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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MODAL RODOVIÁRIO SOB UMA ABORDAGEM LOGÍSTICA NO BRASIL Por: Marcelo Nogueira Fonseca Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MODAL RODOVIÁRIO SOB UMA ABORDAGEM LOGÍSTICA NO

BRASIL

Por: Marcelo Nogueira Fonseca

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MODAL RODOVIÁRIO SOB UMA ABORDAGEM LOGÍSTICA NO

BRASIL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial

Por: Marcelo Nogueira Fonseca

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe que me apoiou em todos

os momentos.

A Deus por estar presente em minha

vida e me dar forças para alcançar meu

objetivo.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa conquista a Deus, minha

família, meus amigos a e todos que

estiveram ao meu lado em todos os dias

dessa caminhada.

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RESUMO

Essa pesquisa apresenta fatores históricos que apresentam o quanto o

modal rodoviário brasileiro foi investido e o quanto ele se desenvolveu durante

as ultimas décadas, mostra algumas vantagens oferecidas às quais levaram a

este modal a se destacar dentro do sistema logístico nacional, cita também

algumas de suas desvantagens e os problemas que ele enfrentou durante o

desenvolvimento e as deficiências que ainda continua enfrentando, demonstra

que independentemente das deficiências apresentadas no modal rodoviário

brasileiro ele se transformou no principal modal utilizado no país e o impacto

de sua importância para o funcionamento dos demais modais utilizados pela

economia brasileira e como a utilização da intermodalidade e da

multimodalidade é necessária para uma melhor integração do transporte do

país.

.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados nesta pesquisa foram a coleta de dados por meio

de pesquisas bibliográficas com embasamento teórico de autores que

dissertaram sobre o assunto, jornais e sites da internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I -

O histórico do Modal rodoviário 10

CAPÍTULO II -

Principais deficiências e custos do Modal Rodoviário 21

CAPÍTULO III –

A integração entre os modais no Transporte Rodoviário 32

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a Logística vem se desenvolvendo cada vez mais e

no Brasil não é diferente, no decorrer das últimas décadas o modal que mais

se desenvolveu no país foi o modal rodoviário e assim passou a ser o principal

modo de transporte de cargas do país causando com isso um grande impacto

no sistema logístico brasileiro. Desta forma como seria o Brasil sem o

transporte rodoviário?

Em várias pesquisas sobre o tema através de livros, sites e artigos,

estudou-se como o transporte rodoviário em meio o crescimento de todos os

outros modais utilizados no Brasil, será mostrado no conteúdo deste trabalho

quais os motivos que levaram o modal rodoviário a tornar-se o principal modal

do país e sua importância no sistema logístico nacional.

Estes fatores estarão divididos em três capítulos nos quais falaremos

sobre a história e a evolução do transporte, suas importância para o sistema

logístico nacional.

De acordo com os autores pesquisados o transporte rodoviário dentro

do seu crescimento histórico tem cada vez mais importância para o país,

promovendo com isso maior competitividade no mercado globalizado, mas

também precisa de investimentos em sua estrutura para que tenha maior

eficiência.

No fim da pesquisa conclui-se que o modal rodoviário é indispensável

para o sistema logístico nacional, pois suas vantagens em relação aos demais

modais é muito maior como por exemplo a facilidade de se locomover pelo

território nacional, podendo assim atender de forma eficiente todo tipo de

cargas.

Existe uma tendência para a utilização da intermodalidade e da

multimodadlidade entre os modais ferroviário e rodoviário, interligados de

forma eficiente buscando assim utilizar as vantagens de cada modal para que

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assim possa oferecer um sistema logístico cada vez mais competitivo, rápido e

eficiente.

No capítulo I, veremos a história do modal rodoviário brasileiro e suas

principais características. No capítulo II, veremos as principais deficiências e os

principais custos do modal rodoviário no Brasil e no capítulo III, iremos abordar

a integração entre os modais, veremos a intermodalidade e a multimodalidade

e como ela se aplica no modal rodoviário.

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CAPÍTULO I

O HISTÓRICO DO MODAL RODOVIÁRIO

A Logística é um dos principais setores de uma organização

empresarial pois nela está embutida a vitalidade de um empresa. Desta

maneira temos cinco modais, entre eles está o modal rodoviário e é o que

daremos um foco especial nessa pesquisa por ser este o modal mais utilizado

no país pelas empresas para que sejam efetuadas as entregas das

mercadorias para médias, curtas e longas distâncias.

1.1 A história do Transporte Rodoviário Brasileiro

Os primeiros registros de caminhões utilizados no transporte de

mercadorias no Brasil foram em 1908 e 1909, datando 1902 o registro de uma

empresa de transporte rodoviário de cargas, a Companhia de União dos

Transportes que, em 1942, ainda existia. Em 1919 a Ford Motors Company

decide criar a Ford Brasileira e, em 1927 instala-se no Brasil a General Motors

do Brasil.

Com a chegada das indústrias automobilísticas crescia, a cada ano o

número de veículos no país, os quais começam a ser produzidos no Brasil, em

larga escala já no inicio do século XX. O automóvel e o caminhão já não são

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vistos com admiração e surpresa, mas como necessidade ao progresso

brasileiro. Em 1929 o país possuía uma frota de 144.776 veículos automotores.

Em 1937 é criado o DNER (Departamento Nacional de Estradas e

Rodagem), que em 1944, apresenta o Plano Rodoviário Nacional. No período

de 1931 a 1944 haviam sido construídas 1512 quilômetros de estradas

federais. Coube ao DNER implantar a malha rodoviária que serve hoje ao setor

de transportes no Brasil. Em 1939 a frota nacional já era de 190.000 veículos

dos quais um terço, eram de caminhões. Nesta década surgiram os pioneiros

do transporte de carga no Brasil, que apostavam no crescimento industrial e na

demanda de um serviço de transporte mais rápido. Nascem neste período,

várias empresas de transporte ainda hoje existentes.

Em 1944 as rodovias haviam crescido em extensão chegando a 177

mil quilômetros, embora a maior parte da sua malha não fosse pavimentada. O

Transporte Rodoviário de Cargas inicia sua fase de expansão, constituindo-se,

a partir daí, na principal modalidade de transporte do país. Com a ascensão de

Juscelino Kubitschek ao governo, novo impulso seria dado ao modal rodoviário

do país.

Nos anos 50 a capital do Brasil saiu do Rio de Janeiro e foi criada

Brasília, com isso aconteceu um grande investimento das indústrias

automobilísticas no país, e com isso havendo a necessidade da criação de

rodovias que interligassem o país aumentando assim a malha viária que era

muito pequena.

Para a ampliação das rodovias brasileiras o governo criou o Fundo

Rodoviário Nacional, imposto esse arrecadado sobre os combustíveis e

lubrificantes, tendo sua criação para viabilizar e sustentar as construções das

novas rodovias.

Mais tarde também foram criados os impostos sobre transporte de

passageiros e cargas somadas e a taxa rodoviária única. Após o investimento

do governo na criação de novas rodovias, ouve um grande crescimento de

empresas no ramo de transportes de cargas rodoviárias, pois o modal

rodoviário passou a ser muito mais competitivo financeiramente e com isso

ouve um aumento muito grande na demanda deste modal pelo país inteiro

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somente nos anos 70 aconteceram as conclusões da malha viária brasileira

tornando com isso o país interligado através do modal rodoviário, devendo a

isso foram criadas muitas transportadoras.

Até o início da década de 50, as rodovias existentes no Brasil eram precárias. O governo de Juscelino criou o slogan 50 anos em 5. Construiu Brasília, trouxe a indústria automobilística para o país e resgatou estradas ao longo do território nacional, fomentando a demanda pelo modal rodoviário. A partir de então a rodovia passou a ser encarada como fator de modernidade. (RODRIGUES, 2000, p.33).

O modelo desenvolvido por Juscelino era apoiado no plano de metas,

e dentro deste o binômio “energia e transportes“ era o prioritário. A indústria

automobilística assume o papel preponderante no processo de

industrialização. O bem econômico do Brasil, neste período, teve como

conseqüência natural a evolução do parque fabril e o crescimento do mercado

consumidor interno, que multiplicava várias vezes o demanda dos serviços de

transportes, a medida que o desenvolvimento se interiorizava.

Assim, a partir do Governo de Juscelino iniciava-se no país, a

chamada “Era Rodoviária”. A rede rodoviária pavimentada, até então era

representada por centenas de quilômetros, e no final dos anos 60 atinge

45.295 quilômetros. Em 1977, chega a 75.933 e em 1980 a 78.000.

De acordo com Lopes (2000, p.84):

Nas últimas décadas, o Brasil teve seu desenvolvimento sustentado pelos investimentos nas rodovias. Longe de apontar qualquer exclusivismo em relação ao transporte rodoviário, deve-se compreender que conectar o país de norte a sul foi a maneira mais barata e rápida de se integrar todas as regiões. Através dos caminhos abertos pelos tratores seguiam os caminhões e carros levando a produção agrícola e mineral. O Brasil optou pelas rodovias no final dos anos 50, quando a indústria automobilística se instalou no país e as empreiteiras perceberam a possibilidade de ganhar dinheiro, desde que os trilhos caíssem em desuso. A rodovia foi associada ao progresso enquanto a ferrovia tornou-se símbolo de um país ultrapassado.

Rodrigues (2000) complementa esses argumentos afirmando que a

rápida ampliação da infra-estrutura rodoviária explica-se pelo menor custo de

implantação por quilômetro (R$ 600.000,00 para rodovia e R$ 700.000,00 para

a ferrovia) e menor prazo de maturação do que o correspondente na ferrovia.

Assim, neste período (década de 50 a 70), a implantação da indústria

automobilística passou a viabilizar a criação do Sistema Rodoviário de Cargas

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( TRC), em substituição ao sistema ferroviário. Todos os aspectos constituíram

para alavancar o setor de transportes e, neste sentido Rodrigues (2000, p.33)

escreve:

Nesse período, construíram-se diversas empresas transportadoras, paulatinamente alguns proprietários individuais de caminhões começaram também a participar deste ainda insuficiente mercado, cobrando mais barato do que os empresários e, em alguns casos, completando-os nos momentos de pico.

Em síntese, a maioria das empresas de TRC, hoje atuantes no

mercado, foram constituídas neste período. Isto mostra que tal atividade tem

apenas poucas décadas de existência no Brasil.

Na década de 90, começa-se a investir mais nos modais ferroviários,

na modernização dos aeroportos e portos, começa-se a dar ênfase na

cabotagem pela costa e pelos rios do Brasil, no entanto, o modal rodoviário,

mesmo assim, ainda transporta mais de 60 % das cargas do país conforme

veremos a seguir no gráfico.

Em fevereiro de 2005, Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor do

Tigerlog Consultoria, Hunting e Treinamento em Logística Ltda, organizou uma

pesquisa a respeito dos transportes de carga no Brasil, e descobriu que não há

uma estatística recente para saber se o modal rodoviário teve uma diminuição

em relação aos demais modais, ou seja, se as empresas estão utilizando

outros modais para distribuírem seus produtos.

(Vide figura 1)

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FIGURA 1: Market Share dos modais no Brasil

(Adaptada de GEIPOT, 2001)

Diz ainda, Neves (2005) que por volta de 1950, o transporte rodoviário

era responsável por 40% de todo transporte nacional e que em 1960 teve um

aumento considerável, de tal modo que passou a ser o transporte mais

utilizado no país, impulsionando pela chegada das empresas automobilísticas,

pelos subsídios oferecidos pelo governo no preço dos combustíveis e pela

regulamentação dos transportes no país.

Confirmando o raciocínio anterior, Bertaglia (2005) em sua obra

Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, resume o transporte

rodoviário da seguinte maneira:

“O transporte rodoviário é o mais importante dos transportes uma vez

que possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer

destino, devido à sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas

encomendas, e curtas, médias e longas distâncias, por meio de coletas e

entregas ponto a ponto. (BERTAGLIA, 2005, p. 283)”.

Apesar de todo o investimento o país ainda está investindo em

transportes atualmente o governo tem o (PAC) Programa de Aceleração do

Crescimento, somente de 2007 à 2010 serão investidos cerca de R$ 60 bilhões

em estrutura logística e com isso o governo pretende recuperar, duplicar e

construir 45 mil km de estradas e rodovias.

4% 11%

25%

60%

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2.2 Principais características do modal rodoviário

Dentre suas principais características podemos citar:

Simplicidade de funcionamento;

Maior disponibilidade para embarques urgentes;

Permite integrar regiões, mesmo as mais afastadas, bem como o interior do

país;

Venda do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para

importação e exportação;

Menor manuseio de carga, sendo o veiculo lacrado no local de carregamento e

aberto no local da entrega;

Rapidez na entrega em curta distância;

Possibilidade de utilização de embalagens mais simples e de menor custo;

O transporte rodoviário é fundamental, permitindo a intermodalidade e a

multimodalidade possam ser realizadas. Apenas ele tem a capacidade de

interligar os diversos modais, abrangendo todo percurso da mercadoria.

Por via de regra, apresenta preço de frete mais elevado do que os

modais ferroviário e aquaviário, portanto sendo recomendado para

mercadorias de alto valor agregado. Não é recomendado para produtos

agrícolas a granel, cujo os custos são muito baixos para este modal. Neste

sentido, funcionaria apenas para complementar os demais modais, entretanto

não é isto que ocorre na pratica.

Os veículos utilizados no modal rodoviário basicamente são:

Caminhões: Veiculo fixo constituído de cabine, motor, e unidade de carga

(carroceria), nos mais diversos tamanhos, com 2 ou 3 eixos, podendo atingir a

capacidade de carga de até 23 toneladas.

Apresenta carroceria aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou

fechada (baú) sendo estes equipados com maquinas de refrigeração para

transporte de produtos refrigerados e congelados.

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Carretas: veículos articulados com unidade de tração e de carga em modulo

separados ( cavalo mecânico e semi reboque ). Também, podem ser abertos e

fechados, com as mesmas configurações dos caminhões.

Apresentam diversos tamanhos, com capacidade de carga que chega

ate 30 toneladas, dependendo do numero de eixos do cavalo mecânico e do

semi-reboque. Mais versáteis do que os caminhões podem recolhê-lo

posteriormente, permitindo com isso que o transportador realize maior numero

de viagens.

Cegonheiras: específicos para transportar automóveis.

Boogies/Trailers/Chassis/Plataformas: veículos apropriados para transportar

containers, geralmente de 20” e 40” (vinte e quarenta pés).

Treminhões: veículos semelhantes às carretas, e reboques, portanto

compostos por cavalos mecânicos, semi-reboques, e reboques, portanto

compostos por três partes, podendo carregar dois containers de 20”. Não

podem transitar em qualquer rodovia, face ao seu peso bruto total (seria de 70

toneladas) seguem apenas roteiros pré estabelecidos e autorizados pelo

Ministério dos Transportes. As vantagens dos treminhões sobre os boogies, os

quais também podem transportar dois containers de 20” sobre o plataforma de

40” são:

a) maior segurança no transporte dos dois containers, suportados cada um por

uma plataforma individual;

b) capacidade de suportar um peso maior,

c) facilidade de estufamento dos containers separadamente, em plataformas

de embarque onde não existem equipamentos próprios para a movimentação

de containers.

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1.3 As condições das Rodovias Brasileiras

Segundo a CNT (Confederação nacional de Transportes) o Brasil

possui cerca de 1.750.000 quilômetros de estradas, onde apenas cerca de

10% são pavimentadas. Nossas rodovias estão em péssimo estado de

conservação, algumas delas já não permitem a passagem de veículos de

cargas, fazendo com que os motoristas tenham quer realizar grandes desvios

para chegar nos seus destinos. Isto acontece principalmente na Região

Nordeste que tem cerca de 21.582 quilômetros de malha viária.

Na maioria das estradas, faltam as mínimas condições para os

motoristas trafegarem com segurança e assim abastecer as cidades com a

produção do país.

A Confederação Nacional de Transportes constatou em uma pesquisa,

que rodovias que não foram privatizadas estão em péssimo estado de

conservação, não resultando em uma boa condição para o trafego, pois em

74,7% da extensão pesquisada possuem algum tipo de imperfeição: 36,4%

são deficientes, 23,7% ruins e 14,4% péssimas.

Constatou-se ainda que a falta de investimentos na malhas rodoviárias

do país esta comprometendo a integração dos modais de transporte. Podendo

observar algumas pormenores nas malhas comprometem o transporte

nacional. Cerca de 46% das rodovias pesquisadas estão com o asfalto em

estado de deficiência, ruim ou péssimo (41.911 quilômetros);

aproximadamente 65% das rodovias não tem uma boa sinalização (48.788

quilômetros); pode ser observado ainda que cerca de 39,8% (27.708

quilômetros); não possuem acostamento e o restante que é cerca de 7,2%

possuem acostamento, mas estão mal conservados impossibilitando assim o

seu uso (5.388 quilômetros).

A pesquisa acima demonstra como as empresas sofrem com as

condições das estradas, pois a má conservação das estradas gera um custo

operacional de quase 40%, maior manutenção dos veículos que quebram com

maior facilidade, gastos adicionais com combustível, que podem ultrapassar os

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60% e também o tempo de viagem percorridos que na maioria dos casos pode

chegar a 100%.

No mapa a baixo podemos ver o mapa rodoviário do Brasil com as

rodovias pavimentadas, as rodovias sem pavimento e as que estão em projeto

de construção:

FIGURA 2 – Mapa rodoviário brasileiro

Extraída de Portal Brasil, 2010

De acordo com o artigo, Logística: um setor a beira do colapso,

publicada na revista Conjuntura Econômica, exemplifica muito bem o que está

sendo tratado neste item, demonstrando através da conceituada empresa

Souza Cruz o estado de conservação das estradas brasileiras. Com duzentos

pontos de vendas pelo país, a empresa Souza Cruz é uma das maiores das

rodovias brasileiras. Seus veículos percorrem todo o território brasileiro. A

empresa tenta entregar 75% dos seus pedidos em até 24 horas após serem

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realizados. Cálculos divulgados pela própria empresa mostram que as estradas

parecem pistas de Rali, acarretando em um aumento de seus custos em quase

15% na manutenção de sua frota.

Segundo Laager (2005. p.32) diretor de Logística da Companhia Vale

do Rio Doce em entrevista a revista Conjuntura Econômica, diz:

“A desregulamentação do setor rodoviário desequilibra o todo. Se as rodovias fossem privatizadas as tarifas aumentariam de 15% a 20%, mas não significa que o custo final da operação para o cliente fosse onerado. Por quê? Porque a tarifa aumenta, mas o empresário paga menos seguro, aconteceriam menos acidentes, todos acabariam ganhando. Acredito piamente que a regulamentação do setor rodoviário daria uma margem digna para os operadores, e não oneraria o custo final ao cliente [...] (LAAGER, 2005, p,32)”.

No entanto, o Brasil não somente possui estradas esburacadas e com

enormes crateras, temos também as rodovias que estão sob concessão e que

trazem estradas muitos mais seguras, mais tranqüilas e muito mais sinalizadas

mas para tanto temos que pagar um preço, o chamado pedágio, que na

verdade é um preço bem pequeno em vista que se vai economizar na

manutenção do veículo, combustível e no tempo de viagem e que não atinge o

custo final da operação.

A pesquisa feita pela Confederação Nacional de Transportes

demonstra a qualidade das rodovias sob concessão, apresentando no ano de

2005 um aumento no padrão de qualidade registrando uma melhora em

relação aos dados do ano de 2003.

Para analisar as condições das rodovias, a CNT priorizou o estado

geral, pavimento, sinalização e geometria. O item pavimento obteve certa de

85% o que para eles é considerado como “ótimo” ou “bom”. O item sinalização

obteve uma média de 91,7% e foi o maior nível de aprovação, e a geometria

ficou com cerca de 50,5% de aprovação.

As rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Dutra, Ponte S.A, Rodo-Norte

e Via Lagos que são administradas pela concessionária CCR conseguiram

obter ótimos resultados em todos os itens avaliados, dando destaque a Via

Dutra que é uma rodovia federal e é administrado pela Nova Dutra e foi a mais

bem posicionada na classificação final com uma média de 98% de “ótimo” ou

“bom”.

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CAPÍTULO II

PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS E CUSTOS DO MODAL

RODOVIARIO

Estradas em mau estado geram desempenhos negativos como a

elevação do consumo de combustível dos caminhões, o tempo de

permanência nas estradas através de grandes congestionamentos a elevação

dos índices de acidentes, e a redução da velocidade dos caminhões nas

viagens. Essa redução na velocidade é um dos agravantes na questão de

segurança na questão de segurança das rodovias, na maioria das vezes os

caminhoneiros são obrigados a reduzir a velocidade e desviar dos buracos na

pista, os assaltantes costumam agir nos trechos mais precários das rodovias,

que são fechados com galhos, pedras ou atravessando um veiculo na rodovia.

Neste momento acontece a abordagem dos caminhões, a interceptação e o

roubo da carga.

A falta de uma estratégia em investimentos responde a graves

prejuízos que se iniciam nas rodovias, refletindo no sistema econômico e

finalmente no social dentro do país.

Após analisar 75.000 quilômetros de estradas no país, incluindo a

totalidade federal e os principais trechos privatizados ou sob controle dos

estados, o relatório mostra que quase 75% delas estão deficientes, ruins ou

péssimas, segundo a pesquisa anual da Confederação Nacional dos

Transportes. No Brasil a distribuição média é de 26 quilômetros de vias por mil

quilômetros quadrados, abaixo da China com 38 quilômetros, do México, com

57 quilômetros, e dos EUA, com 447 quilômetros. Um estudo do Centro de

Estudos em Logística (CEL) da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

mostrou que entre 1975 à 2002, os investimentos na área de transportes

passaram de 2% para 0,2% do Produto Interno Bruto.

Em comparação com outros países em extensão territorial semelhante,

a menor malha de transporte rodoviário é a do Brasil, isto é, apesar do Brasil,

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ter o modal rodoviário em maior proporção aos outros modais, a infra-estrutura

é ineficiente para aumentar o comércio rodoviário.

De acordo com o gráfico abaixo, podemos observar a diferença em

percentagem no comercio internacional de mercadorias:

(Vide figura 3)

FIGURA 3: MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS NO MUNDO

(Adaptada de: EMPRESA BRASILEIRA DO TRANSPORTE DE

CARGAS, 2010)

PAÍS RODOVIÁRIO FERROVIÁRIO AQUAVIÁRIO

ITÁLIA 90 10 0

FRANÇA 74 22 4

MÉXICO 74 17 9

INGLATERRA 68 8 24

BRASIL 65 15 20

ALEMANHA 63 20 17

POLÔNIA 55 44 1

JAPÃO 55 4 41

EUA 33 44 23

CHINA 13 37 50

No Brasil o trafego aumentou, a malha rodoviária não se expandiu

como deveria e por falta de manutenção se deteriorou. São preciso mais de 10

bilhões de reais somente para recuperar a malha viária já existente, quase 10

vezes mais do que o governo vem investindo por ano no setor.

O sistema de transporte do país alem da pequena extensão rodoviária

e baixa produtividade, a falta de integração também se tornou uma

preocupação a mais para o governo. Portos, Aeroportos, rodovias, ferrovias

devem ser vistos como um sistema único e integrado, facilitando assim todo

transporte modal do país.

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Apesar da existência do Ministério do Transporte, não existe um órgão

responsável pelo sistema como um todo, os modais são analisados

individualmente pelo governo.

2.1 A baixa qualificação dos motoristas

Os motoristas de veículos de cargas apresentam um baixo nível de

formação escolar e profissional. É necessário que estes motoristas apresentem

uma maior capacitação profissional, pois com o baixo nível de formação

desses motoristas pode ocasionar o risco de mais acidentes para as pessoas e

cargas transportadas por esses profissionais, sendo de muita importância que

os motoristas se tornem mais capacitados, criando-se mais exigências de

treinamentos básicos para sua formação. Além dos treinamentos básicos vale

a pena ressaltar a necessidade dos treinamentos específicos para o tipo de

carga a ser transportada por esses motoristas, como por exemplo o manuseio

de cargas perigosas, cargas restritas, bem como cargas que necessitam de

uma técnica mais apurada para seu transporte e as de alto valor agregado tais

como equipamentos eletrônicos, transportes de gêneros alimentícios e cargas

refrigeradas, principalmente as com controle de temperatura constante.

Também é muito importante ressaltar que já existe no Brasil o

SEST/SENAT, criado com o intuito de prover uma melhor qualidade de vida e

qualificação profissional dos profissionais que exercem esta atividade logística.

Atualmente conta com 40 postos de atendimento, com assistência nas

estradas e também disponibiliza cerca de 80 cursos presenciais e 50 à

distância. Entretanto é necessário que se promova as condições necessárias

para que a maioria dos motoristas tenham acesso a esta informação e que

possam estar sempre se relacionando, para que com isso possam aumentar

cada vez mais o nível de qualidade dos serviços oferecidos por estes

profissionais para a sociedade.

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Colocar em pratica para que todos os motoristas sejam cadastrados no

Registro Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas. Esta necessidade se

traduz da seguinte forma: existe atualmente um grande numero de

profissionais que se utilizam das praticas inadequadas para conseguir

determinado tipo de frete, tais como cobrança do frete bem abaixo do preço de

mercado, veículos em péssimo estado de conservação e documentação

irregular para o trafego em rodovias. Atualmente, os caminhões estão com

mais de 30 anos de idade, o que corresponde a 20% da frota de 1,4 milhões

de caminhões. Um percentual muito elevado de veículos antigos na frota do

país.

Apesar do governo federal ter dado algum incentivo para o

financiamento da compra de novos caminhões com o programa Pro

caminhoneiro, a situação não melhorou muito, pois os caminhoneiros

autônomos não conseguiam atender as exigências de garantias financeiras

para o financiamento.

Uma vez delas foi a criação do Fundo Garantidor de Investimentos

(FGI), que tinha como objetivo minimizar obstáculos ao financiamento aos

autônomos, micro e pequenos empresários, reduzindo com isso os riscos das

operações de credito bancário. De maneira complementar também foram

modificadas as condições para o financiamento do Pro caminhoneiro.

A taxa de juros passou de 13,5%, para 4,5% ao ano, ampliou-se o

prazo de financiamento de 84 para 96 meses e permitiu-se o financiamento de

veículos usados com ate 15 anos de idade. No entanto, as medidas não

surtiram efeito efetivo.

Na pratica, o transportador não tem disponível o financiamento pelo

programa Pro caminhoneiro à nova taxa de juros em com o aval que viria do

Fundo Garantidor de investimentos. Esta situação é muito preocupante, pois

as condições favoráveis anunciadas para este programa foram validas

somente ate 31 de dezembro de 2009. Assim, não se efetiva a meta de facilitar

a compra de novos caminhões no país para que com isso a frota fique com um

maior numero de caminhões novos nas estradas.

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Desta maneira, diminui-se os gastos do governo com a Saúde e a

Previdência e o número de acidentes e de mortos nas estradas, além de

permitir uma menor dependência da importação de petróleo.

Sem dúvida, trata-se de benefícios mais que suficientes para justificar

uma rápida e especial atenção do governo a questão da renovação da frota de

caminhões do país.

O transporte rodoviário de cargas vive uma tensão cuja conseqüências

estão provocando o fechamento de empresas “com devida redução

proporcional dos pontos de emprego” e a desesperança daqueles que optam

pela atividade autônoma. Especialistas do setor apontam diversas razões para

o problema, como os efeitos provocados pela crise mundial, maior

competitividade no setor de transportes, redução da necessidade de estoques

alimentares etc; que somadas, reduzem o valor e a demanda por fretes. Esta

situação tem obrigado as empresas a promover reformulações a partir da

adoção de métodos logísticos específicos para garantir a continuidade dos

seus negócios.

Além disso, há outro fator preocupante que contribui de maneira

negativa para a redução de oferta ao transporte rodoviário de cargas: a pratica

o roubo nas estradas vicinais e rodovias brasileiras principalmente em São

Paulo.

Em relação ao prejuízo esta concentrada nas ocorrências com valor

entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. Os roubos com valores abaixo de R$ 3 mil

correspondem a 20,9% do total.

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2.2 O seguro

De acordo com Taboada e Granemann (1996), um percentual muito

alto do preço final de um produto, está no custo logístico. Assim, conhecer

esses custos é o primeiro passo para uma logística eficiente. Para isto precisa-

se de uma decomposição dos custos logísticos nos seus elementos. Em geral,

aceita-se a seguinte estrutura de custos logísticos: transportes – 30%,

estoques – 28%, armazenagem – 23% e administração – 19%.

Então, não determinação dos custos relativos ao transporte é de

maneira mais eficaz possível. O nível macro tem-se que, os custos

operacionais dos veículos rodoviários podem ser classificados em custos

diretos e indiretos. Os custos diretos são os que estão relacionados com a

função produtiva (por exemplo: pneus, combustível, salários) e, custos

indiretos estão relacionados as despesas como: contabilidade, setor de

pessoal entre outros que não estão diretamente ligados a produção.

Valente et al (1997), escreve que os custos diretos podem ser

subdivididos em custos fixos e custos variáveis. Dentro da estrutura dos custos

fixos (compostos de gastos cujo valor, dentro dos limites razoáveis de

produção, não varia em função do nível de atividade da empresa ou grau da

utilização do equipamento) se encontra o elemento “cobertura de risco” no qual

esta inserido o seguro.

Seguro é uma operação que o realiza entre duas partes, isto é, o segurado que precisa proteger uma mercadoria e o segurador que esta disposto a fazer esta proteção. Isto é coordenado por uma terceira parte, denominada de corretora, de modo que a parte segurada, que aderiu a este propósito, passa resguardar seus bens em eventuais danos ou perdas (KEEDI; MENDONÇA, 2000, p. 192).

O seguro do transportador diferencia-se do seguro de mercadorias

fundamentalmente pelo seu escopo e por quem ele é realizado. Enquanto o

seguro de mercadorias é realizado pelos comerciantes, para cada embarque e

lote, de modo a cobrir a sua carga contra perdas ou danos enquanto

transportadas ou armazenadas, o seguro do transportador tem por objetivo

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duas coberturas, quais sejam, a dos seus veículos transportadores das cargas

e as próprias mercadorias de terceiros que estão transportando.

O seguro de casco do caminhão é efetuado pelo transportador para a

cobertura do seu veiculo em viagem e contra danos ou perdas acarretadas

enquanto em embarques, desembarques e deslocamentos. Além do seguro de

casco o transportador também realiza um seguro que cobre danos ocorridos às

mercadorias enquanto estão em sua custodia ou em transporte.

O seguro de transporte que de acordo com Keedi; Mendonça (2000), é

a modalidade que tem por finalidade segurar a mercadoria durante o seu

transporte e ressarcir eventuais perdas ou danos ocorridos a ela,

compreendem as viagens nacionais e internacionais, podendo ser subdivididas

de acordo com o meio de transporte utilizado, formando uma classe de

seguros de condições especiais.

No modal rodoviário, de acordo com Keedi; Mendonça (2000), se

apresentam como principais seguros os de Responsabilidade Civil do

Transporte Rodoviário de Carga (RCTR-C) e, o de Responsabilidade Civil do

Transporte Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCTR-DC) o qual é

facultativo.

Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador

Rodoviário de Carga (RCTC-C) é um seguro contratado pelo transportador

rodoviário para cobrir danos e perdas às cargas de terceiros que lhe são

confiadas.Esse seguro cobre os danos e perdas às mercadorias desde que

ocorram durante o transporte e sejam caudados por motivos inerentes ao meio

de transporte utilizado como: colisão, capotagem, tombamento, incêndio ou

explosão do veiculo. O seguro tem seu inicio no momento em que as

mercadorias são embarcadas no veiculo transportador, permanecendo em

vigor enquanto depositadas em armazéns, pátios e depósitos utilizados pelo

segurado durante a viagem, cessando no destino final quando retiradas do

veiculo. A cobertura de incêndio e explosão é valida por 30 dias a partir da

entrada das mercadorias nos armazéns, pátios e depósitos.

Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador

Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCTR-DC) é um seguro não

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obrigatório que somente pode ser contratado em conjunto com o RCTR-C.

Cobre o desaparecimento da carga, portanto, funciona como um complemento

ao Seguro Obrigatório Rodoviário, que não cobre roubo de mercadoria, No

entanto ele só cobre a carga se ela desaparecer, for seqüestrada ou roubada

juntamente com o veiculo. Também cobre a carga que estiver em deposito,

pátios ou armazéns carregada no veiculo transportador se ainda não tiver sido

entregue ao consignatário, porém, pro prazo limite de 15 dias. Embora a carga

tenha que ser roubada juntamente com o veiculo para ter direito a indenização,

o veiculo não está coberto por este seguro e sim pelo seguro de casco.

Então, a necessidade da contratação do seguro de transportes e de

ordem legal, segundo o decreto 61.867 de 07-12-1967, capitulo VI, artigo 12

(cujo valores monetários envolvidos são atualizados pelo Decreto 85.266 de

20-10-1980) o qual caracteriza-se a obrigatoriedade do seguro com este

Decreto, as pessoas jurídicas, de direito publico, são obrigadas a segurar os

bens ou mercadorias de sua propriedade contra dos riscos de força maior e

caso fortuito, inerentes aos transportes rodoviários, aéreos e hidroviário,

quando o objeto de transporte no território nacional é de valor igual ou maior a

100 MVR ( convertido pelo Decreto em seu inciso). Ressalta-se que 1 MVR

(Maior Valor da Referência) é igual a 17,86 UFIR (Unidade Fiscal de

Referência).

Quanto a contratação do Seguro de Responsabilidade Civil do

Transporte Rodoviário de Cargas (RCTR-C) esta deve ser feita pelo

transportador rodoviário, de acordo com o Decreto 61.867 de 07-12-1967,

capitulo IV, artigo 10.

Em função do alto índice de sinistros no setor de transportes, as

seguradoras do mercado acabaram se retraindo, tornando a contratação do

seguro complicada e sem aceitação para vários tipos de mercadorias.

Assim, o seguro de carga, vem se constituindo a algum tempo uma

grande dor de cabeça para os transportadores e demais participantes do setor.

Nesta questão, constata-se a existência de um tripé envolvido no problema: o

embarcador, o transportador e o Estado.

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Farah, apud Ferronato (2000), escreve que no aspecto legal, a

legislação rege que, assalto à mão armada contra transportadores se insere

nos riscos de força maior, que a exclui da responsabilidade de indenização. As

providências para a solução deste problema devem partir do Estado que tem o

dever de zelar pela segurança pública. O autor completa afirmando que,

infelizmente, não existe uma política nacional sistêmica de segurança para

coibir a ação das quadrilhas especializadas nessa pratica de crime. O que se

verifica são esforços localizados (como já citados anteriormente) por parte de

alguns estados da União os quais não são suficientes.

Do lado do embarcador ao perceber também algumas mudanças

Souza apud Hessel (2000), pondera que de maneira geral os mesmos estão

preocupados com o alto índice de roubo e buscam, também, administrar seus

riscos através de parcerias com transportadores clientes e também com o

Estado.

Alguns embarcadores de cargas atualmente visadas pelos bandidos,

como remédios e cigarros assumem totalmente o risco pela carga. Isto é uma

demonstração clara da necessidade de assumir certas responsabilidades e

não repassá-las para os transportadores.

No entanto, o grande sacrifício ainda recai sobre a terceira face do

triangulo acima citado: o transportador. Com o aumento do numero de casos

de roubo de cargas, as seguradoras estão cada vez mais exigentes.

Para elas, o transporte de cargas se transformou em uma atividade de

alto risco. Neste sentido Santos, apud Hessel (2000), escreve que das mais de

130 seguradoras aptas a fazer este tipo de seguro, apenas seis continuam

atuando no mercado e estas, para garantir as mercadorias, cercam-se de

cuidados como o tele risco, um cadastro de consulta obrigatória com mais de

650 mil nomes de motoristas. Além disto, obrigam as empresas a implantar o

gerenciamento de risco e, para os produtos mais visados como o cigarro elas

simplismente se recusam a fazer o seguro do roubo de carga.

Hessel (20000), escreve que muitas vezes as seguradoras

estabelecem um limite no valor dos caminhões, os quais acabam saindo com

cargas menores em horários e rotas diferentes. A medida que ocorre maior

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ocorrência de sinistros com determinada mercadoria, elas também passam a

exigir da transportadora a divisão das cargas para não concentrá-la em um só

veiculo. Logisticamente, o custo acaba sendo maior e o repasse deste custo se

reflete no preço do frete cobrado.

Existe a necessidade do entrosamento e a divisão de

responsabilidades dos elementos deste triângulo – Estado, Transportador e

Embarcador, de tal forma que a carga atualmente imposta aos transportadores

não seja exagerada, o que fatalmente irá contribuir para a melhoria de sua

competitividade no mercado.

2.3 O Pedágio

O transporte rodoviário de cargas deixa de ser competitivo em funções

de alguns fatores como por exemplo: longas distancias, estradas em péssimo

estado de conservação e os pedágios que no primeiro momento se traduz em

custos para o transportador.

Segundo Viana (2006), o transportador está gastando mais com o

pedágio do que com o combustível no Brasil. O pedágio atualmente

representa de 15% a 17% dos custos operacionais das empresas de

transporte do pais, chegando a ser maior do que sua margem de lucro.

Benatti apud Siscaro (1998) destaca, que o pedágio em distancias de

350 km em São Paulo (700 de ida e volta), representa 20% do valor cobrado

em um frete, o transporte com isso fica caro e assim a questão da cobrança de

pedágio no pais deveria ser repensada pelo governo.

Benatti, apud Schubsky (2000, p.20), acrescenta ainda” que cargas de

grande massa vinda para São Paulo da região de Ribeirão Preto, Araraquara,

são Carlos tem um custo de pedágio na ordem de 22% a 25% do valor do frete

cobrado. Isto não existe no mundo”.

Acrescenta Vivalqua, apud Soares (2000), que em alguns casos, o

pedágio representa 8%do custo total do transporte rodoviário no país.

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2.4 O Frete

O frete é normalmente composto da seguinte forma:

Frete básico: calculado sobre o peso ou volume da mercadoria e a

distância percorrida;

Taxa Ad valorem: calculada sobre o valor do FOB de mercadoria:

Taxa de expediente: pode ser cobrada para cobrir despesas com

emissão do conhecimento de embarque.

É também muito comum que o frete seja cobrado por unidade de

transporte (carreta, caminhão, etc.), ou seja, um frete global, fechado por

viagem. Neste caso, pode-se ou não cobrar a taxa ad valorem. Neste modal

não existem acordos de frete devido ao grande numero de transportadores, de

maneira que a concorrência é muito acirrada.

O frete pode se de duas modalidades quanto ao pagamento:

Pré-pago: (prepaid): pago na origem, na ocasião do embarque da

mercadoria transportada, pelo vendedor.

A pagar (collect) pago no destino final, no desembarque da

mercadoria, pelo comprador.

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CAPITULO III

A INTEGRAÇÃO ENTRE OS MODAIS NO

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Veremos a seguir neste capítulo à importância da intermodalidade e da

multimodalidade, e qual as vantagens de se implantar a integração entre os

modais isto é a intermodalidade e a multimodalidade, expondo qual a diferença

entre elas. Também será mostrada algumas vantagens em implantar este

sistema e como ela completa o modal rodoviário consistindo assim a

integração entre os modais.

3.1 Distinção entre Intermodalidade e a Multimodalidade

Segundo Keedi (2001), a intermodalidade constitui a emissão de

documentos de transporte autônomo, um de cada transportador, cada um

assumindo a responsabilidade pelo seu transporte, refere-se a uma mesma

operação que envolve dois ou mais modos de transporte, onde cada

transportador emite um documento e responde individualmente pelo serviço

que ele fornece.

Ressalta ainda Keedi (2001), que o embarcador tem responsabilidade

pela carga, e se ocorre qualquer tipo de problema com a mercadoria

transportada, ele deve recorrer ao seu seguro, ou aquele que lhe causou o

dano,

Bertaglia (2005), define o transporte intermodal como sendo a

“combinação de destintos modos de transporte em que diferentes contratos

são firmados de maneira unilateral com diferentes empresas responsáveis

pelo transporte”.

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Keedi (2001), descreve ainda o que é a multimodalidade, ao contrario

da intermodalidade, existe apenas a emissão de um documento de transporte,

vinculando o trajeto da carga a um único documento de transporte,

independente das combinações de meios, como, por exemplo, ferroviário e

rodoviário. O consignatário, designado pelo consignador, que representa o

interesse no transporte de carga, entrega a mercadoria ao Operador de

Transporte Multimodal (OTM) mediante um único contrato (de ponta a ponta)

que é emitido pelo OTM.

Neste caso a responsabilidade pela carga é do OTM (Organização de

Transportes Multimodal), do ponto de partida até a entrega final ao

destinatário, que recebe a mercadoria no ponto de desembarque final,

encerrando assim a operação multimodal.

Segundo Bertaglia (2005, p.290), “o elemento diferencial entre o

multimodal e o intermodal é que no primeiro apenas um agente se encarrega

do movimento de carga utilizando mais de um meio físico”.

Para Keedi (2000), a operação multimodal proporciona uma série de

vantagens em relação ao intermodal: permite a movimentação mais rápida da

carga; garante maior proteção da carga; diminui os custos de transporte; dá

mais competitividade internacional ao exportador e melhora a qualidade do

serviço.

3.2 A Intermodalidade e a Multimodalidade

O transporte intermodal utiliza dois ou mais modais no transporte de

cargas da origem ao destino final mediante a elaboração de um contrato de

transporte para cada passo do itinerário. O transportador de cada etapa ou

modal é responsável por estragos, avarias, prejuízos, atrasos ou extravios da

carga durante a sua respectiva prestação de serviço.

O transporte multimodal utiliza dois ou mais transportes, mas é regido

por um único contrato de transporte, desde a sua saída até o seu destino final

de entrega da mercadoria. Esta operação é executada sob a responsabilidade

única de um Operador de Transporte Multimodal (OTM).

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Segundo Keedi (2000), foi aprovado em fevereiro de 1998 a lei 9611

que cria a multimodalidade no Brasil, porém esta lei só foi regulamentada pelo

Decreto 3.411 de abril de 2000. Mesmo com a sua existência ela ainda não

funciona, pois não foram solucionados os problemas com os impostos e com o

seguro do Operador de Transporte Multimodal.

O OTM é a pessoa jurídica contratada para a realização do Transporte

Multimodal de Cargas da origem até o destino final por meios próprios ou por

intermédio de terceiros. O OTM não precisa necessariamente ser um

transportador, mas assume diante do contratante a responsabilidade pela

execução do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos ocorridos por

perdas, danos, ou avarias as cargas, assim como por aqueles decorrentes de

atraso em sua entrega, quando houver prazo combinado, independente do

numero de modais utilizados na operação.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), até

2009 o Brasil possuía 35 (trinta e cinco) Operadores de Transportes

Multimodais, e para a ANTT este numero irá crescer.

A integração entre os modais pode ocorrer entre vários tipos de

transporte como por exemplo: ferroviário-dutoviário; ferroviário-rodoviário,

hidroviário, rodoviário, aéreo-rodoviário, aquaviário-ferroviario etc. Algumas

dessas combinações não se mostram práticas.

De acordo com Bertaglia (2005), a integração entre os modais

aproveita o que cada modal tem de melhor.

“O transporte multimodal ou intermodal são elementos facilitadores nos processos de importação e exportação, uma vez que pode ser aproveitado o que cada transporte tem de melhor, visando a redução de custos e o nível de serviço. Na verdade, o grande objetivo da combinação dos modais é a busca de otimização dos recursos de transporte nas suas diferenças fases não apenas físicas, mas também na fase de planejamento e operação. (BERTAGLIA. 2005, p.290)”

Para Amaral (2003), ao se implantar a intermodalidade no Brasil, os

custos de distribuição reduziram substancialmente, fazendo com que a

produção chegue ao seu destino com um preço mais competitivo, aquecendo a

economia e com isso gerando mais empregos, já que serão construídos novos

postos de trabalho. E também com uma melhor distribuição consequentemente

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a demanda também aumentará fazendo com que as empresas contratem mais

funcionários para aumentar a produção.

“Até hoje, o país sempre se preocupa em fazer das estradas a principal opção para a movimentação de cargas, deixando de lado modais como as ferrovias, as hidrovias e o transporte aéreo. O resultado dessa escolha é o estado precário da nossa malha rodoviária, a quantidade absurdo de acidentes e mortes, e o aproveitamento das outras variantes de transporte. A indústria que depende da malha rodoviária vem enfrentando sérios problemas e se mantém estagnada. Mais uma prova de que a implantação de novos modais se faz necessária. Péssimas condições das rodovias, o crescimento descontrolado do roubo de cargas, preços de frete e os pedágios tem impedido o crescimento do sistema. (AMARAL, 2003)”.

Keedi (2000), reafirma o entendimento anterior, descrevendo que o

atual mundo sem fronteiras não mais permite as perdas de tempo e os altos

custos, e a procura pelas melhores alternativas fazem da logística uma das

formas mais competitivas que o país tanto precisa para impulsionar a sua

economia.

Para Amaral (2003), o Brasil está muito isolado para o transporte

rodoviário e se esquecendo que existem outros modais como opção. Os

transportes em geral andam em péssimas condições com que as empresas

tenham um custo muito maior.

Segundo Nazário (2000, p. 149), uma das técnicas fundamentais

utilizadas no intermodalismo está vinculada ao acoplamento entre modais. Um

exemplo de combinação intermodal é o modal rodoviário-ferroviário, que alia

fexibilidade do veículo rodoviário para percorrer curtas distâncias ao baixo

custo do serviço regular do transporte ferroviário para longas distâncias.

Abaixo será mostrado algumas das formas utilizadas no processo:

• Container on Flatcar: É a colocação de um container sobre um

vagão ferroviário. Para poder aumentar a produtividade das ferrovias pode-se

colocar dois containers sobre o mesmo vagão, este tipo de operação é

conhecido como doublestack.

• Trailer on Flatcar: É a colocação de um container, carreta ou

semi-reboque sobre um vagão plataforma durante uma parte do percurso e é

rebocado por um cavalo mecânico ou por um caminhão o restante dele. Este

processo também é conhecido como piggback.

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• Car Less: É o método utilizado por poucas empresas em que

consiste na adaptação de uma carreta que é engatado a um vagão ferroviário

igualmente adaptado. Este vagão adaptado é conhecido como truck

ferroviário. No Brasil existem alguns desses métodos, sendo um deles o

Rodotrilho.

Uma das empresas primeiras empresas a implementar a tecnologia do

Rodotrilho no Brasil foi a Coca-Cola em janeiro de 2005 nos estados do

Paraná e Rio de Janeiro.

Esta tecnologia foi implementada na intenção de reduzir custos

logísticos e na possibilidade de obter parcerias.

Segundo Délcio Albocino (1999), diretor de Logística e Serviços aos

Clientes da indústria, a tecnologia rodotrilho pode gerar para a Coca-Cola uma

redução de custos de até 20%. Ele ainda explica que o rodotrilho também,

pode ser chamado de “sem vagões”, onde consiste de um veiculo semi-

reboque que anda na linha férrea com se fosse um trem ou vagão apoiados

sobre trucks ferroviários comuns com modificações mecânicas. O veículo

modificado é conhecido como bi-modal, pois ele consegue andar tanto nas

rodovias quanto nas linhas férreas. As carretas bi-modais são adaptadas para

transportar grandes quantidades de cargas. Elas são carregadas, e trafegam

pela rodovia até o ponto de ligação com a ferrovia. Quando a carreta chega ao

final da via férrea, o semi-reboque volta para a rodovia e segue ate o centro de

distribuição da empresa, onde a carga é transportada para os caminhões da

Coca-Cola, que fica responsável pela entrega do produto ao cliente final.

Outro tipo de veículo adaptado são os treminhões que assim como as

carretas, os bi-trens são veículos articulados e especiais, sendo compostos de

um semi-reboque e um reboque.Podem carregar até 50 toneladas de carga.

No caso de veículo dotado de chassis para o carregamento de containers

poderá carregar de forma simultânea dois containers de 20 pés de forma

segura.

Segundo Marino (2005), outra empresa que utiliza o semi-reboque é a

Elegê (marca de produtos lácteos da gaúcha Avipal), com esta tecnologia a

empresa fez reduzir o índice de roubo de cargas, e teve ainda uma diminuição

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em seus custos de 10% e também reduziu bastante a perda de produto

estragado, pois o leite é um produto delicado sendo diferente das cargas

secas, Este produto não pode se movimentar muito durante o transporte,

desse modo o modal ferroviário fica muito mais viável do que o modal

rodoviário, daí a necessidade de se adaptar o sistema bi-trem.

• O transporte multimodal torna-se extremamente vantajoso, pois:

• Garante a movimentação ágil e a proteção da carga;

• Resulta na redução dos custos indiretos;

• Quando ocorre avaria, atrasos ou extravios da mercadoria o expedidor

pode acionar o OTM que ele resolverá o problema sem qualquer burocracia;

• Possibilita contratos de compra e venda mais adequados;

• Utiliza combinações de modais mais eficientes;

• Possibilita ganhos em escala na contratação de transportes (valor

reduzido no frete);

• Ocorre uma maior confiabilidade no transporte, segurança e

pontualidade, redução de estoque e recursos financeiros;

• Melhor gerenciamento de riscos de toda a operação;

Mesmo o transporte multimodal tendo essas vantagens ele ainda não é

regulamentado no Brasil. O governo precisa regulamentar a questão do ICMS

e que seja aplicado em todos os estados e que não penalize as empresas e

também resolva a questão do seguro do Operador de Transporte Multimodal.

Segundo Laager (2005), diariamente sai um trem da Ferrovia Centro-

Altântica de São Paulo com destino à Salvador carregando diversos tipos de

produtos. Ele diz ainda que este serviços consiste em atender o cliente desde

a origem até o destino final valendo-se da ferrovia e de caminhões para o

transporte de cargas em containers, de maior valor agregado.

Rachat (2000), diz que a intermodalidade é um elemento chave e

moderno de transporte, que o fato, é uma importante ferramenta para

harmonizar as dimensões econômicas, sociais e ambientais de

sustentabilidade. Em outras palavras, a segurança, acessibilidade, eficiência,

flexibilidade, emprego, uso adequado de terra e controle da poluição formam

os principais benefícios da intermodalidade.

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Rachat (2000), ressalta ainda que o sucesso a este respeito exige

visão geral e abordagem balanceada, pois qualquer sistema de transporte

integrado necessita basear-se em uma análise de custo-benefício racional.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa mostrou os principais problemas do modal rodoviário no

Brasil. Podemos observar que o modal rodoviário é o modal mais utilizado no

país pelas empresas.

A logística e distribuição vem ganhando cada dia mais importância nas

empresas, isso se deve as necessidades de se melhor planejar, para que se

cada vez mais se utilize melhor os meios de transporte gerando assim um

menor custo logístico para as empresas.

O transporte rodoviário é o mais flexível e ágil pois possibilita assim a

chegada das mercadorias nos locais de acesso mais difíceis. No entanto, não

significa que ele seja sempre a melhor opção para a redução dos custos, pois

esse modal necessita de um gasto maior de combustível, na manutenção dos

veículos, pois a malha rodoviária do pais está em péssimo estado de

conservação, gastos com segurança contra os roubos de carga e também

existem os gastos com os pedágios que no Brasil são os mais caros do mundo.

Sem dúvida a integração entre os modais é a melhor forma de se

reduzir custos, a multimodalidade é muito vantajosa, pois ela garante a

circulação rápida das mercadorias, pois combina vários modais, utilizando

assim o que cada modal tem de melhor, reduzindo assim os custos logísticos.

A intermodalidade também vem evoluindo bastante no Brasil, ela se

diferencia da multimodalidade pois nela cada transportador tem um contrato,

ficando o transportador responsável por sua carga transportada.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O HISTÓRICO DO MODAL RODOVIÁRIO 10

1.1 – A história do transporte rodoviário brasileiro 10

1.2 – Principais características do modal rodoviário 15

1.3 - As condições das rodovias brasileiras 17

CAPÍTULO II

PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS E CUSTOS DO MODAL

RODOVIÁRIO 21

2.1 – A baixa qualificação dos motoristas 23

2.2 – O seguro 26

2.3 – O Pedágio 30

2.4 – O Frete 31

CAPÍTULO III

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A INTEGRAÇÃO ENTRES OS MODAIS NO

TRANSPORTE RODOVIÁRIO 32

3.1 – Distinção entre Intermodalidade e a Multimodalidade 32

3.2 – A Intermodalidade e a Multimodalidade 33

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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