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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSUINSTITUTO A VEZ DO MESTRE REDUÇÃO DE LIXO ORGÂNICO NA ESCOLA PÚBLICA Por: Elaine da Silva Moreira Guimarães Orientador Prof.ª Maria Esther de Araujo Oliveira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

REDUÇÃO DE LIXO ORGÂNICO NA ESCOLA PÚBLICA

Por: Elaine da Silva Moreira Guimarães

Orientador

Prof.ª Maria Esther de Araujo Oliveira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

REDUÇÃO DE LIXO ORGÂNICO NA ESCOLA PÚBLICA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental

Por: Elaine da Silva Moreira Guimarães

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos de curso que me deram

apoio para continuar nessa caminhada.

Aos professores do curso por terem me

passado conhecimentos tão importantes.

A minha orientadora que me auxiliou

bastante com dicas e correções.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais,

minha irmã e principalmente ao meu noivo

que com tanto amor e dedicação me

acompanhou durante todo curso e em

muitas madrugadas de pesquisa para o

sucesso desta obra.

5

RESUMO

O presente trabalho visa incluir de maneira prática a temática ambiental

e ecológica na escola pública e consequentemente na sociedade atual e

posteriores. A partir do tema redução de lixo orgânico na escola pública, é

abordado o desperdício alimentar pela falta de conhecimento dos benefícios da

possível reutilização das sobras oriundas do preparo da merenda que é servida

na escola, apontando como soluções para este problema a utilização de

técnicas como compostagem, minhocário e horta escolar.

Essas três medidas além de colaborar para redução dos impactos

gerados pelos resíduos orgânicos também propiciam que o aluno participe de

atividades integradoras extra sala de aula relacionadas ao manejo do solo,

cultivo de seres decompositores, como por exemplo minhocas,

reaproveitamento do lixo, plantação e colheita de hortaliças, que poderão ser

adicionados a merenda enriquecendo-a com nutrientes e contribuindo

minimizando custos de alimentação dos alunos, visto que esta reduzirá gastos

com compra de determinados alimentos.

O aluno dotado de motivação e incentivo do professor contagia seus

familiares e consequentemente a comunidade ao seu redor. Assim a escola

cumpre o seu papel no que diz respeito a Educação Ambiental, trabalhando de

maneira mais profunda estes conceitos tanto nos alunos, quanto nos

professores influenciando também a comunidade como um todo no que diz

respeito a medidas ecológicas e cuidados com o meio ambiente a partir dos

trabalhos propostos.

6

METODOLOGIA

Observando o cotidiano de uma escola pode-se perceber o acúmulo e

desperdício de uma enorme quantidade de material reaproveitável cujo grande

parte é de origem orgânica.

Lendo revistas que continham matérias relacionadas a Educação

Ambiental na escola, como por exemplo a revista Vida Simples, pôde-se

observar a ênfase dada a esta problemática relacionada ao desperdício e

excessiva produção de lixo no ambiente escolar. Também em outros periódicos

e reportagens em programações de TV voltadas para temas ambientais tornou-

se notório a necessidade de uma ampliação do ensino voltado a Educação

Ambiental.

Para a realização desta obra fez-se necessário a utilização de diversos

tipos de literaturas como, por exemplo, periódicos, cartilhas, jornais, artigos e

livros. Foi muito importante realizar também pesquisas em web sites, visto que

muitos destes prestaram grande ajuda, pois, contendo entrevistas,

documentários e reportagens, exemplificam de maneira positiva a importância

do assunto aqui relatado.

Realizaram-se diversas visitas a bibliotecas, onde se pode destacar a

Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que gentilmente cedeu grande parte do

material usado como fonte de pesquisa para este trabalho.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - RESÍDUOS ORGÂNICOS 09

CAPÍTULO II - ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO 14

DE RESIDUOS ORGÂNICOS NA ESCOLA

2.1 – COMPOSTAGEM 15

2.2 – MINHOCÁRIO 16

2.3 – HORTA ESCOLAR 18

CAPÍTULO III – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A ESCOLA 20

CONCLUSÃO 26

ANEXOS 28

BIBLIOGRAFIA 32

8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como título a redução de lixo orgânico na

escola pública, o tema a ser estudado é educação ambiental tendo como um

dos objetivos preparar e conscientizar a temática ambiental e ecológica na

escola.

Sabe-se que a escola pública produz diariamente uma grande

quantidade de lixo proveniente da merenda escolar e outros. Este lixo

produzido gera alguns impactos, como exemplo pode ser mencionado a

degradação do espaço físico escolar, proliferação de ratos, moscas, baratas e

outros agentes que podem ser vetores de doenças.

Grande parte do lixo produzido é orgânico sendo assim, contém

nutrientes minerais, com atributos físicos, químicos e biológicos que podem ser

reutilizados, inclusive na própria merenda escolar.

Através da implantação da compostagem e minhocário, é possível

reduzir os resíduos alimentares e desta forma diminuir o volume do lixo e o

desperdício de alimentos. A construção de uma horta, com a participação dos

alunos, também é muito interessante, pois assim os alimentos cultivados

poderão vir a fazer parte da merenda escolar e enriquecê-la.

A horta escolar pode também ser utilizada como instrumento interativo e

de descobertas, onde os alunos vivenciem e compreendam a importância dos

vegetais na alimentação e a necessidade de preservar o ambiente natural.

Acredita-se que através destas atividades estratégicas e planejadas seja

possível reduzir o excesso de lixo de proveniência orgânica, visto que a escola

adquirirá novos hábitos, gerando assim melhor qualidade de vida. Espera-se

também, como resultado, influenciar o aluno aumentando sua motivação

escolar, fazendo com que, indiretamente ou diretamente, sensibilizem seus

familiares quanto à educação ambiental, pois multiplicarão a experiência

vivenciada na escola em suas casas e certamente valorizarão os

conhecimentos adquiridos.

9

CAPÍTULO I

RESÍDUOS ORGÂNICOS

A Organização Mundial de Saúde define resíduo como “qualquer coisa

que o proprietário não quer mais, em certo local e em certo momento, e que

não apresenta valor comercial corrente ou percebido”.

O lixo pode ser classificado em duas categorias conforme sua

composição química: orgânico e inorgânico (www.ecolnews.com.br). As duas

categorias podem ter suas diferenças percebidas e compreendidas através da

seguinte afirmação:

“O lixo orgânico é aquele formado principalmente por

restos de comida e outros materiais biodegradáveis. Já o

lixo inorgânico é formado por materiais como metais,

vidros, borracha, plásticos e outros materiais cuja

decomposição por processos naturais envolve períodos

de tempo superiores a décadas ou séculos”

(www.educarede.org.br).

Oliveira, Aquino e Neto (2005) definem resíduos orgânicos como todo

material de origem animal ou vegetal e cujo acúmulo no ambiente não é

desejável, por exemplo, bagaço de cana-de-açúcar, serragem, restos de capim,

grama, restos de folhas do jardim, entre outros. Também os restos de

alimentos de cozinha, como cascas de frutas e de vegetais, restos de comida

etc. Conceitualmente, matéria orgânica é todo produto proveniente de corpos

organizados contendo Carbono (C), Hidrogênio (H2) e Oxigênio (O2). (NETO,

2007, p. 15).

Os resíduos orgânicos também são conhecidos pela sigla RSU, cujas

iniciais significam Resíduos Sólidos Urbanos, que na prática, representa todo

lixo doméstico que é resultado das nossas tarefas diárias enquanto

consumidores (www.ideiasambientais.com.pt). O MMA (2005) apresenta

10

também uma maneira distinta de se referir aos resíduos orgânicos,

classificando-os como “lixo úmido”. Supondo que essa classificação é muito

usada nos programas de coleta seletiva, visto que é facilmente compreendida

pela população.

“O principal componente do lixo orgânico é o lixo humano, composto

pelos resíduos produzidos pelo corpo humano, tais como fezes e urina.

O lixo humano pode ser altamente perigoso, uma vez que pode abrigar e

transmitir com facilidade uma grande variedade de vermes, bactérias, fungos e

vírus causadores de doenças” (www.fazfacil.com.br).

“O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia, onde 76% são

depositados a céu aberto, em lixões, 13% são depositados em aterros

controlados, 10% em usinas de reciclagem e 0,1% são incinerados. Do total do

lixo urbano, 60% são formados por resíduos orgânicos que podem se

transformar em excelentes fontes de nutrientes para as plantas” (OLIVEIRA,

AQUINO e NETO, 2005, p. 1).

“Cada ser humano gera, em média, 5 kg de resíduos sólidos por

semana, sendo cerca de 60% formado por resíduos orgânicos. Isto significa

3 kg a cada semana por pessoa, correspondendo à produção semanal de 150

toneladas de resíduos orgânicos numa pequena cidade de 50 mil habitantes”

(ANJOS e ANDRADE, 2008, p.7).

Existem diversos fatores negativos que podem ser destacados como

conseqüência da crescente que nossa sociedade apresenta em relação à

produção de resíduos orgânicos (MMA, 2005):

• contaminação do solo, ar e água;

• entupimento de redes de drenagem urbana;

• enchentes;

• degradação do ambiente e depreciação imobiliária; doenças.

“Mesmo na atualidade, esse tipo de lixo é considerado poluente e,

quando acumulado, o lixo orgânico, muitas vezes, pode tornar-se altamente

inatrativo, mal-cheiroso, em geral devido à decomposição de diversos produtos,

caso não haja um mínimo de cuidado com o armazenamento desses resíduos,

cria-se um ambiente propício ao desenvolvimento de microorganismos que

11

muitas vezes podem ser agentes causadores de doenças. O lixo orgânico pode

ser decomposto” (www.fazfacil.com.br).

Gonçalves (2005) salienta que devido às enormes quantidades de

resíduos orgânicos provenientes de casas, escolas e indústrias, alguns dos

quais podendo apresentar teores relativamente elevados de metais pesados,

micropoluentes orgânicos e microrganismos patogênicos, têm gerado grande

preocupação não só nas entidades oficiais responsáveis pela gestão destes

resíduos, mas também nas instituições ligadas à defesa do ambiente e nas

populações despertas para esta problemática.

“A decomposição dos resíduos biodegradáveis em aterros sanitários

provoca também a formação de lixiviado, mais conhecido como chorume, com

elevada carga orgânica, que podem constituir um potencial impacto negativo ao

nível da qualidade das águas subterrâneas e superficiais” (CASTANHEIRA,

s/d).

A produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) continua a

desempenhar um papel importante na nossa sociedade onde o consumismo é

cada vez evidente. A informação e a sensibilização da população para estas

questões são fundamentais, para que as pessoas sejam confrontadas com o

que sucede aos resíduos que produzem diariamente sem se preocuparem com

a sua separação adequada, ou com as consequências dos seus atos muitas

vezes descuidados (www.ideiasambientais.com.pt). Ribeiro (2004) afirma:

“A maioria dos resíduos vai parar em lixões. Terrenos

baldios, córregos, represas e rios também recebem boa

parcela de lixo. Em tese, 80% de tudo que é jogado fora

poderia ser reaproveitado, mas não é o que acontece. Os

catadores, sucateiros, empresas, ONGs e algumas

prefeituras dão conta apenas de uma pequena parte do

lixo reciclável – mas quase nada do resíduo orgânico é

separado” (RIBEIRO, 2004, p. 4).

Com o passar do tempo e o agravamento dos problemas relacionados

ao meio ambiente, a sociedade está se tornando mais participativa no que diz

12

respeito às questões ambientais, notadamente com os impactos provocados

pelos indiscriminados lançamentos, sem controle algum, de resíduos de todas

as atividades desenvolvidas pelo homem, das mais variadas origens e mais

terríveis conseqüências para a saúde e o bem estar tanto do ser humano

quanto do planeta (BIDONE, 1997).

Grossi e Valente (2002) informam que segundo dados do IBGE, foram

coletadas cerca de 240 mil toneladas de lixo diárias em 1989 no Brasil. Dessa

quantidade, geralmente mais de 50% é de matéria orgânica facilmente

putrescível, que poderia ser reaproveitada.

“A coleta seletiva é apontada como a primeira etapa para o processo de

reaproveitamento dos resíduos orgânicos, este processo consiste na

separação dos resíduos orgânicos do resto do lixo direto na fonte, ou seja, na

nossa própria casa. Isso porque misturar os materiais recicláveis com o

restante do lixo prejudica o reaproveitamento” (UEMT, s/d).

Nas mais diversas cidades do Brasil, onde a população e dirigentes

públicos têm maior consciência socioambiental, há ações que incentivam a

coleta seletiva do lixo com reciclagem dos resíduos sólidos orgânicos visando

minimizar as conseqüências ambientais do acúmulo de lixo (ANJOS e

ANDRADE, 2008).

Todo esse material orgânico, resultante da coleta seletiva, pode ser

reaproveitado, se a informação sobre o valor ambiental e econômico do mesmo

for amplamente divulgada, estimulando um melhor aproveitamento dos

resíduos e consequentemente gerando um maior nível de conscientização da

sociedade sobre a proteção do meio ambiente e vida. Assim, esta mesma

matéria, sem valor, que é lançada fora, pode ser aproveitada e a ela ser

atribuída grande importância. Assim exemplifica Olympio (1995) dizendo que,

“a transformação do lixo orgânico em adubo torna praticamente todos os

alimentos em fertilizantes naturais”.

A UEMT (s/d) cita diversas vantagens de reciclar resíduos orgânicos,

como por exemplo o aproveitamento desses resíduos como adubo reduzindo a

quantidade de lixo depositados em aterros sanitários e lixões, aumenta a

quantidade de nutrientes no solo, reduzindo o uso de fertilizantes químicos,

13

aumenta a capacidade das plantas na absorção de nutrientes, impede a

germinação de sementes de plantas invasoras chamadas de daninhas.Flores

(2003) afirma que:

"Ainda há muita desinformação e falta de participação

entre os moradores e autoridades municipais para a

implementação de sistemas de reciclagem e

aproveitamento dos Resíduos sólidos orgânicos. Por isso

é imprescindível fomentar a Educação Ambiental e a

participação cidadã, e desenvolver tecnologias

apropriadas para incentivar o tratamento e

aproveitamento” (FLORES, 2003, p.7).

“Não podemos mais encarar todo lixo como “resto inútil”, mas sim, como

algo que pode ser transformado em nova matéria-prima para retornar ao ciclo

produtivo” (MMA, 2005, p.114).

Há uma ligação muito estreita entre a compostagem e os resíduos

orgânicos, pois esta técnica de transformação permite que a visão de quem a

executa seja ampliada largamente no que diz respeito aos princípios da

reciclagem, reaproveitamento e redução. Como afirma UEMT (s/d), a principal

medida que pode ser adotada para se reciclar resíduos orgânicos é a

compostagem.

Este processo envolve importantes transformações denominadas de

decomposição biológica promovidas por microorganismos existentes no solo

que têm na matéria orgânica sua fonte de energia, nutrientes minerais e

carbono. Neto (2007), explica que o termo degradação ou biodegradação da

matéria orgânica diz respeito à decomposição dos resíduos orgânicos por

microorganismos. Degradação esta que pode ser lenta ou rápida, em razão

principalmente, da característica do resíduo orgânico, ou seja, de sua estrutura

molecular.

O grande índice de resíduos orgânicos que é produzido nas escolas,

casas e indústrias pode ser então facilmente reciclado. E o aproveitamento

desse material, de forma consciente, contribui para redução do consumo de

14

recursos naturais, para alimentação, economia, e diminuição do volume de lixo

e conseqüente poluição ambiental (MMA, 2005).

15

CAPÍTULO II

ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO DE RESÍDUOS

ORGÂNICOS NA ESCOLA

De onde pode-se retirar matéria para melhorar a qualidade da

alimentação? E se for usado o que se deixa de comer? Conforme questionou

Olympio (1995), quando éramos nossos pais não nos obrigavam a comer tudo

que estivesse no prato? E agora que crescemos, não temos mais que fazer

isso. Porém o que acontece com as sobras?

Sabe-se que grande parte dos alimentos utilizados na merenda escolar e

suas cascas são desperdiçadas, ignorando-se a possibilidade de reuso e

consequente redução destes resíduos orgânicos produzidos. Fuckner,

Zawadzki e Casagrande (2000) afirmam que:

“A falta de hábito em utilizar de forma integral os

alimentos é motivo de desperdício. O desconhecimento

sobre o valor nutritivo e seu melhor aproveitamento

também causa perdas” (Fuckner, Zawadzki e

Casagrande, 2000, p.5).

De acordo com Neto (2007), não apenas resíduos inertes tais como

plásticos, vidros e metais podem ser reciclados mas também, resíduos

orgânicos, por exemplo, restos de frutas, legumes e de alimentos em geral,

folhas, grama e etc.

Serão apresentados três métodos eficazes que podem ser adotados

como estratégias para a redução, reuso e reciclagem de resíduos orgânicos em

uma escola.

16

2.1 – Compostagem

De acordo com Ribeiro (2004) cada dia se produz, no Brasil, milhares de

toneladas de lixo e parte do que é coletado se destina aos aterros sanitários,

incineradores e grande parte dos resíduos vão parar em lixões, porém de tudo que

é jogado fora grande parte poderia ser reaproveitado, mas não é o que acontece.

Analisando uma escola pública onde comumente é servido merenda, é possível

destacar alguns materiais como, por exemplo, restos de comida, cascas de

legumes e frutas oriundos da fabricação da merenda, estes materiais são

rapidamente acumulados gerando grande quantidade de lixo que geralmente não

são aproveitados.

Segundo Olympio (1995), existe uma solução: a transformação do lixo

orgânico em adubo torna praticamente todos os alimentos em fertilizantes naturais.

As composteiras são excelentes alternativas para reduzir o lixo orgânico e criar

adubos de altíssima qualidade, a baixo custo, para todo tipo de plantação

(www.ecodesenvolvimento.org.br/).

Composteira é o local onde são guardados os restos orgânicos vegetais

(sobras de legumes e frutas), para que micróbios possam degradá-los e

transformá-los em húmus. (NETTO, ANO, p. 21). Grossi e Valente (2002) definem

compostagem da seguinte maneira:

“Compostagem é a reciclagem da matéria orgânica de

origem vegetal e animal (facilmente putrescível), como por

exemplo, restos de comida, podas de árvores, folhas etc, os

quais são transformados em produto denominado composto”

(GROSSI e VALENTE, 2002, p.5).

De acordo com Campbell (1995), o composto funciona como inoculante

para o solo, aumentando o número de micro e macroorganismos, tais como

minhocas que são formadores naturais do solo. Assim, o ambiente do composto

é cheio de vida, e o solo é totalmente beneficiado. Uma terra bem adubada vale

por três (NUNES, 1987, apud TUSSER, 1557, p. 13).

17

Ribeiro (2004) também afirma que a composteira é uma pequena “usina”

que acelera o ciclo natural de decomposição da matéria orgânica criando um

ambiente propício para que os microorganismos e minhocas trabalhem de modo

mais rápido.

Segundo Grossi e Valente (2002) o processo de compostagem ocorre em

três fases. A primeira é a decomposição ou bioestabilização, onde ocorre a

decomposição da matéria orgânica e são eliminadas bactérias patogênicas. A

segunda é a maturação, onde as bactérias irão reestruturar o composto. E a

ultima fase é denominada humificação em que pequenos animais do solo, como

por exemplo, minhocas irão transformar os resíduos em substâncias humíficas,

que caracterizam o composto.

Além do método de compostagem ser um ótimo recurso que pode ser

adotado para diminuir o mau cheiro, a propagação de doenças e o acúmulo de

lixo na escola, também pode ser um ótimo agente integrador, pois unirá os

alunos entre si, e estes com o professor, a fim de alcançar os objetivos

propostos. Vale ressaltar que a composteira será um local de grandes

descobertas e interação com o meio ambiente e seus fatores bióticos e

abióticos, já que os alunos trabalharão ativamente em todo processo.

2.2 – Minhocário

Conforme Anjos e Andrade (2008) propõem, é importante a utilização

das minhocas na reciclagem domiciliar dos resíduos orgânicos, pois

possibilitam a produção de húmus de boa qualidade que pode ser utilizado em

jardins e nas hortas residenciais com baixo custo financeiro e enorme ganho

ecológico.

Em um ambiente escolar podem ser reservados recipientes, sejam de

madeira, cimento ou mesmo algumas garrafas pet, onde será introduzido o

composto, que é resultado do processo de compostagem, que trabalhando em

conjunto com as minhocas, se transformará em um grandioso regenerador para

o solo.

18

“Toda matéria orgânica de origem animal e vegetal passada pela pré-

compostagem, ou seja, semi-curado, livre de fermentação, pode ser usada na

alimentação das minhocas” (AQUINO E LOUREIRO, 2004, p.2).

“As minhocas exigem alimentações balanceadas, rica em

nitrogênio, fibras e carboidratos. Podemos utilizar como

fontes de matéria-prima: estercos de boi, cavalo e coelho,

restos de cultura (uma leguminosa, pois fixa nitrogênio,

palha, folhas e cascas de frutas), resíduos agro-industriais

(bagaço de cana), lixo domiciliar, lodo de esgoto”

(AQUINO E LOUREIRO, 2004, p.2).

Segundo Ribeiro (2004), as minhocas irão comer o equivalente ao seu

peso a cada 24 horas e também se multiplicarão de forma muito rápida,

acelerando o processo de decomposição do lixo orgânico.

A construção de minhocários permitirá com que os alunos conheçam

uma representação do hábitat destes animais, podendo ser útil na horta da

escola, caso exista, ou mesmo ser o ponto de partida para que esta seja

consolidada (www.educador.brasilescola.com).

Como antes dito, por se tratar de um regenerador para o solo, o húmus

produzido pelas minhocas tem várias qualidades, dentre as quais Ávila (1999)

cita: Intensifica a ação antiparasitária e combate a ação de pragas nas plantas,

aumentando suas defesas naturais, corrige o ph do solo e equilibra as funções

químicas do solo.

“O húmus de minhoca não é adubo, mas um regenerador de solos. Há

trabalhos de pesquisa indicando que os solos tratados com húmus de

minhocas continuaram produzindo alimentos ricos em proteínas, vitaminas e

sais minerais, mesmo depois de várias safras sem reforço de húmus” (ÁVILA,

1999, p.18).

“A matéria orgânica humificada, no caso o vermicomposto, é de grande

importância para a fertilidade de nossos solos e, conseqüentemente, para a

produtividade agrícola, porque ela atua nas propriedades físicas, químicas e

19

biológicas do solo” (www.infobibos.com). Como exemplo que reforça esta

mesma idéia, Ávila (1999) diz:

“Na Califórnia, uma experiência afirma que, depois de

tratado e corrigido o solo, basta um pequeno reforço de

húmus a cada seis anos.” (ÁVILA, 1999, p.18)

O minhocário é de baixo custo, leva a prática da redução de resíduos e

possibilita a elevação da qualidade da merenda escolar pelas mãos dos

próprios educandos, que colocam em prática os conceitos de se evitar

desperdício, reaproveitando as sobras e restos de alimentos.

2.3 – Horta escolar

Com o solo já reforçado, através do trabalho empreendido por meio da

associação das técnicas de compostagem e produção de húmus de minhoca,

poderão ser cultivadas hortaliças ricas em nutrientes que enriquecerão o

cardápio da merenda escolar. “Hortaliças são plantas ou parte destas, tais

como raiz, tubérculos, folhas, flores e frutos que são utilizados para

complementação da nossa alimentação básica.” (ARAÚJO, 1986, p.13).

“Com a instalação de uma horta pode-se ter o ano todo alimentos frescos

e sadios em todas as refeições” (VALADARES, 2000, p.5). “Dentre os alimentos

básicos é importante dar preferência aos produtos encontrados em sua forma

natural ou que passam por um processo natural de conservação e limpeza.

Dessa forma eles têm suas qualidades nutricionais preservadas” (WEISS,

CHAIM e BELIK, 2006, p. 12).

A horta escolar além de contribuir para reforçar a merenda escolar,

fazendo com que os alunos fiquem mais bem alimentados podendo estudar

mais, brincar e praticar esportes com mais entusiasmo, colabora também para

integração dos alunos. Assim como afirma Vida Simples (2010), a horta escolar

permite que os alunos sejam capazes de se relacionar com o solo, em um

20

espaço totalmente integrado ao ambiente escolar, tanto no currículo de aulas

quanto na produção da merenda, unindo e fazendo com que trabalhem em

uma conexão mais profunda, sendo envolvidos no plantio, na colheita e nas

refeições.

A horta escolar atua também como grande incentivadora a educação

nutricional, ao estímulo a um modo de vida saudável e a conduta ambiental dos

alunos, visto que os próprios participaram de todo o processo de reciclagem,

reduzindo e transformando o antes grande índice de desperdício em alimento.

“Na horta, todas as atividades realizadas, desde a escolha do local, passando

pela preparação do solo, semeadura, plantio e até a colheita, são vistas como

excelentes recursos pedagógicos que facilitam o educador no processo ensino-

aprendizagem” (NETTO, 2007, p.15).

Assim como afirma Olympio (1985), é importante que as crianças

aprendam bons hábitos ecológicos na escola, pois se não as ajudarmos e

ensinarmos a começar a ter respeito pelo tema quando são jovens, elas

travarão uma batalha árdua quando se tornarem velhos.

21

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A ESCOLA

“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais

o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e

sua sustentabilidade” (Lei nº 9.795/99 Art. 1o).

“A palavra “educação” sugere que se trata de uma troca de saberes, de

uma relação do individuo com o mundo que o cerca e com outros indivíduos. O

adjetivo “ambiental” tempera essa relação inserindo a percepção sobre a

natureza e a forma como os humanos interagem entre si com ela. Em outras

palavras, a Educação Ambiental busca a formação de sujeitos a partir do

intercambio com o mundo e com outros sujeitos” (UNESCO, 1999, p. 57).

“Educação Ambiental é um processo de crítica. Educação

ambiental não é um folheto que se entrega às pessoas

informando que uma flor é amarela e tem pólen. Educação

ambiental é um processo, por isso nela sempre vai estar

impregnado o planejamento” (SMA/CPLEA , 2003, p. 21).

É papel da Educação Ambiental atuar na transformação de valores

nocivos que contribuem para o uso degradante dos bens comuns da

humanidade. Precisa ser uma educação permanente, contínua, para todos ao

longo da vida. E a escola é um espaço privilegiado para isso (ME, 2007)

Sabe-se que a escola é um importante mediador entre o aluno e a

comunidade, pois esta interfere nas suas atitudes sociais, levando-o a refletir

sobre diversos assuntos. “As crianças passam grande parte do dia na creche

ou na escola. E é nesse espaço que elas reforçam e aprendem hábitos que vão

levar para toda a vida” (WEISS, CHAIM, BELIK, 2006, p. 30). Segundo a SME

22

(1998) as crianças, sendo seres da natureza, sem a qual não é possível viver,

pode colaborar para tornar limpo e saudável o ambiente em que vivem,

melhorando as condições de vida de todos.

“Alguns temas ambientais, como o lixo e seus problemas, as questões

relacionadas à água, ao solo e ao desmatamento surgem no desenvolvimento

das atividades escolares, cabendo ao educador ampliá-los de acordo com as

necessidades da classe” (NETTO, 2006, p.16). Como afirma Segura (2001), a

possibilidade de trabalhar com projetos na escola pode favorecer a colaboração,

a integração e romper as barreiras rígidas das disciplinas e das metodologias

típicas de cada área do conhecimento.

Conforme a ME (2007) afirma, a atuação da Educação Ambiental na rede

escolar procura sensibilizar alunos, professores e seus círculos de relações para

compreender os fatos que ocorrem à sua volta, além de incentivar as pessoas a

intervir em seu meio, levando-as a melhorar sua qualidade de vida.

O MMA (2005) reforça que é muito importante ampliar o envolvimento de

professores, direção, funcionários e alunos em espaços de participação, como

forma de se construir e fortalecer práticas ambientais escolares e favorecer a

relação escola-comunidade. É também tarefa do professor pensar na educação

e no meio ambiente sob uma perspectiva provocadora, tendo como prioridade o

exercício da cidadania e o acesso aos bens ambientais, enfocando o caráter

coletivo de sua responsabilidade pela sustentabilidade local e planetária.

Seguindo o mesmo raciocínio, Leite, Santos e Quintas (2000) confirmam

que a Educação Ambiental avançará mediante ações responsáveis e

participativas dos alunos em projetos de intervenção sócio ambiental e

comunitário. É papel do professor criar as condições para o diálogo, a percepção

e estimular a prática ambiental saudável, tanto no âmbito educacional como no

social, dessa maneira despertando no aluno o desejo de uma maior interação

com o meio ambiente, visto que ele é o principal ator das mudanças educativas.

Como propõem Amaral e Volker (2002):

“O contato das crianças com animais e plantas e com a

natureza de uma maneira geral é muito restrito hoje,

especialmente nas grandes cidades. No entanto, esse

23

contato é muito importante para despertar nas crianças o

amor à natureza.” (AMARAL e VOLKER, 2002, p.11)

Conhecer, sensibilizar, conscientizar e promover o engajamento em

defesa do ambiente diz respeito não só à educação, mas também à cidadania:

à educação porque é função da escola, por meio de vivências multi e

interdisciplinares, proporcionar experiências que colocam o aluno em contato

com o meio em que vive, permitindo-lhe compreender a formação e o

funcionamento da cidade; à cidadania, porque a questão ambiental é, pela

própria natureza, social. (SMA/CPLEA, 2003).

“É evidente que as raízes de uma educação para o desenvolvimento

sustentável estão firmemente implantadas na Educação Ambiental. Apesar de

não ser a única disciplina com importante papel no processo de reorientação,

constitui aliada importante” (UNESCO, 1999, p.56). “A temática ambiental e a

Educação Ambiental não são novas nas escolas. As diversas disciplinas têm

incorporado nos seus currículos muitos dos temas contemporâneos que são

preocupantes” (Leite, Santos e Quintas, 2000, p. 84).

A Educação Ambiental não se restringe apenas a sala de aula, constitui-

se de uma disciplina fundamental, mas não absoluta. Assim sendo, a

Educação Ambiental precisa estar aliada a mudanças de hábitos que surgirão à

medida que os alunos colocam em prática tais ensinamentos não somente na

escola, mas também em sua casa, bairro e etc.

Conforme afirma SMA/CPLEA (2003), pode-se perceber que dar aula de

educação ambiental dentro de quatro paredes não é suficiente, e através de

pesquisas e estudos em campo comprovou-se a necessidade da interação com

o meio através de jogos, peças de teatro e vídeos.

O ME (2007) cita três formas distintas de Educação Ambiental:

• educação sobre o ambiente – informativa, com enfoque na aquisição de

conhecimentos, curricular, em que o meio ambiente se torna um objeto de

aprendizado. Apesar de o conhecimento ser importante para uma leitura crítica

da realidade e para se buscar formas concretas de se atuar sobre os

problemas ambientais, ele isolado não basta;

24

• educação no meio ambiente – vivencial e naturalizante, em que se propicia o

contato com a natureza ou com passeios no entorno da escola como contextos

para a aprendizagem ambiental. Com passeios, observação da natureza,

esportes ao ar livre, ecoturismo, o meio ambiente oferece vivências

experimentais tornando-se um meio de aprendizado;

• educação para o ambiente – construtivista, busca engajar ativamente por

meio de projetos de intervenção socioambiental que previnam problemas

ambientais (ME, 2007, p.17).

“A educação cumpre um papel duplo: reproduzir determinados aspectos

da sociedade atual e preparar os alunos para transformar a sociedade,

preparando-a para o futuro” (UNESCO, 1999, p.49). A escola pode desenvolver

não apenas, um futuro com pessoas “ecologicamente corretas”, mas também,

nos dias atuais, famílias cada vez mais interessadas na questão da

responsabilidade ambiental, visto que certamente os alunos, tendo uma

consciência ambiental e uma postura ética nova diante da natureza, estarão

motivados a compartilhar os conhecimentos adquiridos com seu núcleo

familiar.

“Abrir as portas da escola para os pais, fazendo com que eles se sintam

à vontade para participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a

escola oferecer, é muito importante para fortalecer o contato entre família-

escola” (www.educador.brasilescola.com). Olympio (1998) reforça a idéia de

que a escola deve levantar assuntos referentes ao meio ambiente nas reuniões

da Associação de Pais e Mestres ou órgãos semelhantes.

“É preciso, no âmbito escolar, conseguir a inserção da educação

ambiental no projeto político pedagógico e a consolidação de espaços de

participação institucionais, aglutinando grêmios, conselhos escola-comunidade,

associações de pais, entre outras formas coletivas de atuação construídas em

todo o país e nas quais a discussão ambiental pode ser inserida e

potencializada” (ME, 2007, p. 72).

A escola desempenha então, um papel muito importante na hora de

educar não apenas o aluno, mas também a comunidade para as questões

ambientais. Weiss, Chaim e Belik (2006) sugerem que a escola organize cursos

25

diversos e convide os pais dos alunos para participarem, assim a escola e a

família poderão trabalhar juntas para que as crianças cresçam fortes e

saudáveis. O conhecimento leva as pessoas a pensarem com responsabilidade

e consciência na sociedade e no futuro do planeta. Como disse Souza (1995):

“A Terra é um bem planetário, não pode ser privilégio de

ninguém, é bem social e não privado, é patrimônio da

humanidade e não arma de egoísmo particular de

ninguém... é bem de todos e para todos” (SOUZA, 1995,

p.68)

”O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma

simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma

que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de

situações que surgem na sociedade” (www.educador.brasilescola.com).

Olympio (1995) afirma que a temática ambiental funciona melhor se ocorrer em

esforço familiar, portanto é necessário um envolvimento de toda família.

A relação do aluno com sua família e com a sociedade traz grandes

benefícios, visto que as atitudes sejam individuais ou em grupo, gerarão

transformações e reduzirão o impacto gerado com as antigas práticas não

sustentáveis. “O cuidado com o meio ambiente é fundamental para a

manutenção da vida. E cuidar dele é responsabilidade individual e coletiva que

começa pelo ambiente próximo de cada um” (SME, 1998, p. 62).

Conforme a UNESCO (1999) afirma, uma das metas básicas da

Educação Ambiental é conseguir que as pessoas e a comunidade como um

todo compreendam o meio ambiente natural e artificial, adquirindo

conhecimento e atitudes práticas que permitam participar, de forma mais

responsável, no trabalho de prever e resolver problemas ambientais.

A educação ambiental na escola assume assim a sua parte no que diz

respeito ao compromisso com mudanças de valores, comportamentos,

sentimentos e atitudes, que deve se realizar junto a toda sociedade de cada

base territorial, de maneira permanente, continuada e para todos. Uma

26

educação que se propõe a favorecer processos contínuos que possibilitem o

respeito à diversidade biológica, cultural, étnica, assim fortalecendo as relações

de seres humanos entre si e destes com o meio ambiente.

27

CONCLUSÃO

A redução de resíduos orgânicos no ambiente escolar vai muito além de

uma postura educacional que corrigirá falhas na formação da consciência

ambiental dos alunos.

Um profundo entendimento da parcela de culpa, de cada individuo, na

produção de resíduos danosos ao meio ambiente e também do valor, para toda

sociedade, da redução na produção de lixo, do que pode ser reaproveitado, de

como se pode economizar dinheiro utilizando o que é jogado fora, faz toda

diferença na vida da população.

Com técnicas bastante acessíveis, como a compostagem, a utilização de

minhocários e o cultivo de uma horta escolar, que são métodos simples e de

fácil compreensão, que permitem a cada participante interagir e assim assimilar

por completo a idéia passada sobre a importância de uma consciência

ambiental, não se consegue apenas a redução de resíduos orgânicos, mas

também a correção na postura de cada ser envolvido, assim colhendo no futuro

a realidade de alcançar níveis ideais tanto de produção quanto de

reaproveitamento de resíduos.

O contato com a natureza dentro de um ambiente escolar, a realidade

vivida na participação da produção de algo que beneficia a um todo e a

preocupação em transmitir para os educandos a essência da Educação

Ambiental, consegue não apenas conscientizá-los, mas também, traz aos

educadores um maior interesse e dedicação ao assunto.

Uma vez que alunos e professores estão cada vez mais envolvidos pela

Educação Ambiental, esta consciência alcança suas famílias e é disseminada

através da sociedade.

A Educação Ambiental é uma matéria, um método de ensino, que

trabalhado de forma prática e inteligente, transcende a limitação de tempo e

espaço vivido na escola, gerando em cada participante uma identidade com a

causa ambiental e preparando a sociedade em geral para, trabalhando em

conjunto, um futuro em que se agrida menos o planeta.

28

Se aplicada de maneira correta, a Educação Ambiental deixa de ser

apenas parte da grade curricular e passa a ser um estilo de vida, deixa de ser

apenas ensinada nas escolas para ser praticada no cotidiano de cada pessoa.

29

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Gráfico;

Anexo 2 >> Projeto;

30

ANEXO I

Esquema das três fases da compostagem

Fonte: Compostagem domestica de lixo – Funda Centro – São Paulo –

Universidade Estadual Paulista – UNESP /BOTUCATU Instituto de Biociências –

Departamento de Química e Bioquímica. Maria Gricia L. Grossi/ Funda Centro –

São Paulo S. José Pedro Serra Valente UNESP/ BOTUCATU 2002.

ANEXO II

Fazendo umDiego de Itu

Alternativas disciplinares para passo a passo.

MATERIAIS

• · 1 garrafa PET (2 litros) transp

• · areia

• · terra

• · esterco (pequena quantidade

• · um pouco de água

• · saco de lixo preto

• · minhocas de diversos tamanh

COMO MONTAR

· Pegue a garrafa e corte o garordem terra (no fundo da garraassim sucessivamente. A últimcombinação)

· Coloque as minhocas sobre omeio deste substrato

. Em seguida, coloque cuidadodeixar escorrer no canto para n

. Por último cubra toda volta da

MANUTENÇÃO · Deixe o minhocário num cantdeve haver luminosidade. Semencharcar).

· Para observar o que está acona posição original, para permi

Site: http://www.aipa.org.br/ea

o um minhocário na Esco para a compreensão da dinâmica ambiental. Como constru

transparente,

tidade)

manhos (no máximo 5 o ou 6).

o gargalo. Vá dispondo em camadas, de 2 cm aproximadam garrafa, 2 cm), em seguida de areia (2cm), esterco (2cm), n última camada deverá ser de esterco. (chamaremos de sub

obre o substrato e observe que em poucos minutos elas irão

idadosamente o equivalente a meio copo de água no centropara não desmanchar as camadas)

lta da garrafa com o plástico preto (não cobrir em cima).

canto da sala de aula ou em casa. Não pode receber sol d. Sempre que necessário molhar com meio copo de água (c

tá acontecendo, basta baixar o plástico. Mas é importante co permitir o desenvolvimento normal das minhocas.

.br/ea-relato-2-minhocario.htm

31

Escola nstruir um minhocário

madamente na seguinte cm), novamente a terra e de substrato esta

as irão se esconder no

centro da garrafa (não

r sol diretamente, porém, gua (cuidado para não

nte coloca-lo novamente

32

II - CONFECÇÃO DE UM MINHOCÁRIO Materiais necessários para cada minhocário:

• · Uma garrafa pet de 2 litros e uma menor de água mineral

• · Brita ou pedrinhas,

• · terra,

• · saco de lixo preto

E, claro, nossas queridas minhocas.

PROCEDIMENTOS:

· Corte a garrafa pet tirando o bocal.

· No fundo da garrafa pet coloque brita (não há necessidade de furar o fundo da pet).

· Sobre a brita coloque a garrafa menor (com água e tampa) dentro da garrafa pet.

· Ao redor, despeje a terra e largue as minhocas.

· Após terminar, utilize um saco de lixo escuro para envolver a garrafa, pois as minhocas não são acostumadas com claridade.

· Não é necessário molhar, pois a garrafinha com água fornece umidade para a terra, a não ser que seja uma região de excessivo calor, molhe de vez em quando, podendo colocar alguns lixos orgânicos sobre a terra para alimento das minhocas.

· Depois de dias, ao tirar o saco de volta da garrafa poderemos observar os caminhos das minhocas bem definidos. Volte a cobris com o saco de lixo evitando a luz para as minhocas.

Fonte: Projeto Apoema - Educação Ambiental - www.apoema.com.br http://www.rejuma.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=193:fazendo-um-minhoco-na-escola&catid=43:leis-e-

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