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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSO” PROJETO A VEZ DO MESTRE MARIA MONTESSORI Por: Ana Paula dos Santos Barros Orientador Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MARIA MONTESSORI

Por: Ana Paula dos Santos Barros

Orientador

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2005

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MARIA MONTESSORI

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Educação

Infantil.

Por: Ana Paula dos Santos Barros

3

AGRADECIMENTOS

A minha mãe e ao meu pai por todo apoio e carinho que sempre me deram. Aos meus alunos pequeninos que me alegram a cada dia de trabalho. Aos meus amigos de muitos anos e aqueles que conheci ao longo do curso de pós graduação. A Deus principalmente, porque sem Ele não vamos a lugar nenhum. A Lica que sempre me entende.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus alunos, as

flores do meu jardim. Que a cada dia

crescem e florescem me ensinando coisas

novas. Aos professores que nunca

percam o encanto de ensinar,

principalmente na educação infantil que é

a base de toda a educação.

5

RESUMO

A busca pela compreensão da importância da educação infantil tem sido

pesquisada por muitos autores e pensadores como fator fundamental para o

desenvolvimento da criança. Desde o final do século XIX, a educação de

crianças pequenas é um fator fundamental para o desenvolvimento da mesma.

Surge a preocupação de encontrar a melhor maneira de educar essas

crianças. Maria Montessori se destacou por sua preocupação com a infância e

dar uma educação específica para a idade.

Através de pesquisa bibliográfica, procuramos esclarecer alguns

princípios da vida e obra de Maria Montessori e refletir sobre o seu método nos

dias de hoje.

Ao longo dos estudos, percebemos que a doutora Montessori

desenvolveu uma filosofia ampla sobre a criança, criando também um material

próprio que é pesquisado no decorrer do trabalho.

Observamos uma sala de aula de uma escola internacional, com o

objetivo de entender o processo educacional usando os princípios de

Montessori.

Concluímos que sua metodologia, assim como filosofia está nas bases

da educação infantil. Quando pensamos em uma educação completa inserimos

várias idéias que foram pensadas primeiramente por Maria Montessori.

6

METODOLOGIA

A monografia apresentada foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica

e documental sobre o tema em questão e pesquisa de campo. A pesquisa de

campo foi realizada em uma turma de 26 alunos de 3 a 5 anos de idade, em

uma escola internacional de classe média alta no Rio de Janeiro.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO……………………………………………………...………..8

CAPÍTULO I…………………………………………………………...……..9

MARIA MONTESSORI – VIDA E OBRA……………………………...…..9

CAPÍTULO II………………………………………………………………….12

FILOSOFIA MONTESSORIANA……………………….….………………12

2.1 – Método Montessoriano…………………………………….…………14

2. 2 – Material Montessoriano.……………………………………...…...18

2. 2. 1 – Exercícios da Vida Prática………………………………….19

2. 2. 2 – Material Sensorial……………………………………………25

2. 2. 3 – Material de Linguagem……………………………………...26

2. 2. 4 – Material de Matemática……………………………………..27

2. 2. 5 – Material de Ciências………………………………………...27

2. 2. 6 – Material de Geografia e História…………………………...27

CAPÍTULO III………………………………………………………….………29

MONTESSORI NOS DIAS DE HOJE………………………………………29

3.1 – Observação em Sala de Aula………………………………………...30

CONCLUSÃO ……………………………………………………….………..32

ANEXOS……………………………………………………………………….33

BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………..43

ATIVIDADES CULTURAIS………………………………………….……….44

ÍNDICE…………………………………………………………………………45

FOLHA DE AVALIAÇÃO……………………………………………………..46

8

INTRODUÇÃO

Na graduação em Pedagogia estuda-se sobre a filosofia e metodologia

desenvolvida pela Doutora Montessori. O autor foi motivado a estudar o tema

quando realizou o estágio surpevisionado em uma escola Montessoriana.

Nos dias de hoje o autor trabalha em uma escola particular internacional

que já utlilizou a metodologia montessoriana, porém com a modernização da

escola o método foi um pouco esquecido. Os materiais pedagógicos continuam

sendo usados, mas toda a bela filosofia e metodologia de Maria Montessori foi

sendo deixada de lado. Temos a curiosidade intelectual de tentar descobrir a

atual filosofia da escola.

Através dessa monografia procuramos entender mais sobre a filosofia e

metodologia montessoriana e sua contribuição para educação infantil, assim

como acontece o desenvolvimento da criança de 3 a 5 anos.

A pesquisa bibliográfica e observações em sala de aula possibilitam o

conhecimento do método, assim como toda sua trajetória, princípios e idéias.

Abordamos toda a construção que se dirige e reflete a conduta e vida da

criança, incluindo condições que facilitam a expansão do desenvolvimento

infantil e das diferenças individuais. A preocupação da Doutora Montessori em

conhecer a criança, senti-la nos vários aspectos da sua personalidade, nas

suas diferenças e na vida social.

Dentro de todo esse contexto, identificamos os princípios mais

importantes e sua influência nos dias de hoje. Muito mais do que pensamos

Montessori, está atualmente presente de forma marcante nas nossas salas de

educação infantil em diversas atividades ou até mesmo em atividades cotidinas

na escola.

9

CAPÍTULO I

MARIA MONTESSORI – VIDA E OBRA

Maria Montessori nasceu em uma cidade chamada Chiaravalle, norte da

Itália, no dia 31 de agosto de 1870. Ela era filha de militar conservador e

imponente (Alessandro Montessori) e sua mãe (Renilde Stoppani) era sobrinha

de um filósofo italiano, aos 3 anos seus pais se mudaram para Roma, com o

objetivo de favorecer o melhor estudo para mesma. De acordo com o desejo de

seus pais ela se tornaria professora, sendo a única profissão descente para as

mulheres de sua época. Enquanto o desejo de seus pais era ve-la casada e

com uma família estruturada. Contrariando a vontade de seus pais e seguindo

seu interesse por matemática optou pela engenharia. Após certo tempo

cursando as aulas de tecnologia, surge seu interesse pela biologia. Esse

interesse que a fez ingressar na fauldade de Medicina. Em 1896 Maria

Montessori torna-se a primeira mulher a formar-se em medicina no seu país e

passou a ser chamada de “doutora” pela vida toda.

Em 1897, Doutora Maria Montessori inicia seu trabalho como médica

assistente na clínica psiquiátrica do hospital da universidade. Uma de suas

tarefas diárias era a visita às crianças deficientes mentais (nos dias de hoje

utilizamos a nomenclatura: portadores de necessidades especiais). Acredita-se

que seu interessse por educação surgiu nesse contato com essas crianças.

Seu diferencial em relação aos médicos era sua preocupação pedagógica junto

com seu dever como médica, acreditando que um trabalho educativo específico

poderia melhorar a situação dessas crianças. Sofreu influência das obras de

Jean Itard e Edward Séguin, ambos médicos franceses que obtiveram sucesso

na reeducação de crianças portadoras de necessidades especiais, no início do

século XIX. Sobre Séguin, ela dizia:

“… Interessando-me pelas crianças mentalmente

deficientes, vim conhecer o método especial de educação

10

idealizado por Edward séguin, para esses pequenos

infelizes, compenetrando-me na idéia, então nascente,

admitindo, mesmo nos círculos médicos, da eficiência da

cura “pedagógica” para várias formas mórbidas como,

surdez, a paralisia, a idiotia, o raquitismo,

etc.”(MONTESSORI, 1965, p.27)

Baseando-se nos trabalhos do autor citado acima e unindo-os com

princípios de Itard: “… Foi o primeiro educador a por em prática a observação

do aluno e seus trabalhos pedagógicos, representam os primeiros passos no

caminho da pedagogia experimental” (Idem, p.29) realizou seu trabalho

dedicado às crianças portadoras de necessidades especiais.

Sendo assim procurou pesquisar os sistemas educacionais utilizados na

Europa naquela época, estudando também pedagogia e psicologia

experimental. Iniciou seu trabalho com crianças portadoras de necessidades

epeciais.

Passou a se dedicar também à formação de professores para educação

de crianças portadoras de necessidades especiais. E se sente cada vez mais

animada com os resultados de seu método. Passando a lecionar em 1904 a

disciplina Antropologia Pedagógica na Universidade de Roma. Sendo logo em

seguida ecarregada pelo diretor geral do instituto Dei Beni Stabili, de organizar

e estruturar algumas escolas infantis em um bairro em Roma.

Observando várias escolas para crianças normais, percebeu algumas

falhas e resolveu experimentar o que utilizava com crianças anormais em

crianças normais. Propondo mudanças no sistema de ensino de sua época e

sugerindo sua filosofia de educação.

Em 6 de janeiro de 1907 sua carreira com educadora começa, como

diretora em uma creche para crianças normais. Conhecida como “Casa dei

11

Bambine” ou “Casa das Crianças” onde a educação era completa, bem

diferente das outras escolas da época. Destinada a crianças entre 3 a 6 anos.

Tinha finalidade pedagógica e social, já que o bairro operário onde a primeira

casa instalou-se tinha péssimas condições de higiene e má infra-estrutura.

Montessori acreditava que a escola poderia transformar a vida dessas crianças.

Surgindo em seguida outras casas em Roma. Montessori causa controvérsias,

é ao mesmo tempo admirada por sua preocupação com a infância e criticada

pelo seu novo método.

Dedicou todo seu estudo e sua pesquisa à formação do homem, porque

acreditava que somente através dela seria possível entender a conservação e

desenvolvimento do mesmo.

Maria Montessori morre em 6 de maio de 1952, com 81 anos de idade,

viveu imersa na sua luta e nas suas conquistas, tendo experimentado novas

alternativas, derrubando as barreiras do tradicionalismo e descobrindo novas

perspectivas da Educação, da Criança e da Humanidade.

12

CAPÍTULO II

FILOSOFIA MONTESSORIANA

A filosofia montessoriana surge na busca de conhecimento em relação a

vida e educação da criança, levando em consideração as suas experiências e

não o mundo dos adultos. Sendo essas experiências toda a base para a

construção da educação do futuro. Maria Montessori examina essa criança

mais de perto, sempre buscando um método de contribuir para seu

desenvolvimento. Apontando o fato de se observar o ser humano na sua

totalidade, percebendo o seu viver e o encarando com uma união de corpo,

mente e espírito.

A seu ver o ser humano se desenvolve com o movimento e cada

indivíduo se constitui a si próprio, mediante a sua ação no ambiente que o

cerca. Entrando em contato com o mundo, se integrando a ele, passando a

participar de toda totalidade cósmica, colaborando assim com a criação do

cosmos.

Finalmente com a liberdade de ação, um princípio fundamental em sua

filosofia, a criança vai entender a ordem, a disciplina, promovendo a

concentração e a imaginação. Acreditava na criação de uma ciência prática

para ajudar nesse desenvolvimento. A educação deve acontecer desde o

nascimento, o que antigamente em seu tempo era questionado, aceitamos e

concordamos nos dias de hoje. Transcede os restritos limites do ensino e da

trasmissão direta de conhecimentos ou idéias de uma mente para outra.

Para a doutora Maria Montessori a criança ao nascer não é capaz, tendo

características naturais, que vão se modificando quando entra em contao com

o ambiente. Considera a criança um “embrião espiritual” possuindo uma vida

psíquica e física. Sempre se preocupou com o lado psíquico dessa criança,

procurando na psicanálise explicações, para chegar a conclusão que é

13

necessário cuidar muito bem da criança , para não ocorrer traumas que lhe

prejudiquem na vida adulta. Porque tudo o que acontece na infância está

guardado no subconsciente, podendo emergir na sua vida adulta.

Todas as crianças nascem com sensibilidade e potencial, só precisam

ser estimuladas da maneira correta pelo ambiente exterior, dando ênfase nas

atividades espontâneas, concentradas, autocorretivas contribuindo para o

desenvolvimento intelectual.

O ambiente que a criança está inserida é de extrema importância, já que

na fase de 3 a 6 anos de idade a criança possui muita sensibilidade. Ela

precisa e gosta de ordem ao seu redor. A ordem representa um estímulo,

servindo de orientação, domínio e segurança no ambiente.

A partir de suas observações, reconhece e admite que:

§ A criança adquire conhecimentos agindo.

§ Com atividades em nível de dificuldade crescente, é maior a chance de

sucesso na aprendizagem.

§ A auto-confirmação imediata dos resultados garante uma aprendizagem

eficiente.

§ O adulto ao interferir de maneira indevida compromete a aprendizagem.

§ Cada criança tem seu ritmo próprio de aprender e isso deve ser respeitado

§ Certas aprendizagens podem ocorrer muito antes do previsto.

Montessori acredita que através da educação está preparando crianças

e jovens para participar da sociedade na qual mais tarde deverão encontar

seus lugares como adultos responsáveis, generosos, críticos e independentes.

Através da escola poder ajudar de forma verdadeira o ser humano a viver.

Baseada nesses pressupostos Maria Montessori elaborou através de

observações sobre o desenvolvimento da criança e métodos, sua pedagogia.

14

Deixando de lado a afirmação de sua época, que a criança nada mais era do

que um adulto em miniatura e provando que a criança em um ambiente próprio

e com os materias apropriados será favorecida de várias maneiras. Como por

exemplo, na individualidade, espontaneidade, liberdade, dando condições para

que ocorra a auto-educação e a criança se desenvolva como um todo.

2. 1 - Método Montessoriano

Maria Montessori deixou a certeza por onde passou, de que era na

criança que residia a esperança da construção de um mundo melhor. Criou

com seu método condições que permitissem às crianças manifestar suas ações

de acordo com suas necessidades internas; analisou cientificamente a

personalidade da criança, sua capacidade de experimentar as possibilidades

de seu desenvolvimento psíquico e intelectual, a sua natureza e o período da

mesnte absorvente. Sempre afirmou que o objetivo da educação deve ser

encontrado dentro da criança, na força que impulsiona o seu auto-

conhecimento.

É importante resaltar que seu método é baseado nas idéias da Escola

Nova, movimento que valoriza o indivíduo e suas características pessoais em

sua realidade e o mundo que está inserido.

“No contexto da Escola Nova, Maria Montessori

ocupa lugar de destaque pelas novas técnicas

introduzidas nos jardins de infância e nas primeiras séries

do ensino fundamental. Seus jogos são atraentes e

instrutivos. Apesar de relevante contribuição da médica e

educadora italiana, ela não foi a pioneira exclusiva do

movimento, mas uma das mais importantes para sua

realização e construção.” (LOURENÇO FILHO, 1974,

p.38)

15

Entrando em conflito com a educação tradicional; que acredita na

educação como uma receita pré moldada e que todos indivíduos aprendem da

mesma forma através da transmisão de saberes que o professor como

detendor passa para seus alunos. Seus defensores enfatizam que não há

como formar um aluno crítico questionador sem uma sólida base de

informação.

Maria Montessori foi influenciada por Pestalozzi, Froebel e Rosseau,

sugerindo que a criança deve aprender pelo amor da professora e não pelo

medo que tem da mesma; o que resulataria em um processo limitado.

Aprendendo sozinha e chegando ao sucesso a criança descobriria o prazer de

aprender.

A professora deve ser uma observadora, deixando a criança livre para

trabalhar. Assim como no estudo experimental de qualquer ser vivo;

“A ciência experimental é sempre a ciência da

observação, até mesmo quando a ação é causada pelo

experimento; sendo assim observada com mais cautela.

Observando o organismo em seu habitat e tentando não

atrapalhar, precebendo exatamente o que o organismo

faz.” (MONTESSORI, 1969, p. 13)

Podemos dizer que a doutora Montessori era a mulher que observava as

crianças assim como um naturalista observa as abelhas. Sendo assim a

professora antes de tudo deve aprender a observar, percebendo o que cada

criança revela em seus atos sem alertar ninguém sobre a importância dos

mesmos.

A professora também é uma “organizadora do trabalho”, sendo a palavra

trabalho empregada como um processo da vida, não o trabalho assalariado

16

que algumas crianças eram obrigadas a realizarem no periodo industrial,

devendo ser respeitado e estimulado pela professora em cada criança. Cabe a

professora guiar a criança sem que essa perceba sua presença em excesso,

mantendo vivo o entusiasmo da criança em aprender.

Os seus Princípos são baseados na liberdade, atividade, individualidade

e vitatalidade, tudo isso reunido com o amor e respeito pela criança promove a

auto-educação.

A “Casa dei Bambine” como ambiente educacional não deve ter uma

forma fíxa, deve atender as condições financeiras de cada lugar, seguindo um

padrão estabelecido pela original com algumas adaptações. É sempre

gratificante entrar em uma sala de aula montessoriana e ver como as crianças

estão todas trabalhando nos diversos centros de atividades, sempre muito

organizadas e felizes. O método apresenta algumas características peculiares

como veremos a seguir.

§ As crianças de educação infantil são agrupadas em um única sala, que

apresenta crianças de 3 a 6 anos de idade, realizando trabalhos de acordo

com o seu desenvolvimento.

§ A rotina escolar apresenta um grupo de 3 horários de trabalho durante o

dia, cada qual com uma hora de duração. Intercalados com outras

atividades no decorrer do período.

§ Seu método se baseia nas tendências humanas – explorar, mover, dividir

com o grupo, ser independente e tomar decisões, criar ordem, desenvolver

o autocontrole, abstrair idéias das experiências, usar a imaginação criativa,

trabalhar duro, concentração e aperfeiçoar o próprio esforço.

§ Os Três Estágios de aprendizagem:

1) Introdução de um conceito pela leitura, lição, algo achado em um livro, etc.

2) Processar essa informação, desenvolvendo e entendendo o conceito pelo

trabalho ou criação ou experimentação

17

3) Saber, possuir o conhecimento, demonstrando pela habilidade em passar

por um teste com confiança, ensinar ao amigo ou expressando com

facilidade.

§ As etapas de aprendizagem de qualquer conceito são analisadas pelo

adulto e oferecidas estratégicamente à criança. A criança está sempre

aprendendo alguma coisa preparada indiretamente para que possa

aprender sempre mais, tendo sempre a alegria da descoberta.

§ O ambiente é preparado de maneira estratégica e está sempre sendo

adaptado para que a criança aprenda tirando o máximo de proveito.

§ A professora está sempre observando a criança de maneira científica, em

todos os aspectos do desenvolvimento desde a concentração de cada

criança até a sua saúde.

§ A sala é arruamada em áreas de acordo com o que deve ser desenvolvido,

como a área de linguagem ou matemática por exemplo. As crianças são

livres para se movimentarem pela a sala.

§ A professora é treianada para ensinar para uma criança de cada vez, ou

então em pequenso grupos e raramente ensina para todo o grupo.

§ As salas são composta de crianças de 3 a 6 anos de idade com uma

professora e uma assistente. Promovendo uma mistura de personalidades e

estilos de aprendizagem. Possibilitando que as crianças aprendam uma

com as outras e permanecendo com a mesma professora por três anos

seguidos.

§ Todos os temas e matérias estão interligados - história, música,

matemática, astronomia, biologia, geologia, física e química, não

importando a ordem que a criança escolha aprender. Ao mesmo tempo

temos crianças estudando todas as materias e em todos os níveis.

§ A professora e as demais crianças sempre respeitam o trabalho do amigo,

nunca o interrompendo e respeitando a concentração do outro.

§ Não existem notas ou outras formas de recompensa ou de castigos. A

avaliação é feita por um portifolio e pela observação e anotações da

professora.

18

§ A educação moral é estimulada, quando a criança cuida de si mesma, dos

outros amigos e do ambiente que está inserida.

2. 2 – Material Montessoriano

O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu

trabalho educativo, tendo como função estimular e desenvolver na criança, um

impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Existem três grupos de funções que devem ser estimuladas e adquiridas

pela criança:

1. Função motora: ter seu equilíbrio estabelecido e aprender a andar,

coordenar seus movimentos.

2. Função sensória: receber as sensações do ambiente, construindo as bases

de sua inteligência com um constante exercício de observação, comparação

e julgamento.

3. Linguagem: ao mesmo tempo aprende uma linguagem tendo que lidar com

as articulações motoras, sons e palavras e adquirir inteligência para

entender os nomes e a composição sintática e semântica da linguagem.

“O cuidado e o manejar do material presente no

ambiente que a criança está inserida, por si já consiste na

educação motora, enquanto a educação sensória e a

linguagem são desenvolvidas pelo meu material didático.”

(MONTESSORI, 1969, p. 50)

Ela produz uma série de seis (6) grupos de materiais didáticos:

- Exercícios da Vida Prática

- Material Sensorial

19

- Material de Linguagem

- Material de Matemática

- Material de Ciências

- Material de Geografia e História

2. 2. 1 - Exercícios da vida prática

São atividades que a criança pode tomar parte na sala de aula

preparadas pela a professora, em que a criança irá adquirir confiança e auto

controle e desenvolver algumas habilidades como: proporções físicas e

psíquicas, conservação, atração, adaptação, aperfeiçoamento e diferenciação.

E são tão simples como por exemplo: abotar, amarrar o sapato, transferir água

de uma jarra para a outra, separar objetos iguais, usar o conta gotas para

encher recipientes com água entre outros.

Esses exercícios ajudam a criança a cuidar de si própria e do seu

ambiente. Praticando essas atividades (lavar louça, amarrar seus sapatos,

prepar seu lanche) irão desenvolver sua organização, atenção, controle motor

e personalidade. Seu vocabulário também irá crescer e combinando essas

habilidades está se preparando para aprender a ler e escrever.

Desenvolvendo o seu senso de organização, a criança aprende a

estabelecer uma rotina de trabalho. Ficando atento na atividade que está

realizando, vai aumentando sua atenção e concentração.

Todas as atividades de vida prática ajudam a criança a desenvolver o

controle motor amplo e fino. Da mesma maneira, sendo capaz de cuidar do

ambiente e si, terá sua confiança e auto estima aumentadas.

20

O material utilizado para montar os exercícios de vida prática, são

utensílios que a criança encontra em sua casa. Sendo organizados na escola

de maneira simples, em atividades individuais para uma criança trabalhar por

vez.

As atividades são baseadas em dois princípios da Doutora Maria

Montessori:

1. Isolar um movimento particular ou habilidade, já que a atenção da criança

está direcionada somente naquele movimento. Por exemplo a atividade de

servir suco ou água da jarra para o copo, deve parar quando o copo está

cheio (sendo uma situação real no cotidiano da sala). Se estivesse

realizando uma atividade da vida prática estará “praticando” quantas vezes

desejar e achar necessário.

2. A criança tem o “controle do erro”, pode ir modificando o movimento até

chegar a maneira correta de realizá-lo. Uma sugestão é que em atividades

com água, colorir com anilina, sendo mais fácil a percepção. Deixando

também uma esponja na bandeja caso a água caia para fora.

Na maioria das atividades o mais importante é o processo de realizá-las

e não o seu resultado. Temos o exemplo da criança que corta papel com a

tesoura. Ela corta pelo simples prazer de cortar e ver os pedaços de papel, não

necessariamente buscando um resultado pré estabelecido.

Sendo de estrema importância que a professora demonstre a atividade

lentamente e com os movimentos exatos para realizar a atividade.

As atividades de vida prática tem alguns objetivos:

1) INDEPENDÊNCIA : desenvolve habilidades permitindo sua independência,

não dependendo tanto da assistência do adulto.

21

CONCENTRAÇÃO : quando a criança está envolvida em uma atividade

interessante, desenvolve a sua concentração. A atividade deve estar de acordo

com a idade da criança.

2) COORDENAÇÃO : realizando a atividade a criança aprende a controlar

seus movimentos( motor fino – movimento de pinça e grosso - andar ).

3) AUTO ESTIMA : a criança realizando as atividades desenvolve o seu auto

respeito e auto estima, sentindo-se parte do grupo e percebendo o que

acrescenta ao grupo como indivíduo.

4) PERCEPÇÃO SOCIAL : descobre que realizar as atividades, não tem um

benefício próprio, mas para todo o grupo. Ao longo do tempo percebe que

algumas atividades da rotina da sala precisam da colaboração de todos,

desenvolve o respeito pelo próximo.

5) ORGANIZAÇÃO NA SALA DE AULA : a criança aprende a manter a sala

limpa e organizada, colocando as coisas nos seus respectivos lugares. A

criança é ensinada a carregar determinada atividade com cuidado e

completa-la. Ao seu termino deve limpar o que sujou e coloca-la novamente

no seu lugar de origem.

6) DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL : Ao realizar as atividade de vida

prática a criança aprende sobre o ambiente que está inserida. Aprendendo

os limites e as possibilidades do mundo material(sobre os limites por

exemplo), aprende a interagir com esse ambiente de maneira criativa.

7) DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM : durante a apresentação da

atividade de vida prática, a professora está conversando com a criança.

Nomeando objetos e explicando sobre os procedimentos.

É importante deixar claro que existem várias atividades de vida prática

como veremos a seguir, mas não é necessário ter na sala todas ao mesmo

tempo. Essa listagem não está completa, podemos acrescentar outras de

acordo com as necessidades das crianças ou dependendo da cultura que a

mesma está inserida.

LISTA DE EXERCÍCIOS DE VIDA PRÁTICA

22

v MOVIMENTOS ELMENTARES:

· Enrolar e desenrolar o tapete, andar em volta do tapete

· Como segurar, carregar bandejas, tapetes, cadeiras, etc.

· Como pendurar toalhas e casacos

· Como virar as páginas do livro

· Abrir e fechar portas, janelas e gavetas

· Abrir e fechar caixas, garrafas, cadeados, etc.

· Transferir material seco como sementes

· Transferir líquidos

· Transferir com a colher

· Uso de pinças

· Uso de conta-gotas

· Uso de funil

· Cortar com tesouras (Anexo 1)

· Colar

· Usar massa de modelar

· Pintar (Anexo 2)

· Andar cuidadosamente

· Subir degraus e escadas

· Pular

· Andar nos calcanhares, nas pontas dos pés, reconhecer direito e esquerdo

· Atividades na linha: andar normalmente, correr, marchar, trotar, galopar,

saltitar, dançar.

· Atividades na linha: andar com um copo de água sem derramar, segurando

um sino sem fazer barulho, segurando uma vela acesa, carregando uma

bandeira no alto.

· Danças : Valsa e danças folclóricas.

v CUIDADOS PESSOAIS

23

· Vestir-se e despir-se, tirar e colocar o casaco, abotoar suas roupas, tirar e

colocar o avental, tirar e colocar os sapatos

· Fechar o zíper

· Afivelar

· Amarrar

· Lavar e secar as mãos e o rosto

· Pentear e escovar os cabelos

· Escovar os dentes (Anexo 3)

· Limpar o nariz

· Procedimentos de usar o banheiro: onde fica, se limpar e dar descarga,

lavar as mãos sempre que terminar.

v CUIDADOS COM O AMBIENTE

· Varrer o chão

· Limpar mesas e cadeiras (Anexo 4)

· Lavar louça (Anexo 5)

· Lavar roupas de bonecas e pendura-las

· Passar roupa(com ferro de brinquedo)

· Tirar pó

· Limpar vidros e janelas

· Cuidados com as plantas: regar e retirar as folhas caídas.

· Cuidados com a horta

· Cuidar dos animais: alimenta-los, lava-los e observa-los (pequenos animais

como peixes, tartarugas, pássaros e gerbils)

· Preparar o lanche

· Arrumar a mesa com pratos, talheres e guardanapos.

· Lavar, descascar e cortas frutas e vegetais (Anexo 6)

· Fazer suco de laranja

· Moer nozes e café

· Fazer biscoitos

24

v RELACIONAMENTOS SOCIAIS

· Falar baixo

· Andar com cuidado sem tropeçar ou bater em objetos

· Como cumprimentar as pessoas

· Como se apresentar para alguém

· Como pedir o que deseja

· Como pedir ajuda

· Como esperar para ser atendido

· Como observar os outros trabalhando: em silêncio, sem mexer e pertubar

· Esperar sua vez

· Agardecer dizendo obrigado

· Pedir desculpas

· Como interromper alguém quando necessário

· O que fazer quando alguém o machuca

· Como agir em lugares públicos

· Jogo do silêncio: Observar algo em silêncio por um determinado periodo de

tempo( por exemplo observar em silêncio uma ampulheta, até que a areia

esteja toda de um só lado). Desenvolve a habilidade da criança em

permanecer quieta e ter um momento de descanço e calmo.

“Montessori é a unica educadora a dar valor à vida

prática. Cabe aos seus seguidores fundamenta-la na

psicologia, na psicomotricidade, na Ecologia humana,

para que seu método não desapareça, em função dos

horários curtos das escolas e na arrogância de algumas

famílias, que acreditam que o sucesso depende de ter

servidores aos seus pés. Fazer é participar da construção

de si mesmo e da evolução de uma sociedade mais sadia,

mais harmônica e promissora. Valorar a propriedade da

ação é dever do professor Montessoriano.” (ALMEIDA,

1995, p. 33)

25

2. 2. 2 - Material Sensorial

A idéia de sensorial é educar através dos sentidos, sendo a educação

de maior qualidade quando isso acontece. A criança percebe e aprende melhor

quando estimulamos seus sentidos.

Montessori descreve os períodos sensíves em que a criança se

encontra. Até os 6 anos de idade pode ser definida como “mente absrovente”, a

criança absorve o mundo a sua volta e todo o restante através do sentidos.

Amadurecendo através das leis de desenvolvimento.

Nesse período sensível a criança desenvolve e possui determinadas

características:

§ Preferência pela ordem e organização: A criança está procurando por

entendimento e compreensão do mundo que a cerca, desenvolvendo sua

concentração. Isso é estimulado pelo material sensorial. A criança precisa

de um ambiente organizado que irá promover a segurança que ela

necessita.

§ Amor ao trabalho: A criança através do trabalho adquire o senso de

habilidade. Pode se dedicar ao trabalho, tendo todas as atividades um

propósito.

§ Realidade ou Verdade: A vida deve ser encarada como real sempre que

possível e manter o material no tamanho adequado da criança , faz a

mesma se sentir segura e adaptada. Sempre enfatizando a verdade, e

dizendo sempre a verdade também.

§ Apreciar o silêncio e a calma: No jogo do silêncio a criança controla sua

mente e corpo, estando ambos em completo equilíbrio. O material dá

individualidade para a criança, aumento sua concentração.

26

O material (podemos ver no Anexo7) consegue atingir vários objetivos,

dentre eles:

1. Percepção da criança em relação ao ambiente que a cerca.

2. A atividade espontânea é muito melhor que uma atividade imposta.

3. O material sensório é parte de um programa estruturado de aprendizagem e

inicia o processo da aprendizagem da leitura e escrita.

4. Desenvolver a autodisciplina e concentração.

2. 2. 3 – Material de Linguagem

Para o material de linguagem ser usado de forma apropriada deve-se

estudar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita no modelo

montessoriano.

A preparação para a linguagem é importante para motivar a criança a

aprender a ler e ter a certeza de que a mesma está pronta para cada exercício

de leitura. Essa preparação inclui livros, poemas, músicas, memória, debates,

jogos da memória entre outros.

Para desenvolver as habilidades da linguagem; escutar, falar, ler e

escrever, Montessori desenvolveu seu aparato Sensório, Exercíos de Vida

Prática que deve ser somado a contribuição da professora em trabalhar com as

histórias de livros de diversas maneiras como por exemplo a dramatização.

Uma das etapas mais importantes é a criança perceber o propósito da

leitura, sendo a busca por informação. Entendendo as três etapas a seguir:

1. Semântica: seria o sentido do que a criança está lendo. Precisando

experiência para entender as idéias.

2. Gramática: a criança precisa entender os aspectos gramaticais para

desvendar o significado das palavras que lê.

27

3. Perceptual Motor: a criança precisa lidar com a linguagem na forma escrita.

Diferenciando o ler e escrever do ouvir e falar.

O material para desenvolver a leitura é composto de letras de lixa um material

bem conhecido, não vamos nos prolongar nesse material já que a faiza etária

estudada não chega a utilizar todos eles. Sendo o alfabeto o mais utilizado.

2. 2. 4 – Material de Matemática:

Através dos materiais de matemática e atividades oferecidas a criança

passa a gostar e admirar a matemática. A criança adquire a noção de tamanho

e quantidade, antes mesmo de manipular os números, barras vermelhas e

azuis. Utilizando os numeros de lixa, a caixa de pinos e outros exercícios a

criança fica feliz em contar e reconhecer os números(Anexo6).

2. 2. 5 – Material de Ciências

A criança primeiramente é introduzida na realidade – primeiramente a si

mesmo, os objetos a sua volta e os seres vivos. Usando seus sentidos, olfato,

paladar, visão, tato e audição, para explorar esse mundo e formar seu intelecto

a cada nova experiência.

Explorando o ambiente irá descobrir as maravilhas da natureza através

do contato direto, necessitando assim animais e plantas em seu ambiente.

Aprendendo a tocar e observa-los. Nomeando e percebendo as diferenças

entre eles. Começa aprendendo os nomes de determinado animal e diferencia

as suas partes (como vemos no Anexo 7 ) Descobre também os hábitos

alimentares e ciclos de vida. Sempre levando em consideração que a criança

se interessa por aquilo que ela pode observar e perceber.

2. 2. 6 – Material de Geografia e História

28

O material de geografia na sala de aula montessoriana tem dois

objetivos básicos:

§ Oferecer a criança senso claro de orientação espacial em seu próprio

mundo

§ Fazer a criança ter contato com outros países e culturas.

A criança deve aprender primeiramente sobre o seu lugar na sala de

aula e em casa. Percebendo que cada objeto pertence a um lugar próprio, e

sendo capaz de achar coisas ou objetos seguindo as direções dadas.

Sendo apresentada a geografia: física, cultural, politica, econômica e

também ao estudo de mapas - a cartografia.

A criança é apresentada na ordem ao seu ambiente escolar, bairro

Cidade o Estado seu próprio país onde vive países continentes e depois o

globo terrestre.

O material de história também tem dois objetivos:

§ Desenvolver o senso de tempo relacionado a própria criança e as suas

atividades.

§ Pode ser apresentado a história do mundo em relação ao desenvolvimento

humano.

Primeiro deve estar relacionado com atividades concretas, que possa

relacionar com seu cotiano. Um exemplo claro da noção de tempo é quando a

criança faz aniversário ela é convidada a dar a volta em torno do sol a cada

anos de sua vida. Através da linha do tempo tem fotos do momento do

nascimento até sua idade atual. As outras crianças são estimuladas a fazer

perguntas a respeito de cada etapa da vida dessa criança.

29

CAPÍTULO III

MONTESSORI NOS DIAS DE HOJE

Nos dias de hoje Maria Montessori é muito estudada e admirada. Em

todo globo terrestre são várias escolas que seguem seu método.

Seu método recebeu várias críticas, entre elas:

§ Que seu método não era original, se baseando em Frobel,

Pestalozzi, entre outros.

§ Os processos estão ultrapassados e superados

§ O método é contraditório

§ Sua base não é na psicologia infantil e sim no adulto.

Mas com tudo isso, seu método é usado até hoje, nas salas de aula de

educação infantil para a educação dos sentidos.

Hoje seu método não é ignorado no campo da educação, pelo contrário

ela é lembrada, tanto para ser enaltecida, pelas contribuições para a

pedagogia, ou para ser criticada por aqueles que não acreditam nela.

O método montessoriano teve seu auge no Brasil nos anos de 60/70.

Hoje é criticado por sua concepção psicológica. Uma professora da escola

observada argumentou que a concepção de aprendizagem de Montessori é

própria da época e que hoje as escolas seguem um caminho interacionista.

Para Maria Montessori o conhecimento vem de fora para dentro, através

dos sentidos, mas para Piaget, o conhecimento se dá na interação entre o meio

e o indivíduo. Essa contradição entre Montessori e Piaget vem da visão do ser

indivídual e do ser social. Alguns educadores internacionais a criticam por isso.

30

O seu material também foi criticado, pelo seu alto custo. Se analisarmos

bem esse material pode ser fabricado na própria escola.

Apesar das várias diferenças do que era aceito em sua época, Maria

Montessori deixou um grande material para ser desfrutado e um grande

conhecimento a ser utilizado.

3. 1 – Observações em Sala de Aula

O autor observou uma sala de aula em uma escola internacional, com

duas professoras e uma assistente, com total de 26 alunos na faixa etária de 3

a 5 anos de idade.

A escola adotou a filosofia montessoriana por longos anos e a

educação infantil era uma unidade, com crianças de 3 a 6 anos de idade em

uma mesma sala de aula, onde permaneciam por três anos com a mesma

professora.

Há exatamente quatro anos a escola abandonou a filosofia

montessoriana, mas a grande dúvida do autor é o que acontece com a

metodologia da escola atualmente. A sala ainda possui alguns materiais de

Maria Montessori e para confusão total algumas professoras ainda seguem

seus princípios e outras se quer os conhecem.

Um exemplo claro foi quando uma criança esqueceu de pegar o tapete

para trabalhar com um material no chão. Quando a professora Z. perguntou se

não era necessário um tapete, a outra professora C. disse que não precisava

que daqui a alguns minutos a criança iria terminar de usar o material. A

assistente P. fica perdida em alguns momentos por não saber exatamente a

que metodologia seguir.

31

Nos anexos citados anteriormente podemos observar as crianças dessa

determinada sala trabalhando com os materias da Doutora Maria Montessori e

como constatado sempre muito felizes.

O que ficou mais claro é que quando a assitente P. ou a professora Z.

explicava seguindo o método montessoriano a criança aprendia mais

facilmente, assim como gostava de manter sua sala limpa e organizada. Dessa

maneira chegava a estimular os mais novos a manterem a sala organizada

também.

Foi registrado também quando a criança Y. de cinco anos de idade

queria ajudar a tirar areia do parquinho do sapato de O, sua amiga mais nova

de três anos de idade. Y. já estava na terceira etapa da aprendizagem, sendo

capaz de realizar determinada atividade e ensinar a outra criança a maneira

correta de realizá-la. A assistente P. estimula o tempo todo a independência

das crianças mais novas de três anos de idade, acreditando no conceito “Não

faça pela criança o que ela pode fazer sozinha”. O primeiro passo é a criança

aprender a se vestir e se despir sozinha. Existem as telas para abotoar e

amarrar como podemos ver no Anexo 9.

Outro fator marcante são as crianças lavando louça ou limpando que

sujaram. Para os pais isso é maravilhoso, mas por outro lado entra em choque

com a rotina diária da criança em casa, onde grande maioria tem babás que

fazem de tudo e mais um pouco para a criança. Indo contra o conceito de

Montessori que a educação na escola é uma continuação da educação no lar.

O autor percebeu que a rotina da sala poderia ser mais tranquila se a

escola tivesse uma metodologia prestabelecida.

Da mesma forma que o autor chega a conclusão que alguns dos

conceitos que formam a base da educação infantil foram iniciados por

Montessori, como por exemplo o material ser adaptado ao tamanho da criança.

32

CONCLUSÃO

O estudo da vida e obra da educadora Maria Montessori abre caminhos

para outros conhecimentos. Conseguimos, através dessa pesquisa,

compreender outros fatores essenciais para a consolidação da importância da

educação infantil.

Montessori refletiu sobre diversas questões em relação a questão de

educação de crianças. Colocar a criança no centro do processo educativo,

fazendo a sociedade de sua época reconhecer a necessidade de se tratar a

criança de maneira diferente, porque ela não é um mini adulto.

Ao longo das leituras realizadas fica clara a importância de seu material

para o desenvolvimento da criança. Da mesma forma que o material é todo

relacionado.

Concluímos que Montessori apesar de receber muitas críticas, sua

descobertas são um fato marcante para a história da educação

contemporânea. Isso é fato que encontramos alguns de seus princípios na

base da educação infantil atualmente, como por exemplo, o estímulo a

individualidade do aluno e o material dourado utilizado em matemática até hoje

em muitas salas de aula.

Consideramos ao final do trabalho que a proposta educacional é uma

das mais conhecidas, importantes e criticadas, sendo utilizada em muitos

países no mundo.

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ANEXOS

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ANEXO 1

Criança cortando com tesoura

35

ANEXO 2

Criança pintando

36

ANEXO 3

Crianças escovando os dentes

37

ANEXO 4

Criança limpando a mesa

38

ANEXO 5

Crianças lavando louça

39

ANEXO 6

Criança realizando atividade de vida prática – Cortando

cenoura

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ANEXO 7

Criança andando por entre as barras vermelhas

41

ANEXO 8

Partes do pássaro

42

ANEXO 9

Telas de aprender amarrar e abotoar

43

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Talita. Exercíos da Vida Prática. 7 ed. São Paulo : Equipe Construtor

Sui, 1995.

LILLARD, Paula Polk. Montessori; A Modern Approach. New York: Schocken

Books, 1972.

LOURENÇO FILHO, M. B. Introdução ao Estudo da Escola Nova. 11 ed. São

Paulo: Melhoramentos, 1974.

MONTESSORI, Maria. A criança. 3 ed. São Paulo: Portucália Editora, 1979.

___________________. A Mente Absorvente. 2 ed. Rio de Janeiro: Portucália

Editora, 1979.

___________________. Dr. Montessori’s Own Handbook. 6 ed. New York:

Schocken Books, 1969.

___________________. Pedagogia Cinetífica: a descoberta da nova criança .

São Paulo: Flamboyant,1965.

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ATIVIDADES CULTURAIS

45

ÍNDICE

INTRODUÇÃO……………………………………………………...………..8

CAPÍTULO I…………………………………………………………...……..9

MARIA MONTESSORI – VIDA E OBRA……………………………...…..9

CAPÍTULO II………………………………………………………………….12

FILOSOFIA MONTESSORIANA……………………….….………………12

2.1 – Método Montessoriano…………………………………….…………14

2. 2 – Material Montessoriano.……………………………………...…...18

2. 2. 1 – Exercícios da Vida Prática………………………………….19

2. 2. 2 – Material Sensorial……………………………………………25

2. 2. 3 – Material de Linguagem……………………………………...26

2. 2. 4 – Material de Matemática……………………………………..27

2. 2. 5 – Material de Ciências………………………………………...27

2. 2. 6 – Material de Geografia e História…………………………...27

CAPÍTULO III………………………………………………………….………29

MONTESSORI NOS DIAS DE HOJE………………………………………29

3.1 – Observação em Sala de Aula………………………………………...30

CONCLUSÃO ……………………………………………………….………..32

ANEXOS……………………………………………………………………….33

BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………..43

ATIVIDADES CULTURAIS………………………………………….……….44

ÍNDICE…………………………………………………………………………45

FOLHA DE AVALIAÇÃO……………………………………………………..46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: MARIA MONTESSORI

Autor: ANA PAULA DOS SANTOS BARROS

Data da entrega: 26/07/2005

Avaliado por: MARY SUE PEREIRA Conceito:

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