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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A gestão democrática e a formação de equipe Por: Valeria Rosa de Mello Orientador Prof. Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A gestão democrática e a formação de equipe

Por: Valeria Rosa de Mello

Orientador

Prof. Flávia Cavalcanti

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A gestão democrática e a formação de equipe

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e supervisão

escolar.

Por: Valeria Rosa de Mello

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AGRADECIMENTOS

Ao meu marido Fernando Antônio e

minha filha Karina.

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DEDICATÓRIA

Dedica-se aos meus professores do

curso de pós graduação da AVM.

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RESUMO

Apesar da LDB garantir a gestão democrática dentro das escolas, muitas delas continuam sendo orquestradas por diretores autoritários. A gestão autoritária forma uma

equipe escolar? Que tipo de líder a escola precisa para ser uma escola de sucesso?

Somente através da democratização da escola, a escola construirá uma equipe que

trabalhará por ela, porque a participação implica comprometimento do grupo. O gestor

precisa ser capacitado para tal, pois o imaginário coletivo é lento. A lei já garante a

escola democrática e a nossa luta é implementá-la no coração dos gestores , que são

capazes de levar a escola para esse rumo, através de uma liderança influenciadora , que

convoca vontades. Somente dessa forma, a escola pode formar uma equipe de verdade

sem sombras que embotam a formação da mobilização coletiva.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - A gestão autoritária e a gestão democrática 10

CAPÍTULO II - Funções da administração escolar e a formação de equipe 15

CAPÍTULO III - A liderança nas escolas 21

CAPÍTULO IV - A importância do movimento GEO 30

CONCLUSÃO 34

ANEXO 1 37 ANEXO 2 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

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INTRODUÇÃO

O tema da pesquisa é a gestão autoritária, centralizada na figura do gestor. A

necessidade de se explorar esse tema vem do fato de que apesar da lei garantir a Gestão

Democrática, algumas escolas do Rio de Janeiro nos dias atuais continuam sem

representatividade, com o poder na mão do gestor de forma centralizada, vertical, sem

formação de equipes. Isso colabora para o fracasso escolar em nossa cidade. O mundo

atual carece de bons líderes. Tudo é processo, mas é hora dos gestores fazerem uma

autoanálise, reverem valores, terem o planejamento a seu lado para vencerem as

limitações e os desafios da escola. O novo gestor deve se aprofundar no conhecimento

científico e na formação crítica. Estar junto com o grupo como sugere a etimologia da

palavra. O poder partilhado, que gera equipes é utilizado pelo líder que convoca

vontades.

A pesquisa é baseada em discussões bibliográficas, confrontando esses dois tipos

de gestões- Autoritária e Democrática. Todos os argumentos serão dialogados com os

seguintes autores- Heloísa Luck, Vítor Henrique Paro, Maria Heleno Patto e Débora

Dias Gomes. A pesquisa será dividida em quatro capítulos, tendo como objetivo mostrar

a importância da gestão participativa como chave para as portas de uma escola

democrática, libertadora e transformadora e o quanto a gestão autoritária forma a escola

reprodutora para poucos.

O capítulo um trabalhará o paradoxo dos dois tipos de gestão. O capítulo dois

trabalhará as funções da administração e a formação de equipe, contrapondo o

planejamento real do irreal. Além disso, abordará a importância do planejamento e do

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diagnóstico escolar. O capítulo três discutirá a liderança e a formação ou não de equipes

na escola participativa; finalmente, o quarto capítulo trabalhará o movimento GEO pra

uma escola Democrática. Essa pesquisa é uma pesquisa bibliográfica, com uma

metodologia analítica de textos que discorrem sobre a temática pesquisa por mim- a não

formação de equipes em gestões autoritárias.

Esse trabalho mostrará o quanto o perfil do diretor orquestra uma escola. Se

queremos uma escola em que todos aprendam - alunos, pais, professores, funcionários-

precisamos estudar o líder que conduza a isso para tirar do sistema educacional o

autoritarismo. Essa pesquisa mostrará o quanto um gestor autoritário rege o fracasso

escolar. Os artigos 13 e 14 da LDB garantem democracia com direito a

representatividade, mas isso não ocorre em muitas escolas. A missão do gestor

democrático é influenciar através da autoridade para liderar uma escola participativa. É

necessário abrir reflexões sobre a figura do gestor. Que tipo de escola queremos? Uma

escola reprodutora com um gestor autoritário ou uma escola democrática com um gestor

democrático capaz de formar uma equipe de sucesso?

A democratização da escola e a descentralização dos recursos e a política de

distribuição das verbas devem sem acompanhadas sempre, pois a lei deve ser

monitorada pelas pessoas, uma vez que são elas as beneficiadas. Há que diga que a lei

não “ pegou” em certos casos, mas isso ocorre por falta de fiscalização da nossa parte

enquanto cidadãos transformadores do nosso espaço social.

O gestor deve lutar por um país democrático e por uma escola com recursos que

beneficiem a facilidade da aprendizagem e otimizem o tempo de todos dentro da escola.

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O autoritarismo dentro da escola não funciona mais em nosso país e ,assim, todo

gestor deve ser capacitado para o novo perfil de gestão educacional- O que forma equipe

de trabalho, que luta pela democracia e pelo direito de todos a educação.

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Capítulo I

A GESTÃO AUTORITÁRIA X A GESTÃO DEMOCRÁTICA

Esse primeiro capítulo irar contrapor as duas principais formas de gestão encontrada

no Brasil atual- a gestão autoritária e a gestão democrática .A administração escolar

evoluiu e se diferenciou de acordo com os anos no Brasil trazendo sua marcas

históricas e ideológicas do poder dominante, gerando um espaço de administração

autoritário. A administração no espaço escolar é um reflexo do macro espaço, que é a

sociedade em que vivemos. Percebe-se que os interesses políticos trabalham para a não

democratização da escola, embora a LDB em seus artigos 13 e 14 garantam a gestão

democrática na escola.

Segundo Libâneo (2006) existem quatro concepções de organização escolar e gestão-

1- técnico científica (centralizadora e autoritária) 2- autogestionária 3- Interpretativa 4-

Democrática- participativa. Nesse capítulo, porém, será contraposto a gestão

centralizadora com a democrática, pois a primeira é a mais encontrada nas escolas

brasileiras e a segunda é a prevista em lei. A ideia de inclusão social de uma escola para

todos entra aos poucos no universo escolar apesar de muitos gestores exercerem a

administração de forma centralizada e vertical. Representando, assim, o poder pelo

poder. Esses gestores não partilham o poder, não geram funcionários autônomos e ao

invés de formarem uma equipe unida, eles formam tarefeiros, que trabalham

insatisfeitos; muitos funcionários se tornam sombras organizacionais, que embotam o

trabalho dentro da escola; o gestor democrático estabelece uma relação horizontal e

flexível. Para garantir a gestão Democrática faz-se necessária a eleição de diretores

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previamente capacitados e a representatividade como o grêmio estudantil, o CEC

(Conselho Escola Comunidade), professores representantes de área, etc. Logo, o gestor

deve ter uma visão de poder partilhado e objetivar a formação de uma equipe autônoma.

A hierarquia existe par dividir os papéis e não para oprimir e massificar o outro. Essa

visão de um gestor poderoso e absoluto vem da História de nosso país que é muito

jovem na Democracia. O processo de Democratização é muito lento dentro de nós. Por

exemplo, muitos professores não gostam de alunos em Conselhos de classe ou ainda

muitos diretores sequer fazem reuniões com os pais. A escola é para o crescimento de

todos. É como Vítor Paro afirma (Paro,1998) - o ensino deve ser visto como uma prática

social e o currículo deve tratar de coisas imateriais como sujeito, identidade e cultura.

Deve ser Democrático com conteúdo, interdisciplinaridade, valores e cidadania e o

aluno deve ser sujeito na relação para a prática democrática. Assim, numa escola

democrática, todos aprendem e são parte do processo escolar e todos devem ser

capacitados para isso e constituírem o planejamento dessa escola para que haja o

sucesso e um bom clima organizacional. É preciso que toda a comunidade trabalhe pela

escola, que essa escola reacenda as pessoas para iluminar todo o ambiente educacional e

o gestor tem a chave disso tudo, pois é ele que vai definir o modelo da escola. O diretor

democrático acredita na participação e no poder da influência, do saber ouvir, elogiar,

reconhecer o bom trabalho e gerir uma cultura de relacionamento baseada no respeito.

Acima de tudo o gestor participativo planeja coletivamente, fazendo reuniões e dando

fluxo de informações dentro e fora da escola. Reter informações significa controle e

uma política de privilégios.

“A concepção técnico científica, por exemplo, valoriza o poder e a autoridade,

exercidos unilateralmente. Enfatizando relações de subordinação, rígidas determinações

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de funções e supervalorizando a racionalização do trabalho, tende a retirar das pessoas

ou, ao menos, diminuir delas a faculdade de pensar...” (Libâneo, 2006).

As pessoas não se envolvem com o trabalho e não se tornam autônomas porque estão

subordinadas a uma gestão que não valoriza o trabalho coletivo e o desenvolvimento

individual.

“A concepção democrático- participativa...acentua a necessidade de combinar a ênfase sobre as

relações humanas e sobre a participação das decisões com as ações efetivas ...valoriza os elementos

internos do processo organizacional- o planejamento, a organização, a direção, a avaliação...” (Libâneo,

2006).

Outro ponto importante é a avaliação do trabalho escolar coletivo, porque é a partir

dele que se fará o planejamento e replanejamento, ou seja, a organização da gestão

perante coleta de informações reais para que haja uma ação eficaz, controlada para ações

corretivas que vão prever a manutenção ou mudança de planos.

A escola democrática deve se preocupar com o paradigma sucesso escolar- evasão

escolar, pois ela objetiva a inclusão de todos. Para resolver esse paradigma a escola deve

ser uma escola equipada.

Primeiramente, uma escola equipada com laboratórios de química e física; sala de

música; sala de Artes visuais; teatro; laboratório de línguas; biblioteca; laboratório de

informática. A aprendizagem se dá do concreto para o abstrato, então, primeiro o aluno

vai para o laboratório depois para sala de aula. As salas seriam equipadas com quadros

eletrônicos e os alunos usariam tablets. Em segundo lugar, uma escola que equipe as

pessoas com sonhos, conhecimento, competência, capacitação e motivação. O professor

precisa de condições de trabalho, de alunos disciplinados e interessados para que ele/ela

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possa trabalhar, ensinar. Precisa acreditar que somente se a equipe planejar a escola esta

será de sucesso, transformada e não reprodutora, que causa evasão e determinismo

social, como a escola autoritária. Em terceiro lugar, uma escola com uma equipe unida,

capacitada, participativa, com vontade de trabalhar por ela. A escola precisa construir

um bom clima organizacional. Escolas equipadas com equipes que planejam e com

espaços equipados são democráticas. Se isso for impossível, o paradigma se mantém.

A avaliação, o diagnóstico e o planejamento são fundamentais para uma escola

democrática. O projeto político pedagógico é um projeto político e coletivo e deve

envolver a todos para sua realização, um produto provisório de um planejamento escolar

coletivo. Serve como base para o plano de ação do gestor, o regimento escolar,

pedagogia de projetos, etc...com tudo isso, o gestor democrático deve se preocupar ,

porque nosso currículo ainda é muito autoritário, disciplinar e fragmentado; precisa ser

democrático, intercultural, interdisciplinar, baseado na realidade e no planejamento da

escola.

Concluindo esse capítulo, a educação brasileira caminha lentamente para a sua

democratização. O gestor tem o poder de dirigir a escola para que ela seja reflexiva,

transformadora e inclusiva. É preciso capacitá-lo também para que ele tenha o direito e a

consciência de se posicionar claramente e de assumir ou não a missão de através da

autoridade e influência liderar uma escola democrática. A gestão autoritária não forma

equipe, não desenvolve e capacita os funcionários e exclui os envolvidos na construção

da escola, que é de todos e para todos aprenderem e se desenvolverem. Além disso, ela

reproduz o poder e o jogo de interesses políticos que são misturados a ela de forma

sutil e devastadora. O gestor que planeja a escola sozinho e obriga os outros a

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cumprirem suas idéias está construindo uma escola esvaziada de sonhos , de visões de

futuro e realizações mútuas em conjunto , uma escola esvaziada de democracia.

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Capítulo 2

FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E A FORMAÇÃO DE EQUIPE

Esse capítulo tratará das funções do gestor para construir uma escola democrática em

oposição a gestão autoritária, não formadora de uma equipe unida e bem orquestrada.

A principal função do gestor é garantir a democracia na escola. A obra de Patto é

fundamental para os educadores comprometidos com a democratização do ensino,

porque aponta o fracasso escolar como um processo psicossocial. Segundo Patto, a

reprovação e a evasão escolar são um fracasso:

“produzido no dia –a –dia, da vida na escola e na produção deste fracasso estão

envolvidos aspectos estruturais e funcionais do sistema educacional, concepções de

ensino e de trabalho e preconceitos, no entanto, longe de serem uma característica apenas

dos educadores que se encontram nas escolas, estão disseminados na literatura

educacional há muitas décadas, enquanto discurso ideológico, ao se pretender neutro e

objetivo, participa de forma decisiva na produção das dificuldades de escolarização das

crianças das classes populares”(Patto, 1987, 59).

Cabe ao gestor remover essa estrutura arcaica e autoritária de escola que só serve

para reproduzir a ideologia dominante. Esse gestor precisa construir coletivamente uma

escola democrática. “nesse contexto, sem ignorar as questões extraescolares não se pode

deixar de enfrentar que o fracasso escolar bem como a evasão constituem um problema

pedagógico. É no estudo do cotidiano da escola que vários autores têm apontado

possibilidades concretas de transformação de suas práticas como forma de

enfrentamento de problemas” ( Patto,1997, pg 238).É função, assim, da equipe escolar

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planejar a escola, pois o gestor possui uma função política que “que lhe dê condições de

inserir a organização escolar em seu contexto social, político e econômico

( Hora,1994)”. Isso nos remete a uma outra função importante do gestor que é planejar a

escola. Segundo Garden:

“o planejamento é um processo em que as pessoas realmente participam porque a elas

são entregues não só as decisões específicas, mas os próprios rumos que se deve imprimir

à escola, os diversos saberes são valorizados, cada pessoa se sente construtora e o

realmente o é.” ( Garden,1998).

A equipe vai refletindo sua prática em cima dos resultados reais e vai orientando

essa prática para os acertos que a escola precisa, por isso a organização deve ser feita

através de um planejamento real e deve-se realizar um diagnóstico concreto a partir de

uma realidade. É importante visar uma escola reflexiva, capaz de transformar as pessoas

e o seu entorno.

O planejamento será organizado através do conjunto de recursos, meios, ações e

procedimentos; será direcionado através da potencialização e mobilização das pessoas e

será controlado através do controle de dados e avaliação. O gestor deve mobilizar as

pessoas para, a participação através de reuniões, seminários, cronograma de

continuidade, delegar poderes e estimular a autonomia responsável, formando uma

capacitada por workshops, seminários, formação continuada, etc. O fluxo de informação

dentro da escola é muito importante para o gestor divulgar as ações da escola. Assim, o

uso de murais ou e-mails coletivos são estratégias de divulgação do planejamento.

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Avaliar para planejar. O gestor tem a função de diagnosticar com sua equipe. O

diagnóstico serve de base para o planejamento do próximo ano. Portifólios, avaliação

interna são formas de registros desse diagnóstico. Segundo Vasconcelos:

“uma ação reflexiva que norteia o planejamento, é quando busca-se construir

mentalmente o caminho a ser seguido; ela traduz-se quando intrinsicamente elaboramos

uma série de alternativas a serem seguidas através das quais pretende-se chegar aos

objetivos propostos. O resultado deste momento reflexivo é a produção de alternativas

para o caminho a ser tomado.”

A reflexão da prática gera um movimento positivo de melhoria e acerto de todos na

escola, pois a auto- avaliação é importante para o crescimento pessoal. Muitos gestores

reclamam que fazem tudo sozinho, porque além de serem centralizadores, não refletem

sua prática, colocando a responsabilidade do fracasso nos outros.

Falando de forma mais pragmática, o gestor deve planejar em equipe o plano de ação

da escola com prazos e responsabilidades, construir também um Projeto Político

Pedagógico também em equipe para dar uma identidade à escola e um regimento interno

como condução ao PPP. Faz se necessário realizar várias reuniões com a equipe para

esse planejamento e estabelecer cronogramas de execução de desdobramento desses

projetos.

A gestão autoritária não planeja coletivamente e muitas vezes nem informa aos

professores o seu planejamento individual e quase sempre projetos de última hora

chegam ao conhecimento dos professores que se sentem perdidos pela retenção de

informações por parte desse gestor. Segundo Lima, “propostas alternativas interessadas

na superação de tendências autoritárias poderão através de uma administração escolar

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democrática conduzir os sujeitos do processo educacional a uma atuação criteriosa,

tendo em vista não apresentação de dados maquiados, mas a construção efetiva de uma

escola de qualidade’(Lima,2007). Muitas escolas vivem de maquiagem devido a falta

de planejamento coletivo. O profissional só se sente parte da escola quando ele contribui

com ideias, discute a escola, sugere projetos e se sente capaz e possui autonomia para

tal. Mas não é só o gestor centralizador que fere a autonomia dentro da escola. De

acordo com Lima, a burocracia excessiva, as cobranças, o controle do estado ferem a

autonomia da escola e é preciso desburocratizar e descentralizar a escola. Segue

palavras do autor:

“(...) o conceito de autonomia só ganha importância se significar comprometimento e

liberdade para a realização da tarefa educativa. Os professores e as escolas deixando de

ser meros executores de tarefas, precisam ter liberdade de escolha e tornarem-se

responsáveis pelas suas opções, norteados pela sua compreensão do papel da tarefa

educativa para a construção de uma sociedade democrática.” ( Lima,2007,pg 88)

É preciso que o gestor busque a descentralização também dentro da escola. É como

diz paro “o gestor escolar tem de conscientizar de que ele sozinho não pode administrar

todos os problemas da escola.. O caminho é a descentralização” ( Paro,2008). Precisa-se

compartilhar responsabilidades com os pais, alunos, professores e funcionários. O gestor

tem a função de oferecer uma escola digna através da participação coletiva e o

planejamento eficaz antecede a isso, podendo se dizer que os verbos mobilizar, motivar,

coordenar, mediar são pertinentes ao caráter de um líder que não quer mais uma escola

reprodutora, mas libertadora. Concluindo, cabe aqui a citação de Luck sobre a escola

que desejamos e precisamos:

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“Em virtude da necessidade de reordenação do sistema educacional, não se sabe

conceber mais dentro da escola uma ação partidária, unilateral e autocrática por parte do

diretor. Busca-se a descentralização do trabalho, de uma redefinição de papéis a fim de

proporcionar resultados satisfatórios das pessoas que o praticam para consolidar uma

ação progressista no desenvolvimento de todas as atividades dentro da escola”

(Luck,1996).

Partilhar o poder é fundamental para a prática democrática e é o gestor que vai

determinara política da escola e, consequentemente, o sucesso escolar. Uma cultura

organizacional construída em um clima democrático. O planejamento deve ser

democrático e o PPP deve estar ao alcance de todos. Junto com a equipe, o gestor deve

analisar os cenários da escola e ver os problemas, as restrições, a vulnerabilidade da

escola e as forças que causam alavancagem. O plano de ação a partir dessa análise

também deve ser elaborado em equipe. A escola deve ser planejada pela sua equipe. A

pedagogia de projetos elaborada em conjunto. A escola deve ser analisada por todos.

A escola existe em função do aluno e a equipe escolar deve trabalhar para a

formação desse aluno .faz-se necessária uma ação integrada- administrador- supervisor e

orientador educacional- para distribuir melhor os papeis da direção dentro da escola.

Uma tríade que lidera a escola de forma unida e organizada para democratizar o poder,

cada vez mais. Esse poder diluído é importante para a escola. O trabalho integrado dessa

equipe de direção gera uma melhor distribuição de papéis com os demais da equipe

escolar. Cada um tem sua função que é articulada com a do outro, numa visão holística

de escola , com o poder dividido para funcionar bem. O olhar holístico sobre a escola só

é possível através de todos os olhares, redefinido os papéis de cada funcionário para que

os projetos não fiquem nas mentes ou nos papéis simplesmente, mas sejam abertos em

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uma mesa de reunião para todos. O PPP deve estar na mesa da direção e do professor,

no mural da escola e toda a pedagogia de projeto da escola deve ter como base toda a

equipe em sua elaboração, execução e divulgação. Essa é uma escola democrática que

segundo Luck “ não é preciso compreendê-la e nem mesmo apenas aceitá-la...é preciso

vivê-la.” ( LUCK,1981)

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Capítulo 3

A LIDERANÇA E A FORMAÇÃO DE EQUIPE

3.1 liderança

O capítulo 3 tratará da liderança que forma equipe de fato. Mais importante que

saber a definição de liderança é vivenciar a liderança. A liderança pode ser aprendida e

entendida em sua significação quando vivenciada. Ser líder é levar o grupo a vencer, se

desenvolver , a trabalhar em equipe, a inovar e melhorar a vida de todos. Mas o que é

liderança? Toda equipe deve ter um líder? Como deve ser esse líder?

“ Liderança é o processo de influência desempenhado no âmbito da gestão de pessoas e de processos

sociais, no sentido de mobilização de seu talento e esforços, orientado por uma visão clara e abrangente

da organização em que se situa e objetivos que deva realizar, com a perspectiva da melhoria contínua da

própria organização e seus processos.” ( Luck, 2011)

Essa visão de liderança da autora esbarra nas estruturas autoritárias, onde o líder não

partilha o poder e se preocupa mais em cumprir burocracias. Porém, a sociedade atual

caminha para a estrutura democrática, pois a ideia de participação entra nas pessoas

lentamente e a liderança é um processo que assim como a participação deve ser

distribuída, orientada pelo gestor, um líder democrático que deve ter atitudes

compatíveis e um olhar diferente sobre a escola.

“É possível, no entanto, verificar a ocorrência de estruturas hierarquizadas em

escolas em que há muita cobrança de ações, sem no entanto haver a liderança para se

viver valores educacionais adequados, agir de modo a melhorar os processos

educacionais de forma articulada para que os alunos tenham uma melhor formação e

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aprendizagem significativa. Há ainda escolas em que o diretor se ocupa, a maior parte do

tempo, com questões operacionais secundárias, à margem do que é central para a

formação dos alunos e sua aprendizagem, mas onde alguns professores mais conscientes

de suas responsabilidades lideram informalmente determinados grupos nesse processo”

(Luck, 2011)

O professor, que também é um líder, tenta dentro desse contexto, com dificuldades,

formar líderes transformadores de seus meios. O processo de liderança é lento, mas já é

discutido, implementado, principalmente em escolas públicas. O diretor deve focar suas

ações no desenvolvimento da escola em nível de aprendizagem do aluno. O excesso de

burocracia atrapalha o diretor, que poderia estar em contato direto com a equipe, fica

atolado de papéis para ler e assinar.

Existem várias formas de lideranças. Serão relatadas seis das principais para gerar

reflexão. A primeira forma é a liderança Transformacional, que

“consiste na liderança orientada fortemente por valores, integridade, confiança e um sentido de verdade,

comungado por todos em uma organização, que oferecem uma visão transformadora de processos sociais

e da organização como um todo.” (Luck, 2011)

É uma liderança que precisa de um líder persistente, mobilizador, pois há avanços e

retrocessos da escola. O líder busca os valores da escola como bússola nos projetos

escolares.

A segunda forma é a liderança Transacional baseada nas relações entre as pessoas,

objetivando uma equipe una. “Porém é importante destacar que não são as interações em

si que são importantes e sim a qualidade do empreendimento interpessoal garantido por

interações positivas” (Luck, 2011) Esse líder é interessado em gestão de pessoas.

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A terceira é a liderança compartilhada e corresponde às organizações que possuem a

gestão democrática.

“Sabe-se que a liderança dos gestores escolares deve ser orientada no sentido

de influenciar o desempenho de todos que atuam na escola na promoção da melhoria do

ensino e elevação da aprendizagem dos alunos, que consiste no fim último da liderança

na gestão escolar. No entanto, grande parte dos participantes da comunidade só pode3m

fazê-lo indiretamente, uma vez que, quem está em condições de exercer essa influência,

diretamente, são os professores (NCSL, 2006), daí por que a relevância de que estes

sejam plenamente envolvidos no compartilhamento da liderança em todos os espaços e

momentos educacionais.” (Luck, 2011)

A quarta forma é a Coliderança:

“A Coliderança é sobretudo exercida entre os profissionais da equipe de gestão

da escola, como, por exemplo, vice-diretores ou diretores auxiliares, coordenadores

pedagógicos ou outros, conforme as definições adotadas para esses profissionais, nos

diferentes sistemas de ensino. Necessariamente, estes profissionais, exercem

formalmente responsabilidades pela liderança geral da escola, a fim de que esta atinja os

objetivos.” (Luck, 2011)

Essas duas últimas formas de liderança fazem parte de uma escolar que tenha

uma visão de gestão integrada, e que ser líder não é ter um cargo, mas ser parte de um

processo dentro da escola. A quinta forma é a liderança educativa.

“A liderança educativa é centrada na formação de organizações de

aprendizagem e entendida como fundamental na orientação de organizações no sentido

de seu estabelecimento como organizações que aprendem. Essa tem sido uma demanda

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para todas as organizações na sociedade atual, marcada pelo conhecimento e pela

tecnologia da informação.” (Luck, 2011)

Os avanços e retrocessos dessa educação são monitorados pelo líder através de

feedback. Entre erros e acertos, caminhamos para o objetivo-ensinar o aluno. A

última forma é a da liderança integradora ou holística. Como o nome sugere a liderança

holística vê o trabalho de escola como um todo onde os inventos estão conectados e o

gestor que age conforme essa liderança acredita no conjunto.

Como pode-se ver são diversas as formas de liderar um grupo. É claro que

dentro dos líderes elas se confundem. Muitos não têm noção da forma de suas

lideranças. Pode-se liderar pela força ou pela conquista, mas, hoje, acredita-se que

Liderar é convocar, influenciar e é uma relação de poder. Mas, não é um poder opressor

e sem uma força que mobiliza e motiva as pessoas e é orientada para o desenvolvimento

da escola e a aprendizagem de todos na escola. O líder assume o controle, a verificação

de medida, conduzindo a equipe para o autocontrole. Todos devem ser envolvidos na

avaliação para o planejamento coletivo.

“Em uma organização, a pessoa que desempenha suas funções com medo de ser punida, anseia

por se ver livre delas, de modo que não viva mais nas penosas condições do medo. Por outro lado, as

pessoas que desempenham suas funções para obter vantagens externas e não as inerentes às próprias

práticas pensarão em meios para obter essas vantagens sem o trabalho que as mesmas exigem, conforme

documentado por estudos de Katz e Kahn (1978). A essas condições são levadas as pessoas que trabalham

sob o controle restrito e externo, e sem liderança inspiradora e conscientizadora.” (Luck, 2011).

O controle é necessário, mas com a participação de todos, pois é necessário que se

vista a equipe “vista a camisa da escola”, trabalhando de forma responsável e autônoma.

Se sentir confiável e competente é muito importante para o desenvolvimento

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profissional de cada um. A escola que controla o professor o tempo todo , cria um

cumpridor de tarefas, que pode se tornar uma sombra organizacional, ou seja, uma

pessoa que vai liderar um boicote ao gestor autoritário em prol da liberdade de trabalho.

O líder deve fazer o seu papel de incentivador, inspirar seus professores e funcionários

através do compartilhamento do poder.

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3.2 teorias sobre liderança

Algumas teorias são usadas como condução à liderança em programas que formam

líderes.

“1- teoria dos traços de personalidade, que analisa a efetividade da liderança a partir de um

conjunto de características especiais do líder.2- a teoria de estilos de liderança, que se assenta sobre a

ênfase dada à distribuição do poder.3-a teoria situacional, que explica a liderança pelos processos e

fatores contingenciais e a dinâmica da cultura organizacional dos contextos onde a liderança se expressa”

( LUCK, 2011)

A primeira teoria coloca algumas características no líder como: perseverança,

motivação, habilidade de comunicação, determinação no cumprimento das metas,

autoconfiança e empreendedorismo social. A segunda, classifica a liderança de acordo

com o grau de distribuição de poder. A liderança, assim pode ser – autocrática,

democrática ou laissez-faire. Essas duas primeiras teorias são as mais divulgadas.

O estilo autocrático é realizado pelo gestor autoritário e é individual, baseada na

visão de mundo do líder, que coloca os envolvidos como tarefeiros somente de suas

ordens, pois ele planeja a escola. A escola não reage às medidas rápidas e não forma

uma equipe que luta pela escola; no estilo democrático a liderança e o poder de decisões

são compartilhados, pois esse líder está aberto a isso, em sua visão de mundo. A

liderança laissez-faire é desorganizada, sem controle e geralmente não tem eficácia e

corresponde a visão de mundo de seus líderes de deixar fluir naturalmente.

O quadro 1 no anexo mostra bem a diferença dos dois principais estilos. O estilo

centralizador é voltado para o gestor, como se a escola fosse só dele, assim como todos

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os resultados dela ;o estilo democrático é voltado para a equipe, isto é, os problemas da

escola são de todos , assim como as vitórias e avanços.

Finalmente, teoria mais recente é a teoria situacional que foca o estudo da

liderança em situações de desafios e tomada de decisões. Não se analisa o líder, mas a

liderança. É claro que os estilos se misturam muitas vezes, no líder, há predominância

de um ou de outro estilo. Porém, a visão de mundo do gestor determina a forma de

liderança na escola. É melhor avaliar a falha com a equipe que culpar o companheiro

por ela.

“Portanto, a equipe de gestão da escola constitui uma equipe de liderança, cuja

atuação nesse sentido necessita ser focada em processos específicos e resultados. Cabe,

portanto, a essa equipe atuar no sentido de:

a) Promover e manter um elevado espírito de equipe, a partir de uma visão clara

dos objetivos educacionais, missão, visão e valores da escola.

b) Alargar os horizontes das pessoas que atuam na escola, a respeito de seu papel

e das oportunidades de melhoria e desenvolvimento.

c) Estabelecer uma orientação empreendedora e proativa na ação conjunta para a

realização dos objetivos educacionais.

d) Criar e manter cultura escolar favorável e propícia ao trabalho educacional, à

formação dos alunos e sua aprendizagem.

e) Motivar e inspirar as pessoas no seu envolvimento em processos

socioeducacionais cada vez mais efetivos, no interior da escola e na sua relação com a

comunidade.

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f) Estabelecer e manter elevado nível de expectativas a respeito da educação e da

possibilidade de melhoria contínua de seu trabalho e dos bons resultados na promoção da

aprendizagem dos alunos e sua formação.

g) Dinamizar um processo de comunicação e relacionamento interpessoal aberto,

dialógico e reflexivo.

h) Orientar, acompanhar e dar feedback ao trabalho dos professoras na sala de

aula, tendo como foco a aprendizagem.”

(Luck, 2011)

A escola precisa de pessoas que dirijam ações para um objetivo determinado e

ela deve possuir e formar líderes. O líder precisa ser aceito pelo grupo e ter uma relação

de influência, conquista. Faz- se necessário formar o currículo oculto da escola que deve

ser relacionado com ela para atender suas próprias necessidades. O maior objetivo da

escola é a aprendizagem do aluno e para isso, deve se construir um clima de confiança e

receptividade. O líder deve ser responsável pela sua equipe. Primeiramente, ele deve se

comprometer com os objetivos e desenvolver competências. Ter sabedoria do saber-

fazer e buscar a ética e a sabedoria social, transferindo as aprendizagens para a realidade

da escola.

Em segundo lugar, o líder deve socializar os valores necessários para o bem da

instituição, relacionando os valores universais com os locais, administrando conflitos e

ensinando a boa convivência. O líder cultiva relacionamentos e deve mediar as relações

humanas da sua escola para a unidade da equipe. Realizar muitas reuniões e até mesmo

festas de confraternização, que são momentos de afeto importantes para nós, seres

humanos.

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Em terceiro lugar, o líder deve administrar o tempo, planejar com o grupo,

executar, controlar e avaliar os processos da escola. Em suma, capacitar pessoas, se

preocupar com o outro, influenciando a história de cada um, aceitando e encarando os

desafios como aprendizagem, lutando pela melhoria da escola. A formação continuada

do professor e dos funcionários são fundamentais para o desenvolvimento pessoal, e ,

consequentemente , o desenvolvimento da equipe.

Em suma, a equipe precisa de um líder democrático e empoderador. No próximo

capítulo, veremos o que é empoderar o outro, formar lideres autônomos e responsáveis e

não mero tarefeiros.

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Capítulo 4

A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO GEO

Esse capítulo abordará um movimento que deveria estar nas mentes dos gestores

que enxergam a liderança como um processo de melhoria pessoal e profissional. A

escola para dar certo precisa ser planejada e o movimento GEO gera uma mudança na

escola que alavanca para frente.

O movimento GEO é uma estratégia, uma bússola que orienta os gestores

interessados no sucesso escolar.

“Tratam-se de três grandes desafios:1-garantir a escola com visão Global;2- a

articulação das pessoas para o comprometimento e o envolvimento de todos com o

sucesso escolar; e 3- utilização correta de métodos e ferramentas de gestão para otimizar

o tempo das pessoas e os recursos da instituição.”(Gomes,2009) .

As forças que alavancam uma escola são- Globalização, Empoderamento e

Otimização ou orquestração. O primeiro desafio do gestor dentro desse movimento é o

de formar uma escola globalizada, mas com identidade própria, da sua comunidade. O

segundo desafio é criar um clima organizacional que capacite as pessoas da escola, as

empodere. “Este estilo de gerenciamento exige a cultura de trabalho com visão de

processos e liderança participativa. Assim o gestor desenvolverá seus talentos por meio

da gestão Participativa e de aprendizado coletivo.” ( gomes, 2009). O terceiro desafio é-

“utilizar coordenamente os recursos e tecnologia existentes- orquestração de métodos,

equipamentos e programas com a finalidade de acelerar mudanças e otimizar os processos

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educacionais. A Otimização de métodos, processos, produtos, tempo das pessoas, recursos

naturais e o meio ambiente através do aprendizado coletivo em ação. Eficiência e eficácia

fazendo uma escola com constância de propósito” ( Gomes, 2009).

A escola globalizada é uma escola conectada com o mundo.

“A escola precisa investigar as tendências e cenários futuro visando desenvolver uma

visão sistêmica de mundo, da vida e da educação...tendo gestores com capacidade de gerenciar

as transformações” ( Gomes, 2009)

A língua desse mundo globalizado é o Inglês, então, as escolas devem saber o que

os alunos precisam saber em nível mundial para estarem conectados com o planeta

também. Associar o conhecimento global com o local é um desafio para a escola, mas é

fundamental porque temos alunos globalizados com cultura local própria.

“O empowerment que ficou conhecido como o caminho para reformular a mentalidade

de um modelo de gestão tradicional, hierárquico e tecnicista. Traduzido aqui , como

empoderamento, o termo visa caracterizar a delegação desejável de poder. Uma forma de dar

autonomia, de oferecer capacitação para agir com respaldo do superior hierárquico” ( Gomes,

2009)

O empoderamento é, assim, uma nova forma de lidar com o poder, pois é o poder

pela influência, baseada no respeito, trabalho em equipe com a liderança dividida

objetivando a autonomia profissional, um trabalhador empoderado. O quadro 2 do

anexo mostra a diferença das relações do poder que o líder estabelece. O verdadeiro

líder está aberto à conversa, a sugestões e deseja ter funcionários capazes de

trabalharem sem seu comando e ordem o tempo todo. Quando o diretor se ausenta

de uma escola , esta deve funcionar normalmente, pois todos devem ser autônomos.

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Todos na escola estão sujeitos ao empoderamento. Os pais que trabalham na

escola devem ser empoderados e capacitados para as funções, pois o processo de

construção da escola é coletivo e o poder e a hierarquia existem para delegar funções

e dividi-las e não para classificar e rotular as pessoas. A escola tem direito a essa

representatividade e todos devem participar na elaboração do projeto da escola. A

construção do planejamento coletivo requer decisões proativas, aquelas tomadas

antes do problema acontecer. Os problemas da escola são vistos por todos, pais,

alunos, comunidade, professores. O gestor não consegue ver tudo sozinho.

O plano de ação do gestor se dá da seguinte forma- Primeiro, as pessoas são

mobilizadas e a equipe definida. Depois é feito o planejamento e o diagnóstico da

escola deve ser considerado. O projeto, então, é sistematizado e o plano de ação do

gestor com prazos e responsabilidades definidos. Finalmente, as informações são

difundidas em nível interno e externo e o acompanhamento acionado através de

avaliações do trabalho.

A otimização dos recursos da escola, implica utilizar os meios da escola, as

máquinas, as ferramentas eletrônicas para facilitar a aprendizagem e economizar

tempo, inclusive do gestor. A otimização é uma estratégia importante para

alavancagem. O estudante tem intimidade com a tecnologia, gosta de usá-la. Os

professores precisam se modernizar, serem capacitados para essa tecnologia, pois ela

beneficia a escola. A tecnologia quando bem usada ajuda a formação do estudante e

facilita o acesso a informações, mas não substitui o facilitador , que é o professor e

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não instrui propriamente, não educa . É mais uma ferramenta importante para

usarmos a favor da aprendizagem.

A visão do gestor definirá o uso dessas estratégias. Somente o gestor

participativo é capaz de ver a importância do movimento GEO a favor da escola, que

deve ser um micro espaço democrático que reflete o macro, a sociedade que

queremos.

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Conclusão

A conclusão desse trabalho nos remete à reflexão da pergunta feita na

introdução sobre que tipo de escola queremos. O gestor democrático vai criar uma

equipe de fato se o for de fato e acreditar em sua gestão; a gestão autoritária tão

presente em nossas escolas ainda não atende mais ao modelo de sociedade que

estamos construindo . Está na hora dos gestores reverem e avaliarem suas práticas. A

avaliação da prática pedagógica não é só importante para o professor, mas para o

gestor também porque só através da autoanálise, há um crescimento, um avanço

pessoal, aprendemos com nossos erros e nos motivamos com os acertos e nesse

ensaio vamos nos preparando para o dia do espetáculo. A busca é mais significativa

que o encontro, pois ela nos enche de questionamentos e nos faz avançar, crescer.

O gestor precisa humanizar-se, capacitar-se, estar estudando e pesquisando

para se modernizar no sentido bom da palavra. Não suportamos mais a opressão e as

vontades individuais de quem quer o poder pelo poder, queremos que as relações na

escola sejam humanas, respeitosas, inclusivas, com um clima organizacional de afeto,

porque passa-se muito tempo no lugar de trabalho e ele deve ser prazeroso. A escola

deve ser um lugar onde todos aprendem e trabalham para ela.

O papel do líder é garantir o caminho da democracia, reconhecer o trabalho da

equipe, formar e ser parte dessa equipe, que não surge com autoritarismo e maus

tratos. Não beijamos mais a mão do rei, mas abraçamos nossos companheiros na

construção de um objetivo em comum, que é construir um lugar de aprendizagem, no

livre exercício da cidadania e na liberdade de expressão de opiniões, com a luta por

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valores que beneficiem a boa convivência de todos dentro e fora da escola. A escola

precisa acelerar seus passos, pois a sociedade mudou e ela tem que mudar para

acompanha-la e satisfazê-la, modificá-la, se necessário, pois nesse mundo capitalista e

globalizado, são muitas as lutas que teremos que travar contra as injustiças e a

ganância humana. A escola precisa assumir seu papel de formadora de líderes, que

buscam uma sociedade mais justa e humana. Somos todo s um, parte de um todo. O

gestor deve ter essa visão holística de mundo e de educação.

A escola brasileira tem avançado na direção da democratização. Por exemplo ,

muitas escolas públicas já tem eleições para a equipe de direção; existe

representatividade como o conselho escola comunidade para atuar inclusive dentro

do financeiro da escola, a escola vem sendo otimizada em seus recursos, a inclusão

social já está em pauta de discussões entre erros e acertos, os professores estão

melhorando suas formações, buscando capacitação profissional, mas a luta ainda é

grande e contínua. A LDB de 1996 é recente mediante anos de coronelismo e

escravidão que o nosso país viveu.

A democratização da escola é uma forma de monitorar as verbas públicas

minimizando a corrupção. Pois os conselhos devem estar atentos a essa verba que

chega de forma descentralizada, porém ainda muito autoritária. Por exemplo, chega-

se a uma escola uma verba destinada a compra de ventiladores para uma escola que

já tem ar condicionado. Fica , assim , a pergunta- será que o gestor é responsável

realmente pelo controle dos aspectos financeiros e materiais da escola? Será que

todas as escolas brasileiras devem se tratadas da mesma forma , tendo realidades tão

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diferentes? Essas perguntas nos levam a seguinte resposta- o autoritarismo ainda é

muito presente na escola e o processo de democratização dessas escolas é lento, com

avanços e retrocessos. Encontramos gestores que se dizem democráticos, mas não o

são pela própria estrutura vertical do governo. O importante é caminharmos na

direção certa ,tropeçando , caindo, mas olhando para frente sempre de forma otimista

e com vontade de aprender e ensinar por toda a vida.

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ANEXO 1

Quadro 1

Liderança centralizada Liderança compartilhada

Iniciativa Centrada no dirigente. Pessoas

esperam permissão para tomar

iniciativa.

Compartilhada entre os

membros da organização e

determinada coletivamente.

Cultura organizacional Considerada como secundária.

Mais forte é o culto ao dirigente e

suas decisões.

Fortalecida mediante o

desenvolvimento de competências

pelo compartilhamento de

decisões e ações que transformam

positivamente o modo de ser e

fazer na escola.

Tomada de decisão Centralizada e baseada em

processos formais.

Distribuída, mediante processos

de reflexão e de disseminação de

informações.

Sentido de missão e visão Definido e assumido pelo

dirigente, que se torna seu arauto.

Definido e assumido pelos

membros da escola e incorporado

no ideário de suas ações,

mediante sua iniciativa para

implementá-lo. Continuamente

revistos à luz das ações e

reflexões

Crédito do sucesso Atribuído ao dirigente Atribuído ao trabalho de

conjunto.

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Papéis e funções Assumidos de acordo com cargos

e respectiva definição.

Assumidos de forma

compartilhada, segundo o sentido

de responsabilidade comum.

Desenvolvem-se em associação

com o desenvolvimento das

competências das pessoas.

(Luck, 2011)

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ANEXO 2

Quadro 2

Um líder autoritário dentro e fora de sala

de aula

Um líder empoderado. Autoridade dentro e

fora da sala de aula

...exige silêncio silêncio para ser ouvido; ... conquista a participação com atividades

pertinentes;

...pede tarefas descontextualizadas; ... mostra objetivos das estratégias, metas e

atividades sugeridas;

... ameaça e pune- poder pelo medo; ...escuta e dialoga poder pela influência e

exemplo;

... exige que as pessoas aprendam do seu

jeito;

... procura adequar os métodos de trabalho às

necessidades dos colaboradores;

... utiliza a liderança de acordo com a cultura

do medo;

...utiliza a liderança de acordo com a

necessidade de aprender em cada situação-

liderança situacional;

...imposição. “ manda quem tem pode e

obedece quem tem juízo”

... utiliza o poder pela legitimação,

competência, boa comunicação;

... quer apenas passar informações e

pressionar as pessoas; obediência e medo

como ferramentas;

...preocupa-se em explicar os porquês, os

com os os prazos e o que terão de benefício

na realização proposta.

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... vê as pessoas dentro e fora das salas de

aula como complicadas, ou “um a mais” -

não acredita nelas;

...tem consciência de que as pessoas são

Seres Humanos com necessidades,

expectativas e desejos, merecedoras de

confiança e investimento em aprendizagem.;

...Faz gestão solitária...e autoritária... ...Realiza a gestão participativa como um

exercício democrático e solitário.

(Gomes, 2009)

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LUCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2011.

GOMES, Débora. A gestão estratégica na escola que aprende. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 2009.

PARO Vitor. Gestão democrática da escola pública. São Paulo:Ática,1998.

LIBÂNEO, J. Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo:

Cortez, 3. Ed., 2006.

PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar; historias de submissão e

rebeldia, 1987.

PATTO, Maria Helena Souza. Introdução a psicologia escolar, 3ª ed. São Paulo: Casa

do psicólogo,1997.

HORA, Denair Leal da. A gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação

coletiva. Campinas. SP: Papiros, 1994.

GARDEN, Danilo. A prática do planejamento participativo na escola. SP: lLoyola,1988.

VASCONCELOS, Celso do S. O planejamento participativo como instrumento de transformação. S/d. LIMA, M. R. C. de. Paulo Freire e a administração escolar. A busca de um sentido. SP: Líber editora, 2007. PARO, Vítor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. 15ª ed. SP: Cortez, 2008. LUCK, Heloisa. Ação integrada- gestão, supervisão, orientação. RJ, Vozes, 1981.