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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DO GESTOR NO FUNCIONAMENTO DAS ESCOLAS BILINGUES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Por: Maria Neide dos Santos Orientador Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO GESTOR NO FUNCIONAMENTO

DAS ESCOLAS BILINGUES NA CIDADE DO

RIO DE JANEIRO

Por: Maria Neide dos Santos

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO GESTOR NO FUNCIONAMENTO

DAS ESCOLAS BILINGUES NA CIDADE DO

RIO DE JANEIRO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar.

Por: Maria Neide dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família por me

apoiar em mais um passo importante

em minha vida e principalmente a Deus

por estar sempre comigo quebrando os

obstáculos.

DEDICATÓRIA

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A Deus pai todo poderoso, por ter me

dado o dom da inteligência e sabedoria

na tomada de grandes decisões.

Ao meu marido e filhos, que

compartilharam este estudo.

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa, vem identificar os reais problemas do

funcionamento as escolas bilíngues na cidade do Rio de Janeiro.

O propósito deste estudo prevê apontar as questões problemáticas

ligadas as escolas com dois currículo, enumerando e detectando as principais

falhas e obstáculos que dificultam o funcionamento destas instituições.

Verificamos então o resultado do trabalho difícil e minucioso do gestor

educacional dentro da escola bilíngue, mantendo uma educação de

internacional de excelência cumprindo normas e leis nos Parâmetros do

Sistema Brasileiro de Educação.

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METODOLOGIA

Este trabalho de estudo teve como metodologia a pesquisa em

livros,dados coletados em bibliografias, vivencia profissional e também

experiencias dos colegas de trabalho, alunos, professores e profissionais que

trabalham nas secretaria de estado e município.

As questões abordadas sobre o trabalho do gestor na escola bilíngue

será analisado teoricamente e analisado a partir da vivência profissional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Gestão escolar face a diversidade na escola bilíngue 10

CAPÍTULO II

O currículo na escola bilíngue 18

CAPÍTULO III –

Ações gestoras: regularização dos professores estrangeiros 24

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 35

INTRODUÇÃO

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Esta pesquisa monográfica investiga a Gestão nas escolas Bilíngues.

Tal pesquisa ora intitulada “O papel do Gestor no funcionamento das escolas

Bilíngues na cidade do Rio de Janeiro”, focalizando como principal problema a

regularização de professores estrangeiros e a necessidade de manter dois

currículos dentro da legislação brasileira.

Este tema foi escolhido para identificar os reais problemas do

funcionamento das Escolas Bilíngues na cidade do Rio de Janeiro,

especificamente das escolas aqui apresentadas: Escola Americana do Rio de

Janeiro, Escola Americana Católica, Escola Alemã Corcovado, Escola

Britânica, Liceu Moliere (escola francesa), Escola Suíço-Brasileira. A primeira

foi a Escola Americana da Gávea a mais de 70 anos.

Como objetivo geral, este trabalho, propõe que a ação do gestor

educacional possa apontar questões problemáticas ligadas às escolas como

dois currículos. Como objetivo específico pretende enumerar e detectar as

principais falhas ou funcionamento das instituições mencionadas.

As escolas bilíngues tem dois gestores; o gestor estrangeiro e o outro

gestor brasileiro que são escolhidos por um grupo de membros que são ditos

como responsáveis legais pela escola, pois as mesmas seguem legislações

distintas. Elas são Filantrópica, de Utilidade Pública ou Sem fins lucrativos

O papel do Gestor no funcionamento de uma Escola é fundamental, e

fica mais difícil quando a escola é bilíngue.

Se a escola for reconhecida por algum órgão público Educacional

Internacional, ela tem que ter pelo menos 10% de professores estrangeiros,

assim obedece aos arts. 352 parágrafo 1º, item i, e 354 (caput e parágrafo

único) da CLT/96, que exige a proporcionalidade de no máximo um terço de

profissionais estrangeiros, ressalvados aqueles que, residindo no país há mais

de dez anos, tenham cônjuge ou filho brasileiro, e também o art. 358 da

mesma lei.

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Tal exigência traz um problema crucial no que tange à habilitação

desses profissionais no Brasil, pois, ao tentarem covalidar seus diplomas, eles

se deparam com situações e muitas exigências. Pior que a lentidão processual,

é o problema da exigência de documentos para dar entrada ao processo, dos

quais muitos profissionais não dispõem, ou já não mais, uma vez que se

desfizeram deles por não constituírem exigência em seu país de origem. Há,

portanto, uma necessidade de uma solução urgente para atuação regularizada

dos educadores portadores de diplomas estrangeiros nas Escolas Bilíngues.

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CAPÍTULO I

A GESTÃO ESCOLAR FACE A DIVERDIDADE NA

ESCOLA BILÍNGUE

A gestão na escola bilíngue busca resguardar e assegurar a

construção da historicidade e do processo identitário dos alunos estrangeiro no

Brasil. Embora o processo de globalização facilite a inserção de muitas

culturas num mesmo cenário, o processo de ensino-aprendizagem corre o

risco de parecer frágil, abstrato e muito teórico. Torna-se cada vez mais

evidente a ressignificação deste processo se constrói quando se verifica que a

maioria dos alunos são brasileiros, cujos pais por alguma razão, escolhem para

os seus filhos uma educação que integra os preceitos do sistema educacional

e o conhecimento aprofundado de dois países.

A identidade tornou-se uma “celebração móvel”: formada e

transformada continuamente em relação às formas pelas quais

somos representantes ou interpelados nos sistemas culturais

que nos rodeiam (Hall, 1987). É definida historicamente, e não

biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em

diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao

redor de um “eu” coerente. Dentro de nós há identidades

contraditórias empurrando em diferentes direções, de tal modo

que as nossas identificações estão sendo continuamente

deslocadas. Se sentirmos que temos uma identidade unificada

desde o nascimento até a morte, é apenas porque construímos

uma comoda estória sobre nós mesmos ou uma confortadora

“narrativa do eu”. A identidade plenamente unificada, completa

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segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso à medida em

que os sistemas de significação e representação cultural se

multiplicam, somos confrontados multiplicidade desconcertante

e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das

quais poderíamos nos identificar – ao menos temporariamente.

(Hall,2004, p.13)

Segundo Nóvoa, a identidade não é um dado adquirido, não é

una propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e

conflitos um espaço de construção de maneiras de ser e estar. Neste cenário a

escola bilíngue apresenta uma identidade construída pela diversidade.

1.1 – O gestor escolar na contemporaneidade

Muitos desafios se colocam à escola na atualidade. Para enfrentar

esse desafio, é necessário refletir sobre o papel do gestor no mundo atual.

Como esse profissional vem construindo sua identidade? Como vem se dando

essa formação? Que saberes mobilizam suas atividades? .

O gestor escolar ganhou complexidade, aumentando o seu interesse

na atual realidade.

Para oferecer qualidade de ensino e aprendizagem, este líder

desenvolve um projeto pedagógico coletivo.

Tem novas responsabilidades, tais como contabilizar, prestar contas,

encaminhar recursos financeiros. Ele é um gestor de recursos.

O gestor que tem um bom desempenho frente a comunidade e a

família, acaba mediando o envolvimento das famílias no desenvolvimento de

seus filhos.

Segundo Ducker (1993), a sociedade passou de industrial para uma

sociedade de serviços, o que exige nova parceria entre a educação e os

negócios.

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Uma nova postura sob o processo de ensino e aprendizagem da

educação são cobradas dos educadores, que são os técnicos, gestores e

docentes.

O gestor tem que estar seguindo a evolução na sociedade para não

ficar desatualizado, as mudanças são rápidas, sua visão tem que ser ampla e

longinquar.

Considerando as transformações do mundo contemporâneo, o gestor

precisa repensar sua ação levando em conta, dentre outros aspectos, a

diversidade cultural dos grupos que a procuram.

1.2 – As demandas da gestão escolar

Santos (2002, p.27), cita que o gestor ainda toma como base um

modelo administrativo, mesmo com todos os avanços ainda há bastante

burocracia em termos administrativos, para essa melhora chegou a tecnologia

para diminuir a pilha de papéis a serem preenchidos.

Luck diz que:

É do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e do desenvolvimento plenos dos objetivos educacionais , organizando , dinamizando e coordenando todos os esforços neste sentido e controlando todos os recursos para tal. Devido a sua posição central na escola, o desempenho do seu papel exerce forte influência (tanto positiva como negativa sobre todos os setores pessoais da escola. As funções do trabalho do gestor estão diretamente relacionadas à organização e gestão da escola. O processo de organização escolar dispões, portanto, de funções, propriedades comuns ao sistema organizacional de uma instituição, com base se definem ações e operações necessárias ao funcionamento institucional. São quatro as funções construtivistas desse sistema: a) planejamento: b) organização; racionalização de recursos humanos, físicos, materiais, financeiros, criando e viabilizando as condições e modos pares realizar o que foi planejado: c)direção / coordenação: coordenação de esforço humano coletivo do pessoal da escola: d) avaliação comprovação do funcionamento.

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(2004, p32) Se a instituição de ensino em que o gestor promove seu trabalho for

grande e também bilíngue fica mais difícil dele cumprir suas tarefas e

responsabilidades. É necessário que ele subdivida as suas funções, delegando

a outros, principalmente ao supervisor, estando sempre em parceria. Ele tem

que ser dinâmico e flexível junto aos docentes, vai haver situações que vai se

deparar com profissionais que não aceitam o seu trabalho, mas com

determinação, sempre visando o futuro, não haverá barreiras que possa

atrapalhar o desenvolvimento de seu trabalho com eficiência e eficácia.

Dourado (2001), relata a eficiência entre o líder e os seus liderados

para a criação da confiança entre eles.

A atuação do diretor e da equipe gestora na mobilização de pessoas e no desenvolvimento de liderança participativa é fundamental. Uma liderança mobilizadora esta sempre a compartilha com outros a solução de problemas, a elaboração de planejamento e a implementação de ações e consolidar mecanismos visando garantir a participação de todos. (p.76) O gestor constrói com a sua liderança, confiança e poder aos seus

educadores, desenvolvendo um estilo eficaz. Ele fortalece os seus educadores

e a instituição montando uma equipe de pessoas que buscam novas

oportunidades, trocando conhecimentos, tendo a capacidade de se voltar para

os valores construídos ao longo de experiencias de suas vidas.

Na atualidade, as instituições necessitam de um guia, um incentivador

de mudanças, um orientador para preparar o educando para que o mesmo

possa garantir um um futuro promissor na sociedade.

Fernando (2001), diz que a liderança desenvolve a efetividade, virando

momentos de carinho e homenagem.

Segundo relatos de Souza (2004), a ressignificação do conceito de

gestão associa-se à democratização do processo pedagógico e a participação

responsável de todos na sua efetivação, a partir do compromisso coletivo com

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resultados educacionais cada vez mais significativos. A partir dessa ideia,

Souza explica que podemos agrupar duas grandes perspectivas:

A gestão autoritária fundamenta-se na tese da centralização das tomadas de decisão na figura do diretor, do professor em sala de aula ou, ainda, de determinados grupos dentro da escola, como os profissionais que trabalham na secretaria dessa instituição. Subjaz a esse enfoque a ideia de que basta ao diretor e aos seus auxiliares mais diretos (vice-diretor e assistentes, por exemplo) o domínio de conhecimentos e técnicas de gestão que orientam o trabalho escolar. Assentada em uma outra lógica, a gestão democrática parte do principio de que todos os atores devem conhecer os princípios da gestão e interferir nos processos decisórios da escola. Pressupõe, também, a participação coletiva nas ações que objetivam garantir o alcance das grandes metas definidas pela escola. (p.20-21-grifos do autor). Um gestor democrático é aquele que, sobretudo, estimula e cria espaços para

a participação efetiva e qualificação dos atores nela presentes, dando-lhes voto e voz

na definição de seus rumos.

1.3 – O gestor e a escola bilíngue

O trabalho do Gestor e subdividido em gestão estrangeira e gestão

brasileira que, que integradas, organizam, superintendem, coordenam e

controlam todas as atividades da escola bilíngue.

O diretor estrangeiro, que também é chamado em algumas escolas de

diretor geral é o responsável principal pelo funcionamento geral da instituição,

pelo aspecto legal relativo ao sistema estrangeiro de ensino, pela preservação

das características que definem a instituição como bissistêmica e integrante

desse sistema e pelo relacionamento como o Conselho Diretor da Entidade

Mantenedora.

O diretor brasileiro é responsável pelo o funcionamento e aspecto legal

da instituição relativo ao sistema brasileiro de ensino e pela preservação das

características que definem a instituição como integrante desse sistema.

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A gestão é exercida por dois profissionais habilitados para o exercício da

função de Direção, ambos designados pela Entidade Mantenedora para

presidir todo o funcionamento da instituição.

Quando o diretor estrangeiro e o brasileiro estão a cargo de dois

profissionais legalmente habilitados pelo sistema brasileiro de ensino, cada

diretor em suas faltas e impedimentos é substituído em suas funções pelo

outro diretor. No caso do diretor estrangeiro estiver a cargo de um profissional

não habilitado ou quando a direção estiver a cargo do mesmo profissional

habilitado para os dois sistemas de ensino, a instituição conta, em seu quadro,

com um vice-diretor, que auxilia em suas funções.

O gestor competente e habilidoso permite exercer uma liderança

adotando medidas para construir uma escola sólida.

Dentro da escola bilíngue, a missão do gestor junto a sua equipe é

educar seus alunos de forma gradual e articulada, numa concepção

humanística e personalizada, buscando desenvolver a capacidade de

construção dos saberes através de experiências além de habilitá-los para

conquista da autonomia, responsabilidade e solidariedade, para atuar na

sociedade moderna.

O foco de atuação da escola bilíngue esta centrado na sua clientela que

é constituída dos alunos e suas famílias, brasileiros e estrangeiros, sediados

no Rio de Janeiro ou cujos pais estejam em serviço temporário no Brasil.

Todas as escolas bilíngues oferecem Educação Básica, para ambos os sexos

e na maioria em horário integral.

Há vantagens evidentes para quem estuda numa instituição desse tipo,

tais como: fluência em dois em três idiomas; currículo adequado para integrar

em universidades do exterior e de amigos espalhadas pelo mundo.

Não há alternativa melhor para quem busca uma educação globalizada,

uma boa parte desses alunos formados nessas instituições deixa o Rio de

Janeiro em busca de um diploma lá fora. Algumas escolas têm como objetivo o

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vestibular e o Enem e outras os exames de ingressos nas universidades

estrangeiras.

Os objetivos do gestor na escola bilíngue é cumprir sua missão

propiciando uma transição adequada do contexto familiar para escola, sem

esquecer o seu contexto linguístico.

A escola bilíngue faz com que o aluno fique imerso no universo sonoro

de um segundo idioma. Ele recebe estímulos na segunda língua, e da .mesma

maneira que imita os gestos dos adultos que o rodeiam, reproduzirá sons que

ouve. (APINHANESI, 2007).

Sua principal característica é que nelas, utiliza-se uma língua

estrangeira nas rotinas escolares. Não se trata de dar aulas de um ioma

estrangeiro e sim ensinar as diferentes disciplina no idioma.

O Ministério da Educação (MEC) não tem o número da quantidade de

escolas que existem, pois segundo a assessoria de imprensado órgão, o

Censo Escolar não faz este tipo de questionamento para as escolas.

A maior parte das aulas são ministrada na língua do segundo idioma e

as disciplinas de língua portuguesa, história e geografia do Brasil são

ministradas em português.

Devido a existência dessas disciplinas ministradas em português, os alunos

recebem ao final do ensino médio o certificado de conclusão, reconhecido pelo

MEC, ingressando universidade brasileira sem problemas.

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CAPÍTULO II

O CURRÍCULO NA ESCOLA BILINGUE

O currículo na escola bilíngue é definido em consonância com as

legislações federal e estadual vigente as disposições normativas relativas ao

currículo estrangeiro, os objetivos da escola bilíngue e o mundo moderno.

As escolas bilíngues avaliam continuamente e reformula

periodicamente, por áreas, sob responsabilidade de equipe constituída por

Gestor, Supervisor, Coordenador de área, quando houver e dos professores.

O currículo adotado pelas escolas bilíngues resulta na integração de

dois modelos distintos que seguem as normas dos sistemas de Ensino

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brasileiro e estrangeiro, incluindo determinações legais e a filosofia

educacional de ambos os países.

Os conteúdos curriculares abrangem, além de conhecimentos gerais,

conhecimentos específicos dos dois países.

Segundo Kelly (1981, p20), “as metas são, encaradas como

enunciados muito genéricos dos fins e propósitos pretendidos, tais como

desenvolver consciência crítica ou promover compreensão [...]”.

O currículo tem que atender as especificidades de cada aluno e

contemplando sua dimensão política e social, apresentando foco na realidade

cultural, nas questões objetivas e subjetivas atendendo às necessidades de

apropriação dos saberes culturalmente absorvido.

Uma cultura presa ao momento escolar é a negação da cultura

científica. Só há ciência se a Escola for permanente. É a

escola que a ciência deve fundar. Então, os interesses sociais

estarão definitivamente invertidos: a Sociedade será feita para

a Escola e não a escola para a Sociedade. (Bachelard, 2005,

p.309-310)

2.1 – Currículo

A palavra currículo esta sempre relacionada a um projeto de controle

de ensino e de aprendizagem, a atividade prática da escola. Este termo foi

encontrado em registro do século XVII, sempre envolveu uma ligação entre o

conceito de ordem e método.

O currículo é a junção de dados relativos à aprendizagem escolar,

orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e suas

finalidades. Busca concretizar as intenções dos sistemas educacionais e o

plano cultural que nomeiam como modelo ideal de escola defendido pela

sociedade.

Gestores e Supervisores dos sistemas educacionais, elaboram seus

projetos curriculares guiando-se por questões criadas por Tyler.

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A ideia da preparação do currículo inclui desde aspectos básicos que

englobam os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até a teoria

e referenciais técnicos e tecnológicos que são realizados em sala de aula.

O currículo representa muito mais do que um programa de estudos, um texto em sala de aula ou o vocabulário de um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes ou subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece certas formas de conhecimento sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros grupos, com frequência discriminando certos grupos raciais, de classe ou gênero. (McLaren, 1977, p. 216)

Objetivos finais da área, blocos de conteúdos e orientações didáticas,

são apresentados como componentes curriculares do Projeto Curricular

Básico.

Esses objetivos finais da área definidos por Coll (p165 e 166), organiza

uma classificação de objetivos baseados em três grupos definindo os objetivos.

Fatos, conceitos e princípios: identificar, reconhecer, classificar, descrever, comparar,

conhecer, explicar relacionar, situar, lembrar, analisar inferir, generalizar, comentar,

interpretar, tirar conclusões, esboçar, indicar, enumerar, assinalar, resumir, distinguir,

aplicar.

Procedimentos: manejar, confeccionar utilizar, construir, aplicar, coletar, representar, observar, experimentar, testar, elaborar, simular, demonstrar, reconstruir, planejar, executar, compor.

Valores, normas e atitudes: comporta-se (de acordo com), respeitar, tolerar, apreciar, ponderar (positiva ou negativamente), aceitar, praticar, ser consciente de , reagir a, conformar-se com, agir, conhecer, perceber, estar sensibilizado, sentir, prestar atenção a, interessar-se por, obedecer, permitir.

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Segundo Coll, os conteúdos são “o conjunto de formas culturais e de

saberes selecionados para integrar as diferentes áreas curriculares em função

dos objetivos gerais da área” (p.161 e 162).

Alguns autores citados a seguir, visualizam alternativas sobre o

conceito de currículo.

• O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de processos, mas que como um objetivo delimitado e estático que se pode planejar e depois implantar, aquilo que é, na realidade, a culturas nas salas de aula, fica configurado em uma série de processos: as decisões prévias acerca do que se vai fazer no ensino, as tarefas acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as praticas de avaliação etc. (Sacristán, J.G., 1995. p.86-87)

• Currículo é o conjunto daquilo que se ensina e daquilo que

se aprende, se acordo com uma ordem de progressão determinada, no quadro de um dado de estudos. Um currículo é um programa de estudos ou um programa de formação, mas considerado em sua globalidade, em sua coerência didática e em sua continuidade temporal, isto é, de acordo com a organização sequencial das situações e das atividades de aprendizagem as quais dá lugar (Forquin, 1996, p.188).

• O currículo representa muito mais do que um programa de

estudos, um testo em sala de aula ou o vocabulário de um curso. Mais dos que isso, ele representa a introdução de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes ou subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece certas formas de conhecimento sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros grupos, com frequência discriminando certos grupos raciais, de classe e gênero (McLaren, 1977, p.216).

Em toda nação, as escolas bilíngues são obrigadas a seguir os Parâmetros

Curriculares Nacionais, mesmo que os conteúdos sejam ministrados em outro idioma,

seguindo o calendário do país a que são vinculados e geralmente o português é

tratado como segunda língua.

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Ser uma escola bilíngue não é apenas ministrar aulas em língua estrangeira,

deve ser o lugar onde se falam duas línguas, vivenciadas em atividades escolares.

Mais adiante, o educando se expressará normalmente no idioma trabalhado sem

utilizar a tradução.

2.2 – Bilinguismo

Podemos dizer que de acordo com o dicionário da Academia Brasileira

de letras (2008, p.212), definimos o bilinguismo assim: “ uso regular de duas

línguas por um falante ou uma comunidade.”

Adquirir uma segunda língua, possibilita uma comunicação entre

culturas distintas, abrindo portas para os estudo e trabalhos em outros países

ou até mesmo em seu país, em empregos que necessitam de outra língua.

Na atualidade, encontra-se um “mix” de culturas internacionais gerada

por uma globalização oriunda de industria e comércio, na revolução das

comunicações eletrônicas

[\] uma pessoa que fala duas línguas [\] Os estudos sobre o tema têm-se concentrado nos muitos graus de “bilinguismo” e “situações bilíngues” existentes. As definições de bilinguismo refletem suposições sobre o grau de proficiência que uma pessoa deve atingir antes de ser qualificado como bilíngue (se comparada a um falante-nativo monolíngue, ou um pouco menos que isso, até o ponto de conhecimento mínimo de uma segunda língua) (CRYSTAL, 2000, P.39) Popularmente, o bilinguismo é a capacidade de falar dois idiomas

diferentes perfeitamente, isto é falar, entender e escrever. Essa definição foi

empregada pelo o autor Bloomfield.

Macnamara cita que “um indivíduo bilíngue é alguém que possui

competência minima em uma das quatros habilidades linguística (falar, ouvir,

ler e escrever) em uma língua diferente de sua língua nativa” (MACNAMARA

1967 apud HAMER E BLANC, 2000, p.6) ele sustenta que ser bilíngue significa

ter algumas habilidades na segunda língua, ou seja, na produção escrita, na

produção oral, na compreensão escrita ou na compreensão oral. Para ele ser

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bilíngue é uma pessoa que “consegue produzir sentenças completas

significativas em outras línguas”. (MACNAMARA 1967 apud HAMES e BLANC,

2000, p45).

2.3 – O currículo na escola bilíngue e a legislação educacional

A grade curricular das escolas bilíngues, em geral, é dividida entre

disciplinas obrigatórias do currículo nacional e matérias extras, típicas de

currículos estrangeiros.

Alguns componentes curriculares são organizados por nível de

competência ou em ciclos não seriados, desde que pedagogicamente

recomendado, considerando idade, aproveitamento, interesse, aptidão e

prontidão.

Esta estratégia poder ser aplicada no caso de alunos com programas

especiais e tratamento diferenciado, bem como no caso de alunos que

demonstrem habilidades específicas em determinadas disciplinas.

Todos os objetivos do processo ensino-aprendizagem são pautados no

desempenho e avaliados pelo mesmo parâmetro. O currículo é desenvolvido

de forma flexível, valorizando atividades em grupo e atividades individuais.

Para executar as necessidades especiais e talentos específicos,

caracterizados como adaptação ao currículo das escolas bilíngues, diferenças

de aprendizagem, diferenças de idioma, talentos especiais e objetivos futuros

acadêmicos e profissionais, no Brasil ou no exterior, são oferecidos aos

alunos tratamento diferenciado e programas diversificados.

Uma carga horária maior e essencial para comportar as atividades em

outro idioma.

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Em algumas escolas o ano letivo é diferente do ano letivo brasileiro,

iniciando em agosto e terminando em junho, outras adaptaram-se ao ano

letivo brasileiro, cumprindo os 200 dias letivos conforme a lei.

Essas instituições de ensino também se orientam com base na a Lei

de Diretrizes e bases para a preparação de seus currículos de base comum

para o ensino fundamental e médio.

O currículo esta dividido em três artigos na LDB. Uma flexibilização nos

currículos é sugerida pela LDB na medida em que se incorporam disciplinas

que podem ser escolhidas levando em conta o contexto local.

CAPÍTULO III

AS AÇÕES GESTORAS: REGULARIZAÇÃO DOS

PROFESSORES ESTRANGEIROS

Na cidade do Rio de Janeiro, no que dizem a respeito ao atendimento

da legislação estrangeira, as escolas bilíngues enfrentam constantemente uma

séria dificuldade, uma vez que concessão dos certificados estrangeiros é

condicionada à obediência, a critérios específicos, em especial a uma

uniformidade do currículo, garantida pela existência em seu quadro técnico

pedagógico formado pelo sistema internacional.

Essa exigência traz um problema crucial no que tange a habilitação e

licenciatura desses profissionais que ao tentarem covalidar seus diplomas,

muitas vezes se deparam com situações de grandes exigências.

A dificuldade e demora da analise processo de covalidação, às vezes é

maior que o período de contrato na instituição e acaba retornando ao seu pais.

Na observação bem-humorada de um elemento da Secretária, a

regularização, em tais casos, deveria requerer que voltasse o profissional ao

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Rio de Janeiro para que “desensinasse” o que ensinava antes de cumprida a

formalidade de covalidação.

Temos que lembrar que o Parecer nº 4/98/CEB/CNE que, em seu art.

3º, item II, apresenta como diretriz curricular nacional para o ensino

fundamental “o reconhecimento da identidade pessoa de alunos, professores e

outros profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus

respectivos sistemas de ensino”.

3.1 – Realidades diversas: professores brasileiros versus

professores estrangeiros

A função dos professores em exercícios na instituição é contribuir como

o processo de ensino e aprendizagem.

Os professores brasileiros e estrangeiros de todas as disciplinas

formam, junto com a direção e os especialistas, alguns também estrangeiros a

equipe escolar.

Esses professores tem a responsabilidade de participar da elaboração

do plano ou projeto pedagógico trocando conhecimentos e experiências que

podem ser empreendida permitindo, sem dúvida, um enriquecimento

pedagógico para o nosso sistema, que, se o desejasse poderá até analisar

suas características, e avaliar se há variáveis que possa ser aproveitadas aqui.

Nessas escolas, todos os professores, inclusive os estrangeiros

possuem Ensino Superior completo. Sempre que possível, esses docentes são

liberados para curso de atualização, palestras e jornadas pedagógicas.

Segundo a análise de Kisil (1998, p.1).

“um dos grandes marcos do mundo contemporâneo é o fenômeno do mundo da mudança.”

Ao analisar este fato, citado pelo o autor, entendemos que a escola e

seus profissionais independentes se são estrangeiro ou brasileiro, devem cada

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vez mais investir em conhecimento e socializá-los para que a organização

escolar aumente sua capacidade de criar e de inovar.

“mudar é confrontar a organização com novas perspectivas, iniciativas e modelos mentais (paradigma); usar o pensamento sistêmico e desenvolver o aprendizado colaborativo entre pessoas de capacidade equivalente.” (SENGE, 1998 citado por Motta, 2001, p. 137).

Os conflitos estão implícitos na ação do gestor e emergem na

participação os grupos, é importante que a escola desenvolva a capacidade de

administrá-los.

Na vida escolar, os conflitos presentes no processo participativo podem

se manifestar em níveis diversificados, devendo ser administrados com bom

senso e espírito democrático pelos atores que os geram.

Os conflitos podem sem segundo Souza (2004),

“pessoais – surgem na escola quando os indivíduos pensam e agem em função de próprios modos de pensar, interesses, ideais e níveis de poder; interpessoais - o ocorrem em situações de interação social quando as pessoas – por serem diferentes – explicitam diferentes interpretações e formas de agir; institucionais – manifestam-se por ser a escola um espaço de diferenças, orientado por ideias, processos e ações muitas vezes de caráter contraditório (p.36-37).

3.1– Análise documental

A análise da documentação do corpo docente é feita pelo Gestor,

Supervisor do segmento do professor a ser contratado e Departamento

Pessoal.

A Escolas Bilíngues tentam ao máximo manter o seu quadro de

professores de acordo com as Leis trabalhistas mesmo com a dificuldade na

regularização dos professores estrangeiros. Trabalham de acordo com a LDB.

Cito abaixo alguns artigos da LDB que são de obrigatoriedade as

escolas seguirem:

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Art.61. Considerando-se profissionais da educação básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: (redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009.)

I – professores habilitados em nível médio ou superior para docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio: (redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009.) II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrados ou doutorados nas mesmas áreas; (redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009.) III – trabalhadores me educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógicas afim. (redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009.) Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especifidades do exercício de suas atividades básica, terá como fundamentos: (redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009.) I - a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalhos; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009.) II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009.) III – o aproveitamento da formação e experiencias anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009.) Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior , em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries iniciais do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (Regulamento) §1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais do magistério . (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009.) § 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologia de educação à distancia.(Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009.) § 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferencia ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo

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uso de recursos e tecnologia de educação a distancia. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009.) Art.63. Os institutos superiores de educação manterão: (Regulamento) I – curso formadores de profissionais da educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental: II - programas de formação pedagógicas para portadora de educação superior que queiram se dedicar a à educação básica; III – programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis. Temos que observar que a formação dos professores necessária para

que possam atuar na educação básica, deverá ser feita em nível superior, em

curso de licenciatura, de graduação plena. Para os professores da educação

infantil e séries iniciais do ensino fundamental, continua valendo a formação

oferecida em nível médio, na modalidade de Normal.

No caso de professores estrangeiros, a revalidação de estudos dos

níveis fundamental e, médio e superior, existem diferentes tipos de processos.

A revalidação dos estudos de nível fundamental e médio é de

responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação e para os estudos de

nível superior, a mesma é de responsabilidade das instituições de Ensino

Superior devidamente reconhecido pelo Ministério de Educação.

O processo de revalidação dos estudos do nível fundamental e médio

é mais rápido e menos complicado.

Esse processo serve para alunos, professores e para outras

profissões.

Os documentos necessários para abertura do processo de revalidação

são: histórico escolar original não todas as séries cursadas ou boletins ou

relatórios, porque tem países que não emitem históricos, expedido pela a

instituição de ensino do país onde foram realizados os estudos, devidamente

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autenticado ou reconhecido folha por folha pela embaixada ou Consulado do

Brasil. A autenticação por vir como um selo ou carimbo.

Aqui no Brasil, esses documentos terão que ser traduzidos por um

tradutor público juramentado.

Para os professores de ensino fundamental II e médio, o procedimento

relativo aos documentos é o mesmo, só muda o local de revalidação e este

tem que oferecer curso semelhante aquele cursado pelo professor no exterior.

Esse processo demora pois pode também cair em exigências e no final

faz com que o professor volte a estudar para complementar o seu currículo

com matérias referente ao currículo brasileiro, isso dificulta a contratação

definitiva do professor na instituição de ensino.

Algumas escolas contratam mesmo assim, com processo em

andamento, dando-lhe um prazo de um a dois anos para se licenciar

dependendo da área.

Para os professores que são contratados para lecionar na educação

infantil e séries iniciais, para não terem problemas com o processo de

contratação na instituição, o mesmo pode dar entrada no processo de

revalidação a nível fundamental e médio, é muito mais rápido o andamento do

mesmo.

Após esse procedimento, o professor para dar continuidade a

complementação de seu currículo, faz um curso, de preferencia à distancia de

formação de professores de educação infantil e séries iniciais a nível médio. A

duração deste curso é de um ano.

3.3 – Estrutura técnico-pédagógica das escolas bilíngues

Todas as instituições escolares, sendo elas Brasileiras ou Estrangeiras

necessitam de uma estrutura de organização interna, prevista no Regimento

Escolar ou legislação específica estadual ou municipal.

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A palavra estrutura tem o sentido de ordem e disposição de funções

que asseguram o funcionamento da escola.

As escolas tem uma estrutura organizacional que se diferem conforme

a legislação dos Estados e Municípios, no caso das escolas bilíngues também

seguem legislações dos órgãos educacionais conforme o seu país.

Podemos apresentar uma estrutura básica com todas as unidades e

funções típicas de uma escola de acordo com as concepções de organização e

de gestões adotadas.

O organograma básico das escolas é formado pelo Conselho Escolar

que nas escolas bilíngues dar-se o nome de Entidade Mantenedora, que tem

atribuições consultivas, deliberativas e fiscais em questões definitivas na

legislação estadual ou municipal e no Regimento da Escolas.

Ele é composto por uma proporcionalidade de participação dos

docentes, dos especialistas em educação, e funcionários, dos pais e alunos.

Em alguns lugares o Conselho de Escola ou Entidade Mantenedora é

chamado de “colegiado” e sua função básica é democratizar as relações de

poder (Paro,1998; Lizeski e Romão, 1997).

Direção, coordenando, organizando e gerenciando todas as atividades

da escola, auxiliado pelos demais componentes do corpo de especialistas e de

técnico-administrativo.

O setor técnico-administrativo é composto pelo secretário escolar,

zeladoria, vigilância e serviço de multimeios.

O setor pedagógico é composto pelo coordenador pedagógico ou

professor coordenador, orientador educacional, instituições auxiliares (grêmio

estudantil, associação de pais e mestres).

E o corpo docente que são os professores.

Nas escolas bilíngues a equipe pedagógica é indicada pela Direção e

aprovada pela entidade mantenedora, que sob orientação e supervisão destes,

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atuam em cada etapa de ensino com funções técnico administrativas e

pedagógicas.

Cada membro da equipe é responsável pela organização e integração

dentre os demais, com a finalidade de garantir a unidade administrativa e

pedagógica das atividades, áreas de ensino e disciplinas desenvolvidas em

vários níveis..

Elaborar e manter atualizados o projeto político pedagógico e planos

escolares.

Esse trabalho escolar tem caráter coletivo, côa a participação conjunta

e integra dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar.

“Assim, o envolvimento de todos os que fazem parte, direta ou indiretamente, do processo educacional no estabelecimento de objetivos na solução de problemas, na tomada de decisões, na proposição, implementação, monitoramento e avaliação de planos de ação, visando os melhores resultados do processo educacional, é imprescindível para o sucesso da gestão escolar participativa.” (Luck, Freitas, Girling, Keith, 2002)

Para compreender o alcance dos objetivos educacionais, em seu

significado ampliado, tem que haver a canalização e emprego adequado da

energia dinâmica das relações interpessoais que ocorrem na organização

escolar, em prol de objetivos educacionais, entendidos e assumidos por seus

membros, com o emprenho coletivo para realização de objetivos.

O envolvimento dá à equipe a oportunidade de controlar seu próprio

trabalho, fazendo-as sentir autoras e responsáveis pelos resultados,

construindo, portanto, sua autonomia, tendo o resultado de sentir parte da

realidade e não apenas um simples instrumento para realizar objetivos

institucionais.

“... escolas atuais necessitam de líderes capazes de trabalhar e facilitar a resolução de problemas em grupo, capazes de trabalhar junto com professores e colegas, ajudando-os a identificar suas necessidades de capacitação e a adquirir as habilidades necessárias.” (LUCK et al ., 2000, p.34)

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Segundo Libâneo (2004, p.79): A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática da escola possibilitando envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisão e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação mais entre professores, alunos e pais. Para Libâneo, participação fundamenta-se em autonomia, significando

que as pessoas e os grupos são capazes de conduzir sua própria vida,

implicando na escolha livre de objetivos e processos de trabalho e a

construção conjunta do ambiente de trabalho.

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CONCLUSÃO

O gestor educacional quando contatado por uma escola bilíngue, sua

função é ser responsável pela garantia de obediência às normas do sistema

educacional estrangeiro e brasileiro. Demostrando compatibilidade com a sua

função, para ciência e reconhecimento do cargo ocupado.

Dentre a diversidade das escolas bilíngues, a realização de seu trabalho

é a mesma e é de extrema importância.

É uma grande luta manter uma educação de excelência com tantas

dificuldade e obstáculos encontrado e impostos pelo sistema de legislação.

Pedidos e processos são feitos as secretarias de educação, para que o

processos de validação da documentação dos professores estrangeiros mais

rápidos.

O objetivo do gestor é unir a excelência de ensino a um espaço de

pluralidade multicultural. Ter uma visão do mundo através das relações

pessoais, profissionais e social. Orientando sua equipe em metodologias que

privilegiam a interdisciplinaridade, o aprender descobrindo, o aprender a

aprender, aprender a fazer, a ser e a conviver. Passando para os seus

docentes que os mesmos não devem só exigir, mas incentivar o aluno a

explorar o seu potencial.

O seu trabalho em transformar dois currículos (brasileiro e estrangeiro)

em um currículo único, sempre respeitando as normas do sistemas

educacionais e seu resultado sendo confirmados pelo o resultado Enem, faz da

escola bilíngue uma opção de educação cada vez mais procuradas por famílias

cariocas, que almejam oferecer a seus filhos os benefícios da experiencia de

uma educação bilíngue, da convivência com outra cultura e da vivencia de uma

prática pedagógica diferenciada.

BIBLIOGRAFIA

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TYLER, Ralph. Princípios Básicos de Currículo e Ensino. Porto Alegre: Globo,

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ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A gestão escolar face a diversidade na escola bilíngue 10

1.1 – O gestor escolar na contemporaneidade 11

1.2 – As demandas da gestão escolar 12

1.3 – O gestor e a escola bilíngue 14

CAPÍTULO II

O currículo na escola Bilíngue 18

2.1 – Currículo 19

2.2 – Bilinguismo 21

2.3 – O currículo na escola bilíngue e a legislação educacional 22

CAPÍTULO III

Ações gestoras: regularização dos professores estrangeiros 24

3.1 – Realidades diversas: professores brasileiros versus

Professores estrangeiros. 25

3.2 – Análise documental 26

3.3 – Estrutura técnico – pedagógica das escolas bilíngues 29

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

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