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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ANÁLISE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA EM AMBIENTE OFFSHORE Por: Elvis Richard Porto Martins Orientador Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ANÁLISE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA EM

AMBIENTE OFFSHORE

Por: Elvis Richard Porto Martins

Orientador

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ANÁLISE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA EM

AMBIENTE OFFSHORE

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Logística Empresarial.

Por: Elvis Richard Porto Martins

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AGRADECIMENTOS

... agradeço a Deus, aos meus pais, aos meus

filhos e a todos que nas horas mais difíceis pude

contar para me ajudar a entender, o que antes

não conseguia.....

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DEDICATÓRIA

... dedico esta monografia a todos que em mim

confiaram e me apoiaram e a aqueles que a

lerão.....

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RESUMO

O desenvolvimento da produção em massa trouxe com conseqüência a

necessidade de canais de distribuição cada vez mais complexa para fazer

chegar aos múltiplos consumidores finais uma quantidade enorme de produtos.

Adicionalmente, esses mesmos produtos também necessitam de manutenção,

substituição ou produzem resíduos durante e/ou ao fim da sua vida útil, daí a

necessidade de retorno para conserto, devolução ou destinação. Da

necessidade inicial surgiu o conceito de logística, e da adicional o de logística

reversa. As operações de perfuração exploratória offshore utilizam o conceito

de logística reversa através do retorno de equipamentos, ferramentas, pessoal

e resíduos através de embarcações de apoio ou helicópteros que suprem à

plataforma offshore quanto à sua necessidade, por isso, o setor fiscal e o

operacional devem estar em perfeita sincronia, de forma que haja

comunicação entre si para o melhor desenvolvimento da operação, pois cerca

de 80% de tudo o que foi para a plataforma, um dia irá retornar e para fechar

este trâmite fiscal, deve-se estabelecer no início o que está sendo enviado

através da natureza: remessa, venda ou consignação e etc. Os custos maiores

relacionam-se a aluguéis de plataformas, equipamentos e os estudos

referentes à própria perfuração. Quanto aos custos de destinação de resíduos

gerados a bordo é pequeno se comparado aos custos totais de operação,

diminuindo o interesse pelo reaproveitamento e reuso dos mesmos durante a

fase de planejamento. Com a ênfase do mundial sobre as questões

ambientais, os resíduos gerados à bordo ganham cada vez mais espaço nas

operações de modo tal a serem geridos, passando a ser considerado como

oportunidade de minimização de custos ou até mesmo geração de receitas

financeiras.

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METODOLOGIA

Foram realizados para o desenvolvimento desta monografia estudos

bibliográficos, pesquisas na internet em teses e dissertações relacionadas ao

tema escolhido além de uma pesquisa empírica baseada nas vivências do

autor em empresas relacionadas com as atividades de exportação e

importação de cargas assim como empresa do ramo offshore.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História do petróleo 10

CAPÍTULO II - Regimes aduaneiros especiais 25

CAPÍTULO III – Logística reversa offshore 36

CAPÍTULO IV – O Fisco e a logística 64

CONCLUSÃO 95

BIBLIOGRAFIA 96

ÍNDICE 98

FOLHA DE AVALIAÇÃO 101

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INTRODUÇÃO

Atualmente a população ainda não conseguiu se tornar independente

dos combustíveis de origem fósseis, sendo assim, o petróleo continua como

carro chefe do desenvolvimento por mais de meio século, dando ênfase à

estudos cada vez mais aprofundados nas áreas de perfuração, melhores

técnicas de produção e claro, estudos mais profundos sobre as melhores

formas de se fazer chegar ao local desejado, na condição desejada o que se

precisa, no tempo certo. A logística torna-se mais uma vez, uma ferramenta

importantíssima na qual pode se pode através de estudos reduzir custos,

tempo, aumentar produtividade, maximizar transportes e minimizar

desperdícios.

O ambiente Offshore possui etapas a serem cumpridas de acordo

com o cronograma pré-estabelecido, já que varia de acordo com cada poço,

cliente, bloco a ser explorado e até mesmo a fase em que se encontra o

projeto: perfuração, produção ou exploração.

Cada uma destas fases determina os tipos de materiais a serem

utilizados, assim como a urgência com que estes tenham que chegar à

plataforma, já que os custos diários de uma plataforma variam na ordem de

U$$ 400.000,00 a U$$ 1.000.000,00, não podendo então ficar ociosas seja

qual for o ambiente em que se encontra o projeto.

Os complicadores como distância, marés, custos e transportes

agregados a um mesmo fator, por exemplo, devem uma atenção extra para

redução máxima de tempo ocioso, em um mundo onde “tempo é dinheiro” é

extremamente seguido à risca.

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Por trás de toda esta “mágica”, há sempre outros trâmites que dão

suporte às corretas movimentações, por exemplo, o setor fiscal que consolida

as informações recebidas através das notas fiscais, na qual cada uma tem

uma natureza de operação e, se preciso, devolve as mercadorias sob a correta

natureza com que a recebeu seja remessa, venda ou aluguel.

Situaremos também neste estudo, os casos de carga “repetro” as

modalidades de importação de cargas como “drawback” e o regime de

admissão temporária de cargas, que são casos especiais amplamente

utilizados no ambiente offshore, criados especialmente para a importação de

peças e equipamentos aplicados na indústria do petróleo, que teve uma maior

propulsão na década de 90, em virtude de diversas mudanças que ocorreram

no plano institucional e macro-econômico devido à quebra de monopólios e

privatizações. Os casos de resíduos gerado em bordo, também serão

abordados neste, já que com o advento da globalização e o conseqüente

atendimento a mercados cada vez mais distantes e a alta rotatividade dos

estoques, os armazéns descartam quantidades enormes de material ao final

do processo logístico e exige um tratamento totalmente diferenciado devido às

questões ambientais hoje muito mais impactantes do que há alguns anos atrás

e, de acordo com os seus tipos pré-classificados em uma tabela universal,

devem ter um destino que se adeque quanto à sua natureza, podendo ter todo

o seu percurso, desde a sua geração, até o seu tratamento rastreado.

Na opinião de López, como as empresas dedicam-se à produção de

bens e serviços que satisfazem necessidades humanas, parece claro que, se

uma pessoa emprega seu esforço numa empresa, o faz para conseguir uma

parte destes bens e serviços, ou o seu equivalente em valor econômico. Se a

empresa funciona bem, será capaz de gerar suficiente valor econômico para

satisfazer os que contribuem com seu trabalho para gerá-lo.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DO PETRÓLEO

O CONCEITO

Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais

aceita é que ele surgiu de restos orgânicos de animais e vegetais depositados

no fundo de lagos e mares sofrendo transformações químicas ao longo de

milhares de anos. Substância inflamável possui estado físico oleoso e com

densidade menor que a água. Sua composição química é a combinação de

moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos).

1.1 – Descoberta do ouro negro

Durante os séculos XVI e XIX o verdadeiro motor das expansões

marítimas e das atividades econômicas era a busca do ouro. Reis, navegante,

soldados, e mercadores uniram-se para, localizá-lo em qualquer parte do

mundo. Os portugueses tentaram no litoral da África Ocidental e depois no

Brasil (os grandes veios só foram encontrados no século XVIII, nas Minas

Gerais), os espanhóis lançaram-se sobre o México e esvaziaram o ouro e a

prata dos astecas, o mesmo fizeram com os incas no Peru. Os americanos só

o encontraram depois de 1848, na Califórnia, que recém haviam conquistado

do México. Os ingleses toparam com os primeiros veios na Austrália no século

XVIII e depois na África do Sul, na região do Transvaal, na década de 1880.

Mas a partir de 1859 um novo produto vai atiçar a cobiça humana.

Visitando a Pensilvânia, George Bissel encontra petróleo. A partir de então

começa a grande corrida atrás do ouro negro.

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Em princípio extrai-se apenas o querosene para a iluminação, mas

com advento da indústria automobilística (Ford fabrica o primeiro modelo em

1896) e do avião (os irmãos Wright voam em 1903), somado à sua utilização

nas guerras, tornou-se o principal produto estratégico do mundo moderno. As

maiores 100 empresas do nosso século estão ligadas ao automóvel ou ao

petróleo. E os nomes de John Rockeffeler (fundou a Standar Oil em 1870),

Paul Getty, Leopold Hammer, Alfred Nobel, Nubar Gulbenkian e Henry Ford

tornaram-se mundialmente conhecidos por estarem associados ao petróleo ou

ao automóvel.

1.2 – Crises do petróleo

As crises do petróleo - todas depois da 2ª Guerra Mundial - que

momentaneamente interromperam seu fluxo, mostram um cruzamento de

conflitos. A primeira delas ocorre entre os estados-nacionais e as grandes

empresas multinacionais visando o controle do processo produtivo e

distributivo. Tratou-se de uma luta em torno do dinheiro e do poder. O segundo

tipo de conflito, numa etapa posterior, deu-se entre os países produtores e os

países consumidores.

A exploração dos recursos petrolíferos no Terceiro Mundo começou

em 1908 com a descoberta de lençóis de petróleo no Irã. A partir de então toda

a região do Golfo Pérsico começou a ser explorada. Foi o início de uma política

de concessões feitas pelo Xá e por chefes tribais árabes a grandes

companhias estrangeiras, particularmente inglesas (Anglo-iranian) e

americanas (Texaco, Mobil, Oil, Esso, Standar Oil). Dois fatores fizeram com

que o petróleo passasse a ser estratégico no nosso século. Em 1896 Henry

Ford começou a produzir o primeiro veículo automotor em série, inaugurando a

era da moderna indústria de automóvel, expandindo-se para outros transportes

como o aeronáutico. O aumento do consumo de gasolina e óleo começa então

a impulsionar a prospecção e a busca de mais poços de petróleo, tanto nos

Estados Unidos como no exterior.

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Outro fator que levou o petróleo a tornar-se o negócio do século

ocorreu em 1911, com a decisão tomada por Churchill, quando Ministro da

Marinha inglesa - a maior do mundo -, de substituir o carvão pelo óleo como

energia para seus navios, em 1911.

De 1908 a 1950, as companhias multinacionais formaram verdadeiros

impérios (eram chamadas as sete grandes) abarcando todas as zonas

produtoras de petróleo espalhadas pelo mundo, mas concentradas

basicamente no Oriente Médio. Foi a época de ouro das multinacionais. Elas

possuíam sua própria política externa, suas linhas de aviação e comunicação

completamente independentes. Geralmente seus administradores e gerentes

eram os homens mais importantes do país e seus verdadeiros governantes. Os

estados que existiam eram neocoloniais, dependentes, sem poder e força para

disputar o controle da riqueza nacional.

Essa situação começou a inverter-se a partir da 2ª Guerra Mundial. As

antigas potências colonialistas (Inglaterra, França e Holanda) perderam suas

energias na guerra. Um forte movimento nacionalista teve então início. No Irã,

em 1951, deu-se a primeira crise com a política do 1º Ministro Mossadegh

que nacionalizou a British Petroleum. Mas, em 1953, a CIA e o serviço secreto

inglês, numa operação conjunta, conseguiram reverter a situação e Mossadegh

foi deposto e o Xá Reza Pahlevi, pró-americano, foi novamente entronado.

Mesmo tendo fracassado, a política nacionalista de Mossadegh foi o ponto de

partida para uma série de enfrentamentos que se seguiram entre os estados-

nacionais, que começavam a se fortalecer, contra o poder das empresas

multinacionais. Gradativamente as empresas foram vendo diminuir suas

regalias sendo obrigadas a aceitar o pacto dos cinqüenta mais cinqüenta, que

tornava os estados-nacionais sócios iguais delas.

A segunda crise do petróleo ocorreu em 1956 quando o Presidente do

Egito, Gamal Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, em mãos de uma

companhia anglo-francesa.

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Com a intervenção militar de tropas inglesas e francesas ocorreu um

boicote do mundo árabe que foi contornado pela exigência dos Estados Unidos

e da URSS que aquela intervenção cessasse imediatamente.

A terceira crise ocorreu durante a Guerra dos Seis Dias, quando Israel

travou uma guerra fulminante com seus vizinhos. Mas a mais grave, a quarta,

ocorreu durante a Guerra do Yon-Kippur, quando os árabes agora organizados

no cartel da OPEP (fundada em Bagdá, em 1960), decidiram aumentar o preço

do barril de petróleo (de U$ 2,9 para U$ 11,65), um aumento de 301%. Essa

última crise assinala uma mudança substancial do conflito. Agora não se trata

mais de um enfrentamento entre estados-nacionais e multinacionais, mas entre

produtores e consumidores.

A penúltima grande crise mundial - a quinta crise - ocorreu como

resultado da espetacular deposição do Xá Reza Pahlevi, em 1979, seguida

pela Revolução Xiita que desorganizou todo o setor produtivo do Irã. A crise

estendeu-se até 1981, quando o preço do barril saltou de U$ 13 para U$ 34.

Ou seja, 1072% em relação ao preço de 1973.

Depois de ter-se envolvido numa desgastante guerra de fronteiras com

o Irã, o ditador iraquiano Saddam Hussein resolveu atacar, em 1990, o

emirado do Kuwait, um dos maiores produtores de petróleo dom mundo.

Saddam o transformou na 19ª província da República Iraquiana. Tinha início a

sexta crise do petróleo do após-Guerra. O Kuwait era considerado fornecedor

estratégico pelos Estados Unidos, fazendo com que os americanos temessem

que Saddam Hussein pudesse açambarcar o controle de metade do

fornecimento do petróleo na região. Igualmente receavam que ele pudesse

alastrar-se para a Arábia Saudita.

Conseguiram então fazer com que a ONU autorizasse uma operação

militar visando a desocupação do Kuwait. Em 1991, liderando uma força

multinacional (composta por ingleses, franceses, italianos e outros países

árabes),

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Os Estados Unidos reconquistaram o emirado e expulsou as tropas

iraquianas de volta para suas fronteiras. Ao bater em retirada os iraquianos

incendiaram todos os poços de extração provocando uma das maiores

catástrofes ecológicas do mundo, fazendo com que grande parte da vida

animal do Golfo Pérsico fosse destruída.

A intervenção internacional foi o passo inicial da chamada Nova Ordem

Mundial onde o consenso das nações determinou não aceitar mais nenhuma

guerra de anexação.

1.3 – Avanços na perfuração de poços

Alguma coisa já foi mencionada sobre poços direcionais no Tópico

sobre Engenharia de Petróleo. Porém, acho interessante falarmos um pouco

mais sobre.

Entre as diversas áreas que compõem a Engenharia de Petróleo, a

Perfuração Direcional foi uma das que mais evoluiu ao longo dos anos. É

simplesmente notável o que a perfuração direcional pode fazer nos dias de

hoje!

Basicamente, podemos dizer que um poço direcional se caracteriza por

ter seu objetivo planejado para ser afastado da vertical que passa pela cabeça

do poço. Por outro lado, manter a verticalidade em poços ditos verticais, não é

uma tarefa fácil. Assim, mesmos os poços ditos verticais acabam por ter

alguma inclinação.

A evolução dos equipamentos direcionais tem sido notável. O antigo

conjunto "bent sub" (sub torto) e motor de fundo (aquele que faz a broca girar

pela energia do fluido de perfuração), evoluiu para o chamados stearable

motors, que por sua vez começam a dar a vez para os sofisticados rotary

stearable systems.

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O acoplamento desses equipamentos direcionais com os chamados

MWD (measuring while drilling) e LWD (logging while drilling) fizeram com que

a perfuração direcional passasse para o que chamamos hoje de Geostearring.

Esse último permite que a formação seja, de certo modo, avaliada

simultaneamente a perfuração do poço. Por unir informações de várias áreas,

o Geosterring por sua vez exigiu que engenheiros, geólogos e geofísicos

trabalhassem juntos em um ambiente multidisciplinar.

Naturalmente, que problemas existem também para a Perfuração

Direcional. Instabilidade das formações, altos valores de arraste da coluna de

perfuração com a parede do poço e problemas para retirar os cascalhos do

poço são casos típicos de dificuldades geralmente presentes na perfuração de

poços direcionais.

1.3.1 Fluido para poço direcional

Neste tipo de perfuração, a importância do fluido aumenta,

principalmente pelos motivos citados acima (todos podendo ser amenizados

pelo fluido). Então vamos analisar cada um dos problemas apontados:

“Instabilidade das formações, altos valores de arraste da coluna de perfuração

com a parede do poço e problemas para retirar os cascalhos do poço são

casos típicos de dificuldades geralmente presentes na perfuração de poços

direcionais”.

Instabilidade: a instabilidade pode ser combatida por intermédio do reboco do

fluido("wall cake"). Formações de arenitos friáveis podem ser seladas com um

projeto de granulometria das calcitas para serem adicionadas no fluido na

proporção certa para selar os poros da formação ao se alojar, gerando um

reboco mais consistente. A instabilidade pode ser dada também pela

fragilidade da formação, neste caso, perfurar com uma taxa controlada e

menor impacto de jatos pode ser uma alternativa.

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No caso da instabilidade causada pelas argilas e folhelhos, a inibição do

fluido e do filtrado do fluido deve ser alta.

OBS COMPLEMENTAR: 1) um reboco de baixa qualidade (grosso,

quebradiço) pode ser responsável por problemas neste sentido, neste caso, no

teste de laboratório busca-se obter um reboco fino, plástico e resistente. O

reboco grosso formado por um valor alto de filtrado pode ser responsável por

torques e arrastes excessivos da coluna de perfuração; 2)não somente as

calcitas, mas, também, outros materiais podem ser "dimensionados em sua

distribuição granulométrica" para melhor adaptar-se às paredes e à melhor

formação do reboco. Dentre estes materiais encontram-se materiais grafíticos

e gilsonitas (materiais asfálticos naturais).

Arraste da coluna ("swab & drag" "pistoneio e arraste"): várias podem

ser as causas - desde o número excessivo de "dog legs" à baixa inibição das

argilas e folhelhos - que podem ser minimizadas com um fluido com maior

concentração de produtos lubrificantes (no caso de fluido base água) ou o uso

de fluidos sintéticos (se necessitar de maior lubricidade, maior teor de base

sintética).

OBS COMPLEMENTAR: 1) Alguns lubrificantes mais modernos contêm

esferas de vidro ou de polímeros para facilitar as manobras de ferramentas e

de descidas de revestimento tanto em fluidos aquosos (WBM) como nos

fluidos não-aquosos (NAF). O mecanismo de atuação destas microesferas é

de acoplar-se ao reboco e agir como um leito (colchão) de "bolas de gude"

atuando como bilhas, reduzindo o esforço mecânico. Há operações de

perfuração com longo trecho horizontal em que estas microesferas são

utilizadas no próprio fluido de perfuração (não somente como um colchão

durante a descida de revestimento), neste caso equipamentos recuperadores

(conjunto de peneiras) minimizam a perda deste material. 2) Busca-se

lubrificantes para WBM que seja não-oleosos, ou seja, isentos de óleos de

petróleo. Desta forma muitos são a base de glicerol, ésteres etc - produtos com

maior biodegradabilidade e menor toxicidade.

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Limpeza do anular: Neste caso, a viscosidade do fluido deve ser um

ponto de maior cuidado, mas a viscosidade dada pelas leituras à baixa taxa de

cisalhamento (R3, R6 e LSRV) e o limite de escoamento do fluido, deve ser

maior do que para poços verticais. Atenção especial deve ser dada aos géis

inicial e final, visto que a bomba deve parar a cada adição de stands.

O cálculo da velocidade de sedimentação dos cascalhos em virtude da

viscosidade do fluido em simuladores nos possibilita prever os valores ótimos

para cada vazão de bombeio. O problema de limpeza pode ser agravado pelo

número de "dog legs" no poço, pois os cascalhos vão se depositando na curva,

causando arraste e ou risco de prisão por desmoronamento.

OBS COMPLEMENTAR: 1) Há tecnologias modernas que buscam solucionar

um problema não mencionado acima, mas que tem a ver com a limpeza do

anular e pode ser prevista com os simuladores (em tempo real ou não), o

problema do SAG. O SAG é a deposição de adensantes (geralmente barita) no

leito do poço (em geral no leito inclinado) e quando a bomba pára para uma

conexão ou para reparo pode ocorrer um "escorregamento" ou "avalanche"

deste material prendendo a ferramenta. Tecnologias modernas de fluido

utilizam materiais adensantes micronizados ou coloidais tratados para diminuir

o efeito da viscosidade plástica, estes materiais são fornecidos para adensar o

fluido, no entanto a velocidade de sedimentação dos mesmos é próxima de

zero. Assim, fluidos preparados com estes materiais - seja WBM ou NAF - são

estáveis o suficiente para ficarem dias no poço sem ocorrência de

sedimentação. Outra tecnologia moderna é o uso de salmouras pesadas para

a fabricação de WBM mais pesados e isentos de sólidos, principalmente para

a perfuração de reservatórios com pequeno tamanho de garganta -

permeabilidade - e/ou de pequena porosidade - pequeno tamanho de poro.

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2)Outra tecnologia desenvolvida para a melhoria da limpeza do poço é a

dos fluidos NAF de "flat rheology'" - ou reologia fixa, reologia invariável - onde

se busca diminuir a influência da temperatura na viscosidade do fluido (T alta

viscosidade menor) principalmente as viscosidades a baixo cisalhamento,

desta forma evita-se que haja deposição por causa da alta temperatura que

reduziu a viscosidade do fluido, e aumento da pressão de bombeio quando a

temperatura se reduz drasticamente no fundo oceânico aumentando a

viscosidade. 3) um fator que ajuda a limpeza do poço e diminui a deposição de

sólidos é a utilização de boas práticas de perfuração, como girar a coluna com

alto RPM e reciprocá-la de vez em quando a fim de "agitar" e permitir que o

fluido retire os sólidos que foram "levantados".

Claro que este tipo de prática pode ser usada quando permitido, pois o

reciprocamento da coluna pode gerar um pistoneio e entrada de gás no fluido

(falso kick) e o alto RPM pode causar instabilidade na parede do poço (caso

haja sinais de desmoronamento nas peneiras deve-se evitar este

procedimento).

1.3.2 Comandos

No poço "vertical" usa-se o peso dos comandos na broca, como se faz

no poço direcional, já que a medida que o poço inclina os comandos perdem

força, ou mesmo no caso do poço horizontal.

1.3.3 Jatos e Brocas

Atualmente é mais comum o uso de motor de fundo e das ferramentas

de MWD que indicam o caminho seguido, como explicado. A potência nos

jatos da broca é bastante necessária já que é o principal meio de controle da

ROP (taxa de penetração). O peso sobre broca em poços direcionais deve ser

usado com cautela, às vezes até não usado.

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Visto que se pode prender a ferramenta acunhando um estabilizador

ou outro comando ao entrar em contato com a formação. Imagine um arame

em um cano... se você pressionar muito ele entorta na primeira curva ou faz zig

zag (dog leg) e não chega ao fundo. No caso das formações macias

(acunhamento) ou areias depletadas (diferencial) é grande o risco de

aprisionamento.

1.3.4 HDD ou simplesmente Poço Horizontal

A perfuração horizontal é algo muito comum nos dias de hoje. A razão

é simples, esse tipo de perfuração permite que uma extensão muito maior do

reservatório fique exposta o que permite aumentar a produção de óleo.

Construção de um poço horizontal é muito semelhante à de um poço direcional

comum. Existem poços horizontais com apenas um trecho de "build-up", isto

são trechos onde se ganha ângulo e também existem aqueles que tem dois

"build-up" com trecho de "slant" (trecho onde não existe ganho de ângulo) no

meio.

Os problemas relativos ao um poço horizontal são basicamente os

mesmo enfrentados pelos poços direcionais de grande inclinação. Entre os

principais problemas podemos citar altos valores de arraste, problemas de

limpeza de poços, flambagem da coluna de perfuração, perfilagem e

instabilidade das formações.

Naturalmente que a descida e a cimentações dos revestimentos em

poços horizontais é algo que deve ser feita com cautela. Altos valores de

arraste dificultam a descida dos revestimentos em trechos de alta inclinação.

Por sua vez nem sempre é tão fácil colocar o cimento ao redor do revestimento

nos trechos horizontais ou de altas inclinações. Em poços de grande

inclinação, o efeito benéfico da gravidade de empurrar a coluna para baixo é

parcialmente, ou totalmente, anulado. Dessa Forma, para compensar esses

fatores, são utilizadas colunas invertidas (ou BHA - Bottom Hole Assembly

invertido).

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Nessas colunas invertidas, os componentes mais pesados, tais como os

comandos (drill collars) e HWDP's, são mantidos na seção vertical do poço,

longe da posição convencional que é logo acima da broca.

Assim sendo, para as colunas invertidas, os componentes mais pesados

na posição vertical serão mais eficientes em aplicar peso à seção inferior do

BHA para que a coluna desça, aumentando-se assim, a velocidade de

perfuração sem comprometer os aspectos mecânicos dos tubos. Isto é

permitido devido ao fato dos drillpipes suportarem as cargas compressivas sem

flambar em trechos curvos e de alta inclinação do poço.

Finalmente, um aspecto que sempre se deve ter em mente em qualquer

poço é sua destinação. Em outras palavras, o projeto de um poço direcional,

direcional de grande ângulo ou horizontal deve levar em conta a fase de

completação, na qual são descidos vários de equipamentos para permitir a

produção do poço.

O aumento da perfuração de poços horizontais é devido a evolução das

técnicas de perfuração horizontal além do fato destes poços permitirem o

aumento da recuperação total das reservas. O estudo dos testes de pressão e

da perda de injetividade em poços horizontais é fundamental para

compreender o comportamento de um reservatório produzindo com essa

importante ferramenta da indústria petrolífera atual.

A partir da década de 1980, o uso de poços horizontais passou a ser

mais freqüente na indústria petrolífera, devido ao desenvolvimento de novas

técnicas de perfuração e completação. No Brasil, a tecnologia de poço

horizontal foi utilizada pela primeira vez no ano de 1990.

A utilização de poços horizontais nas estratégias de produção tem sido

um importante tema de estudo na indústria de petróleo por apresentar

vantagens em relação aos tradicionais poços verticais.

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O interesse na aplicação de poços horizontais tem sido acelerado

devido ao melhoramento nas tecnologias de perfuração e completação desses

poços, já que os mesmos geram aumento na eficiência e na economicidade da

recuperação dos hidrocarbonetos. As principais razões para se perfurar um

poço horizontal são:

• Aumentar a área exposta ao fluxo de hidrocarbonetos.

• Reduzir as quedas de pressão.

• Reduzir possibilidade de ocorrência de cone de água ou gás, já que a

queda de pressão no poço horizontal é menor que aquela que ocorre no

poço vertical quando ambos estão produzindo na mesma vazão.

• Propiciar maior interceptação das fraturas horizontais em reservatórios

fraturadas e baixas permeabilidade e porosidade. Viabilizar a exploração

de formações fechadas ou que contenham óleo pesado, por aumentar a

área exposta ao fluxo. Muitas vezes a exploração desses tipos de

formação era considerada inviável comercialmente devido às baixas

vazões conseguidas pela técnica de perfuração vertical convencional.

• Aumentar a eficiência das técnicas de recuperação secundária, já que

uma maior área de drenagem pode responder melhor à injeção de vapor

ou de água.

• Retardar o avanço do contato óleo-água ou gás-óleo.

• Viabilizar economicamente a exploração de campos offshore, onde o

posicionamento das plataformas marítimas de produção é crítico devido

às condições adversas do mar.

Em geral, as vazões de produção de poços horizontais são

significativamente mais altas e, comparados com poços verticais que passaram

por algum processo de estimulação.

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Uma estimulação pode aumentar a produção de um poço vertical, mas

após um determinado tempo, a vazão declina rapidamente.

No entanto, uma das maiores desvantagens dos poços horizontais em

relação aos verticais era o fato de que somente uma zona podia ser drenada

por um mesmo poço horizontal, quando a técnica começou a ser

implementada. A partir dos primeiros anos da década de 90, essa

desvantagem começou a ser reduzida com os poços horizontais sendo usados

para drenar múltiplas zonas. Para atingir esse objetivo, basta perfurar a partir

de um mesmo poço vertical, vários trechos horizontais em diferentes camadas.

Outra solução é cimentar o trecho horizontal do poço e fraturá-lo

hidraulicamente, comunicando-se assim diversas zonas ou camadas.

Uma outra importante desvantagem dos poços horizontais é que, uma

vez atingidos pela água proveniente de um contato óleo/água ascendente, a

depender da completação utilizada, terão necessariamente que ser fechados

ou transformados em injetores, não sendo possíveis recompletações.

1.4 Avanços nos estudos sobre a logística reversa

A logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de

retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.

Apesar de ser um tema extremamente atual, esse processo já podia ser

observado há alguns anos nas indústrias de bebidas, com a reutilização de

seus vasilhames, isto é, o produto chegava ao consumidor e retornava ao seu

centro produtivo para que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao

consumidor final. Esse processo era contínuo e aparentemente cessou a partir

do momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis.

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Contudo, empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e

preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como "logística

verde", começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, como latas

de alumínio, garrafas plásticas e caixas de papelão, entre outras, que

passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas como

lixo. Dessa forma, podemos observar a logística reversa no processo de

reciclagem, uma vez que esses materiais retornam a diferentes centros

produtivos em forma de matéria prima.

1.5 Custos

Os processos de logística reversa têm trazido consideráveis retornos

para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com

embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais

novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de

logística reversa.

Também não podemos ignorar os custos que o processo de logística

reversa pode acarretar para as empresas, quando não é feito de forma

intencional, isto é, na citação acima percebemos que a logística reversa é

utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados,

em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa. Acontece que o

contrário também pode acontecer, e é o que notamos com mais freqüência,

isto é, materiais que voltam aos seus centros produtivos devido às falhas na

produção, pedidos emitidos em desacordo com aquilo que o cliente queria,

troca de embalagens, etc. Este tipo de processo reverso da logística acarreta

custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que

processos como armazenagem, separação, conferência e distribuição serão

feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são

duplicados.

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1.6 Concorrência

Vários estudiosos defendem que os clientes valorizam empresas que

possuem políticas de retorno de produtos, pois isso, garante-lhes o direito de

devolução ou troca de produtos. Este processo envolve uma estrutura para

recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um

novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto. Dessa

forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido

tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aos seus

clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes.

1.7 Logística verde e questões ambientais

Preocupadas com questões ambientais, as empresas estão cada vez

mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. Isto se torna cada vez

mais claro quando observamos um crescimento considerável no número de

empresas que trabalham com reciclagem de materiai. Um exemplo dessa

preocupação é o projeto Replaneta, que consiste em coleta de latas de

alumínio e garrafas PET, para posterior reciclagem, e que tem como bases de

sustentação para o sucesso do negócio a automação e uma eficiente operação

de logística reversa. As novas regulamentações ambientais, em especial as

referentes aos resíduos, vêm obrigando a logística a operar nos seus cálculos

com os "custos e os benefícios externos" e, em função disto, entende-se que a

logística verde pode ser vista como um novo paradigma no setor. Projeta-se

que, a logística verde ou ecológica age em conjunto com a logística reversa, no

sentido de minimizar o impacto ambiental, não só dos resíduos na esfera da

produção e do pós-consumo, mas de todos os impactos ao longo do ciclo de

vida dos produtos.

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1.8 Logística reversa no Brasil

No Brasil ainda não existe nenhuma legislação que abranja esta

questão, e por isso o processo de logística reversa está em difusão e ainda

não é encarado pelas empresas como um processo "necessário”, visto que a

maioria das empresas não possui um departamento específico para gerir essa

questão; assim, algumas Resoluções são utilizadas, como, por exemplo, a

Conama nº258, de 26/08/99, que estabelece que as empresas fabricantes e as

importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e a dar destinação final,

ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às

quantidades fabricadas e importadas definidas nesta Resolução, o que

praticamente obriga as empresas desse segmento a sustentarem políticas de

logística reversa. BARBIERI e DIAS (2002). Este conceito está em constante

crescimento no Brasil e no mundo, e fica claro que as empresas, cada vez

mais, têm se preocupado em considerar os custos adicionais e as reduções de

custos que este processo pode ocasionar.

Na verdade, todas as empresas trabalham com o conceito de logística

reversa, porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e

necessária para o bom andamento ou para o aumento nos custos das

empresas. Apenas utilizam o processo e não dispensem maior importância e

nem investem em pesquisas para o mesmo.

Uma empresa que recebe um produto como fruto de devolução por

qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística reversa, bem como

aquela que compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima

novamente. Esse interessante processo pode ser visto pelas empresas com

enfoques diferentes, ou seja, para algumas, esse processo trará benefícios

diversos, a começar pela redução de custos, enquanto que para outras pode

ser um grande problema, pois representa custos que precisam ser controlados.

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No segundo caso, observamos que, nas empresas onde o processo de

logística reversa representa custos, existe uma grande preocupação com o

processo, para que ele seja extremamente controlado, a fim de que esses

custos sejam reduzidos, uma vez que a extinção do processo de logística

reversa numa empresa é praticamente impossível.

Como no ambiente offshore, tanto o lixo quanto as peças e

ferramentas enviados para uma plataforma, por exemplo, terão que retornar

para posterior gerenciamento, até mesmo a própria plataforma um dia deverá

obedecer aos trâmites legais e fiscais e um dia retornar.

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CAPÍTULO 2

REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS

Com a abertura comercial para as empresas fornecedoras de

equipamentos para a indústria do petróleo, os governos federal e estaduais

trataram de buscar instrumentos que viessem a aquecer ainda mais o

mercado, aumentando a criação de empregos e conseqüentemente majorando

suas arrecadações tributárias. Assim sendo, foi criado o Repetro, como um

regime de admissão de equipamentos para a indústria do petróleo, que isenta

os fornecedores do recolhimento de alguns tributos federais e estaduais.

2.1 Carga repetro

A indústria petrolífera no Brasil, embora não tenha incorrido pelo

mesmo processo de privatização e desmembramento dos setores elétricos e

de telecomunicações, acompanhou a mesma tendência de mudança da

relação usuário-fornecedor dos demais. A mudança institucional da quebra do

monopólio do petróleo promovida pela Lei n. 9.487 de 1997 “Lei do Petróleo”, e

a maior abertura comercial da economia brasileira, trouxeram importantes

conseqüências para essa indústria brasileira de petróleo.

O setor petrolífero compõe basicamente de dois tipos de atores: as

companhias de petróleo, chamada de operadoras, e os fornecedores de bens

e serviços, denominados de indústria para-petroleira. Ela apresentava, antes

da mudança institucional, uma organização verticalizada centrada na empresa

líder: a Petrobrás.

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A abertura comercial, no início da década de 1990, alterou a estratégia

da Petrobrás de aumentar cada vez mais de aumentar o índice de

nacionalização dos insumos e equipamentos adquiridos. Os fornecedores

locais de equipamentos navais foram muito atingidos pelo refluxo desses

investimentos no início da década de 1990.

Esse impulso na indústria petrolífera nacional que ocorre atualmente

só foi possível em virtude do avanço tecnológico que alcançou êxito a partir

dos programas tecnológicos desenvolvidos, como por exemplo, o Procap 1000

e 2000.

A Lei 9.478 de 1997 surge como a norma que quebra o monopólio

exercido pela Petrobrás sobre as atividades de exploração, produção, refino e

transporte de petróleo, derivados e gás natural, possibilitando que as empresas

operadoras e prestadoras de serviços sejam elas nacionais ou estrangeiras,

venham competir com a empresa estatal em todos esses segmentos de

atividades. A mudança institucional apresenta importantes oportunidades para

indústria de fornecedores, uma vez que novas empresas representam novos

clientes para os fornecedores de equipamentos locais.

Em face à imprevisibilidade geológica, que acarreta maiores riscos e

custos de desenvolvimento, o Brasil era menos atrativos do que os países

dotados de abundantes recursos a baixos custos. Isto exigiu uma alteração da

carga tributária que recai sobre as importações de equipamentos para a

exploração e desenvolvimento de campos marítimos no Brasil.

O novo regime tributário implantado em 1999, através do Decreto nº

3.161, denominado Repetro (Regime Aduaneiro Especial para a indústria do

Petróleo), possibilitou que a importação de equipamentos fosse franqueada de

qualquer tributação. Os equipamentos permanecem por um tempo

determinado em solo nacional (durante o contrato de concessão) sem ter que

pagar impostos federais (Imposto de Importação, PIS, COFINS e IPI) e

estaduais (ICMS).

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Em suma, as mudanças institucionais da década de 1990 alteraram

profundamente os sistemas industriais e de inovação setoriais, centrados

anteriormente nas estatais. A lógica empresarial, que passou a dominar a

estratégia das empresas líderes, aliada à abertura de economia nacional,

induziu esses atores a buscar fornecedores externos.

No caso da indústria do petróleo, a abertura à concorrência no

upstream, feita com o propósito de aumentar o volume de investimentos nessa

atividade, contribuiu para criar um regime tributário que de incentiva a

produção local.

Embora essas mudanças tenham conduzido à busca de eficiência e a

uma maior concorrência entre empresas, elas não foram suficientes para

reforçar os elos entre os atores dos sistemas setoriais de produção e inovação.

Especialmente, tratando-se de Repetro, pode-se dizer que, sua

finalidade maior é permitir a entrada de bens a serem utilizados na pesquisa e

lavra de petróleo ou gás natural, sendo estes beneficiados pela suspensão da

cobrança de impostos.

2.2 Tipos específicos

No que se refere a admissão do bem no Repetro, sendo sua

procedência do exterior, deverão ser de propriedade de pessoa cuja sede seja

no exterior e o bem deverá ser importado sem que haja cobertura cambial pelo

contratante dos serviços de pesquisa e produção de petróleo e de gás natural,

ou por terceiro contratado ou subcontratado.

São admitidos também pelo Repetro, as partes e peças de reposição:

• Árvore de natal molhada;

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• Embarcações destinadas a apoio às atividades de pesquisa, exploração,

perfuração, produção e estocagem de petróleo ou gás natural;

• Embarcações destinadas a atividades de pesquisa e aquisição de dados

geológicos, geofísicos e geodésicos relacionados com a exploração de

petróleo ou gás natural;

• Equipamentos para aquisição de dados geológicos, geofísicos e

geodésicos relacionados com a exploração de petróleo ou gás natural;

• Equipamentos para serviços auxiliares na perfuração e produção de

poços de petróleo;

• Guindastes flutuantes utilizados em instalações de plataformas

marítimas de perfuração ou produção de petróleo;

• Rebocadores para embarcações e para equipamentos de apoio às

atividades de pesquisa, exploração, perfuração, produção e estocagem

de petróleo ou gás natural;

• “Riser” de perfuração e produção de petróleo;

• Unidades fixas de exploração, perfuração ou produção de petróleo.

• Unidades flutuantes de produção ou estocagem de petróleo ou gás

natural;

• Unidades de perfuração ou exploração de petróleo, flutuantes ou semi-

submersíveis;

• Veículos submarinos de operação remota, para utilização na

exploração, perfuração ou produção de petróleo (robôs).

É imprescindível que haja a correta classificação da mercadoria que

será ingressado no Repetro, pois assim, será possível que os bens acessórios

e principais ingressem no mesmo regime. Em relação às máquinas,

equipamentos, aparelhos e outras partes e peças destinadas a garantir a

operacionalidade de um bem, deve ser observado o seu conceito, levando-se

em consideração sua “atividade-fim”, pois sua complexidade reduz as opções

de bens admissíveis no Repetro, além de proporcionar a possibilidade de

diversas interpretações, tanto no âmbito da fiscalização, quanto pela

dificuldade criada para o entendimento dos interessados.

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Em razão disso, a questão da nomenclatura dos bens é o aspecto

mais discutível, tratando-se de Repetro, visto que a denominação dos bens

gera incertezas, e graves conseqüências, pois o enquadramento equivocado

de um bem quanto a sua finalidade, poderá causar custos desnecessários nos

despachos de importação.

Na teoria, esta “atividade-fim” refere-se às atividades de extração de

petróleo e gás, por meio de poços. Destarte, a conclusão majoritária quanto a

este ponto é a que somente os bens essenciais que participem diretamente

deste processo, são admissíveis no Repetro, e desta forma, caso haja sua

ausência no momento da operação não haja o enquadramento do bem, estes

bens terão sua admissão no regime negados.

2.3 Drawback

Dentre as modalidades de suspensão de impostos, pode-se deparar

ainda com o drawback, que é uma espécie em que há o afastamento da

incidência dos impostos sobre matéria-prima, produtos semi-elaborados e

acabados; inclusive partes e peças de equipamentos a serem produzidos no

Brasil, a fim de serem exportados e remetidos à sua aplicação nos diversos

segmentos da industria de exportação e produção de petróleo e gás natural.

Neste regime, pode-se perceber que, na prática o fabricante importa

fisicamente as peças dos equipamentos a serem produzidos sem que haja

incidência dos impostos e estes montam em território nacional tais

equipamentos que logo após serões exportados de maneira ficta.

O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo

Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de

tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto

exportado.

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O mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz

os custos de produção de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos

no mercado internacional. Existem três modalidades de drawback: isenção,

suspensão e restituição de tributos.

A primeira modalidade consiste na isenção dos tributos incidentes na

importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada

à reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos, e

utilizada na industrialização de produto exportado.

A segunda, na suspensão dos tributos incidentes na importação de

mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser

exportado. A terceira trata da restituição de tributos pagos na importação de

insumo importado utilizado em produto exportado.

O drawback de restituição praticamente não é mais utilizado. O

instrumento de incentivo à exportação em exame compreende, basicamente,

as modalidades de isenção e suspensão.

O Comunicado DECEX nº 21/97, alterado pelo Comunicado DECEX nº

2 (da atual Secretaria de Comércio Exterior - SECEX), estende o benefício a

algumas operações especiais. Assim, a modalidade suspensão é aplicada às

seguintes operações:

a. Drawback Genérico – caracterizado pela discriminação genérica da

mercadoria a importar e o seu respectivo valor;

b. Drawback Sem Cobertura Cambial - quando não há cobertura cambial,

parcial ou total, na importação;

c. Drawback Solidário - quando existe participação solidária de duas ou

mais empresas industriais na importação; e

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d. Drawback para Fornecimento no Mercado Interno - que trata de

importação de matéria-prima, produto intermediário e componente

destinados à industrialização de máquinas e equipamentos no País,

para serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação

internacional - venda equiparada à exportação (Lei nº 8.402, de

08/01/92).

Na modalidade isenção é concedido o Drawback para Reposição de

Matéria-Prima Nacional, que consiste na importação de mercadoria para

reposição de matéria-prima nacional utilizada em processo de industrialização

de produto exportado, com vistas a beneficiar a indústria exportadora ou o

fornecedor nacional, e para atender a conjunturas de mercado.Em ambas as

modalidades, isenção e suspensão, os Comunicados mencionados destacam

ainda duas operações especiais: Drawback Intermediário e Drawback para

Embarcação.

O Drawback Intermediário consiste na importação, por empresas

denominadas fabricantes-intermediários, de mercadoria para industrialização

de produto intermediário a ser fornecido a empresas industriais-exportadoras e

utilizado na industrialização de produto final destinado à exportação.

O drawback para embarcação refere-se à importação de mercadoria

para industrialização de embarcação e venda no mercado interno. O regime

especial de drawback é concedido a empresas industriais ou comerciais, tendo

a SECEX desenvolvido com o SERPRO sistema de controle para tais

operações denominado Sistema Drawback Eletrônico, implantado desde

novembro de 2001 em módulo específico do SISCOMEX.

As principais funções do sistema são: a) o registro de todas as etapas

do processo de concessão do drawback em documento eletrônico (solicitação,

autorização, consultas, alterações, baixa); b) tratamento administrativo

automático nas operações parametrizadas; e c) acompanhamento das

importações e exportações vinculadas ao sistema.

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O Ato Concessório é emitido em nome da empresa industrial ou

comercial, que, após realizar a importação, envia a mercadoria a

estabelecimento para industrialização, devendo a exportação de o produto ser

realizada pela própria detentora do drawback

A empresa deve, tanto na modalidade de isenção como na de

suspensão de tributos, utilizar o Relatório Unificado de Drawback para informar

os documentos registrados no SISCOMEX, tais como o RE - Registro de

Exportação, a DI - Declaração de Importação, o RES - Registro de Exportação

Simplificado, bem como manter em seu poder as Notas Fiscais de venda no

mercado interno.Esses documentos, identificados no Relatório Unificado de

Drawback, comprovam as operações de importação e exportação vinculadas

ao regime especial de tributação e devem estar vinculados ao Ato Concessório

para o processamento de sua baixa no sistema.

As exportações vinculadas ao Regime de Drawback estão sujeitas às

normas gerais em vigor para o produto, inclusive quanto ao tratamento

administrativo aplicável. Um mesmo Registro de Exportação - RE não pode ser

utilizado para comprovação de Atos Concessórios de Drawback distintos de

uma mesma beneficiária - é obrigatório a vinculação do Registro de Exportação

- RE ao Ato Concessório de Drawback.

A concessão do Regime Especial de Drawback não assegura a

obtenção de cota de importação para mercadoria ou de exportação para

produto sujeito a contingenciamento, nem exime a importação e a exportação

da anuência prévia de outros órgãos, quando for o caso. Também não pode

ser concedido o regime de drawback para importação de mercadoria utilizada

na industrialização de produto destinado ao consumo na Zona Franca de

Manaus e em áreas de livre comércio, para importação ou exportação de

mercadoria suspensa ou proibida, para exportações contra pagamento em

moeda nacional e em moeda-convênio ou outras não-conversíveis, para

importação de petróleo e seus derivados.

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O regime de drawback concede isenção ou suspensão do Imposto de

Importação - II, do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, do Imposto

sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -

ICMS, do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM,

além da dispensa do recolhimento de taxas que não correspondam à efetiva

contraprestação de serviços, nos termos da legislação em vigor

2.4 Admissão temporária

Admissão Temporária é o regime aduaneiro que permite a entrada no

País de certas mercadorias, com uma finalidade e por um período de tempo

determinados, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos

aduaneiros incidentes na sua importação, com o compromisso de serem

reexportadas.

Esse regime está regulamentado pela IN SRF no 285/03 e legislações

complementares que tratam de situações específicas e visa a facilitar o

ingresso temporário no País de:

a) Bens destinados à realização/participação em eventos de natureza

cultural, artística, científica, comercial e esportiva, para assistência e

salvamento, para acondicionamento e transporte de outros bens e para

ensaios e testes, com a suspensão total de tributos;

b) Máquinas e equipamentos para utilização econômica (prestação de

serviços ou na produção de outros bens), sob a forma de arrendamento

operacional, aluguel ou empréstimo, com suspensão parcial de tributos

e pagamento proporcional ao tempo de permanência no País;

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c) Bens destinados a operações de aperfeiçoamento ativo (montagem,

renovação, recondicionamento, conserto, restauração, entre outros,

aplicados ao próprio bem), com suspensão total do pagamento de

tributos.

Há de se ressalvar que a entrada no território aduaneiro de bens objeto

de arrendamento mercantil, contratado com entidades arrendadoras

domiciliado no exterior, não se confunde com o regime de admissão

temporária e está sujeita às normas gerais que regem o regime comum de

importação. Exceto nos casos previstos na legislação, o beneficiário do regime

deve assinar um termo de responsabilidade assumindo a responsabilidade

pelo pagamento dos tributos suspensos em caso de descumprimento do

regime.

No caso de descumprimento das condições, requisitos ou prazos

estabelecidos para a aplicação do regime, aplica-se ainda uma multa de 10%

do valor aduaneiro da mercadoria.

Dependendo da finalidade e do valor dos bens, pode ser necessária,

além da assinatura do termo de responsabilidade, a apresentação de garantia

dos tributos suspensos.

Entre outros, podem ser submetidos ao regime de admissão

temporária os bens destinados:

a) A feiras, exposições, congressos e outros eventos científicos, técnicos,

comerciais ou industriais;

b) A eventos de caráter cultural e esportivo;

c) A promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e

mostruários de representantes comerciais;

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d) Ao exercício temporário de atividade profissional de não residente;

e) Ao uso de viajante não residente, quando integrantes de sua bagagem;

f) Bens trazidos durante visita de dignitários estrangeiros;

g) Bens reutilizáveis para acondicionamento e manuseio de outros bens

importados ou a exportar;

h) Bens a serem submetidos a ensaios, testes, conserto, reparo ou

restauração.

i) Bens a serem utilizados com finalidade econômica no Brasil

(empregados na prestação de serviços ou na produção de outros bens)

Consideram-se automaticamente submetidos ao regime de admissão

temporária, desde que observadas as regulamentações específicas para cada

caso:

d) Os veículos, utilizados exclusivamente no transporte internacional de

carga ou passageiro, que ingressem no País exercendo esta atividade;

e) Os veículos de viajante estrangeiro não residente, exclusivamente em

tráfego fronteiriço;

f) As embarcações, aeronaves e outros bens, destinados à realização de

atividades de pesquisa e investigação científica, na plataforma

continental e em águas sob jurisdição brasileira;

g) As embarcações pesqueiras autorizadas a operar em águas nacionais;

h) As unidades de carga estrangeiras, seus equipamentos e acessórios,

inclusive para utilização no transporte doméstico; e

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i) As embarcações estrangeiras, em viagem de cruzeiro pela costa

brasileira, com escala em portos nacionais, ou em navegação de

cabotagem.

2.4.1 Extinção do Regime

Na vigência do regime, deve ser adotada, com relação aos bens, uma

das seguintes providências, para liberação da garantia, se for o caso, baixa

do termo de responsabilidade e, conseqüentemente, a extinção do regime:

a) Retorno ao exterior;

b) Entrega à Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas, desde que a

autoridade aduaneira concorde em recebê-los;

c) Destruição, às expensas do interessado;

d) Transferência para outro regime aduaneiro especial; ou

e) Despacho para consumo (nacionalização dos bens).

Quando ocorrer o retorno ao exterior dos bens admitidos

temporariamente, a sua finalidade e a qualidade do beneficiário do regime

também definirão o procedimento a ser aplicado e o tipo de declaração

aduaneira a ser utilizada.

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CAPÍTULO 3

LOGÍSTICA REVERSSA OFFSHORE

A logística reversa pode ser entendida como a área da logística

empresarial que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao

ciclo produtivo ou de negócios através da multiplicidade de canais de

distribuição reversos de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valor

econômico, ecológico, legal e de localização. O Council of Supply Chain

Management Professionals (2005) apresenta a seguinte definição para a

logística reversa: “Um segmento especializado da logística que enfoca o

movimento e o gerenciamento de produtos e bens depois da venda e depois

da entrega ao cliente. Inclui o retorno de produtos para reparo e/ou crédito”.

3.1 – Sensibilidade ecológica

O produto de pós-consumo são os bens descartados pela sociedade em

geral que, por sua vez, retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo de produtivo

e pode ser classificado com em condições de uso, fim de vida útil, e resíduos

industriais. Um produto considerado em condições de uso apresenta interesse

de reutilização.

O primeiro alerta em relação à necessidade de preservação do meio

ambiente foi a conferência de Estocolmo em 1972, na Conferência das Nações

Unidas sobre o meio ambiente humano. O principal favor que contribuiu para a

sua realização foi o fato das nações mais desenvolvidas perceberem q eu a

sua busca pelo desenvolvimento econômico havia causado danos irreparáveis

à natureza, e de que seria necessário tomar medidas mais efetivas para

proteger o meio ambiente da ação do homem, a fim de não comprometer ainda

mais a sua vida no planeta.

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Hoje, as empresas estão interessadas na logística reversa por planejar o

retorno de materiais aos fornecedores, pela questão da Gestão Ambiental, pela

ISSO 14001, além da crescente preocupação com as regulamentações

ambientais que vem obrigando a logística a se enquadrar e operar com custos

competitivos, havendo necessidade de adotar maior sincronismo para seus

procedimentos de entrega/devolução. Entretanto, num futuro próximo, as

decisões sobre a logística reversa serão profundamente influenciadas pelos

estudos de impactos no meio ambiente.

Atualmente no Brasil o licenciamento ambiental das citadas operações

exige que as companhias operadoras tenham uma gestão controlada de seus

resíduos, com o total conhecimento de seus destinos finais, que devem ser

aprovados de acordo com a legislação em vigor. São inclusive valorizadas a

minimização, recuperação e reciclagem dos mesmos.

O IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis, é o órgão ambiental federal, responsável pelo licenciamento

ambiental deste tipo de operação. Já as instalações utilizadas para tratamento,

transporte e destinação dos resíduos em terra devem ser licenciadas pelos

respectivos órgãos ambientais estaduais (CONAMA, 1997).

Diante deste cenário, uma das ferramentas que as empresas estão

começando a usar para minimizar os males causados ao meio ambiente pelos

resíduos como embalagem e pallets é a prática da “logística reversa”.

3.2 - A importância da logística reversa

A logística reversa, segundo Leite (2003) é um termo que está em

evolução, em face das novas possibilidades de negócios relacionados com o

crescente interesse empresarial e o interesse por pesquisas na área na última

década.

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De acordo com Prado Filho (2002), a humanidade está usando 20% a

mais de recursos naturais do que o planeta é capaz de repor, com isso está

avançando nos estoques naturais da terra, lembrando que existem recursos

que não são renováveis, como o petróleo.

O resultado deste consumo é o aumento do lixo que, ainda hoje, é

tratado com a mesma indiferença da época das cavernas, quando o lixo não

era verdadeiramente um problema, seja pela menor quantidade gerada, seja

pela maior facilidade da natureza em recicle-lo. Entretanto, em tempos mais

recentes, a quantidade de lixo gerada no mundo tem sido grande e, seu mau

gerenciamento, além de provocar gastos financeiros significativos, pode

provocar graves danos ao meio ambiente e comprometer a saúde e o bem-

estar da população. É por isso que o interesse em estudar os resíduos sólidos

tem se mostrado crescente.

Ao final de todos os processos logísticos realizados nos armazéns, por

exemplo, são descartadas quantidades enormes de materiais como fitas de

arquear aço e plástico, papelão, caixas plásticas, pallets de madeira, filmes de

polietileno, espumas plásticas, entre outros. Estes materiais além de não

poderem mais ser simplesmente atirados em um aterro sanitário, causando

sérios impactos ao meio ambiente, constituem bens que podem ser utilizados

nos processos produtivos, proporcionando retorno econômico às empresas.

Existem também os produtos que por diversos motivos retornam ao armazém

sem uso, devolvidos por problemas de validade, garantia, qualidade, avarias

no transporte e devem ser também encaminhados para retro processadores

para terem alguns ou todos os seus componentes reaproveitados, também

gerando valor econômico. Defende-se que a logística reversa contribui para

gerar retorno econômico para a empresa e também benefícios para o meio

ambiente.

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Desta forma as empresas vêm sofrendo uma tendência mundial que é a

crescente pressão para serem mais responsáveis e cuidadosas com o meio

ambiente. Esta pressão vem do governo, consumidores, acionistas e

financiadores, bem como grupos não-governamentais.

A preocupação ambiental é cada vez maior em todos os setores da

sociedade, o respeito que uma empresa tem pelo meio ambiente está

diretamente relacionado à aceitação pública.

3.3 – Logística reversa nas operações offshore

As operações de perfuração exploratória offshore, representam parte

importante das operações de exploração de hidrocarbonetos, onde as

empresas operadoras buscam as reservas que posteriormente poderão entrar

em produção, disponibilizando produtos que tem uma grande variedade de

utilidades no mundo moderno.

Estas operações consistem basicamente na perfuração de poços no

fundo do mar, e são executadas por plataformas ou sondas de perfuração

offshore, que são de diferentes tipos em função de características geográficas,

como por exemplo, a lâmina d’água do local onde será perfurado o poço. As

sondas são geralmente contratadas para estes serviços pelas companhias

operadoras.

Atualmente as operações de perfuração exploratória offshore recebem

materiais, equipamentos, combustíveis e mantimentos por via marítima,

através de embarcações conhecidas como “barcos de apoio”, que são

abastecidas em terra em terminais marítimos chamados “bases de apoio”. Em

geral são utilizados dois barcos de apoio por sonda, ficando o primeiro na base

enquanto o segundo está próximo da sonda.

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Os citados barcos de apoio, além de abastecer a sonda com os bens

necessários ao suporte da operação, são também responsáveis por levar para

a base os resíduos gerados, onde são então encaminhados para o seu destino

final, configurando uma operação logística reversa.

O transporte de pessoas para as sondas é feito geralmente por via

aérea através de helicópteros, com o embarque de passageiros em heliportos

em terra e desembarque em helipontos nas sondas.

Esta é uma situação corriqueira, já que o trabalho em turnos nas

sondas exige que os trabalhadores constantemente estejam em regime de

revezamento. Neste caso também existe o conceito de logística reversa, uma

vez que o mesmo helicóptero que leva os passageiros para as sondas retorna

com outros para terra.

3.4 – Logística dos resíduos gerados em bordo

Conforme definido pela NBR-10.004 e citado na Resolução CONAMA

N°5, de 05 de agosto de 1993, temos:

“Resíduos Sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam

de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição

os lodos provenientes de sistemas de tratamentos de água, aqueles gerados

em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento

na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções

técnicas economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível.”

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Os Resíduos são um grave problema no mundo moderno. A natureza

trabalha em ciclos. Animais, excrementos, folhas e todo tipo de material

orgânico morto se decompõem com a ação de milhões de microrganismos

decompositores, como bactérias, fungos, vermes e outros, disponibilizando os

nutrientes que vão alimentar outras formas de vida.

Até o início do século passado o lixo gerado; restos de comida,

excrementos de animais e outros materiais orgânicos reintegravam-se aos

ciclos naturais e serviam como adubo para a agricultura. Mas, com a

industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi

se tornando um problema.

A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado,

extraímos mais e mais matérias primas, por outro, fazemos crescer montanhas

de lixo. E como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se

em novas matérias-primas, pode tornar-se uma perigosa fonte de

contaminação para o meio ambiente ou de doenças.

Quanto mais lixo, mais problemas. O aumento na geração de resíduos

sólidos tem várias conseqüências negativas:

• Custos cada vez mais altos para coleta e tratamento do lixo;

• Dificuldade para encontrar áreas disponíveis para sua disposição final;

• Grande desperdício de matérias-primas.

Por isso, os resíduos deveriam ser integrados como matérias primas

nos ciclos produtivos ou na natureza.

Outras conseqüências do enorme volume de lixo gerado pelas sociedades

modernas, quando o lixo é depositado em locais inadequados ou a coleta é

deficitária, são:

• Contaminação do solo, ar e água;

• Proliferação de vetores transmissores de doenças;

• Entupimento de redes de drenagem urbana;

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• Enchentes;

• Degradação do ambiente e depreciação imobiliária;

• Doenças

Recentemente começamos a perceber que, assim como não podemos

deixar o lixo acumular dentro de nossas casas, é preciso conter a geração de

resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo no nosso planeta. Para isso,

será preciso conter o consumo desenfreado, que gera cada vez mais lixo, e

investir em tecnologias que permitam diminuir a geração de resíduos, além da

reutilização e da reciclagem dos materiais em desuso. Precisamos, ainda,

reformular nossa concepção a respeito do lixo, ou melhor, denominado nos

dias de hoje, resíduo. Não podemos mais encarar todo resíduo como resto

inútil, mas, sim, como algo que pode ser transformado em nova matéria-prima

para retornar ao ciclo produtivo.

Diversos autores vêm utilizando metodologias próprias de classificação

de resíduos sólidos, tendo como referência a fonte de geração, o local de

produção, os aspectos sanitários, econômicos e de incineração, além do grau

de biodegradabilidade, entre outros parâmetros.

Existem várias formas de classificar os resíduos, algumas estão

dispostas abaixo:

1 - Quanto a sua composição química

2 - Quanto a sua natureza física

3 - Quanto a sua origem

4 - Quanto ao seu local de geração

5 - Quanto ao aspecto sanitário

6 - Quanto ao aspecto econômico

7 - Quanto ao aspecto da incineração

8 - Quanto aos diferentes graus de biodegradabilidade

9 - Pelos riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente

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3.4.1 - Quanto a sua composição química

A composição do resíduo apresenta vários problemas. Um deles é

diferenciar resíduo orgânico do resíduo inorgânico. A principal característica do

resíduo orgânico a possibilidade da decomposição com intervalos

relativamente curtos.

* matéria orgânica - Composto por elementos biodegradáveis (que podem ser

atacados por microorganismos decompositores), exemplos: restos de

alimentos, sobras de madeira, papéis, cascas de frutas e legumes, podas dos

jardins. Inclui também o papel, que é fabricado a partir de fibra vegetal. Este

material, porém, na maioria das vezes é tratado separadamente para facilitar o

processo de reciclagem.

* matéria inorgânica - É composto por materiais que após a coleta podem ser

reciclados (processo pelo quais alguns resíduos são transformados em novos

produtos) ou encaminhados para locais onde sofram processos adequados

para seu armazenamento, não poluindo o meio ambiente. O resíduo inorgânico

é constituído por papéis, papelão, plásticos, vidros, metais (como latão,

alumínio entre outros), pilhas e baterias. Esses materiais acarretam problemas

ao meio ambiente, devido ao seu longo tempo de decomposição e por

possuem em sua composição componente que contaminam o meio ambiente.

3.4.2 - Quanto a sua natureza física

A classificação quanto às características físicas, geralmente é focada

no teor de umidade do resíduo. A umidade representa a quantidade relativa de

água contida na massa dos resíduos, e pode variar de acordo com a

composição destes

.

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Essa classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por

ser facilmente compreendida pela população, já que pode ser definido como

seco ou úmido.

* seco - Apresenta baixo teor de umidade, é composto geralmente por

materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico e etc.).

* úmido - Apresenta alto teor de água contida em sua massa. Nos resíduos

sólidos urbanos, os úmidos correspondem a parte orgânica, como por

exemplo, sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda e etc.

3.4.3 - Quanto a sua origem

Domiciliar

Comercial

Público

Serviços de Saúde

Industrial

Agrícola

Entulho

Resíduos provenientes de Portos, Aeroportos, Terminais Ferroviários e

Rodoviários

3.4.4 - Quanto ao seu local de geração

* Lixo urbano: aquele gerado em aglomerações humanas e suas periferias.

* Lixo rural: aquele gerado na zona rural, ou seja, fora dos limites da cidade.

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3.4.5 - Quanto ao aspecto sanitário

Lixo orgânico: constituído de material putrescível ou fermentável.

Lixo inerte: constituído de material não putrescível.

3.4.6 - Quanto ao aspecto econômico

A partir dos resíduos úmidos são produzidos compostos orgânicos,

biocalda e inseticida e fungicida biológico, esse material reduz o custo de

produção e não agridem o meio ambiente, garantindo a sustentabilidade e a

qualidade de vida.

3.4.7 - Materiais Recuperáveis

Os materiais recuperáveis podem sobre dois de tipos de tratamento, o

reaproveitamento ou reutilização. Esses consistem basicamente em

transformar um determinado material já beneficiado em outro.

3.4.8 - Resíduos inaproveitáveis

São resíduos que não podem ser reaproveitados, como lenços e

guardanapos de papel, absorvente e papel higiênico, fraldas, papéis sujos,

acrílico, espelhos, cerâmicas, porcelanas,pilhas e baterias,algodão, seringas,

etc.

3.4.9 - Quanto ao aspecto da incineração

* Materiais combustíveis.

* Materiais incombustíveis.

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3.4.10 - Quanto aos diferentes graus de biodegradabilidade

A degradação destes compostos pode produzir-se por duas vias:

Degradação Aeróbica: Presença de oxigênio no processo de degradação.

Degradação Anaeróbica: Ausência de oxigênio no processo de degradação.

3.5 – Classificação

De acordo com a biodegradabilidade os resíduos podem ser:

● Facilmente degradáveis: matéria orgânica.

● Moderadamente degradáveis: papel, papelão e outros produtos de celulose.

● Dificilmente degradáveis: trapo, couro, borracha e madeira.

● Não degradáveis: vidro, metal, plástico, pedras e terra.

Pelos riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente

De acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se em:

3.5.1- Resíduos Classe I - Perigosos

São classificados como resíduos classe I ou perigosos, os resíduos ou

mistura de resíduos que, em função de suas características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar

risco à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de

mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao

meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

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Os resíduos industriais e alguns domésticos, como restos de tintas,

solventes, aerosóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes,

medicamentos vencidos, pilhas e outros, contêm significativa quantidade de

substâncias químicas nocivas ao meio ambiente.

Estima-se que existam de 70 a 100 mil produtos químicos sintéticos,

utilizados de forma comercial na agricultura, na indústria e em produtos

domésticos. Infelizmente, as suas conseqüências são percebidas apenas

depois de muito tempo de uso.

Foi o que aconteceu com o clorofluorcarbono, conhecido como CFC,

que há bem pouco tempo era amplamente usado em aerossóis, isopor,

espumas, sistemas de ar condicionado, refrigeradores e outros produtos, até

descobrir-se que sua liberação na atmosfera vinha causando a destruição da

camada de ozônio. Muitos desses produtos contêm metais pesados, como

mercúrio, chumbo, cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos,

até atingir níveis perigosos para a saúde. Os efeitos da exposição prolongada

do homem a essas substâncias ainda não são totalmente conhecidos. No

entanto, testes em animais mostraram que os metais pesados provocam sérias

alterações no organismo, como o aparecimento de câncer, deficiência do

sistema nervoso e imunológico, distúrbios genéticos e etc.

Quando não são adequadamente manejados, os resíduos perigosos

contaminam o solo, as águas e o ar. Alguns exemplos de resíduos perigosos,

que devem ser dispostos adequadamente para evitar riscos ao homem e ao

meio ambiente são, pilhas e baterias lâmpadas e rejeitos radioativos, e etc.

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3.5.2 - Resíduos Classe II A – Não inertes

São classificados como II A ou resíduos não inertes, os resíduos

sólidos ou mistura de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I -

perigosos ou na Classe III ou II B- inertes. Estes resíduos podem ter

propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade

em água. Como exemplos destes materiais, pode-se citar: certos lodos de

ETE, orgânicos, papéis e etc.

3.5.3 - Resíduos Classe II B – Inertes

São classificados II B ou resíduos inertes, os resíduos sólidos ou

mistura de resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização (Norma

NBR 10006 - "Solubilização de resíduos - Procedimento") não tenham nenhum

de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões

definidos na Listagem 8 -” Padrões para o Teste de Solubilização". Como

exemplos destes materiais, pode-se citar: rochas, tijolos, vidros e certos

plásticos e borrachas que não são facilmente decompostos.

Os resíduos inertes não podem ser solúveis nem inflamáveis, nem ter

qualquer outro tipo de reação física ou química e não podem ser

biodegradáveis, nem afetar negativamente outras substâncias com as quais

entrem em contato, de forma suscetível de aumentar a poluição do ambiente

ou prejudicar a saúde humana.

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Fluxograma para Classificação de Resíduos:

Fonte: Santa Cecília Resíduos ltda.

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3.6 – Resíduos perigosos

Características

Atentos aos tipos de resíduos que possam causar impacto nocivo ao

meio ambiente – após normatização dos materiais pelos órgãos

governamentais – vale ressaltar que ao término de sua utilização deverão ter

destino diferenciado dos demais.

As peculiaridades dos mesmos, a forma de acondicionamento e seu

respectivo destino têm como embasamento normativo, entre outros; a Lei

Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, Leis Estaduais nº 9.921, de 27

de julho de 1993, nº 11.520, de 03 de agosto de 2000, Resolução do Conselho

Nacional de meio Ambiente – CONAMA nº 313, de 19 de outubro de 2002,

Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA nº 07, de 20

de agosto de 2004 e NBR, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT nº 10.004, de setembro de 1987.

Nesse sentido, são inservíveis sólidos ou semi-sólidos, que resultam

de atividade da comunidade, tendo origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição, que pelas suas características

físicas ou químicas, podem causar ou acentuar risco à saúde pública ou ao

meio ambiente, quando manuseados de forma inadequada.

Os descartados, oriundos das atividades supram mencionados, são

classificados como perigosos (resíduos de classe I), não inertes (resíduos

classe II) e inertes (resíduos classe III).

Com relação aos resíduos classe I - perigosos, são aqueles que apresentam

periculosidade devido à sua inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxidade ou patogenicidade.

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Estopas sujas com óleo, lodo da caixa separadora da pista de

contenção, filtros de óleo usados, embalagens vazias de óleo lubrificante,

serragem ou detergentes contaminados utilizados para limpeza, são

considerados resíduos classe I – perigosos.

São enquadrados, entre outros, como geradores dos resíduos supra

expostos, os postos de combustíveis, oficinas mecânicas, transportadores que

possuam abastecimento e mecânica, entre outros.

II. Controle dos Resíduos gerados

Os geradores são responsáveis cíveis, penal e administrativamente

pelo gerenciamento de resíduos, da origem à disposição final.

Para que haja controle por parte do gerador é necessário o

cumprimento de 04 etapas distintas e complementares:

- Segregação: consiste na separação e acondicionamento, prévio, de cada

tipo de resíduo produzido. Exemplo: borra oleosas, têxteis contaminadas com

óleo usado, etc.

Obs.: Os acondicionamentos dos resíduos devem ser, SEMPRE, em

embalagens resistentes a vazamentos e fissuras, tais como tambores de latão,

caixas de madeira, sacos de lixo, sacos de ráfia, entre outros, bem como

devem possuir local específico no estabelecimento do gerador e lá

permanecerem até a sua competente coleta e transporte, com vistas à

destinação final;

- Gerenciamento: após terem sido corretamente segregados, os resíduos

devem ser quantificados, cadastrados, descritos corretamente na

documentação técnica e fiscal, que são, respectivamente: Manifesto de

Transporte de Resíduos (MTR), Nota Fiscal de Simples Remeça e

Conhecimento de Transportes Rodoviários de Cargas (CTRC).

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Exemplo: 0,1m3 (=100 litros) de borra oleosa (K – 0051)7; 0,2m3 (=200 litros)

têxteis contaminados com óleo (F – 0042); 0,15m3 (=150 litros) filtros de óleo

usados (F – 0031) e assim por diante;

- Coleta e transporte: etapa que sucede o gerenciamento que consiste em

transladar, periodicamente, os resíduos em veículos apropriados e licenciados;

Obs. 1: Sempre o transporte de resíduos deverá ir acompanhado de:

- 4 vias do Manifesto para Transporte de resíduos – MTR – fornecido ou pela

empresa geradora, no caso de possuir talonário ou pela transportadora, se

possuir convênio com a central de resíduos;

- Nota Fiscal – MOD-1 – via do destinatário e fiscalização;

- Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas – CTRC.

Obs. 2: Para que uma empresa efetue a coleta e o transporte é necessário:

- Licença de operação para cargas Perigosas (é recomendável que o

transporte seja efetuado com baú fechado, pois, em eventual acidente, o

material perigoso estará mais protegido, minimizando impacto ambiental);

- Motorista do caminhão deve estar habilitado a transportar cargas perigosas.

- Destino final: disposição adequada de resíduos em locais que possuam

condições para recebê-los. Essa etapa é de fundamental importância para o

gerador, depois das demais etapas cumpridas, tendo em vista a sua

responsabilidade solidária com o destinatário final.

III. Dos serviços prestados

Efetuarem o gerenciamento dos resíduos em sua totalidade,

compreendendo as fases de segregação, gerenciamento, coleta e transporte e

destinação final.

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IV. Periodicidade no recolhimento

Execução das fases de gerenciamento, recolhimento e transporte e

destinação final serão realizadas periodicamente, num período correspondido

entre 30 a 40 dias da execução anteriormente executada.

Com relação à fase de segregação, essa é executada na medida em

que há produção de resíduos.

V. Da comprovação pelos serviços prestados

A comprovação pelos serviços prestados é feita através da seguinte

documentação, e em duas etapas:

1ª etapa - permanecerá com o gerador, no ato da coleta:

- 01 via do Manifesto de Transporte de Resíduos;

- primeira via do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas.

Esses documentos se configuram como o comprovante de coleta dos

resíduos.

2ª etapa - 02 vias do comprovante de destinação final – MTR, os quais

deverão vir devidamente apostos pela central licenciada;

- 2ª e 3ª via da nota fiscal, devidamente aposto pela central;

- 2ª via do conhecimento de transporte rodoviário, também devidamente aposto

pela central de resíduos.

Esses documentos se configuram como comprovantes de transporte e

destinação final dos resíduos. Destaca-se que no caso de haver fiscalização

rodoviária, a 3ª via da nota fiscal ficará em poder do fisco.

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3.7 – Informações sobre alguns resíduos específicos

Pilhas(Classe I) : Algumas pilhas de uso doméstico ainda possuem elevadas

concentrações de metais pesados. Porém, como o processo de reciclagem é

complicado e caro, não é realizado na maioria dos países. Por isso, o consumo

de pilhas que contêm altas concentrações de metais pesados e de pilhas de

origem incerta deve ser evitado.

A Legislação Brasileira (Resolução CONAMA 257/99) estabelece que

as pilhas alcalinas do tipo manganês e zinco-manganês, com elevados teores

de chumbo, mercúrio e cádmio, devem ser recolhidos pelo importador ou

revendedor. Para melhor informar o consumidor, esta Resolução estabelece

que as cartelas das pilhas contenham informações sobre o seu descarte.

Assim, ao comprar pilhas, verifique na embalagem as informações sobre os

metais que a compõem e como descartá-las.

Baterias (Classe I): As baterias de automóveis, industriais, de telefones

celulares e outras também contêm metais pesados em concentração elevada.

Por isso, devem ser descartadas de acordo com as normas estabelecidas para

proteção do meio ambiente e da saúde. O descarte das baterias de carro, que

contêm chumbo, e de telefones celulares, que contêm cádmio, chumbo,

mercúrio e outros metais pesados, deve ser feito somente nos postos de coleta

mantidos por revendedores, assistências técnicas, fabricantes e importadores

é deles a responsabilidade de recolher e encaminhar esses produtos para

destinação final ambientalmente adequada.

O mesmo vale para qualquer outro tipo de bateria, devendo o usuário

criar o hábito de ler as instruções de descarte presente nos rótulos ou

embalagem dos produtos.

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Lâmpadas fluorescentes (Classe I): Mais econômicas as lâmpadas

fluorescentes se tornaram muito populares no Brasil, principalmente em função

da necessidade de economizar energia durante o período de racionamento de

energia elétrica, ocorrido em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma

vez que as lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado

altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde. Como ainda não há

dispositivos legais específicos que regulem o descarte nem o interesse dos

fabricantes em proporcionar soluções tecnológicas e sistemas de destinação

adequados para esse tipo de material, toda essa quantidade de lâmpadas

fluorescentes vem sendo descartada junto com o lixo domiciliar. Caso o lixo

seja encaminhado para um lixão ou aterro controlado, o mercúrio poderá

contaminar o ambiente, colocando a saúde da população em risco. O

consumidor pode usar seu poder de escolha e de pressão sobre as

autoridades e as empresas, exigindo o estabelecimento de medidas

adequadas e seguras para o descarte desse tipo de lâmpada e de outros

resíduos perigosos.

Rejeitos Radioativos (Classe I): Quaisquer materiais resultantes de

atividades que contenham radionuclídeos e para os quais a reutilização é

imprópria são considerados rejeitos radioativos e devem obedecer às

exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Pneus (Classe IIB): Os pneus usados são classificados como inertes, sendo

considerados resíduos indesejáveis do ponto de vista ambiental. A grande

quantidade de pneus descartados tornou-se um sério problema ambiental.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, o Brasil

descarta, anualmente, cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos: de

trator, caminhão, automóvel, carroça, moto, avião e bicicleta, entre outros.

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Quando descartados inadequadamente, por exemplo, em lixões,

propiciam o acúmulo de água em seu interior e podem contribuir para a

proliferação de mosquitos transmissores da dengue e do cólera. Quando

descartados em rios e lagos podem contribuir para o assoreamento e

enchentes. Quando são queimados, produzem emissões extremamente

tóxicas, devido à presença de substâncias que contêm cloro (dioxinas e

furanos). Por esse motivo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

proibiu o descarte e a queima de pneus a céu aberto e responsabilizou

fabricantes e importadores pela destinação final ambientalmente adequada

daqueles que não tiverem mais condições de uso. De acordo com a Resolução

CONAMA nº 258/1999, a partir de 2004, para cada pneu novo fabricado, o

fabricante deve recolher um em desuso (inservível) e, a partir de 2005, para

cada quatro pneus novos, a empresa deverá recolher cinco pneus inservíveis.

A trituração dos pneus descartados visando a regeneração da borracha

neles contida, mediante a adição de óleos aromáticos e produtos químicos

desvulcanizantes, é um dos principais mercados para a reciclagem desse

material. Com a pasta resultante deste processo, as indústrias produzem

tapetes de automóveis, solado de sapato, pisos industriais e borrachas de

vedação, entre outros. No Brasil já há tecnologia em escala industrial para

regenerar a borracha por processo a frio, obtendo um produto reciclado com

elasticidade e resistência semelhantes ao do material virgem. Além disso, essa

técnica usa solventes capazes de separar o tecido e o aço dos pneus,

permitindo seu reaproveitamento.

O pó gerado na recauchutagem e os restos de pneus moídos podem

ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade,

além de atuarem como elemento aerador de solos compactados e pilhas de

composto orgânico.

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Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choque, drenagem de

gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais. No

Brasil, as carcaças são reaproveitadas como estrutura de recifes artificiais no

mar, visando o aumento da produção pesqueira. É possível recuperar energia

com a queima de pneus velhos em fornos controlados - cada pneu contém a

energia de 9,4 litros de óleo.

No Brasil, calcula-se que existam 500 mil pneus disponíveis para

utilização como combustível, proporcionando economia de 4 mil toneladas de

óleo. “A usina de São Mateus no Paraná incorpora no processo de extração de

xisto betuminoso, pneus moídos que garantem menor viscosidade ao mineral e

uma otimização do processo.” (Paulo Cezar da Silva – Chevron Brasil Ltda e

CEFET Química- Apostila - Revisão 8 - Edição 2007).

Cinzas (classe I): Geradas em chaminés ou ainda produto da incineração, as

cinzas podem estar contaminadas com metais pesados, produtos químicos de

combustão incompleta e compostos químicos inteiramente novos, diferentes

da matéria prima da incineração. Por conter vários concentrados de

substâncias, são em sua maioria consideradas resíduos perigosos.

Lodos (classe I ou IIA): Os lodos são geralmente formados nos processos de

tratamento de água e/ou efluente.

A ETA (Estação de Tratamento de Água) é usada para tratar a água

que vem de Rios, lagos, etc para que a empresa (indústria) tenha água de boa

qualidade para aplicar em seu processo produtivo. A água dos rios é colocada

em tanques, onde adicionamos produtos químicos para gerar flocos, esses

flocos sedimentam (vão ao fundo do tanque) na chamada fase de decantação,

após a decantação de todo esse material sólido que foi floculado temos a fase

de filtração para a retirada desse material. Ao material retirado na filtração dá-

se o nome de lodo de ETA.

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Esse lodo geralmente tem grandes quantidades de produtos químicos

e para classificá-lo deve-se fazer uma análise do resíduo segundo a NBR

10004, para saber se é classe I (perigoso) ou Classe IIA (não inerte). De

acordo com a toxidez do resíduo faz-se uma pesquisa para saber qual o fim a

ser dado ao mesmo.

A ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ou ETDI (Estação de

Tratamento de Despejos Industriais) são usadas para tratar a água suja,

chamada de efluente, que foi gerada nos processos produtivos da empresas.

Toda a “sujeira” do efluente é chamada de carga orgânica, essa carga

orgânica serve de alimento para microorganismos, desse modo o efluente é

passado por tanques contendo muitos microorganismos vivos chamada de

massa biológica ou lodo biológico. Essa massa biológica/lodo se reproduz e

tem um tempo de vida útil que faz com que precisemos renovar esses

microorganismos continuamente. O excedente de lodo é separado por meio de

outro tanque que serve para a decantação desse lodo e após a decantação

dessa massa excedente ainda há muita água no mesmo, por isso é necessário

métodos para tirar a água retirara a umidade, dois métodos largamente usados

são a centrífuga e o filtro prensa. Esse lodo geralmente tem grandes

quantidades de microorganismos e ainda de substâncias das quais ele se

alimentou, para classificá-lo deve-se fazer uma análise do resíduo segundo a

NBR 10004, para saber se é classe I (perigoso) ou Classe IIA (não inerte). De

acordo com a toxidez do resíduo faz-se uma pesquisa para saber qual o fim a

ser dado ao mesmo.

Resíduo de jateamento (classe I ou IIA) : Abrasivos para jateamento devem

limpar com rapidez e eficiência, desgastar o mínimo possível os componentes

internos do equipamento e garantir o nível de acabamento superficial

desejado. O jateamento é muito usado em estaleiros. Os abrasivos são

diversos, tendo como exemplo: areia, sendo um abrasivo menos nobre ou mais

nobre como a granalha de aço, micro-esfera de vidro, óxido de alumínio e etc.

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A) - com Areia : O jateamento com areia foi o primeiro abrasivo a ser

utilizado por ser facilmente encontrado na natureza. Após estudos

verificou-se baixa eficiência do mesmo. Apresenta um resultado

insatisfatório tanto na remoção de ferrugem e resíduos de revestimentos

anteriores, como na uniformidade da rugosidade obtida, pois o pó

produzido pela fragmentação da areia contamina a superfície tratada.

Os operadores de jato de areia podem contrair a chamada silicose,

doença pulmonar de caráter irreversível, causada pelo pó gerado na

fragmentação da areia. Ao fim do processo de jateamento com granalha

de aço tem-se resíduos de corrosão e grande quantidade de areia

fragmentada. É necessária análise do mesmo para saber sua

classificação, pois os resíduos de corrosão podem conter inúmeros

componentes.

B) - com Granalha de aço: A qualidade da superfície preparada através do

jateamento com granalha de aço atende às exigências de eliminação da

ferrugem e outros resíduos, além de produzir um padrão de ancoragem

satisfatório, uniforme e específico a cada finalidade exigida. A utilização da

granalha de aço no jateamento requerer investimentos iniciais mais altos,

porém não apresenta a periculosidade da areia à saúde do trabalhador. Ao fim

do processo de jateamento com areia tem-se apenas resíduos de corrosão

removidos pelo jateamento. É necessária análise do mesmo para saber sua

classificação, pois os resíduos de corrosão podem conter inúmeros

componentes.

Borra oleosa (Classe I): Borras oleosas são emulsões basicamente

compostas por óleo, água, sólidos grosseiros, agentes tensoativos e

estabilizadores. Características como a composição extremamente variável,

dificultam o seu reaproveitamento. O método utilizado para disposição final é a

incorporação em blocos.

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Sólidos Galvânicos (Classe I): Os resíduos sólidos galvânicos representam

um encargo vultoso para empresas responsáveis por sua geração e

disposição. Classificados como lixo industrial, resíduos I - perigosos (NBR-

1004), possuem componentes em altas concentrações que trazem riscos ao

meio ambiente quando estocados ou descartados inadequadamente. O

resíduo é composto por metais utilizados no processo de galvanização,

decantados por um aditivo a base de ferro. Para disposição faz-se geralmente

incorporação ou inertização.

Contaminados com óleos e graxas (Classe I): constituídos por substâncias

sólidas (areia, terra, resíduos sólidos no geral) como também por misturas

oleosas recolhidas de diversos processos. Disposições aceitáveis -

Landfarming, Lavagem de resíduos contaminados, incineração ou co-

processamento.

Resíduos Químicos (Classe I ou IIA): São os mais variados possíveis e

devem ser estudados caso a caso para saber a classificação e ainda a

disposição de cada um. Para esse tipo de análise é necessária a ficha de

emergência e a ficha de produto químico que acompanha o mesmo na hora da

compra pelo cliente, esta ficha chama se FISPQ. A FISPQ (Ficha de

Informações de Segurança de Produto Químico) contém informações diversas

sobre um determinado produto químico, quanto à proteção, à segurança, à

saúde e ao meio ambiente. Em alguns países, essa ficha é chamada de

Material Safety Data Sheet - MSDS. Caso o cliente não a tenha, pode-se ter

acesso à mesma fazendo uma busca pela internet com os dados do produto,

exemplo nome comercial e nome científico.

Tintas, resinas, vernizes, colas ou, contaminados com esses (Classe I):

Tudo depende da base do resíduo. A identificação, quantificação e separação

dos componentes da tinta é um passo fundamental para o destino correto

destes resíduos.

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Ex. Tintas à base de solventes são tóxicas e consideradas resíduo Classe I.

Deve-se manter esse tipo de resíduo em recipientes fechados, evitando a

possibilidade de contaminação. Os resíduos devem estar acondicionados em

recipientes resistentes a solvente, como galões de gasolina, em lugar isolado e

com boa ventilação. Além disso, devem ser mantidos em temperatura

ambiente, longe de fogo e de altas temperaturas, uma vez que o produto é

inflamável.

Resíduo de Serviço de Saúde – RSS - De acordo com a Resolução nº

358, de 29 de abril de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA), cabe aos geradores de resíduos de serviços de saúde a

responsabilidade pelo gerenciamento destes, a partir da geração dos mesmos

até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde

pública e saúde ocupacional.

Os resíduos de Serviço de Saúde são classificados por grupo e tipo,

com base na Resolução CONAMA 5-5/8/93, complementada pela Resolução

Federal 283 - 12/7/2001 e ainda pela RDC 306 da ANVISA. Disposições

utilizadas para Resíduos de Serviço de Saúde:

a) térmicos (microondas, autoclave, incineração, plasma térmico);

b) químicos (tratamento com cloro, derivados de cloro);

c) radioativos (tratamento com ultravioleta, cobalto 60 e infravermelho); e

d) mecânicos (disposição em valas sépticas).

Fonte: Santa Cecília Resíduos ltda

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Grupo A: Infectantes - Presença de agentes biológicos com risco potencial à

saúde pública e ao meio ambiente. Hoje esse resíduo é aceito pela CTR de

Nova Iguaçu, TRIBEL e ESSENCIS.

Grupo B: Químicos - Apresentam risco potencial à Saúde Pública e ao Meio

Ambiente devido às suas características químicas. Segundo a Resolução nº

358 (art.21), os resíduos considerados de risco químico como são o caso dos

medicamentos, quando não forem submetidos a processos de reutilização,

recuperação ou reciclagem, devem ter tratamento e disposição final

específicos, em locais previamente licenciados pelo órgão ambiental

competente. Hoje esse resíduo é aceito pela TRIBEL, ESSENCIS e

PLASTIMASSA.

Grupo C: Radioativos - Materiais radioativos ou contaminados com

radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de

medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN-NE 6.05. A SANTA

CECÍLIA não pode transportar tal resíduo.

Grupo D: Comuns- Todos os demais que não se enquadram nos grupos

descritos anteriormente. Geralmente resíduos orgânicos ou recicláveis que

podem ser destinados a aterros convencionais, sem o cuidado demasiado dos

demais resíduos.

PCB (Bifenilas Policloradas) conhecidas como Ascarel (Classe I): O

Ascarel é um produto tecnicamente chamado de Alocloro 124, é um óleo

resultante da mistura de hidrocarbonetos, derivados de petróleo, utilizado

como isolante em equipamentos elétricos, sobretudo transformadores.

A instalação de novos aparelhos que utilizem Ascarel foi proibida no

Brasil em 1981, mas ainda existem muitos equipamentos abandonados

contendo este produto em subestações de trens e em edifícios industriais. O

maior risco é o vazamento e contaminação, quando do desmonte desses

equipamentos para venda como sucata.

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Os impactos ambientais que pode causar são a contaminação tanto do

solo como da água, ameaçando, em especial, os lençóis freáticos. Os riscos à

saúde são grandes: é considerado carcinogênico, afetando, sobretudo fígado,

baço e rins. Pode causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central.

Asbesto ou Amianto (Classe I): - O amianto, também conhecido como

asbesto, é uma designação comercial genérica para a variedade fibrosa de

seis minerais metamórficos de ocorrência natural e utilizados em vários

produtos comerciais. Trata-se de um material com grande flexibilidade e

resistências tênsil, química, térmica e elétrica muito elevadas e que, além

disso, pode ser tecido. O amianto é constituído por feixes de fibras. Estes

feixes, por seu lado, são constituídos por fibras extremamente finas e longas

facilmente separáveis umas das outras com tendência a produzir um pó de

partículas muito pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras

podem ser facilmente inaladas ou engolidas podendo causar graves problemas

de saúde.

Agrupa-se em cinco variedades principais: amosita (amianto marrom),

crocidolita (amianto azul), antofilita, tremolita e actinolita. Do ponto de vista

econômico, os dois primeiros são os mais importantes.

Muito utilizados até os anos 70, atualmente estão em desuso, por causa

de seus efeitos sobre a saúde. Hoje, o amianto marrom e o amianto azul

representam menos de 2% do consumo mundial, têm sua produção localizada

na África do Sul e seu uso está praticamente em extinção. O uso comercial

desenfreado do produto no último século levou a sua distribuição

descontrolada pelo do mundo industrializado e a sua dispersão no ambiente.

Com isso, alguns países da Europa proibiram sua utilização, bem como os

produtos que o contenham, devido às doenças ocupacionais relacionadas à

inalação de fibras de amianto. Asbestose, câncer de pulmão, mesotelioma e

afecções benignas da pleura são as doenças, no aparelho respiratório,

associadas à exposição às fibras de amianto.

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No Brasil, a extração, a industrialização e a comercialização da fibra

são regulamentadas pela Lei 9055/95, primeira tentativa de internalizar as

recomendações da Convenção da OIT. Segundo o Departamento Nacional de

Produção Mineral (DNPM), o País foi o quinto produtor mundial de amianto em

2006, destinando quase 60% da produção para o mercado externo.

A Comissão de Minas e Energia rejeitou em 03/10/07 os projetos de lei

6111/02 e 6112/02, que proíbem o uso industrial do amianto no Brasil.

A relatora alega que as fibras da variedade de amianto usada no Brasil

(crisotila) apresentam um baixo fator de risco à saúde quando lançadas no ar,

diferente da outra variedade (anfibólio), comprovadamente nociva e proibida no

País.

Segundo ela, pesquisas científicas apontam que a crisotila submetida a

temperaturas elevadas, como nos freios de carros, transforma-se em um

mineral inofensivo à saúde e ao meio ambiente, conhecido como forsterita.

Hoje esse resíduo é aceito pela TRIBEL.

O processo INERTAM consiste no tratamento do amianto a ser

vitrificado sobre o efeito de plasma quente até o ponto que permite a obtenção

de uma massa vítrea inerte, não se comportando como fibras de amianto. Este

método é muito caro e implica no transporte do amianto, em sacas, até o local

para tratamento. O método que envolve a destruição de amianto em matrizes

fosfatos baseia-se no tratamento das fibras de amianto pelo uso de uma

substância coloidal, chamada coacervato.

Esta substância, parecida com um gel, é formada a partir de um

polímero inorgânico de fosfato, um sal de cálcio e água, os quais não

apresentam quaisquer riscos à saúde e que se encontram em pequenas

quantidades na própria água que bebemos e no creme dental que utilizamos.

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Este método foi desenvolvido pelo prof. Vast da Universidade de Lille,

França. A vantagem deste método na destruição das fibras de amianto se deve

ao fato de que o coacervato é capaz de molhar e de envolver as fibras,

tornando-as facilmente manipuláveis. Ainda, o coacervato atua como agente

fundente, ou seja, reduz a temperatura de fusão destas fibras minerais,

permitindo assim a sua destruição em temperaturas inferiores a 1000°C.

Areia de Batch

Resíduo de Batch é o nome dado à mistura formada por todas as

matérias primas do vidro, sendo estes (areia, barrilha, aditivos e calcários),

mistura essa que estaria pronta para ir ao forno fundir-se e transformar-se em

vidro, porém foi descartada por algum motivo (ex. parâmetro de qualidade).

Esse resíduo é nobre e poderia ser utilizado na fabricação de vidros de

segunda mão, porém é necessário desenvolver empresas receptoras para

isso.

O resíduo apesar de não conter substâncias perigosas por vezes é

considerado resíduo classe I devido ao seu alto pH (entre 13 e 14). A

neutralização do pH é possível e a classificação como IIA pode ser feita, porém

através de laudo mediante análise com laboratório credenciado pelo Órgão

Ambiental.

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CAPÍTULO 4

O FISCO E A LOGÍSTICA

Com as diferentes operações logísticas e os complicadores que a

indústria do petróleo possui como, por exemplo, a necessidade de se trabalhar

com estoques (por necessidade de importações e etc...) muitas empresas do

ramo offshore tem a necessidade de construir ou contratar empresas que

supram essas necessidades em relação à armazenagem de materiais e

equipamentos, são os chamados “armazéns gerais” já que para casos

específicos não há como trabalhar na modalidade Just in time. Entra então a

necessidade da área fiscal atuar em conjunto com a logística para a fim de

alinharem as operações físicas e fiscais.

4.1 Conceito de Armazém Geral

A guarda, o armazenamento e a estocagem de produtos e mercadorias

sempre envolvem aspectos físicos consideráveis, que nem sempre podem ser

feitos pela empresa produtora ou distribuidora. Em alguns casos o espaço

físico necessário, as condições de estocagem ou até mesmo a própria logística

adotada desaconselham a coincidência da manutenção do produto ou

mercadoria próximo à empresa proprietária. Surge, então, o seguinte

problema: investir em construção de espaço físico para o armazenamento e a

estocagem de produtos e mercadorias ou contratar entidade empresarial

diversa para prestação deste serviço.

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A depender dos investimentos necessários e dos custos de

manutenção de unidade de armazenamento e estocagem e da localização do

mercado consumidor, dentre outros fatores, a empresa produtora, importadora

ou distribuidora poderá atribuir a outra unidade empresarial a prestação dos

serviços especializados necessários: os armazéns gerais.

Como unidade empresarial, os armazéns gerais já haviam sido

previstos desde a época do código comercial, não havendo, portanto, novidade

alguma. O que se apresenta de novo é o volume sempre crescente de

operações com os armazéns gerais, impulsionados pelo desenvolvimento

econômico nacional.

Nota-se o interesse atual da legislação tributária pelas operações com

armazéns gerais devido ao volume financeiro dos produtos e mercadorias

envolvidas nestas operações. Some-se a isto as diversas operações possíveis,

tais como remessa e retorno dos produtos e mercadorias, transferências,

vendas a terceiros etc, tornando por demais complexa a constatação da

ocorrência do fato gerador do tributo. De tudo, fica clara a impossibilidade

material dos diversos Fiscos acompanharem todas as operações possíveis de

produtos e mercadorias destinadas a armazéns gerais.

Ocorre também que muitas operações com armazéns gerais não são

tributáveis, posto que não envolve mudança de titularidade. A simples

circulação física de produtos e mercadorias não tem o condão de alterar a

titularidade das mesmas. Neste sentido, a legislação tributária afasta da

incidência, por exemplo, do ICMS aquelas operações que representam mera

circulação física entre a empresa depositante e o armazém geral. Por fim, fica

claro a importância para a legislação tributária o controle das operações com

armazéns gerais, tamanha a diversidade e o volume destas operações. Assim,

o faz, por exemplo, a legislação do ICMS, que cria mecanismos de controle

destas operações através da emissão de documentos fiscais que contém

informações relevantes para o acompanhamento das circulações dos produtos

e mercadorias destinadas a armazéns gerais.

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A definição de armazém geral vem emprestada do Direito Comercial.

Neste ramo do direito privado encontram-se todos os aspectos legais

necessários e suficientes a sua definição.

Os armazéns gerais são estabelecimentos encarregados da guarda e

conservação das mercadorias neles depositados. Entende-se por armazéns

gerais, segundo De Plácido e Silva (1997) aqueles estabelecimentos instituídos

por iniciativa particular, e autorizados pelos poderes públicos, que têm a

finalidade de receber mercadorias ou quaisquer outras espécies de gêneros,

para sua guarda e depósito mediante uma taxa ou comissão estipulada.

Dilson Doria (1995, p.122) diz que os armazéns gerais, de acordo com

o conceito que fornece a lei brasileira, são empresas que se dedicam à guarda

e conservação de mercadorias... A sua designação (armazéns gerais) não

traduz a idéia de que muitas e diversas qualidades de mercadorias neles

devam ser depositadas, mas a de que em tais estabelecimentos podem ser

guardadas e conservadas mercadorias de várias pessoas.

Para a constituição dos armazéns gerais são necessárias todas as

formalidades exigidas nas leis comercial e civil, tal como a inscrição na Junta

Comercial, manutenção de livros mercantis etc.

Os contratos de depósito mercantil são regulados pelo Código

Comercial em seus artigos 280 a 286.

4.2 Os Armazéns Gerais Segundo a Legislação do ICMS

É de suma importância definir a natureza da responsabilidade tributária

das empresas de armazéns gerais, em face do ICMS, devido a sua posição de

neutralidade tributária, quando simples depositária de mercadorias.

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72

Os armazéns gerais são, segundo a legislação tributária, não são

contribuintes do ICMS, mas tem sua sujeição passiva por responsabilidade.

O Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo, aprovado pelo

Decreto nº 45.490, de 30 de novembro de 2000, expressamente dispõe que:

Art. 11 - São responsáveis pelo pagamento do imposto devido:

I - o armazém geral

Neste mesmo sentido, o RICMS/SP, aprovado pelo Decreto nº

45.490/2000, em seu art. 19, § 1º, determina a obrigatoriedade dos armazéns

gerais se inscreverem no Cadastro de Contribuintes do ICMS , conforme

transcrito abaixo:

Art. 19 (...)

§ 1º - Inscrever-se-ão, também, no Cadastro de Contribuintes do ICMS, antes

do início de suas atividades:

1 - a empresa de armazém geral, de armazém frigorífico, de silo ou de outro

armazém de depósito de mercadorias (...)

Devem, também, os armazéns gerais emitir documentos fiscais e escriturar

livros fiscais e contábeis.

4.3 Naturaza Jurídica das Operações com Armazéns Gerais

As operações efetuadas pelo estabelecimento depositante de remessa

e retorno de mercadorias para armazéns gerais estão amparadas pela não

incidência do ICMS, desde os estabelecimentos depositantes e depositário

(armazém geral) estejam situados dentro do próprio Estado, conforme

expresso no art. 7º, I, do RICMS/SP:

Art. 7º - O imposto não incide sobre:

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73

I - a saída de mercadoria com destino a armazém geral situado neste Estado,

para depósito em nome do remetente (...)

III - a saída de mercadoria de estabelecimento referido no inciso I ou II, em

retorno ao estabelecimento depositante (...)

Contudo, haverá incidência do ICMS nas operações com armazéns

gerais em duas situações: a) na transmissão de propriedade da mercadoria

depositada em armazém geral; e b) na entrega, real ou simbólica, da

mercadoria depositada do armazém geral a outro estabelecimento que não o

depositante. Tal entendimento decorre da simples leitura do art. 2º, IX,

combinado com o art. 3º, III, ambos do RICMS/SP, transcritos abaixo:

Art. 2º - Ocorre o fato gerador do imposto:

(...)

IX - na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém

geral (...)

Art. 3º - Para efeito deste regulamento, considera-se saída do

estabelecimento:

(...)

III - do depositante localizado em território paulista, a mercadoria depositada

em armazém geral deste Estado e entregue, real ou simbolicamente, a

estabelecimento diverso daquele que a tiver remetido para depósito, ainda que

a mercadoria não tenha transitado pelo estabelecimento depositante;

Nestes casos, a base de cálculo do ICMS será o valor da operação,

conforme determina o art. 37, I do Diploma anteriormente citado:

Art. 37 - Ressalvados os casos expressamente previstos, a base de cálculo do

imposto nas hipóteses do artigo 2º é:

I - quanto às saídas de mercadorias aludidas nos incisos I, VIII, IX e XV, o valor

da operação (...)

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74

Nos casos citados acima, a responsabilidade tributária recairá sobre o

contribuinte, ou seja, o remetente da mercadoria para o armazém geral. As

hipóteses em que a responsabilidade pelo pagamento são do armazém geral

estão expressamente prevista no art. 11, I do RICMS/SP:

Art. 11 - São responsáveis pelo pagamento do imposto devido:

I - o armazém geral ou o depositário a qualquer título:

a) na saída de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

b) na transmissão de propriedade de mercadoria depositada por contribuinte

de outro Estado;

c) solidariamente, no recebimento ou na saída de mercadoria sem

documentação fiscal;

Para que ocorra o fato gerador do ICMS é necessária a circulação de

mercadoria.

Receber mercadorias para depósito guarda e conservação não

caracteriza circulação de mercadoria.

4.4 Operações com Armazéns Gerais

Diversas operações envolvendo armazéns gerais são disciplinadas

através do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97, dentre elas:

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4.4.1 Saída de mercadorias para depósito em Armazém Geral e

retorno das mesmas para o estabelecimento depositante,

ambos localizados no mesmo Estado

O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal em nome do

armazém geral, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• dispositivos legais que prevêem a não incidência do imposto.

O Armazém Geral deverá emitirá nota fiscal em nome do

estabelecimento depositante, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - retorno de armazém geral";

• dispositivos legais que prevêem a não incidência do imposto.

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76

4.4.2 Saída de mercadorias depositadas em Armazém Geral,

situado, como o estabelecimento depositante, em uma mesma

Unidade da Federação, com destino a outro estabelecimento,

ainda que da mesma empresa

O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal em nome do

Estabelecimento Adquirente, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• destaque do imposto, se devido;

• circunstância de que as mercadorias serão retiradas do armazém

geral.

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O Armazém Geral deverá emitirá nota fiscal em nome do

estabelecimento depositante, sem destaque do ICMS, contendo:

valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo depositante;

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

destinatário.

4.4.3 Saída de mercadorias depositadas em Armazém Geral,

situado em outra Unidade da Federação, com destino a outro

estabelecimento ainda que da mesma empresa

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O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal em nome do

Estabelecimento Adquirente, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• circunstância de que a mercadoria será retirada do armazém geral.

O Armazém Geral deverá:

• emitir nota fiscal em nome do estabelecimento adquirente, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa por conta e ordem de

terceiros";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo depositante;

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

destinatário;

Destaque do imposto, com a declaração "o pagamento do imposto é

de responsabilidade do armazém geral".

• emitir nota fiscal em nome do estabelecimento depositante, sem

destaque do imposto, contendo:

• valor da mercadoria;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da NF emitida pela estabelecimento

depositante;

• nome, endereço, inscrição estadual e CGC do estabelecimento

destinatário; e) número, série, subsérie e data da NF emitida pelo

armazém geral para a estabelecimento adquirente.

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79

4.4.4 Saída de mercadorias para entrega em Armazém Geral

localizado na mesma Unidade da Federação do

estabelecimento destinatário, sendo este considerado

depositante

O Estabelecimento Remetente deverá emitirá nota fiscal em nome do

Estabelecimento Destinatário (DEPOSITANTE), contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• local da entrega, endereço, inscrição estadual e CNPJ do armazém

geral;

• destaque do imposto, se devido;

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O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal relativa à

saída simbólica em nome do Armazém Geral, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico armazém

geral";

• destaque do ICMS, se devido;

• circunstância de que as mercadorias serão retiradas do armazém

geral.

4.4.5 Saída de mercadorias para entrega em Armazém Geral,

situado em Unidade da Federação diversa do estabelecimento

destinatário, sendo este considerado depositante

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O Estabelecimento Remetente deverá:

• emitir nota fiscal em nome do estabelecimento adquirente

(DEPOSITANTE), contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

• local da entrega, endereço, inscrição estadual e CNPJ do Armazém

Geral;

• destaque do imposto, se devido.

• emitir nota fiscal em nome do Armazém Geral, a fim de acompanhar o

transporte da mercadoria, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - para depósito por conta e ordem

de terceiros";

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

destinatário;

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo remetente

para o estabelecimento destinatário.

O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal relativa à

saída simbólica em nome do Armazém Geral, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• destaque do ICMS, se devido;

• circunstância de que as mercadorias foi entregue diretamente ao

Armazém Geral;

• número, série, subsérie e data da NF emitida pelo estabelecimento

remetente.

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82

4.4.6 Saída de mercadorias para entrega em Armazém Geral,

situado em Unidade da Federação diversa do estabelecimento

destinatário depositante, sendo este na mesma Unidade da

Federação do estabelecimento remetente

O Estabelecimento Remetente deverá:

• emitir nota fiscal em nome do estabelecimento adquirente

(DEPOSITANTE), contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

• local da entrega, endereço, inscrição estadual e CNPJ do Armazém

Geral;

• destaque do ICMS, se devido. emitir nota fiscal em nome do Armazém

Geral, a fim de acompanhar o transporte da mercadoria, sem destaque

do ICMS, contendo:

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• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - para depósito por conta e ordem

de terceiros";

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

destinatário;

• número, série e subsérie e data da NF emitida pelo remetente para o

estabelecimento destinatário.

O Estabelecimento Depositante deverá emitirá nota fiscal relativa à

saída simbólica em nome do Armazém Geral, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa para armazém geral";

• destaque do ICMS, se devido;

• circunstância de que a mercadoria foi entregue diretamente ao

Armazém Geral;

• número, série, subsérie e data da NF emitida pelo estabelecimento

remetente.

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4.4.7 Transmissão de propriedade de mercadoria, quando esta

permanecer no Armazém Geral, situado na mesma Unidade

daFederação que o estabelecimento depositante e transmitente

O Estabelecimento Depositante - transmitente deverá emitirá nota

fiscal em nome do Estabelecimento Adquirente, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

• destaque do ICMS, se devido;

• circunstância de que a mercadoria se encontra depositada no

Armazém Geral;

O Armazém Geral deverá emitirá nota fiscal em nome do

Estabelecimento Depositante - transmitente, sem destaque do ICMS,

contendo:

• valor da mercadoria;

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• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

estabelecimento depositante - transmitente;

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

adquirente.

O Estabelecimento Adquirente deverá emitirá nota fiscal em nome do

Armazém Geral, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - remessa simbólica para

armazém geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

estabelecimento depositante - transmitente;

4.4.8 Transmissão de propriedade de mercadoria, quando esta

permanecer no Armazém Geral, situado na mesma Unidade da

Federação que o estabelecimento depositante-transmitente, e o

estabelecimento adquirente em outra Unidade da Federação

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86

O Estabelecimento Depositante - transmitente deverá emitirá nota fiscal em

nome do Estabelecimento Adquirente, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

• destaque do ICMS, se devido;

• circunstância de que a mercadoria se encontra depositada no

armazém geral.

O Armazém Geral deverá emitirá nota fiscal em nome do

Estabelecimento Depositante - transmitente, sem destaque do ICMS,

contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da NF emitida pelo estabelecimento

depositante - transmitente;

• nome, endereço, inscrição estadual e CGC do estabelecimento

adquirente.

O Estabelecimento Adquirente deverá emitirá nota fiscal em nome do

Armazém Geral, com destaque do ICMS, se devido, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - remessa simbólica para

armazém geral";

• número, série, subsérie e data da NF emitida pelo estabelecimento

depositante - transmitente.

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87

4.4.9 Transmissão de propriedade de mercadoria, quando esta

permanecer no Armazém Geral situado em Unidade da

Federação diversa da do estabelecimento depositante

transmitente

O Estabelecimento Depositante - transmitente deverá emitirá nota

fiscal em nome do Estabelecimento Adquirente, sem destaque do ICMS,

contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

• circunstância de que a mercadoria se encontra depositada em

armazém geral, mencionando-se endereço, inscrição estadual e CNPJ.

O Armazém Geral deverá:

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• emitir nota fiscal em nome do Estabelecimento Depositante -

transmitente, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

estabelecimento depositante - transmitente;

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

adquirente.

• emitir nota fiscal em nome do Estabelecimento Adquirente, com

destaque do ICMS, se devido, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - transmissão de propriedade de

mercadoria por conta e ordem de terceiros";

• número, série e subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

Estabelecimento Depositante - transmitente.

O Estabelecimento Adquirente deverá emitirá nota fiscal em nome do

Armazém Geral, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa simbólica para

armazém geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

estabelecimento depositante - transmitente.

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89

4.4.10 Transmissão de propriedade de mercadoria, quando esta

permanecer no Armazém Geral situado em Unidade da

Federação diversa da do estabelecimento depositante

transmitente, e o estabelecimento adquirente se situar em

Unidade da Federação diversa da do Armazém Geral

O Estabelecimento Depositante - transmitente deverá emitirá nota

fiscal em nome do Estabelecimento Adquirente, sem destaque do ICMS,

contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação;

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• circunstância de que a mercadoria se encontra depositada em

armazém geral, mencionando-se endereço, inscrição estadual e CNPJ.

O Armazém Geral deverá:

• emitir nota fiscal em nome do Estabelecimento Depositante -

transmitente, sem destaque do ICMS, contendo:

• valor das mercadorias;

• natureza da operação "outras saídas - retorno simbólico de armazém

geral";

• número, série, subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

estabelecimento depositante - transmitente;

• nome, endereço, inscrição estadual e CNPJ do estabelecimento

adquirente.

• emitir nota fiscal em nome do Estabelecimento Adquirente, com

destaque do ICMS, se devido, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - transmissão de propriedade de

mercadoria por conta e ordem de terceiros";

• número, série e subsérie e data da nota fiscal emitida pelo

Estabelecimento Depositante - transmitente.

O Estabelecimento Adquirente deverá emitirá nota fiscal em nome do

Armazém Geral, com destaque do ICMS, se devido, contendo:

• valor da operação;

• natureza da operação "outras saídas - remessa simbólica para

armazém geral";

• número, série, subsérie e data da NF emitida pelo estabelecimento

depositante - transmitente.

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4.5 Emissão de Documentos Fiscais nas Operações com

Armazéns Gerais

As operações com armazém geral sempre envolve circulações físicas e

jurídicas. Assim, mister é a emissão de diversos documentos fiscais que

regularizem as várias operações. Faz-se necessário a emissão de documentos

fiscais dentre os quais:

• que acobertem saídas de mercadorias do estabelecimento depositante

para o armazém geral (outras saídas - remessa para armazém geral);

• que acobertem saídas de mercadorias do armazém geral em retorno

ao estabelecimento depositante (outras saídas - retorno de armazém

geral);

• que acobertem saídas de mercadorias depositadas em armazém geral

com destino a outro estabelecimento;

• que acobertem saídas de mercadorias depositadas em armazém geral

situado em outra unidade da federação com destino a outro

estabelecimento (outras saídas - remessa por conta e ordem de

terceiros);

• que acobertem saídas de mercadorias para outro estabelecimento,

com entrega em armazém geral (outras saídas - para depósito por conta

e ordem de terceiros);

• que acobertem o depósito de mercadorias por conta e ordem de

terceiros (outras saídas - remessa para armazém geral);

• que acobertem saídas simbólicas de mercadorias do armazém geral

para o estabelecimento depositante (outras saídas - retorno simbólico

de armazém geral);

• que acobertem saídas simbólicas de mercadorias do estabelecimento

depositante para outro estabelecimento;

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92

Diante de tantos documentos que acobertem as circulações físicas e

jurídicas de mercadorias, fica fácil a manipulação de informações que

redundem em fraude fiscal. Assim, poderá haver desde a simples falta de

destaque do imposto, quando devido, até a não emissão do próprio documento

fiscal.

Outra fraude possível é instalação de estabelecimento em unidade

diversa da do mercado consumidor. Como exemplo, pode-se citar um

estabelecimento localizado em Minas Gerais que, ciente da possibilidade de

redução da carga tributária final, transfere sua sede para São Paulo. Contudo,

suas mercadorias permanecerão em Minas Gerais depositadas em armazém

geral. O que antes era uma operação interna, e, portanto, sujeita à alíquota

17%, passa a ser uma operação interestadual sujeita à alíquota de 12%. Com

esta simples transferência de sede do estabelecimento consegue-se uma

redução de 5% na carga tributária final, sem, contudo desinternar a mercadoria

do Estado consumidor, posto que permanecessem depositadas em armazém

geral situado no Estado consumidor.

Vários procedimentos fiscais são passíveis de detectar as

irregularidades cometidas através das operações com armazém geral. Desde

que os estabelecimentos (depositante, armazém geral, e adquirente) estejam

localizados no mesmo Estado é possível o cruzamento de informações dos

estabelecimentos envolvidos, através da verificação:

• da correta emissão dos documentos fiscais;

• dos devidos lançamentos nos livros fiscais e contábeis;

• do correto enquadramento da natureza da operação, posto que esta irá

indicar a incidência ou não do ICMS;

• do correto recolhimento do ICMS, quando devido.

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No caso de qualquer dos estabelecimentos envolvidos se situarem em

outra unidade da Federação, o Fisco terá que realizar diligências no sentido de

obter as informações necessárias ao cruzamento das informações relativas às

operações com armazém geral.

Outra possibilidade de detecção de fraudes com operações que

envolva armazém geral é o singelo Levantamento Quantitativo, posto que

entradas e saídas obrigatoriamente sejam acobertadas por documentos fiscais,

mesmo que sejam saídas ou retornos meramente simbólicos.

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CONCLUSÃO

Por ser uma atividade fundamental nos dias de hoje, as operações

para estudos relativos à prospecção de petróleo nunca foi tão determinante em

uma época em que o mundo ainda não conseguiu substituir a dependência do

combustível fóssil e até insumos para indústria farmacêutica, cada vez mais os

estudos voltados para esta área avança a todo o vapor. A logística, que já se

mostrou uma importante ferramenta em outras organizações que, não é

diferente do mundo do petróleo e, interligada a diversos setores , a logística

não só integra, mas, planeja, executa, prevê, analisa custos e divergências

entre outras coisas. Tornou-se um, diferencial entre a uma organização e o seu

concorrente desde que bem empregada.

Tamanha era a importância desta indústria que fez com que o governo

analisasse seus métodos e enxergasse a necessidade de criação de regimes

especiais para dar suporte às operações para área de petróleo e gás, como a

criação do Repetro e outros regimes aduaneiros especiais que deram suporte

a esta indústria.

Observa-se que em diferentes etapas, a logística pode ser

determinante desde o planejamento de uma futura compra de um equipamento

importado, até o retorno de resíduos gerados em uma plataforma offshore, as

questões de sincronia em todos os setores envolvidos em uma operação seja

ela de grande ou pequeno porte, certamente é fundamental para o fluxo

comum e o reverso que, contribuem significativamente para o correto fluxo de

informações e envio de materiais requisitados para o apoio às operações

offshore.

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BIBLIOGRAFIA

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Práticas e Casos. Atlas, 2004.

Estudo de caso retirado da Internet

http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR560372_8550.pdf,

1-7p., acessado em 28/04/2009.

Estudo de caso reitrado da Internet

http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/622.pdf,

1-6 p. acessado em 30/04/2009.

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Artigo retirado da Internet

http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STO_077_543_11948.pdf

1-7 p., acessado em 06/05/2009.

Artigo retirado da Internet da Revista

http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/3644.pdf, 1-8 p.,

acessado em 06/05/2009.

Matéria retirada da Internet

http://santaceciliaresiduos.com.br/residuos.html

acessado em 30/05/09.

Artigo retirado da Internet

http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&

viewid=110559 – FERREIRA, A.H.S. – acessado em 11/06/2009.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A História do Petróleo 10

1.1 – Descoberta do Ouro Negro 10

1.2 – Crises do Petróleo 11

1.3 – Avanços na perfuração de Poços 14

1.3.1 – Fluido para Poço Direcional 15

1.3.2 – Comandos 18

1.3.3 – Jatos e Brocas 18

1.3.4 – HDD ou Simplesmente Poço Horizontal 19

1.4 – Avanços nos Estudos sobre Logística Reversa 22

1.5 – Custos 23

1.6 – Concorrência 24

1.7 – Logística Verde e Questões Ambientais 24

1.8 – Logística Reversa no Brasil 25

CAPÍTULO II

Regimes Aduaneiros Especiais 27

2.1 – Carga Repetro 27

2.2 – Tipos Específicos 29

2.3 – Drawback 31

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2.4 – Admissão Temporária 35

2.4.1 – Extinção do Regime 38

CAPÍTULO III

Logística Reversa Offshore 39

3.1 – Sensibilidade Ecológica 39

3.2 – A Importância da Logística Reversa 40

3.3 – Logística Reversa nas Operações Offshore 42

3.4 – Logística de Resíduos Gerados em Bordo 43

3.4.1 – Quanto à sua Composição Química 46

3.4.2 – Quanto à sua Natureza Física 46

3.4.3 – Quanto à sua Origem 47

3.4.4 – Quanto ao seu Local de Geração 47

3.4.5 – Quanto ao seu Aspecto Sanitário 47

3.4.6 – Quanto ao seu Aspecto Econômico 47

3.4.7 – Materiais Recuperáveis 48

3.4.8 – Resíduos Inaproveitáveis 48

3.4.9 – Quanto ao seu Aspecto de Incineração 48

3.4.10 – Quanto aos Diferentes Graus de

Biodegradabilidade 48

3.5 – Classificação de Biodegradabilidade 48

3.5.1 – Resíduos Classe I 49

3.5.2 – Resíduos Classe II – Não Inertes 50

3.5.3 - Resíduos Classe II B – Inertes 50

3.6 – Resíduos Perigosos – Classificação 52

3.6.1 – Controle de Resíduos Gerados 53

3.6.2 – Dos Serviços Prestados 54

3.6.3 – Da Periodicidade no Recolhimento 55

3.6.4 – Da Comprovação pelos Serviços Prestados 55

3.7 – Informações sobre Alguns Resíduos Específicos 56

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CAPÍTULO IV

O Fisco e a Logística 68

4.1 – Conceito de Armazém Geral 68

4.2 – Os Armazéns Gerais segundo a Legislação do ICMS 70

4.3 – Natureza Jurídicas das Operações com Armazéns

Gerais 71

4.4 – Operações com Armazéns Gerais 73

4.4.1 – Saída de Mercadorias para Depósito em

Armazém Geral e Retorno das Mesmas Para Estabelecimento

Depositante ambos Localizados no mesmo Estado 74

4.4.2 – Saída de Mercadorias Depositadas em

Armazém Geral, Situado como Estabelecimento Depositante

em uma mesma Unidade de Federação com Destino a outro

Estabelecimento ainda que da mesma Empresa 75

4.4.3 – Saída de Mercadorias Depositadas em

Armazém Geral, Situado em uma U.F. com Destino a outro

Estabelecimento ainda que da mesma Empresa 76

4.4.4 – Saída de Mercadorias para Entrega em

Armazém Geral Localizado na mesma U.F. do Estabelecimento

Destinatário, sendo este considerado Depositante 78

4.4.5 – Saída de Mercadoria para Entrega em Armazém

Geral Situado em U.F. Diversa do Estabelecimento

Destinatário sendo este considerado Depositante 79

4.4.6 – Saída de Mercadoria para entrega em Armazém

Geral, situado em U.F. Diversa do Estabelecimento Destinatário

Depositante, sendo este na mesma U.F. de Estabelecimento

Remetente 81

4.4.7 – Transmissão de Propriedade de Mercadoria

quando esta permanecer no Armazém Geral, situado na

mesma U.F. que o Estabelecimento Depositante e

Transmitente 83

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4.4.8 – Transmissão de Propriedade de mercadoria

quando esta permanecer no Armazém Geral, situado na

mesma U.F. que o Estabelecimento Depositante-Transmitente

e o Estabelecimento Adquirente em outra U.F. 84

4.4.9 – Transmissão de propriedade de Mercadoria

quando esta Permanecer no Armazém Geral situado em U.F.

diversa do Estabelecimento Depositante-Transmitente 86

4.4.10 – Transmissão de Propriedade de Mercadoria

quando esta permanecer no Armazém Geral situado em U.F.

diversa da do Estabelecimento Depositante-Transmitente,

e o Estabelecimento Adquirente se situar em U.F. Diversa

Do Armazém Geral 88

4.5 – Emissão de Documentos Fiscais nas Operações com

Armazéns Gerais 90

CONCLUSÃO 94

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 95

WEBGRAFIA 95

ÍNDICE 97

FOLHA DE AVALIAÇÃO 101

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Univesidade Candido Mendes

Título da Monografia: A Importância da Logística em Ambiente Offshore

Autor: Elvis Richard Porto Martins

Data da Entrega:

Avaliado por:

Conceito: