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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA DOR NEONATAL: PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO GRADUADO EM ENFERMAGEM Por: Anna Elizabeth Frigeri Garcia Orientador Profª. Mônica Mello Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DOR NEONATAL: PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO GRADUADO

EM ENFERMAGEM

Por: Anna Elizabeth Frigeri Garcia

Orientador

Profª. Mônica Mello

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DOR NEONATAL: PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO GRADUADO

EM ENFERMAGEM

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior.

Por: Anna Elizabeth Frigeri Garcia

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AGRADECIMENTOS

"A vocês, que abriram mão de

momentos de convívio, que sofreram a

minha ausência, quando o dever e os

estudos me chamaram. A vocês que

agora vêem com alívio este fim de

etapa e, que por mais que não queiram

demonstrar, estão mais felizes que eu.

Meu abraço de carinho,

reconhecimento e gratidão pelo

sacrifício. "

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus familiares, amigos e

queridos alunos que, com muita

paciência souberam relevar meus

momentos de irritabilidade, falta de

tempo, ausência em eventos

importantes.

"Quando sonhamos sozinhos, tudo não

passa de um sonho. Mas quando

sonhamos junto com alguém, é a

realidade que começa a se

concretizar."

D. Helder Câmara

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EPÍGRAFE

"Educar e educar-se, na prática da

liberdade, é tarefa daqueles que pouco

sabem - por isto sabem que sabem

algo e podem assim chegar a saber

mais - em diálogo com aqueles que,

quase sempre, pensam que nada

sabem, para que estes, transformando

seu pensar que nada sabem em saber

que pouco sabem, possam igualmente

saber mais."

Paulo Freire

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar através de uma literatura

específica sobre o tema, como é realizada a aplicação das escalas de dor, sua

avaliação e interpretação e, quais tratamentos disponíveis para o público

abordado, no caso os neonatos. O interesse pela temática ocorreu pelo

questionamento de como saber se realmente é dor o que o neonato está

sentindo, uma vez que só há comunicação não-verbal. Trata-se de uma revisão

de literatura, que se propõe a fazer uma análise das bibliografias já publicadas

sobre o tema, promovendo desta forma uma atualização de conhecimentos.

Para isso, foram utilizadas bibliografias específicas da temática dor, específicas

de neonatologia, de enfermagem de um modo geral e de pedagogia e didática

de ensino. Dessa forma, este estudo pretende contribuir com a equipe de

enfermagem, para uma atuação mais precisa na assistência prestada ao

neonato com manifestações álgicas, uma vez que a dor é um sinal subjetivo

acrescido da impossibilidade de verbalizar do neonato.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura, que se propõe a fazer uma análise

das bibliografias já publicadas sobre o tema, promovendo desta forma uma

atualização de conhecimentos. Para isso, foram utilizadas bibliografias

específicas da temática dor, específicas de neonatologia, enfermagem de um

modo geral, de pedagogia e didática de ensino.

Em um primeiro momento, ocorreu a seleção bibliográfica dos setores

supracitados. Em seguida a abordagem, a leitura e o garimpo das principais

nuances que embasam este trabalho.

Para que tal estudo pudesse ser contemplado com saberes

aprofundados em cada setor, leva-se em consideração a contribuição de

autores renomados nas diversas áreas do conhecimento entre eles: Cambier,

Guyton, Sofaer, Gaíva, Freire entre outros de suma importância para o

desenvolvimento deste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - PERCEPÇÃO DA DOR NEONATAL 13

CAPÍTULO II - DA ACALIAÇÃO E SEUS INDICADORES 19

CAPÍTULO III – PAPEL DO GRADUADO EM ENFERMAGEM E SUA

CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR 44

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50

BIBLIOGRAFIA CITADA 53 ANEXOS 55

ÍNDICE 61

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INTRODUÇÃO

A dor e o medo são provavelmente os mais primitivos sofrimentos do

homem, diante dos quais, ao contrário do que ocorria com o frio e a fome, onde

ele ficava totalmente impotente.

Ao considerarmos que ao contrário da visão, por exemplo, a dor não

possui um órgão individualizado de percepção, nem é restrito a uma parte

específica do corpo, mas abrange-o na sua totalidade.

A partir da metade do século XIX, a dor começou a ser investigada por

fisiologistas e discutida em laboratórios e, os resultados obtidos nesse campo

levantaram uma celeuma (discussão) entre filósofos e psicólogos de um lado e

fisiólogos de outro lado, onde cada grupo queria ter a razão de pensar que

poderia dar uma explicação completa e definitiva sobre o fenômeno. Com a

investigação da dor, investiga-se também as técnicas e drogas que podem ser

utilizadas na tentativa de eliminá-la ou apenas aliviá-la.

Muitos dos acometimentos do corpo, senão a maioria, causam dor. A

capacidade de diagnosticar doenças diferentes, depende em grande parte, do

conhecimento sobre as diferentes qualidades e tipos da dor apresentada.

Considerando a dor, principalmente como um mecanismo de proteção

do corpo que exerce uma desagradável experiência sensório-emocional

resultante de um dano real ou potencial a qualquer tecido, o indivíduo

acometido por ela (dor), tenta removê-la seja de forma farmacológica ou não

farmacológica de acordo com sua intensidade e localização.

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Com a atuação multiprofissional, onde a contribuição de

neurofisiologistas (estudando o sistema nervoso), de farmacologistas (

desenvolvendo drogas mais eficazes), de psicólogos (esclarecendo o

comportamento humano perante a dor) e, os enfermeiros ( no auxílio junto ao

médico e ao psicólogo na decisão da melhor terapia ocupacional e melhor

terapêutica para promover o alívio e o controle da dor, empregando o

tratamento, a assistência de enfermagem e avaliando os resultados obtidos

junto ao cliente), obtendo-se com esta união um grande avanço no assistir o

cliente com queixas álgicas uma vez que o indivíduo deve ser avaliado de

forma holística.

A percepção da dor é uma qualidade inerente à vida, no entanto, a

capacidade para a percepção de uma condição dolorosa não depende de uma

experiência anterior, pois a dor é uma sensação primária própria, assim como o

tato, o olfato, a visão e a audição, essenciais para o crescimento e o

desenvolvimento do indivíduo. No que diz respeito ao recém-nascido (RN), a

dor não foi motivo de preocupação de clínicos e investigadores durante muito

tempo, pois existia a crença de que o neonato era incapaz de sentir dor.

Atualmente, no entanto, pesquisas têm documentado que o neonato possui

todos os componentes funcionais e neuroquímicos necessários para a

recepção e transmissão do estímulo doloroso.

Até a década dos anos 80, acreditava-se que os recém-nascidos (Rns)

não sentiam dor, devido a imaturidade de seu sistema nervoso. Porém, embora

relativamente imaturo a atividade cortical demonstra influência do

comportamento dos mesmos, através de ações como: acompanhamento de

objetos com os olhos, choro quando sente dor, volta-se na direção de sons,

demonstra vivacidade e atividade e fica calmo quando confortável.

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O sentido tátil dos Rns é muito bem desenvolvido ao nascimento,

proporcionando respostas a estímulos de contato em especial o choro quando

submetido à dor, pressão, frio, calor, entre outros relacionados ao desconforto.

Esse conceito de dor, desconsidera a dor e o desconforto de pacientes

que ainda não possuem condições verbais de expor o que sentem, como por

exemplo, os recém-nascidos (RNs). Porém, já se tem conhecimento que, além

de serem sensíveis a dor, os RNs podem sofrer conseqüências orgânicas e

emocionais e comprometer o seu crescimento e o seu desenvolvimento. Nas

últimas décadas, houve muitos avanços no cuidado ao RN, porém a avaliação

e o manejo da dor ainda não têm merecido a devida atenção nas Unidades de

Terapia Intensiva Neonatal (UTINs).

A avaliação da dor é uma das muitas responsabilidades do enfermeiro,

exigindo dele um efetivo raciocínio crítico, pois como a dor é subjetiva e

individual, é um evento de difícil avaliação e quantificação, mesmo quando

expressada verbalmente. Essa subjetividade da experiência dolorosa não deve

predominar quando se trata de avaliar a dor. Para que o enfermeiro possa

atuar de forma mais precisa na assistência de enfermagem ao cliente com dor,

ele deve possuir conhecimentos de fisiologia, anatomia, bioquímica e

farmacologia direcionados à dor, onde por meio destes conhecimentos básicos,

o enfermeiro poderá avaliar o quadro álgico e escolher com os outros membros

da equipe multiprofissional o melhor emprego e assistência que será prestada

pela equipe de enfermagem, onde a mesma poderá futuramente avaliar os

resultados obtidos.

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A maior dificuldade na avaliação da dor no recém-nascido é a ausência

de comunicação verbal, tornando subjetiva a mensuração da dor nesses

pacientes. As alterações de parâmetros fisiológicos como freqüência cardíaca

(FC), freqüência respiratória (FR), saturação de oxigênio da hemoglobina (Sat

Hb), pressão transcutânea de oxigênio e de dióxido de carbono, pressão

arterial e intracraniana e hormônios de estresse não são específicas para a dor,

podendo ocorrer em resposta a estímulos nociceptivos ou desagradáveis, mas

não dolorosos.

Tem como objetivo identificar através de uma literatura específica sobre

o tema, como é realizada a aplicação das escalas comportamentais, sua

avaliação e interpretação e, quais tratamentos disponíveis para o público

abordado, no caso os neonatos. O interesse pela temática ocorreu pelo

questionamento de como saber se realmente é dor o que o neonato está

sentindo, uma vez que só há comunicação não-verbal. Trata-se de uma revisão

de literatura, que se propõe a fazer uma análise das bibliografias já publicadas

sobre o tema, promovendo desta forma uma atualização do conhecimento.

Para isso, foram utilizadas bibliografias específicas da temática dor, específicas

de neonatologia e de enfermagem de um modo geral. Dessa forma, este

estudo pretende contribuir com a equipe de enfermagem, para uma atuação

mais precisa na assistência ao neonato com manifestações álgicas.

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CAPÍTULO I

PERCEPÇÃO DA DOR NEONATAL

Todo ser humano, alguma vez na vida deverá passar pela experiência

de sentir dor. Ela apresenta inúmeras suposições: existe a pessoa que a

considera como sendo uma dádiva de Deus que é outorgada ao ser humano,

que, quando experimenta, sente-se feliz: existe outra classe de pessoas que

quando sente uma dor forte pensa – “Porque tenho que sofrer!?”. Tal pessoa

sente uma angústia, um ressentimento intenso contra todos aqueles que têm

algum tipo de relacionamento com ele e, existem ainda aquelas que, quando

têm uma doença crônica, fazem um reajuste de suas vidas e aceitam

impassíveis a situação.

A dor, embora seja um elemento de destruição espiritual e de

degradação física, é útil porque serve de alarme quantitativo para avisar que

estão acontecendo determinadas alterações no organismo do paciente.

Existem pessoas que, por determinada condição ou por lesões dos centros

nervosos, não possuem estímulos nervosos; mas mesmo assim, o organismo

cria um sistema de alarme próprio para avisar o paciente de que está

ocorrendo um iminente dano tissular. Como sabemos, a dor é sem dúvida, o

mais comum sintoma que aparece na nossa prática hospitalar. Mediante esta

constatação, abordaremos alguns dos aspectos que mais podem vir a

interessar na interpretação clínica da dor, enquanto sintoma patológico

importante, que são:

1.1 - Definição e conceituação de dor

1.2 - Classificação das dores

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1.1 - DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO DE DOR

“A dor é, principalmente, um mecanismo de proteção do corpo; ocorre

sempre que qualquer tecido esteja sendo lesado, e faz com que o indivíduo

reaja, para remover o estímulo doloroso.”( GUYTON, 2002, p.516)

Sobre a definição de dor, CAMBIER (1999) afirma que:

“A dor é definida como uma “sensação

desagradável e uma experiência emocional

relacionada a um dano tecidual presente ou

potencial ou descrito em semelhantes termos”. A

dor, experiência subjetiva, é antes demais nada

um evento neuropsicológico multidimensional.”

(p.17)

“Experiência subjetiva, aversiva, a um estímulo nocivo, externo ou

interno, relacionada a uma lesão tecidual real ou potencial, e caracterizada por

respostas voluntárias, reflexas e psicológicas”.(MENEZES, 1999, p .02.).

Para SOFAER(1994, p.20), “dor é um fenômeno complexo, um sinal de

ameaça de lesão tecidual, uma reação integrada de defesa e uma experiência

particular de lesão.”

Como a dor é um sintoma de “alarme” que ocorre com o organismo, que

desta forma tenta avisar que o seu funcionamento está comprometido, para

que o organismo tenha este aviso, ele necessita de um sistema sensorial, que

fará com que ocorra uma sensação desagradável no local em que esteja

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ocorrendo uma possível lesão. Desta forma a dor mostra-se como um

verdadeiro alarme que o organismo produz, demonstrando que devemos parar

e reagir de forma a atenuar ou até mesmo cessar a sua fonte, tratando a sua

origem de forma mais eficaz.

Com a subjetividade que é dada pelo aspecto emocional, desvincula-se

a dor de uma lesão obrigatória de tecidos do organismo, ou seja, sempre

existirá dor quando houver a queixa da mesma, havendo ou não um estímulo

nociceptivo reconhecido.

Esse conceito desconsidera a dor e o desconforto de pacientes que

ainda não possuem condições verbais de expor o que sentem, como por

exemplo, os recém-nascidos (RNs). Porém, já se tem conhecimento que, além

de serem sensíveis a dor, os RNs podem sofrer conseqüências orgânicas e

emocionais e comprometer o seu crescimento e o seu desenvolvimento. Nas

últimas décadas, houve muitos avanços no cuidado ao RN, porém a avaliação

e o manejo da dor ainda não têm merecido a devida atenção nas Unidades de

Terapia Intensiva Neonatal (UTINs).

1.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS DORES

A dor é um fenômeno altamente mutável, que pode se apresentar em

várias formas e características, como exemplo disso temos a dor constrictiva

que caracteriza o infarto agudo do miocárdio, que é descrita também de

forma irradiativa seguindo para o braço esquerdo e pescoço. As dores

dependendo da patologia podem se apresentar de forma contínua,

intermitente, superficial, profunda, pulsátil, penetrante, ardente, constrictivo

ou irradiado.

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O paciente, em sua experiência com a dor, passa por três períodos: a

antecipação, a sensação e as conseqüências da dor, sendo que qualquer uma

dessas fases, o paciente apresenta um comportamento diferente, desde

simples até complexo. Existem reações fisiológicas, expressões vocais e

alterações da face, sendo que esses comportamentos modificam-se de pessoa

para pessoa, podendo inclusive variar num mesmo indivíduo, de um momento

para o outro. (GUELER,1991)

A dor é classificada com base na origem e na sua causa, além disto,

também pode ser classificada em termos de qualidade, gravidade, duração e

etiologia, onde GUYTON (2002) refere que:

“A dor é classificada em dois tipos principais:

a dor rápida e a dor lenta. A dor rápida é

sentida dentro de cerca de 0,1 segundo

depois do estímulo doloroso ser aplicado,

enquanto a dor lenta começa apenas após 1

segundo ou mais, e, então, aumenta

lentamente, durante muitos segundos e, às

vezes, minutos. A dor rápida também é

descrita por muitos nomes alternativos,

como dor súbita, dor em picada, dor aguda e

dor elétrica. A dor lenta também é chamada

por múltiplos nomes adicionais, como dor

lenta em queimação, dor surda, dor

pulsante, dor nauseante e dor crônica.”

(p.516)

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1.2.1 - DOR AGUDA

Usualmente de início súbito e quase sempre associada a uma lesão

específica, a dor aguda indica que ocorreu um comprometimento ou lesão

específica, a dor aguda indica que ocorreu comprometimento ou lesão. A dor é

significante, pelo fato de que ela chama atenção para a sua existência e ensina

a pessoa a evitar situações dolorosas potencialmente similares. Quando não

existe mais lesão e não há doença sistêmica, a dor aguda usualmente diminui

em conjunto com a cura, geralmente em menos de seis meses e usualmente

em menos de um mês. Para fins de definição, a dor aguda pode ser descrita

como aquela que dura de segundos a seis meses.

As lesões ou doenças que provocam dor aguda podem curar de forma

espontânea ou exigir tratamento. Por exemplo, um ferimento puntiforme no

dedo cura em pouco tempo, com a dor diminuindo rapidamente. Em uma

condição mais grave, como uma fratura, o tratamento é necessário e a dor

diminui com o tempo, à medida que a fratura é consolidada. (BRUNNER, 2002)

1.2.2 - DOR CRÔNICA

A dor crônica é a dor constante ou intermitente que persiste certo

período de tempo. Ela dura além do tempo de cura previsto e, com freqüência,

não pode ser atribuída a uma lesão ou causa específica. Ela pode não

apresentar um início bem definido, sendo, em geral, difícil de tratar porque sua

origem ou causa pode ser desconhecida. Embora a dor aguda possa constituir

um sinal útil de que algo está errado, a dor crônica usualmente se torna um

problema por si própria.

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A dor crônica pode ser definida como a dor que dura por seis meses ou

mais, embora seis meses consista em um período arbitrário para diferenciar

entre a dor aguda e a dor crônica. Um episódio de dor pode assumir as

características de dor crônica antes de que tenham transcorrido seis meses, ou

alguns tipos de dor permanecem como de natureza principalmente aguda por

mais de seis meses. Contudo, depois de seis meses, a maioria das

experiências dolorosas é acompanhada por problemas relacionados à própria

dor. A dor crônica não possui finalidade útil. Quando persiste, pode

transformar-se em um distúrbio importante.

Embora não se saiba o motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem

dor crônica após uma lesão, alguns especialistas suspeitam que as

terminações nervosas que normalmente não transmitem a dor desenvolvem a

capacidade de evocar sensações dolorosas, ou as terminações nervosas que

normalmente transmitem apenas estímulos nocivos (dolorosos) passam a

transmitir estímulos previamente não-nocivos (não-dolorosos) como estímulos

dolorosos. (BRUNNER, 2002)

Os métodos mais utilizados para medir a percepção dolorosa são os de

estimulação da pele com uma agulha aplicando pressões medidas, pressionar

um objeto sólido de encontro a um osso profuso com força medida, ou aquecer

a pele com quantidades de medidas-calor.

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CAPÍTULO II

DA AVALIAÇÃO E SEUS INDICADORES

Ao avaliar um paciente com dor, a enfermeira revê a descrição da dor

pelo paciente e os outros fatores que podem influenciar a dor (experiência

prévia, ansiedade, idade, etc.), bem como a resposta da pessoa às estratégias

de alívio da dor. A documentação do nível de dor, conforme quantificado em

uma escala de dor, faz parte do registro médico do paciente, assim como um

registro de alívio da dor obtido a partir das intervenções. (BRUNNER, 2002)

2.1 - AVALIAÇÃO DA DOR

O processo de avaliação da dor requer esforço ativo por parte da

enfermeira, devendo começar com o reconhecimento de que a dor é uma

experiência subjetiva. A fim de fornecer o alívio para um paciente, a enfermeira

deve ser capaz de identificar “indícios de dor” e avaliar a extensão do

sofrimento. A tarefa não é fácil e mesmo enfermeiras bastante experientes

podem subestimar a gravidade da dor de um paciente (SOFAER, 1994). Sendo

a forma mais simples de avaliação da dor, por meio qualitativo, perguntando ao

paciente se a dor está ausente ou presente, ou por meio da quantificação da

dor que é mais difícil. (MENEZES, 1999)

Uma razão para a dificuldade é que pacientes e enfermeiras possuem

valores e convicções distintos sobre como se pode esperar a reação de alguém

e relatar a dor. Por exemplo, uma enfermeira pode esperar que um paciente

demonstre sinais objetivos de dor. Estes podem incluir pressão arterial,

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freqüências cardíacas e respiratória aumentadas e transpiração. Ela pode

esperar que um paciente comunique verbalmente a sua dor, ou que um

paciente evidencie sinais de dor através de comportamento não-verbal, como

agitação ou tremor. (SOFAER, 1994)

Podemos indagar ao paciente a qualidade da sua dor ( exemplo, em

agulhadas ou em queimação) ou quanto à sua intensidade (leve, moderada ou

intensa). No entanto não é fácil quantificar a intensidade da dor. Usamos para

isso escalas, conseguindo desta forma uma quantificação mais objetiva.

(MENEZES, 1999) "Para que um instrumento de avaliação da dor seja útil, ele

deve ser de fácil compreensão e uso, exigir pouco esforço por parte do

paciente, ser facilmente escalonado e sensível a pequenas alterações na

intensidade da dor". (BRUNNER, 2002, p.173)

Um argumento que foi oferecido pelas enfermeiras contra a avaliação

individualizada da dor é que a equipe médica freqüentemente prescreve

analgesia a cada quatro horas ( o que pode ser verdadeiro, mesmo quando a

duração da ação de um analgésico seja inferior a quatro horas). Isto não

significa que a enfermeira deva interpretar que o tempo de administração

coincida, necessariamente, com os horários rotineiros de medicação. O ponto

principal da avaliação da dor é que ela revelará se a estrutura de prescrição,

dentro da qual uma droga é administrada, é apropriada ou não para um

determinado paciente. Quando negativo, a equipe médica pode ser solicitada e

questionada sobre o desejo de alterar a prescrição, quer para aumentar ou

diminuir a dose, para aumentar ou reduzir a freqüência de administração, ou

para prescrever um analgésico alternativo com intensidade e duração de ação

diferentes.

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Devido à natureza individual da dor e à variação em sua expressão, as

enfermeiras devem estar preparadas para aceitar uma parte da

responsabilidade de identificar quando um paciente está com dor. De modo a

ser eficaz em sua intervenção, a enfermeira deve não apenas ser observadora,

mas ser capaz de examinar os fatores que influenciam a resposta do paciente

à dor e minimizar seus próprios preconceitos quanto à intensidade da dor a ser

tolerada. Também existe a necessidade de descobrir como o paciente

geralmente lida com a dor, além de relacionar sua assistência na avaliação da

dor e na descoberta dos meios para aliviá-la. Acima de tudo, uma enfermeira

sempre deve estar disposta a escutar com empatia um paciente, aceitando que

somente o paciente pode realmente saber o que o incomoda, quando e quanto

incomoda.

A dor é avaliada com o paciente e não no paciente. Este é um ponto

muito importante porque a própria estimativa do paciente sobre a dor deve ser

utilizada como base para o tratamento. A enfermeira não deverá permitir que

suas próprias experiências dolorosas ou suas observações em outras

situações influenciem a avaliação. (SOFAER, 1994)

Os neonatos estão na fase pré-verbal e que não podem descrever a dor

em palavras. A avaliação da dor é necessariamente indireta. Sendo assim, a

dor nesses pacientes deve ser inferida a partir das alterações de parâmetros

comportamentais e fisiológicos. Indicadores comportamentais de dor incluem:

choro, mímica facial e atividade motora. O choro é considerado uma forma

primária de comunicação dos neonatos, porém, ele é pouco específico. O

choro pode ser desencadeado por outros estímulos não-dolorosos, tais como

fome ou desconforto. De maneira geral, o choro do neonato apresenta uma

fase expiratória definida, em seguida uma breve inspiração, um período de

descanso e, novamente, uma fase expiratória. Quando ocorre um estímulo

álgico, esse padrão é alterado sutilmente, ou seja, a fase expiratória fica um

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pouco mais prolongada, a tonalidade mais aguda, há perda do padrão

melódico, e a duração do choro aumenta. (SILVA, 2006).

A mímica facial é um sinal sensível, específico e útil para recém-nascido

a termo e pré-termo, podendo ser considerada o padrão-ouro das alterações

comportamentais nos neonatos. Ocorrem movimentos faciais significativamente

maiores quando os lactentes têm o calcanhar submetido a uma espetada do

que quando é submetido à uma fricção.

Devido à impossibilidade de qualquer tipo de verbalização, a principal

forma de expressar a dor em RN passa a ser por atitudes

comportamentais.(GUINSBURG,1999) Dessa forma, fica subentendido que a

avaliação da dor em Recém-Nascido Pré-Termo (RNPT) fundamenta-se na

avaliação das respostas destes à dor. Essas respostas podem ser analisadas a

partir de alterações das medidas fisiológicas e comportamentais observadas

antes, durante e depois de um estímulo potencialmente doloroso.(KOPELMAN,

2004) Entretanto, avaliar tais alterações é, por vezes, difícil, pois os indicadores

observáveis da dor podem ser mínimos ou ausentes, o que exige dos

profissionais adequar a forma, a linguagem e o conteúdo da prática de

avaliação da dor no sentido de atender a realidade dos usuários e

principalmente dos grupos especiais.

Assim, foram desenvolvidas escalas multidimensionais, que tentam

analisar respostas comportamentais associadas a algumas respostas

fisiológicas à dor. Dentre as várias escalas de dor descritas, as mais estudadas

são o Sistema de Codificação da Atividade Facial (SCAFN), a Escala de

Avaliação de Dor (NIPS) e o Perfil de Dor do Prematuro (PIPP). A avaliação

comportamental da dor baseia-se na alteração de determinadas expressões

comportamentais após um estímulo doloroso, parecendo ser mais sensível e

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específico na detecção da dor quando comparada às medidas fisiológicas.

Dentre os comportamentos que podem indicar dor no RN estão o choro, a

expressão facial e a agitação. Entre as reações fisiológicas, destacam-se o

aumento da freqüência cardíaca, respiratória e da pressão arterial, a

diminuição da saturação de oxigênio, a apnéia, a cianose, os tremores e a

sudorese. (GUINSBURG,1999)

Entre as respostas comportamentais à dor as mais estudadas são a

resposta motora, a mímica facial, o choro e o padrão de sono e vigília.

(REICHERT, 2000)

Vários indicadores podem ser usados na avaliação, quantificação e

qualificação do estímulo doloroso e, quando analisados em conjunto, permitem

a discriminação entre a dor e estímulos não-dolorosos. Ainda que seja

desejável uma padronização objetiva para a medição da intensidade da dor, tal

medida não existe.

2.1.1 - INDICADORES FISIOLÓGICOS

A dor ativa mecanismos compensatórios do sistema nervoso autônomo

produzindo respostas que incluem alterações das freqüências cardíaca e

respiratória, pressão arterial, saturação de oxigênio, vasoconstricção periférica,

sudorese, dilatação de pupilas e aumento da liberação de catecolaminas e

hormônios adrenocorticosteróides. Porém, a variação desses parâmetros pode

não estar relacionada especificamente com um estímulo doloroso, mas com

eventos diversos, como fome, choro, algum tipo de desconforto, ansiedade ou

alterações causadas pela própria doença de base (choque, doenças

pulmonares, etc.). Devido aos mecanismos de acomodação e adaptação que

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ocorrem com as respostas fisiológicas, essas variações têm sido mais úteis no

exame de experiências dolorosas associadas apenas a procedimentos de curta

duração.

2.1.2 – INDICADORES COMPORTAMENTAIS

Outro método para avaliar e medir a dor em crianças baseia-se na

observação de seus comportamentos (expressão facial, postura, vocalização

ou verbalização). Várias escalas foram desenvolvidas para medir os

comportamentos na dor ou no desconforto em crianças. O desconforto refere-

se às respostas emocionais negativas desencadeadas pelas experiências

sensoriais da dor. Assim, um desafio para o uso dos métodos comportamentais

é diferenciar o desconforto e a agitação de outras causas que não sejam dor.

A confiabilidade do avaliador também é importante nas escalas de

observação, já que dois observadores podem “ver” e interpretar de maneira

diferente o comportamento. A confiabilidade entre os avaliadores aumenta

quando os comportamentos são contados em um tipo de lista de verificação

(presentes ou ausentes) e quando se usa reduzido número de comportamentos

bem-definidos.

Os recém-nascidos são crianças que estão na fase pré-verbal e que

podem descrever a dor em palavras. A avaliação da dor é necessariamente

indireta. Sendo assim, nesses pacientes ela deve ser inferida a partir das

alterações de parâmetros comportamentais e fisiológicos. Conforme

mencionado, os indicadores comportamentais de dor incluem choro, mímica

facial e atividade motora. O choro é considerado uma forma primária de

comunicação dos recém-nascidos e a sua presença diante do estresse

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mobiliza o adulto, seja ele a mãe ou o profissional de saúde envolvido no seu

cuidado. Alguns resultados parecem indicar que há um choro específico para

dor, porém a validade da existência desse “choro da dor” tem sido questionada.

O choro, como medida de dor, parece ser um instrumento útil, sobretudo

quando está associado a outras medidas de avaliação de dor. A mímica facial é

um sinal sensível, específico e útil em recém-nascidos de termo e prematuros

na avaliação da dor, além de ser método não-invasivo. (GUINSBURG, 1999)

Ocorrem movimentos faciais muito mais expressivos quando os

lactentes são submetidos a uma espetada no calcanhar do que quando são

submetidos à fricção do mesmo. Em relação à punção do calcanhar, observou-

se que as reações de contração das sobrancelhas, aperto dos olhos,

aprofundamento da prega nasolabial e abertura dos lábios estiveram presentes

em 99% das vezes e que as reações de língua esticada e tremor no queixo

ocorreram em 70% dos lactentes logo após o estímulo.

O estado comportamental do paciente nos momentos que antecedem o

estímulo doloroso afeta a intensidade da resposta. Recém-nascidos em sono

profundo demonstram menos dor quando são analisadas as alterações de

mímica facial em relação àqueles que estão em estado de alerta. O meio

ambiente também interfere na intensidade da resposta ao estímulo doloroso.

Por isso, o ambiente deve ser tranqüilo, sem muitos ruídos, com baixa

luminosidade promovendo o máximo de conforto possível.

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2.2 – MENSURAÇÃO DA DOR

Por ser uma experiência subjetiva, a dor não pode ser objetivamente

determinada por instrumentos físicos que usualmente mensuram peso corporal,

a altura, a pressão sangüínea e o pulso. Em outras palavras, não existe um

instrumento padrão que permita observar o cliente e mensurar de forma

objetiva, a experiência que este indivíduo está sentindo internamente, de forma

complexa e pessoal.

É extremamente importante que no ambiente hospitalar, seja realizada a

mensuração da dor, pois, sem que haja medidas para basear o tratamento fica

impossível manipular o problema, SOUSA (2004) sobre este assunto cita que:

“Sem tal medida, torna-se difícil determinar se

um tratamento é necessário, se o prescrito é

eficaz ou mesmo quando deve ser interrompido.

Com uma mensuração da dor apropriada torna-

se possível determinar se os riscos de um dado

tratamento superam os danos causados pelo

problema clínico e permite escolher qual é o

melhor e mais seguro dentre os diferentes tipos.

Uma medida eficaz da dor possibilita examinar a

natureza, as origens e os correlatos clínicos da

dor, em função das características emocionais,

motivacionais, cognitivas e de personalidade do

cliente". (p.76)

Algumas vezes, apenas as medidas grosseiras, tais como dor presente

ou dor ausente, são necessárias para as intervenções clínicas, mas para

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entendermos completamente o fenômeno e avaliar a eficácia destas

intervenções, necessitamos de medidas mais sofisticadas, tanto da intensidade

quanto das respostas afetivas associadas à dor.

A quantificação da dor tem sido conduzida em laboratório, baseando-se

em 4 (quatro) tipos de procedimentos, que são:

a) Métodos psicofísicos;

b) Escalas de categoria;

c) Procedimentos de estimação de magnitude;

d) Mensuração do desempenho motor em tarefas de laboratório.

Em adição a essas metodologias, alguns pesquisadores têm avaliado

correlatos fisiológicos ou expressões faciais de dor, mas estas técnicas não

têm sido usadas isoladamente como indicadores de dor. (SOUSA, 2004)

A criação de escalas para avaliação da dor surgiu como tentativa de

analisar de forma mais objetiva essas respostas à dor para se intervir de

maneira adequada. Geralmente as escalas avaliam medidas fisiológicas e

comportamentais isoladas ou associadas.

A escala NIPS (ANEXO A) avalia RNs a termo e prematuros, permitindo

diferenciar estímulos dolorosos de não dolorosos. No presente estudo,

decidimos utilizá-la pela sua facilidade de execução e de treinamento da equipe

e por estar sendo muito empregada atualmente em pesquisas, o que propicia

uma melhor comparação dos nossos resultados com os da literatura. Essa

escala multidimensional parece ser um instrumento específico e válido para

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avaliação da dor em RNs em diversas publicações na literatura. A escala NIPS

avalia a expressão facial como um todo, outros parâmetros comportamentais e

um fisiológico, isto é, ela leva em consideração que a melhor maneira de

avaliar a dor é a que consiste de dimensões múltiplas. Uma questão importante

a ser considerada é até que ponto a escala NIPS consegue diferenciar

desconforto de dor. De acordo com outras pesquisas, tanto a escala NIPS

quanto a NFCS (ANEXO B) são válidas para diferenciar RNs submetidos a

procedimentos dolorosos dos desagradáveis, porém não dolorosos.

Escala de observação comportamental é o método mais utilizado na

avaliação e no diagnóstico da dor. Parâmetros fisiológicos podem ser úteis

durante a avaliação, porém devemos lembrar que eles não são específicos. Por

exemplo, a taquicardia pode ser o resultado de hipovolemia e não de dor.

Quando os sinais clínicos não estão claros a terapêutica não deve ser

introduzida.

Porém para que seja atingido o objetivo, que são a analgesia e a

sedação adequadas, é necessário que seja uma escala de fácil aplicação e que

seja de conhecimento de toda a equipe multiprofissional e, que possa ser

aplicada sempre que necessária.

Deve ser aplicada a escala NIPS (Neonatal Infant Pain Scale) a todo Rn

internado na UTI neonatal. Pontuações superiores a três (NIPS >3) devem

alertar para a necessidade de introdução ou adequação da dose de

analgésicos. Existem outras escalas para o período neonatal, como a escala

NFCS (Neonatal Facial Coding System) e a escala de Necker-Enfant Malades

(pode ser utilizada até 6 meses).

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As escalas mais usadas nessa faixa etária considerando as

particularidades acima citadas são: o Sistema de Codificação da Atividade

Facial Neonatal (Neonatal Facial Coding System – NFCS) e a Escala de Dor no

Recém-Nascido e no Lactente (Neonatal Infant Pain Scale – NIPS). Outras

escalas têm aplicado as ferramentas de medida incluindo parâmetros

comportamentais para avaliar a dor em situações específicas, como no pós-

operatório, como é o caso do Escore para a Avaliação da Dor Pós-Operatória

do Recém-Nascido (CRIES) (ANEXO C). A Escala de Sedação COMFORT

(ANEXO D) tem sido empregada em recém-nascidos submetidos à ventilação

mecânica para avaliar o grau de sedação. A Escala Perfil de Dor do Prematuro

(Premature Infant Pain Profile – PIPP) (ANEXO E) é a mais indicada para

prematuros por levar em consideração as alterações próprias desse grupo de

pacientes (prematuridade), tendo sido também validada sua aplicabilidade em

situações de pós-operatório. Essas escalas, de maneira geral, estão sendo

avaliadas quanto à sua utilidade clinica, sobretudo levando-se em conta o uso

em recém-nascidos prematuros e gravemente enfermos. (SILVA, 2006)

2.3 – TRATAMENTO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO

O alívio da dor e da ansiedade freqüentemente é negligenciado

enquanto os esforços são dirigidos para as terapias para salvar a vida. A

analgesia excessiva produz depressão respiratória, hipotensão e

hipomotilidade, além de mascarar a presença de possíveis doenças

intercorrentes. Infelizmente, as preocupações com os efeitos colaterais

advindos do fármaco escolhido, freqüentemente resultam em analgesias e até

mesmo sedações insuficientes dos clientes.

A escolha de um analgésico, sedativo ou droga paralisantes, da sua

dosagem e da via de administração deve ser baseada nas propriedades da

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droga e das necessidades individuais do paciente. Os erros mais comuns na

seleção de um analgésico/sedativo são as doses insuficientes administradas

com pouca freqüência e a utilização de drogas de ação curta quando se deseja

uma sedação prolongada. (MARINI, 1999)

Para o mesmo autor, como o uso de agentes de “ação curta” oferece a

vantagem teórica de titulação do efeito da droga, a reversão rápida raramente é

necessária. Além disso, a sedação insuficiente é comum com as drogas de

“ação curta” e infusões prolongadas dessas drogas freqüentemente provocam

acúmulo da droga e efeitos prolongados. Finalmente, o uso de drogas de ação

curta para a sedação prolongada é comumente muito caro (algumas vezes

chegando a milhares de dólares por dia).

2.3.1 – TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO

Nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTI neonatal) os Rns

prematuros convivem com inúmeras terapias agressivas estressantes e

dolorosas, advindas dos avanços tecnológicos da assistência. Estes

procedimentos estressantes e dolorosos, em sua maioria produzem

desorganização fisiológica e comportamental nos neonatos, refletindo-se como

característica negativa nos cuidados aos mesmos (GAIVA, 2002).

Tal fato torna necessário recorrer ao uso de medidas ambientais não

farmacológicas para prevenir, reduzir ou eliminar o desconforto produzido por

estímulos indesejáveis. Estas técnicas não invasivas para o controle da dor

compreendem um conjunto de medidas de ordem educacional, física,

emocional e comportamental, sendo na sua maioria de baixo custo, fácil

aplicação e com riscos de complicações pequenas (PIMENTA, 2000).

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Dentre as ações empregadas encontra-se o agrupamento de cuidados

para evitar manipulação excessiva e com isso agitação e desorganização dos

Rns. A redução do excesso de luminosidade também é implementada como

tentativa de auxiliar o sono e repouso dos bebês e assim tranqüilizá-los. A

acomodação dos bebês em posições diferentes, o uso de coxins e a utilização

de “ninhos” confeccionados com cueiros para evitar o deslizamento no leito das

incubadoras, traduzem os esforços da equipe em alcançar o conforto e

organização comportamental dos recém-nascidos que estão sob seus

cuidados.

Outra estratégia também utilizada é a estimulação visual através de

móbiles ou brinquedos, que segundo GAÍVA (2001), podem ativar os controles

dos mecanismos nociceptivos possibilitando a prevenção e redução da dor. A

administração de glicose oral também é freqüentemente utilizada antes de

procedimentos dolorosos para evitar desorganização fisiológica.

2.3.1.1 – Sucção Não-Nutritiva

Pode ser utilizada em pequenos procedimentos. Embora haja

controvérsias a respeito do uso da chupeta em unidades neonatais devido a

sua associação a um possível desestímulo ao aleitamento materno, a sucção

não-nutritiva, em pacientes prematuros e muito manipulados, parece ser de

grande utilidade na organização neurológica e emocional do recém-nascido

após o estímulo agressor, diminuindo as repercussões fisiológicas e

comportamentais.(MACHADO, 2006) Assim, acredita-se que o seu uso deva

ser estimulado de maneira seletiva em populações específicas de recém-

nascidos. Constitui-se em medida coadjuvante para o tratamento da dor do

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recém-nascido, parecendo não apresentar propriedades analgésicas

intrínsecas.

2.3.1.2 – Solução Glicosada

Nos últimos anos, vem-se discutindo a utilização da água com açúcar

como analgésico. Demonstrou-se, em modelos animais, que o efeito

analgésico da glicose pode ser revertido com antagonistas de opióides, o que

sugere um mecanismo de ação envolvendo a liberação de endorfinas. Poucos

trabalhos consideram efeitos adversos e ressaltam que esses são mínimos,

como a diminuição temporária de saturação da hemoglobina pelo oxigênio. Não

existe um consenso sobre a dose adequada de glicose a ser usada (0,012 a

0,12 g) e doses repetidas parecem ser mais eficazes que uma dose única.

Além disso, parece haver sinergismo entre o uso de chupetas (sucção não-

nutritiva) com a glicose. Assim, é possível recomendar o emprego clínico de

soluções glicosadas por via oral, cerca de um a dois minutos antes de

pequenos procedimentos, como punções capilares, venosas ou arteriais.

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2.3.2 – TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

2.3.2.1 – Analgésicos Não-Opióides

Antiinflamatórios não-hormonais são os principais medicamentos do

grupo. Esses fármacos agem inibindo a cicloxigenase, diminuindo a síntese de

prostaglandinas e, conseqüentemente, o processo inflamatório. São indicados

para dor leve ou como adjuvante no tratamento da dor moderada e intensa ou

quando a dor está associada a algum processo inflamatório.

2.3.2.1.1 – Paracetamol

O paracetamol é um medicamento seguro para uso no período neonatal.

O início da ação analgésica é lento, cerca de uma hora, sendo pouco efetivo

em processos dolorosos intensos. A dose preconizada em neonatologia é de

10 a 15 mg.kg-1 em recém-nascidos de termo e 10 mg.kg-1 em prematuros;

com intervalo de seis horas não devendo exceder cinco doses do fármaco ao

dia. (GUINSBURG, 1999) Deve ser administrado por via oral uma vez que o

paracetamol venoso não está disponível no Brasil. Ele está indicado no

tratamento de dor com intensidade leve e moderada, é útil como coadjuvante

na analgesia pós-operatória de recém-nascidos, pois não interfere na

agregação plaquetária nem induz irritação gástrica. Apresenta baixa

hepatotoxicidade em recém-nascidos, uma vez que as vias enzimáticas

hepáticas responsáveis pela produção do metabólito tóxico estão imaturas. O

fármaco está contra-indicado em recém-nascidos portadores de deficiência de

glicose-6-fosfato-desidrogenase.

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2.3.2.1.2 – Dipirona

Em decorrência da falta de estudos clínicos e farmacológicos que

respaldem seu uso, o fármaco não é recomendado nessa faixa etária.

(GUINSBURG, 1999) Porém, a grande experiência com seu uso no Brasil

demonstra a segurança e eficácia analgésica e antitérmica, inclusive no

período neonatal, sem incidência aumentada de efeitos colaterais

comprovados. A dose é de 10 a 15 mg.kg-1 a cada seis horas, podendo ser

administrada por via oral ou venosa. (MACHADO, 2006)

2.3.2.1.3 – Indometacina

Seu uso está indicado em recém-nascidos para tratamento da

persistência do canal arterial, não havendo estudos que justifiquem seu

emprego como analgésico no período neonatal.

2.3.2.2 – Analgésicos Opióides

Constituem a mais importante arma para o tratamento da dor em recém-

nascidos gravemente enfermos. Os analgésicos opióides ligam-se aos três

maiores grupos de receptores de membrana na medula espinal e no córtex: µ,

κ e δ. O estímulo aos receptores inibe a transmissão do estímulo nociceptivo

aos centros superiores de processamento. Os opióides inibem a aferência da

dor na medula espinal e ativam as vias descendentes inibitórias. Devido à ação

em outros receptores opióides, podem causar depressão respiratória, sedação,

íleo, retenção urinária, náusea, vômitos e dependência física.

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A via oral é de mais fácil administração e proporciona níveis séricos

constantes, mas não é apropriada para pacientes gravemente enfermos ou

após grandes procedimentos cirúrgicos. Nesse caso, a via venosa deve ser

usada ponderando-se o uso em infusão contínua a fim de se evitar flutuações

nos níveis séricos do fármaco. Deve-se evitar a aplicação intramuscular porque

ela causa dor, mas esses agentes podem ainda ser usados pelas vias

transdérmica, transmucosa, retal, subcutânea, intratecal e peridural.

(GUINSBURG, 1999)

2.3.2.2.1 – Morfina

É o padrão dentre os agonistas do receptor µ, sendo potente analgésico

e sedativo, além de apresentar baixo custo. O início de ação varia de três a

cinco minutos com T ½ Ke0 (meia vida de equilíbrio entre o plasma e o local de

ação — cérebro) de 30 minutos. Estudos de farmacocinética após doses em

bolus mostraram que em recém-nascidos prematuros, menores e maiores de

30 semanas de gestação, observa-se meia-vida de eliminação maior e

depuração diminuída nos pacientes mais prematuros, apesar de variações

individuais importantes terem sido notadas nos dois grupos.

Avaliando-se a meia-vida de eliminação, a depuração e o metabolismo

da morfina em recém-nascidos de 24 a 40 semanas, de idade gestacional do

primeiro ao sexagésimo dia de vida, notou-se um espectro amplo de variação

nos parâmetros farmacocinéticos, e a meia-vida tende a diminuir e a depuração

a aumentar com o aumento da idade gestacional. Todos os recém-nascidos

excretaram mais de 20% da morfina de forma não-metabolizada e um terço

deles não metabolizou a morfina em seus metabólitos primários.

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Considerando-se o uso da morfina em infusão contínua em recém-

nascidos, os estudos de farmacocinética mostraram também aumento do

clearance e da meia-vida de eliminação se comparados com os pacientes

adultos. O aumento do clearance da morfina nos primeiros seis meses de vida

se deve mais à elevação do poder de glicuronidação do que às mudanças na

ligação a proteínas ou à percentagem de sulfatação. Assim, a concentração

plasmática da morfina mostrou-se duas a três vezes maior em recém-nascidos

de termo e quatro vezes maior no prematuro do que em crianças maiores.

Além disso, o nível plasmático do fármaco tende a aumentar mesmo depois

que ele tenha sido descontinuado devido à recirculação entero-hepática.

Poucos investigadores têm tentado caracterizar a concentração mínima de

morfina necessária para analgesia em recém-nascidos.

Além dos efeitos colaterais comuns a todos os opióides (depressão

respiratória, náuseas, vômitos e retenção urinária), a morfina desencadeia

liberação de histamina, podendo provocar broncoespasmo em recém-nascidos

portadores de doença pulmonar crônica. A liberação de histamina e a inibição

do tônus adrenérgico podem levar à hipotensão arterial, sobretudo em recém-

nascidos hipovolêmicos. A tolerância e a síndrome de abstinência podem ser

observadas dependendo do tempo de utilização e da estratégia empregada

para a suspensão do fármaco.

As doses recomendadas para o período neonatal são: – administração

intermitente de 0,05 a 0,20 mg.kg-1 por dose até a cada quatro horas por via

venosa; – administração contínua para recém-nascidos de termo de 5 a 20

µg.kg-1.h-1 e para recém-nascidos prematuros de 2 a 10 µg.kg-1.h-1.

(GUINSBURG, 1999)

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2.3.2.2.2 – Fentanil

É muito usado em neonatologia devido à sua capacidade de prover

rápida analgesia com estabilidade hemodinâmica. Apresenta início de ação

mais rápido e duração mais curta (menos de duas horas) comparando-se com

a morfina, sendo seu T ½ Ke0 de 6,4 minutos e meia-vida contexto-sensitiva

após quatro horas de infusão de 260 minutos. Redistribui-se dos receptores

opióides para outros tecidos, como músculos, estômago e gordura. Assim,

aumentos transitórios da concentração plasmática em virtude da redistribuição

do fármaco a partir desses tecidos podem ocorrer. Apresenta alto metabolismo

hepático e o clearance é primariamente dependente do fluxo hepático. A

farmacocinética pode estar alterada na presença de aumento da pressão intra-

abdominal, pois nessas situações observa-se diminuição do fluxo hepático e do

débito cardíaco, permitindo o acúmulo do fentanil em locais de má perfusão e

recirculação posteriormente. Doses altas (acima de 5 µg.kg-1), quando

injetadas rapidamente, podem levar à rigidez muscular, em especial da caixa

torácica, dificultando a ventilação e induzindo laringoespasmo em recém-

nascidos.

As doses recomendadas para o período neonatal são:

– administração intermitente de 1 a 4 µg.kg-1 por dose, a cada 2 a 4 horas, por

via venosa;

– administração contínua em recém-nascidos de termo de 0,5 a 3 µg.kg-1.h-1

por via venosa e para recém-nascidos prematuros de 0,5 a 2 µg.kg-1.h-1 por

via venosa. A desvantagem da infusão contínua é o aparecimento rápido do

efeito de tolerância, sendo necessárias doses crescentes do fármaco para se

obter o efeito analgésico desejado. (MACHADO, 2006)

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2.3.2.2.3 – Sufentanil

Opióide sintético, agonista potente do receptor µ apresentando meia-

vida curta. Sua meia-vida contexto sensitiva após quatro horas de infusão é de

30 min, apresentando meia-vida de eliminação de 2,2 a 4,6 horas e equilíbrio

entre o plasma e o encéfalo de 6,2 minutos. Como o sufentanil é altamente

ligado à glicoproteína ácida alfa-1, a ligação protéica do fármaco é dependente

dos níveis séricos dessa proteína. Como a concentração plasmática dessa

proteína é diminuída em recém-nascidos, o fármaco na forma livre é muito

maior nesses pacientes do que em crianças maiores. Os estudos de

farmacocinética do sufentanil mostram resultados semelhantes aos do fentanil,

como clearance diminuído e meia-vida de eliminação aumentada nos recém-

nascidos prematuros, comparados com os recém-nascidos de termo e crianças

maiores. A dose é de 0,5 a 1,5 µg.kg-1 por dose. A injeção rápida pode levar a

rigidez torácica, vômitos e convulsões.

2.3.2.2.4 - Alfentanil

Opióide sintético derivado do fentanil apresentando um quarto de sua

potência. O início de ação após infusão venosa é imediato e o pico do efeito

acontece em um minuto com um T ½ Ke0 de 0,9 a 1,4 minuto. A meia-vida

contexto sensitiva após quatro horas de infusão é de 60 minutos e a duração

de ação é de cerca de um terço da do fentanil. De maneira geral, o clearance

do alfentanil está diminuído nos recém-nascidos e sua meia-vida é prolongada.

O volume de distribuição pode estar aumentado por causa da maior

percentagem de água corporal e/ou pela diminuição da ligação às proteínas.

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2.3.2.2.5 - Remifentanil

Opióide sintético, agonista dos receptores µ, possuindo a mesma

potência do fentanil. Apresenta todas as características farmacodinâmicas de

sua classe (analgesia, estabilidade hemodinâmica, depressão respiratória e

rigidez muscular), porém apresenta perfil farmacocinético único devido à

estrutura éster que o torna suscetível ao rápido metabolismo por esterases

plasmáticas e teciduais não-específicas e que redunda em sua ação ultracurta.

A meia-vida contexto-sensitiva após quatro horas de infusão é de apenas

quatro minutos, fazendo com que o término da ação independa do tempo de

infusão. Assim, a recuperação dos efeitos do remifentanil ocorre rapidamente

(dentro de cinco a dez minutos) e um nível fixo de concentração é atingido

após cinco a dez minutos de uma mudança na velocidade de infusão. Durante

a meia-vida de distribuição (0,9 minuto) e eliminação (6,3 minutos) é estimado

que 99,8% do remifentanil seja eliminado. Portanto, ao contrário de outros

análogos do fentanil a duração de ação do remifentanil não aumenta com a

administração prolongada. Além disso, a farmacocinética não se altera na

presença de insuficiência hepática ou renal desde que o metabolismo pelas

esterases não-específicas esteja preservado. Os efeitos farmacodinâmicos

seguem de perto as concentrações sangüíneas, permitindo correlação direta

entre dose, níveis sangüíneos e a resposta. Podem ocorrer alterações

hemodinâmicas (hipotensão arterial e bradicardia); respiratórias (depressão

respiratória); rigidez muscular relacionada com a dose e a velocidade de

infusão de um bolus. Por outro lado, não se observa liberação de histamina em

doses convencionais.

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2.3.2.2.6 – Outros Opióides

O tramadol e a codeína também são utilizados para o tratamento da dor

moderada. O tramadol tem 1/10 da potência da morfina e seu mecanismo de

ação inclui características de opióides e não-opióides. Estimula a liberação de

serotonina nas terminações nervosas e inibe a recaptação tanto de serotonina

quanto de noradrenalina. Causa pouca depressão respiratória e constipação

intestinal, além de ter um menor potencial para desenvolver tolerância e

dependência. Apesar das vantagens potenciais do emprego, os estudos com a

aplicação desse fármaco em crianças são escassos e por isso seu uso em

neonatologia ainda é limitado. A meperidina, por outro lado, está praticamente

proscrita para o tratamento da dor, sobretudo em decorrência da formação de

metabólitos tóxicos (normeperidina) que podem diminuir o limiar convulsivo.

2.3.2.3 – Anestésicos Locais

O EMLA® (mistura eutética de lidocaína e prilocaína) produz anestesia

em pele intacta, é seguro no recém-nascido quando aplicado isoladamente em

um único procedimento e é eficaz para reduzir a dor causada por circuncisão,

punções arteriais, venosas e punção lombar. Como desvantagens, pode-se

citar a latência de cerca de 60 minutos; vasoconstrição que dificulta a punção

venosa e o risco de metahemoglobinemia. O ELA-Max creme é um anestésico

local também para uso tópico sendo seu início de ação em cerca de 30

minutos. Causa menos vasoconstrição do que o EMLA. A infiltração local de

anestésico local (lidocaína) é indicada na punção lombar, inserção de cateter

central, drenagem torácica e, eventualmente, na punção arterial. O início da

ação é quase imediato e a duração do efeito, de 30 a 60 minutos após a

infiltração. Deve-se sempre respeitar a dose máxima de 5 mg.kg-1.

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2.4 – REPERCUSSÕES A LONGO PRAZO

O período neonatal é caracterizado por um rápido crescimento e

desenvolvimento cerebral. A ocorrência de dor e estresse nesse período torna

essas crianças vulneráveis para seqüelas tanto imediatas quanto a longo

prazo. Embora, na última década, tenha havido grandes avanços científicos na

compreensão e no controle da dor nesta faixa etária, as conseqüências a longo

prazo constituem uma área de pesquisa ampla e controversa.

A dor em neonatos vulneráveis precisa também ser considerada dentro

de um contexto que inclua a fase de gestação e o desenvolvimento pós-natal.

O desenvolvimento da neurobiologia demonstra que os componentes do

sistema aferente estão funcionando ao nascimento, porém a regulação própria

dos sistemas autônomo e neuroendócrino que modula experiências sensoriais

pode estar imaturas nos bebês prematuros ou doentes.

Comparados com faixas etárias maiores, os neonatos podem apresentar

uma sensibilidade maior à dor e podem ser mais suscetíveis aos efeitos a

longo prazo da estimulação nociceptiva. Observações cuidadosas de

indicadores biológicos e comportamentais demonstram que o impacto da dor é

evidente nestes bebês considerados vulneráveis. Entretanto, as mudanças no

reconhecimento da dor e a distinção de outros estímulos sensoriais são

complexas em toda a população de crianças na fase pré-verbal.

A experiência com dor repetitiva durante o período neonatal pode alterar

a organização neuronal e simpática permanentemente.

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Portanto, assinalando os pontos mais importantes temos: A estimulação

dolorosa repetitiva acentua a ativação dos receptores NMDA que leva a uma

morte cerebral citotóxica; A falta de estimulação sensorial diminui os receptores

NMDA, levando a uma regulação aberrante da apoptose neuronal. Assim, não

somente a exposição aos procedimentos invasivos repetitivos, mas também a

falta de estimulação tátil podem levar à morte neuronal no recém-nascido; O

contato materno precoce, principalmente nos primeiros períodos de vida,

quando há um aumento da plasticidade cerebral, melhora os resultados

neurológicos dos bebês ex-prematuros, além de melhorar a sobrevida e o

desenvolvimento, e aumentar a habilidade de lidar com o estresse

posteriormente e até na idade adulta.

Assim, os eventos que ocorrem na unidade de terapia intensiva neonatal

não somente induzem às alterações agudas (reações fisiológicas e

comportamentais nos recém-nascidos), mas também causam alterações

estruturais e funcionais.

Quando o recém-nascido recebe estímulo doloroso, ocorre aumento de

sua freqüência cardíaca; hipóxia, tanto pelos movimentos do diafragma, como

por vasoconstricção pulmonar, e mudança no fluxo sangüíneo cerebral. A dor

repetida e prolongada pode ocasionar mudanças no metabolismo energético e

levar a alterações no status de coagulação (diminuição do nível de antitrombina

5 e de outros fatores da coagulação) que causarão maior chance de

sangramento, principalmente cerebral.

Os efeitos fisiológicos da dor aguda, episódica produzem ainda algumas

mudanças na medula espinhal, desencadeando hiperexcitabilidade nos

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neurônios. E, nesse período de hiperexcitabilidade, a manipulação do neonato

provocará a mesma resposta fisiológica causada pelo estímulo doloroso.

Assim, a dor repetida pode ter um impacto maior no resultado clínico e

neurocomportamental dos bebês prematuros, em comparação com a dor

aguda e episódica.

Enfim, a dor repetitiva predispõe a um desenvolvimento cognitivo e

comportamental diminuído e alterado e, a um dano neuronal na infância tardia,

mesmo que eles não tenham apresentado complicações neurológicas no

período neonatal.

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CAPÍTULO III

PAPEL DO GRADUADO EM ENFERMAGEM E SUA

CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação

Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blá-blá-blá e a prática,

ativismo ( FREIRE, 2011 p.24).

FREIRE 2011, cita ainda ser necessário conteúdos cuja compreensão,

tão clara e tão lúcida quanto possível, deve ser elaborada na prática formadora,

onde afirma ser preciso que o formando desde o princípio de sua experiência

formadora, assuma-se como um sujeito da produção do saber. Sendo

necessário ainda, que se convença de que ensinar não é apenas transferir

conhecimento mas, sim criar possibilidades para a construção e produção de

conhecimentos.

Como na manifestação presente à experiência vital, a curiosidade

humana vem sendo histórica e socialmente construída e reconstruída.

Precisamente porque a promoção da ingenuidade para a criticidade não se dá

automaticamente, uma das tarefas precípuas da prática educativa progressista

é exatamente o desenvolvimento da curiosidade crítica, insatisfeita, indócil

(FREIRE, 2011 p. 33).

FREIRE, afirma que “Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos

tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir,

de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos. É por isso que transformar

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a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há

de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador

(2011, p 34).

O graduado (ando) de enfermagem desde o início de sua formação, se

depara com a conceituação de que o enfermeiro não é apenas um profissional

que cuida dos enfermos mas, sim um educador contínuo em todas as áreas da

sua formação. Pois desde que recebe o seu paciente/cliente, já o aborda com

orientações que visam sua recuperação e planejamento para a sua alta

hospitalar ou para a continuidade dos cuidados prestados a serem realizados

em seu domicílio.

3.1 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Antes de discutirmos o que o enfermeiro pode fazer para intervir na

queixa álgica do cliente, é bom que seja revisto a função do enfermeiro no

tratamento da dor.

Para isso, o enfermeiro deve estar suficientemente informado sobre o

cliente que está com problemas álgicos, para que possa então ajudá-lo de

forma mais precisa. Para que isto ocorra, o enfermeiro deverá ter noção de

qual fase da dor o cliente se encontra, devendo para isto questioná-lo, ouvi-lo

sobre a intensidade, tipo e duração da dor e, observar suas reações e seu

comportamento durante a permanência do cliente em ambiente hospitalar.

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O enfermeiro deve ainda, estabelecer um relacionamento de confiança

para com o enfermo, acreditando e respeitando suas opiniões e atitudes

quando relacionados ao quadro álgico. Uma vez obtida todas as informações,

a enfermeira estabelecerá um plano de cuidados individualizado, procurando

desta forma, alterar possíveis fatores que estejam influenciando sobre a

natureza da dor, apesar de existir fatores que não podem ser alterados.

Cabe ao enfermeiro ajudar a aliviar a dor, ao administrar as prescrições

médicas que visam o alívio álgico, seja por condutas farmacológicas ou por

condutas não-farmacológicas, avaliando a eficácia da prescrição, através de

monitorização dos efeitos analgésicos, visando sempre o bem-estar do cliente,

sendo desta forma um defensor do cliente quando a intervenção prescrita

esteja sendo ineficaz para o alívio de sua dor.

Além disso o enfermeiro serve como um educador, seja para o cliente

como para a família dele também, tendo como objetivo capacitar não só o

cliente como a sua família também para que possam realizar o manejo correto

da prescrição fora do ambiente hospitalar, quando não haja uma equipe de

enfermagem disponibilizada para tal fato. Sendo, desta maneira realizado

também a orientação e conscientização para o perigo de uma superdosagem,

principalmente quando os fármacos são manejados pelo próprio cliente (que

poderá fazer uso de uma dose acima da prescrita, quando o medo de sentir dor

está presente) e por seus familiares ( por sugestão do cliente que com medo da

dor alega senti-la quando não a sente, fazendo com que os familiares alterem a

prescrição).

Segundo FREIRE (2011, p 47), “Saber que ensinar não é transferir

conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a

sua construção”.

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Quando um enfermeiro inicia seu plantão, ele deve sempre estar

preparado e aberto para indagações, curiosidades, perguntas sem lógica (para

o profissional mas, não para o paciente ou seu responsável), e suas inibições

que são inerentes à toda e qualquer pessoa e principalmente os enfermos que

se apresentam inseguros , receosos e com medo de tudo o que pode

acontecer. Desta forma, o enfermeiro sempre está ensinando, jamais

transferindo o conhecimento adquirido na graduação.

Pensar certo, e saber que ensinar não é transferir conhecimento é

fundamentalmente pensar certo, é uma postura exigente, difícil, às vezes

penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do

mundo e dos fatos, ante nós mesmos (FREIRE,2011).

A equipe de enfermagem ocupa um papel fundamental no avanço do

tratamento da dor. Por permanecer períodos prolongados com pacientes, ela

torna-se mais habilitada na definição de padrões de comportamento, bem como

no estabelecimento de maior vínculo com os pacientes e suas famílias. Uma

equipe bem treinada e sensibilizada para a dimensão do problema de saúde

que constitui a dor neonatal, dispondo de métodos de avaliação apropriados e

de alternativas de tratamento, pode intervir de maneira eficaz no controle ou

até mesmo na erradicação da dor, evitando desta maneira as repercussões

imediatas e tardias da dor não tratada. As ações dos profissionais de saúde

devem estar direcionadas a tornar este percurso menos doloroso e mais

humano, para que estas crianças possam se tornar adultos felizes e bem

estruturados.

A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, sugere

ou, mas do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a

substantividade do objeto aprendido (FREIRE, 2011)

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CONCLUSÃO

A preocupação com a dor no período neonatal vem sendo motivada por

estudos que demonstram desde a necessidade da avaliação correta da dor,

mediante as alterações manifestadas por esta população, como também pelo

uso adequado de medicamentos para sua redução ou alívio.

Com relação à utilização de um instrumento para avaliação da dor,

percebemos que os profissionais têm pouco conhecimento acerca do correto

manuseio do mesmo, sendo aplicado em momentos nos quais o recém-nascido

(RN) pode não estar manifestando sinais de dor. A dor deve ser considerada

como o 5º sinal vital, devendo assim ser avaliada com mais freqüência nas

UTIs Neonatais.

Em virtude do caráter subjetivo da dor, torna-se necessário a utilização

do maior número de informações possíveis, e não apenas o uso de um único

instrumento. A busca pelo conhecimento científico sobre dor em neonatos

aparece somente nos relatos dos profissionais de nível superior, no caso, os

enfermeiros, sendo que os auxiliares e técnicos aprendem com a troca de

experiências no cotidiano de trabalho ou com informações fornecidas por

médicos e enfermeiros. O conhecimento científico deve ser introduzido na

prática assistencial de maneira a ser absorvido por todos os profissionais que

atuem com estes bebês, facilitando assim o acesso à literatura específica.

Existe, portanto, a necessidade de capacitação dos profissionais

adequadamente com relação a avaliação e manejo da dor, tornando-se

multiplicadores de conhecimento para assim, poder desenvolver uma

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assistência integral, com qualidade e que reforce a intenção da promoção de

um cuidado mais específico ao recém-nascido em UTI Neonatal.

A atual atenção para melhores métodos indicadores e avaliação serviu

para aumentar a sensibilidade dos profissionais de saúde em relação à

natureza das experiências dolorosas. Métodos de quantificação que

incorporem a influência de fatores contextuais na percepção e na resposta à

dor são promissores. Além disso, novas pesquisas sobre os mecanismos e o

processamento da dor em crianças podem levar ao desenvolvimento de novos

métodos de mensuração da dor nas crianças na fase pré-verbal.

As principais dificuldades para implementação de medidas de controle

da dor são: a) ausência de protocolos de avaliação e tratamento da dor nas

unidades neonatais e pediátricas; b) desconhecimento teórico sobre a

fisiopatologia da dor, métodos de avaliação e alternativas terapêuticas por

parte da equipe multiprofissional que atua diretamente com esses pacientes.

Portanto, o objetivo principal deste trabalho é chamar a atenção para

que a dor no recém-nascido seja valorizada como o quinto sinal vital, sendo

avaliada de maneira sistematizada e tratada mediante protocolos previamente

estabelecidos, abolindo o empirismo e o subtratamento. Essa cultura deve ser

incorporada à prática diária das unidades e não como rotina aplicada em

situações específicas. Uma vez difundido esse padrão de comportamento,

torna-se uma transgressão não avaliar e não tratar a dor desses pacientes tão

frágeis e expostos com tanta freqüência a procedimentos dolorosos e

estressantes.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO A - ESCALA DE DOR NO RECÉM-NASCIDO E NO

LACTENTE (NIPS)

ANEXO B – SISTEMA DE CODIFICAÇÃO DA ATIVIDADE

FACIAL NEONATAL (NFCS)

ANEXO C – ESCORE PARA AVALIAÇÃO DA DOR PÓS-

OPERATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO (CRIES)

ANEXO D – ESCALA DE SEDAÇÃO COMFORT

ANEXO E – ESCALA DO PERFIL DE DOR DO RECÉM-NASCIDO

PREMATURO (PIPP)

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ANEXO A - ESCALA DE DOR NO RECÉM-NASCIDO E NO

LACTENTE (NIPS)

Escala de Dor no Recém-Nascido e no Lactente (NIPS)

Fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 57, No 5, Setembro-Outubro, 2007

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ANEXO B – SISTEMA DE CODIFICAÇÃO DA ATIVIDADE FACIAL NEONATAL (NFCS)

Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (NFCS)

Fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 57, No 5, Setembro-Outubro, 2007

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ANEXO C – ESCORE PARA AVALIAÇÃO DA DOR PÓS-

OPERATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO (CRIES) Escore para a Avaliação da Dor Pós-Operatória do Recém-Nascido (CRIES)

Fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 57, No 5, Setembro-Outubro, 2007

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ANEXO D – ESCALA DE SEDAÇÃO COMFORT Escala de Sedação COMFORT

Fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 57, No 5, Setembro-Outubro, 2007

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ANEXO E – ESCALA DO PERFIL DE DOR DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO (PIPP) Escala do Perfil de Dor do Recém-Nascido Prematuro (PIPP)

Fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 57, No 5, Setembro-Outubro, 2007

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ............................................................................................ 02

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 03

DEDICATÓRIA .................................................................................................. 04

EPÍGRAFE ........................................................................................................... 05

RESUMO ............................................................................................................. 06

METODOLOGIA ................................................................................................ 07

SUMÁRIO ........................................................................................................... 08

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 09

CAPÍTULO I – PERCEPÇÃO DA DOR NEONATAL ..................................... 13

1.1. – Definição e Conceituação de Dor............................................................... 14

1.2. – Classificação das Dores.............................................................................. 15

1.2.1. – Dor Aguda.......................................................................................... 17

1.2.2. – Dor Crônica........................................................................................ 17

CAPÍTULO II – DA AVALIAÇÃO E SEUS INDICADORES ......................... 19

2.1. – Avaliação da Dor ................................................................................. 19

2.1.1. – Indicadores Fisiológicos.................................................................... 23

2.1.2. – Indicadores Comportamentais............................................................ 24

2.2. – Mensuração da Dor..................................................................................... 26

2.3. – Tratamento da Dor no Recém-Nascido....................................................... 29

2.3.1. – Tratamento Não-Farmacológico........................................................ 30

2.3.1.1. – Sucção Não-Nutritiva............................................................. 31

2.3.1.2. – Solução Glicosada.................................................................. 32

2.3.2. – Tratamento Farmacológico................................................................ 33

2.3.2.1. – Analgésicos Não-Opióides..................................................... 33

2.3.2.2. – Analgésicos Opióides............................................................. 34

2.3.2.3. – Anestésicos Locais................................................................. 40

2.4. – Repercussões a longo prazo........................................................................ 41

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CAPÍTULO III – PAPEL DO GRADUADO EM ENFERMAGEM E SUA

CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR......................................................

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3.1. – Assistência de Enfermagem........................................................................ 45

CONCLUSÃO ..................................................................................................... 48

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ................................................................. 50

BIBLIOGRAFIAS CITADAS ............................................................................. 53

ÍNDICE DE ANEXOS.......................................................................................... 55

Anexo A – Escala de Dor no Recém-Nascido e no Lactente (NIPS).......... 56

Anexo B – Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (NFCS) 57

Anexo C– Escore para Avaliação da Dor Pós-Operatória do Recém-Nascido

(CRIES)...........................................................................................................

58

Anexo D – Escala de Sedação COMFORT................................................ 59

Anexo E – Escala do Perfil de Dor do Recém-Nascido Prematuro

(PIPP)..............................................................................................................

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ÍNDICE ................................................................................................................ 61