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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E ALGUMAS DE SUAS INCONSTITUCIONALIDADES Por: ALÉDIO PENCO ESPÍNDOLA Orientador Prof. XXXXXXXXXXXXX Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E ALGUMAS DE

SUAS INCONSTITUCIONALIDADES

Por: ALÉDIO PENCO ESPÍNDOLA

Orientador

Prof. XXXXXXXXXXXXX

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E ALGUMAS DE

SUAS INCONSTITUCIONALIDADES

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Direito Processual Penal.

Por: Alédio Penco Espíndola

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AGRADECIMENTOS

À Deus, em primeiro lugar, por ter me

dado oportunidade e sabedoria para

realizar um sonho que a muito

desejava, e a todos os familiares e

amigos que não me deixaram fraquejar

mesmo nas horas mais difíceis.

Aos queridos professores que com

dedicação e capacidade me orientaram

com grande saber.

Aos colegas, pela oportunidade de

fazer novos e queridos amigos.

Em especial, agradeço aos meus pais,

que com muitas dificuldades me

estimularam a perseguir meus sonhos,

embora não tendo oportunidade de

alcançá-los na juventude. Finalmente,

hoje podemos comemorar juntos, esta

vitória.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha amiga e companheira,

Líncia Lívia, por ter tido paciência em

me confortar.

Aos meus filhos, Alexander e Vitória,

por entender a minha ausência e dividir

as dificuldades encorajando-me

sempre a seguir em frente.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo mostrar algumas inconstitucionalidades do

Código de Processo Penal Militar em vigência, através da análise crítica,

principalmente em relação às alterações promovidas com o advento da

Constituição Federal de 1988. Comentários acerca das discussões a respeito

das questões divergentes na doutrina, como a incomunicabilidade do preso, o

mandado de prisão expedido pelo encarregado, dentre outros assuntos

pertinentes ao caso, de modo que o encarregado tenha em mãos um suporte

norteador de suas providências ao longo do citado procedimento inquisitorial.

Por fim, vale dizer que os resultados inferidos evidenciaram a importância da

reformulação do manual de Inquérito Policial Militar em vigor, a fim de atender

às demandas da Corporação quanto às mudanças necessárias ao mesmo, no

intuito de trazer aos encarregados e escrivãos de Inquérito Policial Militar um

manual atualizado e revisado.

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METODOLOGIA

O estudo dividiu-se em três partes: teórica, coleta de dados e analítico-

conclusiva. O método utilizado foi hipotético-dedutivo post factum, bibliográfico

e de campo. Os participantes da pesquisa foram selecionados aleatoriamente,

baseando-se em critérios de regionalização que envolveu unidades sediadas

nas áreas do Comando de Policiamento da Capital (CPC); do 1° Comando de

Policiamento do Interior (1° CPI); do Comando de Policiamento da Baixada

(CPB); de duas unidades subordinadas ao Comando de Unidades

Operacionais Especiais (Cmdo UOpE); e ainda, de oficiais lotados na relatoria

da Corregedoria Interna da Polícia Militar, totalizando uma amostra de cento e

sessenta e cinco policiais militares dos diversos níveis hierárquicos. Para a

fundamentação teórica, procedeu-se considerável pesquisa bibliográfica acerca

dos assuntos pertinentes ao Inquérito Policial Militar, sendo, pois, fonte de

conhecimento imprescindível para a abordagem pretendida. A coleta de dados

foi feita através de entrevistas com autoridades da corporação e do poder

judiciário, conhecedores e gestores acerca do tema em voga, bem como de

questionários a policiais militares, dos diversos níveis hierárquicos, constituindo

um valioso instrumento para ratificar a necessidade da realização do presente

trabalho, que na parte analítico-conclusiva, resultados, conclusões e sugestões

como decorrência natural da análise do conteúdo.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1. IPM = INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

2. CPM = CÓDIGO PENAL MILITAR

3. CPPM = CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

4. PMERJ = POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

5. DPJM = DEPARTAMENTO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - Noções Históricas do Direito Penal Militar 13

CAPÍTULO II - O Inquérito Policial Militar, a Polícia Judiciáiia Militar e

os Crimes Militares 17

CAPÍTULO III – A Análise do Manual de Inquérito Policial Militar 24

CAPÍTULO IV – Reflexão à luz da prática, através de pesquisa 26

CAPÍTULO V - Sugestões à Luz da Pesquisa 32

CONCLUSÃO 34

ANEXO 1 37

ANEXO 2 39

ANEXO 3 41

ANEXO 4 42

ANEXO 5 43

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ANEXO 6 47

BIBLIOGRAFIA 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

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INTRODUÇÃO

Desde o início de sua existência, o homem se observa num contexto

amplo de mudanças e transformações, que o atinge direta e indiretamente e

que o torna na obrigação de se ver sempre atualizado em relação à época em

que vive.

A vantagem de se viver numa era de transformações rápidas e

profundas é o impulso para a reavaliação, para a atualização, sempre disposto

a repensar procedimentos e buscar soluções novas.

Em todos os campos observam-se mudanças: na maneira de se vestir,

na maneira de se comunicar, nas legislações; todas com o propósito de

acompanhar as transformações da sociedade.

Nesse contexto, no Brasil, a própria Constituição Federal, a principal de

todas as leis, sofreu uma série de mudanças. Desde a primeira, de 1824,

outorgada por D. Pedro I, até a que atualmente está em vigor, promulgada em

1988, várias constituições entraram em vigência no país, sendo que esta última

já foi e muito modificada, através das diversas emendas constitucionais.

No campo da segurança pública não é diferente. As constantes

transformações da sociedade fazem com que os órgãos responsáveis por esta

função se mantenham sempre na obrigação de se atualizarem, de

modernizarem-se, de acompanharem essas transformações sociais.

Sendo a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade

de todos, como previsto no texto legal da Constituição Federal de 1988, em seu

artigo 144, tem ela como premissa a ordem pública, ou seja, o bem estar de

toda a população.

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Para isso, a Carta Magna, no citado dispositivo legal, elenca todos os

órgãos que irão atuar na segurança pública, cada um deles responsável por um

determinado campo de atuação. Como exemplo, podemos citar as polícias

civis, cuja incumbência é a de exercer as funções de polícia judiciária e a

apuração de infrações penais, exceto as militares, previsto no parágrafo 4°.

Nesse contexto, no parágrafo 5° do artigo 144 da Constituição Federal

de 1988, verifica-se a missão constitucional das polícias militares, a quem

caberá a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.

Como se verifica acima, as polícias civis não são competentes para a

apuração das infrações penais militares, ou seja, aquelas previstas no artigo 9°

do Código Penal Militar. Neste caso, às instituições militares terão essa

incumbência, ou seja, exercer a atribuição de polícia judiciária militar.

O instrumento utilizado para a apuração das infrações penais militares,

de acordo com o artigo 9° do Código de Processo Penal Militar (CPPM) é o

Inquérito Policial Militar (IPM). Os procedimentos a serem tomados pelo

encarregado do IPM estão contidos nos artigos 9° ao 28 do CPPM.

Para auxiliar na confecção do inquérito policial militar, os órgãos

militares, tanto federais quanto os estaduais, dispõem de manuais de IPM, que

devem ser constantemente atualizados, a fim de acompanharem as mudanças

das leis vinculadas aos crimes militares, principalmente as mudanças ocorridas

com o advento da Carta magna de 1988.

Na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, verifica-se que o manual

de IPM data de 1983, ou seja, não foram realizadas, ao longo dos anos,

quaisquer atualizações, mesmo após o advento da Constituição Federal de

1988. Em virtude disso, nota-se que vários procedimentos, previstos no manual

para serem adotados pelos encarregados de IPM, estão em desacordo com a

lei maior.

A inobservância dos aspectos legais previstos na Carta Magna poderá

trazer reflexos negativos ao encarregado deste procedimento apuratório, pois

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uma simples ação equivocada durante o inquérito poderá levar o mesmo a

ser responsabilizado administrativamente e penalmente.

Com o fito de evitar tais óbices, é apresentado o presente estudo,

visando atender às demandas da Corporação quanto às mudanças

necessárias ao manual em vigência, bem como trazer aos encarregados de

IPM um manual atualizado e revisado.

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CAPÍTULO I

NOÇÕES HISTÓRICAS DO DIREITO PENAL MILITAR

José da Silva Loureiro Neto, o qual realizou estudo sobre a História do

Direito Penal Militar, expôs evidências que permitiram deduzir que alguns

povos civilizados da Antigüidade, como Índia, Atenas, Pérsia, Macedônia e

Cartago, conheciam a existência de certos delitos militares, sendo seus

agentes julgados pelos próprios militares, especialmente em tempo de guerra,

porém foi em Roma que o Direito Penal Militar adquiriu vida própria,

considerado instituição jurídica. Sua evolução, segundo o ilustre jurista, pode

ser dividida em quatro fases:

I. época dos Reis, em que soberanos

concentravam em suas mãos todos os

poderes, inclusive o de julgar;

II. segunda fase, em que a justiça militar era

exercida pelos Cônsules, com poderes de

‘impérium majus’. Abaixo dele, havia o Tribunal

Militar, que possuía o chamado ‘impérium

militae’, que simbolizava a dupla reunião de

justiça e de comando;

III. terceira fase, época de Augusto, em que a

justiça militar era exercida pelos prefeitos do

pretório, com jurisdição muito ampla; e

IV. quarta fase, época de Constantino, em que foi

instituído o ‘Consilium’ com a função de assistir

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o juiz militar. Sua opinião era apenas

consultiva. 1

Existira o exército romano que possuía o seu direito criminal. Para as

faltas graves de disciplina, o tribunal convocava o Conselho de Guerra, julgava

o delinqüente e o condenava a bastonadas. Essa pena era infligida com tal

rigor que acarretava a perda da própria vida.

Na Grécia, não havia noções exatas dos crimes militares, pois todo

cidadão era considerado soldado da pátria, sendo então que não havia

praticamente separação das justiças comum e militar.

Os princípios de jurisdição militar moderna estão baseados na

Revolução Francesa de 1789, em que foi estabelecido o foro privilegiado em

razão da pessoa (ratione persone).

Verifica-se que estes princípios são encontrados na Constituição Federal

em seus artigos 124 e 125, bem como no Código de processo Penal Militar.

1.1 - História do Direito Penal no Brasil

Inicialmente, será feito um breve histórico do Direito Penal Militar no

Brasil. Para tanto, reportar-se-á ao período do Brasil Colônia e Vice-Reino,

onde vigoravam os Alvarás, Cartas-Régias, Avisos e Portarias, para se

enfrentar as lutas pela libertação de Portugal.

Faziam parte daquela história os Mascates, Emboadas, Nassau e

outras, além dos famosos artigos de guerra do Conde Wilheum Schaumburg

Lippe. Alemão nascido em Londres em 1724, Lippe era mercenário da Coroa

1 ASSUNÇÃO, Roberto Menna Barreto. Direito Penal e Processo Penal Militar. Brasília: Saraiva. 1998, p. 51.

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Portuguesa, de quem recebeu o título de Marechal Honorário, por ter

reformulado o Exército Português.

As penas aplicadas, naquela época, eram as pranchadas, as chibatadas,

o arcabuzamento (desonravam as instituições militares), dentre outras.

No Brasil Reino, foi criado, por alvará do príncipe regente D. João, em 1º

de abril de 1808, o Conselho Supremo Militar e de Justiça, embrião do atual

Superior Tribunal Militar, o primeiro tribunal superior do país.

No Brasil Império, Malgrado o silêncio da Constituição de 1824 quanto à

Justiça Militar, houve uma tentativa de codificação do direito castrense.

Em 1851, foi outorgado o decreto determinando penas e formas

processuais em tempo de guerra.

Em 1861, houve o projeto de Código de Processo Criminal, com feições

sistemática e humanitária.

Chegando ao Brasil república, pela primeira vez proliferaram disposições

constitucionais e legais ressaltando o nome da Justiça Militar, na composição

do poder judiciário. 2

Através da Constituição Federal de 1891, foi estabelecido o foro especial

para os militares.

Pelo decreto Legislativo n° 149, de 18 de julho de 1893, o Conselho

Supremo Militar e de Justiça passou a denominar-se Supremo Tribunal Militar,

conservando sua dupla função : judiciária e consultivo-administrativa.

Já na era Vargas, com a promulgação da Constituição Federal de 1934,

incluiu-se a justiça militar nos órgãos do poder judiciário; estendendo o foro

militar a assemelhados e civis, nos crimes contra a segurança externa ou as

instituições militares, retirando a competência consultivo-administrativa.

2 COSTA, Alexandre Henriques et al. Roteiro de Investigação e Registro dos Crimes Militares. São Paulo: Bernardi, 2003. p. 17.

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A Carta Magna de 1937 manteve o estabelecido na carta anterior.

Foi através da Constituição Federal de 1946 que houve a mudança da

denominação de Supremo Tribunal Militar para Superior Tribunal Militar.

Durante o período do regime militar, por intermédio do Ato Institucional

nº 2, de 1965, foi estabelecida a competência da Justiça Militar para processar

e julgar civis nos crimes contra a Lei de Segurança Nacional. 3

Um fato histórico importante para as polícias militares dos estados da

Federação foi a Emenda Constitucional de 1969, que atribuiu, pela primeira

vez, à Justiça Militar Estadual a competência para processar e julgar os

componentes das corporações nos crimes militares definidos em lei.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, foi retirada a

competência da Justiça Militar para o processo e julgamento dos crimes

previstos na Lei de Segurança Nacional, consignando o critério lex vi legis para

a conceituação de crime militar.

3 COSTA, Alexandre Henriques et al. Roteiro de Investigação e Registro dos Crimes Militares. São Paulo: Bernardi, 2003. p. 35

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CAPÍTULO II

O INQUERITO POLICIAL MILITAR, A POLICIA

JUDICIARIA MILITAR E OS CRIMES MILITARES

2.1 – O início do Inquérito Policial Militar

Com a sua previsão legal entre o Artigo 9º ao artigo 28 do Código de

Processo Penal Militar, o Inquérito Policial Militar tem o seu início mediante

Portaria, conforme preceitua o artigo 10 do CPPM. Normalmente, a Autoridade

de Polícia Judiciária Militar, ao tomar conhecimento do fato irregular dentro de

sua circunscrição (o CPPM fala em Jurisdição, um termo tecnicamente errado,

por se referir à área de competência dos magistrados), delega poderes a um

Oficial, subordinado seu, para apurar os fatos que nos termos legais constituem

Crime Militar.4

2.2 - Finalidade do Inquérito Policial Militar

Como preceitua o artigo 9º do Decreto-Lei nº 1002, de 21 de Outubro de

1969 (Código de Processo Penal Militar):

4 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JA�EIRO. Manual de Inquérito Policial Militar e Auto de Prisão em Flagrante

Delito (M-5). Rio de Janeiro: Autor. 1983. p. 69

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O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária do fato,

que, nos termos legais, configure Crime Militar e de sua

autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja

finalidade precípua é a de ministrar elementos

necessários à propositura da ação penal.5

O IPM serve de base para a formação da opinio delict do Ministério

Público para a propositura da Ação Penal, ou seja, no que foi apurado,

concluiu-se que o fato estava revestido de indícios de cometimento de crime

militar, praticado por alguém. Porém, o Juiz, na instrução criminal, renovará as

provas, a fim de decidir sobre o fato, dando ao indiciado a oportunidade de se

defender, requerer diligências, alegar provas, etc.6

O Juiz, então, apreciará o conjunto de provas colhidas em juízo e

formará a sua convicção, conforme a regra do artigo 297 do Código de

Processo Penal Militar (CPPM). Porém, não serão renovados os exames,

perícias e avaliações realizadas regularmente (pois se for irregular dará azo à

renovação em juízo) no curso do inquérito, por peritos idôneos e com

obediência às formalidades previstas no CPPM, conforme alude o parágrafo

único do artigo 9º.

Daí extrai-se um fato de grande importância na confecção do IPM, de

lado prático no que concerne à requisição de exames, laudos, boletins de

atendimento médico, etc.

2.3 - Polícia Judiciária Militar

5 BRASIL. Código de Processo Penal Militar – Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de Novembro de 1969. 5ª ed. São Paulo: Saraiva. 1989.

6 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual de Inquérito Policial Militar e Auto de Prisão em Flagrante

Delito (M-5). Rio de Janeiro: Autor. 1983.

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A Polícia Judiciária Militar, cuja previsão legal está no artigo 7° do

CPPM, tem por finalidade precípua a ação de apurar os fatos, que nos termos

legais configure crime militar, a fim de se buscar indícios de autoria e

materialidade, procurando auxiliar o Poder Judiciário no processo de provas

dos crimes e respectivos autores, fornecendo elementos fundamentais para a

promoção da justiça.

2.3.1 - Polícia Judiciária Militar Estadual

Observando o objeto do presente estudo, deu-se enfoque à Polícia

Judiciária Militar Estadual, onde se ressaltou que exercem esta função, de

acordo com o artigo 7º do CPPM os Comandantes, Chefes e Diretores das

diversas Organizações Policiais Militares. A estes incumbe a função de apurar

os crimes militares.

Sobre a competência da Polícia Judiciária Militar, deve-se observar, na

íntegra, o disposto no artigo 8º do Código de Processo Penal Militar, que diz:7

Compete à Polícia Judiciária Militar:

apurar os crimes militares, bem como os que,

por lei especial, estão sujeitos à Jurisdição Militar;

prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e

aos membros do Ministério Público as informações

necessárias à instrução e julgamento dos processos,

bem como realizar as diligências que por eles lhe

forem requisitadas;

7 MIGUEL, Cláudio Amin et al.. Elementos de Direito Processual Penal Militar. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2000 p. 26.

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cumprir os mandados de prisão expedidos

pela Justiça Militar;

representar as autoridades judiciárias acerca

da prisão preventiva e da insanidade mental do

indiciado;

cumprir as determinações da Justiça Militar

relativas aos presos sob sua guarda e

responsabilidade, bem como as demais prescrições

deste Código, nesse sentido;

solicitar das autoridades civis as informações

que julgar úteis à elucidação das infrações penais

que esteja a seu cargo;

requisitar da polícia civil e das repartições

técnicas civis as pesquisas e exames necessários

ao complemento e subsídio de Inquérito Policial

Militar;

atender, com observância dos regulamentos

militares, a pedido de apresentação de militar o

funcionário de repartição militar à autoridade civil

competente, desde que legal e fundamentado o

pedido.

Importante se fez ressaltar esse dispositivo legal, pois o encarregado de

IPM, após receber delegação das atribuições de Polícia Judiciária Militar,

cabíveis à Autoridade de Polícia Judiciária Militar, terá competência para o

exercício de todos os atos previstos no supracitado dispositivo.

Outro fator de primordial importância e o que tange a competência da

Justiça Militar Estadual, cuja previsão legal encontra-se no artigo 125,

parágrafo 4º da Constituição Federal, que diz o seguinte:

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21

Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os

Policiais Militares e Bombeiros Militares nos crimes

militares definidos em lei, cabendo ao tribunal competente

decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e

da graduação das praças.

Diante do acima exposto, pôde-se observar a principal diferença da

Polícia Judiciária Militar Federal e a Estadual, onde aquela é competente para

julgar civis e militares e esta somente é competente para julgar os Policiais

Militares e Bombeiros Militares por cometimento de crimes militares. Portanto,

caberá somente à Autoridade de Polícia Judiciária Militar estadual a apuração

dos crimes militares cometidos por seus respectivos subordinados. Caso o

crime militar tenha sido cometido por civil, a competência para a autuação é da

Delegacia Policial, bem como o processo será de competência da Justiça

Comum.

E nos casos em que os militares das Forças Armadas pratiquem crimes

militares contra militares estaduais? Seguindo o mesmo raciocínio do artigo

125, parágrafo 4º da CF/88, onde a Justiça Militar estadual é somente

competente para processar e julgar Policiais Militares e Bombeiros Militares,

caberá, então, à Justiça Militar Federal o julgamento desses crimes.

2.4 - Os Crimes Militares

Os crimes militares estão definidos nos artigos 9º e 10 do Código Penal

Militar; Este trata dos crimes militares em tempo de guerra; aquele em tempo

de paz.

A fim de dinamizar o estudo, foi dada ênfase apenas a esse último,

analisando os seus incisos.

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No inciso primeiro, o Código Penal Militar trata dos crimes militares

somente cometidos por militares, ou seja, que possuem a definição do tipo

penal somente no CPM, são os chamados Crimes Propriamente Militares (ou

Militares Próprios), como, por exemplo, os crimes de Deserção, Motim,

abandono de posto, etc.

Já nos incisos segundo e terceiro, pode-se observar os crimes que

possuem igual definição tanto no Código Penal Comum quanto no Código

Penal Militar, como exemplo, Homicídio (art. 121 do CP e art. 205 do CPPM);

Lesão Corporal (art. 129 do CP e art. 209 do CPM); Roubo (art. 157 do CP e

art. 242 do CPM), etc. A estes chamamos de crimes impropriamente militares

(ou militares impróprios). O que diferencia um do outro é que no inciso segundo

o sujeito ativo é um militar da ativa e no inciso terceiro o sujeito ativo é o militar

da reserva remunerada, o reformado, o assemelhado, ou ainda o civil.8

Vale a pena ressaltar a exceção à regra, no que tange aos crimes

propriamente militares, onde há a previsão legal, no CPM, de um único crime

deste tipo que somente o civil comete, que é o crime de insubmissão (art. 183

do CPM).

Em relação às alíneas dos três incisos que compõem o artigo 9º do

CPM, deu-se ênfase a somente duas, constantes no inciso II, que se entendeu

de primordial importância para o presente estudo.

A alínea “a” do referido inciso trata do crime cometido por um militar

contra outro militar, não especificando se de folga, se serviço ou em outra

situação específica, o que leva o entendimento majoritário da Doutrina de que

não importa se o militar está de folga, de serviço e ainda se sabe da condição

do outro de militar. A partir do momento em que o crime é cometido por um

militar contra o outro, necessariamente, o crime será militar. Esse entendimento

é muito importante, já que na hora da decisão das Autoridades de Polícia

8 COSTA, Alexandre Henriques et al. Roteiro de Investigação e Registro dos Crimes Militares. São Paulo: Bernardi, 2003. p. 24

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Judiciária Militar pelo procedimento apuratório correto a ser instaurado,

nessa situação deverá ser sempre a instauração de um IPM.

Na alínea “c” observamos o tipo penal militar especificando a situação do

militar “em serviço” contra militar da reserva, reformado, assemelhado, ou civil.

Com exceção dos crimes dolosos contra a vida praticado por militares contra

civis, que são de competência da Justiça Comum (a partir da Lei nº 9299/96),

todos os demais são de competência da Justiça Militar.

Sendo assim, seria um equívoco encaminhar ocorrências de crimes

militares para a Delegacia Policial já que o fato, pela sua natureza, deve

necessariamente ser registrado na OPM circunscricional ao local do crime, ou

então, pelas Delegacias de Polícia Judiciária Militar.

2.4.1 O cometimento do Crime Militar

Todas as vezes que um policial militar estiver envolvido em uma

ocorrência, ele deve ter a preocupação com duas coisas: quais são as partes

envolvidas e para onde a ocorrência será encaminhada. É lógico que no dia a

dia do policial militar, as ocorrências, na maior parte das vezes, são

encaminhadas para a Delegacia Policial, onde são instaurados os Inquéritos

Policiais, para a apuração dos crimes comuns. No entanto, sabe-se que é

rotina a ocorrência de crime militar, erroneamente, ser encaminhada para a

Delegacia Policial; como também, de forma equivocada, muitos delegados

instauram o inquérito policial em vez de encaminhar a ocorrência ao

comandante da unidade circunscricional ao local do fato.

O certo é que devemos observar esses fatores que, muitas das vezes,

confundem até mesmo os comandantes de unidades na hora de instaurar um

procedimento apuratório.

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CAPITULO III

A ANÁLISE DO MANUAL DE INQUERITO POLICIAL

MILITAR

Muitos são os casos em que crimes militares são confundidos como

comuns. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar tem que ter uma

preocupação muito grande no que tange ao correto procedimento apuratório a

ser instaurado tão logo tome conhecimento de algum fato, dentro de sua

circunscrição; sabedor de que aquele que nos termos legais constituam crime

militar, deverá determinar, de imediato, a instauração de um Inquérito Policial

Militar.

3.1 O Manual de IPM da Polícia Militar

No início do manual de IPM da Polícia Militar do Estado do Rio de

Janeiro, observa-se o ato do Comandante Geral, à época o Cel. PM Carlos

Magno Nazareth Cerqueira, que modifica o manual de Inquérito Policial Militar

(M-5) determinando a sua impressão, datada de 14 de outubro de 1983, sendo

esta a última atualização realizada neste manual.

Após isso, verifica-se no índice que o manual, no que tange ao Inquérito

Policial Militar, está dividido em cinco capítulos.

O Capítulo I trata da Polícia Judiciária Militar, no que diz respeito ao seu

conceito, suas divisões, definição, competência e o seu exercício.

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No Capítulo II trata do Crime Militar, explicando a sua definição,

definindo o caráter militar das Milícias Estaduais, o Foro Militar na esfera

estadual e a competência ratione legis.

No Capítulo III, observa-se a descrição do artigo 9º ao 28 do Código de

Processo Penal Militar, base para a confecção do IPM, já que ali se encontram

todos os procedimentos acerca do referido instrumento de investigação, bem

como a sua própria definição. Essa parte do manual se atém tão somente a

descrever os supracitados artigos, não sendo feitos quaisquer comentários

acerca de cada um deles.

Logo após, são elencados outros artigos do CPPM de interesse do

encarregado do IPM.

Em seguida, verificam-se dois organogramas, o primeiro demonstrando

o IPM desde o seu início, passando pela sua elaboração, remessa à Auditoria

de Justiça Militar Estadual, providências antes da Denúncia, tramitação e fases

do processo, julgamento e por fim as fases recursais ou o trânsito em julgado.

O segundo descreve todas as instâncias decorrentes do Poder Judiciário, como

os tribunais federais, os tribunais militares, os tribunais do trabalho, e

finalmente os tribunais eleitorais.

No capítulo IV do referido manual verificam-se as Jurisprudências acerca

de crimes militares que são de interesse do encarregado do IPM, dos Tribunais

de Justiça Militar dos Estados, e até mesmo Jurisprudências do STF, a mais

recente datada de 1980.

Por fim, no capítulo V, observam-se os formulários do Inquérito Policial

Militar com os seus respectivos comentários e observações.

Após os formulários do manual de IPM, verificam-se os capítulos que

tratam do Auto de prisão em flagrante, o que não enseja comentários por não

ser objeto desse estudo.

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CAPITULO IV

REFLEXÃO À LUZ DA PRÁTICA, ATRAVÉS DE

PESQUISA

4.1 - Participantes da Pesquisa

Os participantes deste estudo foram: o Juiz de Direito Titular da Auditoria

de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ), os membros do

Ministério Público Titulares das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça da AJMERJ, o

Cel PM Corregedor Interno da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e o

Maj PM chefe da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

Também foram encaminhados questionamentos aos oficiais e sargentos

PM, que já exerceram alguma função em um IPM, das seguintes unidades

operacionais e unidades operacionais especiais: 7°, 12°, 14°, 20°, 21°e 23°

Batalhões de Polícia Militar, Batalhão de Polícia de Choque e Grupamento

Especial Tático Motorizado, e ainda a oficiais que trabalham na relatoria da

Corregedoria Interna da PMERJ.

Foram feitos roteiro de entrevistas, cujas respostas foram encaminhadas

pelas autoridades acima mencionadas.

Os questionários foram realizados por amostragem.

4.2 – Instrumentação

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Os participantes deste estudo foram: o Juiz de Direito Titular da

Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ), os

membros do Ministério Público Titulares das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça da

AJMERJ, o Cel PM Corregedor Interno da Polícia Militar do Estado do Rio de

Janeiro, e o Maj PM chefe da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

Também foram encaminhados questionamentos aos oficiais e sargentos

PM, que já exerceram alguma função em um IPM, das seguintes unidades

operacionais e unidades operacionais especiais: 7°, 12°, 14°, 20°, 21°e 23°

Batalhões de Polícia Militar, Batalhão de Polícia de Choque e Grupamento

Especial Tático Motorizado, e ainda a oficiais que trabalham na relatoria da

Corregedoria Interna da PMERJ.

Foram feitos roteiro de entrevistas, cujas respostas foram encaminhadas

pelas autoridades acima mencionadas.

Os questionários foram realizados por amostragem.

4.3 - Coleta e Tratamento de Dados

Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com o Juiz de Direito

Titular da Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ),

com os membros do Ministério Público Titulares das 1ª e 2ª Promotorias de

Justiça da AJMERJ, com o Cel PM Corregedor Interno da PMERJ, com o Maj

PM chefe da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar; bem como foram

remetidos questionários, com perguntas fechadas e abertas, aos comandantes

das unidades operacionais e unidades operacionais especiais supracitadas,

para que fossem aplicados aos oficiais e praças que já participaram, de alguma

forma, em um IPM, e ainda, para os oficiais que trabalham na relatoria da

Corregedoria Interna da PMERJ, com o propósito de coletar dados sobre as

dificuldades de sua elaboração por conta da desatualização.

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4.4 - Apresentação de Resultados

Objetivando tornar a apresentação estruturada, as respostas às

entrevistas e aos questionários foram grupadas na seqüência das questões

investigadas.

Considerando a porcentagem de instauração de Inquéritos Policiais

Militares, em seus respectivos órgãos, o Corregedor Interno da PMERJ relatou

que, nos três primeiros trimestres do ano de 2005, foram instaurados 247 IPM,

156 sindicâncias e 266 averiguações, o que em percentuais seria 37%, 23% e

40 % respectivamente. Já o Chefe da 1ª DPJM relatou que somente em casos

excepcionais há a instauração de IPM por aquele órgão, uma vez que o efetivo

sob sua chefia atua, basicamente, realizando averiguações sumárias.

Gráfico 1Percentual de instauração de procedimentos apuratórios pela

CIntPM - 1°, 2° e 3° trimestres de 2005

37%

23%

40% IPM

Sindicância

Averiguação

Analisando o gráfico 1, observa-se que embora em menor percentual em

relação à averiguação, a quantidade de Inquéritos Policiais Militares

instaurados pela CintPM é consideado significativo. Vale dizer que, para cada

IPM instaurado, pelo menos um oficial é empenhado, o que se observa que, no

mínimo, 247 oficiais estão ou estiveram com a atribuição de encarregados de

IPM.

Em relação ao questionamento sobre se são muitos os IPM que

retornam aos seus respectivos encarregados por erro na sua confecção e em

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que proporção, em relação ao total de IPM instaurados em seus respectivos

órgãos, foi relatado pelo Corregedor Interno que, quando se verifica falta de

zelo por parte do oficial encarregado do IPM ao confeccioná-lo, o mesmo

estará sujeito a responder administrativamente, através do documento de

requisição de defesa (DRD), podendo inclusive ser sancionado

disciplinarmente pelo fato. No entanto, em virtude do entrevistado não ter

competência legal para a devolução dos autos, pois somente a tem as

autoridades mencionadas no artigo 26 do CPPM, observa, através de

acompanhamento feito por aquele órgão, relatou que gira em torno de 30 a

40% os IPM que retornam aos encarregados por erros na sua confecção,

sendo para ele, um percentual bastante elevado.

O atraso para a conclusão do IPM, muitas das vezes, está diretamente

motivado pela devolução dos autos ao encarregado por erros na sua

confecção, acarretando assim um atraso desnecessário, se todos tivessem o

devido zelo na sua confecção, ou mesmo uma escrituração que desse o devido

suporte para a elaboração do IPM.

Sobre quais são os principais erros cometidos pelos encarregados de

IPM, foi dito pelo Corregedor Interno que são eles: Relatório em desacordo

com as normas em vigor; deixar de ouvir testemunha fundamental para a

elucidação dos fatos; deixar de ouvir o indiciado, por exemplo, quando este se

encontra de licença para tratamento de saúde (LTS); dentre outros erros

inadmissíveis na opinião do entrevistado.

Ao serem questionados sobre a necessidade da reformulação do

referido manual, em virtude do mesmo não se adequar à Constituição Federal

de 1988, o Corregedor Interno e o Chefe da 1ª DPJM foram unânimes em dizer

que sim, uma vez que, em virtude da desatualização do manual, alguns

procedimentos previstos não estão de acordo com a Constituição Federal, ou

seja, não foram recepcionados.

Questionados se saberiam dizer se há quanto tempo o manual de IPM

não é atualizado, relataram que, salvo melhor juízo, desde 1984.

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Ao serem indagados se a desatualização do manual de IPM, na

opinião deles, contribui para a dificuldade na confecção do IPM, o chefe da 1ª

DPJM disse que sim, que, com certeza, pois o mesmo, nos moldes em que é

elaborado, dificulta sobremaneira a confecção por parte dos encarregados. Já

o Corregedor Interno disse que nem tanto, bastava que os oficiais se

dedicassem um pouco mais e estivessem atualizados em relação à legislação

em vigor, para que, desta forma, não cometessem os procedimentos errôneos

constantes no manual que não foram recepcionados pela Carta Magna de

1988.

Verifica-se, portanto, neste quesito, haver divergência nas respostas.

Mas quando foram questionados se a revisão e a atualização do manual

de IPM diminuiria a incidência de erros na sua confecção, foram unânimes em

dizer que sim, seria extremamente necessária.

Portanto, parece mais coerente que um manual revisado e atualizado

ajudaria a diminuir a incidência de erros praticados pelos encarregados.

Já ao serem perguntados sobre quais as partes do manual que

necessitam ser atualizadas, foi respondido pelo Corregedor Interno que várias

partes, documentos, ofícios, alguns procedimentos, mas, principalmente, inserir

um compêndio com várias legislações que norteiam a confecção do IPM, como

a da interceptação telefônica, a do sigilo de correspondência, dentre outras. Já

o chefe da 1ª DPJM não opinou.

Por fim, foi buscado o entendimento se os entrevistados entendem que

artigo 22, §1º do Código de Processo Penal Militar, que trata da aplicação da

punição por parte do Comandante da Organização Policial Militar ao término do

Inquérito Policial Militar, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira do ano de 1988, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu

artigo 5º, incisos LV e LVI (contraditório e ampla defesa), tendo em vista ser o

Inquérito Policial Militar um procedimento de cunho inquisitorial, disseram que

sim, que, como já foi dito, todo procedimento administrativo deve estar em

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conformidade com a Carta Magna vigente e que esta questão está sendo

solucionada com a implementação do DRD, prevista a partir da publicação em

Boletim da Polícia Militar n° X , de X de agosto de 2005.

Verifica-se, portanto, que em virtude da publicação citada, a aplicação

da punição na solução do IPM não está mais sendo feita, corrigindo um erro de

procedimento que estava em desacordo com a Constituição Federal vigente.

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CAPITULO V

SUGESTÕES À LUZ DA PESQUISA

Com vistas a contribuir para a reformulação do manual de Inquérito

Policial Militar (M-5), foram oferecidas as seguintes sugestões:

1. A elaboração de um manual revisado e atualizado, cujos procedimentos a

serem tomados pelos encarregados e escrivãos de IPM estejam de acordo

com a legislação vigente, da seguinte forma:

a) um capítulo tratando das definições de Inquérito Policial Militar, Polícia

Judiciária Militar e crime militar;

b) um capítulo elencando um compêndio das legislações norteadoras dos

procedimentos a serem adotados ao longo do IPM, como, por exemplo,

questões de interesse do encarregado previstas na Constituição Federal

de 1988, no Código Penal Militar, bem como mencionar as alterações

sofridas no CPPM em virtude de novas leis, como, por exemplo, a

9299/96;

c) um capítulo trazendo as jurisprudências mais recentes acerca do tema

Inquérito Policial Militar, inserindo súmulas, acórdãos, doutrina, etc;

d) e finalmente, um capítulo inserindo todos os modelos de documentos a

serem confeccionados ao longo do IPM, devidamente revisados e

atualizados em relação ao manual anterior (M-5).

2. A implementação imediata do manual reformulado e a sua distribuição de,

no mínimo, 20 (vinte) exemplares para cada Organização Policial Militar,

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incluindo um CD para ser difundido em cada seção, com o intuito de

propiciar uma maior facilidade para aqueles que necessitarem utilizá-lo.

São essas as conclusões e sugestões, apresentadas no presente

trabalho, para uma necessária reformulação do manual de IPM da PMERJ, a

fim de manter o encarregado e o escrivão do inquérito devidamente atualizados

e conscientes quanto ao modo correto para a sua confecção.

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CONCLUSÃO

De acordo com os dados apurados e analisados na pesquisa, concluiu-

se que é grande a incidência de erros na confecção do IPM pelos oficiais

encarregados deste tipo de procedimento apuratório, ocasionados algumas

vezes pelo desleixo de alguns encarregados mas também algumas pela

defasagem do manual de IPM em vigor em relação à legislação vigente, em

especial à Constituição Federal de 1988.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, verificou-se a

necessidade da revisão e da atualização do manual de IPM da Corporação,

uma vez que alguns procedimentos previstos no manual como de

responsabilidade do encarregado ao longo do inquérito, não poderão mais ser

tomados, tais como manter incomunicável o preso, expedir mandados de

prisão e de busca e apreensão, dentre outras providências que não mais

podem ser executadas pelo mesmo sob a pena de ficar sujeito a responder

administrativamente, civilmente e penalmente.

O manual de IPM não é atualizado desde 1983, ano em que o então Cel.

PM Carlos Magno Nazareth Cerqueira, à época Comandante Geral da

Corporação, modificou o manual de Inquérito Policial Militar (M-5)

determinando a sua impressão em 14 de outubro de 1983. Sendo assim, está

há vinte e dois anos sem ter qualquer atualização, mesmo após o advento da

Constituição Federal de 1988.

A desatualização do manual de IPM dificulta ao encarregado ao elaborá-

lo, uma vez que este, ao consultá-lo, em virtude da defasagem perante a

legislação vigente, deixa de ter um suporte confiável para o andamento do

inquérito, ocasionando que, muitas das vezes, o mesmo procura outros

artifícios para a sua elaboração, como a cópia de um outro IPM.

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Um manual revisado e atualizado diminuiria, consideravelmente, os

erros na confecção, uma vez que o encarregado teria em mãos uma

escrituração confiável, atualizada, capaz de fornecer a ele subsídios para atuar,

com excelência, ao longo do inquérito.

Um novo manual, revisado e atualizado facilitaria a confecção do IPM

por parte dos encarregados, até mesmo às investigações, evitando inclusive

que, como exemplo, ele cometa os mesmos erros cometidos por outro

encarregado, ao consultar a cópia de um outro IPM para a confecção do seu.

Necessitam ser atualizadas todas as partes inerentes ao seguintes

temas:

Designação de escrivão (artigo 11 do CPPM): poderão ser escrivães de

IPM quaisquer oficiais, independentemente da patente, para os casos em que

haja um oficial na qualidade de indiciado;

Incomunicabilidade do indiciado (artigo 17 do CPPM): este artigo não foi

recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Portanto, não mais poderá

manter o indiciado preso incomunicável;

Intimação ou convite a testemunhas: as testemunhas, o ofendido ou a

vítima deverão ser convidados a depor. Somente nos casos em que as

testemunhas se recusarem a comparecer, deverá ser requisitado ao Juízo

competente um mandado de condução coercitiva.

Mandado de busca domiciliar e de apreensão expedido pelo

encarregado: somente poderão ser expedidos por ordem judicial. O

encarregado, em hipótese alguma, poderá expedir mandados de busca

domiciliar ou de apreensão;

Sigilo de correspondência e de comunicações telefônicas: inserir um

tópico no manual a respeito deste tema, bem como inserir a lei que trata do

assunto;

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Detenção de indiciado (artigo 18 do CPPM): somente por ordem

judicial poderá o indiciado ser preso. Portanto, o encarregado não poderá

expedir mandado de prisão, como previsto no antigo manual;

Punir na solução do IPM (artigo 22, § 1º do CPPM): a fim de garantir o

direito constitucional do contraditório e o da ampla defesa, tal dispositivo não

mais poderá ser aplicado, tendo em vista não ter sido recepcionado pela Carta

Magna de 1988. Portanto, caso seja verificada a transgressão disciplinar por

parte do indiciado, será feita a expedição de um documento requisitando as

razões de defesa por parte deste, o que já vem sendo feito pela PMERJ,

através do DRD.

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ANEXO 1

Roteiro de entrevista com o Juiz de Direito da Auditoria de Justiça Militar do

Estado do Rio de Janeiro

1 – Podem ser nomeados, como escrivães de inquéritos policiais

militares, outros oficiais que não sejam 1º ou 2º Ten?

2 – É necessária a prisão em flagrante por crime culposo?

3 – É cabível manter o indiciado preso incomunicável?

4 – As testemunhas e os ofendidos/ vítimas devem ser intimados ou

convidados a darem seus depoimentos? Deve ser utilizada a expressão “sob

as penas da lei?”.

5 – No caso das testemunhas ou dos ofendidos/ vítimas se recusarem a

depor, é possível ao encarregado do inquérito policial militar expedir um

mandado de condução coercitiva?

6 – O encarregado do inquérito policial militar pode expedir um mandado

de busca domiciliar e apreensão?

7 – O sigilo de correspondência e de comunicações telefônicas pode ser

quebrado?

8 – É legal a detenção do indiciado com base no artigo 18, do Código de

Processo Penal Militar?

9 – O encarregado do inquérito policial militar é obrigado a seguir a

ordem das providências a serem adotadas, conforme exposto no artigo 13, do

Código de Processo Penal Militar?

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10 – É possível a prorrogação do prazo para ultimar os autos do

inquérito policial militar?

11 – Se possível tal prorrogação, por qual período? A quem se deve

requerer? Como deve proceder o encarregado do inquérito policial militar?

12 – Há hipóteses em que o inquérito policial militar é dispensável?

13 – Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo

Penal Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da

OPM ao término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira de 1988, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º,

inciso LV (contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial

Militar é um procedimento de cunho inquisitorial?

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ANEXO 2

Roteiro de entrevista com os membros do Ministério Público em

exercício perante a Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro.

1 – São muitos os inquéritos policiais militares que retornam por erro na

elaboração por parte dos encarregados?

2 – Quais são os principais erros cometidos pelo encarregados?

3 – Podem ser nomeados, como escrivães de inquéritos policiais

militares, outros oficiais que não sejam 1º ou 2º TEN?

4 – É necessária a prisão em flagrante por crime culposo?

5 – É cabível manter o indiciado preso incomunicável?

6 – As testemunhas e os ofendidos/ vítimas devem ser intimados ou

convidados a darem seus depoimentos? Deve ser utilizada a expressão “sob

as penas da lei”?

7 – No caso das testemunhas ou dos ofendidos/ vítimas se recusarem a

depor, é possível ao encarregado do inquérito policial militar expedir um

mandado de condução coercitiva?

8 – O encarregado do inquérito policial militar pode expedir um mandado

de busca domiciliar e apreensão?

9 – O sigilo de correspondência e de comunicações telefônicas pode ser

quebrado?

10 – É legal a detenção do indiciado com base no artigo 18, do Código

de Processo Penal Militar?

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11 – O encarregado do inquérito policial militar é obrigado a seguir a

ordem das providências a serem adotadas, conforme exposto no artigo 13, do

Código de Processo Penal Militar?

12 – É possível a prorrogação do prazo para ultimar os autos do

inquérito policial militar?

13 – Se possível tal prorrogação, por qual período? A quem se deve

requerer? Como deve proceder o encarregado do inquérito policial militar?

14 – Há hipóteses em que o inquérito policial militar é dispensável?

15 – Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo

Penal Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da

OPM ao término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira de 1988, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º,

inciso LV (contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial

Militar é um procedimento de cunho inquisitorial?

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ANEXO 3

Roteiro de entrevista com o Corregedor Interno da Polícia Militar.

1 – Qual a porcentagem de instauração de IPM na CIntPM em relação

aos demais procedimentos apuratórios?

2 – São muitos os IPM que retornam aos seus respectivos encarregados

por erro na sua confecção? Em que proporção em relação ao total de IPM

instaurados pela CIntPM?

3 - Quais são os principais erros cometidos pelos encarregados de IPM?

4 – Com o advento da Constituição Federal de 1988, verifica-se a

necessidade da reformulação do referido manual?

5 – Há quanto tempo o manual de IPM não é atualizado?

6 – A desatualização do manual de IPM, na sua opinião, contribui para a

dificuldade na confecção do IPM?

7 – Então, a revisão e a atualização do manual de IPM diminuiria a

incidência de erros na sua confecção?

8 - Quais as partes do manual que necessitam ser atualizadas?

9 - Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo Penal

Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da OPM ao

término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal Brasileira, uma

vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º, incisos LV e LVI

(contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial Militar é

um procedimento de cunho inquisitorial?

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ANEXO 4

Roteiro de entrevista com o Chefe da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária

Militar.

1 – Qual a porcentagem de instauração de IPM na 1ª DPJM em relação

aos demais procedimentos apuratórios?

2 – Com o advento da Constituição Federal de 1988, verifica-se a

necessidade da reformulação do referido manual?

3– Há quanto tempo o manual de IPM não é atualizado?

4 – A desatualização do manual de IPM, na sua opinião, contribui para a

dificuldade na confecção do IPM?

5 – Então, a revisão e a atualização do manual de IPM diminuiria a

incidência de erros na sua confecção?

6 - Quais as partes do manual que necessitam ser atualizadas?

7 - Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo

Penal Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da

OPM ao término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º, incisos LV

e LVI (contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial

Militar é um procedimento de cunho inquisitorial?

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ANEXO 5

Questionário aplicado aos oficiais das UOp e UOPE selecionadas; e ao oficiais

da relatoria da CintPM

1 – Vossa Senhoria utiliza o Manual de Inquérito Policial Militar em vigor

na PMERJ quando é designado para ser Encarregado e/ou Escrivão de tal tipo

de procedimento apuratório?

( ) sim ( ) não

2 – Caso tenha respondido negativamente à pergunta anterior, por

qual(is) motivo(s) não faz uso de tal manual?

( ) está desatualizado

( ) não disponho

( ) não existe na OPM

( ) outros

3 – Ainda se respondido negativamente à pergunta n° 1, qual (is)

instrumento (s) Vossa Senhoria utiliza para desempenhar tal (is) atribuição

(ões)?

( ) consulta um oficial experiente

( ) consulta um graduado experiente

( ) consulta cópia de outro IPM

( ) Outros

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4 – Vossa Senhoria entende que o Manual de Inquérito Policial Militar

em vigor na PMERJ encontra-se defasado em relação à Constituição Federal

Brasileira de 1988 e ao ordenamento jurídico pátrio?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

5 – Caso tenha respondido afirmativamente à pergunta anterior, qual (is)

a (s) principal (is) incongruência (s) entre o citado manual e a legislação citada?

_______________________________________________________________

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6 – Vossa Senhoria tem ciência de que alguns dos procedimentos que

podiam ser adotados pelos Encarregados de IPM antes da Constituição

Federal Brasileira de 1988 (como, por exemplo, a expedição de mandado de

busca e apreensão), se praticados atualmente podem ensejar a

responsabilização nas esferas criminal, cível e administrativa dos seus

agentes?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

7 – Vossa Senhoria tem ciência de que a Instrução Provisória nº xxxxx,

de xxx de xxxxx de xxxx, baixada pelo Comandante Geral da PMERJ, alterou o

Manual de Inquérito Policial Militar em vigor na PMERJ, no que concerne às

perícias a serem realizadas pelo Centro de Criminalística da PMERJ?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

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8 – Vossa Senhoria tem ciência de que a publicação inserta no

Boletim Ostensivo da PMERJ nº xxxxx, de xxxxx de xxxxxx de xxxxxx, alterou o

Manual de Inquérito Policial Militar em vigor na PMERJ, no que concerne ao

encaminhamento dos Inquéritos Policiais Militares procedidos nas

Organizações Policiais Militares, que só vão para a Auditoria de Justiça Militar

por intermédio da Corregedoria Interna da PMERJ?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

9 – Na sua opinião, qual(is) o(s) principal(is) equívoco(s) praticado(s)

pelos Encarregados e/ou pelos Escrivães de Inquéritos Policiais Militares?

_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

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______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

10 – Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo

Penal Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da

OPM ao término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º, incisos LV

e LVI (contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial

Militar é um procedimento de cunho inquisitorial?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

11 – Caso tenha respondido afirmativamente à pergunta anterior, Vossa

Senhoria entende que a análise de eventuais práticas transgressivas ao

Regulamento Disciplinar da PMERJ, detectadas no curso do Inquérito Policial

Militar, deveria ser feita por meio de Portaria (oficiais e praças especiais) e

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Documento de Requisição de Informações (praças), para que sejam

garantidos os direitos ao contraditório e à ampla defesa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

12 – Este espaço será destinado para sugestões que porventura possam

relatar, que serão de suma importância para a elaboração do presente

trabalho.

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ANEXO 6

Questionário aplicado aos sargentos das UOp e UOPE selecionadas

1 – Vossa Senhoria utiliza o Manual de Inquérito Policial Militar em vigor

na PMERJ quando é designado para ser Escrivão de tal tipo de procedimento

apuratório?

( ) sim ( ) não

2 – Caso tenha respondido negativamente à pergunta anterior, por

qual(is) motivo(s) não faz uso de tal manual?

( ) está desatualizado

( ) não disponho

( ) não existe na OPM

( ) outros

3 – Ainda se respondido negativamente à pergunta n° 1, qual (is)

instrumento (s) Vossa Senhoria utiliza para desempenhar tal (is) atribuição

(ões)?

( ) consulta um oficial experiente

( ) consulta um graduado experiente

( ) consulta cópia de outro IPM

( ) Outros

4 – Vossa Senhoria entende que o Manual de Inquérito Policial Militar

em vigor na PMERJ encontra-se defasado em relação à Constituição Federal

Brasileira de 1988 e ao ordenamento jurídico pátrio?

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( ) sim ( ) não ( ) não sei

5 – Caso tenha respondido afirmativamente à pergunta anterior, qual (is)

a (s) principal (is) incongruência (s) entre o citado manual e a legislação citada?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 – Vossa Senhoria tem ciência de que alguns dos procedimentos que

podiam ser adotados pelos Encarregados de IPM antes da Constituição

Federal Brasileira de 1988 (como, por exemplo, a expedição de mandado de

busca e apreensão), se praticados atualmente podem ensejar a

responsabilização nas esferas criminal, cível e administrativa dos seus

agentes?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

7 – Vossa Senhoria tem ciência de que a Instrução Provisória nº xxxxx,

de xxx de xxxxx de xxxx, baixada pelo Comandante Geral da PMERJ, alterou o

Manual de Inquérito Policial Militar em vigor na PMERJ, no que concerne às

perícias a serem realizadas pelo Centro de Criminalística da PMERJ?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

8 – Vossa Senhoria tem ciência de que a publicação inserta no Boletim

Ostensivo da PMERJ nº xxxxx, de xxxxx de xxxxxx de xxxxxx, alterou o Manual

de Inquérito Policial Militar em vigor na PMERJ, no que concerne ao

encaminhamento dos Inquéritos Policiais Militares procedidos nas

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Organizações Policiais Militares, que só vão para a Auditoria de Justiça

Militar por intermédio da Corregedoria Interna da PMERJ?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

9 – Na sua opinião, qual(is) o(s) principal(is) equívoco(s) praticado(s)

pelos Encarregados e/ou pelos Escrivães de Inquéritos Policiais Militares?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

10 – Vossa Senhoria entende que artigo 22, §1º do Código de Processo

Penal Militar, que trata da aplicação da punição por parte do Comandante da

OPM ao término do IPM, não foi recepcionado pela Constituição Federal

Brasileira, uma vez que iria de encontro ao disposto no seu artigo 5º, incisos LV

e LVI (contraditório e ampla defesa), tendo em vista que o Inquérito Policial

Militar é um procedimento de cunho inquisitorial?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

11 – Caso tenha respondido afirmativamente à pergunta anterior, Vossa

Senhoria entende que a análise de eventuais práticas transgressivas ao

Regulamento Disciplinar da PMERJ, detectadas no curso do Inquérito Policial

Militar, deveria ser feita por meio de Portaria (oficiais e praças especiais) e

Documento de Requisição de Informações (praças), para que sejam garantidos

os direitos ao contraditório e à ampla defesa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

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12 – Este espaço será destinado para sugestões que porventura

possam relatar, que serão de suma importância para a elaboração do presente

trabalho.

_______________________________________________________________

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BIBLIOGRAFIA

ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar: parte especial./

2ª ed.. Curitiba: Juruá, 2004.

ASSUNÇÃO, Roberto Menna Barreto. Direito Penal e Processo Penal Militar.

Brasília: Saraiva. 1998.

BASTOS JR., Edmundo. Instruções para elaboração de Inquérito Policial

Militar. Florianópolis, 1976.

BRASIL. Código de Processo Penal Militar – Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de

Novembro de 1969. 5ª ed. São Paulo: Saraiva. 1989.

BRASIL. Código Penal Militar – Decreto-Lei nº 1001, de 21 de Novembro de

196. 8ª ed. São Paulo: Saraiva. 1994.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

27ª ed. São Paulo: Saraiva. 2005.

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52

COSTA, Alexandre Henriques et al. Roteiro de Investigação e Registro dos

Crimes Militares. São Paulo: Bernardi, 2003.

COSTA, Álvaro Mayrink da. Crime Miliar. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2005.

GUIMARÃES, Ivone Cataneo et al. Guia Prático de Inquérito Policial Militar e

Auto de Prisão em Flagrante. Porto Alegre: Polost/APESP, 2005.

MIGUEL, Cláudio Amin et al.. Elementos de Direito Processual Penal Militar.

Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2000.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual de Inquérito

Policial Militar e Auto de Prisão em Flagrante Delito (M-5). Rio de Janeiro:

Autor. 1983.

SARAIVA, Alexandre José Barros Leal. Inquérito Policial Militar e Auto de

Prisão em Flagrante nos Crimes Militares. São Paulo: Atlas. 1999.

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INDICE

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

NOÇÕES HISTÓRICAS DO DIREITO PENAL MILITAR 13

1.1 - História do Direito Penal Militar 14

CAPÍTULO II

O INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, A POLÍCIA JUDICIÁIIA MILITAR E

OS CRIMES MILITARES 17

2.1 - O início do Inquérito Policial Militar 17

2.2 - Finalidade do Inquérito Policial Militar 17

2.3 - Poícia Judiciária Militar 18

2.3.1 - Poícia Judiciária Militar Estadual 19

2.4 - Os crimes militares 21

CAPÍTULO III

A ANÁLISE DO MANUAL DE INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 24

3.1 - O manual de Inquérito Policial da Polícia Militar 24

CAPÍTULO IV

REFLEXÃO À LUZ DA PRÁTICA, ATRAVÉS DE PESQUISA 26

4.1 - Participantes da pesquisa 26

4.2 - instrumentação 26

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4.3 - Coleta e Tratamento de dados 27

4.4 - Apresentação de Resultados 28

CAPÍTULO V

SUGESTÕES À LUZ DA PESQUISA 32

CONCLUSÃO 34

ANEXO 1 37

ANEXO 2 39

ANEXO 3 41

ANEXO 4 42

ANEXO 5 43

ANEXO 6 47

INDICE 53

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Instituto A Vez do

Mestre

Título da Monografia: Código de Processo Penal Militar e suas

inconstitucionalidades

Autor: Alédio Penco Espíndola

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: