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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
EVASÃO ESCOLAR
SANDRA MARIA BASTOS DE SOUZA
Rio de Janeiro
2003
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SANDRA MARIA BASTOS DE SOUZA
ADMINISTRAÇÃO: EVASÃO
Trabalho monográfico apresentado ao
professor Nelsom José Veiga de Magalhães,
para avaliação final do Curso de Pós-
Graduação em Administração Escolar, da
Universidade Candido Mendes.
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O melhor da vida é a existência. Por isso, agradeço a Deus, pois sem ele não seria possível a conclusão do curso aos, meus pais e a minha mãe (em memória) pela contribuição na minha jornada de vida com sua participação desde a fecundação até meus primeiros passos escolares.
A fruto de carinho, amor e um dos responsáveis pelo incentivos nos estudos: Alessandro Souza de Araujo, meu filho.
Aos inúmeros professores em especial: Sergio Sampaio
A minha amiga Sônia Maria Marambaia pelo apoio educativos, moral e espiritual.
Enfim, o professor orientador Nelsom Magalhães que muito contribuiu com o fechamento dessa monografia.
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Dedico esta monografia a Alessando Souza de Araujo, meu
filho, como forma de incentivo aos seus estudos e por ser
razão do meu viver.
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ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
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RESUMO
Este trabalho desenvolve um tema que muito tem afligido a sociedade
brasileira; a evasão escolar, pois a cada dia que passa o seu índice vem
aumentando. É enriquecido através de considerações de alguns filósofos e
pedagogos que analisaram esta questão. O trabalho relata o fracasso escolar
em relação à família e à escola, instituições que contribuem para que o
problema se agrave.
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PROJETO
1.1 – Tema: o fracasso Escolar como causa da Evasão Escolar.
1.2 – Delimitação do Tema
Evasão Escolar na 5ª Série do Ensino Fundamental.
1.3 – Justificativa
Segundo nossa observação, as 5ª séries do CIEP – Aarão steinbruch,
começam no ano letivo com 45 alunos, e chegam ao final do ano com mais ou
menos 30 alunos.
Escolhemos este tema pois muito me preocupo com a situação e, junto
com os outros profissionais da Unidade Escolar, estamos procurando
desenvolver projetos para diminuir este problema.
1.4 – Objetivo
Objetivo Geral – Identificar o fracasso escolar com uma das causas da
Evasão Escolar, como um problema do CIEP 201.
Objetivo Específico – Mostrar que o fracasso escolar traz conseqüência
não só para á escola, mas à toda sociedade vigente.
1. 5 – Problemas
Fatores
Quais os possíveis fatores que levam o fracasso escolar?
1.6 – Hipótese
Se nas turmas as escolas em geral, aumentam o fracasso escolar, há
necessidade de um melhor acompanhamento por parte da coordenação e
direção da escola.
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1.7 – Metodologia
A presente pesquisa emprega dados bibliográficos e experiência vividas.
1.8 – Fundamentação Teórica
O principal autor que fundamenta minha pesquisa é Nadia ª Bossa, autora
do livro Fracasso Escolar (um olhar psicopedagógico).
A autora trabalha em seu livro os problemas de aprendizagem escolar,
bem como o papel da Escola diante deste fenômeno.
Ela defende a teoria de que muitas das vezes o fracasso escolar não é
causado comente pelo aluno e sim pelo professor, que não está preparado
técnica e emocionalmente para lidar com a situação encontrada.
No capítulo I – Evasão Escolar
Capítulo II – O Papel do Administrador no Combate ao Fracasso Escolar
Capítulo III – Considerações
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
EVASÃO ESCOLAR
CAPÍTULO II
O PAPEL DO ADMINISTRADOR NO COMBATE AO FRACASSO ESCOLAR
CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ANEXO
Decreto Nº. 30151 de 13 de Dezembro de 2001
ANEXO
Lei Nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996
ANEXO
A. Comprovantes Acadêmicos
A.1. De Estágio
A.2. De Participação em Eventos Culturais
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INTRODUÇÃO
Este trabalho visa demonstrar o Processo de Evasão Escolar CIEP 201 –
Aarão Steinbruch, no período do ano letivo de 2002. referente a 5ª série do
Ensino Fundamental diurno.
Visa, ainda, nortear o Administrador Escolar no combate à repetência, um
dos itens colaboradores do processo evasivo.
Como fonte do apoio, este trabalho respalda-se no livro da professora
Nadia A. Bossa: “Fracasso escolar com um olhar Psicopedagógico.
Certamente, existe um grande conflito para explicar a Evasão Escolar.
Vários fatores variáveis e invariáveis, como também estudiosos,
administradores, pedagogos, psicopedagogos, profissionais da Educação e
outros tentam discernir qual a principal coisa para tanta evasão Escolar.
Muitas são as teorias e as opiniões dos profissionais da Educação.
Paulo Freire sempre nos leva a reflexão de toda, ação a cada momento de
nossa prática, sempre valorizando o oprimido e criando caminhos para, que ele
construa o conhecimento através da valorização. Entender a questão do
fracasso escolar é um ponto importantíssimo que não deve ser ignorado pela
educação.
O administrador em conjunto com outros profissionais precisa encontrar
um caminho para diminuir a Evasão Escolar. Entendendo sua atuação na
História e vivendo esta atuação.
O Administrador precisa estar atento para esta necessidade. É presentear
o aluno com a possibilidade de aprender. Talvez não exatamente na maneira
mais rápida, mas com certeza promovendo o prazer, para que a aprendizagem
venha de encontro a ele e apresente-se de maneira fácil.
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CAPÍTULO I
EVASÃO ESCOLAR
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EVASÃO ESCOLAR
Este capítulo demonstra o quanto a evasão escolar vem preocupando os
poderes públicos, pois é do conhecimento de todos que as crianças que
abandonam a escola, estão vivendo no ócio e sem perspectivas, acabam sendo
cooptados pelo crime.
A evasão escolar é um problema complexo e se relaciona com outros
importantes temas da pedagogia, como formas de avaliação, reprovação
escolar, curriculum e disciplinas escolares. Para combater a evasão escolar,
portanto, é preciso atacar em duas frentes: uma de ação imediata que busca
resgatar o aluno “evadido”, e outra de reestruturação interna que implica na
discussão e avaliação das diversas questões enumeradas acima. Além disso,
em parceria com o poder judiciário, é importante realizar campanha de
esclarecimento, mostrando que o estudo formal é um direito da criança e do
adolescente e que, o responsável pode, inclusive responder “processos por
abandono intelectual” quando seus filhos evadem dos bancos escolares. Com
os Conselhos Tutelares, é importante realizar projetos de complementação de
renda e acompanhamento psicológico.
São três as grandes causas da evasão escolar desestruturação familiar;
necessidade de complementação da renda familiar e repetência escolar. O
Projeto, portanto, ao mesmo tempo em que atrai o aluno para a escola, busca
combater as causas da evasão.
Esta preocupação é percebida com a regulamentação de novas leis
objetivando a diminuição deste problema.
A Secretaria de Educação, continua implementando Programas do
Combate a Evasão, com o objetivo de garantir aos alunos que estava fora da
sala da aula o retorno efetivo e a permanência no Sistema Educacional.
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Pois eles reconhecem que entre as causas da evasão escolar está a
necessidade da criança de abandonar os estudos para trabalhar. Além disso,
muitos pais não fazem o acompanhamento escolar dos filhos.
A Secretaria Estadual de Educação tem como propósito inicial não só
garantir o acesso da criança na escola, mas, sobretudo, sua efetiva
permanência no contexto escolar, evitando assim a exclusão social.
1.1 - Lei de Combate à Evasão Escolar
A Lei nº. 10.287, de 20 de setembro de 2001, acrescentando o inciso VIII
ao art. 12 da LDB (Lei nº. 9.394 de 1996), que “estabelecendo as Diretrizes e
bases da educação Nacional”, nele incluindo, dentre os encargos dos
estabelecimentos de ensino, a obrigatoriedade de notificação da relação
nominal aos alunos que apresentarem 12,5% de faltas à Secretaria de
Educação Estadual e/ou Municipal que, por sua vez encaminhará essa relação
ao Conselho Tutelar ao Juiz da respectiva comarca e ao representante do
Ministério Público.
A relação nominal deverá ser feita pelo professor, entregue ao diretor que
providenciará os dados do aluno: nome dos pais ou responsáveis legais com
respectivos endereços, número e motivo das faltas. Mas, isto só acontecerá
após esgotados todos os recursos escolares existentes e da prévia
comunicação aos pais ou responsáveis legais.
De posse nominal, caberá ao Poder Judiciário convocar os pais para uma
audiência coletiva de conscientização e advertência, onde informará que
estavam comentando crime de abandono intelectual, previsto no art. 246 do
Código Penal Brasileiro, e sobre as causas dessas faltas e determinará as
medidas preventivas, fixando o prazo de 30 dias para regularização da presença
do aluno às aulas. O não cumprimento implicará na abertura de processo.
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Assim sendo, acreditou que um dos maiores desafios da educação
brasileira, seja a evasão escolar. Existe um perigoso abismo que tem afastado
milhares de crianças e adolescentes da sociedade, e da forma mais brutal e
cruel, envolvendo-as cada vez mais cedo nesse caminho sem volta da
criminalidade, da violência das ruas, da exploração do trabalho infantil e das
drogas.
Porém, este problema só poderá ser sanado através da atuação conjunta
dos diversos setores da sociedade, pois as causas que levam o aluno a evadir-
se são de diversas origens.
“Os diagnósticos sobre a precariedade da escola pública de
primeiro grau continuam convivendo com a idéia de que as
crianças pobres, sujos, doentes, indisciplinados, vindos de
famílias desarticulados só despreparados para aprender.”
(Beatriz Solz – 2000).
“A consciência do direito à educação básica universal avançou, porém
não conseguimos que a escola se estruturasse para garantir esse direito. Ele
continua como instituição seletiva e excludente.” (Miguel Arroyo)
1.2 - O FRACASSO ESCOLAR
Este capítulo aponta algumas falhas no sistema educacional que
contribuem para o fracasso escolar, principalmente a falta de autonomia nas
unidades escolares e programas de governo que não têm continuidade.
Indica, ainda, algumas soluções, demonstrando o quanto é importante
considerar a interação entre os processos de aprendizagem, de linguagem e
afetivos.
Expõe conceitos de educação em diversos períodos e países, pois a
educação não pode ser anacrônica.
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Fala dos papéis que as instituições familiar e escolar devem
desempenhar para que o aluno seja motivo a estudar, apesar das pressões
sociais interferirem.
Finalmente, enfatizando que as etapas do desenvolvimento do aluno
devem ser respeitadas, coloca a importância do orientador educacional nas
escolas.
1.3 - O Fracasso Escolar na 5ª Série
O fracasso escolar hoje, principalmente na 5ª série é gritante, pois o
sistema escolar nos obriga a ampliar o número excessivo de jovens, garantindo
o cumprimento do que foi proposto, levando a escola muitas vezes a contribuir
para a marginalização e o insucesso de milhares de jovens.
As novas diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental apontam a
importância de um professor considerar o aluno em sua dimensão afetiva.
As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas
pela interação dos processos de conhecimento com os de linguagem e os
afetivos, em conseqüência das relações entre as distintas identidades dos vários
participantes do contexto escolarizado: As diversas experiências de vida de
alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas
através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de
identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações
autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e valores indispensáveis à
vida cidadã.
1.4 - Conceitos de Educação em Diversos Países
No Brasil, a escola tornou-se palco de fracasso e formação precária, pois
a distribuição do conhecimento como fonte de poder social é feita privilegiando
alguns e discriminando outros. Como conseqüência disso temos problemas
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educacionais como evasão escolar, alunos com problemas de aprendizagem,
formação precária dos que concluem o ensino fundamental, desinteresse geral
pelo trabalho escolar.
A educação é entendida mais do mera transmissão de informações,
sempre põem em jogo a questão do ideal que um sociedade fabrica para si. A
educação tem um história: no Egito Antigo, na Grécia e em Roma, sua função
era de transmissão de vida, dos bens, do saber dos ancestrais, dos feitos dos
antepassados. Na Idade Média e Idade Moderna, sua função passou a ser o
estabelecimento da razão, da moral e da disciplina.
1.5 - O fracasso Escolar x Família
Segundo os estudiosos da educação, o fracasso escolar está muito ligado
a família, pois hoje, os pais por conta de seus afazeres já não têm tanto tempo
para se dedicar a seus filhos, portanto delegam esses poderes a outras
pessoas, inclusive acham que a função de educar seus filhos é exclusivamente
da escola, já que estes não têm tempo para faze-lo e o professor, por sua vez,
já não sabe qual é o seu papel e isto resulta nos problemas que temos hoje em
relação ao fracasso escolar que conseqüentemente levam á evasão.
Inúmeros trabalhos abordam a questão do fracasso escolar, porém
sempre do ponto de vista das condições sociais, sem considerar a dimensão
individual. Esses mesmos estudos que denunciam a negligência das políticas
educacionais para com o individual acabam negando esse individual à medida
que não reconhece a singularidade nas condições de possibilidade de um
sintoma culturalmente determinado.
Uma outra causa do fracasso escolar seria a falta de dinheiro e sucesso
social, que são valores predominantes, pois a pressão social leva o indivíduo
querer ser alguém, ser considerado e respeitado. O sujeito que não se encaixa
neste parâmetro tende ao fracasso escolar.
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Segundo pesquisas, boa parte do fracasso escolar é exclusivo das
calasses menos favorecidas.
A família tem grande influência na aprendizagem do aluno, por muitos
casos que levam à evasão é a ausência desta, devido à separação de pais,
onde o pensamento do aluno entra em conflito. Pais que precisam se ausentar
o dia inteiro para trabalhar, para assim prover o sustento da família e as crianças
em sua maioria ficam em casa sozinhas ou com o irmão mais velho. Devido à
falta de afetividade familiar a criança terá conseqüência na aprendizagem.
1.6 - O Fracasso Escolar x Escola
A rebeldia pulsa no corpo da escola e a contradição é uma constante no
discurso de todos os envolvidos no processo educativo; mais que isto, sob
aparente impessoalidade, pode-se captar a ação constante da subjetividade.
A burocracia não tem o poder de eliminar o sujeito; pode no máximo
amordaça-lo. Palco simultâneo da subordinação e da insubordinação, da voz
silenciada pelas mensagens ideológicas e da voz consciente ás arbitrariedades
e injustiças, lugar de antagonismo, enfim a escola existe como lugar de
contradições que, longe de serem disfunções indesejáveis das relações
humanas em uma sociedade patrimonialista, são a matéria-prima da
transformação possível do estado de coisas vigente em instituições como as
escolas públicas situadas em bairros mais pobres.
Segundo a experiência clínica de Nádia A. Bossa em criança e adultos,
ela afirma que as conseqüências do “não aprender” para a criança de nossa
cultura são irreversíveis e determinam boa parte de sua vida; o insucesso
escolar irreversíveis e determinam boa parte de sua vida; o insucesso escolar
decide a direção de seu futuro, em uma fase muito precoce da vida, quando
ainda não é possível imaginar as conseqüências da renúncias impostas pela
trama que resulta no sintoma escolar.
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Para tentar solucionar os problemas do fracasso escolar, foram criados
programas especiais em que o aluno pudesse ser trabalhado de acordo com as
suas expectativas. Podemos citar como exemplo os Cieps, em que o aluno
ficava durante todo o dia, pois era um programa de horário integral.
O aluno fazia o primeiro ciclo do ensino funda e tinha aprovação
automática, depois ele fazia o segundo ciclo do ensino fundamental e o ensino
médio em cinco anos; o método empregado nos Cipes era baseado no
construtivismo, onde procuravam remediar as diferenças geradas pela privação
cultural, oferecendo às crianças das classes populares uma educação
compensatória, pois eles trabalhavam muito com oficinas, e isto atraía o aluno
para a escola.
Hoje a realidade escolar já está bem diferente, poucos Cieps trabalham
com horário integral. Porém está havendo uma tentativa de resgate para o
retorno do horário e as oficinas. Contudo o número de escolas não está sendo
suficiente para atender à demanda de alunos e conseqüentemente estão sendo
levadas a ampliar o número de vagas, criando turmas superlotadas, o que causa
o desinteresse do professor e do aluno, levando um grande número á evasão
escolar.
Nem sempre são esses os fatores que levam o aluno á evasão escolar,
porque além das causas físicas e psicológicas, também devemos contar com
fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro
das articulações sociais.
É neste momento que a orientadora educacional tem um papel
importantíssimo dentro da escola, pois ela deverá ter sensibilidade para saber
atuar com essas diferenças, e se for o caso de encaminhar o aluno para um
especialista ou trabalhar o problema dento da própria escola.
A partir do momento em que for respeitada a etapa de desenvolvimento
em que o aluno se encontra e souber trabalhar esse limite, a orientadora
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educacional, junto com toda a equipe pedagógica poderão transformar os erros
dos alunos em algo construtivo.
A escola busca objetivos essenciais da educação, o domínio do
conhecimento acadêmico, mas deve enfatizar o gosto pelo estudar, a
conscientização da importância da busca do conhecimento e de seu processo
de construção.
As crianças gostam de estar na escola, porém não na sala de aula e sim
fora dela, pois aí podem convier com outras crianças. Para tentar mudar esse
quadro, o ambiente de uma sala de aula deve ser Alegre e saudável.
A sala de aula deve ser um lugar atrativo, adequado aos interesses das
crianças e dos adolescentes, onde eles possam se sentir no lugar próprio para
registrar suas formações e expor seus trabalhos.
Tudo isto nos leva a perceber que os programas impostos pelo sistema
necessitam ser concluídos, e não ser substituídos indiscriminadamente com a
mudança de governantes. É também essencial que esses programas
considerem as famílias peças fundamentais no processo educacional. Os
educadores, por sua vez, precisam conquistar uma melhor qualidade para a
escola, possibilitando a todas as crianças o acesso ao conhecimento.
1.7 - A Contribuição dos Parâmetros Curriculares Nacional
para o Combate a Evasão
Dentre as estratégias de intervenção o MEC, vêm implementar em todos
os estados e Municípios o projeto PCN em ação que tem como o propósito
apoiar e incentivar o desenvolvimento profissional de professores especialistas
visando a permanência do aluno na escola.
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O conhecimento é construído através da interação do sujeito como o
objeto. O desenvolvimento cognitivo se da pela assimilação do objeto de
conhecimento e estruturas anteriores presentes no sujeito e pela acomodação
dessas estruturas em função do que vai ser assimilado.
Para Piaget, a criança se apodera de um conhecimento “agindo” sobre
ele, pois aprender é modificar, descobrir, inventor. Nesse enfoque, a função do
professor é propiciar situações para que a criança construa seu sistema do
significação, o qual uma vez organizado a mente, será estruturando no papel ou
oralmente.
O Socioconstrutivismo é uma teoria que vem sendo desenvolvido e partir
dos estudos de Vy Gotsky e seus seguidores.
Embora não proponha uma prática pedagógica, sua contribuição é
essencial para que o educador repense todo o processo de ensino –
aprendizagem, conhecendo os níveis conceituais da criança é possível criar as
atividades para que ela possa desestruturar sua concepção e construir o
conhecimento da base alfabética da escrita aumentando o estímulo para o
estudo contribuindo para diminuir a evasão escolar.
Uma das causas que, acredito que ajuda combater a Evasão, é levar o
aluno a posicionar-se de maneira prática crítica, responsável e construtiva nas
diferentes situações sociais utilizando o diálogo como forma de meditar conflitos
e de tomar decisões coletivos.
Além de desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o
sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética,
estética, de inter-relação pessoal e de inserção social para agir com
perseverança na busca de conhecimentos e no exercício da cidadania.
Enfrente a mudança que o mundo está passando e a grande
transformação tecnológica é importantíssimo que o aluno saiba utilizar diferentes
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fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e construir
conhecimentos.
Como para resolver o problema da evasão e da falta de estímulo dos
alunos, é fundamental que leve-o a questionar a realidade formulando
problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, e
criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando
procedimentos e verificando sua adequação.
1.8 - Em Defesa de Inclusão
“Pensar numa Escola Participativa, inclusiva, é proporcionar um espaço
importante para que os diferentes alunos possam aprender juntos.
(Revista Interativa, pág. 12. da Secretaria Municipal de Educação)
É com base neste pensamento que se busca construir uma escola para
todos, onde o sentido de “especial” seja o da excelência, do respeito e das
diversas possibilidades. Defendemos a existência de um Sistema educacional
que se ponha a atender, com qualidade, e todo o seu alunado,
independentemente das características particulares originados de suas
habilidades origem cultural religiosa ou outros aspectos que o diferencie.
Preocupada com o direito de educação para todos a Secretária Municipal
/ Secretaria Estadual de Educação em consonância com a Lei da Diretrizes e
bases, abriu as portas para a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais na rede regular de ensino Municipal e Estadual para
que a inclusão aconteça de forma eficaz e satisfatória.
“Um único corpo de saberes relacionado ao ensino não
basta para a profissionalização dos educadores. Eles
devem apropriar-se verdadeiramente desses sabores e
torna-los operacionais, um desafio para a formação em
busca de um prática mais ética.” (Charles Horalji)
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“É necessário que Educadores adquiram conhecimentos
que lhes possibilitam compreender sua prática e os meios
necessários para suscitar o progresso e o sucesso dos
alunos.” (Beatriz Sloz – 2000)
1.9 - O Papel dos Gestores no Programa de Combate a
Evasão Escolar
O Papel dos gestores do programa de combate a evasão escolar
realizam visitas nas escolas, reuniões com professores, visitas nas residências
de alunos com número elevado de faltas, divulgação na mídia dos trabalhos de
combate a evasão escolar, contato permanente com o poder judiciário (vara da
infância e da juventude) e conselhos tutelares. Além disso, definem estratégias
de combater à evasão escolar específica para cada escola.
Numa outra frente, busca-se tornar a escola mais agradável e atrativa e o
curriculum mais próximo das necessidades dos alunos e de suas famílias.
O projeto interage com outros programas conduzidos pela própria
secretaria municipal de educação, dentre os quais “Escola Aberta”. “Escola
Núcleo Rurais”, “Ensino Supletivo”, Ensino profissional”, “Intervenção de
Educadores Especiais e Orientadores Educacionais nas Séries Iniciais”.
Ü Objetivos
O principal objetivo do projeto de combate á evasão escolar é promover o
acesso e garantir a permanência dos alunos nas escolas da rede Municipal de
ensino.
Além disso, busca manter as crianças e adolescentes em idade
compatível, inseridas no contexto escolar; diminuir a evasão escolar na rede
municipal de ensino; acompanhar a assiduidade dos alunos; apresentar para
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educadores, famílias, adolescentes e crianças, a importância da educação
formal, e assim fazer da relação aluno-escola uma relação de amizade e não de
obrigação; criar nas famílias o senso de responsabilidade em relação á
educação de crianças e adolescentes; formar cidadãos críticos e conscientes de
suas responsabilidades.
Por meio do Projeto Escola Aberta são oferecidas vagas no ensino
fundamental a crianças e adolescentes de rua, sem limite para data ou época de
ingresso, auxiliando assim o retorno da criança ou adolescente evadido.
Ainda nesta perspectiva de adaptar a escola á realidade das crianças e
adolescentes, há, destinado especificamente ao meio rural, o Projeto Escolas-
Núcleo Rurais. Neste projeto, o conteúdo disciplinar trabalhado com os alunos
tem como referência o meio rural. Além disso, dda a necessidade dos alunos
auxiliarem seus pais na lavoura, as aulas ocorrem, para alunos de 5ª a 8ª
séries.
Ü Parcerias
Participam do projeto de combate á evasão escolar os diretores,
supervisores, orientadores educacionais e educadores especiais das escolas
municipais, professores, alunos, pais e/ou responsáveis, Conselhos Tutelares e
o Poder Judiciário através da Vara da Infância e da Juventude.
O projeto do combate á evasão escolar interage com outros projetos
conduzidos pelo pela própria Secretaria Municipal da Educação / Secretaria
Estadual de Educação.
Ü Resultados
Melhorou a qualidade do ensino em na medida em que adaptou o
curriculum e o conteúdo das disciplinas escolares, tornando-as mais agradáveis
e próximas da realidade das diferentes escolas e aluos.
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Ü Considerações de Alguns Filósofos e Pedagogos em
Relação ao Fracasso Escolar
1.10 - Cordié
O fracasso escolar é uma patologia recente. Só pode surgir com a
instauração da escolaridade obrigatória no fim d séc. XIX e tomou um lugar
considerável nas preocupações de nossos contemporâneos, em conseqüência
de um mudança radical na sociedade (...) não é somente a exigência da
sociedade moderna que causa distúrbios, como se pensa muito freqüentemente,
mas um sujeito que expressa seu mal-estar na linguagem de uma época em que
o poder do dinheiro e o sucesso social são valores predominantes. A pressão
social serve de agente de cistalização para um distúrbio que se inscreve de
forma singular na história de cada um.
1.11 - Freud
Em geral, a pessoas experimental seu presente de forma ingênua; por
assim dizer, sem serem capazes de fazer uma estimativa dele; isto é, o presente
tem de se tornar o passado para que se possa produzir pontos de observação a
partir dos quais elas julguem o futuro.
1.12 - Patto
É nas tramas do fazer e do viver o pedagógico no cotidiano das escolas,
que se pode perceber as tais razões do fracasso escolar das crianças advindas
de meio sócio-culturais mais pobres.
1.13 - Collares
O fracasso escolar é um problema social e politicamente produzido, pois
não caracteriza o fracasso escolar como “problema de aprendizagem” e sim
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como “problema de aprendizagem”, que não são produzidos exclusivamente
dentro da sala de aula.
1.14 - Ghiraldelli
A pedagogia será definida em função da noção de crianças que surge na
Idade Moderna.
1.15 - Montaigne
A criança é um sr diferenciado do adulto, deveria ser dado a ela um
tratamento baseado na disciplina, para que pudesse superar sua condição de
criança, tornando-se um adulto responsável.
1.16 - Jean Jacques Rousseau
Acredita que na infância não teve o contato com a sociedade corruptora,
portanto é a época que deve ser preservada para o cultivo da privacidade.
1.17 - Foucault
A criança deve ser educada para obedecer a um conjunto de regras e
conduta, para tornar-se um adulto racional e honrado.
1.18 - Mannoni
A educação é condicionada pelo ideal estabelecido de antemão pelo
educador e só pode resultar em fracasso escolar e sofrimento para criança.
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Analisando os vários pontos de vista apresentados, concluímos que a
maioria concorda que o problema da evasão escolar não é de inteira
responsabilidade ao aluno, mas também das condições sociais, da época em
que viemos e do ideal que o educador estabelece em relação a este aluno.
“Ninguém nasce educada ou marcado para ser educador. Agente se faz
educador, a gente se forma como educador na prática e na reflexão sobre a
prática”. (Freire, Paulo, Educação na Cidade)
“Tarefa de ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto, exige
amorosidade, criatividade, competência científica, mas recusa é estreita
científica, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a qual própria
tarefa fornece.” (Freire, 1993)
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CAPÍTULO II
O PAPEL DO ADMINISTRADOR NO COMBATE
AO FRACASSO ESCOLAR
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O PAPEL DO ADMINISTRADOR NO COMBATE
AO FRACASSO ESCOLAR
2.1 - Plano de Ação de Combate a Evasão Escolar -
2001 / 2002
“Os dirigentes de estabelecimento de ensino fundamental, comunicarão o
conselho tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos.
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares.
III – elevados níveis de repetência”.
(Artigo 56 – Estatuto da Criança e do Adolescente)
“Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normais comuns e as do
seu sistema, terão a incumbência de:
- Informar os pais e respeitáveis sobre a freqüência e o rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.”
O maior desafio em nossa unidade “CIEP” está vinculada a um conjunto
de fatores:
- falta de professor
- falta de projeto pessoal
- falta de estrutura técnica / pedagógica da Escola
- desemprego dos pais
- falta de perspectiva social para os jovens
- miséria
- falta de motivação
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O CIEP 201 “Aarão Steinbruch” preocupado com esta questão colocou
como uma das prioridades pedagógicas para o trabalhar, utilizando projetos e
sub-projetos que resgatem a auto-estima desse aluno, envolvimento da família e
acompanhamento efetivo dos professores e direção da freqüência e
desempenho dos alunos.
Ü Objetivo Geral
Viabilizar a permanência da criança e do adolescente na escola através
de uma educação permanente e contínua.
Ü Objetivos Específicos
Ü Buscar parceria com as famílias dos alunos para a permanência do
aluno na escola.
Ü Informar a comunidade escolar a respeito da legislação vigente a
respeito do combate a evasão escolar.
Ü Investir em projetos pedagógicos que visem o resgatar da auto-estima
dos alunos.
Ü Buscar parcerias com o Conselho Tutelar do Município.
Ü Fazer acompanhamento direto e objetivo dos alunos faltosos /
evadidos.
Ü Conscientizar alunos da importância de concluir seus estudos.
Ü Detectar e prevenir prováveis casos de evasão.
Ü Estabelecer parcerias junto ao professor regente de turma para que
possa refletir, certificar, indagar sobre seus desempenhos, como
profissionais da escola.
Ü Garantia da recuperação paralela visando a melhoria da qualidade de
ensino.
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2.2 - Estratégias de Ação e Acompanhamentos da Equipe
Técnico-Pedagógico
- Levantamento mensal de alunos faltosos.
- Reuniões de pais e responsáveis (alunos menores)
- Reuniões com alunos faltosos maiores de idade.
- Assinatura do termo de compromisso, de justificativa de faltas.
- Controle diário de faltas justificadas (declarações, atestados médicos,
etc.)
- Levantamento de faltas Bimestrais, após o Conselho de Classe.
- Garantia da Recuperação Paralela, visando a melhoria da qualidade
da aprendizagem e resgate da auto-estima, e diminuir a repetência.
- Reunião com os professores para análise dos índices de evasão.
- Após detectar as causas da evasão, fazer os encaminhamentos
pertinentes.
- Organizar palestras para alunos do Ensino Fundamental, que
despertem o interesse profissional, através de parcerias com SENAI /
SENAC / SESI / SEBRAE.
- Relatório Bimestral da Coordenação Pedagógica, das ações
desenvolvidas no combate a evasão e avaliação para retomada.
2.3 - Avaliação
As estratégias de avaliação da equipe dar-se-ão, basicamente através
das reuniões unificadas, com toda a equipe de Direção, quando estarão sendo
colocadas as ações estabelecidas no plano, o que estiver sendo plenamente
realizado, as melhorias e as dificuldades a vencer, de modo à retomada das
ações sempre que perceber-se algo de ineficaz.
31
Como zeladores de uma qualidade desejada, estaremos exercitando
sempre a auto-avaliação de nossa postura pedagógica, para constante melhoria
e mudança do nosso processo.
Nossa escola precisa ser uma escola que seduza pela responsabilidade e
compromisso.
A permanência dos alunos nas escolas é um dos grandes desafios da
educação. Os envolvidos no processo pedagógico tem buscando Atenuar
os números da evasão que são alarmantes.
A escola como determina o LDB, deve garantir a entrada e a
permanência dos alunos até que seus estudos estejam concluído.
A prática educacional precisa ser dinâmica e construtiva, e a família deve
ser envolvida no contexto educacional e estimulando constantemente a
participar do processo.
As atividades educacionais devem ser contextualizados e fazer parte do
universo do aluno para que ele se sinta inserido e atuante no processo
educacional.
Abandonar a escola não deve se uma alternativa viável para nossos
alunos porém nosso olhar para esse aspecto da educação deve procurar
adequar-se à necessidade de sua clientela, buscando o crescimento do
indivíduo e seu desenvolvimento psicossocial. Práticas alternativas e criativas
devem ser inseridas em todas as novidades Educacionais, onde o resgate do
aluno envolvido seja efetivo, assim como evitar sua saída da escola antes do
término de seus estudos.
A escola precisa estar atenta para as competências individuais e estas
devem ser valorizadas, incentivadas, buscando a superação das dificuldades
dos discentes.
32
Pois romper barreiras para a aprendizagem é desejar a superação
destes e de outros entraves presentes na educação. E acredito ser possível
vencer. E ousar e buscar novos possibilidades educacionais, onde equipe,
alunos, pois, e todos os envolvidos no processo pedagógico superem o que
atrapalha o efetivo sucesso de nosso docentes.
A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA EVITAR A EVASÃO
Concluímos que a maior contribuição da Psicopedagogia para a
erradicação da evasão se efetivar ocorrerá, através da atuação do professor em
sala de aula, esse é o instrumento a ser usado. Definitivamente, entendemos
então, que o professor carece de periódicas capacitações ministradas por um
psicopedagogo.
2.4 - As Transformações já começaram
Em conformidade com a realidade vivida na Instituição Educacional na
atualidade, devido aos problemas de aprendizagem que levam a evasão
escolar, não podemos negar que se abriram inovadores recursos para o
atendimento urgente dos alunos, através do serviço psicopedagogia.
Essa profissão surgiu da necessidade de se existir no âmbito
profissional, um especialista capacitado para garantir a utilização da
aprendizagem como um investimento e não, como acontecia até aqui um mero
desperdício. O resultado obtido é óbvio, pois além das escolas que procuram
esses serviços, outras instituições como as empresas usam emergentemente
esse recurso, tendo o resultado de uma melhoria significativa da qualidade da
aprendizagem, gerando conseqüentemente uma satisfação dos indivíduos
envolvidos neste processo, tornando-os mais produtivos e criativos, garantindo o
conhecimento e utilização plena de suas capacidades, assim atendendo as
maiores necessidades do século XXI.
33
A própria conscientização por parte dos professores que eles necessitam
de orientação psicopedagógica que enfrentar com coragem e competência
todos esses problemas que surgem na sala de aula, é um dos indícios da
transformação dentro do sistema educacional.
Constatamos também, que muitas das vezes, a família necessita de
ajuda e deposita na escola a esperança, resultando do sonho que tufo pode
mudar, através dos estudos. Em fim para ela a escola é um meio de ascensão
social, onde mantém seus filhos, mesmo que passem vários anos na mesma
série, por causa da dificuldade de aprendizagem. Essa conscientização denota
que a família está aberta a novas tentativas para que seus filhos avancem no
conhecimento.
Atualmente podemos afirmar, que a abertura dada para a
psicopedagogia atuar nos demonstra um avanço na área educacional, mas é
preciso que a política Educacional Brasileira dê a verdadeira importância para a
legalização da profissão do psicopedagogo, o que é fundamental para que ele
possa fortalecer e dinamizar a área de educação em nosso país, contribuindo
cada dia mais com a erradicação da exclusão e para um desenvolvimento maior
na educação.
De acordo com essas afirmações feitas, podemos perceber que de fato
estão ocorrendo essas mudanças, que vão de encontro as necessidades de
nossas crianças, como o objetivo de reduzir o índice de repetência e evasão.
Temos a plena certeza que todo o desenvolvimento de uma sociedade se
dá através da Educação de qualidade para seu povo. Portanto se faz
necessário, investir muito mais na educação, na formação geral desses
profissionais e lutar pela regulamentação da profissão do psicopedagogo, por
ser uma peça importantíssima dentro da Educação brasileira.
34
2.5 – A Psicopedagogia em parceira com a escola
As explicações do fracasso escolar baseadas nas teorias do déficit e da
diferença cultural precisam ser revistas a partir do conhecimento dos
mecanismos escolares produtores em dificuldades de aprendizagem. (Patto,
1999, p. 401). Dentro desse parecer, a autora afirma que a escola não está
preparada adequadamente para atender a diversidade de alunos que a
compõem. Em toda a sua prática, os projetos pedagógicos são elaborados para
um determinado tipo de aluno, o ideal. Assim não dando importância as
diferenças individuais.
Olhando para a escola do século XXI, ainda podemos constatar a
valorização que é dada a ela pela família, mesmo após vários anos de
reprovação, os pais continuam acreditando nessa instituição.
Portanto precisamos reavaliar a prática pedagógica, como sugere Patto.
Rever o modelo disciplinar que norteia as relações com os alunos e os conceitos
sobre as relações ensino-aprendizagem no sentido mais estreito.
Assim precisamos fazer o exercício de olhar de outro modo para os
alunos pobres, acreditando que eles possuem as habilidades necessárias para
desenvolver a aprendizagem. O trecho a seguir, demonstra bem o descaso com
as crianças obres:
“A desvalorização social da clientela e o preconceito em
relação a ela certamente estão entre as principais idéias
feitas e incorporadas; longe de serem meras opiniões
gratuitas, estas idéias ganham força ao serem confirmadas
por um determinado modo de produzir conhecimentos, que
alça opiniões do senso comum ao nível de verdades
científicas inquestionáveis. Desvendar as maneiras através
das quais este preconceito se faz presente na vida da
35
escola mostrou-se um caminho produtivo no esclarecimento
do processo de produção do fracasso escolar. Como vimos,
esse preconceito é estruturante de práticas e processos que
constituem desde as decisões referentes á política
educacional até a relação diária da professora com seus
alunos.” (Patto, 1999, p. 404)
Temos a consciência que a atuação psicodedagógica não irá mudar a
política educacional vivida na pós-modernidade. Mas muito contribuirá através
das orientações dadas ao professor para uma escola mais justa e democrática.
36
CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES
37
CONSIDERAÇÕES
Combater a evasão e reprovação escolar é um dos maiores desafios a
ser vencidos pela sociedade brasileira, especialmente pelos educadores e
poderes públicos. Em pesquisa publicada pelo INEP – Instituto nacional de
Pesquisa em Educação, constatou eu, do universo de 4,2 milhões de estudantes
evadidos das salas de aula em 2002, apenas 669 mil alunos retornaram à
escola em 2003. o número equivale a 15,6% do total, constando, que, para
resolver o problema, torna-se necessária uma ação mais eficaz no levantamento
das causas e de mobilização de toda a sociedade.
O projeto de lei que, transformado na Lei nº. 10.287, de 20 de setembro
de 2001, altera o art. 12 da LDB (Lei nº. 9.394/96, que estabelece as Diretrizes
e Bases da Educação Nacional), nele incluindo dentre os encargos dos
estabelecimentos de ensino, a obrigatoriedade de notificação da relação
nominal dos alunos que apresentam 25% e faltas à secretaria Estadual e/ou
Municipal de Educação, somente após esgotado todos os recursos escolares.
Por sua vez, a Secretaria encaminha essa relação ao conselho Tutelar, ao Juiz
de Respectiva Comarca e ao representante do Ministério Público.
A evasão escolar é um fenômeno grave e inaceitável da nossa sociedade
roque é a principal causa dos descaminhos trilhados pelas nossas crianças e
adolescentes que, no ócio, são cooptados pela marginalidade e ingressam no
sombrio mundo das drogas, do crime e da violência nas ruas.
Segundo a revista educação, os índices de evasão são piores que nos
países mais pobres da América Latina. O Brasileiro adulto, em média, não tem
seis anos de estudos - menos que, penamenhos, equatorianos, colombianos e
salvadorenhos.
Resgatar o aluno evadido é interromper o círculo vicioso de violência, do
fracasso social, cultura e econômico das crianças e jovens oriundos das
camadas da população, gerador da forma mais cruel de exclusão social.
38
Numa perspectiva administrativa, estratégias deverão ser criadas para
favorecer uma maior estadia do aluno na escola, pois cabe a toda equipe de
ensaio.
39
CONCLUSÃO
Certamente, como já vimos a visão que se tem da escola depende da
concepção que se tenha do homem e da interpretação que se faça do momento
histórico que vivemos. Porém se chega a ver o homem como um ser criativo
que se realiza na medida em que, com sua ação e em comunhão com os
demais homens, faz a sociedade avançar, perceber-se claramente que ajudar
as crianças a toar consciência do aqui e agora no qual estão convocadas para
criar e expressar-se passa ser não apenas a tarefa fundamental da escola, mas
aquilo que a justifica como instituição. Todos os outros ensinamentos teriam
sentido na media em que contribuíssem para este fundamento.
A criança o adolescente não podem ser vistos como seres passivos
receptores de teorias e análises, precisam ter oportunidades para mostrarem o
que pode criar, segundo suas experiências e conhecimentos; dessa forma, se
perceba que reside em cada um, à sua maneira, um ideal que precisa ser
valorizado; e o papel do professor é o orientar, ajudar o aluno nesse processo,
nunca o subestimado.
40
ANEXO
Decreto Nº. 30151 de 13 de dezembro de 2001
Institui o Programa Estadual de Controle da
Evasão Escolar na Rede Pública de Educação
e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas
atribuições constitucionais e legais, considerando:
- que é dever do Estado zelar pela garantia dos direitos fundamentais
da criança e do adolescente;
- que é responsabilidade do Poder Público tornar efetivo o direito à
educação para crianças e adolescentes; e
- que é, também, dever reconhecido dos educadores acompanhar a
freqüência e o desempenho dos educandos.
DECRETA:
Art. 1. Fica instituído, sem aumento de despesa, o PROGRAMA ESTADUAL DE
CONTROLE DA EVASÃO ESCOLAR, a ser desenvolvido de forma sistemática
nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de
Educação no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 2. As Secretarias de Estado de Educação e de Ciências e Tecnologia no
âmbito de suas competências, com os recursos humanos e materiais
disponíveis, adotará as providências necessárias, no sentido de estabelecer os
procedimentos individuais de alunos com problemas de freqüência, inclusive
mediante notificação aos conselhos tutelares dos Municípios, aos juizes
competentes das comarcas e aos respectivos representantes do Ministério
41
Público, encaminhando-lhes relação dos alunos que apresentam quantidades de
falta acima de cinqüenta por cento percentual permitido em lei conforme previsto
no inciso VIII do art. 12 da Lei Federal nº. 9394, de 20 de setembro de 2001.
Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 13 de setembro 2001
ANTHONY GAROTINHO
42
ANEXO
LEI Nº. 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
(Alternada pela lei nº. 9.475/97 e lei nº. 10.287/2001, lei nº. 10.328/2001.)
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar o seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas – aulas
estabelecidas
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para recuperação de alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e comunidades, criando processo de
integração da sociedade com a escola;
VII - informar aos pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.
VIII - notificar ao conselho tutelar do Município, ao juiz competente da comarca
e ao respectivo representando do ministério Público a relação dos alunos
que representam quantidades de falta acima de cinqüenta por cento do
percentual permitido em lei. (Redação da Lei nº. 10.287, de 20 de
setembro de 2001)
43
ANEXO
BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, Gislene de campos. Psicomotricidade (Educação e Reeducação num
enfoque psicopedagógico)
SCOZ, Beatriz, Psicopedagogia e realidade escolar. Vozes, 1994
BOSSA, Nadia Aparecida, Fracasso escolar (Um olhar psicopedagógico).
Artmed, 2002.
BOSSA, Nadia Aparecida, A psicologia no Brasil: Contribuições a partir da
prática. Editora Artes Médicas do Sul, 1994.
Diário Oficial, 13 de setembro de 2001
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do
oprimido. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra. S. Paulo, 1996.
FREIRE, Paulo. Cuidado Escola. Editora Brasiliense, S. Paulo, 2000.
L.D.B. (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). 1996
44
PATTO, Maria Helena Souza. A Produção do Fracasso Escolar, Histórias de
Submissão Rebeldia. Casa do Psicólogo, S. Paulo, 1999.
PROJETO
1.5 – Tema: o fracasso Escolar como causa da Evasão Escolar.
1.6 – Delimitação do Tema
Evasão Escolar na 5ª Série do Ensino Fundamental.
1.7 – Justificativa
Segundo nossa observação, as 5ª séries do CIEP – Aarão steinbruch,
começam no ano letivo com 45 alunos, e chegam ao final do ano com mais ou
menos 30 alunos.
Escolhemos este tema pois muito me preocupo com a situação e, junto
com os outros profissionais da Unidade Escolar, estamos procurando
desenvolver projetos para diminuir este problema.
1.8 – Objetivo
Objetivo Geral – Identificar o fracasso escolar com uma das causas da
Evasão Escolar, como um problema do CIEP 201.
Objetivo Específico – Mostrar que o fracasso escolar traz conseqüência
não só para á escola, mas à toda sociedade vigente.
1. 5 – Problemas
Fatores
45
Quais os possíveis fatores que levam o fracasso escolar?
1.6 – Hipótese
Se nas turmas as escolas em geral, aumentam o fracasso escolar, há
necessidade de um melhor acompanhamento por parte da coordenação e
direção da escola.
1.7 – Metodologia
A presente pesquisa emprega dados bibliográficos e experiência vividas.
1.8 – Fundamentação Teórica
O principal autor que fundamenta minha pesquisa é Nadia ª Bossa, autora
do livro Fracasso Escolar (um olhar psicopedagógico).
A autora trabalha em seu livro os problemas de aprendizagem escolar,
bem como o papel da Escola diante deste fenômeno.
Ela defende a teoria de que muitas das vezes o fracasso escolar não é
causado comente pelo aluno e sim pelo professor, que não está preparado
técnica e emocionalmente para lidar com a situação encontrada.
No capítulo I – Evasão Escolar
Capítulo II – O Papel do Administrador no Combate ao Fracasso Escolar
Capítulo III – Considerações
Conclusão
46
ÍNDICE
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO 05
RESUMO 06
PROJETO 07
INTRODUÇÃO 09
SUMÁRIO 10
CAPÍTULO I 11
EVASÃO ESCOLAR 12
1.1 – LEI DE Combate a Evasão Escolar 13
1.2 – O Fracasso Escolar 14
1.3 – O fracasso Escolar na 5ª Série 15
1.4 – Conceitos de Educação em Diversos Países 15
1.5 – O Fracasso Escolar x Família 16
1.6 – O Fracasso Escolar x Escola 17
1.7 – A Contribuição dos Parâmetros Curriculares 20
Nacional para o Combate a Evasão
1.8 – Em Defesa da Inclusão 21
1.9 – O papel dos Gestores no Programa de Combate 22
a Evasão Escolar
1.10 – Cordié 24
1.11 – Freud 24
1.12 – Pattos 25
1.13 – Collares 25
1.14 – Gjiraldelli 25
1.15 – Montaigne 25
1.16 – Jean Jacques Rousseau 25
1.17 – Foucault 26
1.18 – Mannoni 26
47
CAPÍTULO II 27
O PAPEL DO ADMINISTRADOR NO COMBATE 28
AO FRACASSO ESCOLAR
2.1 – Plano de ação de Combate a Evasão Escolar
2001 / 2002. 28
2.2 – Estratégia de Ação e Acompanhamento da
Equipe Técnico–Pedagógico. 30
2.3 – Avaliação 30
2.4 – As Transformações já começaram 32
2.5 – A Psicopedagogia em parceria com a escola 34
CAPÍTULO III 36
CONSIDERAÇÕES 37
CONCLUSÃO 39
ANEXO 1.1
Decreto Nº. 30151 de 13 de Dezembro de 2001 40
ANEXO 1.2
Lei 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 42
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 44
48