universidade candido mendes pós-graduação lato sensu ... ensino no contexto atual e oportunizar a...
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Universidade Candido Mendes Pós-Graduação Lato Sensu Instituto a vez mestre
O PAPEL IMPORTANTE QUE DEVE SER ATRIBUIDO AO ENSINO SUPERIOR
Luciane Cardoso Lino
Orientadora Dina Lucia
Rio de Janeiro 2010
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Universidade Candido Mendes Pós-Graduação Lato Sensu Instituto a vez do mestre
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Apresentação de monografia ao instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como Requisito parcial para obtenção do grau de
Especialista em docência superior Por: Luciane Cardoso Lino
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AGRADECIMENTOS
Dedico esta monografia primeiramente a Deus, por ter me dada
oportunidade de poder alcançar mais um dos meus objetivos que tanto
almejava.
Ao meu padrasto Antônio Elair pelo apoio no decorrer deste ano
que me fortaleceu, tornando possível vencer mais uma batalha.
A minha querida mãe pela credibilidade depositada em mim.
Aos professores que aqui contribuíram com minha formação,
principalmente as professoras Mônica Ferreira de Melo e Dina Lucia pela
paciência e atenção a todo o momento preciso.
E as minhas amigas Joana d’Arc e Liliane Castro que fizeram
parte dessa jornada mesmo distante com suas expressões mais altas e
belas me auxiliando nesta caminhada e crescimento proporcionando esta
realização.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia primeiramente a Deus, por ter me dado oportunidade de poder alcançar um dos objetivos que tanto almejava.
A todos os futuros professores universitários.
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RESUMO
Esta monografia tem o objetivo de contribuir na formação
docente de nível superior, onde se procuram definir os processos de
ensino no contexto atual e oportunizar a reflexão sobre estudos,
pensamentos e praticas. A educação superior tem por finalidade formar
diplomados em diferentes áreas de conhecimento, aptos para a
inserção em setores profissionais e para participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
continua.
Diante a dificuldade na escolha profissional é necessário buscar
informações apropriadas para que possam dar os seus primeiros
passos.
O trabalho realizado coloca em cada capítulo o caminho que se
deve percorrer preparando os profissionais do futuro.
Onde esse profissional torna-se colaborador através de suas
ações.
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METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada por bibliografia citadas, web grafias e observações em sala de aula dentro do próprio curso de docência do ensino superior.
Mafetto, Marcos (org.). docência na universidade.campinas, SP:
papirus, 1998.
Maria da Graça Nicoletti. Mivukani. Ensino as abordagens
do processo. EPV. Editora pedagógica a universidade LTDA.
Pimenta Felma Garrido. ANAFTASIEU Leia da Graças
Camargos. Docência do ensino superior. SP: Cortez, 2002. (coleção
docência informação V1) M. Cecília de Abreu, Marcus T. Masetto, “o professor
universitário em aula”.
Albet. Plé, O.P, Por dever ou por prazer?
PIMENTA, SELMA GARRIDO, ANASTASIOU, LEIA DAS GRAÇAS
CAMARGOS. Docência do ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002(
coleção docência em formação v.1).
Fundação aprender: formação didática – pedagógica do
professor
WWW.efpsocpol.ufpr.br , WWW.ufsn.br
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SUMÁRIO
Introdução
Capítulo I - A qualidade de ensino
Capítulo II - Função docente
Capítulo III - Recursos auxiliares de ensino
Conclusão
Índice
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo não apenas tentar
esclarecer ou definir o tema proposto.
Pretende esclarecer um pouco mais, para isso faz se necessário
falarmos a respeito do interesse que nos encaminhou para reflexões
relacionadas com o tema escolhido. Propondo analisar dentro de um
contexto social.
A maioria dos alunos tem tendência inconsciente a imitar seus
educadores, sejam os seus pais ou professores.
Só isto já justifica o cuidado que se deveria tomar na escolha e
na sua formação dos membros do corpo docente, Os alunos são
extremamente sensíveis ao estado emocional do seu professor. Devido
muitos profissionais exercer a docência sem formação especifica e por
não passarem por qualquer processo sistemático de formação
pedagógica, faz-se necessário um estudo acerca do professor no
ensino universitário.
Geralmente os professores se comprometem pouco, muito além
do necessário, com essa questão da formação dos professores e com
sua auto formação pedagógica deixando para outro grupo, a formação
didático-pedagogica de seus alunos que desejam se licenciar e exercer
o magistério. Essa formação pode ser bem conduzida, critica, com
bons fundamentos pedagógicos, na forma de pesquisas, tentando
superar o modelo pedagógico. Que os estudantes vivencia-
transmissão/ recepção. Isto, no entanto, não é suficiente, pois na
pratica profissional, nas salas de aula do ensino superior os
licenciados continuarão a desenvolver o ensino do jeito que o
vivenciaram e acreditam ter prendido. Este é alias os argumentos
usados por muitos docentes universitários: eu aprendi assim por que
haveria de ser diferente com o meu aluno? O despreparo pedagógico
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dos professores universitários, também é fruto de sua própria
formação pode afetar a formação dos futuros profissionais que
necessitam de conhecimento é necessário situar o verdadeiro papel do
ensino como função de universidade em relação à sociedade, o Ensino
Superior esta a serviço das pessoas, deve, portanto utilizar o potencial
de novas tecnologias. A universidade tem sua própria cultura
pressupões um conjunto de procedimentos básicos, identificando
através de regras educacionais que tem funções, tanto sociais, quanto
cognitivas, Essas regras representam o conjunto de convenções
acadêmicas e envolvem a normalização do conhecimento cientifico.
Através da definição da rotina das aulas, procedimentos da
organização da sala de aula, da listagem de conteúdos, dos tipos de
avaliação, composto o processo de formação, Assim os limites do
processo de formação vem continuamente sendo marcados e
redimensionados pela reflexão sobre o saber, o saber fazer, e suas
relações.
O professor universitário precisa saber desempenhar suas atividades
de docência e ser professor em diferentes ambientes, em escolas
publicas e privadas.
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Capítulo I
A QUALIDADE DO ENSINO
A exigência feita à educação pela era da informação constitui-se
também em grandes e específicos desafios para os professores, que se
encontram geralmente despreparados para fazer uso das novas
tecnologias com preocupação de reduzir as desigualdades sociais e
ampliar as oportunidades de emprego e realização pessoal e
profissional.
Os professores precisam entender que a entrada da sociedade
na era da informação exige habilidades que não têm sido
desenvolvidas na escola, e que a capacidade das novas tecnologias de
propiciar aquisição de conhecimento individual e independente implica
num currículo mais flexível, desafia o currículo tradicional e a filosofia
educacional predominante, e dependente deles a condução das
mudanças necessárias.
O docente de ensino superior, ao assumir uma disciplina,
precisa.
Tomar uma série de decisões. Precisa, por exemplo, decidir
acerca dos objetivos a serem alcançados pelos alunos, do conteúdo
programático adequado para o alcance desses objetivos, das
estratégias e dos recursos que vai adotar para facilitar a aprendizagem,
dos critérios etc.
Boa parte da responsabilidade a cerca da
desvalorização da preparação pedagógica dos professores deve-se á
própria universidade, que nem sempre valoriza o professor no
desempenho da sua função docente. O prestigio de uma universidade é
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medido pelos seus cursos de pós- graduação e pelas pesquisas que
promove o professor por sua vez tende a ser valorizado por sua
titulação e por seus trabalhos científicos. Seu mérito enquanto
professor não é avaliado. Chega-se, portanto, à irônica conclusão de
que “nas instituições denominadas de ensino superior, o ‘ensino’ nem
sempre é levado em conta” (GODOY,1988, p.31)
O reconhecimento da necessidade da preparação pedagógica
do professor universitário tem levado muitas instituições de ensino
superior a desenvolver programas com vistas a alcançar objetivos
dessa natureza, sobretudo depois que o Conselho Federal de
Educação, por meio da Resolução nº 12/83, determinou que os cursos
de Especialização (Pós-graduação latu sensu) destinassem pelo menos
um sexto de sua carga horária mínima para disciplinas de conteúdo
pedagógico.
A Didática do Ensino Superior, por sua vez, apresenta um domínio mais
amplo e também mais complexo. Costuma-se definir Didática como “a
arte e a ciência do ensino”. Desta forma, a Didática do Ensino Superior
envolve não apenas conteúdos que se pretendem verdadeiros em
função das evidências científicas, mas também componentes intuitivos
e valorativos. Os conteúdos propostos para esta disciplina costumam
apresentar pontos de contato com a Metodologia do Ensino Superior.
Todavia, tornam-se distintos à medida que, ao considerarem a
utilização dos conhecimentos e habilidades pedagógicas, enfatizam “a
maneira artística com que o professor desempenha a sua ação em sala
de aula”.
A crise com que defrontam as universidades
modernas apresenta se sob várias formas que permitem caracteriz-a-la
como política, intelectual e ideológica. Uma das funções mais elevada
da universidade é o cultivo do saber, segundo Oliveira (19600).
Muitos professores universitários reconhecem a necessidade da
formação pedagógica. Também as autoridades educacionais. Tanto é
que os cursos de especialização, conhecidos também como pós-
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graduação latu sensu, incluem obrigatoriamente disciplinas de
formação pedagógica. E em algumas instituições de ensino
universitário já se nota a presença de assessore pedagógica para
auxiliar os professores em relação ao planejamento e condução das
atividades docentes.
A preparação pedagógica do professor universitário, todavia, não
constitui tarefa fácil. Primeiro porque não há uma tradição de cursos
destinados à preparação desses professores. Depois porque, em
virtude de acomodação, temor de perda de Status ou de não-
reconhecimento da importância da formação pedagógica, muitos
professores negam-se a participar de qualquer programa de formação
ou aperfeiçoamento nessa área.
O professor é o emissor, que tem um objetivo: fazer com que os
alunos aprenda a matéria. Para tanto precisa criar uma mensagem.
Então, seu sistema nervoso central ordena o seu mecanismo vocal
para exprimir o objetivo. Seu mecanismo vocal, servindo como
codificador, produz uma mensagem. Essa mensagem é transmitida por
ondas sonoras, para que os alunos a recebam. Este é o canal. Os
alunos são os receptores. Seus mecanismos auditivos são
decodificadores, que decodificam a mensagem em impulsos nervosos
e a remetem ao sistema nervoso central, produzindo o entendimento da
mensagem.
Muitos professores, ciente de que necessitam melhorar a
comunicação com os alunos, procuram aperfeiçoar sua capacidade de
transmissão.
Também ao longo do desenvolvimento do curso, o professor faz
novas leituras, dialoga com outros professores, toma contato com
novas experiências educacionais e procede à avaliação dos alunos, da
programação e de sua própria atuação. A partir da desses dados, o
professor procede ao replanejamento de seu curso. E, muitas vezes,
alterações significativas podem ser feitas no decorrer do próprio ano
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ou semestre letivas. Fica claro, portanto, que o planejamento efetivo
constitui atividade contínua e flexível.
Seu papel não é ensinar, mas ajudar o aluno a aprender; não é
transmitir informações, mas criar condições para que o aluno adquira
informações; não é fazer brilhantes preleções para divulgar a cultura,
mas organizar estratégicas para que o aluno conheça a cultura
existente e crie cultura.
O professor universitário é um intelectual que vai desempenhar
atividades de docência e ser professor em diferentes situações, em
diferentes ambientes, em escolas públicas e privadas.
A função da universidade restringe-se a “dar a
conhecer para que não se possa pensar. Adquirir e reproduzir para não
criar. Consumir em lugar de realizar o trabalho de reflexão” (CHAUI,
2001, p. 62).
O docente universitário é o último tutor, a última ligação segura
antes da solidão da vida onde cada um tem que assumir suas próprias
responsabilidades.
No ensino superior, a relação entre professor e aluno muda uma
vez mais de sentido. A desproporção entre as partes é menor. O
estudante não é mais uma criança, já tem cultura suficiente e
possibilidade de julgar. É verdade que o professor universitário se
beneficia de outro prestígio e pode iludir por seus títulos e livros
publicados, pois escrever livros cria uma espécie de sacralização que o
aureola aos olhos dos profanos.
O aluno espera do professor não o ensino de um saber ou de
uma técnica, embora esse ensino possa servir de pretexto e de
programa para o encontro. Mas a realidade profunda é outra, se o
professor for verdadeiramente um mestre e o aluno um discípulo
autêntico. Através da atividade docente, o aluno está atento à
justificação dessa atividade. Admira a inteligência do professor, a
facilidade de sua expressão, a ampliação de seu saber, mas essas
qualidade e faculdade não são mais do que símbolos de uma essencial
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quantidade de ser à qual, conscientemente ou não, se liga a atenção
respeitosa daquele que pedem uma lição de vida.
O mestre é homem da verdade. Sua presença só tem sentido se
diz a verdade, se esforçar por todos os meios para comunicá-la. Mas o
mestre sabe também que a verdade não é da esfera do dizer. De tal
maneira que deve aceitar antecipadamente a grande renúncia do
procurar dizer, durante toda a sua vida, e reconhecer que não poderá
dizer o que quer dizer. Pois o ser não é objetivo de posse, nem de
comunicação. O ser não se deixa colocar à distância, transcrever ou
traduzir. Tudo o que se podem reduzir as fórmulas não tem interesse.
O professor ensina, mas ensina algo mais do que aquilo que
ensina. O mais alto ensinamento do mestre não está naquilo ele diz,
mas no que ele não diz.
O docente é aquele que ultrapassou a concepção de uma
verdade como fórmula universal, solução e resolução do ser humano,
para se elevar à idéia de uma verdade como procura.
O mestre autêntico é aquele que nunca esquece qualquer que
seja a especialidade ensinada, que se trata da verdade.
O meio acadêmico, contudo, continua reafirmando que a
autonomia é condição essencial para o funcionamento da universidade.
Condição essencial para que ela seja capaz de desenvolver bem suas
funções: criação de conhecimento novo e transmissão desse
conhecimento, através do ensino e da extensão, cabendo-lhe também a
formação de profissionais. Nessa linha, a autonomia confunde-se com
a própria existência ou razão de ser da instituição universitária. È parte
de sua própria essência: constitui o tônus de sua atuação e de seu
compromisso com o saber, com a produção do conhecimento.
As primeiras condições para atingir a
profissionalização do docente universitário é que este se sinta e atue
como um profissional da educação. Nesse sentido, diz o autor ”: não
haverá qualidade na educação sem verdadeiros profissionais” (LEMO
1993).
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O fato de ser privilegiar o estudante não significa que
professores e coordenadores de cursos devam permanecer fora da
referida investigação. Pelo contrário, suas percepções e expectativas
sobre a questão da qualidade dos cursos de graduação vêm sendo
objetivas de consideração ao longo de todo o estudo.
Sem dúvida a titulação do corpo docente e as condições de
trabalho de um modo geral são indicadores para aferir a produtividade
efetiva e potencial da pesquisa e permite inferir de forma limitada a
qualidade ensino do. Por isso, julgo que poderíamos avançar um pouco
mais na questão, procurando colocar em pauta o próprio cotidiano do
ensino, o qual contém também, aspectos objetivos.
Temos de enfrentar de maneira mais construtiva, criativa, e
também de olhos abertos os modos e freqüências com que os fatos
ocorrem. Veja-se, por exemplo, um fato que acontece com muita
freqüência no nosso dia a dia, que é mais ou menos o seguinte: muitas
vezes termina-se um período letivo ou um ano com um número grande
de insatisfações; em seguida, começamos um novo período, ou um
novo ano fazendo as mesmas coisas, repetindo as mesmas práticas, as
mesmas maneiras de fazer, como se esquecêssemos o que não deu
certo. È claro que os problemas são complexos e que não bastam à
boa vontade do professor e a boa vontade do aluno, dentro da situação
de trabalho. Existem várias dimensões dos problemas que ultrapassam
as paredes das salas de aula, dos laboratórios e das bibliotecas, e que
passam pela estrutura e organização das instituições de ensino
superior como um todo. Mas, o que se vem tentando indicar é que
existem espaços e dimensões que estão ao nosso alcance direto e
imediato, que não estão sendo explorados e que poderiam ser mais
bem percebidos e alterados.
O tema qualidade do ensino, tanto na graduação como na pós-
graduação, é uma controvérsia difícil, complexa e em aberto. Por um
lado é um tema muito delicado, na medida em que envolve certa
apreciação de nossas atividades profissionais, e por isso toca em
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aspectos relacionados com as nossas dinâmicas individuais, pessoais
e privados, as quais freqüentemente resistimos em resistimos em
coletivizar ou publicizar. Por outro, essa apreciação esbarra na alta
dose de corporativismo que partilhamos em cada instituição de ensino
superior.
É necessário situar o verdadeiro papel do ensino como função
da Universidade em relação à sociedade.
Na área da educação, medir significa determinar, através de
instrumentos adequados, aspectos quantitativos e qualitativos do
comportamento humano. Esses aspectos são variáveis da
personalidade, tais como traços de caráter, de temperamento,
capacidade de ajustamento, interesses, atitudes; ou aspectos
relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de
aptidões, isto é, indicadores daquilo que o indivíduo já aprendeu ou
está aprendendo. À medida de rendimento realizada na educação
sistemática, nas escolas.
A prática profissional nunca é um espaço de aplicação dos
conhecimentos universitários. Ela é, na melhor das hipóteses, um
processo de filtração que os dilui e os transforma em função das
exigências do trabalho.
Os pesquisadores universitários querem estudar os saberes
profissionais da área do ensino, deve sair de seus laboratórios, e ir
diretamente aos lugares onde profissionais do ensino trabalham para
ver como eles pensam e falam como trabalham na sala de aula, como
transformam programas escolares para torná-los efetivos, como
interagem com os pais dos alunos, com seus colegas, etc. Que os
saberes profissionais dos professores são temporais, ou seja, são
adquiridos através do tempo.
Os saberes profissionais são temporais, no sentido de que os
primeiros anos de prática profissional são decisivos na aquisição do
sentimento de competência e no estabelecimento das rotinas de
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trabalho, ou seja, na estruturação da prática profissional. Ainda hoje, a
maioria dos professores aprende a trabalhar na prática.
Os docentes têm certa unidade, não se trata de uma unidade
teórica ou conceitual, mas pragmática: como as diferentes ferramentas
de um artesão, eles fazem parte da mesma caixa de ferramentas,
porque o artesão pode precisar deles no exercício de suas atividades.
A natureza da relação entre o artesão e todas as suas ferramentas é,
portanto, pragmática: essas ferramentas constituem recursos
concretos integrados ao processo de trabalho, porque podem servir
para fazer alguma coisa específica relacionada com as tarefas que
competem ao artesão.
A exigência da qualidade e de políticas que busquem
“assegurar a qualidade” exige que se prócere melhore
simultaneamente cada um dos componentes da instituição,
considerada como entidade global que funciona como um sistema
coerente.
A qualidade do ensino superior é estreitamente dependente de
uma avaliação e de uma adaptação de natureza sistemática. Isto é, o
cuidado de instaurar os instrumentos de coleta de informações
pertinentes, válidas e confiáveis, a fim de permitir, aos agentes
responsáveis, tomar as decisões necessárias para melhorar as ações e
os resultados. Isto exige também introduzir uma cultura da adaptação,
isto é, uma busca participativa e solidária, com base nas informações
coletadas, das estratégias a programar para melhorar a eficácia das
ações proposta ou reajustar às necessidades, os objetivos e ações.
Isto exige, ainda, uma cultura da autonomia, da responsabilidade e da
necessidade da prestação de contas.
Considerando a responsabilidade do ensino superior na
formação dos professores e dos educadores, deveriam ser
implementadas políticas de cooperação mais intensas com as outras
instituições de ensino superior e os outros níveis de ensino, a fim de
criar uma verdadeira cadeia educativa; a educação de todos, em todos
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os momentos da vida, exige ainda que o ensino superior leve em
consideração as características das pessoas e de seu ambiente. É ele
que deve oferecer-lhes instrumentos de formação e educação
adequados: formação em tempo parcial; em horários alternativos;
ensino a distância; módulos cumulativos; universidades virtuais;
deslocamento dos grupos de formação. O ensino superior está a
serviço das pessoas e não as pessoas a serviço do ensino superior.
Ele deve, portanto, assumir riscos; experimentar novos instrumentos;
fertilizar os instrumentos experimentados através da troca de
experiências; utilizar plenamente o potencial das novas tecnologias e
do ensino a distância.
Educação para todos exige que a educação não pare ao término
do período de escolaridade, mas estenda-se a todos os momentos da
vida, não somente para dar novas chances àquele que podem dela se
beneficiar; mas para permitir a retomada dos níveis de conhecimento,
indispensável em decorrência da evolução do ambiente ou,
simplesmente, para dar continuidade a seu desenvolvimento. O ensino
superior deve ser concebido como um sistema de educação
permanente.
O ensino superior não pode contentar-se em formar estudantes
ou adultos; deve ir além e fortalecer sua missão educativa, isto é,
contribuir para desabrochá-lo do homem em todos os seus aspectos e
melhorar o bem-estar na terra.
Em todas as suas atividades, o ensino superior busca a verdade
e não cessa de denunciar o que é falso, expulsar os argumentos
falaciosos e fundamentar suas afirmações. Mas ele não pode parar;
também, de colocar todas as suas atividades a serviço do que é justo,
isto é, em conformidade com os direitos fundamentais universais,
presentes nos Direitos do Homem, Direitos das Crianças, Direitos
ligados ao respeito à natureza e de dispor de um meio de qualidade.
A exigência de qualidade tornou-se uma preocupação essencial
no ensino superior. A sua aptidão para responder às necessidades e
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expectativas da sociedade depende, em última análise, da qualidade do
pessoal, dos programas e dos estudantes, mas também da infra-
estrutura e do ambiente universitário.
O conceito de qualidade não é fácil de definir. A qualidade no
ensino superior é uma noção pluridimensional.
Um sistema de garantia da qualidade é um meio utilizado pela
instituição para confirmar, a si própria e aos outros, que foram
estabelecidas as condições indispensáveis para que os estudantes
atinjam os padrões que a instituição fixa para si, o conceito de garantia
da qualidade exige que a qualidade seja compreendida como o
ajustamento àquilo que foi previsto pela instituição, isto é, que os
objetivos pretendidos foram atingidos de forma consiste com os
critérios de qualidade fixados. Essa definição permanece muito relativa
e deixa margem a interpretações diversas quanto ao nível de exigência
requerido, em conseqüência da diversidade de missões e objetivos e,
também, da influência de fatores ligados ao contexto, na escolha e
operacionalização dos critérios de bom desempenho.
As instituições de ensino superior devem melhorar seu
conhecimento dos mercados, anteciparem as necessidades, tomar
consciência da concorrência e investir no processo de assegurar a
qualidade; é preciso promover relações mais construtivas entre as
instituições de ensino superior e o mundo das pequenas e médias
empresas; as instituições de ensino superior deveriam fornecer
informação sistemática nas escolas e nas empresas, a fim de orientar a
escolha dos estudantes, encarregarem-se de sua colocação no quadro
que conferem diplomas, oferecer estágios de pesquisa no ambiente de
trabalho, assim de orientação profissional em qualquer tempo.
Oferece um ensino de qualidade, mais do que se consagrar à
pesquisa aparece cada vez mais como devendo ser o principal objetivo
da carreira de um universitário.
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O ensino superior tem sido tradicionalmente, a fonte da
sabedoria e da competência indispensáveis aos futuros líderes da
sociedade.
1.1 MISSÕES E FUNÇÕES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Conscientes de que a educação é um dos pilares fundamentais
dos direitos humanos, da democracia, do desenvolvimento sustentável
e da paz, e que, portanto, deve ser acessível a todos no decorrer da
vida, e de que são necessárias medidas para assegurar a coordenação
e cooperação entre os diversos setores e dentro de cada um deles e,
em particular, entre a educação em geral, técnica e profissional
secundária e pós-secundária, assim como entre universidades, escolas
universitárias e instituições técnicas, a educação superior deve fazer
prevalecer os valores e ideais de uma cultura de paz, e que há de
mobilizar-se a comunidade internacional para este fim, de educação
superior assumam maiores públicos e privados, nacionais ou
internacionais os sistemas de educação superior; devem preservar e
exercer o rigor científico e a originalidade, em um espírito de
imparcialidade, como condição prévia básica para atingir e manter um
nível indispensável de qualidade; e devem colocar estudantes no
centro das suas preocupações, dentro de uma perspectiva continuada,
considerando ainda que a cooperação e os internacionais sejam os
caminhos principais para promover o avanço da educação superior em
todo o mundo.
Afirmamos que as missões e valores fundamentais da educação
superior; em particular a missão de contribuir para o desenvolvimento
sustentável e o melhoramento da sociedade como um todo, deve ser
preservado, reforçados e expandidos ainda mais, a fim de: Educar e
formar pessoas altamente qualificadas, cidadãs e cidadãos
responsáveis, capazes de atender às necessidades de todos os
aspectos da atividade humana, oferecendo-lhes qualificações
relevantes, incluindo capacitações profissionais nas quais sejam
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combinados conhecimentos teóricos e práticos de alto nível mediante
cursos e programas que se adaptem constantemente às necessidades
presentes e futuras da sociedade; promovendo um espaço aberto de
oportunidades para o ensino superior e para a aprendizagem
permanente, oferecendo uma ampla gama de opções e a possibilidade
de alguns pontos flexíveis de ingresso e conclusão dentro do sistema,
assim como oportunidades de realização individual e mobilidade
social, de modo a educar para a cidade e a participação plena na
sociedade com abertura para o mundo, visando construir capacidades
endógenas e consolidar os direitos humanos, o desenvolvimento
sustentável, a democracia e a paz em contexto de justiça; promover,
gerar e difundir conhecimentos por meio da pesquisa e, como parte de
sua atividade de extensão à comunidade, oferecer assessorias
relevantes para ajudar as sociedades em seu desenvolvimento cultural,
social e econômico, promovendo e desenvolvendo a pesquisa
científica e tecnológica, assim como os estudos acadêmicos nas
ciências e humanas, e a atividade criativa nas artes; contribuindo para
a compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão
das culturas nacionais e regionais, internacionais e históricas, em um
contexto de pluralismo e diversidade cultural; contribui na proteção e
consolidação dos valores da sociedade, formando a juventude de
acordo com os valores nos quais se baseia a cidadania democrática, e
proporcionando perspectivas críticas e. Independentes a fim de
colaborar no debate sobre as opções estratégicas e no fortalecimento
de perspectivas humanista; contribuir para o desenvolvimento e
melhoria da educação em todos os níveis em particular por meio da
capacitação de pessoal docente.
Conforme a Recomendação referente à Situação do Pessoal
Docente da Educação Superior, as instituições de educação superior,
seu pessoal, e estudantes universitários devem: Preservar e
desenvolver suas funções fundamentais, submetendo todas as suas
atividades às exigências da ética e do rigor científico e intelectual;
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podendo opinar em problemas éticos, culturais e sociais de forma
completamente independente e com consciência plena de suas
responsabilidades, por exercerem um tipo de autoridade intelectual que
a sociedade necessita, para assim ajudá-la a refletir, compreender e
agir; ampliando suas funções críticas e prospectivas mediante uma
análise permanente das novas tendências sociais, econômicas,
culturais e políticas, atuando assim como uma referência para a
previsão, alerta e prevenção; utilizar também sua capacidade
intelectual e prestígio moral para defender e difundir ativamente os
valores aceitos universalmente, particularmente a paz, a justiça, a
liberdade, a igualdade e a solidariedade.
À educação superior deve ser baseada no mérito, capacidade,
esforços, perseverança e determinação mostrada por aqueles que
buscam o acesso à educação. E pode ser desenvolvida na perspectiva
de uma educação continuada no decorrer da vida.
As instituições de educação superior devem ser consideradas e
vistas por si mesma como componentes de um sistema contínuo, o
qual elas devem fomentar e para o qual devem também contribuir,
começando tal sistema com a educação infantil e primária e tendo
continuidade no decorrer da vida. As instituições de educação superior
devem atuar em parceria ativa com pais e mães, escolas, estudantes,
grupos socioeconômicos e entidades comunitárias. A educação
secundária não deve limitar-se a preparar candidatos qualificados para
o acesso à educação superior e o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem em geral, mas também a preparar o caminho para a vida
ativa, oferecendo a formação para uma ampla gama de profissões. Não
obstante, o acesso à educação superior deve permanecer aberto a
qualquer pessoa que tenha completado satisfatoriamente a escola
secundária ou seu equivalente ou que reúne as condições necessárias
para a admissão, na medida do possível, sem distinção de idade e sem
qualquer discriminação.
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1.2 AS TENDÊNCIAS DO ENSINO SUPERIOR
A evolução recente do ensino superior se caracteriza pela
diversidade e depende freqüentemente do contexto regional, nacional
ou local. Para além dessas diferenças, três grandes tendências se
destacam, podendo ser encontradas em todos os sistemas e
estabelecimentos em escala mundial: a expansão quantitativa que não
impediu a continuidade das desigualdades de acesso entre países e
entre regiões; a diversificação das estruturas financeiras. A diferença
crescente entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos no
que se refere às condições do ensino superior e à pesquisa é
particularmente preocupante. Apesar dos avanços consideráveis
obtidos em muitas das esferas da atividade humana, o mundo hoje se
defronta com desafios enormes. As grandes tendências mundiais se
caracterizam por uma série de processos convergentes e por vezes
contraditórios: democratização, globalização, regionalização,
polarização, marginalização e fragmentação. Todos têm repercussões
sobre o desenvolvimento do ensino superior e aguardam respostas
apropriadas.
A pertinência do ensino superior deve ser analisada
essencialmente em função de seu papel e seu lugar na sociedade, de
sua missão em matéria de educação, da pesquisa e dos serviços que
dela decorrem, assim como em função de seus laços com o mundo do
trabalho no sentido mais amplo, de suas interações com os outros
graus e formas de ensino.
Uma das condições indispensáveis ao bom funcionamento e à
boa gestão do ensino superior está ligada ao estabelecimento de boas
relações com Estado e o corpo social globalmente. Essas relações
devem fundamentar-se no respeito às liberdades acadêmicas e à
autonomia dos estabelecimentos, caso se deseje que esses continuem
sendo comunidades devotadas ao livre exame, capazes de cumprir sua
missão de criação, reflexão e crítica no seio da sociedade.
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1.3- BIBLIOGRÁFIA
Mafetto, Marcos (org.). docência na universidade.campinas, SP:
papirus, 1998.
Maria da Graça Nicoletti. Mivukani. Ensino as abordagens
do processo. EPV. Editora pedagógica a universidade LTDA.
Pimenta Felma Garrido. ANAFTASIEU Leia da Graças
Camargos. Docência do ensino superior. SP: Cortez, 2002. (coleção
docência informação V1)
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Capítulo II
FUNÇÃO DOCENTE
O professor é a figura principal de qualquer sistema
educacional.
Quando se deseja abraçar determinada ocupação ou ingressar
em cursos profissionais, é necessário, antes de tudo, conhecer em que
consiste essa profissão, quais as aptidões necessárias ao seu melhor
desempenho, qual a personalidade mais adequada, enfim qual o
preparo indispensável ao bom exercício profissional.
“a educação para o ‘mundo humano’ se dá num processo
de interação constante, em que nos vemos através dos outros, e em que
vemos os outros através de nós mesmos”. Nesta perspectiva, pretendemos,
com esse estudo, aprofundar o conhecimento sobre o relacionamento
interpessoal professor / professor e aluno / aluna, por entendermos que o
entrosamento entre os indivíduos é de uma importância para que se possa
viver em harmonia consigo mesmo e com os outros, facilitando assim o
aprendizado Conforme Patto (1997, p.319).
Nas relações humanas entre professor e aluno é o processo de
liderança que dão os resultados mais produtivos e colocar o
ensinamento mais alto padrão.
Muitos professores tornam-se, assim, heróis de seus alunos, e
passam a ser imitados. Por isso é indispensável que o educador tenha
uma personalidade equilibrada e saiba controlar suas reações.
A impaciência, por exemplo, é atitude tipicamente prejudicial à
ação pedagógica. O bom professor necessita, antes de tudo,
compreender cada aluno, isto é, procurar as razões reais e não
imaginárias da conduta de cada um. Neste sentido, a educação é uma
ciência, ou melhor, é baseada na ciência, através da Psicologia.
26
Aprendizagem é, em geral, definida como sendo o processo de
integração e de adaptação do ser humano no seu ambiente.
Esta adaptação é feita, conforme mostrou o grande Psicólogo
Jean Piaget, por assimilação de esquemas e por acomodação desses
esquemas em novas estruturas mentais.
Quanto maior é nossa experiência, maior é o nosso campo de
conhecimentos e melhor será a nossa capacidade de aprender.
Não podemos esquecer que o ensino supõe uma interação
positiva entre um professor e um grupo de estudantes que não é nem
voluntário nem livremente escolhido, como poderia ser a estabelecida
entre um grupo de amigos. O mérito da atividade docente é que essa
relação imposta, expressão das obrigações dos professores e dos
alunos, se transforme numa relação construtiva.
A ação educadora não é simplesmente uma atividade técnica,
que pode ser repetitivas várias vezes sem reflexão, nem uma ação
desprovida de comunicação e contato social. Exigem, pelo contrário,
uma estreita relação de confiança entre o professor e os alunos, que
não pode ser desenvolvida de maneira satisfatória sem a consciência
por parte dos docentes dos objetivos que se pretendem alcançar.
A dedicação apaixonada à atividade docente amplia as
experiências emocionais positivas dos professores. Esse tipo de
dedicação costuma ter raízes no substrato moral que configura o
magistério. Emoção e compromisso, vida afetiva ética estão, portanto,
profundamente relacionados.
Se a profissão docente é uma profissão moral, é preciso manter
nela de forma equilibrada os princípios racionais que sustentam o
comportamento ético e os sentimentos e emoções que lhes outorgam a
sensibilidade necessária para compreender os outros em seu contexto
específico.
Os docentes consideram que são bons professores e destacam
como virtude fundamental sua preocupação com os alunos, mas
27
mesmo assim reconhecem que têm problemas para compreender os
alunos mais difíceis.
O sentimento que mais satisfaz o professores em seu trabalho é
ser reconhecido como um bom professor e como uma pessoa integra.
Em relação aos alunos, o que os docentes mais valorizam é ser
reconhecidos como bons professores, manter uma boa relação com
eles e serem capazes de ter sucesso com os mais difíceis.
Para ser professor, acreditam que pó mais importante é a
competência profissional e a responsabilidade e, em relação à
sociedade, consideram que as virtudes mais importantes são as
justiças e as responsabilidades.
Portanto, o processo de ensino depende da capacidade
individual de cada professor, de sua aceitação e compreensão e do
relacionamento com seus alunos.
O modo de agir do professor em sala de aula fundamenta-se
numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez
reflete valores e padrões da sociedade.
Competente é o professor que não mede esforços na
formação do aluno cidadão, crítico e informado, capaz de compreender
e atuar na sua realidade, segundo Moisés (1999),
Através do uso das redes eletrônicas deve equilibrar os
currículos e os procedimentos metodológicos com os estilos de
aprendizagem buscando flexibilidade e diversividade, um canal direto
com o mundo. Isso nos levará a uma ênfase maior na produção do
conhecimento e não apenas na transmissão. O professor, usando as
redes, poderá gerar e gerenciar uma grande quantidade de informação
e conhecimento, trabalhando na pesquisa e na produção de novos
conhecimentos. Não é discurso do professor que garante autenticidade
ao conhecimento, Além disso, o que o professor é como pessoa é
expresso não só em seu conhecimento e capacidade especiais, como
também em suas atitudes e pensamentos. O tipo de pessoa que ele é
28
evidencia-se em todo o seu comportamento, desde as simples relações
humanas até as decisões importantes. Quer esteja indagando sobre os
pontos que um estudante fez numa partida de tênis ou discutindo as
causas da guerra e da paz, o seu ser, o tipo de pessoa que ele é,
reflete-se a si mesmo.
O professor deve estar disposto a dizer: “não sei”, pois isso
freqüentemente será verdade e para ele, a verdade é muito preciosa.
Mas não é necessário que ele diga “não sei” com muita freqüência ou
em muitos setores, do contrário não poderá ser um professor. O
professor sensato não nega ou diminui o que sabe, nem finge ou
engana quando não sabe. Neste ponto, como acontece tantas vezes, a
solução para o equilíbrio eficaz está na sinceridade ou integridade, a
qualidade da personalidade são muito mais difíceis de ser ilustrar, mas
a eficiência de um professor ou guia é sem dúvida grandemente
influenciada pelas suas qualidades pessoais conforme elas se refletem
nas atitudes perante ele mesmo, seus estudantes e o aprendizado.
Dentro de seu modelo de relacionamento
interpessoal tipicamente centrado no aluno, e não no professor, enfoca
a relação professor-aluno como a criação de um clima que facilite a
aprendizagem Carl Rogers (1972).
O docente está constantemente procurando maneiras de dar
imediação e vida da experiência direta para o aprendizado do estudante.
Seu êxito como professor talvez dependa mais da sua capacidade nesse
setor do que outra coisa. Aquele que sabe e sabe que sabe. Ele deve
saber não tudo, naturalmente, nem nada, completamente, pois isso é
impossível, mas deve saber muito. A tradição de mais de mil anos o
espera; o próprio termo o exige, pois o ensino não subentende saber algo
para ensinar? É verdade que o professor não pode saber muito em
comparação com o que há para se saber, mas ele sabe mais do que os
que o acompanham em determinada jornada de aprendizado.
29
2.1 POSTURAS ÉTICAS DO PROFESSOR DO ENSINO
SUPERIOR
Educar é etimologicamente, extrair o que é latente, interior,
invisível.
O único objetivo da primeira educação será conseguir que
prazer e amizade, sofrimento e ódio, brotem da alma de acordo com a
ordem. Escreve Aristóteles: ”Por isso é preciso, como diz Platão ter
sido guiado desde a infância para encontrar alegria e dor onde é
conveniente. Está é a verdade educação”. Não tendo condições de
experimentar os prazeres a este nível superior, elas podem conhecer
apenas os prazeres sensíveis. Vivem o prazer pelo prazer. Assim como
o cançaso do corpo é absorvido pelo repouso do corpo, assim também
o cançaso “animal” é absorvido pelo repouso da alma. Ora, o repouso
da alma é o prazer.
O papel do educador e do moralista situa-se exatamente neste
ponto, não para ignorar sem discussão sua escala pessoal de valores,
mas sim para despertar, à maneira de maiêutica de Sócrates, os que
têm a responsabilidade de educar, para o discernimento, a crítica e a
primazia a ser atribuída livremente à beleza moral, isto é, ao uso pobre
e libertador dos prazeres.
A educação deve, portanto, inibir, proibir, reprimir, e é nisto que
ela se empenhou amplamente em todos os tempos. Mas a análise nos
mostrou que essa repressão dos instintos era a própria causa das
neuroses... A educação deve, por conseguinte, procurar seu caminho
entre a Escila do deixar fazer e o Caribis da interdição, o homem
alcança sua maturidade renunciando à dominação e orientando o
objeto de seus desejos para o mundo exterior.
A educação é realmente uma educação em gosto, do “bom
gosto”. Para o exercício da própria virtude do caráter, nada mais
30
importante do que nos alegrar com aquilo que devemos e odiar aquilo
que devemos. Pois as coisas aprazíveis ou odiosas se nos impõem
permanentemente, durante, durante toda a nossa vida e têm grande
peso, isto é, grande influência, sobre a virtude e a vida feliz, pois nos
decidimos a favor das coisas agradáveis e fugimos das penosas.
2.2 – RELAÇÕES INTER-PESSOAL PROFESSOR E ALUNO
Mesmo estando limitando limitados por um programa, um
conteúdo, um tempo predeterminando, normas diversas da instituição
de ensino, etc., o professor e aluno, interagindo, formam o cerne do
processo educativo. Conforme o rumo que tome o desenvolvimento
desta interação, a aprendizagem do aluno pode ser mais ou menos
facilitada, orientada mais para uma ou outra direção.
Professor e aluno desempenham papéis diferenciados nessa
relação de sala de aula voltada para a aprendizagem e cabe ao primeiro
tomar parte das iniciativas, incluindo “dar o tom” no relacionamento
estabelecido entre eles. Esta relação (professor-aluno) é difícil; sem
dúvida uma das mais difíceis de ser exercida em nossa sociedade. È
primeiramente uma relação assimétrica, em que a carga de
competência e experiência dá licença, de parte do ensinante, ao
exercício de um que é muito fácil de consagrar nos meios de
instituições hierárquicas e coercitivas. A tendência espontânea do
ensinante é pensar que o ensinamento não sabe nada, que aprender é
passar da ignorância ao saber, e que esta passagem está em poder do
mestre. Ora, o ensinamento traz alguma coisa: aptidões e gostos,
saberes anteriores e saberes paralelos e, sobretudo, um projeto de
realização pessoal que não será, senão parcialmente, preenchida pela
instrução, pela preparação profissional ou pela aquisição de uma
cultura para os momentos de lazer... O contrato que liga o professor ao
aluno comporta uma reciprocidade essencial, que é o princípio e a base
de uma colaboração.
31
Contribuindo para a realização parcial do aluno, o professor
continua a aprender: ele é verdadeiramente ensinado pelos seus
alunos e, assim recebe deles ocasião e permissão de realizar o seu
próprio projeto de conhecimento e de saber. Eis porque é preciso dizer-
parafraseando Aristóteles- que o ensino é o ato comum do professor e
do aluno.
O processo educativo possui um caráter de controle social,
determinando que as relações professor-aluno sejam de autoridade-
subordinação, não no sentido de uma didática de coerção, mas no
sentido de que cabe, primeiramente ao professor como agente
controlodador na educação sistemática, tomar decisão sobre o como e
o para quê estruturar a situação de ensino em uma sala de aula. Além
disso, o relacionamento de um professor com seus alunos pressupõem
o modo como o professor se relaciona com a cultura; alguns se vêm
como conservadores de uma cultura, outros como aperfeiçoadores,
terceiros como convivendo apenas com ela.
“superando a fragmentação, a comparti mentalização de conhecimentos. Neste caso, o professor necessita compreender a prática da interdisciplinaridade em três sentidos: como atitudes, como forma de organização administrativa e pedagógica como prática curricular (CURRIE, 1998, p.11)”.
2.3- BIBLIOGRÁFIA
M. Cecília de Abreu, Marcus T. Masetto, “o professor
universitário em aula”.
Albet. Plé, O.P, Por dever ou por prazer?
PIMENTA, SELMA GARRIDO, ANASTASIOU, LEIA DAS GRAÇAS
CAMARGOS. Docência do ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002(
coleção docência em formação v.1).
32
CAPÍTULO III
METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR
Entre os vários fatores que afetam a efetividade da
tecnologia educacional, considera que uma das mais críticas é a
qualidade do professor, e afirma que a tecnologia amplifica as
habilidades humanas, ajudando os professores a obterem os melhores
resultados, mas que não pode ajudar muito se os professores não
tiverem as habilidades ou competências adequadas. (KEARSLEY,
1993).
Existem alguns critérios favoráveis ao estabelecimento de boas
relações entre professor e aluno como:
• Empatia ou capacidade de se colocar no lugar de outra
pessoa, compreender e mesmo prever as suas reações em
determinadas situações.
• Inteligência suficiente para assimilar os conhecimentos da
sua especialidade, seja de matéria, seja de pedagogia.
• Bom conhecimento da matéria ou das matérias a serem
ensinadas. Se este conhecimento é necessário é, no entanto mais
importante ainda o saber fazer assimilar pelos alunos este mesmo
conhecimento.
• Profundo interesse por pessoa especialmente por crianças,
adolescente ou adulta (conforme o tipo de educando).
• Equilíbrio emocional esta qualidade é provavelmente uma
das principais, professor deve ser pessoa calma, sobretudo capaz de
dominar as suas reações emocionais. Quando um aluno não
compreende algo ou tem atitudes de instabilidade indisciplinar é
indispensável guardar o controle de si mesmo a fim de poder pensar
sobre a melhor atitude a tomar, em outras palavras é necessário ter
paciência.
33
Além das qualidades que acabamos de descrever depende do
professor ter atitude que provoquem no aluno desejo de aprender, pois
nem todas são boas.
Entende-se por metodologia de ensino uma prática
com seus pressupostos filosóficos, com sua teoria de aprendizagem e
com procedimentos erierarquizados, regrados, instrumentados que
balizam a relação aluno-professor (VASCONCELOS, 2000).
3.1-ESTRATÉGICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Para Carl Rogers, a atividade de ensinar tem sido
superestimada. Para ele a aprendizagem significativa “... não repousa
nas habilidades de ensinar do líder, nem no conhecimento erudito do
assunto, nem no planejamento curricular, nem na utilização de auxílios
audiovisuais, nem na aprendizagem programada que é utilizada, nem
nas palestras e apresentações e nem na abundância de livros, embora
qualquer um dos meios acima possa, numa ocasião ou noutra, ser
utilizado como recurso de importância. Não, a facilitação da
aprendizagem significativa repousa em certas qualidades de atitude
que existem no relacionamento pessoal entre o facilitador e o
estudante” ROGERS, 1986, p. 127).
Em termos educacionais, o conceito de aprendizagem é mais
específico. Referem-se à aquisição de conhecimentos ou ao
desenvolvimento de habilidades e atitudes decorrência de experiências
educativas, tais como aulas, leituras, pesquisas etc..., Pode-se dizer
que ocorre aprendizagem quando uma pessoa manifesta aumento da
capacidade para determinados desempenhos em decorrência de
experiências por que passou que passou. Também se pode dizer
ocorre aprendizagem quando, em virtude da experiência, uma pessoa
manifesta alteração de disposições, tais como atitude, interesse ou
valores.
O termo estratégia vem sendo o mais utilizado nos planos de
ensino para indicar esses procedimentos. Todavia, são comuns
34
procedimentos dessa natureza ser designado como métodos de
ensino, métodos didáticos, técnicas pedagógicas, técnicas de ensino,
atividades de ensino etc.
As estratégicas de ensino são em grande número. Entretanto,
muitos são os professores universitários que dominam uma única
estratégica, que é a da exposição. Também há muitos professores que,
embora conhecendo outras estratégicas não apliquem pó não se
sentirem seguros para aplicá-las. E ainda há os professores que
diversificam suas estratégias unicamente pelo desejo de diversificar,
sem saber se são ou não adequadas aos seus propósitos.
O processo de aprendizagem é bastante complexo. Muitos
autores escreveram e continuam escrevendo a esse respeito. Daí por
que os livros que tratam de psicologia da aprendizagem costumam
enumerar vários quadros de referência teórica que já foram elaborados
para estudar esse assunto. Há alguns aspectos que são comuns a
maioria das abordagens modernas acerca do problema, e que são de
grande relevância para os professores. Estes aspectos são: diferenças
individuais, motivação, concentração, reação, realimentação,
memorização e retenção. Se submetido a uma situação de
aprendizagem, como, por exemplo, uma aula, ele provavelmente fará
melhor do que um teste de inteligência tivesse previsto, o problema da
motivação torna-se bastante complexo, pois o professor só conseguirá
de fato motivar seus alunos se for capaz de despertar seu interesse
pela matéria que está sendo ministrada. Ou quando for capaz de
demonstrar que aquilo que está sendo ensinado é necessário para os
alunos alcançarem os seus objetivos. Quando alguém se encontra no
que está lendo ou ouvindo, tende a aprender muito mais. Quando não
há concentração, a matéria apresentada tende a fixar-se apenas
vagamente.
35
3.2- RECURSOS AUXILIARES DE ENSINO
...a metodologia e as técnicas científicas devem ser
postas a serviço do subjetivo pessoal de cada indivíduo. (PUENTE,
1980, p. 107)
A aula expositiva consiste numa preleção verbal utilizada pelos
professores com o objetivo de transmitir informações a seus alunos. É
um procedimento bastante antigo. Sabe-se que foi utilizado pelos
filósofos da antiguidade, pelos escolásticos da Idade Média, pelos
professores do Renascimento e continua sendo aplicado na maioria
das universidades do mundo. Em muitos cursos universitários é
utilizado quase que de forma exclusiva e são em grande número os
professores que identificam ensino com exposição. Alguns
professores defendem seu uso, sobretudo pela praticidade, outros a
criticam, chegando a conceituar aula expositiva como um processo em
que os “fatos são das fichas do professor para o caderno do aluno sem
passar pela mente de nenhum dos sois”. Ficou claro que a aula
expositiva se torna mais eficiente à medida que o professor aplica os
princípios da comunicação científica. Porém, o professor precisa estar
consciente de que a aula expositiva apresenta uma série de limitações,
o que a torna inadequada em muitas situações.
A ampla utilização da aula expositiva deve ser creditada não
apenas a fatores didático-pedagógicos, mas também econômico-
administrativos, a aula expositiva mostra-se muito mais econômica que
outros estratégias. A medida de alunos para cada professor geralmente
é grande.Em alguns estabelecimentos de ensino superior os
professores chegam a dar aulas em grandes auditórias munidos de
microfone. O conteúdo a ser aprendido é apresentado em sua forma
final. Do aluno requer-se apenas o entendimento da mensagem e a
incorporação em sua estrutura cognitiva. A aula expositiva pode ser
dada por qualquer profissional que domine a matéria, mesmo que não
disponha de maiores conhecimentos pedagógicos. Ressalte-se, porém,
que simplesmente “dar aula” não garante o aprendizado. A aula
36
expositiva pode ser considerada tão ou mais difícil do que as outras
estratégias de ensino.
Os recursos audiovisuais são hoje em tão grande número e têm
passado por um processo de aperfeiçoamento tal que já se fala em
tecnologia de ensino (tanto no sentido de “equipamentos” quanto no
de utilização de teorias de aprendizagem). Nesse contexto, os recursos
audiovisuais constituem-se em importantes ferramentas que são
colocadas à disposição dos professores para facilitar a comunicação
docente.
“Uma abordagem dos recursos audiovisuais
fundamentada na Psicologia das Faculdades, na Psicologia sensual-
empirista, enfatizando muito mais os aspectos ‘físicos’ dos recursos
sensoriais que os comportamentais, relegando a um segundo plano a
participação de ser que aprende, estimulando seu pensamento” NÉLIO
PARRA (1984, p.6)
3.3-BIBLIOGRAFIA CAPÍTULO III
Antonio Carlos Gil, “metodologia do ensino superior”.
37
CONCLUSÃO
Em conseqüência do que já foi colocado no presente trabalho,
conclui-se que, o trabalho docente relaciona a pratica vivida pelos
estudantes com os conteúdos proposto pelo professor, uma aula começa
pela constatação da prática real.
O que oferece conhecimento não significa somente transmitir a
assimilação dos resultados da ciência, mas também transmitir possibilitar
a assimilação dos recursos metodológicos utilizados na produção dos
conhecimentos. O conhecimento é, portanto um instrumento divergência
e sobrevivência. Não significa apenas uma ilustração da mente.
Nesse trabalho percebe-se que aprender é um ato de
conhecimento só tem sentido se resulta imposição ou memorização, mas
do nível crítico de conhecimento ao qual chega pelo processo de
compreensão reflexão e critica.
A educação é uma prática humana direcionada por uma
determinada concepção teórica. Tendo a força de redimir a sociedade se
investe seus esforços nas gerações novas, formando suas mentes e
dirigindo suas ações a partir dos ensinamentos.
O que pode ser observar que na prática docente é preciso que o
professor saiba levar em conta as circunstâncias em que está
trabalhando com os conhecimentos. Um educando só pode se entregar
em uma atividade se estiver positivamente voltado para ela.
Professor e aluno, abordando juntos os resultados dos
objetivos da aprendizagem podem formular juízes que servem para
ambos e para a melhoria do próprio processo de ensino aprendizagem.
O educando é um sujeito que necessita de mediação do
educador para reformular sua cultura, para tomar em suas próprias mãos
a cultura espontânea que possui para reorganizá-la com a apropriação da
cultura elaborada. Pode se constatar que o papel do educador está em
criar condições para que o educasse aprenda e se desenvolva de forma
ativa e sistemática.
38
ÍNDICE
Folha de rosto ....................................................................... 2
Agradecimento ...................................................................... 3
Dedicatória ............................................................................ 4
Resumo ................................................................................. 5
Metodologia .......................................................................... 6
Sumario ................................................................................. 7
Introdução ............................................................................. 8
Capitulo I- A qualidade de ensino ..................................... 10
1.1-Missões e funções da Educação Superior ................. 20
1.2-As tendências do Ensino Superior ............................. 23
1.3- BIBLIOGRÁFIA ............................................................. 24
Capitulo II- Função docente ............................................... 25
2.1 Posturas éticas do Professor do Ensino Superior ... 29
2.2 – Relações interpessoal professor e Aluno .............. 30
2.3- BIBLIOGRÁFIA ............................................................ 31
Capitulo III METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR ...... 32
3.1- Estratégicas de ensino-aprendizagem ..................... 33
3.2- Recursos auxiliares de ensino ................................. 35
3.3-BIBLIOGRAFIA CAPÍTULO III .................................... 36
Conclusão ........................................................................... 37
Índice ................................................................................... 38
Referencia Bibliográfica ..................................................... 39
39
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Antonio Carlos Gil, “metodologia do ensino superior”.
Albet. Plé, O.P, Por dever ou por prazer?
Fundação aprender: formação didática – pedagógica do
professor.
James O. Proctor. Ensinando a ensinar 4°.ed.1963.
Mafetto, Marcos (org.). docência na universidade.campinas, SP:
papirus, 1998.
Maria Tereza Peres Soares. As emoções e os valores dos
professores brasileiros.
M. Cecília de Abreu, Marcus T. Masetto, “o professor
universitário em aula”.
Maria da Graça Nicoletti. Mivukani. Ensino as abordagens do
processo. EPV. Editora pedagógica a universidade LTDA.
Pimenta Felma Garrido. ANAFTASIEU Leia da Graças
Camargos. Docência do ensino superior. SP: Cortez, 2002. (coleção
docência informação V1) PIMENTA, SELMA GARRIDO, ANASTASIOU, LEIA DAS GRAÇAS
CAMARGOS. Docência do ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002(
coleção docência em formação v.1).
WWW.efpsocpol.ufpr.br WWW.ufsn.br