universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … roberto muniz gomes.pdf · 2009-08-05 · do pe....
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
TERAPIA DE FAMÍLIA
A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR DE EQUILÍBRIO NA
FAMÍLIA
Paulo Roberto Muniz Gomes
Orientadora
Profª. Diva Nereida
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
TERAPIA DE FAMÍLIA
A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR DE EQUILÍBRIO NA
FAMÍLIA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Terapia de
Família
Por:. Paulo Roberto Muniz Gomes
3
AGRADECIMENTOS
....a Deus, a Denise, esposa amada e
companheira de todas horas, Luís
Filipe e Ana Luísa, herança do Eterno e
amigos que acompanham minha
trajetória profissional e de vida.......
4
DEDICATÓRIA
.....dedico este trabalho a todos que
acreditam que a Espiritualidade é um
caminho positivo para uma vida
saudável.....
5
RESUMO
O presente trabalho visa apresentar uma definição de Espiritualidade e de
como a mesma, vivida de forma positiva, pode ser fator de manutenção de
equilíbrio familiar. Não há enfoque nas diversas religiões presentes no Brasil e
no mundo. O enfoque é sobre espiritualidade e como pode, vivida de forma
saudável, ser fator de agregação familiar, proporcionando bem estar na célula
mater. A Espiritualidade é apresentada como relacionamento com o Ser
Superior, razão pela qual, afirmamos que, muitas vezes, independe de
experiência numa determinada religião. Faço uma distinção entre religião e
espiritualidade. Acredito que nem todo religioso é espiritual
No Brasil observamos uma multiplicidade de religiões. Na sua quase totalidade,
todas evidenciam a unidade familiar como uma meta a ser seguida. Sabemos
que muitos adeptos das mais variadas religiões podem se tornar fanáticos e
segregadores. Essa é a razão de apontarmos uma espiritualidade sadia como
essencial para o equilíbrio familiar. De fato, dependendo da forma de se viver a
vida religiosa, a família pode correr sério risco.
Apresentamos, de forma resumida, os vários modelos de arranjos familiares,
sempre entendendo que a espiritualidade, independente do modelo familiar,
pode ter papel fundamental na manutenção do equilíbrio e do bem estar da
família.
6
METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica, realizada por meio de livros, revistas, artigos sobre
Família e Espiritualidade, podendo ser classificada como bibliográfica. A
pesquisa revelou que há bastante material disponível tanto para o estudo da
Família como da Espiritualidade. No entanto, abordando a questão
Espiritualidade e Família pouco material existe.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
Espiritualidade: Caminho Para o Eterno, Para o
Próximo e Para Mim Mesmo 10 CAPÍTULO II 15
Família: Conceitos, Estruturas e Funções 15
CAPÍTULO III 20
Espiritualidade e Equilíbrio Familiar 20
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28
ÍNDICE 30
FOLHA DE AVALIAÇÃO 31
8
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, abordar o tema “religião/espiritualidade” era o
mesmo que deixar a ciência de lado. Hoje, penso, esses temas podem ser
abordados com profundidade, sem o risco de parecer averso à ciência
nem mesmo ser considerado retrógrado. Essa é a razão de falar de
“Espiritualidade e Família”, por entender que não há distanciamento da
ciência, seja numa abordagem médica, social, psicológica com o tema fé
e espiritualidade. Um aprofundamento no tema revela que novas
descobertas surgem quando se está aberto à ciência e não se está
fechado à espiritualidade. Francis Collins, autor do livro “A Linguagem de
Deus”, em recente entrevista a uma revista de circulação nacional, faz a
seguinte afirmação: “As sociedades precisam tanto da ciência como da
religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares.” De fato,
muitas respostas que a medicina não tem a psicologia oferece; muitas
respostas que a psicologia não tem a religião sadia pode conceder.
Durante muitos anos viveu-se o fosso entre ciência e religião. Hoje, o
cenário mudou e é possível trabalhar tanto um campo como o outro
como, também, é possível, tratar de ambos, sem correr o risco de ficar à
margem ou ser taxado como fanático ou lunático, termos usados para
aqueles que defendiam um viver espiritual. Pelo contrário, hoje temos a
tendência de uma inclinação para aceitação da vida espiritual, muito
embora haja diversas perguntas sem respostas. Penso, virão, de acordo
com o evoluir e o abrir da mente e coração do homem para essas
questões. Prova do exposto, está na citação supra, de Francis Collins
que, renomado cientista, o homem que desvendou o genona humano.
O homem, como indivíduo, família e sociedade, só tem a lucrar se viver,
repito, de forma sadia a sua espiritualidade. De fato, há coisas que não
9
conseguimos explicar e/ou entender, se ficarmos longe deste
componente que, mesmo não sendo visível e mensurável é
tremendamente real na vida de todo ser humano. As questões, repito,
sempre as teremos. As respostas, nem sempre. Lembro de uma canção
do Pe. Zezinho quando ele diz: “Eu sei que da verdade eu não sou dono;
Eu sei que não sei tudo sobre Deus, às vezes quem duvida e faz
perguntas é muito mais honesto do que eu.” Evoco essa canção para
dizer que, mesmo não dispondo de todas as respostas, vamos levantar os
questionamentos. No entanto, com coração aberto para, na nossa vida,
experimentar aquele que é Infinito, Imensurável, Eterno, Perfeito, e que,
faltando termos mais apropriados, é conhecido por muitos como Ser
Superior. Que Ele, Força e Razão da Espiritualidade sadia, abençoe e
dirija nossas vidas para experimentarmos o equilíbrio nessa área
importante da nossa existência que é a nossa família.
10
CAPÍTULO I
ESPIRITUALIDADE: CAMINHO PARA O ETERNO, PARA
O PRÓXIMO E PARA SI MESMO
Não há a intenção de fazer um tratado sobre Espiritualidade. No entanto,
algumas considerações precisam ser feitas para que o assunto não fique como
que “pairando no ar”. Uma abordagem seria a resposta à pergunta: O que é
Espiritualidade? A questão pode ser respondida informando que na
Espiritualidade trabalha-se a alma e o espírito, parte imaterial do ser humano.
Muitos ainda têm grande dificuldade de “enxergar” o que não se vê. Porém,
percebe-se que a Espiritualidade é o modo de viver característico de um
indivíduo que busca alcançar a plenitude da sua relação com o Transcendente.
Michel Quoist, abordando “As Duas Dimensões do Homem”, no seu livro
“Construir o Homem e o Mundo” chega a afirmar que o homem não é total,
completo, quando negligencia o lado imaterial do seu ser. Nem sempre, porque
não se tem uma explicação satisfatória ou por não se poder medir ou pesar
determinadas coisas, deve-se negar ou esquecer. Michel Quoist demonstra
que essa negligência pode nos tirar elementos que impedirão um real
conhecimento de nós mesmos e da relação pessoal com o próximo e com o
Ser negligenciado.
Espiritualidade é opção de vida. Muitos acreditam, firmemente, que a
espiritualidade é parte essencial do ser humano. Outros, mais materialistas,
preferem acreditar que não há espaço para o espírito/alma. Para estes. o que
importa é a matéria que se vê e toca. Percebe-se que o mundo vive o
dualismo: de um lado os que crêem e, do outro, os que são mais céticos,
menos propensos a acreditar naquilo que não se concebe uma explicação
lógica ou científica. Espiritualidade é opção. Autores diversos apontam que,
quando o homem não se abre para o Eterno ele continua incompleto, numa
busca interminável. De fato, desde os tempos primitivos o Homem percebeu
11
que existem forças que transcendem seu domínio. Assim, foram nascendo as
crenças, os mitos e até as divindades. Foram organizados templos e outros
locais de adoração e busca do Eterno. Nasce, assim a “religião”. Vale refletir
sobre as palavras de Nubor Orlando Facure,
“Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade, suas
crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no
entanto, manterem um vínculo estreito com a espiritualidade.
A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva,
individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com
os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como
um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos
intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas
vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.
Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser
vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo
e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com
caráter, com personalidade e com cultura.
Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um
momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na
relva descalço ou caminhar pela noite solitário; para outros, será um
momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda
sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conexão com o que
pensa amar ou um contato psíquico com seres espirituais.“ (Portal do
Espírito, acesso em 20 de julho de 2007).
Essa abertura do indivíduo para o Eterno, é extremamente libertadora.
Começa a criar um espaço propício para a acolhida do outro, o próximo.
Através da contemplação e experimentação do Eterno, ou seja, uma
espiritualidade vivida na sua plenitude, passamos a trilhar o caminho para o
outro. Michel Quoist diz que,
“O homem total é o que se une a todos os homens, seus irmãos, de
todos os tempos e de todos os lugares, para fazer um com eles. Esta
dimensão horizontal do homem o projeta para os outros.” (Construir o
Homem e o Mundo, página 24).
12
Esse, com certeza, é o caminho da espiritualidade que é profundamente
humanizadora. Revelam-se, inquietantes, as palavras de Alfonso Garcia Rubio,
quando diz: “Uma existência isolada separada da relação com os outros seres
humanos, abstrata, não é uma vida realmente humana.” A espiritualidade,
como já foi dito, humaniza o homem. Duvida-se de um homem que se diz
verdadeiramente humano, quando esse negligencia a existência do Eterno. Aí,
é importante fazer uma distinção entre os que negam a existência e os que não
entendem a existência. O primeiro bloco é perigoso, é fechado, não aberto às
realidades invisíveis da vida e do mundo; o segundo, revela-se consciente da
limitação e incapacidade de, na totalidade, entender Aquele que é Infinito.
Assim, apesar de não entender e fugir, muitas vezes à lógica humana, é
inegável a existência de um Ser Superior que governa e rege tudo quanto há.
Diante de tal realidade pode-se optar viver longe do Eterno (inexplicável,
muitas vezes) ou, procurar, nas diversas experiências da vida, ter o contato
com o Ser Superior que se manifesta no coração e mentes de muitos. São
privilegiados? São especiais? Provavelmente não! A experiência da
espiritualidade é inerente ao ser humano. Como dito acima, é opção. É um
caminho de novas e, muitas vezes, inexplicáveis experiências. Experiências
são narradas em reuniões, em leituras de textos religiosos, na contemplação
da natureza, nos múltiplos momentos da vida humana, sejam de intensa
felicidade ou de sofrimentos. O que é inegável é que a espiritualidade é um
campo para o indivíduo, bastando para o mesmo abrir-se para essa realidade
que, pode ser de grande valia quando vivida de forma saudável, sem dogmas
restritivos, segregações ou fanatismos. Importante notar que enfatiza-se a
experiência pessoal, dado importante pois a espiritualidade vivida por um pode
ser completamente diferente na vida do outro.
Espiritualidade sadia me projeta e direciona para o Eterno. De posse de
uma vivência com o Eterno, do modo como eu o concebo, sou projetado,
necessariamente para o próximo. Textos sagrados, como a Bíblia, revelam com
profundidade que isso é real, quando afirmam que a ligação com o Eterno é a
13
união com o próximo: “Se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que
aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (Bíblia Sagrada).
A verdadeira espiritualidade projeta o indivíduo para o próximo. Veja o
que diz Michel Quoist,
“Deus é comunidade de pessoa. E ele criou você à sua imagem, isto
é, não indivíduo isolado, separado, mas pessoa convidada à
comunhão com ele e com toda a humanidade... Ora, se você quiser
ser filho do Pai tem que aceitar ser irmão de todos os seus outros
filhos. Desde que você recuse um irmão, é o Pai que você recusa.
Você se destrói a si próprio, e não é mais o homem à procura do Pai.”
(Construir o Homem e o Mundo, página 26).
Com essas palavras Michel Quoist aponta a verdadeira dimensão da
espiritualidade, qual seja, a construção de uma ponte, um elo para o próximo.
Abordagem Espiritual confronta o indivíduo: faz com que haja um olhar
para o seu interior. Assim se processa a verdadeira espiritualidade: caminho
para o Eterno, para o próximo e para si mesmo. A verdadeira espiritualidade
leva o indivíduo a “encontrar-se”, proporcionando um auto-conhecimento, uma
vez que algumas respostas já foram dadas em relação ao Eterno e ao próximo.
“Encontrar-se significa olhar-se mutuamente nos olhos. Significa “ver” o
próximo como ser humano e permitir que ele me veja também humanamente.”,
diz-nos Garcia Rubio. De fato, nada é mais divino do que o encontro do homem
consigo mesmo, após reconhecer que há respostas que só Eterno e o próximo
podem proporcionar. Essa é uma visão de grandeza espiritual. Vamos nos
deparar com o problema do homem que não se abriu e não quer se abrir para
essa realidade. Pode ser um caminho de não realização. Vai faltar-lhe algo,
com certeza. Sem o Eterno e sem o Próximo, o caminho da felicidade é
pedregoso, cheio de acidentes e repleto de armadilhas. A espiritualidade sadia,
14
que edifica e proporciona momentos de extrema felicidade, aponta para o
Eterno e nos direciona para o outro. Passa a ser uma descoberta diária, um
momento novo e especial a cada instante. Assim se vive a verdadeira
espiritualidade. O próximo passa a ter outro enfoque, o mesmo ocorrendo,
nessa “abertura espiritual” para o próximo “mais próximo”, ou seja os que
habitam uma mesma casa, formam uma família; a natureza passa ser vista de
maneira diferente. São novas visões proporcionadas pela espiritualidade. De
igual modo, a espiritualidade sadia leva o indivíduo a enfrentar as tempestades
e vicissitudes de forma mais positiva. Há a certeza de não estar só, de saber
que o apelo não ficará ecoando no ar. É apenas efeito psicológico? Quem pode
garantir? Pelo simples fato de não se explicar não quer dizer que é irreal. A
realidade experimentada por muitos é de que a espiritualidade é
transformadora, abençoadora e geradora de motivação para a vida, gerando,
inclusive, qualidade de vida.
15
CAPÍTULO II
A FAMÍLIA: CONCEITOS, ESTRUTURAS E FUNÇÕES
A família representa um grupo social primário, com capacidade de
influenciar e ser influenciado. É dinâmico, levando Elizabeth Roudinesco a
afirmar que a família humana se reinventa permanentemente, mantendo-se
desde os inícios dos tempos, como uma instituição insubstituível para nossa
própria constituição de sujeitos humanos. Pode, também, ser definida como um
grupo de pessoas, ou número de grupos domésticos ligados por descendência
a partir de um ancestral comum. A família é unida por diversos laços. Bom
lembrar que não é um grupo perfeito, mas que com a participação efetiva de
todos os seus membros, pode chegar a um patamar de aceitação muito bom.
Um pouco de disposição e boa vontade proporcionarão momentos especiais na
vida familiar e na manutenção da sua unidade. Para reflexão, antes de serem
apresentados os diversos conceitos, estruturas e funções da família, vale a
pena ler o que nos deixa o sacerdote francês Michel Quoist, ao dizer,
“Raros são os homens que não perdem ao menos um pouco do seu
tempo lamentando ser aquilo que são ou não ser o que queriam Ter
sido. No caso das famílias, as ocasiões de queixas multiplicam-se.
Muitos esposos pensam que seu casamento fracassou e apenas se
suportam.
Aceitar o outro tal como ele é, tal como o descobrimos no correr dos
dias e dos anos, cessas as mútuas acusações, superar o aparente
fracasso, deve ser o desejo de ambos se quiserem que seu
casamento seja bem sucedido.” (Construir o Homem e o Mundo,
página 189).
Hodiernamente, a família tem experimentado inúmeras mudanças. Há
diversos “tipos” de famílias. Os avanços, as conquistas dos seres humanos, a
liberdade e a igualdade entre os sexos, têm proporcionado estruturas familiares
nunca dantes imaginadas. Continua existindo o modelo tradicional de família.
16
No entanto, novos arranjos vêm surgindo, gerando mudanças sociais e legais,
interferindo, inclusive na vida religiosa, provocando aceitação em uns e
indignação em outros... A realidade é que vivemos novos tempos e a família
experimenta novos arranjos. Interessante apresentar alguns modelos, dos
tradicionais aos mais modernos:
A Família nuclear ou conjugal- consiste num homem, numa mulher e nos
seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum.
A Família de pais únicos (ou monoparental)- é, na verdade, uma variação da
família nuclear tradicional devido a fenômenos sociais como divórcio, óbito,
abandono de lar ou adoção de crianças por uma só pessoa.
A Família ampliada ou consangüínea- consiste na família nuclear, mais os
parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais
e filhos para vós, pais e netos.
As Famílias alternativas, modelo comunitária- o papel dos pais é
descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros
adultos.
As Famílias alternativas, modelo homossexual- existe uma ligação conjugal
ou marital entre duas pessoas entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem
incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros.
Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro
ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo,
marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Normalmente, a
percepção dos papéis ocorre de maneira natural: função do pai, da mãe e dos
filhos e, nos modelos que fogem ao “tradicional”, novos arranjos vão surgindo.
Esses papéis são definidos e, quando não são assumidos, normalmente são
17
geradores de conflitos e causadores, às vezes, de desagregação, gerando
conseqüências as mais variadas.
As funções estão igualmente implícitas nas famílias. As famílias como
agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de
proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da
sociedade a que pertence. Assim sendo, as funções da família são regidas por
dois objetivos, sendo um de caráter interno, como a proteção psicossocial dos
membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua
transmissão. Isso gera uma conseqüência que a de dar resposta às
necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade.
Interessante citar Duvall e Miller, que identificaram algumas funções da
família. Vejamos:
“Geradora de Afeto” entre os membros da família;
Proporcionadora de segurança e aceitação pessoal, promovendo um
desenvolvimento pessoal natural;
Proporcionadora de satisfação e sentimento de utilidade, através das
atividades que satisfazem os membros da família;
Asseguradora da continuidade das relações, proporcionando relações
duradouras entre os familiares;
Proporcionadora de estabilidade e socialização, assegurando a
continuidade da cultura da sociedade correspondente;
Impositora da autoridade e do sentimento do que é correto,
relacionado com a aprendizagem das regras e normas, direitos e
obrigações características das sociedades humanas.
Função relativa à saúde, na medida em que protege a saúde de seus
membros.” (Wikipedia).
A família tem como função primordial a proteção, tendo sobretudo,
potencialidades para dar apoio emocional e espiritual, imprescindíveis para a
resoluções de problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva
contra agressões externas e problemas internos, além de ser,
comprovadamente, aquela que pode manter a saúde física e mental de seus
18
membros, por constituir o mais recurso natural para lidar com situações
potenciadoras de stress associadas à vida na comunidade.
A família passa a ser um “centro de proteção e amparo”. Mas, fica uma
pergunta: Como ela se origina? Como nasce? Há que se ter o consentimento, o
desejo. Nessa linha que o Prof. Silas Bourguignon nos apresenta a construção
de uma família, como pode ser visto em sua apostila, intitulada “Constitui-se
uma Família”, amplamente usada no curso de Terapia de Família:
“Razão tinha a Bíblia, quando nos conta o nascimento de Cristo. Em
primeiro lugar veio um Anjo e anunciou à Maria que ela iria conceber.
E Maria concordou, dizendo que ela era serva do Senhor –
assujeitada a ele, portanto – e que se fizesse nela conforme Sua
palavra. A palavra veio primeiro. Psicanálise e religião são registros
distintos, mas neste ponto estão de acordo: no princípio está o verbo,
o simbólico, a linguagem do campo do Outro. Então, nos três níveis
que a biologia nos indica – o da fecundação, o da acolhida do
embrião no útero e o do nascimento -, dizemos que há um
concordância, um consentimento do sujeito envolvido (da mãe), ou
então, nada feito.”
Assim sendo, entendemos que a constituição de uma família protetora,
nasce do consentimento de seus membros. De outra forma, não há família e
sim, ajuntamento de pessoas num mesmo ambiente. Devemos lembrar que a
família constitui o primeiro, o mais fundamental e importante grupo social de
toda pessoa humana, tornando-se seu ponto de referência, acompanhando-a
durante toda sua existência.
A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as
mudanças no mundo, sejam de ordem religiosas, econômicas e sócio-culturais,
que marcam o contexto onde está inserida.
O ideal é a família como Corpo Harmônico, trabalhando em prol da
unidade e do bem-estar. Nem sempre esse ideal é atingido, pelas mais
19
variadas situações. A ajuda externa é imprescindível. No entanto, como
veremos no próximo capítulo, entendemos que a espiritualidade é pouco
explorada, deixando a família de apropriar-se de seus benefícios.
CAPÍTULO III
20
ESPIRITUALIDADE E EQUILÍBRIO FAMILIAR
“Na família humana, desde a sublime Sagrada Família pintada por
Murillo – um laborioso carpinteiro, uma mãe virginal e um menino de
alma luminosa e dourada até qualquer outra do planeta, encerram-se
poderosíssimas forças espirituais, mais fortes e duradouras que toda
a energia atômica de que hoje dispõe o homem para a sua própria
destruição. Reforças a família é reforçar o espírito das nações e fazê-
las mais fortes; e isto não será feito com o exercícios das armas, mas
das almas.” (Félix Marti Ibañez. In Dr. Ricardo Zandrino, pág 58).
O capítulo anterior foi encerrado demonstrando que o ideal da família é
viver como um corpo harmônico e que, para esse ideal ser atingido, a
espiritualidade é parte imprescindível, tendo-se muito que aprender com esse
aspecto inerente ao ser humano que, como visto no primeiro capítulo, é
questão de opção. O Prof. Vanderlei de Barros Rosas, sintetiza o aspecto
religioso na família nos seguintes termos:
“O ensino religioso na família tem um papel importantíssimo na
formação do indivíduo, ou melhor, na formação da pessoa como um
todo. Venho de uma tendência batista puritana, portanto, minha tese
se reveste desta influência. Minha tese é que o ensino religioso na
família produz a possibilidade do indivíduo estruturar-se de tal
maneira que cria como objetivo básico o bem-estar pessoal e familiar
através de uma vida saudável e estruturada.
Vejamos alguns dos benefícios que o Ensino Religioso, pode produzir
no indivíduo e na sociedade, seja este ensino católico, protestante,
judaico, islâmico., desde que haja seriedade e coerência familiar:
A Espiritualidade- a prática do culto doméstico (evangélicos), as
novenas (católicos), o estudo da Torah (Judeus) dentre outras
práticas domésticas do ensino religioso promovem a espiritualidade
no lar. Vivemos em um mundo globalizado, onde a individualidade, o
materialismo-consumista tem ocupado a primazia no ambiente
familiar, portanto valores espirituais são importantes na vida familiar.”
(www.mundodosfilosofos.com.br).
21
Sem dúvida, a contribuição da Espiritualidade sadia pode ser muito
efetiva na vida no indivíduo e na família. Por ser, muitas vezes, extremamente
individual, muitos optam por não abordar este assunto. No entanto, é
inconteste a experiência de Alcoólicos Anônimos (AA) que tem, na
espiritualidade, a base para a sobriedade de seus membros. Há, inclusive,
relatos compilados em publicação própria, narrando as mais variadas
experiências vividas por pessoas de diversos lugares do globo terrestre, status
social, etc. A publicação é intitulada “Viemos a Acreditar”. Mesmo não
possuindo explicações científicas, são estimulados a desenvolver uma
espiritualidade, inclusive adotados em seus doze passos e suas doze
tradições, dos quais destacam-se o segundo, terceiro, quinto, sexto, sétimo e
décimo primeiro passos:
“Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia
devolver-nos à sanidade.”, “Decidimos entregar nossa vontade e
nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O
concebíamos.”, “Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e
perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.”,
“Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos
esses defeitos de caráter.”, Humildemente rogamos a Ele que nos
livrasse de nossas imperfeições.”, “Procuramos através da prece e da
meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma
em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua
vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.” (Os
Doze Passos e as Doze Tradições, páginas 4 a 6).
O resultado que se registra é o início do décimo segundo passo, quando
após cumprir as etapas há a experiência de um “despertar espiritual”.
A busca da espiritualidade pode ajudar a família a superar diversas
dificuldades. Sempre é bom frisar que fala-se de uma espiritualidade sadia,
deixando de lado o fanatismo e a segregação, que, longe de beneficiar a
relação com Deus, anula-O, muitas vezes, bem como mina os relacionamentos
interpessoais. A família pode ser beneficiada com a busca da espiritualidade,
22
nos momentos de crises, que se manifestam, muitas vezes, nas perdas, nas
enfermidades, na descoberta dos vícios e na falta do necessário para a
sobrevivência. Deus, da forma como o indivíduo O concebe, passa a ser aliado
e não juiz; é força que ajuda e não poder que oprime; é presença que abençoa
e não um Ser pleno de repulsas. Deus passa a ser membro da “Família”,
Aliado, Presença que supre e regenera o desvalido.
Dr. Larry Dossey, contando suas experiências religiosas como médico
de um Hospital em Dallas, revela, principalmente, que através da
espiritualidade/oração há o significado de que não estamos sós. Ele nos conta:
“Um paciente meu estava morrendo. Na véspera de seu passamento,
sentei-me à sua cabeceira com a mulher e os filhos. Ele sabia que lhe
restava pouco tempo e escolheu suas palavras cuidadosamente,
pronunciando-as num murmúrio rouco. Embora não fosse uma
pessoa religiosa, revelou-nos que tinha começado a orar.
‘E o que é que pede quando reza?’, perguntei-lhe.
‘Não rezo para pedir nada’, replicou-me ele ponderadamente. ‘Rezar
recorda-me simplesmente que não estou sozinho.”
Oração é isso. Lembra-nos de nossa natureza ilimitada, a parte de
nós que é infinita no espaço e no tempo. É a afirmação do universo
de que não estamos sós.” (Reader’s Digest, agosto 1996, página 71).
Muitas são as experiências saudáveis de pessoas que, no hora da
dificuldade e da perda conseguiram o equilíbrio por viverem e experimentarem
uma espiritualidade saudável. O grande rei Davi vivia a certeza de um Deus
agente e presente quando escreveu o belo Salmo 23 (22 versão Católica): “O
Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” É essa Presença que se deve buscar
na espiritualidade sadia. Muitos pensam que a espiritualidade nos tira da
realidade. Percebe-se, nos “passos” de AA que, longe de se tirar o indivíduo da
realidade, a espiritualidade sadia o assenta mais na sua condição de humano e
de inserido num contexto humano, passando Deus a ser visto como aquele
capaz de proporcionar alternativas e elementos, muitas vezes, buscados na
23
própria mente do sujeito, para resolver ou dar-lhe a compreensão das suas
necessidades. Esse é o resultado da espiritualidade sadia.
Percebe-se que há grande diferença entre Religião e Espiritualidade. A
Religião tende a apontar para o ritual, o cerimonialismo. A espiritualidade nos
aponta para o Ser Superior, razão do presente trabalho, ou seja, dirigir,
apontar, indicar a realidade de um Poder superior. Nem sempre o religioso é
espiritual. A proposta é que sejamos espirituais, pertencendo ou não a uma
determinada religião. A religião pode ser positiva ou negativa. Uma maneira
direta e clara de se avaliar as qualidades de uma religião é a forma como ela
trabalha o outro e seus valores. Atenção, muita atenção quando uma religião é
discriminatória, exclusivista e desvaloriza os outros. Sinal amarelo (quase
vermelho). É indicativo de perigo e que precisa ser usado muito critério para
seguir ou não esse determinado seguimento religioso.
O Ser Superior aponta para o próximo e para nós mesmos. Quando tal
ocorre na vida do ser humano, ele, automaticamente, tende a uma mudança de
vida e comportamento, passando a interessar-se mais pelo próximo e pela
melhora pessoal. Quando essa tendência toma conta do indivíduo, ele caminha
na direção de uma qualidade de vida sem precedentes, atingindo-o como
pessoa e àqueles à sua volta, principalmente os da sua casa (família), que
deve ser a razão maior do trabalho do indivíduo, qual seja, o bem estar da
família.
O Ser Superior está disponível a todos, independendo de sua classe
social, condição física, racial ou do modelo constituinte de sua família. O Poder
Superior tem uma ação direta com o indivíduo, promovendo sua modificação.
Parte do particular para o geral. Por isso, todos os modelos de família
mencionados no presente trabalho, podem experimentar o Poder Superior,
suas ações e manifestações. Essa é a razão de não abordarmos “religiões”
pois essas, muitas vezes, impõe padrões de comportamento, que limitam o
ingresso e a ação de determinados indivíduos, dependendo de sua condição
24
ou da constituição de sua família. Já quando se fala da Espiritualidade, as
portas se abrem no sentido da acolhida, da misericórdia, do amor e da ação
maravilhosa de Deus, o Poder Superior, na vida dos indivíduos, atingindo,
inclusive a sua coletividade.
Bom seria que a humanidade se abrisse para a espiritualidade sadia,
que se volta para Deus e acolhe o seu próximo. Isso mudaria o mundo,
transformaria as famílias em verdadeiros “paraísos” na terra, proporcionando
equilíbrio, harmonia e, consequentemente, felicidade. A Espiritualidade é o
caminho para o equilíbrio e a felicidade.
Espiritualidade é um caminho aberto a todos. Entrar por ele, é opção.
Experimentá-lo, deve estar no íntimo de cada um ou, às vezes, no momento
vivido de cada ser (grande perda, doença, etc.). É importante, no entanto,
enfatizar que a experiência espiritual não é única ou exclusiva. Lida-se com o
Ser Superior, que manifesta-se da maneira que bem quer e lhe apraz. Essa,
pode ser, a razão abordar-se tão pouco essa realidade do homem e,
principalmente, vincular tal experiência pessoal ao seu vínculo familiar.
Quando se constrói afinidade de vida, pessoal e espiritual e se consegue
estabelecer, essas qualidades no lar, a experiência é rica e a família passa a
ser um local de primeira referência, um “porto seguro”, local de amparo,
proteção, passando a ser, um “pedacinho” do paraíso. Local de mútua ajuda
para os embates da vida.
A Espiritualidade, simplesmente por não se entender, não deveria ser
negligenciada na vida e estrutura familiar. Os que têm experimentado abertura
para o Eterno narram momentos especiais e revelam progresso na vida
pessoal e familiar. Essa é experiência de evangélicos/protestantes, católicos,
espiritualistas, budistas, judeus, islâmicos, dentre outros. Nunca é demais
enfatizar que, sendo vivida a espiritualidade, sem os riscos de uma religião que
desumaniza o indivíduo, é de grande valia a vida religiosa. Só tem a lucrar o
25
indivíduo e a família que vivem, de forma sadia a sua espiritualidade.
Espiritualidade é questão de fé, de crença. Abertos para a fé, passamos a
acreditar no Ser Superior, no próximo, em nós mesmos e nos componentes da
nossa família.
26
CONCLUSÃO
Uma Família Equilibrada não é aquela isenta de problemas, com
todos os elementos necessários para sua felicidade. Uma Família, de fato
equilibrada, é aquela que consegue atravessar as tempestades da vida,
sem receios e com confiança. Creio que só é possível quando sentimos
uma “força extra” que surge e brota da companhia dos que nos são
chegados e, principalmente de Deus, o Ser Superior, que, de uma forma
inexplicável se manifesta na vida do indivíduo, da família e da
humanidade. Ocorre que, nem sempre, há uma predisposição para
acolher Deus. Os que assim procedem, caminham e vivem suas vidas, até
de maneira satisfatória. No entanto, entendemos que, quando permitimos,
que Deus, da maneira como o concebemos, passe a fazer parte da nossa
caminhada, o cenário muda, a vida muda e, o que é melhor de forma
positiva.
Vale registrar as palavras do sábio que, a aproximadamente 3.500
anos atrás nos deixa o seguinte registro: “Se alguém quiser prevalecer
contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta
com facilidade.” (Eclesiastes 4:12). Diversos estudiosos entendem e
explicam o uso do termo “cordão de três dobras” como uma referência ao
Poder Superior. Na passagem as referências são sempre sobre dois que
se unem. Aqui, já faz uso do cordão de três dobras, aquele que, presente
pode fazer toda a diferença.
É isso que pensamos e acreditamos: Deus pode, de fato ser um
fator de equilíbrio e bem-estar na família, independente dos problemas e
das situações que esta vier a atravessar. Deus presente, como muitas
27
religiões ensinam, não sinal de ausência de problemas ou crises. Deus
presente, significa uma capacidade maior para vencer as crises e os
problemas. Mais uma vez, o contraste entre religião e espiritualidade. A
religião pode até ensinar que Deus é amuleto que livra no momento difícil.
A espiritualidade diz que Deus é força que me ajuda quando o momento
difícil se instala. Essa é a razão de se viver uma verdadeira espiritualidade
em todos os momentos. Lembremos do Salmista: “Os céus proclamam a
glória de Deus,..”(Salmo 19).
Assim seja a nossa percepção do Eterno. Vivamos, de forma
equilibrada na nossa família, experimentando, dia após dia, uma
espiritualidade sadia.
28
BIBLIOGRAFIA
RUBIO, Alfonso Garcia. Unidade na Pluralidade. São Paulo: Edições Paulinas,
1989.
LEÓN, Jorge A. Introdução à Psicologia Pastoral. São Leopoldo: Editora
Sinodal, 1996.
QUOIST, Michel. Construir o Homem e o Mundo. São Paulo: Editora Duas
Cidades, 1985.
ZANDRINO, Dr. Ricardo. Curar Também É Tarefa da Igreja. São Paulo: CPPC-
Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, 1986.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Edições Vida Nova,
2004.
BAKER, Mark W. Jesus, o Maior Psicólogo que Já Existiu. Rio de Janeiro:
Sextante, 2005.
DANIEL-ROPS, Henry. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. São Paulo:
Edições Vida Nova, 1983.
BOURGUIGNON, Silas Cabral. Apostila “Constitui-se Uma Família”, UCAM.
AVM, 2006
ROUDINESCO, Elisabeth. A Família em Desordem. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 2005.
Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida, São Paulo: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2006.
29
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. Os Doze Passos e As Doze Tradições. São Paulo:
Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos, 1999
________________. Viemos a Acreditar. São Paulo: Junta de Serviços Gerais
de Alcoólicos Anônimos, 1996.
Revista VEJA. 24 de janeiro, 2007.
Revista Seleções, Reader’s Digest, Agosto 1996.
Revista Lar Cristão, Ano XI, número 38, setembro a novembro de 1997.
www.mundodosfilosofos.com.br Família e Espiritualidade, acesso em 20 de julho
de 2007.
www.mulherdeclasse.com.br Espiritualidade, acesso em 20 de julho de 2007.
www.wikipedia.org.br Família, acesso em 20 de julho de 2007.
30
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
Espiritualidade: Caminho Para o Eterno Para o Próximo
E Para Mim Mesmo 10
CAPÍTULO II 15
Família: Conceitos, Estruturas e Funções 15
CAPÍTULO III 20
Espiritualidade e Equilíbrio Familiar 20
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 28
ÍNDICE 30
FOLHA DE AVALIAÇÃO 31
31
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: