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100
ISABELE CARDOSO VIEIRA DE CASTRO Avaliação da utilização das fototerapias Laser ( 780 nm) e LED ( 850 ± 10 nm) no processo inflamatório induzido por carragenina na articulação temporomandibular de rato PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Área de Concentração: Laser em Odontologia Salvador 2014 UFPB - UFBA

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ISABELE CARDOSO VIEIRA DE CASTRO

Avaliação da utilização das fototerapias Laser ( 780

nm) e LED ( 850 ± 10 nm) no processo inflamatório

induzido por carragenina na articulação

temporomandibular de rato

PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Área de Concentração: Laser em Odontologia

Salvador 2014

UFPB - UFBA

Page 2: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

ISABELE CARDOSO VIEIRA DE CASTRO

Área de concentração: Laser em Odontologia Linha de pesquisa: Biomodulação do reparo tecidual

Orientador: Prof. Dr. Jean Nunes dos Santos Co-orientador: Prof. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro, PhD

SALVADOR 2014

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia UFPB-UFBA, como um dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Odontologia.

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS FOTOTERAPIAS LASER (λ 790 nm) E LED (λ 850 ± 10 nm) NO PROCESSO INFLAMATÓRIO INDUZIDO POR CARRAGENINA NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DE RATO

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária de Saúde, SIBI - UFBA.

D278 De Castro, Isabele Cardoso Vieira

Avaliação da utilização das fototerapias Laser (λ 790 nm) e

LED (λ 850 ± 10 nm) no processo inflamatório induzido por

carragenina na articulação temporomandibular de rato. / Isabele

Cardoso Vieira De Castro – Salvador, 2014.

101 f.

Orientador: Prof. Dr. Jean Nunes dos Santos.

Co-Orientador: Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia.

Faculdade de Odontologia, 2014.

1. Articulação temporomandibular. 2. Carragenina. 3.

Inflamação. 4. Terapia a Laser. 5. Fototerapia. I. Santos, Jean

Nunes dos. II. Pinheiro, Antônio Luiz Barbosa. III.

Universidade Federal da Bahia. IV. Título.

CDU 616.314-007

Page 4: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

ISABELE CARDOSO VIEIRA DE CASTRO

Avaliação da utilização das fototerapias Laser (λ 790 nm) e LED (λ 850 ± 10 nm) no processo inflamatório induzido por carragenina na articulação

temporomandibular de rato

Salvador, 12 de fervereiro de 2014.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ Prof. Doutor Jean Nunes dos Santos – Orientador – UFBA

_________________________________________________________ Profa. Doutor Luciana Maria Pedreira Ramalho – Membro – UFBA

_________________________________________________________ Profa. Doutor Lélia Batista de Souza – Membro – UFRN

________________________________________________________ Prof. Doutor Aldo Brugnera Júnior – Membro – UNICASTELO

________________________________________________________ Profa Doutor Manoel Sant’Ana Filho – Membro – UFRGS

Page 5: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho...

Aos meus pais, Dicélia e Israel, por estarem sempre ao meu lado e pelo

apoio e amor incondicionais.

À minha irmã Larissa, pela sua amizade, carinho e dedicação e por

sempre me fazer acreditar que tudo é possível.

Page 6: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

AGRADECIMENTOS

A Deus, onipresente e onipotente, por caminhar sempre ao meu lado

mostrando os caminhos a serem seguidos e também por me confortar quando

eu mais preciso.

Ao meu orientador, grande mestre, Prof. Jean Nunes dos Santos, pela

sua atenção, disponibilidade, confiança e também pelos sábios ensinamentos,

os quais guardarei para sempre. Muito obrigada.

Ao meu co-orientador, grande mestre, Prof. Antônio Pinheiro, por estar

sempre presente, por sempre orientar o meu vôo e por tornar tudo mais claro

através da sua grande experiência e sábias palavras. Muito obrigada.

A Profa. Carolina Montagn, pelo carinho, pelas suas brilhantes

sugestões e pela sua valiosa contribuição para este trabalho. Obrigada por

sempre ter acreditado e confiado em mim.

A Profa. Maria Cristina Cangussú, pela sua disponibilidade e pela

paciência na realização da análise estatística deste trabalho.

A Profa. Aparecida Marques, sempre atenciosa e acessível desde a

minha iniciação científica. Admiro sua sabedoria e competência.

Aos docentes do Programa Integrado de Pós-graduação UFPB-

UFBA, pelos ensinamentos e por proporcionar uma nova visão sobre os temas

abordados.

Aos meus colegas de Doutorado Cristiane Becher, Fabíola Carvalho,

Luis Guilherme Soares, João Reis e Jouber Aciole, pelo carinho, amizade e

ensinamentos. Todos vocês guardo no meu coração, para sempre.

Page 7: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

Um agradecimento especial à colega Fabíola Carvalho pela sua ajuda

na edição das fotos para a tese.

Ao colega Artur Barbosa, sempre prestativo e acessível. Obrigada pela

grande ajuda na fase experimental.

Aos estagiários do Centro de Biofotônica, Aline, Ana Carolina, Brunna,

Luiz Galdêncio e Renan, pela dedicação e grande auxílio durante a fase

experimental deste trabalho. Muito obrigada.

À estagiária e bolsista, Juliana Aragão, pela sua amizade, competência

dedicação e interesse. Sempre disponível quando eu mais precisava. Muito

obrigada.

Às pós-doutorandas Nicole Ribeiro, Priscila Chagas, Ana Paula

Cavalcanti, Juliana Monteiro e Susana Sampaio, pela amizade,

companheirismo, ajuda e sugestões.

À Arthur Edgard Ferreira Jr., pela realização da revisão deste trabalho

e também pelo carinho e companheirismo.

Aos funcionários da FOUFBA, em especial a Dona Lourdes, Srta.

Suely Paixão, Sra. Mirian e Sr. Edilson que contribuíram de forma direta e

indireta para realização deste trabalho. Muito obrigada.

Ao CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico - pelo auxílio finaceiro que possibilitou a realização deste trabalho.

Meus sinceros agradecimentos a todos que, de alguma maneira,

contribuíram para que este trabalho se tornasse realidade...

Page 8: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

E Deus disse: “Faça-se a Luz !” E a Luz foi feita. (Gênesis 1,3)

Page 9: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS E TABELAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 17 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20 2.1 Disfunção temporomandibular 20 2.2 Inflamação e Disfunção temporomandibular 22 2.3 Processos inflamatórios induzidos por carragenina 27 2.4 Anatomia e histologia da articulação temporomandibular de rato

29

2.5 Processos inflamatórios na articulação temporomandibular de rato

31

2.5 Fototerapias Laser e LED 34 2.7 Fototerapias Laser e LED na inflamação 37 2.8 Fototerapias Laser e LED na disfunção temporomandibular 40 3. PROPOSIÇÃO 42 3.1 Objetivo geral 42 3.2 Objetivos específicos 42 4. MATERIAS E MÉTODOS 43 4.1 Respaldo ético da pesquisa 43 4.2 Delineamento 43 4.3 Amostra 43 4.4 Distribuição dos grupos 44 4.5 Procedimentos 45 4.5.1 Anestesia 45 4.5.2 Indução da inflamação 45 4.5.3 Fototerapia 46 4.5.3.1 Laser 46 4.5.3.2 LED 47 4.6 Morte dos animais e obtenção das amostras 49 4.7 Histomorfometria 51 5. RESULTADOS 53 5.1 Análise histológica 53 5.1.1 Análise descritiva - côndilo e cápsula articular 53 5.1.2 Análise estatística 72 5.2 Histomorfometria- Membrana Sinovial 77 6. DISCUSSÃO 79 7. CONCLUSÃO 88 REFERÊNCIAS 89 ANEXO 1 101

Page 10: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 Estudos clínicos utilizandos as fototerapias Laser ou LED (DE CASTRO, 2014).

41

Quadro 02 Distribuição dos grupos de estudo (DE CASTRO, 2014).

44

Quadro 03 Parâmetros das fototerapias utilizados na metodologia (DE CASTRO, 2014).

47

Tabela 01 Tabela 04

Critérios semi-quantitativos usados para análise de microscopia de luz (DE CASTRO, 2014). Graduação da espessura das camadas de células da membrana sinovial (DE CASTRO, 2014).

Tabela 04 T

50 78

Page 11: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

LISTA DE FIGURAS Figura 01 Agulha G30 conectada a uma Microseringa Hamilton de 50µl através

de uma cânula de polietileno (PE 50) (DE CASTRO, 2014). 48

Figura 02 Injeção de carragenina na ATM esquerda do animal (DE CASTRO, 2014).

48

Figura 03 Aparelho de Laser de diodo (GaAlAs, λ 780nm, Twinflex Evolution®,

MMoptics,São Carlos,SP,Brasil) (DE CASTRO, 2014). 48

Figura 04 Irradiação com o Laser λ 780nm na ATM esquerda do animal (DE CASTRO, 2014).

48

Figura 05 Aparelho de LED de diodo (GaAlAs, λ 850nm ± 10, FISIOLED®,

MMoptics,São Carlos,SP,Brasil) ( DE CASTRO, 2014). 48

Figura 06 Irradiação com o LED λ850nm±10 na ATM esquerda do animal (DE CASTRO, 2014).

48

Figura 07 Campos padronizados para a contagem das camadas celulares da membrana. Campo interno (I) e campo externo (E), HE (DE CASTRO, 2014).

52

Figura 08 Campo interno de observação, HE (DE CASTRO, 2014). 52 Figura 09 Campo externo de observação, HE (DE CASTRO, 2014). 52 Figura 10 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos dois dias: Observa-se

presença de infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo estendendo-se no tecido muscular adjacente, HE (DE CASTRO, 2014).

55

Figura 11 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos dois dias: Observa-se presença de discreta reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

55

Figura 12 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos três dias: Observa-se presença de infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

56

Figura 13 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos três dias: Presença de discreta reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

56

Figura 14 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos sete dias: Observa-se espessamento da zona de fibrocartilagem do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

57

Figura 15 Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos sete dias: Observação de osteoclasto e área de reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

57

Figura 16 Fotomicrografia do grupo G1 aos dois dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

58

Figura 17 Fotomicrografia do grupo G1 aos três dias: Intensa expressão de colágeno para ambos côndilo e disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

58

Figura 18 Fotomicrografia do grupo G1 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

59

Figura 19 Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos dois dias: Observa-se presença de discreta inflamação crônica na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

62

Figura 20 Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos três dias: Observa-se presença de discreto infiltrado inflamatório crônico no interior do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

62

Figura 21 Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos sete dias: Observa-se presença de discreto infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

63

Page 12: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

Figura 22 Fotomicrografia do grupo G2 aos dois dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

63

Figura 23 Fotomicrografia do grupo G2 aos três dias: Intensa expressão de colágeno para ambos côndilo e disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

64

Figura 24 Fotomicrografia do grupo G2 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

64

Figura 25 Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos dois dias: Presença de vilosidades na membrana sinovial, HE (DE CASTRO, 2014).

65

Figura 26 Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos sete dias: Presença de discreto tecido de granulação na membrana sinovial, HE (DE CASTRO, 2014).

65

Figura 27 Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos dois dias: O côndilo apresenta spectos de normalidade e ausência de inflamação HE (DE CASTRO, 2014).

68

Figura 28 Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos três dias: Presença de discreto infiltrado inflamatório na lateral do côndilo e espessamento da zona de fibrocartilagem espessa, HE (DE CASTRO, 2014).

68

Figura 29 Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos sete dias: Presença de discreto infiltrado inflamatório e de reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

69

Figura 30 Fotomicrografia do grupo G3 aos dois dias: Intensa expressão de colágeno no côndilo e discreta no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

69

Figura 31 Fotomicrografia do grupo G3 aos três dias: Discreta expressão de colágeno no côndilo, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

70

Figura 32 Fotomicrografia do grupo G3 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e discreta no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

70

Figura 33 Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos três dias: Presença de tecido de granulação e vilosidades na membrana sinovial, HE (DE CASTRO, 2014).

71

Figura 34 Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos dois dias (DE CASTRO, 2014).

74

Figura 35 Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos três dias (DE CASTRO, 2014).

74

Figura 36 Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos sete dias (DE CASTRO, 2014).

75

Figura 37 Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos dois dias (DE CASTRO, 2014).

75

Figura 38 Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos três dias (DE CASTRO, 2014).

76

Figura 39 Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 E G3 aos sete dias (DE CASTRO, 2014).

76

Page 13: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AINES AsGaAl

Anti-inflamatorios não esteróides Arseneto de Gálio e alumínio

ATP Adenosina-trifosfato CEEA Comissão de Ética na Experimentação Animal COX COX-1 COX-2

Cicloxigenase Cicloxigenase um Cicloxigenase dois

CW Modo contínuo DNA DTM

Ácido desoxirribonucléico Disfunção Temporomandibular

HE IL-1α IL-1β IL-1ra IL-6 IL-8 iNOS J/cm2

Hematoxilina-Eosina Interleucina 1 alfa Interleucina 1 beta Antagonista do receptor de IL-1 Interleucina seis Interleucina oito óxido nítrico sintase induzível Joule por centímetro quadrado

Laser LED LTB4

Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação Diodo emissor de luz Leucotrieno B quatro

MMP MMP-1 MMP-3 MMP-13

Metaloproteinase Metaloproteinase 1 Metaloproteinase três Metaloproteinase treze

NO NO2

PG PGE2

ROS RT-PCR SAEF SIL-1RII sTNFR-I sTNFR-II TGF-β TNF TRPA1 UFBA UFPB

µm Φ

Óxido nítrico Dióxido de nitrogênio Prostaglandina Prostaglandina E dois Espécie reativa de oxigênio Reação em cadeia pela polimerase precedida de transcrição reversa Fluência de energia média espacial Receptor Solúvel de Interleucina 1 dois Receptor solúvel para TNF-I Receptor solúvel para TNF dois Fator de transformação do crescimento beta Fator de necrose tumoral Receptor de Potencial Transitório Ankirina 1 Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Paraíba Comprimento de onda Micrometro Spot

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RESUMO As disfunções temporomandibulares (DTMs) são frequentes na população e geralmente envolvem processos inflamatórios. Trabalhos prévios têm evidenciado efeitos positivos das fototerapias Laser e LED (diodos emissores de luz) nas DTMs, porém sua ação e mecanismo no infiltrado inflamatório da articulação temporomandibular ainda são pouco conhecidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar, através da análise histológica, a eficácia das luzes Laser (10 J/cm2, λ 780 nm, 70 mW, CW) e LED (10 J/cm2, λ 850 ± 10 nm,100 mW,CW) na inflamação da articulação temporomandibular de ratos induzida por carragenina. Quarenta e cinco animais foram divididos em três grupos com cinco animais por subgrupo de acordo com os tempos experimentais de dois, três e sete dias: Inflamação; Inflamação + Fototerapia Laser e Inflamação + Fototerapia LED. A primeira irradiação foi realizada 24 horas após a indução com intervalo de 48 horas entre as sessões. Após a morte animal, os espécimes foram processados e corados com HE e Picrosirius. Em seguida, as amostras foram examinadas histologicamente. Os dados foram submetidos à análise estatística. No decorrer dos tempos experimentais, no grupo inflamação, foi observado infiltrado inflamatório crônico discreto a moderado entre as trabéculas ósseas do côndilo. No grupo tratado com Laser, a região do côndilo apresentou intensa vascularização e presença de discreta inflamação crônica na maioria dos espécimes. No grupo LED, o côndilo apresentou aspectos de normalidade e ausência de inflamação em alguns espécimes, ao longo dos tempos experimentais. O grupo irradiado com Laser apresentou maior quantidade de colágeno no côndilo (p=0,04) e disco (p=0,03) quando comparado aos grupos inflamação e LED, respectivamente. Os grupos irradiados com Laser ou LED apresentaram um menor número de camadas da membrana sinovial quando comparados aos grupos não irradiados. Concluiu-se que as fototerapias Laser e LED apresentaram de modo geral efeitos positivos em relação à redução do processo inflamatório na articulação temporomandibular de rato. Palavras-chave: Articulação Temporomandibular, Carragenina, Inflamação, Terapia a Laser, Fototerapia

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ABSTRACT

Temporomandibular disorders (TMD) are commonly found in the population and usually involve inflammatory processes. Previous studies have shown positive effects of Laser and LED (Ligth emitting diodes) phototherapies on TMD but their action and mechanism in the inflammatory infiltrate of the temporomandibular joint are still poorly understood. The aim of this study was to assess through histological analysis the effectiveness of Laser light (10 J/cm2, λ 780 nm, 70 mW,CW) and LED (10 J/cm2, λ 850 nm, 100 mW,CW) on the inflammation of the temporomandibular joint of rats induced by carrageenan. Forty-five animals were divided in three groups with five animals per subgroup according to the experimental times of two, three and seven days: Inflammation, Inflammation + Laser phototherapy and Inflammation + LED phototherapy. The first irradiation was performed 24 hours after induction with an interval of 48 hours between sessions. After animal death, specimens were processed and stained with HE and Picrosirius. Then the samples were examined histologically. Data were statistically analyzed. The inflammation group showed mild to moderate chronic inflammatory infiltrate among the bone trabecules of the condyle. Over the time-course of the study in the Laser group the region of the condyle presented mild chronic inflammation and intense vascularization. In the LED group, the condyle showed aspects of normality and absent inflammation in some specimens. In all the time-points, the Laser irradiated groups showed greater amount of collagen in the condyle (p = 0.04) and disc (p = 0.03) when compared to the inflammation and LED groups, respectively. Laser and LED treated groups demonstrated a smaller number of the layers of the synovial membrane when compared to the non-irradiated groups. It was concluded that, in general, Laser and LED phototherapies resulted in a reduction of the inflammatory infiltrate in the temporomandibular joint of rat. Keywords: Temporomandibular Joint, Carrageenan, Inflammation,Laser Therapy ,Phototherapy

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17

1. INTRODUÇÃO

Desordens Temporomandibulares (DTMs) são um conjunto de distúrbios

articulares e/ou musculares na região orofacial, que envolve os músculos da

mastigação, a ATM e as estruturas adjacentes à articulação. Frequentemente

um componente inflamatório está associado a casos de DTMs. Entretanto, o

entendimento do processo inflamatório na articulação temporomandibular tem

sido baseado em outras articulações sinoviais (HUTCHINS et al., 2000).

As características especiais da ATM, como sua densa cobertura de

tecido fibroso, podem influenciar a sua resposta como uma articulação

sinovial (MEIKEL,1992). Além disso, concentrações de algumas substâncias

inflamatórias na ATM diferem de outras articulações, como os níveis de

substância P, peptídeo relacionado a calcitonina, e o neuropeptídio Y, que

apresentam níveis mais elevados nas artrites das ATMs em humanos que na

articulação do joelho, provavelmente devido à densa inervação das ATMs

(TOMINAGA et al.,1999).

As ATMs são suscetíveis a uma variedade de alterações inflamatórias,

incluindo as osteoartrites e a artrite reumatoide (BOULOUX et al., 2009). Os

sintomas mais frequentes são: dor ao movimentar, sensibilidade à palpação,

rigidez, crepitação e tumefação (SILVA et al.,2011). Os objetivos do

tratamento incluem a manutenção da função aliviando a sintomatologia

dolorosa e rigidez das ATMs (DURANDO et al., 2002). Tratamentos não-

cirúrgicos para DTMs constituem a primeira opção e frequentemente

consistem de medicações, como AINES (anti-inflamatórios não esteroides),

relaxantes musculares e antidepressivos (OKENSON, 2008).

Page 17: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

18

A carragenina é um mucopolissacarídeo sulfatado, utilizado como

agente de indução da inflamação experimental e dor inflamatória na pata de

ratos, sendo um modelo utilizado extensivamente no desenvolvimento de

AINES e inibidores seletivos da cicloxigenase-2 (PETER-SZABO et al., 2007).

Diferentemente de outras substâncias, a carragenina causa uma inflamação

do tipo não-neurogênica, não é antigênica, não produz efeitos sistêmicos e

proporciona um alto grau de reprodutividade (WINTER et al. 1962).

Estudos recentes têm demonstrado bons resultados quanto à utilização

da fototerapia Laser em condições inflamatórias na ATM (CARVALHO et al.,

2011), pata (SILVA et al., 2011) e joelho de ratos (PALLOTA et al., 2012),

revelando-se como uma alternativa no tratamento de desordens articulares

inflamatórias crônicas, uma vez que não produz complicações como

nefrotoxicidade e úlceras gástricas, as quais são comuns com o uso de

AINES (ALBERTINI et al., 2004).

A fototerapia com LED (Diodo Emissor de Luz), assim como o Laser, pode

causar a diminuição da intensidade da dor e até analgesia, através da inibição

da ação da enzima cicloxigenase e interrompendo a conversão de ácido

araquidônico em prostaglandinas (ALBERTINI et al., 2007). Entretanto, os

efeitos terapêuticos do LED são específicos e por ser uma tecnologia

relativamente nova, ainda se encontram em fase de investigação a respeito

dos seus reais resultados (MEYER et al., 2010).

Tendo em vista que para o avanço do tratamento da DTM com a

utilização de fototerapias na prática clínica são necessários mais estudos

experimentais que descrevam a ação da fotobiomodulação Laser e, em

Page 18: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

19

especial, do LED na ATM, o objetivo desse estudo foi avaliar, através da

análise histológica, os efeitos das fototerapias Laser e LED no processo

inflamatório induzido por carragenina na articulação temporomandibular de

rato.

Page 19: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Disfunção Temporomandibular

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial

bilateral que permite movimentos mandibulares em torno do osso temporal. A

ATM difere-se das demais articulações do corpo por ser revestida de

fibrocartilagem e não cartilagem hialina, sendo também composta por um

disco articular localizado entre as faces articulares (côndilo mandibular,

eminência articular e fossa mandibular do osso temporal) (MADEIRA, 2008).

A membrana sinovial consiste de uma porção superficial de células

conjuntivas, denominada camada íntima, que está presente sobre uma

camada de tecido conjuntivo densamente vascularizado e inervado,

denominada camada subíntima. A camada íntima apresenta diferentes tipos

celulares e apesar de compacta, não é contínua, e geralmente pode ser

visualizada em contato com o espaço articular. A camada subíntima é

constituída por um tecido conjuntivo frouxo que contém vasos sanguíneos,

linfáticos e nervos, além de uma escassa população de células como

fibroblastos, macrófagos e mastócitos. A superfície da membrana sinovial

pode apresentar pregas e projeções (DIJKGRAAF et al., 1996).

As características especiais das ATMs podem influenciar sua resposta

como articulação sinovial. A sua superfície, por exemplo, apresenta uma

cobertura de tecido fibroso denso, enquanto que a maioria das demais

articulações sinoviais são cobertas apenas por cartilagem hialina. Essa é uma

característica importante, pois o tecido conjuntivo fibroso possui uma maior

Page 20: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

21

capacidade de autorreparação do que a cartilagem hialina. Dessa forma, o

tratamento das condições artríticas da ATM pode ser diferente de outras

articulações sinoviais (MEIKEL,1992).

A disfunção temporomandibular (DTM) possui origem multifatorial

caracterizada por quadros agudos e principalmente crônicos, além de

abranger inúmeros problemas clínicos envolvendo a musculatura

mastigatória, a ATM e estruturas associadas, ou ambos. Essa desordem é

considerada a causa mais frequente de dor orofacial crônica (MANFREDINI et

al., 2004). Os diversos aspectos etiológicos da DTM são incertos. Os

principais fatores comumente relacionados são modificações na oclusão

dentária, ausência de unidades dentárias, modificações na morfologia interna

da ATM como relação anormal do disco articular com o côndilo mandibular, a

fossa e a eminência articular (HIRATA at al., 2007). Problemas psicológicos,

ansiedade, depressão e estresse possuem correlação com os pacientes que

apresentam DTM (CELIĆ et al.,2011), além de mastigação unilateral e hábitos

parafuncionais (MANFREDINI et al.,2003). Normalmente um único fator não é

responsável pelo desencadeamento da DTM e sim a associação entre eles

(OKENSON, 2008).

Os principais sintomas para a DTM incluem: estalido, crepitação,

movimento limitado ou travamento da mandíbula, dor na face, colo ou

ombros, dores de cabeça, dores de ouvido, tonturas e problemas auditivos

(TANAKA, DETAMORE, MERCURI, 2008).

As ATMs são suscetíveis a uma variedade de alterações inflamatórias,

as quais são consideradas como a principal causa de dor em pacientes

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22

portadores de DTM (BOULOUX et al., 2009). Tal inflamação pode ocorrer na

membrana sinovial (sinovite) e/ou na cápsula (capsulite), podendo resultar de

um trauma localizado, infecção ou degeneração ou ainda ser parte de uma

alteração na formação do colágeno ou poliartrite sistêmica, como por exemplo

a artrite reumatoide (SESSLE et al., 2010). Os objetivos terapêuticos do

tratamento incluem a manutenção da função, aliviando a sintomatologia

dolorosa e rigidez das ATMs (DURANDO et al., 2002).

Tratamentos não-cirúrgicos para DTMs constituem a primeira opção e

frequentemente consistem de medicações, como AINES, relaxantes

musculares e antidepressivos. Os AINES podem reduzir a inflamação, mas

também podem aumentar o risco de complicações, como úlceras gástricas e

nefrotoxidade (ISHIMARU et al., 2003). Outros tratamentos indicados são:

splints oclusais; fisioterapia e tratamento de atividades parafuncionais

(CETINER et al., 2006), TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea),

Laserterapia (NÚÑEZ et al.,2006) e acupuntura/eletroacupuntura (GODDARD

et al., 2002).

2.2 - Inflamação e disfunção temporomandibular

A inflamação é uma resposta inespecífica do corpo a diferentes tipos

de agressões, constituindo-se, essencialmente, de uma resposta protetora

que inicia o processo de reparo tecidual (KHALIL et al., 1992).

A inflamação se caracteriza pelos seguintes sinais: rubor, calor, tumor,

dor e perda da função, refletindo os efeitos das citocinas e de outros

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23

mediadores inflamatórios nos vasos sanguíneos locais (JANEWAY et al.,

2007; KUMAR et al., 2010). A inflamação pode ser dividida em fase inicial e

tardia, dependendo do tempo e duração da resposta e do tipo de célula

inflamatória envolvida. A fase inflamatória inicial dura de 1 a 2 dias e inicia-se

com a ativação do sistema imunológico pelas vias clássica e alternativa da

cascata do sistema complemento. Isso leva à infiltração da ferida pelos

neutrófilos granulócitos (leucócitos polimorfonucleares), que são atraídos para

o local da ferida dentro de 24 a 48 horas após a lesão por inúmeros

quimiotáxicos como: Fragmentos proteicos da matriz extracelular; Fator de

crescimento transformador β (TGF-β); Componentes do sistema complemento

(C3a e C5a); Peptídeos formil-metionina e produtos bacterianos. Dentro de

um curto tempo, os leucócitos polimorfonucleares aderem-se às células

endoteliais na periferia dos vasos sanguíneos (marginação) e começam a

moverem-se ativamente através da parede vascular (diapedese). Uma vez no

sítio inflamatório, eles fagocitam a bactéria e outras partículas estranhas ao

organismo, liberando enzimas degradantes e radicais livres derivados de

oxigênio, o que minimiza a contaminação bacteriana da ferida e favorece o

processo cicatricial nas próximas fases (KUMAR et al., 2010).

As inflamações agudas caracterizam-se pelo predomínio de fenômenos

exsudativos, consequentes a alterações da permeabilidade vascular,

permitindo o acúmulo na região inflamada de líquido (edema), fibrina (que se

forma no interstício pela interação entre componentes do plasma e fatores

dos tecidos), leucócitos, especialmente neutrófilos e hemácias. Nas

inflamações crônicas, além destes elementos, ocorrem no local fenômenos

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24

produtivos, ou seja, proliferação de vasos, fibroblastos (com consequente

deposição de colágeno), como também migração e proliferação local de

monócitos e linfócitos (KUMAR et al., 2010).

Os mediadores envolvidos na origem da dor inflamatória também

exercem um papel essencial na ativação de outros eventos inflamatórios,

incluindo edema e migração leucocitária. As prostaglandinas podem ser

essenciais para a formação de edema, enquanto as citocinas pró-

inflamatórias (IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-8 e TNF), além de atuar no crescimento

celular, na remodelação de tecidos e na manutenção da homeostase, também

podem mediar funções destrutivas, como inflamação e reações autoimunes

(WHITE et al., 2005). Em adição, diversos estudos que analisaram o líquido

sinovial de pacientes com DTM têm encontrado altos níveis de citocinas

inflamatórias, o que sugere a associação destas a mecanismos patológicos.

A interleucina-1 (IL-1) é produzida em grandes quantidades pela

membrana sinovial durante a inflamação, assim como por monócitos e

macrófagos, não estando presente em tecidos normais (TATAKIS,1993).

Kubota et al. (1997) mostraram haver relação entre a presença de IL-1β e o

desenvolvimento de osteoartrite na ATM. Alstergreen et al. (1999) observaram

aumento da dosagem de IL-1β em ATMs acometidas por processo

inflamatório quando comparado a articulações normais, e sugeriram relação

entre IL-1β e sintomatologia dolorosa, limitação do movimentos mandibulares

e destruição articular. Ijima et al. (2001) demonstraram que IL-1α é capaz de

induzir síntese de metaloproteinases (MMPs) por condrócitos e células do

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25

disco articular ocasionando quebra da estrutura na matriz extracelular e

consequente aumento do processo de degeneração articular.

O fator de necrose tumoral alfa (TNFα) é produzido pela membrana

sinovial da ATM na fase crônica da inflamação e também por monócitos e

macrófagos ativados, estando envolvido na etiopatogênese da sinovite e da

degeneração cartilaginosa em pacientes com DTM (HIROTA et al.,2006).

Além disso, sabe-se que o TNFα ativa a síntese de citocinas como as IL-1 e

IL-6 e linfócitos assim como os osteoclastos, estimula a produção de

prostaglandinas (PG) e também condrócitos, sinoviócitos do tipo B e

fibroblastos da cavidade articular a sintetizarem colagenases

(ALSTERGREEN, 2000).

Tem sido sugerido que a IL-6 participa na fisiopatologia da DTM, não

estando presente, entretanto, em articulações normais. IL-6 está envolvida no

desenvolvimento de sinovite, de destruição óssea e cartilaginosa, de

hiperalgesia nos tecidos articulares, sendo possível a sua utilização como

marcador bioquímico de DTM crônicas (KANEYAMA et al., 2004).

Níveis elevados de IL-8 foram encontrados no fluido sinovial de

pacientes com DTM, sendo também demonstrado que a principal fonte de IL-

8 em ATMs são as células sinoviais e células inflamatórias, como neutrófilos e

macrófagos que participam na fase aguda da inflamação ATM (SUKEDAI et

al., 2004).

As sínteses de prostaglandinas (PG) e de leucotrienos pelo

metabolismo do ácido araquidônico e ação das enzimas ciclooxigenase

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26

(COX) e lipoxigenase, respectivamente, estão envolvidas na patogênese da

fase aguda da inflamação (KUMAR et al., 2010). Três isoformas da COX são

conhecidas: COX-1, sintetizada constitutivamente expressa no estômago, rins

e plaquetas, e considerada importante na proteção da mucosa estomacal. A

COX-2, inicialmente tida como induzida pelo processo inflamatório, foi

constatada como sendo constitutiva no endotélio vascular, rins, pulmão e

cérebro. A COX-3 é uma isoforma encontrada principalmente no sistema

nervoso central e seu papel é ainda desconhecido (BOTTING, 2006). As

ações da prostaglandina E2 (PGE2) na inflamação incluem mediar

vasodilatação, aumentar a permeabilidade vascular e sensibilizar

nociceptores periféricos. Tem sido demonstrada a presença de PGE2 em

ATMs com desordem inflamatória e sintomatologia dolorosa (ALSTERGREN,

KOOP, 2000), assim como a presença de leucotrieno B4 (LTB4) e PGE2 em

pacientes apresentando desarranjos internos na ATM (NISHIMURA et al.

2002) e em articulações com sinovite (ARINCI et al. 2005).

Tanimoto et al. (2011) demonstraram in vitro que a expressão de COX-

2/PGE2 foi aumentada devido a IL-1β em condrócitos articulares do côndilo

mandibular, e que a MMP-1, -3, e -13 foram induzidas por PGE2, sugerindo

que a indução de COX- 2 / PGE2 pela IL-1β desempenha um papel crucial

nos processos catabólicos da cartilagem condilar mandibular sob condições

inflamatórias.

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27

2.3 - Processos inflamatórios induzidos por carragenina

A carragenina é originada da parede celular principalmente de algas

vermelhas como a Chondrus crispus, também conhecida por Irish Moss,

ocorrendo em Carragheen (Waterford, Irlanda), local em que cresce em

abundância. Material de composição semelhante foi isolado de outras algas

como Gigartina stellata e Rhodymenia palmata. A carragenina é um

mucopolissacarídeo sulfatado que pode ser separado em dois compostos.

Uma fração se transforma em gel sob a ação do íon potássio e é designada

como kappa (κ), e a outra é insensível ao potássio denominada lambda (λ).

As frações κ e λ representam 40 e 60% do extrato não fracionado (DI ROSA,

1972).

A carragenina não gelatinosa (λ) é utilizada para induzir inflamação e

dor inflamatória em modelos de roedores, especialmente na pata. O uso da

carragenina como agente irritante para indução de edema na pata de rato foi

introduzido por Winter, Risley e Nuss (1962). Logo em seguida, o efeito da

indometacina foi avaliado através deste modelo, que é um dos métodos mais

utilizados para o teste e avaliação de drogas e terapias anti-inflamatórias. A

primeira fase (1-2h) do edema de pata induzido por carragenina é

caracterizada pela liberação de histamina, serotonina e bradicinina, ao passo

que na segunda fase (2-4h) tem sido correlacionada com elevada produção

de prostaglandinas, sendo este processo mediado por bradicininas,

leucotrienos, células polimorfonucleares e prostaglandinas produzidas por

macrófagos teciduais (GUPTA et al., 2006; DI ROSA et al., 1971). A presença

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28

de infiltrado de neutrófilos também é uma característica desse modelo (DI

ROSA, SORRENTINO, 1968; VINEGAR et al.,1971). Além disso, utilizando a

carragenina como agente flogógeno, diversos mediadores inflamatórios já

foram descritos no tecido da pata de rato, como PGE2, leucotrienos (LTD4),

IL-1 e IL-6, NO e espécies reativas de oxigênio, os quais apresentam

potencial para perpetuar a estimulação da resposta inflamatória (GUAY et al.,

2004).

Para Moilanen et al. (2012), o receptor de potencial transitório TRPA1

é ativado durante a indução da inflamação aguda por injeção de carragenina,

gerando uma maior expressão de COX e um consequente aumento de

prostaglandinas, podendo ser um alvo potencial para o desenvolvimento de

novos agentes inflamatórios não-esteroides e inibidores seletivos da COX-2

(PETER-SZABO et al., 2007) incluindo produtos terapêuticos derivados de

plantas medicinais (CHOU et al., 2003).

Debprasad et al.(2012) analisaram o efeito da inibição da expressão de

NO2, PGE2, TNF-α, e iNOS através da utilização do extrato da folha de

Shorea robusta. Inflamação aguda foi induzida através da injeção subplantar

de 0.1mL de carragenina diluída a 1% de solução salina e observaram que

houve redução do diâmetro do edema da pata quando compararam os grupos

tratados com os extratos aquoso e alcoólico (400 mg / kg) aos grupos controle

negativo (solução salina) e positivo (diclofenaco de sódio), além de redução

significativa de NO2, PGE2, TNF-α, IL-1β,IL-6 e iNOS.

Uzkeser et al. (2012) também relataram a indução de inflamação aguda

e edema através da utilização de injeção subplantar de 0.1 mL de carragenina

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29

diluída a 1% de solução salina e observaram que o salbutamol nas doses

utilizadas (1 e 2 mg/kg) impediria as respostas inflamatória e nociceptiva

estimulando os receptores adrenérgicos β-2 e da prevenção da geração de

radicais de livres de oxigênio (ROS) durante o processo de inflamação aguda

em ratos.

2.4 - Anatomia e histologia da articulação temporomandibular de rato

A ATM normal do rato foi descrita anatômica e histologicamente em

alguns estudos. Anatomicamente a ATM é envolvida por uma fina cápsula,

formada por tecido fibroso e cobertura sinovial. O espaço articular é separado

em dois outros espaços: discotemporal superior e disco mandibular inferior. O

ângulo mandibular tem uma forma proeminente. A porção anterior do disco

articular contem fibras de ligação do músculo pterigoideo lateral. Essa porção

gradualmente se torna mais fina anteroposteriormente, até a porção

intermediária. O disco é semelhante ao humano, porém a fossa articular é

convexa. Posterior à porção intermediaria, o disco gradualmente aumenta em

espessura e conecta-se posteriormente ao tecido gorduroso retrodiscal

(MUTO et al.,1998; PORTO et al., 2010). A posição dos côndilos é divergente

de acordo com o eixo axial e a fossa glenoide é plana, sem eminências

(MUTO et al., 2010).

Histologicamente, no côndilo, existe uma área que compreende uma

camada espessa de cartilagem, principalmente do tipo hialina, com camadas

de condrócitos sobrepostas que amadurecem a medida em que a área de

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30

transição para o tecido ósseo é observada na superfície articular do côndilo

mandibular (PORTO et al., 2010). Luz (1995) ainda observou no côndilo as

seguintes camadas: zona fibrosa, composta de feixes colágenos

entrecruzados; zona de mitose, delgada; zona cartilaginosa, correspondente a

cartilagem de crescimento; zona de ossificação, que apresenta trabéculas em

formação e zona óssea, correspondente a parte de maior volume.

No osso temporal, assim como na superfície articular do côndilo, há

uma camada fibrosa que aumenta em espessura de uma posição anterior

para uma mais posterior sobre a superfície articular do osso temporal. Há

também camadas de condrócitos sobrepostas, mas em menor número do que

no côndilo (PORTO et al., 2010). É observado um disco que divide a cavidade

articular em superior e inferior. As superfícies articulares condilar e temporal

são cobertas por tecido fibrinoso, compacto e avascular, com o colágeno

constituindo o componente mais predominante. A porção anterior da

membrana sinovial na cavidade superior consiste em uma ou duas camadas

de células e apresenta uma superfície lateral lisa, onde medialmente

apresenta uma superfície irregular ou formação vilosa. O ligamento posterior

é composto principalmente de fibras colágenas e elásticas (MUTO et al.,

1998).

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31

2.5-Processos inflamatórios na articulação temporomandibular de rato

A dor orofacial é mais comumente causada por inflamação, seja aguda

ou crônica, e geralmente esta dor é refratária aos tratamentos existentes. Para

que ocorram evoluções nessa área é necessária uma melhor compreensão dos

mecanismos inflamatórios. Existem poucos estudos específicos nos tecidos

orais ou faciais. Um modelo orofacial satisfatório tem a vantagem de permitir o

estudo da inflamação de uma maneira geral, assim como os mecanismos que

podem ser específicos deste tecido, como algumas formas de DTMs (HAAS et

al. 1992). Segundo Puzas (2003), ainda não existe um modelo experimental

que esclareça a fisiopatologia das DTMs em todos os estágios, da fase aguda à

fase crônica. Essa limitação na fisiopatologia da inflamação e da dor na ATM se

deve em parte à limitação de modelos experimentais e à dificuldade em

mensurar parâmetros inflamatórios na região (ROVERONI et al, 2001). Desta

forma, modelos de inflamação provenientes de outras regiões do organismo

têm sido utilizados, mesmo por aqueles com interesse específico nos

mecanismos relacionados à região orofacial (HARGREAVES et al., 1989;

HYLDEN et al., 1991).

Os mecanismos do desenvolvimento e progressão das DTMs ainda

não foram completamente elucidados. Diversos modelos experimentais têm

sido desenvolvidos para o estudo de alterações inflamatórias na ATM. Para

este propósito, autores sugerem procedimentos cirúrgicos (HELMY et

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32

al.,1989), mecânicos (MUTO et al 1998 a, b) ou injeção intra-articular de

substâncias (HAAS et al.,1992; TOMINAGA et al.,1999).

Haas et al. (1992) injetaram óleo de mostrada na ATM de ratos e,

através de parâmetros inflamatórios como extravasamento plasmático com

azul de Evans e infiltração de neutrófilos polimorfonuclares observaram

inflamação aguda nos tecidos articulares. Este fato também foi observado por

Boleta-Ceranto et al. (2005), os quais concluíram que o pico de

extravasamento plasmático induzido pela administração periarticular de

carragenina (300 μg / 50 μL) na ATM de ratos ocorreu em 60 minutos, o qual

pode ser inibido pelos anti-inflamatórios dexametasona e meloxicam.

Processos inflamatórios na ATM são frequentemente acompanhados por

sinovite, que é uma doença inflamatória da membrana sinovial caracterizada

por hiperemia, angiogênese, edema, e proliferação de capilares. Ainda inclui a

presença de inflamação aguda ou crônica, o que pode gerar hiperplasia das

camadas da membrana sinovial (DIJKGRAAF, LIEM, DE BONT, 1997).

Diversos estudos avaliaram o padrão de reação inflamatória e

proliferação de células da membrana sinovial promovidos pelo uso da

carragenina. No estudo de Goulart et al. (2005) foi observado que uma

injeção local única de 20 µl de carragenina a 1% na região da ATM foi

suficiente para induzir reação inflamatória na articulação e nos tecidos moles

periarticulares de ratos, sendo observado infiltrado inflamatório agudo seguido

de infiltrado crônico, além da hiperplasia da membrana sinovial.

Lee et al. (2010) observaram que uma injeção de 0.01 ml de

carragenina a 3% na ATM de rato induzia inflamação e proliferação de

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33

células, especialmente na membrana sinovial e que o ácido hialurônico

melhorava a inflamação, diminuindo as células inflamatórias na membrana

sinovial.

Carvalho et al. (2011) observaram que a injeção em dose única de 20 µl

de carragenina 1% resultou em resposta inflamatória na ATM. Aos três dias

foi observado infiltrado inflamatório misto intenso e aos sete dias houve

inflamação crônica intensa, com predominância de linfócitos, principalmente

na região próxima à cápsula articular e ao colo do côndilo. Áreas de

proliferação celular da membrana sinovial e vilosidades foram observadas

após a indução da inflamação. Resultados semelhantes, aos três e sete dias,

para a membrana sinovial, foram observados por Barreto et al., 2013, além de

inflamação crônica intensa na região de tecidos retrodiscais, utilizando dose

única de 50 µl de carragenina 1%.

Muto et al. (1998a;1998b), através da indução de sinovite na ATM de

ratos por meio de trauma por hiper-extensão de abertura bucal, criaram um

sistema de gradação das camadas da membrana sinovial: Grau 0 (1 a 3

camadas), Grau 1 (4 a 6 camadas) e Grau 2 (7 ou mais camadas). Este

sistema foi adotado por Carvalho (2008), que após indução do processo

inflamatório na ATM de ratos com carragenina, observou hiperplasia da

membrana sinovial resultante do processo inflamatório apresentando grau 1,

nos períodos de três e sete dias de observação.

No estudo de Ozaki et al. (2008), foram observadas histologicamente

alterações inflamatórias na ATM de ratos, ocasionadas por hiper-extensão

mandibular e ressecção do masseter. Em adição, foi avaliada a expressão da

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34

COX-2 e iNOS na membrana sinovial por meio de imuno-histoquímica.

Segundo os resultados, o grupo em que houve associação entre a abertura

mandibular e ressecção do masseter apresentou maiores alterações

inflamatórias, incluindo hiperplasia sinovial, vascularização dilatada,

deposição de fibrina e intensa imunorreatividade para COX-2 e iNOS.

2.6 - Fototerapias Laser e LED

O Laser (Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação) é uma

forma de radiação altamente concentrada, que em contato com diferentes

tecidos resulta, de acordo com o tipo de Laser, em efeitos térmicos,

fotoquímicos e não lineares. Sendo uma forma de energia não ionizante, ao

contrário dos raios X, gama e de nêutrons, a radiação Laser não é invasiva na

maioria dos comprimentos de onda utilizados com finalidade terapêutica,

sendo muito bem tolerada pelos tecidos (PINHEIRO, BRUGNERA, ZANIN,

2010).

O LED (Diodo Emissor de Luz) é uma fonte de luz contínua com alta

eficiência luminescente. Constitui-se de um diodo semicondutor (junção P-N).

A luz monocromática é produzida quando uma diferença de potencial positiva

é aplicada no lado P e negativa no lado N, tornando o diodo polarizado.

Acontece a recombinação de elétrons e lacunas na região da junção (p-n)

gerando a emissão espontânea de energia sob forma de fótons (SEEGER,

1997). Este aparelho emite uma estreita faixa de radiação eletromagnética

que varia de comprimentos de onda que vão do ultravioleta ao visível e

infravermelho (TÚNER, HODE, 2004). Este tipo de fonte de luz apresenta

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35

vantagens em relação à luz Laser. Possui longa durabilidade, baixo custo,

circuitos eletrônicos mais simples e confiáveis, pode irradiar uma maior área

de superfície, além de gerar menor impacto ambiental, pois requer menos

energia para sua operação. Uma outra vantagem seria a sua alta eficiência

energética, ou seja, toda energia fornecida é transformada em luz e apenas

uma pequena fração é perdida sob a forma de calor (SEEGER,1997).

A diferença básica entre Lasers e LED é que este último não apresenta

dispositivo ressonador, o qual é responsável pela emissão estimulada de

radiação e amplificação de luz, como ocorre nos Lasers (KARU, 2003). Dessa

forma, no LED predomina a emissão espontânea de radiação. Essa fonte de

luz é monocromática, emitida em uma faixa espectral pequena, porém

relativamente maior que a do Laser. É também uma luz não coerente, não

colimada, menos concentrada em relação à radiação Laser, porém mais

concentrada que a luz comum. A polarização obtida nos Lasers não é uma

característica comum aos LEDs. Todavia, já se observa na literatura

aparelhos LED que emitem luz polarizada (SCHUBERT et al., 2007). Quanto

ao modo de emissão, atualmente já existem equipamentos LED que podem

emitir tanto no modo contínuo (CW) quanto no pulsátil (PINHEIRO,

BRUGNERA, ZANIN, 2010).

A aplicação do LED como recurso terapêutico vem se destacando nas

últimas décadas, sendo evidenciado que sua eficiência em processos de

fotobiomodulação celular é semelhante à dos Lasers de baixa potência

(VINCK et al., 2003).

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36

O mecanismo biomolecular de interação dos Lasers de baixa potência e

LEDs, consiste em quatro processos: fotoquímico, fototérmico, fotomecânico e

fotoelétrico. A fotobiomodulação está incluída no grupo dos efeitos

fotoquímicos, nos quais a luz atua em processos moleculares e bioquímicos

que ocorrem nos tecidos, como por exemplo na cicatrização de feridas e

reparo ósseo (PINHEIRO, BRUGNERA JR, ZANIN, 2010). Tem sido

demonstrado que, no nível celular, a luz vermelha estimularia o fotorreceptor

citocromo-C-oxidase, localizado nas mitocôndrias, levando a incrementos de

ATP mitocondrial e consequente aumento do metabolismo oxidativo. A luz

infravermelha, em um caminho adicional, poderia ativar diretamente os canais

de Ca2+ na membrana celular pelas modificações fotofísicas, desta maneira

induzindo o influxo celular de Ca2+ (KARU,1999). Dessa forma, se inicia uma

cascata de reações celulares que modulam o comportamento biológico,

modulando a angiogênese, macrófagos e linfócitos (KARU; PYATIBRAT;

AFANASYEVA, 2005); a proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno

(VINCK et al.,2003); diferenciação de células mesenquimais em osteoblastos,

entre outros, acelerando assim o processo de reparação (PINHEIRO et

al.,2011a).

Além do efeito biomodulador, as fototerapias laser e LED tem ação

analgésica, pelo aumento da síntese de beta-endorfina, diminuição da

liberação de transmissores nociceptivos, e por dificultar condução do estímulo

doloroso pela atuação na estabilização do potencial elétrico da membrana

(WALSH, 1997).

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37

Além disso, a resposta celular à fotoestimulação pode não estar

associada a propriedades específicas da luz Laser, como a coerência, pois

essa propriedade se perde nas primeiras camadas do tecido biológico. Isto

permitiu o trabalho com fontes emissoras de luz não coerentes como os

diodos emissores de luz – LEDs. (SCHUBERT, 2006).

Segundo Karu (1989), não é necessária a alta monocromaticidade da

luz, uma vez que ela apresente uma largura de banda (comprimento de onda)

dentro da faixa de absorção da molécula receptora. Alguns estudos

demonstram que a fotobiomodulação de baixa intensidade na faixa do

vermelho ao infravermelho próximo (λ630 – λ1000nm), utilizando Lasers ou

LEDs, pode influenciar diversos processos biológicos in vitro e in vivo,

gerando efeitos positivos (WHELAN et al., 2002; KARU, 2003; AL-WATABAN,

2009).

2.7- Fototerapias Laser e LED na inflamação

Tem sido sugerido que a irradiação do Laser de baixa intensidade e o

diodo emissor de luz podem modular os processos inflamatórios (LIM et al.,

2007). Para isto, alguns parâmetros dos equipamentos Laser e LED, tais

como comprimento de onda, duração do tratamento, densidade de energia

(fluência), densidade de potência (irradiância), número de tratamentos, e o

modo de irradiação podem ser importantes para se obterem bons resultados

terapêuticos dessas fototerapias. Por outro lado, existe pouco consenso na

literatura acerca da padronização de tais parâmetros (MORAIS et al., 2010).

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38

Desde o inicio de 1960, diferentes comprimentos de onda e diferentes

doses da radiação Laser têm sido utilizados, especialmente na redução da

duração da inflamação aguda, na estimulação do reparo tecidual e alívio da

dor (TUNER, HODE, 2004). Apesar de os mecanismos de sinalização celular

da fototerapia Laser ainda serem pouco compreendidos, acredita-se envolver

uma ação anti-inflamatória, embora a maioria dos estudos avalie apenas as

propriedades analgésicas do mesmo (ALBERTINI et al., 2004). A ação anti-

inflamatória é exercida mediante a aceleração da microcirculação, originando

alterações na pressão hidrostática capilar, com reabsorção do edema e

eliminação do acúmulo de catabólitos intermediários, tais como o ácido

purínico e o láctico, assim como na redução da síntese de PGE2, TNFα, IL-1β

COX-2 e ativador de plasminogênio (ALBERTINI et al.,2007; MAYAHARA et

al., 2010).

Para Albertini et al. (2007) ambos os comprimentos de onda de λ 660

nm e λ684 nm do Laser foram eficazes na redução da formação do edema na

pata de rato assim como na inibição da migração de células inflamatórias do

músculo plantar para o tecido conjuntivo adjacente, quando uma dose de 7,5

J/cm2 era utilizada.

Pires et al (2010) demonstraram a eficiência da fototerapia Laser (780

nm, 22 mW, 7.7 J/cm2, 75 s, Φ 0.2 cm2) no tratamento de ratos com tendinite

crônica induzida por colagenase aos 7 e 14 dias. Os autores observaram,

através do PCR dos espécimes, que o Laser em fases agudas e crônicas

diminuía a expressão de IL-6, COX-2 e TGF-β quando comparado aos grupos

não irradiados. Todavia, não houve alteração na expressão de IL-1β

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39

independente do tempo experimental. A redução da expressão de TNF-α, no

entanto, ocorreu apenas na fase crônica. Os autores concluíram que a

irradiação Laser pode modular a produção de mediadores anti-inflamatórios.

A terapia com LED, assim como o Laser, pode causar a diminuição da

intensidade da dor e até analgesia, tendo como atuação a inibição a ação da

enzima cicloxigenase (COX), interrompendo a conversão de ácido

araquidônico em prostaglandina (LIM et al.,2007). Entretanto, os efeitos

terapêuticos do LED são específicos e por ser uma tecnologia relativamente

nova, ainda se encontram em fase de investigação a respeito dos seus reais

resultados (MEYER et al., 2010).

Xavier et al (2010) investigaram o efeito do LED (880 ±10 nm, 7.5 J/cm2,

22mW, 170s Φ 0.5cm2), através da análise RT- PCR, no processo inflamatório

em tendões de ratos induzido por colagenase, e observaram que houve

diminuição da quantidade de células anti-inflamatórias e de RNAm para IL-1b,

IL-6 e TNF-a nas fases aguda e crônica, e de COX-2 apenas na fase aguda.

Os autores sugeriam que o LED pode ser eficaz em processos inflamatórios.

Morais et al. (2010) avaliaram a ação das fototerapias Laser (685 nm e

830 nm) e LED (628 nm) em artrite de joelhos de ratos induzida por zimosan e

compararam aos grupos controle e controle positivo (tratado com

dexametasona). O edema foi avaliado pela diferença entre peso úmido e peso

seco da membrana sinovial, o aumento da permeabilidade vascular pelo

extravasamento do corante azul de Evans, e a incapacitação articular pelo

tempo de elevação da pata. Segundo os autores, o Laser reduziu os sinais

inflamatórios de forma mais eficaz do que o LED mesmo com tempo de

Page 39: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

40

irradiação (100 s), potência (20 mW) e dose de energia (2 J) semelhantes. A

justificativa para esse resultado se dá pelo fato do LED possuir uma maior

faixa espectral (30 nm) que o Laser, que dessa forma pode não ser bem

absorvido pelo cromóferos dos tecidos biológicos.

2.8 - Fototerapias Laser e LED na disfunção temporomandibular

Diversos estudos anteriores comprovaram a efetividade da fototerapia

Laser na melhora da amplitude dos movimentos mandibulares assim como na

redução da sintomatologia dolorosa em pacientes com DTM utilizando o Laser

diodo, porém alguns resultados ainda são conflitantes e não existe um

consenso na literatura sobre quais parâmetros dessa terapia devem ser

utilizados (Quadro 1). Por outro lado, apenas dois estudos experimentais em

ratos Wistar avaliam o efeito da fototerapia Laser em processo inflamatório na

ATM (CARVALHO et al., 2011; BARRETO et al., 2013)

A fototerapia LED, segundo alguns estudos, tem se demonstrado eficaz

em diversas situações: tratamento de lesões de acne (GOLD et al., 2011), de

úlceras diabéticas crônicas (MINATEL et al., 2009), mucosites (LANG-

BICUDO et al., 2008), processos inflamatórios (XAVIER et al., 2010, MORAIS

et al., 2010), cicatrização de feridas (SOUSA et al., 2009; DE CASTRO et al.,

2011) e alívio da sintomatologia dolorosa (VINCK et al., 2006). Até o

presente momento, apenas um trabalho na literatura avalia clinicamente o uso

do LED em casos de DTM (Quadro 01).

Page 40: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

41

Page 41: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

42

3. PROPOSIÇÃO

3.1. Objetivo geral

Avaliar, descritiva e semi-quantitativamente, através da análise

histológica, o efeito da luz Laser (MMoptics®, São Carlos – SP), λ 780 nm, 70

mW, 4 mm2 Φ, (CW) , 10 J/cm2) e do diodo emissor de luz - LED (MMoptics®,

São Carlos – SP, λ 850±10 nm, 100 mW, 50 mm2 Φ, (CW) , 10 J/cm2) no

processo inflamatório induzido por carragenina na articulação

temporomandibular de rato.

3.2. Objetivos específicos

Descrever e comparar por meio de análise histológica alterações na

cápsula articular e no côndilo através da caracterização do infiltrado

inflamatório;

Observar alterações morfológicas e expressão de fibras colágenas no

disco articular e no côndilo;

Avaliar alterações na membrana sinovial através da contagem das

camadas de células;

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43

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1- Respaldo ético da pesquisa

Este experimento em animais seguiu as normas de conduta de

experimentação animal da Faculdade de Odontologia da Universidade

Federal da Bahia (FOUFBA) e foi realizado após a aprovação pela Comissão

de Ética na Experimentação Animal (CEEA) desta Instituição (Anexo 01), sob

o protocolo de número 04/10, de acordo com a LEI Nº 11.794, de 8 de outubro

de 2008.

4.2- Delineamento

Este foi um estudo do tipo transversal, descritivo e comparativo.

4.3 – Amostra

O modelo experimental utilizado foi o rato Wistar da espécie Rattus

norvegicus, classe Mammalia, ordem Roedentia, da linhagem Wistar, adultos

jovens, machos, com idade aproximada de dois meses, pesando entre 200 e

250 gramas cada, provenientes do Centro de Criação de Animais da

Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia. Os

procedimentos e a manutenção dos animais ocorreram no Laboratório de

Experimentação Animal da Faculdade de Odontologia da Universidade

Federal da Bahia. Os animais foram mantidos em gaiolas plásticas

apropriadas forradas com maravalha autoclavada trocada diariamente,

contendo um rato em cada, em local livre de ruídos, mantidos em condições

Page 43: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

44

ambientais de temperatura, umidade e luminosidade, com períodos iguais de

exposição a luz e a escuridão. Os animais receberam ração comercial para

roedores Labina (Purina® do Brasil, São Paulo-SP, Brasil) e água ad libitum.

4.4 - Distribuição dos grupos

Quarenta e cinco ratos foram aleatoriamente divididos em três grupos

principais e subdivididos, após a indução da inflamação, em nove grupos de

com de acordo com os períodos experimentais de dois, três e sete dias. A

distribuição dos grupos pode ser vista no Quadro 02.

Quadro 02 - Distribuição dos grupos de estudo (DE CASTRO,2014).

Grupo Descrição Nº de animais

Período experimental (dias)

Nº de sessões

G1

Inflamação

5 5 5

2

3

7

- - -

G2

Inflamação+ Fototerapia Laser

5 5 5

2

3

7

1 2 4

G3

Inflamação+ Fototerapia LED

5 5 5

2

3

7

1 2 4

Page 44: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

45

4.5 - Procedimentos

4.5.1- Anestesia

Os ratos foram submetidos à anestesia geral com injeção intraperitonial

de cloridrato de quetamina 10 % (Cetamin®,Syntec,Cotia, SP,Brasil) e

cloridrato de xilazina 2 % ( Xilazina®, Syntec, Cotia,SP,Brasil) na posologia de

0,06 ml / 100 g e 0,03 ml / 100 g respectivamente.

4.5.2- Indução da Inflamação

A técnica de indução utilizada foi a proposta por Haas et al.(1992),

sendo que primeiramente foi realizado um adequado treinamento para

padronização do local da injeção (ATM esquerda) através da utilização do

corante Azul de Evans. Foi realizada uma tricotomia por arrancamento na

região da ATM esquerda e os ratos foram submetidos a indução da

inflamação através da injeção de 20µl de carragenina (C1867, Sigma-

Aldrich®, St. Louis, MO, USA), diluída a 1% em solução salina. Uma agulha de

calibre G30 foi conectada a uma microsseringa Hamilton de 50µl através de

uma cânula de polietileno (PE 50), sendo aquecida e moldada para se

adaptar na seringa sem vazamentos (Fig. 1). Esta foi inserida posteriormente

ao processo zigomático do osso temporal e movimentada anteriormente

através do espaço articular superior até contatar a parede póstero-lateral do

côndilo (Fig. 2).

Page 45: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

46

4.5.3 - Fototerapia

As fontes de luz, Laser e LED, apresentam valores diferentes com

relação a potência e área de saída do feixe (spot). Dessa forma, foi adotado o

SAEF (Spatial Average Energy Density) como parâmetro de modo a equiparar

a densidade de energia de 10J/cm2 a ser fornecida para o tecido por ambas

as fontes luminosas, conforme recomendam Barolet et al.(2008). O valor do

SAEF é dado pela fórmula: J/cm2=P(W) x t(s) x n/A(cm2), sendo que foi

considerada a área de 1 cm2 ao invés da área do spot. Além disso, ambos os

aparelhos utilizados foram calibrados pelo fabricante considerando a área de

1 cm2 no cálculo da dose a ser fornecida ao tecido,por sua vez, possibilitando

a comparação dos efeitos de ambas as fototerapias.

4.5.3.1- Laser

O aparelho utilizado foi o diodo de Arseneto de Gálio e Alumínio

(GaAlAs), (Twinflex Evolution®, MMoptics,SãoCarlos,SP,Brasil) (Fig. 3), nos

parâmetros observados no no Quadro 03. Após 24 horas da indução da

inflamação, uma dose de 10 J/cm2 foi aplicada no grupo G2 aos dois, três e

sete dias, com intervalo de 48 horas entre as aplicações para cada período

experimental. A irradiação foi realizada por contato na ATM esquerda em um

ponto, identificado por palpação de forma perpendicular (Fig. 4).

Page 46: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

47

4.5.3.2 – LED

O aparelho utilizado foi o diodo de Arseneto de Galio e Aluminio

(GaAlAs) (FISIOLED®,MMoptics,SãoCarlos,SP,Brasil) (Fig.5), nos parâmetros

observados no Quadro 03. Após 24 horas da indução da inflamação, uma

dose de 10 J/cm2 foi aplicada no grupo G3 aos dois, três e sete dias, com

intervalo de 48 horas entre as aplicações para cada período experimental. A

irradiação foi realizada por contato na ATM esquerda em um ponto,

identificado por palpação de forma perpendicular (Fig. 6).

Quadro 03 – Parâmetros das fototerapias utilizados na metodologia (DE

CASTRO, 2014).

Parâmetros LASER LED

Comprimento de onda (nm) 780 850±10 SAEF (J/cm

2) 10 10

Enegia (J) 10 10 Potência output (mW) 70 100 Potência output (W) 0,07 0,100 Área iluminada (cm

2) 1 1

Modo CW CW Aplicação Contato Contato

Área de saída do feixe- Spot (cm

2)

0,04 0,5

Densidade de Enegia (J/cm2) 250 20

Densidade de Potência (W/cm

2)

1,75 0,2

Tempo de exposição por sessão (s)

143 100

Page 47: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

48

Figura 1- Agulha G30 conectada a microseringa Hamilton através da cânula

PE50 (DE CASTRO,2014).

Figura 2- Injeção de carragenina na ATM esquerda do animal (DE

CASTRO,2014).

Figura 3- Aparelho de Laser de diodo (GaAlAs), λ 780nm (Twinflex Evolution

®, MMoptics, São

Carlos ,SP, Brasil) (DE CASTRO,2014).

Figura 4 - Irradiação com o Laser λ 780nm na ATM esquerda do animal (DE CASTRO,2014).

Figura 5- Aparelho de LED de diodo (GaAlA), λ 850±10 nm (Fisioled

®, MMoptics,

São Carlos, SP, Brasil) (DE CASTRO,2014).

Figura 6- Irradiação com o LED λ850nm±10 na ATM esquerda do animal (DE CASTRO,2014). .

Page 48: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

49

4.6 - Morte dos animais e Obtenção das Amostras

Ao término dos tempos experimentais de dois, três e sete dias, para o

sacrifício dos animais foi utilizada uma câmara de gás dióxido de Carbono

(EB 248, Insight Equipamentos, Ribeirão Preto, SP, Brasil).

Em seguida, foi realizada uma fixação intermaxilar com resina acrílica

nos incisivos e, a pele de toda a cabeça foi removida. As peças foram fixadas

por 48 horas em formol tamponado (100 ml de formol PA de 37 a 40 %, 900

ml de água destilada, 4 g de fosfato de sódio monobásico, 6,5 g de fosfato de

sódio dibásico por litro). Após a descalcificação com ácido fórmico a 5 %

durante 48 horas, foi verificada sua efetividade através da consistência

borrachoide da peça e então foi realizado um corte coronal da cabeça do rato

com uma navalha passando pelas duas ATMs. O local do corte foi definido

entre a cavidade orbitária e o conduto auditivo, dividindo esta distância por

três, realizado no terço próximo ao conduto auditivo (CARVALHO et al.,

2011). Os espécimes de tecidos foram processados de acordo com a rotina

para inclusão em parafina. Os blocos submetidos à inclusão foram

identificados e submetidos à microtomia. Cortes de 5 µm foram corados com

HE e Picrosirius. As imagens histopatológicas dos cortes corados foram

capturadas e avaliadas pelo sistema computadorizado de captura de imagens

Axion Vision (Zeiss®,Berlim, Alemanha). A análise descritiva comparativa foi

realizada no Laboratório de Patologia Cirúrgica Oral do Departamento de

Diagnóstico e Terapêutica da Faculdade de Odontologia da Universidade

Federal da Bahia – FOUFBA de acordo com os critérios apresentados na

Page 49: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

50

Tabela 01. A descrição de alterações morfológicas, infiltrado inflamatório e

vascularização foram realizadas com a coloração HE, através da observação

da região da cápsula articular e côndilo. A presença de colágeno foi

observada com a coloração de Picrosírius na região do disco articular e nas

camadas de tecido fibroso e camada de fibrocartilagem do côndilo.

Tabela 01 – Critérios semi-quantitativos usado para análise de microscopia de luz (Modificada de CARVALHO,2008)

Critérios Área observada

Ausente Discreto Moderado Intenso

Inflamação Aguda

Cápsula articular e

côndilo

- Presença de <25% de

neutrófilos em relação ao total de células da

área observada

Presença de < 25 – 50% de

neutrófilos em relação ao total de células da

área observada

Presença de > 50% de neutrófilos em relação ao total de células da área

observada

Inflamação

Crônica

Cápsula

articular e côndilo

- Presença de <

25 % de linfócitos em

relação ao total de células da

área observada

Presença de < 25 – 50% de linfócitos em

relação ao total de células da

área observada

Presença de >

50% de linfócitos em relação ao total de células da área

observada

Vascularização Cápsula articular e

côndilo

- Presença de <

25 % dos vasos sanguíneos na área observada

Presença de < 25 - 50% dos

vasos sanguíneos na área observada

Presença de > 50% dos vasos sanguíneos na área observada

Presença de colágeno

Disco articular e camadas de tecido fibroso

e fibrocartilagem

do côndilo

- Marcação de picrosírius <

50% da extensão da

estrutura observada

Marcação de picrosírius em

50% da extensão da

estrutura observada

Marcação de picrosírius > 50% da extensão da

estrutura observada

Page 50: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

51

4.7- Histomorfometria

Para contagem das camadas de células da membrana sinovial foram

selecionados dois campos de cada ATM de todos os ratos denominados externo

e interno (Figs. 7, 8 e 9). As camadas de células foram contadas em cada

campo e, em seguida, calculada a média por cada subgrupo de cinco ratos. A

graduação histopatológica do número de camadas foi realizada de acordo com a

metodologia proposta por Gynther et al. (1998). A hiperplasia sinovial da

membrana foi classificada em: Normal – presença de 1 a 2 camadas de células,

Hiperplasia Leve – presença de 2 a 3 camadas de células, Hiperplasia

Moderada – presença de 3 a 5 camadas de células e Hiperplasia Pronunciada:

acima de 5 camadas de células.

Page 51: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

52

5. RESULTADOS

Figura 7- Campos padronizados para a contagem das camadas celulares da membrana. Campo interno (I) e campo externo (E), HE (CARVALHO, 2008).

Figura 8 - Campo interno de observação, HE Figura 9 - Campo externo de observação de observação, HE (CARVALHO, 2008). (CARVALHO, 2008).

I E

Page 52: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

53

5. RESULTADOS

De modo geral, os animais não apresentaram intercorrências no periodo

pós-indução da inflamação e permaneceram em condições ideais de

temperatura e luminosidade durante todo o período experimental.

Macroscopicamente, foi observado um edema na região em que foi

injetada a carragenina nas primeiras 24 horas, e, após esse período a região

da ATM esquerda apresentou áreas feridas provocadas pelas patas dos

animais.

5.1- Análise Histológica

Os resultados foram obtidos por meio da microscopia de luz, para todos

os grupos experimentais, como descrito anteriormente.

5.1.1 - Análise Descritiva - Côndilo e Cápsula Articular

GRUPO INFLAMAÇÃO

Aos dois dias, infiltrado inflamatório crônico discreto a moderado e

reabsorção superficial foram observados na lateral do côndilo e nas

trabéculas ósseas. (Figuras 10 e 11). Aos, três dias, foram observados

reabsorção óssea e infiltrado inflamatório que variou de discreto (na superfície

Page 53: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

54

lateral dos componentes articulares) a moderado (na região da cartilagem

articular e trabéculas ósseas do côndilo) (Figuras 12 e 13). Aos sete dias,

discreta inflamação crônica foi observada na lateral e nas trabéculas ósseas

do côndilo, o qual também apresentou fibrocartilagem espessa em alguns

espécimes (Figura 14). Para este mesmo grupo, áreas de reabsorção,

superficiais ou não, foram observadas na lateral do côndilo para todos os

espécimes (Figura 15). Para todos os tempos experimentais, a

vascularização apresentou-se discreta.

Para todos os tempos experimentais foi observado colágeno maduro.

Aos dois dias, o colágeno era mais evidente nas trabéculas ósseas e nos

componentes do côndilo variando de discreto a moderado no côndilo e de

discreto a intenso no disco articular (Figura 16). Aos três e sete dias, o

colágeno era mais evidente na região de cartilagem articular. Entretanto, aos

três dias, a expressão de colágeno variou de discreta a intensa para ambos

côndilo e disco articular (Figura 17). Aos sete dias, o colágeno variou de

discreto a moderado no côndilo e de discreto a intenso no disco articular

(Figura 18).

A membrana sinovial apresentou, aos dois dias, espessura regular sem

a presença de vilosidades ou tecido de granulação, Já aos três dias

apresentou espessura variável com presença ou não de vilosidades e/ou

tecido de granulação. Aos sete dias, a membrana sinovial mostrou espessura

regular sem vilosidades e sem tecido de granulação.

Page 54: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

55

Figura 10 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos dois dias: Observa-se presença de infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo estendendo-se ao tecido muscular adjacente ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

Figura 11 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos dois dias: Observa-se presença de discreta reabsorção óssea na lateral do côndilo ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

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56

Figura 12 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos três dias: Observa-se presença de infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

Figura 13 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos três dias: Presença de discreta reabsorção óssea na lateral do côndilo ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

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57

Figura 14 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos sete dias: Observa-se espessamento da zona de fibrocartilagem do côndilo ( ), HE (DE CASTRO,2014).

Figura 15 - Fotomicrografia do grupo experimental G1 aos sete dias: Observação de osteoclasto ( ) e área de reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

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Figura 16 – Fotomicrografia do grupo G1 aos dois dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014)

Figura 17 – Fotomicrografia do grupo G1 aos três dias: Intensa expressão de colágeno para ambos côndilo e disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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59

Figura 18 – Fotomicrografia do grupo G1 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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60

INFLAMAÇÃO + FOTOTERAPIA LASER

De modo geral, aos dois dias, os componentes articulares mostraram

Inflamação crônica discreta na lateral côndilo (Figura 19). Aos três dias,

Infiltrado inflamatório crônico discreto foi observado na maioria dos espécimes

no interior do côndilo e próximo à região da cartilagem articular (Figura 20).

Aos sete dias, vasos sanguíneos foram observados no côndilo e discreta

inflamação crônica na lateral deste (Figura 21). O côndilo apresentou

vascularização discreta aos dois e três dias e intensa aos sete dias.

Aos dois e três dias, próximo à região de cartilagem articular, as

trabéculas ósseas e componentes do côndilo mostraram área de reabsorção

em alguns espécimes. Em dois espécimes houve presença de reabsorção

superficial na lateral do côndilo. Já aos sete dias, reabsorção lateral do

côndilo foi observada em três espécimes. Para todos os tempos

experimentais, todos os espécimes mostraram marcação para Picrosírius,

sendo que a concentração de colágeno maduro foi mais evidente na camada

proliferativa do côndilo, membrana sinovial, disco e fossa articulares. Aos dois

e três dias, a expressão de colágeno variou de discreta a intensa para ambos

côndilo e disco articular (Figuras 22 e 23). Aos sete dias, foi observada

intensa expressão de colágeno no côndilo e no disco articular (Figura 24).

A membrana sinovial, aos dois dias, mostrou-se fibrosada com

espessamentos focais e presença de vilosidades com tecido de granulação

em dois espécimes (Figura 25). Aos três dias, a membrana apresentou-se

hiperplásica ou não, ora com fibrose ora com vilosidades, com tecido de

Page 60: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

61

granulação e presença de vasos sanguíneos. No sétimo dia, a membrana

sinovial mostrou espessura variável e exibindo vilosidades em alguns

espécimes (Figura 26).

Page 61: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

62

Figura 19 - Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos dois dias: Observa-se presença de discreta inflamação crônica na lateral do côndilo ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

Figura 20- Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos três dias: Observa-se presença de discreto infiltrado inflamatório crônico no interior do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

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63

Figura 21 - Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos sete dias: Observa-se presença de discreto infiltrado inflamatório crônico na lateral do côndilo ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

Figura 22 – Fotomicrografia do grupo G2 aos dois dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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64

Figura 23 – Fotomicrografia do grupo G2 aos três dias: Intensa expressão de colágeno para ambos côndilo e disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

Figura 24 - Fotomicrografia do grupo G2 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e intensa no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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65

Figura 25 - Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos dois dias: Presença de vilosidades na membrana sinovial ( ), HE (DE CASTRO,2014).

Figura 26 - Fotomicrografia do grupo experimental G2 aos sete dias: Presença de discreto tecido de granulação na membrana sinovial, HE (DE CASTRO, 2014).

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66

INFLAMAÇÃO + FOTOTERAPIA LED

Aos dois dias, os componentes internos do côndilo mostraram aspectos

de normalidade, sendo observada ausência de inflamação em alguns

espécimes (Figura 27) e, nos demais, a inflamação se apresentava discreta.

Aos três dias, próximo à região lateral do côndilo, foi observada ausência de

inflamação em alguns espécimes, sendo que nos demais espécimes a

inflamação crônica variava de discreta a moderada (Figura 28). Já aos sete

dias, foi observada ausência de inflamação em alguns espécimes, além de

inflamação crônica moderada no côndilo nos demais (Figura 29). Em todos

os tempos experimentais, discreta vascularização no côndilo foi observada na

maioria dos espécimes, além de áreas de reabsorção muitas vezes superficial

na lateral do côndilo em dois espécimes (Figura 29).

Para todos os tempos experimentais, todos os espécimes mostraram

marcação para Picrosírius, sendo que a concentração de colágeno maduro

variou entre os espécimes de acordo com as regiões anatômicas dos

componentes articulares. Aos dois dias, a expressão de colágeno variou de

discreta a intensa no côndilo e de ausente a discreta no disco articular

(Figura 30). Aos três dias, variou de discreta a intensa para ambos o côndilo

e o disco articular (Figura 31). Aos setes dias, variou de moderada a intensa

no côndilo e de discreta a moderada no disco articular (Figura 33).

A membrana sinovial, aos dois dias, mostrou-se fibrosada e com

espessura regular além de ausência de vilosidades. Aos três dias, também se

mostrava fibrosada, porém com espessura variável e, em alguns espécimes,

Page 66: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

67

com presença de vilosidades contendo tecido de granulação (Figura 33). Já,

aos sete dias, a membrana sinovial apresentou-se fibrosada e com espessura

regular.

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68

Figura 27 - Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos dois dias: O côndilo apresenta aspectos de normalidade e ausência de inflamação HE (DE CASTRO,2014).

Figura 28 - Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos três dias: Presença de discreto infiltrado inflamatório na lateral do côndilo ( ) e espessamento da zona de fibrocartilagem espessa ( ), HE (DE CASTRO, 2014).

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69

Figura 29 - Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos sete dias: Presença de discreto infiltrado inflamatório e de reabsorção óssea na lateral do côndilo, HE (DE CASTRO, 2014).

Figura 30 - Fotomicrografia do grupo G3 aos dois dias: Intensa expressão de colágeno no côndilo e discreta no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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70

Figura 31 - Fotomicrografia do grupo G3 aos três dias: Discreta expressão de colágeno no côndilo, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

Figura 32 - Fotomicrografia do grupo G3 aos sete dias: Moderada expressão de colágeno no côndilo e discreta no disco articular, Picrosírius (DE CASTRO, 2014).

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71

Figura 33 - Fotomicrografia do grupo experimental G3 aos três dias: Presença de tecido de granulação ( ) e vilosidades ( ) na membrana sinovial, HE (DE CASTRO, 2014).

Page 71: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

72

5.1.2 - Análise Estatística

Os dados obtidos foram tabulados e analisados estatísticamente com o

auxílio do programa Minitab 14.0® (Minitab, Belo Horizonte, MG, Brasil). Os

testes utilizados foram não-paramétricos, considerando uma significância de 5

%, sendo que na comparação intra e inter-grupo foi utilizado o Teste Exato de

Fisher para inflamação crônica e colágeno (côndilo e disco articular).

Inflamação crônica

Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes seja na

comparação intra ou inter-grupo para todos os tempos experimentais segundo

os parâmteros ausente,discreto,moderado ou intenso para inflamação crônica

( p≥0,05).

Colágeno- Côndilo e Disco articular

Com relação à presença de colágeno no côndilo e no disco articular, não

foi observada diferença estatisticamente significante na análise intragrupo

para todos os tempos experimentais seja para os grupos irradiados ou não

(p≥0,05). Entretanto, para todos os três tempos experimentais (Figuras 34,35

e 36), diferença estatisticamente significante foi observada para a deposição

de colágeno no côndilo ao comparar o grupo inflamação (G1) com o grupo

Page 72: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

73

irradiado com a fototerapia Laser (G2) (p=0,04). O grupo G1, aos dois e sete

dias, apresentou 75% e 67% dos espécimes, respectivamente, com discreta

deposição de colágeno. O grupo G2 aos dois dias apresentou 60% dos

espécimes com intensa deposição de colágeno e o grupo G2 sete dias com

100% dos espécimes com deposição moderada.

Diferença estatisticamente significante também foi encontrada, para

todos os tempos experimentais (Figuras 37, 38 e 39), para a deposição de

colágeno no disco ao comparar o grupo irradiado com a fototerapia Laser

(G2) com o grupo irradiado com a fototerapia LED (G3) (p=0,03). O grupo G2,

aos dois e sete dias, apresentou 60% e 100% dos espécimes,

respectivamente, com deposição de colágeno intensa, enquanto que o grupo

G2 aos três dias apresentou 60% dos espécimes com deposição moderada.

Já o grupo G3 aos dois, três e sete dias apresentou respectivamente 80%,

80% e 67% dos espécimes com deposição discreta de colágeno.

.

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74

Figura 34 – Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos dois dias (DE CASTRO, 2014).

Figura 35 – Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos três dias (DE CASTRO, 2014).

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75

Figura 36 – Representação gráfica da deposição de colágeno no côndilo: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos sete dias (DE CASTRO, 2014).

Figura 37 – Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos dois dias (DE CASTRO, 2014).

.

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76

Figura 38 – Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos três dias (DE CASTRO, 2014).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

AUSENTE DISCRETO MODERADO INTENSO

0%

67%

0%

33%

0% 0% 0%

100%

0%

67%

33%

0%

Colágeno Disco Articular - Sete dias

G1

G2

G3

Figura 39 – Representação gráfica da deposição de colágeno no disco articular: comparação entre os grupos G1, G2 e G3 aos sete dias (DE CASTRO, 2014).

Page 76: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

77

5.2- Histomorfometria – Membrana Sinovial

Foram observadas alterações na espessura da membrana sinovial nos

diferentes grupos experimentais e tempos de observação. A Tabela 02

mostra a graduação da espessura das camadas de células da membrana

sinovial nos diferentes grupos experimentais aos dois, três e sete dias.

No grupo inflamação, no qual foi realizada a injeção de carragenina, aos

dois dias (G1), foi observada hiperplasia moderada da membrana sinovial

resultante do processo inflamatório no campo externo e hiperplasia leve no

campo interno. Para o grupo G1 aos três e sete dias, hiperplasia leve foi

observada para ambos os campos (interno e externo).

Para o grupo inflamação tratado com as fototerapias Laser (G2) ou LED

(G3) nos períodos de dois, três e sete dias não foi observada hiperplasia da

membrana sinovial para os campos externo e interno.

Nenhum grupo ou subgrupo apresentou hiperplasia pronunciada da

membrana sinovial.

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79

6. DISCUSSÃO

Nas disfunções temporomandibulares frequentemente o componente

inflamatório está envolvido (YAMAZAKI et al., 2008). A carragenina pode

induzir uma resposta inflamatória local altamente reproduzível, não

antigênica, sem efeitos sistêmicos (WINTER et al.,1962) e tem sido

amplamente utilizada para avaliar o efeito anti-inflamatório de alguns

fármacos (PETER-SZABO et al., 2007; DEBPRASAD et al., 2012). Neste

estudo, a administração da carragenina unilateralmente na articulação

temporomandibular de rato induziu inflamação crônica discreta a moderada

durante os períodos experimentais avaliados.

Injeções de solução de carragenina 1% em tecidos superficiais e

profundos promovem uma reação inflamatória (NANTEL et al., 1999). A dose

e diluição da carragenina utilizada neste estudo foram descritas em diversos

trabalhos anteriores, resultando em reação inflamatória comprovada

(GOULART et al., 2005; BOLETA-CERANTO et al., 2005; CARVALHO et al.,

2011).

O edema como achado inicial após a injeção da carragenina tem sido

referido com o uso desta substância em joelho (PALLOTA et al.,2012) e pata

de rato (UZKESER et al.,2012). Neste experimento, foi observado edema 24

horas após a indução, o qual desapareceu após um dia. Dessa forma, este

resultado está de acordo com os achados relatados em estudos prévios, os

quais têm mostrado edema entre três e 24 horas após indução da inflamação,

utilizando a carragenina em articulação temporomandibular de rato

(GOULART et al., 2005; CARVALHO et al., 2011).

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80

A injeção em dose única de 20 µl de carragenina 1% neste trabalho

resultou em resposta inflamatória na ATM. Aos dois dias foi observada

inflamação crônica discreta a moderada entre as trabéculas ósseas do

côndilo, sendo que aos três dias esse padrão inflamatório se estendia aos

componentes articulares, porém de forma discreta. Aos sete dias, um infiltrado

inflamatório crônico discreto foi observado entre as trabéculas ósseas do

côndilo e na lateral deste. Entretanto, foram observadas divergências em

relação à localização do infiltrado inflamatório em estudos utilizando a mesma

metodologia, dose e concentração da carragenina. Foi relatado, aos três dias,

infiltrado inflamatório misto intenso na cápsula articular (CARVALHO et al.,

2011) ou crônico intenso na região do colo do côndilo (GOULART et al., 2005)

e, aos sete dias, um infiltrado inflamatório crônico intenso na cápsula articular

(GOULART et al., 2005; CARVALHO et al., 2011). Já se utilizando uma dose

única de 50 µl de carragenina 1%, foi relatado infiltrado inflamatório crônico

intenso aos três dias e discreto aos sete dias, localizado nos tecidos

retrodiscais (BARRETO et al.,2013). O acesso à ATM de ratos é restrito tanto

pelo pequeno tamanho da região quanto por sua obstrução parcial pelo arco

zigomático, o que pode resultar em uma variação do local da punção da

agulha entre os experimentos.

A fototerapia Laser (FTL) tem sido amplamente utilizada em diversas

lesões orofaciais. Alguns estudos abordam a utilização da FTL em pacientes

com DTM (BJORDAL et al., 2003; CARVALHO ET AL., 2010; JANG e LEE,

2012), entretanto o mecanismo de ação envolvido e o efeito dessa fototerapia

especificamente na ATM ainda não foram esclarecidos e sua utilização tem

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81

sido baseada nos estudos de outras articulações em modelo experimental

murino (ALBERTINI et al., 2007; XAVIER et al., 2010; PALLOTA et al., 2012).

A fototerapia LED tem se demonstrado como uma alternativa ao Laser

pois se apresenta mais economicamente viável, pode irradiar uma maior área

de superfície e requer menos energia para sua operação. Além disso,

diversos estudos relatam sua eficácia na bioestimulação celular, alívio da dor

e cicatrização de feridas (VINCK et al., 2006; SOUSA et al., 2009; DE

CASTRO et al., 2011, SAMPAIO et al., 2013).

A correta utilização da densidade de energia é crucial para a

interpretação dos resultados e acredita-se que diferentes comprimentos de

onda, a potência e a energia estipulada em cada estudo sejam os obstáculos

para se entender os reais efeitos da fotobiomodulação Laser (BJORDAL et

al., 2003).

Em revisão sistemática, os últimos autores acima descritos

demonstraram que os melhores efeitos da FTL em articulações são atingidos

quando utilizado o Laser infravermelho (GaAlAs, λ820-30 nm) com os

parâmetros de 6-24 J e 30-210 mW/cm2 por sessão. Para o tratamento de

desordens da articulação temporomandibular, A WALT (World Association of

Laser Therapy), por sua vez, recomenda a utilização do Laser infravermelho,

λ780- 820 nm, dose de 4 J/cm2 em um ou dois pontos e irradiação a cada 48

horas durante três a quatro semanas (www.walt.nu). Dessa forma, neste

trabalho foi utilizado o Laser diodo, GaAlAs, infravermelho, λ780 nm, SAEF de

10 J/cm2 em um ponto a cada 48 horas, sendo este protocolo também

recomendado por Carvalho et al., 2011.

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82

O comprimento de onda é uma variável que interfere na profundidade

de penetração da luz no tecido biológico. A literatura relata que, assim como o

Laser, LEDs com maior comprimento de onda podem penetrar mais

profundamente em cavidades articulares (OSHIMA et al.,2011). Em adição,

tem sido demonstrado que a luz Laser infravermelha apresenta uma

profundidade de penetração de aproximadamente 3 mm, enquanto a luz

Laser vermelha possui uma penetração de 1 mm (BJORDAL et al., 2003). O

contato da agulha com o côndilo do rato no momento da indução da

inflamação ocorre em uma profundidade de 3 mm no modelo utilizado (HAAS

et al., 1992), sendo esta semelhante a profundidade da localização da ATM

no rato. Dessa forma, o comprimento de onda na faixa do infravermelho foi

selecionado neste estudo para avaliação dos seus efeitos nos tecidos

articulares.

Os efeitos gerados pela irradiação Laser são fotoestimuladores devido

ao aumento do metabolismo celular, quimiotaxia de células e vascularização

(KARU, 1987). Nos grupos tratados com a fototerapia Laser, para todos os

tempos experimentais, a região do côndilo apresentou-se vascularizada, além

da presença de menor infiltrado crônico quando comparado aos grupos não

irradiados aos três e sete dias dos períodos de observação, demonstrando

uma aceleração do processo inflamatório e redução na quantidade de células

inflamatórias. Estes resultados foram semelhantes aos de Carvalho et al.

(2011) e Barreto et al.v(2013), os quais utilizaram o Laser infravermelho na

dose de 10J/cm2 e 52,5 J/cm2, respectivamente. Alguns trabalhos utilizando

outras articulações também relatam uma melhor resposta inflamatória com a

Page 82: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

83

utilização do Laser infravermelho em modelos animal (PALLOTA et al.,2012)

e humano (HEGEDUS et al., 2009).

Neste estudo, nos grupos tratados com fototerapia LED, o côndilo e

sua lateral apresentaram aspectos de normalidade em alguns espécimes ao

longo dos tempos experimentais, além de inflamação crônica discreta aos

dois dias e discreta ou moderada aos três e sete dias. Recentemente foi

relatado o efeito do LED no alívio da dor e na melhora da amplitude dos

movimentos mandibulares em pacientes com DTM (PANHOCA et al., 2013).

Entretanto, este presente estudo é o primeiro que avalia a ação dessa

fototerapia na inflamação da ATM de ratos. Em adição, alguns trabalhos que

utilizaram a luz LED em outras articulações demonstraram uma diminuição da

taxa de RNAm para TNF-α (XAVIER et al., 2010; OSHIMA et al., 2011), IL-1b,

IL-6 (XAVIER et al., 2010) assim como para a COX-2 com consequente

inibição da síntese de prostaglandina E2 (LIM et al., 2007; XAVIER et al.,

2010), o que pode indicar um potencial desta fototerapia no tratamento de

processos inflamatórios.

É relatado na literatura que alterações, tais como a erosão do osso e

perda de cartilagem, podem ocorrer durante a inflamação crônica em ATMs

(TOMINGA et al.,1999; TOMINAGA et al., 2004). Embora não tenha sido um

dos critérios de avaliação deste presente estudo, áreas de reabsorção óssea

foram encontradas no côndilo e na lateral deste em todos os tempos

experimentais avaliados para o grupo inflamação. Resultados semelhantes

foram observados por estudos prévios utilizando a substância carragenina

(GOULART et al., 2005; CARVALHO et al., 2011). Quando comparados ao

Page 83: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

84

grupo Inflamação, os grupos irradiados apresentaram poucos casos de

reabsorção óssea no côndilo ao longo dos tempos experimentais. Estudos

recentes na literatura relataram uma melhor qualidade no reparo ósseo em

modelo animal não se observando sinais de reabsorção óssea utilizando as

fototerapias Laser (PINHEIRO et al., 2011a) ou LED (PINHEIRO et al.,

2011b). Além disso, tem se creditado a terapia a Laser a aceleração do

reparo ósseo através da ativação de fatores osteogênicos como RUNX-2 e

BMP-9 (TIM et al.,2013)

Um outro achado histológico encontrado por este presente estudo foi um

aumento da vascularização principalmente nos grupos tratados com a luz

Laser. Tem sido demonstrado que ambos, Laser e LED, podem estimular

diretamente a proliferação de células endoteliais vasculares in vivo (SOUSA

et al., 2013). Em adição, tem se evidenciado o papel do Laser na estimulação

da produção de fatores de crescimento pelos linfócitos capazes de modular a

proliferação das células do endotélio vascular (AGAIBY et al., 2000).

Tem sido demonstrado que as fototerapias Laser e LED seja no

comprimento de onda vermelho ou infravermelho próximo promovem um

aumento na proliferação de fibroblastos assim como na produção de fibras

colágenas (DE CASTRO et al., 2011, OSHIMA et al., 2011; SAMPAIO et al.,

2013), uma vez que ambas as fototerapias são absorvidas pela enzima

citocromo C oxidase presente na cadeia respiratória da mitocôndria, induzindo

acentuada síntese de ATP, ativando a proliferação celular e síntese de RNAm

(BAROLET et al., 2008). Neste estudo, fibras colágenas maduras foram

observadas em todos os tempos experimentais, seja nos grupos tratados ou

Page 84: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

85

não. Todavia, uma maior distribuição das fibras colágenas nos componentes

articulares (camada proliferativa do côndilo, membrana sinovial e disco e

fossa articulares) foi observada aos setes dias para ambas as fototerapias

quando comparadas ao grupo inflamação. Ao longo dos tempos

experimentais, uma maior deposição de fibras colágenas foi observada nos

grupos tratados com Laser na região de côndilo quando comparados ao grupo

inflamação, e no disco articular quando aquele foi comparado ao grupo LED,

sendo estes dados estatisticamente significantes. Entretanto, novos estudos

são necessários para avaliar se existe diferença na qualidade ou no tipo de

fibras colágenas presentes após utilização da luz Laser ou LED e se essas

diferenças na quantidade e qualidade teriam correlação com uma melhora no

processo de inflamação como o aumento de resistência às forças externas na

ATM.

Gynther et al., (1998) desenvolveram um sistema de gradação da

espessura da membrana sinoval baseado em biópsia da ATM de humanos, o

qual teve sua acurácia validada pelo estudo de Suzuki et al. (2001), os quais

utilizaram espécimes da membrana sinovial da ATM humanos com

desarranjos internos, obtidos por meio de uma biópsia por artroscopia.

Atualmente sabe-se que membrana sinovial da ATM normal do rato

apresenta uma a duas camadas de células (MUTO et al.,1998; PORTO et al.,

2010) assim como a de humano (SUZUKI et al., 2001; PORTO et al., 2010).

No presente estudo, optou-se por utilizar o sistema de gradação da

espessura da membrana sinoval proposto por Gynther et al. (1998) devido a

similaridades histopatológicas entre as ATMs do rato e do humano.

Page 85: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

86

Para o grupo Inflamação, aos dois dias, foi observada hiperplasia

moderada no campo externo. Hiperplasia leve foi observada no campo interno

aos dois dias e, aos três e sete dias, para os campos interno e externo. Para

os grupos tratados com as fototerapias Laser ou LED não foi encontrada

alteração no número de camadas da membrana sinovial em todos os tempos

experimentais sugerindo um potencial de ambas as luzes no tratamento do

processo inflamatório localizado nessa estrutura.

Segundo Gynther et al. (1998), o significado clínico das alterações

na membrana sinovial observadas histologicamente ainda não está

esclarecido na literatura, entretanto acredita-se que possa ter uma relação

com a sintomatologia dolorosa decorrida da presença de processo

inflamatório.

De acordo com os resultados deste estudo, utilizando-se um SAEF

de 10 J/cm2, tanto a utilização da fototerapia Laser quanto da fototerapia LED

resultou em efeitos positivos no processo inflamatório da ATM induzido pela

substância carragenina traduzidos em uma diminuição do infiltrado

inflamatório crônico, além de um menor número de camadas da membrana

sinovial. A luz LED apresentou benefícios como ausência de infiltrado

inflamatório crônico encontrado em alguns espécimes, enquanto o Laser

promoveu aumento da vascularização e uma maior deposição de colágeno no

disco e côndilo. Por outro lado, deve-se ressaltar que a fototerapia LED

representa uma alternativa terapêutica de caráter inovador e não-invasivo,

além do fato do aparelho possuir alta durabilidade, custo inferior e consumir

menos energia em relação ao aparelho de Laser, o que possibilita benefícios

Page 86: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

87

sociais como a sua utilização em larga escala em órgãos públicos, onde

principalmente pacientes oriundos de classes sociais menos favorecidas

poderão ter acesso a essa nova terapia, implicando em aumento na qualidade

de vida dos mesmos.

Tendo em vista as vantagens deste aparelho, os resultados deste

presente estudo podem contribuir para o desenvolvimento de novas

pesquisas nessa área, a fim de estabelecer limites e parâmetros adequados

para a utilização da fototerapia LED como uma alternativa à fototerapia Laser

em DTMs.

Page 87: Tese_ODONTO_ Isabele Cardoso Vieira de Castro.pdf

88

7. CONCLUSÃO

Ambas as fototerapias Laser e LED resultaram em efeitos positivos em

relação à redução do processo inflamatório da ATM induzido pela

carragenina.

Uma maior deposição colagênica no côndilo e disco articular foi

observada nos grupos irradiados com o Laser.

Nos grupos irradiados com as fototerapias Laser ou LED um menor

número de camadas da membrana sinovial foi evidenciado em relação aos

grupos não irradiados.

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89

Referências

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ANEXO 01