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  • 8/16/2019 Biodigestor Em Assentamento Rural-Relatorio-UNIVESP

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    IGOR SAVITSKY ITAMAR LUIS ROLISOLA 

    JOÃO PAULO DOMINGOS TERRAZAM LEONARDO AUGUSTO DELBONI DE SOUZA 

    CLIMA, AMBIENTE E SOCIEDADE Mitigação das Emissões de Gases de Efeito Estufa - GEE Mediante

    Implantação de Biodigestor em Assentamento Rural  

    ARARAS 2014 

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    IGOR SAVITSKY ITAMAR LUIS ROLISOLA 

    JOÃO PAULO DOMINGOS TERRAZAM LEONARDO AUGUSTO DELBONI DE SOUZA 

    CLIMA, AMBIENTE E SOCIEDADE 

    Mitigação das Emissões de Gases de Efeito Estufa - GEE MedianteImplantação de Biodigestor em Assentamento Rural  

    Relatório de pesquisa apresentado àcoordenação do curso de Engenhariada UNIVESP, como requisito dadisciplina Projeto Integrador, cursada

    no segundo bimestre. Mediadora: Prof.ª. Amanda CamargoHeinrich Carrara 

    ARARAS 

    2014

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    RESUMO 

    A comunidade científica já vem nos últimos anos alertando sobre o fenômeno

    do aquecimento global e a consequente mudança climática causando sérios efeitos

    sobre a vida na Terra e nas atividades econômicas.

    Um dos maiores problemas apontados foi o aumento de níveis de

    concentração de gases de efeito estufa - GEE (CO2, CH4, N2O, como exemplo) que

    alcançaram níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos.

    Cada vez mais buscam-se meios para reversão ou contenção das mudanças

    climáticas, através do estudo de técnicas voltadas à redução das emissões de GEE.

    Assim este trabalho procura evidenciar como alternativa para a redução

    destes gases a implantação de biodigestores em assentamentos de reforma agrária.

    PALAVRAS CHAVE: BIOGÁS, ASSENTAMENTOS RURAIS, EFEITO ESTUFA.

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    ABSTRACT 

    The scientific community has come in recent years warning of the

    phenomenon of global warming and the resulting climate change causing serious

    effects on life on Earth and in economic activities. 

    One of the biggest problems noted was the increase in concentration levels of

    greenhouse gases - GHG (CO2, CH4 and N2O, for example) that have reached

    levels unprecedented in the last 800,000 years.

    Increasingly are sought means to reversal or containment of climate change,

    through the study of techniques aimed at reducing greenhouse gas emissions.

    So this paper emphasizes as an alternative to reducing these gases the

    implementation of biodigestion systems in agrarian reform settlements.

    KEYWORDS: BIOGAS, RURAL SETTLEMENTS, GREENHOUSE EFFECT.

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Figura 1 – Vista aérea do assentamento. ...................................................................... 4 

    Figura 2 – Kit Instalação de Biodigestor ...................................................................... 12 

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 – Valores de Conversão energética para alguns efluentes ........................... 9 

    Tabela 2 – Cálculo dos dados...................................................................................... 10 

    Tabela 3 – Equivalência de poder calorífico ................................................................ 10 

    Tabela 4 – Equivalência 1m³ de Gás Natural .............................................................. 10 

    Tabela 5 – Custos Kit de Instalação ............................................................................ 13 

    Tabela 6 – Equivalência com combustíveis ................................................................ 14 

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABC Agricultura de Baixo Carbono

    CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento AmbientalCH4  Metano

    CO2  Dióxido de Carbono

    GEE Gases do Efeito Estufa

    GLP Gás Liquefeito de Petróleo

    Kg Kilograma

    kWh Kilowatt hora

    L Litro

    m³ Metro cúbico

    N2O Oxido Nitroso

    PDS Projeto de Desenvolvimento Sustentável

    PRONAF Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar

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    SUMÁRIO

    1  INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA .......................................................................... 1 

    2  PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA .......................................................... 3 

    3  METODOLOGIA E PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO ......................................... 6 

    4  APRESENTAÇÃO DO PROTÓTIPO FINAL ........................................................... 7 

    4.1  CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES – DIGESTÃO ANAERÓBIA ................. 7 

    4.2  LEVANTAMENTO DE DADOS DO ASSENTAMENTO ................................... 8 

    4.3  ANÁLISE DOS DADOS E PROPOSTA DE SOLUÇÃO .................................. 9 

    4.3.1 COMPARAÇÃO ENERGÉTICA DAS BIOMASSAS ............................... 9 

    4.3.2 QUANTIDADE DE ESGOTO PRODUZIDO PELAS HABITAÇÕES .... 10 

    4.3.3 VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA .............................................. 11 

    4.3.4 APROVEITAMENTO DO BIOGÁS ........................................................ 13 

    4.3.5 

    BIOFERTILIZANTE ................................................................................ 14 

    4.3.6 

    RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO ................................................. 15 

    5  CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 16 

    6  REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 18 

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    1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

    As mudanças climáticas pelas quais a Terra vem passando intensificaram-se

    com o passar dos anos. Hoje há grande respaldo científico à tese do aquecimento

    global, sendo que o aumento das temperaturas observado na atmosfera e nos

    oceanos na última década tem levado a diversas consequências, como o

    derretimento de geleiras, o aumento dos níveis das marés, mudanças drásticas nos

    regimes de chuvas em diversas regiões, dentre outras. Além disso, observa-se o

    aumento da frequência de desastres relacionados a eventos meteorológicos, tais

    como furacões, tufões, inundações, secas etc.1 

    Paralelamente ao cenário acima, medições indicam que os níveis de

    concentração de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e de óxido nitroso (N2O),

    os mais conhecidos "gases de efeito estufa"2, atingiu na atualidade níveis sem

    precedentes nos últimos 800 mil anos, fato que provavelmente tem influência sobre

    as mudanças climáticas observadas.3 

    Essas mudanças têm ocasionado impactos incalculáveis sobre a vida na

    Terra e as atividades humanas, das quais se pode citar o comprometimento da

    cadeia alimentar e da biodiversidade em oceanos, florestas e outros ecossistemas,

    desertificação de áreas antes agriculturáveis, quebra de safras, comprometimento do

    acesso a água potável, dentre inúmeras outras.4 

    1  IPCC. Climate Change 2014: Synthesis Report. 2014, pp. 1/6. Disponível em:http://ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar5/syr/SYR_AR5_LONGERREPORT.pdf. Acesso em12/12/2014.2 Doravante GEE.3 IPCC. Climate Change 2014: Synthesis Report. 2014, p. 4.4 Idem, pp. 6/7.

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    No Brasil, como em outras partes do mundo, essas mudanças e impactos já

    vem sendo observados, como comprovam diversas pesquisas científicas que vem

    sendo conduzidas.5 

    O estudo de medidas voltadas à reversão ou contenção do aquecimento

    global e respectivos efeitos, concentrado sobretudo na busca de alternativas para a

    mitigação das emissões de GEE, vem tendo grande importância nos meios

    acadêmicos, o que justifica o presente trabalho.

    5 Para maiores detalhes sobre as mudanças climáticas e respectivos efeitos nos biomas brasileiros,cf. PBMC. Contribuição do Grupo de Trabalho 1 ao Primeiro Relatório de Avaliação Nacional doPainel Brasileiro de Mudanças Climáticas: Sumário Executivo GT1. PBMC, Rio de Janeiro, 2013.Disponível em:http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/MCTI_PBMC_Sumario%20Executivo%204_Finalizado.pdf.Acesso em 12/12/2014; e PBMC. Contribuição do Grupo de Trabalho 2 ao Primeiro Relatório deAvaliação Nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas: Sumário Executivo GT2. PBMC, Riode Janeiro, 2013. Disponível em:http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/MCTI_PBMC_sumario_executivo_impactos_vulnerabilidad

    es_e_adaptacao_WEB_3.pdf. Acesso em 12/12/2014.

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    2 PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA

    A pesquisa buscou estudar alternativas voltadas à mitigação de emissões de

    GEE provenientes de assentamento de reforma agrária.

    Os assentamentos de reforma agrária são compostos por diversas glebas

    concentradas em uma mesma localidade e entregues a trabalhadores rurais, a fim

    de que as explorem em regime de economia familiar, contando com assistência

    estatal em matéria de infraestrutura e de apoio ao desenvolvimento da atividade

    produtiva. Exercem função socioeconômica importantíssima à medida que permitem

    a exploração de propriedades rurais improdutivas por trabalhadores pobres do

    campo que não possuam condições de adquirir terras. Nos últimos anos,

    preocupações com o meio-ambiente e a sustentabilidade tem sido levada em conta

    no processo de criação e ocupação dos assentamentos de reforma agrária.6 

    O assentamento escolhido foi o Projeto de Desenvolvimento Sustentável

    (PDS) Milton Santos, localizado em Americana/SP, e que possui 69 famílias,

    totalizando aproximadamente 500 pessoas. Nesse assentamento destaca-se o

    cultivo comercial de hortaliças, havendo também criação de bovinos, suínos, ovinos,

    caprinos e aves pelas famílias assentadas.

    6 Informações retiradas do sítio eletrônico do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária  – 

    INCRA. Disponível em: http://www.incra.gov.br/ Acesso em: 12/12/2014.

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    (lodo) que devem ser periodicamente removidos e encaminhados a aterros

    sanitários, causando problemas para a gestão desses aterros8, além de não haver

    redução das emissões de GEE respectivas.

    A segunda fonte escolhida enquadra-se no grupo das emissões associadas

    às atividades agropecuária e silvícola, as quais concentram 24% das emissões

    mundiais9 e mais de um terço das brasileiras.10 Estudos indicam que o manejo de

    estrume é responsável por 7 a 8% das emissões do setor, enquanto que o estrume

    depositado em pastagens responde por 15% dessas emissões. Já as emissões

    provocadas pelo estrume depositado em pastagens concentram-se em mais de 80%

    nos países em desenvolvimento, especialmente nas Américas.11 

    Em suma, o objetivo da pesquisa foi propor uma solução para o problema das

    emissões de GEE por assentamento de reforma agrária provenientes do esgoto

    doméstico e dos dejetos de animais criados pelas famílias assentadas.

    8 C. F. DUFRAYER, P. C. SOUZA, F. B. Resende, M. G. SILVA JR. Impacto da Codisposição de LodoSéptico nas Trincheiras de um Aterro Sanitário. In: Revista Eletrônica de Educação da FaculdadeAraguaia. N. 4, pp. 282-286.Disponível em: http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/viewFile/178/162. Acesso em:12/12/2014 9 IPCC. Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change (...), p. 816.10 PBMC. Contribuição do Grupo de Trabalho 3 ao Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do PainelBrasileiro de Mudanças Climáticas: Sumário Executivo GT3. PBMC, Rio de Janeiro, 2013, pp. 17/18.Disponível em: http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/pbmc_sumario_executivo_gt3.pdf. Acessoem 12/12/2014.11 IPCC. Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change (...), pp. 823/824.

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    3 METODOLOGIA E PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO

    No desenvolvimento do trabalho foram feitos inicialmente estudos

    bibliográficos voltados à melhor compreensão do fenômeno do aquecimento global e

    das principais técnicas de mitigação das emissões de GEE.

    Estabelecido o entendimento teórico preliminar sobre a matéria, partiu-se para

    o estudo de caso de um assentamento de reforma agrária, no qual foram realizadas

    entrevistas e visita in loco  a fim de identificar os principais focos de emissões de

    GEE. Identificadas essas fontes, foram coletados dados que permitissem estimar o

    volume de esgoto e de dejetos de animais do assentamento.

    Feitas as estimativas acima, foi possível propor uma solução para o problema

    escolhido: a instalação de biodigestores voltados ao tratamento anaeróbio do esgoto

    doméstico e dejetos de animais criados pelas famílias do assentamento. Com base

    nos dados coletados, dimensionou-se a quantidade de biodigestores e demais

    equipamentos necessários, bem como os respectivos custos, obtidos junto a

    empresa especializada na fabricação e implantação dessas instalações.

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    4 APRESENTAÇÃO DO PROTÓTIPO FINAL

    4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES – DIGESTÃO ANAERÓBIA

    Os estudos bibliográficos feitos levaram à escolha da implantação de

    biodigestores anaeróbios como solução viável para o problema apresentado.

    Estudos comprovam que a digestão anaeróbia do esgoto doméstico e lodo

    respectivo, associada à captação de biogás, é capaz de mitigar as respectivas

    emissões de GEE. Sistemas de biodigestão anaeróbia podem ser implantados a

    diferentes custos, acarretando uma diminuição das emissões relacionadas ao esgoto

    de até 10 vezes, em comparação as situações de não-tratamento, e de até 5 vezes,

    em relação a sistemas de tratamento aeróbio dos efluentes.12 

    Nos últimos anos, tem se observado o aumento de propriedades rurais, e até

    mesmo urbanas, que substituem as fossas sépticas por biodigestores, devido às

    vantagens dos últimos, especialmente a possibilidade de aproveitamento energético

    do biogás proveniente da digestão anaeróbia dos efluentes.13 

    A digestão anaeróbia dos dejetos de animais também é uma medida

    considerada como de alto potencial mitigador de emissões (mais de 15% de

    redução) e como de fácil e imediata implantação.14  No Brasil, o tratamento dos

    dejetos de suínos é considerado como uma boa alternativa à mitigação de emissões

    de GEE na atividade agropecuária.15 

    12 IPCC. Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change (...), p. 791, figura 10.20.13 Nesse sentido: Tecnologia de biodigestor leva energia limpa a casas no RJ. Folha de São Paulo,São Paulo, 18/06/2009. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2009/06/582933-tecnologia-de-biodigestor-leva-energia-limpa-a-casas-no-rj.shtml. Acesso em 12/12/2014.14 IPCC. Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change (...), pp. 830/831, Tabela 11.2.15 PBMC. Sumário Executivo GT3..., p. 18.

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    Em resumo, o processo de digestão anaeróbia de resíduos orgânicos

    caracteriza-se pela transformação de matéria orgânica em uma mistura de gases e

    em um lodo residual, através de reações bioquímicas causadas por microrganismos

    e que ocorrem sem a presença de oxigênio. À mistura de gases é dado o nome de

    biogás, rico em metano (CH4), enquanto que o lodo residual é chamado de

    “biomassa microbiana”, podendo ser posteriormente convertido em biofertilizante,

    após tratamento adequado.16 

    A escolha pelo biodigestor deveu-se ao fato de permitir o tratamento tanto do

    esgoto doméstico quanto dos dejetos de animais em um único equipamento,

    possibilitando a redução das emissões de GEE, associada ao aproveitamento

    energético do biogás gerado e à aplicação do biofertilizante nas lavouras do

    assentamento, com ganhos em sustentabilidade e eficiência.

    4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS DO ASSENTAMENTO

    Através de uma visita no assentamento foram levantados os seguintes dados:

      Quantidade de pessoas no assentamento: 69 famílias (aproximadamente 500

    pessoas)

      Animais:

    o  Suínos: 90o

      Bovinos: 90o  Aves (galinha e pato) + de 1000o  Caprinos: 18o  Ovinos: 60

    16 Para maiores detalhes sobre o processo de digestão anaeróbia, cf. K. R. A. INOUE. Produção debiogás, caracterização e aproveitamento agrícola do biofertilizante obtido na digestão da manipueira .2008. 92 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa. 2008, pp. 9-22. Disponível em:http://www.ufv.br/dea/ambiagro/gallery/publica%C3%A7%C3%B5es/tesekelesms.pdf. Acesso em:12/12/2014.

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    4.3 ANÁLISE DOS DADOS E PROPOSTA DE SOLUÇÃO

    4.3.1  COMPARAÇÃO ENERGÉTICA DAS BIOMASSAS

    A fórmula utilizada para o cálculo da estimativa da geração de biogás, foi

    retirada do “Manual do Usuário do Programa de Computador – Biogás – Geração e

    Uso Energético versão 1.0”17, publicado pela CETESB. Segundo a publicação a

    geração de metano (em m³) corresponde a quantidade de metano gerada contida no

    biogás resultante da decomposição do esterco gerado diariamente nas propriedades

    criadoras. O cálculo para esse potencial é apresentado na equação:

    M³ Metano (CH4) = 30 dias x cabeças x Et x Pb x Conc. CH4 x VE-1 , onde:

    Et - Esterco total [kg esterco / (dia.unidade geradora)].Pb - Produção de biogás [kg biogás / kg esterco];Conc. CH4 - Concentração de metano no biogás [%];VE-1 - Volume específico do metano [kgCH4-1m-3CH4-1], sendo este igual a 0,67

    Na tabela abaixo são apresentados valores para conversão energética deesterco de algumas criações.

    Tabela 1 – Valores de Conversão energética para alguns efluentes

    Origem do MaterialKg esterco / (diaunidade geradora)

    Kg biogás /Kg esterco

    Concentração deMetano

    Suínos 2,25 0,062 66%Bovinos 10 0,037 60%Equinos 12 0,048 60%

    Aves 0,18 0,055 60%Caprinos e Ovinos18  0,5 0,061 58%Fonte: (MOTTA, 1986)

    A partir dos dados levantados no assentamento e dos dados anteriormente

    apresentados obtemos os seguintes dados:

    17 Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/mudancas-climaticas/biogas/Softwares/16-Softwaresacessado em 11/12/1418 Disponível em http://www.capritec.com.br/pdf/dejetosdecaprinos.pdf acessado em 12/12/14

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    Tabela 2 – Cálculo dos dados

    Tipo DIAS QT Et Pb Conc. CH4  VE-1  CH4 / m³

    Suíno 30 90 2,25 0,062 0,66 0,67 166,55

    Bovino 30 90 10 0,037 0,60 0,67 401,60Aves 30 1000 0,18 0,055 0,60 0,67 119,39Caprinos 30 18 0,5 0,061 0,58 0,67 6,40Ovinos 30 60 0,5 0,061 0,58 0,67 21,33

    Total CH4  715,28

    Conforme dados19 e 20 abaixo podemos ter a seguinte relação de equivalência:

    Tabela 3 – Equivalência de poder calorífico

    Poder calorífico KCal

    Gás natural (CH4) 1m³ 9400

    Gás Liquefeito de petróleo 1 Kg 11.500Energia elétrica 1kWh 860Óleo Diesel 1 L 10730Gasolina (20% álcool) 1 L 9700Álcool combustível (etanol) 1 L 6507

    Fazendo a correspondência com o Gás Natural:

    Tabela 4 – Equivalência 1m³ de Gás Natural 

    1m3 de Gás natural (CH4)Gás Liquefeito de petróleo 0,82 KgEnergia elétrica 10,93 kWhÓleo Diesel 0,88 LGasolina (20% álcool) 0,97 LÁlcool combustível (etanol) 1,44 L

    4.3.2  QUANTIDADE DE ESGOTO PRODUZIDO PELAS HABITAÇÕES

    Para estimar a quantidade de esgoto produzido pelas habitações foi utilizado

    o valor de referência adotado pelas concessionárias de águas e esgotos do Brasil,

    19 Disponível em http://www.fogas.com.br/granel/gas-energiaeletrica - acessado em 11/12/201420 Disponível em http://www.eciencia.usp.br/arquivoEC/exp_antigas/igepeq.html acessado em

    11/12/2014

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    de produção de 0,18 m³ de esgoto produzido por dia e por habitante. Dessa forma,

    sendo aproximadamente 500 habitantes no assentamento, a estimativa é que sejam

    produzidos 90 m³ de esgoto diariamente.

    Usando a relação de conversibilidade proposta21 por COELHO et al (2006), de

    0,07361 m³ de biogás a cada m³ de esgoto tratado, o equivalente em oferta de

    biogás desses 90 m³ é de 6,62m³. Significa dizer, também, que em torno de 76

    pessoas produzem esgoto suficiente para gerar 1m³ de biogás.

    Considerando que o biogás é constituído de 60% de metano22, tem se a

    possibilidade de acrescentar mais 3,97m³ de CH4.

    4.3.3  VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA

    Após o levantamento dos dados do assentamento entramos em contato com

    a empresa BGS a fim de buscar a melhor solução de sistema de biodigestores com

    aproveitamento do biogás. Foram apresentadas duas opções:

    - Implantação de uma rede de esgoto e instalação de um único biodigestor de

    grande capacidade23 no qual seriam tratados o esgoto de todo o assentamento e os

    dejetos das criações de gados, suínos, caprinos e aves.

    - Implantação de um kit biodigestor de 10m³ para um agrupamento de, em

    média, 7 famílias (ou de acordo com a demanda de cada agrupamento) onde seriam

    21  Disponível em http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1155&class=02 acessado em15/12/201422 Disponível emhttp://www.energiasrenovaveis.com/DetalheConceitos.asp?ID_conteudo=65&ID_area=2&ID_sub_area=2 acessado em 17/12/201423 Foi informado pela BGS que para o correto dimensionamento do projeto é necessário realizar uma

    análise detalhada dos dejetos a serem tratados pelo biodigestor.

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    tratados o esgoto gerado pelas casas do grupo e os dejetos de suas criações

    totalizando no assentamento aproximadamente 10 kits de biodigestores de 10m³.

    Consideramos como mais viável a segunda opção pois diminuiria

    consideravelmente o custo de implantação do projeto não sendo necessária a

    construção de rede de esgoto e rede de distribuição de biogás em todo o

    assentamento além de facilitar a mão de obra de operação e alimentação diária do

    biodigestor.

    Figura 2 – Kit Instalação de Biodigestor

    O kit biodigestor proposto para a implantação é composto por um biodigestor

    de 10m³, um filtro purificador, um medidor de vazão, um balão de armazenamento

    de biogás e uma bomba pressurizadora além dos tubos e conexões necessários

    para a instalação do kit. É de fácil instalação (1 dia) e tem o custo conforme tabela a

    seguir.

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    Tabela 5 – Custos Kit de Instalação

    Biodigestor 10 m³ R$ 5.059,00

    Kit tubos e conexões R$ 260,00Purificador BGS-4L R$ 171,00Medidor de vazão R$ 254,00Balão BGS-ARM-02 R$ 1.174,00Bomba de biogás 220V R$ 416,00Total R$ 7.334,00

    A implantação de 10 kits de biodigestores de 10m³ no assentamento

    totalizariam num investimento de R$73.340,00 os quais poderiam ser financiados

    individualmente através da linha de crédito de agricultura familiar (PRONAF ECO)

    com taxa de juros de 1% a.a. para financiamentos até R$ 10.000,00 e 2% a.a. para

    operações superiores a R$ 10.000,00 e prazo de até 10 anos com 5 anos de

    carência ou coletivamente por meio de uma cooperativa através do Programa

    Agricultura de Baixo Carbono (ABC) com taxa de juros de 5% a.a., limite de

    financiamento de R$ 1 milhão de reais e prazo de até 8 anos com 3 anos de

    carência.

    4.3.4  APROVEITAMENTO DO BIOGÁS

    Dessa forma, aplicando os valores padrões anteriormente estabelecidos,

    obtêm-se 719,25(CH4 / m³) x 10,93 um total de 7.861,40 kWh/mês de energia.

    Considerando o consumo médio residencial brasileiro24 em 158,9 (kWh/mês)

    a produção de biogás, considerada por esta pesquisa, poderia suprir um total de

    24 Disponível em http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20130909_1.pdf

    acessado em 13/12/2014

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    aproximadamente 49 casas por mês, caso se opte a aplicação em geradores de

    energia.

    Analogamente temos que 719,25 x 0,82 = 589,78 kg de GLP ou 45 botijões de

    gás de 13 Kg.

    Comparando com os combustíveis temos:

    Tabela 6 – Equivalência com combustíveis

    719,25m3 de Gás natural (CH4)Óleo Diesel 630,10 LGasolina (20% álcool) 697,01 L

    Álcool combustível (etanol) 1039,03 L

    Lembramos que estes valores são aproximados e podem variar conforme o

    biogás resultante do processo de biodigestão aplicado no assentamento. Fatores

    como tipo da ração para alimentação dos animais, a temperatura do ambiente, o

    manejo dos dejetos e a composição do material orgânico têm bastante influência nos

    resultados.

    Após pressurizado o biogás poderá ser utilizado em fogões desenvolvidos

    para este fim ou fogões comuns adaptados para biogás, é possível também utilizar

    esse biogás em aquecedores de água e até mesmo em geradores de energia

    elétrica. Para o assentamento consideramos apenas o uso em fogões pois é de

    distribuição mais simples e uso mais comum além de consumir menor quantidade de

    gás sendo possível a distribuição e uso em todas as residências do assentamento. 

    4.3.5  BIOFERTILIZANTE

    Após a digestão anaeróbica no interior do biodigestor, o material se

    transforma em biofertilizante, que apresenta alta qualidade para uso agrícola. Trata-

    se de um adubo orgânico, isento de agentes causadores de doenças e pragas àsplantas e contribui de forma extraordinária no reestabelecimento do teor de húmus

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    do solo, funcionando como otimizador de suas propriedades químicas, físicas e

    biológicas.25 

    Verifica-se assim que a produção de biofertilizante resultante de biodigestores

    gera uma economia com produtos químicos para adubação das plantas além de

    evitar a contaminação dos solos com os dejetos oriundos da criação dos animais.

    4.3.6  RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO

    Considerando apenas o uso do biogás e levando em conta o custo médio do

    botijão de gás GLP na cidade de Americana no período de 07/12/2014 a 13/12/2014

    que foi de R$48,0526  seriam necessários aproximadamente 3 anos para que o

    investimento realizado na instalação dos 10 kits de biodigestores no assentamento

    seja recuperado.

    25  Disponível em http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1248&class=02 acessado em18/12/201426  Disponível em http://www.anp.gov.br/preco/prc/resumo_por_estado_index.asp acessado em

    18/12/2014

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    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A utilização de biodigestores em propriedades rurais, tem se mostrado uma

    excelente alternativa tanto econômico quanto ambiental, dado o efeito de redução

    efetiva na emissão de metano (CH4) na atmosfera, sendo esse um dos principais

    agentes causadores do efeito estufa. A utilização do metano proveniente da

    biodigestão, além de garantir uma ação mitigatória na emissão dos GEE, garante

    também que com a utilização do metano gerado nesse processo para o uso na

    obtenção de energia, garantirá também que não seja utilizado fontes de energia

    provenientes de matrizes não renováveis, reduzindo a emissão de CO2  fóssil, que

    também é um agente responsável pelo efeito estufa.

    Do processo de biodigestão, os efluentes gerados nele servem como adubo

    orgânico para as atividades agrícolas do assentamento, sendo um processo de

    reaproveitamento muito eficiente das matérias orgânicas.

    Ainda existem muitas barreiras para a utilização da geração de energia com

    biogás em regiões rurais e isoladas tais como os assentamentos no Brasil. Dentro

    das propriedades rurais ou em assentamentos o aproveitamento de rejeitos antes

    descartados no meio ambiente, seriam uma alternativa técnica e economicamente

    viável, melhorando as condições dos produtos rurais e melhorando a qualidade de

    vida na área rural.

    Os investimentos para implementação do projeto, nas propriedades rurais com o

    incentivo de financiamento torna ainda mais viável a utilização do biodigestor,

    contribuindo de forma direta na redução das emissões atmosféricas.

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    Assim o uso de biodigestores facilita a entrada de uma energia limpa e

    renovável, sendo uma tecnologia benéfica para o meio ambiente, economicamente

    viável e contribuindo para a sustentabilidade da vida no planeta.

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    6 REFERÊNCIAS

    COELHO, S. T., VELÁZQUEZ, S. M. S. G., PECORA, V., ABREU, F. C. Geração deEnergia Elétrica A Partir Do Biogás Proveniente Do Tratamento De Esgoto.  XICongresso Brasileiro de Energia (CBE), 2006. Disponível emhttp://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1155&class=02 acessado em15/12/2014

    DUFRAYER, C. R. et al. Impacto da Codisposição de Lodo Séptico nas Trincheirasde um Aterro Sanitário. In: Revista Eletrônica de Educação da Faculdade Araguaia,Goiânia, v. 4, n. 4, pp. 282-286, 2013. Disponível em:http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/viewFile/178/162. Acesso em:12/12/2014

    ESPERANCINI M. S. T. et al. Viabilidade técnica e econômica da substituição defontes convencionais de energia por biogás em assentamento rural do Estado deSão Paulo. In: Eng. Agríc.,  Jaboticabal, v. 27, n. 1, pp. 110-118, jan/abr 2007.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69162007000100004.Acesso em: 12/12/2014

    INOUE, K. R. A. Produção de biogás, caracterização e aproveitamento agrícola dobiofertilizante obtido na digestão da manipueira . 2008. 92 p. Dissertação (Mestrado)

     –  Universidade Federal de Viçosa. 2008. Disponível em:http://www.ufv.br/dea/ambiagro/gallery/publica%C3%A7%C3%B5es/tesekelesms.pdf . Acesso em: 12/12/2014.

    INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA  –  INCRA.Brasília. Apresenta informações e atividades desenvolvidas. Disponível em:http://www.incra.gov.br/ Acesso em: 12/12/2014.

    INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate Change 2014:Mitigation of Climate Change. Contribution of Working Group III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge

    University Press, Cambridge, 2014. Disponível em: http://ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar5/wg3/ipcc_wg3_ar5_full.pdf. Acesso em: 12/12/2014.

    INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate Change 2014:Synthesis Report . 2014. Disponível em: http://ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar5/syr/SYR_AR5_LONGERREPORT.pdf. Acesso em 12/12/2014.

    MOTTA, F. S. Produza sua Energia  –  Biodigestores Anaeróbios. Recife: GráficaEditora S.A. 1986. Disponível emhttp://cenbio.iee.usp.br/download/metodologiabiomassa.pdf acessado em15/12/2014

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    PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Contribuição do Grupo deTrabalho 1 ao Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro deMudanças Climáticas: Sumário Executivo GT1. PBMC, Rio de Janeiro, 2013.Disponível em:

    http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/MCTI_PBMC_Sumario%20Executivo%204_Finalizado.pdf. Acesso em 12/12/2014.

    PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Contribuição do Grupo deTrabalho 2 ao Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro deMudanças Climáticas: Sumário Executivo GT2 . PBMC, Rio de Janeiro, 2013.Disponível em:http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/MCTI_PBMC_sumario_executivo_impactos_vulnerabilidades_e_adaptacao_WEB_3.pdf. Acesso em 12/12/2014.

    PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Contribuição do Grupo deTrabalho 3 ao Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro deMudanças Climáticas: Sumário Executivo GT3. PBMC, Rio de Janeiro, 2013.Disponível em:http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/pbmc_sumario_executivo_gt3.pdf.Acesso em 12/12/2014.

    Tecnologia de biodigestor leva energia limpa a casas no RJ. Folha de São Paulo,São Paulo, 18/06/2009.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2009/06/582933-tecnologia-de-biodigestor-leva-energia-limpa-a-casas-no-rj.shtml. Acesso em 12/12/2014.