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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO “A VEZ DO MESTRE” O MERCADO DE LANCHES RÁPIDOS ( FAST FOOD ) SOBRE RODAS Por: PAULO ROBERTO BARBOZA DA SILVA Orientador: Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

O MERCADO DE LANCHES RÁPIDOS ( FAST FOOD ) SOBRE RODAS

Por: PAULO ROBERTO BARBOZA DA SILVA

Orientador:

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

O MERCADO DE LANCHES RÁPIDOS ( FAST FOOD ) SOBRE RODAS

Objetivo: Trabalho de monografia para apresentação à

Universidade Candido Mendes como condição prévia

para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Logística Empresarial.

Por: Paulo Roberto Barboza da Silva

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AGRADECIMENTOS

“Minha gratidão a todos aqueles que,

pela dedicação, pela amizade, pela

abnegação ou pelo simples convívio ao

longo destes meses, a mim se uniram

pelo vinculo da experiência comum.”

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mulher

Rose, que durante os quase 52 sábados,

teve paciência, dando-me o incentivo

necessário para seguir adiante.

A ela todo meu amor.

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RESUMO

A indústria alimentícia brasileira é o ramo industrial em segunda colocação em

termos de produção no Brasil, estando atrás apenas do setor petroquímico

( Alimentos e Tecnologia, 2001 ). A estabilização econômica no pós Real

modificou o perfil desta indústria, que começou a investir em produtividade. As

grandes empresas, passaram a investir em marketing. Novos lançamentos

também estão sendo utilizados como forma de garantir mercado.

O mercado brasileiro de lanche também sofreu uma forte demanda a partir do

Real. As empresas como BOB’S, McDonald’s, Casa do Pão de Queijo, entre

outros, tiveram que se reestruturar e se modernizar para enfrentar a concorrência.

Por trabalharem com produtos de preço bastante acessível, beneficiou-se da

melhoria do poder de compra, principalmente das classes mais baixa.

O mercado paralelo que floresceu a margem das grandes redes de fast food, no

início da década de 80, foi lento e gradual, aumentando gradativamente quando a

economia brasileira vinha sofrendo os efeitos malévolos das incertezas e do

desemprego. O trailler era um caminho para fazer um “pé de meia”, um

complemento no orçamento mensal ou até mesmo como única fonte de renda. As

maiorias dos traillers foram abertas por pessoas que eram compostas por

membros da própria família.

Este trabalho tem o objetivo de realizar um estudo exploratório sobre o mercado

de lanches, a dinâmica da cadeia produtiva ( supply chain ), e a gestão do

negócio, através de um estudo de caso. Com objetivos específicos o trabalho visa

a descrever o funcionamento do mercado de lanches, descrever o histórico deste

mercado, entender e descrever a cadeia produtiva de lanches e sua logística.

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METODOLOGIA

Para este estudo, foi utilizada a metodologia da pesquisa qualitativa contemplada

no método do estudo de caso.

Godoy (1995) considera que o estudo de caso tem como objetivo uma unidade de

que se analisa profundamente e que visa ao exame detalhado de um ambiente, de

um simples sujeito ou de uma situação em particular. Sendo seu propósito

fundamental, como tipo de pesquisa, analisar intensivamente uma das unidades

sociais. Trata-se de uma importante estratégica de pesquisa quando se procura

responder às questões “como” e “porque” certos fenômenos ocorrem, quando há

possibilidade de controle sobre eventos estudados e quando o foco de interesse é

sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum contexto

de vida real, situação implícita nos objetivos propostos neste estudo.

Área de Estudo O principal critério utilizado na escolha dos trailers foi o da sua importância sócio-

econômica no setor alimento, caracterizado como lanches noturnos rápidos,

apresentando uma alternativa de trabalho e consumo na cidade. Dentre outros

aspectos, considerou-se uma análise da cadeia de suprimentos, bem como uma

descrição minuciosa do processo produtivo e uma análise do custo de produção

de dois produtos comuns em todos os trailers investigados. Surgiu a necessidade

de identificar os consumidores de lanches e suas preferências.

Foram estudados quatro trailers do bairro de Marechal Hermes, na Cidade do Rio

de Janeiro. Um dos trailers pertence a um dos irmãos do precursor da cadeia de

lanches bem popular no bairro que será identificado como proprietário do trailer A.

O proprietário do trailer B é parente do precursor e iniciou a aprendizagem no

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preparo de lanches trabalhando no trailer do precursor, quando tinha a idade de

11 anos, trabalhando no período de doze meses. Os atuais proprietários do trailer

C atualmente têm duas filiais, e o trailer central foi adquirido de um dos irmãos do

precursor da cadeia já mencionada. O proprietário do trailer D é considerado como

um dos trailers mais antigo, estando no ramo há 16 anos e não teve e nem tem

nenhuma relação de aprendizagem ou parentesco com o precursor. E a pessoa

identificada como E, trata-se do precursor da cadeia de lanches no bairro, que

atualmente não tem mais trailers, mas contribuiu com informações devido à

experiência no ramo e um dos precursores de sanduíche em trailers.

Os trailers pesquisados estão localizados em áreas próximos a praça e na

principal rua de acesso a praça. Os trailers A e C são localizados na rua principal,

considerando as filiais do C. O B está situado em uma rua paralela a rua principal,

mas com grande trânsito de veículos automotores. O D está um pouco afastado

da rua principal, porém já conta com uma freguesia certa.

Quanto à linha de produtos, o B apresenta maior diversificação de produtos,

oferecendo alguns lanches com frutas, filé de peru e lombo. O B e D tem uma

linha de produtos semelhantes. E o C oferece o hambúrguer de carne bovina alem

do de frango como estratégia de manter o preço acessível a toda classe social.

Coleta e análise dos dados Estabeleceu-se, para o estudo da cadeia de suprimento dos trailers, um

reconhecimento dos consumidores e suas preferências bem como estratégias

utilizadas pelos proprietários de trailers manter neste mercado tão competitivo. Os

instrumentos de pesquisa como a observação direta, a coleta quantitativa de

dados e a realização de entrevistas anotadas com proprietários e funcionários de

trailers, consumidores de lanches em trailers.

O roteiro de observação abrange aspectos da higiene e freqüência. As entrevistas

com os proprietários foram divididas em três blocos. O primeiro, levantamento de

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informações sobre o proprietário de trailer, levantando sobre uma caracterização

da empresa, linha de produtos oferecidos e produtos adquiridos, equipamentos

utilizados, e descrição do processo produtivo, funcionários/quantidade inicio da

atividade e atualmente, faturamento mensal, outros serviços oferecidos. A

segunda parte, refere-se a dados sobre os fornecedores como, freqüência da

transação, vantagens/desvantagens dos fornecedores, como solucionam

problemas com falta de alguma matéria prima. E por ultimo, dados referente aos

consumidores de lanches em trailers, como faixa-etária, preferencia de lanches, e

marketing realizado para atrair clientela.

Seleção dos entrevistados Foram entrevistadas 20 pessoas, sendo 4 proprietários de trailers e 12

consumidores de lanches nos trailers e 4 funcionários dos trailers.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPITULO I - A História 11

CAPÍTULO II - Resultados e Discussão 16

CAPÍTULO III - A Solução está na Logística 26

CAPÍTULO IV - A Logística no Mercado de Lanches Rápidos (fast food)

sobre Rodas 32

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

BIBLIOGRAFIA CITADA 58

INDICES 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

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INTRODUÇÃO

A concorrência acirrada das empresas tem exigido cada vez mais uma abordagem

sistêmica das cadeias produtivas, e estas procuram organizar-se para melhor

competir no mercado. Este trabalho procura analisar a estrutura produtiva e a

competitividade da cadeia de lanches rápidos (fast-food). O presente trabalho

constitui um estudo exploratório, é uma tentativa inicial de abordar os problemas

desta cadeia produtiva sem pretender iniciar a discussão em torno deste tema.

Nos países da América Latina, o consumo de alimentos está aumentando, como

resultado do crescimento econômico e da renda. O “mix” de produtos e a

qualidade dos alimentos também estão mudando. Os consumidores estão

aumentando o seu consumo de proteínas animais, frutas e vegetais, e diminuindo

o consumo de amidos.

As mulheres estão participando cada vez mais do mercado de trabalho, e assim é

natural haver um aumento da demanda por alimentos de conveniência e do hábito

de se alimentar fora de casa. Os EUA lideram essa tendência de comer fora,

sendo que quase a metade das despesas do consumidor envolvendo alimentação

é com comida fora de casa. As lojas de delivery (entrega de comida pronta), a

compra de alimentos pela Internet e os serviços de entrega em domicílio estão em

expansão, Folha de São Paulo (13/10/98, p.5-2), bem como as comidas

congeladas.

Longe das grandes cadeias de fast food, delivery, supermercados, floresce um

mercado paralelo, composto dos chamados “vendedores autônomos do sanduíche

cachorro-quente”, “lanches de rua”, “negócios sobre rodas”, pequenos negócios

montados em trailers ou veículos para venda de lanches. Sendo uma atividade

eminentemente informal, vem se constituindo em uma fonte de renda segura para

de seus proprietários e devido ao seu baixo preço acessível a todas as classes

sociais.

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Capítulo I

Histórico O Mercado de Lanches Rápidos ( fast food )

... “O que se deve fazer quando um concorrente está se afogando?

- Pegar uma mangueira e jogar água em sua boca”.

Ray Kroc

Fundador do McDonalds

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CAPÍTULO I

Histórico

O Mercado de Lanches Rápidos ( fast food )

O mercado brasileiro de lanches (tipo hambúrgueres) vem apresentando

constante crescimento. Por trabalhar com produtos de preço acessível, se

beneficia da melhoria do poder de compra das classes mais baixas.

O Bob's, a pioneira das redes de fast food é a mais antiga do Brasil e se

reestruturou para enfrentar a concorrência. A empresa, fundada em 1952 por

Robert Falkenburg, campeão de tênis no torneio de Wimbledon, trouxe o conceito

de fast-food que não existia no país e vislumbrou a possibilidade de fazer sucesso

no Rio de Janeiro. Bob como era chamado pelos amigos, abriu a primeira loja em

Copacabana onde vendia exclusivamente sorvete de baunilha. Incentivado por

amigos, lançou no Brasil o hot-dog, o hambúrguer, o milkshake e o sundae. No

final da década, o BOB’S já fazia parte da crônica social do Rio e do Brasil.

Quando Bob Falkenburg voltou aos Estados Unidos, em 1974, o controle acionário

da empresa foi transferido a Libby do Brasil, posteriormente absorvida pela Nestlé.

Em 1975, foi lançado o BIG BOB, pioneiro no conceito de sanduíche-refeição no

Brasil. Em 1978 passou a pertencer a Vendex do Brasil – uma multinacional

holandesa. Em março de 1996, foi comprado pela Brazil Fast Food Corp, empresa

de capital aberto, com ações negociáveis na Bolsa de Nasdaq, em Nova Iorque e

resolveu investir em modernização. A rede possuía em 1997, 126 lojas, hoje está

com 302 e tem planos de atingir 500 até o final do ano 2004. Em 2001 foi

inaugurada em Portugal a primeira loja internacional do Bob’s.

Antes de ser vendida, a rede tentou trazer ao Brasil a marca norte-americana

Burger King. Atualmente, essa opção foi descartada.

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Grandes redes como a Arby's e a Subway iniciaram suas operações no Brasil em

meados da década de 90. As duas redes tiveram resultados iniciais e investiram

em ampliação de lojas e franquias. Apontam como principal concorrência os

restaurantes por quilo. Procuravam diferenciar seus produtos dos lanches

oferecidos pelas cadeias de fast food presentes no Brasil. Não obtiveram sucesso.

A McDonald's - a maior no setor de fast food em todo o mundo – é um ícone do

empreendedorismo. A presença do palhaço Ronald McDonald em 30.000

restaurantes espalhados por 119 países é a prova acabada de uma boa idéia.

Atualmente ela emprega 1,5 milhão de pessoas, atende mais de 46 milhões de

clientes por dia. Mas não está livre de percalços. Em 2002 a direção mundial da

companhia anunciou um prejuízo de US$ 344 milhões de dólares no último

trimestre do ano. Comparado ao faturamento colossal do grupo, da ordem de 40

bilhões de dólares, a notícia nem é tão ruim assim ( VEJA, 2002 ). Mas nos idos

dos 90 quando aqui ainda estava começando, o grande “M” também se

reestruturou para adequar-se à nova realidade econômica brasileira. Em outubro

de 1996, foi fechado um acordo pelo qual o Mcdonald's no Brasil passou a ser

uma empresa totalmente americana. A matriz nos EUA comprou a participação

que era de Gregory Ryan por cerca de US$ 30 milhões de dólares (FRANCO,

1996).

A história começou em 1954, quando o representante comercial Ray Kroc

conheceu o restaurante dos irmãos Dick e Maurice McDonald, administrado com

notável eficiência. Juntou suas economias e propôs aos irmãos McDonald a

franquia do nome da família para abertura de um outro restaurante, que

funcionasse nos mesmos moldes.

Em abril do mesmo ano, o ex-representante comercial inaugurou seu primeiro

restaurante em Des Plaines, Estado de Illinois, EUA. A idéia era servir

hambúrgueres de qualidade, com serviço rápido e cortês, em um ambiente

totalmente limpo – conceitos até hoje ligados à marca.

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Começava naquele momento uma revolução. Em 1955 eram mais de 20

restaurantes. Em 1958 chegava a marca de 100 milhões de hambúrgueres

vendidos. No início dos anos 60, Kroc desembolsou US$ 2,7 milhões e comprou a

parte dos irmãos McDonald no negócio.

Em 1967, com quase mil restaurantes funcionando nos EUA, o McDonald’s

iniciava sua escalada internacional abrindo restaurantes em Porto Rico e Canadá.

Um mercado paralelo que tem se desenvolvido à margem das grandes redes de

fast food, e em mercados bem segmentados, por poder aquisitivo e localização, é

o dos chamados “lanches de rua” ou “negócios sobre rodas”, pequenos negócios

montados em trailers ou veículo para venda de lanches. Em agosto de 1998, a

aprovação do projeto de lei que regulamenta a profissão dos "dogueiros"

(vendedores motorizados de cachorro-quente) pela Câmara Municipal de São

Paulo, abriu precedente para a legalização desta e de outras atividades

comerciais em veículos. O texto aprovado só faz referência aos "vendedores

autônomos do sanduíche cachorro-quente", mas a medida poderá beneficiar mais

pessoas se for ampliada à comercialização de qualquer tipo de lanche, luta que

ainda está em curso. Pelo texto aprovado, o empreendedor tem que obedecer "as

condições mínimas de higiene" impostas pela Secretaria Municipal do

Abastecimento, realizar cursos sobre a preparação de lanches e permanecer

estacionado na região delimitada pela prefeitura, além de afixar em local visível a

autorização para a venda, (Folha de São Paulo, 23/Ago/98).

Os custos para se abrir um negócio sobre rodas ficam em R$ 1.000,00 reais para

uma barraca estática porém com rodas e de R$ 8,000 reais e R$ 15.000 reais com

a compra do veículo, mais as despesas com a adaptação, que giram em torno de

R$ 500,00 reais. A empresa Pipocar desenvolveu para um evento um

equipamento de hot dog que pode ser instalado em qualquer carro. O cozimento é

feito por uma bateria automotiva. O kit de hot dog custa aproximadamente R$

1.700,00 reais. A Doguinho também aboliu o botijão a gás. O sistema é exclusivo

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para hot dog, e custa cerca de R$ 2.500,00 reais. A empresa tem opções para

churrasco, pizza, pastel e chope. A Elma Carrinhos comercializa carretas para

churrasco, chapa para lanches, pastel com caldo de cana, jornaleiro e hot dog. O

reboque tem preços a partir de R$ 2.800,00 reais ( DE MOURA, 2001).

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Capítulo II

Resultados e Discussão

... “Se seu vizinho quiser passar o ponto, compre-o antes que seu

concorrente o faça”.

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CAPÍTULO II

Resultado e Discussão

Este trabalho foi realizado no bairro de Marechal Hermes, na Cidade do Rio de

Janeiro, com alguns trailers de lanches. Na década de 80 iniciou-se na cidade o

hábito de comer lanches em trailers. O precursor foi um trailer perto da igreja, num

ponto bem central de concentração dos jovens. Este proprietário que passaremos

a chamar doravante de “precursor” tinha além deste trailer, outro em um bairro

próximo. Sendo obrigado a remover seu trailer, devido a ser uma área municipal

com projeto de construção de uma praça, e já havia muitos concorrentes, o

precursor resolver mudar o ramo de atividade. Na mesma época, surgiu um trailer

próximo, mais centralizado no ponto de encontro da juventude. Daí surgiu à idéia

de implantar uma cadeia de trailers pelo bairro, situando em vários pontos da rua

central, Rua Gal. Cordeiro de Faria. Cada novo trailer aberto foi sendo repassado

para cada irmão do proprietário começarem a fazer “um pé de meia”. Na mesma

época, o proprietário adquiriu um caminhão-trailer e viajava para eventos festivos

fora da região, como “Festival da Canção”, “Feiras Artesanais”, “Festa do Peão”,

levando o nome do sanduíche e tornando cada vez mais conhecido.

O sanduíche é caracterizado como um lanche noturno e rápido, sem perder tanto

tempo para apreciá-lo. O horário de funcionamento é semelhante para todos,

iniciando os preparativos a partir das dezesseis horas e ficando aberto a noite

toda, se necessário, dependendo do movimento de consumo. A faixa etária

consumidora varia de 13 a 30 anos para os trailer D e para o C, considera a

maioria dos clientes são jovens, mas abrange toda a faixa-etárias. O trailer A

abrange a faixa etária de 10 a 40 anos considerando familiares e seus filhos

menores, identificando que suas clientelas não são consumidores de lanches de

R$1,50. Para proprietário do B, sua clientela são jovens e famílias de classe

média, que utilizam muito o serviço de entrega à domicílio. Durante a semana, o

movimento é menor, sendo específico mais para estudantes, trabalhadores e às

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vezes, alguns casais de namorados. No final de semana, o movimento é maior

atendendo até o amanhecer para os boêmios saindo de festas populares e bailes.

Atualmente, tem-se vário trailer desta cadeia iniciada na década de 80, em que os

irmãos continuam com a atividade mantendo o mesmo padrão, mas o proprietário

fundador não tem mais trailer, repassando o ultimo trailer para seu filho. Ele disse

que ganhou muito dinheiro, mas não soube aplicar, deixando na poupança e que

com o governo Collor seu dinheiro foi bloqueado e depois ficou desvalorizado.

Assim, desgostou, devido a muito trabalho que exige, preferindo trabalhar em sua

pequena barraca na feira local; tem também uma lanchonete que construiu num

“puxadinho” na frente de casa e toma conta junto com a esposa.

O crescimento de trailer no bairro foi imenso, sendo a maioria dos trailers abertos

foram por pessoas que trabalharam com a família citada anteriormente. Segundo

comentário de um dos proprietários de trailer, o bairro chegou a possuir mais de

15 trailers. A prefeitura não tem informação sobre o numero exato. Para abrir um

trailer, caso a Prefeitura reconhecesse a atividade, bastaria ter uma licença que

seria adquirida após o preenchimento do requerimento próprio, encaminhado para

a Superintendência Municipal de Vigilância Sanitária conseguindo dessa forma

suporte público, seguindo normas de postura municipal. A Desvantagem para

quem não procurasse regularizar a atividade, seria o risco de ver seu trailer

guinchado para o depósito público por atividade ilegal.

2.1 Estudo de caso Da necessidade de identificar a cadeia de suprimento dos trailers, propusemos a

analisar os maiores trailers, considerando proprietários que prosperaram na

atividade, a ligação com o precursor da maior cadeia de trailers do bairro,

considerando a localidade central, proprietários que tem filiais, e proprietários que

não tem ou teve nenhuma ligação com o fundador da cadeia mencionada.

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Portanto, entrevistamos cinco proprietários de trailers, com estas características.

O primeiro proprietário é um dos irmãos que prosperou, mantendo seu trailer em

um ponto central de concentração de estudantes, que será tratado como A. O

segundo proprietário é primo do precursor da cadeia, iniciou o aprendizado

quando tinha idade de onze anos, trabalhando por um ano no trailer fazendo

lanches, que será tratado como o B. O terceiro trailer, era de um dos irmãos do

precursor e foi vendido para uma pessoa que nunca havia trabalhado no ramo.

Fez uma sociedade já há um ano e seis meses e prosperou, abrindo duas filiais

em outros bairros. Aderiram a idéia de vender qualquer sanduíche no preço único,

o que tem contribuído para atender diversas camadas sociais, devido ao preço

mais acessível. Este trailer será referido como C. E por último, temos um

proprietário de trailer considerado como um dos mais antigo, tendo 16 anos no

mercado. Não tem nenhuma ligação com o precursor da cadeia, e será

mencionado como D. Algumas informações foram adquiridas com o precursor da

cadeia de sanduíches do bairro para enriquecer o trabalho, devido a grande

quantidade de informações que ele dispõe, que quando necessário,

mencionaremos com a categoria E.

2.2 Análise da cadeia produtiva dos trailers de lanches

A cadeia produtiva pode ser entendida como a rede de inter-relações entre os

vários atores de um sistema industrial, que permite a identificação do fluxo de

bens e serviços através de setores diretamente envolvidos, desde as fontes de

matéria-prima até o consumidor final do produto objeto de análise (Fensterseifer &

Gomes). No caso dos trailers de lanches, a cadeia produtiva tem início na

agropecuária e alguns produtos já industrializados. Iniciaremos a descrição dos

produtos e seus fornecedores.

2.2.1 Hortifrutigranjeiros

Produtos agrícolas identificados na confecção do lanches como “salada do

sanduíche”, compostos de tomate, cebola, alface. A maioria dos proprietários

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adquirem estes produtos de “sacolões”1[1] localizados perto de seus trailers ou por

amizade aos proprietários de sacolões que favorecem nos preços oferecidos. Os

produtos são caracterizados pela distribuição da CEASA e no Grande Mercadão

de Madureira. Os produtores agrícolas entregam diretamente nos CEASA e estes

produtos retornam para os sacolões sem ter como identificar a localidade dos

produtos e seus produtores. Alguns proprietários de trailers alegam que não

adquirem produtos agrícolas diretamente dos produtores pela inconstância de

oferta e preço e que nos sacolões, alem de oferecer padronização dos produtos,

oferecem preço acessível e comodidade de ter a certeza de ter o produto. O

proprietário B é o único que oferece salada de frutas como banana e abacaxi e

compram dos sacolões. Quanto a alface, único produto agrícola que diferencia de

alguns proprietários não adquiri-lo no sacolão, como o proprietário A que compra

diretamente do produtor em chácaras lhe que garante a constante entrega e o

proprietário do trailer C que adquirem diretamente de um produtor de alfaces de

hortas comunitárias ”chacrinhas”.

2.2.2 Ovos Com relação aos ovos, os trailers B e D tem comprado nos sacolões. Sabe-se que

a granja está situada em cidade próxima, mas não se faz a entrega diretamente.

Primeiro, a granja entrega à CEASA para depois retornar aos sacolões. O

proprietário do trailer A enfatiza a importância de adquirir ovos diretamente do

aviário local, mesmo pagando as vezes um pouco mais, mas tem a garantia de ter

ovos frescos e com qualidade, justificando por a granja fazer colheita de ovos

diariamente, evitando correr o risco de ter um produto choco ou deteriorado. Os

proprietários do C por estas razões, também preferem adquirir os ovos

diretamente de uma granja da região, além de ter um preço mais em conta do que

a granja local.

1[1] Os também chamados “sacolões”, caracterizam-se como grandes varejos de verduras e legumes, com preços populares, geralmente padronizados por quilo e preços únicos.

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2.2.3 Pão de Hambúrguer

O pão de hambúrguer é um dos principais produto neste processo. Sua

característica é uma forma arredondada para acompanhar a forma arredondada

da carne de hambúrguer e tem o sabor levemente adocicado. O excesso de

açúcar na massa de pão faz com que o pão fique murcho, interferindo diretamente

na qualidade do pão de hambúrguer. Quanto a forma e tamanho dos pães de

hambúrguer e cachorro quente foi identificado, segundo informações das padarias

locais, que é conseguido através de uma máquina chamada “divisora” em que o

padeiro prepara a massa de pão doce com menos açúcar, pois, assim deixará a

massa mais consistente e sabor agradável ao conciliá-lo com os outros

ingredientes de um sanduíche pronto.

A massa preparada, é pesada numa quantidade de três quilos e enrolada em

comprido para ser cortada pela divisora em trinta partes iguais, com média de

100g cada parte e em seguida, será modelada na forma arredondada pelas mãos

do padeiro. Geralmente os fornecedores de pães de hambúrguer para os trailers

tem sido constante, nos últimos dois anos. Apenas o proprietário do D demonstrou

ter fornecedor mais inconstante, caso não atende suas características exigidas

como por exemplo, o pão de cachorro quente estar muito doce, ou tamanho menor

do que de costume e algumas vezes, vendem pão murcho que o faz trocar de

fornecedor imediatamente, como ele mesmo informa que “tem padaria com

propaganda enganosa, oferece um preço e produto inferior”. O mesmo acontece

para o pão para cachorro quente.

2.2.4 Produtos de Laticínios

Os produtos adquiridos por laticínios como a mussarela ou queijo prato tem

fornecedores distintos para cada trailers. Os proprietários do A, C e D adquirem o

queijo tipo mussarela de lacticínios no Mercadão de Madureira com preço do quilo

bem mais em conta. O proprietário B prefere usar o tipo de queijo prato da marca

“Vale do Orizona”, comprado com o preço um pouco mais elevado que os outros,

porém, seu produto final diferencia dos demais agradando seus consumidores. O

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queijo é adquirido pelo distribuidor Tamoyo do referido Mercadão que além do

queijo lhe oferece vários outros produtos.

2.2.5 Carne de Hambúrguer, Salsicha e Lingüiça

Os produtos frigoríficos podem ser considerados uma das matérias primas

essenciais no produto final, principalmente referindo a carne de hambúrguer que

sem ele e o pão não tem sanduíche. A marca do hambúrguer esta diretamente

ligada a diferenciação de preços entre os trailers. O A, B e D adquirem a carne de

hambúrguer, salsicha e a lingüiça da Sadia, e alguns procuram mostrar para a

clientela, a embalagem afim de demonstrar a qualidade do produto que estão

adquirindo. Mesmo o preço a ser pago por esta marca ser mais elevado do que os

dos concorrentes de carne de hambúrguer, os proprietários de trailers afirmam

que a qualidade do produto não se compara e o que os tem mantido neste

mercado por tanto tempo, com uma boa freguesia está na qualidade que oferecem

e que a Sadia mantém.

Os proprietários do C adquirem a carne de hambúrguer, lingüiça e salsicha da

marca considerando a qualidade boa e satisfatória e torna o preço final do

sanduíche acessível à sua clientela, pois favorecem comercializar qualquer tipo de

sanduíche com um único preço.

2.2.6 Filé de Frango, de Peru e de Lombo, Presunto, Apresuntado e Bacon

Para diversificar os lanches, além da carne de hambúrguer, vários outros produtos

frigoríficos são adquiridos para atrair a clientela. Dentre tais podemos citar o filé de

frango, frango empanado, frango desfiado, filé de peru, filé de porco e temos

também o presunto ou apresuntado e o bacon, ovos de codorna, queijo ralado,

uva passa entre outros. Estes são avaliados também pelo preço oferecido. Os filés

de frango são específicos da Sadia para o trailer A. O proprietário do B, entre sua

variedade de lanches, é o único que oferece lanches com filé de frango

empanado, e de peru adquiridos da Sadia ou Perdigão, mas o seu filé de frango e

frango desfiado é da marca Frango Sul. adquirido também no Mercadão de

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Madureira. Os de filés de lombo da marca Seara que são lanches feitos apenas no

trailer B. O proprietário do D aproveita preços promocionais nas loja do Mercadão

e adquiri filés de franco e peito de frango que cozinha e desfia. Quando não tem

preço promocional, compra hambúrguer de frango da marca Sadia no

supermercado. Os proprietários do C compram frango da marca Rica. Os trailers B

e C adquire presunto da marca Perdigão enquanto os trailers A e D compram

apresuntado Sadia, sendo que o A adquire diretamente nas lojas de laticínios o

produto Sadia e o D compra no supermercado. E por fim, o bacon , os trailers A e

B compram do distribuidor Tamoyo. O trailer C adquire diretamente de um

frigorífico. E o trailer D compra à vista em supermercado ou Mercadão de

Madureira e adjacências.

2.2.7 Fornecedores de Produtos Industrializados

Na cidade, semanalmente, representante das empresas contatam proprietários

das lojas no Grande Mercadão de Madureira que possui dezenas de lojas, muitas

voltadas para atender os proprietários de trailers e oferecem seus produtos.

Porém, existem características específicas para poder comprar diretamente dos

representantes, por exemplo, é necessário ter firma aberta com inscrição estadual

e um CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica) para os representantes possam

emitir nota fiscal. Assim, surge a principal limitação da maioria dos trailers não

adquirir produtos diretamente da Sadia ou Perdigão, não podendo, devido a não

legalização de sua atividade, usufruir da condição de pagamento diferente dos à

vista.

2.2.8 Milho verde, Ervilha e Saches de Condimentos

Todos os trailers investigados adquirem a maioria dos produtos industrializados no

Grande Mercadão de Madureira ou na CEASA. O milho verde e a ervilha são

adquiridos em caixas com seis latas de dois quilos cada, da marca Beira Alta. O

catchup e mostarda são vendidos em bombonas de três litros e a maionese em

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baldes de 4,4 quilos, utilizando óleo de soja (Liza ou Sadia) e ovos. Os

condimentos servidos no balcão são colocados em pequenas garrafinhas plásticas

com bico para clientes que consumem lanches nos trailers. Os saches de

condimentos como maionese, catchup e mostarda da marca Arisco são utilizados

exclusivamente para os lanches de pronta entrega, isto é, nos trailers que fazem o

lanche “prá viagem” como o caso do B e C. O proprietário do D, mesmo sendo

o precursor de entrega a domicílio, seus condimentos são colocados em pequenos

saquinhos plásticos para os lanches de pronta entrega.

2.2.9 Batata – Palha

A batata palha é um produto adquirido por todos os trailers pesquisados e

oferecido aos consumidores como ingrediente opcional nos lanches bem como o

milho verde, ervilha, queijo ralado, ovo de codorna ou outro item que esteja em

oferta e oferecem como produto substituto ou complementar. O proprietário do

trailer A compra de uma pequena fábrica, juntamente com um irmão. Os outros

trailers adquirem no Mercadão de Madureira ou distribuidores.

2.2.10 Embalagens

Embalagens como saquinhos plásticos para hambúrguer e Cachorro Quente e

sacolas tipo “camiseta” para entrega à domicílio, canudinhos, copos descartáveis,

guardanapos dentre outros são adquiridos em lojas especializada nestes artigos.

Esta loja vende à preço de atacado e varejo, favorecendo aos que compram

grande quantidade os melhores preços.

2.2.11 Bebidas

Formadas por refrigerantes, sucos e cerveja. Os proprietários dos trailers A e B

vendem produtos da Coca-Cola. O trailer B oferece a Coca-Cola e demais

refrigerantes como Guaraná e Fanta. O proprietário D, diz que não gosta de

adquirir produtos da Coca-Cola porque prefere os refrigerantes “Tubaínas” em lata

na promoção dos distribuidores, bem como o mate com limão e o guaraná natural.

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O trailer B oferece também além do refrigerante, o “suquinho” da marca Hula-Hula

adquirido dos distribuidores. A venda de cerveja em lata foi identificada nos trailers

A e C e em todos os demais.

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Capítulo III

A Solução está na Logística

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Capítulo III

A Solução está na Logística

Quando se compra um automóvel ou, simplesmente, se vai ao supermercado, é

difícil de imaginar todas as operações que foram necessárias para que esses

produtos estivessem à disposição e em condições ideais de consumo. Existe uma

ação responsável que viabiliza a existência da mercadoria certa, no local certo, na

hora certa e pelo custo certo: a logística. Longe de ser um problema, ela é hoje

considerada uma necessidade para as empresas que buscam maior

competitividade, produtividade e lucratividade na economia global. É por meio dela

que é possível desenvolver uma estratégia eficiente para otimizar os custos da

movimentação de materiais, estoque, distribuição e transporte em toda a cadeia

produtiva.

A origem da palavra é militar e já era praticada por Napoleão Bonaparte. Como a

guerra é uma situação que envolve ampla complexidade com a constante

transferência de tropas, armamentos, roupas, medicamentos, alimentos,

munições, enfim, toda a infra-estrutura de combate, surgiu a necessidade de ser

criada uma estratégia de movimentação que atendesse a esses suprimentos.

Assim nasceu o conceito de logística. Na Europa e nos Estados Unidos, o

conceito passou a ser aplicado pelas indústrias nos anos 50 e 60, já com o

objetivo de buscar um melhor gerenciamento do estoque, da armazenagem e do

transporte. No Brasil, a prática começou a ser difundida apenas na década de 90.

De acordo com o coordenador do Centro de Estudos em Logística –

Coppead/UFRJ, Paulo Fernando Fleury, o rápido crescimento do comércio

internacional, principalmente das importações, gerou uma enorme demanda por

logística internacional, uma área para qual o país nunca havia se preparado

adequadamente tanto em termos burocráticos quanto de infra-estrutura e práticas

empresariais. Por outro lado, o fim do processo inflacionário induziu a uma das

importantes mudanças na prática da logística empresarial, ou seja, o crescente

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movimento de cooperação entre clientes e fornecedores na cadeia de

suprimentos, dentro do conceito de Supply Chain Management (Gerenciamento da

Cadeia de Suprimentos). Antes da estabilização econômica, as contínuas

mudanças de preços causadas pela inflação criavam enormes incentivos para a

prática especulativa no processo de compras e tornavam impossível qualquer

tentativa de integração na cadeia de suprimentos. O processo especulativo

gerava, também, enormes ineficiências na utilização de ativos, pela necessidade

de dimensionar os recursos para o pico da demanda mensal, gerada pelo

processo de concentração das compras no final do mês.

No início da década de 90, a indústria, principalmente a automobilística, passou a

adotar o conceito just in time, buscando a redução de estoque e a diminuição do

custo de produção. Já o varejo, também visando à redução de custos e à melhoria

na qualidade de serviços, vem buscando trabalhar de forma cooperada com seus

fornecedores. Se nos anos 90 era comum, no início do mês, os distribuidores

disponibilizarem o dobro do número de caminhões do que a média ao longo do

mês, o que gerava grandes tempos de espera no começo do mês e grande

ociosidade nas outras três semanas, hoje esse processo de compra e entregas

não estão mais centralizados em uma única semana.

No entanto, todo esse esforço empresarial vem esbarrando em enormes

deficiências ainda encontradas na infra-estrutura de transporte e comunicações.

Existem aí enormes oportunidades para o aumento de produtividade e para a

melhoria da qualidade dos serviços. Como se não bastasse, o termo “logística”,

embora mais popular, nem sempre é aplicado adequadamente.

Problema ou solução – Para o professor Fleury, atualmente há um exagero na

aplicação do conceito da logística. “Até seis anos, o termo era desconhecido.

Hoje, praticamente todo o mundo já ouviu a frase ‘isso é um problema logístico’.

Embora a palavra tenha sido usada excessivamente nos últimos tempos, a

logística não deixa de ser fundamental para o sistema econômico e faz parte do

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dia-a-dia das pessoas. Hoje, a principal preocupação é com a redução dos

investimentos necessários para tocar o negócio. Uma das tendências é a

terceirização, desde o transporte até a contratação de operadores logísticos que

se responsabilizam pela importação de produtos, administração de estoque,

alimentação da linha de produção até a distribuição do automóvel, por exemplo.

Outra tendência é reduzir a quantidade de estoque, sem prejudicar a

disponibilidade do produto.”

Já para José Carlos da Silva Caridade, presidente em exercício do Conselho de

Logística da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio SP), o Brasil

ainda não entendeu o que é logística. “É comum às pessoas olharem a logística

como um problema, quando, na verdade, é uma solução. Ela é uma ferramenta de

venda. Não adianta ter um produto de qualidade se não há um processo produtivo

e de distribuição de baixo custo e que possibilita a entrega no local certo, na hora

em que o cliente precisa.” Para José Luiz Vidal, coordenador nacional do

Conselho de Logística e representante da Fecomércio SP na Agência Nacional de

Transporte Terrestre, as pessoas não têm idéia da dimensão da logística. “Ela

começa no início da produção e só termina no final do processo, quando o

consumidor adquire o produto. Pouca gente lembra, mas a embalagem é uma

parte importante da logística, já que é ela que irá determinar como o produto será

transportado”, salienta Vidal.

Já para o professor especialista em logística da FVG, José Bento Carlos Amaral

Jr., não há um exagero no emprego da palavra logística. “A palavra cabe em

vários segmentos e situações. Hoje, há uma necessidade de diminuir o custo e

aumentar a eficiência operacional em todos os setores. Daí a necessidade de se

falar em processos logísticos ficou evidente.” Para ele, uma das tarefas mais

difíceis é a integração entre as áreas internas e a externa. “Obrigatoriamente, as

mais delicadas são a comercial e a operacional. Há uma necessidade de colocar

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metas comuns e objetivas de desempenhos e avaliação, caso contrário, continua

o velho problema de vender mais do que é possível entregar.”

Outra confusão freqüente é confundir transporte e movimentação de cargas com

logística. Essas são apenas duas partes dela. Fora dos trilhos – Devido à

ineficiência do sistema de transporte brasileiro, caro e dependente do modal

rodoviário, atualmente ele é considerado um dos grandes problemas da logística.

Há fatores que explicam porque o transporte muitas vezes é confundido como a

logística em si. Os custos da logística correspondem a 16% das vendas totais do

planeta. Nos Estados Unidos eqüivalem a 10,8% do PIB (US$ 2,1 trilhão em

1999). Já na América Latina, com base em suas 185 maiores organizações, a

logística responde por 22% do valor de venda. Com gastos equivalentes a 10% do

PIB, o transporte brasileiro possui uma dependência exagerada do modal

rodoviário, o segundo mais caro, atrás apenas do aéreo. Enquanto no Brasil o

transporte rodoviário é responsável por 58% da carga transportada (em

tonelada/km), na Austrália, nos EUA e na China os números são 30%, 28% e

19%, respectivamente. Considerando-se apenas as oportunidades de migração do

rodoviário para o ferroviário, pode-se estimar uma economia de mais de US$ 1

bilhão por ano. Residem nos portos e nas ferrovias as maiores oportunidades para

a redução dos custos de transporte. Segundo estudos do Banco Mundial, somente

as ineficiências do sistema de transporte acrescentam 7% ao custo dos produtos

exportados pelo país. Apenas como exemplo dos inúmeros indicadores dessa

ineficiência, basta verificar que a produtividade de mão-de-obra portuária era, até

dois anos atrás, apenas 20% da européia.

No caso das ferrovias, a situação não é diferente. Enquanto a produtividade média

nas ferrovias norte-americanas, medida por toneladas/km por empregado, é de 8

milhões, na antiga Rede Ferroviária Federal o valor era de 1 milhão e na Fepasa

de 500 mil.

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O processo de privatização dos portos e ferrovias, assim como a nova legislação

em relação aos dutos cria agora enormes oportunidades para o aumento da

produtividade, a redução de custos e a melhoria de serviços. Embora muito

recente, os resultados destas mudanças já começaram a aparecer. No caso da

primeira ferrovia privatizada, o tempo médio de viagem na principal rota foi

reduzido de 11 para seis dias; o nível de utilização das locomotivas subiu de 37%

para 65%; o número de empregados foi reduzido de 1.800 para 900. Como

conseqüência, os preços já sofreram reduções médias entre 15% e 20%.

O transporte ferroviário no Brasil está se renovando. Ao mesmo tempo, pela costa

brasileira, a cabotagem é um modal importante. Mas o caminhão é o único

transporte que leva direto para o cliente. Diante disso e levando em consideração

as características geográficas do Brasil, a solução é o transporte intermodal. –

“Particularmente, acredito que o novo governo vai centralizar esforços para

promover mudanças estruturais para que a exportação seja viável em vez de

barrada pelo custo do transporte”. Para José Bento Amaral Jr., o transporte é um

problema pois temos o uso exagerado para o modal rodoviário para diferentes

perfis de carga. Hoje, 68% da movimentação de materiais passa pelo transporte

rodoviário, o que é um absurdo no processo logístico. Mas, de nada adianta falar

qual o modal mais barato. Esses modais precisam conversar um com o outro.

É essencial que haja comunicação e integração entre as ferrovias, as rodovias e

os portos (VAREJO & TECNOLOGIA, 2003).”

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Capítulo IV A Logística no Mercado de Lanches Rápidos ( fast food ) sobre Rodas

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Capítulo IV

A Logística no Mercado de Lanches Rápidos ( fast food ) sobre Rodas

Embora uma parcela de consumidores ainda se mantenha fiel ao atendimento a

La Carte, ou ao Fast Food tradicional, a exemplo do acentuado crescimento das

duas maiores redes do Brasil (McDonald’s e Bob’s), a necessidade de conciliar

lazer, auto-atendimento e aplicação dos poucos recursos financeiros disponíveis,

tem influenciado no perfil do consumidor. Surge então uma nova tendência de

mercado, que explorando os pontos mais estratégicos da cidade - e com grande

mobilidade - vai diretamente de encontro ao seu público alvo: o Lanche Rápido

sobre Rodas.

Este processo, aparentemente simples, envolve todas as etapas da cadeia de

suprimentos, e torna-se investimento atrativo por ser um dos poucos segmentos

que recebe à vista sobre quase 100% das vendas realizadas. Neste mesmo

cenário, e apenas para ilustrar, temos também as empresas de transportes

coletivo, cujo produto (serviço) por ter liquidez imediata, lhes tem proporcionado

inabalável crescimento apesar da acirrada concorrência que vem sofrendo

ultimamente.

Uma vez identificado à região para o estabelecimento do negócio, é de

fundamental importância que seja de grande fluxo de pessoas, como praças,

clubes, faculdades, escolas, ponto de ônibus, ruas próximas a algum evento ou

shopping. Além destes aspectos, e uma vez definidas as áreas de atuação e de

“instalação” do ponto de venda, há que se estabelecer a estrutura mínima de

operação, sendo necessário pelo menos um ponto de alimentação de energia

elétrica para que haja uma excelente iluminação, a qual será um facilitador para

distinguir o ponto de venda, bem como os produtos expostos serão visualizados

de forma fácil e rápida, atestando ao consumidor a qualidade dos produtos que

serão consumidos, além da limpeza dos equipamentos e acessórios como a caixa

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de isopor de 100 litros para o armazenamento das bebidas e itens perecíveis, e

preferencialmente um espaço para mesas, cadeiras, latas de lixo, entre outros.

Não menos importante, o deslocamento do “ponto de venda” até o local de

operação, caso seja feito por trailer montado em veículos, irá requerer pequeno

planejamento estratégico, considerando-se as dificuldades ocasionadas pelos

horários de rush, e tempo necessário à organização dos equipamentos e

alimentos para que se dê início às vendas. Há também que se ter sempre uma

alternativa para os casos que houver falta de energia ou nos dias em que a

meteorologia surpreender com dias chuvosos, quando os clientes tendem a se

refugiar em seus próprios veículos, ou sob os pequenos toldos instalados nos

pontos de vendas, comumente mais a título estético do que como abrigo para

estes casos, momentos em que a operação fica prejudicada e há que se ter maior

atenção quanto à segurança dos equipamentos e dos produtos.

A concepção de Cadeia de Suprimento que se alastra desde o primeiro passo

anterior à fabricação até a chegada do produto ao consumidor final, não será tema

de estudo neste trabalho, mas atualmente seja uma empresa estabelecida ou até

mesmo um trailer, todos estão se dirigindo para um maior controle sobre a cadeia

de suprimento, em base aos clientes que estão ficando cada vez mais exigentes

quanto a velocidade de atendimento e a flexibilidade na configuração de produtos.

Isto provoca grandes mudanças nos sistemas internos de planejamento e controle

e técnicas como ponto de avaliação de seu uso apropriado dentro da cadeia.

A idéia inicial é partir do ponto em que os produtos em questão encontram-se

disponíveis no distribuidor. O negócio em pauta supre-se com pequena grade de

produtos (já em parte discriminados no Capítulo II), haja vista que os “toppings”

oferecidos geralmente não ultrapassam em número de 20, e por se tratar de itens

facilmente encontrados na rede distribuidora, facilitam de sobremaneira a

formação de estoques.

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Após ter sido estudado o número de passante pelo ponto de venda, estimou-se

por metodologias próprias, que um percentual desse contingente teria potencial

para ser sua clientela, tendo em vista que outros concorrentes estão próximos.

4.1 Análise do Ciclo de Pedido

O ciclo do pedido que envolve o controle de todos os eventos desde a colocação

do pedido propriamente dita junto ao distribuidor até a separação, embalagem dos

produtos, transporte, armazenamento, havendo a separação dos produtos

perecíveis dos não perecíveis, a distribuição para o trailer da quantidade

necessária para o atendimento das necessidades diárias.

4.2 O Planejamento de Compras do Empreendedor

Planejar as etapas de aquisição dos itens de consumo inerentes ao negócio

estabelecido passa a ser fundamental, e deste planejamento depende o sucesso

da operação, bem como a manutenção das margens de ganhos. A “participação”

de cada produto, em percentual, na composição de cada lanche deve ser levada

em conta para que se mantenha controle sobre os estoques e sobre a estrutura de

custos. É importante lembrar que os itens determinantes para o negócio, quais

sejam, os pães, os embutidos industrializados e os de origem animal, serão o

“termômetro” para a boa administração do empreendimento, e por apresentarem

shelf-life ( validade ) muito curto, deverão receber atenção especial.

Por isso, o planejamento das necessidades iniciais levará em consideração os

volumes e os períodos que deverão atender à demanda do Ponto de Venda,

sendo sugerido: estoque máximo de dois dias para os pães, devendo

preferencialmente ser renovados a cada dia; estoque de três a quatro dias para os

produtos de origem animal e os embutidos industrializados, desde que

conservados sobre rigorosa refrigeração e nunca além do tempo necessário para

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que o sabor não seja prejudicado; estoque de até 30 dias para os grãos enlatados

do tipo milho, ervilha e similares, sendo que as embalagens, uma vez abertas,

deverão ser consumidas em até 48 horas, ou descartadas para que não tragam

riscos ao consumidor final; estoque não superior a três dias para outros itens

como batata-palha, queijo ralado e ovos de codorna; que podem perder sua

qualidade, e finalmente, estoque “mínimo possível” para os itens

hortifrutigranjeiros que devem sempre aparentar excelente qualidade e sabor,

devendo ser descartados ao primeiro sinal de perda de coloração, aroma e

consistência.

Uma vez concebido esse planejamento inicial, poderá o empreendedor partir para

as demais etapas da cadeia de suprimento elencadas a seguir:

4.2.1 Pedido de Compra Feito através de formulário, verbal por telefone ou pessoalmente no balcão, o

pedido de compra deve constar obrigatoriamente o tipo de produto a ser adquirido,

tal como: peso, tipo de embalagem, data de fabricação e vencimento, composição,

se possui conservantes, se precisa ser refrigerado, a quantidade e o preço.

O pedido de compra deverá levar em consideração, estudado pela planejamento,

se a compra estima um suprimento semanal, quinzenal ou mensal. Antes de

realizar a compra, conferir cuidadosamente os itens do pedido de compra.

4.2.2 Separação

Com o pedido de compra sendo analisado pelo funcionário da distribuidora, que

após a verificação da disponibilidade dos produtos em estoque o encaminha para

a expedição onde cada item do pedido será separado para emissão de nota fiscal

de venda ou faturamento. Ao ser dado baixa no estoque da distribuidora, o

sistema integrado já analisa, através de estimativas de venda e estoque se

dispara aviso para o setor de Compras da distribuidora a fim de repor os estoques.

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4.2.3 Embalagem

Com exceção dos produtos a granel, como matérias-primas, os produtos são

cobertos por embalagens. Eles podem ter diversos objetivos: facilitar o manuseio,

armazenagem, proteger o produto, promover a venda dos produtos e facilitar o

seu uso entre outros.

As embalagens utilizadas pelos trailers são os sacos plásticos para hambúrgueres

e cachorro quente em tamanho padrão, na cor branco leitoso, os quais os

consumidores utilizam no intuito de não tocarem diretamente no alimento. São

utilizados bolsas plásticas do tipo “camiseta” (com alça) para viagem.

4.2.4 Armazenamento

A maior parte das indústrias e das organizações de serviço, possui espaço físico

para armazenagem. Esta forma pode variar desde uma sala nos fundos até um

armazém para produtos acabados com dezenas de metros quadrados.

Existem diversos tipos de armazéns: os de commodities, granéis, frigorificados e

mercadorias de uso geral, entre outros.

O importante é que o local seja seco, arejado, livre da luz direta do sol e que haja

prateleiras para o armazenamento das mercadorias. Para os produtos perecíveis,

as salas frigorificadas garantem que esses itens estejam frescos.

4.2.5 Transporte

O transporte pode ser do próprio ou da loja. Quanto a mercadoria, ela pode ser

seca ou frigorificada. Quando a mercadoria for resfriada, há de ser transportada

em veículo apropriado a fim de que seja mantida toda a qualidade do produto.

Feito isso, a escolha dos roteiros é por demais importante, afim de minimizar a

conta frete.

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4.2.6 Distribuição

Deve o empreendedor planejar a distribuição dos itens de consumo para o Ponto

de Venda, considerando que os estoques terão melhor rendimento com base no

FIFO (first in, first out) adequado a cada item, bem como no atendimento as

orientações do produtor/fornecedor, nodoe tange a temperatura de conservação

nos períodos que antecedem o efetivo consumo pelo cliente final.

O planejamento da distribuição visa dinamizar a relação de tempos e movimentos,

minimizando quaisquer graus de exposição a riscos e por conseguinte, permitindo

o consumo nas condições ideais. Nesse contexto jamais deverão ser relegados a

graus de importância menor, tudo o que for referido a otimização de itinerários,

picking, recipientes para acondicionamento e transporte (inclusive conservação),

tempos mínimos de manuseios entre cada etapa de movimentação e finalmente a

nova organização dos estoques de segurança no Ponto de Venda, respeitando os

limites de uso daqueles itens que já encontram-se no local. Sendo possível, os

itens a serem transportados poderão estar previamente selecionados, permitindo

rápida operação de croos-docking, agilizando desta forma todas as demais etapas

da cadeia de suprimentos.

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CONCLUSÃO

Uma característica que ficou evidenciada que o mercado de lanches é formado

por empresas familiares, onde a maioria dos proprietários iniciou a atividade,

solteiro e que conheceram suas namoradas freqüentando os trailers e se casaram

e as esposas ajudam na atividade. Apenas os proprietários do “C” que trata-se de

duas amigas. Foi observado é que a maioria dos trailers abertos no bairro, os

proprietários tiveram alguma experiência trabalhando em outros trailers. Apenas o

proprietário do trailler “D” disse ter aberto por conta e nunca trabalhou em outros

traillers. Não é necessário ter firma registrada para ter um trailer.

Foi investigada a informalidade na compra da maioria dos produtos adquiridos

pelos trailers. Constatou-se que não era exigida nenhuma nota fiscal dos

fornecedores e que não havia necessidade de se adquirir quantidade mínima de

venda.

Todos os proprietários demonstram que administram sua atividade através da

experiência prática. Apenas os proprietários do “C” tem formação administrativa

em ciências contábeis e fazem um planejamento e controle mais formal. Os outros

apresentaram alguma técnica administrativa formalizada. Os planejamentos são

avaliados baseados na venda media demandada. O controle de estoque é

adquirido à medida que observou necessitar de mais. Os pedidos de matéria-

prima são adquiridos de acordo com a necessidade demandada. O controle de

capital de giro é baseado nas anotações de pedidos feitos e sanduíches vendidos.

Junta toda a receita e vai pagando as despesas. Os proprietários dos trailers “A”,

“B” e “C” dão algumas orientações sobre lançamento de notas. O investimento em

propaganda tem sido através de “boca a boca”. O “A” e “B” investem anualmente

em pinturas e nova visualização do ambiente, como mesas e cadeiras e toldos

feitos de plásticos.

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Os resultados permitem entender o funcionamento da rede de suprimentos, e

mostram diversos pontos de estrangulamento ao longo da cadeia, além de

evidenciar a falta de coordenação entre os agentes que dela participam e as

informalidades existentes no processo de comercialização dos proprietários dos

traillers com seus fornecedores e no controle contábil/administrativo/ financeiro.

Esta falta de coordenação, faz com que não exista uma estratégia de produção

em nível da cadeia como um todo, sendo que cada segmento trabalha

isoladamente, resultando na perda de competitividade da cadeia produtiva e

processo de tomadas de decisões para implementar inovações e enfrentar a

concorrência.

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ANEXO I

As Entrevistas

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1.1 Entrevista com Proprietário do Trailer “A”

1ª Parte: Nome: “A”

Idade: 40 anos

Profissão: Não informado

Ponto de Venda: Rua Gal. Cordeiro de Faria

Nº. de Funcionários: 01

Início e Término da Atividade: das 16:00 às 04:00hs.

Faturamento Mensal: Não informado

Ponto de Venda Móvel: Barraca de alumínio c/ 4 rodas e 3m de comprimento envidraçada 2ª Parte: Linha de Produtos Oferecidos: Hamburgueres / Cachorro Quente /

Equipamento Utilizados: Caçamba “Banho Maria”, Chapa para Hambúrguer, Raspador de

Chapa, Anel para Ovos, Pinça para Hambúrguer, Pinça para Salada.

Outros Serviços Oferecidos: Embalagem para viagem

Fornecedores: Os produtos são adquiridos em sua maioria no Mercadão de Madureira, Sacolões,

Distribuidores e no Ceasa

Frequência de Compra: Diário para pães e hortifrutigranjeiro os demais semanal

Armazenamento: Na residência para o estoque geral e na barraca para o consumo do dia. Caixa

de isopor com gelo para bebida, saladas e maionese.

Fonte de Energia Utilizada: Diretamente da Rede Pública via “gato” e botijão de gás para o

aquecimento em Banho Maria do molho e cozimento da salsicha e lingüiça

3ª Parte:

Característica dos Consumidores: Constituí-se de estudantes e passantes

Faixa Etária: Por estar na via principal, atende a todas as faixas de idade

Marketing: Barraca iluminada, produtos arrumados, organizado e higiene. Mesas e cadeira.

Funcionários Uniformizados. Muita simpatia.

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1.2 Entrevista com Proprietário do Trailer “B”

1ª Parte: Nome: “B”

Idade: 32 anos

Profissão: Não informado

Ponto de Venda: em frente a Praça Montese

Nº. de Funcionários: 01

Início e Término da Atividade: das 16:00 às 04:00hs.

Faturamento Mensal: Não informado

Ponto de Venda Móvel: Barraca de madeira revestida com alumínio envidraçada com 4 rodas 2ª Parte: Linha de Produtos Oferecidos: Hamburgueres / Cachorro Quente / Salada c/ Frutas

Equipamento Utilizados: Caçamba “Banho Maria”, Chapa para Hambúrguer, Raspador de

Chapa, Anel para Ovos, Pinça para Hambúrguer, Pinça para Salada.

Outros Serviços Oferecidos: Embalagem para viagem,

Fornecedores: Os produtos são adquiridos em sua maioria no Mercadão de Madureira, sacolões,

distribuidores e no Ceasa

Frequência de Compra: Diário para pães e hortifrutigranjeiros, semanal para embutidos, mensal

para enlatados.

Armazenamento: Na residência para o estoque geral e na barraca para o consumo do dia. Caixa

de isopor com gelo para bebida, saladas e maionese.

Fonte de Energia Utilizada: Diretamente da Rede Pública via “gato” e botijão de gás para o

aquecimento em Banho Maria do molho e cozimento da salsicha e lingüiça

3ª Parte:

Característica dos Consumidores: Constituí-se de estudantes e passantes

Faixa Etária: Por estar na via principal, atende a todas as faixas de idade

Marketing: Barraca iluminada, produtos arrumados, organizado e higiene. Mesas e cadeira.

Funcionários Uniformizados. O proprietário atende pessoalmente no período noturno.

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1.3 Entrevista com Proprietário do Trailer “C”

1ª Parte: Nome: “C”

Idade: 48 anos

Profissão: Áuxiliar contábil/Administrativo

Ponto de Venda: Próximo da Praça Montese

Nº. de Funcionários: 01

Início e Término da Atividade: das 16:00 às 04:00hs.

Faturamento Mensal: Não informado

Ponto de Venda Móvel: Barraca de alumínio com 4 rodas 2ª Parte: Linha de Produtos Oferecidos: Hamburgueres / Cachorro Quente / Mistos

Equipamento Utilizados: Caçamba “Banho Maria”, Chapa para Hambúrguer, Raspador de

Chapa, Anel para Ovos, Pinça para Hambúrguer, Pinça para Salada.

Outros Serviços Oferecidos: Embalagem para viagem,

Fornecedores: Os produtos são adquiridos em sua maioria no Mercadão de Madureira, sacolões,

distribuidores e no Ceasa

Frequência de Compra: Diário para pães e hortifrutigranjeiros, e demais semanalmente.

Armazenamento: Na residência para o estoque geral e na barraca para o consumo do dia. Caixa

de isopor com gelo para bebida, saladas e maionese.

Fonte de Energia Utilizada: Diretamente da Rede Pública via “gato” e botijão de gás para o

aquecimento em Banho Maria do molho e cozimento da salsicha e lingüiça

3ª Parte:

Característica dos Consumidores: Constituí-se de estudantes, militares e passantes

Faixa Etária: Por estar na via principal, atende a todas as faixas de idade

Marketing: Barraca iluminada, produtos arrumados, organizado e higiene. Mesas e cadeira.

Funcionários Uniformizados.

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1.4 Entrevista com Proprietário do Trailer “D”

1ª Parte: Nome: “D”

Idade: 43 anos

Profissão: Não informado

Ponto de Venda: Praça. Montese/Rua Gal. Cordeiro de Faria

Nº. de Funcionários: 01

Início e Término da Atividade: das 16:00 às 04:00hs.

Faturamento Mensal: Não informado

Ponto de Venda Móvel: Barraca de madeira revestida de alumínio de com 4 rodas de 4 m de comprimento envidraçada 2ª Parte: Linha de Produtos Oferecidos: Hamburgueres / Cachorro Quente / Mistos

Equipamento Utilizados: Caçamba “Banho Maria”, Chapa para Hambúrguer, Raspador de

Chapa, Anel para Ovos, Pinça para Hambúrguer, Pinça para Salada.

Outros Serviços Oferecidos: Embalagem para viagem,

Fornecedores: Os produtos são adquiridos em sua maioria no Mercadão de Madureira, sacolões,

distribuidores e no Ceasa

Frequência de Compra: Diário para pães e hortifrutigranjeiros, semanal para embutidos, mensal

para enlatados.

Armazenamento: Na residência para o estoque geral e na barraca para o consumo do dia. Caixa

de isopor com gelo para bebida, saladas e maionese.

Fonte de Energia Utilizada: Diretamente da Rede Pública via “gato” e botijão de gás para o

aquecimento em Banho Maria do molho e cozimento da salsicha e lingüiça

3ª Parte:

Característica dos Consumidores: Constituí-se de estudantes e passantes

Faixa Etária: Por estar na via principal, atende a todas as faixas de idade

Marketing: Barraca iluminada, produtos arrumados, organizado e higiene. Mesas e cadeira.

Funcionários Uniformizados.

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1.5 Entrevista com Consumidores do Trailer “A”

1 Nome: Michele

Idade: 26 anos

Profissão: Bancária Opção de Lanche: Cachorro Quente de Linguiça com Coca-Cola Porque você optou por lanchar no trailer? Qualidade, preço e higiene que pode ser conferido com os olhos. 2 Nome: Felipe Idade: 13 anos Profissão: Estudante 1ª Série Opção de Lanche: Cachorro de Salsicha e Coca-Cola Porque você optou por lanchar no trailer? Fome e gosta muito. 3 Nome: Nelson Antonio Idade: 30 anos Profissão: Técnico de Enfermagem Opção de Lanche: X Tudo com cerveja Porque você optou por lanchar no trailer? Higiene, limpeza, boa localização e preço

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1.6 Entrevista com Consumidores do Trailer “B”

1 Nome: Adriana

Idade: 31 anos

Profissão: Secretária Opção de Lanche: Hambúrguer com Guaraná diet Porque você optou por lanchar no trailer? Limpeza, higiene, qualidade e preço. 2 Nome: Carlos Alberto Idade: 42 anos Profissão: Policial Opção de Lanche: X-Tudo com Coca-Cola Porque você optou por lanchar no trailer? Preço, limpeza, localização, horário diferenciado 3 Nome: Rosane Idade: 45 anos Profissão: Professora Opção de Lanche: Hambúrguer com guaraná natural Porque você optou por lanchar no trailer? Qualidade, preço e bom atendimento.

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1.7 Entrevista com Consumidores dos Trailer “C”

1 Nome: Leandro

Idade: 13 anos

Profissão: Estudante Opção de Lanche: Cheesburguer com Mate Porque você optou por lanchar no trailer? Point da galera, limpeza e variedade e porque o de casa não fica igual ao do trailer. 2 Nome: Paula Idade: 27 anos Profissão: Desempregada Opção de Lanche: Hambúrguer de frango com Hula-Hula Porque você optou por lanchar no trailer? Higiene, preço, variedade, horário diferenciado 3 Nome: Tereza Idade: 61 anos Profissão: Aposentada Opção de Lanche: Cachorro de lingüiça e Coca light Porque você optou por lanchar no trailer? Higiene, atendimento, férias da cozinha.

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1.8 Entrevista com Consumidores do Trailer “D”

1 Nome: Viviane

Idade: 24 anos

Profissão: Assistente de Vendas Opção de Lanche: Misto Quente com Guaraná natural Porque você optou por lanchar no trailer? Localização, limpeza , melhor do que o feito em casa porque não suja nada. 2 Nome: Lucas Idade: 32 anos Profissão: Universitário - Engenheira Opção de Lanche: Cachorro de Salsicha com coca-cola Porque você optou por lanchar no trailer? Atendimento, facilidade no pagamento com Vale transporte e vale refeição. 3 Nome: Matheus Idade: 30 anos Profissão: Técnico de Comunicações Opção de Lanche: X Tudo com cerveja. Porque você optou por lanchar no trailer? Indicação de amigos e qualidade no atendimento.

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1.9 Entrevista com Funcionário do Trailer “A”

Nome: Ana Cristina Idade: 34 anos Profissão: não informado Grau de Instrução: 2º grau incompleto Horário: De 19:00 às 02:00 Salário: não informado

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1.10 Entrevista com Funcionário do Trailer “B”

Nome: José Carlos Idade: 45 anos Profissão: Metalúrgico Grau de Instrução: 2º grau completo Horas Trabalhadas: das 18:00 até 03:00 Salário: Entre R$ 300,00 e R$ 500,00 (depende do movimento)

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1.11 Entrevista com Funcionário do Trailer “C”

Nome: André Idade: 25 anos Profissão: Técnico em Eletrônica Grau de Instrução: 2º Grau Técnico Horas Trabalhadas: das 18:00 às 03:00 Salário: Entre R$ 300.00 e R$ 500.00 (depende do movimento)

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1.12 Entrevista com Funcionário do Trailer “D”

Nome: Fernando Idade: 28 anos Profissão: Cozinheiro Grau de Instrução: 2º grau incompleto Horas Trabalhadas: Das 18:00 às 03:00 Salário: Entre R$ 300,00 e R$ 500,00

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ANEXO II

Atividades Culturais e Profissionais

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2.1 ATIVIDADES CULTURAIS

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2.2 ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Rio de Janeiro, 21 de Março de 2003 Ä Universidade Candido Mendes Assunto: Declaração

Declaramos para os devidos fins, que o sr. PAULO ROBERTO BARBOZA DA

SILVA, é nosso funcionário desde 19 de dezembro de 1996, exercendo

atualmente a função de COMPRADOR.

Paulo R. G. Siqueira

Ger. de Suprimentos

Operador Logistico: BOB’S VIENA PASTELLO DUNKIN DONUTS CASA DO PÃO DE QUEIJO SPOLETO PIZZA HUT FBD – Distribuidora Ltda - Estrada do Guerenguê, 370 - Jacarepaguá Tel 21 3348-6000 Fax 21 3348-6034

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOGDAN, R.C. BIKLEN, S.K. Investigação Qualitativa em Educação: Uma

Introdução à Teoria e aos Métodos. Porto, Portugal: Porto Editora, 1994. 335p.

FONSECA, M.L.R. VALE. Estrutura Produtiva e Competitividade da Cadeia de

Lanches, UFLA e FUNREI

GODOY, A. S. Pesquisa Qualitativa: Tipos Fundamentais. Revista de

Administração de Empresas. São Paulo: 35(3): 20-29, 1995.

FERRAZ, J. C. et al. Desafios Competitivos para a Indústria. Campus, Rio de

Janeiro, 1995.

CABRAL, Augusto Cézar de Aquino. A Evolução da Estratégia: Em Busca de

um Enfoque Realista. Anais do 23o ENANPAD. Foz do Iguaçu, Set/1998 p.160.

Hamel, G. and Prahalad, C. Competindo pelo Futuro: Estratégias Inovadoras

para Obter o Controle do seu Setor e Criar Mercados de Amanhã. Rio de

Janeiro: Campus,1995.

Jarillo, J. “Estratégias para Ambientes muito Competitivos” Administração de

Empresas. Nova Cultural, v.1, 1998 p. 97-108.

PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias

e da Concorrência. 5a ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

CONSUMIDORES estão diversificando suas dietas. Folha de São Paulo.

Agrofolha p.5-2, 13/Out/1998.

PIRES, Claudia. Fast food investe em serviço. Folha de São Paulo. 24/Mar/97 p.

2-16.

FRANCO, Célia de Gouvêa. Mcdonald's compra a parte de brasileiro. Folha de

São Paulo. 15/Out/96 p. 2-5.

“HOT-DOG” abre novas oportunidades. Folha de São Paulo, 23/Ago/98 p.3.

DE MOURA, Rosângela. "Sobre rodas" aumentam. Folha de São Paulo,

05/Out/97 p.9-3

CARELLI, Gabriela. Para voltar a crescer. Veja, 19/02/2002 p 78-80

A Solução está na Logística. Revista VAREJO & TECNOLOGIA, 2003

BOBS.COM – Gostoso é no Bob’s < www.bobs.com.br >

MCDONALD’S – McDonald’s no Mundo – < www.mcdonalds.com.br >

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ÍNDICES

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 9

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 11

Histórico – O Mercado de Lanches Rápidos ( fast food ) 12

CAPÍTULO II 16

Resultados e Discussão 17

2.1 – Estudo de Caso 18

2.2 – Análise da Cadeia Produtiva dos Trailers de Lanche 19

2.2.1 – Hortifrutigranjeiros 19

2.2.2 – Ovos 20

2.2.3 – Pão de Hambúrguer 21

2.2.4 – Produtos de Laticínios 21

2.2.5 – Carne de Hambúrguer, Salsicha e Lingüiça 22

2.2.6 – Filé de Frango, Peru, Lombo, Presunto e Bacon 22

2.2.7 – Fornecedores de Produtos Industrializados 23

2.2.8 – Milho Verde, Ervilha e Saches de Condimentos 23

2.2.9 – Batata - Palha 24

2.2.10 – Embalagens 24

2.2.11 – Bebidas 24

CAPÍTULO III 26

A Solução está na Logística 27

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CAPÍTULO IV 32

A Logística no Mercado de Lanches Rápidos (fast food)

sobre Rodas 33

4.1 – Análise do Ciclo do Pedido 35

4.2 – O Planejamento de Compras do Empreendedor 35

4.2.1 – Pedido de Compra 36

4.2.2 – Separação 36

4.2.3 – Embalagem 37

4.2.4 – Armazenamento 37

4.2.5 – Transporte 37

4.2.6 – Distribuição 38

CONCLUSÃO 39

ANEXO I 41

As Entrevistas

1.1 – Entrevista com Proprietário do Trailer “A” 42

1.2 – Entrevista com Proprietário do Trailer “B” 43

1.3 – Entrevista com Proprietário do Trailer “C” 44

1.4 – Entrevista com Proprietário do Trailer “D” 45

1.5 – Entrevista com Consumidores do Trailer “A” 46

1.6 – Entrevista com Consumidores do Trailer “B” 47

1.7 – Entrevista com Consumidores do Trailer “C” 48

1.8 – Entrevista com Consumidores do Trailer “D” 49

1.9 – Entrevista com Funcionário(s) do Trailer “A” 50

1.10 – Entrevista com Funcionário(s) do Trailer “B” 51

1.11 – Entrevista com Funcionário(s) do Trailer “C” 52

1.12 – Entrevista com Funcionário(s) do Trailer “D” 53

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ANEXO II 54

Atividades Culturais e Profissionais

2.1- Culturais 55

2.2 – Profissionais 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

BIBLIOGRAFIA CITADA 58

INDICES 61

FOLHA DE AVALIAÇÃO 62

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes Título da Monografia: O Mercado de Lanches Rápidos

(faz food) sobre Rodas Autor: Paulo Roberto Barboza da Silva Data da Entrega: 22 março de 2003 Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito Final: