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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS Por: Rodrigues Augusto Vaz Filho Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2012

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  • 1

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS

    Por: Rodrigues Augusto Vaz Filho

    Orientador

    Prof. Nelsom Magalhães

    Rio de Janeiro

    2012

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS

    Apresentação de monografia à AVM

    Faculdade Integrada como requisito parcial para

    obtenção do grau de especialista em Engenharia da

    Produção.

    Por: Rodrigues Augusto Vaz Filho

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus colegas de turma, com os

    quais tive a oportunidade de conviver e sem os

    quais não teria tido a motivação para concluir este

    trabalho.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico esse trabalho a minha esposa e a

    minha filha, que dão sentido a minha vida, ajudando-

    me e compreendendo-me nos momentos mais

    difíceis.

  • 5

    RESUMO

    O tema do estudo será a reciclagem de resíduos sólidos

    provenientes do descarte dos produtos pelos habitantes dos grandes centros

    urbanos, tendo como objetivo principal a recuperação parcial dos custos com a

    reciclagem através do reaproveitamento da matéria-prima original, reduzindo

    substancialmente os resíduos depositados nos aterros sanitários e

    contribuindo com o desenvolvimento sustentável.

    O objetivo é comparar a destinação dos resíduos sólidos a partir da

    coleta seletiva realizada em duas indústrias, uma no Rio de Janeiro e a outra

    em Duisburg, Alemanha.

    O estudo leva também em conta as experiências bem sucedidas em

    cidades européias, especificamente na Alemanha, onde o processo de

    reciclagem começa na educação do povo que realiza de diversas formas uma

    bem sucedida seleção dos resíduos pós-consumo, contribuindo sobremaneira

    no sucesso do negócio, envolvendo sociedade civil, associações, escolas,

    cooperativas e empresas.

  • 6

    METODOLOGIA

    A metodologia utilizada, nesse estudo, contemplou o diagnóstico da

    situação atual dos impactos ambientais dos resíduos sólidos urbanos no Brasil,

    a identificação das vantagens e desvantagens dos modelos de gestão

    amplamente utilizados, bem como a identificação das diferenças encontradas

    entre a sistemática da coleta de resíduos sólidos no Brasil e na Comunidade

    Européia, especificamente na Alemanha, que poderão resultar em um novo

    modelo de gestão com base em métodos diferenciados nas etapas de coleta,

    transporte, aproveitamento e destino final dos resíduos sólidos urbanos.

    Os dados coletados são provenientes de informações coletadas de

    material bibliográfico existente sobre o assunto, pesquisas na internet e

    experiência adquirida pelo autor no desempenho de suas funções.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O LIXO 10 CAPÍTULO II A RECICLAGEM 19 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO 43 CONCLUSÃO 52 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58 WEBGRAFIA 59 ÍNDICE 61 FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

  • 8

    INTRODUÇÃO

    “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”

    LAVOISIER.

    Um dos maiores problemas dos grandes centros urbanos é o

    tratamento dos resíduos pós-consumo que, pelo aumento crescente da

    população, da moradia e do emprego, impõe um serio risco ambiental a ser

    solucionado.

    A natureza possui um limite determinado para absorver os impactos

    negativos que ocorrem no planeta, mas essa capacidade esta se mostrando

    insuficiente para absorver todos os problemas provocados pela geração de

    resíduos oriundos das atividades humanas. O aumento da geração de

    resíduos impõe grandes demandas no que tange ao tratamento e a disposição

    final, tanto pela quantidade, quanto pelas características dos resíduos gerados.

    (CHADWICK & NILSON, 1993; GUERRA & CUNHA, 2006).

    A quantidade de materiais recicláveis encontrados em depósitos de

    resíduos sólidos, quais sejam plásticos, vidros, metais ferrosos e não ferrosos,

    entulho oriundo da construção civil, papel, eletrodomésticos, têm contribuído

    para uma geração cada vez maior de postos de trabalho, que embora

    insalubre e de grande risco, empregam uma massa estimada em mais de 200

    mil brasileiros, sem qualificação e, portanto, de difícil absorção pelo mercado

    formal. A maioria desses trabalhadores participa de cooperativas informais

    exploradas por intermediários inescrupulosos que pagam reduzidos benefícios

    aos catadores e retém a maior parte dos recursos financeiros provenientes do

    aproveitamento do produto resultante da reciclagem. Ao mesmo tempo em que

    os resíduos são uma grande fonte de recursos para os que absorvem a maior

    parte dos ganhos da reciclagem, lucrando grandes somas com a coleta

    publica, eles também são o meio de vida para a maioria dos catadores e suas

    famílias.

  • 9

    Inicialmente, os aterros seriam a solução para os resíduos não

    recicláveis, mas até estes se mostram incapazes de evitar a contaminação do

    solo, mananciais e lençóis d’água por compostos tóxicos oriundos da

    deposição e posterior decomposição dos elementos presentes nos resíduos ali

    depositados, contribuindo para agravar ainda mais a poluição dos grandes

    centros urbanos.

    O objetivo desse trabalho é oferecer dados que possam atrair tanto

    as empresas de reciclagem quanto as cooperativas organizadas de catadores

    de resíduos sólidos a adotar políticas que venham a beneficiar ambos os lados

    da cadeia produtiva.

  • 10

    CAPÍTULO I

    O LIXO

    1.1 – Conceituação

    Lixo é todo e qualquer resíduo oriundo das atividades humanas. É

    definido como aquilo que ninguém quer. A palavra lixo é derivada do termo em

    latim lix = "cinzas”, de uma época em que a maior parte dos resíduos de

    cozinha era formada por cinzas e restos de lenha carbonizada dos fornos e

    fogões. Também pode ser definido como sujeira, imundice ou coisas inúteis,

    velhas, sem valor. Hoje em dia, lixo é sinônimo de resíduos sólidos

    descartados. Após a Revolução Industrial, século XVIII, o lixo passou a ser

    composto por resíduos de cozinha, cinzas e descarte das indústrias que

    surgiam na Europa.

    1.2 - Classificação

    Classificação do lixo - Quanto às características físicas:

    Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros,

    madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas,

    parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

    Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras,

    ovos, legumes, alimentos estragados, dentre outros.

    Classificação do lixo - Quanto à composição química:

    Orgânico: composto por pó de café e chá, cabelos, restos de

    alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos

    estragados, ossos, aparas e podas de jardim.

    Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos,

    vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro), tecidos, isopor, lâmpadas,

    velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

  • 11

    Classificação do lixo - Classificação de Resíduos Sólidos, que segue

    o critério dos riscos potenciais ao meio ambiente de acordo com a norma NBR

    10004:

    Lixo Classe I - São os resíduos sólidos perigosos, com potencial de

    risco à saúde pública e ao meio ambiente. Características: são inflamáveis,

    corrosivos, tóxicos, reativos ou atraem doenças. Exemplos: lixo hospitalar.

    Lixo Classe II - Substâncias não inertes. Apresentam propriedades

    como biodegradabilidade, solubilidade ou combustão. Exemplo: matéria

    orgânica e papel.

    Lixo Classe III - São as substâncias inertes, como rocha, tijolos,

    vidros e certos plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente.

    Classificação do lixo - Quanto a sua origem:

    Lixo urbano - Formado por resíduos sólidos em áreas urbanas,

    inclui os resíduos domésticos, os efluentes industriais domiciliares (pequenas

    indústrias de fundo de quintal) e resíduos comerciais.

    Lixo domiciliar- Formado pelos resíduos sólidos de atividades

    residenciais e que contém uma grande quantidade de matéria orgânica,

    plástico, lata, vidro.

    Lixo comercial - Formado pelos resíduos sólidos das áreas

    comerciais. Composto por matéria orgânica, papéis e plástico de vários grupos.

    Lixo público - Formado por resíduos sólidos oriundos da limpeza

    pública (areia, papéis, folhagem, poda de árvores).

    Lixo especial - Formado por resíduos geralmente industriais,

    merece tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas,

    baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de

    remédios ou venenos.

    Lixo industrial - Nem todos os resíduos produzidos pela indústria,

    podem ser designados como lixo industrial. Algumas indústrias do meio urbano

    produzem resíduos semelhantes ao doméstico. Exemplo disto são as padarias;

    os demais poderão ser enquadrados em lixo especial e ter o mesmo destino.

  • 12

    Lixo de serviço de saúde - Os serviços hospitalares, ambulatoriais

    e farmácias são geradores dos mais variados tipos de resíduos que devem ser

    destinados à incineração.

    Lixo radioativo - Produto resultante da queima do combustível

    nuclear deve ser enterrado em local próprio e inacessível.

    Lixo espacial - Restos provenientes dos objetos lançados pelo

    homem no espaço.

    1.3 – Disposição

    Os aterros sanitários são

    definidos pela Associação Brasileira de

    Normas Técnicas (ABNT - 10.004/04 -

    "Resíduos Sólidos Classificação") como:

    "aterros sanitários de resíduos sólidos

    urbanos, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no

    solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando

    os impactos ambientais, método este que utiliza os princípios de engenharia

    para confinar os resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os

    com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou à

    intervalos menores se for necessário."

  • 13

    Os lixões são depósitos de

    lixo sem nenhum tratamento,

    autorizados pelas Prefeituras. No

    Brasil, mais de 40% dos municípios

    deposita seu lixo em lixões, de acordo

    com a pesquisa de saneamento

    ambiental do IBGE de 2000. O lixão

    atrai a população mais carente e

    desempregada, que passa a se alimentar dos restos encontrados e a

    sobreviver dos materiais que podem ser vendidos. Esse tipo de degradação

    humana não pode mais ser permitida e somente a erradicação total dos lixões

    vai solucionar essa situação.

    Aterros controlados são antigos lixões que sofreram algum tipo de

    tratamento de solo e controle de gases, de forma que seus efeitos de

    contaminação fossem controlados, permitindo o recobrimento das células

    expostas na superfície, compactação adequada e gerenciamento do

    recebimento de novos resíduos.

  • 14

    Incineradores são grandes

    fornos onde o lixo sofre uma queima

    controlada com filtros, para evitar que o

    gás formado na combustão dos

    materiais atinja e polua a atmosfera.

    Eles reduziram o volume do lixo em até

    85%, mas ainda assim existe uma sobra

    de cinzas e dejetos (15% restantes), que

    precisam necessariamente ser levados para um aterro sanitário.

    A Usina de Reciclagem é um estabelecimento industrial que

    transforma e/ou beneficia resíduos sólidos (lixo/sucata) coletados e

    comercializados por terceiros. Papel, alumínio, plástico, vidro, madeira, por

    exemplo, são transformados em matéria-prima para a indústria.

  • 15

    A Usina de compostagem transforma os resíduos orgânicos em

    adubo, reduzindo o volume destinado aos aterros.

    Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE- no ano de 2000, nos 5507

    municípios brasileiros, o lixo produzido recebe a seguinte destinação final:

    63,6% são destinados a lixões, 13,8% a aterros sanitários, 18,4% a aterros

    controlados e 5% dos municípios não informaram a destinação dada a seus

    resíduos.

    Em 2004, a estatística de reciclagem era: para capitais em que há

    catadores nos lixões: 37,4%; cidades com mais de 50 mil habitantes: 68,18%;

    cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%. Nas ruas: capitais em que

    há catadores nas ruas: 66,67%; Cidades com mais de 50 mil habitantes:

    63,64%; Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%. Nos Lixões:

    capitais com lixões: 25,93%; Cidades com mais de 50 mil habitantes (excluídas

    as capitais): 72,73% e Cidades com menos de 50 mil habitantes: 66,67%.

    O estado do Rio de janeiro é composto por 92 Municípios e nele

    encontramos os seguintes locais para deposito dos resíduos sólidos:

  • 16

    04 Aterros Sanitários Licenciados: Rio das Ostras, Nova Iguaçu,

    Piraí, Macaé; 13 Aterros “Controlados”: Angra dos Reis, Caxias (Gramacho),

    Nova Friburgo, Resende, Teresópolis, Barra do Piraí, Rio Bonito, Santa Maria

    Madalena, Petrópolis, Miracema, Maricá, Porciúncula, Natividade;

    06 Aterros Sanitários em Licenciamento: Macaé (novo), Rio de

    Janeiro (Paciência), Nova Friburgo (novo), Paracambi, São Pedro da Aldeia,

    Campos;

    04 Unidades de Triagem e Compostagem em fase de implantação;

    53 Unidades de Triagem e Compostagem implantadas, desde 1977,

    sendo que 26 unidades operando normalmente;

    62 Vazadouros (lixões), sendo 48 com catadores, crianças, animais

    e vetores.

    O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- CONAMA

    Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser

    adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas

    campanhas informativas para a coleta seletiva. RESOLUÇÃO CONAMA N°

    275 DE 25 DE ABRIL 2001.

    Fonte: www.sobiologia.com.br

  • 17

    No Brasil existe a norma NBR 13230 da ABNT - Associação

    Brasileira de Normas Técnicas - que padroniza os símbolos que identificam os

    diversos tipos de resinas (plásticos) virgens. Tais símbolos são reconhecidos

    em todos os continentes, com o objetivo de facilitar a etapa de triagem dos

    resíduos plásticos que serão encaminhados à reciclagem.

  • 18

    Destinação de diversos materiais, segundo o Ministério do Meio

    Ambiente - Agenda Ambiental na Administração Pública:

    Carcaças de computadores e ar condicionados: podem ser

    compradas para desmonte. Em cidades como Curitiba-PR e São Paulo-SP

    existem empresas que recebem esses materiais para o reaproveitamento ou

    reciclagem.

    Carcaças de veículos: podem ser encaminhadas aos ferros-velhos

    ou sucateiros.

    Móveis: podem ser levados para aterros sanitários ou doados às

    entidades sociais.

    Canos de cobre, ferro e alumínio: podem ser vendidos a sucateiros.

    Peças mecânicas e baterias de veículos: peças de metal devem ser

    encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros e as baterias de veículos

    descarregadas enviadas ao revendedor. As resoluções n° 257/99 e 263/99

    CONAMA tratam do tema baterias.

    Cartuchos de tinta: a destruição e o descarte devem ser feitos pelo

    serviço de limpeza urbana local. Outra opção é a recarga para reutilização.

    Medicamentos com datas vencidas e resíduos hospitalares: podem

    ser encaminhados aos serviços de saúde. A Resolução n° 5/93 CONAMA que

    trata do assunto está em fase de revisão para posterior aprovação.

    Produtos químicos em geral: podem ser levados para aterros

    industriais ou destruídos por meio de incineração.

    Alimentos estragados: devem ser levados para os aterros sanitários

    pelo serviço de limpeza urbana local.

    Entulhos de construção civil e canos de PVC: a destinação para o

    descarte desses materiais está em fase de estruturação pelo CONAMA.

    Divisórias e cortinas: quando verificada a impossibilidade de

    reaproveitamento, devem ser encaminhadas aos aterros sanitários.

    Pilhas e baterias: as pilhas que respeitam o limite de componentes

    tóxicos estabelecidos pela Resolução do CONAMA n° 257/99, podem ser

    descartadas no lixo comum. As que não respeitam esse limite devem ser

    jogadas nos aterros industriais para materiais perigosos.

  • 19

    CAPÍTULO II

    RECICLAGEM

    2.1 - Conceituação

    A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no

    final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e

    outras matérias-primas não renováveis estavam se esgotando. Reciclar

    significa: Re = repetir + Cycle = ciclo

    A reciclagem é o processo pelo qual os resíduos descartados são

    aproveitados para que retornem ao ciclo de produção, visto que o descarte é

    composto, em sua maior parte, por embalagens de produtos.

    Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais.

    Podemos dividir a reciclagem em primária e secundária. A

    reciclagem primária consiste no reaproveitamento de materiais provenientes de

    um processo produtivo em matéria-prima utilizada no mesmo ciclo de produção

    como, por exemplo, as sobras do corte em guilhotina de chapas de metais

    ferrosos ou não ferrosos para fabricação de peças planas. Toda essa rebarba

    retornaria como matéria-prima no processo de fundição. A reciclagem

    secundária consiste no reaproveitamento de materiais provenientes de um

    processo produtivo na fabricação ou processamento de outro produto como,

    por exemplo, o reaproveitamento de pneus usados na fabricação de manta

    asfáltica.

    Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de

    Limpeza Pública e Resíduos Especiais), são produzidos no Brasil, em média,

    170 mil toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos, o que equivale a quase

  • 20

    um quilo de lixo por habitante, não incluídos os dejetos lançados nos esgotos

    sanitários. Da quantidade produzida, 140 mil toneladas são recolhidas por

    empresas de limpeza, sendo que 60% deste total não recebem o destino final

    adequado.

    Este aumento no volume da quantidade de lixo se deve a melhoria

    de poder aquisitivo da população e a grande quantidade de produtos

    industrializados, que com suas embalagens, vidros, plásticos e papéis,

    entopem as lixeiras e os aterros e/ou lixões. Esse é o preço da modernidade.

    2.2 – Reciclagem dos resíduos da construção civil

    Atualmente, com o incremento

    da oferta de moradias nos grandes

    centros impulsionados pelo aumento do

    poder aquisitivo das classes C e D no

    Brasil, a geração de resíduos sólidos

    oriundos da construção e demolição vem

    aumentando significativamente - basta

    um olhar para as ruas e avenidas das

    grandes cidades para constatar tal fato. A indústria da construção civil é a

    campeã na produção de resíduos sólidos no país.

    Como o resíduo produzido não possui local adequado para ser

    descartado é depositado nos aterros

    sanitários, diminuindo o espaço

    reservado aos resíduos orgânicos,

    dificultando a separação dos diversos

    tipos de produtos pelos catadores,

    agravando a já crítica situação dos

    aterros sanitários urbanos ou, o que é

    pior, são lançados clandestinamente

  • 21

    em terrenos baldios. Outro fato preocupante é o de volumes de entulho

    proveniente de reformas e demolições de pequeno porte encontrado nas ruas

    e calçadas das grandes cidades. Essa prática contribui para o entupimento de

    bueiros, rios, córregos, dificultando a limpeza urbana. Esse quadro é

    parcialmente amenizado pelas caçambas destinadas a receber o entulho,

    porém o seu destino final pode ser duvidoso.

    A criação de um local específico apropriado para descarte aparece

    como a única solução viável para facilitar e aumentar a reciclagem.

    Isto sem mencionar que existe uma resolução federal que

    regulamenta esse problema: Resolução 307 do CONAMA, que em seu artigo 4

    determina: “Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração

    de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a

    destinação final.” Ainda no parágrafo 1° do mesmo artigo podemos ler: ”Os

    resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos

    domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos

    e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta

    Resolução.”.

    Ainda de acordo com a Resolução 307 de 05/07/2002 do CONAMA

    (Conselho Nacional do Meio Ambiente), os resíduos da construção civil são

    classificados em:

    Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados

    como: componentes cerâmicos (tijolos, telhas), argamassa e concreto.

    Classe B: Resíduos recicláveis para outras destinações como:

    papel/papelão, metais, vidros, madeiras e plásticos.

    Classe C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas

    tecnologias que permitam sua reciclagem como: gesso.

    Classe D: Resíduos perigosos e tóxicos como: tintas, solventes e

    amianto.

    A reciclagem é feita por empresas especializadas.

  • 22

    Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de

    Limpeza Publica e Resíduos Especiais), em 2010 o Brasil produziu 60,8

    milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais 31 milhões vieram da

    construção e demolição.

    Em agosto de 2010, foi criada a Política Nacional de Resíduos

    Sólidos (PNRS), de acordo com a qual todos os municípios brasileiros terão

    que pôr em prática medidas que impeçam que esses resíduos cheguem aos

    aterros. O prazo estabelecido para tais medidas é agosto de 2014. Antes, só o

    poder público municipal era responsável pela coleta dos resíduos sólidos. Com

    a Lei, essa responsabilidade é compartilhada com fabricante, distribuidor,

    comerciante e usuário. Depois que o modelo for totalmente implantado, o

    município será obrigado a fazer a coleta seletiva e mandar para o aterro

    sanitário só o que não for passível de reciclagem ou reutilização.

    O diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente,

    Silvano Silvério da Costa, diz que a Lei cria a obrigatoriedade do município se

    adequar à sistemática de coleta seletiva, pois determina que os municípios que

    não o fizerem deixarão de receber repasses de verbas do governo federal.

    A indústria da construção civil sofre as consequências da falta de

    informação e conscientização por parte da população no que diz respeito ao

    material reciclado. Muitas empresas que usam material reciclado não divulgam

    essa informação por medo de discriminação ou desvalorização de seus

    imóveis. Essa é uma realidade que pode e deve ser mudada.

    2.3 – Reciclagem do papel

    O papel como suporte para a escrita vem sendo o

    material mais usado desde a antiguidade. Criado pelos chineses, esse material

  • 23

    teve seu uso difundido pelos árabes. No

    Brasil, a primeira indústria de papel,

    Melchert &Cia, foi inaugurada por D. Pedro

    II no interior de São Paulo.

    O papel é composto por fibras

    celulósicas extraídas de árvores oriundas de

    matas virgens ou de reflorestamento. A

    reciclagem é o reaproveitamento dessas fibras de papéis usados, que teriam

    como destino os lixões ou aterros, para produção de novo papel.

    Existem dois tipos de papel para reciclagem: os pré-consumo

    (recolhidos pelas próprias fábricas – aparas) e os pós-consumo (recolhidos

    pelos catadores). O papel reciclado é composto pelos dois tipos e se

    caracteriza pela cor creme.

    Nem todo tipo de papel pode ser reciclado como, por exemplo, as

    embalagens longa vida, papel sujo com material orgânico infectado, papel

    vegetal e os sujos com óleos e graxas.

    No Brasil, segundo a ABIRP

    (Associação Brasileira das Indústrias

    Recicladoras de Papel), cerca de 30%

    do papel consumido é reciclado, o que

    torna o processo bem sucedido, tendo

    no catador de papel sua figura central.

    A procura por papel reciclado é crescente, pois existe um forte apelo

    ecológico embutido. Além disso, como a

    matéria-prima é escassa, a reciclagem se

    torna tão importante quanto a sua fabricação.

  • 24

    Para a reciclagem ser mais

    completa, cabe ao consumidor fazer a

    separação dos papéis de outros materiais

    ainda no ambiente doméstico. Para isso,

    no entanto, faz-se necessária uma política

    mais rigorosa de incentivo e

    conscientização da população.

    Hoje, a força que impulsiona a

    reciclagem do papel ainda é a econômica,

    mas o fator ambiental tem ocupado um espaço cada vez maior no atendimento

    da demanda de produtos ecologicamente corretos.

    Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2308/07, que

    obriga a indústria papeleira a utilizar pelo menos 30% de papel reciclado em

    suas publicações. Segundo o coordenador do grupo técnico de Meio Ambiente

    da Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), Robinson

    Cannaval, seria preciso aumentar a produção de papel reciclado em 200 mil

    toneladas por ano para cumprir essa determinação. O Brasil consome em

    torno de 8 milhões de toneladas de papéis por ano, dentre os quais 45%, um

    pouco menos de 4 milhões de toneladas, são de papel reciclado. O

    especialista disse que o país não tem capacidade para coletar resíduos de

    papel que sejam reciclados em quantidade suficiente para atender à demanda

    do projeto e, portanto, teria que recorrer à importação de sobras.

    O Brasil é o 6° maior produtor de celulose do mundo, 12° produtor

    de papel e está em 10° lugar em reciclagem de papel. A Alemanha lidera a

    reciclagem com 75% e o Japão está em segundo lugar com 73%, segundo

    dados da BRACELPA.

    O relatório da ERPC (European Recovered Paper Council) indica

    que a Europa atingiu um recorde na reciclagem de papel em 2009. A taxa de

  • 25

    reciclagem atingiu 72,2%, ultrapassando a meta de 66% assumido pela

    indústria. A quantidade de papel reciclado atingiu 58 milhões

    de toneladas.

    2.4 – Reciclagem do vidro

    O vidro é um material ideal para a reciclagem e pode ser

    infinitamente reciclado. O uso de vidro reciclado em novos recipientes e

    cerâmicas possibilita a conservação de materia-prima, a redução do consumo

    de energia e do volume de lixo que é enviado para os aterros sanitarios.

    Cem por cento reciclável, o vidro é um dos grandes protagonistas

    quando o assunto é reaproveitamento de materiais. Tudo que é vidro vira vidro,

    expressão comum na indústria vidreira. A frase traduz o enorme potencial de

    reciclagem do produto que, no entanto, ainda é pouco coletado no Brasil.

    O resíduo do vidro se origina de sua própria utilização em nosso

    cotidiano, como vasilhames, copos e vidraças. A sucata de vidro é todo vidro

    utilizado ao menos uma vez, que perde sua função como, por exemplo, vidros

    de maionese, vidros de perfume. Dessa forma, as alternativas que restam a

    eles são a reciclagem ou os depósitos de lixo.

    O resíduo de vidro pode ser encontrado no lixo doméstico, industrial,

    comercial, hospitalar ou oriundos de refugos das próprias fábricas de vidro.

    Os vidros se classificam, segundo suas aplicações em:

    - Vidro para embalagens - garrafas, potes, frascos e outros

    vasilhames fabricados em vidro comum nas cores branca, âmbar e verde;

    - Vidros para a construção civil - Vidro plano - vidros planos lisos,

    vidros cristais, vidros impressos, vidros refletivos, vidros anti-reflexo, vidros

    temperados, vidros laminados, vidros aramados, vidros coloridos, vidros

    serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do vidro comum;

  • 26

    - Vidros domésticos - tigelas, travessas, copos, pratos, panelas e

    produtos domésticos fabricados em diversos tipos de vidro;

    - Fibras de vidro - mantas, tecidos, fios e outros produtos para

    aplicações de reforço ou de isolamento;

    - Vidros técnicos - lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, tubos

    de TV, vidros para laboratório (principalmente o vidro borossilicato), para

    ampolas, para garrafas térmicas, vidros oftálmicos e isoladores elétricos;

    Os vidros para serem reutilizados são os classificados como

    embalagem, que após serem selecionados por cor, limpos e secos seguem

    para as industrias de reaproveitamento.

    Os vidros para reciclagem são aqueles que apresentam a mesma

    composição quimica. O processo para reciclagem se dá basicamente por meio

    do derretimento do vidro a uma temperatura de 1550°C, formando uma massa

    semi-líquida que formará novos vidros e retornará ao processo produtivo,

    como é o caso dos vidros domésticos.

    O restante dos vidros será encaminhado para usinas de reciclagem,

    onde serão triturados para serem incorporados a outros materiais e utilizados

    novamente. Exemplos: composição de asfalto e pavimentação de ruas,

    sistemas de drenagem, produção de espuma e bijuterias. Antes, porém, deve

    haver a separação de todos os elementos que não são de vidro.

    A reutilização do vidro é preferível

    à sua reciclagem. Garrafas são

    extensamente reutilizadas em muitos países

    europeus e no Brasil. Na Alemanha, 87%

    das garrafas são reutilizadas e 98%

    retornam para os consumidores. Estes

    procedimentos são incentivados pelo

    governo.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/TV

  • 27

    Hoje em dia, o Brasil recicla 47% das embalagens de vidro, segundo

    a ABIVIDRO (Associação Brasileira da Indústria do Vidro). O número de

    catadores está estimado entre 800 mil e 1 milhão de profissionais, além de

    uma indústria informal com 40 mil coletoras organizadas de sucata e 700

    cooperativas.

    Na Alemanha, o sistema de gerenciamento instituído em 1991

    elevou as taxas de reciclagem de 37% para 87%, correspondendo a 2,6

    milhões de toneladas. Na Suíça, esse índice chegou a 95%. Nesses países, é

    comum encontrar caçambas de lixo especiais para o descarte de embalagens

    de vidro de acordo com a cor. Os índices de reciclagem de vidro no Brasil

    passam por uma atualização. Até 2008, falava-se em 47% de aproveitamento

    de todo material produzido, algo em torno de 470 mil toneladas. Porém, desde

    a criação, no ano passado, de um novo modelo de medição definido pela

    ABNT, ainda não foi possível obter dados mais atualizados. Segundo o

    superintendente da Abividro, é provável que reciclemos bem menos do que a

    metade. São embalagens de vidro usadas para bebidas, produtos alimentícios,

    medicamentos, perfumes, cosméticos e outros artigos que vão parar direto no

    lixo, correspondendo em média a 3% dos resíduos urbanos.

    ÍNDICE DE RECICLAGEM

    ABIVIDRO - Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro

    Índice de reciclagem de vidro no Brasil

    1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    33% 35% 37% 39% 40% 40% 41% 42% 44% 45% 45% 45% 46% 47% 47%

  • 28

    2.5 – Reciclagem dos plásticos

    O plástico é um composto de resinas geralmente

    sintéticas e derivadas do petróleo.

    Os plásticos dividem-se em dois grupos: os termorígidos ou

    termofixos e os termoplásticos.

    Os plásticos termofixos são

    aqueles que não se fundem, ou seja,

    uma vez moldados e endurecidos, não

    retornam a sua característica inicial, logo

    não oferecem condições para

    reciclagem. Ex: telhas transparentes,

    revestimento do telefone, material do

    orelhão e de inúmeras peças utilizadas na mecânica em geral e

    especificamente na indústria automobilística. Os termoplásticos são aqueles

    que podem ser moldados após um processo de aquecimento e uma vez

    resfriados endurecem tomando a forma desejada. Esse processo pode ser

    repetido várias vezes, fazendo com que este tipo de plástico seja reciclado. O

    termoplástico reciclado não pode ser utilizado em embalagens para alimentos,

    porém é largamente utilizado sob a

    forma de baldes, mangueiras e sacos de

    lixo. Nesta categoria estão todos os tipos

    de sacolas plásticas, tubulações,

    utensílios domésticos e garrafas PET.

    Quando depositados em aterros

    sanitários ou em lixões, os plásticos

    apresentam risco quando queimados

    indevidamente, pois liberam uma

    fumaça tóxica na atmosfera. Além disso, há a dificuldade de compactação, o

    que leva a ocupar mais espaço nos aterros sanitários. A reciclagem do plástico

    PLÁSTICO

  • 29

    é dificultada pela existência de inúmeros tipos de

    resinas que são incompatíveis entre si e não

    podem ser misturadas no processo de

    reciclagem, sob pena de perderem suas

    qualidades de flexibilidade e resistência. Por esse

    motivo, os recicladores de plástico utilizam quase

    que exclusivamente a matéria-prima proveniente

    do descarte de resíduos industriais, pois esse

    material é normalmente constituído por um só tipo

    de resina e não apresenta sujeira ou contaminação. O lixo doméstico é

    formado por todo tipo de resina plástica que, misturada ao lixo orgânico,

    dificulta sua separação, sendo quase impossível sua reciclagem, pois há pouco

    interesse econômico da indústria nesse tipo

    de descarte.

    A reciclagem do plástico deve ser

    realizada ainda no recebimento dos resíduos

    nas cooperativas ou empresas

    especializadas. Nesse momento é realizada a

    separação, trituração, lavagem e secagem,

    resultando daí um produto pronto para ser vendido que mantém todas as

    características da matéria-prima original, podendo ser utilizado na fabricação

    de novos produtos.

    No Brasil, a falta de consciência por parte das indústrias e das redes

    varejistas, a facilidade de uso e descarte por parte da população e a falta de

    campanhas publicas de conscientização prejudicam a reciclagem do plástico,

    que, segundo a ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), em

    2002 representou apenas 17,5% de todo o descarte. De acordo com pesquisas

    realizadas pela entidade, o Brasil está acima de países como Portugal e

    Grécia, onde a reciclagem fica abaixo de 5%.

  • 30

    Em 1988, a garrafa descartável feita com polietileno tereftalato

    (PET) surgiu como opção leve e barata para substituição das garrafas de vidro.

    Infelizmente, não foi lançada uma solução para o recolhimento e reutilização

    das mesmas, muito menos reciclagem.

    Segundo a ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET)

    foram vendidas 522 mil toneladas de resina PET em 2009, o que representou

    um crescimento de 7,4% em relação a 2008.

    Uma pesquisa realizada em 2010, encomendada pela Plastivida,

    Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, mostrou que 19,4% dos plásticos pós-

    consumo foram reciclados no Brasil. Em 2009, a marca foi de 17,9%. O estudo

    foi desenvolvido pela Maxiquim, consultoria especializada no segmento

    industrial, com metodologia do IBGE. O Brasil ficou na nona posição mundial

    na reciclagem dos plásticos, atrás da Alemanha (34%), Suécia (33,2%),

    Bélgica (29,2%), Noruega (25,7%), Suíça (24%), Itália (23%), Eslovênia

    (21,4%) e Dinamarca (21%). A média da União Européia no ano foi de 21%.

    2.6 – Reciclagem dos metais ferrosos e não ferrosos

    O aproveitamento dos metais é muito antigo e chegou

    ao Brasil junto com os imigrantes europeus. Uma das mais

    importantes vantagens da reciclagem dos metais é a economia

    de energia quando comparado com sua produção.

    A reciclagem dos metais ocorre em diferentes

    unidades industriais.

    Os materiais ferrosos podem ser

    facilmente separados dos demais através de uma

    máquina com imã que atrai os objetos.

  • 31

    O ferro foi descoberto na pré-história, porém o aço só foi

    desenvolvido em 1856, alcançando grande repercussão no meio industrial.

    Isso porque o aço é mais resistente do que o ferro fundido e pode ser

    produzido em grandes quantidades, servindo de matéria-prima para muitas

    indústrias.

    Com o avanço tecnológico dos fornos e a crescente procura por

    produtos feitos de ferro e aço, as indústrias siderúrgicas aumentaram a

    produção. O crescimento deste setor trouxe consigo um prejuízo à natureza,

    pois aumentou a extração de madeira para produção de carvão. A produção

    mundial de aço bruto no primeiro semestre de 2011 foi de 758 milhões de

    toneladas, puxados principalmente pela economia da China, segundo a fonte

    Valor Online.

    O ferro e o aço são encontrados na agricultura (ceifadeiras,

    colheitadeiras, semeadores e arados), nos transportes (caminhões, carros,

    navios e aviões), na construção civil, na indústria automobilística, em

    embalagens, aparelhos domésticos e muitas outras utilidades.

    Os metais estão em todos os lugares. Na cozinha (panelas, talheres,

    latas de refrigerante), nos automóveis e até no dinheiro. Existem vários tipos

    de metais, dentre eles alguns bem diferentes, como o mercúrio (que é líquido).

    Os mais conhecidos e utilizados são: ferro, aço, estanho, alumínio, chumbo,

    cobre, ouro e prata.

    Os metais podem ser separados em dois grandes grupos ferrosos e

    não ferrosos. O aço e o alumínio são os mais utilizados na fabricação de

    embalagens.

  • 32

    A reciclagem do aço remonta à própria história de utilização do

    metal. O aço reciclado mantém suas propriedades como dureza, resistência e

    versatilidade. As latas normalmente jogadas no lixo retornam em forma de

    novas latas ou como vários outros utensílios.

    As latas de aço produzidas com chapas metálicas, conhecidas como

    folhas de flandres, são compostas por ferro e uma pequena parte de estanho

    (0,20%) ou cromo (0, 007%), materiais que as protegem contra a oxidação

    (ferrugem), e são largamente utilizadas em embalagens,

    principalmente para o armazenamento de alimentos, óleos

    lubrificantes, tampas metálicas e outros.

    A reciclagem de latas de alumínio no Brasil constitui

    uma atividade de grande importância econômica, que cresce

    de forma notável, atingindo hoje um dos maiores índices do

    mundo.

    Nas áreas de armazenamento, as latas são

    Tipos Aplicações

    Ferrosos

    Ferro Utensílios domésticos, ferramentas, peças de automóveis estruturas de

    edifícios, latas de alimentos e bebidas;

    Não Ferrosos

    Alumínio Latas de bebidas, esquadrias;

    Cobre Cabos telefônicos e enrolamentos elétricos, encanamentos;

    Chumbo Baterias de carros, lacres;

    Níquel Baterias de celular;

    Zinco Telhados, Baterias;

  • 33

    prensadas para aumentar sua densidade e melhorar as condições de

    transporte. São enviadas às indústrias siderúrgicas junto com as demais

    sucatas metálicas, para se transformarem em tarugos ou folhas de flandres.

    As latas de aço lançadas na

    natureza sofrem oxidação num prazo médio

    de 3 anos, transformando-se em óxidos ou

    hidróxidos de ferro. Se recuperadas, podem

    ser recicladas infinitamente.

    Em 2003, de todas as latas de alumínio vendidas, o Brasil reciclou

    89%, correspondendo a um volume de 112 mil toneladas de latas de alumínio

    ou aproximadamente 8,2 bilhões de unidades, o que faz com que ocupemos o

    1° lugar no ranking em reciclagem de latas de alumínio pelo terceiro ano

    consecutivo. A apuração dos dados foi realizada pela Associação Brasileira do

    Alumínio (ABAL), em conjunto com a Associação Brasileira dos Fabricantes de

    Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS). O que contribuiu sobremaneira

    para este recorde foi o aumento da participação das cooperativas de catadores

    na base de coleta. Esta atividade gera emprego e renda para mais de 160 mil

    pessoas, desde a coleta até a transformação final da sucata em novos

    produtos.

    Em 2006, o país reaproveitou 94,4% do alumínio consumido. O

    Japão ficou em segundo com 90,9%, seguido pela Argentina, com 88,2%. Os

    dados são publicados e atualizados pela Associação Brasileira de Alumínio

    (ABAL) e pela Associação da Indústria de Latas (ABRALATAS). O principal

    responsável por este avanço é o alto valor agregado desse material que

    permite ao catador uma renda mensal melhor. Outro fator que contribui para

    esse resultado são os chamados "Projetos Escola" onde empresas "trocam"

    latinhas por equipamentos, material escolar, material esportivo e até

    computadores.

  • 34

    O Brasil conseguiu formar um ciclo permanente de reciclagem e

    reaproveitamento do alumínio contido nas latinhas.

    Fonte: www.setorreciclagem.com.br

    Nos últimos anos o Brasil lidera o ranking de reciclagem de latinhas

    de alumínio.

    Se considerarmos os índices de reciclagem de carros velhos,

    eletrodomésticos, resíduos de construção civil, somados aos índices das

    embalagens de aço, o Brasil recicla cerca de 70% de todo o aço produzido

    anualmente.

    RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL

    Alumínio Clipes

    Tampas Grampos

    Ferragens Esponjas de aço

    Latas de aço Latas de tinta em geral

    Latas de alumínio Pilhas

    Canos

    Fonte: www.sobrelixo.hpg.ig.com.br

  • 35

    Na Alemanha, em 2009, 92,5% do aço contido em embalagens foi

    reciclado. São dados da última edição de "Bilanz für Verpackungen"

    (estatísticas de reciclagem para embalagem). Esta continua sendo a maior

    taxa de reciclagem de qualquer tipo de material de embalagem.

    2.7 – Reciclagem de pneus

    A borracha natural é obtida da

    seiva da seringueira, árvore de origem

    amazônica que ganhou o mundo pela

    rápida adaptação que sofreu quando, na

    virada do século, foi plantada com sucesso

    nas florestas tropicais asiáticas.

    Em 1922, o alemão Hermann

    Staudinger sintetiza a borracha artificial a partir do petróleo e começa a

    produção industrial da mesma. Apesar de a borracha sintética ser muito

    parecida com a borracha natural, ela não é tão resistente ao calor e racha

    rapidamente com a mudança de temperatura. Por isso, os artefatos sempre

    têm em sua composição uma parcela de borracha natural.

    Os pneus foram inventados em 1845

    pelo norte-americano Charles Goodyear, que

    descobriu o processo de vulcanização da borracha.

    Os pneus hoje são compostos de 10% de borracha

    natural (látex), 30% de petróleo (borracha sintética)

    e 60% de aço e tecidos (tipo lona).

    A expansão do transporte rodoviário ocasionou uma explosão da

    indústria automotiva, gerando uma demanda por pneus de borracha. No

  • 36

    Brasil, no ano de 2003, a produção foi de mais de 49 milhões de unidades,

    sendo 34% para exportação, 22% para montadoras e 44% para reposição.

    Estima-se que quase metade dessa produção é descartada anualmente. Além

    da produção interna, o Brasil é consumidor de pneus usados importados,

    principalmente da União Européia, que até antes de 1999 vendia cerca de dois

    milhões de pneus usados por ano no Brasil (BONENTE, 2006).

    O pneu tem uma estrutura complexa, composta pela carcaça

    (composta por lonas de poliéster, aço ou nylon), talão (constituído de arames

    de aço recoberto por borracha), flancos (compostos de borracha com alto grau

    de elasticidade) e banda de rodagem (composta de borracha altamente

    resistente ao desgaste).

    Os pneus podem ser reciclados de quatro formas: por

    recauchutagem, recuperação, por regeneração e por pirólise.

    Recauchutagem - Reforma do pneu usado, em boas condições,

    onde a camada superior da borracha é reposta e novamente vulcanizada.

    Recuperação – Neste processo não existe separação dos diversos

    componentes do pneu. O pneu é triturado e seus resíduos são moídos até se

    tornarem um pó fino. Esse pó pode ser misturado com asfalto para

    pavimentação de vias e estacionamentos.

    Regeneração – Neste processo, a borracha é separada dos demais

    componentes e desvulcanizada. O arame e a malha de aço são recuperados

    como sucata de ferro e o tecido de nylon é utilizado como reforço em

    embalagens de papelão. A borracha regenerada é utilizada, por exemplo, em

    pisos industriais.

    Pirólise - Este processo pode ser genericamente definido como

    sendo o de decomposição química por calor na ausência de oxigênio. Desde

    1998, a PETROBRÁS instalou uma usina de reprocessamento conjunto de

  • 37

    xisto e pneus descartados para a produção de óleo e gás combustíveis. O

    arame de aço é reciclado para a indústria siderúrgica.

    O Brasil encontra-se em 2º lugar no ranking mundial de

    recauchutagem de pneus. A reciclagem e o reaproveitamento dos pneus

    correspondem a cerca de 30 mil toneladas (CEMPRE, 1999).

    Os pneus descartados lançados em aterros acumulam água de

    chuva no seu interior, servindo de local para vetores transmissores de

    doenças.

    Colocados em lixões, absorvem os

    gases liberados pela decomposição dos outros

    resíduos e estouram. Por esse motivo, os

    pneus são separados em grandes pilhas em

    locais abertos, junto a esses lixões. Quando

    queimados, eles podem causar incêndios, já

    que cada pneu é capaz de ficar em combustão

    por mais de um mês, liberando mais de dez

    litros de óleo no solo, contaminando a água do

    subsolo e aumentando a poluição do ar.

    Na Europa, entrou em vigor em 2006 a determinação que proíbe o

    descarte de pneus picados em aterros sanitários; a deposição de pneus

    inteiros já é proibida desde 2001. Os resíduos de pneus triturados em aterros

    sanitários da União Européia (UE) correspondem a 80 milhões de pneus

    anualmente. Com esta determinação, a UE está pressionando o Brasil na

    Organização Mundial do Comércio (OMC) para liberar a importação de pneus

    reformados, o que é proibido por Lei.

  • 38

    2.8 – Reciclagem dos eletroeletrônicos

    Resíduo eletroeletrônico, lixo

    tecnológico ou e-lixo são os nomes dados ao

    descarte de eletrodomésticos ou

    eletroeletrônicos, incluindo os acumuladores de

    energia (baterias e pilhas) e os produtos

    magnetizados de uso doméstico, industrial,

    comercial e de serviços.

    Tais resíduos podem ser reciclados

    ou depositados em lixões, causando sério risco

    para o meio ambiente, pois possuem em sua

    composição metais pesados altamente tóxicos

    que se forem queimados e estiverem em

    contato com o solo acabam contaminando o

    lençol freático e poluindo o ar,causando graves

    danos à saúde dos catadores que sobrevivem

    da venda desse material coletado nos lixões.

    A reciclagem do e-lixo é diferenciada devido às suas características

    - ela é chamada de "manufatura reversa" ou remanufatura, ou seja, a ação de

    desmontagem, descaracterização e reaproveitamento das partes dos

    equipamentos, transformando-os em matéria-prima reaproveitada e

    reintegrada ao processo produtivo. Para que este processo seja possivel, é

    necessário que exista mão-de-obra

    qualificada para fazer a separação,

    classificação e encaminhamento para as

    recicladoras do descarte. Infelizmente, esta

    mão-de-obra é bem escassa no Brasil.

  • 39

    Os caminhos do e-lixo no Brasil são poucos conhecidos o que,

    aliado a falta de informação por parte da população e o desinteresse das

    indústrias no que tange ao seu descarte, faz com que ele seja depositado no

    lixo comum.

    Nem todos os produtos substituídos (videogames antigos, celulares,

    laptops, TVs, câmeras, CD players, toca-discos e monitores) são descartados

    de imediato, porque os consumidores não sabem o que fazer com eles.

    Em um estudo realizado em 2005, encomendado pela HP à

    empresa de pesquisa de mercado Penn Schoen Berland, ficou constatado que

    68% dos consumidores acumulam equipamentos usados em suas casas.

    Durante as pesquisas, foi observado que existem pouquíssimas empresas

    recicladoras no Brasil. A maior parte do e-lixo é processado por empresas

    estrangeiras que captam os artigos e fazem a reciclagem deles fora do país.

    Outro problema observado foi o grande mercado informal que comercializa

    produtos montados e alimenta o descarte irresponsável dos eletroeletrônicos e

    das peças. No Brasil não existem dados sobre a reciclagem do e-lixo.

    No Relatório de 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas)

    aponta o Brasil como um dos mercados emergentes que geram o maior

    volume de e-lixo per capta por cada ano e adverte: ”O Brasil não tem nem

    estratégia para lidar com o fenômeno e o tema sequer é prioritário para a

    indústria.” Isto configura um quadro

    preocupante, visto que a quantidade só

    tem a aumentar. Mesmo com a Lei dos

    Resíduos Sólidos (LEI nº 12.305, de 2 de

    agosto de 2010), este problema está

    longe de ser amenizado.

    O CEMPRE – Compromisso

    Empresarial para a Reciclagem –

  • 40

    organização não governamental que incentiva a reciclagem no Brasil, criou um

    comitê de trabalho voltado para acompanhar as discussões sobre a reciclagem

    de eletroeletrônicos no país. O foco do grupo é debater os avanços e principais

    problemas da reciclagem desta categoria e trabalhar em parceira com

    autoridades governamentais.

    O Comitê defende o conceito da responsabilidade compartilhada

    entre sociedade, governo e indústria para a reciclagem dos eletroeletrônicos, o

    que implicaria em incentivos fiscais, fiscalização rigorosa para combater a

    pirataria e a definição de diretrizes nacionais, e não regionais, para a

    reciclagem dos produtos. “Estabelecer metas regionais para a coleta e

    reciclagem dos eletroeletrônicos não leva em conta a distribuição dos produtos.

    Outros pontos a serem considerados são a relação que os consumidores

    constroem com os eletroeletrônicos e também o fato de que o que é

    considerado velho para um pode não ser para o outro. Muitos não querem

    descartar os produtos, mesmo que já estejam obsoletos. Outros preferem doar

    suas TVs ou computadores antigos a enviá-los para a reciclagem”, diz André

    Vilhena, diretor executivo do CEMPRE.

    No Brasil, apesar da Lei dos Resíduos Sólidos, não existem

    programas voltados e adequados para este tipo de coleta. Ainda são

    necessários estudos e pesquisas para lidar com este tipo de descarte.

    A Diretiva da Comunidade Européia WEEE (Waste Electrical and

    Electronic Equipment), publicada em 2003 e implementada em 2005,

    regulamenta o descarte de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos

    em todos os países participantes da Comunidade. Ela também orienta os

    fabricantes a adotar a responsabilidade européia de coleta, armazenagem,

    transporte e reciclagem dos produtos fabricados quando são descartados e

    contém instruções de gestão do resíduo eletrônico, além do descarte dos

    produtos esgotados com base em uma política de reciclagem e reuso.

    Juntamente com a Diretiva ROHS (Restriction of Hazardous Substances), elas

  • 41

    restringem o uso de certas substâncias nocivas, como chumbo, mercúrio,

    cádmio e cromo em equipamentos eletroeletrônicos no estágio de fabricação e

    produção. Com esta Diretriz, os produtos contendo as substâncias restritas

    terão de ser reprojetados ou removidos até 2006. Estas resoluções, em

    conjunto, exigem que os fabricantes paguem pela coleta de seus produtos no

    fim de sua duração, estabelecendo pontos centrais e cumprindo as metas de

    reutilização, reciclagem e recuperação. Para a população, a legislação prevê a

    criação de sistemas de recolhimento dos descartes onde os consumidores

    devolvem seus usados em lugares apropriados. O objetivo destes programas é

    o de aumentar a reciclagem e ou reuso dos produtos. O descarte de

    equipamentos eletroeletrônicos é a fonte de lixo municipal que mais cresce na

    Europa. As diretivas serão administradas individualmente pelos governos dos

    países que participam da UE.

  • 42

    2.9 – Vantagens e desvantagens da reciclagem

    Podemos enumerar como vantagens da reciclagem: a conservação

    dos recursos naturais, a economia de energia, a preservação do meio

    ambiente, o envolvimento dos consumidores com as causas ambientais, a

    criação de novos postos de trabalho, onde a população sem nenhuma

    qualificação técnica pode ser aproveitada, uma diminuição no volume de

    resíduos depositados nos aterros sanitários, ou seja, uma perspectiva de

    novos negócios e mercado para os produtos reciclados.

    “O país perde no lixo, um valor considerável, que poderia se reverter

    em melhorias que beneficiariam toda a sociedade brasileira” - CALDERONI

    2003.

    Como desvantagem podemos encontrar: o custo do recolhimento,

    transporte, classificação e reaproveitamento dos resíduos, o custo do material

    reciclado (em alguns casos ele pode ser maior que o produzido com matéria-

    prima virgem), a qualidade do material pode variar com as sucessivas

    transformações ao longo do tempo e, ainda, pode haver uma variação de

    oferta e procura desses produtos nos mercados devido a uma falta de

    consciência ambiental por parte dos consumidores.

  • 43

    CAPÍTULO III

    ESTUDO DE CASO

    3.1 – Pesquisa realizada a partir da coleta seletiva de

    resíduos recicláveis no AMRJ - Arsenal de Marinha do Rio de

    Janeiro.

    Nome da empresa: Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

    Localização: Ilha das Cobras, Centro – Rio de janeiro

    Atividade principal: Construção e Reparação Naval

    Número de funcionarios: 3.400

    Conforme estabelecido no Decreto n° 5.940 de 25/10/2006, que

    instituiu a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e

    entidades da administração publica federal direta e indireta, na fonte geradora,

    e sua destinação as associações e cooperativas dos catadores de materiais

    reciclados.

    Segundo o Decreto, deve ser constituída no âmbito de cada órgão

    federal uma comissão para coleta seletiva, sendo atribuída a essa comissão:

    1- implantar e a supervisionar a coleta dos resíduos recicláveis

    descartados destinados às associações e cooperativas de catadores;

    2 - firmar os possíveis acordos com as associações e cooperativas

    de catadores para a partilha dos resíduos recicláveis descartados;

    3 – realizar o sorteio, em sessão pública entre as respectivas

    associações e cooperativas devidamente habilitadas, que firmarão

    compromisso com o órgão federal, para efetuar a coleta dos resíduos

  • 44

    recicláveis descartáveis, caso não haja consenso para partilha. Nessa

    hipótese, devem ser sorteadas até 04 associações ou cooperativas, sendo que

    cada uma realizará a coleta por um período consecutivo de 06 meses, quando

    outra associação ou cooperativa assumira a responsabilidade, seguindo a

    ordem do sorteio. Concluído o prazo de 06 meses do termo de compromisso

    da última associação ou cooperativa associada, será aberto um novo processo

    de habilitação; e.

    4 – elaborar relatório semestral de avaliação do processo de

    avaliação dos resíduos recicláveis descartados e sua destinação as

    associações e cooperativa e associações devidamente habilitadas.

    Estarão habilitadas a coletar os resíduos recicláveis as associações

    e cooperativas de catadores de materiais que atenderem aos seguintes

    requisitos e respectivas comprovações:

    REQUISITO COMPROVAÇÃO

    Esteja formal ou exclusivamente constituída por

    catadores de materiais recicláveis, que tenham a

    catação como única fonte de renda e não possua

    fins lucrativos.

    Apresentação do Estatuto ou Contrato

    Social

    Possua infraestrutura para realizar a triagem e a

    classificação dos resíduos recicláveis

    descartados, apresentando o sistema de rateio

    entre os associados e cooperativados.

    Declaração das respectivas

    associações ou cooperativas

    Devem ser implantadas ações de publicidade, que assegurem a

    lisura e igualdade de participação das associações e cooperativas no processo

    de habilitação, sendo aceitável que a publicidade seja realizada por meio de

    oficio do órgão federal as associações ou cooperativas de catadores

    devidamente habilitadas.

  • 45

    Dados obtidos a partir da implantação do processo no Arsenal de

    marinha do Rio de Janeiro:

    MATERIAL JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total Custo

    1. PAPEL papel branco limpo

    0 0 0 0 0

    papel misto limpo

    863 1023 1109 2995 376

    Papelão 3215 1994 2510 7719 968

    Jornal e revista

    0 0 0 0 0

    embalagem Tetra Pack

    0 0 160 160 20

    2. PLÁSTICO Polietileno de alta densidade (PEAD)

    790 1445 1071 3306 415

    Polietileno de baixa densidade (PEBD)

    220 0 0 220 28

    Politereftalato de etileno (PET)

    84 168 302 554 69

    Poliestireno (PS)

    0 0 0 0 0

    Bombonas plásticas 20 l

    0 0 116 116 15

    3. METAL Latas de alumínio

    8 55 107 170 21

    Tambores 0 0 0 0 0

    Latas de aço 951 559 195 1705 214

    Ampolas de gás refrigerante

    0 0 0 0 0

    4. OUTROS Madeira e serragem

    0 0 0 0 0

    Vidro 0 0 0 0 0

    TOTAL 6131 5244 5570 16945 2125

    2008

    Unidade utilizada: Kg/m3

  • 46

    MATERIAL JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total Custo

    1. PAPEL Papel branco limpo 0 6150 0 0 0 0 0 220 200 80 504 0 7154 897

    papel misto limpo 933 835 1112 781 943 1200 1180 250 700 200 131 108 8373 1050

    Papelão 1298 2135 2159 1883 1974 1839 3600 2180 2580 1100 3264 1632 25644 3216

    Jornal e revista

    0 0 0 0 0 0 150 0 70 150 134 48 552 69

    embalagem Tetra Pack 80 194 91 92 78 76 0 0 0 0 0 0 611 77

    2. PLÁSTICO Polietileno de alta densidade (PEAD)

    734 772 1372 1213 1574 1372 200 310 80 135 163 77 8001 1003

    Polietileno de baixa densidade (PEBD)

    0 0 51 62 42 51 140 20 68 30 95 124 684 86

    Politereftalato de etileno (PET)

    135 114 174 157 178 174 70 12 4 0 45 58 1120 141

    Poliestireno (PS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Bombonas plásticas 20 l 111 85 57 77 24 57 0 0 0 0 0 0 411 52

    3. METAL Latas de alumínio 160 72 97 53 62 97 0 256 21 0 25 11 854 107

    Tambores 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Latas de aço 142 95 121 87 114 121 250 3 41 22 259 250 1506 189 Ampolas de gás refrigerante

    0 0 535 458 523 535 0 0 0 53 0 0 2104 264

    4. OUTROS Madeira e serragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Vidro 0 0 0 0 0 0 0 150 110 0 79 56 395 50

    TOTAL 3593 10452 5769 4863 5512 5522 5590 3401 3874 1770 4699 2363 57408 7200

    2009

    Unidade utilizada: Kg/m3

  • 47

    2010

    Unidade utilizada: Kg/m3

    MATERIAL JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total Custo

    1. PAPEL papel branco limpo 90 39 361 103 131 92 194 551 865 306 82 211 3025 379

    papel misto limpo 61 131 101 233 169 50 11 410 166 96 114 114 1655 208

    Papelão 2160 1361 2365 1852 1534 1600 2180 2114 1747 2315 1806 1075 22109 2773

    Jornal e revista

    64 36 121 35 13 0 0 84 87 2305 727 120 3592 450

    embalagem Tetra Pack 226 222 262 203 202 123 145 0 150 14 0 0 1547 194

    2. PLÁSTICO Polietileno de alta densidade (PEAD)

    101 120 166 238 250 614 198 415 330 134 192 181 2940 369

    Polietileno de baixa densidade (PEBD)

    154 118 206 84 99 33 103 106 65 60 58 47 1133 142

    Politereftalato de etileno (PET)

    14 12 864 19 27 32 94 123 112 146 110 122 1675 210

    Poliestireno (PS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Bombonas plásticas 20 l 0 26 15 0 0 10 21 50 16 3 32 44 218 27

    3. METAL Latas de alumínio 5 10 0 0 10 0 7 0 11 0 0 0 42 5

    Tambores 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Latas de aço 363 382 316 220 341 193 222 234 171 134 66 170 2813 353

    Ampolas de gás refrigerante

    0 965 120 174 39 30 0 93 18 0 18 33 1490 187

    4. OUTROS Madeira e serragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Vidro 23 6 54 59 39 26 44 118 24 0 0 34 427 54

    TOTAL 3261 3428 4951 3220 2854 2803 3219 4298 3762 5513 3206 2152 42666 5351

    Gordura Vegetal saturada (L)

    0 0 0 0 0 0 0 550 600 280 0 250 1.680

  • 48

    2011

    Unidade utilizada: Kg/m3

    MATERIAL JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total Custo

    1. PAPEL papel branco limpo 625 225 202 368 240 251 203 311 315 2740 344

    papel misto limpo 122 488 297 200 235 108 199 114 98 1862 234

    Papelão 2 1890 1971 1512 2 1416 2481 2836 2840 14949 1875

    Jornal e revista

    7600 299 79 40 338 68 79 193 29 8725 1094

    embalagem Tetra Pack 77 149 117 5 305 0 0 0 0 653 82

    2. PLÁSTICO Polietileno de alta densidade (PEAD)

    324 172 175 265 305 369 190 174 156 2129 267

    Polietileno de baixa densidade (PEBD)

    88 75 107 59 161 308 104 73 63 1036 130

    Politereftalato de etileno (PET)

    195 109 222 208 129 142 104 162 1271 159

    Poliestireno (PS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Bombonas plásticas 20L 155 73 69 11 31 37 44 55 28 502 63

    3. METAL Latas de alumínio

    10 0 19 14 172 0 61 0 0 276 35

    Tambores 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Latas de aço 223 187 185 161 0 151 223 187 127 1444 181 Ampolas de gás refrigerante

    30 57 0 0 103 0 0 0 0 190 24

    4. OUTROS

    Madeira e serragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Vidro 52 57 40 68 36 103 49 42 92 538 67

    TOTAL 9502 3779 3482 2911 2055 2954 3736 3985 3911 0 0 0 36315 4554 Gordura Vegetal saturada (L)

    1200 100 0 250 20 500 930 40 400

    3.440

    OBS. Dos 930 l, 810 l foram destinados a missões do Rio Óleo.

  • 49

    Desde sua implantação, a coleta de resíduos sólidos do Arsenal de

    Marinha do Rio de Janeiro vem sofrendo substancial incremento nas

    quantidades e tipos de materiais recicláveis entregues as empresas

    vencedoras dos sorteios, demonstrando a preocupação crescente do Governo

    Federal quanto aos Programas de Inclusão Social provenientes da reciclagem

    dos resíduos sólidos.

    3.2 – Pesquisa realizada a partir da coleta seletiva de

    resíduos recicláveis na Thyssen Krupp Steel Europe AG -

    Duisburg, Alemanha

    Nome da empresa: Thyssen Krupp Steel Europe AG

    Localização: Duisburg, Alemanha

    Atividade principal: Produção de aço

    Número de funcionarios: 19.000

    Nome e posto da pessoa entrevistada: Sati Özmen, Coordenador de

    Processos do Alto Forno

    Qual o principal item de reciclagem, quantidade e de que maneira é

    feita esta reciclagem?

    - No alto forno, a escória é o material mais reciclado - 100%

    O material reciclado misturado à água produz escória granulada de

    alto forno que vai para fabricação de cimento, construção de ruas (camada

    abaixo do asfalto), pedras para calçadas, adubos e fertilizantes. Os restos de

    placas, excedentes de produção e outros itens de ferro também são totalmente

    reutilizados como sucata durante a produção de aço.

  • 50

    Quanto aos itens (copos, latas, garrafas, papel e papelão, madeira e

    eletroeletrônico) provenientes das demais atividades da empresa, qual a

    destinação dada e a quantidade produzida por item?

    - Todo o material é enviado para uma empresa terceirizada para

    reciclagem. Todo o material já sai da Thyssen devidamente separado (coleta

    seletiva), não existindo qualquer intermediário nesse processo.

    Existe incentivo governamental a reciclagem?

    - Há incentivo para a reciclagem de lamas e pós industriais

    (programa Oxocupy). A lama e os pós industriais são combinados para gerar

    os “C-Bricks”, que serão utilizados para produção de ferro gusa em um forno

    especial. O ferro gusa proveniente desse procedimento contém um teor de

    silício muito alto. Esse ferro gusa especial é misturado ao ferro gusa normal

    para balancear a composição. Esse procedimento foi desenvolvido e

    patenteado pela Thyssen.

    O Governo Alemão incentiva as empresas a investirem em soluções

    criativas que reaproveitem os descartes, reincerindo-os na cadeia produtiva.

    No caso particular da empresa Thyssen Krupp o principal produto

    poluidor é 100% reaproveitado.

    Existem diferenças gritantes entre as políticas de reciclagem de

    resíduos no Brasil e na Alemanha.

    A primeira visa transformar os diversos descartes do processo

    produtivo em ganhos financeiros para as associações ou cooperativas de

    catadores, estando em segundo plano a preocupação quanto a destinação

    final dos materiais não recicláveis ou não aproveitados para reciclagem.

    É certo que por mais que se tente direcionar os referidos recursos

    financeiros para essa parcela da população, sabe-se que os custos envolvidos

  • 51

    na transformação dos materiais recolhidos em material reciclado, consome

    uma parcela substancial desse ganho.

    A segunda amparada por Leis rígidas de controle e destinação dos

    resíduos sólidos produzidos consegue garantir um baixo percentual de

    resíduos lançados no meio ambiente, além dos incentivos governamentais que

    visam a destinação correta dos resíduos oriundos do processo produtivo.

  • 52

    CONCLUSÃO

    No inicio dos anos 70, a preocupação com o aumento dos resíduos

    sólidos descartados nos aterros sanitários levou o governo alemão a criar a

    primeira lei que regulamenta esse assunto. Desde então, ela vem sendo

    aprimorada, aproveitando as experiências adquiridas e incorporando toda uma

    tecnologia desenvolvida para esse fim.

    Em 1991, a Alemanha adotou sua Portaria de embalagem, A

    Portaria de Embalagem alemã obriga todos os fabricantes a coletar, reciclar ou

    reutilizar as suas embalagens depois de serem eliminadas pelos

    consumidorestornando as corporações responsáveis por sua embalagem até o

    fim de seu ciclo de vida.

    A Portaria se concentra em melhorar três categorias de embalagem:

    Embalagem de Transporte (caixas e caixas de transporte).

    Embalagem secundária (caixas não essenciais, como as caixas para

    embalagens de vitaminas).

    Embalagem primária (embalagens que entram em contato com o

    produto, tais como tubos de pasta de dente).

    Esta Portaria não se aplica somente aos resíduos sólidos e

    embalagens, mas também a líquidos, gases, materiais perigosos, resíduos

    radioativos e médicos. As medidas foram um grande sucesso. De acordo com

    o Departamento Alemão de estatísticas, o país reduziu a quantidade de

    resíduos em mais de 37,7 milhões de toneladas entre 1966 e 2007.

    Em resposta ao Decreto, foi criado um consórcio formado por

    varejistas e fabricantes, como solução para atender aos requisitos impostos, o

    chamado DSD (Duales System Deutschland GmbH). Este sistema financiado

    pelos fabricantes coleta e processa os materiais de embalagem utilizados em

    todo o país, como copos de iogurte, garrafas de vidro ou embalagens de

    bebidas a partir do qual se obtêm matérias-primas que depois são revendidas

  • 53

    no mercado aberto, formando um sistema de reciclagem em circuito fechado.

    Os fabricantes pagam taxas ao DSD para obterem o selo ponto verde (Der

    Grüne Punkt) em suas embalagens para que elas sejam recolhidas. As taxas

    são cobradas com base no material a ser recolhido de acordo com o peso e o

    número de itens. A DSD também leva em consideração o que custará para

    recolher, classificar, tratar e reciclar materiais diferentes. Este sistema atua em

    paralelo com o serviço de eliminação de resíduos do setor publico. O ponto

    Verde é a garantia do cumprimento da Lei. O DSD trabalha com as cidades

    para coordenar o sistema de pontos de coleta em todo o país. O DSD criou

    cerca de 17 mil empregos no país.

    O logotipo Ponto verde no rótulo da embalagem indica que este

    pacote deve ser colocado em local próprio para reciclagem. Se o produto não

    possui este selo, o fabricante é o responsável pelo seu recolhimento após o

    descarte.

    A Organização Pro Europa (organização que cuida dos sistemas

    europeus de gestão de resíduos de embalagem) informa que 3,2 milhões de

    toneladas de resíduos da Alemanha foram recuperados em 2007. Isso

    representa mais de 88% de todas as embalagens produzidas na Alemanha.

    Depois do lixo coletado, determina-se qual o caminho a tomar. A

    maioria dos itens segue diretamente para uma usina de triagem, onde as

    peças recicláveis são separadas das partes não recicláveis, como por

    exemplo, papel e papelão, embalagens, tecidos e calçados, resíduos

    volumosos, resíduos perigosos, sucata de metal, produtos eletrônicos e

    baterias

    A partir da usina de triagem, o resíduo é separado e segue destinos

    diferentes. O papel vai para uma fábrica de papel, o vidro vai para uma

    unidade de transformação e, em seguida, para uma instalação de vidros. A

    maioria dos resíduos seguirá para uma unidade de reciclagem ou instalação de

    tratamento.

  • 54

    Qualquer coisa que não pode ser reciclada de forma responsável é

    incinerada ou submetida a tratamento mecânico-biológico antes de ser

    colocado em um aterro sanitário. Na década de 1970, a Alemanha tinha cerca

    de 50.000 aterros, hoje existem menos de 200.

    Segundo a Agência Européia do Ambiente, em 2006, a Alemanha

    tinha em seus aterros apenas 1% de resíduos não tratados do país.

    Estatísticas de resíduos na Alemanha não usam amostras, elas são

    feitas para obtenção de informações sobre o cumprimento da Lei. Os Estados

    pedem detalhamentos sobre a coleta de resíduos e sua eliminação para o

    planejamento regional de suas gestões de resíduos. Legalmente, os cidadãos

    alemães não são obrigados a classificar seus resíduos domésticos, mas é

    evidente que a grande maioria deles não se importa de fazê-lo, o que resulta

    em uma grande contribuição para o sucesso do programa.

    A Alemanha espera que em 2020, tenha encontrado uma maneira

    de reutilizar cada pedaço de cada item produzido. Atingir este objetivo de

    desperdício zero faria o país 100% sustentável e eliminaria a necessidade de

    aterros sanitários completamente.

    O lixo é um enorme problema para o Brasil. A maior parte do lixo

    brasileiro não tem destinação correta, seja ele eletrônico, plástico, vidro, papel

    e até nuclear. A falta de um sistema adequado de coleta, seleção,

    aproveitamento e reciclagem são problemas que começam nas pequenas

    cidades e estão se tornando insustentáveis nos grandes centros. O modelo de

    consumo se revela por vezes uma atividade antissocial, a falta de orientação

    quanto ao destino dos resíduos desnorteia a população, que por varias vezes

    não sabe onde depositar seu “lixo”, fazendo-o de forma errada. As indústrias,

    por falta de uma fiscalização mais enérgica, deixam de fazer sua parte ou

    quando a fazem é de modo parcial. Um paradoxo: parte da população

  • 55

    consome como o primeiro mundo e descarta seus resíduos como o terceiro

    mundo.

    O modelo alemão seria um bom caminho a seguir, mas ainda

    estamos muito atrasados em termos de leis que comecem a “pôr ordem na

    casa”. A Lei dos Resíduos Sólidos em vigor desde 2005, passados 6 anos,

    ainda não conseguiu, nem de longe melhorar o rumo dos “lixos” no Brasil.

    No atual cenário, é imprescindível que sejam desenvolvidos estudos

    e pesquisas para a criação de modelos alternativos de gestão de resíduos

    sólidos urbanos, adaptados a realidade brasileira. O modelo alemão seria o

    ideal, mas está muito longe de nossa realidade.

    Se somos tão bem sucedidos na reciclagem de latas de alumínio,

    porque não expandir esta experiência para outros tipos de resíduos, através de

    incentivos e campanhas, o que levaria em seu bojo uma boa parcela da

    população carente a ter melhores condições de vida, auferindo ganhos como

    catadores das usinas recicladoras. Seria este o modelo brasileiro?

    Outra solução viável seria primeiro, a criação de locais apropriados

    para destinação dos diversos tipos de resíduos, segundo, a implantação de um

    sistema de coleta onde fabricantes, revendedores, cooperativas de catadores e

    poder público fizessem uma parceria, e por ultimo e principalmente, uma maior

    conscientização da população, através de programas educativos, para que ela

    seja cobrada de forma a se engajar no processo, com o objetivo de se formar

    uma cadeia em favor da reciclagem, onde todos teriam sua responsabilidade.

    Ainda, a viabilidade desse processo só se daria através de uma rígida e eficaz

    fiscalização por parte das autoridades competentes.

    Segundo pesquisa do Instituto Água-viva/UNICEF realizada em

    2004, o lixo produzido nas grandes cidades brasileiras era assim composto:

  • 56

    39% - papel e papelão, 16% - metais ferrosos, 15% - vidro, 8% - rejeito, 7% -

    plástico filme, 2% - embalagens longa vida e 1% - alumínio.

    Existem exemplos a serem seguidos, basta boa vontade política e

    talvez, maior pressão por parte da sociedade civil para que ele se realize.

  • 57

    ANEXO

    LISTA DE SIGLAS

    ABAL Associação Brasileira de Alumínio

    ABEAÇO Associação Brasileira das Embalagens de aço

    ABIPET Associação Brasileira da Indústria do PET

    ABIQUIM Associação Brasileira da Indústria Química

    ABIVIDRO Associação Técnica Brasileira das Indústrias de Vidro

    ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

    ABRALATAS Associação Brasileira da Indústria de Latas

    ABRELPE Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

    BRACELPA Associação Brasileira de Celulose e Papel

    CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

    DSD Sistema Binário Alemão

    ERPC Conselho Europeu de Reciclagem do Papel

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

    IBS Instituto Biosistêmico.

    OMC Organização Mundial do Comércio

    ONG Organização Não Governamental

    ONU Organização das Nações Unidas

    PEAD Polietileno de Alta Densidade

    PEBD Polietileno de Baixa Densidade

    PET Polietilenotereftalato

    PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

    PP Polipropileno

    PS Poliestireno

    PVC policloreto de Vinila

    ROHS Restrição de Certas Substâncias Perigosas

    UE União Européia

    UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

    WEEE Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos

  • 58

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    CALDERONI, Sebatai. Os Bilhões Perdidos no Lixo, 4ª ed. Ed.Humanitas, 2003 LIMA E SILVA, Pedro Paulo de; GUERRA, Antonio Jose Teixeira;

    MOUSINHO, Patrícia. Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais, 1999.

    KRANERT, Martin e CORD-LANDWEHR, Klaus. Einführung in die abfallwirtschaft (Introdução à gestão de resíduos) -. Ed. Vieweg+Teubner – 2010 LIXO MUNICIPAL: Manual de Gerenciamento Integrado, CEMPRE/IPT –1995;

    CEMPRE - Pneus (Ficha Técnica nº 8),

    MARTENS, Hans. Recyclingtechnik (Técnicas de reciclagem) –. Ed

    Spektrum - 2010

    WARMER BULLETIN n. 64 – jan/1999 pág. 4-5

    PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos

    da construção urbana. 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) -

    Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

  • 61

    ÍNDICE

    FOLHA DE ROSTO 02

    AGRADECIMENTO 03

    DEDICATÓRIA 04

    RESUMO 05

    METODOLOGIA 06

    SUMÁRIO 07

    INTRODUÇÃO 08

    CAPÍTULO I

    O LIXO

    I. 1 – Conceituação 10

    I. 2 – Classificação 10

    I. 3 – Disposição 12

    CAPÍTULO II

    RECICLAGEM

    II. 1 – Conceituação 19

    II. 2 – Reciclagem dos resíduos da construção civil 20

    II. 3 – Reciclagem do papel 22

    II. 4 – Reciclagem do vidro 25

    II. 5 – Reciclagem dos plásticos 28

    II. 6 – Reciclagem dos metais ferrosos e não ferrosos 30

    II. 7 – Reciclagem dos pneus 35

    II. 8 – Reciclagem dos eletroeletrônicos 38

    II. 9 – Vantagens e desvantagens da reciclagem 42

    CAPÍTULO III

    ESTUDO DE CASO

    III. 1 – Pesquisa realizada a partir da coleta

  • 62

    seletiva de resíduos recicláveis no Arsenal de

    Marinha do Rio de Janeiro 43

    III. 2 – Pesquisa realizada a partir da coleta seletiva de resíduos recicláveis na Thyssen

    Krupp Steel Europe AG 49

    CONCLUSÃO 52

    ANEXO 57

    BIBLIOGRAFIA 58

    WEBGRAFIA 59

    ÍNDICE 61

  • 63

    FOLHA DE AVALIAÇÃO