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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LETRAMENTO NAS SÉRIES INICIAIS
Por: Claudia Diniz Felix do Nascimento
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LETRAMENTO NAS SÈRIES INICIAIS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento.
Por: Claudia Diniz Felix do Nascimento.
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AGRADECIMENTOS
Sou grata a Deus por ter acrescentado este
tempo de crescimento na minha vida . Ao
meu querido marido e meus amados filhos por
serem meus grandes amigos nos momentos
em que eu preciso...
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DEDICATÓRIA
Dedico a minha mãe que sempre se
preocupou comigo e me incentivou a aprender
mais e mais... .À minha única sobrinha pelo
carinho que me dedica a cada dia e a amigos e
a familiares sinceros.
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RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido tendo como principal objetivo ampliar o
conceito de letramento como parte de um processo prazeroso no dia a dia do aluno
no espaço escolar. Tendo também o intuito de analisar e formular um referencial
teórico prático a partir de obras e teorias de educadores e pensadores da educação,
observando e destacando condições favoráveis a uma aprendizagem eficaz.
Também inclui o ambiente educacional como parte integrante da ação
pedagógica, sendo constituído socialmente como fruto das interações realizadas por
todos da comunidade escolar. No decorrer do trabalho constatou-se a importância
da organização do espaço escolar e a sua adequação à faixa etária dirigida. E como
o espaço e o ambiente podem influenciar sendo facilitadores na aprendizagem do
aluno.
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METODOLOGIA
O caminho que se percorreu para alcançar os objetivos propostos para este
trabalho monográfico foi estabelecido através das informações adquiridas em sites
publicados em português e da pesquisa bibliográfica em artigos de revistas e livros
sobre educação que abordem temas como: letramento, motivação no ambiente
escolar, biografias de educadores influentes entre outros assuntos que fazem parte
do acervo integrante da Biblioteca Euclides da Cunha que está localizada na Escola
Municipal Doutor Álvaro Alberto situada à Rua Deputado Romeiro Junior, 273 no
município de Duque de Caxias/RJ.
Não há como falar de letramento sem abordar o conceito de alfabetização,
então no estudo há o confronto dos dois conceitos a fim de destacar o caráter social
do primeiro.
Partindo da premissa de que o tema letramento é um processo de construção
de conhecimento significativo e contínuo na aprendizagem, nosso propósito é
revisitar autores, teóricos, educadores e pensadores da educação com suas
reflexões e contribuições. E para elucidar o tema em estudo foram citados teóricos
de tempos remotos como Maria Montessori e Jean Piaget, passando por vários
momentos da história da educação brasileira com Armanda Álvaro Alberto e
chegando aos tempos atuais com citações da educadora Magda Soares.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – CAMINHOS DO LETRAMENTO.
CAPÍTULO II - A MOTIVAÇÂO NO AMBIENTE ESCOLAR.
CAPÍTULO III – CONTRIBUIÇÔES E REFLEXÔES DE PENSADORES DA
EDUCAÇÂO.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional)
ANEXOS
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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INTRODUÇÂO
Pesquisas e sistemas de avaliação da qualidade da educação brasileira
ainda apontam resultados que vêm identificando problemas nos processos de
alfabetização de crianças com resultados ineficientes no contexto escolar. A
sociedade apresenta uma constante preocupação com a educação, onde a leitura
ainda é objeto de uso no objetivo do papel social em estudos acadêmicos ou
profissionais representando estrutura de poder na sociedade.
O tema letramento em séries iniciais foi escolhido a fim de ampliar o conceito
de letramento dentro dos processos de ensino e aprendizagem. Valorizar a leitura
incidental como algo importante na construção do conhecimento e abordar temas
sobre motivação e predisposição no ambiente escolar favorecerá a busca através da
observação, da reflexão e da pesquisa de um planejamento com atividades
significativas gerando o prazer vinculado a utilização da prática da leitura e da
escrita respondendo às demandas sociais num sistema de educação de qualidade
para todos.
A palavra letramento surgiu recentemente na área da educação. Foram nos
anos 80, que ela começa a ser utilizada para preencher a necessidade de teóricos e
profissionais da educação que justificasse a ampliação do conceito de alfabetização
dentro de uma perspectiva diferenciada. Apesar de tanto se falar em letramento nos
dias de hoje, ainda se torna desafiador, pois surgem diferentes abordagens sobre
este tema com questões que visam esclarecer o entendimento do conceito de
letramento. Neste estudo, faremos a análise de teorias de diferentes educadores e
pensadores da educação que abordam letramento com teorias sobre a
aprendizagem no campo da prática educativa. .
O prazer na vida é que impele o ser humano a ir além, a avançar e
alcançar lugares. Na infância não é diferente, ao contrário, é justamente nesta fase
da vida que há a busca pelo prazer em todas as coisas que se faça e a leitura
prazerosa precisa ser a porta de acesso ao mundo. Entender com observação e
pesquisa o que a criança pensa sobre a leitura criará novas possibilidades do
desenvolvimento infantil na construção do conhecimento.
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Neste processo a escola é o ambiente de letramento, a criança é sujeito
ativo e o educador o agente no oferecimento de experiências de aprendizagem
significativas para o aluno. A valorização da leitura incidental e do conhecimento de
mundo do aluno são pontes para a ampliação de possibilidades na construção do
conhecimento.
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CAPÍTULO I
OS CAMINHOS DO LETRAMENTO
“Letramento é, sobretudo , um mapa do coração do homem,um mapa de quem você é,e de tudo que pode ser.” (Magda Soares)
Diante dos resultados obtidos na área educacional, como o alto índice de
analfabetismo, educadores e profissionais da educação emergem um novo olhar
para a alfabetização no sentido de apropriação do código da língua. O letramento
surge como uma nova perspectiva de perceber a prática da leitura como contínua no
sentido de que o indivíduo letrado é aquele que não somente sabe ler e escrever,
mas que utiliza a leitura na sua prática do dia a dia adequadamente atendendo às
demandas sociais. Vários teóricos apresentam abordagens diferenciadas que
tornam o letramento um conceito complexo e heterogêneo.Veremos agora alguns
conceitos sobre letramento:
Letramento: conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de
diferentes tipos de materiais. (HOUAISS, 2004)
Do ponto de vista social o letramento é um fenômeno cultural relativo às
atividades que envolvem a língua escrita. A ênfase recai nos “usos, funções e
propósitos da língua escrita no contexto social. (SOARES, 2006)
Letramento: estado ou condição de indivíduo ou grupo capaz de utilizar-se da
leitura e da escrita, ou de exercê-las como instrumentos de sua realização e de seu
desenvolvimento social e cultural. (AURÉLIO REVISADO).
Surge um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas (que ou
que é versado em letras ou literatura; literato) e que agora passa a caracterizar o
indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler e escrever (atributo
daquele que é alfabetizado), mas também faz uso competente e freqüente da leitura
e da escrita. Fala-se no letramento como ampliação do sentido de alfabetização.
(WIKIPÈDIA)
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Segundo a educadora Magda Soares “Letrar é mais que alfabetizar”, é dar
ao aluno condições de usar o conhecimento da leitura e da escrita articulado à sua
prática social, de um modo que haja significado dentro deste processo; além disso,
ele deve fazer uso contínuo deste conhecimento no seu dia a dia. Pensando deste
modo alfabetização tem fim quando o indivíduo compreende os signos e sinais
dominantes na língua escrita, mas letramento não, porque o sujeito da ação continua
ativo na busca da prática de ler e escrever dentro ou fora da escola, incluindo
investimentos financeiros freqüentes na compra de livros, revistas, gibis, jornais.
Magda Soares afirma: “É preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita
e a leitura...” Mas para que o letramento atinja maior alcance na vida do indivíduo
envolve também o fator econômico e a escola deve interferir dando condições para
que este processo aconteça de forma eficaz.
Alfabetização e letramento são processos que caminham juntos, entretanto são
conceitos distintos porque enquanto que um fornece o código para o mecanismo da
leitura o outro é a capacidade de utilizar-se deste mecanismo para suas
necessidades diárias, sem haver a necessidade de ser um após o outro. Porque se a
sala de aula se transforma num ambiente alfabetizador onde haja textos e materiais
escritos de qualidade, a alfabetização pode acontecer paralelamente ao letramento.
Contudo é importante ressaltar que dificilmente um indivíduo não alfabetizado
poderá atingir um nível mais elevado de letramento.
Confrontando ainda alfabetização e letramento percebe-se a especificidade
do caráter individual da primeira e o social da segunda:
A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de
habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isso é levado
a efeito, em geral, por meio do processo de escolarização e, portanto, da instrução
formal. A alfabetização pertence assim ao âmbito do individual. O letramento, por
sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. Entre outros
casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um
sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura ainda saber quais
práticas psicossociais substituem as práticas letradas em sociedades agradas.
(KLEIMAN, 1988, p.9, e 1995, p.9-10).
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Segundo Magda Soares o letramento è produzido pela ação de “letrar-se”
(1988; p.38), quer dizer, não é um ato isolado de leitura, mas uma necessidade
interior do indivíduo que o põe na condição de leitor atuante na sociedade em que
faz parte, participando de programações que envolvem a leitura e a escrita. Olhando
por este prisma, letramento atinge uma dimensão individual e outra dimensão social,
na primeira se torna uma capacidade pessoal de condições mentais de ler e
escrever; já na social acontece como uma modificação cultural de valores que
envolvem a demanda do uso e da prática dessa escrita. Portando o letramento
abrange os dois processos contínuos de ler e escrever ao longo da vida do sujeito
fora da escola e dentro dela. E pensar em escola, é pensar num local gerador de
pessoas pensantes, que adquiram a capacidade de ampliação do seu próprio grau
de letramento tornando-se capaz de formular seus próprios pensamentos a partir
daquilo que por ele é compreendido.
Ler num sentido mais amplo constitui simultaneamente habilidades lingüísticas
e psicológicas que integram um complexo e longo caminho de construção de
sentidos para textos escritos; também envolve desde a utilização de códigos para o
processamento de informações contidas em palavras até a capacidade de ler
bilhetes, cartas, jornais, gibis, romances, poesias, contos, emails e outros. Escrever
é também, o domínio do registro significativo de idéias quando o sujeito utiliza-se de
signos e unidades de som para transmitir ao leitor uma mensagem de forma
adequada. É, portanto a habilidade de dominar práticas simples de escrita como o
seu próprio nome, pequenos bilhetes ou recados até num nível mais complexo como
a construção de textos argumentativos ou teses, etc..
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1.1 – A valorização da leitura incidental no letramento.
Na infância as crianças demonstram o prazer nas pequenas
coisas que fazem e a leitura incidental acontece justamente no momento em que
elas descobrem o prazer em ler. Não que elas já leiam na forma convencional,
contudo começam a representar que lêem, elas pegam livros, abrem e começam a
formular suas exposições a partir das gravuras, imagens ou rótulos que vêem. E
para poder compreender o sistema de representação da leitura elas precisam
construir respostas para questionamentos que surgem a partir de hipóteses que
criam sobre a estrutura da representação da escrita.
Durante este processo de construção da aprendizagem na leitura cada criança
formula um conjunto de idéias sobre a escrita do que se pode e o que não se pode
ler. Então passam por hipóteses, que segundo Ferreiro são classificadas da seguinte
forma: pré-silábico; silábico; silábico–alfabético; alfabético.
Segundo estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky até que a criança se
aproprie de toda a complexidade da língua escrita ela passa por hipóteses que
acontecem de forma espontânea e temporária,onde a criança leva em conta sua
compreensão do mundo que a cerca e parte da informação que é recebida na sala
de aula. Surge então, a necessidade do educador conhecer o que as crianças
pensam em tais fases hipotéticas e planejar atividades que favoreçam a passagem
de um nível para o outro, porque as passagens dos níveis dependem muito da
intervenção feita pelo professor. As intervenções feitas pelo educador precisam ser
feitas com objetividade e devem garantir com que a criança se sinta desafiada em
buscar novas respostas para seus conflitos no processo natural de construção do
conhecimento do sistema de escrita e uso funcional da linguagem.As atividades
devem ser desafiadoras e o nível de complexidade adequado às reais circunstâncias
dos alunos.
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1.2- As hipóteses que surgem no processo de construção do
conhecimento e a intervenção do professor.
Nas hipóteses que as crianças constroem com a tentativa de compreender a
leitura das palavras acontece um processo contínuo de formulação de novas teorias.
E de início, elas supõem que a escrita é uma forma de desenhar coisas e associam
a uma concepção realística da palavra, quer dizer, para elas objetos grandes
possuem nomes grandes e objetos pequenos possuem nomes pequenos. Ao
perceber as características convencionais da linguagem na escrita, formulam duas
outras hipóteses que irão acompanhá-la por algum tempo, pensam que é preciso um
número mínimo de letras para que haja algo escrito e de que necessita de uma
variedade de caracteres para que se possa ler. Nesta fase hipotética a criança ainda
não diferencia o desenho da escrita alfabética e com o convívio com estes dois
sistemas distintos estabelece-se tal distinção. Ainda antes de perceber a escrita
como representação do que se lê, ela busca diferenciar as palavras através da
quantidade, da posição e da variação dos caracteres empregados. Tais
características aparecem na fase pré-silábica.
Uma das ”grandes reestruturações globais” (PIAGET) acontece quando a
criança começa a acreditar que cada letra representa uma sílaba e no avançar
dessa hipótese conceitual atribui-se a cada letra escrita o valor de uma sílaba oral
gerando mais tarde vínculo sonoro entre as letras e as sílabas. Essa fase gera um
enorme avanço conceitual, pois é a descoberta de que a escrita é associada ao som
da fala e percebe-se a presença da sílaba na palavra. Acontece nesse momento
uma enorme fonte de conflitos cognitivos onde a suposição de que cada letra
representa uma sílaba é falsa em relação à escrita ortográfica convencional. A
hipótese silábica trás contradição no que diz respeito ao controle silábico e a
quantidade mínima de letras que a criança ainda acredita ser necessária para se
escrever, no entanto, ela é necessária, pois torna possível ao processo de
aprendizagem ver a ação do sujeito construindo o seu próprio conhecimento e o
educador aparece não como quem controla o que se precisa ser aprendido, mas
como um mediador entre o conhecimento e aquele que aprende.
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Um salto qualitativo acontece quando a criança descobre o que realmente as
letras representam no processo específico de apropriação dos princípios alfabético e
ortográfico alcançando a hipótese alfabética. As dificuldades nesse processo de
aprendizagem são muito mais de natureza conceitual do que de ordem perceptível e
se o educador compreende a hipótese com que a criança trabalha, poderá
problematizar com questionamentos ou atividades adequadas gerando avanços
necessários para a compreensão do sistema alfabético. Enfim, dentro deste contexto
o educador precisa acompanhar de perto o processo de elaboração das atividades;
avaliar se auxilia o suficiente aos alunos e se estimulou a autonomia na resolução
das situações-problema propostas. O interesse deste tipo de observação é
fundamental porque possibilita identificar as necessidades dos alunos e perceber
quais outras estratégias diferenciadas precisarão ser trabalhadas sistematicamente
favorecendo a construção do conhecimento no desenvolvimento do aluno.
O professor ainda pode procurar consolidar os avanços em conhecimentos e
capacidades dos alunos retomando eventualmente conceitos e capacidades já
dominadas. No entanto, supõem-se ser de extrema importância que o professor se
engaje assumindo o papel de portador e organizador de uma rotina que envolva o
letramento como parte de sua prática pedagógica: organizando espaços para
realização de leituras como canto de leitura ou biblioteca de classe; incentivando aos
alunos para lerem uns para os outros, para outras classes e para a escola como um
todo; propondo a construção coletiva de jornais escolares e murais; registrando e
expondo listas ou textos trabalhados, desenvolvendo leituras diariamente para os
alunos como a leitura compartilhada. Inserir-se em tal prática pedagógica
educacional envolve também procedimentos éticos que devem ser desenvolvidos na
sala de aula como o estímulo ao respeito mútuo e pela própria atitude respeitosa
assumida diante dos alunos.
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1.3 - Alfabetizar, letrando : uma proposta inteligente.
A proposta da construção da alfabetização para crianças oferecendo
condições onde ela se desenvolva num contexto paralelo ao letramento surge da
necessidade real no campo educacional em suprir às demandas de centenas de
alunos que aprendem a decodificar os sons, mas não interpretam o que lêem
gerando nos anos iniciais de escolaridade um imenso fracasso escolar.
A prática da reprodução em sala de aula de textos esvaziados de sentido,
com repetições de estruturas, vocábulos e expressões idênticos somente com a
preocupação de fixar algumas sílabas já dominadas. O uso da antiga cartilha ou
outros modelos de livros que são portadores de textos que na realidade não
comunicam sentido significativo para o leitor e que prevalece a idéia de que a
aquisição da leitura e da escrita é apenas um processo de apropriação de um
mecanismo é ir contra qualquer concepção de cunho científico da linguagem.
Em uma esfera contrária a esta o texto proposto em sala de aula deve ser
fruto de uma história social e/ou cultural, atendendo às expectativas de novas
motivações sociais ou novas circunstâncias de comunicação. A prática textual que
está intimamente ligada ao letramento associa-se ao conjunto de elementos
contextualizados interligados a este espaço em que se dá a interação verbal com
trocas espontâneas e significativas para as crianças. O desenvolvimento da
construção da alfabetização e do letramento é marcado pelos fatores culturais e
sociais de um povo que interferem na transformação e expressão da linguagem oral
e da linguagem escrita. O criador de um texto estabelece o discurso mesmo que não
o grafe da forma ortograficamente esperada por alguns. As possibilidades de uso
das palavras relacionadas aos tipos de estratégias que o aluno utiliza ao produzir o
seu texto para sua argumentação é o que deve nortear o educador nas intervenções
para mediação na aprendizagem do aluno. Elaboração textual ou reescrita coletiva
de diversos gêneros são instrumentos fortalecedores na capacidade da construção
de textos. Essa condição exige trabalho pedagógico que não pode ser confundido
com a correção ortográfica do texto que o aluno produziu em sala de aula. A
estruturação do letramento no âmbito educacional mediado por diversos tipos de
textos, incluindo com gêneros discursivos e textuais vai além de um grupo de
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exercícios mecânicos de sons, fonemas ou palavras isoladas com formas
lingüísticas abstratas.
Com os textos produzidos coletivamente com crianças que ainda não
dominam o código alfabético da escrita o professor pode desempenhar o pape l de
escriba da turma e fazer o registro do que for construído interativamente na
integração com outras crianças, desse modo mesmo que ainda não saiba ler ou
escrever de acordo com a convenção do sistema alfabético elas estarão se
apropriando de um grupo de instrumentos de comunicação da linguagem essenciais
à prática de uma nova função psicológica no letramento escolar.
As atividades desenvolvidas não devem ser meros exercícios de codificação
ou decodificação do sistema de escrita ou de treino de habilidades, mas devem
atender as dificuldades que surgem no dia a dia das crianças de forma individual ou
em grupo entendendo que o letramento é uma prática construída dia após dia. As
tarefas de casa, por exemplo, devem ser eficientes e atender à dificuldade pessoal
do aluno.
A definição de letramento escolar precisa ser entendida como a prática
discursiva da utilização efetiva da linguagem num contexto de manifestações
diferenciadas culturalmente que revelam- se em diversos espaços compostos por
condições reais.
A amplitude do conceito do letramento fornece ferramentas que fazem parte
da necessidade humana de estabilidade e da liberdade do pensamento, pautada no
desenvolvimento da autonomia e na auto- estima do sujeito construindo
conhecimentos significativos numa abordagem em que a criatividade seja parte dos
processos de ensino e aprendizagem. Assim, entende-se, então, que a ação
pedagógica mais produtiva é aquela que planeja e põe em ação de maneira
simultânea a alfabetização e o letramento.
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CAPÌTULO II
A MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR
Os questionamentos e as discussões sobre a organização e a adequação
do espaço escolar como necessidade do aluno não são recentes. Desde meados
do século XIX, já existiam livros e publicações que tratavam contestar o modelo
de ensino centralizado na figura do adulto com destaque na transmissão dos
conhecimentos exclusivamente pelo professor como detentor do saber. Os
espaços educacionais eram organizados com a formação de carteiras umas atrás
das outras, móveis fixos e de acesso restrito ao professor. Montessori com sua
visão motivadora do ambiente escolar desprezava as salas de aula tradicionais,
ela dizia que as crianças pareciam uma coleção de borboletas cada qual presa
em seu lugar. E em 1907, inaugura a primeira “Casa dei Bambini,” que eram
locais especialmente adaptados às crianças e planejados para que elas
vivenciassem suas aprendizagens: os armários, as cadeiras, as mesas, as cores,
os sons e a própria arquitetura revelavam a sua proposta de liberdade e respeito,
onde era esperada a atuação dos pequenos no meio ambiente exercendo cada
qual o seu senso de responsabilidade. Os materiais montessorianos que faziam
parte destes locais permitiam a exploração de atividades sensorial e motora no
ambiente, respeitando e aproveitando a tendência natural que a criança tem de
querer tocar e manipular o que está ao seu redor para que houvesse o
desenvolvimento do aprendizado.
O material sensorial pode ser considerado desse ponto de vista como uma
abstração materializada... Quando a criança se encontra diante do material, ela
responde com um trabalho concentrado, sério, que parece extrair o melhor de sua
consciência. Parece realmente que as crianças estão atingindo a maior conquista
de que seus espíritos são capazes: o material abre à inteligência vias que, nessa
idade, seriam inacessíveis sem ele. (MONTESSORI, 1969. PP.197-198).
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Efetivamente aqui no Brasil, os espaços oferecidos em ensinos públicos
ou privados por vezes não despertam o prazer no ambiente educacional. Em
instituições que oferecem educação infantil há brinquedos quebrados, mobiliário
não adequado à faixa etária e um ambiente nada desafiador.
Partindo da concepção de que a escola é o palco dos relacionamentos
que se estabelecem nos processos de ensino e aprendizagem e fruto das
interações realizadas, os fatores disposição e motivação na dimensão espacial
educativa fazem parte integrante da ação pedagógica.
A concepção pedagógica de um professor também lhe é revelada no
espaço e no ambiente escolar em que atua como educador. Lógico, que cada
escola possui sua estrutura física independente da ação do educador, porém a
organização do espaço escolar e a forma como oferecemos os materiais em uma
sala de aula interferem significativamente no desenvolvimento da aprendizagem
no grupo. Portanto, o professor é o profissional responsável pela organização do
ambiente, pela proposta de atividades variadas com a utilização de materiais, pela
sugestão das brincadeiras causando impacto significativo de crescimento no
desenvolvimento total da criança.
Uma das maneiras de se organizar as atividades escolares é a utilização de
projetos. O projeto é a forma de trabalhar conhecimentos da atualidade e da
realidade do aluno que o envolvem e chamam a sua atenção. Freqüentemente os
temas escolhidos para nortear a organização do projeto são selecionados com os
próprios alunos, não precisando ser complexo ou com objetivos inatingíveis.
Precisam ser desenvolvidos com temática interessante, integrando diversas
perspectivas, intenções e finalidades com acessibilidade para concretização. Os
projetos despertam a curiosidade das crianças, favorecem a integração de
conhecimentos de diferentes áreas numa forma significativa de aprendizagem,
geralmente incluem os conhecimentos de linguagem oral e escrita, meio natural e
social, artes cênicas, desenvolvimento artístico e musical, entre outros.
Um fator diferenciador na elaboração de projetos é oportunizar ao aluno decisões
e gerenciamento das ações através da atuação do que se é planejado no grupo.
É com acompanhamento e observação científica do educador que os alunos são
estimulados a desempenhar suas funções e atividades debatendo, refletindo,
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analisando, buscando informações, arriscando hipóteses, o que favorece o
desenvolvimento da imaginação na formulação e resolução de problemas, na
comunicação e na aceitação de idéias nas tomadas de decisões.
As instituições de ensino que optam como estratégia de trabalho a
utilização de projetos acabam por reorganizar o tempo escolar não se
estruturando mais em tempos de aulas fechadas, e sim de “espaços de
trabalhos”. O planejamento é feito de acordo com períodos de tempo variados,
por exemplo, uma semana, uma quinzena... Os projetos geram no espaço escolar
uma educação voltada para a compreensão e a autonomia do pensar, onde cada
sujeito da ação aprende a se organizar e a dirigir seu próprio processo de
aprendizagem juntamente com o educador e os outros alunos, sendo a
aprendizagem o resultado da sua vida escolar ativa. Os projetos também
incentivam a família a se envolver na vida escolar do aluno, porque no decorrer
do desenvolvimento os próprios alunos ficam responsáveis por recolherem
informações e trazerem materiais que ultrapassam os limites do espaço
educacional.
Outra forma de atender às necessidades de intercâmbio entre os alunos,
as atividades e os materiais é a organização da aula em grupos, é bom lembrar
que este é o momento ideal para que o professor possa acompanhar de perto o
modo como se desenvolvem as atividades e auxiliá-los enquanto estão realizando
as tarefas; porque nesse momento o que mais importa é o processo e não a
correção final do trabalho que muita das vezes não tem sentido. A organização da
aula em grupos pode ser interposta por períodos de tempo em que o aluno
trabalhe sozinho.
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2.1- Ambiente versus espaço.
Embora tenhamos a clareza de serem conceitos intimamente ligados,
espaço e ambiente apresentam uma interessante distinção. Lina Forneiro diz que
espaço refere-se aos lugares onde as atividades educacionais se desenvolvem e
caracterizam-se por incluir objetos, móveis, materiais didáticos ou decorativos,
enquanto que o termo ambiente relaciona-se ao conjunto que está inserido neste
espaço físico e as ligações afetivas que se estabelecem entre adultos e crianças
envolvidas. Forneiro afirma:
O termo espaço refere-se aos locais onde as atividades são realizadas e se
caracterizam pelos objetos, móveis, materiais didáticos, decoração. O termo
ambiente diz respeito ao conjunto desse espaço físico e às relações que se
estabelecem no mesmo, as quais envolvem os afetos e as relações interpessoais
das pessoas envolvidas no processo, adultos e crianças, ou seja, por parte
do espaço temos as coisas postas em termos mais objetivos, por parte do
ambiente, as mais subjetivas. Desse modo, não se considera somente o meio
físico ou material, mas também as interações que se produzem nesse meio. É
um todo indissociável de objetos, odores, formas, cores, sons e pessoas que
habitam e se relacionam dentro de uma estrutura física determinada que
contém tudo e que, ao mesmo tempo, é contida por esses elementos que
pulsam dentro dela como se tivessem vida. Por isso, dizemos que o ambiente
“fala”, transmite sensações, evoca recordações, passa segurança ou inquietação,
mas nunca nos deixa indiferentes. (FORNEIRO, 1998. p. 233)
O espaço nunca é neutro e a criança precisa estar num local que lhe ofereça
objetos interessantes e criativos favorecendo avanços significativos em seu
desenvolvimento e suas potencialidades. Esse espaço com características
adequadas à faixa etária da criança precisa ser acolhedor e desafiador contendo
mobiliário que proporcione a interação no grupo e descentralização da figura do
adulto. O espaço físico torna-se elemento indispensável a ser observado e a sua
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organização precisa ser planejada para promover encontros ou atividades
diferenciadas garantindo a segurança e o bem estar de todos.
Se opondo à idéia de uma incompletude infantil que predominou no passado a
organização do espaço representa o conceito de “criança competente” Um dos
defensores desse conceito foi Loris Malaguzzi (1920-1994). Malaguzzi defende o
conceito de criança como “rica em potencial, forte, poderosa, competente e, acima
de tudo, conectada aos adultos e às outras crianças ” . Em seu artigo Qualidade na
Educação da Primeira Infância: Perspectivas Pós –Modernas ele compara a
arrumação dos móveis e materiais nas instituições de educação infantil como as
prateleiras de um supermercado que ficam organizadas de modo a estarem
expostas e escolhidas pelas pessoas. Nestes espaços é preciso retirar as crianças
da situação de objeto e pô-las como produtoras de sua própria ação e discurso.
Elas precisam ser vistas como competentes nas tomadas de decisões e capazes de
se organizarem acerca dos temas que lhes forem propostos. Com base nos
pressupostos mencionados podemos compreender o espaço como um elemento
curricular abrangendo perspectivas definidas em diferentes dimensões: a física, a
funcional, a temporal e a relacional.
Opondo-se à idéia de que nossas escolas por muito tempo foram
construídas para impor a ordem e a disciplina com sentido de um espaço fechado,
tanto a arrumação do ambiente interno quanto o externo nas escolas podem
oportunizar o processo educativo na aprendizagem e favorecer outras dimensões do
desenvolvimento humano. Vale ressaltar que o modo como a instituição organiza
seus espaços, os equipamentos, e os seus tempos, incluindo a forma como as
crianças e adultos ocupam e interagem nesse espaço revelam a proposta de
concepção pedagógica assumida tendo os seus profissionais clareza ou não do
caminho que estão trilhando.
A imaginação, o poder de criação e construção, a expressão de sentimentos e
emoções, a interação com o grupo e as brincadeiras podem ser estimuladas através
dos recursos dispostos neste ambiente. Um ambiente esvaziado de recursos não
proporciona a possibilidade de ampliação na construção do conhecimento.
A rotina de atividades permanentes na aula também é uma das estratégias que
podem ser utilizadas para a organização do tempo no espaço escolar.
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Essa rotina semanal deve ser composta por atividades variadas como a
leitura compartilhada, roda da conversa, atividades móveis, de leitura ou de escrita
entre outras. È importante que a diversidade de materiais faça parte da rotina e
materiais de uso social freqüente sejam utilizados, como é registrado nos
Parâmetros Curriculares Nacionais:
Materiais de uso social freqüente são ótimos recursos de trabalho, pois os alunos
aprendem sobre algo que tem função social real e se mantêm atualizados sobre o
que acontece no mundo, estabelecendo o vínculo necessário entre o que é
aprendido na escola e o conhecimento extra- escola. A utilização de materiais
diversificados como jornais, revistas, folhetos, propagandas, computadores,
calculadoras, filmes, faz o aluno sentir-se inserido no mundo à sua volta.
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como
instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em
relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as
demandas sociais presentes e futuras. (PCN, volume1, p.104).
Partindo do pressuposto que as crianças constroem o conhecimento com as
interações que se estabelecem com outras crianças e adultos e no próprio meio em
que vivem, num mesmo espaço físico podem ser estabelecidos vários ambientes
paralelos e o ambiente, mesmo que não seja percebido pelo professor, envia
mensagens influenciando profundamente no aprendizado infantil. A ornamentação
do ambiente pode ser elaborada com finalidades específicas, por exemplo,
personalizar de acordo com as crianças da turma é importante na construção da
identidade pessoal, e outras funções podem ser despertadas nos ambientes
construídos, no sentido de promover sensação de bem-estar, segurança e confiança
bem como oportunidades de desenvolvimento de competências, habilidades,
atitudes de valorização e conservação do meio ambiente com a efetiva condição de
aprendizado na turma.
24
CAPÍTULO III
CONTRIBUIÇÕES E REFLEXÕES DE PENSADORES DA
EDUCAÇÃO.
3.1-Maria Montessori, uma vida dedicada à educação
Maria Montessori nasceu no ano de 1870, na Itália. Foi a primeira mulher a se
formar em medicina e suas doutrinas formuladas por estudos e pesquisas através
da observação direta no comportamento e a atuação da natureza das crianças no
meio em que são inseridas contribuíram e influenciaram as bases da educação.
Montessori se inclui no movimento da Escola Nova que surgiu diante da
necessidade de ultrapassar o modelo de escola tradicional que não havia atendido
às expectativas de escolarização da população que entravam nas escolas. As
doutrinas de Montessori serviam de fundamento científico na tentativa da fundação
de uma verdadeira ciência da educação, o que em sua abordagem inicia a ”ciência
da observação”(Montessori,1976,p.125).
Determinava que os educadores e todos os que estivessem envolvidos no processo
educacional recebessem informação com caráter formativo de suas doutrinas e que
o proceder do processo educacional acontecesse permitindo a verificação científica.
A possibilidade de observar como fenômenos naturais e como reações
experimentais o desenvolvimento da vida psíquica na criança transforma a própria
escola em ação, em uma espécie de gabinete científico para o estudo de
psicogenética do homem. (Montessori, 1976, p.125)
Rousseau já atentava que a observação precisa é competência fundamental para se
ensinar. Montessori cria a idéia de um “novo tipo de educador”,alguém que se
despisse de sua autoridade para se revestir de humildade e aprendesse o silêncio
25
para ouvir, que abrisse mão “de sua dignidade orgulhosa que parece ser infalível, se
revestindo de humildade”(Montessori,1976,p.123)
Seu modo de vida filosófico foi marcado pela sensibilidade de se perceber acriança
com capacidades de compreensão, atuação e construção do conhecimento.
Em uma de suas publicações Montessori relata sobre a linguagem:
Eis que na aquisição da linguagem, enquanto os sons do ambiente permanecem
confusos e indistinguíveis no caos, os sons singulares de uma linguagem
articulada e incompreensível isolam-se repentinamente, fazendo-se ouvir distintos
,atraentes, fascinantes... Então, as próprias fibras da criança o escutam. Não todas
as fibras, mas só as fibras ocultas...”(p.57)
Enquanto preparávamos o material para ensinar o alfabeto impresso e repetir o
teste com os livros, as crianças começaram a ler todos os impressos que existiam na
escola, inclusive alguns realmente difíceis de decifrar, como certo calendário onde
estavam impressas palavras escritas com letras góticas. Ao mesmo tempo, os pais
vieram queixar-se de que as crianças paravam na rua para ler os letreiros das lojas e
não era mais possível andar ao lado delas. Era evidente que as crianças se
interessavam por decifrar os sinais alfabéticos e não por conhecer algumas palavras.
Viam uma escrita diferente e tratavam de conhecê-la, conseguindo extrair dela o
sentido de uma palavra... Eis a motivação da nova paixão que nascia nas crianças.
(p.157)
Montessori em sua proposta metodológica baseada nas idéias de liberdade e
independência desenvolveu condições de atividades que permitia manifestações
livres das crianças.Enquanto se contrapunha a uma disciplina rígida e centrada na
figura do adulto,na imobilidade das crianças em carteiras fixas e no controle por
castigos e premiações.Ao oposto disso,sua metodologia revolucionária propunha a
disciplina pela atividade e pelo trabalho num local onde os pequenos se
movimentassem com liberdade na escolha das atividades a serem realizadas.
26
3.2-Jean Piaget, o cientista que descobriu o processo de aprendizagem da criança.
Piaget nasceu na Suíça, em 9 de agosto de 1896 e com 10 anos publica seu
primeiro artigo que tem como conteúdo estudos sobre um pardal branco.Em suas
pesquisas demonstra interesse pela natureza e em sua tese do doutorado seu tema
escolhido foi sobre moluscos. Em 1924, com 28 anos casa-se e deste casamento
teve três filhos, escreve várias publicações sobre as primeiras fases do
desenvolvimento das crianças, e muitos dos seus trabalhos tem como estímulo a
observação e a pesquisa do crescimento dos seus próprios filhos. Jean Piaget
embora nunca tenha atuado como educador ou pedagogo foi quem mais exerceu
influência na educação durante a segunda metade do século 20. Suas pesquisas e
experiências causaram bruscas mudanças no contexto do que se pensava sobre
educação, ele mostrou que as crianças não pensam como os adultos e que elas
constroem o seu próprio aprendizado através da interação entre estruturas internas
e contextos externos.
Em seus estudos gerados no campo de investigação nasce a
epistemologia genética, que é uma teoria do conhecimento focalizada no
desenvolvimento natural da criança. Segundo Piaget, o pensamento infantil passa
por quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, do nascimento até a chegada da
adolescência, onde o raciocínio atinge a capacidade absoluta. No primeiro, que é o
estágio sensório-motor compreende o período que vai até os dois anos, onde a
criança adquire progressivamente a capacidade de administrar seus reflexos básicos
na intenção de agir prazerosamente ou vantajosamente. O estágio operacional vai
até aos sete anos e durante este período aparece a capacidade de dominar a
linguagem. No estágio das operações concretas, que acontece dos sete até aos
onze ou doze anos, é marcado pela noção de reversibilidade das ações, com a
condição da lógica nos processos mentais. E é por volta dos doze anos com a
chegada da adolescência que acontece o estágio das operações formais, onde o
27
adolescente passa a ter domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à
experimentação mental.
Outros conceitos advindos da epistemologia genética foram o egocentrismo e
os processos de assimilação e acomodação. O egocentrismo caracteriza o caráter
pré- lógico do raciocínio infantil em que a criança pouco a pouco amadurece o seu
pensamento dominando a lógica e adquirindo responsabilidade individual
imprescindível para a autonomia moral da criança. E os mecanismos de assimilação
e acomodação acontecem como etapas do pensamento que se intercalam na
aprendizagem: o primeiro baseia-se na incorporação do objeto do mundo exterior a
esquemas mentais preexistentes. Já o segundo refere-se a transformações dos
sistemas de assimilação por influência da realidade física e social.
Segundo Piaget, nesta fase o desenho é uma forma de representação da função
simbólica ou da questão do “pensamento simbólico”, em oposição ao pensamento
racional, por exemplo, quando uma criança desenha, o seu desenho representa um
esforço de imitação do real, ela desenha o que pensa do objeto e não o objeto em si
e na realidade o desenho é a imitação da imagem mental e não do real, e à medida
que se tem uma vinculação afetiva e cognitiva pode-se representá-lo com maior
detalhes. No processo de construção da aprendizagem da criança, Piaget
caracteriza o conhecimento geral como um todo organizado e coerente que através
da própria atuação da criança vai sendo ampliado e enriquecido com os
conhecimentos específicos.
Assim, para o biólogo suíço, a inteligência depende de experiências entre estruturas
internas e a realidade externa e é formada por uma base biológica composta por
esquemas capacitados a evoluir e se tornar cada vez mais complexos.
Conhecer suas grandes contribuições pode tornar o trabalho do educador mais
eficiente, pois possibilitará o planejamento de atividades de acordo com os estágios
de desenvolvimento cognitivo.
28
3.3- Emilia Ferreiro, a psicolingüística que mudou o
conceito da alfabetização.
Emilia Ferreiro foi o nome do qual a Educação Brasileira mais sofreu
influência nos últimos vinte anos. Suas idéias e teorias foram baseadas no trabalho
de epistemologia genética, cujo seu mestre fora Jean Piaget no doutorado em
Genebra. Ferreiro aprofunda seus estudos num campo aonde o mestre ainda não
havia explorado, a escrita. Em 1974 começa a realizar experimentos com crianças, o
que dá origem às teorias apresentadas em parceria com a pedagoga Ana Teberosky
em Psicogênese da Língua Escrita.
Seus livros começam a propagar-se aqui no Brasil em meados dos anos 80, o que
causou grande impacto sobre o que se pensava em alfabetização, chegando a
influenciar as próprias normas governamentais na área educacional através da
publicação e distribuição para todas as escolas brasileiras dos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
Até então julgava- se necessário a prontidão das crianças para o
aprendizado da leitura e da escrita. A pedagoga Maria Lúcia Machado Nicolau
afirma em seu livro:
Para aprender a ler e escrever, o aluno precisa ter adquirido um nível suficiente de
desenvolvimento intelectual, afetivo- social e físico. Além disso, é necessário que
apresente certas funções específicas desenvolvidas, tais como: linguagem,
percepção, lateralidade, orientação espacial e temporal, bem como esquema
corporal. Tanto o potencial herdado quanto o tipo de experiências pelas quais a
criança passou são responsáveis pelas condições de seu desenvolvimento e,
conseqüentemente, pela sua prontidão para a aquisição do processo de
alfabetização. ( A educação Pré- Escolar, Fundamentos e didática,1989, p.118 )
Emília Ferreiro critica a concepção de alfabetização tradicional por considerar a
prontidão das crianças aspectos externos da escrita e abandonar conceitos da
compreensão da natureza da escrita e da leitura. Sua maior publicação:
29
“Psicogênese da Língua Escrita” apresenta os processos de aprendizagem como
construção do conhecimento e a absorção de suas obras resultam no abandono
das tradicionais cartilhas por serem artificiais e desinteressantes. Suas pesquisas e
estudos convergem nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e a escrita.
Surge então, a palavra construtivismo associada a Ferreiro, não como um
método, mas com conclusões de que a criança desempenha um papel ativo no
processo de aprendizagem e que é construtora do seu próprio conhecimento.
Segundo Ferreiro, na construção do conhecimento da leitura e da escrita a criança
passa por quatro etapas de suposições, com avanços e recuos: Pré - silábica;
silábica; silábico- alfabético; alfabética.
Para o construtivismo, o suposto erro do aluno tem o papel importante de revelar a
sua mente, saber o que ele pensa sobre o conhecimento que lhe foi proposto.
Dentro desta perspectiva, o aluno aprende tanto fora quanto dentro da escola num
processo contínuo da construção da aprendizagem, onde a sala de aula vira um
ambiente alfabetizador rico em materiais significativos como jornais, revistas, livros,
histórias e com uma rotina diária registrada como fonte viva da escrita e leitura.
Trabalha-se para que a criança explore sua própria concepção de escrita sem inibi-
la, pois a noção de certo e errado desaparece juntamente com as avaliações
tradicionais para dar espaço ao acompanhamento respeitando o desenvolvimento
individual de cada aluno.
Neste ambiente, as crianças aprendem reflexivamente porque estão sempre
em situações de pensar. O professor desempenha o papel de protagonista ativo da
aprendizagem, organizando as atividades e os projetos com objetivos claros que
provoquem a aprendizagem no aluno; estimulando, apoiando de modo que as
crianças confiem em si mesmas e em suas possibilidades. Também é necessário
conhecer seus alunos, para que a partir daí, utilize procedimentos e estratégias que
possibilitem avanços individualizados. Neste contexto, a leitura e o prazer devem
andar juntos permitindo à criança enfrentar seus medos, vencer angústias, supor
hipóteses, desenvolver a imaginação e ter o próprio professor como modelo de leitor.
Ana Maria Machado diz: “Ninguém contrata um instrutor de natação que não sabe
nadar. Mas temos professores que não lêem”. (Nova Escola, set de 2001, p.21)
30
3.4- Armanda Álvaro Alberto, a educadora que deixou
marcas na Educação.
Armanda Álvaro Alberto nasceu na cidade do Rio de Janeiro no ano de
1892 e durante toda a sua vida demonstrou grande preocupação com as causas
sociais, dedicando-se a educação e participando de movimentos contra o
analfabetismo e à defesa dos direitos das mulheres.
Em 1912 ingressa no curso de literatura do Colégio Jacobina e por volta de
quatro anos após inicia suas atividades no magistério traçando assim sua vocação
profissional, lecionou nesta escola até 1925 e esta experiência lhe trouxe
aperfeiçoamento e um olhar reflexivo sobre a educação. Viajou à Europa e estudou
no Instituto Jean Jacques Rousseal, que era o mais importante centro de estudos
sobre o desenvolvimento psicológico infantil. De volta ao Brasil em 1919 e morando
em Angra dos Reis põe em funcionamento uma escola ao ar livre nos padrões das
escolas européias, onde prevaleciam os ideais montessorianos. Em sua prática
pedagógica adotada, não cabia ao adulto ensinar ou dar ordens, mas sim criar
condições para que a aprendizagem acontecesse a partir da atuação da criança no
ambiente. Somente com uma mesa e algumas esteiras no chão começa a exercer o
magistério, seus alunos e alunas eram filhos de pescadores da região, e em suas
aulas as crianças poderiam tocar ou manipular materiais concretos, experimentar e
agir para descobrir.
E foi numa de suas visitas que chegou de trem a Duque de Caxias, na
época, distrito de São João de Meriti e observa que a comunidade não dispõe de
nenhum acesso à educação; há um alto nível de prostituição e seus moradores são
trabalhadores sacrificados, onde a população sofre com a manifestação de várias
doenças. E em 1921, inicia as atividades na Escola Proletária de Meriti que algum
tempo depois recebe o nome de Escola Regional de Meriti, a primeira escola a
oferecer ensino por tempo integral e merenda gratuita com funcionamento aberto a
toda comunidade. Segue agora, uma de suas cartas enviada da prisão política:
31
Rio, 1 de março de 1937
Meus queridos alunos da Escola Regional de Meriti,
Como não posso ir hoje até ahi para receber vocês todos no dia da
reabertura da nossa escola, ao menos em pensamento quero estar
perto de vocês.
Sei que D. Zulmira e D. Dulce vão fazer tudo para que vocês não
sintam a minha falta.
E sei que vocês também vão fazer um esforço muito grande para
trabalhar, para estudar, para brincar, para viver na escola como se eu
fosse aparecer de um momento para outro e abrir os braços, dizendo
o que sempre digo quando chego aí: bom dia, meus passarinhos!
Meus queridos alunos: não há de custar muito a chegar o dia em que
vocês vão me ver de novo. Enquanto esse dia não chega, quero ter a
certeza de que vocês se lembram de mim: quero receber cadernos
com exercícios bem feitos por vocês, todas as vezes que o professor
Edgar for dar aula aí.
Lembrem-se mais uma vez de que em nossa escola todos os alunos
são irmãos, brancos, pretos e mulatos: quero ver todos juntos,
ajudando-se um ao outro, brincando sem brigar.
Tudo o que vocês quiserem de mim, é só pedir por carta, que para
vocês faço com alegria o que é possível fazer. Que cada semana, um
aluno, ou mais de um, me escreva, contando tudo o que se passa aí:
excursões, jogos, comissão de cada um, doenças etc.
Escutem: organizem as comissões de trabalho muito direitinho, por
eleição. Só podem votar os alunos de 10 anos em diante. Os menores podem ser
votados, porem não podem votar. Muito cuidado
com o Museu, com os livros, com a vitrola. E o nosso jardim? as
nossas árvores de frutas? as nossas flores?
Para as mães do Circulo de Mães e para todas as mães dos meus
alunos, mando um abraço de amiga.
Para vocês, minhas crianças, todo o carinho de sua professora muito amiga
32
Armanda
Seu modo revolucionário de lutar pela educação e outras causas sociais fez
com que a professora fosse presa diversas vezes, contudo as prisões não puderam
afastá-la de seu cuidado por seus alunos como demonstra na carta citada. Os
princípios norteadores da instituição eram: Saúde, Alegria, Trabalho e Solidariedade
(registrado em documento redigido em abril de 1925). Para a manutenção da
instituição recebia apoio financeiro de vários amigos inclusive dentre eles, estavam
alunas do Colégio Jacobina.
A escola erguida a partir do projeto de Lúcio Costa oferecia atendimento
integral e ficou conhecida na região por sua merenda à base de milho e chá como
“Mate com angu”. Seguindo os métodos de Montessori, nela o aluno desfrutava de
uma vida escolar ativa onde haviam atividades diversificadas: cultivo de horta e
jardim, aulas de teatro e canto, passeios, gerenciamento e conservação do museu e
da biblioteca escolar e também o “Círculo de mães”. Após a prisão política de 1937,
passou momentos difíceis, pois alguns de seus colaboradores estavam sendo
impedidos pelas autoridades de se reunirem numa assembléia anual e seu marido
Edgar havia sido exonerado do cargo de professor, sendo reintegrado em 1945.
Nesse momento, dedicou-se mais intensamente à Biblioteca Euclides da Cunha com
atividades que reuniam a comunidade, e estimulou o clube de leitura que funcionava
aos sábados fazendo com que a escola torna-se o local de acesso à cultura daquela
comunidade.
Mesmo com as perseguições políticas Armanda nunca deixou de atuar e com
transformações durante cinco décadas tentou doar a escola ao Estado que se
recusou, então doou ao Instituto Central do Povo. Hoje essa escola funciona no
mesmo lugar de sua construção vinculada à rede municipal de Duque de Caxias. E
recebe o nome de Escola Municipal Doutor Álvaro Alberto não perdendo o seu valor
histórico. Ao longo de sua vida, recebeu várias homenagens pelo esforço e
contribuição à Educação Brasileira. Morre na mesma cidade que nasceu no ano de
1974 deixando a sua marca na educação.
33
CONCLUSÃO
A elaboração do trabalho apresentado mostrou que a amplitude do tema
letramento está fortemente inter ligado ao seu uso na prática das demandas sociais
e que a alfabetização ocupa o seu papel como parte do processo na construção do
conhecimento, sendo processos indissociáveis e paralelos onde não há a
necessidade de um ser após o outro.
Embora os problemas da aprendizagem na escola estejam vinculados a
leitura e a escrita, é através da observação científica no âmbito educacional, da
valorização de um estudo sistemático na prática cotidiana de ações educativas que
os educadores podem reencontrar o desejo de buscar e de produzir ações no
cotidiano escolar que facilitem o processo de construção do conhecimento.
Provocar as mudanças tão desejadas na educação envolve uma série de
fatores complexos, mas através da autonomia do letramento o aluno pode encontrar
múltiplas dimensões a serem exploradas numa sociedade em que ainda há
desigualdades.
Acredita-se numa educação de qualidade onde o eixo norteador seja a
autonomia do sujeito para gerenciamento na construção de seu conhecimento e que
o letramento ocupa papel primordial como instrumento nas bases dessa estrutura.
Foi muito importante durante o desenvolvimento deste trabalho, conhecer o
modo como alguns educadores lutaram intensamente pela educação; e a marcaram
deixando frutos daquilo que sonharam. Gostaria de destacar Armanda Álvaro Alberto
pelo motivo de utilizar nas pesquisas bibliográficas os livros da Biblioteca Euclides
da Cunha como uma de suas contribuições para a educação.
Desse modo, com o estudo abordado chega-se a conclusão de que muito
embora a leitura e a escrita façam parte do dia a dia do sujeito, letramento é o uso
constante e consciente desses instrumentos e que a escola desempenha papel
motivador na busca do conhecimento.
34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria de
Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 126p.
CURTO, Maruny L; MORILLO, Maribel Ministral; TEIXIDÓ, Manuel Miralles:
trad. Ernani Rosa. Escrever e ler: Como as crianças aprendem e como o professor
pode ensiná-las a escrever e a ler. Porto Alegre: Artmed, 2000 volumes: 1e 2 .
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: o dicionário da língua
portuguesa; coord. Marina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos. Curitiba: Ed.
Positivo; 2008.
MARTINS, Heloise. Letramento como Prático Social.
MARTINS, Heloise. Alfabetização e Letramento.
Disponível em: WWW.helomartins.com.br
MELLO, Maria Cristina de; RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral,
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180p
MIGNOT, Ana Chrystina Venancio. Armanda Álvaro Alberto. Recife: Editora
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MUNARI, Alberto. Jean Piaget / tradução e organização: Daniele Saheb. –
Recife: Editora Massangana, 2010.156 p.(Coleção Educadores )
NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. A Educação Pré- escolar: Fundamentos
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RÖHRS, Hermann. Maria Montessori/ tradução e organização: Danilo Di
Manno de Almeida, Maria Leila Alves. Recife: Editora Massangana, 2010. 142p.
SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: As muitas facetas.
Disponível em: WWW.scielo.br/pdf/rbedre/n25n25a01.pdf
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: Caminhos e descaminhos.
Revista Pátio, nº 29, Fev de 2004.
35
HTTP://meuartigo.brasilescola.com/educação/o
Ambiente de convivência.
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Alfabetização versus letramento.
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O espaço físico e a sua relação no desenvolvimento e aprendizagem da criança.
WWW.crmariocovas.sp.gov.br
Ambiente e espaço escolar.
WWW.revistaescola.com.br
Emilia Ferreiro. A estudiosa que revolucionou a alfabetização.
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
CAMINHOS DO LETRAMENTO
1.1 – A valorização da leitura incidental no letramento. 13
1.2 – As hipóteses que surgem no processo de construção do conhecimento e a
intervenção do professor. 14
1.3- Alfabetizar, letrando: uma proposta inteligente. 16
CAPÍTULO II
A MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR
2.1- Ambiente versus espaço. 21
CAPÍTULO III
CONTRIBUIÇÔES E REFLEXÔES DE PENSADORES DA EDUCAÇÂO
3.1- Maria Montessori, uma vida dedicada à educação. 24
3.2- Jean Piaget, o cientista que descobriu o processo de aprendizagem. 26
3.3- Emília Ferreiro, a psicolingüística que mudou o conceito da alfabetização. 28
3.4- Armanda Álvaro Alberto, a educadora que deixou marcas na educação. 30
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34