universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato … · subalterna e o bloco que mantêm o...

59
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O SERVIÇO SOCIAL EMPRESARIAL, O CÓDIGO DE ÉTICA, SUAS DEMANDAS E POSSIBILIDADES. Por: Karlla da Costa Oliveira Orientador Profª. Fabiana Rio de Janeiro 2010

Upload: danghuong

Post on 20-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O SERVIÇO SOCIAL EMPRESARIAL, O CÓDIGO DE

ÉTICA, SUAS DEMANDAS E POSSIBILIDADES.

Por: Karlla da Costa Oliveira

Orientador

Profª. Fabiana

Rio de Janeiro

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O SERVIÇO SOCIAL EMPRESARIAL, O CÓDIGO DE

ÉTICA, SUAS DEMANDAS E POSSIBILIDADES.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: Karlla da Costa Oliveira

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos grandes companheiros

de estudo que tive nesse ano de pós,

incluindo excelentes professores,

principalmente as mestres Janaína e

Mariana Baéz, pessoas que sem

dúvida marcaram minha vida

acadêmica e profissional.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

4

DEDICATÓRIA

Em primeiro lugar a DEUS, por me dar

força de vontade e resistir ao sono no

horário das aulas. Após, agradeço a

minha família (mãe e irmão), ao meu

amor Vinícius e as minhas amigas,

Alessandra, Fernanda e Mariana que

sempre contribuíram para momentos

alegres na travessia de barca para

Niterói. Obrigada !!

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

5

RESUMO

O serviço social surgiu na década de 30 e foi institucionalizado em 1940

estas décadas foram de suma importância para o aumento de profissionais,

pois na mesma ocorreu a ampliação da questão social de acordo com a

generalização do trabalho livre que acontece na produção capitalista como o

processo de relações sociais entre classes.

O primeiro capítulo desta pesquisa trata sobre a questão social que se

assume nos grandes centros-urbanos industriais com crescimento do

proletariado e a implantação do serviço social como profissão na divisão sócio-

técnica do trabalho se dá no decorrer desse processo histórico, ao longo deste

período industrial inicia a atuação do profissional do serviço social nas

empresas.

No segundo capítulo trata-se do serviço social empresarial onde a

profissão ao atuar em uma certa instituição, possui determinadas

peculiaridades em função das justificativas e produtos imediatos para ação,

mas as entidades interessam-se pela manutenção da desigualdade por via

assistencial, sobrepondo-se as especificidades. A tarefa de manter e

administrar a desigualdade não é fácil, pois o cotidiano é permeado por

interesses antagônicos, por que exige formulação de estratégias para a

intermediação destas relações sociais capitalistas.

Pretende-se discutir no terceiro capítulo a contribuição dos códigos de

ética na atuação profissional nas entidades empresariais privadas.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

6

METODOLOGIA

A pesquisa será realizada no campo do serviço social e RH, a mesma

será fundamentada na metodologia qualitativa, buscando em resenhas,

monografias, dissertações, livros acadêmicos, ou seja, bases teóricas para sua

conclusão com previsão de início em janeiro e término em março.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

7

SUMÁRIO

Introdução 8

Capítulo 1- O Surgimento e a Institucionalização do Serviço Social nas décadas

de 20, 30 e 40 10

Capítulo 2- O Serviço Social Empresarial: O início de uma nova fase 19

Capítulo 3-O Projeto Profissional do Serviço Social 31

Conclusão 36

Anexos 38

Bibliografia Consultada 55

Bibliografia Citada 57

Índice 58

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

8

INTRODUÇÃO

Presente trabalho nasceu do interesse pelas crescentes atribuições

dadas aos assistentes sociais na esfera privada.

Diante da proporção de vagas para serviço social em empresas estatais

e que o grande contratador de assistentes sociais é o Estado, em minha

graduação sempre estive atenta a valores contidos em meu código de ética

profissional.

Durante meu último semestre e escolha de qual especialização buscar,

observei que minha profissão no Rio de Janeiro dentro do âmbito privado era

pouco debatida, diante de suas dificuldades de atuação, pois o SESO surge a

partir da questão social.

Neste período de conclusão da graduação pesquisei em fontes na internet

sobre o curso de gestão de RH, durante minha busca por complementação

acadêmica debati com uma agora antiga colega de classe, onde a mesma

declarou que o serviço social não foi criado para trabalhar em esfera privada,

que eu seria uma assistente social que não poderia garantir o direito dos

colaboradores e sim garantiria os direitos da empresa, não utilizando assim o

código de ética. Durante este debate acadêmico evidenciei uma questão: O

SESO tem cunho assistencial mesmo estando em uma empresa privada?

Estamos sendo resguardados pelo código de ética para uma melhor atuação

profissional?

Diante das previsões de pesquisa pretendo me adequar a três capítulos:

1º O surgimento do Serviço Social e sua institucionalização, 2º O Serviço

Social empresarial e 3º O Código de Ética do Serviço Social.

Segundo pesquisas realizadas na busca por um tema, percebi que este

trabalho acadêmico será de grande utilidade pública para futuros

pesquisadores do âmbito social, onde também poderá complementar outras

pesquisas e assim modificando algumas atuações profissionais baseando-se

também no código de ética.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

9

A mesma será realizada com base na metodologia qualitativa, onde

buscarei em resenhas, monografias, dissertações, livros acadêmicos, ou

seja, bases teóricas para sua conclusão.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

10

CAPÍTULO I

CAPÍTULO 1: O SURGIMENTO E A

INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NAS

DÉCADAS DE 20,30 E 40.

A inserção do Serviço Social na divisão social do trabalho e as novas

perspectivas são decorrentes e um produto histórico, que dependem da classe

subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de

produção, enfrentando a “questão social” inquirida no capitalismo. A partir das

políticas do Estado articuladas ao contexto internacional, foram atribuindo

especifidades ao Serviço Social na divisão social técnica do trabalho.

O Serviço Social afirma-se como uma especialização do trabalho no

coletivo, constituindo-se a partir das necessidades sociais e derivada da prática

histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de

trabalho onde a prática profissional só se desvenda a partir de sua inserção na

sociedade.

Para apreender o significado social da prática profissional supõe inseri-la

no conjunto das condições e relações sociais que lhe atribuem um sentido

histórico e nas quais se torna possível e necessária, tendo assim que elucidar o

significado social da profissão na sociedade capitalista, buscando apreender as

implicações sociopolíticas deste exercício profissional inscrito na divisão social

do trabalho.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

11

1.1) A base do Serviço Social.

Nas décadas de 20 e 30, surge a questão social, que segundo

Yamamoto e Carvalho,

“A questão social, seu aparecimento, diz respeito

diretamente à generalização do trabalho livre numa

sociedade em que a escravidão marca profundamente

seu passado recente. Trabalho livre que se generaliza

em circunstâncias históricas nas quais a separação entre

homens e meios de produção se dá em grande medida

fora dos limites da formação econômico-social brasileira”

(2008:125)

A questão social surge da necessidade do mercado de trabalho de se

adequar nos moldes de trabalho capitalista, nascendo a força de trabalho que

se torna em mercadoria. A exploração abusiva a que o trabalhador era

submetido afetava diretamente a sua capacidade de trabalho, diante disto os

mesmos começarão a se desenvolver em busca de direitos trabalhistas em

uma que seria sua eterna luta defensiva contra os donos dos meios de

produção e assim aparentemente tornam-se uma ameaça as maiores sagrados

valores que a sociedade tem “a moral, a religião e a ordem pública”, então

surge a necessidade da compra da força de trabalho.

“Na verdade, a exploração de uma classe sobre a outra é

condição para acumulação e reprodução do capital, de

um lado, e da reprodução da força de trabalho, por outro

lado. Entretanto, além de uma relação de

exploração/dominação, das relações de produção

capitalistas têm uma natureza dialética e, por isso mesmo,

somente podemos compreendê-las numa perspectiva

global, a partir do próprio conceito de modo de produção

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

12

como uma “totalidade histórica significativa”. (Mota

2008:106)

“A compra e venda dessa mercadoria especial sai da pura esfera

mercantil pela imposição de uma regulamentação jurídica de mercado de

trabalho através do Estado...” (Iamamoto e Carvalho 2008:126)

Toda a regulamentação jurídica da época eram chamadas de Leis

Sociais que surgem em conjunturas históricas e,

Segundo Iamamoto e Carvalho, “marcam o deslocamento

da “questão social” de um segundo plano da história cai

para, progressivamente, colocá-la no centro das

contradições que atravessam a sociedade. Ao mesmo

tempo, a “questão social” deixa de ser apenas

contradição entre abençados e desabençoados pela

fortuna, pobres ou ricos, entre dominantes e dominados,

para constituir-se essencialmente, na contradição

antagônica entre burguesia e proletariado...” (2008,126 e

127)

O grande desenvolvimento da sociedade urbano-industrial é marcado

por conflitos de classe, crescimento da classe urbano operário e lutas sociais

contra a exploração do trabalho e pela defesa dos direitos sociais e de

cidadania.

O implantação do Serviço Social acontece ao decorrer

deste processo histórico e segundo Yamamoto e

Carvalho, ”A pressão exercida pelo proletariado-presente

mesmos nas conjunturas específicas em que sua luta

não se faça imediata e claramente presente enquanto

manifestações abertas-permanece constantemente

como pano de fundo a partir do qual diferentes atores

sociais mobilizam políticas diferenciadas. Essas políticas

demarcarão os limites dentro dos quais irá surgir e atuar

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

13

o serviço social – a caridade e a repressão – limites em

relação aos quais deve se constituir uma alternativa”.

(2008;128)

A partir da década de 40 o Serviço Social foi reconhecida na divisão

social do trabalho estando vinculada a grandes instituições assistenciais,

estatais, paraestatais ou autárquicas, especialmente na década supracitada.

1.2) A Institucionalização do Serviço Social em São Paulo e no

Rio de Janeiro.

O Serviço Social surge como iniciativa particular de uns grupos e frações

de classe, com bases ideológicas bem delimitadas, e intermédio da igreja

católica, chamados de Movimento Católico leigo, responsáveis pela ação social

da Igreja Católica junto aos mais vulnerabilizados com crianças e mulheres,

onde se formavam por meio de fontes de recrutamento e formação para

agentes sociais. A partir dos anos 30/40, a época em que crescem as lutas

sociais dos trabalhadores e dos populares mais empobrecidos, vinham das

classes mais ricas, as ações assistenciais, religiosos e filantrópicos mostram-se

sem recursos para atender as necessidades sociais; neste mesmo espaço de

tempo o Estado vem assumindo a regulação das mediações entre as classes,

criando um conjunto de medidas em que legitimando a questão social também

a enquadra juridicamente, visando controlar os trabalhadores e tensões criadas

das classes sociais. Entre várias pesquisas entendemos que as formas de

enquadramento da população operária foi a criação da Consolidação das Leis

do trabalho (CLT), salário mínimo, a legislação sindical e outras de formas

controladoras e paternalistas.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

14

“O Estado brasileiro transformou a questão social em problema de

administração, desenvolvendo políticas e agências de poder estatal nas mais

diversos setores da vida nacional”. (Yasbek, Martinei e Raicheis 2008; 5)

“Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço

Social surge como parte de um movimento social mais

amplo, de bases confessionais, articulado à necessidade

de formação doutrinária e social do laicato, para uma

presença mais ativa da Igreja Católica no “mundo

temporal”, nos inícios da década de 30, na tentativa de

recuperar áreas de influência e privilégios perdidos, em

face da crescente secularização da sociedade e das

tensões presentes nas relações entre Igreja e Estado, a

Igreja procura superar a postura contemplativa.

Fortalece-se defensivamente, e, diretamente orientada

pela hierarquia, procura organizar e qualificar seus

quadros intelectuais laicos para uma missão missionária

e evangelizadora na sociedade...” (Iamamoto, 2007, 18)

No ano de 1932 foi criada em São Paulo o CEAS – Centro de Estudos e

Ação Social, a entidade que seria responsável pela primeira Escola de Serviço

Social do Brasil, este surge após um curso intensivo de formação social para

moças onde a direção do curso coube a Mlle. Adélle de Loneux, professra da

Escola Católica de Serviço Social da Bégica. O CEAS vem com objetivo de

difundir a doutrina e a ação social da Igreja Católica, cuja as moças tinham

noções de filosofia moral, religião, direito constitucional e administrativo,

higiene social e outros, visitando também instituições beneficentes, houve

grande aceitação dentre as jovens católicas da época, que após a conclusão

criam uma associação de ação social.

Segundo Iamamoto e Carvalho, “O objetivo central do

CEAS será de “promover a formação de seus membros

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

15

pelo estudo da doutrina social da igreja e fundamentar

sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento

aprofundado dos problemas sociais” e “adotar uma

orientação definida em reação aos problemas a resolver,

favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas

diferentes atividades de caráter cai” 2008;169)

A igreja se torna uma força altamente influenciadora de

pensamentos e ações, diante disto segundo Iamamoto e

Carvalho, ”,,, Deus é a fonte de toda justiça, e apenas

uma sociedade baseada nos princípios da cristandade

pode realizar a justiça social ,,, a sociedade é vista pela

igreja como um todo unificado através das conexões

orgânicas existentes entre seus elementos, que se

sedimentam através das tradições, dogmas e princípios

morais de que ela é depositária”. (2008;158)

A igreja católica através do movimento laico trará para si a

responsabilidade de reunificar e recristianizar á sociedade burguesa, este era o

pensamento da Igreja católica e de seus membros que tinham como

perspectiva influir na vida social por meio de ações sociais.

Em 1934, acontece a primeira “Semana de Ação Católica”, que foi de

iniciativa de leigos na defesa de princípios religiosos e morais católicos.

No ano de 1936, diante de vários esforços de alguns grupos católicos é

fundada a 1ª Escola de Serviço Social de São Paulo, a primeira a existir no

Brasil, a mesma se instituiria com visões francesa e belga, a partir de uma

perspectiva ética, social e técnica da formação profissional.

Segundo Yasbek, Martinelli e Raichellis, a visão do serviço social nesse

momento é da adaptação do indivíduo ao meio e do meio ao indivíduo, numa

perspectiva de “restauração e normalização da vida social”. (2008;11)

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

16

“Em 1938, será organizada a Seção de Assistência

Social, que, tendo por finalidade “realizar o conjunto de

indivíduos ou grupos às condições normas da vida”,

organizada para tal: o Serviço Social dos Casos

Individuais, a Orientação Técnica das Obras Sociais, o

Setor de Investigação e Estatística e o Fichário Central

de Obras e Necessitados. O método central a ser

aplicado é definido como sendo o Serviço Social de

Casos Individuais, devendo-se “estimular o necessitado,

fazendo-o participar ativamente de todos os processos

que se relacionam com seu tratamento (...) utilizar todos

os elementos do meio social que possam influenciá-lo no

sentido desejado, facilitando sua readaptação” e propiciar

uma auxílio material reduzido ao mínimo indispensável,

“para não prejudicar o tratamento” (Yamamoto e

Carvalho, 2008; 175).

Em 1937 foi fundada a 1ª Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro e

2ª Escola de Serviço Social no Brasil, sua fundadora foi a Stella de Faro, junto

com o curso de formação familiar do Instituto Social do Rio de Janeiro. A

primeira semana de Ação Social do Rio de Janeiro foi considerada um marco

para a instalação do serviço social na república.

“..Surgem, cronologicamente, em 1937 o Instituto de

Educação Familiar e Social – composto das Escolas de

Serviço Social (Instituto Social) e Educação Familiar –

por iniciativa do Grupo de Ação Social (GAS), em 1938 a

Escola Técnica de Serviço Social, por iniciativa do Juízo

de Menores e, em 1940, é introduzido o curso de

preparação em Trabalho Social na Escola de

Enfermagem Ana Nery (escola federal)... “(Yamamoto e

Carvalho,2008; 181)

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

17

“Finalmente em 1940, é introduzido o Curso de

Preparação em Trabalho Social na Escola de

Enfermagem Ana Nery. Este curso, que dará origem à

Escola de Serviço Social da Universidade do Brasil, será

pouco significativo no período estudado, entre outros

fatores por sua interrupção durante o engajamento do

país na Segunda Guerra Mundial. Constituirá, no entanto,

a primeira iniciativa direta do governo federal para a

formação de Assistentes Sociais.” (Yamamoto e

Carvalho, 2008;186)

No decorrer da década de 40, no Estado Varguista, o trabalho com

famílias pobres foi priorizado, com o amparo e educação a famílias carentes,

sendo objetivado por três centros familiares criado pelo CEAS, sendo os

mesmos locais de estágio para alunas do curso de serviço social.

Neste contexto, no período Vargas, em 42, foi criada a Legião Brasileira

de Assistência – LBA, que foi a primeira instituição assistencial nacional para

atender famílias dos expedicionários brasileiros que foram chamados a

Segunda Guerra Mundial, ao término da mesma a LBA volta-se à filantropia e

benemerência, onde voltava-se para o trabalho com os mais pobres “movendo”

a sociedade civil e o trabalho feminino, surgindo assim o “primeiro-damismo”,

vinculada a primeira dama Darcy Vargas. Ainda neste período surgem as

instituições patronais como o Sistema S - SESI, SESC e SENAI.

Segundo Iamamoto, “Se o Serviço Social surge no seio

do movimento católico, o processo de profissionalização

e legitimação da profissão encontra-se estreitamente

articulado à expansão das grandes instituições sócio-

assistenciais estatais, paraestatais e autárquicas, que

surgem especialmente na década de 40...“ (2007; 30)

Em 1947 acontece o I Congresso Brasileiro de Serviço Social marcando

o início de valorização dos encontros nacionais, constituídos de polêmicas

profissionais, junto com influência norte-americana no Brasil e na América

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

18

Latina com novas abordagens profissionais de grupo e comunidade,

incorporando assim teorias estrutural-funcionalistas, difundida especialmente

por organizações internacionais por meio da criação da Organização das

Nações Unidas.

O Serviço Social foi reconhecido como profissão liberal pelo Ministério

do Trabalho em 1949 (Portaria nº 35 de 19/4/49), seu desempenho foi

vinculado a instituições públicas e privadas como responsáveis por

implementação de políticas e programas sociais e assim vai transformando o

perfil do serviço social em trabalho assalariado, mesmo com todas as

transformações a profissão mantinha fortes traços da doutrina católica, como

valorização de qualidades morais, pessoais, o discurso humanitário, altruísta e

desinteressado.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

19

CAPÍTULO 2

O SERVIÇO SOCIAL EMPRESARIAL, O INÍCIO DE

UMA NOVA FASE.

Historicamente as empresas sempre usufruíram de serviços prestados

pelo assistente social, quando os contrata altera várias formas de assistência

aos trabalhados. (ver Iamamoto e Carvalho, 1982:83, 137-41,284-5)

A presença do assistente social nas empresas demonstra a necessidade

de expansão da responsabilidade social para com os funcionários, ou seja, o

assistente social seria requisitado para desenvolvimento dos trabalhos de

cunho assistencial e educativo junto ao empregado e sua família, este é de

importância fundamental, pois em unidade as decisões contribuem para

mudanças.

Justificando a escolha por assistentes sociais nas unidades

empresariais, se fundamenta pela preservação da qualidade de força de

trabalho dos empregados que pode ser influenciado por questões advindas

externamente, podendo ou não dificultar suas atividades laborais.

2.1) Novas idéias e novos pensamentos: o recomeço.

Este período iniciou-se na década de 60, especificamente no pós 64, no

golpe militar de Getúlio Vargas, acontecia à expansão do “fordismo à brasileira”

por meio do chamado Milagre Brasileiro, onde se iniciava a produção em

massa de automóveis e eletrodomésticos pra o consumo de massa restrito,

algo que já vinha acontecendo desde 1955, com Plano de Metas que era mais

agressivo neste período Varguista, um momento que havia mudanças nos

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

20

direitos sociais mas em meio a restrição dos direitos políticos e civis, se inicia

uma mudança ideopolítica para o Serviço Social chamando-se Movimento de

Reconceituação, onde assistentes sociais buscavam contestações sobre a

profissão, como expressão de condicionamentos históricos que colocam novas

exigências de ação profissional, diante da explicação de Mota, o movimento

era de natureza teórico-prática, defendendo assim uma nova postura do

Serviço Social em face da realidade social da América Latina, apresentando-se

como um processo que, embora não se excluindo de determinações históricas

objetivas, refuta o Serviço Social tradicional em prol de uma nova proposta de

prática que atenda prioritariamente ao projeto dos trabalhadores.

O Movimento de Reconceituação se cria a partir da

negação de uma prática conservadora, desenvolvendo

assim uma nova identidade política ideológica, afirmando

um compromisso político com a classe subalterna e

segundo Carvalho, “A constatação do conservadorismo

da ação profissional, da existência de projetos sociais

antagônicos e, finalmente, da impossibilidade de uma

prática profissional neutra levou o movimento a

constestar a organicidade do Serviço Social com o capital

e a postular a inversão do “nexo político no sentado de

uma vinculação com a classe dominada”. (1983, 14).

No período em que o Brasil vivenciava a Ditadura Militar, houve grande

repressão política, grupos crescentes de assistentes sociais questionavam e

assumiam inquietações e insatisfações profissionais, em dado momento que a

conjuntura sócio-histórica era de intenso movimento político-cultural e que

intelectuais, trabalhadores e a classe popular buscava, a defesa de projetos de

transformação social.

O processo de Reconceituação não era somente no Brasil e sim em toda

a América Latina, o movimento era em níveis: teórico, metodológico,

técnico/operativo e ideopolítico, buscando a construção de um novo projeto

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

21

profissional onde assistentes sociais comprometiam-se com demandas e

interesses dos trabalhadores e camadas mais populares nas políticas públicas.

Em dado momento desdobramentos históricos e diferentes tendências na

profissão se definem, incidindo assim nos fundamentos teóricos e

metodológicos da profissão diferenciando sua intervenção profissional.

2.2) O Serviço Social Empresarial.

Segundo Mota, “quando a empresa capitalista requisita

um assistente social legitima a ação profissional no limite

dos seus interesses, reconhecendo assim que os

serviços historicamente prestados pelos mesmos

atendem as suas necessidades, mesmo assim não

permite a identificação que as expectativas institucionais

se realizariam”. (2008;51)

Diante de alguns conceitos, a empresa é uma instituição cujo objetivo é

gerenciar capital e trabalho na produção de bens e serviços que se

transformam em mercadorias, assim assegura a valorização do capital,

acumulando-o e reduzindo-o e tendo na produção da mais-valia um

instrumento para obtenção de lucros, onde sua existência numa totalidade

histórica é permeada por pactos econômicos, políticos, sociais e ideológicos. A

empresa privada está completamente imersa na dinâmica social global e a

atuação do assistente social se torna delimitada, pois no momento em que é

requerido o profissional exige-se a criação de novas ações para atender

prerrogativas específicas como os problemas sociais dos empregados que

afetam a produtividade da força de trabalho.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

22

Após a Constituição de 1934, no período chamado Estado Novo a

política econômica se coloca a disposição do serviço da industrialização, o

Estado busca incentivar a indústrias básicas organizando o mercado de

trabalho através de empresas estatais e de economia mista, apoiando a

acumulação de capital deste setor. Podem-se ver mecanismos de exploração

econômica e dominação política para um aprofundamento capitalista.

Segundo Netto (2001), “pode-se falar propriamente do

Serviço Social de empresa, a partir do desenvolvimento

industrial, principalmente nos anos do “milagre” mas não

exclusivamente pelo crescimento industrial mas

determinado também pelo pano de fundo sócio-político

em que ele ocorre e que instaura necessidades

peculiares de vigilância e controle de força de trabalho no

território da produção”.

Segundo Iamamoto e Carvalho, “... a nova fase de

aprofundamento do capitalismo sob uma conjuntura

política diferenciada e sua adesão às novas formas de

dominação e controle do movimento operário cuja

especificidade será dada pelo populismo e

desenvolvimentismo, onde a procura do consenso se

sobrepõe a simples coerção. O patronato, a burguesia

industrial que solidifica sua organização enquanto classe

no período em foco, estará firmemente ancorada nos

princípios do liberalismo do mercado de trabalho e

privatismo da relação de compra e venda da força de

trabalho, como pressuposto essencial de sua taxa de

lucro e acumulação. Toda a sua ação política –

principalmente nos momentos em que cresce a pressão

pela regulamentação social da exploração da força de

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

23

trabalho – estará voltada para a manutenção desse

estatuto. ( 2008,135 )

Anteriormente a este período o empresariado já interessado destaca

dois aspectos de sua prática que diretamente se relacionam com a implantação

e desenvolvimento do serviço social; a primeira relata sua crítica à falta de

mecanismos de socialização do proletariado, ou seja, instituições que

objetivassem ter trabalhadores integrados física e psiquicamente. Diante

destas questões citadas pelos donos dos meios de produção, foram criadas as

Leis Sociais, onde a lei de férias remuneradas, código de menores, limitação

da jornada de trabalho e etc., seriam um ”disciplinamento do tempo

conquistado pelo proletariado contra o capital”.

O outro aspecto é tratado no universo da política assistencialista

desenvolvida pelo empresariado no âmbito da empresa. Os mecanismos

assistenciais aplicados pelos empresários apresentam de forma mais

elaborada em grandes empresas, tendo um custo adicional reduzido ou quase

nenhum, buscando o controle social incrementando a produtividade e

aumentando assim a taxa de exploração.

Seguindo a década de 30, as legislações Sociais são revistas e

ampliadas para – 8 horas de trabalho, menores, mulheres, férias, juntas de

conciliação e julgamento, contrato coletivo de trabalho etc.

“O reconhecimento, ou melhor, a ampliação e

generalização do reconhecimento da cidadania do

proletariado se dá dentro de uma redefinição das

relações do Estado com as diferentes classes sociais e

se faz acompanhar de mecanismos destinados a integrar

os interesses do proletariado através de canais

dependentes e controlados.” (Iamamoto e Carvalho;

2008, 152)

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

24

No mesmo período o Ministério do Trabalho, organizado a partir do

Governo Provisório, apresentar-se-á como o “Ministério das Revoluções” pela

modernização e justiça social, após este acontecimento é decretada a “Lei dos

Dois Terços”, que estatui a obrigatoriedade de cada empresa mantendo aquela

proporção de empregados brasileiros.

Não podemos relatar que as empresas são tradicionalmente

empregadoras de assistentes sociais, isto é, tiveram sua porcentagem de

importância, pois a influência foi positiva na institucionalização da profissão na

década de 40, quando as primeiras experiências remontam à criação dos

Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS), Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Social da Indústria (SESI), mas a

inclusão do serviço social na empresa foi notório a partir da década de 60,

quando avançam os processos de industrialização e expressão política da

classe trabalhadora, criando condições objetivas para o surgimento da

profissão no setor empresarial.

Em 1947 foi relatado pela Escola de Serviço Social de São Paulo 38

terceiranistas, 26 estavam realizando o estágio final, ocupando o cargo de

assistentes sociais, destas 12 restantes, 8 eram funcionárias dos IAPS.

Na Companhia Nacional de Estamparia em Sorocaba (SP) diante da

legislação trabalhista o assistente social passa a se associar a concessão de

benefícios, como a licença a maternidade, acidentes de trabalho,

aposentadoria , seguro de vida e etc. ; sempre articulados a conquista da

simpatia de uma parcela do operariado, consistindo assim para o controle do

fator humano da produção; seleção profissional, prevenção de acidentes,

“vigilância sobre a saúde dos funcionários”, vigilância sanitária e assistência às

gestantes e nutrizes. Ainda na mesma empresa havia uma unidade industrial

com creche, duas vilas operárias com igreja, grupo escolar, creche, escola

maternal, congregação mariana e instalações esportivas.

Nas primeiras experiências de Serviço Social empresarial, os assistentes

sociais atuarão na racionalização dos serviços assistenciais ou na sua

implantação, como cooperativismo, ajuda mútua e organização de lazeres

lucrativos, juntamente havia a interferência nos encaminhamentos para

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

25

obtenção dos benefícios da legislação social junto a Previdência, ao mesmo

tempo em que garantiria ao trabalhador e sua família um nível de vida moral,

físico e econômico, com correta aplicação das leis trabalhistas, combatendo o

absenteísmo, o relaxamento no trabalho, velar pela moralidade, promover a

conciliação nos dissídios trabalhistas e adaptar o trabalhador e sua função na

empresa.

“Será o “agente de ligação entre o patrão e o operário.

Atendendo a um e outro – atuando de forma autônoma e

independente – ele é o autêntico agente da justiça

social”, “agente de coordenação dos elementos humanos

da produção e da aproximação de classes”.(Iamamoto e

Carvalho, 2008; 209)

O discurso trabalhista do serviço social era de tônica educativa, pois a

classe operária era ignorante e despreparada, assim justificada era a tutela do

assistente social sobre a consciência dos mesmos despertando a visão sobre

responsabilidade social e individual para a compreensão dos seus direitos e

deveres.

Para melhor entendermos as razões do assistente social

empresarial, devemos tratar sobre a empresa, um

estudioso chamado Bravermann afirmou que a “empresa

é uma sociedade que realiza seu trabalho através da

divisão do trabalho. Na empresa existem funções básicas

que se subdividem em outras funções, formando um todo

de tarefas variadas e inter-relacionadas, que segundo o

mesmo autor, seriam mercadejamento, gerência e

coordenação social e sobre a função desta: a

complexidade da divisão do trabalho, que o capitalismo

desenvolveu (...) e a sociedade urbana, concentrada que

pretende manter massas imensas em equilíbrio, exigindo

enorme quantidade de coordenação social, como nunca

antes. Uma vez que a sociedade capitalista resiste e de

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

26

fato não tem meios para desenvolver um mecanismo

geral de planejamento social, muitas dessas funções

públicas passam a ser assunto interno nas empresas. O

(...) preenchimento de lacuna pela empresa é movido

simplesmente por motivações capitalistas”.

(1981;226:229)

O discurso do empresário é límpido quando o mesmo diz que as

motivações capitalistas são centradas na reprodução da força de trabalho e na

a cumulação e reprodução do capital como demonstra o depoimento que segue

relatado pela autora: Eu acho que se a empresa quiser se manter no mercado

a mesma tem que se preocupar com a qualidade de vida do empregado antes

de pensar em qualquer coisa que se queira fazer em termos de qualidade de

produto e expansão de atividades, no momento em que se têm o empregado

com boa qualidade de vida, se têm produção de qualidade e mercado em

expansão.

Ou seja, para o empresariado a qualidade de vida é importantíssima

para a reprodução da força de trabalho. Na realidade a empresa troca a força

de trabalho por lucro, isto é relação contratual de compra e venda, a compra da

força de trabalho pelo pagamento do salário mantendo as condições de

exploração do trabalhador.

Segundo Mota, “o contrato de venda e compra da força

de trabalho é fornecido por um conjunto de práticas

sociais, revestido por um manto ideológico que tenta não

somente esconder a dominação e exploração da classe

capitalista, como também, e principalmente, fazer passar

tal relação como justa e vantajosa para ambas as partes,

assim a questão social passa a ser assumida pela a

empresa dentro de um contexto que é permeado tanto

pela existência de “pactos de dominação”, isto é, com o

Estado, através de suas políticas de reprodução geral do

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

27

capital, como por uma tensão entre empregado-

empregador, identificada na pressão que a classe

trabalhadora exerce pela via dos “seus” problemas,

interferindo no processo organizativo da produção.

Diante destas questões o trabalhador submete-se ao capitalismo

trazendo seu destino individual e coletivo, com suas necessidades e

aspirações criadas pela empresa.

“A situação objetiva do trabalhador, que é evidenciada no

desequilíbrio entre o salário recebido e a precária

capacidade de consumo dos bens necessários à sua

manutenção e reprodução como força de trabalho,

demonstra claramente que o livre-mercado nada tem de

livre, pois o trabalhador, por possuir apenas uma

mercadoria, isto é, sua força de trabalho, é, de fato

obrigado a vendê-la ao preço médio estatuído pelo

capitalista, sob pena de não poder sobreviver.” (Ver Marx,

1978c: 80-4 e 88-95.)

Quando o trabalhador se torna vulnerável as exigências do capital, é

incontestável sua dominação, algo que resultou há décadas o processo de luta

entre classes, hoje, a crescente exploração trabalhista cria maiores condições

para a valorização do capital e também gera a pauperização dos trabalhadores

manifestando os “problemas do trabalhador ou problemas sociais” (chamados

por diversas empresas). Para que haja estas situações e manter o equilíbrio

empregado-empregador a empresa requisita o assistente social.

Primeiramente, a empresa solicita a ação do assistente social

entendendo que é um elemento capacitado para atuar nos setores de Recursos

Humanos desenvolvendo ações de caráter educativo mediante a prestação de

serviços sociais.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

28

Em contrapartida a empresa ao colocar os serviços sociais, direciona

seus objetivos para a redução de custos, concentração de riqueza,

desemprego, desproteção social, terceirização, desmonte das políticas de

incentivo a independência econômica objetivando a maximização dos lucros.

Geralmente este é o discurso dos empresários quando justificam a ação

do assistente social na empresa, mediando interesses do empregador e do

empregado com finalidade de evitar interferências que prejudicassem o

processo produtivo, mesmo assim existem outras justificativas para contratação

do assistente social. Existe uma definição correta para a ação profissional mas

quando se é perguntado ao empresário sobre a contratação dos mesmos

responde que ora seria para resolver problemas dos empregados, ora para

objetivos da empresa, ora formas de intervenção da profissão, mas Mota cita

“...a necessidade de manutenção e reprodução material e espiritual da força de

trabalho”. (2008, 69)

Segundo a fala das empresas, o assistente social estaria administrando

os benefícios sociais. Antes um trabalho improvisado, empírico e desarticulado,

realizado por funcionários administrativos ou para modernizar o gerenciamento

de carências sociais do trabalhador, compondo as equipes técnicas de

recursos humanos, mas o mesmo também atua em questões como acidentes,

alcoolismo, absenteísmo, insubordinação, conflitos familiares, doenças,

dificuldades financeiras etc.

“Quando as carências são identificadas o profissional

intervêm de forma que se faz a triagem das mesmas

tendo como parâmetro disponibilidade de atendimento da

empresa, consequentemente, serão seus conhecimentos

sobre carência e objetos de suprimento que pautarão

qualitativa e quantitativamente a assistência prestada”.

(Mota 2008; 72)

Para Iamamoto (2001), “na atualidade, ocorre uma

ampliação das demandas: atuação dos assistentes

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

29

sociais nos Círculos de Controle de Qualidade – CCQ –

em equipes interprofissionais, nos programas de

qualidade total. Visando a qualidade do produto, é

imprescindível a adesão dos trabalhadores às metas

empresariais da produtividade da competitividade, sendo

relevante, paralelo ao discurso de valorização do

trabalhador os chamamentos à participação, o discurso

da qualidade, da parceria e da cooperação”.

Com todas estas questões para solucionar o Serviço Social deve

construir práticas passíveis a satisfazer exigências da empresa e assim firmar

seu lugar na divisão técnica do trabalho, sendo praticamente um agente

conciliador e apaziguador de conflitos de interesses entre empregador e

empregado, pautando-se nas habilidades do profissional e metodologia de

intervenção.

A descrição da intervenção do profissional, no que se percebe em tese,

é que o empresariado obtém a cumplicidade do serviço social para afirmar sua

dominação, o que é feito quando este fornece informações a cerca da vida ou

dilui a problematização que o trabalhador que o trabalhador faz de sua

realidade. Isso permite à empresa manter viva a força de trabalho,

reproduzindo-a material e espiritualmente e assegurando também, a disciplina

necessária ao processo de trabalho.

Neste sentido, as exigências institucionais são respondidas de forma a

consolidar uma identidade de objetivos entre a empresa e a profissão.

Para além do controle ou da difusão de valores, a empresa é

contundente ao dizer que o assistente social é necessário à instituição na

medida em que é o “ouvinte” da catarse do empregado carente, sobretudo

quando despolitiza a problematização do trabalhador acerca de suas condições

de vida e de trabalho, metamorfoseando num desabafo momentâneo,

emocional e individual.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

30

“Segundo Carvalho o ideário profissional assume o

próprio projeto empresarial, ao desconsiderar os

trabalhadores enquanto classe e, conseqüentemente,

suas expressões de negação da exploração, o que auxilia

o capital na atualização se suas formas de manipulação

da desigualdade. Nesse sentido, o assistente social não

passaria de um agente intelectual em sua vinculação

orgânica com a classe dominante.” (1983: 78,86)

É importante salientar que as empresas têm valores éticos, mas com a

sua legitimidade com o lucro, utiliza-se da mais valia para maior crescimento

econômico, por isso é necessário fazer com que o projeto profissional do

serviço social seja efetivado e consolidado nas diversas empresas privadas.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

31

CAPÍTULO 3

O PROJETO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL

E SUAS MUDANÇAS NECESSÁRIAS.

Em 1998, entre os dias 20 e 24 de Julho aconteceu na cidade de

Goiânia o IX CBAS com o tema de “Trabalho e Projeto Ético-Político

Profissional”, com o objetivo da necessidade de conhecer o projeto. Sem a

inserção da discussão abrem-se lacunas quanto à sociabilidade das idéias na

atuação do profissional. Este marcou o início de uma tendência de valorização

crescente dos encontros nacionais cada vez mais maciço e reveladores dos

debates e polêmicas profissionais.

O Projeto Ético Político é de importância coletiva, mas a princípio é

necessário ter clareza de suas particularidades.

A questão principal é: O que é o Projeto Ético-Político do Serviço Social?

3.1) O que è o Projeto Ético-Político Profissional?

O serviço social com o projeto ético-político trabalha a questão ética e

política como dimensões fundamentais na formação profissional, este é

designado como ético-político pois não se limite as questões morais e

prescrição de direitos e deveres, mas sim a ideologia e direção política

profissional.

Em 1947 surge o primeiro código de ética onde os eixos centrais seriam

a moral e posicionamento conservador, pois se vivia em um período que houve

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

32

uma forte influência norte-americana no Brasil e na América, com a

incorporação das teorias estrutural-funcionalista e de novas abordagens

profissionais (grupo e comunidade), no bojo da ideologia que foi difundida por

organismos internacionais com a criação da ONU em 1945.

O segundo código de ética surge em 1965, que teve como motivação a

regulamentação jurídica da profissão, onde ocorre um grande aumento do

número de escolas da profissão, interiorização das prefeituras de cidades

pequenas e médias; abertura para o campo industrial; incorporação de novas

funções, como coordenação, planejamento e administração de programas

sociais, que revelou maior sistematização teórico e técnica.

No ano de 1975, e nenhum debate sobre a ética foi privilegiado.

O quarto código é datado de 1986, onde acontece a devida inclusão do

serviço social na divisão sócio-técnico do trabalho cujo seu marco histórico e

documental foi à ruptura com a ética tradicional se opondo ao neotomismo e

buscando uma superação universal aos conceitos humanísticos de bem

comum.

Ainda nesta década de 70, em 1979, acontece o III Congresso Brasileiro

de Assistentes Sociais que ficou conhecido como o marco de rompimento com

a tradicionalidade, virando a página do Serviço Social brasileiro, este

congresso é evidenciado como o “Congresso da Virada”. Localiza-se então a

gênese do projeto ético-político, avançando nos anos 80 e consolidando-se nos

anos 90 estando em construção, fortemenete tencionado pelos rumos

neoliberais da sociedade e por uma nova reação conservadora no se4io da

profissão nesta década.

Na década de 90, especificamente em 1993, surge o atual código de

ética, trazendo um projeto profissional com propostas emancipatórias, base do

compromisso ético-político, com avanço teórico, com valores emancipatórios,

explicitando valores éticos fundamentais como: liberdade, equidade, justiça

social, articulando-se a democracia e cidadania. Este se compromete com os

interesses da classe trabalhadora, pois as idéias do movimento de

reconceituação estavam somando ao processo de redemocratização da

sociedade brasileira transitam para um serviço social renovador.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

33

Este código implica também no compromisso com aprimoramento

intelectual do assistente social.

Mutafa apud Seixas, 2007: 27, afirma que o projeto ético–

político aponta: “Para um compormisso com o

aprimoramento intelectual, para possibilitar a

competência profissional. E esta competência se revela,

no cotidiano, na implementação de programas e políticas

sociais. Compete ao profissional desvendar a lógica, os

fundamentos e a direção de tais políticas e programas,

produzir um acúmulo de conhecimento sobre o seu

significado e repassar, para o usuário, tanto o serviço –

com boa qualidade – quanto à concepção nela contida”.

O Código de Ética de 1993 reafirma o processo de construção do projeto

ético-político quando afiram seus onze princípios:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

[ Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas

políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos

indivíduos sociais;

[ Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do

autoritarismo;

[ Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de

toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das

classes trabalhadoras;

[ Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da

participação política e da riqueza socialmente produzida;

[ Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure

universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e

políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

34

[ Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o

respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à

discussão das diferenças;

[ Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais

democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o

constante aprimoramento intelectual;

[ Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de

uma nova ordem societária, sem dominaçãoexploração de classe, etnia e

gênero;

[ Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que

partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;

[ Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o

aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

[ Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por

questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,

opção sexual, idade e condição física.

O projeto ético político se constitui a partir de três dimensões como:

• Dimensão da produção de conhecimentos no interior do serviço social: É

a esfera da sistematização das modalidades práticas da profissão, onde

se apresentam os processos reflexivos do fazer profissional e

especulativos e prospectivos em relação a ele, esta tem como parâmetro

a afinidade com as tendências teórico-críticas do pensamento social.

• Dimensão político-organizativa da profissão: Neste refere-se aos fóruns

de liberação quanto as entidades representativas da profissão, como

CFESS/CRESS (Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social), a

ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social

e as demais Associações político-profissionais, além do movimento

estudantil representado pelo conjunto de CA’S e DA’S (Centros e

Diretórios Acadêmicos das escolas de Serviço Social)) e pela ENESSO

(Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social. É através dos

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

35

fóruns consultivos e deliberativos destas entidades representativas que

são tecidos os traços gerais do projeto, quando são reafirmados (ou

não) determinados compromissos e princípios.

• Dimensão jurídico-política da profissão: Aqui se encontra o aparato

jurídico-político e institucional da profissão que envolve um conjunto de

leis e resoluções, documentos e textos políticos consagrados no seio

profissional, existe nesta duas dimensões articuladas entre si

complementando uma a outra , como o aparato político-jurídico

estritamente profissional e um aparato jurídico-político que é abrangente,

no primeiro existem componentes criados e legitimados pela categoria

como: o Código de Ética Profissional, a Lei de Regulamentação da

Profissão (Lei 8662/93) e as Novas Diretrizes Curriculares; a segunda

são as leis advindas da Ordem Social da Constituição de 1988 que foi

fruto de lutas que envolveram os assistentes sociais.

Todas são articuladas e compõe o corpo do material do projeto ético

político profissional que deve ser compreendido como construção coletiva

tendo uma determinação social envolvendo valores, compromissos sociais,

princípios que permanentemente são discutidos. Este projeto obtém análises

precisas da realidade para ações políticas coerentes com o compromisso

profissional.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

36

CONCLUSÃO

Desde o início da profissão os assistentes sociais sempre discutiram a

cerca das novas configurações do mundo do trabalho que nos apontam várias

direções teóricas e dizem a respeito da questão social e seus impactos nas

políticas sociais do Brasil e os mesmos sempre foram requisitados pelas

empresas para atuar nas relações capital e trabalho buscando amenizar os

conflitos, criando condições para aumento da produtividade. No processo de

reestruturação produtiva, com globalização, inovações tecnológicas, com as

transformações societárias ocorre uma ampliação do espaço dos profissionais

na área de Recursos Humanos das empresas, por possuir habilidades e

competências para trabalhar com pessoas, formando vínculos, parcerias e

mediações, exercendo funções voltadas à implantação de programas de

qualidade. Esta se caracteriza por aumento de demandas para o serviço social,

as ações no âmbito empresarial sempre estiveram direcionadas a execução de

políticas das organizações, atualmente as ações se desdobram na área de

planejamento de políticas principalmente no desafio de qualidade de vida no

trabalho.

A história da profissão parece demonstrar que sua ação se tem

construído tendo em vista constatação de “problemas sociais” face a atuação

de políticas sociais do Estado e/ou de instituições particulares, pra quem é

chamado a intervir, portanto possui uma clientela composta de indivíduos

considerados “problemáticos”, dentro dos mais diversos contextos sociais, e

não podemos negar a existência do trabalhador na formação profissional dos

assistentes sociais, pois a consciência social se une a totalidade das relações

de produção com o modo de produção da vida material condicionando-os ao

processo de vida social, política e espiritual, fazendo com que os indivíduos

tenham uma posição distinta e contraditória diante de expressões capitalistas

de dominação e exploração.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

37

Atualmente, existe uma mescla entre as demandas tradicionais e

atuais, diante disto os assistentes sociais devem apreender as mudanças no

âmbito empresarial e não perder seu espaço para outras profissões, não

devem ter visão endógena da profissão, mas sim entender as transformações

ocorrentes na classe proletária incluindo a categoria profissional.

O assistente social também é um trabalhador inserido na divisão sócio-

técnica do trabalho, que vende sua força de trabalho por salário, é requisitado

para atender tanto as necessidades do capital como as do trabalho, visando o

aumento do lucro e da produtividade das organizações.

Diante de trabalhos de conteúdo empresariais vários assistentes

sociais declararam que as empresas são unidades de produção que objetivam

lucros, a intervenção destes profissionais fazem notar problemas de cunho

social onde suas intervenções são essenciais.

No cenário nacional, o processo do mundo do trabalho expressa uma

série de transformações que afetam diretamente o conjunto da vida social,

mediadas pela inserção subalterna do Brasil no sistema capitalista mundial e

pelas particularidades de sua formação econômica, política e social.

Acredita-se que ainda existem brechas para desenvolver um bom

trabalho que procure respeitar os direitos dos trabalhadores, procurando não

perder o seu compromisso profissional com a classe trabalhadora, explicitando

o que consta no Código de Ética da Profissão.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

38

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >>Código de Ética do Serviço Social;

ANEXO 1

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS

APROVADO EM 15 DE MARÇO DE 1993 COM AS ALTERAÇÕES

INTRODUZIDAS PELAS RESOLUÇÕES CFESS N.º 290/94 E 293/94

[ Introdução

[ Princípios Fundamentais

[ Título I - Disposições Gerais

[ Título II - Dos Direitos e Das Responsabilidades Gerais do Assistente Social

[ Título III - Das Relações Profissionais

[ Capítulo I - Das Relações com os Usuários

[ Capítulo II - Das Relações com as Instituições Empregadoras e Outras

[ Capítulo III - Das Relações com Assistentes Sociais e Outros Profissionais

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

39

[ Capítulo IV - Das Relações com Entidades da Categoria e Demais

Organizações da Sociedade Civil

[ Capítulo V - Do Sigilo Profissional

[ Capítulo VI - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento

[ Título IV - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento

[ RESOLUÇÃO CFESS N.º 273/93 DE 13 MARÇO 93

Institui o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais e dá outras

providências.

A Presidente do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, no uso de

suas atribuições legais e regimentais, e de acordo com a deliberação do

Conselho Pleno, em reunião ordinária, realizada em Brasília, em 13 de março

de 1993; Considerando a avaliação da categoria e das entidades do Serviço

Social de que o Código homologado em 1986 apresenta insuficiências;

Considerando as exigências de normatização específicas de um Código de

Ética Profissional e sua real operacionalização; Considerando o

compromisso da gestão 90/93 do CFESS quanto à necessidade de

revisão do Código de Ética; Considerando a posição amplamento

assumida pela categoria de que asconquistas políticas expressas no

Código de 1986 devem ser preservadas; Considerando os avanços nos últimos

anos ocorridos nos debates e produções sobre a questão ética, bem como o

acúmulo de reflexões existentes sobre a matéria; Considerando a

necessidade de criação de novos valores éticos, fundamentados na

definição mais abrangente, de compromisso com os usuários, com base na

liberdade, democracia, cidadania, justiça e igualdade social; Considerando que

o XXI Encontro Nacional CFESS/CRESS referendou a proposta de

reformulação apresentada pelo Conselho Federal de Serviço Social;

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

40

RESOLVE:

Art. 1º - Instituir o Código de Ética Profissional do assistente social em anexo.

Art. 2º - O Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, deverá incluir

nas Carteiras de Identidade Profissional o inteiro teor do Código de Ética.

Art. 3º - Determinar que o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de

Serviço Social procedam imediata e ampla divulgação do Código de Ética.

Art. 4º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação no

Diário Oficial da União, revogadas as disposições em contrário, em especial, a

Resolução

CFESS nº 195/86, de 09.05.86. Brasília, 13 de março de 1993.

MARLISE VINAGRE SILVA

A.S. CRESS Nº 3578 7ª Região/RJ

Presidente do CFESS

INTRODUÇÃO

A história recente da sociedade brasileira, polarizada pela luta dos

setores democráticos contra a ditadura e, em seguida, pela consolidação das

liberdades políticas, propiciou uma rica experiência para todos os sujeitos

sociais. Valores e práticas até então secundarizados (a defesa dos direitos

civis, o reconhecimento positivo das peculiaridades individuais e sociais, o

respeito à diversidade, etc.) adquiriram novos estatutos, adensando o

elenco de reivindicações da cidadania. Particularmente para as categorias

profissionais, esta experiência ressituou as questões do seu compromisso

ético-político e da avaliação da qualidade dos seus serviços.

Nestas décadas, o Serviço Social experimentou no Brasil um

profundo processo de renovação. Na intercorrência de mudanças ocorridas na

sociedade brasileira com o próprio acúmulo profissional, o Serviço

Social se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-se

e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se como profissão reconhecida

academicamente e legitimada socialmente.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

41

A dinâmica deste processo - que conduziu à consolidação

profissional do Serviço Social - materializou-se em conquistas teóricas

e ganhos práticos que se revelaram diversamente no universo

profissional. No plano da reflexão e da normatização ética, o Código de Ética

Profissional de 1986 foi uma expressão daquelas conquistas e ganhos,

através de dois procedimentos: negação da base filosófica

tradicional, nitidamente conservadora, que norteava a "ética da neutralidade",

e afirmação de um novo perfil do técnico, não mais um agente subalterno e

apenas executivo, mas um profissional competente teórica, técnica e

politicamente.

De fato, construía-se um projeto profissional que, vinculado a um projeto

social radicalmente democrático, redimensionava a inserção do Serviço

Social na vida brasileira, compromissando-o com os interesses

históricos da massa da população trabalhadora. O amadurecimento deste

projeto profissional, mais as alterações ocorrentes na sociedade brasileira

(com destaque para a ordenação jurídica consagrada na Constituição

de 1988), passou a exigir uma melhor explicitação do sentido imanente do

Código de 1986. Tratava-se de objetivar com mais rigor as implicações dos

princípios conquistados e plasmados naquele documento, tanto para fundar

mais adequadamente os seus parâmetros éticos quanto para permitir uma

melhor instrumentalização deles na prática cotidiana do exercício profissional.

A necessidade da revisão do Código de 1986 vinha sendo

sentida nos organismos profissionais desde fins dos anos oitenta. Foi

agendada na plataforma programática da gestão 1990/1993 do CFESS.

Entrou na ordem do dia com o I Seminário Nacional de Ética (agosto de 1991)

perpassou o VII CBAS (maio de 1992) e culminou no II Seminário Nacional

de Ética (novembro de 1992), envolvendo, além do conjunto

CFESS/CRESS, a ABESS, a ANAS e a SESSUNE. O grau de ativa

participação de assistentes sociais de todo o País assegura que este novo

Código, produzido no marco do mais abrangente debate da categoria,

expressa as aspirações coletivas dos profissionais brasileiros.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

42

A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os

seus valores fundantes - a liberdade e a justiça social -, articulou-os a

partir da exigência democrática: a democracia é tomada como valor ético-

político central, na medida em que é o único padrão de organização político-

social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da

liberdade e da eqüidade. É ela, ademais, que favorece a

ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao

desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e

sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social. Em

segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício

profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no

relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e

população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a qualidade dos

serviços e a responsabilidade diante do usuário.

A revisão a que se procedeu, compatível com o espírito do texto de

1986, partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma

ontologia do ser social: os valores são determinações da prática social,

resultantes da atividade criadora tipificada

no processo de trabalho. É mediante o processo de trabalho que o ser social se

constitui, se instaura como distinto do ser natural, dispondo de capacidade

teleológica, projetiva, consciente; é por esta socialização que ele se põe como

ser capaz de liberdade. Esta concepção já contém, em si mesma, uma

projeção de sociedade - aquela em que se propicie aos trabalhadores um

pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, o que,

evidentemente, supõe a erradicação de todos os processos de exploração,

opressão e alienação. É ao projeto social aí implicado que se conecta o

projeto profissional do Serviço Social - e cabe pensar a ética como pressuposto

teórico- político que remete para o enfrentamento das contradições postas à

Profissão, a partir de uma visão crítica, e fundamentada teoricamente, das

derivações ético-políticas do agir profissional.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

43

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

[ Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das

demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena

expansão dos indivíduos sociais;

[ Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do

autoritarismo;

[ Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa

primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais

e políticos das classes trabalhadoras;

[ Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da

participação política e da riqueza socialmente produzida;

[ Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que

assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos

programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

[ Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,

incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente

discriminados e à discussão das diferenças;

[ Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes

profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e

compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

[ Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de

construção de uma nova ordem societária, sem dominação-

exploração de classe, etnia e gênero;

[ Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que

partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;

[ Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população

e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

[ Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar,

por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião,

nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

44

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.1º - Compete ao Conselho Federal de Serviço Social:

a) zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste Código, fiscalizando

as ações dos Conselhos Regionais e a prática exercida pelos

profissionais, instituições e organizações na área do Serviço Social;

b) introduzir alteração neste Código, através de uma ampla participação da

categoria, num processo desenvolvido em ação conjunta com os Conselhos

Regionais;

c) como Tribunal Superior de Ética Profissional, firmar jurisprudência na

observância deste Código e nos casos omissos.

Parágrafo único - Compete aos Conselhos Regionais, nas áreas de

suas respectivas jurisdições, zelar pela observância dos princípios e diretrizes

deste Código, e funcionar como órgão julgador de primeira instância.

TÍTULO II

DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO ASSISTENTE

SOCIAL

Art. 2º - Constituem direitos do assistente social:

a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas,

estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios

firmados neste Código;

b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão;

c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na

formulação e implementação de programas sociais;

d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação,

garantindo o sigilo profissional;

e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;

f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos

princípios deste Código;

g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se

tratar de assuntos de interesse da população;

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

45

h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar

serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou

funções;

i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os

direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos.

Art. 3º - São deveres do assistente social:

a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e

responsabilidade, observando a legislação em vigor;

b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da

Profissão;

c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem

a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos

comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes;

d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade

pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades.

Art. 4º - É vedado ao assistente social:

a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de

Regulamentação da Profissão;

b) praticar e ser conivente com condutas anti-éticas, crimes ou contravenções

penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste

Código, mesmo que estes sejam praticados por outros profissionais;

c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes deste

Código;

d) compactuar com o exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos de

estagiários que exerçam atribuições específicas, em substituição aos

profissionais;

e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de Serviço Social em Instituições

Públicas ou Privadas que não tenham em seu quadro assistente social que

realize acompanhamento direto ao aluno estagiário;

f) assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado

pessoal e tecnicamente;

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

46

g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os

princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração,

demissão ou transferência;

h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que

estejam sendo exercidos por colega;

i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou

estudos de que tome conhecimento;

j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros,

mesmo que executados sob sua orientação.

TÍTULO III

DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS

CAPÍTULO I

Das Relações com os Usuários

Art. 5º - São deveres do assistente social nas suas relações com os usuários:

a) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população

usuária nas decisões institucionais;

b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e

conseqüências das situações apresentadas, respeitando democraticamente

as decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e

às crenças individuais dos profissionais, resguardados os princípios deste

Código;

c) democratizar as informações e o acesso aos programas

disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos

indispensáveis à participação dos usuários;

d) devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no

sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus

interesses;

e) informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro

audio-visual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos

dados obtidos;

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

47

f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes

ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões,

resguardado o sigilo profissional;

g) contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a

relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços

prestados;

h) esclarecer aos usuários, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a

amplitude de sua atuação profissional.

Art. 6º - É vedado ao assistente social:

a) exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito

do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses;

b) aproveitar-se de situações decorrentes da relação assistente social -

usuário, para obter vantagens pessoais ou para terceiros;

c) bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições,

através de atitudes que venham coagir e/ou desrespeitar aqueles que buscam

o atendimento de seus direitos.

CAPÍTULO II

Das Relações com as Instituições Empregadoras e outras Art. 7º- Constituem

direitos do assistente social:

a) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou

privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional;

b) ter livre acesso à população usuária;

c) ter acesso a informações institucionais que se relacionem aos programas e

políticas sociais e sejam necessárias ao pleno exercício das atribuições

profissionais;

d) integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais de trabalho do

profissional, tanto no que se refere à avaliação da conduta profissional, como

em relação às decisões quanto às políticas institucionais.

Art. 8º - São deveres do assistente social:

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

48

a) programar, administrar, executar e repassar os serviços sociais

assegurados institucionalmente;

b) denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da

instituição em que trabalha, quando os mesmos estiverem ferindo os

princípios e diretrizes deste Código, mobilizando, inclusive, o Conselho

Regional, caso se faça necessário;

c) contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, apoiando

as legítimas demandas de interesse da população usuária;

d) empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, através dos

programas e políticas sociais;

e) empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, de

acordo com os interesses e necessidades coletivas dos usuários.

Art. 9º- É vedado ao assistente social:

a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações ou

empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social;

b) usar ou permitir o tráfico de influência para obtenção de emprego,

desrespeitando concurso ou processos seletivos;

c) utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou financeiro) para fins partidários,

eleitorais e clientelistas.

CAPÍTULO III

Das Relações com Assistentes Sociais e outros Profissionais

Art. 10 - São deveres do assistente social:

a) ser solidário com outros profissionais, sem, todavia, eximir-se de denunciar

atos que contrariem os postulados éticos contidos neste Código;

b) repassar ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do

trabalho;

c) mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma chefia, para a liberação

de carga horária de subordinado, para fim de estudos e pesquisas que visem

o aprimoramento profissional, bem como de representação ou delegação de

entidade de organização da categoria e outras, dando igual oportunidade a

todos;

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

49

d) incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar;

e) respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões;

f) ao realizar crítica pública a colega e outros profissionais, fazê-lo sempre de

maneira objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira

responsabilidade.

Art. 11 - É vedado ao assistente social:

a) intervir na prestação de serviços que estejam sendo efetuados por outro

profissional, salvo a pedido desse profissional; em caso de urgência,

seguido da imediata comunicação ao profissional; ou quando se

tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da

metodologia adotada;

b) prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e de abuso de

autoridade;

c) ser conivente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código e

com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer outro

profissional;

d) prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro profissional.

CAPÍTULO IV

Das Relações com Entidades da Categoria e demais Organizações da

Sociedade Civil

Art.12 - Constituem direitos do assistente social:

a) participar em sociedades científicas e em entidades representativas e de

organização da categoria que tenham por finalidade, respectivamente, a

produção de conhecimento, a defesa e a fiscalização do exercício profissional;

b) apoiar e/ou participar dos movimentos sociais e organizações populares

vinculados à luta pela consolidação e ampliação da democracia e dos direitos

de cidadania.

Art. 13 - São deveres do assistente social:

a) denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou

privadas, onde as condições de trabalho não sejam dignas ou

possam prejudicar os usuários ou profissionais.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

50

b) denunciar, no exercício da Profissão, às entidades de organização da

categoria, às autoridades e aos órgãos competentes, casos de

violação da Lei e dos Direitos Humanos, quanto a: corrupção, maus

tratos, torturas, ausência de condições mínimas de sobrevivência,

discriminação, preconceito, abuso de autoridade individual e institucional,

qualquer forma de agressão ou falta de respeito à integridade física, social e

mental do cidadão;

c) respeitar a autonomia dos movimentos populares e das organizações das

classes trabalhadoras.

Art. 14 - É vedado ao assistente social valer-se de posição ocupada na direção

de entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente ou

através de terceiros.

CAPÍTULO V

Do Sigilo Profissional

Art. 15 - Constitui direito do assistente social manter o sigilo profissional.

Art. 16 - O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social

tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional.

Parágrafo único - Em trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas

informações dentro dos limites do estritamente necessário.

Art. 17 - É vedado ao assistente social revelar sigilo profissional.

Art. 18 - A quebra do sigilo só é admissível quando se tratarem de situações

cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos

interesses do usuário, de terceiros e da coletividade.

Parágrafo único - A revelação será feita dentro do estritamente necessário,

quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas

que dele devam tomar conhecimento.

CAPÍTULO VI

Das Relações do Assistente Social com a Justiça

Art. 19 - São deveres do assistente social:

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

51

a) apresentar à justiça, quando convocado na qualidade de perito ou

testemunha, as conclusões do seu laudo ou depoimento, sem

extrapolar o âmbito da competência profissional e violar os princípios

éticos contidos neste Código.

b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar

depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos

termos deste Código e da Legislação em vigor. Art. 20 - É vedado ao assistente

social:

a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário de que tenha

conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado;

b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia quando a

situação não se caracterizar como área de sua competência ou de sua

atribuição profissional, ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a

impedimentos ou suspeição.

TÍTULO IV

Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento Deste Código

Art. 21- São deveres do assistente social:

a) cumprir e fazer cumprir este Código;

b) denunciar ao Conselho Regional de Serviço Social, através de

comunicação fundamentada, qualquer forma de exercício irregular da

Profissão, infrações a princípios e diretrizes deste Código e da legislação

profissional;

c) informar, esclarecer e orientar os estudantes, na docência ou supervisão,

quanto aos princípios e normas contidas neste Código.

Art. 22 - Constituem infrações disciplinares:

a) exercer a Profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer

meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;

b) não cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou

autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente

notificado;

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

52

c) deixar de pagar, regularmente, as anuidades e contribuições devidas ao

Conselho Regional de Serviço Social a que esteja obrigado;

d) participar de instituição que, tendo por objeto o Serviço Social, não esteja

inscrita no Conselho Regional;

e) fazer ou apresentar declaração, documento falso ou adulterado, perante o

Conselho Regional ou Federal.

Das Penalidades

Art. 23 - As infrações a este Código acarretarão penalidades, desde a multa à

cassação do exercício profissional, na forma dos dispositivos legais e/ ou

regimentais.

Art. 24 - As penalidades aplicáveis são as seguintes:

a) multa;

b) advertência reservada;

c) advertência pública;

d) suspensão do exercício profissional;

e) cassação do registro profissional.

Parágrafo único - Serão eliminados dos quadros dos CRESS, aqueles que

fizerem falsa prova dos requisitos exigidos nos Conselhos.

Art. 25 - A pena de suspensão acarreta ao assistente social a interdição do

exercício profissional em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias

a 2 (dois) anos.

Parágrafo único - A suspensão por falta de pagamento de anuidades e taxas só

cessará com a satisfação do débito, podendo ser cassada a inscrição

profissional após decorridos três anos da suspensão.

Art. 26 - Serão considerados na aplicação das penas os

antecedentes profissionais do infrator e as circunstâncias em que ocorreu a

infração.

Art. 27 - Salvo nos casos de gravidade manifesta, que exigem aplicação de

penalidades mais rigorosas, a imposição das penas obedecerá à gradação

estabelecida pelo artigo 24.

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

53

Art. 28 - Para efeito da fixação da pena serão considerados especialmente

graves as violações que digam respeito às seguintes disposições: Art. 3º -

alínea c

Art. 4º - alínea a, b, c, g, i, j

Art. 5º - alínea b, f

Art. 6º - alínea a, b, c

Art. 8º - alínea b, e

Art. 9º - alínea a, b, c

Art.11 - alínea b, c, d

Art. 13 - alínea b

Art. 14

Art. 16

Art. 17

Parágrafo único do art. 18

Art. 19 - alínea b

Art. 20 - alínea a, b

Parágrafo único - As demais violações não previstas no "caput",

uma vez consideradas graves, autorizarão aplicação de penalidades

mais severas, em conformidade com o art. 26.

Art. 29 - A advertência reservada, ressalvada a hipótese prevista no art. 32

será confidencial, sendo que a advertência pública, suspensão e a cassação

do exercício profissional serão efetivadas através de publicação em Diário

Oficial e em outro órgão da imprensa, e afixado na sede do Conselho Regional

onde estiver inserido o denunciado e na Delegacia Seccional do CRESS da

jurisdição de seu domicílio.

Art. 30 - Cumpre ao Conselho Regional a execução das decisões proferidas

nos processos disciplinares.

Art. 31 - Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso com

efeito suspensivo ao CFESS.

Art. 32 - A punibilidade do assistente social, por falta sujeita a processo ético e

disciplinar, prescreve em 05 (cinco) anos, contados da data da

verificação do fato respectivo.

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

54

Art. 33 - Na execução da pena de advertência reservada, não

sendo encontrado o penalizado ou se este, após duas convocações, não

comparecer no prazo fixado para receber a penalidade, será ela tornada

pública.

§Parágrafo Primeiro - A pena de multa, ainda que o penalizado compareça

para tomar conhecimento da decisão, será publicada nos termos do Art. 29

deste Código, se não for devidamente quitada no prazo de 30 (trinta) dias, sem

prejuízo da cobrança judicial.

§Parágrafo Segundo - Em caso de cassação do exercício profissional, além

dos editais e das comunicações feitas às autoridades competentes

interessadas no assunto, proceder-se-á a apreensão da Carteira e Cédula de

Identidade Profissional do infrator .

Art. 34 - A pena de multa variará entre o mínimo correspondente ao valor de

uma anuidade e o máximo do seu décuplo.

Art. 35 - As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão

resolvidos pelos Conselhos Regionais de Serviço Social "ad referendum" do

Conselho Federal de Serviço Social, a quem cabe firmar jurisprudência.

Art. 36 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação no

Diário Oficial da União, revogando-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de março de 1993.

MARLISE VINAGRE SILVA Presidente do CFESS

Publicado no Diário Oficial da União N 60, de 30.03.93, Seção I, páginas 4004

a 4007 e alterado pela Resolução CFESS n.º 290, publicada no Diário Oficial

da União de 11.02.94.

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

55

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANTUNES, Ricardo. Crise Capitalista contemporânea e as transformações no

mundo do trabalho. Programa de Capacitação Continuada para Assistentes

Sociais. Capacitação em Serviço Social. Módulo 01 – Crise Contemporânea

Questão Social e Serviço Social. Brasília: CEAD, 1999.

ASSISTENTE SOCIAL: ética e direitos – Coletânea de Leis e Resoluções. 4ª

ed. 03/2007 – CRESS 7ª R-RJ.

BEHRING, Elaine Rossetti. Principais abordagens teóricas da política social e

da cidadania. Ética Programa de Capacitação Continuada para Assistentes

Sociais. Capacitação em Serviço Social. Módulo 03. Brasília: CEAD, 1999.

BRAZ, Marcelo. NETO, José Paulo. Economia Política uma Introdução Crítica.

2ª ed. São Paulo: 2007.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade, Trabalho

e Formação Profissional. 6ª ed. São Paulo. Cortez, 2003.

______________________e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço

Social no Brasil. Esboço de uma Interpretação histórico-metodológica. 23 ed.

São Paulo: Cortez/Celats, 2008.

KAMEYAMA, Nobuco. Notas introdutórias para a discussão sobre

reestruturação produtiva e Serviço Social. In: MOTA, Ana Elizabete (org.). A

nova fábrica de consensos. São Paulo: Cortez, 2ª ed., 2000. p. 07-21.

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

56

_______. Reestruturação do capital, fragmentação do trabalho e Serviço

Social. In: MOTA, Ana Elizabete (org.). A nova fábrica de consensos. São

Paulo: Cortez, 2ª ed., 2000. p. 23-44.

MACÁRIO, Epitácio; VIANA, Isabel; HOLANDA, André. Recursos Humanos e

Serviço Social de Empresa: Mediações do Controle do Trabalho.

MOTA, Ana Elizabete. O Feitiço da Ajuda: As determinações do Serviço Social

da Empresa. 5ª edição ampliada. São Paulo. Cortez, 2008.

NETO, José Paulo. A construção do Projeto Ético Político do Serviço Social

frente à crise contemporânea. Programa de Capacitação de Assistentes

Sociais. Capacitação em Serviço Social. Módulo 1 – Crise Contemporânea da

Questão Social e Serviço Social. Brasília: CEAD, 1999.

SEIXAS, Selma Sérgio Andrade. As Expressões do Projeto Ético Político

Profissional do serviço Social e as Particularidades do Trabalho em Empresas

Privadas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

Serviço Social, 2007.

SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE Nº. 94. Exame de Proficiência em Debate.

Ano XXIX, Junho 2008.

____________________________Nº. 95. Serviço Social: Memória e História.

Ano XXIX, Especial 2008.

http://www.cressrs.org.br/index.asp?page=areas.asp&numgif=22&chave=3&id=13 http://www.rhcentral.com.br/artigos/artigo.asp?cod_tema=2327

http://www.webartigos.com/articles/7482/1/O-Servico-Social-Na-Empresa-E-A-

Intervencao-Nas-Relacoes-Interpessoais/pagina1.html#ixzz13lDw37Ar

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

57

http://www.ssrevista.uel.br/c_v4n1_demandas.htm

BIBLIOGRAFIA CITADA

ANTUNES, Ricardo. Crise Capitalista contemporânea e as transformações no

mundo do trabalho. Programa de Capacitação Continuada para Assistentes

Sociais. Capacitação em Serviço Social. Módulo 01 – Crise Contemporânea

Questão Social e Serviço Social. Brasília: CEAD, 1999.

ASSISTENTE SOCIAL: ética e direitos – Coletânea de Leis e Resoluções. 4ª

ed. 03/2007 – CRESS 7ª R-RJ.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade, Trabalho

e Formação Profissional. 6ª ed. São Paulo. Cortez, 2003.

______________________e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço

Social no Brasil. Esboço de uma Interpretação histórico-metodológica. 23 ed.

São Paulo: Cortez/Celats, 2008.

MOTA, Ana Elizabete. O Feitiço da Ajuda: As determinações do Serviço Social

da Empresa. 5ª edição ampliada. São Paulo. Cortez, 2008.

KAMEYAMA, Nobuco. Notas introdutórias para a discussão sobre

reestruturação produtiva e Serviço Social. In: MOTA, Ana Elizabete (org.). A

nova fábrica de consensos. São Paulo: Cortez, 2ª ed., 2000. p. 07-21.

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

58

_______. Reestruturação do capital, fragmentação do trabalho e Serviço

Social. In: MOTA, Ana Elizabete (org.). A nova fábrica de consensos. São

Paulo: Cortez, 2ª ed., 2000. p. 23-44.

NETO, José Paulo. A construção do Projeto Ético Político do Serviço Social

frente à crise contemporânea. Programa de Capacitação de Assistentes

Sociais. Capacitação em Serviço Social. Módulo 1 – Crise Contemporânea da

Questão Social e Serviço Social. Brasília: CEAD, 1999.

SEIXAS, Selma Sérgio Andrade. As Expressões do Projeto Ético Político

Profissional do serviço Social e as Particularidades do Trabalho em Empresas

Privadas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

Serviço Social, 2007.

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O Surgimento e a Institucionalização do Serviço Social nas décadas de 20, 30

e 40 10

1.1 - As bases do Serviço Social 11

1.2 –A Institucionalização do Serviço social em São Paulo e no Rio de Janeiro

13

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · subalterna e o bloco que mantêm o poder, ou seja, os donos dos meios de produção, enfrentando a “questão social”

59

CAPÍTULO 2

O Serviço Social Empresarial: O início de uma nova fase 19

2.1 - Novas idéias e novos pensamentos: o recomeço 19

2.2 - O Serviço Social Empresarial 21

CAPÍTULO 3

O Projeto Profissional do Serviço Social 31

3.1 - O que é o Projeto Ético-Político Profissional? 31

CONCLUSÃO 36

ANEXOS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55

BIBLIOGRAFIA CITADA 57

ÍNDICE 58