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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTORES DOMÉSTICOS COMO NEGÓCIO INOVADOR Cristina Martínez Pérez Orientadora Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTORES DOMÉSTICOS COMO

NEGÓCIO INOVADOR

Cristina Martínez Pérez

Orientadora

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTORES DOMÉSTICOS COMO

NEGÓCIO INOVADOR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Negócios Inovadores

Por: Cristina Martínez Pérez

3

AGRADECIMENTOS

Eu agradeço a todas as pessoas que ao longo de minha estadia no país

me auxiliam acadêmica, profissional e afetivamente; e particularmente, a

algumas pessoas e organizações pela contribuição direta na construção deste

trabalho:

À ONG SKG Sangha, que ganhou o premio “Ashden Awards for

Sustainable Energy” e desde 1993 vem realizando um labor extraordinária no

Sul da Índia, e especialmente ao Senhor Vidya Sagar Devabhaktuni, que com

sua colaboração aberta me ajudou a entender melhor a biodigestão, aportando

uma grande contribuição para com esta monografia.

Ao Centro para uma Tecnologia Alternativa (CAT) em Gales, já que

entrando no seu maravilhoso site foi que eu vim conhecer esta tecnologia, tão

tradicional como alternativa.

Aos engenheiros Célio Gomes e Jaime Germano que, mesmo depois de

estar há anos afastados, continuam seu trabalho de difusão advogando e

compartilhando informações sobre os biodigestores.

Ao professor André Laucas, por suas pacientes respostas a minhas

muitas perguntas e por instigar em mim um gosto pelas finanças que nunca

antes imaginei possível.

À companheira de aula Andréa Cunha, com quem dividia fofocas sobre o

curso, por me passar materiais e me recomendar para aulas “extra-classe”.

A Augusto pelas aulas de português acadêmico ou do seu “brasileiro

preferido”.

A Sandro pela revisão ortográfica e as não menos importantes

impressões a toda hora.

A Mariluz, pela força, pela amizade, por estar aí sempre que precisava

alguém para conversar.

4

DEDICATÓRIA

.....dedica-se a Mariluz e Augusto que me

inspiraram com seu exemplo

5

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo fazer uma análise prática, econômica

e principalmente financeira, para avaliar a viabilidade de um negócio de

fornecimento e instalação de biodigestores de tamanho unifamiliar.

Partindo da premissa de que esta tecnologia tem um potencial enorme

como contribuição a um desenvolvimento socioeconômico sustentável no

Brasil, especialmente nas áreas rurais, é criada uma estratégia de "negócio

social” focada para um público alvo na base da pirâmide socioeconômica.

Embora a construção massiva de biodigestores tem dependido

tradicionalmente do apoio de programas governamentais (como na Índia e na

China), e é geralmente implementada por ONGs, este trabalho propõe o setor

privado como agente para propagar a tecnologia.

Mesmo provando sua viabilidade técnica e econômica para o pequeno

produtor, no estudo de caso as principais projeções financeiras não se

apresentam promissoras devido à baixa rentabilidade e ao alto risco

apresentados pelo modelo de negócio.

Palavras chave: biodigestores, biogás, negócio social, base da

pirâmide, viabilidade econômico-financeira, plano de negócios,

desenvolvimento rural sustentável.

6

METODOLOGIA

1. Fontes acadêmicas: Livros e outras pesquisas acadêmicas sobre

projetos de biogás no Brasil e no estrangeiro.

Me inspirei no livro de Dornelas (2005) para avaliar o potencial e o

processo de transformar uma idéia em um negócio. Com o projeto de negócio

um pouco mais definido em mente pesquisei os achados encontrados por

outros pesquisadores na área de biodigestão, em particular estudos de análise

de viabilidade financeira e econômica.

2. Instituições, empresas e ONGs que atuam na área:

Algumas informações estão publicamente disponíveis em sites da

Internet e outras foram obtidas diretamente de representantes das instituições

e empresas, especialmente o site da CAT, das SKG Shanga, do grupo Costa

Rica Rural e Winrock.

3. As informações financeiras foram confeccionadas com base em modelos

de planilha apresentados na sala de aula por meus dois professores de

finanças no IAVM.

4. As entrevistas aos engenheiros Célio Gomes e Jaime Germano por

telefone serviram para clarificar aspectos técnicos dos biodigestores.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

0.1 – Breve historia da biodigestão no mundo 08

0.2 – Usos, vantagens e desvantagens 09

0.3 – Problema central abordado neste texto 11

CAPÍTULO I - ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA

1.1 – Análise prática: Escolha do modelo de biodigestor 12

1.2 – Análise econômica: Escolha do modelo de negócios 15

CAPÍTULO II – ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR

2.1 – Análise de Mercado 19

2.2 – Vantagens Competitivas 22

CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA

3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento 24

3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento

3.2.1 – Fluxo de Caixa projetado 27

3.2.2 – DRE e Balanço Patrimonial 28

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA 32

ANEXOS 35

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

8

INTRODUÇÃO

0.1 – Breve história da biodigestão no mundo

Desde há mais de um século, existe uma tecnologia que permite

transformar matérias orgânicas, tais como restos de culturas, esterco e lixo de

cozinha, em biogás e biofertilizante por meio de um processo de digestão

anaeróbica (sem a presença de oxigênio e sob altas temperaturas) dentro de

uma câmara hermeticamente fechada chamada biodigestor [1].

Esta tecnologia tem sido amplamente adotada em alguns países

asiáticos desde os anos 50, mas a construção massiva destas instalações tem

dependido, tradicionalmente, do apoio de programas governamentais (como na

Índia e na China, com 4 e 5 milhões de unidades respectivamente), sendo

implementada por ONGs na maioria dos casos [2].

No ocidente e em outros paises em desenvolvimento a tecnologia de

biodigestão tem passado desapercebida até tempos mais recentes. Com a

crescente preocupação pública com os Gases de Efeito Estufa (GEEs) existem

na Europa modelos de biodigestor de tamanho industrial, com sistemas de

aquecimento e conversão em energia elétrica. Por exemplo, na Alemanha, um

dos paises do mundo que mais tem tentado reduzir sua pegada ecológica, já

existem mais de 3.500 destas unidades implantadas em grandes fazendas [3].

Alguns paises na África tem realizado algumas tentativas com modestos

avanços na área [4]. No Brasil, foi só a partir da segunda metade dos anos 70

que se começou a olhar para energias alternativas ao petróleo, como o biogás.

Até o ano 1983, houve vários programas de governo de apoio a estas

tecnologias, à exemplo da Embrater (Empresa Brasileira de Tecnologia e

Extensão Rural), que lançou o Projeto de Difusão do Biogás [5].

Entretanto, estes projetos ficaram longe de suas metas. Uma causa foi a

implementação confusa e contraditória das estratégias, convivendo com

9

subsídios ao GLP, por exemplo; outra foi a falta de pesquisas prévias para

desenvolver um modelo nativo de biodigestor que se adequasse às realidades

climáticas brasileiras [5]. Quando a crise energética amainou, estes programas

governamentais foram desativados, mas a iniciativa privada ainda desenvolveu

vários equipamentos e motores a biogás. Contudo, o número de biodigestores

no Brasil no início dos anos 90 era inferior a oito mil, dos quais pelo menos

25% não estavam mais em funcionamento [5, 6].

0.2 – Usos, vantagens e desvantagens

Recentemente, sobretudo após o descobrimento das mudanças

climáticas, o tema da sustentabilidade vem tomando cada vez mais

protagonismo principalmente na área de energia, o que representa uma grande

oportunidade para qualquer empresa que tenha intenção de atuar nesta área

ou introduzir inovações nas suas atividades seguindo os princípios ecológicos.

A partir da década de 1990 numerosos tratados internacionais destacaram o

metano, principal componente do biogás, como um gás de efeito estufa. Por

isso, o biogás tem potencial para ser atrativo não só por seu valor intrínseco de

venda e potencial calorífico, como também por seu potencial na obtenção de

Créditos de Carbono por via do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo criado

pelo Protocolo de Quioto [7].

Além do aspecto meio-ambiental, os biodigestores têm numerosas

aplicações como tecnologia social, a saber: geração de renda, melhoria da

saúde e o saneamento, aceso à energia e economia de tempo.

O trabalho de saneamento pode ser feito em diversas áreas:

recolhimento e tratamento de dejetos animais e humanos que, a partir de uma

determinada quantidade, são altamente poluentes. Inclusive, vasos sanitários

podem se conectar diretamente aos digestores. A biodigestão anaeróbica pode

ser usada como tratamento em aterros sanitários já que esse processo elimina

0,98% dos patógenos e também reduz volume e odores [8]. Isto, por si próprio,

já pode ser um contribuinte para a melhoria de saúde, combatendo doenças

como cólera, tifóide e diarréia. No Brasil, só em 2001, houve meio milhão de

10

internações no Sistema Único de Saúde devido à diarréia e existem muitas

regiões sem nenhum tipo de saneamento [9].

Outro beneficio adicional é resultante da substituição da lenha por gás

na cozinha. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,5 milhões

de mulheres e crianças morrem prematuramente por ficarem expostas à

fumaça da lenha [10].

Além do mais, o fato de não precisar de caminhar longas distancias para

recolher lenha libera tempo, o qual pode ser investido em atividades

econômicas, entre outras coisas. Alimentar e limpar o biodigestor é em

comparação muito mais rápido. Os usuários podem vender o excesso de

adubo para uso na agricultura orgânica, além de beneficiar-se, é claro, do

biofertilizante eles mesmos, substituindo caros fertilizantes químicos. Este

adubo é de alta qualidade, segundo o indicado por numerosas provas

testemunhais [11].

Portanto, esta tecnologia tem um potencial enorme para contribuir a um

desenvolvimento socioeconômico sustentável no Brasil, especialmente nas

áreas rurais das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, particularmente dotadas

climáticamente para esse fim.

Uma unidade de tamanho unifamiliar é barata e fácil de construir.

Contudo, a principal desvantagem é que a capacidade de produção de biogás

e biofertilizante é limitada de varias formas, o que pode reduzir seu atrativo.

O biogás produzido é apenas suficiente para cozinhar as refeições da

família. Uma família com muitos animais poderia construir um modelo de maior

tamanho, transformar o gás em eletricidade usando um gerador especial e

assim suprir todas as suas necessidades energéticas. Porém isto está fora do

alcance da maioria dos pequenos agricultores.

Para se ter um retorno econômico do investimento, uma parte do

fertilizante produzido pode ser vendido, mas é necessário processá-lo em uma

unidade de vermicompostagem em função da distância, pois ele é líquido e de

difícil transporte. Outro empecilho em áreas com escassez de água é que a

11

quantidade requerida para a operação do biodigestor é de até 2 vezes a

quantidade de estrume [3, 11].

0.3 – Problema central abordado neste texto

Supondo que uma empresa pode desenvolver e oferecer um biodigestor

capaz de resolver ou contornar os problemas supracitados, de forma que faz

sentido econômico para fazendeiros de poucos recursos realizar a inversão, a

questão chave é: seria financeiramente viável para a empresa iniciar atividades

nessa área?

O intuito desta pesquisa é precisamente responder esta questão,

partindo da visão que, se a viabilidade financeira fosse provada, o setor

privado, tanto empresas como microempreendedores, poderiam espalhar muito

mais rapidamente esta tecnologia em território nacional e contribuir com o

desenvolvimento sustentável no meio rural brasileiro. A inspiração para esta

visão empresarial emana das doutrinas desenvolvidas por C.K. Prahalad no

livro "A riqueza na base da pirâmide: erradicando a pobreza com o lucro" [12],

já que o público alvo para este tipo de serviço não é tradicionalmente

considerado um segmento de mercado atraente para a maioria das empresas,

por ser de difícil acesso e dispor de poucos recursos.

É preciso portanto fazer uma cuidadosa análise de viabilidade prática e

financeira do projeto. Para isso, determinar-se-á primeiramente o modelo de

biodigestor mais adequado tecnicamente para as condições presentes nas

regiões brasileiras que são alvo de esta pesquisa. Este modelo será a base

deste estudo de caso. Além disso, se explorará a melhor estratégia de negócio

para fazer o produto atrativo para o público alvo. Em seguida, a questão será

abordada desde o contexto das diretrizes de Dornelas [13] para avaliar o

potencial de uma idéia como negócio inovador.

Finalmente serão analisados em profundidade os elementos financeiros

principais para a formação de um plano de negócios, tais como investimento

inicial, custos operacionais fixos e variáveis, margem de lucro, ponto de

equilíbrio, índices de rentabilidade, etc.

12

CAPÍTULO I

ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA

1.1 – Análise prática. Escolha do modelo de biodigestor

Existe uma grande variedade de biodigestores de vários tipos e

modelos. Eles podem ser do tipo vertical ou horizontal, de acordo com a

posição em relação ao solo, contínuos ou de batelada, dependendo da

freqüência da alimentação [22]. Os contínuos são abastecidos diariamente e

por cada entrada de biomassa uma quantidade igual de efluente já processado

sae [23]. Enquanto ao modelo se refere, existem muitos tipos diferentes. Não

surpreendentemente, os dois paises mais adeptos à tecnologia da biodigestão

desenvolveram os dois modelos mais difundidos no mundo inteiro: o indiano e

o chinês.

O modelo chinês é mais simples e econômico de se construir que o

indiano, já que o foco na China é a produção de adubo para uso na agricultura.

Entretanto na Índia, a produção de biogás é o fator chave devido a deficiências

energéticas históricas, e por isso o modelo indiano tradicional é mais

sofisticado. Entre seus componentes se inclui uma campânula de metal

flutuante na cúpula que funciona como um gasômetro, armazenando e

comprimindo o biogás produzido.

A maioria dos outros modelos são variações destes dois, mas existem

também modelos mais baratos que usam uma cúpula de plástico para conter o

gás. Eles são chamados tubulares e tem uma durabilidade inferior. No Brasil

têm sido desenvolvidos alguns modelos nacionais como o PE-02, o IPAII e os

modelos Apótema [5].

Visualizando um modelo de negócios orientado para "a base da

pirâmide", o fator chave é, como Prahalad [12] reitera, a relação preço-

13

desempenho. Os produtos devem sim ser accessíveis para pessoas de baixa

renda, mas o preço baixo não é tudo, o beneficio gerado precisa ser o

suficientemente alto para justificar o investimento feito. Portanto, a escolha do

modelo de biodigestor será baseada nos requisitos de desempenho,

durabilidade e custo.

Por outro lado, para o biodigestor permitir à empresa um retorno

financeiro adequado dentro desse modelo de negócios, o volume de vendas e

a otimização da capacidade produtiva são importantes. Por isso, outras

características devem ser consideradas, tais como:

• Baixa dificuldade de instalação – Um modelo relativamente simples

facilitaria o treinamento de técnicos na instalação e no conserto, e

permite o envolvimento dos clientes nos mesmos, barateando ainda

mais o processo.

• Disponibilidade dos materiais – Modelos que usem materiais disponíveis

localmente são ideais, pois reduziriam o custo e os problemas logísticos

associados ao frete.

• Tempo de instalação – deve ser o mais breve possível para poder

aumentar a produtividade dos técnicos e a capacidade de vendas.

Com estas premissas podemos inicialmente descartar os biodigestores

de batelada e o modelo indiano. O uso contínuo, e não batelada, é o que mais

se adequa à realidade do público alvo e o uso mais provável que receberão. E

no modelo indiano, a campânula metálica, além de elevar o preço

substancialmente, resulta ser difícil de achar em lojas de construção, tendo que

ser fabricada por encomenda e fretada. Para a maior parte dos outros modelos

não há dificuldade encontrando materiais localmente e são de uso contínuo,

alguns inclusive podem ser usados tanto à batelada como continuamente.

14

A comparação dos outros fatores, segundo pode ser observado na

tabela abaixo, leva à conclusão de que o modelo Philipine BioDigester HBS

oferece a melhor relação preço-desempenho. No entanto, o modelo da ONG

Rural Costa Rica é o mais apropriado para usar de base neste estudo de caso

porque usa materiais mais baratos com a mesma performance, e é o mais fácil

e rápido de instalar, permitindo um processo operacional mais ágil. Dessarte, a

capacidade de vendas aumentaria, o que permitiria ampliar a participação no

mercado e conseqüentemente a receita. A durabilidade do biodigestor tubular,

o principal problema, pode ser incrementada facilmente usando uma cobertura

que proteja o plástico do sol e da chuva.

Opção: Modelo TipoTempo de Construção

Dificuldade de instalação

Custo*País de Origem

Durabilidade Observações

1Rural Costa Rica

Tubular de plástico (salsicha) 1 semana Baixa $300 Costa Rica Média/Baixa

A coberta de plástico aumenta a probabilidade de vazamentos

2 Deenbandhu Chinês 20-40 diasAlta

$346 India

Alta: acima de 25 anos

Desvantagem da laboriosidade na construção

3 PE-02Chinês adaptado 30-45 dias Média

$1040 (R$ 1850) Brasil Média/Alta

Vantagem por adequação às altas temperaturas do Nordeste

4

Philipine BioDigester HBS

Adaptação entre o chinês e o indiano 2 semanas Baixa $305 Filipinas

Alta: tempo indefinido

Disponibilidade de materiais questionável

* O custo atual no país de origem convertido a dólares

COMPARAÇÃO DE MODELOS DE BIODIGESTOR DE PEQUENO TAMANHO

Isto não nega a idoneidade de, uma vez feitas as primeiras análises

técnicas e a avaliação de um projeto-piloto de instalação do modelo, agregar

inovações, visando a adequação técnica para melhor atender o público alvo e

otimizar a relação custo-desempenho.

15

1.2 – Análise econômica. Escolha do Modelo de Negócio

“Admitindo-se que o biodigestor seja tecnicamente viável, necessita-se, então,

buscar a causa da morosidade na sua adoção, nos aspectos econômicos”

- Girotto (1985, p.16) [22]

Girotto [22] compara vários estudos de análise da viabilidade econômica

do uso de biodigestores em áreas rurais do Brasil. Todos eles concluem que

sua utilização é viável e vantajosa, com o tempo de retorno do capital

empregado entre 4 meses e 5 anos, dependendo da análise.

Mesmo havendo variações significativas dependendo de múltiplos

fatores, como temperatura e tipo de biomassa utilizada, todas as fontes

consultadas [4, 5, 24], apontam que um biodigestor de pequeno tamanho, com

capacidade para 2-3m3 de produção diária de biogás, em condições climáticas

adequadas a seu funcionamento (20-35°C), e alimentado diariamente com

50kg de um insumo orgânico apropriado, produzirá o suficiente biogás para o

uso em cozimento de uma família de 4 pessoas.

Aliás, uma produção de 2m3, calculando o consumo de biogás de um

fogão doméstico aproximadamente em 0,25m3 por pessoa/dia, ainda permitiria

o uso de um lampião elétrico para iluminação durante varias horas ao dia, já

que existem vários modelos que funcionam a biogás consumindo entre 0,12 e

0,23m3/hora.

Os mesmos 50kg de insumo produzirão aproximadamente 100kg diários

de biofertilizante, ou 36,5 tons por ano, cobrindo em sua totalidade a

necessidade de adubação, dado que a recomendação é de 1,8 tons de

fertilizante inorgânico por hectare por ano (para duas safras) [24].

16

Conseqüentemente, reinterpretando a citação de Girotto [22] no começo

do capítulo, o biodigestor de tamanho familiar é tecnicamente viável, e como

vimos na introdução tem numerosas vantagens para a melhoria da qualidade

de vida; cabe só então, demonstrar sua viabilidade econômica para poder

alavancar um investimento em massa na tecnologia.

Por isso, como elemento central do modelo de negócios visualizado que

será explorado mais além no próximo capítulo, há uma estratégia de marketing

na qual a política de preços e a relação com o cliente são o mais importante, e

os pontos chave na diferenciação no mercado do serviço oferecido.

Uma vez demonstrada a idoneidade da tecnologia, é preciso demonstrar

que o serviço oferecido fornece a melhor relação preço-desempenho, em

relação à concorrência, para o segmento de clientes em questão, assim como

justificar o investimento quantificando o beneficio a ser gerado. Com esse

intuito, segue um demonstração de uma política de preços condizente com este

modelo de negócios e uma análise econômica exploratória simplificada do

investimento desde o ponto de vista do pequeno produtor.

De acordo com Prahalad [12], o preço de venta deve ser calculado a

partir do que o consumidor pode pagar. Para dar inicio a este exercício, o preço

do serviço de instalação técnica do biodigestor, incluindo mão de obra

especializada e materiais (com a exceção de cimento, areia e tijolos), será

fixado em R$ 1.500. Este é um valor realista para a empresa e abaixo do preço

praticado no mercado brasileiro. Mas para torná-lo accessível para todos os

pequenos produtores, a empresa poder ofertar varias opções de financiamento,

algumas da própria empresa como parcelamento, e outras de empresas

parceiras de microcrédito, por exemplo.

17

A empresa Recolast, que trabalha entre outras coisas com biodigestores

de tamanho reduzido, cobra acima de R$ 2.000 pelo mesmo serviço. Com um

olhar cuidadoso em seu orçamento (Anexo 1) se percebe que as despesas

adicionais com o frete dos materiais desde São Paulo e o transporte da equipe

técnica podem encarecer substancialmente o custo final para o cliente.

A tabela abaixo mostra uma análise simples, com base em cálculos

conservadores de preços:

RECEITAS ANUAIS

Tarifa da empresa R$ 1.500 Economia em GLP (gás de cozinha) R$ 210

(incluindo materiais e um técnico para a instalação e serviço de assistência técnica pós-venda)

Economia em fertilizante químico R$ 375

Outros materiais (areia, cimento, tijolos) R$ 300 Receita total R$ 5859 sacos de cimento R$ 1806 sacos de areia R$ 2090 blocos de concreto R$ 100

Total (materiais e instalação) R$ 1.800

Transporte do técnico R$ 200 Período de Payback (em meses) 41

Custo total aproximado R$ 2.000

DESPESAS

Total economia por mês R$ 49

Primeiro há de calcular-se o benefício econômico gerado pelo

funcionamento do biodigestor e com isso, o tempo para o retorno do

investimento (período de payback).

O custo dos materiais fornecidos pelo cliente (cimento, areia e tijolos) é

um valor aproximado calculado por alto, já que o preço depende de vários

fatores, principalmente a região geográfica. O preço do saco de 50kg de

cimento, com uma variação de R$13-R$28, foi fixado em R$20, o saco de areia

e o blocos de concreto saem aproximadamente por R$1 cada, mas o preço foi

fixado, por alto, em R$20 a areia, e R$100 os blocos, dando um preço máximo

aproximado dos materiais a serem comprados pelo cliente de R$300 [25]. Os

gastos com transporte e frete são as coisas que mais encarecem o projeto de

18

instalação, como observa-se no exemplo do Anexo 1, por isso o modelo de

negócios tentará reduzir eles ao máximo, recrutando representantes nas

regiões de atuação e treinando-os nos aspectos técnicos, visando a agilidade e

barateamento da instalação e da assistência técnica. Sendo o representante

uma pessoa local com meio de locomoção próprio, o custo do transporte não

superará os R$200 reais em média, e o do frete será suprimido já que o

representante levará ele mesmo os componentes necessários.

As receitas são calculadas na base da economia realizada em gás e

fertilizante ao substituí-los com o biogás e biofertilizante produzido no

biodigestor. O valor da economia em GLP é calculada a partir do preço de um

botijão de gás de cozinha (R$35 reais em média), que dura uns dois meses

cozinhando para 4 pessoas [26], e o custo da adubação química, que para um

hectare (1800kg) é de R$375 [24].

Com estes dados se estima uma receita mensal de aproximadamente

R$50 com um tempo de recuperação do investimento de 3.5 anos. Se poderia

ainda incluir outras vantagens econômicas para tornar esses cálculos mais

atraentes, como a possível venda a preços mais altos do fertilizante

(processado numa unidade de vermicompostagem) para a agricultura orgânica

ou a venda de créditos de carbono, se for possível para a empresa tramitar isto

centralmente e embuti-los como um desconto no preço do biodigestor [11].

Cabe enfatizar também os outros benefícios descritos na introdução,

como a contribuição à saúde e o saneamento, que a pesar de não estar

quantificados em termos econômicos fazem uma grande diferença na

qualidade de vida do público alvo e, em razão disso, podem ser fatores

determinantes na sua decisão.

19

CAPÍTULO II

ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR

“...uma idéia sozinha não vale nada; em empreendedorismo, elas surgem

diariamente” - (Dornelas, 2005, p.55) [13]

Segundo Dornelas [13] uma boa idéia não necessariamente constitui

uma oportunidade de negócio, como nem todas as oportunidades de fato viram

negócios bem sucedidos. Para avaliar o potencial da idéia se transformar em

um negócio de sucesso é aconselhável examinar cuidadosamente os aspectos

do mercado, as vantagens competitivas e a equipe gerencial da empresa,

assim como fazer uma análise financeira do produto ou serviço a ser oferecido.

A formação da equipe gerencial não forma parte do escopo deste estudo

por tanto não será abordada aqui, mas seria uma questão importante como

estudo exploratório secundário ou na elaboração do plano de negócios

subseqüente. E finalmente, a análise financeira será explorada com mais

detalhe no próximo capítulo.

2.1 – Análise de Mercado

Fazer a análise do mercado dos biodigestores domésticos resulta

bastante complicado, pois no Brasil não existe um mercado consolidado de

biodigestores para pequenas propriedades rurais. Nas propriedades de

tamanho industrial e semi-industrial, as instalações são normalmente feitas por

grandes firmas de engenharia que não se dedicam exclusivamente a este

produto. Este é o caso dos projetos em aterros sanitários como os de Nova

Iguaçú e Bangú, no Rio de Janeiro e dos biodigestores em fazendas

catarinenses de suinocultura [14, 15].

20

Aliás, a característica principal das industrias emergentes é a incerteza

por causa da escassez de dados fiáveis [16]. Nas próprias palavras de Porter

(1986, p.209) as empresas têm “pouca informação sobre os concorrentes,

sobre as características dos clientes e sobre as condições da indústria na fase

emergente. Ninguém sabe quem são todos os concorrentes e normalmente

não existem dados confiáveis quanto às vendas da indústria e à parcela de

mercado”. Porém, é possível identificar umas poucas características concretas

de esta industria potencialmente emergente e especular sobre outras se

baseando nos produtos relacionados.

Por exemplo, o público alvo é bem definido como famílias de áreas rurais

isoladas que se dedicam a atividades como a agricultura ou criação de gado.

As necessidades de este público alvo são sim identificadas (acesso a energia

limpa para cozinhar, comodidade, saneamento e diversificação de fontes de

ingressos para maior segurança energética e econômica), atingíveis, pelo

menos até certo ponto, dependendo da disponibilidade de restos orgânicos e

certamente receptivas, já que o produto oferece soluções para 3 ou mais dos

problemas identificados. Não existe hoje no mercado nenhum outro produto

que ofereça essa solução conjunta 3 em 1.

Cabe então assumir que se os usuários alvo percebessem as vantagens

dos biodigestores eles estariam prontos a adotar a tecnologia. O valor gerando

aos usuários seria alto já que teria um impacto bastante significativo para a

melhoria do seu dia a dia. Tudo isto indica um alto potencial para satisfazer as

necessidades dos clientes e tornar o serviço popular.

Em relação ao ciclo de vida do serviço, podemos afirmar que é um

tempo mais do que suficientemente longo para recuperar o investimento inicial.

Isto é parcialmente devido à dificuldade de chegar em um curto período de

21

tempo a todas as áreas geográficas onde o mercado alvo está situado. Mas

também o tamanho do mercado potencial é grande, a Secretaria de Agricultura

Familiar coloca a cifra de estabelecimentos familiares dedicados à agricultura

por cima de 4 milhões [17]. Além de ter a oportunidade de vendas repetidas ou

serviços de manutenção ou upgrade após o período de vida útil do biodigestor

(15-25 anos).

O fato de ser uma industria novel sem competição consolidada também

e um indicador promissor, porém, as vendas dificilmente chegariam aos R$10

milhões anuais, o que é considerado por Timmons (citado por Dornelas, 2005)

[13] a marca diferencial entre um mercado pequeno e um médio, de alto

potencial. Ademais, é difícil determinar qual é o tamanho e a taxa de

crescimento do mercado. Parte da função da empresa seria criar esse novo

mercado, então isto dependeria muito da eficácia da empresa promovendo a

tecnologia e da sua capacidade de atender a demanda criada.

O último elemento a ser considerado é a possível participação no

mercado, dadas as características de mercado novel, com potencial mas não

emergente ainda, com pequena margem de lucro e lucratividade limitada

(característica dos negócios focados para a base da pirâmide), o que pode

implicar pouco interesse por parte dos concorrentes de competir nesse

mercado, existe uma alta chance de ser o líder no mercado. Numa busca na

Internet pelas empresas que trabalham com biodigestores no Brasil, todas as

fontes encontradas até agora indicam, de fato, que é este um mercado pouco

concorrido. Dentre todas as empresas que comercializam biodigestores

achadas na rede, só uma delas, a Leonil Biogás, tinha os biodigestores para

pequenos produtores como foco do negócio, e um e-mail a sua área de

Marketing confirmou que agora só os fazem por encomenda [18]. O biodigestor

de outra grande empresa no setor, a Recolast, é apenas um dentre os muitos

22

produtos que comercializa, e como a maioria destas empresas opera com

grandes projetos e consultoria [19].

2.2 – Vantagens Competitivas

Não é possível fazer uma análise realista sobre as vantagens

competitivas de uma empresa fictícia, mas seguir as guias de Dornelas e Porter

[13, 16] resulta em um exercício útil mesmo assim, pois permite ter uma idéia

de quais serão os principais obstáculos a serem enfrentados e,

conseqüentemente, identificar as áreas mais importantes para um enfoque

estratégico.

A empresa, como empresa pequena ainda no inicio da curva de

aprendizagem, teria maiores custos fixos e variáveis, especialmente em

marketing, mas também na produção. O grau de controle sobre custos seria

moderado a forte, já que existe ampla oferta no Mercado para os insumos

utilizados (materiais como cimento e tijolos). O controle sobre a cadeia de

fornecedores seria moderado e sobre a cadeia de distribuição forte, já que a

empresa faria isso por conta própria, levando os materiais precisos junto

quando for fazer a instalação. O grau de controle sobre preços deve também

ser forte, pois preços baixos e uma boa relação preço-desempenho são

premissas do modelo de negócios previsto para "a base da pirâmide" [12].

As barreiras de entrada são outro elemento importante a ser analisado.

Neste caso, existem numerosos indícios de regulamentação a favor, indicada

pela existência de vários fundos e programas governamentais para empresas,

em particular no contexto da Lei da Inovação e da Lei Complementar nº 123 à

Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Esta última determina que no

mínimo 20% dos recursos públicos destinados a empresas devem ser para

empresas de pequeno porte [20, 21].

23

Pode-se conseguir uma vantagem tecnológica se desenvolver uma

inovação ou aprimoramento de acordo com as necessidades específicas de

essa clientela, o que seria relativamente simples dada a escassez de pesquisa

nesta área no Brasil. Há também possibilidades de obter vantagens legais ou

contratuais dado o foco no aspecto social além do ecológico do

empreendimento.

As redes de contato não estão estabelecidas, mas são acessíveis, é só

preciso dedicar algum tempo no começo das operações para fazer contatos,

parcerias e estabelecer sólidos canais de comunicação.

Cabe mencionar também, a estratégia de marketing como eixo central

do negócio, podendo trabalhar em eventos e palestras em parcerias com

governos locais, ONGs e grupos comunitários, combinando uma ação

educadora sobre economia doméstica, agroecologia e sustentabilidade, com a

promoção do próprio produto. Além de uma possível vantagem sobre os custos

com o uso de estagiários voluntários vindos com programas de intercambio

internacionais.

Pode-se concluir então que há formas de conseguir uma vantagem

competitiva em relação à concorrência. Em particular, as vantagens provirão da

especialização. Se a empresa focar suas atividades, de acordo com o intuito

deste estudo de caso, e se especializar nos biodigestores para o segmento de

mercado mencionado, marcaria um contraste com as outras empresas que

atuam na área. De acordo com o raciocínio de Porter, esta seria uma das 3

estratégias competitivas genéricas: o enfoque, combinando o preço mais

competitivo e a diferenciação na qualidade para esse nicho de mercado

especificamente, o que poderia tornar a empresa líder nesse segmento alvo

[16].

24

CAPÍTULO III

ANÁLISE FINANCEIRA oficiais e confiáveis. a “...o que não se deve fazer é a adequação do plano aos dados financeiros,

e sim o contrário” – Dornelas (2005, p.162) [13]

A análise financeira do negócio é feita partindo dos principais

demonstrativos a serem apresentados em um plano de negócios (Balanço

Patrimonial, Demonstrativo de Resultados (DRE) e Fluxo de Caixa). Já que o

negócio em questão está na fase de planejamento e não de operação, estes

serão formados a partir de cálculos baseados em estimativas do investimento

necessário e da capacidade produtiva de uma empresa nascente, ou seja,

como projeções financeiras [13].

3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento

Em primeiro lugar decidiremos qual é o montante necessário para o

investimento, calculando o valor aproximado de equipamentos de escritório,

como móveis e sistemas de informática e das ferramentas de construção para

uso dos técnicos na instalação das unidades de biodigestão. Devem-se incluir

também as despesas operacionais do primeiro ano assim como o capital de

giro para os dois primeiros anos.

A necessidade de capital de giro será calculada com base no Ciclo

Financeiro, método aplicável a empresas não operativas ainda [27]. Contando

com que a empresa receberá pagamentos à vista decorrentes de parcerias

com co-operativas de micro-crédito acessíveis a seus clientes, o capital de giro

se baseará unicamente na necessidade de estoque dos materiais de

construção fornecidos pela empresa. Para garantir a capacidade de venda, o

prazo de estoque será de 90 dias e o capital de giro calculado conforme a

fórmula:

25

(CAM X Pe)/365

Onde,

CAM = Custo Anual dos Materiais

Pe = Prazo de estoque

O capital de giro aumentará no segundo ano, quando aumenta a

produção, se mantendo no mesmo valor conforme se estabiliza a produção a

partir do segundo ano.

INVESTIMENTO INICIAL 6.000Equipamento (móveis, sistemas de informática) 4.500Ferramentas de construção 1.500

DESPESAS PRIMEIRO ANO 63.600Aluguel de sala 3.600Salarios 54.000Correspondência & marketing 1.000Transporte 5.000TOTAL INVESTIMENTO INICIAL 69.600

CAPITAL DE GIRO 45.567Estoque de materiais primeiro ano 19.529Estoque de materiais segundo ano 26.038

INVESTIMENTO TOTAL 115.167

Cálculo da necessidade de capital

As outras premissas para o cálculo das projeções financeiras podem

ser observadas na planilha com os dados gerais do projeto. A capacidade de

produção foi calculada com base no tempo de instalação do modelo de

biodigestor (uma semana), no número de semanas laborais no ano (44), e no

número de representantes autônomos (7) que permite uma capacidade

produtiva de 308 biodigestores por ano, bem acima do ponto de equilíbrio: 205

unidades ou 60% da capacidade. O ponto de equilíbrio operacional é calculado

conforme à fórmula: Q = CF/(P – C.V.U), ou seja, Custos Fixos sobre

Margem de Contribuição [28].

26

Com uma generosa margem para semanas improdutivas se calcula um

Fator de Utilização de 80% a partir do segundo ano, sendo este menor no

primeiro ano: 34% com somente 3 técnicos representantes, já que no início os

esforços de marketing e estabelecimento de parcerias seriam priorizados.

K

69.600 No. de REPRESENTANTES 7 100% 69.600 308

10% PREÇO do biodigestor 1.500 45.567 Margem de contribuição 330 8%50%

ANO DE OPERAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10FATOR de UTILIZAÇÃO 34% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80%No. de biodigestores implantados 106 246 246 246 246 246 246 246 246 246

68.100 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 MÃO de OBRA 3 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 ALUGUEL 300 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 MARKETING 1.000 400 400 400 400 400 400 400 400 400 TRANSPORTE 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000

1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 MATÉRIA-PRIMA 750 750 750 750 750 750 750 750 750 750 COMISSÕES 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 IMPOSTOS 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120

123.552 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 MATÉRIA-PRIMA 79.200 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 COMISSÕES 31.680 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 IMPOSTOS 12.672 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568

RECEITA BRUTA 158.400 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 CAPITAL DE GIRO 90 19.529 26.038 45.567 VALOR RESIDUAL 50% 34.800 CAIXA LÍQUIDO (69.600) (52.781) (12.226) 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 94.179

VPL = (35.804) TIR = 4,93% IL = -51,44%

DADOS GERAIS DO PROJETO

PONTO de equilíbrio OPERACIONAL

INVESTIMENTO

CAPACIDADE de instalação

60,6% 205

TAXA de REMUNERACAO

VALOR RESIDUAL

IMPOSTO de RENDA

CAPITAL de GIRO

CAPITAL PROPRIO

CUSTO VARIAVEL

CUSTO FIXO

CUSTO VARIAVEL UNITARIO

FLUXO DE CAIXA PROJETADO

Os custos fixos são baseados no aluguel de uma sala comercial por

R$300 reais por mês e a contratação de 3 pessoas para trabalhar no escritório

com um custo de R$1.500 por mês cada um. Os impostos serão de 8% sobre a

receita bruta, já que a empresa optaria pelo plano tributário Simples Nacional

com impostos unificados para micro e pequenas empresas [29].

27

Para os propósitos de este exercício a taxa de rendimento esperada

(custo de oportunidade ou taxa mínima de atratividade) será de 10% e não se

usará capital de terceiros. Embora seja recomendável, para um futuro estudo

mais detalhado, pesquisar o mix ótimo de financiamento que permita maximizar

a rentabilidade do investimento [30].

3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento

3.2.1 Fluxo de Caixa projetado

Na mesma planilha aparece também o Fluxo de Caixa Projetado,

calculado sobre uma vida do investimento de 10 anos. A través da apuração

dos indicadores financeiros mais importantes (a Taxa Interna de Retorno (TIR)

e o Valor Presente Líquido (VPL)), se observa uma TIR muito baixa, por baixo

da taxa de remuneração desejada de 10%, um VPL negativo e

subseqüentemente um Índice de Lucratividade negativo também.

Só com estes índices pode-se concluir que o negócio, na sua forma

presente, não é altamente atrativo em termos de rentabilidade financeira, e um

empresário que exija acima de 4,93% de retorno no seu investimento deve

rejeitar o projeto [28].

Todavia, é possível e recomendável explorar diversas opções com os

dados variáveis para ver quão sólidas e sensíveis a mudanças são as

projeções. Isto pode ser feito a través de uma análise de sensibilidade. Por

exemplo, um aumento de R$50 no preço unitário, embora vá contra a

estratégia de preços predeterminada, suporia um VPL positivo e uma TIR

quase três vezes maior.

28

3.2.2 DRE e Balanço Patrimonial

Por ultimo, as projeções de Balanço Patrimonial e Demonstração de

Resultados (DRE) são úteis também para observar respectivamente a estrutura

da empresa, assim como seu desempenho, liquidez e endividamento [28].

Balanço Patrimonial Ano 1 AV Ano 2 AV AH

Ativo Circulante 177.929 96,9% 395.638 100,1% 122,36% Contas a Receber de Clientes 158.400 86,3% 369.600 93,5% 133,33% Estoques 19.529 10,6% 26.038 6,6% 33,33%

Ativo Não Circulante 5.700 3,1% (300) -0,1% Investimentos 6.000 3,3% 0,0% -100,00% (-) Depreciação Acumulada (300) -0,2% (300) -0,1% 0,00%

TOTAL DO ATIVO 183.629 100% 395.338 100%

Passivo Circulante 191.652 104,4% 355.788 90,0% 85,64% Fornecedores 79.200 43,1% 184.800 46,7% 133,33% Contas a Pagar 99.780 54,3% 141.420 35,8% 41,73% Impostos a Recolher 12.672 6,9% 29.568 7,5% 133,33%

Patrimônio Líquido (8.023) -4,4% 39.550 10,0% 592,95% Capital Social 6.000 3,3% 6.000 1,5% 0,00% Reservas 19.529 10,6% 26.038 6,6% 33,33% Lucros Acumulados (33.552) -18,3% 7.512 1,9% 122,39%

TOTAL DO PASSIVO 183.629 100% 395.338 100%

Ano 1 Ano 2

Receita Operacional Bruta 158.400 108% 369.600 108% 133,33%(-) Impostos (12.672) -7,4% (29.568) -7,4% 133,33%Receita Operacional Líquida 171.072 100% 399.168 100% 133,33%

Custo dos Produtos Vendidos 110.880 64,8% 258.720 64,8% 133,33% Materiais & Outros Custos de Instalação

110.880 64,8% 258.720 64,8%133,33%

Lucro Bruto 60.192 35,2% 140.448 35,2% 133,33%

(-) Despesas Operacionais 68.100 39,8% 67.500 16,9% -0,88% Com Vendas 5.000 2,9% 5.000 1,3% 0,00% Administrativas 63.100 36,9% 62.500 15,7% -0,95%

Lucro Líquido do Exercício (7.908) -4,6% 72.948 18,3% 1022,46%

LIQUIDEZ:

LC = AC/PC 0,928 1,112

RENTABILIDADE:

ROE - 184,44%ROA -4,31% 18,45%

Demonstração de Resultados

29

Pode-se observar que o índice de liquidez, inferior a um, não é ideal no

primeiro ano, porém melhora no segundo, se estabilizando com um Ativo

Circulante maior que o Passivo Circulante, o que em termos gerais, mas não

por si só, é um bom sinal, principalmente quando o aumento do Ativo

Circulante é devido a um aumento na receita como é o caso aqui [28].

A Análise Horizontal mostra uma melhoria significativa no segundo ano,

particularmente na margem líquida. E isto se reflete num indicador de

rentabilidade ROE (Return On Equity ou Retorno sobre o Patrimônio) muito

alto, devido também à desproporcionalidade da receita em relação à pequena

quantidade investida inicialmente em ativos fixos. No entanto, no ROA (Return

on Assets ou Retorno sobre Ativos), se observa um índice bem mais modesto

embora ainda bom no segundo ano, se sobrepondo à rentabilidade negativa

inicial [28].

30

CONCLUSÃO

Em resumo, a pesar de ser uma tecnologia muito mais difundida na

Ásia do que no Brasil, a biodigestão pode ter um grande impacto positivo para

o beneficio de um dos grupos mais desfavorecidos se aplicada em massa no

campo brasileiro. Entre as numerosas vantagens estão a geração de energia

verde, de renda e a contribuição à saúde dos usuários.

Uma família que disponha de 50kg de matéria orgânica pode suprir

suas necessidades de energia calorífica para cozimento, assim como usar o

efluente do biodigestor como fertilizante e ainda pode usar parte do biogás para

iluminação. Contabilizando essas economias, um biodigestor com um custo de

até R$ 2.000 pagaria por si próprio em aproximadamente 3 anos. Em razão

disso, se pode concluir que se este produto fosse oferecido juntamente com um

suporte adequado para o nicho de mercado dos pequenos agricultores, ele

teria uma boa aceitação.

Porém, dado que este mercado é de difícil acesso e não existem vias

de contato estabelecidas, uma empresa que quisesse atuar nessa área teria

que começar desbravando o mercado. Em compensação ao risco há grandes

possibilidades de se tornar o líder pois não é uma área muito concorrida. Para

isto a melhor estratégia competitiva é a de enfoque apenas no segmento de

mercado em questão.

Entretanto, mesmo que muitas das prospecções do mercado sejam

boas, há varias limitações à atratividade deste tipo de empreendimento. A

principal característica a ser considerada para avaliar um novo

empreendimento é a sua rentabilidade, e as projeções financeiras reunidas

neste estudo apontam que o negócio teria uma rentabilidade baixa.

31

O modelo de negócios e publico alvo escolhido assim como o serviço

oferecido pode se considerar inovador, o que eleva o risco dado que há muitas

incertezas, principalmente sobre o mercado.

Partindo do princípio de negócios onde quanto maior o risco, maior

deve ser o retorno exigido [28], o modelo estudado, com seu risco mais

elevado e sua rentabilidade abaixo da média, não é uma boa oportunidade de

negócio.

Portanto, pode-se concluir que um negócio de instalação de

biodigestores de tamanho unifamiliar para pequenos produtores rurais, com

base nas premissas financeiras adotadas, não seria atrativo para o setor

privado em geral.

Mesmo assim, a viabilidade prática e econômica, além dos benefícios

sociais e ecológicos apresentados, pode fazer desse modelo viável se

combinado com apoio governamental ou institucional de algum tipo. O modelo

é válido também para ONGs que tenham como objetivo o desenvolvimento

sustentável no meio rural.

32

BIBLIOGRAFIA

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33

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34

23 – WALKER, E., LEANDRO, G.V., DE CAMARGO, R.F et al. Modelo Matemático para Estudo da Viabilidade Econômica da Implantação de Biodigestores em Propriedades Rurais. Anais eletrônicos do CNMAC. v.2 Disponível em: <http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/xxxii_cnmac/pdf/294.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2010.

24 – ASSIS, E.G., MARTINS, D.S. Estudo da Viabilidade Econômica da

Implantantação de um biodigestor em uma granja de perus. In: ABREPRO. Contém informações institucionais, técnicas e publicações. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR590444_9790.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2010.

25 – __________

<http://www.construdicabrasil.com.br/pag/categoria.php?cat=7> Acesso em: 06 jul. 2010

26 - ____________

<http://www.fergas.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=102:revenda-mantem-preco-do-botijao-de-gas-de-13-kg&catid=1:geral&Itemid=50> Acesso em: 07 jul. 2010

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35

ANEXOS

ANEXO 1 – Orçamento RECOLAST

RECOLAST IMPER. LTDA. Av. Gaivota Preta, 201 CEP: 07124-700 - Guarulhos - SP. Fone/fax: (11) 3437 7450 www.recolast.com.br

______

______

Novidades A Recolast acaba de lançar o KIT-BIODIGESTOR

Transforme dejetos e resíduos orgânicos em fonte alternativa de

energia. ______

ALGUMAS OBRAS EXECUTADASTúnel Ayrton Senna, Fábrica VW-RJ., Sabesp, Metrô Tucuruvi,. Shopping Vitória. Estação Júlio Prestes, Estac. Cinelãndia-RJ, Optiglobe, Aeroporto de Cumbica.

DESCRIÇÃO QUANT UN PREÇO UN TOTAL Biodigestor Tubular 1,40m x 6,00m 1 UN 2.163,00 2.163,00Lagoa Biofertilizante(4,2m x 4,2m x 1m-altura) 1 UN 0,00

Tubulação de entrada, saída e limpeza 3 UN 0,00Tubulação de biogás - 40mm 8 ML 0,00Manta Geotextil (3,25m x 10m) 1 UN 0,00Válvula de alívio 1 UN 0,00Flare (queimador) 1 UN 0,00

TOTAL GERAL:............................................................ R$ 2.163,00

POR CONTA DA RECOLASTFornecimento do material necessário. Pré-confecção dos módulos. Instalação do produto no local da obra. Ancoramento da geom. nas canaletas de fixação. Envio de equipe de instaladores (técnicos). Remessa do equip. de soldagem e de acab. (PFAFF/LEISTER) do tipo portátil. Garantia de 5 anos p/ milímetro de espessura. (vida útil de 10 a 15 anos).

POR CONTA DA CONTRATANTEPreparo da infra-estrutura. Cimento e areia. Local segura para guarda dos materiais. Mão de obra auxiliar (4 braçais). Fornecimento de energia elétrica (220v) no local. Transp. horizontal/vertical p/movim. das geom. Frete do material São Paulo - local da obra. Despesas com transporte, hosped. e aliment.

CONDIÇÕES DE PAGAMENTO50% de sinal 50% na saída do material

Data: 18/4/2010 Validade da proposta: 30 dias. Concordância do Contratante: ( ) SIM, concordo com todos os termos deste orçamento e autorizo o serviço Nome/Assinatura:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

0.1 – Breve historia da biodigestão no mundo 8

0.2 – Usos, vantagens e desvantagens 9

0.3 – Problema central abordado neste texto 11

CAPÍTULO I - ANÁLISE PRÁTICA (TÉCNICO-ECONÔMICA) 12

1.1 – Análise prática: Escolha do modelo de biodigestor 12

1.2 – Análise econômica: Escolha do modelo de negócios 15

CAPÍTULO II

ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR 19

2.1 – Análise de Mercado 19

2.2 – Vantagens Competitivas 22

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CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA 24

3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento 24

3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento

3.2.1 – Fluxo de Caixa projetado 27

3.2.2 – DRE e Balanço Patrimonial 28

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA 32

ANEXOS 35

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Instituto A Vez do Mestre (Universidade Cândido Mendes)

Título da Monografia:

Construção de biodigestores domésticos como negócio inovador

Autor:

Cristina Martínez Pérez

Data da entrega:

15/08/2010

Avaliado por: Conceito: