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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA COMO OS FATORES EXTERNOS E INTERNOS PODEM INFLUENCIAR NO COMPORTAMENTO HUMANO NO TRABALHO. Por: Lúcia Elaine Lucas Machado Ribeiro Orientador Prof. José Paulo Rio de Janeiro 2012

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 1.2 – As organizações vistas como sistema sociocultural. Segundo Morgan (1995, p.37) quando pensamos nas organizações

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMO OS FATORES EXTERNOS E INTERNOS PODEM INFLUENCIAR NO COMPORTAMENTO HUMANO NO TRABALHO.

Por: Lúcia Elaine Lucas Machado Ribeiro

Orientador

Prof. José Paulo

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMO OS FATORES EXTERNOS E INTERNOS PODEM INFLUENCIAR NO COMPORTAMENTO HUMANO NO TRABALHO.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

Por: Lúcia Elaine Lucas Machado Ribeiro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais essa

oportunidade de realização na minha

vida, a Rosinha, a minha irmã Andréa

que sempre é um incentivo para todas

nós estudem, estudem e estudem.

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DEDICATÓRIA

Dedica-se ao esposo, as amigas Flávia Araújo

e Sheila Cabral, as professoras Ana Raquel,

Ana Cristina, Helenice Feijó e a todos os

amigos de classe e a todos acreditaram na

realização deste trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho busca através de um estudo, observar fatores

internos e externos que compõem o comportamento humano dentro das

organizações. O trabalho trata de diferentes fatores de influências que

contribuem direta e indiretamente no comportamento organizacional. Através

do método de pesquisa bibliográfica que discorre sobre o tema apresentado,

com foco voltado para as questões inerentes comportamento e seus

desdobramentos frente às organizações, buscam-se compreender aspectos

históricos, sociais, psicológico, comportamental, de aprendizagem, processos

de mudanças e cultura dentre outros fatores que precisam ser considerados na

busca por resultados organizacionais.

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METODOLOGIA

O presente trabalho se desenvolveu através de estudo feito com

referência bibliográfica, auxiliada por artigos, sites, revistas, a observação do

objeto se deu no cotidiano dentro da organização que culminou no interesse da

pesquisa do tema. Será realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema

proposto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Comportamento Organizacional 10

CAPÍTULO II - Comportamento Humano no trabalho 19

CAPÍTULO III – Cultura Organizacional e suas influências

no comportamento humano no trabalho 26

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho torna-se cada vez mais exigente, dentre vários

aspectos de avaliação do indivíduo dentro das organizações, mais do que

observar habilidades do colaborador, é preciso compreender o comportamento

individual e grupal, requer uma investigação de situações inerentes à liderança,

poder, processos de mudanças, cultura da organização, valores, crenças,

fatores sociais, históricos que acabam por dinamizar as relações de trabalho e

podem afetar diretamente o indivíduo e os grupos dentro das organizações.

O comportamento organizacional se dá através da interação dos

indivíduos e a organização, pessoas com sua própria cultura, crenças, valores

pessoais, dotada de sua historicidade e particularidades. Vale à pena ressaltar

que ainda que o comportamento organizacional determine regras e controle, as

pessoas trazem consigo sua própria vivência, história e dentre elas são

diferentes uma das outras.

Sendo necessária uma análise das causas e efeitos do comportamento

humano no local de trabalho, observando o tempo, a história, cultura, estrutura

organizacional e a realidade o qual a organização esta inserida. No entanto

diante da dinâmica do mundo trabalho as pessoas adequam-se as regras e

normas institucionais. Segundo Nascimento

As pessoas no novo contexto organizacional terão que conviver com

ambigüidade ampliando sua capacidade de lidar com as frustrações e,

principalmente, aprender a reconsiderar diversas situações no ambiente de

trabalho. O ser humano, independentemente do estágio que esteja em sua

trajetória profissional, deve conhecer seus pontos favoráveis e desfavoráveis,

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procurando desenvolvê-los com qualidade e analisando suas possibilidades de

realização. (Nascimento, 2008, p. 7)

No mundo do trabalho, as mudanças são essenciais e necessárias e

está intrinsecamente ligada às necessidades das organizações, na

contemporaneidade a valorização da gestão de pessoas tem seus traços

voltados para o incentivo à participação, gestão do trabalho, incentivo a

criatividade, desenvolvimento e autonomia. Contudo as relações de trabalho

exigem adaptações e contínuas mudanças de acordo com as necessidades

organizacionais, a gestão de pessoas observa atentamente as características,

habilidades do colaborador e o comportamento desenvolvido ambiente de

trabalho.

Na economia global a adequação, seguida da busca pelo aprendizado

contínuo, aceitação, qualificação, posturas mais flexíveis em prol dos

resultados organizacionais são características fundamentais.

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CAPÍTULO I

Comportamento Organizacional

1.1 - Um breve histórico sobre comportamento Organizacional

O comportamento organizacional é definido como um campo de

estudos que investiga os impactos que os indivíduos, grupos e a estrutura têm

sobre o comportamento dentro das organizações, com o propósito de se utilizar

desse conhecimento para promover a melhoria da equidade organizacional

assim define Robbins (2002, p6).

O comportamento organizacional tem seu foco voltado para dinâmica

organizacional com intuito de observar como as pessoas e grupos se

comportam dentro das organizações. Sendo assim uma ciência interdisciplinar

explorada por diversas áreas como Psicologia, Sociologia, Psicologia Social,

Antropologia Ciências Políticas dentre outras ciências sociais.

Baseado nos três determinantes que são estudados o comportamento

dentro das organizações esta o indivíduo, grupos e a estrutura visando mais

eficiência e desempenho organizacional através de respaldo das áreas que

estudam o comportamento.

A Psicologia é uma ciência que busca medir, explicar e moldar o

comportamento, através de estudos do comportamento individual, a

contribuição importante da Psicologia para expansão de estudos se deu

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quando passou a observar outros fatores de influência no desempenho do

indivíduo tais como percepção, aprendizagem, personalidade, emoções,

treinamento, necessidades e forças motivacionais, tomada de decisões,

planejamento do trabalho dentre outras.

A sociologia tem seu foco voltado para o estudo das pessoas com

relação às outras, contribuindo para estudo de comportamento grupal dentro

das organizações. A sociologia sob a ótica do trabalho é um elemento de

formação da coletividade humana diversificada pela sua abrangência e suas

funções.

A Psicologia Social é uma das áreas da Psicologia que tem em seus

conceitos baseados um pouco da psicologia e da sociologia tem seu foco

voltado para o indivíduo e qual influência esse indivíduo tem sobre outro, em

particular a psicologia tem como foco de investigação a mudança, fala sobre

como pode ser vencida a barreira de aceitação e tais mudanças.

Outra ciência é a Antropologia que faz o estudo das sociedades a fim de

compreender os seres humanos e suas atividades, através de estudos sobre

culturas, ambientes, valores, atitudes e comportamento dos indivíduos dentro

das organizações.

As Ciências Políticas faz o estudo dos indivíduos e grupos dentro do

ambiente político, tendo seu foco voltado para estruturação de conflitos,

alocação de poder, a manipulação do poder dentre outros tópicos.

Ao longo da história pode se perceber a evolução do campo

comportamental pode-se dizer que os primeiros passos se deram a partir da

Revolução Industrial, uma vez que as mudanças organizacionais com relação

ao trabalho ocorreram na mesma época, modificando as relações de trabalho,

a burocratização e a rotina do trabalho. Segundo Morgan

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“Grupos artesanais que trabalhavam por conta própria abriram mão dessa autonomia para trabalhar em fabricas sobre o controle das máquinas e sob o controle e planejamento do trabalho. Tornou-se necessária adequação da redução da liberdade em prol da produção, A ação do trabalhador sobre o próprio trabalho torna-se engessada ocorrendo à mecanização do trabalho” (Morgan, 1996, p. 35)

As mudanças na concepção do trabalho se deram a partir das

transformações trazidas pela Revolução Industrial descobrimentos científicos,

avanços tecnológicos industriais, concentração de unidades produtivas, setores

estratégicos de produção, o surgimento de grupos de empresários industriais,

nascendo uma nova classe política que assumiram o Estado.

No início do século XX o estudo da administração foi favorecido pelo

ambiente social, econômico e tecnológico, mudanças ocorrem não somente na

concepção do trabalho mais também na natureza da sociedade, na infra-

estrutura industrial e na criação de bens de capitais características advindas da

industrialização, através da produção em massa (maquinário) e da produção de

bens e serviços. Dentro desse processo de industrialização mudou a natureza

do trabalho para formas mais complexas de fabricação.

Nesse período a Escola Clássica da Administração e a teoria da

administração se desenvolviam, sendo influenciadas por forças sociais,

tecnológicas e econômicas da época, contribuindo para transição da sociedade

agrícola para a industrial.

A teoria da administração é uma das principais linhas da Escola

Clássica, baseava-se em um raciocínio de dedução. Representante dos

Teóricos Clássicos Henri Fayol definiu que a administração precisava de

autoridade e responsabilidade, divisão do trabalho, unicidade de comando

remuneração e espírito de equipe, pensava a organização como um processo

de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.

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Frederick Taylor engenheiro americano tinha na Administração Científica

a base para o planejamento do trabalho, através da medição e da estruturação

do trabalho criou formas mais eficazes para desenvolvimento do trabalho,

através da transferência da responsabilidade de organização do trabalho para

a gerência, através de métodos científicos o mesmo determinaria maneiras

mais eficientes para realização das tarefas, escolha da pessoa mais adequada

para execução da tarefa, treinamento dos trabalhadores, monitoramento do

desenvolvimento do trabalhador para garantir se procedimento estava sendo

executado corretamente e análise do resultado alcançado.

“Taylor também defendeu o uso do estudo cientifico de tempos e movimentos como um meio de analisar e padronizar as atividades do trabalho sua abordagem científica exigia a observação e medição rigorosa do trabalho para encontrar o melhor modo de fazer as coisas. No sistema de Taylor até as tarefas mais simples como carregar barras de ferro remover terra, tornou-se objetos da ciência” (Morgan, 2001, p45)

A história nos mostra a relação entre o trabalho e administração das

organizações, o trabalho passou ser considerado atuação das relações

humanas, a Administração Científica contribuiu para redefinição do trabalho,

alterando o sistema de produção, mesmo com traços burocráticos e

sistemáticos acompanhou a evolução da Administração.

Com relação às organizações brasileiras, encontramos algumas

divergências no que diz respeito os modelos administrativos, de um lado dão

toda ênfase à tecnologia, por outro lado mantivemos os modelos tradicionais.

Vale à pena ressaltar que o trabalhador tende a ser tal como a organização é,

nesse processo a força de trabalho pode ser afetada comprometendo o

comportamento do trabalhador.

Portanto podemos perceber que a Administração assume diferentes posições

partindo desde Taylor até concepção contemporânea, vista dentro das

organizações.

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A redemocratização do ambiente de trabalho foi defendida pela

Sociologia e pela Psicologia, afirmando que era preciso compreender as

condições sociais e psicológicas no ambiente de trabalho.

Segundo Friedmann (1983) apud Kanaane (1995,p.18) É preciso

considerar o papel que o trabalho desempenha para o individuo , atestando

que a concepção de trabalho corresponde ao engajamento e as predisposições

pessoais, diferentes das encontradas nas realizações de atividades coagidas,

que são exercidas com o objetivo de atingir um fim prático.

Ainda segundo Friedmann (1983) apud Kanaane (1995, p18.) diz que o

trabalho é um fator de equilíbrio e desenvolvimento para o indivíduo,

assegurando-lhe a inserção no real em termos dos diferentes grupos existentes

na sociedade.

Na contemporaneidade numa visão global holística o trabalho explora os

limites sociopolíticos, que caracteriza uma visão mais humana entre as partes

que a compõe sendo preciso pensar homem, natureza e sociedade.

1.2 – As organizações vistas como sistema sociocultural.

Segundo Morgan (1995, p.37) quando pensamos nas organizações

temos em mente um estado de relações ordenadas entre as partes claramente

definidas que tem alguma ordem determinada. A palavra organização deriva da

palavra grega Organon, que significa ferramenta ou instrumento.

A organização pode ser identificada como um conjunto de elementos

composta por relações de poder e autoridade, sistemas de comunicação,

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processos de liderança, clima, cultura, estrutura organizacional e sistemas

administrativos assim foi definida por Kanaane (1995, p. 29)

As transformações do mundo contemporâneo como globalização,

flexibilização do trabalho, aumento da competitividade e as novas formas de

compor e pensar as organizações, são fatores que tendem a gerar ambientes

mais complexos que vão além das relações entre empregador (controle das

atividades) e empregados (executor). A tecnologia trouxe grande contribuição

para o rompimento de paradigmas e conceitos que conduziam a sociedade no

que diz respeito às relações de trabalho.

Então podemos dizer que a concepção de trabalho torna-se mais

ampliada uma vez que o homem se transforma e se modifica no meio o qual

esta inserido.

Alguns autores descrevem o processo de trabalho e suas modificações,

Kanaane (1995, P.14) diz que na visão de Eric Fromn o trabalho é considerado

um processo entre a natureza e o homem, onde o mesmo se realiza, regula e

controla sua própria ação, em Karl Marx que o indivíduo por inteiro aparece

dirigindo sua própria natureza, Vleben definia o trabalho como esforço

destinado a elevar a vida humana ao se apropriar do meio ambiente: o não

homem, para Jean Paul Sartre por meio do trabalho dominamos o meio

havendo dispêndio de energia, ação sobre a natureza, produção, distribuição é,

portanto trabalho. E Bérgson que o trabalho humano consiste em criar utilidade

e enquanto o trabalho não esta feito, não há nada daquilo que se queira obter.

Podemos assim dizer que o comportamento organizacional

desenvolveu-se através de estruturas, processos e grupos para dar ênfase os

grandes subsistemas, e seus ambientes, trazendo e pensando soluções para o

ambiente o trabalho, através diversas intervenções. Ao longo da história foram

desenvolvidas teorias que contribuíram para um novo olhar sobre o

comportamento organizacional e a reboque disto o comportamento humano no

trabalho individual e grupal.

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“Grupo pode ser definido com dois ou mais indivíduos, interdependentes e interativos que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo. Os grupos podem ser formais ou informais” (Robbins, 2008, p.10)

As organizações são vistas como grupos formais, através da definição

de sua estrutura, definindo atribuições, tarefas e trabalhos, através das metas

da organização pode ser definido o comportamento das pessoas. Outro ponto

relevante e a formação de grupos informais dentro das organizações são

formados em detrimento da necessidade de contato social. Segundo Robbins.

“Os grupos costumam se formar por seus membros possuírem alguma característica em comum chamado de formações de amizades. Essas alianças sociais, geralmente extrapolam o ambiente de trabalho, pode ser baseadas na mesma faixa etária, herança cultural, na torcida pelo mesmo time ou convergência de opções políticas”. (Robbins, 2009, p.102)

Nascimento (2008, p17) diz que os valores exercem uma influência

significativa nas atitudes e no comportamento das pessoas e podem variar

muito de um grupo para outro, culturas diferentes e mesmo o processo

educacional e familiar exercem influências na formação de valor.

O sistema sociocultural estabelecido dentro das organizações

caracteriza - se através de papéis sociais que estão interligados através das

redes de comunicações, esses papéis interagem entre si, dinamizam as

relações interpessoais dentro das organizações para, além disso, há a

necessidade de definir limites para cada papel desempenhado.

Kanaane (1995, p.31) retrata que a organização é considerada como

conjunto de papéis sociais estabelecidos a partir das relações de trabalho e

relações sociais mantidas pelos sujeitos e grupos de determinado contexto

pode se identificar as redes de comunicação e os sistemas de interação

sinergias necessárias para o seu funcionamento.

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Morin (1997, p.13) diz que o princípio que guia a organização do

trabalho é o de modificar os comportamentos de tal forma que o gradualmente

os trabalhadores sejam conduzidos a desenvolver atividades positivas com

relação às funções executadas a empresa que os emprega é o

comprometimento com o trabalho que constitui o principal indicador de uma

organização.

A teoria das relações humanas enfatiza a valorização do trabalhador,

suas características diferenciadas entendendo a organização com grupo de

pessoas, tendo seu foco voltado para as pessoas, inspirada em sistemas

psicológicos, dando mais autonomia, e ênfase as relações humanas entre as

pessoas e relacionamento interpessoal.

“Sob a perspectiva de uma visão global holística que desponta gradativamente, o trabalho dispõe de profunda dimensão que ultrapassa os limites sociopolíticos caracterizando uma relação mais humanizada entre as partes que a compõem”. (Kanaane, 1995, pág.25)

Dentro das novas perspectivas da concepção do trabalho podemos dizer

que o trabalho é a realização do homem, e tem um sentido real, essa

característica mais humanizada influencia o sistema produtivo em detrimento

disso os objetivos organizacionais podem ser alcançados e para, além disso,

melhor qualidade do trabalho, satisfação e realização do trabalhador,

produtividade e competitividade.

Na concepção contemporânea do trabalho podemos definir a interação

entre homem, natureza e sociedade nos níveis de mente/corpo, cultura/vida

social e pragmática/vida instantânea sob essa perspectiva contemporânea as

organizações motivadas pela competitividade tem implementado processos de

trabalho voltados para administração participativa.

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O trabalho é definido por Brief e Nord (1990) apud Morin (2001, p.19)

como o único elemento que reúne os múltiplos significados é uma atividade

que tem objetivo, geralmente essa noção designa um gasto de energia

mediante um conjunto de atividades coordenadas que visam produzir algo útil.

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CAPÍTULO II

Comportamento Humano no trabalho

O comportamento humano no trabalho se estabelece através da relação

entre indivíduo – indivíduo, indivíduo – grupo, indivíduo – organização e grupo -

organização ao considerarmos tais relações pode-se dizer que o homem é um

ser de relações sociais.

A partir dessa socialização estão presentes nas relações dos indivíduos

influências de normas, regras e valores incorporados na infância, referências

familiares e da sociedade, estabelecem funções de ajustamentos, controle, e

através deste ocorre à formação do caráter do indivíduo criando o mesmo

através da auto-afirmarão e formação de sua individualidade.

[....] “As empresas são entendidas como construções sociais, sujeitos e objetos de realidade da qual fazem parte, não é difícil identificar sua participação tanto no agravamento quanto na superação dos múltiplos problemas, seja pelo poder econômico que possui seja pelo conjunto de competências técnicas que dispõem , as empresas são hoje uma instituição mais influentes da sociedade. Como afirma Harman (1996) à empresa moderna que sobrevivi em ambiente de constantes mudanças é hoje uma das instituições mais adaptáveis, se comparadas a outras”. (Vergara, 2001 p.37)

Considerando o lugar que o trabalho ocupa nas nossas vidas podemos

dizer que o fator humano esta ligado a toda tarefa realizada, esse mesmo

trabalhador traduz a sua essência, história, personalidade e emoções para o

ambiente de trabalho, o sistema psicológico é desenvolvido agregando

aspectos da personalidade.

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Segundo D’Andrea (2001) apud Nascimento (2008, p.38) a

personalidade é um tema complexo devemos considerar que não existem duas

personalidades idênticas como não existem duas pessoas idênticas, embora

muitas pessoas possuam traços em comum.

Precisamos observar o comportamento individual através de conceitos

que compõem o comportamento humano no trabalho, vale à pena ressaltar que

tal observação deve considerar a personalidade, atitudes, valores, percepção e

aprendizagem.

A personalidade sofre influências de ambas as partes tanto da

hereditariedade quanto das experiências adquiridas ao longo do tempo, o

ambiente também influencia nossa personalidade, e a cultura ao estabelecer

normas e valores e as atitudes que nos são passadas de geração em geração.

Segundo Nascimento (2008, p.37) no processo de desenvolvimento

pessoal é importante entendermos que estrutura da personalidade do ser

humano tem uma influência descrita em várias etapas de desenvolvimento, e

que segundo estudos da área da Psicologia, a personalidade é constituída por

três grandes sistemas Id, Ego e Superego1, embora cada uma dessas

personalidades tenha suas próprias funções, propriedades, componentes,

princípios de operação, dinamismo elas interagem tão estreitamente que difícil

e quase impossível desemaranhar seus efeitos e pesar suas relativas

contribuições no comportamento humano.

1 - O Id é a parte original da personalidade, consiste em tudo que é herdado e que se acha

presente no nascimento, incluindo os instintos, ele está em estreito contato com os processos corporais, dos quais deriva sai energia. O Ego obedece ao princípio da realidade, evitando a descarga de tensão até ser descoberto um objetivo apropriado para a satisfação da necessidade. O Supergo representa os valores tradicionais, impostos pela sociedade, repassados pelos pais e muitas vezes atrelados ao sistema de recompensas e de punições, funcionando como a força moral da personalidade. Comportamento Organizacional, Eunice Nascimento, Curitiba, 2008, p.37

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A atitude merece devida atenção, podemos dizer que a atitude são

afirmações, avaliações que podem ser favoráveis ou não no meio o qual

estamos inseridos, e em relação às pessoas, as atitudes acaba por mostrar o

indivíduo e como ele reage em algumas situações em relação ao trabalho

considerando seus componentes.

O componente afetivo emocional se dá através de sentimentos, relações

emocionais que a pessoa apresenta, os componentes cognitivos são as

crenças que o indivíduo tem seus conhecimentos e valores, o componente

comportamental tem haver com as motivações, desejos, anseios, expectativas

e necessidades.

De acordo Kanaane (1995, p.59) a Atitude é uma reação avaliativa,

aprendida e consolidada no decorrer da experiência de vida do indivíduo, que

tem comportamentos básicos presentes em sua formação.

O comportamento humano no trabalho compreende a valores, crenças,

tendências, sentimentos e pensamentos, o indivíduo acaba por assumir valores

que tendem a influenciá-los. Podemos definir o comportamento como um

conjunto de ações materiais e simbólicas através de um processo em

movimento continuo (dialético) de diversas interações, o indivíduo acaba por

reagir a respostas que lhes são apresentadas através do ambiente.

Para tanto desempenhamos papéis, com isso nosso comportamento

passa a variar de acordo os papéis que desempenhamos dentro e fora do

ambiente de trabalho, compreendemos melhor o comportamento de uma

pessoa, quando identificamos e observamos o papel que ela esta

desempenhando.

Robbins (2009, p.17) diz que o sistema de valores representa

hierarquização dos valores individuais ele é identificado pela importância

relativa que atribuímos a valores como liberdade, prazer, auto-respeito,

honestidade, obediência e justiça.

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Dentre esses valores podemos definir os valores terminais que

correspondem a valores finais refere-se a metas que gostaríamos de atingir e

realizar tais como vida confortável, liberdade, igualdade, reconhecimento

social, segurança familiar, amizade verdadeira e os valores instrumentais

correspondem os meios para cumprir essas metas e objetivos, ambição,

coragem, responsabilidade, capacidade.2

No ambiente de trabalho os indivíduos se organizam e interpretam suas

impressões sensoriais, dando sentido ao seu ambiente que chamamos de

processo de percepção, mais nesse processo vemos as coisas de acordo

como as interpretamos, e não tal como elas são, o que vemos chamamos de

realidade, por isso que as pessoas acabam por ter diferentes percepções da

mesma coisa, podemos assim dizer que tal interpretação é influenciada por

característica das pessoas que as observam.

Segundo observação de Robbins (2009, p.28) a percepção que temos

das pessoas são diferentes daquelas que temos de objetos inaminados como

mesas, máquinas ou edifícios, por que fazemos inferências sobre o

comportamento das pessoas, observamos as pessoas , tentamos encontrar

motivos que explique seu comportamento. Nossa percepção e julgamento das

ações de um indivíduo serão bastante influenciadas por nossas suposições

sobre o seu estado de espírito.

Ao considerarmos que todo comportamento humano complexo é

aprendido, a aprendizagem também é observada dentro desse contexto para

analisarmos o comportamento é preciso entender e compreender com as

pessoas aprendem.

2 Levantamento de valores de Rokeach, de Milton Rokeach, criou a Rokeach Value Survey

(RVS) que consiste em dois conjuntos de valores cada qual com 18 itens. Diversos estudos confirmam que os valores RVS, variam de um grupo para o outro, as pessoas nas mesmas categorias ocupacionais (como executivos, sindicalistas, pais ou estudantes) tendem a ter valores semelhantes. Fundamentos do Comportamento Organizacional, Stephen Paul Robbins, São Paulo, 2009, p.18.

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A aprendizagem ocorre todo tempo, ela pode ser definida como mudança

relativamente permanente no comportamento, resultante de uma experiência, e

tais experiências pode nos ajudar na adaptação ao ambiente.

Consideramos no ambiente, a lei de efeito, formação, modelagem e

comportamento, pois muito do que aprendemos vem do que observamos dos

outros e acaba influenciando nosso comportamento.

Quadros 1 - Principais variáveis que afetam o comportamento individual.

VALORES

MOTIVAÇÃO

ATITUDES

PERCEPÇÃO

COMPORTAMENTO

INDIVIDUAL

PERSONALIDADE

APRENDIZAGEM

CAPACIDADE

Fonte: Robbins, Stephen Paul, Fundamentos do comportamento individual, 2009, p.32

O indivíduo se insere no ambiente organizacional assumindo as atitudes

desse ambiente através de um conjunto de valores que vão influenciá-lo, o

comportamento humano tem haver com as associações feitas pelos grupos

que se assemelham unidas através de componentes básicos.

O comportamento humano situa-se de acordo com as necessidades do

individuo, definindo através reações e representações que lhes são

apresentadas através de estímulos.

Vale à pena ressaltar que tal observação comportamental dentro das

organizações tem por objetivo a obtenção de resultado através das pessoas,

quando falamos de comportamento humano no trabalho, pensamos o

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indivíduo, por tanto é preciso considerar que o comportamento individual pode

afetar o grupo e refletir na organização.

Para além das abordagens citadas acima podemos dizer que a

satisfação no trabalho também compõe os fatores de influência no ambiente

organizacional, a satisfação tem haver com um conjunto de sentimentos que

podemos ter em relação ao trabalho.

Outro fato relevante são as emoções, que tem haver com sentimentos e

humores, as emoções desempenham papéis em nossas vidas, as

organizações são planejadas para tentar controlar as emoções sentidas pelos

funcionários.

Robbins (2009, p.41) descreve que pouca atenção foi dada as emoções

nos estudos de comportamento organizacional e que um dos fatores de

contribuição foi o mito da racionalidade vista no final de século XIX, onde uma

organização era considerada bem administrada se conseguisse suprimir as

frustrações, raiva, amor, ódio, alegria, ressentimentos e outros sentimentos

semelhantes, embora sabendo que as emoções são inseparáveis da nossa

vida. Outro fato citado foi que acreditavam que as emoções de qualquer tipo

fossem destrutivas, e quando levadas em conta as emoções poderia interferir

na capacidade de um funcionário realizar seu trabalho de modo eficaz.

Sendo assim somos dotados de emoções e acabamos por carregá-las

para ambiente organizacional, e tem suas influências sobre o comportamento

no local de trabalho.

O comportamento do indivíduo no local de trabalho tem haver com

diversos componentes psicológicos por isso a importância de compreendê-los,

o comportamento individual, esta ligado a valores, atitudes, personalidade,

percepção no ambiente de trabalho e motivação e ainda podemos dizer que o

comportamento individual é influenciado pelo talento e habilidade do indivíduo

para com a organização.

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Dentro desse contexto as pessoas compõem o sistema social de uma

organização quer seja através do indivíduo ou do grupo, forma de governo,

concorrências, pressões sociais, estruturas de cargos, relacionamento e

tecnologias. Nesse sistema social é preciso pensar a “pessoa” e considerar sua

natureza individual e suas diferenças mesmo em grupo o comportamento

humano tem suas variações.

De acordo com Macedo (2007, p.26) O autoconhecimento é um ponto de

partida para o processo de mudança pessoal, para isso as pessoas devem ser

proativas e encarar os desafios dessa busca incessante.

No mundo diversificado, as diferenças individuais se sobre saem,

semelhanças podem ocorrer mais cada pessoa possui sua individualidade,

quer seja pelo fator genético, fator sociocultural, os fatores psicológicos vão

determinar tais diferenças.

Em relação ao comportamento dos indivíduos o mesmo se dá de

diversas formas isso reflete a diferença individual, também tem haver com

interesses, vivencias passadas, predisposições, objetivos dentre outros.

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CAPÍTULO III

Cultura Organizacional e suas influências no

comportamento no trabalho

Para falarmos sobre as influências no comportamento humano no

trabalho, torna-se necessário discutirmos a cultura organizacional, pois através

de valores que compõem tal cultura, podemos identificar diferentes aspectos

relacionados ao individuo, grupo e organização.

Segundo Schein (1989) apud Motta (2007, p.274) a cultura

organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou,

descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de

adaptação externa e integração interna e que funciona bem o suficiente para

serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma

correta de perceber, pensar, e sentir em relação a esses problemas.

Podemos dizer que a cultura organizacional é um sistema de valores

que são compartilhados por seus membros em uma organização. A cultura

pode variar de comportamentos e hábitos de um grupo para outro, o

comportamento dos indivíduos pode variar culturalmente falando sabemos que

os valores, atitudes no ambiente de trabalho sofre variação culturais.

Segundo Kanaane (1995, p.32) o conceito de cultura organizacional é

composto por três dimensões: material que correspondem ao sistema

produtivo, psicossocial através da comunicação e interação dos envolvidos e a

ideológica que são sistemas de valores vigentes na organização.

Quando analisamos as relações interpessoais dentro das organizações

é sinalizada a cultura existente, sendo representada por seus membros através

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de um sistema compartilhados de valores. Numa organização existem os

valores essenciais que são compartilhados pela maioria de seus membros.

Segundo Robbins (2009, p.227) Se as organizações não tivessem uma

cultura dominante e fosse composto apenas de diversas subculturas o valor da

cultura organizacional como variável independente seria sensivelmente

reduzida, por que não haveria uma interpretação uniforme do que representam

os comportamentos considerados apropriados ou inapropriados. É o valor

compartilhado da cultura organizacional que a torna um instrumento poderoso

para orientar e modelar o comportamento.

Quando os valores essenciais de uma organização são compartilhados e

aceitos tendo uma adesão dos seus valores e comprometimento, a cultura da

organização torna-se mais forte visando o ponto de visa organizacional.

As culturas por sua vez trazem impactos ao comportamento, sua função

é definir fronteiras distinguindo e reforçando a identidade de seus membros

através do mecanismo de controle orientando e moldando o comportamento

dos trabalhadores. Cada organização acaba por desenvolver suas regras e

convições que norteia o comportamento no ambiente de trabalho. Os modelos

de gestão baseado na cultura nacional proporcionam um suporte instrumental

para análise da cultura organizacional.

Alguns autores discorrem sobre a relação da cultura organizacional e a

nossa cultura nacional Schein (1997) apud Freitas (2007, p.40) diz que a

cultural nacional, e as subculturas assim como as culturas organizacionais são

formadas por pressupostos básicos, artefatos visíveis no cotidiano.

Dentro das organizações tais valores criam parâmetros a serem

seguidos, como pensar, agir e se comportar desempenhando papéis

fundamentados para resultado da organização.

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Para Omar Akuff (1993) apud Freitas (2007, p 41.) a cultura é um

complexo coletivo feito de representações mentais que ligam o material e o

imaterial a infraestrutura e as superestrutura um movimento dialético inevitável

entre o chamado de material, ou seja, estrutura econômica, técnicas, estruturas

sociais, as leis e normas, a variação de conceitos que dominam o imaterial, no

qual se encontra a vida simbólica e suas representações ideológicas.

De onde vem à cultura, de fato quando é estabelecida é difícil removê-la,

pois são influenciadas pelos reforços dos seus costumes, tradições e sucesso

alcançado.

Podemos dizer que uma cultura começa com seus fundadores fontes

primária da cultura organizacional algumas formas existentes dentro das

organizações são estabelecidas para manter viva sua cultura através dos

recursos humanos a cultura organizacional pode ser disseminada e reforçada

através da seleção, na avaliação de desempenho, nas atividades de

treinamento, desenvolvimento de carreira, e na busca por candidatos em que

são identificadas características semelhantes à cultura da organização.

Segundo Robbins esclarece a cultura organizacional na

contemporaneidade tem valorizado um conjunto de características básicas que

traduzem a essência dessa cultura que são elas:

• Inovação e Propensão a risco, (medindo quando seus funcionários são

estimulados a ariscar e inovar)

• Atenção aos detalhes, (análise de detalhes, precisão e atenção),

• Orientação de resultados (se os dirigentes estão mais preocupados com

resultados do que com as técnicas e os processos que ajudam a

alcançar esses resultados)

• Orientação as pessoas (os dirigentes estão levando em consideração o

efeito dos resultados sobre as pessoas e a organização)

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• Orientação a equipe (as atividades são voltadas para a equipe ou que

para indivíduo) e a Agressividade (as pessoas ao invés de afáveis e

acomodadas são competitivas e agressivas.)

“A cultura é por definição, sutil, intangível, implícita e sempre presente, mas toda organização desenvolve um conjunto básico de premissas, convicções e regras implícitas que governam o comportamento rotineiro no ambiente de trabalho somente quando aprendem as regras, os recém chegados são considerados membros plenos. As transgressões cometidas por altos executivos ou por funcionários que pertencem à linha de frente são desaprovadas por unanimidade e punidas com rigor. A conformidade às regras torna-se a base para a recompensa e a mobilidade ascendente”. (Robbins, 2009, p.228)

A cultura contribui para a melhora do comportamento organizacional e

comportamento dos funcionários deixando mais claro possível como a coisas

devem ser feitas. Outra preocupação das organizações é com a manter a

cultura ética.

Vale à pena ressaltar que é preciso considerar as variações da cultura

organizacional e a cultura nacional as diferenças culturais são características

que variam de uma nação para outra é preciso considerar a cultura nacional

que acaba por sobre por à cultura organizacional a exemplo as empresas

estrangeiras sua cultura geralmente exerce mais influências sobre os

funcionários3 essa cultura também influencia a estrutura da organização.

As organizações são divididas por estruturas que pode ser definida

através de tarefas formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas, a

administração foca em alguns elementos básicos tais como a

departamentalização, especialização do trabalho, ampliação de controle,

centralização e descentralização e formalização.

3 Os funcionários da IBM em Monique, portanto são mais influenciados pela cultura alemã do

que a cultura organizacional. Isso quer dizer que por mais forte que seja a cultura organizacional na modelagem do comportamento dos funcionários, a cultura nacional sempre prevalecerá. Fundamentos do Comportamento Organizacional, Stephen Paul Robbins, São Paulo, 2009, p228.

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Dentro desse contexto fatores podem influenciar o comportamento

através da cultura organizacional tradicional ou organicista e outros padrões

tais como Estrutura Simples, Burocrática e Matricial.

A Estrutura Simples tem em sua característica baixo grau de

departamentalização, controle amplo e formalização reduzida, possui dois ou

três níveis verticais, um grupo de subordinados, e a centralização da

autoridade e decisões em uma pessoa, sendo esta comum em pequenos

negócios onde o dono e também administra.

Outra estrutura é chamada de Burocrática (Burocracia) sustentada pela

burocracia e padronização adotando trabalho padronizado para coordenar e

controlar. As características da Burocrática são tarefas operacionais bem

definidas, rotina, através de regras formalizadas, agrupadas em departamentos

funcionais, a autoridade e centralização reduz a cadeia de comando,

acompanha a tomada de decisões, principal ponto é capacidade de executar

suas tarefas padronizadas de maneira eficiente.

A estrutura matricial tem sua essência à combinação a departamentalização

funcional e por produtos. A departamentalização é definida como agrupamento

de tarefas comuns para serem coordenadas.

Independente do tipo de estrutura organizacional uns dos fatores de

influência no comportamento que merece atenção e é essencial é a

comunicação que tem função e características de controle, de motivação,

expressão emocional e informação. A comunicação pode interferir no

comportamento dos indivíduos de diversas formas através das hierarquias, das

orientações, a comunicação facilita a motivação através das informações sobre

o desempenho e desenvolvimento dos funcionários quando passado a eles.

Outro ponto a ser discutido e avaliado é a comunicação multicultural, a

comunicação é um fator de influência no comportamento, dentro desse

processo há codificação e decodificação de mensagens através de símbolos

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baseado na cultura e no histórico do indivíduo. Se a diferença cultural for muito

grande o emissor e receptor terão suas diferenças expressas nas palavras e no

comportamento, quando as culturas são diferentes as pessoas tendem a ver e

agir de formas diferentes e podem criar barreiras culturais na comunicação.

A comunicação é muito importante nesse processo são transmitidas as

mensagens divida em sete partes emissor, codificação, decodificação,

mensagem, o canal, o receptor e feedback.

Os tipos de mensagens mais comuns são a oral, escrita e verbal feita

através de mensagem trocadas pelos membros entre si. Para a comunicação

organizacional são utilizadas as redes formais, redes de rumores e os meios de

comunicação eletrônicos que facilitam a comunicação, mais utilizada de forma

indevida pode comprometer o comportamento, comprometimento e

desempenho do indivíduo e grupo nas organizações.

A Motivação é um fator de influenciável pode ser definida como um

comportamento que externamos, quando estamos motivados nós

desempenhamos melhor e mais do que as pessoas que estão desmotivadas.

Segundo Alencar (1998) apud Wood (2002, p.102) com a automotivação

a pessoa é internamente movida para realização de tarefa se envolve e se

dedica a mesma, impulsionada por interesse, apaixonado pelo que faz. A

criatividade floresce mais facilmente quando o indivíduo realiza a tarefa,

mobilizado mais pelo prazer e satisfação do que pela obrigação e dever.

As necessidades e desejos movem o ser humano e dentre elas não

possuem forças iguais, mais são postas em uma escala de prioridade e

hierarquização.

Teoria sobre motivação parte do princípio que diante da oportunidade e

estímulo as pessoas tendem a trabalhar com mais motivação, o papel da

gestão é importante cabendo a ela buscar estímulos para manter e aumentar

tal motivação.

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Maslow (1987) as necessidades humanas tem diferentes níveis de

forças dentre essas forças a hierarquia de prioridades as necessidades

humanas ocupam cinco níveis de necessidades e nessa pirâmide estão:

• Auto realização

• Auto-estima e reconhecimento

• Pertencer ao grupo e necessidades sociais

• Proteção e Segurança

• Necessidades Físicas Básicas

Na Teoria da necessidade (Teoria de Maslow) nos níveis de hierarquia

estão as necessidades humanas Fisiológicas tais como: sede, fome, abrigo,

necessidades corporais, de Segurança, proteção contra danos físicos e

emocionais, as Sociais a sensação de pertencer ao grupo, afeição, aceitação, e

amizade, de Estima: fatores internos respeito próprio, autonomia e realização,

fatores externos situações de reconhecimentos, atenção e status e de Auto

Realização crescimento, alcance do pleno potencial e auto-desenvolvimento.

A Teoria X e Y estão baseadas em visões distintas que temos das

pessoas, Douglas McGregor (1960) apud Motta (2007, p.26) depois que

observou os executivos na forma de tratarem seus funcionários configurou sua

teoria X, os mesmos deixaram de confiar em seus subordinados acreditando

que os empregados não faziam um bom trabalho, a não ser que fossem

controlados de forma taylorista, que foi chamada por Robbins (2009, p.6) de

teoria negativa, contrapondo a Teoria X a Teoria Y desenvolvida por McGregor

descreve a confiança dos executivos em seus trabalhadores, os indivíduos

colocaram o trabalho no mesmo patamar que o descanso e diversão como algo

natural, os indivíduos demonstraram responsabilidade, através das influências

passada pelos executivos, o comportamento dos trabalhadores se modificou.

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A Teoria de dois Fatores (teoria da Higiene - motivação) desenvolvida

por Frederick Herzberg discorre a relação do indivíduo com o trabalho, para ele

os dois fatores podem explicar o comportamento no ambiente de trabalho,

esses fatores orientam o comportamento das pessoas. Herzberg acreditava

que as pessoas se sentiram bem quando em seu trabalho estivesse tudo bem,

caso contrario se sentiriam mal.

A satisfação do trabalho foi vista através de promoção, reconhecimento,

responsabilidade e realização. A teoria dos dois fatores foi criticada por ser

considerada limitada se as coisas iam bem mérito das pessoas, se iam mal a

culpa seria dos fatores externos.

Quadro 2- Teoria de dois fatores

Fatores higiênicos que afetam a

insatisfação com o trabalho

Fatores motivacionais que afetam a satisfação

com o trabalho

• Qualidade da supervisão • Oportunidade com o trabalho

• Renumeração • Oportunidade de promoção

• Políticas corporativas • Reconhecimento

• Condições físicas de trabalho • Responsabilidade

• Relacionamento interpessoal • Realização

• Segurança no emprego

Alta.......................................................

Insatisfação com o trabalho

.......................................................................Alta

Satisfação com o trabalho

Fonte: Baseado em F.Herzberg, Fundamentos do Comportamento Organizacional, São Paulo, 2009, p.51

Outro fator relevante na cultura organizacional é a tomada de decisões,

geralmente dentro das organizações a tomada de decisões esta voltada para o

alto escalão, a cúpula da empresa, e os altos executivos, a tomada de decisão

também tem seus níveis de importância, os outros funcionários podem tomar

decisões que afetem seu trabalho e em conseqüência a organização, em

escalas menores de decisões os funcionários podem decidir faltar ao trabalho,

não realizar uma determinada tarefa com a devida atenção e desempenho.

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A tomada de decisão também determina como as pessoas devem se

comportar para maximinizar e otimizar os resultados da organização quer seja

em decisões importantes inerente a organização , ou até de decisão tomada

pelo funcionário em cumprir sua tarefa ou não.

Quem toma decisão precisa ser racional, suas escolhas precisam ser

constantes e dependendo do grau de importância pode afetar a vida das

pessoas e a vida da organização.

Robbins (2009) descreve o modelo racional de tomada de decisão

foi dividido em três etapas sendo preciso primeiro definir o problema, identificar

as alternativas de solução de decisão, definir possíveis alternativas para a

solução do problema e pesar as alternativas de decisão, classificando cada

uma delas de acordo com seus critérios. (Definir, Identificar, Avaliar, e

Desenvolver). Para, além disso, as permissas do modelo racional, clareza do

problema, conhecimento das operações, clareza das representações, ausência

de limitações de tempo e custos.

A criatividade é vista como ponto positivo para aquele que precisa tomar

decisões, uma habilidade geradora de novas idéias, importante no processo de

tomada decisão, além do pensamento criativo e motivação são componentes

que compõem a criatividade.

As decisões podem afetar a organização com um todo por isso requer

um preparo de quem as tomam, também é um fator de influência para o

comportamento em todas as escalas da organização por isso quem toma as

decisões precisa examinar os problemas, identificar critérios relevantes e se

utilizar da criatividade para encontrar a escolha ideal. Sendo assim a

mudanças são inevitáveis e essenciais.

As Mudanças, o ser humano esta em constante mudança e as

organizações a todo tempo alteram sua estrutura envolvida nessa dialética

organizacional, a mudança é um processo inevitável os processos de

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comportamento organizacional e o comportamento humano são influenciados

por tais mudanças.

“A mudança organizacional tornou-se uma das principais atividades para as empresas e instituições em todo o mundo, embora as organizações costumassem mudar esporadicamente , quando a necessidade real e urgente assim, exigia hoje elas tendem a provocar sua transformação incessantemente”. (Caldas, 2001, p.72)

As organizações precisam mudar para acompanhar a competitividade, a

mesma exige que as organizações se adaptem rapidamente e algumas forças

estimulam as mudanças, a natureza da força de trabalho, a tecnologia e a

política internacional.

Apesar de necessárias as mudanças sofrem fortes resistências, tanto

por parte dos membros quanto por parte da organização procuram manter sua

estabilidade e seu comportamento consolidado ao longo do tempo.

Segundo Kurt Lewin (1947) apud Caldas (2001, p.73) as organizações

poderiam ser consideradas processos em equilíbrio quase estacionário, ou

seja, a organização seria um sistema sujeito a um conjunto de forças opostas,

mas de mesma intensidade que mantêm o sistema em equilíbrio ao longo do

tempo.

As mudanças buscam um novo patamar uma nova visão, que por sua

vez nem sempre são aceitas e confortáveis, as fontes de resistência as

mudanças resistências por parte dos indivíduos e da própria organização.

As resistências individuais esta ligada as características do ser humano

como percepção, personalidade e suas necessidades, e fatores que

consolidem as resistências, podem ser força do hábito de respostas que estão

prontamente consolidadas em nós, quando nos deparamos com as mudanças

respondemos reforçando os costumes transformando em resistências , um

ponto outro é segurança para nos sentirmos seguros resistimos às mudanças

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tais como inovações tecnológicas, treinamentos, crescimento organizacional

podem gerar insegurança.

A resistência da organização com relação às mudanças se dá através da

sua cultura estabelecida e fortemente consolidada, as organizações tende a ser

mais conservadoras, quando estabelece mecanismo interno reforçam sua

conduta tendem a serem mais resistentes as mudanças.

Robbins (2009) fontes de resistências a mudanças por parte das

organizações tem haver com a inércia estrutural, foco limitado a mudanças,

inércia do grupo, ameaça a especialização, ameaça as relações de poder

estabelecidas e ameaça as colocações de recursos estabelecidos.

A resistência a mudança é um fator de influente para o comportamento

organizacional que pode ser superado, através de ações que minimize seus

efeitos e potencialize as transformações positivas, que tais mudanças podem

ser vitais na sobrevivência no mercado competitivo como a inovação uma

mudança significativa.

As resistências podem ser superar através da comunicação, participação

nas decisões e compromisso com os resultados, pela facilitação e apoio,

através de recompensas pela aceitação a mudança, as resistências podem

diminuir quando a organização se mostra comprometida com novas

adaptações e modificações.

“As empresas são ameaçadas de diversas formas e por diferentes fontes que provocam um permanente quadro de mudanças. Por outro lado os seres humanos precisam de estabilidade e previsibilidade em suas ações, sendo fortemente afetadas em seus comportamentos pelas necessidades constantes de alterações” (Nascimento, 2009, p.22)

A negociação de conflitos é um dos pontos forte no comportamento

humano, o conflito se dá quando as partes envolvidas percebem que de modo

negativo alguma coisa no processo é afetada.

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A mediação de conflitos serve como fator solucionador nas relações

entre os indivíduos, grupos e a organização, alguma divergências fica

estabelecido entre as pessoas e a organização através de incompatibilidade,

interpretações diferenciadas, comportamento exibido pelo funcionário que não

condiz com o comportamento espero pela organização.

O conflito acaba por ter uma conotação ruim, mais em alguns casos,

pode potencializar positivamente e influenciar mudanças, é próprio entre os

grupos e as organizações ocorrer pontos de acordo como forma de

potencializar o desempenho.

E por ultimo e não mesmo importante destacamos a liderança como

fator de influência no comportamento, nesse novo cenário a liderança é peça

importantíssima, pois através dos nortes que são dadas as organizações,

aplicadas técnicas, a visão e postura da liderança é passada aos demais, essa

deve esta envolvida na busca por resultados determinando a direção a ser

tomadas, metas a serem cumpridas e ajustando se necessário ao longo do

caminho.

A liderança pode ser definida como a capacidade que alguém tem em

determinar a direção para alcançar objetivos, a um grupo de pessoas pode ser

este formal (cargo ligado de gerência) ou ligado a um grau de autoridade.

Nascimento (2001, p.10) o líder deve ser capaz de impulsionar seus

colaboradores, despertando a curiosidade e ousadia em assumir

responsabilidade e riscos inerentes a sua área de atuação. Deve ainda

procurar sensibilizá-los sobre as mudanças do poder advindo por parte dos

clientes, que renascem como os agentes principais do mundo dos negócios,

como a poder de escolha e tomada de decisão como jamais visto

anteriormente, despertar a ousadia significa sobrevivência no mundo

corporativo.

A liderança é importante no processo organizacional pode trazer forte

influência ao comportamento dos seus liderados, se os indivíduos refletem a

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organização, posturas, atitudes e comportamentos também podem ser

repetidos, um dos pontos importantes para liderança é a confiança obtendo

sucesso através da característica que o administrador deve ter de se manter

aberto à comunicação, agir com justiça, expor seus sentimentos, dizer a

verdade, ser constante e consistente e cumprir o prometido, ser discreto quanto

a assuntos confidenciais e competente.

Geralmente o líder direciona seus subordinados a alcançar os objetivos

organizacionais, através da liderança na compreensão do comportamento

grupal orientações podem ser direcionadas tanto as pessoas quanto para as

tarefas a serem realizadas.

A cultura organizacional regida por suas lógicas e particularidades no

tange considerar suas normas e regras de contenção e enquadramento a

organização tem em sua política interna o poder de alinhar comportamentos,

através da negociação de conflitos, da motivação adequada, de uma liderança

eficiente que represente seus interesses institucionais, as próprias mudanças,

na tomada de decisão que serão elementos importantes no fortalecimento da

cultura interna independente do tipo de estrutura, a adequação e a busca por

resultados vão nortear seus princípios.

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CONCLUSÃO

No mundo organizacional geradores de contrastes e necessidades as

mudanças são necessárias para sobreviver e prosperar no mercado, o

fenômeno das mudanças é complexo mais é preciso considerar suas

transformações diante das perspectivas de observação do comportamento

organizacional e o comportamento humano no trabalho e seus

desdobramentos e influências no resultado da organização assim como a

organização influencia o comportamento individual, o comportamento do

indivíduo influencia o ambiente organizacional.

A Gestão de pessoas enfoca aspectos como mudanças

comportamentais, comunicação, motivação e liderança dentre outras ações

para compreender o ambiente, os indivíduos que o compõe, e suas variáveis

são analisadas no nível do indivíduo, do grupo e do sistema organizacional, um

desafio para as pessoas em meio a tantas mudanças, manter suas

características individuais, e para a organização o desafio é de compreender o

comportamento em grupo e individual, além de pensar suas funções,

processos de trabalho, políticas e seus resultados. Se de um lado o individuo

esta imbuído de sua história, crenças valores, o grupo é influenciado pelo

comportamento individual, a organização precisa pensar estrategicamente em

soluções de adequação para ambos.(grupos/indivíduos).

Para além das forças de desenvolvimentos de tarefas, as organizações

têm seu foco voltado para sua missão, visão e valores, criatividade, e

desenvolvimento e dentre esses processos envolvem as pessoas, nos novos

modelos de trabalho através da visão estratégica, articulações e reinvenções à

medida que a organização se desenvolve as pessoas se desenvolvem, a

missão da organização é compartilhada, apesar dos papéis individuais e

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espírito de equipe é mantido em prol dos resultados e isso acontece se as

pessoas estiverem comprometidas com o desempenho e o resultado final.

Ao longo da história percebemos a evolução da concepção do trabalho,

diante das perspectivas contemporâneas a respeito do comportamento humano

nas organizações que tem a responsabilidade de ter uma visão macro das

relações de trabalho, através de políticas de desenvolvimento do potencial

humano, não só as condições, práticas e teorias sobre o trabalho mudaram. A

visão organizacional em prol de resultados expressivos mudou.

Uma série de considerações passou a comportar o desenvolvimento

organizacional as ações passaram a ser desenvolvidas tanto para quem as

executam (os trabalhadores) quanto para as quem gerencia. O indivíduo não

faz parte do processo ele é o próprio processo.

A cultura organizacional regida por sua lógica e particularidades no

tange suas normas, regras de contenção e enquadramento, políticas interna

tem o poder de alinhar comportamentos através da tomada de decisão,

negociação de conflitos, motivação e de sua liderança que representa os

interesses institucionais, moldar, adequar e nortear para os resultados

esperados.

Quer seja nas relações de trabalho mais tradicionais e nas mais

contemporâneas do qual o homem faz parte, através da cultura, novos

processos de trabalho dentre outros aspectos alcançados pelas relações

humanas na centralidade esta o trabalho, mudanças na forma de administrar,

de dividir tarefas, produzir em grande escala, pensar o trabalho, da qualidade

de vida do trabalhador, em melhores condições para o desenvolvimento das

tarefas, de entender os indivíduos, de estudar comportamentos, de vê a

organização feita de pessoas e por pessoas, de ser dinâmico, criativo,

competitivo na cerni da questão esta o trabalho.

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Foi pensando o trabalho que as questões administrativas,

organizacional, individual, grupal de comportamento estão voltadas para

realização do trabalho e para, além disso, estão intrinsecamente ligados aos

resultados organizacionais desejados e esperados.

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