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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTABILIDADE GERENCIAL: ANÁLISE DE BALANÇOS PARA
TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS
Por: Ana Paula da Silva Gurgel
Orientador
Prof. Ms. Marco A. Larosa
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTABILIDADE GERENCIAL: ANÁLISE DE BALANÇOS PARA
TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa
Por: Ana Paula da Silva Gurgel.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus onipresente, a meu
marido sempre amigo, compreensivo e
incentivador, aos meus parentes e
amigos que nesta torcida sempre
somam para a vitória.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que almejam
conhecimento e intentam transformações
administrativas e sociais para o melhor
desempenho de suas tarefas.
5
RESUMO
O problema apresentado refere-se a utilização dos índices de avaliação
e desempenho como importante meio para colaboração dos gestores em
tomar decisões pertinentes a empresa e seus objetivos. Este trabalho pretende
abordar o tema de Contabilidade Gerencial. Estaremos desenvolvendo as
definições deste tema assim como um contraponto com a Contabilidade
Financeira. O objetivo é fazer um estudo sobre a utilização dos Índices de
Avaliação de Desempenho das empresas e sua importância frente as decisões
que seus líderes podem tomar. As hipóteses avaliadas são se os índices
ajudam na condução da empresa, quais são os índices de avaliação e de
desempenho, em que consiste sua utilização, e por fim se eles facilitam as
decisões da empresa por seus gestores e líderes.
6
METODOLOGIA
Os métodos adotados para elaboração deste trabalho foram baseados
exclusivamente em pesquisa teórica. Através do estudo e leitura de boas
bibliografias referentes ao tema proposto buscamos definição dos itens
apresentados.
Relacionamos a pesquisa bibliográfica com os fundamentos das
análises econômico-financeiras tradicionais apresentados na literatura
disponível para o alcance dos objetivos deste trabalho. Foram pesquisados
livros das áreas contábeis, financeira, de administração de empresas, de
sistemas de informações, consultas na internet. Foram também utilizados
materiais e anotações provenientes das aulas do Programa de Pós-Graduação
A Vez do Mestre em Finanças e Gestão Corporativa da UCAM.
A primeira etapa deste trabalho iniciou-se com a busca de material
pertinente ao assunto referido: Contabilidade Gerencial. A segunda etapa foi de
ler e entender o material separado a fim de trazer suas explicações a este
trabalho. A terceira etapa consistiu em separar este trabalho em tópicos de
forma organizada tratando o assunto e trazendo esclarecimentos sobre o tema
proposto. A última etapa foi a elaboração dos textos fazendo uso do material
recolhido em leitura e pesquisa de acordo com os capítulos propostos
chegando ao alcance da conclusão desta obra.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O QUE É CONTABILIDADE GERENCIAL 11
CAPÍTULO II
O BALANÇO CONTÁBIL 17
CAPÍTULO III
OS ÍNDICES UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO E DESEMPENHO 27
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende estudar a Contabilidade Gerencial e apresentar
os índices utilizados pela mesma a fim de avaliar o desempenho da empresa. A
Contabilidade Gerencial utiliza informações financeiras e não financeiras para
ajudar na condução de políticas e decisões dentro da empresa.
Muitas vezes é possível o administrador conhecer as informações
contábeis, as informações de custos e não saber exatamente o que fazer com
as mesmas. Ou seja, de que lhe valem aquelas informações? A utilização e
boa aplicação do recurso que a Contabilidade Gerencial pode trazer facilita e
orienta o administrador em suas tomadas de decisão.
O papel da Contabilidade Gerencial influi e traz resultados tanto para
empresas industriais quanto para empresas de serviços. Não havendo então,
exclusividade desta ferramenta para determinado setor, e podendo avaliar-se a
importância para tomada de decisões estratégicas e rotineiras da empresa,
seja ela de qualquer ramo e seja em diferentes setores.
Os sistemas de informações gerados pela Contabilidade Gerencial
relatam tanto os custos das atividades, dos processos envolvidos, dos
produtos, dos serviços envolvidos quanto dos clientes da empresa. Em fim uma
gama de informações que não se resumem apenas ao relatório financeiro.
O importante papel que a informação gerencial contábil exerce nas
empresas industriais e nas empresas de serviços favorece a tomada de
decisões e rumos que a empresa deseja tomar em vista de seu
desenvolvimento e crescimento. Sendo assim, existem quatro principais áreas
consideradas como as mais importantes pelos contadores gerenciais:
“orçamento, custeio de produto e de serviço, controle e avaliação de
9
desempenho e gestão estratégica de custos, incluindo o custeio baseado em
atividades”(ATKINSON, 2000, p.22)
Desta forma este trabalho se propõe a apresentar as definições de
Contabilidade Gerencial, incluindo as diferenças com a contabilidade financeira
e suas diferentes demandas. A primeira atende as necessidades de
informações para decisões internas, e a segunda atende as necessidades de
informações para decisões externas assim como apresentações fiscais e
prestação de conta aos acionistas.
Pretende-se também apresentar a definição do Balanço Contábil em
seus principais aspectos e estudar a importância deste para a contabilidade
Gerencial. Uma vez que o Balanço Patrimonial é o conjunto de bens, direitos e
obrigações, vinculadas a uma empresa ou pessoa física.
Baseado na utilização dos demonstrativos financeiros pretende-se
compreender os índices de Avaliação e Desempenho das empresas e qual a
sua influência numa tomada de decisão gerencial. Assim como entender que
as atividades devem ser o foco primário para mensurar e administrar o
desempenho nas empresas. Discutindo o papel das múltiplas medidas de
desempenho, financeiro e não financeiro, a fim de transformar a estratégia
empresarial em objetivos e medidas específicas.
As análises de balanço tendem a extrair dados das demonstrações
financeiras, podendo visualizar melhor sua situação operacional, econômica,
patrimonial e financeira. Para esta melhor visualização existem três principais
técnicas de análise: a Análise Vertical, a Horizontal e os Indicadores econômico
-financeiros.
A Análise Vertical é uma forma de avaliar o conhecimento percentual
das contas e dos grupos com relação ao todo, para demonstrar a estrutura
econômico-financeira da empresa; A Análise Horizontal é uma técnica que
10
busca o conhecimento percentual da evolução das contas ou dos grupos de um
exercício para outro; e, os Indicadores Econômico-financeiros são cálculos
matemáticos que auxiliam a empresa no entendimento de sua situação
patrimonial, financeira, operacional e econômica.
Desta forma melhor o administrador, com auxílio necessário da
Contabilidade e suas funções pode controlar, estudar e planejar o patrimônio, a
fim de obter melhor êxito em suas decisões gerenciais,
11
CAPÍTULO I
O QUE É CONTABILIDADE GERENCIAL
Contabilidade Gerencial é o:
“Processo de produzir informação operacional e
financeira para funcionários e administradores. O
processo deve ser direcionado pelas necessidades
informacionais dos indivíduos internos da empresa e
deve orientar suas decisões operacionais e de
investimentos.” (ATKINSON, 2000, p.36)
1.1 – De que forma a Contabilidade Gerencial pode ajudar aos
administradores
A contabilidade costuma ser utilizada como um instrumento necessário
tão somente para se atender a uma série de exigências legais e burocráticas,
deixando de ser percebida como um instrumento de apoio ao administrador
para a tomada de decisões.
As empresas, porém, precisam promover seu desenvolvimento
organizacional, para manterem-se atuantes e garantirem o sucesso nos
negócios. É nessa etapa que surge a necessidade do envolvimento de um
profissional da área contábil, o contador, auxiliando os administradores na
melhor compreensão da dinâmica dos processos que envolvem as atividades
da empresa.
O conhecimento e a análise dos processos tendem a evidenciar
problemas notáveis, tais como baixa produtividade, altos custos de produção,
questões com clientes internos e externos, e erros na precificação dos produtos
12
oferecidos (IUDÍCIBUS, 1998). A solução desses problemas não é dever
somente do administrador, mas sim de toda a equipe que o cerca, logo, é de
suma importância destacar o papel do contador no processo decisório.
O Processo Administrativo é um meio de conduzir certas atividades.
Referimo-nos a administração como um processo para enfatizar que todos os
administradores independentes de seus níveis possam se unir continuamente
em certas atividades como as de planejar, organizar, dirigir e controlar para
alcançar os objetivos desejados.
A administração de qualquer negócio exige um certo conhecimento por
parte dos administradores, pois gerenciar só é possível quando se tem
informação:
“A contabilidade gerencial mede o desempenho
econômico das unidades operacionais descentralizadas,
como unidades de negócios, divisões e departamentos.
Fornece feedback à administração superior sobre o
desempenho das unidades e, também, serve como
conexão entre a elaboração da estratégia da empresa e
sua execução em unidades operacionais individuais.”
(ATKINSON, 2000, p.21)
1.2 – Contabilidade Gerencial e Financeira, suas diferenças
Enquanto a Contabilidade financeira está voltada às exigências fiscais,
a Contabilidade gerencial está voltada à gestão da empresa, e ambas têm a
sua utilidade e apresentam características diferenciadas devido ao seu público-
alvo.
1.2.1 - CONTABILIDADE GERENCIAL
13
A Contabilidade Gerencial tem relacionamento direto com o
fornecimento de informações para os administradores. Considera-os como
usuários internos da empresa. Utiliza, outras ciências como a Economia,
Estatística, Finanças, Matemática Financeira, entre outras disciplinas além das
Ciências Contábeis, como cita PERES, “Não se restringe aos Princípios
Contábeis geralmente aceitos. Somente a Administração pode determinar
restrições.”
“Contabilidade Gerencial foi definida pelo Instituto de
Contadores Gerenciais (Institute of Managemente
Accounting) como o processo de identificação,
mensuração, acumulação, análise, preparação,
interpretação e comunicação de informações financeiras
usadas pela administração para planejar avaliar e
controlar dentro de uma empresa e assegurar uso
apropriado e responsável de seus recursos.”
(ATKINSON, 2000, p.67)
Saber como melhor interpretar os resultados da empresa é um dos
objetivos primordiais da Contabilidade gerencial. A Contabilidade deverá
preocupar-se em gerar informações úteis à administração, atendendo às
necessidades dos gestores. A Contabilidade gerencial utiliza instrumentos para
auxiliar a interpretação dos resultados levantados através da Contabilidade
financeira, como a análise e a interpretação das demonstrações contábeis, os
indicadores financeiros e não financeiros, as ferramentas como
Benchmarketing, planejamento estratégico, Balanced Scorecard, entre outros.
Sendo a empresa uma organização de recursos físicos e humanos,
cabe aos administradores saber gerenciar tais recursos da melhor forma
possível, fazendo uso das funções administrativas. O apoio da Contabilidade
gerencial na administração dos negócios deve ser usada, desde que saibam
14
traduzir conceitos contábeis em ações práticas. A Contabilidade estará sendo
um instrumento para a administração.
1.2.2 - CONTABILIDADE FINANCEIRA
Preocupa-se com o fornecimento de informações para os acionistas,
credores, ou seja, para os usuários externos da empresa. Transforma fatos
financeiros e econômicos em registros contábeis, cuja fonte são documentos
como notas fiscais, extratos bancários, contratos, etc. Para este fim utiliza-se
apenas da Ciência Contábil, restringindo-se aos Princípios Contábeis
geralmente aceitos, como cita Dulcídio, Apostila 1.
Preocupa-se com aspectos tributários exigidos pela Legislação,
pertinentes a cada ramo de atividade. Apura os custos dos serviços/produtos,
concilia contas patrimoniais e de resultado como forma de controle. Elabora as
Demonstrações Financeiras exigidas pela Legislação seguindo os princípios
contábeis geralmente aceitos.
A Contabilidade gerencial confecciona relatórios conforme as
necessidades dos administradores, muitas vezes utilizando como fonte de
informações os dados contidos nos relatórios gerados pela Contabilidade
financeira, em que esses dados são transformados em uma linguagem mais
concisa e clara para o administrador.
O importante é saber analisar e interpretar as demonstrações contábeis
para atender às necessidades de respostas dos gestores. Segundo Iudícibus
(1998, p.127), “a análise de balanços mais aponta problemas a serem
investigados do que soluções”.
1.2.3 – Quadro das Características básicas das Contabilidades
Financeira e Gerencial
15
Contabilidade Financeira
Contabilidade Gerencial
Clientela Externa: acionistas, credores,
autoridades tributárias
Interna: Funcionários,
administradores, executivos
Propósito
Reportar o desempenho passado
às partes externas; contratos com
proprietários e credores
Informar decisões internas
tomadas pelos funcionários e
gerentes; feedback e controle
sobre desempenho operacional;
contratos com proprietários e
credores
Data Histórica, Atrasada Atual, orientada para o futuro
Restrições
Regulamentada: dirigida por regras
e princípios fundamentais da
contabilidade e por autoridades
governamentais
Desregulamentada: sistemas e
informações determinadas pela
administração para satisfazer
necessidades estratégicas e
operacionais
Tipo de
Informação
Somente para mensuração
financeira
Mensuração física e operacional
dos processos, tecnologia,
fornecedores e competidores
Natureza da
Informação
Objetiva, Audítável, confiável,
consistente, precisa
Mais subjetiva e sujeita a juízo de
valor, válida, relevante, acurada
Escopo Muito agregada; reporta toda a
empresas
Desagregada; informa as
decisões e ações locais
Fonte: ATKINSON, 2000, p.38
1.3 – A Importância de informações não financeiras para a
Contabilidade Gerencial
É necessário que o gestor tenha acesso aos dados gerais da empresa
a fim de identificar os problemas e criar alternativas para solucioná-los. Sendo
a contabilidade um instrumento de apoio ao processo de gestão e que atende
aos mais diversos tipos de usuários, verifica-se um constante aperfeiçoamento
16
em suas técnicas em razão do seu objetivo fundamental, que é fornecer
informações úteis à administração, sejam essas de natureza econômica,
financeira ou social.
“As quatro áreas consideradas mais importantes para os
contadores gerenciais foram: orçamento, custeio de
produto e de serviço, controle e avaliação de
desempenho e gestão estratégica de custos, incluindo o
custeio baseado em atividades.”(ATKINSON, 2000, p. 22)
Além dessas quatro áreas a contabilidade gerencial deve focar também
a informação não financeira. O Tempo para atendimento ao cliente, o tempo
para entrega de um produto, a qualidade de seus serviços e atendimento, a
confiança no mercado, credibilidade e fidelização, a segurança, e a Cultura
Gerencial, segundo Atkinson (2000, p. 58)
No processo administrativo a informação financeira e a não-financeira
colaboram para uma melhor compreensão sistêmica da empresa. Favorecendo
decisões mais amplas e menos burocráticas, que independem do relatório
financeiro. Trazendo maior agilidade nas decisões operacionais, segundo
Atkinson (2000, p. 55).
17
CAPÍTULO II
O BALANÇO CONTÁBIL
A utilização dos Balanços Contábeis e dos relatórios financeiros traz a
necessidade de uma padronização dos mesmos e da instauração de órgãos
reguladores para evitar fraudes e diferenças na interpretação dos mesmos. “A
regulamentação começou nos Estados Unidos, com as empresas de transporte
ferroviário.” Hendriksen (1999, p.55). Esta regularização e padronização
favorecem a publicação do mesmo e a segurança dos dados apresentados
para os clientes, acionistas externos e diretores.
A empresa tem a liberdade de criar as subcontas que desejar,
conforme sua necessidade e enquadrá-las nas contas apresentadas a seguir,
conforme a destinação e origem de cada uma.
“Um balanço contábil é uma fotografia que se bate de
uma empresa num determinado momento. Por essa foto
dá para saber tudo que ela é, o que ela possui de bens, o
que ela tem a receber e o que ela deve. É uma raio-x”,
simplifica o coordenador do curso de Ciências Contábeis
do Centro Universitário Municipal de São Caetano
(IMES), professor José Carlos Marion. (MARQUES,
2007, site)
2.1 – Demonstrativos Contábeis- Financeiros
“O processo de análise das demonstrações financeiras é
totalmente vinculado a informação e ao disclosure, cuja
essência está estreitamente ligada aos objetivos da
18
Contabilidade, dentre os quais, a garantia de informações
diferenciadas para os diversos tipos de usuários, internos
ou externos à entidade.” (COELHO, 2006: pg.6)
A finalidade da Contabilidade é controlar, estudar e planejar o
patrimônio, sendo este o objeto da contabilidade, segundo Peres. O patrimônio
por sua vez é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa.
Toda a informação contida referente ao patrimônio da empresa serve para
evidenciar em valor os seus bens, direitos e obrigações, a fim de que os
usuários desta informação tomem suas decisões.
Os usuários da informação contábil podem ser, segundo Coelho, 2006:
Investidores, Analistas Financeiros, Serviços de Aconselhamento, Corretores
de Valores, Órgãos Reguladores e Associações de Classe (IBRACON, CFC,
CRC’s, CVM, Fisco), Diretores e Administradores de empresas grandes ou
pequenas, de capital aberto ou fechado, e por fim, para uso dos Auditores.
Percebemos com este leque que a informação contábil atende a um
grande número de usuários com diferentes finalidades de uso. Para que haja
um fácil entendimento o Balanço Patrimonial possui a seguinte forma:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens
Direitos
Obrigações
Capital
É no Passivo que se origina a empresa. Na conta Capital encontra-se o
investimento inicial oriundo dos sócios ou de empréstimos que os mesmos
fazem para dar início ao seu empreendimento. A função do Passivo é financiar
o Ativo, enquanto a função do Ativo é gerar riqueza para pagar o passivo e
remunerar os sócios, gerando lucro.
19
2.1.1 – Bens, Direitos e Obrigações
O conjunto no qual se exprime o Balanço Patrimonial de uma empresa
resume-se aos Bens, Direitos e Obrigações da mesma, seja com terceiros ou
com os próprios sócios. Vejamos abaixo o que significa cada uma dessas
classificações:
2.1.2 – Bens
Os bens de uma empresa são classificados conforme a sua
destinação. Podem ser bens de venda, de renda ou fixo. E, ainda bens
materiais ou imateriais. Tratando-se de bens imateriais percebemos a
dificuldade em mensuração, chamando-se a matéria estudo de bens
intangíveis, cuja breve definição significa que não é mensurado facilmente e
não é tocado, neste trabalho não pede maior apreciação. Apenas para citar
como exemplo de bens intangíveis temos o que chamamos de carteira de
clientes, a marca, a confiança no mercado, o capital intelectual (goodwill ou bad
will), o ponto comercial e outros.
Os bens fixos são, segundo Peres, bens cuja característica é servir de
apoio para os negócios da empresa, tais como máquinas, imóveis, veículos e
outros. São considerados como Ativos Permanentes da empresa e suportam
as principais operações da empresa.
Os bens de renda não se destinam à utilização nos negócios da
empresa e não suportam as principais operações da mesma, mas tem a função
de produzir riquezas. Como exemplo citamos um terreno, ações de outra
empresa (especulativos), imóveis alugados a terceiros, e outros que se
distinguem da finalidade produtiva ou do serviço da empresa.
Os bens de venda são aqueles que produzidos pela própria empresa
ou adquiridos de terceiros que servindo a produção gerem riqueza através da
20
sua comercialização. Como exemplos deste último temos os Estoques diversos
de matéria prima, produtos em elaboração ou elaborados, produtos para
revenda e outros, que não representam o Ativo Permanente.
2.1.3 – Direitos
A empresa pode possuir direitos adquiridos com os próprios sócios ou
com terceiros. Segundo Peres, direito “é tudo que se tem a propriedade, mas
não se tem a posse.” Direitos com terceiro, por exemplo, podem ser duplicatas
e títulos a receber, dinheiro em bancos ou em trânsito, contratos de aluguéis de
imóveis e outros semelhantes.
Direitos com acionistas “é quando a propriedade é da empresa, mas a
posse está com quaisquer acionista, quotista ou pessoas jurídica ligada a
empresa”(Peres). Exemplos deste tipo de direito são os empréstimos
concedidos a empresas ligadas.
2.1.4 – Obrigações
As obrigações da empresa encontram-se lançadas no Passivo, no
Balanço Patrimonial. Referem-se a tudo que a empresa possui como posse,
mas não tem a propriedade.
Existem obrigações com terceiros e obrigações com os acionistas. A
primeira significa que a propriedade está de posse de um elemento estranho à
empresa. Exemplo: duplicatas a pagar a fornecedores, empréstimos,
financiamentos e impostos a pagar.
As obrigações com os acionistas ocorrem “quando a propriedade é do
próprio acionista, quotista ou pessoa jurídica ligada à empresa.” (Peres,
Apostila 1, p. 3). Exemplos deste tipo de obrigação são dividendos a pagar.
21
2.2 – Estrutura do Balanço Patrimonial
“Ainda sobre o Balanço Patrimonial, se ele é composto
por bens, direitos e obrigações, e se o somatório dos
lançamentos a débito deve ser igual ao somatório dos
lançamentos a crédito, e ainda, que o BP demonstra as
variações Patrimoniais em um determinado período, falta-
nos entender como serão demonstradas essas variações
e como se compõe o BP.” (Gomes, 2002, p.101)
A Estrutura do Balanço Patrimonial é apresentada pelas principais
contas, conforme abaixo:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Disponível Créditos a Receber Estoques Despesas pagas antecipada- mente
Ativo Realizável LP
Créditos à receber Estoques Desp. pagas antecipadamente
Ativo Permanente
Investimentos Imobilizados Diferidos
Passivo Circulante
Fornecedores Salários Contas à Pagar
PASSIVO Exigível LP
Empréstimos LP
Resultados de Exercícios Futuros
Patrimônio Líquido
Capital Social Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados
ATIVO TOTAL PASSIVO TOTAL
2.2.1 - Circulante e Longo Prazo
22
O Balanço Patrimonial divide-se em contas e sub-contas. E algumas
destas se dividem em Circulante e Longo Prazo. A contas circulantes, segundo
Peres, são os Ativos Realizáveis e os Passivos Exigidos até o fim “do exercício
social seguinte”. E o Longo Prazo são os Ativos a serem realizados e Passivos
a serem exigidos “até o final do exercício social seguinte”
“Na companhia em que o ciclo operacional da empresa
tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse
ciclo. Entende-se por ciclo operacional a soma do prazo
médio de estocagem com o prazo médio do recebimento,
em dias.” (PERES, Apostila 1, p.7)
2.2.2 - O Ativo
A natureza do Ativo, local no balanço patrimonial aonde se
representam os bens e direitos da empresa, é devedora. Suas contas possuem
movimento e saldo devedor. Como exemplo temos as duplicatas descontadas
em banco ou factoring e as depreciações do imobilizado de sua posse ou sob
responsabilidade de terceiros. O Ativo subdivide-se em Ativo Circulante, Ativo
Realizável no Longo Prazo e Ativo Permanente.
O Ativo Circulante, Imediato ou de Curto Prazo, como pode ser
chamado, recebe as contas que registram o dinheiro em Caixa e nas Contas
Bancárias, assim como as aplicações financeiras de Curto Prazo, as duplicatas
a receber e os estoques a serem vendidos, segundo Gomes 2002.
O Ativo Realizável em Longo Prazo diferencia-se do anterior apenas
pelo prazo de sua realização. Refere-se aos “direitos que se realizarão dentro
de um período posterior ao do ano calendário em curso no momento que se
registra o fato...”(GOMES, 2002, p.102). Exemplos de algumas sub-contas do
23
Ativo no longo prazo: créditos a receber, estoques, e despesas pagas
antecipadamente. Dentro da conta referente as despesas pagas
antecipadamente encontramos ainda, os empréstimos a próprio (sócios),
depósitos compulsórios, depósitos administrativos e judiciais.
“O Ativo Permanente são os bens e direitos que a entidade possui e
que não pretende no momento da aquisição, vir futuramente a dispor ou
realizar tais bens e/ou direitos.” (Gomes, 2002, p.102) Para melhor
entendermos, citamos a aquisição de uma obra de arte cujo objetivo é
decorativo e não a venda, ou a compra de ações visando a participação em
outra empresa e não o lucro, ou compras de máquinas instalações, veículos
para utilização da própria empresa. Estes são considerados na conta de Ativo
Permanente.
2.2.3 - O Passivo
A natureza do Passivo, local no balanço patrimonial no qual lançamos
as obrigações com terceiros, é credora. As “contas que variam o seu saldo por
acréscimos a débito são as contas redutoras, como exemplo, o prejuízo não
compensado...” (GOMES, 2002, P.103). O Passivo é representado pelas
obrigações que a entidade tem para com terceiros, sejam funcionários,
governos, fornecedores, instituições financeiras e para com seus proprietários,
assim distribuídos.
No Passivo Circulante, ou também chamado de Curto Prazo, figuram
todas as obrigações que venham a vencer dentro do ano calendário ou no
máximo, até o próximo balanço do ano seguinte. Aqui devem constar os
empréstimos bancários de curto prazo, as compras a serem pagas aos
fornecedores, os salários, os encargos sociais e os impostos.
No Passivo Exigível a Longo Prazo, deverá ser lançado tudo o que será
exigido da entidade em um prazo mais longo. Aqui poderão figurar obrigações
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idênticas às do passivo circulante com a única diferença que apresentarão
vencimento posterior ao fechamento do balanço. Exemplos desta conta são os
lançamentos de empréstimos, pagamentos devidos a fornecedores e algumas
provisões.
2.2.4 - Resultado de Exercícios Futuros
A conta apresentada com o título de Resultados no Passivo pode ser
dividida em dois subgrupos: o Operacional, que representa o objeto da
empresa, e o Não Operacional, que registra os fatos que podem acontecer, que
porém, não fazem parte do objeto social da empresa, segundo Gomes, 2002.
O Operacional se subdivide em Receita Operacional, Custos das
Mercadorias/Produtos Vendidos e Despesas Operacionais.
A Receita Operacional é classificada como credora, destina-se a
registrar a venda de mercadorias ou produtos, normalmente com as deduções
de vendas, estas por sua vez, de natureza devedora, registradas em contas
próprias, tais como, devoluções, impostos sobre vendas, descontos concedidos
e outras.
A conta Custos das Mercadorias Vendidas ou Custo dos Produtos
Vendidos é de natureza devedora. Nela são registradas por contra partida, as
saídas das mercadorias e/ou produtos vendidos, baixados do estoque,
segundo Gomes 2002.
E, as Despesas Operacionais cuja natureza é devedora, segundo
Gomes 2002, possui como registros todas as despesas necessárias a situação
operacional da empresa. As despesas referentes são as taxas bancárias, os
salários, os encargos sociais, os tributos, as despesas administrativas, as
comerciais, as da produção e as financeiras necessárias a operação da
empresa.
25
O Não Operacional receberá o registro das despesas e receitas que não
são necessárias a operacionalidade da empresa. Podemos exemplificá-las
como o lucro na venda do imobilizado, as multas referentes a infrações fiscais,
enfim, todas as destinações que não decorrem da operacionalidade da
empresa e sim de outras causas.
Abaixo, segue exemplo desta conta, retirado da Apostila nr.4, do
professor Peres:
Demonstração do Resultado de Exercício
Receita Bruta de Vendas e serviços
( – ) Dedução da Receita Bruta ( = ) Receita Líquida de vendas e Serviços ( – ) CMV ou CSP ( = ) Resultado Bruto ( – ) Despesas Operacionais A. Vendas B. Administrativas C. Encargos Financeiros Líquidos D. Outras Receitas e Despesas Operacionais ( = ) Resultado Operacional ( – ) Correção Monetária (Em desuso) ( – ) Resultados Não Operacionais ( = ) Resultado antes do IR, CSLL e das Participações ( – ) Provisão para IR e CSLL ( = ) Resultado após IR e CSLL ( – ) Participações e Contribuições ( = ) Resultado Líquido do Exercício ( – ) Reserva Legal
2.2.5 - O Patrimônio Líquido
Encontra-se lançado no Passivo, e representa a origem do capital. É
nesta conta que são representados os créditos que os sócios ou acionistas
possuem com a empresa.
26
Os créditos apresentados nesta conta podem advir diretamente do
capital que cada sócio injetou na empresa, ou os lucros/prejuízos a serem
distribuídos ou suportados respectivamente, assim como as reservas de
capital, legal e estatutárias.
O capital próprio é o capital dos acionistas, quotistas ou pessoas
jurídicas ligadas à empresa cuja aplicação é feita no Patrimônio Líquido da
mesma. Representa obrigações da empresa para com os mesmos, segundo o
professor Peres, apostila 1. E justamente por representar uma obrigação,
encontra-se no Passivo do Balanço Patrimonial.
27
CAPÍTULO III
OS ÍNDICES UTILIZADOS PARA
AVALIAÇÃO E DESEMPENHO
A análise e interpretação das demonstrações contábeis conforme diz
Iudícibus (1988, p. 22), “faz sentido quando, além de sua função de informar o
posicionamento relativo e a evolução de vários grupos contábeis, também
serve como um painel geral de controle para administração”. As
demonstrações financeiras tem por finalidade fornecer uma série de dados
sobre a empresa, dados que transformados em informações possuem o
objetivo de auxiliar nas tomadas de decisões gerenciais.
3.1 – A Análise das Demonstrações Contábeis
A análise das demonstrações contábeis é um dos instrumentos mais
importantes no processo de gerenciamento contábil geral.
“Uma análise econômico financeira através das
demonstrações contábil-financeiras envolve a utilização
de coeficientes extraídos das variáveis-chave e uma
gama de ferramentas analíticas objetivando determinar a
“performance” operacional, sua lucratividade e saúde
financeira (risco) da empresa em análise.
Uma análise efetiva de um conjunto de demonstrações
financeiras exige que o propósito da análise seja
claramente definido e requer, pois, uma sólida
compreensão:
28
A) das condições econômicas vigentes dos negócios que
a empresa está envolvida;
B) das estratégias selecionadas pela empresa para
competir em cada um dos seus mercados ; e,
C) os princípios contábeis básicos sob os quais as
demonstrações financeiras foram construídas.”
(COELHO, 2006, p.7)
A análise de balanços pode atingir vários graus conforme a necessidade
de cada usuário, e a padronização de grupos e contas deverá ser coerente
com a utilização dessa análise, evitando que ela se torne inútil. “A
regulamentação da contabilidade começou com um apelo por maior
uniformidade.” (HENDRIKSEN, 1999, p.68)
Determinados elementos patrimoniais podem ser analisados sob
diferentes aspectos, como por exemplo, a origem e a aplicação de cada um
deles, as unidades de cada espécie, o valor de cada um, assim como de outros
aspectos que podem ser focados pelo analista, de acordo com as
particularidades da informação que a alta administração deseja.
Acompanhando o raciocínio da necessidade da padronização das
informações contábeis e na análise de balanços, Hendriksen ressalta como
objetivos da contabilidade elaborados pelo Estudo de Pesquisa em
Contabilidade n°1 os seguintes aspectos:
“1. Medir os recursos possuídos por entidades
especificas.
2. Refletir os direitos contra essas entidades e os
interesses nelas existentes.
3. Medir as variações desses recursos, direitos e
interesses.
4. Atribuir as variações a períodos determináveis.
29
5. Exprimir dados anteriores em termos monetários como
denominador comum.
Essas definições servem de base para uma ênfase no
balanço e na demonstração do resultado do exercício
como medidas de níveis e variações de riqueza.”
(HENDRIKSEN, 1999, p.93)
Raramente as decisões gerenciais são tomadas isoladamente.
Acompanhar as variações dos diversos grupos que compõem as
demonstrações contábeis pode revelar muitos problemas a serem resolvidos,
além de oferecer inúmeras alternativas, tais como o aumento de determinadas
despesas que pode fazer com que o administrador verifique a causa e
conseqüentemente tome providências corretivas, evitando, assim, a distorção
do resultado de um período. Assim como a variação da carga tributária também
pode ser detectada através de uma análise vertical, favorecendo a implantação
de um planejamento tributário na empresa.
A análise de balanço é composta basicamente da análise vertical e
horizontal, dos indicadores de desempenho e da avaliação final. O importante é
ressaltar que, antes de realizarmos qualquer tipo de análise, o analista precisa
conhecer um pouco do histórico da empresa analisada, para que seja
detectado e percebido fatos ocorridos no passado que influenciem a empresa.
Fatos estes que podem distorcer resultados de uma análise superficial.
3.2 – Análises Vertical e Horizontal
A Análise de Balanços “é um instrumento gerencial que procura extrair
dados das demonstrações financeiras, com o objetivo de visualizar sua
situação operacional, econômica, patrimonial e financeira” (PERES, Apostila 6,
p.62). As principais técnicas da análise são:
a) Análise Vertical;
30
b) Análise Horizontal; e
c) Indicadores econômico-financeiros.
3.2.1 – Análise Vertical
A análise Vertical “é a técnica que busca o conhecimento percentual
das contas e dos grupos com relação ao todo. Tem como objetivo demonstrar a
estrutura econômico-financeira da empresa.” (PERES, Apostila 6, p.62). É a
determinação da porcentagem de cada elemento do patrimônio em relação ao
conjunto, o que indica o coeficiente de diversos grupos patrimoniais
identificando a distribuição dos valores no conjunto.
A participação expressiva de uma conta ou grupo de contas do total da
demonstração analisada deve ter uma atenção especial, pois uma alteração
brusca nos valores pode comprometer toda a situação econômico-financeira da
empresa.
3.2.2 – Análise Horizontal
Pode-se definir a análise horizontal como sendo uma comparação que
se faz entre valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes
exercícios sociais. Segundo Peres (Apostila 6), “É a técnica que busca o
conhecimento percentual da evolução das contas ou dos grupos de um
exercício para outro.”
A análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série
de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior, geralmente
a mais antiga da série. Para Iudícibus (1998), a análise horizontal poderá
detectar itens cujo crescimento esteja acima ou abaixo do desejado,
crescimento este que poderá passar despercebido quando analisado
isoladamente.
31
As duas análises apresentadas acima devem ser utilizadas em conjunto,
pois se complementam. Ambas possibilitam localizar pontos específicos de
problemas e características da empresa, facilitando o encontro da resposta ao
porquê de a empresa se encontrar em determinada situação.
3.2.3 – Indicadores Econômico Financeiros
Segundo Peres, “são cálculos matemáticos que auxiliam a empresa no
entendimento de sua situação patrimonial, financeira, operacional e
econômica.” Devem ser selecionados para controlar a evolução da capacidade
competitiva da organização.
Segundo Coelho (2006, p.22/23), de acordo com a coerência entre os
indicadores e os clientes da informação, temos o seguinte quadro:
Administração Proprietários Credores
Análise Operacional
Margem Bruta Margem Operacional Margem Líquida Alavancagem Operacional e financeira
Rentabilidade
Retorno sobre o PL Retorno s/Cap Ordinário Lucro por Ação Retorno Tora do Acionista Valor do Adicionado Lucro antes do juro, imposto, depreciação e amortização (LAJIDA ou EBITIDA) Valor Econômico Agregado
Liquidez
Liquidez Geral Liquidez Corrente Liquidez Seca
Adm. de Recursos
Giro do Ativo Giro Contas a Receber Giro de Estoques Indicadores de Atividade
Destinação dos Lucros
Dividendos por Ação Rendimento Dividendos Retenção do Lucro Cobertura dos Dividendos Dividendos x Ativos
Estrutura de Capital
Participação de capital de terceiros (endividamento) Composição do Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido Imobilizado de Recursos Não Correntes
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Rentabilidade
Retorno sobre o Ativo (total ou líquido) Retorno s/ Investimentos Operacionais
Indicadores do Mercado
Índices de Preço/Lucro
Serviço da Dívida
Cobertura dos Juros
A importância do estabelecimento de indicadores e acompanhamento de
suas tendências poderá ser revelada através da comparabilidade dos dados
analisados. Como exemplo o administrador para tomada decisão quanto ao
investimento pode analisar, segundo Coelho (2006, p.25) o Ativo da empresa.
Quanto às decisões operacionais deve analisar as evidencias na
Demonstração do Resultado de Exercício. E, para as decisões de
financiamento, o Passivo.
As demonstrações contábeis são fontes de inúmeras informações de
caráter econômico e financeiro, evidenciando tanto o rendimento do capital
aplicado quanto a solvência da empresa. O interessante do uso de indicadores
é que, uma vez conhecidos e compreendidos pelos usuários, tendem a facilitar
a interpretação dos fatos ocorridos na empresa em determinado momento.
“As decisões de investimentos, operacionais e
financiamento possuem reflexo no Caixa da empresa.
Por este motivo, a evolução dos saldos do disponível,
conforme a repercussão das decisões operacionais, de
investimento e financiamento é demonstrada no Fluxo de
Caixa (método indireto)...” (COELHO, 2006, p.26)
3.2.4 – Exemplo de Indicadores para os Administradores dentro da
Análise Operacional
Alguns dos Índices utilizados para o processo de decisão dos
administradores da empresa são:
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a) Margem Bruta do Lucro = Lucro Bruto x 100 Receita Líquida
b) Margem Operacional = Lucro Operacional x 100 Receita Líquida
c) Margem Líquida = Lucro Líquido x 100 Receita Líquida
d) Alavancagem Operacional = LAJIR(lucro antes do juros e impostos)
Grau de Alavancagem = GAO = variação percentual do LAJIR variação percentual das vendas
e) Alavancagem Financeira = LAJIR/LPA(lucros por ação)
Grau Alavancagem Financeira = GAF = variação percentual do LPA variação percentual do LAJIR
f) Alavancagem Combinada ou Total = GAT = variação percentual LPA variação percentual vendas
3.3 – O Resultado dos Indicadores
Os resultados dos indicadores deverão apresentar características de
fácil compreensão para os usuários, de forma a serem identificados através
das atividades que executam. Os indicadores de desempenho deverão conter
informações que satisfaçam tanto os gerentes como os funcionários.
O aperfeiçoamento dos indicadores tende a ser contínuo, à medida que
a empresa conseguir identificá-los e colocá-los em prática tornar-se-á um
poderoso instrumento de medida da performance da empresa. Iudícibus (1988,
p. 145) afirma que “o uso de quocientes tem como finalidade principal permitir
ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com padrões
preestabelecidos”.
34
Cada empresa apresenta sua particularidade, logo, o número e a
definição de quais quocientes serão utilizados deverão ser estipulados pela
gerência, segundo as necessidades de respostas.
35
CONCLUSÃO
A Contabilidade Gerencial utiliza informações financeiras e não
financeiras para ajudar na condução de políticas e decisões dentro da
empresa. As decisões gerenciais devem ser tomadas com bases
informacionais sólidas e apresentáveis, e isto a análise de balanços permite.
Informar decisões internas tomadas pelos funcionários e gerentes;
feedback e controle sobre desempenho operacional; contratos com
proprietários e credores são algumas das funções da Contabilidade Gerencial.
Através dos demonstrativos contábeis e financeiros, os administradores
da empresa podem identificar se o objetivo de sucesso da empresa está sendo
obtido ou não. E podem identificar ou localizar os fatores e/ou setores
causadores da falha e insucesso.
A utilização dos índices para avaliar o balanço patrimonial conduz a uma
identificação de alcance de metas assim como de uma identificação dos fatos
geradores do insucesso do momento, a fim de consertar e prevenir-se para o
futuro.
“Indicadores Adiantados: fornecimento de dados cujos
movimentos precedem os movimentos dos objetos ou
eventos sendo previstos; por exemplo, aumento de
índices de endividamento poderiam preceder uma
deterioração dos fluxos de caixa. Pressupõe que os
indicadores que antecederam pontos de mudança de
direção no passado continuarão a fazê-lo no futuro.”
(HENDRIKSEN, 1999, p. 98, Ilustração 5.6)
36
Desta forma, como nos diz Hendriksen, a utilização da análise de
balanço permite a empresa olhar para o futuro baseando-se no passado. Estas
medições e identificações podem colaborar para evitar que erros cometidos
anteriormente sejam repetidos no futuro.
Outro aspecto positivo da utilização da contabilidade gerencial é o
incentivo aos planos de recompensas por bom desempenho da equipe. Através
da avaliação dos índices e identificação de metas alcançadas, distribui-se
recompensas a toda a equipe. Este modelo incentiva a novos esforços e
colaboração da equipe.
O reconhecimento do esforço dos funcionários pode ser recompensado
com participação nos lucros ou aumento de produtividade da empresa.
“Pagamento por Desempenho: Sistema de recompensas pelo desempenho
para motivar o atingimento ou, até mesmo, exceder a meta.” (ATKINSON,
2000, p. 722)
Outro aspecto importante observado neste trabalho foi o aspecto de
padronização das informações contábeis, que favorece a utilização de índices
e criação de quoeficientes para colaborarem com a identificação dos resultados
que o administrador deseja. Percebemos que a informação contábil contida na
Análise de Balanços proporciona identificação da origem do capital, dos
resultados e de sua destinação.
“... a divulgação financeira deve fornecer informação que
seja útil aos administradores e diretores na tomada de
decisão de acordo com os interesses dos proprietários.”
(HENDRIKSEN, 1999, p.115)
37
Os Índices podem servir como medidores e incentivadores do
desempenho da equipe quando destina-se a remunerar como premiação de
alcance de metas.
O processo de desenvolvimento da sistemática de entender e elaborar
os índices tende a ser interativo e incremental, tornando o gestor mais
participativo na elaboração de relatórios que o auxiliarão na gestão e
simplificando o processo de absorção por parte dos mesmos.
A criação de sub-contas ajudará também o gestor a se identificar com os
objetivos de produção operacional de sua empresa assim como também de
todos os outros fatores envolvidos, tais como tributos, despesas com pessoal,
capital imobilizado e outros.
Percebemos com este trabalho a importância da contabilidade gerencial,
assim como o importante papel desempenhado pelo gestor em analisar, criar e
desenvolver estratégias baseados nos relatórios contábeis e financeiros da
empresa.
Concluímos então que a Análise de Balanços coopera para a tomada de
decisões gerenciais. E os índices de Avaliação de Desempenho operam como
facilitadores das informações que os gestores necessitam.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S.
Mark. Contabilidade Gerencial. 1ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2000.
COELHO, Fabiano Simões; GONÇALVES, Hiram de Melo; SARDINHA, José
Carlos. Indicadores Modernos e Tradicionais da Análise Econômico Financeira.
Atualização de 29/01/2006. Rio de Janeiro: CRC-RJ Câmara de Pesquisa e
Desenvolvimento Profissional, 2006.
GOMES, Carlos Roberto. Contabilidade Básica com Exercícios Práticos. 1ª
edição. São Paulo: Editora Viena, 2002.
HENDRIKSEN, Eldons S.; BREDA, Michel F. Van. Teoria da Contabilidade. 5ª
edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 5ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1988.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Editora Atlas S.A.,
1998.
MARQUES, Camila. O Que é Um Balanço Contábil? Disponível em:
www.imesexplica.com.br/0506balanco_abre.asp. IMES. Acessado em
17/jan/ 2007.
PERES, Dulcidio Lavoisier de Oliveira. Apostila de Contabilidade Financeira e
Gerencial – Primeira Parte (Nova Versão). Aplicada ao curso de Finanças e
Gestão Corporativa da UCAM AVM. s/d.
39
PERES, Dulcidio Lavoisier de Oliveira. Apostila da Cândido Mendes - Quarta
Parte. Aplicada ao curso de Finanças e Gestão Corporativa da UCAM AVM.
s/d.
PERES, Dulcidio Lavoisier de Oliveira. Apostila da Cândido Mendes - Sexta
Parte (nova versão dos indicadores). Aplicada ao curso de Finanças e Gestão
Corporativa da UCAM AVM. s/d.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I 11 O QUE É CONTABILIDADE GERENCIAL 11 1.1 – De que forma a Contabilidade Gerencial pode ajudar aos administradores 11
1.2 – Contabilidade Gerencial e Financeira, suas diferenças 12
1.2.1 - CONTABILIDADE GERENCIAL 12
1.2.2 - CONTABILIDADE FINANCEIRA 14
1.2.3 – Quadro das Características básicas das Contabilidades Financeira e Gerencial 14
1.3 – A Importância de informações não financeiras para a Contabilidade Gerencial 15
CAPÍTULO II 17
O BALANÇO CONTÁBIL 17
2.1 – Demonstrativos Contábeis- Financeiros 17
2.1.1 – Bens, Direitos e Obrigações 19
2.1.2 – Bens 19
2.1.3 – Direitos 20
2.1.4 – Obrigações 20
2.2 – Estrutura do Balanço Patrimonial 21
2.2.1 - Circulante e Longo Prazo 21
2.2.2 - O Ativo 22
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2.2.3 - O Passivo 23
2.2.4 - Resultado de Exercícios Futuros 24
2.2.5 - O Patrimônio Líquido 25
CAPÍTULO III 27
OS ÍNDICES UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO E DESEMPENHO 27
3.1 – A Análise das Demonstrações Contábeis 27
3.2 – Análises Vertical e Horizontal 29
3.2.1 – Análise Vertical 30
3.2.2 – Análise Horizontal 30
3.2.3 – Indicadores Econômico Financeiros 31
3.2.4 – Exemplo de Indicadores para os Administradores dentro da Análise Operacional 32
3.3 – O Resultado dos Indicadores 33
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Instituto A Vez do Mestre
Pós-Graduação Latu Senso
Título da Monografia
Contabilidade Gerencial: Análise de Balanços para Tomada de
Decisões gerenciais
Autor: Ana Paula da Silva Gurgel
Data da entrega: 03 de Janeiro de 2007
Avaliado por: ___________________________________________
Conceito: ______________________________________________