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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Por: Beatriz Helena Barros Figueiredo
Orientador
Prof. Diva Nereida
Rio de Janeiro
2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Finanças e
Gestão Corporativada..
Por: . Beatriz Helena Barros Figueiredo
AGRADECIMENTOS
Agradeço à meus filhos, marido e a todos que de alguma forma,
contribuíram para que eu chegasse até aqui;
E principalmente à Deus.
Muito obrigada!
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, que apesar de, muitas vezes
enfrentarem a minha ausência em casa, deram total apoio para que eu chegasse
até o fim.
RESUMO
A todo momento se pergunta porque e para que as empresas fazem
Planejamento Estratégico?
Toda empresa ambiciona alcançar o sucesso, na forma de maiores vendas
e bons resultados sócio-econômicos. É para esse efeito que as organizações
adotam estratégias que possam proporcionar aos seus clientes mais valor do que
a concorrência, aproveitando as potencialidades dos recursos à sua disposição.
Na busca da estratégia misturam-se pensamento lógico com intuição, não
como algo sobrenatural e sim quanto a capacidade de acessar experiências.
A estratégia bem sucedida depende de ser única – diferente. Significa
escolher deliberadamente um conjunto diferente de atividades para fornecer uma
combinação única de valor. Estratégia significa exercer atividades diferentes dos
rivais ou exercer atividades semelhantes de um modo diferente.
Sabe-se que a sobrevivência de qualquer empresa depende, em primeiro
lugar, da sua capacidade de interação com o meio envolvente. São exemplos: a
importância de melhorar o ambiente de trabalho e a prescrição do número de
subordinados que os administradores deveriam ter.
Acredita-se que, um dos primeiros passos para a formulação de uma
estratégia consiste na identificação das tendências do meio envolvente
contextural e transacional e no reconhecimento das suas implicações para o
segmento para os quais se planeja. Em seguida, devem ser analisadas, de uma
forma dinâmica, as condições de cada segmento do mercado-alvo. Desta forma
conseguir-se-á ter uma visão completa do enquadramento do negócio e dos
desafios que se colocam a todos os concorrentes.
Cada vez mais fica evidente que as empresas precisam operar
globalmente. Portanto, uma vez definidas as orientações estratégicas para o país
de origem , a empresa deve analisar a possibilidade de transpor as suas
operações para outros mercados geográficos. Para esse efeito, convém
enquadrar o processo de internacionalização da organização com a sua atuação
no mercado doméstico, como maneira de garantir o aproveitamento das
competências e vantagens competitivas já desenvolvidas ao longo do tempo.
No momento, é necessário verificar se a atuação nos mercados externos
deve ser adaptada para aumentar a penetração comercial ou se pode ser
estandardizada para explorar economias de escala e de experiência. É
igualmente importante definir a opção de internacionalização que melhor conjuga
as vantagens da integração global com os proveitos da adequação local.
Mas, jamais o nível da internacionalização da empresa deve evoluir
“descasado” das tendências do mercado e das suas competências internas, pois
são atributos que irão contribuir para o reforço da sua competitividade nos
mercados internacionais.
Uma vez definidas as principais opções da organização ao nível da
estratégia, o núcleo básico do processo de desenvolvimento estratégico é o ser
humano. Isto porque, enquanto na administração estratégica o foco da análise é a
organização como um todo, no caso específico do desenvolvimento estratégico o
sistema é o indivíduo. É a partir do indivíduo que se pode chegar aos grupos e à
organização como um todo, bem como ao seu ambiente externo. Por isso
dizemos que a gestão de forma dinâmica ao longo do tempo e de tal maneira que
desenvolvimento empresarial deve ser efetuada de uma forma dinâmica ao longo
do tempo e de tal maneira que considere as funções da administração e das
pessoas como um instrumento facilitador do alcance dos objetivos estabelecidos,
pois é assim que a empresa conseguirá se posicionar no mercado, crescer e se
perpetuar. Neste sentido, a estrutura organizacional necessita ser bastante
dinâmica, principalmente quando são considerados seus aspectos informais
provenientes da caracterização das pessoas que fazem parte de seu esquema.
Metodologia
O método utilizado para o desenvolvimento do projeto foi basicamente
bibliográfico, com pesquisas em livros e textos publicados da internet.
Vale ressaltar a importância das bibliotecas de instituições educacionais que me
foi dado livre acesso aos livros e matérias de pesquisa.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 10
1. CONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO........................................................................................... 11
2. PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO .................................................................................................... 14
3. TIPOS DE PLANEJAMENTO ................................................................................................................ 20
4. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO.......................................................................................................... 30
5. OBJETIVOS E DESAFIOS EMPRESARIAIS ...................................................................................... 40
6. MISSÃO ..................................................................................................................................................... 44
7. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS ......................................................................................................... 48
8. POLÍTICAS EMPRESARIAIS................................................................................................................ 52
9. PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO........................................................................................................ 53
10. CONTROLE E AVALIAÇÃO............................................................................................................... 55
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 59
ÍNDICE .......................................................................................................................................................... 60
INTRODUÇÃO
Toda empresa é parte integrante do seu ambiente. Enquanto os níveis
mais baixos da empresa (nível operacional) estão relacionados com os seus
aspectos internos, a tarefa dos níveis mais elevados (nível estratégico) é estudar
e mapear as oportunidades e ameaças que o ambiente impõe à empresa.
Assim, o conhecimento objetivo sobre o ambiente é fundamental para o
processo estratégico, no sentido de se obter a adequada compatibilidade entre a
empresa e as forças externas que afetam direta ou indiretamente seus propósitos,
objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas, estrutura, recursos, planos,
programas, projetos, procedimentos, etc., e para alcançar os resultados
desejados é necessário que a empresa os decomponham até que sejam
transformados em ações e resultados.
Toda empresa possui, implícita ou explicitamente, missão, propósitos,
macroestratégias, macropolíticas, objetivos, desafios, estratégias, políticas
projetos.
1. CONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO
Existe certa dificuldade, quando da conceituação da função do
planejamento nas empresas, de estabelecer a sua real amplitude e abrangência.
Para tanto, Steiner estabelece as cinco dimensões do planejamento, cujos
aspectos básicos são apresentados a seguir.
A primeira dimensão do planejamento corresponde ao assunto abordado,
que pode ser produção, pesquisa, novos produtos, finanças, marketing,
instalações, recursos humanos, etc.
Outra dimensão corresponde aos elementos do planejamento, entre os
quais podem ser citados propósitos, objetivos, estratégias, políticas, programas,
orçamentos, normas e procedimentos, entre outros.
Uma terceira dimensão corresponde à dimensão de tempo do
planejamento, que pode ser, por exemplo, de longo, médio ou curto prazo.
Outra dimensão corresponde às unidades organizacionais onde o
julgamento é elaborado, e nesse caso pode-se ter planejamento corporativo, de
subsidiárias, de grupos funcionais, de divisões, de departamentos, de produtos,
etc.
Uma quinta dimensão corresponde às características do planejamento que
podem ser representadas por complexidade ou simplicidade, qualidade ou
quantidade, estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou informal,
econômico ou caro.
Steiner salienta que estes aspectos das dimensões não são mutuamente
exclusivos e nem apresentam linhas demarcatórias muito claras.
Entretanto, as cinco dimensões apresentadas permitem visualizar a
amplitude do assunto planejamento.
2. PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO
O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios
para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados.
Podem-se separar esses princípios em gerais e específicos.
2.1. Princípios gerais de planejamento
São quatro os princípios gerais para os quais o executivo deve estar
atento:
a. O principio da contribuição aos objetivos, e neste aspecto o
planejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da empresa.
No processo de planejamento devem-se hierarquizar os objetivos
estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a
interligação entre eles.
b. O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma
função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e
controle).
Na realidade, é difícil separar e seqüenciar as funções administrativas, mas
pode-se considerar que, de maneira geral, o planejamento “do que e como vai ser
feito” aparece na ponta do processo. Como conseqüência, o planejamento
assume uma situação de maior Importância no processo administrativo.
c. O principio da maior penetração e abrangência, pois o planejamento
pode provocar uma série de modificações nas características e
atividades da empresa.
As modificações provocadas nas pessoas podem corresponder à
necessidade de treinamento, substituição, transferências, funções, avaliação etc.;
na tecnologia pode ser apresentada pela evolução dos conhecimentos, pelas
novas maneiras de fazer os trabalhos etc.; e nos sistemas podem ocorrer
alterações nas responsabilidades estabelecidas, nos níveis de autoridade,
descentralização, comunicações, procedimentos, instruções etc.
d. O princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento
deve procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências.
Através desses aspectos, o planejamento procura proporcionar à empresa
uma situação de eficiência, eficácia e efetividade.
Eficiência é:
• fazer as coisas de maneira adequada;
• resolver problemas;
• salvaguardar os recursos aplicados;
• cumprir o seu dever; e
• reduzir os custos.
Eficácia é:
• fazer as coisas certas;
• produzir alternativas criativas;
• maximizar a utilização de recursos;
• obter resultados; e
• aumentar o lucro.
Efetividade é:
• manter-se no ambiente; e
• apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo
(permanentemente).
A efetividade representa a capacidade de a empresa coordenar
constantemente, no tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos
resultados globais e a manutenção da empresa no ambiente.
Portanto, para que a empresa seja efetiva, é necessário que ela também
seja eficiente e eficaz. Ë Importante salientar que a eficiência, eficácia e
efetividade são algumas das principais medidas para avaliar uma boa
administração, pois normalmente os recursos com os quais o administrador
trabalha são escassos e limitados.
A eficácia de uma empresa depende basicamente de dois aspectos:
• de sua capacidade de identificar as oportunidades e necessidades do
ambiente; e
• de sua flexibilidade e adaptabilidade, visando usufruir dessas
oportunidades e atender às necessidades identificadas no ambiente.
2.2. Princípios específicos do planejamento
Com base na atitude e visão Interativa diante do planejamento, Ackoff
apresenta quatro princípios de planejamento que podem ser considerados como
específicos:
2.2.1. Planejamento participativo
O principal benefício do planejamento não é seu produto, ou seja, o plano,
mas o processo envolvido. Nesse sentido, o papel do responsável pelo
planejamento não é simplesmente elaborá-lo, mas facilitar o processo de sua
elaboração pela própria empresa e deve ser realizado pelas áreas pertinentes ao
processo.
2.2.2. Planejamento coordenado
Todos os aspectos envolvidos devem ser projetados de forma que atuem
interdependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de uma empresa pode ser
planejado eficientemente se o for de maneira independente de qualquer outra
parte ou aspecto.
2.2.3. Planejamento integrado
Os vários escalões de uma empresa (de porte médio ou grande) devem ter
seus planejamentos integrados. Nas empresas voltadas para o ambiente, nas
quais os objetivos empresariais dominam os dos seus membros, geralmente os
objetivos são escolhidos de “cima para baixo” e os meios para atingi-los “de baixo
para cima”, sendo esse fluxo usualmente invertido em uma empresa cuja função
primária é servir aos seus membros.
2.2.4. Planejamento permanente
Essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente, pois nenhum
plano mantém seu valor com o tempo.
É muito Importante o executivo estar atento aos princípios gerais e
específicos do planejamento, pois estes lhe proporcionarão base mais sólida para
o processo decisório inerente ao planejamento na empresa.
3. TIPOS DE PLANEJAMENTO
Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, pode-se distinguir três
tipos de planejamento:
a. planejamento estratégico;
b. planejamento tático; e
c. planejamento operacional.
De forma genérica, podem-se relacionar os tipos de planejamento aos
níveis de decisão numa “pirâmide organizacional”.
De forma resumida, o planejamento estratégico relaciona-se com objetivos
de longo prazo e com maneiras e ações para alcançá-los que afetam a empresa
como um todo, enquanto o planejamento tático relaciona-se a objetivos de curto
prazo e com maneiras e ações, que, geralmente, afetam somente uma parte da
empresa.
O planejamento estratégico considera a empresa como um todo. Este
aspecto é importante para o entendimento das fases do planejamento estratégico.
Portanto, o planejamento estratégico, de forma Isolada, é insuficiente, uma
vez que o estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como o seu alcance,
resulta numa situação nebulosa, pois não existem ações mais Imediatas que
operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida
através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e
operacionais de forma integrada.
3.1. Planejamento estratégico
O planejamento estratégico é conceituado como um processo gerencial
que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com
vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.
O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos
níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos
quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para a sua consecução,
levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução
esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como um
todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e
sustentação decisória.
3.2. Planejamento tático
O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de
resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições
dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico.
O planejamento tático é desenvolvido a níveis organizacionais inferiores,
tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis
para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia
predeterminada bem como as políticas orientativas para o processo decisório da
empresa.
3.3. Planejamento operacional
O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização,
principalmente através de documentos escritos, das metodologias de
desenvolvimento e Implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação tem-se,
basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes
homogêneas do planejamento tático.
Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:
• os recursos necessários para o seu desenvolvimento e Implantação;
• os procedimentos básicos a serem adotados;
• os produtos ou resultados finais esperados;
• os prazos estabelecidos; e
• os responsáveis pela sua execução e Implantação.
3.4. Diferenças básicas entre os três tipos de planejamento
As diferenças básicas entre o planejamento estratégico e o planejamento
tático são apresentadas no Quadro 1. Ressalta-se que todas as considerações
apresentadas nesse quadro têm aspecto de “relatividade”.
Quadro 1: Diferenças entre planejamento estratégico e planejamento tático.
DISCRIMINAÇÃO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
PLANEJAMENTO TÁTICO
Prazo Mais longo Mais curto Amplitude Mais ampla Mais restrita Riscos Maiores Menores Atividades Fins e Meios Meios Flexibilidade Menor Maior
Isto significa que o planejamento estratégico em relação ao planejamento
tático é:
• de prazo mais longo, pois o planejamento estratégico considera um
conjunto de planejamentos táticos e a sua soma deve provocar um
período de tempo maior para a sua conclusão;
• de amplitude maior, pois considera a empresa como um todo, enquanto
o planejamento tático considera apenas uma parte dela;
• de risco maior, pela sua maior amplitude e maior prazo de execução em
relação ao planejamento tático;
• relacionado às atividades-fins e meios da empresa enquanto os
planejamentos táticos são mais relacionados às atividades-meios (não
em sua totalidade); e
• de flexibilidade menor, por considerar a empresa como um todo, bem
como sua situação e posição em seu ambiente.
Seguindo o mesmo raciocínio, podem-se apresentar as diferenças básicas
entre o planejamento tático e o planejamento operacional. Aqui também ocorre o
aspecto da “relatividade”.
Considerando-se as mudanças nas empresas, podem-se estabelecer três
níveis de mudança: o estratégico, o tático e o operacional. Conforme
anteriormente apresentado, a mudança maior é a nível estratégico, que poderá
provocar alterações nos outros níveis da empresa.
Há também a determinação do aspecto de mudança que o processo pode
abranger, entre os quais podem ser citados: negócios, objetivos, funções,
tecnologias, estruturas e pessoas. Naturalmente pode-se alterar um, alguns
aspectos ou todos os aspectos. Dentro de um processo de mudança, as que se
referem às pessoas têm-se mostrado mais difíceis e complicadas de se
efetivarem, enquanto as mudanças de estruturas normalmente são as mais fáceis
de se efetivarem.
Para que as mudanças organizacionais apresentem melhores resultados,
deve-se estar atento a determinados aspectos, entre os quais podem ser citados:
• o enquadramento das mudanças com propósito e objetivos
estabelecidos;
• o treinamento e o desenvolvimento da capacitação interna;
• a obtenção de recursos adicionais ou melhor realocação dos existentes;
• o desenvolvimento e a agilização do processo de solução de
problemas;
• a melhoria das relações de grupos; e
• as atitudes favoráveis por parte dos administradores da empresa.
3.5. Algumas considerações sobre os níveis estratégico e tático
Na consideração dos níveis estratégico e tático pode-se ter alguma
dificuldade de diferenciá-los, pois não existe distinção absoluta entre ambos.
Entretanto, o primeiro nível está voltado à dimensão estratégica da empresa,
referindo-se aos seus objetivos e à sua eficácia. As decisões estratégicas têm,
geralmente, alcance temporal prolongado e elevado grau de impacto e
irreversibilidade. Por sua vez, o planejamento tático está mais voltado aos meios
para se alcançar os objetivos especificados, isto é, refere-se aos componentes da
empresa e à sua eficiência.
Na elaboração do planejamento tático encontram-se dificuldades de ordem
prática, uma vez que é necessário definir objetivos de mais curto prazo, que
sejam partições dos objetivos de longo prazo, a fim de que a consecução dos
primeiros possa levar à concretização dos últimos. Esses problemas podem ser
minimizados se o executivo tiver real conhecimento do campo de cada um dos
tipos de planejamento, bem como de suas interações.
De acordo com Ackoff :
Estratégia e tática são dois aspectos de
comportamento. A estratégia relaciona-se com objetivos
de longo prazo e com modos de persegui-los que afetam o
sistema como um todo; a tática relaciona-se com metas de
curto prazo e com meios de atingi-las, que geralmente
afetam somente uma parte da empresa. Embora não
possam ser separadas em princípio, freqüentemente o são
na prática.
Há uma diferenciação na dimensão temporal do processo de planejamento
estratégico e de planejamento tático. O horizonte do planejamento estratégico é
sempre maior que o do planejamento tático. Assim, o planejamento estratégico
pode sempre ser considerado, em princípio, como de longo prazo, pois ele é o
fruto de um trabalho conjunto da Alta Administração da empresa, o qual se
concretiza através da definição dos seus objetivos, em função da análise do
conjunto de produtos e/ou serviços da empresa e da dinâmica do ambiente em
que ela atua, bem como dos meios pelos quais objetivos são concretizados.
Nesses termos, o planejamento de longo prazo consiste na explicitação de
uma estratégia programada no tempo, em termos da demanda de recursos e do
fluxo de fundos, e que apresenta o consenso da Alta Administração da empresa.
Entretanto, na sua forma convencional, o planejamento de longo prazo não pode
ser considerado como estratégico, pois, tradicionalmente, o planejamento de
longo prazo é uma extrapolação do desempenho passado, desenvolvida por
algum órgão de assessoria e expresso em termos numéricos. Este tipo de
enfoque, de acordo com o referido autor, padece de algumas deficiências, pois:
• supõe-se que as condições prevalecentes no passado permanecerão
no futuro;
• nem todas as hipóteses e conceitos sobre os quais se baseia o plano
são explicitadas;
• não encoraja o diálogo com relação à orientação e objetivos da
empresa entre seus executores mais graduados; e
• leva à separação entre as responsabilidades de planejamento e de
execução.
De acordo com Oliveira:
Os fatores ambientais aliados a uma aceleração
da taxa de mudança e conseqüente redução do tempo
necessário para a tomada de decisões podem trazer
impacto mais ou menos contundente sobre a empresa.
Os efeitos favoráveis ou desfavoráveis das forças ambientais podem ter
caráter temporal variável e, conseqüentemente, as decisões tomadas no sentido
de se reagir a esses estímulos terão uma dimensão temporal de curto ou longo
alcance. E é dentro desse contexto que se costuma definir o planejamento
estratégico e diferenciá-lo do planejamento tático ou do planejamento operacional.
Não existe uma linha divisória perfeitamente definida a partir da qual o
executivo possa efetuar uma distinção nítida entre as três modalidades de
planejamento. Os três tipos de planejamento coexistem e devem ser operados
continuamente.
Um aspecto que reforça a necessidade de separar o planejamento
estratégico do planejamento de longo prazo é a atual era de descontinuidade, que
provoca a necessidade de adaptabilidade rápida e oportuna por parte das
empresas, criando situações em que:
• os ciclos de planejamento devem ser mais curtos e freqüentes;
• os ciclos de planejamento devem ser mais flexíveis e adaptativos;
• o planejamento estratégico, os táticos e os operacionais tornam-se
interligados; e
• o processo de tomada de decisões precisa ser acelerado.
Esta descontinuidade está relacionada a alguns aspectos entre os quais se
pode citar:
• a velocidade de mudança crescente;
• a complexidade crescente dos fatores considerados; e
• a imprevisibilidade dos eventos externos à empresa.
Esses aspectos reforçam a importância do planejamento estratégico, tendo
em visto a melhor adequação da empresa ao seu ambiente.
4. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
O diagnóstico estratégico corresponde à primeira fase do processo de
planejamento estratégico e procura responder à pergunta básica “qual a real
situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos?”, verificando
o que a empresa tem de bom, de regular ou de ruim no seu processo
administrativo.
Este diagnóstico, auditoria ou análise, deve ser efetuado da forma mais
real possível, pois qualquer tomada de posição errada nesta fase prejudicará todo
o resto do processo de desenvolvimento e implementação do planejamento
estratégico na empresa.
Na maior parte das empresas, não existe uma preocupação natural e
contínua pelos problemas estratégicos. A alta administração, nesses casos,
geralmente está envolvida com decisões de nível tático ou de nível operacional.
Afim de evitar que o desafio estratégico surja num momento em que a
empresa está despreparada para enfrentá-lo, a alta administração deve estar
permanentemente alerta para identificar o estímulo inicial ou, talvez mesmo, até
provocá-lo em determinadas situações.
No atual ritmo de mudanças ambientais, nenhuma empresa pode
considerar-se imune às ameaças do ambiente, tais como a obsolescência do
produto ou a saturação do mercado. Por essa razão, todas as empresas devem
fazer revisões periódicas de suas estratégias de produto-mercado e outras
atividades dentro de um processo contínuo de identificação das ameaças e
oportunidades externas.
A decisão de planejar decorre da percepção de que os eventos futuros
poderão não estar de acordo com o desejável se nada for feito. O ponto de
partida para esta percepção é a disponibilidade de diagnósticos, de análises e
projeções da empresa. Portanto, é fundamental que a empresa tenha um
otimizado sistema de informações externas e internas.
Existem algumas premissas básicas para o diagnostico, o qual
corresponde a uma análise estratégica.
• deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está
inserida a empresa;
• este ambiente proporcionará à empresa oportunidades que deverão ser
usufruídas e ameaças que deverão ser evitadas;
• para enfrentar esta situação ambiental, a empresa deverá ter pleno
conhecimento de seus pontos fortes e fracos; e
• este processo de análise interna e externa deverá ser integrado,
contínuo e sistêmico.
O benchmarking é um dos instrumentos administrativos que podem auxiliar
o processo do diagnóstico estratégico.
4.1. Os componentes do diagnóstico estratégico 4.1.1. Visão da Empresa
A visão da empresa pode ser compreendida como a visão clara e
permanente da natureza e da essência da empresa, em termos de seus objetivos,
do escopo do negócio, da concorrência etc. São os limites que os proprietários e
principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de
tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.
A visão é essencial para qualquer estratégia, devendo ser o resultado de
um consenso de um grupo de pessoas, não podendo expressar a vontade de
somente uma pessoa.
A visão deve ser estabelecida de forma clara, pois uma visão confusa pode
ser difícil de cumpri-la. É necessário definir e também respeitar os direitos das
pessoas.
4.1.2. A análise externa e interna da empresa
No processo de análise externa e interna, apresenta determinados
componentes:
• Pontos fortes: são variáveis internas e também controláveis, que podem
propiciar condição favorável para a empresa, em relação ao seu
ambiente;
• Pontos fracos: também são variáveis internas e controláveis, porém, os
pontos fracos podem propiciar uma condição desfavorável para a
empresa.
• Oportunidades: por sua vez, as oportunidades são variáveis externas e
não controláveis pela empresa, podendo criar condições favoráveis
para a empresa, desde que a empresa consiga percebê-las e usufruí-
las.
• Ameaças: também são variáveis externas e não controláveis pela
empresa que podem criar condições desfavoráveis para a empresa.
Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa,
enquanto as oportunidades e ameaças compõem sua análise externa.
Os pontos fortes e fracos representam as variáveis controláveis, enquanto
as oportunidades e as ameaças representam as variáveis não controláveis pelo
executivo. Fica evidente que o problema maior são as variáveis sobre as quais
não se tem controle.
Após o estabelecimento dos pontos fracos (internos) e das ameaças
(externas), devem-se estabelecer as questões críticas, que representam aspectos
controláveis com maior ou menor dificuldade.
Naturalmente, os pontos fracos representam aspectos controláveis e, caso
o executivo não saiba, de momento, com resolver o problema, deverá envidar
todos os esforços para identificar a solução, sem o que este ponto fraco poderá
criar sérios problemas para a empresa.
Assim, para a execução do diagnóstico estratégico é necessário ter acesso
a uma série de informações, também estar preparado para fazê-lo. As fontes de
informações podem ser internas à empresa e externas à empresa.
A análise externa da empresa tem o objetivo de estudar a relação existente
entre a empresa e o ambiente onde está inserida, em termos de oportunidades e
ameaças, bem como a sua atual posição produto-mercado e, prospectiva, quanto
à sua posição produto-mercado desejada no futuro.
A análise interna da empresa tem o objetivo de colocar em evidência as
deficiências e qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os
pontos fortes e fracos da empresa deverão ser determinados diante da sua atual
posição produto-mercado, devendo tomar como perspectiva para a comparação
as outras empresas do seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou
apenas concorrentes potencias (que podem vir a ser concorrentes diretas, mas
ainda não são).
Para o estabelecimento dos pontos fortes, fracos e neutros da empresa, o
profissional deverá estudar uma série de aspectos, entre os quais podemos
destacar:
• Funções a serem analisadas: ele deve estudar todas as funções da
empresa, como: a função de marketing, que deve analisar o sistema de
distribuição, os aspectos dos produtos (marcas, vantagens,
desvantagens), pesquisa de mercado, força de venda, propaganda etc.;
a função finanças; a função produção; a função recursos humanos;
• Aspectos organizacionais: pode-se analisar a estrutura organizacional,
as principais políticas, capacitação e habilidades da alta administração,
normas e procedimentos operacionais, acordos com sindicatos,
sistemas de informações operacionais e gerenciais, idéias de novos
produtos, rede de distribuição, controle de qualidade, domínio do
mercado consumidor etc.;
• Abrangência do processo: pode-se examinar a empresa como um todo,
considerada como um sistema complexo, as áreas funcionais da
empresa, as unidades organizacionais, os grupos de indivíduos e os
indivíduos isolados;
• Nível de controle: é necessário verificar se o controle efetuado está em
um dos níveis: controla a eficiência? Controla a eficácia? Controla a
efetividade?
• Critérios de avaliação: Pode-se considerar: base histórica da empresa,
opiniões pessoais, análise em literatura, análise orçamentária etc.;
• Obtenção das informações: o profissional poderá utilizar, entre outros
aspectos: observação pessoal, conversas pessoais, questionários,
experiência e prática, reuniões, funcionários, consultores e indicadores
financeiros e econômicos.
4.1.3. Análise dos concorrentes
Importante se faz também, analisar o seu mercado concorrente, ou seja,
com quem você está competindo no mercado. Sendo uma pequena empresa,
você precisará saber tudo, isso mesmo tudo, sobre seus concorrentes, para assim
poder ser melhor do que eles, sobrevivendo no mercado.
Formam o mercado concorrente todas as empresas que atendem ou
possam atender às necessidades dos mesmos clientes atendidos por sua
empresa, na mesma área de atuação.
Se os seus consumidores deixarem de comprar o seu produto para
comprar um outro qualquer, este produto é seu concorrente. Assim, é vital saber
quem são seus concorrentes e o que eles estão fazendo é importante para que
você esteja sempre à frente deles no atendimento que dá a seus consumidores.
Um velho ditado do ramo empresarial, diz que o empresário deve manter
“um olho no cliente e o outro, no concorrente”. Ou seja, é muito importante saber
o que seus concorrentes estão fazendo e a forma como estão trabalhando é
essencial para definir melhor a atuação da sua empresa.
4.1.4. Variáveis externas:
A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a
empresa e seu ambiente tem ermos de oportunidade e ameaças, bem como a
usa atual posição produto-mercado e, prospectiva, quanto à sua posição produto-
mercado desejada no futuro.
O executivo deve identificar os componentes relevantes do ambiente e, em
seguida, analisar quanto à situação de oportunidades ou ameaças para a
empresa.
Deve-se considerar que as oportunidades certas serão escolhidas se:
• o foco residir na maximização de oportunidades e não na minimização
das ameaças e de riscos;
• todas as principais oportunidades forem analisadas conjunta e
sistematicamente;
• compreenderem quais oportunidades se adaptam à atividade da
empresa;
• houver equilíbrio entre oportunidades (mediatas e de longo prazo).
O impacto de uma oportunidade ou uma ameaça pode ser muito forte para
a expectativa de uma empresa. Portanto, uma oportunidade devidamente
usufruída pode proporcionar um aumento dos lucros da empresa, enquanto ma
ameaça não administrada pode acarretar diminuição nos lucros previstos, ou
mesmo prejuízos para a empresa.
4.1.5. Tipos de oportunidades e ameaças
As oportunidades e ameaças ambientais podem ser classificadas conforme
o quadro a seguir:
Classificação das oportunidades e ameaças ambientais
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Natura is
De evolução
Sinérg icas
De Inovação
Natura is
Acei táveis
Inacei táveis
• Oportunidades Naturais: são as incorporadas à natureza da empresa.
• Oportunidades de Evolução: são proporcionadas à empresa através
da formação e consolidação gradativa de condições e circunstâncias
que tenderão concretizar uma vantagem definida e concreta. Neste
caso, o que vai distinguir uma empresa com ações estratégicas de outra
é a sua faculdade de perceber com a necessária sensibilidade e
antecedência o surgimento das condições necessárias à geração da
oportunidade.
• Oportunidades Sinérgicas: proporcionam situações complementares
e adicionais para a empresa. Normalmente, provocam modificações na
estrutura organizacional e exigem novo setor de conhecimento.
• Oportunidades de Inovação: normalmente modificam as
características econômicas fundamentais e a capacidade da empresa;
requerem grande esforço, recursos de primeira classe, dispêndios em
P&D e/ou grande investimento de tecnologia de ponta; apresentam
grande nível de risco para a empresa; são capazes de criar uma nova
indústria em vez de apenas um produto adicional.
• Ameaças Naturais: são incorporadas à natureza da empresa.
• Ameaças aceitáveis: são as que a empresa permite aceitar, sendo
importante analisar até que ponto a situação é aceitável.
• Ameaças inaceitáveis: são as que a empresa não se permite aceitar
devido a sua incapacidade em explorar uma situação de êxito quando
esta ameaça existir.
5. OBJETIVOS E DESAFIOS EMPRESARIAIS
Os objetivos funcionam como um potente motor que é capaz de
impulsionar a empresa e as pessoas que nela trabalham. Sem sua força
orientadora, dificilmente nos moveremos na direção certa.
Então, entendemos por objetivo um resultado que pretende-se alcançar.
O planejamento é decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira
fazer, quando e quem deve fazer, de forma flexível e fundamentada em
conhecimentos, estimativas e finalidades.
Surge aqui a necessidade de fazermos uma distinção entre objetivo e
desafio.
Objetivo, como já afirmamos, é o alvo ou meta que se almeja atingir.
O desafio é a quantificação, com prazos definidos, do objetivo
estabelecido.
5.1. Base dos objetivos das pessoas
Por ser uma pessoa jurídica, uma empresa não pode ter objetivos.
Normalmente se diz “objetivos da empresa”, mas é uma média ponderada dos
objetivos das pessoas que controlam a empresa.
Assim, o objetivo da empresa é o resultado da somatória e composição dos
objetivos de seus dirigentes. Como conseqüência, verifica-se que os objetivos da
empresa refletem, de forma ponderada, as diferentes motivações dos dirigentes
desta empresa.
Assim, é essencial que todos os funcionários da empresa conheçam os
objetivos da empresa e, os considere como seus também, ou seja, como seus
próprios objetivos pessoais.
A empresa só poderá alcançar seus objetivos quando todos os seus
funcionários tiverem alta capacitação e motivação em direção ao seus resultados
esperados.
5.2. Características dos objetivos e desafios
Os objetivos possuem as seguintes características principais:
• Hierárquicos: deve existir uma escala hierárquica dos objetivos,
demonstrando assim os objetivos principais, secundários, terciários etc.;
• Quantitativos: sempre que for possível eles devem ser expressos em
termos quantitativos ou operacionais;
• Realistas: os objetivos e desafios devem refletir o estado do ambiente,
da análise das oportunidades e ameaças do ambiente;
• Consistentes: Todos os objetivos devem ser consistentes;
• Claros, entendidos e escritos: Os objetivos devem ser claros e escritos;
• Comunicados: todos os envolvidos devem conhecer a finalidade e o
conteúdo dos objetivos;
• Motivadores: os objetivos e desafios devem propiciar uma situação de
motivação para facilitar as estratégias a serem desenvolvidas pelos
funcionários com vista a obter o seu alcance;
• Utilitários: os objetivos e desafios devem explicitar quem vai beneficiar-
se quando forem alcançados.
• Decisórios: os objetivos e desafios devem esclarecer as decisões
básicas envolvidas em seu processo;
• Operacionais: os objetivos e desafios devem visualizar os aspectos
básicos que devem ser realizados para o seu alcance.
5.3. Estabelecimento de objetivos e desafios
O estabelecimento de objetivos e desafios é básico para qualquer atividade
ou negócio, uma vez que, não se sabendo aonde se quer chegar com a empresa,
qualquer caminho servirá.
Os objetivos podem ser estabelecidos de diferentes formas, entre as quais
podem ser citadas:
a) Forma determinística – o objetivo é identificado numa situação precisa,
tal como: “Aumentar as vendas em 5% até o final do ano”.
b) Forma probabilística – o objetivo é apresentado como uma situação
provável de acontecer, tal como: “Não ter mais de 2% dos produtos
devolvidos por defeito”.
c) Forma qualitativa – o objetivo pode ser: “Melhorar a imagem da
empresa perante a comunidade”.
d) Forma logística – o objetivo pode ser apresentado como: “Adquirir o
controle acionário da principal concorrente”.
6. MISSÃO
Antes que as organizações determinem objetivos, elas precisam
estabelecer uma missão ou propósito global. Somente depois de estabelecida a
missão básica é que o objetivos, estratégias, programas, políticas e planos
específicos podem se encaixar.
Um aspecto essencial da missão de uma organização é identificar as
pessoas que serão os usuários finais dos serviços ou produtos. Todos os tipos de
organizações precisam estabelecer uma meta.
A noção de que as organizações podem ter uma missão reflete a visão de
que elas são mais simples que sistemas técnicos e administrativos. Elas são
instituições, com personalidade e propósito. Declarar missão de uma organização
é declarar sua razão principal e transcendental de existir. É identificar a função
que a firma desempenha para a sociedade, bem como seu caráter básico e sua
filosofia.
A principal virtude de se pensar claramente sobre a missão de uma
organização é que, conhecendo e sendo capaz de articular valores e propósitos
essenciais, contribui-se para a aquisição e manutenção da integridade ou
unificação da organização.
São diversas as maneiras para se definir a missão, porém existem alguns
pontos comuns que devem ser sempre considerados: segmentos-alvo, tecnologia,
escopo-geográfico, benefícios demandados x benefícios oferecidos, crenças e
valores dos dirigentes. Mas, acima de tudo é necessário que a missão tenha certa
flexibilidade, a fim de acompanhar as mudanças ambientais.
A missão da organização visa orientar a sua atuação futura, enquanto os
objetivos norteiam a evolução do seu desempenho competitivo. Ela deve ser
entendida como uma identificação a ser seguida, mas nunca algo específico a ser
alcançado.
Segundo MATOS :
Qualquer empresa existe para satisfazer
necessidades, daí sua referência essencial ser o cliente.
Sem ele, a empresa é uma mera abstração. Sem conhecê-
lo, suficientemente, condena-se à estagnação e ao
obsoletismo.
No estabelecimento da missão de uma empresa, alguns cuidados devem
ser tomados:
• não simplesmente explicar o que estão fazendo, pois tais definições não
cumprem a sua finalidade básica, ou seja, a de provocar decisões de
mudanças;
• não relacionar diretamente com os produtos e serviços oferecidos, pois
reduz, em muito, a amplitude da missão da empresa;
• não procurar definições curtas e objetivas em excesso, pois este
aspecto pode prejudicar a sua clareza e entendimento. Não estabelecer
também definições longas, que podem prejudicar a sua assimilação;
• não estabelecer uma frase definitiva para a missão da empresa, pois
esta não está isenta das mudanças no tempo e nas circunstâncias
internas e externas à empresa. A finalidade não é apenas definir a
missão, mas tornar-se capacitado a defini-la e redefini-la sempre que for
necessário, dento de um processo contínuo de observação e
pensamento. Portanto, o importante é que se tenha sempre uma
definição, então ter uma definição para sempre.
Conseqüência da falta de missão: a falta de um sentido claro dos valores
básicos e do caráter de uma companhia, a missão, facilita aos administradores
caírem numa tendência oportunística: a busca de planos tentadores e esquemas
que podem exigir competências diferentes daqueles que a organização possui e
que podem levar à dissipação dos recursos e a outras conseqüências em
detrimentos dos interesses das organizações.
7. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS
A estratégia surgiu com base no conceito militar, definida como a aplicação
de forças em larga escala contra algum inimigo. Em termos empresariais,
podemos definir a estratégia como a mobilização de todos os recursos da
empresa no âmbito global visando atingir os objetivos a longo prazo.
Segundo MATOS :
As empresas, explícita ou intuitivamente, possuem
estratégias administrativas, mercadológicas, financeiras,
tecnológicas, de recursos humanos, de formação de
imagem. O erro comum, que explica todos os seus
fracassos organizacionais, é não ter estratégia de
empresa. O sucesso efetivo advém e se consolida à
medida que a estratégia de empresa é consistentemente
conscientizada e coerentemente exercida.
O objetivo das estratégias é estabelecer quais serão os caminhos, os
cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para serem alcançados
os objetivos e desafios estabelecidos.
O termo estratégico significa a relação entre a empresa e o meio ambiente.
Este uso é mais específico e diferente do uso mais comum, no qual “estratégico”
indica “importante”. Dependendo de sua situação, a empresa pode achar que as
suas decisões operacionais são mais importantes que suas decisões estratégicas.
No contexto organizacional, a estratégia está relacionada à arte de utilizar
adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a
minimização dos problemas e a maximização das oportunidades.
Segundo ANSOFF, DECLERCK E HAYES :
As decisões estratégicas dizem respeito ao
estabelecimento da relação entre a firma e seu meio
ambiente. Em outras palavras, preocupam-se com a
maneira pela qual a empresa se relaciona com o ambiente
novo e dinâmico para garantir sua sobrevivência e
crescimento.
A Administração Estratégica envolve a organização como uma totalidade. A
estratégia é um meio para alcançar objetivos organizacionais. Os objetivos são de
longo prazo. É mais voltada para o nível institucional da organização.
A Administração Estratégica não pretende tomar hoje decisões sobre o
futuro, mas tomar hoje decisões tendo em mente o futuro.
8. POLÍTICAS EMPRESARIAIS
Como base para o processo decisório, no planejamento estratégico
existem as políticas que representam parâmetros ou orientações que facilitam a
tomada de decisões do executivo.
Políticas são parâmetros ou orientações que facilitam a tomada de decisão
pelo administrador.
Diretrizes representam o conjunto das grandes orientações da empresa, ou
seja, objetivos, estratégias e políticas.
Assim, as políticas procuram refletir e interpretar os objetivos e desafios,
bem como estabelecer limites ao planejamento estratégico desenvolvido. Fica
também evidente que as políticas são aplicadas em situações repetitivas da
situação considerada.
Desta forma, uma política empresarial procura estabelecer as bases sobre
como os objetivos e desafios são alcançados; e procura mostrar às pessoas o
que elas poderiam ou não fazer para contribuir para o alcance dos objetivos e
desafios da empresa.
As políticas devem ter algum grau de flexibilidade, pois algumas empresas
que obtiveram grande sucesso parecem ter desrespeitado certas regras ou
políticas básicas estabelecidas; e outras nem tiveram plano de políticas bem
estruturado.
9. PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO
Após o estabelecimento dos objetivos, desafios, estratégias e políticas, o
último passo do plano prescritivo do planejamento estratégico corresponde à
identificação, estruturação e posterior administração dos projetos necessário ao
desenvolvimento do planejamento estratégico proposto.
O projeto pode ser considerado um trabalhado com datas de início e
término previamente estabelecidas, coordenador responsável, resultado final
predeterminado e no qual são alocados os recursos necessários ao seu
desenvolvimento.
O estabelecimento dos projetos proporciona ao executivo condições de
identificar e operacionar os planos de ação que a empresa irá desenvolver com o
objetivo de alcançar os resultados esperados e enfocados pelo planejamento
estratégico.
10. CONTROLE E AVALIAÇÃO
O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo
de planejamento é acompanhar o desempenho do sistema, através da
comparação entre as situações alcançadas e as previstas, principalmente quanto
aos objetivos e desafios, e da avaliação das estratégias e políticas adotadas pela
empresa. Neste sentido, a função controle e avaliação é destinada a assegura
que o desempenho real possibilite o alcance dos padrões que foram
anteriormente estabelecidos.
Controle pode ser definido como uma função do processo administrativo
que, mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procura
medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de
realimentar os tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar
esse desempenho ou interferir em funções do processo administrativo, para
assegurar que os resultados satisfaçam às metas, aos desafios e aos objetivos
estabelecidos.
O produto final do processo de controle é a informação. Portanto, o
executivo deve procurar estabelecer um sistema de informação que permita
constante e efetiva avaliação dos objetivos, desafios, estratégias e projetos.
Antes de iniciar o controle e avaliação dos itens do planejamento
estratégico deve-se estar atento a determinados aspectos de motivação,
capacidade, informação e tempo.
Entretanto, deve-se estar ciente de que existe dificuldade natural na
avaliação dos resultados efetivos do planejamento estratégico, ou seja, o que
realmente mudou e em que a empresa realmente melhorou a partir da adoção do
planejamento estratégico.
CONCLUSÃO
Concluo com a mesma observação com que comecei.O valor do
planejamento para os administradores esta mais na sua participação no processo
do que na utilização do seu produto.Tal participação estimula o desenvolvimento
de uma compreensão mais profunda da empresa e de seu ambiente e força a
formulação e avaliação sistemáticas de alternativas, as quais ,de outra
,maneira,não seriam examinadas.Ele da vazão a muita criatividade que,
geralmente, é reprimida pela rotina e pela necessidade de solucionar crises.
Há mais de dois mil anos, Sun Tzu (400 – 320 A.C.) percebeu o valor do
planejamento, que não mudou desde aquela época :
“Com muitos cálculos pode-se vencer;
com poucos não se pode.Que chances a menos de
vitória tem quem não faz nenhum cálculo!”
Como diz Michael Porter, a falta de estratégia é a verdadeira razão para
crise das empresas.
O planejamento traça o caminho para a empresa alcançar seus objetivos. É
planejando que a empresa consegue organizar seu negócio, identificar e tirar o
melhor proveito das oportunidades com que se depara constantemente.
Podemos, então, concluir que uma boa estratégia bem implementada trará
sucesso à organização. Entretanto, uma boa estratégia mal implementada
acumulará uma série de problemas antes de oferecer algum resultado positivo.
Também uma estratégia inadequada, implementada de forma a tentar contornar-
se as suas deficiências, atravessará um momento desgastante para a empresa
até que se prove o fracasso definitivo.
O planejamento estratégico deve considerar a empresa como um todo e
não apenas um de suas partes. É para esse efeito que as organizações adotam
estratégias que possam proporcionar aos seus clientes mais valor do que a
concorrência, aproveitando as potencialidades dos recursos à sua disposição.
Concluímos que a estratégia é pois essencial ao sucesso de qualquer
organização, uma vez que define a natureza da relação entre a empresa, os
clientes e a concorrência.
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltara ao seu tamanho
original”
Albert Einstein
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico :
conceitos, metodologia e práticas. 14. ed. São Paulo : Atlas, 1999.
________. Estratégia Empresarial; uma abordagem empreendedora. 2. ed.
São Paulo : Atlas, 1999.
________. Excelência na administração estratégica. São Paulo : Atlas, 1999.
MILLS, D. Q. O renascimento da empresa. Rio de Janeiro : Campus, 1998.
ACKOFF, Russel L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro : LTC, 1981.
ANSOFF, H. Igor; DECLERCK, Roger P. & HAYES, Robert L. Do Planejamento
Estratégico à Administração Estratégica. São Paulo : Atlas, 1997.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 10
1.CONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO............................................................................................ 12
2.PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 15
2.1.PRINCÍPIOS GERAIS DE PLANEJAMENTO ................................................................................................. 15 2.2.PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO PLANEJAMENTO......................................................................................... 18
2.2.1Planejamento participativo............................................................................................................ 18 2.2.2. Planejamento coordenado ........................................................................................................... 18 2.2.3. Planejamento integrado............................................................................................................... 19 2.2.4. Planejamento permanente............................................................................................................ 19
3. TIPOS DE PLANEJAMENTO ................................................................................................................ 21
3.1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............................................................................................................. 22 3.2. PLANEJAMENTO TÁTICO ....................................................................................................................... 22 3.3. PLANEJAMENTO OPERACIONAL ............................................................................................................ 23 3.4. DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE OS TRÊS TIPOS DE PLANEJAMENTO .......................................................... 23 3.5. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS NÍVEIS ESTRATÉGICO E TÁTICO ................................................. 26
4. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO.......................................................................................................... 31
4.1. OS COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO .............................................................................. 33 4.1.1. Visão da Empresa ........................................................................................................................ 33 4.1.2. A análise externa e interna da empresa....................................................................................... 33 4.1.3. Análise dos concorrentes ............................................................................................................. 36 4.1.4. Variáveis externas: ...................................................................................................................... 37 4.1.5. Tipos de oportunidades e ameaças .............................................................................................. 38
5. OBJETIVOS E DESAFIOS EMPRESARIAIS ...................................................................................... 41
5.1. BASE DOS OBJETIVOS DAS PESSOAS ...................................................................................................... 41 5.2. CARACTERÍSTICAS DOS OBJETIVOS E DESAFIOS .................................................................................... 42 5.3. ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E DESAFIOS ..................................................................................... 43
6. MISSÃO ..................................................................................................................................................... 45
7. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS ......................................................................................................... 49
8. POLÍTICAS EMPRESARIAIS................................................................................................................ 52
9. PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO........................................................................................................ 54
10. CONTROLE E AVALIAÇÃO............................................................................................................... 56
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 59