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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DOCÊNCIA SUPERIOR
COMUNICAÇÃO VERBAL DISCENTE
por
LUZIA MARIA DOS SANTOS
Rio de Janeiro
Abril/2002
ii
LUZIA MARIA DOS SANTOS
COMUNICAÇÃO VERBAL DISCENTE
Monografia apresentada ao Curso dePós-Graduação em DocênciaSuperior da Universidade CândidoMendes, sob orientação da Profa.Fabiane Muniz.
Rio de Janeiro
Abril/2002
iii
Dedico esta monografia aos meus
amados pais, Santos e Augusta, ao
meu querido irmão, Fernando e as
minhas adoráveis sobrinhas, Carol,
Gabi e Nanda.
iv
Agradeço primeiramente a Deus, Pai
Todo Poderoso, que sempre me guiou
na estrada de minha vida.
Também agradeço ao corpo docente
desta conceituada Universidade, por ter
mostrado a competência e a
preocupação com o ensino brasileiro.
Em especial, agradeço a Profa.
Fabiane Muniz, pela compreensão,
dedicação e profissionalismo.
v
RESUMO
O presente estudo trata como tema central à importância da
comunicação verbal discente para a eficácia no processo ensino-
aprendizagem e conseqüentemente a qualidade na educação escolar. Toda
e qualquer ação educativa deve antes de tudo levar em conta o educando
enquanto ser humano, por conta da complexidade que sua espécie
representa e para tal há de se compreender suas características evolutivas,
e enfocar seus aspectos físicos, afetivos, cognitivos e sociais, porém
considerando o mesmo como um ser integral. Com relação à comunicação
verbal, há de se entender como se dá o início da aquisição da linguagem
verbal e seus principais aspectos, sendo esta ferramenta fundamental para
que a mesma aconteça. Linguagem verbal e comunicação verbal, portanto
se relacionam, conseqüentemente são temas relevantes da educação.
Enfim, a comunicação verbal será analisada quanto as suas possibilidades e
importância para o educando dentro e fora da escola, visando às
transformações pelas quais o mundo vem atravessando.
vi
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................. v
INTRODUÇÃO....................................................................................... 01
CAPÍTULO IO SER HUMANO................................................................................... 041.1 – Características Evolutivas............................................................ 091.2 – O Desenvolvimento e a Aprendizagem........................................ 14
CAPÍTULO IILINGUAGEM VERBAL E COMUNICAÇÃO.......................................... 192.1 – Linguagem Verbal........................................................................ 192.2 – Principais Aspectos da Linguagem Verbal................................... 222.3 – Relacionando Linguagem Verbal e a Comunicação.................... 27
CAPÍTULO IIICOMUNICAÇÃO VERBAL.................................................................... 303.1 – Comunicação Verbal e Subjetividade........................................... 323.2 – Comunicação Verbal e a influência da escrita e da leitura........... 343.3 – Comunicação Verbal Discente..................................................... 363.4 – Comunicação Verbal Discente e o mundo................................... 38
CONCLUSÃO....................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 43
7
INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento do ser humano é um longo
caminho que vai da dependência mais absoluta à vivência independente e
autônoma da própria identidade individual e social. Ele caminha da
indiferença e confusão, entre outros, para a consciência de sua existência
singular como um indivíduo entre outros indivíduos cujos aspectos são
necessários considerar.
Os aspectos sociais, biológicos, cognitivos e afetivos que
fazem parte do desenvolvimento global do ser humano, devem ser
considerados e entendidos, porém, não podem ser considerados
separadamente, uma vez que o homem se constitui um todo.
O homem é um ser integral, pois seus aspectos se interligam
e interdependem, permitindo sua existência e mantendo sua subsistência no
mundo.
Na evolução do homem, encontram-se entendimentos
acerca de seu desenvolvimento e ressalta-se sua capacidade de descoberta,
aprendizagem e criatividade.
Uma de suas descobertas essenciais até os dias atuais é a
comunicação verbal, pois esta possibilita, uma vez que a maioria dos
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indivíduos possui a capacidade de falar, a socialização, considerada
fundamental a subsistência da humanidade.
A Linguagem Verbal encadeia a Comunicação Verbal, que
uma vez vista do ponto de vista educacional, leva a Comunicação Verbal
Discente, objeto central desse presente estudo.
Nesse sentido, a Comunicação Verbal Discente encontra
seu espaço reservado na Educação como um todo, visto que possibilita aos
educadores e educandos uma troca maior e o caminho da autenticidade de
suas relações, facilitando assim o processo ensino-aprendizagem,
conseqüentemente a busca da qualidade em educação.
Assim, a responsabilidade em estabelecer a Comunicação
Verbal discente como tarefa individual e social, torna-se um objetivo
relevante da Educação escolar e um compromisso dos que pensam e fazem
educação no país.
A Comunicação Verbal Discente, tem valor dentro de si
mesma e faz parte de uma prática coletiva que pode contribuir para
mudanças de atitudes e/ou comportamentos. Neste caso, além da prática, o
indivíduo passa a ter uma consciência comunicativa que lhe proporciona,
através da socialização, intercalada de momentos de reflexão e do sentido
de cidadania.
9
Deste modo, o Capítulo I trata do conhecimento acerca do
ser humano, a fim de que se entenda a complexidade de sua natureza e
também suas possibilidades, permitindo alguma compreensão acerca das
suas características evolutivas e do desenvolvimento do indivíduo,
relacionando-o a capacidade de aprendizagem humana, dentro e fora do
contexto escolar.
O Capítulo II, faz uma explanação acerca da linguagem
verbal aliando esta à comunicação, chegando-se então a comunicação
verbal, dando enfoque a existente no âmbito escolar.
Já no Capítulo III, a comunicação verbal é apresentada, e
quanto ao contexto escolar, vista através de sua subjetividade e ligação com
a leitura e a escrita, até que se chegue realmente ao corpo discente, de
forma que possa vir a produzir aspectos de valia em relação a este e sua
conduta, enriquecendo, ao mesmo tempo seu comportamento social e seu
processo de aprendizagem, cumprindo, portanto os objetivos educacionais
de uma pedagogia para a transformação e conscientização da cidadania.
Por fim, encontra-se a conclusão deste presente estudo,
dando fechamento deste trabalho acadêmico.
10
CAPÍTULO
O SER HUMANO
Em educação faz-se necessário entender como se dá a
natureza humana, de forma que os educadores possam melhor
compreender o desenvolvimento do ser humano aliado as características
evolutivas, relacionando assim ao processo de aprendizagem do mesmo.
O ser humano criou a educação e faz dela uso para atingir
objetivos essenciais a sua existência em sociedade, principalmente no que
diz respeito a e conseqüentemente a socialização e continuidade histórica
da humanidade.
A fim de melhor compreender o ser humano há de se levar
em conta desde a fecundação, que normalmente, ocorre através de um
processo de complexidade, que não se repetirá e nem mesmo cessará
durante seu desenvolvimento.
Ao nascerem, os seres humanos necessitam de cuidados
mínimos e atenção especial. À medida que vão crescendo, aumenta a
complexidade de suas demandas e de suas capacidades de respostas.
Também se tornam mais complexas as realidades em que vivem, passando
do âmbito relacional reduzido ao estabelecimento de relações com as
pessoas mais alheias e desconhecidas, a tendo a necessidade de valer-se
11
por si mesmas, de garantir-se sem a presença constante das pessoas mais
próximas, dando início à socialização que advém da capacidade de
comunicação e interação com o meio. A complexidade é consubstancial ao
processo de desenvolvimento dos seres humanos.
O desenvolvimento humano é caracterizado pelo seu caráter
único com relação às outras espécies vivas: o ser humano é o único ser vivo
que pode planejar suas ações, pôr em andamento uma atividade psíquica
que lhe permita realizar ações criadoras. Também torna-se importante
destacar que a diversidade é uma característica humana, pois todas as
pessoas são diferentes em suas particularidades físicas, afetivas, cognitivas
e sociais. Cada ser humano recebe, por meio de herança, determinadas
características físicas e determinadas potencialidades, que se desenvolvem
em um determinado ambiente.
Assim, ao nascer, um indivíduo recebe de seu pai e de sua
mãe informações genéticas que lhe permitem fazer parte da espécie
humana: traços morfológicos, um sexo definido, capacidades de
desenvolvimento, que estão inscritas em determinada constituição do
cérebro e um calendário de maturação.
A herança genética, são traços característicos que
identificam um ser humano. Também nascem com um cérebro, que
geralmente está preparado para crescer e desenvolver-se de forma
espetacular, tendo a ciência investigado, incessantemente seus mistérios
12
ainda não desvendados, tamanho sua complexidade e capacidades. A
informação que a maioria dos cérebros contém é caracterizado pelo fato de
que marca todas as possibilidades de desenvolvimento que tem o ser
humano, mas não impõe limitações. Assim, por exemplo, o cérebro contém
todas as informações para que uma criança possa falar, porém não
determina em que língua o fará, nem o grau de aquisição que atingirá. Isso
dependerá do contexto lingüístico em que essa criança passa a conviver e a
mover-se, do grau de correção de linguagem que se fala em sua volta e de
suas experiências para utilizar a linguagem com diferentes finalidades,
principalmente a comunicação verbal.
“Nosso código genético contém uma informação quedenominamos de calendário de maturação. Com esseconceito, refirimo-nos a uma série de informaçõesgeneticamente estabelecidas por meio das quais sesabe que os seres humanos passam por umaseqüência de desenvolvimento que sempre é igualpara todos (caminhar aproximadamente ao final doprimeiro ano de vida, falar aos dois anos, etc.) e que,em seus traços característicos básicos, não serealizam com grandes variações (por ex., uma criançanão poderá caminhar aos seis meses, porque nessaidade ainda não tem um desenvolvimento motor quelhe permite faze-lo; consegue somente permanecersentada). Essa seqüência determina que coisas sãopossíveis em diferentes momentos”.
(BASSEDAS, 1999, p. 22).
Esse calendário de maturação é especialmente indicativo
das possibilidades e da seqüência de desenvolvimento nos dois primeiros
anos de vida, já que está muito relacionado a uma maturação neurológica
essencial.
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A compreensão da influência hereditária no desenvolvimento
do ser humano está bem esclarecida na diferenciação, apresentada por F.
Jacob e registrada em Palácios (1979), entre a parte aberta e a parte
fechada do código genético. A parte fechada do código genético é aquela
que impõe uma determinada informação genética que será necessariamente
cumprida.
Trata-se da informação genética que estabelece um ciclo de
vida determinado para os seres humanos, alguns reflexos no momento do
nascimento, algumas características genéticas determinadas. A parte aberta
do código genético, ao contrário, estabelece um conjunto de potencialidades
que não se desenvolvem totalmente sem influência do meio, sem a
estimulação das pessoas com as quais convivem, ou seja, a comunicação
que pressupõe a socialização. Trata-se, por exemplo, das possibilidades de
utilização da linguagem, das capacidades de estabelecimento de vínculos
emocionais e da resolução de problemas. Em cada uma dessas funções e
capacidades, há um predomínio específico da parte aberta ou da parte
fechada do código genético.
Assim, é esse grau de predominância do código genético
que explica as diferenças entre umas e outras capacidades humanas. Por
exemplo, pode-se constatar que, em relação ao desenvolvimento das
capacidades motrizes, todos os meninos e meninas podem caminhar
corretamente por volta do primeiro ano de vida, sem necessidade que se
faça uma estimulação específica nesse sentido, uma vez que essas
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capacidades estão fortemente moduladas pela parte fechada do código
genético. Por outro lado, é difícil que todas as crianças consigam o
desenvolvimento da linguagem em toda a sua amplitude sem estimulação do
meio que permite a sua utilização em todas as suas funções e usos, já que a
linguagem está regulada pela parte aberta do código genético.
Assim, constata-se que a herança recebida permite uma
série de possibilidades e indica em que momento aproximado, estarão
disponíveis. O grau de aquisição e as características de tal aquisição
dependerão das inter-relações que a criança faz em experimentações com
as pessoas e objetos de seu convívio. Pode-se destacar que, no decorrer do
primeiro ano de vida de um bebê, estes têm a capacidade de começar a
estabelecer fortes vínculos com as pessoas que os cuidam. Vínculos estes
que, permitem a comunicação. O fato de estabelecerem ou não estes
vínculos, que lhes proporcionam segurança ou que constituem vínculos
instáveis e inseguros, dependerá das características das relações que vão
tecendo durante seu primeiro ano de vida.
Depois disso, as aquisições estarão marcadas por outros
aspectos, como a estimulação e a ajuda recebidas do exterior, ou melhor, do
meio ambiente, incluindo a família, a escola, e os diversos grupos sociais
existentes, em que o indivíduo pertence.
“O desenvolvimento da espécie humana é, portanto,resultado de uma interação entre o programa dematuração (inscrito geneticamente) e a estimulaçãosocial e pessoal que a criança recebe das pessoas quea cuidam”.
(BASSEDAS, 1999, p. 23).
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Logo, entende-se que os aspectos psicológicos de
desenvolvimento não estão predeterminados, mas que são adquiridos
mediante a interação do corpo biológico entre o meio físico e social que
envolve os seres humanos desde seu nascimento, que dirá, até desde sua
fecundação, estabelecendo uma forma de comunicação.
“O sujeito herda a capacidade para o desempenho epara a aprendizagem que proporcionarão odesenvolvimento cognitivo, mas a plena realizaçãodeste dependerá das condições que o meio oferecer”.
(PIAGET, 1975, p. 68).
Contudo, a evolução humana é contínua e possui
diversidade quanto à possibilidade de investigação, deixando muitas vezes a
impressão que entender completamente como esta se dá é absolutamente
impossível. Porém, para o homem o impossível não existe, e essa certeza é
que o motiva a busca incessante pela descoberta, traduzido pelas pesquisas
científicas.
1.1 – Características Evolutiva do ser humano
Dado o entendimento do ser humano enquanto espécie,
caminha-se para entender suas características evolutivas, mesmo que
superficialmente, permitindo subsídios para compreender melhor o ser
humano e no que tange a educação o desenvolvimento dos educandos.
As características evolutivas do ser humano marcam uma
“viagem fantástica” ao conhecimento, pois esta vem sendo desvendada a
16
partir da capacidade de investigação do homem e de sua busca por
entendimento de sua origem e existência.
O ser humano ao ser analisado a partir das suas
características evolutivas é percebido por sua própria natureza possuindo
infinitas capacidades, potencialidades, possibilidades, habilidades e
criatividade.
O desenvolvimento das capacidades do ser humano,
geralmente, permite identificá-lo enquanto membro de sua espécie e
também auxilia a identificação do que é habitual ou não entre indivíduos de
determinadas idades, com relação ao que fazem e falam. Esse processo
envolve inclusive, as capacidades muito reguladas pela parte fechada do
código genético, como na relação com outras pessoas. Portanto, o
desenvolvimento humano é social e culturalmente mediado, tanto na sua
sustentação quanto nos meios que se utiliza para alcançá-lo.
Assim, uma criança é capaz de começar a falar, porque
estabeleceu uma série de relações com a pessoa que a cuida e que a
ajudou a desenvolver interesses pela comunicação; também desenvolveu
tais relações porque lhe foi aguçado algum interesse para explicar, para ser
entendida, ou melhor, para comunicar-se.
“Aquilo que um menino e uma menina sabe fazer emdeterminado momento depende de múltiplos fatores.Em termos gerais, poderíamos dizer que ascapacidades atuais de uma criança estão definidas pela
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interação entre a maturação psicofísica (crescimento,calendário de maturação) e as possibilidades que lheforam oferecidas pelo contexto nesse momento (asrelações com as pessoas, os objetos, as situaçõeseducativas de que tem participado)”.
(BASSEDAS, 1999, p. 30).
Sendo assim, fica mais fácil entender que em relação a cada
área do desenvolvimento, pode-se verificar alguns “cortes” em determinadas
idades. Isto é geralmente, apresentado pelos estudiosos e pesquisadores
como etapas ou estágios do desenvolvimento que representam saltos
qualitativos naquilo que a criança têm possibilidade de realizar antes ou
depois desta mudança, a qual representa a passagem para outra etapa. No
Brasil, os estudiosos e pesquisadores mais conhecidos são Jean Piaget,
Vygotsky e Henri Wallon.
Uma característica interessante e enriquecedora para o
entendimento dessas etapas ou estágios apresentados pelos autores acima
citados é que, são cumulativos, no sentido de que, em geral, o primeiro
estágio representa um domínio inferior do indivíduo na resolução das
situações que enfrenta, em relação ao domínio que caracteriza o segundo
estágio ou etapa, de forma que dá a perfeita noção de que o ser humano
evolui de forma contínua e crescente, isto é, se desenvolve.
Os estágios ou etapas apresentados pelos autores acima
são universais, e esta universalidade significa dizer que todos os seres
humanos passam pelos mesmos estágios ou etapas, mesmo que não
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necessariamente na mesma idade, devido ao ritmo de cada um, salvo
exceções. Exceções existem. Tais autores diferem somente quanto ao
enfoque dado as etapas e estágios de evolução, como por exemplo: Piaget
enfoca a cognição humana, Vygotsky a linguagem, Wallon o afeto, porém,
nenhum despreza a interinfluência entre os aspectos físicos, cognitivos,
afetivos e sociais.
Apesar de existência desses estágios e etapas, os
momentos em que ocorrem os saltos qualitativos podem diferenciar bastante
de indivíduo para indivíduo, pois depende exclusivamente das
características individuais e dos diversos grupos sociais a qual estão
inseridos. Esse dado faz com que se destaque a importância do contexto no
qual se desenvolvem os seres humanos. Os meios ricos em afeto e
estimulação permitem uma evolução mais rápida no desenvolvimento das
capacidades do que outros contextos menos ricos.
Segundo BASSEDAS (1999), indica-se os traços gerais da
evolução da criança durante a etapa da educação infantil em três grandes
áreas do desenvolvimento:
X Área Motora: inclui tudo aquilo que se relaciona com
a capacidade de movimento do corpo humano, tanto
de sua globalidade como dos segmentos corporais.
X Área Cognitiva: aborda as capacidades que
permitem compreender o mundo, nas diferentes
19
idades, e de atuar nele, através do uso da linguagem
ou mediante resoluções das situações problemáticas
que se apresentam. Mesmo assim, é necessário fazer
referência ás capacidades que a criança dessa idade
tem para criar ou comunicar-se através do uso de
todas as linguagens (verbal, artística, etc.).
X Área Afetiva: engloba os aspectos relacionados com
as possibilidades de sentir-se bem consigo mesmo
(equilíbrio pessoal), o que permite confrontar-se com
situações e pessoas novas (relação interpessoal) e ir
estabelecendo relações cada vez mais alheias,
distanciadas, bem como atuar no mundo que o rodeia
(atuação e inserção social).
E essa divisão em três áreas específicas, pode e deve ser
entendida como um recurso expositivo, pois o desenvolvimento é global e
existe uma estreita e significativa inter-relação com as áreas apresentadas.
A área social, apesar de não enfocada pelo autor é de extrema importância,
pois, geralmente, influencia de maneira significativa as demais e permite o
desenvolvimento das mesmas, além de inserido indivíduo ao meio em que
pertence. Na área social, a comunicação é essencial e a mais comumente
utilizada é a verbal, que além de estar presente nas relações entre os
indivíduos, propaga-se na maioria dos meios de comunicação existentes
20
atualmente, que revelam o desenvolvimento científico e tecnológico do
mundo.
Enfim, as características evolutivas do ser humano são na
verdade um conjunto harmônico de seu corpo e de sua mente no meio em
que vive, merecendo este ser entendido a fim de se compreender o
desenvolvimento do educando.
1.2 – O Desenvolvimento e Aa Aprendizagem
Após entender brevemente o ser humano e suas
características evolutivas, há de se relacionar o desenvolvimento humano
com a aprendizagem, visto que a área de conhecimento abordada neste
presente estudo é a educação, especialmente a Comunicação Verbal
Discente.
“A aprendizagem é enfoque de pesquisadores eestudiosos em educação, suscitando relevância quantoao contexto escolar”.
(SOLÉ, 1999, p. 19).
A perspectiva que VYGOTSKY (1984), abordou em relação
à aprendizagem é fundamental para que se possa compreender de forma
mais clara qual é a natureza da aprendizagem, podendo-se, portanto se
relacionar ao ensino escolar e sobre que relações seria conveniente
estabelecer o desenvolvimento humano.
Segundo VYGOTSKY (1984), para que possa haver o
desenvolvimento é necessário que se produza uma série de aprendizagens,
as quais, de certo modo, são condições prévias.
21
A partir disso, entende-se que a maturação por si só não
seria capaz de produzir as funções psicológicas próprias dos seres
humanos. A aprendizagem na interação com outras pessoas que poderá
possibilitar o avanço do desenvolvimento psicológico. Esses processos de
interação com outras pessoas permitem o estabelecimento das funções
psicológicas superiores. Assim, as crianças, começam a utilizar a linguagem
como um veículo de comunicação, controle e regulação das ações das
outras pessoas, e somente depois de tê-la utilizado interagindo com outras
pessoas é que a linguagem converte-se em um instrumento para planejar a
ação, ou melhor, a linguagem transforma-se em pensamento, por
conseguinte em comunicação.
Nesse momento, percebe-se a importância que têm as
outras pessoas na aprendizagem de um indivíduo. Responsáveis,
professores e também outras pessoas auxiliam de forma significativa a
aprendizagem de um indivíduo.
“As crianças pequenas interiorizam os objetivos, osprocedimentos e as regulações que vão compartilhandocom outra pessoa mais capaz, os que as tornamcapazes de faze-lo automaticamente”.
(BASSEDAS, 1999, p. 24)
Tudo o que a criança sabe fazer com ajuda, a orientação e a
colaboração de pessoas mais capazes é o que VYGOTSKY (1984)
denomina nível de desenvolvimento potencial. Aquilo que a criança já é
capaz de fazer sozinha no mesmo momento pode ser considerado o nível de
22
desenvolvimento efetivo. Aquilo que a criança sabe fazer com a ajuda de
outras pessoas mais capazes e não sozinha. VYGOTSKY (1984), destaca
que acontece porque algumas funções não estão totalmente desenvolvidas,
mas estão em desenvolvimento. Assim, a aprendizagem que a criança faz,
praticando esses aspectos que uma outra pessoa mais capaz, é o que lhe
permitirá chegar a desenvolver algumas capacidades pessoais que poderá
exercer mais adiante.
Nesses conceitos vygotskianos, encontra-se entendimentos
satisfatórios referente às relações entre aprendizagem e desenvolvimento.
Entende-se que a aprendizagem facilita e promove o desenvolvimento
através da criação de zonas do desenvolvimento potencial (ZPD), as quais
pode-se definir como a:
“distância entre o nível atual de desenvolvimento,determinado pela capacidade de resolverindependentemente um problema sob a orientação deuma pessoa adulta ou com a colaboração de umcompanheiro mais capaz”.
(VYGOTSKY, 1984).
Sendo assim, constata-se que no processo de ajuda, de
cuidado dedicado a uma criança, os educadores e os responsáveis atuam
de uma maneira ou outra, conforme entendem implicitamente que seja seu
papel no processo de estimulação do desenvolvimento dessa mesma
criança, a fim de que ela desenvolva integralmente suas aptidões e até que
possa antecipar suas capacidades, a partir de um processo de observação
constante dos aspectos que esteja incorporado, para conseguir melhorar
essas suas capacidades. Nessa atuação conjunta, educadores e
23
responsáveis ajudam a criança em seu desenvolvimento e em suas
aprendizagens.
“Todos os aspectos estão integrados na concepçãoconstrutivista do desenvolvimento e da aprendizageme, a partir dessa perspectiva, entendemos que odesenvolvimento não surge do nada, mas é umaconstrução sobre a base de desenvolvimento que jáexiste previamente, sendo uma construção que exige odesenvolvimento tanto do menino ou da menina comodaqueles que se inter-relacionam com ele ou com ela,tratando-se de processos modulados pelo contextocultural em que vivem”.
(BASSEDAS, 1999, p. 25).
Nos últimos anos, tem havido entre os estudiosos e
pesquisadores da psicologia evolutiva e da educação um interesse
expressivo com relação à abordagem construtivista, porém existe ainda
muita polêmica ou talvez falta de entendimento a cerca do tema, precisando-
se ainda aprofundar-se cada vez mais sobre o construtivismo, a fim de que
se possa compreende-lo em sua essência para que haja eficácia em sua
aplicabilidade.
“Para a concepção construtivista, aprendemos quandosomos capazes de elaborar uma representaçãopessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo quepretendemos aprender. Essa elaboração implica-seaproximar-se de tal objeto ou conteúdo com afinalidade de apreendê-lo; não se trata de umaaproximação vazia, a partir do nada, mas a partir dasexperiências, interesses e conhecimentos prévios que,presumivelmente, possam dar conta da novidade.”
(SOLÉ, 1999, p. 20).
Enfim, após a explanação realizada até o momento há de se
concluir que o ser humano é complexo em sua existência, e que ao se
24
compreender suas características evolutivas, que revelam como se dá o
desenvolvimento do educando, relacionando-se esse a aprendizagem,
chegado-se à importância da linguagem e conseqüentemente à
comunicação.
25
CAPÍTULO II
LINGUAGEM VERBAL E COMUNICAÇÃO
Existem diferentes formas de linguagem e de comunicação.
Neste presente estudo a comunicação enfocada é a verbal, devido à
facilidade com que esta estabelece a troca entre docentes e discentes, entre
discentes e discentes.
Nesse sentido, linguagem verbal e comunicação se
vinculam, tornando a linguagem verbal meio pelo qual a comunicação verbal
se estabelece.
O uso da fala simbólica é exclusividade da espécie humana,
sua realização mais característica e talvez, a mais complexa.
2.1 – Linguagem Verbal
Toda sociedade humana, não importando quão primitiva ou
isolada, tem uma linguagem verbal enquanto ainda não se pode comprovar
que nenhuma outra espécie animal desenvolveu a sua.
A linguagem verbal (BASSEDAS, 1999) pode ser entendida
como um sistema arbitrário de símbolos que em conjunto, possibilitam a um
ser humano, com capacidades de discriminação e memória, transmitir e
26
compreender uma variedade infinita de mensagens, apesar dos ruídos e da
distração.
Geralmente, não se concebe uma sociedade humana
funcionando sem uma linguagem, visto que é da natureza humana. A
linguagem habilita o homem a comunicar um número infinito e variado de
mensagens, significados, intenções, pensamentos, pedidos e itens
informativos, além da comunicação. A linguagem verbal é a mais comum na
humanidade e vem se ampliando ao longo da história. Esta envolve além da
oralidade, a escrita e a leitura, que propiciam mudanças significativas, sejam
em nível de ampliação do vocabulário, sejam em nível de capacidade de
respostas, entre outras. Pode-se ouvir ou ler uma sentença difícil e complexa
com que nunca se deparou antes, além de se poder interpretar seu
significado e julga-lo se está ou não está bem construída, ou seja, se está
gramaticalmente correta. Os poetas arrumam as palavras de modo muito
especial e inteiramente original e, mesmo assim, as mensagens que
teoricamente, um número infinito de sentenças que nunca foram ditas antes,
e, quando fala-se de sentenças novas, de certa forma esforça-se em dize-las
de modo coerente, apropriado e gramaticalmente aceitável, são
compreendidas por todos.
A cultura, o conhecimento, a sabedoria e as crenças
acumuladas por uma sociedade se transmitem de uma geração para outra,
em grande parte, por intermédio de linguagem falada ou escrita.
27
“De um ponto de vista evolucionista, o fato importantesobre a que ela torna a aprendizagem cumulativa degeração em geração e entre os indivíduos de umamesma geração. Todos podem ficar sabendo muitomais do que possivelmente aprenderiam porexperiência direta. Conhecimento e insensatez,habilidades e superstições, tudo começa igualmente ase acumular, e a evolução cultural assume um ritmoque deixa bem para trás a evolução biológica”.
(BROWN, 1985, p. 199)
A linguagem verbal afeta todos os aspectos do
comportamento humano. A maior parte do que se conhece foi transmitida
através de palavras ou símbolos. Além disso, a linguagem está em geral
envolvida ao pensamento, a memória, ao raciocínio, a solução de problemas
e ao planejamento, em síntese, em todos os processos mentais superiores.
O estudo da aquisição da linguagem verbal é um dos
aspectos mais espantosos e fascinantes do desenvolvimento humano, que
normalmente se dá inicialmente na infância. E é notável que todas as
crianças normais de praticamente todas as culturas adquiram a linguagem e
falem razoavelmente bem, nos primeiros cinco anos de vida. Quando a
criança adquire a linguagem em termos de emprego de símbolos para
representar eventos, ela se lança no mundo inteiramente novo de aprender,
compreender e se tornar capaz de lidar com suas experiências e com o
meio ambiente de novas maneiras.
Quais são os processos subjacentes ao fenômeno da
aquisição da linguagem?
28
Como pode esta realização complexa ser efetivada em tão
curto período de tempo?
Até que ponto a aquisição da linguagem é determinada por
fatores biológicos inatos e em que medida é aprendida?
Possui um homem em propensão inata para adquirir a
linguagem, uma propensão vinculada ao organismo humano?
Como se relacionam linguagem, pensamento e raciocínio?
O pensamento depende inteiramente da linguagem?
Embora estas questões sejam fundamentais e tenham sido
formuladas há séculos, só recentemente é que se começou a compreender
alguns dos muitos processos subjacentes ao desenvolvimento da linguagem
e respondê-las, porém existe existem a necessidade de um de um estudo
aprofundado a fim de receber respostas a partir da ciência e de seus atores.
2.2 – Principais Aspectos da Linguagem Verbal
Para educação existem alguns aspectos da linguagem
verbal fundamentais para melhor compreensão de sua influência no contexto
escolar.
Geralmente, a linguagem verbal tem dois aspectos
essenciais: estrutura (unidades básicas: palavras e sons, e regras para
29
agrupa-las) e significado (sinais arbitrários e convencionais para referentes,
objetos e eventos). Os aspectos estruturais consistem essencialmente de
um sistema de sons (fonologia), de regras de formação de palavras
(gramática ou sintaxe).
O sistema lingüístico é o mais estudado pelos lingüistas do
que as funções sócio-comunicativas da linguagem, essa normalmente, são
alvos de preocupação de educadores e áreas de conhecimento relacionadas
à educação.
No entanto, há de se compreender o sistema lingüístico, do
ponto de vista dos lingüísticos e compará-lo com relação à linguagem/
comunicação.
Sendo assim, os sons elementares de uma língua são os
fonemas: “em sua maioria, vogais e consoantes, que correspondem
grosseiramente às letras do sistema de escrita alfabética” (BROWN, 1985, p.
200).
Cada língua tem suas próprias regras para governar a
combinação de fonemas, permitindo algumas e proibindo outras. Em
português não há morfemas iniciados por “ng” e a seqüência “zb”, embora
exista em outras línguas.
Dessa forma, percebe-se claramente que a linguagem verbal
depende também do contexto cultural ao qual o indivíduo está inserido.
30
Uma abordagem menos tradicional da aprendizagem, que
não requer reforço, enquanto um conceito exploratório, é sugerido por
estudiosos e pesquisadores da aprendizagem social, que sustentam a tese
de que grande parte de que uma criança aprende é resultado de uma
observação e imitação do comportamento de um modelo e, em muitos
casos, sem reforço. Essas evidências substâncias de que o modelo influi em
grande medida no desenvolvimento dos padrões sociais de resposta das
crianças podem ser relacionados à aquisição de linguagens, principalmente
a linguagem verbal. Através de experiências relatadas pela ciência de que
crianças que foram criadas isoladas da linguagem mostram que de fato,
estas não podem adquirir estruturas gramaticais e nem vocabulário sem
serem expostas a modelos.
As crianças escutam a linguagem a sua volta o tempo todo
e, mesmo se não imitam a fala de imediato, adquirindo informações sobre
ela, ouvindo os outros e imitando. A linguagem verbal em nível de
comunicação depende da relação individual/individual e individual/meio,
conseqüentemente, na aprendizagem social existe um grau de modelagem
indispensável à aquisição da linguagem.
“Através da imitação, as crianças podem aprender comas pessoas que para ela são modelos a controlar e arepresentar situações vividas, bem como vive-las”.
(BASSEDAS, 1999, p. 28).
A imitação desempenha, importante papel no aumento de
vocabulário e na aprendizagem de alguns elementos sobre a estrutura
31
gramatical, a teoria da aprendizagem social, bem como a própria imitação,
ainda não conseguem de forma completa explicar o impressionante ritmo de
desenvolvimento da linguagem. Porém, a criança possui uma linguagem
especialmente criativa. Observadores cuidadosos da fala infantil indicam
que, desde o início da vida, as crianças compreendem sentenças jamais
ouvidas antes e, o que é mais importante, constroem frases inteiramente
originais, frases que nunca ouviram e que, portanto, não poderiam ser
imitações da fala do adulto, mas que, nem por isso, deixam de ser aceitáveis
na linguagem adulta.
“Até mesmo uma criança pequena... pode imitarbastante bem uma palavra, numa primeira tentativa,sem qualquer esforço da parte de seus pais paraensiná-la. Também é absolutamente óbvio que, emestágios posteriores, uma criança será capaz deconstruir, entender vocalizações totalmente novas queao mesmo tempo, sejam sentenças aceitáveis em seulíngua. Deve haver processos fundamentais, operandoindependente do" feedback "de seu meio ambiente.Não há qualquer tipo de apoio para a doutrina deSkinner e outros, segundo qual uma lenta e cautelosamodelagem do comportamento verbal, através dereforçamento diferencial, é uma necessidadeabsoluta...”
(CHOMSKY, 1979, p.203).
É interessante observar que, em algumas pesquisas
recentes, conduzidas ao nível da teoria da aprendizagem social, os
pesquisadores não conseguiram alterar a gramática de crianças pequenas,
especificamente o uso da voz passiva e de determinadas preposições, por
meio de modelagem. Não encontraram evidências de que exposições breves
a pistas de modelagem verbal tivessem qualquer efeito, embora modelagem
32
mais reforço realmente provocasse aumento no uso destas formas
gramaticais.
“Simplesmente não é verdade que as crianças possamaprender a linguagem apenas através de" cuidadometiculoso "por parte dos adultos que modelam seurepertório verbal através de um meticulosoreforçamento diferencial ... É comum se observar queuma criança pequena, filhas de pais imigrantes podeaprender uma segunda língua nas ruas, com outrascrianças, numa rapidez espantosa e que sua fala podeser inteiramente fluente e correta ... Uma criança podeaprender boa parte de seu vocabulário e" sensibilidade"para estruturas de sentença a partir da televisão, deleitura, da fala dos adultos, etc.”
(CHOMSKY, 1979, p. 204).
Embora não se possa negar que o reforçamento e a
imitação devem ter algum papel na aquisição da linguagem, eles não
conseguem explicar totalmente o processo. CHOMSKY (1979) argumenta
que é preciso algo mais, a criança deve ter a habilidade de processar os
dados da linguagem captados dos outros (input) e fazer inferências, a partir
desses dados, sobre as formas gramaticais corretas e aceitáveis.
“No que diz respeito à aquisição da linguagem, parece claroque o reforçamento, a observação casual e natural(juntamente com uma forte tendência, a imita) são fatoresimportantes assim como a notável capacidade da criançapara generalizar, hipotetizar e" processar informações "numavariedade de modos bastante especiais e aparentementemuito complexos que ainda não conseguimos descrevernem começamos a entender... E que podem ser, em grandeparte, inatos ou se desenvolver de algum tipo deaprendizagem, ou por intermédio da maturação do sistemanervoso. O modo como tais fatores operam e interagem, naaquisição da linguagem, é inteiramente desconhecido”.
(CHOMSKY, 1979, p.203).
33
CHOMSKY (1979), sugere que os seres humanos possuem
um sistema inato, chamado por ele de dispositivo para aquisição da
linguagem (language acquisition device = LAD), uma estrutura de certo
modo pré-moldada, de tal sorte que habilita a criança a processar a
linguagem, a elaborar regras, a compreender e a produzir um fala gramatical
apropriada.
Através do uso de alguns meios complexos, ainda não
compreendidos, o dispositivo processa, de algum modo, o input lingüístico
para a criança (a linguagem que ela ouve ao seu redor) e constrói uma teoria
a respeito das regras de gramática do input lingüístico. Isto possibilita à
criança compreender as sentenças que escuta bem como criar novas. È
óbvio que o LAD deve ser universalmente aplicável e capaz de permitir a
aquisição de qualquer linguagem, porem, o entendimento de seus principais
aspectos oferecem base para melhor entender seu desenvolvimento e em
educação o entendimento é importante, pois disvincula o “rótulo”.
Contudo, o modo pelo qual as crianças adquirem a
linguagem, ainda é no todo, um mistério da natureza humana.
2.3 – Relacionamento Linguagem Verbal e
Comunicação
A aquisição da linguagem se inicia com o que se tem
chamado de fala sincrética ou holofrásica, que significa dizer emissão de
uma única palavra que se pode expressar intenções e significados
34
complexos. Estas primeiras falas ao final do primeiro ano, são geralmente
rótulos para as primeiras pessoas, objetos ou atos, mas a criança logo
começa a empregar palavras isoladas para representar sentenças inteiras,
para denominar objetos, descrever uma ação, servir ordem ou motivo para,
com a entonação adequada expressar um estado emocional, iniciando a
comunicação verbal.
Deste modo, a palavra isolada “bola” pode significar “Isto é
uma bola”, “Estou jogando bola”, ou dita durante o choro, “Me ajude! Deixei
cair à bola e não consigo pega-la”. Assim, a linguagem verbal e a
comunicação verbal declaram simbolismo e subjetividade.
As crianças começam a combinar as palavras conforme vão
crescendo e adquirindo por parte dos adultos, informações pertinentes
sobre gramática e ortografia, no entanto, percebem ao longo de seu
desenvolvimento que a linguagem permite a comunicação com os outros,
com o mundo que lhes cerca, ampliando seus horizontes e possibilidades na
sociedade a qual está inserida.
A linguagem verbal é um dos tipos de comunicação humana.
A comunicação pode estabelecer-se de formas variadas e
através de diferentes linguagens. No entanto, linguagem verbal aliada à
comunicação verbal, é geralmente, a comunicação utilizada na maioria das
escolas regulares do mundo, incluindo a sociedade brasileira.
35
A Comunicação verbal se dá inicialmente através da
aquisição da linguagem verbal pelo indivíduo, que uma vez adquirida permite
a interação verbal com relação aos diversos aspectos sociais efetivando-se
e estabelecendo a relação entre linguagem verbal e comunicação verbal.
Enfim, a partir do entendimento de como se dá a aquisição
da linguagem verbal e de suas possibilidades, a comunicação, através do
enfoque social permite a comunicação verbal, e esta por sua natureza e
importância na educação e na vida, merece destaque e preocupação por
parte de todos os educadores que, certamente, possuem como alvo os
educandos.
36
CAPÍTULO III
COMUNICAÇÃO VERBAL
A comunicação verbal é uma arte construída pelo homem
através de sua história, possibilitando a integração, a informação e a
interação entre os homens, tornando-se instrumento de coesão entre idéias
e ideais, afirmando geralmente, condição social que a maioria dos seres
humanos necessitam para sua existência e sobrevivência. No entanto, seus
códigos e sentidos respectivos se diferenciam conforme o momento histórico
e o contexto social, tornando-se um tema merecedor de destaque e contínua
reflexão, devido a sua influência e importância para com as sociedades, e
principalmente para a educação.
Compreender a amplitude da Comunicação Verbal para a
vida humana, estando a mesma diretamente relacionada ao pensamento,
ao conhecimento, ao homem e sua essência, significa perceber sua
importância para o mundo e conseqüentemente para a educação,
principalmente no processo ensino-aprendizagem.
Numa primeira instância, afinal não se pode prever o futuro,
fica difícil para o homem entender a vida humana sem comunicação, e
também sem a comunicação verbal, salvo exceções, principalmente ao se
levar em conta seus aspectos afetivos, psíquicos e sociais e a influência que
esta possui em relação a estes e ao mundo como um todo.
37
A Comunicação Verbal acompanha o homem em relação a
sua história, necessitando muitas vezes destituir-se de paradigmas e criar
novos.
O mundo vem continuamente se transformando. Atualmente,
as transformações do mundo vêm acontecendo de forma cada vez mais
acelerada, em velocidade assustadora, avançando tanto na ciência quanto
na criação de tecnologias a serviço do homem.
Neste contexto, a comunicação vem sendo entendida como
fundamental a divulgação de tais avanços, principalmente quando se trata
de sociedades capitalistas, onde o consumismo é exacerbado.
A comunicação verbal ainda é um dos principais alvos de
divulgação dos meios de comunicação, inclusive dos tecnológicos.
Comunicar-se no mundo atual é fundamental e comunicar-se
verbalmente, é mais do que primordial afinal o homem entra em uma nova
era, a era do capital humano, tornando-se obsoleta e quem sabe, não mais
essencial. No entanto, instâncias governamentais tratarão de fazê-la
acompanhar, mesmo que lentamente, mesmo que direcionada afinal, a
educação escolar é uma criação humana que serve a sociedade, ou parte
dela, e além de tudo é um espaço social privilegiado quanto à conservação
ou transformação de uma ideologia.
38
3.1 – Comunicação Verbal e Subjetividade na
educação
Hoje, percebe-se que a comunicação verbal é um processo
complexo e contínuo, pois pode ser aprofundado, refeito dando espaço a
novas descobertas e novas interações. Ao comunicar-se verbalmente, o
sujeito já não é mais o mesmo de antes, pois envolve-se num processo de
compreensão abrangente, onde ele interage com suas capacidades a fim de
apreender formas de expressão humanas e informação, interferindo no
mundo também de forma diferenciada a partir de então.
Assim, ao se falar em comunicação verbal
conseqüentemente fala-se de subjetividade.
A subjetividade do ato de comunicar-se dispõe aos
educandos dupla dimensão, ou seja, a comunicação verbal possui o sentido
dito e o interdito, que por sua vez propõe relações diferenciadas com
relação à troca de informações.
O ser humano por natureza tem características subjetivas.
No que diz respeito à comunicação verbal, a palavra,
lingüisticamente falando, possui um, dois, ou mais significados, permitindo
assim, a primeira idéia de subjetividade, pois ao comunicar-se verbalmente,
o indivíduo pode compreender o que lhe foi dito de diversas formas.
Trocando em miúdos, a comunicação verbal torna-se subjetiva, pois o
39
indivíduo, no caso do aluno, ao realizar a comunicação verbal poderá
entender ou remeter informações que poderão ser interpretadas de
diferentes formas, justamente pela capacidade humana de interpretação. A
interpretação acontece de forma individual e geralmente, depende de fatores
biológicos, cognitivos, afetivos e sociais. A interpretação como a
comunicação verbal é subjetiva.
Além do significado da palavra, a forma com que se fala
também sugere subjetividade. A comunicação verbal aliada a gestos, pode
produzir entendimentos diversos, permitindo outra instância de subjetividade.
A entonação da voz, o contexto social, ambiental e de nível
relacional entre as pessoas que estão comunicando-se verbalmente,
também podem influenciar quanto à compreensão, dando multiplicidade de
sentidos, mas uma vez reafirmando a subjetividade.
A comunicação verbal pode ser objetiva, pois existem
perguntas, informação e outras formas de comunicação, que exigem
respostas únicas que permitem pouca ou nenhuma subjetividade.
Todavia, em sua maioria a comunicação verbal permite a
subjetividade, que pode ser considerada negativa ou positiva, dependendo
do tipo de comunicação verbal estabelecida. As instâncias de poder podem
e fazem uso da comunicação verbal, porém destitui em maioria a
subjetividade quando necessita passar ou conservar a ideologia.
40
3.2 – Comunicação Verbal e a influência da
escrita e da leitura
Nesse sentido, aprender a comunicar-se verbalmente, pode
desenvolver o sentido das funções da linguagem escrita e da linguagem
falada, buscando significado entre elas.
Ler requer aprendizagem, não somente a aprendizagem de
decodificação de códigos, mas de compreensão do texto com relação a si e
ao mundo, tornando-se tarefa complexa, mas intrínseca a natureza humana.
“Ler é codificar, decifrar, organizar, encontrar osentido oculto das aparências e fragmentos dos seres,dos objetos e do mudo. Ler é perceber, num primeironível, o que está acontecendo entre nós e, numsegundo nível, organizá-lo, situá-lo dentro de umconjunto maior, dentro de um espaço e, tempodeterminados, dentro de uma evolução históricacompleta. Ler é perceber, sentir, entender ecompreender. Ler é sentir, é emocionar-se,sensibilizar-se com esse mundo que se desvela diantede nós”.
(MORAN, 1993, p. 29).
Dessa forma, aprender a ler implica o desenvolvimento de
estratégias para obter sentido da linguagem escrita, implicando assim o
desenvolvimento de esquemas múltiplos com relação à constituição bio-
psíquica-social do sujeito e também acerca da informação que é
representada nos textos. No entanto, a relação entre leitor e autor por
intermédio do texto escrito no momento da leitura é bastante complexa, pois
é na verdade uma relação distanciada, visto que não há troca direta entre
ambos, que conseqüentemente não se tem à compreensão do sentido dado
41
pelo autor no ato de sua construção, permitindo a interpretação do leitor
conforme sua relação com o tema e com o mundo, tornando-se o texto
múltiplo em relação ao sentido compreendido. Assim, leitura pressupõe
compreensão, e compreender também é subjetivo, ampliando ainda mais a
noção de sentido e efetivando principalmente a comunicação.
“Dessa forma, o ato de compreender é considerado porKleiman (1989), como complexo e múltiplo, porenvolver um conjunto de processos, atividades,recursos e estratégias metais próprio do ato e queconstitui a atividade em que o leitor se engaja paraconstruir o sentido do texto escrito”.
(CARDOSO-SILVA, 1997, p. 32).
Sendo assim, a comunicação verbal acontece na medida em
que existe a interação de diferentes níveis de conhecimento, tais como o
lingüístico, o textual e o de mundo, permitindo assim que o sujeito consiga
construir o sentido do texto lido e repasse em suas futuras comunicações
verbais, além de exercitar a compreensão, interpretação e interação,
estabelecendo a relação entre a escrita e a leitura.
Com as transformações a qual o mundo vem enfrentado ao
longo de sua história, todas as esferas humanas conseqüentemente sofrem,
incluindo então a comunicação verbal, portanto, esta é influenciada por
todas as esferas existentes. No entanto, como já foi dito anteriormente, a
linguagem verbal e, portanto, a comunicação verbal acompanha o homem
em sua história, sendo influenciada também, pelos meios educacionais
escolares.
42
3.3 – Comunicação Verbal Discente
Até então, o ser humano, chamado de indivíduo ou sujeito,
foi enfocando quanto as suas característica evolutivas, seu desenvolvimento
e a aprendizagem, chegando-se a linguagem e a comunicação verbal.
O ser humano, indivíduo ou sujeito torna-se educando, no
sentido escolar, e assim merece entendimento quanto a sua natureza e
aspectos evolutivos, bastando relacioná-lo a educação.
A Comunicação verbal é essencial às formas de sociedade e
suas histórias, sendo, portanto essencial, entendendo-se de forma
generalizada, também essencial ao mundo. Assim, em educação, os
educandos enquanto foco principal, deve adquiri-la, ampliá-la, compreende-
la, estabelecendo o direito de cidadania, que tange a livre expressão e a
ética, no que diz respeito à forma de comunicar-se verbalmente, visto a
realidade e sociedade que estão inseridos.
A Comunicação verbal discente é indispensável à educação,
visto que esta possui papel social perante, ao indivíduo, a sociedade e ao
mundo e permite ao educando a ampliação das suas capacidades,
habilidades e potencialidades, cumprindo a escola seus objetivos
educacionais.
Outro fator importante com relação à comunicação verbal
discente é a dependência da relação destes com os educadores. Os
43
educadores devem estar atentos a livre expressão e o exercício da ética, por
exemplo: um aluno tem o direito de se expressar, porém existem limites,
regras, quanto ao momento e a forma da linguagem (respeito ao outro), a fim
de não ferir o direito dos outros, sejam educandos ou educadores. No
entanto, ética e cidadania são temas de extrema relevância na educação,
necessitando entendimento básicos pelos educadores, afim de que os
mesmos repassem seus conceitos e juntos com seus alunos tornem estes
uma prática, chegando-se verdadeiramente ao exercício da cidadania. O
educando comunica-se naturalmente, no entanto, os educadores podem
estimular esta comunicação ou simplesmente tolir.
Partindo do pressuposto, que educadores devem ter a
consciência de que devem contribuir de forma clara e efetiva para a
motivação da comunicação verbal discente, estes possuem em sua
responsabilidade educacional uma tarefa não muito fácil, complexa, porém
de suma importância quanto a sua realização.
Motivar, incentivar, estimular à comunicação verbal entre
docentes e discente é o primeiro passo para a comunicação discente e
talvez um compromisso do educador.
A comunicação verbal discente pode ser vista como a
comunicação entre educadores e educandos e educandos e educandos, e
as duas formas de comunicação verbal entre estas contribui e muito para o
bom desempenho escolar da instituição e do educando enquanto indivíduo.
44
3.4 – Comunicação Verbal Discente e o mundo
As transformações do mundo podem acarretar a mudança
de paradigma com relação à importância da comunicação verbal discente,
ramificando-se com relação a suas formas, possibilidades e aplicabilidades.
“A comunicação é perceber a palavra e seu sentido,mesmo na situação predominante de" receptor "ou aocontrário. Comunicar-se é propor formas novas deexpressão, de participação social.”
(MORAN, 1993, p.36).
A comunicação verbal discente pode ser vista como um
conjunto de sistemas que transportam mensagens que proporcionam uma
leitura específica, onde o mundo pode se interpretado, onde ideologias estão
presentes, onde a realidade é retratada de forma especial, onde a
socialização pode ser efetivada, a cognição estimulada e a aprendizagem
ampliada, seja esta última no âmbito escolar ou não.
“A comunicação é uma leitura especial, uma parte dotodo. É a leitura das trocas sociais, das relações entrepessoas e das relações simbólicas, é a leitura dasexpressões culturais. É o desvendamento das relaçõesideológicas, da trama de significações culturais dotecido social, principalmente das veiculadas pelosmeios de comunicação. É encontrar sentido para asexpressões culturais, para as formas de expressar-se ede relacionar-se dos seres humanos. É interpretar omundo do conhecimento, do saber conceitual e dosaber vivencial, que se expressam de formas tãovariadas na comunicação humana”.
(MORAN, 1993, p.35).
Assim, transportando a comunicação acima a comunicação
verbal encontra-se o mesmo caminho que envolve educandos e o mundo,
45
afetando, portanto, as relações entre indivíduos, grupos e classes sociais, e
a sociedade como um todo, além de interferir nas opiniões, crenças, hábitos,
atitudes e valores, individuais e coletivos.
A comunicação e conseqüentemente as trocas e
aprendizagens respectivas, são um campo de atuação do processo ensino-
aprendizagem, que apesar de se apresentar de forma única, é na verdade
complexo e contínuo.
Nesse sentido, a leitura crítica faz-se necessária para melhor
compreensão e apreensão do mundo, principalmente no que tange a
importância da comunicação verbal discente.
A Comunicação verbal discente proporcionar:
X integração;
X interação;
X compreensão;
X troca de experiências;
X troca de conhecimentos;
X sentidos;
X significados e outros.
A importância do corpo discente comunicar-se verbalmente
é de suma importância, pois amplia possibilidade de construção, aquisição
de conhecimentos, dinamizando e também contribuindo para a qualidade do
46
processo ensino-aprendizagem, além da formação do cidadão e de exercício
de sua cidadania, afetando o mundo.
Assim, a comunicação verbal dos educandos encontra
espaço substancial na sociedade, pois possui na verdade uma dimensão
pedagógica, política e social possibilitando oportunidades infinitas com
relação a paradigmas e relações interpessoais entre sujeitos no mundo.
Em educação, educadores podem e devem propor a
comunicação verbal discente transformando a relação básica dos indivíduos
diante a comunicação, mas especificamente diante da aprendizagem e da
sociedade, auxiliando, portanto, a desenvolver em cada sujeito a percepção
ativa, atenta, consciente e de acompanhamento do que significa viver em
consonância com o mundo, alcançando formas de comunicação mais fortes
e intensas, autênticas, expressivas, significativas, ricas que superem o
reducionismo empobrecedor das formas tradicionais de relacionamento.
Enfim, o educando poderá desenvolver uma consciência de
classe maior, um desejo de participação constante e inserir-se mais
eficazmente nas diversas organizações sociais existentes.
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CONCLUSÃO
A Educação realmente suscita desde de sua origem
polêmicas contínuas acerca de seus aspectos, influências e tudo mais.
Educação é assunto mundial, tratado em todos os cantos do
mundo, devido a seu relevante e na maioria das vezes determinante papel
social na sociedade.
Devido a sua complexidade, a comunicação verbal discente
é um tema interessante, justificado pela sua relevância, influência e
determinação no contexto escolar, porém depende da natureza humana,
visto o aspecto biológico; dos grupos sociais em relação ao aspecto afetivo;
dos estímulos e capacidades quanto ao aspecto cognitivo e da sociedade a
qual está inserida, no aspecto social.
Comunicar-se é essencial ao homem, visto sua capacidade
e sua efetivação para a socialização, e o homem é um ser social.
Dessa forma, a comunicação verbal discente, uma vez
estabelecida e ampliada na prática educativa cotidiana, permite ao educando
a efetivação de relações interpessoais, que poderá levá-lo a socialização, e
conseqüentemente a consciência de cidadania, que além de incentivar a
participação na sociedade e o exercício de direitos e deveres, traduzindo o
48
entendimento da ética, dará essencialmente a oportunidade de leitura crítica
de mundo, propondo transformações necessárias a sociedade.
A subjetividade da comunicação verbal discente e a
importância da mesma na prática educativa devem ser revistas pelos
educadores, a fim de efetivarem objetivos educacionais previstos pela lei de
educação vigente, a Nova Lei de Diretrizes e Bases Nacionais (Lei federal
n.º 9.394/96), tais como formar cidadãos conscientes e críticos.
Enfim, conclui-se que a comunicação verbal discente é um
processo contínuo e essencial aos educandos, sendo, portanto fundamental
a prática educativa, de uma pedagogia para a transformação.
49
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