universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” projeto a vez do … de castro.pdf ·...

42
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O BRASIL E O COMÉRCIO MUNDIAL Por: Jeronimo de Castro Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2007

Upload: phamhanh

Post on 10-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O BRASIL E O COMÉRCIO MUNDIAL

Por: Jeronimo de Castro

Orientador

Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros

Rio de Janeiro

2007

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O BRASIL E O COMÉRCIO MUNDIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Estratégica.

Por: Jeronimo de Castro

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

3

AGRADECIMENTOS

.... a Deus, meu Fiel Ajudador e Amigo

e à minha querida esposa, incansável

companheira e incentivadora de todos

os momentos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

4

DEDICATÓRIA

.....dedico aos meus filhos e à minha

dedicada esposa, aos quais amo com

ternura.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

5

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso procurou demonstrar a

importância do Comércio Exterior no desenvolvimento de um país,

particularmente, o Brasil. Primeiramente foi feita uma análise da evolução do

comércio exterior brasileiro desde o seu descobrimento, passando pelos

diversos ciclos econômicos, até chegar aos dias atuais. A seguir foi feita uma

contextualização da participação do Brasil na nova economia global. Destacou-

se, também, as vantagens e desvantagens da globalização frente à economia

doméstica de um país, no caso o Brasil, que precisa urgentemente crescer.

Esta pesquisa lançou uma luz sobre os principais obstáculos que impedem o

crescimento, citando, entre outros, a alta taxa de juros vigente no país e

apontando como maior problema a ínfima participação brasileira no comércio

internacional.

Finalizando, a presente pesquisa mostrou que a saída para o

desenvolvimento acelerado e continuado da economia brasileira encontra-se

numa maior participação no comércio internacional. E a saída para aumentar a

participação no comércio internacional, hoje em 1,16%, é acelerar o

crescimento. Ambas encontram-se interligadas. E, para isso, o Brasil precisa

de um plano estratégico que direcione para objetivos estratégicos, ou seja,

para um conjunto de prioridades correlacionadas que ajudem o país a alcançar

o seu destino que é o crescimento sustentado.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO BRASILEIRO 09

CAPÍTULO II

O BRASIL, A GLOBALIZAÇÃO E O COMÉRCIO EXTERIOR 24

CAPÍTULO III

O COMÉRCIO EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO 28

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

7

INTRODUÇÃO

O Brasil, historicamente, tem uma participação inexpressiva no

comércio internacional, oscilando em torno de 1% em média ao longo de toda a

sua história. Fato este que justificou plenamente a escolha deste assunto para

o Trabalho de Conclusão de Curso, pois qualquer observador mais atento

verificará que todo país desenvolvido apresenta parcela expressiva no

comércio exterior, tratando-o como prioridade.

Avaliar o contexto atual do comércio brasileiro e suas relações

internacionais e levantar as medidas que possam assegurar ao Brasil uma

participação mais positiva no cenário internacional foram os objetivos gerais

deste Trabalho Monográfico. Enfrentar as dificuldades que se apresentam é

um desafio diário para os milhares de empreendedores deste país. São várias

as dificuldades, tais como, excessiva carga tributária, alta taxa de juros, a

burocracia reinante, os altos custos para o escoamento da produção, etc. Para

superação dos obstáculos é preciso, além do diagnóstico, dar condições de

competitividade aos exportadores, com a elaboração e implementação de uma

estratégia que forneça soluções e alternativas para a alavancagem das

exportações brasileiras, atacando especialmente aqueles gargalos ligados à

precária infra-estrutura e à questão cambial.

Como tirar o país das últimas posições em termos de comércio exterior

e colocá-lo em patamares dignos de sua grandeza? Quais as causas que

impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras? Analisar a

evolução do comércio exterior brasileiro desde os seus primórdios torna-se

fundamental na busca de respostas a estas questões.

A busca de informações para subsidiar esta pesquisa descritiva foi

facilitada pela abundante literatura existente e pelos noticiários constantes da

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

8

imprensa, tendo em vista a atualidade do tema, além dos excelentes sítios na

internet oferecidos por órgãos governamentais ligados ao comércio exterior.

O referencial teórico adotado foi embasado nos estudos de FEMENICK

(1999) que trata do Brasil na economia global e SILBER (2003) que trabalha as

questões referentes ao comércio exterior.

No primeiro capítulo desta pesquisa descreveu-se a evolução do

comércio exterior brasileiro desde os seus primórdios. No segundo capítulo

explicou-se o fenômeno da globalização e seu impacto na economia

internacional. No terceiro e último capítulo abordou-se a importância do

comércio exterior como fator para o desenvolvimento nacional.

Enfim, chegou-se à conclusão que é fundamental a ampliação do

comércio internacional quando se tem como meta o crescimento do país e que

para alcançar este objetivo o Brasil precisa ter estratégias bem delineadas a

médio e longo prazo.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

9

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO BRASILEIRO

“Quase todos concordam que pensamento estratégico significa ver à frente. Mas você

não poderá ver a não ser que veja atrás , porque qualquer boa visão do futuro tem de

estar enraizada na compreensão do passado” (MINTZBERG, 2000).

A história econômica brasileira foi marcada pelas etapas cíclicas da

exploração de recursos naturais até, praticamente, meados do século XX com

o fim da II Guerra Mundial. Esses ciclos, iniciados com o próprio descobrimento

sucederam-se no início da colonização: o pau-brasil, o açúcar e o ouro.

A ausência de riquezas de metais preciosos ou especiarias, nos três

primeiros séculos, logo deixaram a colônia brasileira em visível desvantagem

com o novo império da Índia. As limitações econômicas iriam afetar o próprio

fluxo humano da colonização, uma vez que a cobiça favorecia as terras do

Oriente, abertas ao saqueio e à expropriação pela violência, ou pelos termos

vantajosos de comércio de mercadorias cobiçadas pela Europa.

Os produtos agrícolas brasileiros, na verdade, transitavam por Portugal

que se limitava aos benefícios da reexportação, sem recursos para manufaturá-

los. O destino final era a Inglaterra e a Holanda, nações que já rumavam à

Revolução Industrial, com os ganhos advindos da expressão colonial.

Foi a rigor, a cana-de-açúcar transplantada com êxito que estimulou

novo ciclo econômico e despertou o interesse da administração portuguesa, no

início do século XVII, quando o domínio da Índia começava a declinar. A

demanda européia crescente ocasionaria a invasão holandesa de Pernambuco

e incentivaria o tráfico de escravos importados da África, falhada a tentativa de

escravizar os índios em fuga para o interior.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

10

A presença neerlandesa, no Nordeste brasileiro, constituiu enclave que

duraria três décadas e marcou o “século de ouro" das Províncias Unidas. A

permanência holandesa teve seu período importante com a presença do Conde

Maurício de Nassau, quando invasores e luso-brasileiros coexistiam para

repartir os ganhos do açúcar. Com a queda dos preços mundiais, a ocupação

batava entraria em declínio e terminaria com sua expulsão após as duas

batalhas dos Guararapes.

1.1 - A Colônia e os Ciclos Econômicos

A escravidão negra foi a espinha dorsal da agricultura até a

emancipação tardia, sustentando o cultivo do fumo, algodão e a exploração do

ouro das Gerais. Os dados do número de escravos importados varia, conforme

os historiadores, sendo o mais provável calculado entre 3-4 milhões. O tráfico

tendia a ser permanente e crescente, pelo fato de o nível de sobrevivência

negra ser extremamente baixo.

Com a migração holandesa para as Antilhas a economia açucareira

entrou em declínio e o ciclo do ouro foi iniciado em fins do século XVII. A baixa

rentabilidade das lavouras de tabaco, algodão e de subsistência não

compensava o emprego da mão-de-obra escrava, que rumou à mineração

embora o açúcar ainda tenha persistido como primeiro produto da colônia.

Como nas demais colônias ibéricas, o povoamento brasileiro, no primeiro

século de ocupação territorial, deu primazia às migrações de homens de todas

as classes sociais.

Esses centros urbanos comunicavam-se entre si com dificuldade sendo

às vezes bem mais fácil o contato com a metrópole. Não havia,

conseqüentemente, comércio intra-regional e as economias locais supriam

suas próprias necessidades pela produção artesanal e consumo caseiro

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

11

modesto. O mercantilismo já vingava, subordinando o comércio colonial aos

portos portugueses.

A colônia brasileira limitava-se às exportações de açúcar da região do

Nordeste, ao passo que a Espanha, em contraste, recebia de suas colônias

fabulosos suprimentos de metais preciosos, ouro e prata. Toda essa riqueza

proveniente do México e Peru, lançadas no mercado europeu, causou inflação

sem precedentes.

Na mentalidade típica da época, Vieira afirmava com convicção que com

o mercantilismo “cresciam a navegação e o comércio, crescia o reino e a

opulência e a felicidade”. Não é supérfluo ressaltar, na análise do

comportamento colonial ibérico, as características bem diversas e típicas da

sociedade incipiente luso-brasileira em relação aos seus vizinhos dos vice-

reinados espanhóis.

1.2 - A Estrutura Econômica no Império

A abertura dos portos, com a chegada do príncipe D. João a Salvador

(1808) inicia todo o período que se estenderia ao Império e sua consolidação

política após as lutas conturbadas do Primeiro Reinado. Medida imposta pela

Grã-Bretanha, que trouxera a família real portuguesa, mal-escapada às tropas

de Junot. A abertura mencionava “nações amigas” em paz e harmonia, não só

às importações, mas também liberava o destino da exportação dos produtos

brasileiros para portos europeus, embora nesse caso com uma série de

exceções.

A chegada da Corte Real ao Rio (março de 1808) promoveu a

transformação de vários preceitos mercantilistas, sendo o principal a revogação

de edital pombalino (1785) que proibia quaisquer indústrias têxteis e sufocara

as fábricas de tecidos: já quase uma centena em franca produção. Foram

licenciadas fábricas de vidro, moagem, de pólvora, etc. que atendiam as

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

12

necessidades de consumo mínimo para a aristocracia lusitana, instalada com

15 mil pessoas no Rio.

Em 1810 foram assinados, com a Inglaterra, dois tratados de navegação

e amizade, com cláusulas preferenciais que seriam logo contestadas por outros

países, como os Estados Unidos, Holanda, Áustria e Dinamarca, os quais

mandaram seus ministros diplomáticos ao Rio, reconhecendo a elevação do

Brasil à categoria de Reino Unido, com Portugal e Algarve.

As relações com a França normalizaram-se após o Congresso de Viena,

no qual o Brasil foi o único país americano presente, sendo representado pelo

lusitano Duque de Palmela. Colônias agrícolas de açorianos, alemães e suíços

instalar-se-iam no sul, com apoio oficial. A influência da princesa (depois

rainha) Carlota Joaquina levou à intervenção no Prata e à ocupação do

Uruguai, como Província Cisplatina, deixando semente de futuros conflitos que

perdurariam pelo resto do século.

Logo depois a Revolução de 1817 irrompeu com pretensões

secessionistas, de cunho liberal e sob direção clerical, sendo reprimida com

extrema violência que recordou o sufoco da Conjuração Mineira.

Finalmente, o primeiro Reinado (1822-1831) consolidou a

independência, após a submissão das tropas portuguesas na Baía, e através

de negociações internacionais que já revelavam a habilidade de incipiente

diplomacia brasileira. Em Londres, o futuro Marquês de Barbacena obteve

empréstimo para enfrentar a crise financeira da nova nação. Encontrando

resistência inglesa, Brant Pontes cedeu em promessas sobre a extinção do

tráfico. Depois de três anos de negociações obteve o reconhecimento britânico.

Em 1825, Portugal reconhecia a independência brasileira e, logo depois,

a Áustria ligada ao Brasil pela imperatriz Leopoldina, seguia a Inglaterra. O

reconhecimento americano, graças à brilhante missão diplomática de Silvestre

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

13

Rebelo, já havia sido concedido (1824) em consonância com a recente

proclamação da Doutrina de Monroe.

Com a abdicação de D. Pedro I (1831), a Regência herda a crise

financeira causada pela Guerra do Prata (Argentina) e a depressão dos preços

de produtos agrícolas nos mercados mundiais.

Nos seus nove anos de duração (1831-1840), a Regência celebrizou-se

pelo seu êxito em preservar a unidade brasileira, dominando rebeliões de

âmbito regional com a Sabinada na Bahia (1837) e a Balaiada no Maranhão

(1838). O movimento republicano mais grave, a Revolução Farroupilha duraria

dez anos (1835-1845) e só terminaria com a ação pacificadora de Caxias, no

Segundo Reinado.

Cresceu no período regencial o combate ao tráfico de escravos que,

quando oficialmente abolido em 1831, privou o governo das receitas das

taxações cobradas antes. Por fim, a instabilidade política levava (1840) a

liderança conservadora a abreviar para 14 anos a maioridade de D. Pedro II.

Triunfou com base na prosperidade econômica que crescera no sul do Rio de

Janeiro e, conseqüente, aumento das exportações com equilíbrio da balança

comercial.

Na seqüência, o Segundo Reinado (1840-1889) confirmou a tendência

das exportações brasileiras de consolidarem o café em primeiro lugar, dando

ao Brasil a primazia na produção mundial. Apesar de aumentarem as

vinculações financeiras com a Inglaterra, aquela nação não comprava os

produtos brasileiros: açúcar, algodão e café, que importava de suas colônias

tropicais.

O intercâmbio exterior brasileiro cresceu com os Estados Unidos e a

Europa Central. As relações diplomáticas com Londres normalizaram-se com a

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

14

promulgação da Lei Eusébio de Queiroz (1850) que suprimiu o tráfico de

escravos.

Em 1851, Irineu Evangelista de Sousa, futuro Barão e Visconde de

Mauá, fundou o segundo Banco do Brasil, sem qualquer participação

governamental. Seu propósito era canalizar em banco de crédito os capitais

sobrantes da extinção do tráfico, ocorrido no ano anterior. O capital era maior

do que a soma dos demais bancos juntos, prevendo os estatutos a emissão de

vales até metade do capital subscrito, mas sem poder emitir papel-moeda.

Não tardou que Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí, restaurasse o

monopólio bancário do governo, contra a opção de Mauá, criando outro Banco

do Brasil, do qual foi presidente (1855-1857). Mauá fundou então a casa

bancária Maua-McGregor e Cia., com subscrição das personalidades mais

conhecidas da época.

Uma das figuras de maior destaque no Império, João Evangelista foi

batalhador incansável do liberalismo econômico. Em 1846 instalou fundição e

estaleiro em Niterói, que fabricaria cerca de 70 navios, a vapor e a vela, até seu

incêndio (1857). Pioneiro em praticamente todos os setores, Mauá lançou os

primeiros trilhos ferroviários: a estrada que ligava o Rio a Petrópolis (1854),

criando companhias de gás, transportes, diques flutuantes, luz esteárica, canal

do Mangue, carris do Jardim Botânico e, merecendo destaque, o cabo

submarino e a Companhia de Navegação do Amazonas.

Com a crise de 1864, a primeira do Segundo Reinado, surge a

especulação de investidores estrangeiros que seria agravada pela Guerra do

Paraguai. Nova crise em 1875 obriga Mauá à moratória e após à falência, sem

que as autoridades lhe prestassem apoio e até mesmo lhe impusessem

exigências agravantes. Assim foi o caso da dívida inglesa a Mauá da empresa

São Paulo Railway, quando o Supremo Tribunal de Justiça opinou contra o

empresário ao reconhecer o foro de Londres.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

15

À Guerra do Paraguai (1865-1870) sucedeu-se período de bonança, o

câmbio voltou à paridade anterior ao conflito e os preços do café subiram nos

mercados mundiais a níveis jamais alcançados. Toda essa euforia terminaria

em 1875 quando, como vimos antes, o Banco Mauá pediu moratória e o

governo foi obrigado a emitir cerca de 25 bilhões de mil reis para salvar os

bancos de depósito.

Uma seca dramática no Nordeste (1877-1879) agravaria ainda mais a

crise, que se prolongaria intermitentemente até 1886. Foi surpresa então

quando nos últimos anos da Monarquia, o país iniciou processo de

recuperação, obtendo empréstimos no valor de 12 milhões de libras esterlinas,

significando que o Império claudicante levantara em três anos o equivalente ao

obtido nos vinte anos anteriores. Não obstante essa recuperação, seguir-se-

iam a Abolição (1888) e a República (1889).

1.3 - A Estrutura Econômica nas Repúblicas

Após a Proclamação da República, assumindo a pasta da Fazenda

(1890), Rui Barbosa instaurou nova política financeira, dando liberdade aos

bancos de emissão, com o propósito de facilitar o crédito e a expansão

econômica. Através de garantias, novas empresas de todo gênero, propor-se-

iam a realizar grandes obras de serviços públicos.

As facilidades de crédito, na verdade, geraram onda especulativa dos

valores das ações, em jogo de Bolsa incontrolado. Antes que realizassem a

integralização do capital mínimo, essas empresas vendiam e revendiam, com

cotações irreais, suas ações: dando idéia de progresso econômico sem

precedentes e que fora retardado pela Monarquia.

A esse processo deu-se o nome de “encilhamento”, termo turfístico que

se referia ao local onde se colocavam, no hipódromo, as cilhas, os arreios, etc.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

16

Nome que se aplicava às especulações desenfreadas com os favores públicos.

A inflação duraria até o quatriênio de Prudente de Morais, crescendo a

circulação monetária que aumentou com as emissões resultantes das

despesas causadas pelas revoltas daquela época agitada de consolidação

republicana.

Em 1898, Campo Sales negocia com os credores estrangeiros a

suspensão dos pagamentos da dívida externa: o chamado funding loan, que

seria administrado por Joaquim Murtinho. Foram aumentados os impostos,

criados novos como o de consumo e as tarifas de importação; a circulação

monetária foi reduzida e encampadas várias ferrovias deficitárias; e

equilibradas as finanças públicas. Graças às medidas de austeridade, foi

mantida a prosperidade nos quadriênios seguintes de Rodrigues Alves, Afonso

Pena e Nilo Peçanha, quando se revelaram competentes Ministros da Fazenda

- como Leopoldo Bulhões e David Campista.

Base agrícola da economia monárquica, a monocultura do café

continuou a prevalecer como primeiro artigo de exportação. A República

procurou incentivar a imigração estrangeira, principalmente a italiana. Em 1906,

o Convênio de Taubaté estabeleceu o famoso esquema de valorização do café,

que prevaleceria até 1929. A prosperidade tornou possível as reformas urbanas

e obras públicas nos períodos de 1902 a 1910.

A I Guerra Mundial (1914-1918) levou ao fim do próspero ciclo da

borracha e reduziu as exportações de café, obrigando o Brasil a apelar para

novo funding loan, no governo de Marechal Hermes da Fonseca. As

dificuldades de importação de produtos industriais e o colapso das

comunicações marítimas, com campanha submarina alemã, concorrem para

criação de 6 mil unidades fabris (1914-1920) quando seu total passou de 13

mil. Com o fim do conflito, a administração de Epitácio Pessoa passou a obter

empréstimos nos Estados Unidos, que suplantariam a Inglaterra. Artur

Bernardes (1922-1926) prosseguiu no esquema de valorização do café,

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

17

procurando, todavia, restringir a capacidade emissora do Banco do Brasil. O

governo Washington Luís (1926-1930) foi atingido pela Depressão (1924) e

baixa dos preços do café, artificialmente mantidos.

O comércio exterior brasileiro, assim como o resto do mundo, sofreu os

impactos da depressão, que afetou os preços dos produtos primários. O

primeiro conflito mundial dera impulso à industrialização, especialmente

alimentos e têxteis, pela limitação das importações e a queda do câmbio.

Sairíamos, dessa maneira, da guerra com maior folga nas contas externas,

mas dependentes do comércio exterior (exportações) para sua manutenção e

concentração em bases de economias de escala.

Assim, cresceram no período de 1924-1930, as associações e

financiamentos de capitais estrangeiros, como maneira de contornar limitações

tarifárias e de valer-se da mão-de-obra barata. Muito antes da cunhagem dos

termos que hoje povoam nosso vocabulário econômico, surgiam as

vinculações das multinacionais e o processo de globalização da produção e da

comercialização através dessas empresas que atuavam, basicamente, em

veículos, produtos químicos e farmacêuticos, elétricos e alimentícios.

As contingências nos próprios países de origem determinam a retração e

o retorno dos investimentos estrangeiros, à medida que as exportações

brasileiras decrescem chegando mesmo a gerar (1931-1935) pequenos saldos

positivos. A falta de cobertura cambial, conseqüentemente, agravaria a

situação pela restrição de recursos de pagamento ao exterior. Com os

primeiros sintomas da recuperação européia e norte-americana, o Brasil

voltaria a vender seus produtos primários na Alemanha, caindo no golpe dos

marcos compensados. A aproximação com os Estados Unidos voltaria a

crescer com a ascensão dos democratas (Roosevelt) ao poder.

A Era Vargas, iniciada com a Revolução de 30, iria perdurar pelo “curto

espaço de quinze anos” nas palavras do próprio ditador. O país progrediu, sem

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

18

dúvida, com a arregimentação de instituições, criadas no plano interno, para

acelerar o processo de industrialização; a política trabalhista de direitos

sindicais, em boa parte no papel; maior fortalecimento do poder central, sem

prejuízo da autonomia estadual; obras infra-estruturais e a primeira etapa da

indústria pesada. Getúlio Vargas era, contudo, pouco consciente do governo

compartilhado e da delegação de autoridade. Cortejou as forças armadas e

com elas governou, vencendo uma revolução constitucionalista e as rebeliões

das ideologias extremadas de esquerda e de direita.

Padecendo das restrições da crise econômica (1930-1939) e da guerra

(1939-1945), Vargas dar-se-ia conta das correlações negativas da economia

mundial sobre as estruturas econômicas brasileiras naquela época de

conturbação e transformação social. Os mecanismos criados na área de

intercâmbio com o exterior - como a Cacex e Cexim - centralizaram os

controles de exportação e a entrada de capitais: surgindo autarquias para os

principais produtos primários comercializados, com os institutos do café, álcool,

cacau, etc. Começava o regime de protecionismo que perduraria por cerca de

quarenta anos.

A eclosão da II Guerra Mundial (1939-1945) favoreceu o crescimento da

indústria brasileira, e conseqüentemente o suprimento das importações de

manufaturados, uma vez que a população e o consumo haviam aumentado no

período de prosperidade anterior ao conflito. Por outro lado, caíram as receitas

de importações, aumentaram as carências de certos produtos de consumo e o

parque manufatureiro ressentiu-se da falta de reposição de equipamentos.

Com a paz, as compras no exterior aumentaram, em parte para a

importação de bens de capital, mas, também, de supérfluos e, sobretudo,

automóveis. Os gastos de viagem e turismo cresceram consideravelmente.

Porém, em 1947, a balança comercial apresentava um saldo negativo,

situação agravada pelo bloqueio de fundos brasileiros, acumulados durante a

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

19

guerra, na Europa e, principalmente, na Grã-Bretanha e França. Começaram a

crescer os atrasados comerciais, com prejuízo dos fornecimentos de matérias-

primas e de equipamentos. A recuperação do café e alta de preços de produtos

primários e alimentos ocorreria na Guerra da Coréia e com o início da

confrontação soviética x estadunidense.

Finalizando este retrospecto inicial, constata-se que, com sua economia

colonial baseada na exploração de recursos naturais, o Brasil atravessou sua

fase mercantilista dentro dos parâmetros econômicos e sociais típicos da

expropriação de riquezas na Ásia e na África e, evidentemente, da América

ibérica, em contraste com a implantação artesanal e as manufaturas incipientes

nas Treze Colônias inglesas da América do Norte.

Infelizmente, as experiências da industrialização nascente foram

sufocadas pelo ciclo cafeeiro, da primeira metade do Império, não indo além

das iniciativas episódicas e de Mauá que, mesmo assim, só vingaram

temporariamente com o beneplácito britânico e integração brasileira aos fluxos

de capitais, com alguns investimentos em obras públicas urbanas e

ferroviárias.

A oportunidade de ganho do mercado mundial, durante a Guerra

americana entre os Estados, foi efêmera pela competição colonial inglesa. Os

custos dos conflitos no Prata e no Paraguai subjugaram ainda mais o País à

supremacia financeira de Londres.

Percebe-se tristemente que, no século e meio que se sucedeu à

Revolução Industrial, a economia brasileira foi incorporada ao sistema de

trocas e de transferência de riqueza, como parte da comunidade

subdesenvolvida que consolidou a estrutura do intercâmbio global até os dias

atuais, como será visto a seguir.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

20

1.4 – A estrutura econômica pós-revolução industrial

Alheio ao comércio, pela dependência da monocultura cafeeira, e com

poucos atrativos aos capitais internacionais, o Brasil não participou da política e

economia globais que, até o primeiro conflito mundial, foram ditadas pelos

interesses europeus e dos Estados Unidos emergentes.

A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, o Brasil entrou na fase de

substituição das importações. Por ser um país de pouco desenvolvimento,

buscava-se sair da fase de industrialização de limitado Know-how, como as

indústrias têxteis, alimentação e bebidas, para a industrialização de maior valor

agregado e alta tecnologia. Para esta fase de industrialização exigia-se

participação governamental para ampliação de infra-estrutura econômica e

social.

Na década de 50, o país era economicamente fechado e com política

altamente protecionista, como proteção à indústria nacional, incapaz de

concorrer num regime de comércio exterior, devido ao seu alto custo e má

qualidade dos seus produtos. As exportações brasileiras eram insignificantes. A

forma como o país aderia ao processo de globalização processava-se pela

admissão de investimentos diretos estrangeiros, bem como de empréstimos de

agências internacionais para construção de indústrias básicas e de geração de

energia hidrelétrica. O PIB brasileiro em 1950 era de U$ 15 bilhões e suas

exportações somavam U$ 1,4 bilhões (2,37% das exportações mundiais)

contra U$ 900 milhões em importações.

A era Juscelino Kubitschek marcou o primeiro plano de metas e a

implantação de indústrias básicas, sob o lema de “50 anos em 5”. O Brasil viu

crescer a implantação de indústrias e empresas multi e transnacionais,

pioneiras na transferência de tecnologia e técnicas gerenciais.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

21

A revolução de 1964, porém, viria alterar o panorama econômico do

país, levando-o, pela sua estabilidade política, a ingressar definitivamente na

globalização, abrindo suas portas à tomada de recursos públicos e privados

estrangeiros no BIRD, BID e FMI.

Na década de 70, o governo brasileiro havia chegado à conclusão que a

política de exportação seria básica e prioritária, procurando corrigir as

distorções estruturais e conjunturais que atuavam sobre ela. Ao invés de

manter-se um processo de redução das importações, iniciou-se uma vigorosa

ação para fomentar a exportação para obtenção de divisas necessárias à

importação de equipamentos e matérias-primas essenciais à indústria nacional.

Mas as crises do petróleo ocorridas em 1973 e principalmente a de 1978,

afetaram em cheio a economia brasileira e colocaram em risco a sua

estabilidade, pois a economia do país já estava debilitada pela inflação

crescente e com essas crises as reservas externas reduziram-se

acentuadamente. Os custos internos aumentaram pela alta dos combustíveis,

que, até então, vinham em abundancia e barata do Oriente Médio.

A década de 70 foi considerada muitos economistas “a década perdida”,

pois decresceram os fluxos de capitais privados e públicos, a inflação ficou fora

de controle, apesar de vários planos de estabilidade que fracassaram. Também

ocorreu nessa época o êxodo rural, resultado da industrialização, provocando a

migração para as grandes cidades, tendo como conseqüência a favelização,

aumentos da criminalidade e da pobreza. Nas cidades, os ciclos recessivos da

construção civil provocaram grande desemprego, aumentando a concentração

de renda e reduzindo o poder aquisitivo da classe média e baixa. O país

passou a fazer uso freqüente da emissão de títulos do governo, para financiar

os déficits públicos, com isso expandindo o meio circulante, que provoca a

inflação.

O protecionismo, lamentavelmente, fortaleceu os oligopólios e cartéis, e

a inflação estimulou a criação de empresas que não tinham capital de giro e

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

22

gerenciavam inadequadamente, cujos resultados eram camuflados pela

inflação galopante. Os produtos não tinham qualidade, porém o seu mercado

era garantido pelo protecionismo e reserva de mercado. O momento crucial foi

a declaração de “moratória técnica” em fevereiro de 1987. Em decorrência da

elevada dívida externa não havia mais condições técnicas, isto é, dinheiro, para

pagá-la, estando o Brasil como o maior devedor entre os países

subdesenvolvidos, com déficit nas transações correntes e obrigações de

pagamentos de juros e de amortizações em volume crescente.

A renegociação da dívida externa foi marcada pelos mecanismos de

rolagem da dívida e a incorporação de juros ao saldo devedor. Boa parte dessa

dívida foi renegociada com eurodólares que, com o aumento da taxa LIBOR,

chegaram a taxas de 20% a.a. A dívida externa brasileira era de U$70,7

bilhões em 1987, passando a U$74 bilhões em 1993, conforme o quadro nº 1

em anexo.

A soma dos investimentos estrangeiros em junho de 1986 era de U$27

bilhões, sendo 75% indústrias em transformação. A partir dessa época, verifica-

se a expansão de empresas transnacionais, investindo nos setores industriais

de veículos e autopeças, produtos químicos, material elétrico e de

comunicações, metalurgia, produtos médicos e farmacêuticos alimentos e

outros. As grandes empresas que investiram foram a Volkswagen, Fiat,

Scania, Bayer, Akzo, Phillips, Ericksson, Mannesmann, Nestlé, Coca-Cola,

dentre outras. Essas empresas não se precipitaram quando da declaração de

moratória do Brasil, elas seguiam créditos de avaliação própria de riscos e

políticas de longo prazo, o que fez com que permanecessem no país. Por outro

lado, tais empresas tinham por base a avaliação global da capacidade

brasileira de recuperação e também o fato de atuarem no contexto mundial e

não apenas no mercado nacional. Isso reforçou a permanência dessas

empresas aqui. Com a melhoria da capacidade da indústria nacional, os

produtos passaram a ser mais competitivos no mercado internacional, gerando

mais exportações.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

23

As exportações trariam ao país e aos empresários brasileiros aumento

no volume de negócios com a abertura de novos mercados, com conseqüente

incremento no faturamento; melhoria contínua de métodos e processos de

produção, tornando as empresas mais competitivas nos mercados interno e

externo; maior prestígio dos bens produzidos, uma vez que são aceitos no

exterior, passam a ter mais aceitação no mercado interno; imunidade às

oscilações negativas do mercado interno, pelo atendimento a mercados

diversificados; recebimento das vendas à vista, gerando recomposição do

capital de giro da empresa sem maiores ônus; preços mais interessantes para

os produtos; e melhor resultado em decorrência dos incentivos fiscais e

facilidades de crédito concedidas pelo governo ao exportador. Não obstante o

crescimento das exportações, o Brasil continuou como que segregado

economicamente do resto do mundo até a última década do século XX quando

começou a entrar na fase de globalização econômica. Até aquela época as

relações do Brasil com outros países eram bem limitadas. As importações eram

restritas a poucos itens e havia até o absurdo da reserva de mercado de

hardware e software.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

24

CAPÍTULO II

O BRASIL, A GLOBALIZAÇÃO

E O COMÉRCIO EXTERIOR

O termo “Globalização” é um neologismo associado ao jargão

econômico que indica as crescentes facilidades de comunicação e transmissão

de informações, bem como à mobilidade internacional do capital:

“Globalização é um processo de integração mundial que está ocorrendo em todos os setores de comunicação, economia, finanças, negócios e está afetando indivíduos, empresas e nações. O principal fator da globalização para a administração é que altera os fundamentos sobre os quais a economia mundial se organizou nos últimos 50 anos” (FEMENICK, 1999).

Por outro lado, define-se comércio como a relação de trocas entre dois

ou mais sujeitos sociais, implicando necessariamente em uma reciprocidade.

Para a efetivação do comércio, são necessários três elementos: vendedor,

comprador e objeto do negócio ou a mercadoria. Trata-se de uma

intermediação entre o produtor e o consumidor. As transações comerciais

podem ser realizadas tanto entre pessoas do mesmo país (Comércio Nacional)

quanto entre pessoas de países distintos (Comércio Internacional).

Verifica-se numa leitura inicial, sem aprofundamentos, que um dos

aspectos mais importantes da política econômica do início dos anos 90 foi a

política de abertura comercial da economia, por meio do rebaixamento das

alíquotas de importação de diversos produtos de vários setores da indústria.

Desta maneira é importante frisar que somente no governo Collor (1990-

1992) o Brasil iniciou sua trajetória no atual estágio de globalização, porém de

maneira desordenada, de forma abrupta, sem se preocupar se isso afetaria o

sistema produtivo nacional. Já no governo de Fernando Henrique Cardoso

(1995-2002) o país pôde vivenciar os benefícios e riscos da livre entrada e

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

25

saída de capitais, flutuação da moeda, livre importação de mercadorias e o fim

de qualquer reserva de mercado. Foram implantadas novas políticas de

comércio exterior, visando acelerar o processo de desenvolvimento tecnológico

e industrial, tais como a redução das alíquotas de importação e exportação, e a

criação de programas de financiamento para as exportações pelo BNDES.

Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso o Plano Real ganhou

força. Criado em 1994 no governo de Itamar Franco (1992-1995), este plano

teve como prioridade o combate à inflação, baseado no estabelecimento de

políticas de “âncora” cambial, juros altos, restrições creditícias e abertura às

importações. O Plano Real trouxe vinculações e obrigações junto à

Organização Mundial de Comércio, tais como o monitoramento de restrições

tarifárias, cotas de importações e outras barreiras não-tarifárias. E em seu

segundo ano de existência o plano revelou seu êxito pela recuperação da

credibilidade, possibilitando aumento da captação de recursos externos, tendo

recebido em 1995 U$4,9 bilhões em investimentos diretos. O primeiro semestre

de 1996 registrou a entrada de investimentos diretos do exterior no valor de

U$4,9 bilhões e o segundo quadrimestre de 1996 de U$7,9 bilhões. As

previsões eram de que o Brasil receberia anualmente o equivalente a 5% dos

fluxos globais de investimentos (U$10 bilhões), vindos dos Estados Unidos e

países da União Européia. Os altos, o custo-Brasil, a defasagem cambial e a

abertura sem salvaguardas válidas, porém, eram prejudiciais à indústria

brasileira, que passou a exigir medidas contra essas práticas. Essa atitude era

contra a competitividade, visto que as indústrias tinham que se adaptar à nova

ordem.

Objetivamente, a globalização trouxe vantagens e desvantagens às

empresas brasileiras; como exemplo de vantagens pode-se citar: o

aprendizado e desenvolvimento tecnológico; novas tecnologias de produção e

gestão; a troca intensiva de informações por meio eletrônico; o intercâmbio de

usos, costumes, cultura etc, com outros países; melhorias na qualidade dos

produtos e na redução de custos; o aumento de produtividade com

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

26

conseqüente redução de preços; promoção de privatização de empresas

estatais etc. Por outro lado, dentre as desvantagens pode-se observar: a

exposição da economia brasileira às crises de outros países; o excesso de

capitais especulativos (a qualquer sinal de perigo, o capital se transfere para

outro país mais seguro); o aumento da concorrência com produtos de melhor

qualidade; o desemprego etc. Porém, o Brasil, independente destas vantagens

e desvantagens, não pode ignorar a Globalização. È verdade que quanto mais

estiver integrado na economia mundial, maior será a exposição à concorrência

internacional. Em contrapartida, maior a absorção de tecnologias modernas,

mais amplas as opções de escolha para os consumidores finais e menores os

custos financeiros dos produtores domésticos quando da obtenção de recursos

financeiros no exterior, como já falado anteriormente.

A história da humanidade revela a dependência entre os povos. Os

países, mesmo os mais ricos e poderosos, não conseguem viver isolados por

muito tempo, o intercâmbio é uma tendência natural do ser humano.

De acordo com Femenick (1999), apesar da ampliação das relações

internacionais em todos os sentidos, as transações econômicas ainda

continuam sendo as que mais aproximam os povos e têm sido a principal

causa do crescimento das economias capitalistas no pós-guerra, resultando em

mais produção, mais riqueza e mais bem-estar. A decisão de compra no

mundo globalizado é do consumidor do mundo e não mais do consumidor

nacional, pois os negócios internacionais têm seu volume aumentado cada vez

mais, com transações envolvendo produtos primários, manufaturados, produtos

intermediários, produtos finais, bens de produção, bens de consumo e serviços.

Segundo Vazques (1999), o comércio internacional se pratica dentro de

um ordenamento jurídico bastante complexo, pois intervenientes, além de

obedecerem às leis internas de seu país, prestam obediência também à ordem

internacional. O comércio internacional é praticado entre as nações por meio

dos indivíduos, pois a venda se sujeita à autorização dos estados que

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

27

jurisdicionam os agentes econômicos daquela transação. As nações, ao

praticarem tal comércio, sujeitam-se ao Direito Internacional Público, onde o

Estado soberano aceita as regras universais vigentes. O estado, por si, tem

grande interesse em incentivar as transações internacionais, promovendo

assim o progresso sócio-econômico-cultural da nação. O economista Venicius

Dias de Oliveira, define comércio internacional como uma via de duas mãos,

cujas vendas são representadas pelas exportações e as compras pelas

importações.

Vale dizer que o comércio exterior não significa apenas exportação, mas

também importação criteriosa, visando ao desenvolvimento tecnológico da

indústria nacional, sem permitir que práticas predatórias a destruam. Na

prática, os países não podem viver independentes do comércio exterior. Devido

a diferenças geográficas, dentre outras, sempre haverá a necessidade de

importar bens ou produtos que não têm condições de serem produzidos em um

determinado país. Um país tem a vocação para produzir café, por exemplo,

entretanto tem que importar trigo que não é a sua vocação, assim o comércio

exterior existe para equilibrar esta balança visando à subsistência dos povos.

Em suma, a globalização, e, por conseguinte, o comércio exterior, é uma

realidade e não uma escolha. Na era da tecnologia da informação, é impossível

a um país isolar-se do mercado mundial, a não ser a um custo social muito

elevado.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

28

CAPÍTULO III

O COMÉRCIO EXTERIOR E O

DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

Como visto até aqui, historicamente, o Brasil apresenta uma participação

irrisória no Comércio Global que tem oscilado em torno de ínfimos 1%, apesar

de estar inequivocamente provada a importância do comércio exterior para o

crescimento do país. O impulso exportador é fundamental para a economia

brasileira porque as únicas reservas sólidas de que um país pode dispor são

aquelas provenientes do comércio exterior. Além disso, quanto maior for a

expressão das exportações, maior será o crescimento; quanto maior o

crescimento, maior será a receita tributária e melhores as condições para

avançar no ajuste fiscal.

A participação do Brasil nas exportações mundiais chegou a 1,16% em

2006, revela estudo inédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social). É o patamar mais elevado desde 1988. A parcela mais

alta desde 1960 foi alcançada em 1984, com 1,38%. O banco classifica o

cálculo como "conservador" porque leva em conta um crescimento de 3% do

PIB no ano passado. Segundo o BNDES, o crescimento é resultado de um

aumento contínuo na vendas externas desde 1996 e que se intensificou nos

últimos anos. De 2002 a 2006, a taxa de expansão das exportações brasileiras

foi de 23%. Com a tendência de aumento das vendas externas, a participação

das exportações no PIB passou de 6,2% em 1996 para 16,8% no ano passado.

Nos últimos 50 anos, as exportações mundiais cresceram em ritmo mais

acelerado do que o PIB. De 1996 a 2006, as exportações em dólares tiveram

alta de 8,1% ao ano, contra um crescimento da economia mundial de 4,7% ao

ano. No Brasil, esse movimento só ocorreu nos últimos dez anos. A exportação

cresceu em média anual de 11%, enquanto o PIB avançou ao ritmo de 1,8%.

Segundo a pesquisa, o ciclo de crescimento das exportações iniciado em 1996

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

29

é o mais longo da história recente da economia. Desde 1960, o único período

de aceleração similar foi de 1982 a 1984, quando as exportações passaram de

7,4% para 14,2% do PIB.

O país não conseguiu, no entanto, manter esse ritmo de expansão. Em

1986, a relação entre as exportações e o PIB já havia recuado para 8,7%. O

ciclo da década de 80 foi resultado de desvalorizações cambiais e de políticas

de incentivo às exportações. A receita de crescimento das exportações foi

baseada em aumento de volume e diversificação de mercados de destino. O

país conseguiu ganhar espaço na pauta de importações dos principais

parceiros. Segundo cálculos do banco, o índice de preços das exportações foi

de 100 para 110,8 em 2006. No mesmo período, o índice de volume chegou a

250,1. "Em praticamente todos os mercados, o nível de preços praticados em

2005 é em pouca medida superior ao de 1996. Os maiores ganhos de preços

foram registrados no mercado americano", diz o estudo. A análise dos dados

específicos do ano passado mostra que os ganhos de preço em 2006 foram

significativos com a estabilidade do câmbio e representam um aumento

superior a 10% em relação a 1996.

Está claro que houve uma maior diversificação nos destinos de produtos

brasileiros. Em 1990, quase dois terços (64,2%) das exportações brasileiras

eram destinados para Estados Unidos, União Européia e Japão. Em 2006,

esse percentual caiu para 42%. Em compensação, as exportações para o

Mercosul ganharam fôlego e passaram de 4,2% para 10,1%. "Apesar da crise

econômica nos países vizinhos de 1996 a 2002, estamos em processo de

expansão", disse Jorge Antonio Pasin, assessor da presidência do BNDES e

autor do estudo. O estudo aponta ainda o crescimento das exportações para a

China. Elas representavam apenas 1,2% do total em 1990 e já alcançam 6,1%

em 2006. Além disso, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que a

China já é o terceiro maior fornecedor ao Brasil, com 8,7% das importações.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

30

Infelizmente, não há o que comemorar. O percentual “recorde” de 1,16%

de participação no comércio mundial alcançado em 2006 não é um número de

que se possa orgulhar. Existe muito trabalho a ser feito para se atingir níveis

aceitáveis de crescimento. A proposta é pensar as possíveis saídas para tirar

o Brasil das últimas posições no ranking das nações mais desenvolvidas que

participam do comércio internacional. Há que se ter uma ampla estratégia de

governo. Uma estratégia de crescimento continuado, sustentável, de longo

prazo. Os obstáculos são muitos. Entre eles pode-se elencar a alta taxa de

juros, a falta de crédito, a dificuldade de acesso aos mercados externos, a falta

de experiência e informação em comércio exterior das empresas,

principalmente as pequenas e médias, o alto custo para o escoamento das

mercadorias, também conhecido como “custo Brasil”, ou seja, os elevados

custos portuários causados pela falta de modernização, de reaparelhamento e

de atualização tecnológica da infra-estrutura logística, a excessiva carga

tributaria, a burocracia alfandegária etc. No Brasil os gastos com manuseio de

carga, armazenagem, despacho aduaneiro, tarifas bancárias e corretagens

referente ao câmbio são elevados.

O economista João Sayad, ex-ministro do planejamento, afirma que é

difícil justificar porque a taxa de juros está tão alta. “A taxa de juros está fixada

num nível alto por causa de uma hipótese. Essa hipótese diz que, se a taxa de

juros cair, a inflação virá, porque começaremos a crescer. Então o obstáculo

número um é quase psicológico. Se eu não posso abrir a porta porque vai

entrar vento, como vou abrir a porta? Então, não abro a porta. Para fazer o

Brasil crescer, só é preciso um pouco de coragem”, diz ele.

É preciso fazer o país crescer. Não há outra saída. Nos últimos 27 anos,

o Brasil registrou um aumento de 79% no seu Produto Interno Bruto (PIB), ou

seja, um valor muito inferior ao crescimento médio mundial, que foi de 145%,

neste mesmo período. No ano de 2005, o país cresceu apenas 2,3%, enquanto

o mundo avançou mais de 4%. Em 2006, após o crescimento insignificante de

0,5% no segundo trimestre, analistas financeiros apontam para um crescimento

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

31

de apenas 3% ou menos, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI)

espera um crescimento próximo a 5% para a economia global.

Afirma-se que nove em cada dez economistas apontam o setor público

brasileiro como o grande responsável pelo baixo desenvolvimento do PIB

brasileiro. Os gastos públicos crescentes e mal direcionados são a origem do

grande problema do país: a dívida pública interna (em torno de 50% do PIB)

que levam à excessiva carga tributária (quase 38% do PIB em 2005) e que, por

sua vez, mantém os juros em patamares elevados. Resumindo, a redução das

despesas do Estado, com reformas estruturais, e estímulo ao desenvolvimento

das empresas é a fórmula para um crescimento mais significativo e sustentável

do Brasil o que fatalmente se refletirá do aumento das trocas internacionais, ou

seja, no aumento da participação do país no comércio exterior.

Enquanto se construía este trabalho de conclusão de curso, uma notícia

veio ao encontro da proposta aqui focada: o anúncio pelo presidente Lula do

seu Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Anunciado com toda a

pompa, espera-se que produza os efeitos desejados. As primeiras reações

vieram do exterior. Ao desembarcar em Davos, para um encontro com chefes

de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se confrontou com

executivos conhecedores do Brasil, frustrados sobre seu Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) para impulsionar a expansão. Em contraste,

ele pode ver um otimismo generalizado sobre a economia mundial e sobre a

capacidade de novos emergentes, afora China e Índia, ocuparem mais terreno

nos negócios internacionais.

Alain Belda, presidente da Alcoa, que mediou uma das "conversas" do

presidente no plenário, acha que a vinda de Lula ajudou a "polir a imagem" por

causa dos escândalos de corrupção no PT, não do próprio Lula, que

"abalaram" investidores. Mas sobre o PAC, ele não esconde a decepção. “Está

na direção certa, mas é insuficiente. O problema é quanto tempo o Brasil vai

andar de passinho em passinho numa economia mundial que está num

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

32

momento muito bom e no qual não se aproveita para crescer mais". Entre

executivos que exclamavam "isso não é reforma" e outros mais ponderados,

ainda achando que Lula terá outra "chance" para deflagrar o potencial do país,

a crítica mais incisiva veio de Charles Dallara, diretor-gerente do Instituto de

Finanças Internacionais (IIF), que representa 360 grandes bancos de 60

países. Para ele, é "uma infelicidade" que o governo Lula "não tenha feito tudo

o que podia", evitando reformas fiscal, da Previdência e liberalização comercial.

"São questões chave para o Brasil crescer 6% ou 7% em vez de 3% ou 4%”.

Para Dallara, "é uma vergonha" que o Brasil comece a perder investimentos

estrangeiros "porque não faz tudo o que poderia" para acelerar o crescimento

de sua economia. Ao seu ver, "é óbvio" que com o tempo o país vai perder

alguns atrativos para investidores estrangeiros e o fluxo de capital tenderá a

diminuir no médio prazo. "A concorrência está aumentando para o país e vem

agora também de Vietnã e outros países”.

Até o sueco Jacob Wallemberg, presidente da holding Investor AB,

abordou o assunto. Depois de mencionar as companhias em que investe e

estão no Brasil, como Ericsson, Scania, ABB, Electrolux etc, ele afirmou que

esperava que o país crescesse mais. O presidente do Banco Central do

México, Guillermo Ortiz, enfrenta o impacto da desaceleração da economia dos

EUA, que já derrubou o crescimento mexicano de 4,7% em 2006 para algo

como 3,5% este ano. Quase desolado, exclamou: "Crescer 3% em lugar de 5%

faz diferença para um país em matéria social, de possibilidades reais para

trazer novas tecnologias etc." Mas Ortiz tratou de mostrar que, se o Brasil e o

México compartilham o mesmo desafio de flexibilizar suas economias para

crescer mais, os problemas são distintos, para indicar que o Brasil gasta mais.

"No Brasil, tanto o gasto do Estado como entrada de impostos é equivalente a

38% do PIB. No México, é ao redor de 22% e nós precisamos é captar mais

(impostos) para aumentar os gastos em educação e outros”.

Quando o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,

Luiz Fernando Furlan, chegou ao fórum, por volta das 16 horas, reconheceu

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

33

que de fato não dá para crescer 5% este ano, até porque "o Brasil não é como

uma McLaren que acelera em três segundos". O ministro disse que a estratégia

é de acelerar o ritmo do crescimento no fim do ano, quando a taxa poderia

estar em 4,5%, e acelerar em direção a 5% em 2008.

No grande debate sobre a economia global, o otimismo foi generalizado,

em especial sobre emergentes. Laura Tyson, ex-assessora econômica do

presidente americano Bill Clinton, notou que os emergentes pela primeira vez

fizeram 50% da economia mundial. Min Zhu, vice-presidente do Banco da

China, disse, sem perder a modéstia, que a China vai continuar tendo "um

grande ano", com expansão por volta de 10% de novo. Para Jacob A. Frankel,

vice-presidente da American International Group (AIG), a China e a Índia vão

"pilotar" o debate sobre benefícios da globalização.

Após mais de uma hora de debate, um jornalista brasileiro levantou-se e

notou que até aquele momento ninguém tinha mencionado Brasil ou América

Latina. Um professor, Nouriel Roubini, repetiu a ladainha da falta de reformas.

Frankel disse que espera que Lula explique o PAC. Mais tarde, em debate

sobre a América Latina, o mediador, um professor mexicano, observou que é

um populista, Hugo Chávez, da Venezuela, quem é visto como líder da região.

Um participante chegou a indagar se a América Latina era relevante para o

mundo. A resposta, paradoxalmente, veio do presidente mundial da Pepsi Cola,

Michael White: "Claro que sim, é onde tenho 40% do faturamento”.

É importante frisar que sempre haverá oposição e críticas. Mas é

louvável a iniciativa do governo. Pois o país precisa de estratégia para crescer.

O PAC é uma estratégia. Pode e deve ser aperfeiçoada para elevar o Brasil a

uma maior participação no comércio entre as nações.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

34

CONCLUSÃO

O Brasil precisa crescer pelo menos 4,5% ao ano para absorver o

crescimento populacional e distribuir renda, porém nos últimos 25 anos o país

apresentou crescimento médio de apenas 2,4%, taxa insuficiente para o

aumento populacional, de 1,93% nos anos 80 e de 1,64% no período de 1991 a

2000. Nos últimos 5 anos, o crescimento médio foi de 1% a.a., índice que

reduziu a renda per capta do país, provocou aumento do desemprego e

aprofundou os efeitos da má distribuição de renda, mostrando que o tão

sonhado crescimento sustentado ainda está por vir.

Segundo o professor Simão Davi Silber (2003), os investimentos do

Brasil para o aumento da produção equivalem a apenas 10% do PIB, ou seja,

R$ 140 bilhões, o que representa uma taxa muito baixa para provocar o

crescimento do país. O professor Alexandre Povoa, coordenador da Comissão

de Economia e Mercados da Associação e do Sindicato dos Bancos do Rio de

Janeiro, afirma que há pelo menos 20 anos o Brasil não investe no aumento da

produção, com isso tem que aumentar as importações, pois o país não

consegue produzir para atender à demanda interna, as importações de bens de

consumo superam as exportações, ampliando a necessidade do país de

recorrer a financiamento externo. “Nesses 20 anos o Brasil precisou de U$ 200

bilhões para fechar as contas externas”, afirma o professor.

O problema do Brasil começou a se agravar na década de 80 devido ao

descontrole nas finanças públicas, o que reduziu os investimentos. Naquela

década, o governo perdeu o equivalente a 11% do PIB em poupança e o

desequilíbrio em suas contas o levou a utilizar também as poupanças privadas,

utilizando assim os recursos que seriam aplicados no crédito. Esse descontrole

foi mascarado pela inflação galopante até 1995 quando o plano real revelou o

volume da dívida pública, que gira hoje em torno de 60% do PIB, obrigando o

governo a pagar juros. A carga tributária elevou de 26% para 40% do PIB nos

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

35

últimos 10 anos, não evitando a explosão da dívida e também inibindo a

capacidade de investimentos das empresas.

Segundo o professor Simão Davi Silber, da USP, a ampliação do

comércio internacional é urgente para o crescimento do país, quanto maior a

movimentação do dólar no país via importação e exportação, menor será a

oscilação dos preços da moeda e sua influência sobre a inflação e juros.

Já para o presidente da Andima, Edgar da Silva Ramos, o país deve se

preocupar em aumentar sua participação no comércio mundial, que

corresponde a menos de 1%, dando mais ênfase a esse fato do que à

manutenção de grandes superávits comerciais, pois as importações trazem

novas tecnologias produtivas para o país.

O ex-Ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, afirma que a reforma

tributária ora em tramitação no Congresso é prejudicial ao aumento da

participação do Brasil no mercado internacional, pois o projeto precisa garantir

a isenção de tributos sobre as exportações e estimular os investimentos em

máquinas e equipamentos. Segundo o ex-Ministro, o governo precisa deixar o

ideologismo de lado nas negociações para acordos comerciais, principalmente

no caso da ALCA.

Segundo recentes declarações do Ministro da Fazenda, Guido Mantega,

os empresários podem investir no Brasil, alegando que a situação já permite

retomada da atividade produtiva e a volta do crescimento econômico. O

Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado pelo governo no dia

22/01/2007, materializa o que era só intenções. A maior virtude do plano talvez

seja o fato de ele apontar um caminho.

Uma das mais conhecidas fábulas infantis, “Alice no País das

Maravilhas”, conta a história de uma menina que segue um coelho branco até

sua toca e, de lá, embarca numa emocionante aventura. No decorrer da

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

36

viagem, ela encontra muitos caminhos que seguem em variadas direções e, ao

avistar um gato sentado numa árvore, pergunta: "Você pode me dizer que

caminho eu deveria tomar para seguir daqui adiante?" Ao que ele responde:

"Isso depende muito para onde você quer ir". Alice retruca atônita: "Eu não sei,

e também não me importo para onde ir". Então, o gato sabiamente afirma:

"Sendo assim, qualquer caminho serve". Eis o melhor do PAC: apontar uma

direção estratégica. Determinar a direção estratégica significa escolher os

destinos e os caminhos corretos para o país prosseguir rumo aos seus

objetivos estratégicos. Objetivos são declarações de ação que esclarecem

como a estratégia vai ser implementada. Ou seja, constituem um conjunto de

prioridades correlacionadas que ajudam o país a focar as formas para se

alcançar o destino estratégico.

Portanto, o destino do Brasil é crescer. Nenhum país dentre os

chamados desenvolvidos participa com 1% no comércio mundial. Da mesma

maneira nenhum país dos chamados subdesenvolvidos detém parcela

significativa do mercado mundial. A base do desenvolvimento do Brasil está

numa maior participação no comércio internacional. Ao mesmo tempo não

haverá maior participação no comércio exterior sem desenvolvimento. Que o

Brasil encontre o seu destino.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

37

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Quadro da Evolução do Comércio Exterior Brasileiro

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

38

DEPLA

SALDO COMÉRCIOCOMERCIAL MUNDIAL

US$ bi Var. US$ bi Var. Part.% US$ bi FOB US$ bi Var. US$ bi Part.% Em volume US$ bi Tx. real(C) % (D) % D/A (B - D) (E) % (F) E/F % %

57,2 - 0,9 -1,6 6,3 0,4 1,0 - 59,6 1,68 ... ... ...77,5 35,5 1,7 83,1 9,3 0,0 1,9 90,0 82,3 2,31 ... ... ...74,5 -3,9 1,7 -0,3 7,8 -0,3 1,9 0,0 81,4 2,33 ... ... ...75,5 1,3 1,1 -33,5 9,2 0,4 1,2 -36,8 77,4 1,55 ... ... ...77,8 3,0 1,4 23,7 12,6 0,1 1,5 25,0 80,4 1,87 ... ... ...84,8 9,0 1,1 -22,0 9,7 0,3 1,2 -20,0 90,3 1,33 ... ... ...94,5 11,4 1,0 -5,3 7,2 0,4 1,1 -8,3 99,4 1,11 ... ... ...

101,6 7,5 1,3 22,8 6,1 0,1 1,4 27,3 109,1 1,28 ... ... ...96,5 -5,0 1,2 -8,2 9,7 0,1 1,3 -7,1 101,8 1,28 ... ... ...

102,4 6,1 1,2 2,6 7,9 0,1 1,3 0,0 108,1 1,20 ... ... ...

114,5 11,8 1,3 6,9 7,6 0,0 1,4 7,7 121,1 1,16 ... ... ...119,7 4,5 1,3 -0,1 7,5 0,1 1,4 0,0 126,8 1,10 ... ... ...125,1 4,5 1,3 0,9 6,5 -0,1 1,4 0,0 133,9 1,05 ... ... ...137,3 9,8 1,3 -0,6 5,4 0,1 1,4 0,0 145,8 0,96 ... ... ...153,9 12,1 1,1 -16,2 5,0 0,3 1,2 -14,3 162,1 0,74 ... ... ...167,0 8,5 0,9 -13,4 4,1 0,7 1,0 -16,7 176,1 0,57 ... ... ...183,5 9,9 1,3 38,5 4,6 0,4 1,4 40,0 193,7 0,72 ... ... ...192,6 5,0 1,4 10,6 4,6 0,2 1,7 21,4 213,2 0,80 ... ... ...225,8 17,2 1,9 28,7 5,4 0,0 2,1 23,5 237,0 0,89 ... ... ...258,4 14,4 2,0 7,4 5,3 0,3 2,3 9,5 269,4 0,85 ... ... ...

299,7 16,0 2,5 25,8 5,9 0,2 2,8 21,7 314,4 0,89 ... ... ...335,9 12,1 3,2 29,5 6,6 -0,3 3,7 32,1 345,8 1,07 ... ... ...399,9 19,1 4,2 30,3 7,2 -0,2 4,8 29,7 406,7 1,18 ... ... ...556,1 39,1 6,2 46,3 7,4 0,0 7,0 45,8 561,3 1,25 ... ... ...829,1 49,1 12,6 104,2 11,5 -4,7 14,2 102,9 824,6 1,72 ... ... ...850,7 2,6 12,2 -3,4 9,4 -3,5 13,6 -4,2 869,9 1,56 ... ... ...958,7 12,7 12,4 1,4 8,0 -2,3 13,7 0,7 975,2 1,40 ... ... ...

1.086,3 13,3 12,0 -2,9 6,8 0,1 13,3 -2,9 1.116,8 1,19 ... ... ...1.257,6 15,8 13,7 13,8 6,8 -1,0 15,1 13,5 1.292,0 1,17 ... ... ...1.625,0 29,2 18,1 32,2 8,1 -2,8 19,8 31,1 1.630,3 1,21 ... ... ...

1.940,8 19,4 23,0 26,9 9,7 -2,8 25,0 26,3 2.006,3 1,25 ... ... ...1.924,2 -0,9 22,1 -3,8 8,5 1,2 24,1 -3,6 1.990,0 1,21 ... ... ...1.765,5 -8,2 19,4 -12,2 7,2 0,8 21,1 -12,4 1.860,3 1,13 ... ... ...1.734,5 -1,8 15,4 -20,4 8,1 6,5 16,8 -20,4 1.800,2 0,93 ... ... ...1.840,6 6,1 13,9 -9,8 7,3 13,1 15,2 -9,5 1.918,4 0,79 ... ... ...1.872,0 1,7 13,2 -5,5 6,2 12,5 14,3 -5,9 1.942,1 0,74 ... ... ...2.046,4 9,3 14,0 6,8 5,4 8,3 15,6 9,1 2.121,3 0,74 ... ... ...2.401,1 17,3 15,1 7,2 5,3 11,2 16,6 6,4 2.484,6 0,67 ... ... ...

IMPORTAÇÃOMUNDIAL (CIF) PIB MUNDO

OLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO - 1950 a 2006

EXPORTAÇÃOMUNDIAL (FOB) IMP BRASIL (CIF)IMP BRASIL (FOB)

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

APOSTILA Gestão de Negócios Internacionais. Banco do Brasil S/A –

GECON.

BRASIL EXPORT. Rio de Janeiro: JBE Editora Tecnológica de Exportação

LTDA, ano 37, nº 366, 2006.

CARDOSO, Fernando Henrique. Dependência e Desenvolvimento na América

Latina. 7ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1994.

FEMENICK, Tomislav. O Brasil na crise global. São Paulo: CenaUn, 1999.

MINTZBERG, Henry. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do

planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.

SAYAD, João. É preciso um pouco de coragem. Época, São Paulo, nº 445,

p.40-41, nov. 2006.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

40

SILBER, S. D. ; SAYAD, João . Comércio Internacional. In: Diva Benevides

Pinho; Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos. (Org.). Manual de Economia.

4ª ed. São Paulo: saraiva, 2003, v., p. 425-446.

__________. Aspectos Econômicos da Formação da Área de Livre-Comércio

das Américas. In: Alberto do Amaral Jr.; Michelle Ratton Sanchez. (Org.). Brasil

e Alca: os Desafios da Integração. São Paulo: Aduaneiras, 2003, v. , p. -.

TRADE & CULTURE. Rio de Janeiro: Marinho Comércio Exterior, nº 01, dez.

2006.

VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro. São Paulo: Atlas, 1999.

VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil.

1ª ed., São Paulo: Scipione, 2001.

www.bcb.gov.br, acesso em 20/01/2007.

www.fazenda.gov.br , acesso em 20/01/2007.

www.ibge.gov.br, acesso em 22/01/2007.

www.mdic.gov.br, acesso em 22/01/2007.

www.vezdomestre.com.br , ícone monografia, Rio de Janeiro – Universidade

Candido Mendes – 2006, acesso em 20/12/2006.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

41

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO BRASILEIRO 09

1.1 – A Colônia e os ciclos econômicos 10

1.2 – A estrutura econômica no Império 11

1.3 – A estrutura econômica nas Repúblicas 15

1.4 – A estrutura econômica pós-revolução industrial 20

CAPÍTULO II

O BRASIL, A GLOBALIZAÇÃO E O COMÉRCIO

EXTERIOR 24

CAPÍTULO III

O COMÉRCIO EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO … DE CASTRO.pdf · Quais as causas que impedem o crescimento significativo das exportações brasileiras?

42

BRASILEIRO 28

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Projeto A Vez do

Mestre

Título da Monografia: O Brasil e o Comércio Mundial

Autor: Jeronimo de Castro

Data da entrega: 03/02/2007

Avaliado por: Carlos Alberto Cereja de Barros Conceito: