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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DA GESTÃO PÚBLICA: DISPENSA DE LICITAÇÃO Por: Mariza de Andrade Prata Orientador Prof. Mônica Melo Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DA GESTÃO PÚBLICA: DISPENSA DE LICITAÇÃO

Por: Mariza de Andrade Prata

Orientador

Prof. Mônica Melo

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DAGESTÃO PÚBLICA: DISPENSA DE LICITAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão Pública

Por: . Mariza de Andrade Prata.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a minha fé, sem a

qual não alcançaria tal objetivo, e aos

meus queridos pais Antônia Gisélia e

Francisco Eurico (in memoriam) pela

dedicação para que esse estudo fosse

concluído com conhecimento e

sabedoria.

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DEDICATÓRIA

Dedico especialmente a minha mãe,

Antônia Gisélia de Andrade Prata, pelo

apoio constante em toda a minha

existência, fazendo com que eu mantenha

licito meu caráter e possua o

conhecimento a fim de acompanhar o

mundo atual.

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RESUMO

As compras governamentais movimentam na gestão pública no Brasil

aproximadamente 10% do PIB, mobilizando setores importantes da economia

que ajustam às demandas previstas nas várias formas de compras, dentre

elas, Dispensa de Licitações, Cotações Eletrônicas, Convites, Pregão

Presencial, Pregão Eletrônico e Concorrências Públicas. Tal como já acontece

nos países desenvolvidos diante de consideráveis mudanças nas últimas duas

décadas, com as rápidas e intensas mudanças tecnológicas, a globalização

dos mercados e o aumento da concorrência exigiu do Ministério do

Planejamento e Gestão novos métodos e estratégias para terem sucesso

sustentado nos negócios públicos. Baseando-se no fator de redução de custos

para o erário público e maior transparência nas diversas formas de compras, a

Gestão Pública vem aprimorando as ferramentas de trabalho do Servidor

Público, o que causa repercussão direta na iniciativa privada, promovendo

assim a busca da eficácia diante de pequenos ajustes nas licitações e meios de

compras, objetivando mudanças na Gestão Pública. Entretanto, o

agrupamento dos aspectos abordados descritos nesta pesquisa visa

demonstrar através da coleta de dados por meio debibliografias em livros,

periódicos, artigos, leis e meios eletrônicos intuindo dar suporte e

esclarecimento da realidade especifica do estudo, a eficiência e eficácia das

compras por meio eletrônico enfatizando a Dispensa de Licitação e

demonstrando ainda as questões práticas e a visão macro do tema.

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METODOLOGIA

Será utilizada no estudo deste trabalho,pesquisas e leituras diversas de

livros, revistas, artigos na internet, leis de licitações e contratos

administrativos, citações da lei 8.666/93, Portaria 306/2001 do Ministério do

Planejamento e Gestão, Artigo 37 da Constituição Brasileira e citações dos

mestres Jorge Ulisses Jacoby, Marçal Justen Filho, Vera Lúcia Machado

D’avila, José Cretella Júnior, Maria Sílvia Zannela Di Pietro, Hely Lopes, Celso

Antônio, Carlos Pinto Motta, dentre outros afim de verificar os benefícios da

Dispensa de Licitação na Gestão Pública não burlando as regras de licitações,

afim de alcançar a eficiência e eficácia nas compras públicas por Dispensa de

Licitações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................8 CAPITULO I – DISPENSA DE LICITAÇÕES.......................................11 CAPITULO II – A LEGALIDADE E APOIO ÀS DISPENSAS NOS

INCISOS I E II DA LEI 8.666/93...................................17

CAPITULO III- A NOVA FORMA DE COMPRA DO ARTIGO 24

COTAÇÃO ELETRÔNICA DE PREÇOS........................26

CONCLUSÃO .......................................................................................36

ANEXOS................................................................................................39

BIBLIOGRAFIA......................................................................................57

ÍNDICE...................................................................................................60 FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................63

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INTRODUÇÃO

Do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais

vantajosa para a Administração, de maneira a assegurar oportunidade igual a

todos os interessados e a possibilitar o comparecimento ao certame do maior

número possível de concorrentes. A licitação é regra para a Administração

Pública, quando compra ou contrata bens e serviços. No entanto, a lei

apresenta exceções a essa Licitação é o procedimento administrativo formal

em que a Administração Pública convoca mediante condições estabelecidas

em ato próprio (edital ou convite) empresas interessadas na apresentação de

propostas para o oferecimento de bens e serviços, objetivando garantir a

observância regra. São os casos em que a licitação é legalmente dispensa,

dispensável ou inexigível.

Especificamente, na Dispensa e Inexigibilidade, serão demonstrados os

artigos daLei n° 8.666/93 que tratam desse assunto. A previsão legal é

bastante ampla emaiores ainda são as controvérsias que surgem em face das

interpretações e aplicação ao caso. Dessa Vamos abordaros procedimentos de

compras na Gestão Pública por Dispensa de Licitação, demonstrando seus

princípios básicos, noções gerais, forma de contratar por Dispensa de

Licitaçãoe cotação eletrônica, sua legalidade e quando deve ser utilizada.

Após as diversas transcrições, é de se deduzir que a dispensa de licitação,

prevista tanto no art. 17 quanto no art.24 da Lei 8.666/93, só deve ocorrer por

razões de interesse público. Obviamente, nesses casos, a realização da

licitação viria tão-somente sacrificar o interesse público, motivo pelo qual o

legislador concedeu ao administrador a faculdade de dispensar o certame nos

casos expressamente previstos. Sabemos que instituto da dispensa de

licitação é o fato da lei ter dado grande poder discricionário aos

Administradores. Essa discricionariedade, muitas vezes, pode criar um poder

usado por aqueles para prejudicar o interesse da administração, preterindo

certas empresas apadrinhadas, em detrimento das demais.

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Agindo dessaforma, o Administrador vai de encontro aos princípios

básicos das Licitações e do próprio Direito Administrativo, tornando todos os

seus atos nulos de pleno direito.

Obviamente, a função de comprar no serviço público não poderá estar

relacionada à falta de flexibilização e formalidades que são determinadas por

lei, e que deverão ser obedecidas por parte do comprador. Hoje não se pode

imaginar um comprador público preocupado unicamente com o fechamento de

um processo de compra sem, contudo, avaliar essa operação com os demais

processos integrados de gestão, buscando a diminuição dos custos e a

melhoria na qualidade dos serviços realizados, obedecendo à lei.

Assim, É fundamental que as mudanças nos processos internos da

gestão aconteçam de forma legal e amparada pela legislação, sob pena de

todas as modificações não passarem de boas intenções, sem valor prático

nenhum, podendo ocasionar no futuro próximo, vir a sofrer auditoria por parte

do TCU.

Então na dispensa de licitação, que só deverá acontecer em estrita

observância aos casos nomeados nos vinte e nove incisos do art. 24 do

Estatuto Licitatório. Mesmo quando houver dúvida a respeito da exigência ou

não da licitação, a qual deverá se realizar o certame.

Dispensa, juntamente com inexigibilidade, são formas incomunsde

contratação por parte da Administração. Por isso, devem ser tidas como

exceções a serem utilizadas somente nos casos imprescindíveis. Sem entrar

no mérito das discussões.Quanto aslicitações dispensadas e dispensáveisnão

é objeto do estudo em comento.

A lei no 8.666/93 aumentou de forma considerável o leque de

possibilidades de se dispensar o procedimento licitatório através da portaria

306/2001, a qual criou a Cotação Eletrônica de Preços, que hoje já adotada na

gestão pública federal, estadual e municipal, proporcionando assim a maior

clareza nos procedimentos com gastos do erário público e mais rapidez ao

processo de compras.

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Sabemos que mesmo diante de tantas inovações, o MPOG tem muito o

que aperfeiçoar através de diversos diagnósticos, bem como a percepção de

diversos dirigentes na gestão pública, contribuindo assim para uma gestão

melhor.

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CAPÍTULO I

DISPENSA DE LICITAÇÃO

Sabemos que licitação é o procedimento administrativo formal em que

a Administração Pública convoca, mediante condições estabelecidas em ato

próprio (edital, ou convite), empresas interessadas na apresentação de

propostas para o oferecimento de bens e serviços, objetivando garantir a

observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a

proposta mais vantajosa para a gestão pública, de maneira a assegurar

oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o comparecimento

ao certame do maior número possível de concorrentes.

A Lei 8.666/93, ao regulamentar o artigo 37, Inciso XXI, da Constituição

Federal de 1988, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras e serviços no âmbito dos poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Para garantir uma compreensão clara do caráter de excepcionalidade

da faculdade de dispensar a licitação, deve-se observar que apenas os incisos

I e II do art.24 são definidos com base no valor daaquisição ou da contratação,

que poderão sofrer reajustes anuais, aserem definidos por órgão federal

competente.Além do aspecto financeiro da contratação, para que hajadispensa,

devem ser observados aspectos qualitativos dos serviços,conforme previsto em

lei.

Nos casos em que a lei autoriza a não realização da licitação diz-se ser

ela dispensável. Nestes casos a competição é possível, mas a lei autoriza a

Administração, segundo oseu critério de oportunidade e conveniência, ou seja,

mediante ato administrativo discricionário, dispensar sua realização.

Nadispensa de licitação faz-se necessário evidenciar uma necessidade

emergencial, ou seja, demonstrar não haver tempo hábil para aquisição por

meios licitatórios, afim de seguir a risca o que determina a lei de licitações e

contratos 8.666/93 atualizada.

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Contratação direta é a contratação realizada sem licitação, em

situações excepcionais, expressamente previstas em lei. Essa contratação se

dá por meiode dispensa – licitação dispensada ou licitação dispensável, por

inexigibilidade, ou ainda, por cotação eletrônica, esta sendo obrigatória a partir

do Decreto 306/2001, o qual deixa enfatizada o que determina o Artigo 3º. Da

Lei nº.8666/93, enfatizando o principio da impessoalidade, uma vez que

somente ao final do procedimento se passa a conhecer a empresa vencedora

do lance.

Faz-se necessário lembrarque a Lei determina o limite de aquisição da

contratação direta, hoje expressa em 10% do valor de convite,porém, impõe o

não fracionamento de despesas, ou seja: contratar obras e serviços e

adquirir bens que se refiram a parcelas de um mesmo serviço ou compra que

possa ser realizado de uma só vez não é permitido, salvo se houver

impossibilidade orçamentário-financeira ou situação emergencial

absolutamente caracterizada, devendo lembrar que para que isso não ocorra,é

necessário o planejamento das necessidades dos órgãos para todo o exercício.

Na inteligência do Mestre Jorge Ulisses JacobyFernandes(2004), em

Contratação Direta sem Licitação. Logo podemos destacar:

“Para que a situação possa implicar dispensa de licitação,

deve o fato concreto enquadrar-se no dispositivo legal,

preenchendo todos os requisitos.Não é permitido qualquer

exercício de criatividade ao administrador, encontrando-se

as hipóteses de licitação dispensável previstas

expressamente na lei, numerusclausus, no jargão jurídico,

querendo significar que são aquelas hipóteses que o

legislador expressamente indicou que comportam

dispensa de licitação (JACOBY, 2004,p. 289).

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Alguns casos paraque a administração autorize uma dispensa de

licitação são:

• Celebração de Contratos de pequeno valor;

• Situações emergenciais (guerra, calamidade pública, etc...);

• Ausência de interessados na licitação anterior;

• Intervenção da União no domínio econômico;

• Aquisição de gêneros perecíveis (pães, laticínios, hortaliças, etc,,);

• Aquisição ou restauração de obras de arte ou objetos históricos;

• Impressão de Diários Oficiais e documentos administrativos por

Órgãoou entidades que integram a Gestão Pública, criados para esse

fim específico;

• Contratação do fornecimento de energia elétrica com

concessionárias, permissionário ou autorizado.

Para melhor entender,encontra-se explicitado nos 29 Incisos do Artigo

24 daLei 8.666/93, nos documentos em anexo.

A Carta Magna faz uma ressalva à exigência de licitação prévia ao

dispor "...ressalvados os casos especificados na legislação..." ( art. 37, XXI,

CR/88). Isso permite que lei ordinária fixe os casos de dispensa de licitação.

Assim, coube à Lei 8.666/93, dispor sobre o assunto nos art. 17, I e II e art. 24

(Secretaria de Transparência Pública de João Pessoa–

www.joaopessoa.pb.gov.br -13/06/2010)

A Constituição/88 (2010): é a lei suprema de um Estado: “É a lei

fundamental do Estado [...] lei maior” (SOUZA, 1998:29). Para garantir a sua

correta elaboração, para organizá-la, constituí-la, reestruturá-la (quando

preciso e possível), “dar-lhe corpo”, como comenta o autor TEMER (2000),

existe uma equipe de representantes eleitos pelo povo que detêm certo

“poder”, chamado “Poder Constituinte”, que é a “assembleia Constituinte”. De

acordo com EmannuelSieyès, comenta SARAIVA (1995) dizer o doutrinador

que: o poder constituinte é um poder absoluto, incondicionado, criador da

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Constituição/88(2010):. É de comum acordo entre diferentes autores esta

posição, e também que existem duas espécies de poder constituinte: “originário

e derivado”. Alguns ainda apresentam mais uma ramificação, conhecido como

poder “decorrente” (SOUZA, 1998), queéexercido nos Estados Federativos

pelos Estados-Membros, através de assembleias estaduais, sendo secundário

e, também, subordinado e condicionado. O poder constituinte originário é

aquele inicial, que é feito pela primeira vez, instituindo possibilidades de sua

reforma, com vistas a adaptar preceitos da ordem jurídica a novas realidades.

Neste sentido é relevantecitar: “Não está regido pelo direito positivo do Estado

(estatuto jurídico anterior), mas é omais brilhante testemunho de um direito

anterior ao Estado” (BASTOS, 1988:145). Já o poder derivado é aquele pelo

qual algo já constituído vem a ser “reformulado”. Diferente do poder originário,

que é o poder de fato, como expõe TEMER (2000), o poder derivado é

denominado de reformador. Como comenta o mesmo autor, o poder

constituinte originário tem a função de criar, pela “primeira vez” o Estado, com

a sua “Constituição/88”(2010):, mesmo que existam outras (caso do Brasil que

teve outras antes de 1988). Explica: “O Estado brasileiro de 1988 não é o de

1969, nem o de 1946, de 1937 [...]. Historicamente é o mesmo.

Geograficamente poder ser o mesmo. Não o é, porém, juridicamente”(TEMER,

2000:33).

De forma simples, pode-se dizer que o poder originário edita uma

Constituição nova em substituição a uma Constituição anterior, dando origem à

organização jurídica fundamental (FERREIRA FILHO, 1999). Neste ínterim: “A

ordem constitucional nova/88(2010):, por ser tal, é incompatívelcom a ordem

constitucional antiga. Aquela revoga esta” (TEMER, 2000:38). Ocorre, então, o

fenômeno da “recepção”, para dar continuidadeàs relações

sociais,recepcionando os instrumentosnormativos anteriores dando-lhes novo

fundamento de validade. O poder derivado ou instituído, é constituído,

segundo FERREIRA FILHO (1999), pelo Poder Constituinte Originário e dele

retira a força que têm, podendo modificar, completar ou institucionalizar os

Estados federados da Constituição88 É relevante acentuar a posição deste

autor, que garante que o Poder Constituinte se manifesta onde já existem

instituições políticas, e contra elas, onde a Constituição já está estabelecida,

editando uma nova Constituição/88(2010):, através de “revoluções”. Tal poder

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foi claramente utilizado no caso da Constituição Federal do Brasil de

1988(2010), a qual tomou lugarda Constituição anterior, fazendo com que essa

deixasse de ser verdadeiramente Constituição, com o estabelecimento da nova

lei fundamental, a partir da convocação da Assembleia Constituinte. A atual

Constituição/88(2010): foi convocada por meio da Emenda Constitucional n.º

26, de 27/11/1985, à Constituição que era vigente à época (1967), segundo

FERREIRA FILHO (1999). Neste caso, inexistiu a ruptura revolucionária que

condiciona, conforme o mesmo autor, “manifestações do Poder Constituinte

Originário”. De maneira adversa, a Assembleia Constituinte foi “convocada” por

intermédio da Emenda citada. A este respeito é relevante.

A Constituição brasileira em vigor/88(2010):fixa limitações materiais e

circunstanciais, além de prever uma revisão constitucional decorridos cinco

anos de sua vigência (1993), ou seja, limitações circunstanciais – proibição de

emendar a Constituição/88(2010): durante intervenção federal, estado de

defesa ou estado de sítio (art. 60, § 1º); limitações materiais – proibição de

sequer deliberar sobre propostas tendentes a abolir a forma federativa de

Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos

poderes.... (FERREIRA FILHO, 1999:30). Não resta dúvidas, então, que a

atual Constituição do Brasil/88(2010): foi estabelecida por um poder derivado,

visto haver a convocação da Assembleia Constituinte, resultando em

“reformas” da Constituição anterior, a atual sendo estabelecida, no entanto,

com total obediência àsnormas que eram então vigentes, mas que, como cita

FERREIRA FILHO: “... por resultar num texto totalmente refeito e

profundamentealterado, deu origem a uma nova Constituição/88” (1999:32).

Do ponto de vista do autor BASTOS (1988), porém, a

Constituição/88(2010): não pode ser “reformada”; pode sim ser suprimida,

conservando-se o poder constituinte que é permanente, ou destruída de vez.

Porém, ele comenta que há necessidade de pressupor uma norma básica,

porque sem ela nenhum ato humano pode ser interpretado como um ato legal,

ainda mais como um ato criador de norma. Seguindo a doutrina de

EmannuelSieyès, BASTOS diz, finalmente, que o poder constituinte tanto cria

quanto modifica a Constituição. Importante citar, para finalizar: “Não há falar-

se, pois, em exercitação de poder constituinte originário, pelos parlamentares

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brasileiros que elaboraram e aprovaram a vigente Carta Magna” (SARAIVA,

1995:13). O poder que se manifestou na Constituição de 1988(2010): foi

caracterizado pela utilização do poder constituinte derivado, revisor e

atualizador dos princípios e normas constitucionais, como expõe o autor

TAVARES:

“O poder constituinte derivado [...] designa a

parcela de competência atribuída ao próprio corpo

legislativo encarregado de elaborar as leis em geral, por

meiodaqual se confere a faculdade de modificação da Lei

Magna.” (TAVARES, 2002. 942p).

Desta forma, conclui-se então, que a Constituição Federal de

1988(CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88, ano, 2010): foi “atualizada”, “reformada”,

“reformulada” pela Assembleia Constituinte Nacional, como comenta SARAIVA

(1995), que detém o poder derivado de atualizar os textos constitucionais,

adaptando-os às novas realidades sociais, políticas e jurídicas, se respaldando

na Constituição já existente.(www.artigos.com.br-13/06/2010).

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CAPÍTULO II

A LEGALIDADE E APOIO ÀS DISPENSAS NOS IINCISOS I E II DA LEI 8.666/93

Apoiando o art. 24, dispõem os parágrafos 1º e 2º art. 23, da Lei nº

8.666/93:

§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela

Administração serão divididas em tantas parcelas quantas

se comprovarem técnica e economicamente viáveis,

procedendo-se à licitação com vistas ao melhor

aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à

ampliação da competitividade sem perda da economia de

escala.

§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de

bens parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada

etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra,

há de corresponder licitação distinta, preservada a

modalidade pertinente para a execução do objeto licitado.

(Redação dos incisos I e II do artigo 23 alteradapelaLei

9.648/98-D.O.U de 28/05/98).

Como pode ser observada, a Lei cerca a proibição de fracionamento de

despesas por todos os seus ângulos, nele incorrendo aquele que gasta,

durante o exercício, se por elemento de despesa, extrapolando o limite de

contratação direta ou, se por modalidade de licitação, desviando a adoção da

modalidade apropriada à hipótese, considerando o seu custo global, dividindo-a

em etapas, vários convites quando o custo anual totalize o valor aplicável à

Tomada de Preços ou a sua utilização quando cabível a Concorrência,

indiscutivelmente e, obviamente, a mesma regra para dispensa de licitação.

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Podemos então dizer que o procedimento licitatório pode ser

sistematizado da seguinte forma: exigibilidade dispensa e inexigibilidade.

A exigibilidade é a regra geral, conforme dispõe a Constituição Federal

de 1988(2010).

Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na

legislação, as obras, serviços, compras e alienações

serão contratados mediante processo de licitação pública

que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações

de pagamento, mantidas as condições efetivas da

proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as

exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das

obrigações.(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituic

ao/Constituiçao.htm -13/06/2010).

A Lei n. 8.666/93, fiel à vontade constituinte, retomou o mesmo

princípio:

Art. 2º. As obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações, concessões, permissões e locações

da Administração Pública, quando contratadas com

terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,

ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

(http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/42/1993/86

66_1.htm).

Obviamente sabemos que o modelode gestão pública brasileira adotado

foi o burocrático, que se caracterizou pela forte padronização e controle dos

procedimentos e processos, mostrando-se eficaz quando o Estado tinha pouca

finalidade, mas devido ao inchamento de suas funções, tornou-se lento e

pesado, trazendo diversos problemas relativos a gestão (carvalho:1). A

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administração pública burocrática se concentrou nos processos legalmente

definidos, sem contar a alta ineficiência envolvida, pois acreditava-se que seria

a maneira mais segura de evitar a corrupção e o nepotismo, deixando assim,

as decisões bastantes restritas e com controles excessivos.

Diante disso, vimos que o administrador está autorizado a deixar de

licitar, efetuando a contratação direta nos casos previstos nos artigos. 24

(dispensa) e 25 (inexigibilidade) da Lei n. 8.666/93.

O artigo 25 da lei 8.666/93 prevê os casos em que é inexigívela licitação,

ou seja, não existe a possibilidade de competição para aexecução do serviço,

ou o fornecimento do bem, tendo em vista a singularidade do objeto oudo

fornecedor.

A dispensa verifica-se quando, embora viável a competição, a licitação é

inadequada ao interesse público, evidenciando discricionariedade, liberdade

concedida à administração para, com base em juízo de conveniência e

oportunidade, optar entre realizar ou não a licitação.

Segundo o que diz Celso Antônio Bandeira de Mello(2001,) ,

Discricionariedade é a margem de “liberdade” que remanesça ao administrador

para eleger, segundo critérios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo

menos dois comportamentos, cabíveis perante cada caso concreto, a fim de

cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade

legal, quando, por força da fluidez das expressões da lei ou da liberdade

conferida no mandamento, dela não se possa extrair objetivamente uma

solução unívoca para a situação vertente.).

A escolha entre duas ou mais alternativas válidas perante a lei,ou,

discricionariedadedeve ser verificada no âmbito de norma legal autorizada,

esendo esta indefinida.

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Assim, o administrador deve ter como roteiro básico dos seus gastos a

Lei de Diretrizes Orçamentárias associada ao Quadro de Detalhamento de

Despesaspertinente ao seu órgão.

No QDD estão estabelecidos os limites de gastos por natureza de

despesa. Em havendo discriminação explicita da despesa, na dotação por

categoria econômica, aplica-se a ela, em quaisquer aquisição ou contratação

direta, a modalidade licitatória apropriada ao montante autorizado.

Para tal, sabemos também que com base constitucional, a previsão da

exceção de não licitar, abrangendo a licitação dispensada, licitação dispensável

e a inexigibilidade de licitação são possíveis na Administração da Gestão

Pública desde que justificada.

Assim a administração poderá abrir o processo para aquisição,

obedecendo aos dois roteiros práticos para contratações a seguir:

O processo administrativo de contratação direta por dispensa de

licitação, com base nos incisos III a XXVIIII do artigo 24 da Lei n. 8.666/93, e

por inexigibilidade de licitação, ao amparo do artigo 25 da Lei, observados os

passos a seguir:

Para Inexigibilidade no artigo 24 da Lei n. 8.666/93:

• Solicitação do material ou serviço, com descrição clara do objeto:

• Justificativa da necessidade do objeto;

• Caracterização da situação emergencial ou calamitosa;

• Elaboração da especificação do objeto, e nas hipóteses de aquisição

de material, da quantidade a ser adquirida;

• Elaboração de projetos básico e executivo para obras e serviços;

• Indicação dos recursos para a cobertura da despesa;

• Razões da escolha do executante da obra ou do prestador do serviço

ou do fornecedor do bem;

• Anexação da proposta original;

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21

• Anexação do original ou cópia autenticada (ou conferida com original)

dos documentos de regularidade exigidos;

• Declaração relativa ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do

artigo 7º da Constituição Federal, na Lei n.9.854, de 27/10/99;

• Carta de exclusividade (emitida por entidade competente), atestando

que a contratada representa, comercializa e distribui o objeto desta

contratação com exclusividade;

• Declaração de conformidade de prática de preços, onde a contratada

declara â contratante que os preços praticados são equitativos

(iguais) aos preços e condições de fornecimentos ou prestação de

serviço a todos seus clientes;

• Justificativa das situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação,

com os elementos necessários à sua caracterização, conforme o

caso;

• Justificativa do preço;

• Parecer técnico e jurídico;

• Documentos de aprovação dos projetos de pesquisa para aos quais

os bens serão alocados;

• Autorização do ordenador de despesa;

• Comunicação à autoridade superior, no prazo de três dias, da

dispensa ou da situação de inexigibilidade de licitação;

• Ratificação e publicação da dispensa ou da inexigibilidade de

licitação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, a contar do

recebimento do processo pela autoridade superior;

• Assinatura de contrato ou de documento equivalente • SICAF da empresa vencedora ou os documentos impressos via

internet (FGTS, PGFN e CND) – documentação exigida para

contratação com ÓrgãosPúblicos

• Relatório CEIS da empresa vencedora (cadastro de empresas

inidôneas e suspensas) – documentação exigida para contratação

com Órgãos Públicos

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• CADIN da empresa vencedora (Cadastro Informativo de Créditos não

Quitados do Setor Público)

Para Dispensa de Licitação no artigo 24 da Lei 8.666/93:

• Solicitação do material ou serviço, com descrição clara do objeto:

• Justificativa da necessidade do objeto;

• Elaboração da especificação do objeto, e nas hipóteses de aquisição

de material, da quantidade a ser adquirida;

• Elaboração de projetos básico e executivo para obras e serviços, no

que couber;

• Indicação dos recursos para a cobertura da despesa;

• Pesquisa de mercado junto a três fornecedores, sempre que possível

(orientação 998 do TCU);

• Pesquisa de mercado SISPP (sistema preços praticados do

Ministério do Planejamento);

• Anexação da proposta original,

• Anexação do original ou cópia autenticada (ou conferida com original)

dos documentos de regularidade exigidos;

• Justificativa do preço;

• Elaboração de mapa comparativo de preços;

• Solicitação de amostra do produto de menor preço, se necessário;

• Autorização do ordenador de despesa; • Emissão de nota de empenho ou documento equivalente;

• SICAF da empresa vencedora ou os documentos impressos via

internet (FGTS, PGFN e CND) – documentação exigida para

contratação com ÓrgãosPúblicos

• Relatório CEIS da empresa vencedora (cadastro de empresas

inidôneas e suspensas) – documentação exigida para contratação

com Órgãos Públicos

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23

• CADIN da empresa vencedora (Cadastro Informativo de Créditos não

Quitados do Setor Público)

A situação de dispensa e de inexigibilidade de licitação deverá ser

comunicada dentro de três dias à autoridade superior, para ratificação e

publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, condições essa

necessária para eficácia dos atos.

Lembrando que a justificativa do preço é indispensável, devendo ser

verificado se é compatível com o praticado no mercado e quais os ganhos

efetivos para a Administração; Enfim, “dispensável é a licitação que pode

deixar de ser promovida pelo agente administrativo em função do que melhor

atender ao interesse público”, segundo o administrativista Jacoby.

De acordo com a classificação da maioria dos doutrinadores, os

princípios que regem a licitação são os seguintes: procedimento formal;

publicidade de seus atos; igualdade entre os licitantes; sigilo na apresentação

de propostas; vinculação ao edital ou convite. Sabemos que os princípios

aplicados às licitações são reflexos dos princípios do Direito Administrativo,

essencialmente normatizado em sua estrutura, assim a administração não

pode nunca deixar de observar tais princípios, por mais que uma questão moral

é uma questão legal, não devendo tais princípios deixar de serem observados

no momento determinante de uma Dispensa de Licitação. Expomos abaixo

resumidamente os princípios norteadores consagrados pela Constituição

Brasileira(CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88, Artigo 37, Ano, 2010), na

administração pública.

A)Princípio da Legalidade: À Administração só é dado o direito de agir de

acordo com o determinado pela lei, constituindo assim um das principais

garantias de respeito aos direitos individuais.

B)Princípio da Moralidade: É expressamente representado tanto na

Constituição Federal (CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88, ano, 2010) quanto na lei

no 8.666/93, e se constitui importante para o administrador público, pois a

administração não pode tomar postura que desabone a boa conduta de seus

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atos, devendo consubstanciar os atos praticados pelo administrador e pelo

particular que se relaciona com a gestão pública.

C)Princípios da Impessoalidade e da Igualdade: A impessoalidade dos atos

administrativos é pressuposto da supremacia do interesse público. Quebrada a

isonomia no tratamento com os particulares, o administrador deixa de observar

o interesse da coletividade, está diretamente ligado ao princípio da

impessoalidade e encontra-se ao princípio da igualdade, sendo observada

assim a competição entre os licitantes de forma igual e cabendo a

administração públicaimpedir o favoritismos, devendo todos os licitantes

serem tratados de forma isonômica, preservando as diferenças existentes em

cada um deles.

D)Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade: A administração, no uso

da discricionariedade, deverá obedecer a critérios aceitáveis na prática de seus

atos, assim se um ato for praticado sem a devida prudência e sensatez

necessárias ao administrador, tal ato será perfeitamente invalidado, visto ser

passível de nulidade.

E)Princípios da Motivação e da Publicidade: Determina que a Administração

Pública exponha os fundamentos de fato e de direito, sendo a publicidade o

meio da administração tornar transparente seus atos.

F)Princípios da Economicidade e Eficiência: Sendo o fim da licitação a escolha

da proposta mais vantajosa, deve o administrador estar incumbido de

honestidade ao cuidar do bem público, não utilizando desnecessariamente o

erário público. Este princípio se relaciona com o princípio da moralidade bem

como com o da eficiência, este inserido no texto constitucional pela Emenda n.º

19/98. Faz-se necessário a economia e a eficiência. Como exposto, o princípio

da eficiência foi recentemente introduzido em nosso texto constitucional, tendo

influência direta sobre os casos de contratação direta, objeto do presente

trabalho.

G)Princípios da Probidade Administrativa, da Vinculação ao Instrumento

Convocatório e do Julgamento Objetivo: Sendo o primeiro dos princípios

expressos na Lei n.º 8.666/93, a probidade administrativa consiste na

honestidade de proceder ou na maneira criteriosa de cumprir todos os deveres

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que são atribuídos ou acometidos ao administrador por força de lei. É

diretamente derivado do princípio da moralidade, não serão admitidas

diferenciações que já foram estabelecidas no ato convocatório.

Como salienta Jose Afonso da Silva:

O principio da licitação significa que essas contratações

ficam sujeitas, como regras, ao procedimento de seleção

de propostas mais vantajosas para a administração

publica. Constitui um principio instrumental de realização

dos princípios da moralidade administrativa e do

tratamento isonômico dos eventuais contratantes com o

poder publico. (1994, p.573).

O legislador constituinte, com a finalidade de preservação dos princípios

da legalidade, igualdade, impessoalidade, moralidade, probidade e da própria

lesividade do patrimônio público determinou, a regra da obrigatoriedade da

licitação

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CAPÍTULO III

A NOVA FORMA DE COMPRA DO ARTIGO 24 COTAÇÃO ELETRÔNICA

O Sistema de Cotação Eletrônica de Preços tem o escopo de difundir

este procedimento inserido no contexto das aquisições e contratações da

Administração Pública através do modelo mencionado no parágrafo segundo

do art. 4º do Decreto nº 5.450/2005, regulado pela Portaria nº 306/2001 do

MPOG, sendo introduzidano SISG - órgãos integrantes do Sistema de Serviços

Gerais através da Portaria nº 306/2001.O Sistema de Cotação Eletrônica de

Preços vem sendo cada vez mais utilizado na gesta pública dos diversos

níveis governamentais, Federal, Estadual e Municipal, por apresentar uma

transparente racionalização dos procedimentos relativos às contratações de

pequeno valor e ampliar a competitividade, elevando à possibilidade de

contratações a um preço mais justo.

3.1- A Regulação daCotação Eletrônica de Preços

Possui uma estrutura firmada em plataforma de internet, ou seja,

informatizada, o que permiteà composição dos processos administrativos

referentes às aquisições de bens e contratações de serviços comuns por

dispensa de licitação fundamentada nos termos do inciso II do art. 24 da Lei nº

8.666/93. Convertendo à tradicional forma de pesquisa de mercado (cotação de

preços) em uma coleta eletrônica de preços, por um leilão reverso, no qual os

participantes têm a possibilidade de ofertar lances sucessivos e decrescentes

até o momento de seu encerramento, ou seja,trata-se de ferramenta da

Administração Pública Gerencial que virtualiza os procedimentos inerentes às

contratações por dispensa de licitação. O que vem desfazendo o estorvo da

falta de agilidade, por parte da Administração Pública, nas simples

contratações pelo menor preço.

No contexto das práticas tecnológicas utilizadas pelas organizações

governamentais, quando comparado com o pregão eletrônico, têm-se a

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evidência que o sistema de cotação eletrônica difere-se não apenas devido ao

valor limite das aquisições e contratações, mas porque o pregão exige uma

fase de apresentação de propostas antes dos lances dos fornecedores. Já a

cotação eletrônica (cerne do sistema) dispensa a esta primeira etapa, o que

torna processo mais rápido.

A finalidade do sistema é ampliar a competitividade e racionalizar os

procedimentos relativos às compras de pequeno valor. Sendo as principais

vantagens da adoção desse sistema: a transparência na gestão dos gastos

públicos, impessoalidade nas contratações, agilidade nos procedimentos,

economia dos recursos públicos tendo em vista redução dos custos

operacionais pela substituição da tradicional forma de cotação de preços e

aumento da qualidade das contratações.

Um importante aspecto é que a cotação de preço elimina o

direcionamento nas contratações/aquisições de pequeno valor, ao passo que

aumenta o número de participação de fornecedores tratados com isenção de

parcialidade. Elementos que maximizam a capacidade de adquirir produtos a

um preço mais justo.

Por incrível que pareça, ainda hoje existem inúmeras empresas que

jamais participaram de um processo licitatório por desconhecerem suas

vantagens ou até por falta de infraestrutura para atender aos grandes pedidos

do governo.

Vigora em São Paulo, oDecreto nº 45.689, de 1º de janeiro de 2005, que

dispõe sobre a obrigatoriedade da modalidade de pregão para aquisição de

bens e serviços comuns, e, em seu artigo 2º existe a determinação de que,

quando a licitação não ultrapassar o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais),

haverá a dispensa da licitação. Assim, o órgão licitante será obrigado a adotar

a cotação eletrônica como forma de aquisição.Não vou entrar navalidade

jurídica da referida norma, porem somente comentei para que fique mais claro

a exigência da Cotação Eletrônica.

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3.2 – As orientações referentes ao fracionamento de despesas

O aspecto que deve ser destacado inicialmente nos procedimentos é

que, o Órgão Promotor da Cotação, ao utilizar o sistema, deve observar às

orientações referentes a fracionamento de despesa, à saber:

I. efetuar estimativa do consumo anual, mediante levantamento dos

quantitativos adquiridos para um mesmo bem ou bens de uma mesma linha de

fornecimento nos últimos doze meses;

II. calcular o valor previsto para a quantidade encontrada no levantamento, com

base em pesquisa de preço de mercado, ou com base no preço médio de

compra registrado em controles existentes na Administração; e,

III. caso o valor estimado encontrado para a estimativa anual superar o valor

estabelecido para dispensa de licitação por limite de valor, a aquisição, por

cotação eletrônica, somente poderá ser efetuada em caso de insuficiência de

recursos para a aquisição do todo, devidamente justificado no processo.

A penalidade para o fracionamento de despesa determina que para os

caso em que houver dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das hipóteses

prevista em lei, a pena será de detenção, de 3 a 5 anos e multa. Ademais,

todos que concorrerem para a consumação da ilegalidade estão sujeitos a esta

pena.

Constatada à dispensa de licitação, após levantamento de possíveis

fracionamentos de despesa, o Órgão Promotor realizará sessão pública virtual,

por meio do sistema eletrônico, que possibilite à comunicação entre Órgão e

fornecedores pela Internet, conforme disposto no art. 2º, anexo I, Portaria

306/2001.

Para obter de acesso às cotações eletrônicas o fornecedor deverá

credenciar-se previamente junto ao sistema, indicando os municípios e linhas

de fornecimento que pretende atender. Ao credenciar-se o fornecedor

submeter-se às normas do sistema e condições de contratação estabelecidas

no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços lavrado pelo Órgão Promotor.

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3.3 – A forma de conduzir a cotação eletrônica de preços

No que diz respeito ao Pedido de Cotação Eletrônico, de acordo com o

parágrafo único, art. 4º, anexo I, Portaria 306/2001, neste deverá constar bens

pertencentes apenas a uma linha de fornecimento, ou seja, um conjunto de

materiais pertencentes a mesma classe do Catálogo de Materiais do SIASG.

No decorrer da sessão os fornecedores poderão enviar proposta de

preços e apresentar lances sucessivos, em valor inferior ao último registrado,

durante o período indicado pelo Pedido de Cotação Eletrônica, como disposto

no §1º, art. 2º, anexo I, Portaria 306/2001.

Será estabelecido prazo para que os fornecedores incluam suas

propostas e apresentem seus lances no portal eletrônico. Segundo o §4º do art.

2º, anexo I, Portaria 306/2001, que instrui o modelo do portal de compras do

Governo Federal - Compras Net (www.comprasnet.gov.br), esse prazo nunca

poderá ser inferior a quatro horas e nunca superior a quarenta e oito horas.

Ademais, são regras fixadas pela Portaria 306/2001 MPOG para os

procedimentos do Sistema de Cotação Eletrônica de

Preços:(www.comprasnet.gov.br – 13/06/2010).

I – os Pedidos de Cotação Eletrônica serão

divulgados no Portal Compras Net e encaminhados,

automaticamente (aleatório), por e-mail, para um

quantitativo de fornecedores que garantam a

competitividade, declararam a intenção de vender o

material da linha de fornecimento pedida e que entreguem

no município onde esteja localizado o Órgão Promotor da

Cotação;

II – no Pedido de Cotação Eletrônica deve constar

especificação do material, quantidade, unidade de

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fornecimento, condições de contratação, endereço, data e

horário que ocorrerá a sessão virtual;

III – deve-se utilizar como referência o horário de

Brasília/DF;

IV – o fornecedor só participará após entrar com senha no

sistema e encaminhar proposta de preços;

V – o fornecedor deve assinar em campo próprio do

sistema a inexistência de fato impeditiva para licitar e o

pleno conhecimento a aceitação das regras contidas na

Portaria 306/2001;

VI – depois de divulgado o Pedido, terá início à sessão, e

será aceita proposta de qualquer valor, vedada a

apresentação de proposta em papel;

VII – a partir do registro da proposta os fornecedores

terão conhecimento do menor lance ofertado;

VIII – só serão aceito lances inferiores aos últimos

registrados pelo sistema;

IX – durante a sessão os fornecedores serão informados

em tempo real sobre o menor lance que tenha sido

apresentado pelos demais participantes, ficando vedada a

identificação do detentor do lance;

X – ao entrar em fechamento iminente, a sessão poderá

fechar, aleatoriamente, em até 30 minutos; e,

XI – após encerramento da sessão o sistema apurará e

divulgará a classificação, apresentado, no caso do

Compras Net, até o máximo de 5 propostas.

(www.comprasnet.gov.br – 13/06/2010)

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Em síntese, os procedimentos supracitados, instituídos pela Portaria

306/2001 do MPOG, foram adotados como modelo para implantação de

Sistema de Cotação Eletrônica de Preços pelos órgãos das demais esferas

governamentais.

Em relação às contratações oriundas do Sistema de Cotação Eletrônica

de Preços, dispensarão à subscrição de instrumento contratual, ficando

formalizadas apenas pela emissão de Nota de Empenho que será comunicada

ao adjudicatário.

3.4 – As Obrigações do contratado e do contratante

As obrigações recíprocas, provenientes do pacto

jurídico, existentes entre Contratada e Órgão Contratante,

correspondem ao estabelecido nas condições gerais da

contratação e no pedido de cotação eletrônica de preços,

que constará ainda, em seu bojo, as seguintes

informações:

a) local de entrega;

b) prazo máximo de entrega e pagamento;

c) condições de recebimento do objeto;

d) sanções para o caso de inadimplemento;

e) informações e casos omissos; e,

f) foro para dirimir possíveis litígios.

Em caso de manifestação de desistência do

fornecedor, fica caracterizado o descumprimento total da

obrigação assumida, consoante o estabelecido no art. 81

da Lei nº 8.666/1993, sujeitando-o às penalidades

legalmente estabelecidas.

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A eventual rescisão do ajuste se dará nas hipóteses

previstas na Lei nº 8.666/1993, não cabendo, à

Contratada, direito a qualquer

indenização(www.comprasnet.gov.br – 13/06/2010).

Ao determinar que na sessão virtual só sejam aceito lances inferiores

aos últimos registrados, o inciso VIII do art. 6° Portaria 306/2001 MPOG, fica

exposta uma falha do sistema, onde demonstra queabre caminho para

possíveis manipulações de resultados por parte dos fornecedores.

Assim, o aludido dispositivo pode ensejar o seguinte artifício

fraudulento: uma empresa participante da sessão virtual poderia ofertar um

lance objetivando ficar em segundo lugar na classificação das propostas,

enquanto que uma outra, agindo em combinado com a primeira, apresentaria

lance inexequível, objetivando paralisar a fase de lances do sistema. Assim, em

seguida a empresa “vencedora” alegaria, por exemplo, erro de digitação ou

qualquer outra justificativa para sair do processo de cotação, sendo, então,

chamada a segunda colocada da ordem de classificação.

Esta circunstância fora apreciada pela 1° Câmara do Tribunal de

Contas da União, com a propositura de representação pela Secretaria de

Controle Externo na Paraíba - SECEX/PB, que determinou adoção de

correições para o sistema, in verbis:

Acórdão 1845/2006 - Primeira Câmara:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de

Representação acerca de possível conluio entre duas

empresas da cidade de Recife/PE em processos de

cotação eletrônica no Portal de Compras do Governo

Federal - Compras Net (www.comprasnet.gov.br), em

vários estados da região nordeste.

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ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,

reunidos em Sessão da 1ª Câmara, diante das razões

expostas pelo Relator e com fundamento no art. 237,

inciso VI, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. conhecer da presente Representação para, no mito,

considerá-la parcialmente procedente;

9.2. determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão que adote providências para inserir na Portaria

nº 306/2001 as seguintes normas:

9.2.1. não deverá ser admitida a proposta que apresente

preços simbólicos, irrisórios ou de valor zero,

incompatíveis com os preços de mercado, acrescidos dos

respectivos encargos, ainda que o Pedido de Cotação

Eletrônica não tenha estabelecido limites mínimos;

9.2.2. ficará facultado à Administração, quando o

convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar

ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições

estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na

ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas

mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,

inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade

com o ato convocatório, ou revogar a licitação

independentemente da cominação prevista no art. 81 da

Lei nº 8.666/1993;

9.2.3. caberá ao fornecedor submeter-se às normas da

Lei de Licitações;

9.3. determinar ao MPOG que passe a aplicar com maior

rigor o disposto no item 5.3 do Anexo II da Portaria nº

306/2001, haja vista o disposto no art. 5º, incisos II e IV,

c/c o art. 6º, inciso V, letra “b”, do Anexo I;

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9.4. determinar à SECEX/PB que faça a correção da

natureza deste processo nos sistemas informatizados

pertinentes;

9.5. encaminhar ao MPOG cópia deste Acórdão, bem

como do Relatório e do Voto que o fundamentam; e,

9.6. arquivar o presente processo. (Relator: Valmir

CampeloSessão04/07/2006http://www.lexml.gov.br

/urn/urn:lex:br:tribunal.contas.uniao;camara.1:acórdão:200

6-07-04;1845).

Os procedimentos supracitados impulsionam para o aperfeiçoamento

da eficiência do sistema, ao preencher em parte a falha criada pelo inciso VIII

do art. 6° Portaria 306/2001. No entanto, também seria útil a modificação da

determinação do dispositivo da Portaria, tornando-o apto a aceitar todos os

lances, inferiores ou não aos últimos registrados pelo sistema.

Esta simples alteração iria auxiliar o Órgão Promotor da Cotação na

tarefa de determinar quais são os lances que contemplam valores compatíveis

com os preços de mercado, com consequente influência na ordem de

classificação dos fornecedores remanescentes.

Assim, após analisar a disposição que atualmente rege a dispensa de

licitação enquadrada no inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666/93, percebe-se que

há necessidade de maior transparência, impessoalidade, agilidade nos

procedimentos adotados em boa parte dos Órgãos Públicos, e, principalmente,

evitar direcionamento nas aquisições de pequeno valor.

Diante disto, pode-se afirmar que o Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão agiu acertadamente ao regulamentar o Sistema de

Cotação Eletrônica de Preços para os órgãos integrantes do Sistema de

Serviços Gerais – SISG, que atualmente serve de paradigma para os Órgãos

das demais esferas governamentais.

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As legislações analisada definitivamente concede a contratação

fundada no art. 24, inciso II, da Lei nº. 8.666/93 a robustez de um procedimento

legal e eficaz, baseados nos princípios administrativos e concebendo ao

administrador tranquilidade da transparência de seus atos, evitando assim

futuros aborrecimentos no âmbito da responsabilidade por improbidade

administrativa na gestão pública.

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CONCLUSÃO

Neste capitulo apresenta-se as principais conclusões decorrentes da

analise do conteúdo abordado no presente trabalho de forma a elucidar o tema

da gestão publica no tocante a dispensa de licitação.

Em 1967, surgiram as primeiras normas gerais sobre licitação através

do Decreto-lei nº200/67. Em seguida, teve-se o Decreto-lei nº 2.300/86, que

instituiu o Estatuto Jurídico dasLicitações e Contratos Públicos, o onde

sucessivamente ocorre o ponto máximo da Constituição Federal,

de5.10.88(CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88-ano, 2010), que foi o ato pelo qual o

chefe do Estado assina uma lei e manda publicá-la a fim de produzir os devidos

efeitos, a promulgação.

Assim, aantiga lei de licitações era representada pelo Decreto-lei nº

2.300/86 que trazia em seu bojo o que a doutrina costumava chamar de

licitação proibida ou vedação de licitação. O § 1º do art. 23 do mencionado

diploma determinava a proibição de licitação, quando esta, a juízo do

Presidente da República, fosse capaz de comprometer a segurança nacional. A

licitação era totalmente impedida, pois sobre ela repousava uma presunção

júris et júris de inconveniência administrativa e lesão ao interesse público.

Atualmente, tal previsão normativa está enquadrada como hipótese de

dispensa de licitação (art. 24, IX, da Lei nº 8.666/93), desfigurando-se

totalmente o regramento anterior. Embora se tenha suprimido a única hipótese

conhecida de licitação vedada, nada obsta que o legislador estabeleça uma

situação idêntica, bastando que se configure um alto interesse público.

Obviamente não podemos esquecera importância da licitação, a qual o

Direito Administrativo, enquanto ramo do Direito Público, fundamenta-se em

dois preceitos básicos, quais sejam a supremacia do interesse público sobre o

privado e a indisponibilidade, por parte da Administração, dos interesses

públicos. Pode-se resumir regime jurídico administrativo em duas palavras:

prerrogativas e sujeições. Possui a Gestão Pública diversas prerrogativas ou

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privilégios, desconhecidos no Direito Privado, mas por outro lado, está sujeito a

inúmeras restrições, as quais limitam sua atividade a determinados princípios e

fins que não poder ser ignorados.

Então, conclui-se que após o evidenciado,a regra obrigatória é licitar

antes da celebração de contratos administrativos no âmbito da Gestão Pública.

Assim,para esclarecer tal questão, pode-se falar que o objeto submetido a

licitação é aquele que preenche três requisitos: concessão por ato

administrativo ampliativo com relação ao seu patrimônio; criação de situação

jurídica especial, não acessível a todos os administrados; e possibilidade de

disputa entre duas ou mais pessoas. Como exemplo, cita-se o caso da licença

para construir não exigindo licitação, pois pode ser concedida a qualquer

administrado; já a alienação de bens públicosimprescinde de competição, uma

vez que não poder ser estendida a todos, podendo ser disputado entre vários

concorrentes.

A existência da licitação está condicionada à verificação dos

pressupostos: lógico, fático e jurídico, caracterizado pela certeza de que a

licitação possa se constituir em um meio apto para a satisfação e atendimento

do interesse público.

Assim, demonstra-se que para chegar à conclusão da adoção de uma

contratação direta ou não, deve haver todo um conjunto de atos iniciais, como

solicitação de aquisição, previsãoorçamentária, estudo da viabilidade

econômica, e após a análise do caso, considerando sempre os princípios da

isonomia e supremacia do interesse público, que deverá chegar a sua

adequação nos casos de dispensa ou inexigibilidade.Nessa análise, deverá se

buscar a melhor solução possível, respeitando, na medida dopossível, o mais

amplo acesso dos interessados à disputa pela contratação. Somente em

algunscasos especiais, como a emergência gravíssima em que a demora seja

fator de risco, é que se justifica a não utilização desse procedimento.

Desta forma, pode-se concluir quepara que se efetue a dispensa de

licitação ou a inexigibilidade é necessário destacar importantes requisitos

estabelecidos no artigo 17 e 24 da Lei n. 8.666/93, tais comoa necessidade de

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contratar contundentemente no objeto em questão, justificando a necessidade

específica que não possa ser suprida pela própria Administração fazendo ainda

uma investigação preliminar dos preços praticados no mercado.

Vale ressaltar que não podemos deixar de enfatizar a obrigação

exposta na Portaria 306/2001, onde as compras enquadradas no Inciso II do

artigo 24 da Lei nº. 8.666/93, apresentando maior transparência, cumprindo

assim dois dos princípios constitucional, que são isonomia e igualdade de

condições entre os possíveis interessados. Obrigatoriamente, todos os atos administrativos deveriam ser

motivados, especialmente os discricionários, para permitir mecanismos de

monitoramento, controle e de correção de possíveis ilegalidades.

O processo administrativo de dispensa deve conter, além da motivação

do afastamento da licitação, a razão da escolha do fornecedor ou executante,

respeitando os preceitos da legislação em vigor.

Todo esse conjunto de normas e orientações tem por objetivo principal

garantir a maximização dos resultados na gestão do orçamento publico

promovendo uma execução eficiente e eficaz dos recursos.

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INDICE DE ANEXOS

ANEXO I - OS 29 INCISOSDO ARTIGO 24 DA LEI 8.666/93........40

AN

ANEXO II - PORTARIA 306/2001 DO MINISTÉRIO DO

PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO...............................45

ANEXO III - ANEXO I DA PORTARIA 306/2001.............................46

ANEXO IV - ANEXO II DA PORTARIA 306/2001...........................54

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40

ANEXO I

Os 29 Incisos do Artigo 24 da Lei 8.666/93

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por

cento)dolimite previstona alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que

não se refiram a parcelas de uma mesmaobra ou serviço ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local que possamser realizadas

conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite

previsto naalínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos

casos previstos nesta Lei, desdeque não se refiram a parcelas de um mesmo

serviço, compra ou alienação de maior vulto quepossa ser realizada de uma só

vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada

urgência deatendimento de situação que possa ocasionarprejuízo ou

comprometer a segurança de pessoas,obras, serviços, equipamentos e outros

bens, públicos ou particulares, e somente para os bensnecessários ao

atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de

obras eserviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e

oitenta) dias consecutivos eininterruptos, contados da ocorrência da

emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dosrespectivoscontratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e

esta,justificadamente, não puderser repetida sem prejuízo para a

Administração, mantidas, neste caso, todas as condiçõespreestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular

preços ou normalizaro abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente

superiores aospraticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os

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fixados pelos órgãos oficiaiscompetentes, casos em que, observado o

parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo asituação, será admitida a

adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior aoconstante do

registro de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens

produzidos ouserviços prestados por órgão ou entidade que integre

aAdministração Pública e que tenha sidocriado para esse fim específico em

data anterior à vigência desta Lei, desde que o preçocontratado seja

compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurançanacional,

nos casosestabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o

Conselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento

dasfinalidades precípuasda administração, cujas necessidades de instalação e

localização condicionem a sua escolha,desde que o preço seja compatível com

o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redaçãodada pela Lei nº

8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em

consequência derescisão contratual, desde que atendida a ordem de

classificação da licitação anterior e aceitas asmesmas condições oferecidas

pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamentecorrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gênerosperecíveis, no

temponecessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes,

realizadas diretamentecom base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº

8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou

estatutariamente dapesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,

ou de instituição dedicada à recuperaçãosocial do preso, desde que a

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contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e nãotenha fins

lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional

específicoaprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas

forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela

Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de

autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do

órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso

daadministração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de

serviços de informáticaa pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos

ou entidades que integrem a AdministraçãoPública, criados para esse fim

específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou

estrangeira,necessários à manutenção de equipamentos durante o período de

garantia técnica, junto aofornecedor original desses equipamentos, quando tal

condição de exclusividade for indispensávelpara a vigência da garantia;

(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de

navios,embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de

deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos,

aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, pormotivo de

movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos

prazos legaispuder comprometer a normalidade e os propósitos das operações

e desde que seu valor nãoexceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do

art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883,de 1994

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção

de materiaisde uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de

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manter a padronização requeridapela estrutura de apoio logístico dos meios

navais, aéreos e terrestres, mediante parecer decomissão instituída por

decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins

lucrativos e decomprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da

Administração Pública, para a prestação deserviços ou fornecimento de mão-

de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com opraticado no

mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica

e tecnológicacom recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras

instituições de fomento a pesquisacredenciadas pelo CNPq para esse fim

específico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás

natural comconcessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas

da legislação específica;(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de

economia mista comsuas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou

alienação de bens, prestação ou obtenção deserviços, desde que o preço

contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluídopela Lei nº

9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as

organizações sociais,qualificadas no âmbito das respectivas esferas de

governo, para atividades contempladas nocontrato de gestão. (Incluído pela Lei

nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou

por agênciade fomento para a transferência de tecnologia e para o

licenciamento de direito de uso ou deexploração de criação protegida. (Incluído

pela Lei nº 10.973, de 2004)

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XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com

entidade desua administração indireta, para a prestação de serviços públicos

de forma associada nos termosdo autorizado em contrato de consórcio público

ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Leinº 11.107, de 2005)

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de

resíduos sólidosurbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de

coleta seletiva de lixo, efetuados porassociações ou cooperativas formadas

exclusivamente por pessoas físicas de baixa rendareconhecidas pelo poder

público como catadores de materiais recicláveis, com o uso deequipamentos

compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

(Redaçãodada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no

País, queenvolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa

nacional, mediante parecerde comissão especialmente designada pela

autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº11.484, de 2007).

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste

artigo serão 20%(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados

por consórcios públicos, sociedade deeconomia mista, empresa pública e por

autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, comoAgências Executivas.

(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005).

(www.planalto.gov.br - Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 - 10/06/2010).

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ANEXO II

POPortaria 306/2001 do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão

O MINISTRO DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E

GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere o Decreto nº 3.858, de 4

de julho de 2001 e tendo em vista o disposto no Decreto nº 1.094, de 23

de março de 1994,

Considerando a necessidade de dotar de maior transparência os

processos de aquisição de bens de pequeno valor, por dispensa de

licitação, com fundamento no Inciso II do Art. 24 da Lei nº 8.666, de 21

junho de 1993;

Considerando a necessidade de se buscar a redução de custos, em

função do aumento da competitividade; e

Considerando a necessidade de racionalizar procedimentos, propiciando

maior agilidade aos referidos processos de aquisição;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a implantação do Sistema de Cotação Eletrônica de

Preços - módulo do Sistema Integrado de Administração de Serviços

Gerais - SIASG - cujo funcionamento será regido pelo disposto no Anexo I

- "Instruções Gerais e Procedimentos para Utilização do Sistema de

Cotação Eletrônica de Preços" e no Anexo II - "Condições Gerais da

Contratação", com vistas a ampliar a competitividade e racionalizar os

procedimentos de aquisição de bens de pequeno valor, por dispensa de

licitação, com fundamento do Inciso II do Art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

MARTUS TAVARES(www.comprasnet.gov.br – 10/06/2010).

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ANEXO III

ANEXO I DA PORTARIA 306/2001

INSTRUÇÕES GERAIS E PROCEDIMENTOS PARA

UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE COTAÇÃO ELETRÔNICA DE PREÇOS

Art. 1º As aquisições de bens de pequeno valor deverão ser realizadas, no

âmbito dos órgãos que compõem o Sistema Integrado de Serviços Gerais

- SISG, preferencialmente, por meio do Sistema de Cotação Eletrônica de

Preços, com o objetivo de ampliar a competitividade e racionalizar os

procedimentos relativos a essas compras.

§ 1º Caracterizam-se, como bens de pequeno valor, aqueles que se

enquadram na hipótese de dispensa de licitação prevista no inciso II do

art. 24 da Lei nº 8.666/1993, desde que não se refiram a parcelas de uma

mesma compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

§ 2º Quando do enquadramento de compras, como dispensa de licitação

por limite de valor, as autoridades responsáveis por sua autorização e

pela homologação da contratação devem observar o contido no art. 89 da

Lei nº 8.666/1993.

§ 3º Os bens passíveis de aquisição pelo sistema de suprimento de

fundos poderão ser adquiridos mediante cotação eletrônica, sempre que

essa medida se comprovar mais vantajosa, a critério da autoridade

competente para a autorização da aquisição.

§ 4º A autoridade responsável pelas compras deve certificar-se de que a

aquisição por dispensa de licitação, por limite de valor, não representa

fracionamento de compras que deveriam ser licitadas, podendo utilizar, a

seu critério, os seguintes procedimentos para essa verificação:

a. efetuar estimativa do consumo anual, mediante levantamento dos

quantitativos adquiridos para um mesmo bem ou bens de uma

mesma linha de fornecimento nos últimos doze meses;

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47

b. calcular o valor previsto para a quantidade encontrada no

levantamento, com base em pesquisa de preço de mercado, ou

com base no preço médio de compra registrado em controles

existentes na Administração;

c. caso o valor estimado encontrado para a estimativa anual supere o

valor estabelecido para dispensa de licitação por limite de valor, a

aquisição, por cotação eletrônica, somente poderá ser efetuada em

caso de insuficiência de recursos para a aquisição do todo,

devidamente justificado no processo de que trata o inciso IV do art.

4º.

Art. 2º A cotação eletrônica será realizada em sessão pública virtual, por

meio de sistema eletrônico, que promova a comunicação na Internet.

§ 1º O Sistema de Cotação Eletrônica permitirá o encaminhamento

eletrônico de propostas de preços, com possibilidade de apresentação de

lances sucessivos, em valor inferior ao último preço registrado, durante o

período indicado no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços.

§ 2º A cotação eletrônica será operada no Portal de Compras do Governo

Federal –Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) e utilizará recursos de

criptografia e de autenticação que viabilizem condições adequadas de

segurança em suas etapas.

§ 3º A cotação eletrônica será conduzida pelo Órgão Promotor da

Cotação, com apoio técnico e operacional da Secretaria de Logística e

Tecnologia da Informação - SLTI, por intermédio do Departamento de

Logística e Serviços Gerais - DLSG, que atuará como provedor do sistema

eletrônico.

§ 4º Os Pedidos de Cotação Eletrônica de Preços incluídos no sistema

permanecerão disponíveis para recepção de propostas e lances por

período nunca inferior a quatro horas.

Art. 3º Serão previamente credenciados, perante o provedor do sistema, a

autoridade competente para homologação da contratação e os servidores

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designados para a condução do procedimento relativo às cotações

eletrônicas.

§ 1º O credenciamento dar-se-á pela atribuiçãode chave de identificação e

de senha, pessoal e intransferível, para acesso ao Sistema.

§ 2º O pedido de cancelamento de senha de acesso deverá ser solicitado

ao provedor do sistema.

§ 3º Constatada a quebra de sigilo ou quaisquer outras situações que

justifiquem a necessidade de alteração ou cancelamento da senha de

acesso, o fato deve ser comunicado, imediatamente, ao provedor do

Sistema, para as providências necessárias.

Art. 4º Cabe ao Órgão Promotor da Cotação:

I - efetuar o prévio credenciamento, junto ao provedor do Sistema, das

autoridades competentes para homologar as contratações e dos

servidores designados para a condução do procedimento relativo às

cotações eletrônicas;

II - providenciar a alocação de recursos orçamentários para o pagamento

das obrigações decorrentes da cotação eletrônica;

III - efetuar o registro do Pedido de Cotação Eletrônica de Preços no

SIASG, para divulgar e realizar a respectiva cotação eletrônica,

informando a data e horário limite para recepção das propostas de preços

e apresentação de lances;

IV - providenciar a abertura de processo para o arquivamento dos

documentos relativos às cotações eletrônicas realizadas sob sua

responsabilidade, organizados em série anual, incluindo, para cada

cotação eletrônica efetuada:

a. as requisições de material que deram origem à quantidade

constante da cotação eletrônica;

b. o Pedido de Cotação Eletrônica de Preços emitido pelo Sistema;

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49

c. o relatório de classificação dos fornecedores participantes da

cotação;

d. o despacho de adjudicação do objeto e homologação da

contratação;

e. cópia da Nota de Empenho emitida;

f. cópia da nota fiscal e/ou fatura contendo a formalização do

recebimento do material;

V - verificar o atendimento das especificações do objeto e adjudicá-lo ao

vencedor, considerado o menor preço;

VI - homologar a contratação, providenciando a declaração de dispensa

de licitação, por limite de valor, bem como os procedimentos referentes à

execução orçamentária;

VII - formalizar o recebimento do objeto da contratação nas condições

estipuladas no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços;

VIII - efetuar o pagamento correspondente, até 5 dias úteis contados a

partir da entrega da fatura e recebimento do objeto.

Parágrafo único. Em cada Pedido de Cotação Eletrônica de Preços

deverão constar bens pertencentes apenas a uma linha de fornecimento,

ou seja, um conjunto de materiais pertencentes a uma mesma classe do

Catálogo de Materiais do SIASG.

Art. 5º Caberá ao fornecedor:

I - credenciar-se previamente junto ao Sistema, indicando os municípios e

as linhas de fornecimento que pretende atender, para obtenção da senha

de acesso ao Sistema de Cotação Eletrônica;

II - submeter-se às presentes normas, às Condições Gerais da

Contratação, constantes do Anexo II, e aos termos do Pedido de Cotação

Eletrônica de Preços;

III - acompanhar as operações no Sistema durante a sessão pública

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virtual, ficando responsável pelo ônus decorrente da perda de negócios

diante da inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo Sistema

ou de sua desconexão.

IV - responsabilizar-se pelas transações que forem efetuadas em seu

nome, no Sistema, assumindo como firmes e verdadeiras suas propostas

e lances.

§ 1º A chave de identificação e a senha poderão ser utilizadas em

qualquer cotação eletrônica.

§ 2º O uso da senha de acesso é de responsabilidade exclusiva do

fornecedor, incluindo qualquer transação efetuada diretamente ou por seu

representante, não cabendo ao provedor do Sistema ou ao Órgão

Promotor da Cotação Eletrônica, responsabilidade por eventuais danos

decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros não

autorizados.

§ 3º O credenciamento junto ao provedor do Sistema implica na

responsabilidade legal do fornecedor ou seu representante legal e na

presunção de sua capacidade técnica e jurídica, para realização das

transações inerentes à cotação eletrônica e as dela decorrentes.

Art. 6º A Cotação Eletrônica será regida pelas seguintes regras:

I - os Pedidos de Cotação Eletrônica de Preços serão divulgados no site

www.comprasnet.gov.br e encaminhados, por correspondência eletrônica,

para um quantitativo de fornecedores que garantam competitividade,

escolhidos de forma aleatória pelo sistema eletrônico, entre aqueles

registrados na correspondente linha de fornecimento e que tenham

indicado possibilidade de entrega no município onde esteja localizado o

Órgão Promotor da Cotação;

II - no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços deverão constar a

especificação do objeto a ser adquirido, as quantidades requeridas,

observados a respectiva unidade de fornecimento, as condições da

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contratação, o endereço eletrônico onde ocorrerá a cotação eletrônica, a

data e horário de sua realização;

III - as referências de horários, no Pedido de Cotação Eletrônica de

Preços e durante a sessão pública virtual, observarão o horário de Brasília

- DF, o qual será registrado no Sistema e na documentação pertinente;

IV - a participação em cotação eletrônica dar-se-á, exclusivamente, após a

digitação da senha privativa do fornecedor e subsequente

encaminhamento, por meio do Sistema, de proposta de preço e de lances,

em data e horário previstos no Pedido de Cotação Eletrônica;

V - como requisito para a participação em cotação eletrônica, o fornecedor

deverá assinalar, em campo próprio do Sistema:

a. a inexistência de fato impeditivo para licitar e/ou contratar com o

Órgão Promotor da Cotação Eletrônica ou com a Administração

Pública;

b. o pleno conhecimento e aceitação das presentes regras, das

Condições Gerais da Contratação, constantes do Anexo II e do

contido no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços;

VI - a partir da divulgação do Pedido de Cotação Eletrônica de Preços terá

início a sessão pública virtual de cotação com a recepção de propostas de

preço, qualquer que seja o valor ofertado, exclusivamente, por meio do

Sistema, vedada a apresentação de proposta em papel;

VII - a partir do registro da sua proposta no Sistema, os fornecedores

participantes terão conhecimento do menor valor ofertado até o momento

e poderão formular lances de menor valor, sendo informados,

imediatamente, sobre o seu recebimento com a indicação do respectivo

horário e valor;

VIII - só serão aceitos novos lances, cujos valores forem inferiores ao do

último lance registrado no Sistema;

IX - durante o transcurso da sessão pública virtual de cotação eletrônica,

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os fornecedores participantes serão informados, em tempo real, do valor

do menor lance que tenha sido apresentado pelos demais participantes,

vedada a identificação do detentor do lance;

X - a etapa de lances da cotação eletrônica será encerrada a qualquer

instante após apresentação de aviso de fechamento iminente, observado

o período de tempo máximo de trinta minutos, aleatoriamente determinado

pelo Sistema;

XI - imediatamente após o encerramento da cotação eletrônica, o Sistema

divulgará a classificação, indicando as propostas ou lances de menor

valor, até o máximo de cinco.

Art. 7º O fornecedor melhor classificado será considerado vencedor,

sendo-lhe adjudicado o objeto da cotação, desde que sua proposta atenda

às especificações do objeto.

Art. 8º O fornecedor que não mantiver a proposta, falhar ou fraudar a

execução do fornecimento, estará sujeito às sanções previstas na Lei nº

8.666/1993, sem prejuízo do eventual cancelamento da Nota de

Empenho.

Art. 9º A sessão pública virtual de cotação eletrônica será controlada

exclusivamente pelo Sistema. (www.comprasnet.gov.br – 10/06/2010).

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ANEXO IV

ANEXO II DA PORTARIA 306/2001

CONDIÇÕES GERAIS DA CONTRATAÇÃO

1. Fundamento Legal

1. As contratações realizadas pelo Sistema de Cotação

Eletrônica de Preços enquadram-se, como dispensa de

licitação, por limite de valor, nos termos do inciso II do Art.

24 da Lei nº 8.666/1993.

2. Condições de Participação

1. Poderão participar de cotações eletrônicas de preços, os

fornecedores que solicitarem seu credenciamento prévio

junto ao Órgão Promotor da Cotação Eletrônica.

2. É vedada a participação de consórcios e de empresas

impedidas de licitar e/ou contratar com o Órgão Promotor da

Cotação Eletrônica ou com a Administração Pública, na

forma estabelecida em lei.

3. Envio de Propostas e Lances

1. O envio de propostas e lances deverá ocorrer,

exclusivamente, por meio eletrônico, pela Internet, no

endereço eletrônico www.comprasnet.gov.br - Portal de

Compras do Governo Federal – Comprasnet, vedada sua

remessa em papel.

4. Cotação Eletrônica

1. A cotação eletrônica será conduzida no endereço eletrônico

www.comprasnet.gov.br, em data, horário e condições

estabelecidos no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços,

de acordo com as "Instruções Gerais e Procedimentos para

Utilização do Sistema de Cotação Eletrônica de Preços" e

com as demais normas contidas neste documento.

2. Para participar da cotação eletrônica, o fornecedor deverá

digitar seu CNPJ e senha de acesso ao Sistema e assinalar,

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em campo próprio, a inexistência de fato impeditivo para

licitar e/ou contratar com o Órgão Promotor da Cotação

Eletrônica, ou com toda a Administração Pública, e o pleno

conhecimento e aceitação das regras de que trata o subitem

anterior.

3. A cotação de preços, bem como os lances

subsequentesdeverão ser registrados, em reais, para a

quantidade total de cada item, com validade de trinta dias.

4. Será considerado vencedor da cotação eletrônica aquele

que apresentar, durante o período da cotação, o lance de

menor valor sendo-lhe adjudicado o objeto, desde que

atenda as respectivas especificações.

5. O Órgão Contratante poderá anular ou cancelar a cotação

eletrônica, total ou parcialmente, sem que disso resulte, para

o proponente, direito a qualquer indenização ou reclamação.

5. Contratação

1. As contratações oriundas das cotações eletrônicas serão

formalizadas pela emissão de Nota de Empenho que será

comunicada ao adjudicatário.

2. As obrigações recíprocas entre a Contratada e o Órgão

Contratante correspondem ao estabelecido nas presentes

Condições Gerais da Contratação e no Pedido de Cotação

Eletrônica de Preços.

3. Em caso de manifestação de desistência do fornecedor, fica

caracterizado o descumprimento total da obrigação

assumida, consoante o estabelecido no Art. 81 da Lei nº

8.666/1993, sujeitando-o às penalidades legalmente

estabelecidas.

4. A eventual rescisão do ajuste se dará nas hipóteses

previstas na Lei nº 8.666/1993, não cabendo, à Contratada,

direito a qualquer indenização.

6. Local de Entrega

1. Os bens deverão ser entregues no endereço indicado no

Pedido de Cotação Eletrônica de Preços.

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7. Prazo Máximo de Entrega

1. A entrega do objeto deverá ser feita nos prazos indicados no

Pedido de Cotação Eletrônica de Preços, contados a partir

da notificação de adjudicação informando a emissão da Nota

de Empenho correspondente.

8. Sanções para o Caso de Inadimplemento

1. Se a Contratada inadimplir as obrigações assumidas, no

todo ou em parte, ficará sujeita às sanções previstas nos

Arts. 86 e 87 da Lei nº 8.666/1993 e ao pagamento de multa

nos seguintes termos:

a. pelo atraso na entrega do material em relação ao

prazo estipulado: 1% (um por cento) do valor do

material não entregue, por dia decorrido, até o limite

de 10% (dez por cento) do valor do material;

b. pela recusa em efetuar o fornecimento e/ou pela não

entrega do material, caracterizada em dez dias após o

vencimento do prazo de entrega estipulado: 10% (dez

por cento) do valor do material;

c. pela demora em substituir o material rejeitado, a

contar do segundo dia da data da notificação da

rejeição: 2% (dois por cento) do valor do material

recusado, por dia decorrido;

d. pela recusa da Contratada em substituir o material

rejeitado, entendendo-se como recusa a substituição

não efetivada nos cinco dias que se seguirem à data

da rejeição: 10% (dez por cento) do valor do material

rejeitado;

e. pelo não cumprimento de qualquer condição fixada

nestas Condições Gerais ou no Pedido de Cotação

Eletrônica de Preços e não abrangida nas alíneas

anteriores: 1% (um por cento) do valor contratado,

para cada evento.

2. As multas estabelecidas no subitem anterior podem ser

aplicadas isolada ou cumulativamente, ficando o seu total

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limitado a 10% (dez por cento) do valor contratado, sem

prejuízo de perdas e danos cabíveis.

3. As importâncias relativas a multas serão descontadas do

pagamento porventura devido à Contratada, ou efetuada a

sua cobrança na forma prevista em lei.

4. O Órgão Contratante poderá, ainda, cancelar a Nota de

Empenho decorrente da Cotação Eletrônica de Preços, sem

prejuízo das penalidades previstas nos subitens anteriores e

de outras previstas em lei.

9. Condições de Recebimento do Objeto

1. A entrega do bem deverá ser atestada pelo Órgão

Contratante, que aferirá a sua conformidade com as

especificações constantes do Pedido de Cotação Eletrônica

de Preços.

2. O servidor designado para acompanhar a entrega do objeto

formalizará o seu recebimento na própria nota fiscal e/ou

fatura correspondente, no prazo máximo de dois dias úteis

contados da data da entrega do objeto, pela Contratada.

3. A Contratada se obriga a efetuar, a qualquer tempo, a

substituição de material rejeitado, se este apresentar defeito

de fabricação ou divergências relativas às especificações

constantes do Pedido de Cotação Eletrônica de Preços,

independentemente da quantidade rejeitada.

10. Faturamento

1. A nota fiscal, e/ou fatura, deverá se emitida em nome do

Órgão Contratante.

11. Prazo para Pagamento

1. O pagamento do objeto ocorrerá em até cinco dias úteis

contados da entrega da nota fiscal ou fatura e conseqüente

formalização do recebimento do objeto, mediante crédito em

conta corrente.

12. Informações e Casos Omissos

1. Informações poderão ser obtidas no Órgão Contratante, a

partir da divulgação do Pedido de Cotação Eletrônica de

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Preços, sendo resolvidos, os casos omissos, pelo

Departamento de Logística e Serviços Gerais –

DLSG/SLTI/MP, no endereço eletrônico

www.comprasnet.gov.br.

13. Foro

1. Para dirimir quaisquer questões decorrentes deste

procedimento e da contratação dele originada, será

competente o Foro do município onde esteja localizado o

Órgão Contratante.(www.comprasnet.gov.br – 10/06/2010).

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BIBLIOGRAFIA

- DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo:

Atlas, 1998.

- DI PIETRO, Maria Sylvia; RAMOS, Dora Maria de Oliveira. SANTOS, Márcia

Walquiria Batista dos; D’AVILA, Vera Lúcia Machado. Temas Polêmicos

sobre Licitações e Contratos. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,

1998.

- FERNANDES, Jorge Ulisses JACOBY. Lei 8.666/93. Licitações, Contratos,

Pregão, Sistema de Registro de Preços e Lei Complementar n. 123/07.

Fórum.2007.

- FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação:

modalidades, dispensa e inexigibilidade de licitação. 5. ed. Brasília: Editora

Brasília Jurídica, 2000.

- FIGUEIREDO, Lúcia Valle e FERRAZ, Sérgio. Dispensa e inexigibilidade

delicitação. 2ª ed. São Paulo: RT, 1992.

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delicitação. 2ª ed. São Paulo: RT, 1992.

- JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos

administrativos. 3. ed. Rio de Janeiro: Aide, 1994.

- MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª ed.

rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004.

- MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

TOLOSA FILHO, Benedicto. Contratando sem licitação: comentários teóricos e

práticos. Rio de Janeiro: Forense, 1998.

- MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas licitações e contratos: estudos e

comentários sobre as leis 8.666/93 e 8.987/95, a nova modalidade do

pregão e o pregão eletrônico; impactos da lei de responsabilidade fiscal,

legislação, doutrina e jurisprudência. 9. ed. rev., atual. E ampl. Belo

Horizonte: Del Rey, 2002.

- RIGOLIN, Ivan Barbosa. BOTTINO, Marco Tullio , Manual Prático das

Licitações-8ª Edição – Saraiva 2009.

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- VERRI JR, Armando; TAVOLARO, Luís Antonio; e WAMBIER, Teresa Arruda

Alvim Wambier (coord.). Licitações e Contratos Administrativos: Temas

atuais e controvertidos. São Paulo: RT, 2002.

Jurisprudência sobre o assunto:

• Acórdão 314/2004-TCU-Plenário

• Acórdão 270/2002-TCU-Primeira Câmara

• Acórdão 934/2005-TCU-Plenário).

• Acórdão 47/2006-TCU - Primeira Câmara

• Acórdão 1845/2006 - Primeira Câmara

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60

WEBGRAFIA

- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLLICA FEDERATIVA DO BRASIL

(www.planalto.gov.br – 2010).

- Mello, Celso Antônio Bandeira de,

(http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3723/A-discricionariedade-no

AtoAdministrativo).13/06/2010.

- FERNANDES, Jorge Ulisses JACOBY. www.atrolha.blogspot.com -

13/06/2010.

- (http://www.concursospublicosonline.com/informacao/view/Apostilas /Direito

Administrativo/Dispensa-de-Licitação/10/06/2010).

- http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:tribunal.contas.uniao;camara.1:acordao:

2006-07-04;1845 – 10/06/2010).

- (www.comprasnet.gov.br – 10/06/2010).

- (Secretaria de Transparência Pública de João Pessoa–www.joaopessoa. pb.

gov. br-13/06/2010).

- (www.artigos.com.br-13/06/2010).

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INDICE

FOLHA DE ROSTO............................................................................02

AGRADECIMENTOS..........................................................................03

DEDICATÓRIA...................................................................................04

RESUMO............................................................................................05

METODOLOGIA.................................................................................06

SUMÁRIO...........................................................................................07

INTRODUÇÃO...................................................................................08

CAPITULO I – DISPENSA DE LICITAÇOES

1.1- A Carta Magna....................................................................13

CAPITULO II – A LEGALIDADE E APOIO AS DISPENSAS NOS

NCISOS I E II DA LEI N. 8.666-93

2.1- Fracionamento dedespesa....................................................17

2..2 - A regra de se licitar..............................................................18

2.3 - Os dois roteiros práticos para contratações .......................20

2.4 - Os princípios básicos para compras na gestão pública.......23

CAPITULO III- A NOVA FORMA DE COMPRAS DO ARTIGO 24 –

COTAÇÃO ELETRÔNICA

3.1 - A regulação da Cotação Eletrônica de Preços .....................26

3.2- As orientações referente ao fracionamento de despesa........28

3.3-A forma de conduzir a cotação eletrônica de preços...............29

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3.4 - As obrigações do contratado e do contratante...................31

CONCLUSÃO.................................................................................36

ANEXO I - OS 29 INCISOSDO ARTIGO 24 DA LEI 8.666/93.......40

AN

ANEXO II - PORTARIA 306/2001 DO MINISTÉRIO DO

PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO...............................45

ANEXO III - ANEXO I DA PORTARIA 306/2001.............................46

ANEXO IV - ANEXO II DA PORTARIA 306/2001............................55

BIBLIOGRAFIA................................................................................58

WEBGRAFIA...................................................................................59

INDICE............................................................................................61

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................63

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre

Título da Monografia: Da Gestão Pública: Dispensa de Licitação

Autora: Mariza de Andrade Prata

Data da entrega:08 de Setembro de 2010

Avaliado por: Monica Mello Conceito: