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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADU AÇÃO “LATO SEN SU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA EDUCAÇÃO Por: Karoline We yll Ramos Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA EDUCAÇÃO

Por: Karoline Weyll Ramos

Orientador

Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA EDUCAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência

do Ensino Superior

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AGRADECIMENTOS

.... aos amigos e parentes que me

incentivaram nesta caminhada. E em

especial a minha irmã, pois ela foi de

extrema importância neste trabalho.

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DEDICATÓRIA

.... dedica-se ao pai, mãe, irmã e Carlos

Frederico.

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RESUMO

Este trabalho trata-se de um estudo de caso que pretende relatar

como a aplicação de Dinâmicas de Grupo pode influenciar na vida escolar

e/ou profissional destes futuros discentes.

A Dinâmica de Grupo procura fazer com que os indivíduos se

aproximem aprendendo a ter uma melhor convivência.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’ s, 1998:

“Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação

de atitudes - enfrentar desafios, lançar-se à busca de soluções,

desenvolvimento da crítica da intuição da criação de estratégias da

possibilidade de alterá-los quando o resultado não é satisfatório - necessárias

para a aprendizagem...”

Através da aplicação das dinâmicas de grupo podemos facilitar a

convivência em grupos, possibilitando a integração de pessoas e uma melhor

formação pessoal dentro da companhia de indivíduos. Este trabalho tem como

objetivo mostrar a importância das dinâmicas de grupo nos meios de trabalho,

família, grupos de amigos e na vida escolar.

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METODOLOGIA

Este trabalho monográfico foi desenvolvido a partir de pesquisa

bibliográfica, levando em consideração vivências adquiridas no decorrer da

faculdade, dos cursos e até mesmo ambiente de trabalho.

Busca-se mostrar um pouco da história da Dinâmica de Grupo e seus

benefícios aos profissionais de educação.

Acreditando na possibilidade de aprendermos a conviver melhor em

grupos, esta monografia adota a metodologia de estudo de caso, observando

como devemos aprimorar nossos métodos e habilidades no convívio humano,

através da dinâmica de grupo.

Através desse trabalho o profissional da educação e áreas afins poderá

verificar como a dinâmica de grupo pode influenciar num melhor aprendizado

da vivência de grupos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 11

O Surgimento da Dinâmica de Grupo

1.1- O Surgimento da Dinâmica de Grupo no mundo 11

1.2 - O Surgimento da Dinâmica de Grupo no Brasil 17

CAPÍTULO II 21

O Relato das Dinâmicas de Grupo 21

2.1- Interação do grupo 22

2.2 -Trabalho em equipe 22

2.3 - Amigo oculto 23

2.4 – Bexigas 23

2.5 - O feitiço virou contra o feiticeiro 24

2.6 – Discussão de problemas 24

CAPÍTULO III 26

A Influência das Dinâmicas de Grupo na vida escolar 26

3.1- A educação 27

3.2 –O aluno e a sala de aula 29

3.3 – A Dinâmica de Grupo na educação 30

3.4 – A Influência de algumas profissões na Dinâmica de Grupo 32

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 38

ANEXOS 39

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INTRODUÇÃO

A todo instante vivemos com vários indivíduos, seja na família, no

trabalho, na escola, na faculdade, enfim, na sociedade.

A dinâmica de grupo é um conjunto de técnicas muito usado em

programas de educação, treinamentos, sensibilização com o objetivo de

desenvolver habilidades humanas em relações entre pessoas e facilitar o

aprendizado.

A grande maioria das pessoas, provavelmente, ouviu falar em dinâmica

de grupo quando foi fazer alguma seleção numa empresa. Mas não somente

neste momento ocorre a dinâmica de grupo. De acordo com Albigenor & Rose

Militão na obra “Jogos, dinâmicas & vivências grupais” , toda atividade que se

envolve em grupo com o objetivo de aprender, integrar, desinibir, refletir,

divertir, apresentar, promover o conhecimento, incitar à aprendizagem,

competir e aquecer, pode ser denominada dinâmica de grupo.

O interesse científico pela Dinâmica Grupal, um ramo da Psicologia

Social, surgiu no século XX. Os estudos pioneiros de Kurt Lewin e de seus

discípulos, sobre a Teoria de Campo, praticamente marcaram o aparecimento

da Dinâmica de Grupo. Jacob Lev Moreno também contribui significativamente,

através do modelo psicodramático para esses estudos.

A cultura e o estilo de vida norte-americano, de tradição e filosofia

democrática, proporcionaram o interesse pelo estudo de grupos. A partir da

década de 30, a contribuição de pesquisadores europeus tem sido de extrema

importância.

No Brasil, devido à aversão a pesquisa ou devido à tradição e à cultura

sociopolítica do povo, pouco se tem feito a respeito desse estudo .

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A dinâmica de Grupo desenvolve e pesquisa experiências e estudos

sobre a psicologia dos grupos. Com isso, foi possível estudar o comportamento

de grupos em diversas áreas. Sociólogos, psicólogos, economistas,

publicitários, pedagogos, entre outros contribuíram na elaboração dessa teoria.

Para se ter um melhor convívio na sociedade, poderíamos ter um

contato maior com o aprendizado da dinâmica de grupo. Talvez, esta disciplina

também pudesse ser parte das grades curriculares de nossas faculdades, não

somente da pós-graduação.

Referindo-se às faculdades que tem como finalidade o trabalho com

pessoas, por exemplo, licenciaturas, psicologia, serviço social, entre outras.

Enfim, áreas que trabalham diretamente com os seres humanos e seus

comportamentos.

Procura-se trabalhar o indivíduo em todos os seus convívios, na

escola, família, grupo de amigos, pois segundo Minicucci:

“As descobertas clínicas de Freud parecem ter

demonstrado até que ponto o ser humano é marcado por

seu meio, sobretudo por seu meio familiar, e como os

primeiro anos de vida de um indivíduo, por menos

traumatizados que sejam, impõem determinismos a seu

desenvolvimento emotivo e social”. (Minicucci, 2002,

p.15)

Mostra-se a importância do convívio familiar e escolar, principalmente

quando estes caminham juntos, a partir de um acompanhamento da criança

em todo o seu estágio escolar, enfatizando a necessidade de profissionais da

educação de lidar com essa vivência através da dinâmica de grupo.

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Dando continuidade aos estudos escolares, chega-se à importância da

dinâmica de grupo na vida profissional, não deixando de mencionar os

profissionais pioneiros nesse estudo. Assim, tenta-se verificar o grande valor

da dinâmica na vida das pessoas.

Este trabalho está dividido em três capítulos onde, primeiramente,

comenta-se o surgimento da Dinâmica de Grupo, no mundo e no Brasil,

expondo fatos importantes que contribuíram para sua existência. No segundo

capítulo, estão descritas as dinâmicas de grupo vivenciadas por uma turma de

pós-graduação. E finalmente, no terceiro capítulo fala-se sobre a influência da

Dinâmica de Grupo na vida escolar e/ou profissional das pessoas.

Pretendo, pois, verificar: Como a dinâmica de grupo pode influenciar

em um melhor aprendizado da vivência em grupos?

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CAPÍTULO I

O Surgimento da Dinâmica de Grupo

“Hoje é outro dia. Quando abro cada manhã a janela do meu quarto, é como se abrisse o mesmo livro numa página nova...”

Mario Quintana

1.1 – O Surgimento da Dinâmica de Grupo no Mundo

Desde o surgimento da humanidade que os jogos existem. Por

conseqüência, a dinâmica de grupo no formato de brincadeiras e jogos também

surgiu bem antes de qualquer estrutura organizacional de empresas e

sociedade.

Na verdade, toda atividade que se desenvolve com um grupo que tem

como objetivo integrar, divertir, refletir, aprender, desinibir, apresentar,

promover o conhecimento, competir e/ou incitar à aprendizagem, pode ser

denominada dinâmica de grupo. Desta forma, pode-se dizer que a todo

instante possibilita-se a dinâmica de grupo, pois o ser humano vive em grupos,

sejam estes menores, família ou turma de amigos, ou maiores, escola ou

sociedade.

O interesse científico pela Dinâmica Grupal, um ramo da Psicologia

Social, surgiu no século XX.

Durante o século XIX, através de avanços nas ciências humanas, que

a sistematização da Dinâmica de Grupo surgiu. Três fatos científicos

contribuíram para isto. São eles:

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1839: O pensador francês Augusto Comte cria o termo

sociologia, socius = companheiro, logia = estudo, definindo

assim uma nova ciência da sociedade.

1879: O psicólogo alemão Wihelm Wundt cria o primeiro

laboratório de psicologia.

1895: O cientista francês Gustavo Le Bon (1841-1931)

apresenta a proposição básica para o entendimento de uma

psicologia social.

Essa proposição serviu de parâmetro para o estudo da Psicologia de

Grupo publicado por Freud em 1921.

Alguns acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos da América

contribuíram para a consolidação da Dinâmica de Grupo:

Trabalhos de Dr. Pratt – O médico Joseph Pratt, em 1905 num

sanatório de Boston, introduziu em seus pacientes tuberculosos uma

metodologia de trabalho chamada de “classes coletivas” . Essas

classes tinham como finalidade acelerar a recuperação física dos

doentes mediante uma série de medidas sugestivas que eram

administradas através de informações técnicas sobre a doença e

dentro de um clima de uma cooperação grupal. Desta forma, Pratt se

tornou o primeiro a utilizar, de forma sistemática e deliberada, as

emoções coletivas com fins terapêuticos.

Um exemplo dessa tendência terapêutica, conhecida por muitos,

é uma organização, iniciada por volta de 1935, chamada de Alcoólicos

Anônimos (AA).

Experiências de Hawthorne - A Western Eletric era uma

companhia norte-americana que fabricava equipamentos para

empresas telefônicas. No período entre 1927 e 1932 foram realizadas

pesquisas em uma das fábricas da Western Electric Company,

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localizada em Hawthorne, distrito de Chicago. A fábrica empregava em

torno de 40 mil pessoas e as experiências realizadas tinham como

objetivo detectar de que modo fatores ambientais, como a iluminação

do ambiente de trabalho, podiam influenciar a produtividade dos

trabalhadores. Essas pesquisas foram administradas pelo australiano

Elton Mayo. Uma das experiências seguiu da seguinte forma: Reduziu-

se a iluminação na sala experimental. Esperava-se uma queda na

produção, mas o resultado foi o oposto, a produção na verdade

aumentou. Deste modo não foi possível estabelecer uma co-relação

simples e direta entre a intensidade da iluminação e o ritmo de trabalho

dessas pessoas. As causas do desempenho estavam no

comportamento humano e não em fatores externos.

Psicoterapia de Grupo – Em 1931, Jacob Levy Moreno introduziu

o termo Psicoterapia de Grupo, dando início à união de Psicoterapia de

Grupo Científico. Neste período, em Nova Iorque, começaram dois

movimentos de pequenos grupos para tratamento de transtornos

psíquicos, um deles foram trabalhos psicodramáticos iniciados por

Moreno e outro iniciado por Samuel R. Slavson, a Grupoterapia ativa.

O modelo psicodramático de Moreno representou uma revolução nos

tratamentos psicoterápicos de grupos humanos.

Pode-se dizer que a maior contribuíção de Moreno para a Dinâmica de

Grupo foi a introdução do termo tele. Tele indica encontro humano, fator da

sociometria, uma outra criação de Jacob Levy Moreno.

Esse sentido de tele proporcionou a Moreno o psicodrama como

método terapêutico. O psicodrama consiste em possibilitar o resgate da

espontaneidade, que todos possuem na infância e perde-se ao longo da vida,

através do jogo dramático.

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De 1936 a 1968, Moreno lecionou na Universidade de Nova Iorque,

fundando a Associação Internacional de Psicoterapia de Grupo, que suscita

rivalidades com Slavson que funda outra assoaciação com o mesmo nome.

Em 1954, em Toronto, no Canadá, tem lugar o primeiro Congresso

Internacional de Psicoterapia de Grupo.

O modelo terapêutico de Slavson possui uma abordagem individialista,

minimizando, assim, a Dinâmica de Grupo. Fazia uma abordagem do indivíduo

em grupo.

A cerca de 1930, Slavson estabeleceu a atividade de terapia de grupo

numa instituição de crianças e adolescentes.

Em 1948, Slavson fundou a Americam Group Psycotherapy

Association, e em 1951, a revista International Journal of Group Psycotherapy.

Nos Estados Unidos da América, Slavson é reconhecido como um dos

maiores personagens do movimento de psicoterapia de grupos.

Primeiro laboratório de Dinâmica de Grupo – Somente em

1944 que o termo “Dinâmica de Grupo” foi consagrado oficialmente por

Kurt Lewin, através de sua Teoria de Campo. Em 1945, Lewin funda, a

pedido do Instituto Tecnológico de Massachusets – Massachusets

Institute of Technology (M.I.T) – o primeiro centro de estudos dedicado

especificamente à Dinâmica de Grupo.

A Teoria de Lewin contribuiu para reviver o conceito do homem como

um complexo campo de energia, motivado por forças fisiológicas e conduzindo-

se de maneiras seletiva e criadora.

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Para melhor explicar a motivação do comportamento humano, Lewin

elaborou a Teoria de Campo. O comportamento humano depende não só do

passado ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente.

Segundo a definição de Kurt Lewin, a Teoria de Campo não é uma

teoria no sentido habitual, esta possui um método de análise das relações

causais e de elaboração dos construtos científicos. Está intimamente ligada à

Teoria de Gestalt.

A Teoria de Campo baseia-se em duas suposições fundamentais:

O comportamento é derivado da totalidade de fatos coexistentes

ao seu redor. Esses fatos tem o caráter de um corpo dinâmico, no qual

cada parte do campo depende de uma interação-relação com as

demais outras partes;

O comportamento humano não depende somente do passado ou

do futuro, porém do campo atual e presente.

Seguem alguns conceitos de base da Teoria de Campo:

O espaço da vida são todos os fatos que existem para o indivíduo

ou grupo num exato momento;

Constituem conceitos dinâmicos essenciais para analisar

comportamento: a energia, a tensão, a necessidade, a valência e o

vetor;

A percepção, a ação e a recordação são meios pelos quais as

tensões se igualam;

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A aprendizagem que provoca várias mudanças como adquirir

novos gostos ou aversões, ou mudança do grau de pertinência do

grupo, por exemplo, assimilar novas culturas.

Lewin propõe a seguinte equação para explicar o comportamento

humano:

C = f (P, M)

Onde:

* C é uma função f;

* P é pessoa;

* M é meio ambiente.

C é o resultado da interação entre a pessoa P e o meio ambiente M que

a rodeia.

Ambiente comportamental ou Ambiente Psicológico é o meio ambiente

percebido ou interpretado pelo indivíduo. É relacionado de acordo com as

necessidades da pessoa. Alguns objetos, pessoas ou situações, podem adquirir

valência no ambiente psicológico, determinando, assim, um campo dinâmico de

forças psicológicas.Quando podem ou promentem satisfazer necessidades

presentes dos indivíduos esses objetos ou pessoas ou situações adquirem uma

valência positiva, quando podem ou prometem ocasionar algum dano ou

prejuízo para o indivíduo esses adquirem valência negativa.

Quando há a valência positiva, os objetos, pessoas ou situações atraem

o indivíduo, quando há a negativa, estes o repelem.

A atração é a força ou vetor dirigido para o objeto, pessoa ou situação;

a repulsa é a força ou vetor que o leva a se afastar do objeto, pessoa ou

situação, tentando escapar.

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Um vetor tende a produzir locomoção numa certa direção. Quando

dois ou mais vetores atuam sobre uma mesma pessoa, ao mesmo tempo, a

locomoção é uma resultante de forças. Às vezes, a locomoção produzida pelos

vetores pode ser impedida ou completamente bloqueada. Este impedimento se

dá através da fuga ou da repulsa em relação ao objeto, pessoa ou situação.

Esta barreira não tem valência por si mesma e não exerce nenhuma força, esta

oferece resistência sempre que alguma força é exercida sobre ela. Quando a

barreira é rígida, ela exige do indivíduo, tentativas de exploração para

ultrapassá-la. Quando não há possibilidade de ultrapassá-la, o indivíduo

adquire valência negativa.

Para Lewin, toda necessidade cria no indivíduo um estado de tensão,

uma predisposição à ação sem nenhuma direção específica.

Lewin, mapeou o espaço vital do indivíduo juntamente com uma

análise vetorial, para indicar a força dos motivos de seu comportamento,

desenvolvendo uma série de experimentos sobre motivação , satisfação e

frustração, os efeitos da liderança autocrática e democrática em grupos de

trabalhos, entre outros.

1.2 – O Surgimento da Dinâmica de Grupo no Brasil

O Surgimento da Dinâmica de Grupo no Brasil ocorreu no início de

1960, pelo professor Pierre Weil. Sua experiência ocorreu no Departamento de

Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais, S.A. Esse

trabalho teve como objetivo integrar técnicas de treinamento em Relações

Humanas, num grupo de formação e aperfeiçoamento de chefes. Participaram,

também, desse trabalho os professores Karl Frost e Célio Garcia.

Pierre Weil encontra-se até hoje como presidenta da Fundação Cidade

de Paz e reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília – UNIPAZ.

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Em 1962, houve a introdução da técnica “Sensitivity Training” ,

coordenado por Fela Moscovici. E, também neste ano, a publicação do livro do

professor Arthur Rios, “A Educação dos Grupos”, Ministério da Saúde.

Foi em 1965 que Fela Moscovici fez a primeira publicação sobre a teoria

e prática dos grupos T, “T Group” – Training Group, através do livro

“Laboratório de Sensibilidade- um estudo exploratório”. E a segunda

publicação foi feita por Pierre Weil, “Dinâmicas de Grupos e Desenvolvimento

de Relações Humanas”.

O Laboratório de Relações Humanas foi organizado em 1966, no Rio de

Janeiro, na Universidade Pontifícia Católica – PUC/RJ – por Fernando Melo.

Em 1967, João Eurico Matta publica, no boletim da Universidade Federal

da Bahia – UFBA , o artigo “Laboratório de Sensibilidade Social” e, neste

mesmo período, em São Paulo acontece o terceiro Congresso Inter-Americano

de Administração de Pessoal. As técnicas de Dinâmica de Grupo no Brasil

surgem através das principais escolas de Administração de Empresas.

Ao longo das décadas de 60 e 70, surgem inúmeras publicações sobre o

tema Dinâmica de Grupos, assim, como grupos de estudos, a exemplo, o

GEPASA, Grupo de Estudos de Psicologia Social Aplicada.

Em 1973, várias empresas aderiram ao método do Laboratório em

Grupo, dentre elas: Petrobrás, Shell, Banco Lavoura de Minas Gerais,

Fundação Ford, entre ouras.

Na década de 80 são criados grupos para estudar o comportamento

humano. Em 1982, inicia, em Curitiba, o Grupo de Formação de Especialistas

em Desenvolvimento Interpessoal, coordenado por Fela Moscovici. Em 1983,

esse Grupo também é criado em Porto Alegre e Brasília.

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Ainda em 1983, é criado Grupo de Estudos Regional Sul (GERS), e em

1986, funda-se a Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupo, SBDG. A partir

de 1996, a SBDG começa a ter programação científica mais constante e

palestras são realizadas por profissionais, sendo, posteriormente, publicados

cadernos da SBDG, com o intuito da divulgação dos trabalhos realizados por

esta instituição.

Na verdade, no Brasil a pesquisa é pouco valorizada, como afirma

Agostinho Minicucci: “No Brasil, pouco se tem feito nesse campo, talvez pela

natural aversão à pesquisa ou talvez pela tradição e cultura sociopolítica de

nosso povo” (Minicucci, 2002, p.12). Com isso, existem várias bibliografias

traduzidas de obras americanas, francesas, italianas, argentinas, mas muito

pouco foi realizado em nosso país.

Deve-se destacar que somente foi praticada a pesquisa em Dinâmica de

Grupo aqui no Brasil em lugares onde foi possível romper as barreiras

tradicionais. Segundo Minicucci:

“A pesquisa em dinâmica de grupo foi facilitada onde

havia disposição para romper as barreiras tradicionais

entre os departamentos de ciências sociais de escolas

especializadas, bem como entre uma e outra disciplina. È

de se notar que o primeiro trabalho de dinâmica de grupo

foi efetuado com a colaboração de psicólogos,

nutricionistas, assistentes sociais e engenheiros

industriais.” (Minicucci, 2002, p.12)

O professor Lauro de Oliveira Lima também contribuiu para a pesquisa

da dinâmica de grupo no Brasil. Seus trabalhos baseiam nos princípios de Jean

Piaget e defende que a dinâmica de grupo deve fazer parte do currículo das

universidades. Este afirma: “Ensinar-lhes novas técnicas didáticas e proibir nas

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escolas superiores a oratória, a sebenta e as apostilas, substituindo-as por

debates, dinâmica de grupos, biblioteca e laboratórios” (Lima, 1969, p.68).

Lima refere-se neste parágrafo à formação de professores.

È necessário ressaltar que na Revista Nova Escola, junho/julho 2006, na

reportagem “Parceiros na Aprendizagem”, evidenciou-se os trabalhos através

das dinâmicas, informando a importância de suas práticas do trabalho

conjunto. “Os encontros eram marcados por dinâmicas nas quais os

participantes percebiam a importância do trabalho conjunto” (Revista Nova

Escola, edição Junho/Julho, 2006, p.36).

A reportagem trata da relação escola-família, enfatizando o trabalho em

conjunto. E para isso, a escola utilizou-se de trabalhos com dinâmicas para

aproximar a comunidade da escola.

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CAPÍTULO II

O Relato das Dinâmicas de Grupo

“Não se trata de abandonar o universo do imaginárioem favor do universo da realidade...

mas antes definir os meios pelos quaiso indivíduo pode adquirir

um completo domínio de uma situação,vivendo nas duas vias

e capaz de passar de uma para a outra.”

Jacob Levy Moreno

Cada dinâmica de grupo terá um título, a descrição do material utilizado,

o número de participantes, o objetivo e a descrição de como ocorreu, e

finalmente, haverá um comentário sobre cada dinâmica.

È necessário deixar claro que cada uma destas dinâmicas pode ser

adaptada de acordo com a necessidade do grupo. Cabe ao dinamizador

estudar o grupo e adaptá-las da forma que achar melhor.

Segue a ordem as Dinâmicas de Grupo:

Interação do Grupo;

Trabalho em equipe;

Amigo Oculto;

Bexigas;

O feitiço virou contra o feiticeiro;

Discussão de problemas.

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2.1 – Interação do Grupo

As impressões que cada um teve do outro, à primeira vista, puderam ser

confirmadas ou desmistificada.

Posteriormente, verificou-se que as pessoas foram falando o que

pensavam ou o que achavam ser verdade sobre as outras.

Foi possível verificar que erramos ao julgar as pessoas pelas aparências

ou até mesmo por seus atos no ambiente comum.

Esta dinâmica proporcionou ao grupo um melhor convívio, melhorando o

relacionamento ao longo do curso e desfazendo alguns mitos .(Vide anexo 1).

2.2 – Trabalho em Equipe

As reações são diversas. Algumas pessoas não reconheceram a sua

própria folha, o desenho que ela fez inicialmente tomou um rumo tão diferente

do que esta havia imaginado que ficou difícil reconhecer seu “próprio trabalho”.

Esta situação pode ocorrer na vida quando, por exemplo, alguém se

ausenta do emprego. O trabalho que esta pessoa iniciou pode ser modificado

por outra que ocupar seu lugar, temporariamente. Quando esta retorna pode

não reconhecer seu próprio trabalho e a seus olhos este pode ter melhorado ou

piorado, tendo que, algumas vezes, aceitar sem poder contestar.

Esta dinâmica contribui para que as pessoas repensem sobre seus atos

ou pensamentos. Pois para a pessoa que deu continuidade a trabalhos já

iniciados pode não levar em consideração os objetivos iniciais ou até mesmo

ter visões diferentes das anteriores.

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Outra situação a ser pensada, são os trabalhos em equipe. Por muitas

vezes trabalhos são continuados sem que se possa interferir, tendo que ser

aceita esta continuidade. (Vide Anexo 2).

2.3 – Amigo Oculto

Aconteceu do grupo por várias rodadas ficar trocando presentes abertos,

pois houve um grande interesse por dois ou três presentes já vistos. À medida

que a pessoa desistia da disputa do presente aberto, ela escolhia outro

fechado e prosseguia o sorteio.

Nesta dinâmica pode ser verificada a persistência do participante e por

quanto tempo este luta por alguma coisa que deseja. Essa informação pode

ser transferida para sua própria vida. Pode-se observar bastante o

comportamento humano em algumas situações.

Este tipo de Amigo Oculto privilegia o último participante, pois ele pode

escolher qualquer presente já conhecido ou optar pelo que ainda não foi

aberto.

Não havia presenciado brincadeira desse tipo. A surpresa foi tamanha,

pois dificilmente encontramos situações onde o último é o privilegiado. (Vide

Anexo 3).

2.4 – Bexigas

Algumas pessoas receberam mais de uma bexiga depois que a primeira

estourou.

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Cada sopro dado pela pessoa representava que seu fato ruim

acontecido estava sendo jogado fora. Realmente as pessoas pensavam que

estavam liberando essa energia ruim, pois ao final da dinâmica algumas

comentaram que estavam se sentindo mais leves, mais aliviadas.

Essa dinâmica foi realizada no primeiro encontro da turma no ano novo,

2006. Logo, todos pensaram em situações ruins ocorridas no ano anterior, o

ano que havia terminado. Essas pessoas estavam “prontas” para recomeçar

uma nova luta. (Vide Anexo 4).

2.5 – O feitiço virou contra o feiticeiro

As pessoas não acreditam no que estão ouvindo. No caso da turma,

eram aproximadamente dez meses de convivência, logo a intimidade e

amizade eram grandes. Foi divertido ver as fisionomias constrangidas com as

tarefas que todos pensaram que o outro teria que realizar.

De acordo com a turma, essa dinâmica foi a mais divertida. O

entusiasmo foi tanto que até fotos foram tiradas. (Vide Anexo 5).

2.6 – Discussão de problemas

Algumas duplas pareciam que tinham sido escolhidas de

propósito, pois o assunto que afligia uma pessoa já havia acontecido com a

outra. Logo a ajuda foi de muita valia.

De qualquer forma cada um pôde expor sua opinião.

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Ao final da dinâmica, pessoas comentaram que esses assuntos

mexeram com seus sentimentos, elas ficaram tristes e angustiadas. Antes

estavam se sentido bem e posteriormente, não. (Vide Anexo 6).

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CAPÍTULO III

A Influência das Dinâmicas de Grupo na vida escolar

“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe;Fazer é demonstrar que você sabe.Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.”

Richard Bach

A obra de Albigenor & Rose Militão, O livro “Jogos, dinâmicas e

vivências Grupais”, informa que dinâmica de grupo é toda atividade que tem

como objetivo aprender, integrar, desinibir, refletir, divertir, apresentar,

promover o conhecimento, incitar à aprendizagem, competir e aquecer.

Por algumas das ações citadas acima, podemos concluir que a sala de

aula nos proporciona a cada instante uma dinâmica de grupo, pois cada

docente que ali leciona tem como objetivos: promover o conhecimento,

aprender, incitar à aprendizagem, divertir. E por parte dos educandos, mesmo

que inconscientemente, há competição.

Toda vez que o professor passa o conteúdo ao seu aluno, ele promove

o conhecimento e incita à aprendizagem. Podendo usar de formas lúdicas para

ensinar e divertir ao mesmo tempo. E através das avaliações quantitativas,

notas, seus alunos “provocam” uma competição entre si.

Abigenor e Rosa Militão escrevem:

“Viver é aprender. Para aprender é preciso o querer, é

preciso viver a vontade para a busca desse aprendizado.

Aprender é perceber e percepção varia de pessoa para

pessoa e, numa mesma pessoa o nível dessa percepção

pode alterar.-se. Dependendo do contexto, do momento,

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do nível de interesse, a pessoa pode estar ou não mais

propensa a aprender.“ (Militão, 1999, p.89)

A dinâmica da aprendizagem se dá através de interações recíprocas,

nas quais alunos e professores estabelecem relações sociais e afetivas. Na

sala de aula estas relações se orientam para promover e efetivar a

aprendizagem formal.

A aprendizagem é um processo onde o indivíduo adquire, ao longo de

sua existência, os conhecimentos necessários para sua participação na

sociedade.

Pode-se dizer que a matéria-prima da aprendizagem é o conhecimento.

A construção e utilização desses conhecimentos são asseguradas pela

educação. Esta, por sua vez, constitui um sistema que promove a

transformação do indivíduo e da sociedade.

3.1 – A educação

Através do interesse da pedagogia pelo grupo da aprendizagem e

desenvolvimento do pensamento foi possível trazer as pesquisas para dentro

das escolas. A psicologia escolar também contribuiu para isso, deixando o

campo da avaliação e indo rumo à sala de aula.

O filósofo da democracia, John Dewey, assinalou com seus estudos,

como objetivo da educação o preparo e a orientação de crianças para a vida

em sociedade, assim a escola deixa de ser somente uma transmissora de

conhecimentos.

Apesar de Piaget não ter trabalhado com dinâmica de grupo, este

forneceu valiosos elementos ao estudar o desenvolvimento do pensamento,

epistemologia genética. Seus trabalhos motivaram muitos estudos em

psicologia, sociologia e didática.

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Segundo Jean Piaget, o desenvolvimento do pensamento da criança

passa por estágios. Esta deve, a todo momento, ser estimulada a trabalhar em

grupo, pois a socialização e a troca cultural promove um crescimento

intelectual.

Miniciccu também defende essa opinião: “A estruturação do

pensamento em agrupamentos e em grupos móveis permite que cada

indivíduo adote múltiplos pontos de vista.” (Miniciccu, 2002, p.41). Essa troca

desenvolve na criança também o respeito a outras opiniões. Esta aprende a

conviver com pontos de vista diferentes. Se a criança tiver o costume de

trabalhar em grupos estará apta à cooperação.

Na fase escolar o ideal é que aconteçam trabalhos em equipe para

que, futuramente, esse indivíduo possa cooperar com os outros, contribuindo

para uma melhor sociedade.

É preciso abordar a importância da família na vida desse indivíduo. A

família é o primeiro grupo com que a pessoa convive, sendo seus membros um

modelo para sua vida. Sendo assim, este grupo deve estar presente na vida

escolar desse indivíduo. Participando, incentivando e demonstrando

curiosidade sobre tudo que ocorre dentro da escola com seu membro familiar.

Se houver este convívio, haverá uma enorme contribuição para o sucesso da

aprendizagem desse aluno.

Segundo uma reportagem feita na Revista Nova Escola: “Escola e

família têm os mesmos objetivos: fazer a criança se desenvolverem todos os

aspectos e ter sucesso na aprendizagem.” (Revista Nova Escola, Edição

Junho/Julho,2006, p. 33).

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3.2 – O aluno e a sala de aula

Os alunos de uma turma compõem um grupo social. O grupo e seu

ambiente formam um campo social que abrange a sua dinâmica e sua

estrutura. Esses discentes podem desenvolver sentimentos de aceitação ou

rejeição entre si.

Lewin chama a atenção para a variedade do comportamento humano

em diferentes contextos. Segundo ele, o comportamento depende da pessoa e

do meio em que ela está. Pessoa e meio são variáveis mutuamente

dependentes. Assim, deve-se levar em consideração o aluno e seu ambiente

escolar, sabendo que esses fatores são interdependentes, constituindo um

campo social.

O ambiente escolar pode ser considerado como um potencializador de

relacionamentos interpessoais e ao mesmo tempo um mediador no processo

de construção do conhecimento. O meio, que está representado diretamente

pela escola, assume o papel de estimular, respeitando as estruturas de cada

um.

Este mesmo ambiente escolar apresenta-se como um espaço

multicultural e de múltiplos saberes, contendo como finalidade, favorecer a

socialização entre alunos e proporcionar uma aprendizagem significativa. Até

pouco tempo a socialização na sala de aula era desprezada, o mais importante

era a memorização e a aprendizagem mecânica dos conteúdos.

A educação em geral, e em particular a escola, deve promover o

desenvolvimento pessoal de cada educando, com a finalidade de que ocorra a

inclusão como ser humano, como um integrante da sociedade.

É na sala de aula que se concretizam as relações dos alunos e seus

iguais, possibilitando um melhor desenvolvimento pessoal e proporcionando ao

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professor uma observação de comportamentos, reflexão e um melhor

conhecimento sobre seus discentes, podendo, assim, oferecer uma educação

mais humanista.

3.3 – A Dinâmica de Grupo na educação

Foi a partir das décadas de 40 e 50 que os professores passaram a

visualizar a classe como um grupo. Mesmo assim os docentes tiveram certa

dificuldade para aplicar importantes conhecimentos e descobertas sobre grupo

nesta situação. Seus objetivos eram melhorar a indisciplina e o mau

comportamento dos alunos. A demora da aplicação das informações sobre

dinâmica foi devido à não aceitação de metas ou finalidades de alguns

pedagogos, como descreve Minicucci “(...) Parece existir entre os pedagogos

má interpretação com respeito à natureza da dinâmica de grupo e das metas e

finalidades que esta persegue”. (Minicucci, 2002, p.225).

Os primeiros trabalhos que estudaram a classe e a interação dos alunos

aconteceram na década de 40, nos Estados Unidos. Estes foram realizados

por Hopkins, Baxer e Cassidy.

Quando estes grupos de classe foram estudados, algumas conclusões

foram feitas a respeito da dinâmica de grupo e do relacionamento dos

professores com os alunos. Foi verificado que a conduta e a opinião dos alunos

agem de acordo com determinado grupo, muitas vezes este grupo é pequeno e

coerente. Outra característica desses grupos é que seus membros são

submetidos a determinadas regras, confirmando o poder que existe entre eles.

Não se pode deixar de falar sobre as influências que os alunos sofrem

dentro da sala de aula. Tudo deve ser verificado e estudado diante deste

grupo, pois seus comportamentos e atitudes influenciarão em suas vidas

futuras. O objetivo de cada docente, no estudo de grupos, deve ser formar

cidadãos democráticos e para isso devem-se estudar os seguintes fatos:

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problemas de disciplina, fracasso de projetos, sejam estes individuais ou em

grupo, resistência de grupos, a rejeição é um fato muito importante a ser

examinado, agressões, frustrações e o relacionamento interpessoal.

No Brasil quase não se estuda o assunto grupos em classe, deve – se

frisar os trabalhos de Lauro de Oliveira Lima que pesquisou os grupos de

classe na linha de Piaget.

Mesmo que alguns docentes reconheçam a validade do estudo de

grupos, inclusive aplicando seus métodos, a grande parte deles orienta-se por

métodos individuais. É preciso deixar claro que, no Brasil, na formação de

professores não se ressalta a importância dos trabalhos em grupos, muito

menos os processos, metas e finalidades da dinâmica de grupo. Sendo assim,

restringem-se as possibilidades de realizarem este tipo de trabalho em sala de

aula. Existe uma tendência individual na prática educativa, exalta-se o

indivíduo e os métodos individuais. A metodologia educativa, em sua maioria,

objetiva o desenvolvimento individual, mesmo reconhecendo a importância do

grupo.

Embora o professor não se dê conta, a classe é um grupo de grande

valia para a formação do cidadão. Este grupo é determinado por suas tarefas,

atividades, propósitos que lhe definem a estrutura formal e os meios de

atuação dos indivíduos. A inter-relação desses indivíduos desenvolve tipos de

experiências que lhes serão válidos ao convívio na sociedade.

É importante colocarmos que cada indivíduo possui um comportamento

quando está sozinho e outro quando está em grupo. Este pode ficar mais

tímido ou mais desinibido, dependendo da situação. Por várias vezes docentes

falam de seus alunos em certo grupo, sobre seu comportamento arredio ou

extrovertido até o ponto de atrapalhar uma aula, e quando seus amigos se

ausentam este aluno se torna amável e interessado.

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Por alguns motivos necessários à educação, melhor aproveitamento, por

exemplo, os professores, para melhor conhecer seus alunos, precisariam fazer

um documento, de cada aluno, com toda a sua vida escolar. Na realidade,

sabe-se que isso é praticamente impossível devido ao grande número de

discentes em uma sala de aula, devendo citar que nos ensinos fundamental e

médio algumas disciplinas possuem apenas um tempo por semana. Se

colocarmos a faculdade em foco, tornamo-nos incapazes de tal processo. Pois

não somente temos educação e orientação na educação infantil, ensinos

fundamental e médio. A universidade faz parte da formação dos cidadãos.

Minicucci comenta sobre a observação: “A observação do professor

torna-se difícil à medida que vai lecionando, mesmo porque começa a

preocupar-se com o conteúdo da disciplina.” (Minicucci, 2002, p.239).

Além da preocupação com o conteúdo, os professores possuem uma

observação fragmentada e parcial, pois eles não podem perceber tudo o que

ocorre no período de aula.

3.4 – A influência de algumas profissões na Dinâmica de Grupo

Quatro profissões desenvolveram papel importantíssimo no

desenvolvimento da dinâmica de grupo. São elas:

Serviço Social – Essa profissão foi uma das pioneiras a fazer

conhecimento da importância da orientação em grupo, de forma que

seus participantes alcançassem as modificações que pretendiam.

Esta profissão foi responsável pela orientação de grupos de

recreação, escolas, indústrias, entre outros.

Psicoterapia de Grupo – Freud e Moreno influenciaram com

trabalhos para esta profissão. O primeiro contribuiu com pesquisas

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na psicanálise e na terapia, uma das organizações desenvolvidas foi

os Alcoólicos Anônimos (AA). O segundo , através do psicodrama e

do sociodrama, passou a utilizar o grupo como elemento essencial

de alteração de comportamento.

Educação – O objetivo da educação tornou-se a orientação e o

preparo da criança para a sociedade. Assim, a escola deixou de ser

somente uma transmissora de conhecimentos.O filósofo Jonh Dewey

contribuiu para este “novo” objetivo da educação.

Piaget com seus trabalhos sobre o desenvolvimento do

pensamento também contribuiu para esta evolução educacional. Ele

defendia a utilização dos grupos como meio de integrar a criança ao

seu meio.

No Brasil, Lauro de Oliveira Lima realizou pesquisas com grupos

seguindo a linha piagetiana.

Administração – As empresas passaram a utilizar-se das

atividades em grupo para melhorar os relacionamentos entre

empregados e administradores e solucionar problemas de liderança,

cooperação e produtividade. A importância do grupo foi verificada no

gerenciamento e orientação de equipes e de departamentos.

Três progressos metodológicos auxiliaram especialmente para o

aparecimento da dinâmica de grupo:

Experimentos de comportamento individual no grupo;

Observação controlada da interação social;

Sociometria.

Na fundamentação dos estudos das Dinâmicas de grupos também

contribuíram os psicólogos, sociólogos, antropólogos, ciências políticas,

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economistas, marketing, publicitários, pedagogos e até o esporte teve seu

interesse pelos estudos de grupos.

Cada estudo foi feito de acordo com suas necessidades, os psicólogos

preocuparam-se com o comportamento dos indivíduos nas relações

interpessoais. Sociólogos estudaram as relações interpessoais com ênfase na

sociometria, liderança e subgrupos. Os sindicatos foram analisados pelos

economistas. Grupos consumidores foram examinados pela publicidade. A

pedagogia interessou-se pelo grupo de aprendizagem e desenvolvimento do

pensamento. E, ainda, o esporte estudou o entrosamento das equipes, passou

a interpretar a equipe como um grupo, em termos de conjunto e produtividade.

A medicina, uma área de grande importância na vida das pessoas,

preocupou-se em estudar a terapia de grupo, as comunidades terapêuticas e a

vida hospitalar.

Atualmente, várias abordagens de dinâmica de grupo têm sido

desenvolvidas, principalmente em contextos políticos e terapêuticos.

De acordo com Agostinho Minicucci, delata-se a importância que se vem

dando à Análise Institucional, que abrange a organização e o grupo como um

todo.

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CONCLUSÃO

De acordo com Lewin todo comportamento é resultado da interação da

pessoa com o meio que a rodeia. Através dessa teoria pode-se concluir que

cada ambiente que o indivíduo freqüenta, família, escola, casa de amigos ou

parentes, tem influência sobre sua vida. Com isso, vale ressaltar, que o estudo

da vivência de pessoas é de extrema importância. A dinâmica de grupo pode

ajudar neste estudo, visto que, suas técnicas são utilizadas para obtermos

uma melhor convivência em grupos, ou seja, na sociedade em geral.

Como foi abordado neste trabalho, torna-se indispensável a união de

determinados grupos com os mesmos objetivos. Como exemplo, família e

escola. Caminhando juntos na aprendizagem da criança, estes contribuem

para uma melhor formação desse cidadão.

Apesar dos poucos estudos feitos no Brasil, recentemente foi mostrado

através de uma reportagem, na Revista Nova Escola, o sucesso da parceria da

escola com familiares e a comunidade, em colégios de Belo Horizonte e

Aracaju. Este tipo de trabalho deveria ser mais evidenciado pela mídia para

que houvesse uma melhor aceitação e até mesmo um maior conhecimento

dessas uniões bem sucedidas. Cabe ressaltar, que a dinâmica de grupo,

nestas experiências, foi utilizada para enfatizar a importância do trabalho em

conjunto.

Como o comportamento humano depende não só do passado ou do

futuro, mas do campo dinâmico atual e presente, segundo Kurt Lewin, é

necessário, então, que haja uma continuidade da aplicação dessas dinâmicas

na vida. Por isso, deve-se incentivar que suas técnicas sejam aplicadas não só

na educação infantil e/ou ensinos fundamental e médio, o que atualmente é

escasso, mas que sejam também abordadas nas faculdades. Principalmente

as que possuam um maior contato com o comportamento humano.

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Além disso seria indispensável o ensinamento dessas técnicas nas

universidades. Desta forma, profissionais poderiam aprendê-las e aplicá-las no

decorrer de suas vidas profissionais.

Como já havia afirmado Lima: “Ensinar-lhes novas técnicas didáticas e

proibir nas escolas superiores a oratória, a sebenta e as apostilas, substituindo-

as por debates, dinâmica de grupos, biblioteca e laboratórios.” (Lima, 1969,

p.98).

As dinâmicas de grupos podem trazer para a sala de aula a

aprendizagem lúdica e a realidade agregada aos conteúdos abordados,

tornando o aprendizado menos enfadonho. Os novos parâmetros Curriculares

Nacionais do Ensino médio (PCNEM) indicam a necessidade da quebra de

paradigmas na educação:

“Diante desse mundo globalizado, que apresenta

múltiplos desafios para o homem, a educação surge

como uma utopia necessária indispensável à humanidade

na sua construção da paz, da liberdade, e da justiça

social (...) Considerando-se tal contexto, buscou-se

construir novas alternativas de organização curricular

para o Ensino Médio comprometidas, de um lado, com o

novo significado do trabalho no contexto da globalização

e, de outro, com o sujeito ativo, a pessoa humana que se

apropriará desses conhecimentos para se aprimorar,

como tal, no mundo do trabalho e na prática social. Há,

portanto, necessidade de se romper com modelos

tradicionais, para que se alcancem os objetivos propostos

para o Ensino Médio.” (MEC / PCNEM, 1996, p.14).

No segundo capítulo deste trabalho foram descritas as experiências de

uma turma de pós-graduação com a aplicação de dinâmicas de grupo. Cabe

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registrar que esta turma possuía profissionais de várias áreas, educação,

direito, enfermagem, psicologia, entre outros, e pouquíssimos haviam

trabalhado ou até mesmo vivenciado tal vivência. Talvez, nesta turma, alguns

levem para seus ambientes profissionais as técnicas da dinâmica de grupo,

podendo assim contribuir para a formação de cidadãos.

Através desta monografia espero ter mostrado a importância da

dinâmica de grupos, não somente na educação, mas em toda formação de um

ser humano. Agora, precisamos da aplicação prática dessas técnicas para

romper com paradigmas da educação e contribuir para uma melhor

convivência em sociedade.

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BIBLIOGRAFIA

CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes.

Ed. Sextante, 1978.

LIMA, Lauro de Oliveira. Educar para a comunidade. Petrópolis,

Ed. Vozes, 1969.

MEIRELES, Mario e OLIVEIRA, Ivani. Dinâmica para encontro de jovens.

Ed. Paulinas, 1969.

MILITÃO, Albigenor & Rosa. Jogos, Dinâmicas e Vivências Grupais. Rio de

Janeiro, Ed. Qualitymark, 2005.

MILITÃO, Albigenor & Rosa. S.O.S Dinâmicas de Grupos. Rio de Janeiro, Ed.

Qualitymark, 1999.

MINICUCCI, Agostinho. Dinâmicas de Grupos. Teorias e Sistemas. Rio de

Janeiro, Ed. Atlas, 2002.

NOVA ESCOLA, Revista. Ed. Abril, Edição de Junho/ Julho, 2006.

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, 1998.

Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM, 1996.

www.pierreweil.pro.br , livro: Dinâmica de Grupo e Desenvolvimento em

Relações Humanas, Ed. Itatiaia, 1972, acessado em 12/05/2006.

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ANEXOS

Índice de anexos

Seguem abaixo as dinâmicas de grupos realizadas numa turma de pós-

graduação.

Anexo 1 >> Interação do Grupo;

Anexo 2 >> Trabalho em Equipe;

Anexo 3 >> Amigo Oculto;

Anexo 4 >> Bexigas;

Anexo 5 >>O feitiço virou contra o feiticeiro;

Anexo 6 >>Discussão de Problemas.

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ANEXO 1

Interação do Grupo

Material utilizado:

Revistas;

Tesouras;

Colas;

Folhas de papel 40 kg ou Cartolinas.

Objetivo: Interação do grupo

Descrição:

As pessoas são dividas em grupos de cinco indivíduos. De preferência

com pessoas não muito conhecidas. O grupo trabalhado já possuía uma

convivência de aproximadamente sete meses, por isso esta solicitação do

dinamizador.

Cada pessoa do grupo pega duas ou três revistas, uma tesoura e uma

folha de papel 40 kg ou uma cartolina. Cada integrante do grupo escolhe uma

figura ou mais que a identifique. Ao final, cada grupo terá, no mínimo cinco

gravuras em seu cartaz.

Cada grupo deverá montar um painel com as figuras e escolher um

nome que caracterize esta turma, fazendo, também, uma frase sobre a turma.

Um integrante do grupo, ao apresentar o cartaz para a turma, terá que falar

sobre cada indivíduo do seu grupo e o nome escolhido pelo grupo. A frase foi

escrita no cartaz.

Desta forma, a turma passa conhecer um pouco mais sobre a

característica de cada pessoa.

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ANEXO 2

2.2 – Trabalho em Equipe

Material utilizado:

Folhas de papel ofício;

Gizes de cera de várias cores;

Aparelho de som;

Cd com várias músicas gravadas.

Objetivo: Integração

Descrição:

As pessoas são colocadas em círculo. Cada uma recebe uma folha de

papel ofício e um giz de cera de sua preferência. A música é iniciada. Cada

indivíduo faz um traço, desenho, na folha recebida. Quando a música é

trocada, cada pessoa passa sua folha para a direita e recebe a folha do

companheiro que está a sua esquerda. Cada participante deve continuar o

desenho recebido. Toda vez que a uma nova música começa, cada um repete

o que fez anteriormente. Passa seu desenho para a direita e continua o

recebido de sua esquerda.

A dinâmica acaba quando cada um recebe seu desenho de volta, ou

seja, quando se completa uma volta.

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ANEXO 3

2.3 – Amigo Oculto

Material utilizado:

Presentes;

Nomes dos participantes em papéis para sorteio;

Um saco ou caixa para colocar os papéis;

Objetivo: Integrar, interagir.

Descrição:

As pessoas são colocadas em círculo. Cada um coloca o presente que

trouxe no centro do círculo. O dinamizador fica com o saco ou caixa com os

nomes dos participantes. Um indivíduo é escolhido para começar. Este escolhe

um presente que está no centro do círculo. Ele abre e mostra o presente para

os outros participantes, em seguida sorteia um nome. A pessoa sorteada

escolhe se quer ficar com o presente aberto pela pessoa anterior ou quer um

novo presente.

Caso a pessoa escolha um novo presente, ele abre o presente que

escolheu e sorteia um novo nome. Caso contrário, ele pega o presente aberto

e a pessoa que ficou sem o presente, escolhe outro, mostra para o grupo e

sorteia outro nome.

Toda vez que outra música é iniciada, os indivíduos passam sua folha

para direita e recebem a da esquerda, continuando o desenho recebido.

A dinâmica acaba quando você recebe sua folha de volta, ou seja,

quando é completada uma volta inteira.

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ANEXO 4

2.4 – Bexigas

Material utilizado:

Bexigas de várias cores.

Objetivo: Liberação das energias negativas.

Descrição:

As pessoas são colocadas em círculo. Cada participante pega uma

bexiga e aguarda as instruções do dinamizador. Quando todos já pegaram as

bexigas, o dinamizador pede para cada participante pensar em fatos ruins que

lhe ocorreram. Semana, mês ou ano anterior àquela data. Depois que todos

pensaram ele solicita que comecem a encher as bexigas. Quando alguma

bexiga estoura, imediatamente o participante recebe outra e recomeça o

processo.

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ANEXO 5

2.5 – O feitiço virou contra o feiticeiro

Material utilizado:

Papel;

Caneta.

Objetivo: Aprender a lidar com situações inesperadas;

Aprender a não desejar aos outros, o que você não deseja

para si próprio.

Descrição:

As pessoas são colocadas em círculo. Cada participante pega um

pedaço de papel e uma caneta. O dinamizador pede para cada um escrever

uma tarefa para seu colega. É esperado que todos terminem. Depois disso, o

dinamizador anuncia que “O feitiço virou contra o feiticeiro”. A tarefa que você

havia escrito para outro participante fazer deverá ser realizada por você

mesmo.

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ANEXO 6

2.6 – Discussão de problemas

Material utilizado:

Papel;

Caneta.

Objetivo: Refletir e comunicar um problema;

Desenvolver a sensibilidade para problemas vitais;

Conscientizar-se sobre atitudes positivas e negativas diante

dos problemas.

Descrição:

O grupo é dividido em duplas. Cada um da dupla escreve em seu papel

três acontecimentos que marcou sua semana anterior. Depois cada

participante elimina dois fatos e escolhe o que mais marcou. A dupla decide

sobre qual dos dois assuntos restantes deseja falar. Feita a escolha, o “dono”

do assunto começa a descrevê-lo, falando o porquê de sua preocupação sobre

tal fato. Exemplo: violência. O indivíduo que está ouvindo dará sua opinião e

sua contribuição para que o outro se acalme em relação ao fato ocorrido.

Ao final da conversa a dois, cada dupla comenta sobre o assunto falado:

problema de um e da ajuda do outro.

As duplas foram escolhidas pelo dinamizador da seguinte forma: cada

participante deveria conversar com a pessoa que estava a sua direita.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA EDUCAÇÃO

Por: Karoline Weyll Ramos

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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ATIVIDADES CULTURAIS