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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO FATOR QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO Por: ARLENE PEREIRA ZANGIROLANI NITERÓI - RJ 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO FATOR QUALIDADE DE VIDA NO

AMBIENTE DE TRABALHO

Por: ARLENE PEREIRA ZANGIROLANI

NITERÓI - RJ

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO FATOR QUALIDADE DE VIDA NO

AMBIENTE DE TRABALHO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Arlene Pereira Zangirolani

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AGRADECIMENTOS

A Deus que em todo caminho sempre esteve comigo

me ajudando e dando forças para continuar,

e ao meu esposo pela compreensão,

Aos professores que sempre estiveram presentes

quando precisei de auxilio e com toda paciência

e dedicação me ajudaram.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução da QVT ................................................................................ 11

Figura 2 – Contribuições da QVT ........................................................................ 13

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RESUMO

O objetivo do presente estudo foi o de incentivar ações destinadas à

qualidade de vida dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho, buscando

identificar quais são essas principais ações que podem ser realizadas pelas

empresas visando o aperfeiçoamento da qualidade de vida no trabalho. Além disso,

buscou-se levantar aspectos positivos da implantação de ações destinadas à

motivação dos funcionários. Conclui-se que a qualidade de vida no trabalho vai além

da integridade física dos funcionários. As empresas através de ações e também de

programas devem promover essa qualidade de vida no trabalho buscando assim um

incremento da organização no mercado e nos lucros a serem obtidos.

Palavras-chave: QVT. Qualidade de Vida. Trabalho. Saúde do Trabalhador.

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METODOLOGIA

Para desenvolvimento do tema a primeira etapa será realizada através de

uma pesquisa exploratória baseada em levantamentos bibliográficos, a fim de

aprofundar o conhecimento sobre o tema relacionado com os demais conceitos

englobados no projeto.

Este estudo será abordado com a ajuda de livros e sites na internet que

abrangem os assuntos conceituados no trabalho.

A segunda etapa será realizada através de pesquisas descritivas, baseada

em observação sistemática de empresas que praticam ações atuantes na qualidade

de vida no trabalho de seus funcionários.

Silva e Menezes (2000, p.21) afirmam que a pesquisa descritiva visa

descrever as características de determinada população ou o fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume

em geral, a forma de levantamento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃODDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD......................7 CAPÍTULO I Qualidade de vida no trabalho: Conceitos e Definições..............................................9 CAPÍTULO II Relação entre Qualidade de vida X Saúde do Trabalhador.......................................17 CAPÍTULO III Qualidade de vida nas organizações dos dias atuais................................................25 CONCLUSÃO.............................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................39 ÍNDICE......................................................................................................................40

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INTRODUÇÃO

O tema mostra a origem e sua importância dentro do universo do trabalho e

que em uma empresa o mais importante é o capital humano. A globalização tem

exigido cada dia mais das empresas e dos funcionários um planejamento para

aumentar a produtividade e a competitividade. A qualidade de vida no trabalho é

algo relativamente antigo. Desde os anos 50, onde o movimento de qualidade de

vida no trabalho deu início com atividades sócio-técnica. Na década de 60,

empresários, governantes, líderes sindicais, tomaram a frente de realizar ações que

buscavam melhorar a vida no trabalho em relação à saúde dos funcionários e

segurança dos mesmos. Porém somente em meados dos anos 70, que a expressão

“qualidade de vida no trabalho” foi afirmada publicamente por Louis Davis (UCLA,

Los Angeles), um professor que mantinha um projeto sobre o delineamento de

cargos.

Assim na década de 70, começa a trajetória de inúmeros projetos sobre a

qualidade de vida no trabalho, esses projetos focavam na integração dos interesses

dos funcionários e empresas através de estratégias para solucionar os conflitos

existentes entre eles e no gerenciamento de atividades de motivação dos

empregados.

Geralmente, dentro das práticas da qualidade de vida no trabalho, a qualidade

total possui grande influência para a sua aplicação, pois as ações são destinadas a

aumentar a participação dos trabalhadores nos processos da organização, visando a

redução da hierarquia, aumento da visão democrática, aumento do poder de decisão

para todo o grupo de funcionários, disponibilizar um ambiente de trabalho

confortável e seguro, oferecer condições de trabalho que otimizam a satisfação dos

funcionários e aumentam o desenvolvimento pessoal de cada trabalhador.

Mas, que mudanças a implantação de ações destinadas à qualidade de vida

no trabalho trará para as empresas? Considerando-se que os funcionários de uma

empresa necessitam manter um bom relacionamento com seus superiores e com

seus colegas de trabalho, além de serem constantemente motivados em seu

ambiente de trabalho, justifica-se assim, este projeto, na intenção de estudar as

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ações realizadas por empresas que se preocupam com a qualidade de vida no

trabalho de seus funcionários, assim como as atividades que mais beneficiam os

trabalhadores, facilitando e satisfazendo as necessidades dos mesmos, tendo como

foco principal que um funcionário bem motivado tem grande possibilidade de ser

muito mais produtivo.

Sendo assim, o objetivo do presente estudo é o de Incentivar ações

destinadas à qualidade de vida dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho,

buscando identificar quais são essas principais ações que podem ser realizadas

pelas empresas visando o aperfeiçoamento da qualidade de vida no trabalho. Além

disso, busca levantar aspectos positivos da implantação de ações destinadas à

motivação dos funcionários.

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1 - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

1.1 Histórico e origem do tema

O tema Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) não é uma preocupação

exclusiva dos pesquisadores atuais. Na verdade desde os primórdios da civilização,

o homem tem procurado formas de tornar mais amena a sua luta pela sobrevivência,

através do desenvolvimento de artefatos, ferramentas e métodos que possibilitem

minimizar os desgastes decorrentes do trabalho e ou mesmo torná-lo mais

prazeroso.

[...] os ensinamentos de Euclides de Alexandria sobre princípios de geometria, a 300 anos a.C, e que foram aplicados para melhorar o método de trabalho dos agricultores à margem no Nilo, ou a “Lei das Alavancas”, de Arquimedes, que, em 287 anos aC, veio diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores (RODRIGUES, 1994, p. 76).

Dentro desta perspectiva, muitas empresas passaram a adotar o programa

QVT como forma para aumentar a satisfação dos funcionários. No século XX, muitos

pesquisadores contribuíram para o estudo sobre a satisfação do indivíduo no

trabalho. Entre eles destacaram Helton Mayo, cujas pesquisas são altamente

relevantes para o estudo do comportamento humano, da motivação dos indivíduos

para a obtenção das metas organizacionais e da Qualidade de Vida do Trabalhador.

Deve ser citado o trabalho de Abrahan H. Maslow, que concebeu a

hierarquia das necessidades, composta por cinco necessidades fundamentais:

fisiológicas, segurança, amor, estima e auto-realização.

Também conhecido como o autor da Teoria X e da Teoria Y, Douglas

McGregor por sua vez considerava, entre outras coisas que o compromisso com os

objetivos depende das recompensas à sua execução, e que o ser humano não só

aprende a aceitar as responsabilidades, como passa a procurá-las.

Teorias como as acima citadas, buscam a integração entre os objetivos

individuais e os objetivos organizacionais. Segundo Rodrigues (1999, p. 46), “várias

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das dimensões destacadas por McGregor são analisadas e consideradas em

programas de QVT”.

Vale mencionar também Frederick Herzberg, onde as pesquisas desse autor

detectaram que os entrevistados (engenheiros e contadores) associavam a

insatisfação com o trabalho ao ambiente de trabalho e a satisfação do trabalho ao

que era realizado.

Os estudos relativos ao tema de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

iniciaram-se a partir da década de 50, como investigação científica na esfera do

trabalho através de pesquisas de Eric Trist. O grande objetivo de seu estudo era

tornar as atividades dos trabalhadores menos penosas, baseando-se nos estudos

indivíduo, trabalho e organização.

A evolução do conceito qualidade de vida no trabalho foi a partir da década

de 60, questões como condições de trabalho, relevância social no trabalho,

ergonomia, motivação, enfim, ocorreram com o surgimento do modelo de gestão de

pessoas baseado na escola de relações humanas com intuito de elevar a satisfação

do trabalhador na empresa. Segundo Rodrigues (1994, p. 76), “Com outros títulos

em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-

estar ao trabalhador na execução de suas tarefas”.

O tema QVT, entretanto, ainda fora pouco estudado até então. Muitas

empresas adotaram programas de Qualidade de vida no trabalho como uma

ferramenta para aumentar a satisfação do trabalhador.

Nos anos 70 ocorreu a primeira grande fase da QVT nos Estados Unidos,

liderados pelos estudos de Walton. Nessa década, porém, ocorreu uma grande crise

econômica mundial que deslocou os anseios dos trabalhadores para o segundo

plano, já que a grande preocupação era a sobrevivência das empresas.

Nessa mesma época, principalmente com o advento da perda da

competitividade das empresas norte-americanas para as organizações japonesas, o

conceito de QVT ressurgiu com enorme força, especialmente nos EUA, onde as

organizações buscariam programas de produtividade através da valorização dos

colaboradores interno e utilização dos estudos em qualidade de vida no trabalho.

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Com a abertura do mercado brasileiro, no inicio da década de 90, as

empresas nacionais começaram a estudar e, posteriormente, implantar os

programas de QVT em virtude da entrada de organizações internacionais e mais

competitivas no Brasil.

A partir de então, começa a fase dos programas de qualidade de vida no

trabalho baseado na premissa de que na sociedade do conhecimento, sobreviverão

as empresas que apresentam maior índice de produtividade através da valorização

do funcionário, havendo, dessa forma, maior quebra de paradigmas organizacionais.

Assim há um maior acirramento da competitividade entre as empresas, encontrando-

se maior rigor legislativo e debate de temas como a ética e a responsabilidade

social, além do reconhecimento, da maior valorização, maior autonomia e aumento

dos benefícios para os colaboradores.

Conforme a figura 1 abaixo obtém-se uma visão abrangente da evolução da

qualidade de vida no trabalho. E vale ressaltar que o desafio buscado pelos seus

idealizadores persiste, isto é, tornar a QVT em uma ferramenta gerencial efetiva e

não apenas mais um modismo como tantos outros que vem e vão. E esse desafio

torna-se mais instigante neste momento em que nos vemos as voltas com uma

rotina diária cada vez mais desgastante e massacrante.

Figura I – Evolução da QVT

Concepções e Evolutivas da QVT

Características ou Visão

1. QVT como uma variável (1959 a

1972)

Relação do indivíduo ao trabalho. Investigava-se

como melhorar a qualidade de vida no trabalho

para o indivíduo.

2. QVT como uma abordagem (1969 a

1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado

organizacional; mas, ao mesmo tempo, buscava-

se trazer melhorias tanto ao empregado como a

direção.

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3. QVT como método (1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas

para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o

trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT

era vista como sinônimo de grupos autônomos de

trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de

novas plantas com integração social e técnica.

4. QVT como um movimento (1975 a

1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do

trabalho e as relações dos trabalhadores com a

organização. Os termos administração

participativa e democracia industrial eram

freqüentemente ditos como idéias do movimento

de QVT.

5. QVT como tudo (1979 a 1982)

Como panacéia contra a competição estrangeira,

problemas de qualidade, baixas taxas de

produtividade, problemas de queixas e outros

problemas organizacionais.

6. QVT como nada (futuro)

No caso de alguns projetos de QVT fracassarem

no futuro, não passará de um “modismo”

passageiro.

Fonte: Adaptado da Nadler e Lawler apud Rodrigues (1994, p. 81). 1.2 Conceituando a qualidade de vida no trabalho

A Qualidade de Vida no Trabalho vem sendo definida e conceituada de

diferentes formas e por diversos autores. Limongi-França (2002) considera que a

sociedade vive novos paradigmas nos modos de vida dentro e fora da empresa,

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gerando, em conseqüência, novos valores e demandas de qualidade de vida no

trabalho.

Limongi-França (2002) também afirma que outras ciências e campos dos

estudos influíram decisivamente para ao estudo de qualidade de vida no trabalho.

Entre elas pode-se destacar: a saúde, ecologia, ergonomia, psicologia, sociologia,

economia, administração e engenharia.

Figura 2 - Contribuições da QVT

Área de Estudo

Contribuições a QVT

Saúde

Preservação da integridade física, mental e social do ser humano, e não apenas o controle de doenças (medicina preventiva).

Ecologia

Homem como parte integrante e responsável pela preservação dos seres vivos e insumos do planeta.

Ergonomia

Estudos das condições de trabalhos ligados à pessoa visando o conforto da operação

Psicologia

Influência das atitudes e perspectivas de cada pessoa em seu trabalho e seu significado intrínseco das necessidades individuais do trabalho.

Sociologia

Resgate da dimensão simbólica do que é compartilhado e construído socialmente

Economia

Bens são finitos e os recursos e serviços devem envolver de forma equilibrada e responsabilidades e direitos da sociedade.

Administração

Aumento da capacidade de mobilizar recursos para atingir determinados resultados em um ambiente cada vez mais competitivo e mutável.

Engenharia

Flexibilidade da manufatura, armazenagem de materiais, uso da tecnologia, organização e controle de processos.

Fonte: Adaptado de Limongi-França et al. (2002, p. 296).

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Segundo Walton (apud RODRIGUES, 1994, p. 81),

a expressão Qualidade de Vida tem sido usada com crescente freqüência para descrever certos valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico.

Por isso, a qualidade de vida no trabalho é resultante direta da combinação

de diversas dimensões básicas do desempenho das atividades, e de outras

dimensões não dependendo diretamente das tarefas, capazes de produzir

motivação e satisfação em diferentes níveis, além de resultar em diversos tipos de

atividades e condutas dos indivíduos pertencentes a uma organização.

Segundo Fernandes (1996 p.36), define-se qualidade de vida no trabalho

(QVT) como sendo

A política englobada na gestão da empresa, de acordo com a integração dos fatores físicos, tecnológicos, sociológicos e psicológicos que interferem na cultura da organização, inovando o ambiente organizacional, atingindo a satisfação do funcionário e aumentando sua produtividade afetando no faturamento da empresa.

Essa gestão deve ser analisada cuidadosamente, pois as pessoas estão em

constantes mudanças e porque as ações dependem da cultura atual da empresa. As

estratégias devem ser direcionadas aos fatores sociológicos e psicológicos de cada

funcionário, assim como os fatores técnicos da empresa, que juntamente irão

trabalhar para o total desempenho do processo organizacional alcançando a

produtividade através da satisfação dos trabalhadores.

Walton (1975, p.24) afirma que QVT é o atendimento realizado através das

necessidades básicas das pessoas, calçado no foco de humanização e na

responsabilidade social exercida pela organização.

Quando a empresa adota posturas mais responsáveis em relação a suas

ações e encara essas atividades como uma nova maneira de gestão empresarial,

automaticamente a preocupação com o bem estar de todos os funcionários e

colaboradores cresce de acordo com a determinação e aplicação das ações

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desenvolvidas para aumentar a atuação de responsabilidade social da empresa no

mercado.

Segundo o Senac (Serviços Nacional de Aprendizagem Comercial), em sua

página da Internet, o conceito de responsabilidade social é dado como:

Uma nova maneira de conduzir os negócios da empresa, tornando-a parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social, englobando preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente). A Responsabilidade Social nunca se esgota pois sempre há algo a se fazer, sendo um processo educativo que evolui com o tempo. As empresas podem desenvolver projetos em diversas áreas, com diversos públicos e de diversas maneiras.

Para haver um planejamento em relação às estratégias destinadas a

melhores condições de trabalho, é necessário o uso de indicadores que auxiliam a

empresa a tomar as medidas cabíveis e mais correta possíveis.

Rodrigues (1994, p. 90), cita os pontos fortes da idéia de Huse e Cummings

(1985), sobre a qualidade de vida no trabalho, onde há uma adequada e satisfatória

recompensa, higiene, segurança e saúde no trabalho, desenvolvimento das

capacidades do trabalhador, crescimento e segurança profissional, integração social,

direitos do trabalhador, vida no trabalho e fora dele, e relevância social.

Para os mesmos autores, a qualidade de vida no trabalho pode ser definida

como uma forma de pensamento envolvendo pessoas, trabalho e organização onde

se destacam dois aspectos a preocupação com o bem-estar do trabalhador com a

eficácia organizacional, e a participação dos trabalhadores nas decisões e

problemas do trabalho.

Embora não exista uma única definição sobre o tema qualidade de vida no

trabalho, seguem abaixo outras definições:

Conforme Walton (apud LIMONGI-FRANÇA et al., 2002, p. 297), define

qualidade de vida no trabalho “uma humanização do trabalho e responsabilidade

social da empresas, envolvendo o atendimento das necessidades e aspirações do

indivíduo”.

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Já conforme Fernandes (apud LIMONGI-FRANÇA et al., 2002, p. 299),

conceitua que a QVT “está associada à melhoria das condições físicas, atendimento

das reivindicações dos trabalhadores e ampliação de benefícios”.

Para Bom Sucesso (1998, p. 29) a QVT:

Está relacionada com diversos fatores, partindo da escolha da profissão, envolvendo a cultura organizacional onde o individuo está inserido e também a infra-estrutura familiar. Destaca ainda a sua tentativa de definição a questão das relações interpessoais, os conflitos, o relacionamento em equipe e a auto-estima.

E também Limongi-França et al. (2002, p. 296), define QVT como, “O

conjunto de ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações

gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho”. Entre tantas

definições relacionadas à Qualidade de vida no Trabalho, porém será o conceito de

Limongi-França que será utilizado como base e agregado neste trabalho

monográfico.

A qualidade de vida no trabalho existe em uma organização quando os

membros pertencentes a ela são capazes de satisfazer e realizar suas necessidades

pessoais e profissionais considerados por eles importantes através de sua vivência

na mesma. Engloba-se e relaciona-se, portanto, a preocupação com o efeito do

trabalho nas pessoas, com a eficácia da organização e com a idéia da participação

do trabalhador na solução de problemas e tomada de decisão.

1.3 Qualidade de vida dentro e fora do trabalho

A qualidade de vida engloba duas diferentes realidades do ser humano, a

realidade do trabalho, a sua vida profissional e a realidade de uma vida social e

familiar.

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De modo geral a qualidade de vida no trabalho diz respeito a diversas

variáveis, tais como, à renda capaz de satisfazer as expectativas pessoais e sociais

das pessoas, orgulho que a pessoa tem pelo trabalho realizado uma vida emocional

satisfatória, auto-estima, imagem da empresa, instituição junto a opinião publica,

equilíbrio entre trabalho e lazer, horários e condições de trabalho sensatos,

oportunidade e perspectiva de carreira, possibilidade de uso de potencial, respeito

aos direitos e justiça nas recompensas.

Segundo Rodrigues (1994), a QVT ocorre dentro do local de trabalho, e é

entendida aqui como os resultados do trabalho obtidos por alguém. Exemplos destes

resultados são: satisfação com o trabalho sendo realizado, recompensas

provenientes do trabalho, possibilidade de evolução na carreira, dinheiro recebido

com o trabalho realizado.

Um indicativo de qualidade de vida tanto no trabalho quanto fora dele, é a

condição geral de saúde sendo ela física, mental e social do trabalhador. Acredita-se

que para um individuo possuir uma boa qualidade de vida ela precisa ter satisfeitos

estes fatores.

Entretanto, a qualidade de vida fora do ambiente do trabalho pode ser

apresentada para um indivíduo através de: uma posição social, adquirir família,

tempo disponível para lazer e para outras atividades que não estejam relacionadas

ao trabalho profissional, tais como atividades físicas e recreativas.

Analisar apenas a qualidade de vida no trabalho é visualizar apenas ou

somente a metade da realidade. É extremamente importante e não existe dúvida

que é necessário e importante analisarmos a qualidade de vida no trabalho, mas

também importante quanto é analisar a qualidade de vida fora dele.

Pois quando analisados estes dois fatores da realidade conjuntamente, têm-

se como avaliar as influências de um no outro, as interligações, conflitos e as

necessidades de melhoria.

2 – Relação entre Qualidade de vida X Saúde do Trabalhador

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2.1 Saúde e Trabalho

A relação entre saúde e qualidade de vida parece óbvia. O próprio

discernimento comum nos diz que saúde é a primeira e essencial condição para que

alguém possa considerar sua vida como de boa qualidade. Mas o que parece obvio

e claro, nem sempre é. Na realidade tanto a concepção de saúde como a de

Qualidade de vida comportam discussões e interpretações diversas.

O conceito de saúde que foi adotado pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) é que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas também o completo

bem estar biológico, psicológico e social. Essa conceituação vem ao encontro da

visão biopsicossocial, considerando todas as dimensões da vida humana, incluindo

um padrão adequado de alimentação e nutrição, e de habitação e saneamento, boas

condições de trabalho, oportunidades de educação ao longo de toda a vida,

ambiente físico limpo, apoio social para famílias e indivíduos, estilo de vida

responsável e um espectro adequado de cuidados de saúde.

Já qualidade de vida é um conceito amplo, no qual engloba aspectos

subjetivos (sentimentos, percepções, bem estar e satisfação) e objetivos (recursos

materiais disponíveis, salário e carreira). Para Bom Sucesso (1998), tratando do

contexto de saúde nas organizações, é possível apresentar alguns indicadores

como: satisfação, auto-realização, motivação, desempenho, entre outros.

As razões pelas quais justifica-se e determina-se a implantação de ações ou

até programas relativos a qualidade de vida e a promoção da saúde no local de

trabalho atendem simultaneamente, aos interesses tanto ao empregado quanto ao

empregador.

Para o trabalhador, as razões são evidentes, como uma vida melhor,

provavelmente mais longa, com melhor saúde física e conseqüentemente mais feliz.

Este estado de maior felicidade decorre não apenas do fato de um individuo sentir-

se mais bem-disposto e com maior vigor físico, mas, sobretudo e principalmente, da

sensação de bem-estar interior proveniente da melhoria das relações entre as

pessoas que mantém no trabalho, além do fato de passar a considerar o trabalho

não como tortura e indesejável, mais sim como algo prazeroso e desejável.

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A importância do trabalho para o bem-estar e a saúde das pessoas fica clara

ao se lembrar que é trabalhando que se passa a maior parte de nossa vida, é no

trabalho, ou por meio dele que se realiza grande parte das necessidades e desejos.

O papel essencial do trabalho é na vida o reflexo do restante dela sobre a qualidade

do trabalho.

2.2 Satisfação no Trabalho

Certamente o que todos gostariam de fazer, é criar um ambiente cujas

pessoas gostem de trabalhar e nas quais as pessoas trabalhem bem, um ambiente

de trabalho que contribua na vida dos trabalhadores. Este meio deveria satisfazer e

contribuir tanto as solicitações dos trabalhadores quanto também do empregador.

Sendo assim o ser humano, na busca pela satisfação de suas necessidades

e como um ser histórico e social, concretiza e produz seus próprios bens por meio

do seu trabalho. Com as constantes mudanças e transformações no mundo do

trabalho as empresas têm repensado sobre a posição do individuo no contexto

organizacional. Portanto, o homem não pode ser mais relacionado como uma

máquina e sim como um ser humano que possui necessidades.

Pode-se então, citar alguns fatores que geralmente agem como

condicionantes da satisfação do homem no espaço de trabalho, segundo LIDA

(1998), podem ser reunir nas seguintes categorias:

1. Ambiente físico: dentre os fatores que intervem no ambiente

físico pode-se destacar a localização geográfica, a localização dos maquinários

e equipamentos e as condições de saneamento básico e higiene do trabalho.

2. Ambiente psicossocial: onde compreendem aspectos como

percepções de segurança e estima oportunidade de crescimento profissional,

também compreende aspectos institucionais, relações interpessoais e

benefícios que o trabalhador recebe da empresa.

3. Remuneração: ainda que não se estabeleça no único fator de

satisfação, o aspecto salarial intervem em fatores do ambiente psicossocial e

físico que nem mesmo os próprios trabalhadores conseguem especificar,

porém que se transformam em reivindicações objetivas.

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4. Jornada de Trabalho: onde o excesso de horas trabalhadas

transforma-se numa fonte de insatisfação, podendo até gerar doença

ocupacional e absenteísmo.

5. Organização: está relacionada intensamente com a organização

do trabalho, pois é a partir daí que o trabalhador senti-se integrado e envolvido

nas atividades e tomadas de decisões, gerando assim satisfação.

Estes fatores, entretanto, são conjunturais e podem ser identificadas através

da análise do contexto onde o trabalho se desenvolve, no qual isso individualiza as

causas e as conseqüências da satisfação ou insatisfação no trabalho.

2.3 Doenças psíquicas do trabalho

Os distúrbios emocionais são importantes uma vez que são responsáveis

pelo início, recorrência e agravamento de sintomas, fato este que as diferencia de

doenças de ordem orgânica; no entanto, podem vir a se transformar em doenças

crônicas1.

A tendência é a associação com outros distúrbios psicossomáticos, podendo

isto ocorrer em uma família, em um paciente em diferentes períodos de sua vida, ou

em certos ambientes de trabalho ou de lazer. Apresentam ainda grandes diferenças

nos dois sexos, por exemplo, a asma é duas vezes mais freqüente nos meninos do

que nas meninas até a puberdade, mas na vida adulta é menos comum nos homens

do que nas mulheres. Outro exemplo é a úlcera de duodeno, mais comum em

homens do que em mulheres, enquanto a doença de Basedow não (CABRAL et al,

2004).

As doenças psicossomáticas são aquelas que apresentam um componente

de ordem psíquica, ou seja, são a manifestação de doenças orgânicas, provocadas

1 Para Dejours (1992, p.62), “no centro da relação saúde-trabalho, a vivência do trabalhador ocupa um lugar particular que lhe é conferido pela posição privilegiada do aparelho psíquico na economia psicossomática. O aparelho psíquico seria, de alguma maneira encarregado de representar e de fazer triunfar as aspirações do sujeito, num arranajo de realidade suscetível de produzir, simultaneamente, satisfações concretas e simbólicas”.

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por problemas de ordem emocional, nervosismo, depressão, medo etc (MEISTER,

2004).

As doenças psicossomáticas surgem em razão de procedimentos de ordem

psicológica e mental de indivíduos desajustados em suas funções somáticas e

viscerais ou vice-versa. Nestes indivíduos, evidenciam-se possibilidades de

distúrbios tanto de função quanto de lesões em órgãos do corpo, ocasionados por

descontrole nos processos mentais e efeito degenerativo dos órgãos em

desequilíbrio (CABRAL et al, 2004).

O paciente que sofre com doenças psicossomáticas freqüentemente é mal

compreendido pelas demais pessoas de seu círculo social, que creditam suas

queixas e reclamações à hipocondria ou mania de doença. No entanto, há

evidências concretas de que corpo e alma estão intimamente ligados, de modo que

o que afeta um também provoca efeitos em outro. Exemplo disso é quando o corpo

coloca para fora as emoções, que somatizadas, desencadeiam um resfriado,

diarréia, herpes, enxaqueca, contraturas, calor, tremor, dores de barriga, travamento

dos dentes etc, através de demonstrações físicas das mais variadas

(MOROMIZATO, 2008).

A constatação da incidência de doenças psicossomáticas no organismo

surgiu a partir da observação da evolução do quadro clínico de pacientes que, ao

tratarem seus problemas nas salas de cirurgia, como úlceras por exemplo, voltavam

a apresentar os mesmos problemas passado algum tempo, reforçando a suspeita

dos médicos de que a origem de muitas doenças é emocional-mental.

Moromizato (2008) afirma que desde a vida intra-uterina, todo e qualquer

evento vivenciado é processado pela mente. Cada fato é interpretado pelo

consciente como positivo, ou negativo, e gravado em nosso inconsciente. O acúmulo

de informações negativas, e a sobrecarga das mesmas acarreta, ao longo do tempo,

sentimentos de ansiedade, nervosismo e agressividade.

Este acúmulo de informações negativas pode provocar quatro situações

distintas, sendo elas: depressão, agressividade e doenças.

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2.4 Ambiente de trabalho e ocorrência de LER / DORT

A definição presente na Norma Técnica (ordem de serviço 606 de 05/08/98)

do INSS (1998), conceitua como uma “síndrome clínica caracterizada por dor

crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas e que se manifesta

principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em

decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos”.

Associa-se a estes fatores um complicador: o tempo insuficiente para a recuperação

dos tecidos músculo-esqueléticos.

Sobre o freqüente acometimento da função, afirma que tais desordens “são

entidades patológicas em que as funções e a configuração do sistema músculo-

esquelético estão fora do normal”. Existem registros atuais sobre afecções de origem

ocupacional em membros inferiores, em especial com manifestação nos joelhos

(MIRANDA; DIAS, 1999).

Para Caillet (2000, p. 467-468), os distúrbios músculo-esqueléticos

relacionados ao trabalho são definidos como “compensação dos trabalhadores”

frente às condições produtivas a que estão sujeitos.

Assunção (1995, p. 175), em sua abordagem sobre L.E.R./D.O.R.T., define

como sendo o:

nome dos distúrbios de origem ocupacional que atingem dedos, punhos, antebraços, cotovelos, braços, ombros, pescoço e regiões escapulares, resultantes do desgaste muscular, tendinoso, articular e neurológico provocado pela inadequação do trabalho ao ser humano que trabalha.

Galafassi (1998, p. 37) define L.E.R./D.O.R.T. como sendo “[...] patologias

que se instalam insidiosamente em determinados segmentos do corpo, e que são

conseqüência do trabalho [...]”.

O reconhecimento da complexidade deste fenômeno exige a noção de que

não se trata de um mal de etiologia única. A multifatoriedade que envolve

L.E.R./D.O.R.T., supera a idéia que a repetitividade de movimentos possa ser a

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causa exclusiva (ASSUNÇÃO, 2000; OLIVEIRA et al 1998; SETTIMI, 2001;

BORGES, 2000; GALAFASSI, 1998).

A repetição de movimentos, numa abordagem um pouco mais sistêmica,

passa a ser apenas mais um dos inúmeros fatores contributivos para a gênese desta

problemática. Existe uma tendência atual de excluir a repetitividade como sendo

fator de risco, calçada na leitura que se faz de que a seqüência extremamente

repetitiva de uma linha de produção, por exemplo, seja conseqüência da forma como

o trabalho é organizado e projetado, ficando o fator de risco, portanto, sendo

atribuído a estes outros fatores mais complexos.

Por outro lado, alguns autores consideram a repetição de movimento como

um; e não exclusivo fator que contribui para o aparecimento de L.E.R./D.O.R.T. nos

ambientes de trabalho. A exemplo, pode-se citar Assunção (2000), ao considerar

que a noção de repetitividade é extremamente útil para se tentar abordar as

situações de trabalho na maioria dos ambientes industriais e de escritório.

Afirma, ainda, que ela deriva dos achados dos estudos da biomecânica,

baseados nos conhecimentos da fisiologia muscular, acerca das lesões teciduais

quando o ritmo em que a tarefa é realizada não garante a pausa necessária para

que a fibra muscular retorne ao seu estado inicial de repouso. Nessa situação,

podem ocorrer reações no organismo, gerando uma resposta inflamatória e/ou

degenerativa das células dos tecidos moles (músculos, nervos, tendões,

ligamentos).

- Conseqüências físicas

Quanto à exigência física decorrente do trabalho, Grandjean (1988) destaca

a importância do esforço muscular. Em especial o trabalho estático, que além de

favorecer a instalação da fadiga muscular, uma existência prolongada e excessiva,

conduz também ao surgimento de lesões.

Assunção (2000) afirma que no adoecer do portador de L.E.R./D.O.R.T.

deve-se considerar que o corpo é o primeiro e o mais natural instrumento do homem.

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Os gestos são mais do que encadeamentos musculares eficazes e operatórios, eles

são atos de expressão da postura psíquica e social de um sujeito para o outro. O ser

humano no trabalho movimenta-se através das ferramentas, mas, principalmente,

através do seu corpo.

Além disso, a manifestação de L.E.R./D.O.R.T., não raramente, pode alterar

a capacidade sensorial do indivíduo, através da alteração do tato, da percepção de

vibrações, da sensibilidade fina, da captação de variações de temperatura e da

redução da potencialidade dos receptores, que têm a função de informar o sistema

nervoso central da presença de estímulos nocivos.

No aspecto motor, além dos movimentos perturbados pelos sintomas

dolorosos e pelo processo inflamatório, que pode estar presente, existe a redução

da resistência muscular ao trabalho e conseqüentemente da resistência à fadiga. Tal

fato reduz os potenciais quantitativos e qualitativos de trabalho. Podem ocorrer

ainda, as perdas motoras de alta precisão também conhecidas como motricidade

fina, que influenciadas pelas reduções sensoriais e associadas às restrições de

resposta do aparelho músculo-esquelético, ficam extremamente falhas e

comprometidas.

- Conseqüências emocionais

O sofrimento psíquico, leva para uma outra face das limitações funcionais,

caracterizando as limitações cognitivas, que interferem não apenas no trabalhar mas

também na vida daquele que trabalha.

Em uma perspectiva psicológica e psicanalítica, Bawa (1997) cita a visão da

doença como um impedimento decorrente dos processos neurais. A psicanálise

moderna encara esta doença como uma ansiedade que se transforma em uma

doença física.

Outro fator importante é o constrangimento encarado por quem sofre deste

mal, que também pode ser considerado uma limitação de função, ao interferir

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agudamente nas emoções ou na psique do indivíduo e na sua relação com o

trabalho.

O sofrimento além de ter origem na mecanização e robotização das tarefas,

nas pressões e imposições da organização do trabalho, na adaptação à cultura ou

ideologia organizacional, representada nas pressões do mercado, nas relações com

os clientes e com o público, é também causado pela criação das incompetências,

significando que o trabalhador sente-se incapacitado de fazer frente às situações

convencionais, não habituais ou erradas, quando acontece a retenção da informação

que destrói a cooperação.

Segundo Bawa (1997), alguns pesquisadores em prol da simplificação,

classificam a síndrome do túnel do carpo e a tenossinovite como casos de

L.E.R./D.O.R.T. localizados, enquanto que os estados dolorosos sem qualquer

origem física identificável são considerados lesões difusas. Tais diferenciações são

puramente semânticas, mas podem, entretanto, apresentar implicações importantes

nas abordagens de L.E.R./D.O.R.T. e no entendimento das conseqüências que

estes distúrbios trazem funcionalmente para o indivíduo.

3 - QUALIDADE DE VIDA NAS ORGANIZAÇÕES DOS DIAS ATUAIS

3.1 Como as organizações podem promover a qualidade de vida no trabalho

No decorrer da história a qualidade de vida deixou de ser associada apenas

à prática de exercícios físicos ou considerada um sonho pessoal. Na atualidade o

assunto migrou para as empresas e vem conquistando força através de uma

crescente pressão da sociedade por melhores condições de vida, incluindo no local

de trabalho.

Através de investimentos na qualidade de vida dos colaboradores, as

organizações acreditam ser um fator que contribui em vários aspectos, tais como, na

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retenção de talentos, na maior produtividade, na qualidade do serviço executado e

gerando consequentemente maior lucratividade para as organizações.

Os investimentos em ações e condições de trabalho para o profissional tem

de ser encarado como um fator muito importante, como algo que certamente se

reverterá em ganho.

A decisão em elaborar ações ou até programas de qualidade de vida no

trabalho requer ações empresariais orientadas também pela percepção da realidade

do ponto de vista do trabalhador, o que pode gerar conflitos e divergir daquela do

empresário.

Sendo assim, as ações antes de serem colocadas em prática precisam exigir

diálogo, motivação para mudança, disposição para aceitar as diferenças, e,

sobretudo, compromisso ético com os trabalhadores.

O momento atual é de voltar-se para antes do produto e preocupar-se com a

qualidade de vida no trabalho das pessoas que operam os processos e que fazem

os produtos.

As reflexões até aqui registradas, mostram que o trabalho em si, as

considerações em que se realiza e as variáveis pessoais determinam o grau de

satisfação e bem estar do trabalhador, na qual essas variáveis constituem os

aspectos centrais da abordagem da qualidade de vida no trabalho.

Os movimentos voltados para a melhoria da QVT analisam aspectos como:

- O impacto do trabalho na vida do indivíduo e na atividade da

empresa;

- Necessidade de reestruturação da natureza básica do trabalho,

correspondente ao dinamismo da realidade social;

- Mudança nas condições de trabalho que possam resultar em

melhoria da qualidade de vida;

- Os efeitos da participação da decisão como fator de

desenvolvimento e comprometimento do trabalhador;

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- Os efeitos da remuneração na qualidade de vida e a percepção do

indivíduo sobre a importância do seu salário em relação ao de

outros trabalhadores;

- A segurança e demais condições de trabalho, os riscos envolvidos;

- As perspectivas de crescimento e de carreira;

- A maneira como a pessoa é tratada, se é respeitada a

individualidade e a privacidade dos empregados;

- E o gerente é merecedor desse título, por saber se inter-relacionar

e escutar;

- Se há estímulo ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal;

- Se há satisfação no trabalho que é realizado;

- Se a organização passa segurança ao empregado fazendo com

que se sinta responsável pela tarefa;

- E se a organização se disponibiliza para seus funcionários

oportunidades de auto-desenvolvimento dentro das organizações.

As diversas variáveis da qualidade de vida no trabalho mostram, portanto, a

complexidade de sua promoção.

Como já foi descrito, fatores como a cultura praticada pela organização, o

ambiente de trabalho, a forma como são dirigidos os conflitos internos relacionados

com os funcionários, a bagagem que o empregado trás consigo, os sentimentos, as

emoções, e o jeito de ver a vida e de vivê-la, cada um da sua forma, interagem entre

si os fatores pelas quais configuram a realidade da qualidade de vida no trabalho.

A vida no trabalho, faz-se em cenário de atitudes, emoções e sentimentos de enorme diversidade, reproduzindo a forma particular de cada indivíduo lidar com a realidade. As emoções experimentadas nas relações diárias criam uma atmosfera características em cada organização, ou mesmo em cada departamento, uma vez que o ambiente de trabalho nem sempre é o mesmo em todas as unidades (BOM SUCESSO, 1998, p. 37).

Para que essa qualidade de vida no trabalho seja promovida, as

organizações se vêem impulsionadas a realizar a sua parte, através de ações, tais

como:

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a) Divulgar a missão, o que acredita como verdade, seus objetivos e

metas, disseminado a todos os seus funcionários e a quem mais for necessário as

informações importantes referente à visão global da empresa, fazendo com que haja

uma maior interação da comunicação.

b) Treinar e desenvolver os funcionários, fazendo com que se tenha

uma maior facilidade à mudança de comportamento e conseguindo, portanto, reduzir

a tensão que cerca os processos de mudança.

Qualidade de vida não decorre apenas de invejável plano de benefícios. Resulta do tratamento humano, da gentileza, da leveza nas relações, da possibilidade de expressão de pontos de vista divergentes, do relacionamento sincero, do respeito aos ausentes e do orgulho pelo que se faz (BOM SUCESSO, 1998, p. 36).

Investir na melhoria dos processos, também é uma maneira, ou melhor, uma ação que reduz a monotonia, o esforço repetitivo e também o trabalho penoso. Ficar atento aos processos nos quais são realizados faz com que também se tenha uma melhora no desempenho, ocorrendo assim uma crescente na produtividade do serviço realizado.

c) Reestruturar e enriquecer as funções de modo a ampliar a

responsabilidade e a autonomia das atividades, tornando assim, o trabalho mais

interessante e gratificante.

d) Promover aos níveis gerenciais, profissionais comprometidos com

a ética, o respeito nas relações de trabalho, habilidosos, competentes e que saibam

se inter-relacionar com seus liderados, para que assim se construa uma maior

abertura e liberdade para dialogar.

Os gerentes das organizações atuais se diferenciam dos seus pares das décadas de 50 e 60, basicamente devido ao grande número de novos e mais complexos papéis que precisam desempenhar, diante do moderno contexto organizacional. Fato este que condicionou e exigiu do potencial gerente uma maior preparação para o desempenho eficaz do cargo (RODRIGUES, 1994, p. 54).

e) Investir na atualização e modernização tecnológica com a

finalidade de que contribuam no desenvolvimento e satisfação dos indivíduos,

proporcionando melhoria contínua das condições de trabalho. Entre tantas

modernizações que vêm ocorrendo, ações que promovem a qualidade de vida no

trabalho também estão relacionadas a isso.

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f) Promover relações saudáveis, baseadas no respeito e na

consideração pelas pessoas, também contribui para a realização da QVT, pois ela

está muito ligada nas relações interpessoais que existem nas empresas.

g) Implantar sistemas de avaliação de desempenho que permitam ao

funcionário saber de forma honesta e respeitosa como o seu desempenho é

observado e avaliado pela organização.

h) Desenvolver a conscientização de atitudes para a melhora de

hábitos viabilizados da qualidade de vida no trabalho, estimulando a reflexão sobre a

importância e a responsabilidade, levando também em consideração os aspectos

motivacionais relevantes a partir da visão de cada indivíduo.

i) Promover palestras, leituras, filmes e debates, os quais são

instrumentos mais utilizados atualmente pelas empresas na promoção da QVT.

É importante ressaltar que toda e qualquer ação deve ser de caráter

permanente, que realmente seja uma prática da empresa inclusa na sua cultura

organizacional e que tenha como intuito a obtenção de resultados positivos através

da promoção da qualidade de vida no trabalho, e que também envolva a empresa

como um todo, tanto com resultados individuais como com resultados grupais.

Sabe-se que para que essas ações realmente proporcionem a qualidade de

vida no trabalho para os funcionários, necessita-se de um envolvimento por

completo, onde ambas a partes funcionários e organizações estejam engajadas

neste desafio.

3.2 O FATOR MOTIVAÇÃO PARA OS FUNCIONÁRIOS

A motivação constitui numa das maiores preocupações dos empresários e

dos gestores desde que Elton Mayo se deu conta da existência da Organização

Informal dentro das empresas. Tal significava que a produtividade não decorria

apenas da qualidade técnica e da eficiência dos processos, mas também da atitude

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das pessoas em relação às tarefas que lhes eram solicitadas. Era preciso motivar as

pessoas para que estas produzissem mais e levasse a empresa ao crescimento.

Segundo Skinner, os seres humanos podem ter as suas características

comportamentais aprendidas a partir de adequados estímulos, positivos ou

negativos, de tal modo que os condiciona à adoção de um comportamento desejado.

Daí pensar-se que o melhor estímulo que se podia oferecer aos recursos humanos

na empresa era um bom sistema salarial, mas ao longo dos anos foram descobertos

outros fatores motivacionais além do salário.

Segundo Gooch e McDowell citado por Lopes (1980, p. 32), “a motivação é

uma força que se encontra no interior de cada pessoa e nenhuma pessoa pode

jamais motivar outra”. Konrad Lorenz, prêmio Nobel em medicina explica que, na

conduta motivacional, o indivíduo parte de um estado de carência que tenta suprir, o

que o leva à busca do fator de satisfação que o irá atender melhor. Deste modo,

satisfeita essa necessidade, outra vem à tona. Ou seja, toda a motivação é, sempre

e só, interior ao indivíduo, que pode ou não encontrar no meio exterior as condições

para a sua satisfação. E, quando esta ocorre, aquela motivação cessa, sendo

substituída por outra ainda não satisfeita.

O que com certeza podemos afirmar sobre a motivação é que as empresas

não podem motivar os seus colaboradores, apenas podem descobrir-lhes as

motivações e proporcionar-lhes condições para a sua satisfação desta motivação,

daí é que são criadas as ferramentas motivacionais.

A motivação no trabalho não implica apenas nas influências da organização.

O homem é o maior responsável por sua produtividade no trabalho. Devemos evitar

o modismo de colocar na estrutura somente os fatores de desempenho. Quando o

indivíduo está fortemente motivado consegue superar qualquer obstáculo. Pois é

certo que ninguém motiva ninguém, segundo Norma Lúcia Sander Brandão (1997)

em seu artigo Ninguém motiva ninguém:

As organizações não pensam mais em colaboradores que cumpram apenas suas obrigações. Querem muito mais, querem pessoas que criem, que ousem, que inovem que desafiem os desafios, que sejam pura energia.

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Motivação também é definida pela capacidade de engajamento e de

mobilização dos recursos, vontade, é falar do comportamento humano, face uma

situação. Existem várias determinantes da conduta humana e é interessante dizer

que estes princípios são importantíssimos no intuito de melhor compreender o

homem e poder auxiliá-lo na busca pela satisfação no trabalho.

Definir se um trabalhador está motivado é tarefa bastante complexa, pois as

necessidades e anseios variam de pessoa para pessoa. Esta análise passa por

processos bastante subjetivos. Infelizmente, o que se percebe na maioria dos

estudos é um enfoque dado à produtividade e aumento dos lucros, e não ao homem.

Segundo Claude Levy-Leboyer Haak (1995, p. 32) em seu livro Crise das

motivações:

A motivação não é nem uma qualidade individual nem uma característica do trabalho. Não existem indivíduos que estejam sempre motivados nem tarefas igualmente motivadoras para todos. Trata-se de um processo que é ao mesmo tempo função dos indivíduos e da atividade especifica que ele desenvolve.

Na verdade o homem vive em constante busca de suas realizações, de sua

motivação, de incentivos e de uma boa qualidade de vida, porém para que isto

ocorra é necessário que os líderes se conscientizem da importância do fator

humano, e não queiram somente pensar na produtividade e no desejo insaciável do

lucro ou prestígio individual, em detrimento da qualidade de vida.

Para elaborar estratégias de motivação para os funcionários, primeiramente

a empresa deve focar suas ações em descobrir quais são as necessidades básicas

de um empregado referente ao seu bem estar na organização, em segundo lugar,

essas estratégias devem estar integradas com as habilidades do funcionário para

atingir a produtividade humana.

Quanto à satisfação, uma das maneiras de atingir a satisfação de um

funcionário é oferecer algo valoroso, já que “uma promoção para um cargo superior

é contornado por um bom aumento de salário ou por uma nova sala de trabalho”

(CHIAVENATO, 1999, p. 592).

Pode-se dizer que a motivação de um empregado não é uma causa, e sim

uma conseqüência de várias estratégias para tornar aquele funcionário mais feliz, a

empresa deve elaborar planos de metas para que um empregado esteja ciente do

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que é esperado dele, para assim receber os valores determinados para satisfazê-lo

e assim poder trabalhar melhor. Os seus superiores precisam disponibilizar todos os

elementos possíveis para que o trabalhador possa alcançar as metas que lhe foram

impostas. Na verdade essa questão de dar e receber são uma troca onde todos

saem ganhando, empresa, funcionários e clientes.

Conseguir o máximo e o melhor dos outros quer dizer que você deve estabelecer padrões elevados, mas razoáveis, deve reconhecer suas próprias responsabilidades, bem como a dos empregados, e deve deixar que o empregado pague o preço pelo mal resultado, ou receba a recompensa pelo sucesso (WEISS, 1991, p. 36).

As pessoas trabalham por recompensas, um plano de motivação de

funcionários pode incluir plano de saúde para ele e toda a sua família, porcentagem

nas vendas acima da média, viagens e passeios ao cumprir metas e objetivos, ser

nomeado a um cargo de superior, oferecer treinamentos e cursos para aumentar a

sua qualificação, e diversos outros fatores.

Geralmente o administrador, deve possuir capacidade de liderança para

motivar, gerenciar, planejar e comunicar-se com os funcionários, já que a motivação

não surge apenas da observação e do trabalho com pessoas, ela está inserida nos

comportamentos dos funcionários e do nível de desempenho de cada um. Se o

empregado está com suas qualificações em constante crescimento, o seu nível de

desempenho estará conforme a empresa deseja.

3.3 Prevenção das doenças ocupacionais e ergonomia

Segundo destacam Peres et al (2006), o trabalhador que sofre, por exemplo,

com dor de dente, passa a apresentar alterações de ordem psicológica, perda da

concentração, estando mais propenso à acidentes e erros técnicos que podem

comprometer suas atividades e a atividade de outros setores envolvidos. Este

funcionário também se mostrará mais propenso à discussões e à intolerância

mesmo diante de quadros rotineiros na empresa.

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Para Costa (2008), o trabalhador, de uma maneira geral, é constantemente

exposto a fatores gerais – comuns à população em geral – e a fatores de risco

específicos relacionados ao seu trabalho.

De acordo com Costa (2008), os fatores de risco para a saúde e a

segurança do trabalhador – relacionados com o trabalho - são classificados em cinco

grupos principais, sendo eles:

- Agentes mecânicos: estão relacionados com a proteção das

máquinas, arranjos físicos, ordem, limpeza, sinalização, rotulagem

de produtos e outros que podem ocasionar acidentes de trabalho;

- Agentes químicos: causados por problemas relacionados à

manipulação de agentes e substancias químicas em suas formas

liquida, gasosa ou particuladas de substancias utilizadas no

processo de trabalho;

- Agentes biológicos: relacionados à infecção por vírus, bactérias e

parasitas, especialmente nos casos de trabalho em hospitais,

laboratórios, agricultura e pecuária.

- Agentes físicos: causados por ruídos, vibrações, variações

abruptas na temperatura, exposição a radiações ionizantes e não

ionizantes, pressão atmosférica demasiadamente baixa ou

demasiadamente elevada, entre outros;

- Ergonômicos e psicossociais: causados pela utilização de

maquinas e equipamentos em posições e posturas inadequadas,

más condições de iluminação, ventilação e de conforto, trabalhos

noturnos, ritmo excessivo de trabalho, exigências de

produtividade, relações autoritárias de trabalho, falhas de

treinamento e de supervisão, entre outros.

De acordo com Peres et al (2006), em certas áreas de atuação o profissional

fica diariamente exposto a agentes de risco ambiental, sendo estes agentes

químicos, físicos e biológicos, sendo que cada indivíduo possui diferentes graus de

suscetibilidade individual à estes agentes.

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A necessidade de políticas preventivas efetivas, a partir dos diversos

segmentos envolvidos com o trabalhador, com o trabalhar e suas múltiplas relações,

é reconhecidamente uma prioridade, sendo portanto, a medida mais importante

envolvendo esse fenômeno. Setores antes voltados para causas unidirecionais,

como os sindicatos, o poder judiciário, os órgãos públicos e o empresariado, estão

revendo a possibilidade de contribuir de forma mais efetiva na prevenção de

L.E.R./D.O.R.T.

Assim como, a integração dos diferentes envolvidos, cada qual com suas

competências específicas, em sintonia de ações, vem sendo considerado um ideal

com relação a esta problemática (SZNELWAR, 2001; SETTIMI, 2001).

É importante considerar a natureza das atividades, do treinamento do

trabalhador, da disponibilidade de relações de assistência e supervisão, que podem

afetar a exposição, a satisfação, a atitude e o comportamento.

No aspecto organizacional, as políticas e os procedimentos da empresa

podem afetar a exposição, por meio da definição de projetos de cargos, através da

especificação da duração do tempo gasto no trabalho e estabelecendo o clima

psicológico em relação à socialização, à carreira e à segurança no emprego.

Esses fatores podem influenciar a disposição psicológica que afeta a

motivação, a atitude, o comportamento e a saúde numa base holística. Seus efeitos

podem influenciar a suscetibilidade para o desenvolvimento de L.E.R./D.O.R.T.

Para Miranda (1998) e Assunção (2000), os princípios da prevenção de

LER/DORT são as reestruturações do processo produtivo que resultem em melhoria

da qualidade de vida no trabalho, proporcionando maior identidade com a tarefa,

maior autoridade sobre o processo,ciclos completos e a eliminação de posturas

extremamente rígidas normalmente existentes nas relações de trabalho.

Nos dias atuais da prática prevencionista como simples aplicação de leis e

normas os procedimentos tornam-se meros rituais, uma vez que são incorporados à

legislação e tornam-se obrigatórios na prática da engenharia de segurança e de

outras profissões relacionadas à saúde ocupacional.

No caso da N.R. 17, com a fixação de limites para a entrada de dados, como

sendo paradigmático: desde que o número de toques esteja abaixo do limite legal,

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os novos casos de lesões por esforços repetitivos são descaracterizados e

atribuídos a outras causas não relacionadas ao trabalho.

Desta forma, os autores destacam a defasagem entre a produção de novos

conhecimentos, teorias e metodologias de análise e assimilação pela prática, por

parte dos profissionais da segurança que deveriam atuar como prevencionistas, mas

de forma geral, limitam-se a aplicar as normas ou verificar em que determinada

situação fere a legislação vigente.

Sznelwar (2001) destaca que apesar da questão da justiça e da importância

da influência destes fatores, é lamentável que ainda uma parte significativa do

esforço social esteja voltada para o aspecto da comprovação do fato e do nexo

causal. Onde transformar o trabalhar, adaptando-o às características humanas,

parece estar relegado a segundo plano.

Neste cenário, parece que o próprio conceito fundamental de prevenção está

deturpado e sem direção. A valorização da punição e da busca pelo culpado, acaba

ganhando força e a prevenção acaba diluída em um contexto deprimente, porém

real, de que saúde e qualidade de vida no trabalho são facilmente alcançados

quando se cumpre a legislação em vigência.

A discussão aberta sobre o trabalho entre todos os segmentos envolvidos, é

o principal mecanismo de enfrentamento de L.E.R./D.O.R.T , ao envolver a atuação

multidirecional que a problemática exige.

A reflexão sobre as ações de prevenção devem iniciar pelos envolvidos em

desenhar e configurar o trabalho, pois determinam as exigências que o trabalhar

impõe à quem irá executar a atividade real de trabalho. Desde as preocupações

diretas com a complexidade do ambiente de trabalho, até as influências legais

envolvendo L.E.R./D.O.R.T, a prevenção passa por um comprometimento social

amplo (SZNELWAR, 2001).

Para o combate às doenças decorrentes do trabalho, a formulação e

implantação das políticas públicas deve considerar as transformações tecnológicas e

econômicas que vêm ocorrendo em nível mundial nas últimas décadas, promovendo

junto a sociedade, mecanismos ágeis de adequação dos diversos setores sociais às

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novas realidades e evitando, assim, uma possível precarização das condições de

vida e do meio ambiente.

As diretrizes do Ministério do Trabalho (M.Tb.), de atuação por meio da

composição tripartite, com a valorização da negociação coletiva, da participação das

demais áreas de governo e de segmentos da sociedade, têm por objetivo a

prevenção dos acidentes e doenças no trabalho e a conseqüente melhoria nas

condições de vida do trabalhador. Nesse sentido, o M.Tb. , vem desenvolvendo uma

política centrada na mobilização dos atores sociais, para a canalização de recursos

e criação de mecanismos alternativos na busca pela integração de ações voltadas à

prevenção de L.E.R./D.O.R.T.

Sznelwar (2001), em seu registro sobre o Fórum Nacional sobre o

Fenômeno L.E.R./D.O.R.T., destaca que um grande problema, evidenciado nos

debates e apresentações do evento, é a fragmentação das ações e a pobre

integração entre os envolvidos em atuar na complexidade do trabalhar em todos

seus aspectos. Ficando evidente a falta de articulação entre programas, o que

poderia contribuir para fortalecer as suas ações e aumentar a sua eficácia.

Observa-se que o princípio do trabalho humanamente significativo, é o que

proporciona ao sujeito que trabalha espaços de liberdade e de criação, e não

opressão e tortura.

Um programa envolvendo alterações de determinados aspectos da

organização, ambiente e posto de trabalho associado à adoção de exercícios

supervisionados, orientações posturais gerais e modificações da organização do

trabalho, podem aliviar as queixas dos trabalhadores. Salienta-se a importância de

uma equipe multiprofissional, na implantação e avaliação de um programa de

controle e prevenção.

Da Silva e Barboza (2005) afirmam que a ergonomia assume, cada vez

mais, um papel de extrema importância no cotidiano das empresas, ao ser um

verdadeiro elo que inter-relaciona a qualidade do produto e dos processos a um

aumento de produtividade e melhoria nas condições de trabalho. Para os autores, o

binômio conforto-produtividade andam juntos em ergonomia, não sendo de modo

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algum possível pensar somente no conforto, sem pensar na produtividade se não

pensar no conforto, porque este resultado de produtividade será transitório.

Conforme Almeida et al (2004) a eliminação das perdas por ergonomia é

fator preponderante para a melhoria das condições de trabalho dos operadores, e o

conseqüente aumentando da satisfação pessoal, aumentando a produtividade do

posto de trabalho e, finalmente, reduzindo os custos por afastamentos de

funcionários.

Na visão de Silva e Barboza (2005), quando não há o investimento em

ergonomia, observa-se situações de fadiga e estresse na realização das atividades

laborais. Esta situação causa, de uma forma geral, todo um quadro de:

- Diminuição da produtividade;

- Perda de tempo;

- Aumento da rotatividade de pessoal;

- Doenças e acidentes;

- Diminuição da capacidade e esforço;

Almeida et al (2004) realizaram um trabalho onde descrevem um estudo

em uma empresa metalúrgica, cujo objetivo foi o aumento da produtividade da mão-

de-obra em um posto de trabalho. A análise de investimento para a eliminação de

condições ergonômicas desfavoráveis auxiliou a rentabilizar o investimento em

manipuladores de carga, que contribuíram não somente para o aumento de

produtividade, mas para a melhoria das condições ergonômicas do posto. Os

autores relatam que o aumento de produtividade foi o resultado mais significativo,

evidenciando que é possível combinar alta produtividade em postos

ergonomicamente estruturados.

Ribeiro et al (2009) também descrevem um estudo realizado em uma

empresa metalúrgica, onde relatam que depois de ser aplicado o programa de

Ergonomia, a produtividade da empresa aumentou, tendo sido eliminados vários

movimentos que eram desnecessários causando fadiga nos funcionários e

atrasando o andamento da produção. Desse modo, após a implantação do programa

os colaboradores passaram a trabalhar em um ambiente mais ergonômico, com

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condições totais de segurança no trabalho e a consciência de que, diante de algum

desconforto em suas atividades, deveriam comunicar as mesmas de imediato, a fim

de que a empresa procurasse uma solução rápida e eficaz. Os autores ainda

concluíram que a ergonomia é fundamental para que o trabalho seja fonte de saúde

e produtividade para as pessoas e organizações, uma vez que a mesma possibilita

que o trabalho seja bem dimensionado, otimizando sua eficácia ao mesmo tempo

permitindo a saúde e prevenção de certas doenças ocupacionais.

CONCLUSÃO

Os seres humanos vivem em meio de discursos globalizantes, inovações

tecnológicas e mudanças a todo momento, dentre outros. As empresas hoje buscam

pessoas saudáveis, inteligentes, disponíveis a todo o momento, e dispostas a atingir

altos níveis de produtividade, para assim compor seu quadro de funcionários.

Ao entrar nesse mercado de trabalho as pessoas precisam se submeter às

essas exigências, entre outras. Entretanto as pessoas também acreditam em

adquirir nas organizações a possibilidade de crescimento e de realização das suas

necessidades.

No entanto para que isso seja feito exige-se muito dos funcionários,

deixando de lado seu bem-estar e qualidade de vida.

Mas atualmente as organizações se vêm impulsionadas a mudar essa

realidade. Pensar e promover a qualidade de vida, além de ser uma contribuição

para os funcionários, também se tornou um diferencial competitivo para as

organizações.

Observa-se que o princípio do trabalho humanamente significativo, é o que

proporciona ao sujeito que trabalha espaços de liberdade e de criação, e não

opressão e tortura. Para o combate às doenças decorrentes do trabalho, a

formulação e implantação das políticas públicas deve considerar as transformações

tecnológicas e econômicas que vêm ocorrendo em nível mundial nas últimas

décadas, promovendo junto a sociedade, mecanismos ágeis de adequação dos

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diversos setores sociais às novas realidades e evitando, assim, uma possível

precarização das condições de vida e do meio ambiente.

Hoje em dia, a qualidade de vida no trabalho vai além da integridade física

dos funcionários. Com isso pode-se concluir, que as empresas através de ações e

também de programas podem promover essa qualidade de vida no trabalho

buscando assim um incremento da organização no mercado e nos lucros a serem

obtidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOM SUCESSO, E.P. Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Ed. Dunya, 1998. BRANDÃO, N.L.S. Ninguém motiva ninguém. Informativo da AHMG, outubro 1997. CHIAVENATO, I. ADMINISTRAÇÃO nos novos tempos: Os novos horizontes em administração. São Paulo: Makron Books, 1999. _____________. Gestão de pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2005. DAVEL, E.; VERGARA, S. Gestão com pessoas e subjetividade e objetividade nas organizações. In: _____.Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo: Atlas, 2001. FERNANDES, E.C. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. 2.ed. Salvador: Casa da Qualidade Edit. Ltda., 1996. HAAK, M.K. Empregados Motivados: Empresas Triunfantes. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.1, n.1, 2º sem. 1995. LIMONGI-FRANÇA, A.C. et al. As pessoas nas organizações. 2. ed. São Paulo: Ed. Gente, 2002. LOPES, T.V.M. Motivação no Trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1980. MOTTA, F.C.P.; VASCONCELOS, I.F.G. Teoria geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2002.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO....................................................................................................1

AGRADECIMENTOS..................................................................................................2

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................3

RESUMO....................................................................................................................4

METODOLOGIA.........................................................................................................5

SUMÁRIO...................................................................................................................6

INTRODUÇÃO............................................................................................................7

CAPÍTULO I QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ..................9 1.1 Histórico e origem do tema ..............................................................................9 1.2 Conceituando a qualidade de vida no trabalho ..............................................12 1.3 Qualidade de vida dentro e fora do trabalho ..................................................16 CAPÍTULO II RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA X SAÚDE DO TRABALHADOR 2.1 Saúde e Trabalho .............................................................................................17 2.2 Satisfação no Trabalho .....................................................................................19

2.3 Doenças psíquicas do Trabalho ........................................................................20

2.4 Ambiente de trabalho e ocorrência de LER / DORT .........................................22

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CAPÍTULO III QUALIDADE DE VIDA NAS ORGANIZAÇÕES DOS DIAS ATUAIS ........................25 3.1 Como as organizações podem promover a qualidade de vida no trabalho ......25 3.2 O fator motivação para os funcionários .............................................................29 3.3 Prevenção das doenças ocupacionais e ergonomia .........................................32 CONCLUSÃO ............................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................39 ÍNDICE.......................................................................................................................40