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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO "LATO-SENSU" PROJETO A VEZ DO MESTRE O CAPITAL INTELECTUAL E SUA MENSURAÇÃO Por: Simone Travassos da Silva Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO "LATO-SENSU"

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O CAPITAL INTELECTUAL

E SUA MENSURAÇÃO

Por: Simone Travassos da Silva

Orientador

Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO "LATO-SENSU"

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O CAPITAL INTELECTUAL

E SUA MENSURAÇÃO

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

Por:. Simone Travassos da Silva

Rio de Janeiro

2009

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me

conceder mais esta

oportunidade e à minha família

que sempre me apoiou e me

ajudou a trilhar este caminho.

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DEDICATÓRIA

À minha filha Rebeca, que me ajudou, me

incentivou, me compreendeu e até me

acompanhou em algumas aulas, ao Sidney,

companheiro de todos os momentos e à

minha amada mãe Vergínia, minha

fortaleza. Provas de amor eterno.

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RESUMO

A Nova Vantagem Competitiva das Empresas define o capital intelectual como a

soma de conhecimento, informação, experiência e propriedade intelectual de uma

empresa ou nação. Para ele, a riqueza depende da sinergia desses fatores, é o produto do

conhecimento. "O conhecimento é o único ativo que se mantém capaz quando o resto

entra em crise", diz Ricardo de Almeida Prado Xavier, presidente da Manager. O

capital intelectual é a principal fonte de riqueza tanto das organizações quanto dos

indivíduos. Porque é ele que vai indicar as tendências, oportunidades (ou ameaças),

capacidade de inovação e crescimento de uma empresa - ou carreira. Nesse cenário, a

inteligência organizacional passa a desempenhar o papel principal. A empresa voltada

para o conhecimento deve descobrir o potencial do conhecimento da organização e

administrá-lo adequadamente; interligar as estratégias da empresa com o capital

intelectual existente (funcionários, clientes, fornecedores, parceiros); transformar os

funcionários em parceiros. Na era do conhecimento, os trabalhadores precisam estar

completamente envolvidos com os projetos da empresa. Apenas quem desenvolve o

espírito de liderança e conseguir entender as implicações das mudanças em seu trabalho

poderá ser um instrumento útil para que a empresa esteja preparada para enfrentar as

bruscas mudanças. As empresas precisam dar autonomia para seus colaboradores, para

que eles se sintam como empreendedores, responsáveis pelo sucesso da organização.O

novo modelo administrativo valoriza talentos que na era da informação, o ser humano

passa a ter grande importância (para isso, precisa agregar valor à equipe). O indivíduo

passa a valer o quanto sabe. O trabalho discorre-se acerca do capital intelectual,

atendo-se especificamente ao aspecto de mensuração. Apresentam-se os

principais conceitos inerentes ao tema, evidenciando as metodologias

utilizadas para a mensuração do capital intelectual, valendo-se do método

comparativo para evidenciar as principais semelhanças e diferenças entre os

principais modelos. Para atingir esse objetivo, inicialmente, partiu-se da

apresentação da sociedade baseada no conhecimento, demonstrando que

essa passa a ser utilizada como recurso econômico, o que gera grande

transformação nas organizações, impactando na procura constante por parte

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dos pesquisadores da área contábil de modelos para identificação e

mensuração deste ativo intangível. Além disso o artigo apresenta os principais

conceitos, natureza e avaliação dos ativos intangíveis e sua relevância para a

Contabilidade. Finalmente apresenta os principais modelos utilizados para a

mensuração do capital intelectual, identificando as principais semelhanças e

diferenças e levantando algumas conclusões

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METODOLOGIA

Utilizou-se para o desenvolvimento do trabalho a pesquisa bibliográfica,

separando-se material a respeito do tema levantado, através de livros e textos

pedagógicos que enfocam a questão do Capital Intelectual e sua mensuração.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

CAPITAL HUMANO 10

CAPÍTULO II

A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 15

CAPÍTULO III

MUDANÇA NO CENÁRIO ECONÔMICO 23

CAPÍTULO IV

MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL 30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 44

ÍNDICE 46

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INTRODUÇÃO

No atual cenário globalizado da economia mundial, com o

desenvolvimento tecnológico, a evolução da informática, das

telecomunicações, as empresas estão cada vez mais internacionalizando suas

operações e relações econômicas. Nesse contexto global de mercado, o

dinamismo, o planejamento e a criatividade dos funcionários são fundamentais

para uma vantagem competitiva sustentável. Para tanto, torna-se evidente o

valor primário dos recursos humanos. Agora, a luta pela sobrevivência no

mercado não mais se sustenta em máquinas, infra-estrutura, mas sim no

Capital Intelectual gerado por uma organização.

"Em todos os setores as empresas bem-sucedidas são as que têm as melhores

informações ou as que controlam de forma mais eficaz - não necessariamente

as empresas mais fortes" (Stewart, 1998).

O valor de mercado no atual contexto econômico não mais se determina

pelos fatores habituais de produção como terra, capital e trabalho. Cada vez

mais o valor agregado de diversos produtos deixa de ter relação com

máquinas, com a quantidade de matéria-prima envolvida e sim com o valor da

informação agregada a estes. Essa valoração do conhecimento, o alto fluxo de

informações são as características marcantes da sociedade Pós-industrial.

"Admitir o Conhecimento como recurso econômico impõe novos paradigmas na

forma de valorizar o ser humano e na forma de valorizar uma organização, pois

gera benefícios intangíveis que alteram o patrimônio" (Antunes, 2000).

O Capital Intelectual tem a capacidade de gerar retornos financeiros

mais rápidos para as organizações e, baseado em tal evidência, se observa o

aumento dos investimentos nesse intangível, a preocupação em gerir o Capital

Humano e o relacionamento com os clientes. Todos esses fatores subjetivos

são hoje, o maior diferencial competitivo no mercado.

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CAPÍTULO I

CAPITAL HUMANO

"Estar juntos é o começo, permanecer

juntos é o progresso e trabalhar juntos

é o êxito." Henry Ford

A era do conhecimento, esta em que vivemos, deu destaque a avaliação

do poder lucrativo e de continuidade da empresa, sob a ótica de um verdadeiro

capital humano, um intangível, que se já era de interesse dos estudiosos no

passado, passou a ganhar um relevo especial em nossos dias.

O que alguns estudiosos denominam de capital intelectual é pois um valor de

poder empresarial, imaterial, mas determinável. Cada vez mais se estuda na

ciência da Contabilidade a influência ambiental endógena que é exercida pelo

conhecimento do pessoal no patrimônio da célula social. Este conhecimento é

valorizado pois ele poderá gerar eficácia ou ineficácia do meio patrimonial. O

que é importante é que haja a conscientização da necessidade de

aprimoramento do conhecimento do pessoal para vitalizar a dinâmica do meio

patrimonial.Dois fatores, no campo referido, podem ser destacados: o

conhecimento individual e o coletivo.

1.1 Conhecimento Individual

O conhecimento individual é aquele que se acha representado pela

educação, experiência, habilidades e atitudes das pessoas que trabalham na

empresa. Não é propriedade da companhia, pois, tem caráter subjetivo. O

simples contratar pessoas que passam a exercer seu conhecimento na célula

social não outorga um valor agregado definitivo, mas, apenas, uma ação

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temporária sob o risco permanente de deixar de existir. Quando alguém vai

para casa leva estes ativos intelectuais consigo.

Entretanto, se um conhecimento é moldado para ser utilizado nos

negócios e se em torno do mesmo são criados sistemas de execução,

transferíveis, a cultura formada adquire, praticamente, uma força agente que

pode sob certas circunstâncias ser considerada como um "ativo imaterial".

Em virtude das novas tecnologias, da internet, da concorrência entre as

células sociais e o cliente sempre mais exigente há maior interesse no

aprimoramento cultural do empregado que faz parte da organização e na

valorização do ativo intelectual. A empresa que não partir para a inovação

cultural de seu pessoal para assim criar novos procedimentos e ter a

capacidade de mudanças estará com sérias dificuldades num mercado cada

vez mais exigente e competitivo. O cliente mais consciente quanto ao

atendimento, qualidade do meio patrimonial e preço buscará certamente a

empresa que lhe proporcionará o que ele precisa para satisfazer sua

necessidade. Aí vence a célula social que estiver com o pessoal melhor

preparado e que possuí a mercadoria que satisfaz o cliente. A conquista do

cliente exige criatividade e capacidade de motivação como pontos

importantes.

A capacidade intelectual do empregado, moldada a um sistema de

trabalho específico e com método adequado, é importante para o êxito da

organização. Este ativo imaterial fará diferença de uma empresa para sua

concorrente. A célula social pode adquirir tais forças intelectuais ou investir na

formação delas. Deverá buscar manter tais ativos intangíveis sempre

atualizados e em constante evolução isto passa a ser um objetivo estratégico

de valor.

Este agente externo ao meio patrimonial poderá levá-lo a eficácia ou a

ineficácia. A probalidade de eficácia do meio patrimonial será maior onde há

conhecimento. Este ativo imaterial fará diferença na prosperidade ou não da

célula social. Quanto maior o conhecimento maior a probalidade de eficácia.

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Quanto mais eficácias ocorrerem melhor o desempenho patrimonial volvido à

prosperidade.

Cada trabalhador com sua cultura é importante na célula social pois

cada um tem uma função a cumprir do mais humilde ao mais graduado. Cada

um participando no bom andamento do todo da organização. Somando as

habilidades intelectivas dos elementos da célula social teremos o

conhecimento coletivo.

1.2 Conhecimento Coletivo

É o conjunto formado por parcelas de intelectualidades individuais e

moldado a uma filosofia empresarial, enriquecida pela tecnologia. Com a

tendência de transformar companhia hirarquizada em estrutura mais plana,

mais dinâmica e ágil onde os trabalhadores participam nas decisões da

empresa e é levado em conta o conhecimento e a experiência dos

trabalhadores. Há valorização da cultura dos empregados e há interesse em

atualização do conhecimento por meios de palestras, leituras, cursos etc.

Nestas empresas há valorização do ativo intelectual e há interesse na cultura

da célula social.

Segundo o Prof. Lopes de Sá: "É, também, factível, investir-se em algo

imaterial como a educação de pessoal, seleção de elementos de maior

experiências e criatividade e obter-se um resultado muitas vezes maior que a

aplicação feita, sem que, contudo tais valores sequer integrem as

demonstrações dos balanços patrimoniais."

A contabilidade tradicional é criticada pelos estudiosos por não

mencionar em seus demonstrativos contábeis o ativo imaterial da

intelectualidade e os ativos intangíveis. A informação que hoje interessa a

gerência da empresa e que não está suficientemente expressa nos balanços e

documentos contábeis tradicionais, se referem a atividades de pesquisa e

desenvolvimento, recursos humanos, câmbios nos recursos e processos

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produtivos, capacidade de inovação e valores que conduzem os produtos ao

consumidor. Os estudiosos estão se preocupando na mensuração dos ativos

imateriais e do conhecimento gerado pelo elemento humano que vai

movimentar o capital da organização.

1.3 Enfoque Humano

O elemento humano sem o patrimônio não constitui uma célula social.

Assim, também, o patrimônio sem o elemento humano não constitui uma

empresa. A empresa é o conjunto do homem e do patrimônio. São verdades

que tem evidência por si mesmas não necessitando de demonstração. São

axiomáticas. O homem é que dá vida, é que dá movimento ao patrimônio é o

principal elemento numa célula social. Com sua força intelectual ele exerce

influência ambiental endógena no patrimônio. Em virtude desta influência há

transformação do meio patrimonial do qual deflui o fenômeno patrimonial.

Cada vez mais os estudiosos valorizam a intelectualidade que

movimenta o capital e que gera valor. Há tendência, na atualidade, em valorizar

mais o aspecto humano na companhia.

O aspecto humano consiste na competência, capacidade, habilidades

dos empregados e da direção. A empresa deve ter o compromisso de manter

estas habilidades constantemente atualizadas mesmo com ajuda de experto

externo. A combinação de cultura, experiências e inovações dos empregados e

as estratégias da empresa que deverão mudar e manter estas relações.

A chave está em criar uma cultura de valorização do empregado como

elemento gerador de eficácia e riqueza e dar oportunidade de realização de

sua capacidade intelectiva. Esta força intelectual vai influenciar positivamente

na dinâmica patrimonial. Um trabalhador que não vê perspectiva em seu

trabalho para desenvolver suas capacidades e de crescimento na empresa não

terá motivação para desenvolver bem sua função na empresa. Desenvolverá

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sua tarefa com pouca motivação e interesse influenciando assim o bom

andamento da dinâmica do meio patrimonial.

Os recursos humanos que dispõem uma empresa constituem seus

recursos mais apreciados. A administração participativa do pessoal, a redução

de níveis hirárquicos, a motivação e a liderança formam parte dos elementos,

que desde muitos anos escutamos com relação a nova forma de administrar os

recursos humanos.

Os empregados de uma organização são sua fonte principal de criação

de valores, por tanto, quando despedimos pessoa, sem uma estratégia que o

acompanhe, com o único fim de reduzir custos, se está na presença de um

efeito "boomerang", que se produzirá uma descapitalização que será igual a

um desinvestimento, por não poder produzir o gerar os valores que os clientes

estão dispostos a pagar. Cada vez mais aceleradamente os interesses

ambientais passam a ser o objeto de estudo da ciência da Contabilidade e

neles se inserem os fatores humanos, como inequívocas forças agentes,

transformadoras e agregáveis. Há preocupação dos estudiosos na força

intelectual na empresa quanto a sua influência na dinâmica patrimonial e seu

reflexo no mercado pois há uma forte ligação entre a força intelectual, o

fenômeno patrimonial e o entorno.

O que importa, em essência, que em dimensão, quer em relação aos

entornos, é a função que cada elemento que se agrega ao capital ou que sobre

ele influi, efetiva como utilidade, competente para produzir a eficácia e a

continuidade desta.

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CAPÍTULO II

A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Hoje é consenso, entre muitos teóricos, que a era industrial se esgotou e

que a sociedade do conhecimento emergiu como uma nova modalidade

econômico-social. Investimentos para desenvolver recursos essenciais já não

podem ser considerados despesas; constituem aquilo que será necessário para

assegurar vantagem a médio e longo prazos. O aprender a conhecer, a fazer, a

conviver e o aprender a ser são as habilidades e competências principais no

mercado competitivo. Essas habilidades e competências nos orientam à

compreensão do escopo da transformação que está ocorrendo no mundo e nos

ajudará a prosperar no próximo século. Tais competências abrangem métodos

para envolver e inspirar as pessoas, fazer evoluir as equipes e as alianças.

Essas competências parecem transcender as formas tradicionais e

atingir a essência do que é preciso para ser um líder de mercado em constante

evolução. Da estratégia de mercado e da tecnologia da informação às alianças

globais e estratégicas, a arte da previsão tem sido bem mais complicada e

incerta hoje. O mundo, segundo economistas e historiadores, experimentou

duas profundas mudanças na base da economia e da estrutura social. Na

primeira grande etapa do desenvolvimento econômico os homens passaram de

uma economia tribal de caça e coleta para uma economia agrícola. Essa

transição começou há aproximadamente 8.000 anos e hoje está quase

totalmente completa em todo o mundo, exceto em algumas poucas sociedades

primitivas, em áreas como a Bacia Amazônica e Nova Guiné. Na segunda

grande etapa, os homens passaram da economia agrícola para a economia

industrial. Essa etapa teve início na Grã-Bretanha há aproximadamente 250

anos e espalhou-se pela Europa Ocidental, América do Norte e Japão no

século XIX. Desde a Segunda Guerra Mundial, a industrialização tem se

difundido de maneira extensiva pela Ásia e parte da América Latina. A terceira

etapa da história social dos homens é o desenvolvimento da economia e da

sociedade baseadas no conhecimento.

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Este processo começou nos Estados Unidos há cerca de 25 anos e,

atualmente, está se disseminando rapidamente tanto nos Estados Unidos como

no restante dos países industrializados desenvolvidos do mundo – Canadá,

Europa Ocidental e Japão. Suas variáveis críticas e fundamentais são

informação e conhecimento. Analisaremos a forma dominante de economia e a

direção para a qual esta economia está se movendo. Aproximar-se da teoria do

agir comunicativo é fundamental para a compreensão deste novo contexto.

2.1 O conhecimento como Recurso Econômico

Uma vez que a capacidade de adquirir e desenvolver conhecimentos é

inerente ao ser humano, isto diferencia este recurso econômico dos demais

fatores de produção, pois o conhecimento é um recurso ilimitado, além disso,

diferentemente dos recursos naturais que se exaurem com o tempo, os quais

representavam a base da sustentação da sociedade industrial, o conhecimento

é não-subtrativo.

Na era da informação, o conhecimento tornou-se a principal commodite e

alavancador do resultado da atividade econômica, a inteligência organizacional

(pessoas inteligentes trabalhando de forma inteligente) deixou de ter um papel

secundário, para assumir o papel principal nas entidades.

A informação e o conhecimento diferem dos demais recursos

econômicos, porque podem ser utilizados sem, contudo, serem consumidos e

por outro lado o custo da sua produção independe do nível de atividade da

entidade, ou seja, do número de pessoas que irão se beneficiar do seu uso.

Segundo Stewart (1998, p.152):

Há um paradoxo na Economia da informação e tanto o

comprador quanto o vendedor estão sujeitos a ele: o comprador não

pode julgar se vale a pena pagar por um pedaço de informação antes

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de possuí-la; mas, depois que a possui, ele não precisa mais comprá-

la.

Portanto, pode-se concluir que o conhecimento vem se somar aos

recursos básicos (fatores de produção), indispensáveis para o desenvolvimento

contínuo da Economia, não como um substituto e sim como um agente

interativo básico para o atual processo de mudança da situação econômica

global.

2.2 Ativo Intangível

Não há como se abordar a problemática existente no tratamento da

mensuração do capital intelectual sem antes discorrer, ainda que brevemente,

sobre a natureza dos ativos, em especial os intangíveis, que formam uma das

áreas mais complexas da Teoria da Contabilidade, não só em virtude das

dificuldades de definição, mas principalmente pelas incertezas a respeito da

mensuração de seus valores e de sua vida útil.

Antes de se abordar a definição de ativo intangível deve-se,

necessariamente, conceituar ativo.

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.286), ativos devem ser

definidos como potenciais fluxos de serviço ou direitos a benefícios futuros sob

o controle da organização.

Nesse sentido Iudícibus (1997, p.124), argumenta que ativos são

recursos controlados pela entidade, capazes de gerar fluxos de caixa. O termo

controlado na definição anterior engloba, além do controle, o conceito de posse

e propriedade.

Martins (1972, p.30) aborda essa questão citando que “ativo é o futuro

resultado econômico que se espera obter de um agente”. Na definição

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enunciada anteriormente, agente possui o mesmo significado de recursos para

a Economia, que não se restringe apenas aos bens tangíveis, mas também aos

intangíveis.

Ambas as definições acima, embora aparentemente simples, são

bastante amplas e complexas. São, contudo, menos precisas, pois não

apresentam uma definição clara de quais recursos foram selecionados.

Todavia, as mesmas se aproximam mais do conceito de ativo econômico e na

opinião de grande parte dos estudiosos pesquisados de Teoria da

Contabilidade a tendência futura é de uma aproximação entre a Contabilidade

e a Economia.

Outro ponto a ser enfatizado diz respeito aos critérios de reconhecimento

dos ativos que, segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.402), devem ser

reconhecidos sempre que preencherem os seguintes requisitos:

• O item corresponda à definição de ativo;

• Seja relevante – a informação é capaz de fazer diferença na tomada de

decisões;

• Seja mensurável – existência de um atributo relevante de mensuração

suficientemente confiável;

• Seu valor seja preciso – a informação é representativamente verdadeira,

verificável e neutra.

Portanto, a maioria dos intangíveis corresponde à definição de ativo e

são reconhecidamente relevantes. Os intangíveis, da mesma forma que muitos

ativos tangíveis, são de difícil avaliação. Seu custo histórico pode ser

determinado tão precisamente quanto o de muitos ativos tangíveis. Logo, os

intangíveis devem ser reconhecidos como um ativo.

Existem, contudo, argumentações de que os intangíveis devam ser

tratados diferentemente dos tangíveis, a exemplo de Chambers (apud

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Hendriksen e Van Breda, 1999, p.390), em virtude de algumas supostas

características diferenciadoras, quais sejam:

• Inexistência de usos alternativos – os ativos intangíveis não podem ser

transferidos a usos alternativos. Este argumento, segundo Hendriksen

e Van Breda (1999, p.390), é correto para a maioria dos intangíveis,

contudo, as marcas possuem aplicação a muitos usos alternativos, a

exemplo da Disney e Coleman;

• Separabilidade – os ativos intangíveis não podem ser separados da

empresa como um todo ou de seus ativos físicos. Este argumento é

correto para a maioria dos intangíveis, todavia, os direitos autorais, as

marcas e patentes podem ser compradas e vendidas separadamente;

• Incerteza quanto à recuperação – os ativos intangíveis possuem alto

grau de incerteza a respeito do valor dos benefícios futuros a serem

recebidos pela empresa. Novamente esse argumento é válido para a

maioria dos intangíveis, mas não se aplica, por exemplo, ao valor

investido em uma educação superior, cuja recuperação de seu valor é

consideravelmente menos incerta do que o valor investido em um

equipamento especializado em um novo laboratório de pesquisa,

conforme citado em Hendriksen e Van Breda (1999, p.390).

Nesse contexto, torna-se necessário definir intangíveis. O termo

intangível vem do latim tangere ou tocar. Logo, os bens intangíveis são aqueles

que não podem ser tocados, porque não possuem corpo físico. Contudo, a

tentativa de relacionar a etimologia da palavra intangível à definição contábil

dessa categoria, não será exitosa, haja vista que muitos outros ativos não

possuem tangibilidade e são classificados como se tangíveis fossem, tais como

despesas antecipadas, duplicatas a receber, aplicações financeiras etc. “Isto

porque os contadores têm procurado limitar a definição de intangíveis

restringindo-a a ativos não circulantes” conforme afirmam Hendriksen e Van

Breda (1999, p.388).

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Existem grandes discordâncias entre autores da Teoria da Contabilidade

sobre a definição de intangível, a exemplo de Most e Hendriksen (apud

Iudícibus, 1997, p.208). A complexidade dessa definição é tão abrangente a

ponto de Martins (1972, p.53), ao abordar o assunto em sua tese de

doutoramento, iniciar com “definição (ou falta de)”. Diante disso, a definição

mais adequada é, segundo Iudícibus, a de Kohler (apud Iudícibus, 1997, p.203)

que define intangível como “ativos de capital que não tem existência física, cujo

valor é limitado pelos direitos e benefícios que, antecipadamente, sua posse

confere ao proprietário”. Com base netas definições , pode-se classificar como

intangíveis os seguintes elementos:

• gastos de organização;

• marcas;

• pesquisa e desenvolvimento;

• goodwill;

• direitos de autoria;

• patentes;

• franquias;

• desenvolvimento de software;

• licenças;

• matrizes de gravação;

• certos investimentos de longo prazo.

Qual é o valor da imagem, da estrutura de distribuição utilizada, das

marcas e patentes, da clientela, dos recursos humanos, de uma empresa? As

respostas para estas perguntas, preocupação constante dos gestores das

organizações, deveriam ser dadas pela Contabilidade. Porém, cada vez mais

as demonstrações contábeis tradicionais não suprem esta necessidade, visto a

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grande diferença existente entre o valor patrimonial e o valor de mercado das

organizações

2.3 Classificação dos Ativos Intangíveis

Devido a essa gradativa importância, está havendo dentro das

organizações uma verdadeira migração dos ativos tangíveis e físicos para os

ativos intangíveis e abstratos. As empresas estão preocupadas em identificar

indicadores adequados para mensurar seus ativos intangíveis, como o capital

humano (talentos e habilidades de seus funcionários) e o capital estrutural

interno (sistemas administrativos internos) e externo (apoio e interesse de seus

clientes e a idoneidade e rapidez de seus fornecedores). Nesse quadro, as

pessoas passam a ser a prioridade fundamental das empresas na busca do

seu sucesso. Essa nova perspectiva do capital intelectual mostra que:

1. Para reter e desenvolver o conhecimento, as organizações precisam

oferecer um trabalho desafiante que agregue continuamente novas

experiências e novos conhecimentos às pessoas.

2. O conhecimento proporcionado pelos funcionários e incrementado pelas

empresas constitui a riqueza mais importante das organizações.

3. As organizações precisam desenvolver estratégias claras de RH para

poderem conquistar, reter e motivar seus talentos. Sobretudo, desenvolvê-los e

aplicá-los adequadamente.

4. Os funcionários que detêm o conhecimento são os principais contribuintes

para o sucesso da organização. O êxito da organização depende deles.

5. As organizações estão se transformando rapidamente em organizações de

aprendizagem para poderem aplicar adequadamente o conhecimento,

rentabilizá-lo e obter retornos.

6. Para serem bem sucedidas na Era da Informação, as organizações estão

adotando a perspectiva do conhecimento e investindo fortemente no

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conhecimento. É uma questão de sobrevivência e de competitividade. Na

verdade, é o capital intelectual e não mais o capital financeiro quem determina

o valor de mercado de uma organização.

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CAPÍTULO III

MUDANÇAS NO CENÁRIO ECONÔMICO

"O mundo tornou-se um enorme ambiente, um

mercado único, um centro de compras global.

Estamos passando de uma economia

internacional para uma economia mundial"

(Chiavenato: 2001).

A economia mundial, desde a década de 60 vem sofrendo diversas e

relevantes mudanças dentre as quais podemos citar as relações comerciais, a

forma de gestão das organizações e a abertura do mercado. Nesse novo

cenário econômico a concorrência se torna acirrada visto à influência na

economia, de várias variáveis internas e externas, como a privatização de

empresas estatais, e a abertura de mercado. Assim, o conhecimento tornou-se

o principal capital das organizações e a principal variável para o bom

desempenho destas nos negócios. Danveport (2001) afirma que é o uso da

informação, não sua simples existência, que permite aos gestores tomar

decisões melhores, aprender com clientes e concorrentes e monitorar os

resultados.

A gestão do Conhecimento vem agregar valor ao Capital Intelectual e

proporcionar um fluxo de informações e experiências entre os funcionários

fazendo com que o potencial destes seja aproveitado pela organização e se

converta em diferencial competitivo de sucesso. Esse compartilhamento de

ativos intelectuais proporciona à empresa um melhor aproveitamento das

informações circulantes ao mesmo tempo em que possibilita um maior

enriquecimento intelectual individual dos empregados. Contudo, gerir o

conhecimento dentro de uma organização não é uma tarefa fácil de ser

realizada, sendo necessária à habilidade de liderança do corpo administrativo e

a interação entre administração e funcionários para que se possa captar as

informações e idéias individuais e montar uma rede de relacionamento interno

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a fim de transformar toda a informação obtida em conhecimento e aplicá-lo de

forma produtiva aos objetivos da empresa, alcançando assim, um diferencial no

mercado.

Os requisitos para o sucesso variam desde trazer o capital humano certo

para dentro da organização ("atrair e manter pessoas com habilidade para

serem bem-sucedidas") até fornecer informações de modo que as pessoas

possam gerenciar seu investimento de capital humano ("comunicar-se em toda

a organização"). Conclui-se então, que no atual estado da economia, com o

desenvolvimento de tecnologias, de opções que o mercado oferece, o rápido

fluxo de produtos, as organizações tornam-se cada vez mais vulneráveis a

concorrência. Agora, a principal arma para se destacar no mercado é a gestão

do conhecimento, pois apenas com ela as empresas conseguirão alcançar o

objetivo da inovação e da agilidade.

3.1 O Mundo Financeiro e O Capital Humano

A economia mundial está passando por uma grande transformação, que

se manifesta tanto na base produtiva quanto nos âmbitos financeiro e

político. Essas mudanças têm se refletido sobre os diversos mercados e estão

associadas à emergência da denominada Terceira Revolução industrial, à

formação de blocos econômicos, ao grande aumento do volume de recursos

transacionados no sistema financeiro internacional e ao fortalecimento do

liberalismo como expressão política desse novo processo.O fenômeno da

globalização está presente e parece irreversível. No aspecto organizacional,

ele se manifesta na internacionalização das empresas, o que provoca

mudanças internas em diversos níveis. Parece necessário fazê-las avançar,

com o estudo das mudanças organizacionais ocorridas a partir da adoção de

estratégias internacionais referentes à importância do capital humano. Desde

Max Weber (1946), a teoria das organizações vem concentrando esforços na

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compreensão do fenômeno organizacional. O estudo das estruturas foi

destaque durante as décadas de 60 e 70. A partir daí, enfatizaram-se as

considerações sobre o ambiente organizacional. As organizações passam a ser

percebidas como sistemas abertos que realizam trocas com o ambiente

externo, sendo, portanto, suscetíveis de mudanças. Após a Segunda Guerra

Mundial, a nova ordem econômica internacional diminuiu barreiras comerciais,

favoreceu a cooperação entre países e o estabelecimento de acordos de

comércio. Essa nova disposição incrementou sobremaneira as trocas

internacionais, ampliando as atividades organizacionais. A expansão do

comércio mundial levou à internacionalização das empresas não só em termos

de expansão de mercados, mas também da “exportação” de modelos de

gestão, tecnologia e estruturas organizacionais. O ambiente das organizações

se ampliou e, na literatura especializada, passou-se a analisar esse fenômeno

incorporado à noção de sistemas abertos com ênfase em processos de

mudanças. Com os estudos ambientais, os pesquisadores organizacionais

preocuparam-se em entender o trinômio ambiente-estratégia-estrutura,

incluindo aí os modelos produtivos. Um modelo de racionalidade configura um

certo “paradigma” filosófico predominante numa época. Sendo a globalização

um novo elemento ambiental, é necessário observar como as estratégias na

área de Recursos Humanos estão gerando mudanças na estrutura

organizacional, principalmente em relação ao capital humano.

É fundamental que as organizações promovam o aprendizado. As

empresas com larga atuação internacional, que conseguem administrar as

fronteiras organizacionais em diferentes países e manter inter-relações entre os

aspectos globais e locais, parecem colher melhores resultados. Compreender

as atuais transformações é condição sine qua non para permanecer como ator

no palco econômico da história mundial. Saber ler os novos paradigmas e

responder com eficiência e eficácia aos seus desafios é essencial.

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26

3.2 O Capital Humano como Elemento Estratégico

Todos os seres humanos possuem valor intrínseco. A noção de capital

humano surgiu recentemente. Humano, do latim hominem (para humanos),

está relacionado a pessoas. Determina nossa espécie: o ser humano é uma

pessoa. Capital, do latim caput (para cabeça), tem muitas interpretações. No

uso comum significa o primeiro, maior ou melhor. Na contabilidade moderna

denota

lucro líquido – os ativos restantes de um negócio após todos os passivos serem

deduzidos. A noção de capital humano desenvolveu-se rapidamente nos

últimos séculos. No início do século XIX, o termo se ampliou de dinheiro ou

título mercantil para significar o próprio valor. Capital passou a significar uma

unidade de valor vinculada ao trabalho empreendido para criá-la. Esse vínculo

entre dinheiro e trabalho abalou a Europa devido à obra de Karl Marx (1867), O

Capital. Nela o autor argumentou que a força de trabalho era a fonte de todo

valor e que os investimentos em terra ou tecnologia apenas transferiam valor,

mas não o adicionavam. Ele propôs o comunismo como um sistema

econômico. Enquanto Marx declarava esse princípio, a Revolução Industrial

impunha uma visão completamente diferente no mundo capitalista – a de que

os seres humanos eram indispensáveis e intercambiáveis; que eram um meio

necessário para um determinado fim. Foi nesse período árido que a noção de

“recursos humanos” surgiu. Percebemos que desde os sistemas de valor do

século XIX os industriais focalizavam novos meios de engenharia e produção.

A função das pessoas e o trabalhador em geral não eram muito valorizados. Os

funcionários eram tratados como parte da produção e, o pessoal, como

empregados de estoque. Os gerentes seniores de hoje praticaram o

planejamento estratégico nos anos 70, a gestão da qualidade total (TQM) nos

anos 80 e a reengenharia nos anos 90. Cada um desses movimentos trouxe

contribuições significativas para o desempenho corporativo. Poderiam ter tido

melhores resultados caso tivessem assumido o valor do capital humano por

completo. Os recursos humanos, em cada um desses movimentos, eram

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analisados como um meio intercambiável ou mesmo indispensável para algum

fim maior: domínio de mercado, maior qualidade de serviços e produtos ou

processos mais eficazes. Temos certeza de que as empresas não podem

alcançar resultados positivos ou duradouros a menos que aprendam, também,

a gerenciar e aumentar o valor de seus funcionários como força de trabalho.

Michael HAMMER (1996) e James CHAMPY (1996) tiveram a brilhante idéia de

acrescentar o elemento humano que faltava nas atuais seqüências de

reengenharia. Ao revisar e reestruturar as empresas em relação à mudança no

serviço ao cliente, os adeptos da reengenharia melhoraram sua eficácia e

desempenho financeiro. Sobre a resistência dos gerentes em aplicar a

reengenharia, Champy afirma que a própria gerência, e não apenas as

empresas, têm de passar por uma reengenharia. As empresas precisam

perceber que os seres humanos, em seu trabalho, não são apenas pessoas

movimentando ativos – eles próprios são ativos que podem ser valorizados,

medidos e desenvolvidos como qualquer outro ativo da corporação. São ativos

dinâmicos que podem ter seu valor aumentado com o tempo, e não ativos

inertes que perdem valor. Com certeza são os mais importantes de todos os

ativos. Os sistemas criados para recrutá-los, recompensá-los e desenvolvê-los

formam uma parte principal do valor de qualquer empresa – tanto quanto ou

mais do que outros ativos, como dinheiro, terras, fábricas, equipamentos e

propriedade intelectual. O valor da empresa e, portanto, o valor para o acionista

(o valor das ações de uma empresa) podem ser depreciados quando o capital

humano é mal gerenciado.

3.3 Aproximação com a Teoria do Agir Comunicativo

O capital humano é o ponto central na transformação global. As

mudanças que vêm ocorrendo são tensas e turbulentas para muitas pessoas,

mas transformar o mundo numa economia baseada em conhecimento é,

provavelmente, o passo com maior probabilidade de sucesso já dado na

história do desenvolvimento econômico do mundo. Para a maior parte da

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população mundial este desenvolvimento irá melhorar sensivelmente a

condição de vida, libertando-a do excessivo trabalho e esforço físico de

sobrevivência, permitindo que desenvolvam seu potencial humano de maneira

plena. Embora possa parecer muito frio e desumano referir-se a pessoas como

capital, trata-se de uma associação que é realidade. Na sociedade do

conhecimento a educação é universal e os níveis crescem para as novas áreas

de conhecimento, que requerem mais treinamento e educação atualizada para

sua aplicação. Profissionais universitários e especializados tornam-se o maior

grupo empregado. A “depreciação” do capital humano está ligada à rapidez

com que o conhecimento e a tecnologia se tornam obsoletos. A educação

contínua constitui um grande desafio para o capital humano. O único caminho

para os trabalhadores da sociedade do conhecimento manterem suas

habilidades e conhecimentos e atuarem efetivamente como capital humano é

se comprometendo com um aprendizado contínuo e vitalício, o que afetará

todos os trabalhadores, tanto como indivíduos quanto como empregados ou

empregadores. Numa sociedade em que as pessoas retornam à escola ou são

treinadas para novas carreiras na meia idade, seminários ocasionais de dois

dias serão inadequados.

O estudo do conhecimento humano é tão antigo quanto a própria história

do homem e tem sido o tema central da Filosofia e epistemologia desde o

período grego. O conhecimento também começa a ganhar redobrada atenção

recentemente, como recurso e poder gerencial, como também um número

crescente de estudiosos nas áreas de organização industrial, gerenciamento da

tecnologia, estratégias gerenciais e teoria organizacional passou a teorizar

sobre a administração do conhecimento. Atualmente é consenso que a criação

do conhecimento é a principal fonte de competitividade. Na nova economia, o

conhecimento não é apenas mais um recurso, ao lado dos tradicionais fatores

de produção, trabalho, capital e terra, mas sim o único recurso significativo.

TOFFLER (1990) corrobora essa afirmação, proclamando que o conhecimento

é a fonte de poder da mais alta qualidade e a chave para a futura mudança de

poder. O conhecimento passou de auxiliar do poder monetário e da força física

à sua própria essência, e é por isso que a batalha pelo controle do

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conhecimento e pelos meios de comunicação está se acirrando no mundo

inteiro. O conhecimento é o substituto definitivo de outros recursos. Busca-se

inspiração e referência na reflexão filosófica de Jürgen Habermas,

especialmente nos estudos que fundamentam a sua teoria da ação

comunicativa. Filósofo alemão contemporâneo, herdeiro da Escola de

Frankfurt, Habermas desenvolve uma teoria crítica da sociedade

contemporânea a partir de uma crítica dos modos de racionalidade nela enca

rnados. A mudança de paradigma que Habermas propõe é a de que o

parâmetro da racionalidade de crítica deixa de ser o sujeito cognoscente que

se relaciona com os objetos para conhecê-los e manipulá-los, passando a ser a

relação intersubjetiva que os sujeitos estabelecem entre si a fim de se

entenderem sobre algo .O interesse de Habermas é elaborar uma teoria da

racionalidade que contemple, além do elemento cognitivo-instrumental, o

elemento prático-moral e o elemento estético-expressivo (HABERMAS, 1990,

p.291). Nossa intuição quanto à possível fecundidade da reflexão

habermasiana para a economia se deve à constatação de que os objetivos

gerais da economia se colocam na perspectiva de transformar os recursos em

bens e serviços para suprir as necessidades das pessoas. Nesse sentido,

queremos propor o espaço do capital humano como espaço privilegiado do agir

comunicativo. Este é um trabalho que busca explicar o que se expressa como

conteúdo normativo da teoria da ação comunicativa, esclarecendo quais

conseqüências podem resultar desse conteúdo normativo para a práxis na área

produtiva.

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CAPÍTULO IV

MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL

Abordado sob o ponto de vista prático, a medição do capital intelectual é

um assunto de grande importância para a entidade, visto refletir mais

acertadamente seu valor real, além de demandar apoio à gestão mais eficiente

de seus ativos intangíveis no apoio corporativo de aumentar o valor dos

acionistas, proporcionar informação mais atuais aos investidores e potencializar

os retornos futuros de caixa.

Todavia, uma vez que se aceita a importância de medir o capital

intelectual e da sua inclusão nas demonstrações contábeis da entidade,

depara-se com um novo problema que é o de sua mensuração. Empresas

como a Xerox, Skandia, Celemi, Dow Chemical se enquadram na vanguarda

desse tema e colocam em prática modelos de medição adequados a suas

características e particularidades.

4.1 Modelos de Mensuração do Capital Intelectual

A pesquisa sobre a mensuração de ativos intangíveis, especialmente o

capital Intelectual das organizações tem produzido uma infinidade de propostas

de métodos e teorias nestes últimos anos. Constata-se que do final do século

XX e o início deste século à mensuração do capital Intelectual tem sido

estudada com afinco por muitos pesquisadores nos meios acadêmicos, porém

terá de superar um conjunto de limitações que impedem sua mais rápida

expansão nos setores empresariais, onde muitas companhias embora

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conscientes de sua importância não se mensuram e informam o seu capital

Intelectual.

Conforme artigo publicado por Sveiby em janeiro de 2001 a pesquisa

sobre a mensuração de ativos intangíveis ou do capital intelectual das

empresas tem produzido uma infinidade de propostas de métodos e teorias nos

últimos anos. Cita o autor ser possível distinguir quatro categorias de

metodologias de avaliação, que ele, fazendo referencia a Luthy (1998) e

Williams (2000), assim classifica:

Ø direct Intellectual Capital Methods (DIC): Estima o valor

monetário dos ativos intangíveis pela identificação dos seus vários

componentes que, quando estimados, podem ser diretamente

avaliados de maneira direta ou como um coeficiente agregado;

Ø market Capitalization Methods (MCM): Calcula a diferença entre

a capitalização de mercado de uma companhia e os ativos dos

acionistas (stockholders’ equity) como o valor de seus recursos

importantes ou ativos intangíveis;

Ø return on Assets Methods (ROA): A média das receitas antes dos

impostos de uma empresa em um determinado período é dividida

pela média de valor dos seus ativos tangíveis. O resultado é o ROA

(Return on Assets – retorno sobre ativos), que é então comparado

com a média do seu segmento;

Ø scoread Methods (SC): Os vários componentes de ativos

intangíveis ou do capital intelectual são identificados e os

indicadores e os deslocamentos predominantes são gerados e

relatados nos scorecards ou como gráficos.

Diante disso, constata-se que existem vários modelos que buscam

mensurar os ativos intangíveis e o capital intelectual das entidades. Para o

objetivo do estudo abordam-se em mais detalhes os modelos: “Diferença ou

Razão entre o Valor de Mercado e o Valor Contábil” (Market-to-book); “Q” de

Tobin; “Navegador do Capital Intelectual” (Stewart); Skandia (Edvinsson e

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Malone); e Sveiby. Como cada um desses modelos de mensuração possui

peculiaridades e limitações, enfoca-se na seqüência suas metodologias.

4.2 Diferença ou Razão entre o Valor de Mercado e o Valor

Contábil (Market-to-book)

A comparação entre o valor de mercado e o valor contábil tem sido

utilizada para determinar o capital intelectual de duas formas: pela diferença

(subtração) ou pela razão (divisão) entre eles.

Góis (2000) abordando a relação entre o valor de mercado e o valor

contábil, afirma que pela facilidade do cálculo, este método tem sido o mais

difundido para a mensuração do capital intelectual. Conforme o autor, baseado

nas demonstrações contábeis publicadas, apura-se o valor do capital

intelectual pela diferença entre o valor de mercado das ações negociadas em

Bolsa de Valores e o valor do ativo da empresa expresso no Balanço

Patrimonial.

Neste modelo, conforme Stewart (1998) e Luthy (1998), o capital

intelectual é calculado utilizando-se as equações apresentadas abaixo:

CI = VM - VC

Onde:

CI = Capital Intelectual

VM = Valor de Mercado (preço por ação multiplicado pelo número total de ações do

capital da empresa)

VC = Valor Contábil (Valor registrado no Patrimônio Líquido da entidade)

Método Diferença entre o Valor de Mercado e o Valor Contábil

CI = VM / VC

Onde:

CI = Capital Intelectual

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VM = Valor de Mercado (preço por ação multiplicado pelo número total de ações do

capital da empresa)

VC = Valor Contábil (Valor registrado no Patrimônio Líquido da entidade)

Método Razão entre o Valor de Mercado e o Valor Contábil (Market-

to - book)

Conforme demonstrado, a simplicidade característica do modelo talvez

seja sua maior virtude, devido ao fato de que o valor de mercado de uma

empresa é maior do que o seu valor contábil faz sentido então atribuir a

diferença ao Capital Intelectual.

Nesta linha, Jóia (2001, p. 55) demonstra a existência do capital

intelectual utilizando o modelo da razão de valor de mercado para valor contábil

(M/C), conforme o apresentado na segunda fórmula. Essa razão mostra que

quando a M/C for maior do que 1 (um), existe capital intelectual, pois mostra

que quanto mais a empresa possui conhecimento, maior será o valor dessa

relação (M/C). Para ilustrar essa relação, apresenta-se um caso hipotético

Empresa Valor de Mercado Valor Contábil M/C

A US$ 70,7 Bilhões US$ 16,6 Bilhões 4,26

B US$ 85,5 Bilhões US$ 930 Milhões 91,94

Modelo da razão do valor de mercado para o contábil

Além disso, para Stewart (1998), tal modelo apresenta-se frágil quando

variáveis exógenas interferem no mercado, a exemplo das alterações na

legislação tributária ou na conjuntura econômica da política nacional tem

influência no mercado de ações, podendo ocasionar uma queda na cotação

das negociadas em Bolsa.

Em relação a esse modelo Lev (2001, p. 13) registra que o Valor Market-

to-book, também conhecido como Razão M/B é resultante da “divisão do valor

de mercado das empresas pelo valor de seus ativos líquidos, conforme

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constam de seus balanços patrimoniais. Além disso, este indicador é

“freqüentemente mencionado como o motivo principal para a atenção que

vendo sendo dada aos Ativos Intangíveis”. Para justificar a afirmativa, ele

apresenta dados evidenciando o crescimento da razão M/B das 500 maiores

empresas americanas desde o final dos anos setenta, quando o quociente era

pouco maior do que 1,0, até março de 2000, quando chegou a representar

aproximadamente 6,0.

Considera-se, portanto, que ambos os modelos são frágeis, pois existe

uma simplificação em virtude da grande maioria dos ativos físicos ou

financeiros encontram-se no Balanço Patrimonial registrados pelos seus custos

históricos e não pelo custo de reposição desses.

4.3 “Q” de Tobin

Uma das ferramentas iniciais para medir o Capital Intelectual foi o

modelo “Q” de Tobin. Desenvolvido pelo Premio Nobel James Tobin, visa medir

a relação entre o valor de mercado e o valor de reposição dos ativos físicos. As

empresas intensivas em conhecimento, a exemplo da Microsoft, têm valores de

“Q” superiores aos de empresas de transformação mais básicas, ou seja,

indústrias do início da cadeia produtiva.

Famá e Barros (2000, p. 27) relatam que o quociente proposto

originalmente por Tobin, passou a ser conhecido como o “Q” de Tobin e é

definido como “a relação entre o Valor de Mercado de uma empresa e o valor

de reposição de seus ativos físicos. Assim, ele representa a razão entre dois

valores atribuídos ao mesmo conjunto de Ativos.”,ou seja, de acordo com tais

autores: “relaciona-se com a definição do valor de mercado da empresa e com

a consideração do valor de reposição dos Ativos em lugar de seu valor

contábil”. Portanto em sua formulação básica, o “Q” de Tobin pode ser

expresso como:

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“Q” = (VMA + VMD) / VRA

Onde:

VMA = Valor de Mercado das ações (capital próprio da firma)

VMD = Valor de Mercado das dívidas (capital de terceiros empregado)

VRA = Valor de Reposição dos Ativos da firma.

Segundo Stewart (1998, p. 202), o ganhador do prêmio Nobel James

Tobin desenvolveu este método para aplicação em decisões de investimentos

da empresa independentemente de influências macroeconômicas como a taxa

de juros, sendo utilizado para ativos específicos como veículos e máquinas

industriais ou para a empresa como um todo. Embora não se tratando de uma

medida desenvolvida para a medição do Capital Intelectual, especificamente,

configura-se num bom referencial ao comparar valor de mercado da empresa e

o custo de reposição de seus Ativos.

Analisando esse modelo em relação aos modelos anteriormente

abordados, nota-se como ponto favorável o fato de que, ao considerar o custo

de reposição dos ativos da entidade, acaba com as distorções oriundas das

várias formas de avaliação a que os Ativos podem ser submetidos, conforme

relatado nos capítulos e tópicos iniciais desse trabalho. Entretanto, não está

imune aos efeitos do mercado como os modelos já mencionados.

4.4 Navegador do Capital Intelectual – Modelo de Stewart

Esse modelo proposto por Stewart (1998), é também denominado de

Navigator, porém também é conhecido como Navegador do capital intelectual.

O autor entende que o capital intelectual deve analisar o desempenho da

empresa sob várias perspectivas, citando como exemplo: Razão do valor de

mercado/valor contábil, medidas de capital do cliente, medidas de capital

humano e medidas de capital estrutural. Ainda o autor sugere adotar-se um

gráfico circular, cortado por várias linhas, em forma de uma tela de radar.

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Este modelo tem a vantagem da fácil visualização e do

acompanhamento da evolução do desempenho da empresa. Portando deve-se

ter cuidado especial na escolha dos índices de desempenho, afim de que

sejam adequados à estratégia empresarial adotada.

4.5 Modelo Skandia – Edvinsson e Malone

Desenvolvido por Leif Edvinsson é uma forma de mensuração do

processo de criação de ativos na empresa. Ele desenvolveu uma teoria do

“Capital Intelectual” que incorpora elementos de Konrad e do Balanced Score

Card (Kaplan e Norton, 1992).

Nos modelos econômicos tradicionais se utiliza normalmente o capital

financeiro unicamente, porém a empresa sueca Skandia propôs o “Esquema

Skandia de Valor”, onde se propõe que o capital intelectual está composto por:

Capital humano e capital estrutural, este por sua vez se divide em: capital de

cliente e capital organizacional.

A fim de avaliar o Capital Intelectual da empresa Skandia, Edvinsson e

Malone (1998) definiram um conjunto com dezenas de índices e indicadores,

que permitissem mensurar o seu desempenho e os agruparam em cinco áreas

distintas, conforme relacionadas abaixo:

Ø foco financeiro;

Ø foco nos clientes;

Ø foco nos processos;

Ø foco na renovação e desenvolvimento;

Ø foco humano.

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Segundo Antunes (1999) a combinação dessas cinco áreas culmina em

um relatório diferente, pois elas apontam para diversos aspectos que dão o

caráter dinâmico, por isso o relatório foi denominado de Navegador.

Os tipos de capitais em que o capital intelectual pode ser dividido, além

dos básicos (capital humano e capital estrutural), a saber: capitais de clientes,

capitais organizacionais, capitais de inovação e capital de processos, estão

representados por áreas de foco. Essas áreas representam a direção onde a

empresa focaliza a sua atenção e delas provém o capital intelectual.

Edvinsson e Malone (1998, p. 166) relatam que a fim de estabelecer uma

equação que traduzisse em um único número o Capital Intelectual, de modo

que se pudesse realizar comparações entre empresas, a equipe fixou os

seguintes passos:

1. identificar um conjunto básico de índices que possa ser aplicado a

toda sociedade com mínimas adaptações;

2. reconhecer que cada organização possa ter um capital intelectual

adicional que necessite ser avaliado por outros índices;

3. estabelecer uma variável que capte a não tão-perfeita

previsibilidade do futuro, bem como a dos equipamentos, das

organizações e das pessoas que nela trabalham.

Com base nesses princípios os autores propuseram a seguinte fórmula:

Capital Intelectual Organizacional = iC , i = (n/x)

Onde:

C = valor monetário do capital Intelectual

I = Coeficiente de Eficiência n = somatório dos valores decimais dos nove índices de eficiência

propostos pelos autores.

X = o número desses índices, no caso x = 9.

Fórmula do CI da Skandia

O valor de “C” é obtido de uma relação que contém os indicadores mais

representativos de cada área de foco, avaliados monetariamente, excluindo os

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que pertencem mais propriamente ao Balanço Patrimonial. Estes indicadores

referem-se ao exercício social, a exemplo das receitas resultantes da atuação

em novos negócios; investimentos no desenvolvimento de novos mercados, do

setor industrial, de novos canais, investimentos em TI aplicada a vendas,

serviços, suporte e à administração; investimentos em novos equipamentos de

TI, no suporte aos clientes, no serviço de clientes, no treinamento de clientes

etc.

Verifica-se que, no modelo apresentado, as mensurações do Capital

Intelectual, embora mais abrangente do que nos modelos anteriores, dizem

respeito a indicadores não-financeiros que conduzem a resultados financeiros.

Apresenta-se como um modelo dinâmico e contínuo, haja vista as

características interativas do modelo, porém apenas a identificação dos

parâmetros relacionados não é segurança de bons resultados para a

organização. O aspecto dinâmico leva à necessidade constante alimentação

dos componentes que integram o capital intelectual. Portanto deverá ter um

meio eficaz do gerenciamento que abranja tais características do modelo.

4.6 Modelo de Sveiby

Sveiby (1998, p. 233) justificando a criação de um modelo de avaliação

para o ativo intangível, menciona que: “Indicadores-chave” alternativos

oferecem novos e interessantes ângulos e são de grande valor para

investidores e gerentes. Desde a década de 1950, e mesmo antes, as

empresas calculam alguns indicadores não-monetários para corroborar os

estudos sobre eficiência, mas nunca divulgam em seus relatórios anuais”.

O referido autor discorre cita que as principais razões para a não

mensuração e divulgação dos ativos intangíveis, nos relatórios das empresas

são a de que, primeiro muitos gerentes consideram essas informações inúteis,

em segundo lugar, o receio de que os indicadores não financeiros traduzam

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informações por demais reveladores de suas estratégias para o mercado e

finalmente não existe um modelo teórico rigoroso para esse tipo de relatório

(avaliação de capital intelectual).

Por isso, Sveiby (1998, p. 234) propõe o modelo denominado “Monitor de

Ativos Intangíveis”, que abre uma possibilidade para a mensuração dos ativos

intangíveis, principalmente do capital intelectual. Para a melhor compreensão

do método julga-se oportuno à apresentação:

Ativos Intangíveis

Estrutura Externa

Crescimento /Renovação

Crescimento Orgânico do

volume de vendas.

Aumento da participação de

mercado.

Estrutura Interna

Crescimento/Renovação

Investimento em tecnologia da

informação. Parcela de tempo

dedicado às atividades internas de

P&D. Índice de atitude do pessoal

em relação aos gerentes, à cultura

e aos clientes.

Competência das Pessoas

Crescimento/Renovação

Parcela de vendas geradas por clientes

que aumentam a competência.

Aumento da experiência média

profissional. (número de anos).

Rotatividade de competência.

Ciência

Lucro por cliente. Vendas

por profissional

Eficiência

Proporção de pessoal de suporte.

Vendas por funcionário de suporte.

Eficiência

Mudança no valor agregado por

profissional.

Mudança na proporção de profissionais.

Estabilidade

Freqüência da repetição de

pedidos.

Estrutura etária.

Estabilidade

Idade da organização.

Taxa de novatos.

Estabilidade

Taxa de rotatividade de profissionais.

Monitor de ativos intangíveis, adaptado de Sveiby (1998, pg. 238)

Verifica-se no modelo proposto por Sveiby que a competência das

pessoas traduz às atitudes dos funcionários defrontando-se com as situações

cotidianas, internas ou não, as quais implicam em geração de valor para a

organização.

Em relação à estrutura Interna envolve fatores desenvolvidos, criados ou

mantidos internamento pelos funcionários, tais como: patentes ou sistemas de

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informações gerenciais. Portanto a organização torna-se mais competitiva

quando essa estrutura consegue apoiar adequadamente a competência das

pessoas, otimizando o desempenho dos funcionários. Já a estrutura externa

manifesta-se através do relacionamento da organização com terceiros, ou seja:

clientes, fornecedores, governos, entre outros, assim como a percepção que

estes detém da mesma.

Portanto conforme demonstrado verifica-se como vantagem do modelo

apresentado por Sveiby, para a possibilidade de mensuração do Capital

Intelectual, ser simples e de fácil interpretação, porém limitado no aspecto

financeiro, devido a utilização de indicadores não-financeiros.

Finalmente, constata-se que diante do elevado grau de subjetividade dos

modelos propostos, talvez não seja factível a escolha de um entre eles para

definir-se como modelo padrão para a mensuração do capital intelectual para

qualquer tipo de organização, e sim utiliza-los como fonte de pesquisa, em

busca de modelo aceito universalmente como ferramenta de mensuração do

capital intelectual.

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CONCLUSÃO

O aumento das preocupações com o capital humano tem ocasionado a

quebra de muitos paradigmas, dentre eles o de que a viabilidade dos projetos

seja determinada unicamente por seus resultados econômico-financeiros,

desconsiderando seus aspectos de aprendizagem organizacional. Obviamente

esse paradigma vem sendo quebrado somente quando se verifica que as

exigências de aprendizagem começaram a impor perdas econômicas aos

agentes econômicos. A partir de então, a maioria dos pesquisadores tem

dirigido sua atenção a essa questão, visto ser uma das maiores mudanças para

a formação de novos paradigmas, que passam a valorizar mais o capital

humano. Poucas empresas medem o retorno de seus investimentos em capital

humano, e pouquíssimas publicam seus resultados e descobertas. Há,

entretanto, uma grande evidência que indica que práticas diversas de capital

humano podem levar ao melhor desempenho financeiro das organizações,

como uma preocupação em recrutar profissionais qualificados capazes de

contribuir para o desenvolvimento organizacional em um contexto empresarial

de extrema competitividade. As gerências de recursos humanos devem fazer

propostas para as unidades, baseadas em tendências passadas e no

desenvolvimento de projetos futuros. O processo de recrutamento deve estar

em constante processo de melhoria, com a figura do gestor solicitando

feedback de recentes contratações e ajustando programas apropriadamente,

levando em conta o capital humano já existente. Ao esclarecer estratégias e

avaliando programas atuais, a gestão tem material suficiente para evoluir seu

capital humano proporcionando à organização a constante evolução de seu

capital intelectual, seu maior bem .

Iniciou-se este estudo apresentando a contextualização da sociedade

sustentada no conhecimento, seu conceito e suas principais características, a

partir de então se demonstrou a crescente importância que o capital intelectual

vem assumindo no contexto atual e a necessidade premente de identificar a

sua natureza, mensuração e principais características.

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Constatou-se que os modelos de diferença entre o valor de mercado e o

valor contábil e Market-to-book são métodos que utilizam metodologias

simplistas, que por utilizarem na mensuração do capital intelectual o custo

histórico dos ativos físicos para comparar com o valor de mercado, são

influenciados pelas variáveis que afetam o mercado além de não considerarem

o custo de reposição desses ativos, portando não podendo ser considerados

como um bom método de avaliação do capital intelectual. Embora o método “Q”

de Tobin corrija a imperfeição dos modelos citados visto utilizar na mensuração

do Capital Intelectual a razão entre o valor de mercado e o valor de reposição

dos ativos físicos evidenciando a existência ou não do capital intelectual,

também sofre restrições pela não utilização de indicadores não financeiros que

mensurem a eficiência do recurso do conhecimento.

Já o Navegador do capital intelectual de Stewart, Skandia de Edvinsson

e Malone e o modelo de Sveiby, embora utilizem em algum de seus

indicadores da matriz de mensuração do capital intelectual do valor de

mercado, conforme os modelos já comentados, são modelos utilizam

indicadores não-financeiros principal diferença para os métodos já relatados e

conforme evidenciado no escopo do trabalho são semelhantes entre si, visto

nas suas concepções abrangerem indicadores que permitem a identificação,

mensuração e gerenciamento do capital intelectual, embora complexos e de

um alto grau de subjetividade. Cabe também salientar de que o método da

Skandia é o único entre os métodos comparados que combina indicadores

financeiros e não-financeiros na sua concepção além de ser também o único

que é relatado ao mercado na forma de relatório complementar as

Demonstrações Contábeis.

Para finalizar conclui-se que a principal constatação desse estudo é a

existência de muitas restrições, especialmente a falta de objetividade, para que

a contabilidade efetive a mensuração desse recurso do conhecimento

denominado capital intelectual. Além disso, a sua mensuração não conta ainda

com metodologia consolidada e aceita sem questionamento pela comunidade

contábil, bem como o atual estágio da economia deixa claro à grande

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necessidade de apurar-se o valor desses recursos captados e mantidos pela

organização, pois o mesmo tem valor e, portanto deve ser objeto de estudo da

Contabilidade, haja vista que alteram o valor econômico do patrimônio das

organizações.

Entretanto, nenhum dos métodos comparados pode ser considerado

como definitivo para a solução desse problema servindo apenas como ponto de

partida para novos experimentos na busca de um modelo que venha a

solucionar o problema da mensuração dos ativos intangíveis em especial o

capital intelectual.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

CAPITAL HUMANO 10

1.1 Conhecimento Individual 10

1.2 Conhecimento Coletivo 12

1.3 Enfoque Humano 13

CAPÍTULO II

A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 15

2.1 O Conhecimento como Recurso Econômico 16

2.2 Ativo Intangível 17

2.3 Classificação dos Ativos Intangíveis 21

CAPÍTULO III

MUDANÇA NO CENÁRIO ECONÔMICO 23

3.1 O Mundo Financeiro e o Capital Humano 24

3.2 O Capital Humano como Elemento Estratégico 26

3.3 Aproximação com a Teoria do Agir Comunicativo 27

CAPÍTULO IV

MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL 30

4.1 Modelos de Mensuração do Capital Intelectual 30

4.2 Diferenças de Razão entre o valor de mercado e o

Valor Contábil ( market-to-book) 32

4.3 "Q" de Tobin 34

4.4 Navegador do Capital Intelectual Modelo de Stewart 35

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4.5 Modelo de Skandia - Edvinsson e Malone 36

4.6 Modelo de Sveiby 38

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 44

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