universidade candido mendes pÓs …estoque enxuto e ideal. outro ponto muito importante é o pedido...

51
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE ALMOXARIFADO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Por: ROSELI RIBEIRO MOTTA DE ALMEIDA Orientador Profª. MARY SUE CARVALHO PEREIRA Rio de Janeiro 2009

Upload: others

Post on 30-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO E ORGANIZAÇÃO

DE ALMOXARIFADO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por: ROSELI RIBEIRO MOTTA DE ALMEIDA

Orientador

Profª. MARY SUE CARVALHO PEREIRA

Rio de Janeiro

2009

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO E ORGANIZAÇÃO

DE ALMOXARIFADO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Gestão Pública.

Por: . ROSELI RIBEIRO MOTTA DE ALMEIDA

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que a revelia de

todas as dificuldades que insistimos em dizer que

passamos, nos apóia e leva no colo em todos os

momentos de nossa vida.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a meu esposo e meus

filhos que tanto me incentivam em todas as

loucuras que sonho e caminhos que percorro.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

5

RESUMO

Este trabalho tem como escopo a análise da gestão patrimonial vivida, hoje, na maioria

dos órgãos públicos. Mostrando que muitas vezes se tornam ineficientes somente pelo fato de

suas atividades se conservarem viciadas e estagnadas. Sem desconsiderar a maior dificuldade

da relação humana que a efetiva comunicação entre os envolvidos num processo.

O foco do trabalho é fazer um breve estudo, apresentando os procedimentos inerentes a

um Almoxarifado, e assim demonstrar que pode-se abrir novas dinâmicas facilitadoras, sem

desconsiderar a perfeita harmonia entre os setores de Compras e Almoxarifado, envolvendo

todos os setores clientes e principalmente o respeito ao patrimônio público.

Em virtude disso o objetivo deste trabalho será focar de forma especial nas atividades

de Almoxarifado, abordando suas especificidades, relacionamentos, impactos e influências

sobre o Sistema de Administração de Materiais de uma Instituição Pública.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

6

METODOLOGIA

O método utilizado foi a leitura de livros, da instrução normativa do Tribunal Federal

Regional da 2ª Região, entrevistas com o supervisor e servidores envolvidos no processo de

compra e guarda patrimonial, bem como a observação dos procedimentos desenvolvidos neste

Tribunal.

Foi também de grande valia o curso ministrado pela empresa Consultre sobre

Organização de Almoxarifado na Administração Pública pelo instrutor Renato Dias Fraga, o qual

muito elucidou sobre os procedimentos a serem desenvolvidos numa gestão de almoxarifado

neste Tribunal. Leitura no Sistema de Administração do Patrimônio ASI, utilizado tanto no

Tribunal quanto na Justiça Federal.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 08

CAPÍTULO I: NOÇÕES BÁSICAS DE ALMOXARIFADO. ........................................................................... 11

CAPÍTULO II: ORGANIZAÇÃO DE ALMOXARIFADO ................................................................................ 16

CAPÍTULO III: ATIVIDADES DE ALMOXARIFADO ................................................................................... 23

CAPÍTULO IV: GESTÃO DE ESTOQUE ................................................................................................ 39

CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 46

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 47

ÍNDICE ........................................................................................................................................... 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 51

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

8

INTRODUÇÃO

A administração do patrimônio de qualquer empresa, seja ela do setor público ou

privado, é parte fundamental em sua efetividade, sendo essencial não só o cuidado com o que e

quanto se gasta, mas principalmente o que se compra e como se utiliza.

Quer produtores quer clientes, talvez mais ainda este último, que praticamente

caracteriza a maior parte do setor público, aplicam um grande valor em material de expediente,

mobiliário, equipamentos diversos, que se não bem geridos podem levar a instituição a

ineficiência total. Nestes órgãos, por não ser sua atuação fim, a gestão patrimonial é vista como

secundária, não recebendo a devida relevância e muitas vezes utilizam os bens de consumo

sem considerar a responsabilidade cívica inerente ao mesmo.

No setor público, principalmente, há uma grande falta de cuidado com o material de

expediente, como caneta, papel, suprimentos de informática entre outros. Cultura pautada na

idéia de que não sou “eu” quem compra e não há qualquer cobrança, então o uso é livre. Atitude

cultivada e arraigada, e só com grande esforço far-se-á o caminho de volta no respeito do erário

público.

Embora isso ainda seja a tônica do setor público, hoje com a conscientização ecológica,

vários programas de educação e respeito ao meio ambiente vêem sendo desenvolvidos em

vários órgãos públicos, o que torna claro o ideal de reversão deste processo.

De modo geral e segundo a conceituação proposta pelo prof. Renaud B. da Silva/FGV,

podemos dizer que:

“Administração de Material corresponde no seu todo ao planejamento, organização,

direção, coordenação e controle de todas as tarefas necessárias à definição de qualidade,

aquisição, guarda, distribuição e aplicação dos materiais destinados às atividades operacionais

de uma empresa, seja ela de natureza industrial, comercial ou de serviços”.

Assim, para que o sucesso da administração de material de uma Instituição seja

alcançado, é necessária a integração de suas atividades básicas de planejamento, compras e

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

9

armazenamento, ancorada numa eficiente política de materiais que defina normas, diretrizes e

procedimentos voltados ao atendimento das necessidades da mesma.

Baseado nisso, pode-se dizer que toda Instituição necessita se planejar criando

sistemas organizacionais, ou seja, conjunto de órgãos que desenvolvam atividades específicas

ou grupos de atividades afins. Ao conjunto de órgãos que desenvolvem as atividades de

administração de materiais dá-se o nome de SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL.

Portanto, pode-se definir o Sistema de Administração de Materiais como o conjunto de

recursos humanos, organizacionais e físicos, que tem por objetivo garantir o suprimento

contínuo e ininterrupto de materiais, nas condições técnicas e economicamente adequadas,

para o perfeito funcionamento da instituição.

As aquisições governamentais e a gestão do material e do patrimônio compõem uma

área de atuação do Serviço Público que obedece a rotinas e procedimentos de ordem

administrativa e contábil cujo conhecimento é fundamental a tantos quanto, direta ou

indiretamente, estejam envolvidos no processo.

Numa instituição, a interação entre todos os setores deve estar bem afinada no sentido

de reposição ou troca de material, troca de mobiliário, principalmente na substituição de

equipamentos de informática, pois principalmente esta modificação necessita a verificação dos

itens estocados vinculados a estes bens, para que não fiquem obsoletos e sem utilização,

gerando um grande dificultador para justificar a saída desses suprimentos da conta do órgão em

questão, através de doação, desfazimento ou qualquer outra forma de desfazimento.

O setor de compras ao ser comunicado da necessidade de aquisição de determinado

bem, deve sempre seguir alguns procedimentos para evitar o acúmulo de suprimentos

vinculados aos bens que serão substituídos, tais como a verificação de bens vinculados aos que

serão trocados. A comunicação entre os setores envolvidos e o Almoxarifado é vital para um

estoque enxuto e ideal.

Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada

setor, este deve ser restrito a necessidade temporária de cada setor solicitante. Uma

observação comum é um pedido exagerado, gerando posteriormente a devolução de um grande

número de materiais já fora de validade e invariavelmente tendo gerado necessidade de compra

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

10

para suprimento de outros setores, quando o material se encontrava todo armazenado num

setor específico de forma desnecessária.

Logo, o foco maior do trabalho será a conceituação básica e esquematização de um

Almoxarifado, mas sempre dando foco a sua otimização para minimizar esses entraves acima

citados.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

11

CAPÍTULO I:

NOÇÕES BÁSICAS DE ALMOXARIFADO

O termo Almoxarifado é derivado de um vocábulo árabe que significa "depositar".

Com a premente necessidade de gerir a organização de materiais fisicamente surgiu a

figura do Almoxarifado que, inicialmente, se constituía em um depósito, quase sempre o pior e

mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram acumulados de qualquer forma,

utilizando mão-de-obra desqualificada.

Com o tempo surgiram sistemas de manuseio e de armazenagem bastante

sofisticados, o que acarretou aumento da produtividade, maior segurança nas operações de

controle e rapidez na obtenção das informações

1 CONCEITOS BÁSICOS

Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de materiais, em recinto

coberto ou não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde

permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização,

equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.

Considera-se Material de Consumo os itens de pouca durabilidade ou de consumo

rápido. Legalmente, material de consumo é todo objeto que, em razão de uso, perde a

identidade física, características individuais ou isoladas e/ou tem uma durabilidade limitada a 02

(dois) anos.

Estoque Mínimo ou Estoque de Segurança é a quantidade mínima que o Almoxarifado

deve ter em estoque de um determinado material, para cobrir eventuais atrasos no

ressuprimento.

Estoque Máximo é a quantidade máxima de material, permitida para estocagem.

Ponto de Ressuprimento é a quantidade que ao ser atingida, determina a solicitação de

uma nova compra. Não podendo ser menor que o estoque mínimo e nem maior que o máximo.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

12

Material Permanente é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua

identidade física e/ou tem durabilidade e utilização superior a dois anos, e deve ser objeto de

controle individualizado.

Importante ainda e o conceito de Parâmetros Excludentes, que fica melhor explicitado

na Portaria nº 448/2002, da STN. Nela é evidenciada a distinção entre material de consumo e

material permanente, bem como, estabelece parâmetros excludentes, tomados em conjunto,

para a identificação do bem permanente:

“Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e material

permanente:

I - Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da

Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois

anos;

II - Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua

identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros

excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do material permanente:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas

condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou

deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se

deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser

retirado sem prejuízo das características do principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.”

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

13

1.1 COMPETÊNCIA

Compete ao Serviço de Almoxarifado, o planejamento, a coordenação, a execução e o

controle das atividades relativas ao recebimento, conferência, guarda e distribuição de material

de consumo, equipamentos e material permanente de propriedade da FUB.

1.2 A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE DE COMPRAS SOBRE O ALMOXARIFADO

A função Compras possui significativa importância dentro do contexto da administração

de materiais.

Considerando a influência que exerce sobre as atividades do almoxarifado, pode-se

afirmar, por razões óbvias, que é a atividade de compras que define a existência do

Almoxarifado, e mesmo, que impacta decisivamente sobre sua eficiência, uma vez que

responde diretamente pela questão custo, tempo e qualidade dos materiais.

Diante do exposto, concluímos que o Almoxarifado é o Agente fiscalizador das ações

Compras, ou seja, de todas as contratações de bens e matérias realizadas na organização.

Logo não se estará equivocado ao se declarar que a eficiência das atividades do Almoxarifado

está diretamente atrelada a eficiência das atividades de Compras.

Apesar das enormes dificuldades existentes na grande maioria das unidades de

Compras do Setor Público, tais como falta de treinamento, equipamentos, pessoal, etc. cumpre-

se registrar as conseqüências desta importante atividade sobre o almoxarifado, quando

realizada com pouca ou nenhuma eficiência.

Observe que o mal funcionamento da atividade compras redunda em uma série de

situações no Almoxarifado, muitas vezes impossíveis de solucionar , como por exemplo:

ü Recebimento de materiais de qualidade duvidosa, decorrentes de má especificação

ou ausência de análise de proposta;

ü Atraso no ressuprimento de estoque que ocasiona desabastecimento e interrupção

da atividade produtiva;

ü Valoração incorreta dos estoques em conseqüência de aquisições com preços fora

da realidade do mercado;

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

14

ü Comprometimento da armazenagem em decorrência de não terem sido

considerados fatores como: validade do produto, qualidade de embalagem,

acondicionamento, etc.

Associado a isso, pode-se citar alguns problemas que impactam diretamente sobre as

atividades do almoxarifado, decorrentes de um processamento de baixa qualidade,

especificamente no tocante a Informações de compras:

ü Contrato de Compra – nota de empenho, ordem de fornecimento, etc. –

apresentando informações incorretas ou incompletas, seja no produto, valores,

condições de compra ou de fornecedor;

ü Atraso ou ausência de encaminhamento da via do contrato de compra – empenho

ou ordem de compra – ao almoxarifado;

ü Processos de compras mal formalizados, pouco instruídos e de difícil consulta;

ü Acordos verbais com fornecedores sem o devido registro formal e notificação ao

Almoxarifado.

1.3 LEIS, COMPRAS E ALMOXARIFADO

Como é de conhecimento de todos, nenhuma compra para o serviço público poderá se

efetivar sem a devida observância da legislação vigente.

Observa-se que comumente tem-se creditado à lei toda a eficiência verificada nas

aquisições públicas, sob a argumentação de que ela imperra e despreza a qualidade, já que

impõe a compra pelo menor preço. Isto não é verdade. O que de fato ocorre é que a lei é

impessoal, não avalia o caráter e competência individual de cada comprador ou fornecedor, mas

sim, estabelece requisitos e regras gerais de procedimentos e conduta para os mais de dez mil

órgãos públicos de compras espalhadas pelo País, bem como, para os milhares de

fornecedores interessados em negociar com estes.Tudo baseado nos princípios constitucionais

de legalidade, impessoalidade, probidade e publicidade:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte……

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

15

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;

Devem submeter-se a ela os honestos e os desonestos, os competentes e os

incompetentes, os organizados e os desorganizados, o ministro de Estado e o servidor da

limpeza, a mundialmente famosa GOOGLE e o armarinho do Sr. Joaquim , pois essa é a regra.

Diante dessa diversidade de interesses, entende-se que a eficácia das compras públicas

só será alcançada mediante a aplicação dos recursos de Planejamento, que, com certeza,

evitará a busca das chamadas “brechas da lei”, para aquisições emergenciais e direcionadas a

determinadas marcas e fabricantes, além de encontrar respostas para as questões: o que?

quanto? quando? Como e onde comprar com qualidade e baixo custo.

Dificilmente o Almoxarifado terá eficiência e demonstrará qualidade em suas atividades

se esses propósitos não fizerem parte da política de compras do órgão.

Cabe observar, que é impossível o funcionamento eficaz de um sistema de

administração de materiais sem que as suas unidades estejam intimamente integradas, onde

haja um inter-relacionamento de seus processos, rotinas, procedimentos e informações.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

16

CAPÍTULO II

ORGANIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO

A organização de um Almoxarifado não passa somente por conservar arrumado em

prateleiras os bens de consumo, mas sim manter um dinâmico e constante contato com o Setor

de Compras bem como todos os setores clientes do mesmo.

A falta de comunicação entre os setores invariavelmente gera um saldo de suprimentos

vinculados aos bens substituídos, que acaba por se transformar em um grande estorvo, sem

que os responsáveis saibam como direcioná-los. Daí a necessidade do envolvimento e

responsabilização de todos os setores solicitantes de um determinado bens de consumo.

Sem desconsiderar a necessidade da correta comunicação dentro da Instituição, a

melhor forma de o Almoxarifado permanecer enxuto e sempre com os suprimentos atualizados e

sempre deixá-los vinculados aos bens, ou seja, se uma impressora sai do contingente da

Instituição e é direcionada para doação, o seu suprimento deve igualmente ser levado junto com

a mesma.

Muitas vezes é preferível atrasar um pouco a troca do item até a utilização total do

suprimento, do que o abarcar o desgaste quanto ao desfazimento do suprimento residual numa

troca intempestiva.

Daí sim, consolida-se o conceito de Almoxarifado não simples depósito.

2.1 ALMOXARIFADO OU DEPÓSITO?

Sob a ótica de administração de material, o termo Almoxarifado define o setor

responsável pelo recebimento, armazenamento e distribuição das matérias primas e materiais

consumidos ou produzidos por uma empresa, utilizando para tanto, técnicas adequadas e

controle específicos.

Quanto ao termo depósito, analisando a partir da triste realidade que ainda impera em

alguns órgãos, designa quase sempre o local utilizado para a guarda de materiais, sejam novos

ou usados, cuja maior preocupação é a segurança, baseando em primários controles de entrada

e saída, não sendo constatado a utilização de técnicas apropriadas e registro algum na conta

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

17

estoque da Instituição. Logo, só existe o estoque físico, e não contábil, o que é incorreto e

amplamente condenado pelos Tribunais de Contas.

Outra conceituação importante é a diferença entre os termos estocagem e

armazenagem. Estão armazenados todos os materiais que se encontram dentro de um

almoxarifado ou armazém, pertencentes ou não ao estoque, desde que submetidos às técnicas

de armazenagem e controles necessários. Já os materiais estocados são aqueles cujos valores

integram a conta estoque, ou seja, ainda não foram baixados do estoque.

Assim, todo material cuja baixa de estoque foi efetuada ou aquele cujo registro de

entrada ainda não foi executado, está armazenado e não estocado. Logo todo material estocado

está armazenado, mas nem todo material armazenado está estocado.

2.2 IMPORTÂNCIA DO ALMOXARIFADO

A importância do Almoxarifado está na razão direta da condição estratégica de que goza

a estrutura organizacional de uma empresa, onde sua atribuição maior será sempre a de não

permitir o desabastecimento, ou seja, fornecer de forma contínua e ininterrupta materiais e

matérias-primas às diversas unidades produtivas da empresa. Fará o papel de “mercado

interno”, já que deverá satisfazer as necessidades materiais deste, evitando assim, que a cada

demanda se crie um procedimento de aquisição.

2.3 ATRIBUIÇÕES DO ALMOXARIFADO

Embora pouco valor seja dado a Gestão patrimonial de uma empresa, principalmente no

setor Público, esta é extremamente importante para o sucesso da mesma.

Basta para isso observar as atribuições de um Almoxarifado:

ü Assessorar a Diretoria em assuntos de sua área;

ü Instruir processos para auxiliar a Administração em suas decisões;

ü Desenvolver estudos objetivando o aprimoramento dos serviços da área;

ü Propor políticas e diretrizes relativas a estoques e programação de aquisição e o

Fornecimento de material de consumo;

ü Acompanhar a execução automatizada do Sistema de Material no que diz respeito à

atualização de documentos pertinentes;

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

18

ü Divulgar as informações orçamentárias relativas a material de consumo aos

usuários do Sistema de Material;

ü Receber, conferir e armazenar material de consumo, equipamentos e material

permanente;

ü Controlar o estoque físico de material de consumo;

ü Estabelecer as necessidades de aquisição de material de consumo para fins de

reposição de estoque, bem como solicitar sua aquisição;

ü Verificar no estoque físico a existência de material de consumo em desuso,

propondo à Administração Superior a criação de comissão para estudar a

destinação dos mesmos;

ü Elaborar balancete mensal da movimentação de material de consumo,

equipamentos e material permanente.

2.4 O ALMOXARIFE

Até meados do século passado, o almoxarife ainda era visto como um mero guarda de

materiais; suas atribuições eram restritas ao trabalho de vigiar os estoques e de somente

distribuí-los com autorização superior, onde a fidelidade e a honestidade eram requisitos

básicos, e únicos, para candidatos ao exercício da função.

Nos dias atuais, a competitividade de mercado e a evolução dos recursos humanos e de

tecnologia, deram origem a um profissional mais capacitado e consciente de sua importância,

conservando virtudes e agregando qualidades inerentes ao desempenho da função.

Em se tratando de almoxarife, é indispensável ser organizado, uma vez que deverá

manter com exatidão uma enorme diversidade de itens. É fundamental que seja observador e

atento aos mínimos detalhes dos diversos tipos de materiais com que irá lidar. É essencial a

capacidade de concentração no desempenho das atividades, já que o almoxarife estará sempre

envolvido com cálculos, previsões de quantidades, códigos, etc., onde a precisão é de suma

importância.

Hoje a figura do Almoxarife já seria melhor denominada como Chefe do Setor de

Registro e Controle Patrimonial, uma vez que no Setor Público, o responsável pela guarda do

material – Almoxarife – invariavelmente se confunde com a do Gestor de Material.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

19

2.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Almoxarifado, na maioria das empresas, se constitui de um Setor organizado para a

execução de três atividades básicas: recebimento, armazenagem e distribuição, estando o

planejamento de materiais e a gestão de estoque sob a responsabilidade de específico.

Todavia, pelas especificações organizacionais verificadas em grande número de órgãos

públicos, verifica-se que quase sempre a gestão e planejamento de materiais são executados

pelo próprio Almoxarifado, dentro de uma atividade comumente chamada de controle,

geralmente desenvolvida pelo servidor responsável pelos registros de entrada em baixa de

estoque, ou quando não, pelo próprio chefe do Setor. Acaba-se por redefinir o termo Controle

por Gestão de Estoques.

2.6 NORMAS INTERNAS DO ALMOXARIFADO

O Almoxarifado deverá possuir um horário fixo de atendimento ao público, de

preferência ininterrupta, e amplamente divulgado.

Só poderá ter acesso e trânsito a área interna do Almoxarifado servidores lotados no

seu quadro funcional. É vedada a entrada e circulação de pessoas estranhas ao Setor.

É terminantemente proibido fumar nas dependências do Almoxarifado, sob pena de

imediata responsabilização do infrator.

Sob hipótese alguma o Almoxarifado poderá dar guarda provisória ou permanente, a

material que não seja de propriedade ou destinado a Instituição, que esteja fora de sua carga ou

responsabilidade ou que não integre o seu elenco ou estoque.

2.7 PLANEJAMENTO FÍSICO DO ALMOXARIFADO

O planejamento físico de um Almoxarifado é tarefa que merece a maior atenção dos

administradores. É de fundamental importância a precisa definição de sua localização,

instalação e lay-out, que deverão atender a critérios técnicos.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

20

2.7.1 LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO

Por ser o Almoxarifado um setor estratégico para a empresa, o projeto de localização e

instalação deverá considerar: maior proximidade com o centro consumidor; evitar situá-lo no

centro do corpo da Empresa, as condições topográficas e metereológicas do terreno,

preferência por local aberto, bem ventilado, batido pelo sol, onde a altura dos prédios vizinhos

não o torne um lugar sombrio, evitar locais cujos acessos se dêem por escadas,corredores

estreitos, elevadores, etc., subordinar-se a plano que vise principalmente receber e distribuir,

optar quando possível, por edifício térreo, com pátio de manobras que facilite a carga e

descarga, conhecimento prévio dos materiais e matérias-primas que serão estocados, projeto

que vise o aproveitamento do espaço vertical.

A não ser por motivos especiais, como natureza dos materiais, segurança, prédio

apropriado não é aconselhável a localização do almoxarifado fora do meio de trabalho.

2.7.2 TIPOS DE ALMOXARIFADO

Devido à variedade de materiais utilizados por uma empresa, a armazenagem dos

mesmos tem se constituído uma difícil tarefa a ser desenvolvida.

Para efetivo atendimento numa crescente diversidade de áreas de atividades em que

grandes empresas atuam, muitas vezes são criados almoxarifados específicos, como, por

exemplo, almoxarifado de material hidráulico, de produtos químicos, de carpintaria, dentre

outros.

Em geral, podemos caracterizar os almoxarifados como:

ü Almoxarifados abertos

ü Almoxarifados fechados

Onde poderão se apresentar em três tipos básicos, dependendo das características de

cada material:

Armazém èedificação dotada de piso nivelado, cobertura, paredes laterais e frontais,

portas , com área útil dividida em área de administração, serviços e área de armazenagem.

Galpão è Estrutura dotada de piso nivelado, cobertura e fechamento lateral e frontal

ou não, dependendo do tipo de material armazenado e segurança necessária.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

21

Pátio è área de armazenagem aberta, ao ar livre, devidamente cercada, piso nivelado,

drenado e pavimentado, com espaço suficiente para movimentação de veículos.

O primeiro destina-se aos materiais cuja composição física, química, além do tamanho,

valor próprio e demais especificações não permitem exposição ao intemperismo natural, além de

pedir um eficiente sistema de conservação e segurança.

O segundo armazena materiais teoricamente não perecíveis ( que não se estragam

facilmente), mas que , porém, requerem certa proteção quanto a segurança e agentes naturais,

seja por eles ou por suas embalagens, exemplos: tubos pvc, peças de madeira, cantoneiras de

aço e alumínio, revestimentos, etc.

Já os galpões fechados acondicionam com o devido cuidado cimento, argamassa, cal e

outros itens de construção, além decomponentes de máquinas e equipamentos de grande porte,

etc., onde os fatores de umidade e segurança, deverão ser considerados para a manutenção da

guarda e qualidade.

Finalmente, nos pátios são armazenados materiais de fato não-perecíveis, onde a ação

metereológica não provoca perda de qualidade ou danos. Podem ser: areia, lajota, brita, cabos

revestidos ou não (bobinas), material que devido ao seu tamanho e peso não permite a

armazenagem em ambientes fechados, já que a sua movimentação necessita de equipamentos

de grande porte.

2.7.3 ESPAÇO E LAY-OUT

A correta utilização do espaço disponível demanda estudo exaustivo das cargas a

armazenar, dos níveis de armazenamento, das estruturas para armazenagem e dos meios

mecânicos a utilizar.

Indica-se a real ocupação do espaço por meio do indicador "taxa de ocupação

volumétrica", que leva em consideração o espaço disponível versus o espaço ocupado.

A elaboração de Lay-out para a organização de um almoxarifado visa aproveitar melhor

e de forma racional o seu espaço horizontal e vertical, tendo por conseqüência uma melhor

armazenagem dos materiais.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

22

Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do layout de um almoxarifado, de

forma que se possa obter as seguintes condições: máxima utilização do espaço; efetiva

utilização dos recursos disponíveis ( mão de obra e equipamentos ); pronto acesso a todos os

itens; máxima proteção aos itens estocados; boa organização; satisfação das necessidades dos

clientes.

No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os seguintes aspectos : itens a

serem estocados ( itens de grande circulação, grande peso e volume); corredores (facilidades

de acesso); portas de acesso (altura, largura); prateleiras e estruturas (altura x peso ); piso

(resistência).

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

23

CAPÍTULO III

ATIVIDADES DE ALMOXARIFADO

Geralmente, os almoxarifados públicos possuem quatro atividades básicas:

recebimento, estocagem, controle e distribuição. Essas atividades bem desenvolvidas

representam não só a estrutura do almoxarifado, mas o nível de organização de uma empresa.

3.1 RECEBIMENTO

É a atividade de inspeção e conferência do material e suas condições de aquisição, com

o conseqüente aceite ou rejeição pelo almoxarifado.

O setor público possui legislação específica que aborda o tema. Assim sendo, o

recebimento do material deverá ser orientado pelo que consta na Instrução Normativa SADAP

205/88 e pelo que estabelece os artigos 15, 73, 74 e 76 da lei 8666/93.

As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo

fornecedor até a entrada nos estoques. A função de recebimento de materiais é módulo de um

sistema global integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes e é

caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques

físico e contábil.

O recebimento compreende quatro fases :

1a fase : Entrada de materiais;

2a fase : Conferência quantitativa;

3a fase : Conferência qualitativa;

4a fase : Regularização

3.1.1 TIPOS DE CONFERÊNCIAS

Considerando a necessidade de aferir se os dados de compras e os materiais em

processo de entrega estão coincidentes, deverá o almoxarife proceder:

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

24

Conferência Documental è é o confrontamente dos dados do documento fiscal ( nota

fiscal) com o Contrato de Compra ( ordem de compra, de fornecimento, de empenho, etc. ),

verificando as condições comerciais pactuadas e constantes em ambos documentos.

Esta verificação é necessária porque qualquer divergência verificada posteriormente,

pode dificultar a regularização daquela aquisição, da contabilidade e do pagamento.

Conferência Qualitativa è a inspeção qualitativa compreende a verificação da qualidade

do material entregue pelo fornecedor à vista da Ordem de compra e especificações nela

contidas.

No recebimento, a análise/inspeção do material entregue pelo fornecedor torna-se

imprescindível para perfeita identificação do material em comparação com os requisitos.

Esta inspeção poderá, dependendo do caso, se dar sob duas formas:

Inspeção 100%: é aquela em que todos os materiais, um-a-um, devem ser

minunciosamente analisados.

Inspeção por amostragem é utilizada quando o recebimento de grande volume de um

determinado material, onde faz-se necessário formar um lote de inspeção, que se dará pela

retirada aleatória de certa quantidade de unidades para verificação de conformidade com o

exigido e constante no contrato de compras.

A ABNT recomenda que uma análise por amostragem se dê em 5 a 10% do total de

unidades entregues.

Ao se deparar com qualquer problema técnico no recebimento, o almoxarife deverá se

utilizar dos manuais técnicos, catálogos dos fabricantes, desenhos, projetos técnicos e ainda,

quando necessário, elaborar testes de laboratório, ou recorrer ao requisitante para que o mesmo

faça o reconhecimento técnico do material.

Somente após o reconhecimento e aprovação do material pelos setores competentes, é

que será dado o recebimento definitivo observando, é claro, se o quantitativo entregue está de

acordo com o exigido.

Conferência Quantitativa è compreende a conferência e contagem do material recebido,

em confronto com a quantidade informada na nota fiscal e ordem de compra, ou outro docmento

que autorizou o fornecimento.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

25

3.2 ARMAZENAGEM

Compreende especificamente a guarda, segurança e prevenção do material adquirido,

utilizando técnicas adequadas, a fim de suprir as necessidades operacionais das unidades

integrantes da estrutura do órgão.

3.2.1 PLANEJAMENTO DE ESTOCAGEM

Dependendo das características do material, a armazenagem pode dar-se em função

dos seguintes parâmetros: fragilidade; combustibilidade; volatilização; oxidação; explosividade;

intoxicação; radiação; corrosão; inflamabilidade; volume; peso; forma.

Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras taxativas que regulem o

modo como os materiais devem ser dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se

analisar, em conjunto, os parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de

arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que melhor atenda ao fluxo de

materiais:

ü Armazenagem por tamanho : esse critério permite bom aproveitamento do espaço;

ü Armazenamento por freqüência : esse critério implica armazenar próximo da saída

do almoxarifado os materiais que tenham maior freqüência de movimento;

ü Armazenagem especial, onde destacam-se :

ü os ambientes climatizados;

ü os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas normas de

segurança;

ü os produtos perecíveis ( método FIFO)

ü Armazenagem em área externa : devido à sua natureza, muitos materiais

podem ser armazenados em áreas externas, o que diminui os custos e amplia

o espaço interno para materiais que necessitam de proteção em área coberta.

Podem ser colocados nos pátios externos os materiais a granel, tambores e

“containers” , peças fundidas e chapas metálicas.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

26

ü Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do almoxarifado, a

solução é a utilização de galpões plásticos, que dispensam fundações,

permitindo a armazenagem a um menor custo.

Independentemente do critério ou método de armazenamento adotado é oportuno

observar as indicações contidas nas embalagens em geral, conforme mostram as figuras

abaixo:

3.2.2 LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS

O objetivo de um sistema de localização de materiais é estabelecer os meios

necessários à perfeita identificação da localização dos materiais. Normalmente é utilizada uma

simbologia (codificação) alfanumérica que deve indicar precisamente o posicionamento de cada

material estocado , facilitando as operações de movimentação e estocagem.

3.2.3 SISTEMAS DE ENDEREÇAMENTO OU LOCALIZAÇÃO DOS ESTOQUES ;

Existem dois métodos básicos : o sistema de endereços fixos e o sistema de endereços

variáveis.

3.2.3.1 SISTEMA DE ENDEREÇAMENTO FIXO :

Nesse sistema existe uma localização específica para cada produto. Caso não haja

muitos produtos armazenados , nenhum tipo de codificação formal será necessária. Caso a linha

de produtos seja grande, deverá ser utilizado um código alfanumérico, que visa a minimização

do tempo de localização dos materiais.

3.2.3.2 SISTEMA DE ENDEREÇAMENTO VARIÁVEL :

Nesse sistema não existem locais fixos de armazenagem, a não ser para itens de

estocagem especial. Os materiais vão ocupar os locais disponíveis dentro do depósito. O

inconveniente desse sistema é o perfeito controle que se deve ter da situação, para que não se

corra o risco de possuir material perdido em estoque, que somente será descoberto ao acaso ou

durante o inventário. Esse controle deverá ser feito por duas fichas, uma ficha para controle do

saldo por item e a outra para controle do saldo por local de estoque.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

27

Apesar de o sistema de endereços variáveis possibilitar melhor utilização do espaço,

este pode resultar em maiores percursos para montar um pedido, pois um único item pode estar

localizado em diversos pontos Esse método é mais popular em sistemas de manuseio e

armazenagem automatizados, que exigem um mínimo de mão-de-obra.

Para arrumar os materiais de uma forma mais racional, o almoxarife deve estar sempre

atento aos seguintes cuidados:

ü Cuidar para manter permanentemente livres os acessos às prateleiras do

almoxarifado;

ü Manter os materiais estocados em perfeitas condições de uso;

ü Arrumar nas prateleiras os materiais ais antigos na frente dos adquiridos mais

recentemente;

ü Conservar os materiais de acordo com suas características, ou seja, materiais

ferrosos, por exemplo, sujeitos à oxidação, devem receber proteção de graxa e óleo;

ü Não misturar materiais de diferentes tipos;

ü Arrumar os materiais e equipamentos nas prateleiras de tal forma que o peso fique

bem distribuído;

ü Estocar os materiais mais pesados em locais de fácil acesso.

ü Manter ao alcance do almoxarife os materiais utilizados com mais freqüência;

ü Arrumar os materiais perecíveis em locais de fácil visualização;

ü Guardar materiais miúdos como porcas, presilhas, botões, etc. em caixas,

distribuídas ordenadamente nas prateleiras ou gavetas.

3.2.4 CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Um sistema de classificação e codificação de materiais é fundamental para que existam

procedimentos de armazenagem adequados, um controle eficiente dos estoques e uma

operacionalização correta do almoxarifado.

Classificar um Material significa agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, tipo e

uso. Em outras palavras, classificar um material significa ordená-lo segundo critérios adotados,

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

28

agrupando-os de acordo com as suas semelhanças. Classificar os bens dentro de suas

peculiaridades e funções tem como finalidade facilitar o processo de posteriormente dar-lhes um

código que os identifique quanto aos seus tipos, usos, finalidades, datas de aquisição,

propriedades e seqüência de aquisição. Por exemplo, com a codificação do bem passamos a

ter, além das informações acima mencionadas, um registro que nos informará todo o seu

histórico, tais como preço inicial, localização, vida útil esperada, valor depreciado, valor residual,

manutenção realizada e previsão de sua substituição.

A classificação dos itens é composta de diversas etapas, quais sejam : catalogação,

simplificação, especificação, normalização e padronização rumo à codificação de todos os

materiais que compõem o estoque da empresa.

Vejamos melhor a conceituação de "classificação", definindo melhor cada uma dessas

etapas :

Catalogação : significa o arrolamento de todos os itens existentes de modo a não omitir

nenhum deles.

Vantagens da Catalogação:

ü A catalogação proporciona uma idéia geral da coleção;

ü Facilita a consulta por parte dos usuários;

ü Facilita a aquisição de materiais;

ü possibilita a conferência;

ü evita duplicidade de codificação;

Simplificação : significa a redução da grande diversidade de itens empregados para uma

mesma finalidade. Quando duas ou mais peças podem ser usadas para o mesmo fim,

recomenda-se a escolha pelo uso de uma delas;

Especificação : significa a descrição detalhada de um item, como suas medidas,

formato, tamanho, peso etc. Quanto mais detalhada a especificação de um item, menos dúvida

se terá a respeito de sua composição e características, mais fácil será a sua compra e inspeção

no recebimento.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

29

Normalização : essa palavra deriva de normas, que são as prescrições sobre o uso do

material; portanto significa a maneira pela qual o material deve ser utilizado em suas diversas

aplicações;

Padronização : significa estabelecer idênticos padrões de peso, medidas e formatos

para os materiais, de modo que não existam muitas variações entre eles. Por exemplo, a

padronização evita que centenas de parafusos diferentes entrem em estoque.

Vantagens da Padronização:

ü Possibilita a simplificação de materiais;

ü Facilita o processo de normalização de materiais;

ü Aumenta poder de negociação;

ü Reduz custos de aquisição e controle;

ü Reduz possibilidade de erros na especificação;

ü Facilita a manutenção;

ü Possibilita melhor programação de compras;

ü Permite reutilização e permutabilidade

Assim a catalogação, a simplificação, a especificação, a normalização e a padronização

constituem os diferentes passos rumo à codificação. A partir da classificação pode-se codificar

os materiais .

Codificar um material significa representar todas as informações necessárias,

suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras, com base na classificação obtida do

material.

A tecnologia de computadores está revolucionando a identificação de materiais e

acelerando o seu manuseio.

A chave para a rápida identificação do produto, das quantidades e fornecedor é o código

de barras lineares ou código de distribuição. Esse código pode ser lido com leitores óticos

(scanners) . Os fabricantes codificam esse símbolo em seus produtos e o computador no

depósito decodifica a marca, convertendo-a em informação utilizável para a operação dos

sistemas de movimentação interna, principalmente os automatizados.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

30

3.2.5 EQUIPAMENTOS DE ARMAZENAGEM

Em armazenagem, costuma-se designar genericamente de unidades de estocagem a

estrutura destinada a arrumação, localização e segurança do material de estoque. Poderão ser

estantes, armações, estrados (pallets), caixa e outros. Os mais usados são as estantes e os

estrados.

ESTANTE – é o conjunto estrutural desmontável, metálico ou de madeira, destinado à

estocagem de material com peso e/ou volume relativamente baixos. As estantes poderão ser

seccionadas horizontalmente formando prateleiras, horizontal e vertical formando escaninhos,

bem como poderão comportar gavetas.

ESTRADO OU PALLET – é uma estrutura metálica, plástica ou de madeira tratada, de seção

retangular ou quadrada, destina-se a estocagem de material que em face de seu peso e/ou

volume, características físicas ou quantidade, não podem ser estocados em estantes e

armações, além de permitir a movimentação de um número maior de unidades. Muito utilizado

em organização de espaços verticais.

Para entendermos plenamente a utilização do espaço vertical, há que se analisar a

utilidade de paletes para a movimentação, manuseio e armazenagem de materiais. A

paletização vem sendo utilizada em empresas que demandam manipulação rápida e

armazenagem racional, envolvendo grandes quantidades. A paletização tem como objetivo

realizar, de uma só vez, a movimentação de um número maior de unidades. Ao pallet é atribuído

o aumento da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra, tempo e redução de

custos. O emprego de empilhadeiras e pallets já proporcionou a muitas empresas economia de

até 80 % do capital despendido com o sistema de transporte interno.

Inicialmente os pallets eram empregados na manipulação interna de armazéns e

depósitos e hoje acompanham a carga, da linha de produção à estocagem, embarque e

distribuição. Em razão da padronização das medidas do pallet pelos países como Estados

Unidos e Inglaterra, eles passaram a ser utilizados através dos continentes em caminhões,

vagões ferroviários e embarcações marítimas.

E O QUE É UM PALETE ?

Trata-se de uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de

vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja altura é compatível com a introdução

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

31

dos garfos da emplilhadeira, e que permite o agrupamento de materiais, possibilitando o

manuseio, a estocagem, a movimentação e o transporte num único carregamento.

Os pallets são plataformas, nas quais as mercadorias são empilhadas, servindo para

unitizar, ou seja, transformar a carga numa única unidade de movimentação.

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE PALETES

ü Melhor aproveitamento do espaço disponível para armazenamento, utilizando-se

totalmente do espaço vertical disponível, por meio do empilhamento máximo;

ü Economia nos custos de manuseio de materiais, por meio da redução do custo da

mão-de-obra e do tempo necessário para as operações braçais;

ü Possibilidade de utilização de embalagens plásticas ou amarração por meio de fitas

de aço da carga unitária, formando uma só embalagem individual;

ü Compatibilidade com todos os meios de transporte (marítimo, terrestre, aéreo);

ü Facilita a carga, descarga e distribuição nos locais acessíveis aos equipamentos de

manuseio de materiais;

ü Permite a disposição uniforme de materiais, o que concorre para a desobstrução

dos corredores do armazém e dos pátios de descarga;

Os paletes podem ser manuseados por uma grande variedade de equipamentos, como

empilhadeiras, transportadores, elevadores de carga e até sistemas automáticos de

armazenagem.

3.2.6 CONSERVAÇÃO DOS MATERIAIS

Os cuidados normais que são requeridos pelos materiais para a sua perfeita

conservação dependem, essencialmente, das características e natureza dos mesmos.

Os materiais armazenados estão sujeitos a determinados eventos, os quais poderão

originar transformação e/ou alterações que resultarão em inutilização, causando sérios prejuízos

à Instituição; Merecem destaque, alguns como causa e efeito:

ü Armazenagem prolongada – responsável por fenômenos como empenamento,

descoloração, liquidificação, solidificação, apodrecimento, etc.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

32

ü Reações químicas – causadas pela manipulação incorreta de embalagens,

exposição a calor ou frio, contato com outros agentes, etc.

ü Contaminação – por insetos, roedores ou substâncias tóxicas.

ü Ação biológica – bactérias, fungos, mofo, etc.

ü Danos físicos – devido a movimentação e armazenagem pouco cuidadosos,

gerando quebras, avarias, achatamentos, rompimento de embalagens, etc.

ü Temperatura – variações inadequadas e freqüentes.

ü Fenômenos metereológicos – chuva, sol, vento, geada, etc.

ü Oxidação – apenas sobre produtos metálicos.

ü Odores estranhos – alguns materiais são suscetíveis de absorver odores.

ü Umidade – causa um sem número de fenômenos prejudiciais à conservação dos

materiais.

3.2.7 SEGURANÇA NA ARMAZENAGEM

Entende-se por segurança de armazenagem o conjunto de ações, normas e

procedimentos que visam evitar furtos e roubos, quebras e avarias, acidentes pessoais, de

equipamentos e materiais, bem como de todas as medidas que assegurem o patrimônio da

Instituição.

As principais ações são: evitar acesso e circulação de pessoas estranhas ao quadro de

servidores do almoxarifado; proibir terminantemente o fumo nas instalações internas do

armazém; providenciar a instalação de equipamentos contra incêndio, observando normas

técnicas; evitar trânsito de veículo em velocidade que ponha em risco as pessoas, materiais e

instalações; utilizar símbolos que estabeleçam cuidados na estocagem, manuseio e transporte

dos materiais; utilizar cores, dísticos, acessórios e símbolos de segurança em toda a área do

almoxarifado, através de placas, etiquetas, cones, pintura, etc.

3.2.8 CONTROLE DE ALMOXARIFADO

O controle de almoxarifado se dá pelo conjunto de ações integradas que registram e

garantam a eficiência da movimentação de estoque, bem como de ações relacionadas a sua

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

33

gestão, manutenção e segurança, sempre baseadas em técnicas específicas e acobertadas por

documentos.

Todo o processamento poderá ser manual ou informatizado, dependendo do porte e

estrutura da Instituição.

3.2.8.1 MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE

A movimentação se dá por entradas e saídas sendo que cada uma delas possui seus

próprios fluxos.

Tomando-se por exemplo o Tribunal Federal Regional da 2ª Região, observa-se que o

mesmo segue uma I. N. de número 24-14, que normatiza todo o procedimento para

movimentação dos bens:

1 Os materiais sujeitos à deterioração ou obsoletismo deverão ser adquiridos em

quantidades suficientes à plena utilização antes da perda de sua utilidade, adotando-se,

para tanto, critérios adequados a sua quantificação.

2 As requisições de compra de material somente deverão ser emitidas após consulta ao

setor de almoxarifado ou de patrimônio, conforme seja o caso, para certificar-se da real

necessidade da aquisição.

3 Sempre que detectar requisição de compra de material em quantidade acima da sua

capacidade de armazenamento em condições de segurança e conservação, a DIMAT

deverá informar o requisitante e cientificar a SAT.

4 Os setores que demandam materiais em grande quantidade e/ou que sofram grande

variação de consumo dependendo das atividades programadas, deverão apresentar à

DIMAT a previsão do consumo excepcional, descrição e quantidade de material, ao

longo do exercício.

5 Eventual redução ou suspensão da utilização de material, inclusive suprimento para

equipamento a ser substituído, deverá ser informada à DIMAT, de forma que possam ser

reprogramadas ou suspensas as compras futuras.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

34

6 O acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de quando e quanto comprar

poderão ocorrer em função dos fatores, fórmulas e orientações constantes do módulo 11

da IN-06-01 do CJF.

1 A produção interna de materiais deverá ser registrada no sistema de almoxarifado ou

patrimônio e no sistema contábil, observando-se o seguinte procedimento:

a) a guia de produção ou ordem de serviço deve possuir os elementos necessários ao

levantamento do custo de produção, a ser contabilizado, considerando os insumos

utilizados, o custo da mão-de-obra e outros custos diretos e indiretos;

b) o registro será realizado com base na guia de produção ou ordem de serviço,

através dos eventos contábeis apropriados, conforme orientação da SCI.

2 Qualquer material para ser recebido deverá vir acompanhado de documento hábil

para tanto, a saber:

a) documento fiscal na aquisição do material;

b) termo de cessão, transferência ou doação;

c) guia de produção; ou

d) outro documento, se for o caso.

9. O recebimento provisório de material não constitui aceitação do mesmo.

10. A aceitação é condição essencial para o recebimento definitivo do material, que se dá

com a verificação da quantidade, qualidade e valor, de acordo com o contrato.

11. O recebimento de material de consumo deverá ser realizado, sempre que possível, por

intermédio da DIMAT.

12. O recebimento de material permanente deverá ser realizado pela DIMAT, e, ainda,

quando for o caso, com os setores técnicos e comissões especialmente nomeadas.

13. Nas situações previstas na legislação, e sempre que julgar necessário, a SG poderá

providenciar a nomeação de comissão composta de pessoas habilitadas para realizar o

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

35

recebimento do material, sem prejuízo do acompanhamento e das medidas de

competência da DIMAT.

14. Quando a aceitação do material não demandar verificação de características técnicas

específicas a ser efetuada por servidores ou comissão especializada, o responsável pelo

almoxarifado, após as conferências de praxe, poderá receber definitivamente o material.

15. Quando se tratar de material de consumo imediato, que não transite fisicamente pelo

almoxarifado, o recebimento do material deverá ser imediatamente comunicado àquele

setor para que possam ser efetuados os registros necessários no sistema administrativo,

de forma a compatibilizá-lo com o SIAFI.

16. O gestor do contrato, quando não aceito o material entregue, deverá providenciar junto

ao fornecedor a sua regularização, cientificando formalmente à DCONT para fins de

acompanhamento e adoção das medidas que se fizerem necessárias.

ENTRADAS (INCORPORAÇÕES):

As entradas de materiais, contabilmente chamadas de incorporações patrimoniais,

deverão se dar, ordinariamente, por documentação específica para cada caso que lhe dê

origem, que poderão ser: Aquisição; Doação; Permuta; Transferência; Empréstimo; Devolução;

Produção, entre outras.

Seus registros devem ser bem especificados e serão efetuados a partir das seguintes

informações: classificação da origem (aquisição, doação, …); número do documento de origem

(nota de empenho, termo de transferência, termo de doação, …); nome do fornecedor /

remetente; número do processo (quando houver); número da nota fiscal/fatura; data do registro

de entrada; nome do setor destino; classificação contábil; código do material; descrição do

material; quantidade; unidade de fornecimento; preço unitário; preço total do item; preço total da

nota; prazo de validade/garantia.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

36

3.2.8.2 FOMULÁRIOS DE ALMOXARIFADO

Ao estabelecer-se o sistema de controle em almoxarifado, é necessário frisar a

importância dos formulários, que representam os documentos oficiais nas operações internas e

externas desse Setor Fundamental.

Entre outros podemos destacar os seguintes:

Ordem de Fornecimento: é um formulário emitido pelo setor de Compras. Sua função é

a conferência do material recebido.

Requisição de Material: é o documento utilizado por todos os setores da empresa e tem

por finalidade requisitar material do almoxarifado e informar a contabilidade sobre a utilização e

o custo do material. Os materiais solicitados devem constar do elenco de materiais do

almoxarifado, sempre respeitando os prazos e normas estipuladas pelo mesmo.

Ficha de Prateleira: é uma ficha auxiliar para o almoxarife. Dela constam os dados

referentes a entrada e saída do material, apoiando a almoxarife em sua conferência nos

inventários periódicos.

Ficha de Controle de Estoque: é utilizada para controle de estoque do almoxarifado.Tem

por finalidade controlar os materiais existentes no almoxarifado e servir de instrumento de

medida para reposição de materiais.

Nota de Entrada de Material: é o documento que registra todos os dados do material

recebido pelo Almoxarifado.Esses dados são extraídos da Ordem de Fornecimento e da Nota

Fiscal/fatura do fornecedor.

Formulário de Autorização para Requisitante: documento que autoriza o credenciamento

de servidor junto ao Almoxarifado da Instituição para fins de requisição de material. Essa

autorização será dada pela direção geral de cada órgão requisitante, cabendo a mesma toda a

responsabilidade decorrente de tal ato.

Carta de Cobrança a Fornecedor: documento utilizado sempre que for constatado atraso

na entrega de material por parte dos fornecedores.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

37

Aviso de Devolução: documento a ser utilizado pelo Almoxarifado sempre que

constatar, no ato do recebimento do material, qualquer irregularidade decorrente da entrega

efetuada pelo fornecedor.

3.2.8.3 ACOMPANHAMENTO E COBRANÇA A FORNECEDOR

Comumente observa-se reclamações da qualidade das empresas fornecedoras,

disponíveis no mercado, não obstante a necessidade de cadastramento prévio, exigida em lei,

com alguns casos de exceção. Citam-se problemas dos mais variados: atraso de entrega,

entrega de mercadoria falsificada, falsificação de documentos, entre outros.

Porém, quando se trata de tomar as providências necessárias para coibir este tipo de

comportamento de fornecedores não quistos dentro do plantel dos órgãos públicos, geralmente

os responsáveis desconversam, alegando que encaminharam o problemas para o escalão

superior, ou que já deram uma “dura” e estão aguardando a resposta, ou ainda, que dado as

exigências da lei e dificuldades de conseguirem fornecedores, simplesmente deixaram para lá,

acatando a desculpa.

Impressiona-se a complacência com que são tratados os maus fornecedores, não

obstante o rigor com que trata a lei 8.666/93 no seu artigo 87, imputando penas de Advertência,

Multa, Suspensão e declaração de Inidoneidade, além da recente legislação do Pregão que

institui a penalização por até 05 anos. Vale observar que toda legislação sempre tende a

preservar i interesse público.

Na verdade, a punição não é imputada adequadamente por desconhecimento,

descompromisso, conchavos e, principalmente, por não se dispor de recursos organizacionais

suficientemente claros para tal fim.

Num procedimento mais ajustado, seriam necessárias as seguintes medidas

saneadoras das disfunções acima citadas: criação de regulamento interno que defina em que

condições as penalidades serão aplicadas; definição de prazos de tolerância para atrasos, de

cobrança, de justificação, etc; definição de rotina de cobrança rigorosa, com agilidade nos

encaminhamentos a autoridade superior, setor responsável pelos registros cadastrais, etc.;

documentação e registro de todas as fases e contatos, através de expedientes formais e/ou

despachos, nunca verbais, que darão sustentação a uma possível ação jurídica, solicitar que

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

38

conste no Edital de licitações todas as informações e esclarecimentos, resoluções internas e

previstas em lei.

3.3 DISTRIBUIÇÃO

A distribuição é uma importante etapa dentro da gestão do Almoxarifado. Representa

uma atividade que tem como fundamento principal o fornecimento e entrega ao cliente do

material certo, na hora certa e no local certo. Caso não possua eficiência, pode colocar a perder

todo o processo e etapas da cadeia do material.

Lembramos que todo material adquirido e conseqüentemente, recebido pelo

Almoxarifado, depois de debitado pela contabilidade, passa a ser de inteira responsabilidade do

Almoxarifado, que terá como incumbência a sua guarda e distribuição.

Assim, observa-se que a distribuição de materiais deverá ser planejada, com definições

claras de ações e, principalmente sustentada por normas de funcionamento, tipo: entrega

programada de materiais aos setores – cronograma de entrega - ; identificação prévia de

responsável pelo recebimento nos setores; documentação que acoberte toda a operação.

Deve-se estar sempre em alerta que nenhum material existente no estoque do

Almoxarifado deve ser fornecido sem a competente requisição.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

39

CAPÍTULO IV

GESTÃO PATRIMONIAL

4 FUNDAMENTOS DA GESTÃO

A manutenção de estoque de material representa imobilização de capital, além de

acarretar outros custos administrativos para a organização.

O ideal para a empresa seria não possuí-lo, na medida em que fosse possível atender

ao usuário no momento que ocorresse a sua necessidade. Entretanto, na prática, isso não

acontece, tornando-se necessário a existência de um certo número de itens de materiais

estocados, disponíveis aos usuários de forma imediata, que serviria para garantir a manutenção

das atividades operacionais da Instituição.

Se não podemos evitar a formação de estoques, deve-se, quando muito, tê-los em

número reduzido de itens e em quantidades mínimas.

Justifica-se a existência de estoques, a partir das seguintes razões:

ü Impossibilidade de se ter os materiais em mãos quando as necessidades ocorrem;

ü Redução da necessidade de acionar constantemente o serviço de compra, que além de

gerar custos é, por via de regra, moroso;

ü Segurança contra riscos de desabastecimento do mercado fornecedor;

ü Garantia quanto a variação dos custos unitários, comum em períodos inflacionários.

Acredita-se que o objetivo fundamental da gestão de estoques consiste na busca do

equilíbrio entre o estoque e o consumo, o que será obtido mediante as seguintes atribuições,

regras e critérios:

ü Impedir a existência de materiais desnecessários, mantendo em estoque somente

aqueles de real necessidade do órgão;

ü Centralizar informações e dados que possibilitem o permanente acompanhamento e

planejamento das atividades de gestão.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

40

ü Definir os parâmetros de cada material incorporado ao sistema de gestão de estoques,

determinando níveis de estoque respectivos – máximo, mínimo e segurança;

ü Determinar, para cada material, as quantidades a comprar por meio das estatísticas de

consumo;

ü Analisar e acompanhar a evolução dos estoques da empresa, desenvolvendo estudos

estatísticas à respeito;

ü Desenvolver e implantar política de padronização de materiais;

ü Ativar o setor de compras nas compras regulares, bem como naquelas em que as

encomendas necessitem serem aceleradas;

ü Acompanhar e promover o acompanhamento das entregas junto aos fornecedores,

especialmente nas questões que ocasionam atraso de entrega;realizar frquentes

estudos visando o saneamento de estoque, minimizando assim as ocorrências de

materiais obsoletos e inservíveis em estoque.

4.1 TEORIA DO ESTOQUE ZERO

Dentro da filosofia japonesa “Just in Time”, que tem como fundamento eliminar o

desperdício, se apóia a teoria do ESTOQUE ZERO, que prega a idéia da eliminação de estoque

na empresa, ficando essa atribuição com os fornecedores, que deverão garantir o fornecimento

de materiais ou produtos nas quantidades necessárias e no momento exato em que serão

usados. Isto implica na necessidade de um planejamento e controle bastante apurado.

Teoricamente os fornecedores têm que saber com antecedência todo o planejamento de

consumo de seu cliente para que, a tempo e a hora, promovam a entrega dos itens necessários.

Se existe uma grande dificuldade de aplicação desta Teoria nas empresas privadas, que

gozam de autonomia e liberdade na escolha de seus parceiros comerciais, imaginem no setor

público. Essa dificuldade decorre da qualidade da parceria que deverá se estabelecer entre a

empresa contratante e o fornecedor, com garantia, compromisso e responsabilidade de

fornecimento, dentro de um elevado padrão profissional, sob risco de paralisação da produção.

Infelizmente, o mercado dispõe de poucos fornecedores que atendam a tais pré-requisitos.

Atualmente, no Setor Público, devido a evolução da legislação e a criação do

instrumento legal chamado Sistema de Registro de Preços, já podemos aplicar de forma

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

41

adaptada a teoria do estoque zero, uma vez que, se não podemos eliminar todo ou parte de

nossos estoques, podemos trabalhar com parcelas bem menores, limitados a um consumo

mensal ou bimestral, diminuindo substancialmente nossos custos e problemas de

armazenagem.

4.2 SISTEMA DE COTAS DE MATERIAL

Para se aprimorar o controle efetivo do consumo de materiais, adota-se o sistema de

cotas de materiais por unidade consumidora, que nada mais é que a definição de quantidade de

material pelo/para o usuário, que deverá ser consumida num determinado período de tempo.

Funciona como se fosse um fundo de crédito a disposição do usuário de material, estabelecida a

partir de determinados critérios. A definição destes critérios nem sempre é fácil, uma vez que no

setor público ainda não existe uma consciência sobre a utilização racional dos recursos

materiais, o que dificulta encontrar o ponto ideal do que realmente necessário, sem

desperdícios.

Todavia, a implantação do sistema de cotas é possível e se estabelecerá com base nos

seguintes critérios sugeridos, que poderão ser considerados de forma individual ou

conjuntamente: consumo histórico, demanda informada, limitação de recursos orçamentários,

descentralização orçamentária, controle por centro de custo.

4.3 FORMAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ESTOQUE

Uma vez que se justifique a necessidade de estocar bens, deve-se definir qual e o

quanto estocar?

Caberá um planejamento para identificação do universo de materiais necessários a

cada setor da Instituição, bem como da quantidade de consumo que atenda a sua

produtividade.

Deve-se tomar cuidado com o segundo aspecto citado, uma vez que o usuário sempre

superestima as suas necessidades.

O maior desafio deste trabalho é alcançar o ponto de equilíbrio entre o ideal e o

possível, considerando sempre que, nesse caso, qualquer acréscimo gera gastos adicionais.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

42

Finalmente, todos os dados levantados para o dimensionamento de um estoque devem

ser planilhados dentro de uma matriz de demanda, valor e criticidade.

4.3.1 CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE DEMANDA

Tem-se três tipos de demanda: a Regular ou Comum, a Específica e a Eventual.

Caracteriza-se a Regular como sendo aqueles materiais previsíveis, geralmente de uso comum

e vinculados a manutenção administrativa do Setor; já a Demanda Específica refere-se àqueles

materiais que são aplicados ou utilizados em condições e situações operacionais especificas de

um determinado Setor. Por último, a Demanda Eventual se caracteriza pelo material de

consumo de difícil previsão, eventualmente utilizados. Normalmente atendem a uma

programação específica, não existindo todo o tempo no Almoxarifado.

4.3.2 CLASSIFICAÇÃO POR VALOR DE CONSUMO

Desenvolveu-se o método ABC para que dar maior mobilidade no gerenciamento dos

estoques, pois permite identificar itens que justificam atenção e tratamentos diferenciados.

O método ABC ou curva ABC consiste no agrupamento de todos os itens de consumo

em três classes diferentes, de acordo com o valor real de estoque ou de consumo de cada um.

4.3.3 CLASSIFICAÇÃO POR VALOR OPERACIONAL – CRITICIDADE.

Consiste no agrupamento de todos os itens de estoque em 3 níveis, de acordo com a

importância operacional de cada item, sob a ótica das implantações dos riscos decorrentes de

sua falta.

ü Níveis de Criticidadeà Nível 1(X) – materiais imprescindíveis ao funcionamento da

empresa, cuja falta ocasiona a paralização da produção e custos não recuperáveis;

ü Nível 2(Y) à materiais cuja falta pode ocasionar custos adicionais, porém podem ser

substituídos por equivalentes.

ü Nível 3(Z) à materiais cuja falta não gera custos adicionais e nem provoca a

paralização de atividades.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

43

4.3.4 VALORAÇÃO DE ESTOQUE

Três são os sistemas existentes para a valoração dos estoques:

PEPS – primeiro a entrar primeiro a sair – é aquele que consiste na baixa dos itens de

estoque de valor mais antigo para os mais recentes.

O sistema PEPS muito embora seja permitido pela legislação do Imposto de Renda, sua

aplicação em uma economia inflacionária não é recomendada. Esse sistema é muito utilizado

para o controle físico dos materiais com base na Dara de validade.

UEPS – último a entrar e primeiro a sair – neste sistema a baixa de estoque se dá

sempre pelo custo das unidades mais recentes para aquelas mais antigas.

Muito embora seja o sistema de valoração mais apropriado para a economia

inflacionária, seu uso não é aceito, no Brasil, pela legislação do Imposto de Renda.

PREÇO MÉDIO – consiste na média ponderada entre os custos unitário dos estoques

remanescentes e o custo unitário mais recentes.

Este sistema é o mais recomendado visto que além de atender a legislação do Imposto

de renda, é de simples execução.

Para se apurar o preço unitário de movimentação, divide-se o saldo em valor pelo saldo

em quantidade.

4.3.5 RESSUPRIMENTO

O controle dos níveis de estoque não deve ser feito pela experiência, intuição ou

observação visual, apesar da importância que essas análises também possuem na prática

diária, mas sim, baseado em fórmulas matemáticas que garantam maior precisão e segurança

na definição de parâmetros de ressuprimento, impedindo assim que haja falta ou estoque ocioso

no almoxarifado.

Os parâmetros a serem considerados na hora de definição do ressuprimento são:

Consumo Médio – a média do consumo dentro de uma unidade de tempo;

Tempo de Reposição – é o tempo decorrido entre a data da requisição de compra e a

data do efetivo recebimento do material pelo Almoxarifado.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

44

Estoque de Segurança – é a quantidade destinada a evitar o desabastecimento

decorrente do atraso de compra ou aumento de consumo. Deverá ser o menor possível e para

aqueles materiais de alta criticidade, considerando a imobilização financeira e o seu caráter de

proteção.

Ponto de Pedido ou Reposição – é a quantidade de material que ao ser atingida

determina a emissão de um pedido de compra.

Intervalo de Ressuprimento – é o intervalo de tempo entre dois suprimentos. O Intervalo

de ressuprimento será estipulado pela gerência dentro da política de estoquer adotada pela

Instituição.

Quantidade de Reposição – é a quantidade de material a ser solicitada a compra,

sempre que o estoque atingir o ponto de reposição.

Estoque Máximo – é a quantidade máxima de material permitida para estoque.

Teoricamente será sempre o resultado da som entre o estoque

4.4 INVENTÁRIOS

O inventário dos materiais de estoque consiste na contagem física dos mesmos, de

modo a permitir uma boa administração e a conciliação das posições dos registros contábeis e

dos saldos físicos do estoque.

Representa excelente ferramenta na gestão de Almoxarifado, uma vez que através do

inventário que temos uma avaliação completa do desempenho do Almoxarifado, verificando

seus controles, condições de armazenagem, qualidade de materiais, possíveis avarias e

extravios, deficiências de acondicionamento e embalagem, sistemas de identificação,

conservação dos materiais e segurança dos equipamentos e instalações.

Normalmente, a responsabilidade pela execução dos inventários físicos será de

comissão a ser designada pela administração superior do órgão, geralmente composta por

servidores de outras unidades administrativas, possuindo entretanto, um representante do setor

de contabilidade.

Os principais tipos de Inventários:

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

45

Inventário Geral – consta da contagem de todos os itens em estoque, o que geralmente

o inviabiliza ou dificulta a sua execução em Instituições que possuem um grande número de

itens, pois necessita de uma paralisação total das atividades da Instituição.

Inventário Rotativo – consiste na contagem de um certo número de itens, com a

periodicidade definida de acordo com as conveniências da Instituição.

Pode-se utilizar, por exemplo, da curva ABC para definição da freqüência de acordo

com a relevância do item a ser inventariado. Os itens classificados como categoria A devem ser

incluídos evidentemente, mas vezes nos inventários rotativos que aqueles da categoria B e os

da classe C, por sai pequena importância financeira, podem ser inventariados uma só vez por

ano.

Inventário Permanente – consiste na contagem do item sempre que houver

movimentação (entrada ou saída). No ato do fornecimento ou recebimento de novo lote, o

estoquista informa o saldo físico que permaneceu no estoque.

Essa informação é, em seguida, confrontada com o registro na ficha de estoque. Caso

haja divergência, devem ser procuradas as causas e se proceder a imediata regularização.

Ajuste de Estoque – apesar de tecnicamente não serem aceitas divergências entre o

estoque físico e estoque contábil, podem ocorrer faltas e sobras por falha humana ou pela

própria característica dos materiais (avarias, quebras, volatização, prazo de validade, etc).

O Almoxarifado deve dispor de mecanismos que ajustem os estoques através da

emissão de documentos explicativos cuja regularização deve ser autorizada por autoridade

competente.

Nunca devem ser mantidos na área de estocagem materiais que não façam parte do

estoque real.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

46

CONCLUSÃO

O que se pôde observar na pesquisa para confecção deste trabalho foi que o

conhecimento dos procedimentos inerentes a compra, distribuição e armazenamento de

materiais, o respeito ao erário público e o engajamento com o trabalho em um almoxarifado são

vitais para que a gestão patrimonial tenha êxito.

Foi visto que, muitas vezes, o processo se torna ineficiente pelo fato de suas atividades

se conservarem viciadas e estagnadas, sem desconsiderar a maior dificuldade da relação

humana que a efetiva comunicação entre os envolvidos num processo.

O estudo e as entrevistas feitas focando uma gestão efetiva, nos apresentaram

procedimentos simples, demonstrando dinâmicas facilitadoras, destacando a necessidade de

interação entre os setores de Compras e Almoxarifado, envolvendo todos os setores clientes e

principalmente o respeito ao patrimônio público, que, invariavelmente, o servidor não consegue

fazer a conexão entre seus impostos e o desperdício que ocorre quando o material não é bem

utilizado.

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

47

BIBLIOGRAFIA

FERNANDES, José Carlos de F. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL – UM ENFOQUE SISTÊMICO. 2ª Ed.

Rio de Janeiro: Livros Técnicos Científicos, 1984.

FILHO,João Chinelato, O&M INTEGRADO À INFORMÁTICA. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos

Científicos, 1997.

MOURA, Reinaldo Aparecido. MANUAL DE LOGÍSTICA – ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA. VOL.

II – 2ª Ed. São Paulo: IMAM, 1997.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. LEI 8.666 – NORMAS PARA LICITAÇÕES E CONTRATOS DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, 1993.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1988.

SILVA, Renaud Barbosa da. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL – TEORIA E PRÁTICA. Rio de Janeiro:

ABAM, 1986.

TRIGUEIRO,Fernando Guilhobel Rosas. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS – UM ENFOQUE PRÁTICO E

VISÃO LOGÍSTICA. 4ª Ed. Recife: Focus, 2001.

VIANA, João José. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL – UM ENFOQUE PRÁTICO. 1ª. Ed. São Paulo:

Atlas, 2002.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

48

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO .......................................................................................................................... 01

AGRADECIMENTO ........................................................................................................................... 03

DEDICATÓRIA ................................................................................................................................ 04

RESUMO ....................................................................................................................................... 05

METODOLOGIA ............................................................................................................................... 06

SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 07

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 08

CAPÍTULO I: NOÇÕES BÁSICAS DE ALMOXARIFADO. ........................................................................... 11

1 - CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................... 11

1.1 - COMPETÊNCIA ..................................................................................................................... 13

1.2 - A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE DE COMPRAS SOBRE O ALMOXARIFADO ........................................ 13

1.3 - LEIS, COMPRAS E ALMOXARIFADO ......................................................................................... 14

CAPÍTULO II: ORGANIZAÇÃO DE ALMOXARIFADO ................................................................................ 16

2.1 - ALMOXARIFADO OU DEPÓSITO? ............................................................................................... 16

2.2. -IMPORTÂNCIA DO ALMOXARIFADO............................................................................................. 17

2.3 - ATRIBUIÇÕES DO ALMOXARIFADO ............................................................................................. 17

2.4 - O ALMOXARIFE ....................................................................................................................... 18

2.5 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................. 19

2.6 - NORMAS INTERNAS DO ALMOXARIFADO .................................................................................... 19

2.7 - PLANEJAMENTO FÍSICO DO ALMOXARIFADO ............................................................................... 19

2.7.1 - LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO ................................................................................................. 20

2.7.2 - TIPOS DE ALMOXARIFADO ..................................................................................................... 20

2.7.3 - ESPAÇO E LAY-OUT .............................................................................................................. 21

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

49

CAPÍTULO III: ATIVIDADES DE ALMOXARIFADO ................................................................................... 23

3.1 - RECEBIMENTO ........................................................................................................................ 23

3.1.1 - TIPOS DE CONFERÊNCIAS ..................................................................................................... 23

3.2 - ARMAZENAGEM ...................................................................................................................... 25

3.2.1 -PLANEJAMENTO DE ESTOCAGEM ............................................................................................ 25

3.2.2 - LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................................................ 26

3.2.3 - SISTEMAS DE ENDEREÇAMENTO OU LOCALIZAÇÃO DOS ESTOQUES ........................................... 26

3.2.3.1. SISTEMA DE ENDEREÇAMENTO FIXO .................................................................................... 26

3.2.3.2. - SISTEMA DE ENDEREÇAMENTO VARIÁVEL ........................................................................... 26

3.2.4. - CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DOS MATERIAIS ................................................................... 27

3.2.5 - EQUIPAMENTOS DE ARMAZENAGEM ....................................................................................... 30

3.2.6 - CONSERVAÇÃO DOS MATERIAIS ............................................................................................ 31

3.2.7 - SEGURANÇA NA ARMAZENAGEM ............................................................................................ 32

3.2.8 - CONTROLE DE ALMOXARIFADO .............................................................................................. 32

3.2.8.1 - MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE ............................................................................................ 33

3.2.8.2 – FORMULÁRIOS DE ALMOXARIFADO ..................................................................................... 36

3.2.8.3 – ACOMPANHAMENTO E COBRANÇA A FORNECEDOR .............................................................. 37

3.3 - DISTRIBUIÇÃO ......................................................................................................................... 33

CAPÍTULO IV: GESTÃO DE ESTOQUE ................................................................................................ 39

4 - FUNDAMENTOS DA GESTÃO ........................................................................................................ 39

4.1 - TEORIA DO ESTOQUE ZERO ..................................................................................................... 40

4..2. - SISTEMA DE COTAS DE MATERIAL .......................................................................................... 41

4.3 - FORMAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ESTOQUE .......................................................................... 41

4.3.1 - CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE DEMANDA ................................................................................. 42

4.3.2 - CLASSIFICAÇÃO POR VALOR DE CONSUMO ............................................................................. 42

4.3.3 - CLASSIFICAÇÃO POR VALOR OPERACIONAL – CRITICIDADE. ..................................................... 42

4.3.4 - VALORAÇÃO DE ESTOQUE ..................................................................................................... 43

4.3.5 – RESSUPRIMENTO ................................................................................................................ 43

4.3.4 – INVENTÁRIOS ...................................................................................................................... 44

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

50

CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 46

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 47

ÍNDICE ........................................................................................................................................... 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 51

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …estoque enxuto e ideal. Outro ponto muito importante é o pedido de material efetuado periodicamente por cada setor, este deve ser restrito a necessidade

51

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia:�GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE ALMOXARIFADO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Autor: ROSELI RIBEIRO MOTTA DE ALMEIDA

Data da entrega: __________________

Avaliado por: ________________________________________ Conceito: ________