informação" que se
110
pode obter, mas, basicamente, o fator que determina a quantidade de informação
que uma variável pode prover é o seu tipo de nível de mensuração. Sob essa ótica,
foi utilizada a variável intervalar.
Dessa forma, para determinar o erro sistemático, que é a tendência de
desvios constantemente para uma determinada direção, calculou-se a significância
desse tipo de erro, comparando-se as duas medições realizadas nas imagens
tomográficas, por meio da aplicação do teste “t” pareado (HOUSTON,1983).
Como podemos visualizar nas tabelas 5.1 a 5.4, não houve erro
estatisticamente significante para as mensurações das tábuas ósseas vestibular e
lingual, nos cortes axiais, nos quatro níveis adotados.
O segundo tipo de erro calculado diz respeito à confiabilidade e relaciona-
se à "representatividade" do resultado encontrado em uma amostra específica de
toda a população. Em outras palavras, diz quão provável será encontrar uma relação
similar, se o experimento fosse feito com outras amostras, retiradas da mesma
população, lembrando que o maior interesse está na população. O interesse na
amostra reside na informação de que ela pode prover sobre a população. Então, a
confiabilidade de uma relação observada entre variáveis na amostra pode ser
estimada quantitativamente e representada usando uma medida padrão (chamada
tecnicamente de nível-p ou nível de significância estatística).
Essa medida possui algumas particularidades A significância estatística
de um resultado é uma medida estimada do grau em que esse resultado é
"verdadeiro" (no sentido de que seja realmente o que ocorre na população, ou seja,
no sentido de "representatividade da população"). Mais tecnicamente, o valor do
nível-p representa um índice decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto
mais alto o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada entre as
111
variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre as respectivas
variáveis na população. Especificamente, o nível-p representa a probabilidade de
erro, envolvida em aceitar o resultado observado como válido, isto é, como
"representativo da população". Por exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há
5% de probabilidade de que a relação entre as variáveis, encontrada na amostra,
seja um "acaso feliz". Em outras palavras, assumindo que não haja relação entre
aquelas variáveis na população, e o experimento de interesse seja repetido várias
vezes, poder-se-ia esperar que, em aproximadamente 20 realizações do
experimento, haveria, apenas, uma em que a relação entre as variáveis em questão
seria igual ou mais forte do que a que foi observada naquela amostra anterior. Em
muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é, costumeiramente, tratado como um
"limite aceitável" de erro.
Levando-se em consideração que não houve erros estatisticamente
significantes, esses não serão considerados na discussão.
6.3 Espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual: comparação entre padrões faciais, idade e sexo
Como primeiro objetivo deste estudo, foi avaliada a quantidade de tábuas
ósseas vestibular e lingual existente na maxila e mandíbula. Os cortes, de 0,4mm de
espessura (voxel), foram feitos em dois níveis distintos, a saber: 3,0mm e 6,0mm na
maxila e 4,0mm e 8,0mm na mandíbula, sempre a partir da junção cemento-esmalte
da cúspide disto vestibular do primeiro molar direito. Esses locais foram escolhidos
em função da possibilidade de obtenção de dois cortes com características
diferentes: o primeiro (cervical), sendo representativo da espessura da tábua óssea
cervical, enquanto o outro, representativo da espessura da tábua óssea apical. A
diferença entre a seleção dos cortes nas regiões superior e inferior foi em função da
112
posição muito apical do segundo corte, quando este era realizado a 8,0mm na
maxila, principalmente em casos em que o paciente era portador de inclinação
vestibular acentuada dos incisivos superiores. Nesses casos, a posição do corte se
apresentava tão apicalmente deslocado, que poderia dar a impressão da existência
de uma quantidade maior de osso por vestibular, em função da angulação do dente
e do menor diâmetro radicular nessa região (FIGURAS 6.4 e 6.5).
Para a região mandibular, foi feita a correção do plano oclusal, em função
de, principalmente em casos de pacientes hiperdivergentes, as linhas de corte se
apresentarem muito deslocadas coronalmente. Para essa correção, foi utilizada a
análise cefalométrica de Cervera (CERVERA, CERVERA, CERVERA, 1995), que
define o ângulo do plano mandibular, em função do tipo facial; o padrão facial foi
estabelecido por meio do índice VERT (RICKETTS, 1982), a partir de uma imagem
cefalométrica, criada por meio da tomografia (FARMAN; SCARFE, 2006).
Assim sendo, para cada paciente da amostra, foi feita uma
individualização do plano oclusal e, a partir dessa medida, o paciente foi
reposicionado com o plano mandibular paralelo à linha de referência horizontal do
tomógrafo (FIGURAS 6.3 A, B e C), diferentemente do que pudemos notar em outro
estudo (SARIKAYA et al., 2002), em que as mensurações foram feitas a partir do
longo eixo dos incisivos inferiores (FIGURA 2.12), que, se, por um lado, pode ser
apropriado para avaliação da região anterior, proposta do referido estudo, é
totalmente ineficiente para a avaliação da região posterior.
A parte óssea mandibular e sua correlação com o sexo e idade também
foram avaliadas no estudo de Hu et al., em 2009, sendo que o posicionamento
mandibular adotado foi a linha cervical dos dentes inferiores e, a partir dela, foram
realizados os cortes axiais, como pode ser visualizado na FIGURA 2.15 A e B.
113
Figuras 6.3 A – Telerradiografia derivada da tomografia sem correção do plano oclusal; B – análise cefalométrica, evidenciando a correção necessária; C – nova telerradiografia, com o plano oclusal corrigido.
Figura 6.4 – Cortes axial e coronal, indicando a localização da mensuração em 6,0mm, na região do incisivo central superior, mostrando, na linha horizontal, a localização da área a ser mensurada
A B C
114
Figura 6.5 – Corte axial e coronal, indicando a localização da mensuração em 8,0mm, na região do incisivo central superior, mostrando, na linha horizontal, a localização da área a ser mensurada. Note a posição mais apical, quando comparada com a mensuração feita a 6,0mm.
Muitos estudos se preocuparam com a inter-relação entre as
movimentações ortodônticas e o periodonto. Contudo, não foi encontrado na
literatura nenhum estudo que trate sobre os valores normais de espessura das
tábuas ósseas vestibular e lingual. Estudos revelando o comportamento do
periodonto frente aos estímulos ortodônticos revelaram que não existe nenhuma
relação de causa-efeito entre tratamento ortodôntico e reabsorção óssea
(SADOWSKY; BEGOLE,1981; ARTUN;URBYE,1988). Porém, esses estudos foram
realizados com metodologia disponível na época e sem a especificidade adequada.
Outros, mais atuais, ou realizados por meio de metodologia adequada,
mostraram que as alterações histológicas, induzidas pelo torque palatino das raízes,
foram a reabsorção radicular, com declive de apical para coronal, e pronunciada
aposição óssea sub-periostal (palatina), com protrusão parcial da cortical afilando
para coronal. Nenhuma perfuração óssea pode ser visualizada.
A extensão e a localização das reabsorções radiculares não foram
verificadas nos exames de raios X da amostra (WEHRBEIN; FUHRMANN;
DIEDRICH, 1994). Quando os incisivos superiores e inferiores são retraídos, os
115
riscos de efeitos adversos estão presentes. Essas mudanças não são visíveis em
cefalometrias ou por meio de exames clínicos, porém são facilmente diagnosticados
em TC (SARIKAYA et al., 2002).
Para dentes vestibularizados, por meio de procedimento de disjunção
rápida da maxila, os resultados demonstraram que a expansão rápida da maxila
causa efeitos de diminuição da espessura da tábua óssea vestibular e aumento na
espessura da tábua óssea lingual, sendo que ainda ocorreram deiscências ósseas
da face vestibular, principalmente naqueles pacientes cuja espessura inicial da tábua
óssea era pequena (GARIB et al., 2006).
As comparações, utilizando as tabelas 5.9 e 5.10, demonstram
prevalência da espessura da tábua óssea vestibular em pacientes dólico-faciais, e
prevalência da espessura lingual nos braqui-faciais, nos dois níveis de avaliação.
Essa evidência pode ser motivada pela inclinação dentária, que, nos braqui-faciais,
encontra-se com maior inclinação para vestibular nos anteriores e maior inclinação
para lingual nos posteriores. Nas tabelas 5.11 e 5.12, podemos notar que, embora
ainda exista a prevalência da espessura da tábua óssea vestibular para os dentes
anteriores nos pacientes dólicofaciais, nos posteriores, a partir dos pré-molares,
essa situação se inverte a ponto de se tornar estatisticamente significante para as
medidas MV e DV dos primeiros molares (FIGURAS 6.6 a 6.13).
Em estudo com o objetivo de avaliar as relações existentes entre os tipos
faciais e suas características ósseas e dentárias, utilizando imagens tomográficas,
os resultados sugeriram que o osso vestibular dos pacientes de face curta é menos
espesso do que os de face longa, e que isso ocorre em função da maior inclinação
para lingual dos dentes posteriores criando uma vestibularização da raiz (TSUNORI;
MASHITA; KASAI, 1998). Estudo realizado utilizando-se de radiografias
116
cefalométricas para mensuração do osso alveolar demonstraram que os pacientes
com tendência ao crescimento vertical apresentaram a dimensão reduzida de osso
lingual da maxila e osso vestibular da mandíbula (GARCIA et al., 2005).
Figura 6.6 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.7 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
117
Figura 6.8 – Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.9 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente braquifacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
118
Figura 6.10 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.11 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
119
Figura 6.12 – Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.13 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente dolicofacial, sexo feminino, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
120
O dimorfismo sexual também foi avaliado e está representado nas tabelas
5.13 e 5.14 para a maxila e 5.15 e 5.16 para a mandíbula, em que podemos notar
uma diferença estatisticamente significante (p<0,05), para as medidas de caninos,
vestibular e lingual, e dos primeiros pré-molares na face lingual, nos cortes de
3,0mm. Essas diferenças podem estar associadas ao maior volume radicular dos
dentes superiores em pacientes do sexo masculino e, embora nas outras regiões
não exista uma diferença estatisticamente significante, mesmo assim, podemos
notar uma maior quantidade de tábua óssea vestibular e lingual em pacientes do
sexo feminino. Para os cortes de 6,0mm, essas diferenças se demonstraram
estatisticamente insignificante. Para os cortes mandibulares, essas medidas se
mostraram estatisticamente significantes a 4,0mm nos incisivos centrais e pré-
molares, na sua porção vestibular, com prevalência de espessura para o sexo
masculino. Porém, todas as outras medidas se mostraram aumentadas na região
vestibular do sexo masculino, provavelmente pela prevalência de uma musculatura
mais forte, que obrigaria a uma maior inclinação dos dentes inferiores posteriores
para lingual, criando um maior sítio ósseo nas faces vestibulares desses dentes
(FIGURAS 6.14 a 6.21). Estudos anteriores, utilizando metodologia semelhante,
corroboram com estas observações (TSUNORI; MASHITA; KASAI, 1998).
121
Figura 6.14 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.15 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
122
Figura 6.16 – Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.17 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
123
Figura 6.18 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.19 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
124
Figura 6.20 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.21 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo masculino, braquifacial, jovem, demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
A relação com a faixa etária foi avaliada nas tabelas 5.17 a 5.20. Podem-
se observar valores estatisticamente significantes para as medidas maxilares nos
cortes a 3,0mm da JCE, nas faces linguais dos incisivos centrais e segundos pré-
molares e para os cortes a 6,0mm da JCE, nas faces linguais dos primeiros e
segundos pré-molares, ou seja, na quase totalidade de medidas apresentadas. As
125
diferenças entre as espessuras das tábuas ósseas para jovens e adultos não
mostrou diferenças importantes. Contudo, quando ocorreram, notou-se prevalência
na diminuição de espessura em pacientes adultos. Para as medidas mandibulares,
as únicas alterações estatisticamente significantes se deram na raiz distovestibular
do primeiro molar, no corte a 4,0mm, e na raiz distolingual, no corte a 8,0mm da
JCE. Todas as outras não apresentaram alterações significantes, embora, nas duas
tabelas, note-se a diminuição das tábuas ósseas vestibulares na maxila e na
mandíbula, em pacientes acima de 18 anos (FIGURAS 6.22 a 6.29). Resultado
semelhante foi encontrado em estudo realizado por Garcia et al., relacionando faixa
etária e espessura óssea, em que também mostraram não haver relação entre esses
componentes, embora a metodologia empregada não tenha utilizado a tomografia e,
sim, imagens radiográficas.
Figura 6.22 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
126
Figura 6.23 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.24 – Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
127
Figura 6.25 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, adulto (37 anos), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.26 – Corte axial da maxila, a 3,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
128
Figura 6.27 – Corte axial da maxila, a 6,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
Figura 6.28 – Corte axial da mandíbula, a 4,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
129
Figura 6.29 – Corte axial da mandíbula, a 8,0mm da JCE, em paciente de sexo feminino, braquifacial, jovem (10a.06m), demonstrando a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual.
6.4 Considerações clínicas
Os efeitos periodontais do tratamento ortodôntico estão presentes.
Contudo, até agora não se possuía um exame capaz de avaliar essas iatrogenias,
quer qualitativa quer quantitativamente.
O ortodontista deve estar atualizado para as novas tecnologias. Elas
serão capazes de diagnosticar a pequena espessura da tábua óssea e avaliar que
ela apresenta uma variabilidade individual grande, sem marcantes diferenças entre
padrão, sexo e idade. Protrusão, retração e intrusão de incisivos inferiores são
movimentos especialmente críticos, assim como procedimentos de ancoragem,
como elásticos intermaxilares ou torque radicular para cortical. Eles podem resultar
em perda óssea substancial, sendo que, em alguns dentes, a deiscência ou
fenestração pode ser totalmente reparada ou não (FUHRMANN, 2002). As áreas
com menor nível de remodelação foram observadas nos incisivos e caninos
inferiores, faces vestibular e lingual (SARIKAYA et al., 2002).
130
Com o advento dos minimplantes, novas formas de otimizar o tratamento
se vislumbram, e o conhecimento das possibilidades mecânicas associadas ao
conhecimento anatômico das estruturas ósseas se tornam necessárias. A
possibilidade de ancoragem absoluta cria condições de se realizarem grandes
movimentações no sentido sagital, ou seja, retrações de maiores magnitudes.
A questão é: uma vez equacionado o problema de ancoragem, quanto
podemos retrair? Qual é a possibilidade de ocasionar deiscências ósseas imediatas
e recessões gengivais em longo prazo? Devemos balizar o tratamento ortodôntico
apenas em função da possibilidade mecânica?
Quando a área para a movimentação é limitada, forças excessivas podem
causar o contato do dente com a cortical óssea, levando à reabsorção da mesma e
exposição radicular. Pode-se reiterar, ainda, que, quando os incisivos superiores e
inferiores são retraídos, os riscos de efeitos adversos estão presentes. Essas
mudanças não são visíveis em cefalometrias ou por meio de exames clínicos.
Porém, são facilmente diagnosticados em TC (FIGURAS 2.14 e 2.15), e as
consequências, a longo prazo, dessa perda óssea alveolar e algumas deiscências
são desconhecidas (SARIKAYA et al., 2002).
Embora os níveis de força ótima para movimentação dos dentes sejam
individualizados, a quantidade de osso para realizar as movimentações possui
limites, sendo razoável imaginar que, na região inferior, pela quantidade de osso
alveolar presente, tanto por vestibular como por lingual, os riscos de ocasionar
deiscências ósseas durante a movimentação ortodôntica nessa arcada sejam muito
maiores.
131
Portanto, este estudo deveria ser complementado por outros, com
amostras maiores e mais extremas de padrão facial e idade, posto que, hoje em dia,
grande parte de nossos pacientes são adultos e, alguns, com necessidades
mecânicas severas, e compensações dentárias para problemas esqueléticos devam
ser avaliadas com muito critério.
132
7 CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos por meio do material e metodologia
empregados, pode-se concluir que:
7.1 A espessura da tábua óssea alveolar vestibular, para os cortes maxilares,
mostrou-se menos espessa do que as linguais.
7.2 A espessura da tábua óssea alveolar vestibular, para os cortes mandibulares,
mostrou-se menos espessa do que as linguais.
7.3 A maxila possui uma tábua óssea vestibular mais espessa, em comparação com
a tábua óssea vestibular da mandíbula, para o corte mais cervical.
7.4 A maxila possui tábua óssea lingual mais espessa do que a mandíbula, para os
cortes mais cervicais. Apenas para os dentes da região anterior, na região posterior,
a tábua óssea lingual é menos espessa que a mandibular.
7.5 As menores espessuras das tábuas ósseas foram observadas nos cortes mais
cervicais.
7.6 Na maioria dos dentes, a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual não
diferiu entre os padrões faciais avaliados.
7.7 Não se observaram diferenças sexuais quanto à quantidade de ossos alveolar
vestibular e lingual.
7.8 Poucas diferenças foram observadas na quantidade de osso alveolar entre
pacientes jovens (até 18 anos) e adultos (18 anos ou mais).
133
REFERÊNCIAS1
Artun J, Urbye KS. The effect of orthodontic treatment on periodontal bone support in patients with advanced loss of marginal periodontium. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988; 93: 143-8.
Boyd RL, Leggot PJ, Quinn RS, Eakle WS, Chambers D. Periodontal implications of orthodontic treatment in adults with reduced or normal periodontal tissues versus those of adolescents. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989; 96(3): 191-8.
Cavalcanti MGP, Sales MAO. Tomografia computadorizada. In: Cavalcanti MGP. Diagnóstico por Imagem da Face. São Paulo: Santos. 2008; Cap. 1, p. 3-43.
Cervera AD, Cervera AS, Cervera ES. Ortodoncia – Arco Recto – Cefalometria. Madrid. 1995; 2(6): 27-32.
Closs LQ, Grehs B, Raveli DB, Rösing CK. Alteração da inclinação dos incisivos inferiores e ocorrência de recessão gengival. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial. 2009; 14(4): 66-73.
Damstra J, Fourie Z, Slater JJRH, Ren Y. Accuracy of linear measurements from cone-beam computed tomography-derived surface models of different voxel sizes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010;137:16.e1-16.e6.
Engelking G, Zachrisson BU. Effects of incisor repositioning on monkey periodontium after expansion through the cortical plate. Am J Orthod. 1982; 82(1), 23-32.
Ericson S, Kurol J. Resorption of incisors after ectopic eruption of maxillary canines: A CT study. Angle Orthod. 2000; 70(6): 415-23.
Farman AG, Scarfe WC. Development of imaging selection criteria and procedures should precede cephalometric assessment with cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006; 130: 257-65.
Fuhrmann RAW. Three-dimensional evaluation of periodontal remodeling during orthodontic treatment. Semin Orthod. 2002; 8: 23-8.
Gadelha FP, Rosa DA, Garib DG, Cotrim-Ferreira FAA. Aplicabilidade da tomografia computadorizada em ortodontia. Ortodontia SPO. 2007; 2(40): 243-48.
Garcia RM, Claro CAA, Chagas RV, Almeida G. Espessura do processo alveolar da região anterior da maxila e mandíbula em pacientes com discrepância óssea ântero-posterior Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial. 2005; 10(5): 137-48.
Garib DG, Henriques JFC, Janson G, Freitas MR, Fernandes AY. Periodontal effects of rapid maxillary expansion with tooth-tissue-borne and tooth-bone expanders: A computed tomography evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006;129:749-58.
1 De acordo com o estilo Vancouver. Abreviatura de periódicos segundo Bases de Dados MEDLINE.
134
Garib DG, Raymundo Jr R, Raymundo MV, Raymundo DV, Ferreira SN. Tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone beam): entendendo este novo método de diagnóstico por imagem com promissora aplicabilidade na Ortodontia. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007; 12(2): p139-56.
Garib DG. Efeitos dentoesqueléticos e periodontais da expansão rápida da maxila com os aparelhos dentomucossuportado e dentossuportado: avaliação por meio da tomografia computadorizada [Tese] Bauru (SP): Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; 2003.
Gomes ACM, Vasconcelos BCE, Silva EDO, Mendes Júnior OR. Uso da tomografia computadorizada nas fraturas faciais. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. 2004; 4(1): 9-13.
Gündüs E, Rodriguez-Torres C, Gahleitner A, Heissenberger G, Bantleon HP. Bone regeneration by bodily tooth movement: Dental computed tomography examination of a patient. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2004 ;125: 100-6.
Hashimoto K, Arai Y, Iwai K, Araki M, Kawashima S, Terakado M. A comparison of a new limited cone beam computed tomography machine for dental use with a multidetector row helical CT machine. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003; 95: 371-7.
Holberg C, Steinhäuser S, Geis P, Rudzki-Janson. Cone-beam computed in orthodontics: benefits and limitations. J Orofac Orthop. 2005; 66: 434-44.
Houston WJB. The analysis of errors in orthodontic measurements. Am. J. Orthod. 1983; 83(5): 382-90.
Hu KS, Kang MK, Kim TW, Kim KH, Kim HJ. Relationships between dental roots and surrounding tissues for orthodontic miniscrew installation. Angle Orthod. 2009; 79(1): 37-45.
Jorge MD. Comparação da espessura do osso alveolar na região dos incisivos centrais inferiores por meio de tomografia computadorizada e telerradiografia lateral. [Dissertação] Campinas (SP): CPO São Leopoldo Mandic; 2009.
Katranji A, Misch K, Wang HL. Cortical Bone Thickness in Dentate and Edentulous Human Cadavers. Journal of Periodontology. 2007; 78(5): 874-8.
Kau CH, Richmond S, Palomo JM, Hans MG. Three-dimensional cone beam computerized tomography in orthodontics. Journal of Orthodontics. 2005; 32(4): 282-93.
Lione R, Ballanti F, Franchi L, Baccetti T, Cozza P. Treatment and posttreatment skeletal effects of rapid maxillary expansion studied with low-dose computed tomography in growing subjects. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008; 134: 389-92.
Martins PP, Garib DG, Greghi SLA, Henriques JFC. Avaliação periodontal dos incisivos inferiores em pacientes tratados ortodonticamente com extração de quatro pré-molares. Rev Fac Odontol Bauru. 2002; 10(4): 245-51.
135
Mozzo P, Procacci C, Tacconi A, Tinazzi Martini P, Bergamo Andreis IA. A new volumetric Ct machine for dental imaging based on the cone-beam technique: preliminary results. Eur Radiol. 1988; 8: 1558-64.
Nakagawa Y, Kobayashi K, Ishii H, Mishima A, Ishii H , Asada K et al. Preoperative application of limited cone beam computerized tomography as an assessment tool before minor oral surgery. Int J Oral Maxillofac Surgery. 2002; 31(3): 322-7.
Newman GV, Goldman MJ, Newman RA. Mucogingival orthodontic and periodontal problems. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994; 105: 321-7.
Ong MA, Wang HL, Smith FV. Interrelationship between periodontics and adult orthodontic. J Clin Periodont. 2005; 25(4): 271-7.
Ricketts RM. Orthodontic diagnosis and planning. [USA]: RockMountain Orthod., 1982. v. 1.
Rungcharassaeng K, Caruso JM, Kan JYK, Kim J, Taylor G. Factors affecting buccal bone changes of maxillary posterior teeth after rapid maxillary expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007; 132: 408 e1-428.e8.
Rygh P, Bowling K, Houlandsdal L, Williams S. Activation of the vascular system: A main mediator of periodontal fiber remodeling in orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1986; 89: 453-68.
Sadowsky C, BeGole EA. Long-term effects of orthodontics treatment on periodontal health. Am J Orthod. 1981; 80(2): 156-72.
Sarikaya S, Haydar B, Ciğer S, Ariyürek M. Changes in alveolar bone thickness due to retraction of anterior teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002; 122: 15-26.
Silva MAG, Wolf U, Heinicke F, Bumann A, Visser H, Hirsch E. Cone beam computed tomography for routine orthodontic treatment planning: A radiation dose evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008; 133:640.e1-640.e5.
Steiner GG, Pearson JK, Ainamo J. Changes of the marginal periodontium as a result of labial tooth movement in monkeys. J Periondontol. 1981; 52(6), 314-20.
Sukovic P. Cone beam computed tomography in craniofacial imaging. Orthod Craniofacial Res. 2004; 6(1): 31-6.
Swennen GRJ, Schutyser F. Three-dimensional cephalometry: spiral multi-slice vs cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006; 130(3): 410-6.
Tanne K, Sakuda M, Burstone CJ. Three-dimensional finite element analysis for stress in the periodontal tissue by orthodontic forces. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987; 92(6): 499-505.
Thilander B, Nyman S, Karring T, Magnusson I. Bone regeneration in alveolar bone dehiscences related to orthodontic tooth movements. European Journal of Orthodontics. 1983;5:105-14.
136
Tsiklakis K, Donta C, Gavala S, Karayianni K, Kamenopoulou V, Hourdakis CJ. Dose reduction in maxillofacial imaging using low dose Cone Beam CT. European Journal of Radiology. 2005; 56: 413-7.
Tsunori M, Mashita M, Kasai K. Relationship between facial types and tooth and bone characteristics of the mandible obtained by CT scanning. Angle Orthod. 1998; 68(6): 557-62.
Turpin DL. Periodontal screening: A basic part of the orthodontic examination. Angle Orthod. 1994; 64(3): 163-4.
Valiathan A, Dhar S, Verma N. 3D CT Imaging in Orthodontics: Adding a new dimension to diagnosis and treatment planning. Trends Biomater Artif Organs. 2008; 21(2): 116-20.
Wehrbein H, Fuhrmann RAW, Diedrich PR. Periodontal conditions after facial root tipping and palatal root torque of incisors. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994; 106:455-62.
Whaites E. Princípios de Radiologia Odontológica. São Paulo: Ed Artmed; 2003. 444p.
Zachrisson B, Alnaes L. Periodontal condition in orthodontically treated and untreated individuals. II. Alveolar bone loss: radiographic findings. Angle Orthod. 1974; 44(1):49-55.
138
Paciente 01 – 14a05m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (3,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
139
Paciente 02 – 23a11m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (16,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
140
Paciente 03 – 18a01m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (12,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
141
Paciente 04 – 12a10m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (14,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
142
Paciente 05 – 12a02m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (3,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
143
Paciente 06 – 11a02m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (8,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
144
Paciente 07 – 20a. SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (4,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
145
Paciente 08 – 10a11m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (11,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
146
Paciente 09 – 17a08m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (0,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
147
Paciente 10 – 20a06m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (8,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
148
Paciente 11 – 34a02m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (9,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
149
Paciente 12 – 11a04m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (12,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
150
Paciente 13 – 10a SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (9,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
151
Paciente 14 – 12a SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (1,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
152
Paciente 15 – 15a01m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (8,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
153
Paciente 16 – 10a04m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (6,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
154
Paciente 17 – 28a05m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (9,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
155
Paciente 18 – 14a07m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (13,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
156
Paciente 19 – 15a09m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (11,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
157
Paciente 20 – 15a06m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (14,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
158
Paciente 21 – 10a06m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (2,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
159
Paciente 22 – 17a06m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (6,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
160
Paciente 23 – 26a SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (11,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
161
Paciente 24 – 16a04m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (10,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
162
Paciente 25 – 23a05m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (7,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
163
Paciente 26 – 19a08m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (10,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
164
Paciente 27 – 15a08m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (7,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
165
Paciente 28 – 10a02m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (7,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
166
Paciente 29 – 20a09m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (7,0 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm
167
Paciente 30 – 37a03m SUPERIOR JCE – molar direito / axial 3,0mm / axial 6,0mm
INFERIOR JCE - molar direito (9,5 graus) / axial 4,0mm / 8,0mm