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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Comunicação Empresarial - Ferramentas e Aplicabilidades na
organização
Por: Hairila Sant’ Anna Fortes
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Comunicação Empresarial
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como
requisito parcial para obtenção do grau de especialista em
Pedagogia Empresarial.
Por: Hairila Sant’ Anna Fortes
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me abençoar em mais uma
etapa. Ao meu marido Luiz Otávio e aos meus pais por me
apoiarem. A minha filha Larissa que mesmo dentro da barriga
me motivou a continuar. Agradeço as minhas amigas de turma
que colaboraram direta e indiretamente e em especial a
Janaína Oliveira, Isabela França e Amanda Jardim pelo
companheirismo em todas as horas. Aos meus pastores Márcia
Cristina e Jonas de Castro por me incentivarem durante todo o
curso e a todos os professores que contribuíram para o
conhecimento que tenho hoje. Agradeço ao meu orientador
Marcelo Saldanha por ser paciente com a minha demora e
pelas orientações bem acertadas.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, ao
meu marido Luiz Otávio e a minha filha
Larissa.
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RESUMO
Diz-se que a Comunicação Empresarial começou na China, antes da
Era Cristã, com as cartas da dinastia Han, que eram escritas para a divulgação
dos produtos chineses com o Oriente Médio. Hoje, algumas empresas e
políticos ainda usam cartas para chegarem ao seu público, mas essas já não
representam parte significativa quando comparada aos novos canais de
comunicação. Não foram só as ferramentas que evoluíram, a própria
comunicação apresenta-se revestida de modernidade, estratégias e
complexidade impossíveis de se alcançarem à época dos Han. Entretanto, o
objetivo final continua sendo o mesmo: atingir o receptor da mensagem de
forma positiva e conquistá-lo por meio da comunicação.
No século XXI, não é só o produto que a comunicação divulgará, ela
promoverá a empresa / instituição junto ao público para que esse a perceba
positivamente, além de criar um canal de diálogo permanente entre esses
atores. A Comunicação Empresarial, como agora é chamada este tipo de
comunicação, será a construtora da imagem social das empresas, informando
ao público que a empresa preocupa-se com o meio social e promove esforços
significativos para a melhoria da sociedade
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METODOLOGIA
Este trabalho foi elaborado com a leitura de livros, artigos e pesquisas
feita pela internet. O tema “Comunicação Empresarial” surgiu após a leitura do
livro : Pedagogia Empresarial : atuação do pedagogo na empresa / Amélia
Escotto do Amaral Ribeiro.5. ed. Rio de Janeiro: Wak,2008
Referência Bibliograficas que coplementam este trabalho:
PINTO, Eduardo. Comunicação para a produtividade. O que você tem a
ganhar com a comunicação empresarial. Rio de Janeiro: Quarter Ed, 1994
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial,
comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estruturas,
planejamento e técnicas. 5. Ed. São Paulo: Summus,1986
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Jornalismo Empresarial: teoría e
prática. 2. Ed. São Paulo: Summus, 1987
KOPPLIN, Elisa; FERRARETTO, Luiz Artur. Assessoria de Imprensa: teoria e
prática. 4. ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.
CARDOSO, O. O. Comunicação empresarial versus comunicação
organizacional: novos desafios teóricos. Rev. Adm. Pública v.40 n.6 Rio de
Janeiro nov./dez. 2006.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
76122006000600010&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 12 de Nov 2011
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Entendendo Comunicação Empresarial 10
CAPÍTULO II - A Importância da Comunicação Empresarial 21
nas organizações
CAPÍTULO III – Comunicação Integrada e seu Plano Estratégico 32
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 60
BIBLIOGRAFIA CITADA 61
ANEXOS 44
ÍNDICE 64
FOLHA DE AVALIAÇÃO
8
INTRODUÇÃO
Com a contínua evolução das relações sociais, onde teve grande
impacto a velocidade das informações em rede, a sociedade estabeleceu
formas diversificadas e também complexas de inter-relacionamento entre seus
atores. A globalização é causa e também produto disso, pois continua
reformulando as relações sociais, culturais e econômicas em todo o mundo. As
empresas / instituições buscaram e continuam buscando acompanhar e fazer
parte dessa evolução, por conseqüência a área de comunicação passou a ser
mais valorizada no meio empresarial, surgindo de forma mais específica como
Comunicação Empresarial. Resende (2006) afirma que com a expansão das
organizações e o aumento de sua complexidade, a comunicação teve,
obrigatoriamente, de acompanhar este crescimento e enredamento. Assim,
dentro do campo da comunicação – que abrange o todo – surgiu a
comunicação empresarial, dedicada inteiramente aos processos e
procedimento relativos à comunicação intra e extra organização.
Essa afirmação é ratificada ao se levantar a história de grandes
empresas e seus mecanismos administrativos nos últimos 150 anos. Mais
detalhadamente, observamos grandes mudanças na gestão empresarial, e
uma delas foi a inserção da comunicação empresarial nas ações de gestão
administrativa. Rego (1986) diz que em termos históricos, temos observado um
crescente interesse social pela comunicação empresarial. Do final do século
XIX até a 2ª Guerra Mundial, a comunicação fazia parte de algumas grandes
empresas, mas não era considerada parte essencial para as organizações. A
importância era secundária. Mas, agora a importância dentro das empresas e
instituições vem assumindo um papel de grande valor para a prática da gestão
empresarial/ organizacional no mundo globalizado, afirma Cardoso (2006).
Hoje, o setor de comunicação é estratégico e está envolvido nas principais
decisões da diretoria empresarial.
9
Nesta monografia, a Comunicação Empresarial será estudada por
meio da atividade do profissional da comunicação que é um dos tripés da área.
Serão abordados ainda mecanismos da Comunicação Empresarial e os ganhos
que uma empresa pode ter ao lançar mão de um plano de comunicação na
construção da sua imagem e o caminho que a comunicação percorre para
atingir o seu público utilizando suas ferramentas.
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CAPÍTULO 1 - ENTENDENDO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
“Os desafios não acabam mesmo quando a comunicação é muito boa”
Marcelo Manna
O poder de comunicação do homem fez com que ele se juntasse aos
seus demais e evoluísse em grupos cada vez maiores e complexos, criando a
vida em sociedade. Pinto (1994: 13) fala sobre a comunicação humana e seu
produto:
“Todos os animais comunicam-se de alguma forma, através de códigos diversos, da dança das abelhas ao ultra-som dos golfinhos. Só o ser humano, pelo menos neste planeta, foi capaz de elaborar um sofisticado sistema de transmitir informação articulada e complexa através dos sons capaz de gerar, e ainda armazená-la por meio de sinais gráficos e, mais tarde, eletrônicos. Tudo que se denomina civilização é simples decorrência. Dito de outra forma, a civilização é produto da comunicação: antes das pedras as pirâmides foram feitas de linguagem.”
Tudo que é feito nos grupos sociais tem a comunicação como apoio.
Dentro dos lares, das associações e grupos religiosos, por exemplo, a
comunicação sustenta as atividades de interação dos participantes. Em esferas
maiores e globais, como relações entre nações e órgãos mundiais, a
comunicação também é a mola propulsora que conecta pessoas e grupos das
partes mais distantes do globo. Sendo assim, as instituições precisam da
comunicação para existir e divulgar seus produtos, serviços e também sua
filosofia, sua identidade social. Rego (1987) afirma que um dos fenômenos
mais característicos das modernas sociedades industriais é o uso das funções
de comunicação para sobrevivência, desenvolvimento e prosperidade das
organizações.
É através da comunicação que as instituições edificam seus valores
frente aos seus clientes, funcionários, parceiros empresariais, e também a
11
sociedade. Com isso, os diretores de grandes empresas passaram a enxergar
na comunicação empresarial1 um meio de chegar ao público2 e estabelecer um
canal de trocas de informações preciosas para ambas as partes. Kunsch (1986:
26) é claro ao afirmar que “a comunicação é imprescindível para qualquer
organização social”.
1.1 Como surgiu a comunicação empresarial
“Não podemos confundir quantidade de
informação com qualidade de conhecimento”
Luiz Fernando Garcia
Embora tanto se fale atualmente em comunicação institucional, essa
área da comunicação surgiu há muito mais tempo - antes mesmo da Era Cristã.
Rego (1987: 17) é quem faz a afirmação: “De acordo com alguns autores, as
cartas circulares das cortes da dinastia Han (fundada por Liu Pang, na China,
no ano de 202 a.C.)
constituíram-se nos primeiros precursores do jornalismo empresarial”.
Considerando as cartas de Han como pioneiras da comunicação empresarial,
1 Para PALMA (1994) a empresa é um sistema considerado aberto que realiza trocas com o meio ambiente, desempenhando um papel fundamental no contexto social. Para tanto, caracterizada pelo conceito de organização que lhe confere o ordenamento eficiente entre suas partes geneticamente chamadas de capital, trabalho, políticas, normas e técnicas, vale-se do processo de comunicação, de forma intríseca, para existir dinamicamente. Este processo chama-se Comunicação Empresarial quando sofre interferência profissional através da aplicação de um conjunto de métodos e técnicas de comunicação capazes de ordenar, otimizar, fluidificar e dar eficácia à troca, às relações com os públicos da empresa. 2 Para Kunsch (1986) público designa certos grupos de pessoas caracterizadas, geralmente, por interesses comuns na interação com a atividade de uma organização. O público externo, parte da investigação deste trabalho, é localizado fora da estrutura sistêmica organizacional e em função do qual ela existe e pelos quais sobrevive (clientes, consumidores, governo, imprensa, associações de classe, escolas...).
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constata-se que esse tipo de comunicação veio ao mundo numa época de
grande progresso econômico e cultural. “Os 418 anos da dinastia Han foram
um período em que a China teve seu comércio com o Oriente Médio bastante
aumentado, o que provocou uma fase de grande desenvolvimento econômico”,
(REGO, 1987: 17).
Porém, tudo leva a crer que ela era usada de forma tímida e amadora.
Pois não há registros de evoluções significativas da comunicação empresarial
desde o seu surgimento até o início do século XVIII. Talvez, isso seja porque
seus precursores desconhecessem o poder dessa arma para a solidificação de
uma boa imagem empresarial3. Então, durante uma época de grandes
alterações na forma de vida e que tiveram início entre os séculos XVIII e XIX, o
“jornalismo empresarial” começa a tomar importância como ferramenta
administrativa para resolução de impasses empresariais internos. “O
verdadeiro aparecimento do jornalismo empresarial novamente coincidiria com
um período histórico de grandes transformações culturais e progresso
econômico: a Revolução Industrial4.” (REGO, 1987: 17). Esse período da
História marcou o início de novas formas de relacionamento. O homem saiu do
campo e foi à cidade em busca de melhores condições de vida. Ele encontrou
um mundo desconhecido que estava em formação e que desafiava todas as
interações sociais antes existentes. Eram pessoas do campo convivendo com
pessoas acostumadas às cidades. Eram choques culturais fortes para ambos
os lados. Porém, não importava a origem dos trabalhadores: eles chegavam a
trabalhar 16 horas diárias e viviam em condições precárias dentro das
indústrias e também nas suas casas, habitações sem saneamento básico que
geralmente eram em subúrbios com péssima qualidade de vida.
3 “Por imagem, deve-se entender aquilo que passa, que se transfere, simbolicamente, para a opinião pública” (REGO, 1986, p. 175). Já a pesquisadora Arlete Bouzon in Comunicação 360º diz que a imagem da organização é fruto de um processo complexo; uma construção culturalmente marcada, que se elabora coletivamente de acordo com as situações, o tempo e o espaço. 4 Termo criado pelo historiador britânico Arnold Toynbee para designar as vastas mudanças sociais ocorridas em conseqüência do rápido desenvolvimento tecnológico registrado na Europa desde meados do século XVIII até o início do século XX.
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O descontentamento não tardou a chegar, os trabalhadores
começaram a se reunir para reivindicar melhores condições de trabalho e
comprometimento dos seus patrões com as condições de vida em torno das
grandes fábricas. A necessidade da difusão das idéias da classe operária
provocou o nascimento da imprensa trabalhista. Em resposta a esses
funcionários, as indústrias criaram publicações (em moldes de jornais ou
revistas) internas para se comunicarem com os seus operários. Kopplin e
Ferraretto (2001) falam que nesse contexto o jornalismo empresarial começa a
se apresentar nas grandes corporações, pois ele visava atenuar o crescente
descontentamento interno dos funcionários.
Com o tempo, os jornais empresariais ou house-organs5 saíram das
esferas internas que eram seu objetivo inicial; eles começaram a ser
distribuídos externamente, por conseguinte, novos objetivos também foram
acrescentados. Um deles foi o lucro, pois nessa época a concorrência
começava a se acirrar. Sobre isso, Rego (1987: 18) tem as seguintes
considerações:
“A produção em massa, cujos primórdios também se encontram na revolução industrial, trouxe maiores facilidades de produção e estabeleceu as bases do regime competitivo de mercado. (...) Para enfrentar a concorrência, as empresas tiveram de multiplicar os seus mecanismos de comunicação, a fim de se tornarem mais conhecidas e ganharem a preferência do público”.
Porém, de forma organizada dentro das empresas, o profissionalismo
na comunicação empresarial tem seu marco no começo do século XX. Pois até
então não havia profissionais específicos e tampouco setores dentro das
organizações que tratassem da relação das dessas mesmas com a opinião
pública6. “Data de 1906 o surgimento da comunicação, de forma organizada,
5 “Veículo impresso ou eletrônico, dirigido para públicos definidos (interno e ou externo), que têm acesso a ele gratuitamente. O cliente pode utilizar o house-organ para divulgar suas informações a públicos específicos, promover um sentimento comunitário, educar e motivar funcionários, defender posicionamentos, entre outros” (KOPPLIN e FERRARETTO, 2001: 145). 6 Kopplin e Ferraretto entendem que diante da opinião pública, a comunicação empresarial deve trabalhar para que a instituição mantenha uma boa imagem, procurando aceitação, respeito, interesse ou atração. A imagem da organização perante a opinião pública é produto de um conjunto que envolve características da diretoria, material humano da instituição, atuação do cliente e de sua assessoria de comunicação.
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dentro das empresas” (BRAGA, 2004: 13). Foi um profissional de comunicação,
Ivy Lee, quem criou o primeiro escritório de relações públicas em Nova Iorque,
EUA. Lee foi o responsável por defender o empresário John Rockfeller da
hostilidade do público depois da chamada “greve sangrenta” da Colorado Fuel
and Iron Company, uma das empresas do grupo Rockfeller. Braga (2004:
12/13) afirma que Lee fez um trabalho de assessoria entre o seu cliente e a
imprensa:
“Coube, portanto, a Ivy Lee intermediar a posição da empresa frente à imprensa, buscando respeitar a opinião pública. Ivy iniciou o trabalho de recuperação da imagem social do empresário americano. (...) Ele oferecia aos jornais informações, posicionamentos, declarações importantes, que passaram a dividir espaço com as denúncias, submetendo-se ao julgamento do leitor”.
Com isso, a comunicação empresarial tomava contornos
profissionais, pois nascia dentro das empresas a área de Assessoria de
Comunicação que acolhia profissionais para se especializarem no tratamento
da imagem institucional (relações públicas), divulgação jornalística (assessoria
de imprensa) e campanhas mercadológicas (publicidade e propaganda) das
empresas públicas e privadas.
Com a necessidade das empresas de terem mediadores entre elas e
o público, cada vez mais foram requisitados profissionais, o que gerou a
criação da disciplina de Comunicação Empresarial nas universidades
americanas. Braga (2004: 14/15) escreveu sobre o desdobramento do trabalho
pioneiro de Ivy Lee:
“Na década de 30, a comunicação empresarial nos Estados Unidos chegou à academia, com a criação de cadeiras nas Universidades de Yale, Harvard e Columbia, nos cursos de Administração. Anos depois, essas disciplinas migraram para os cursos de Comunicação Social, como ocorreu no Brasil”.
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1.2 Início da comunicação empresarial no Brasil
“Formar comunidades faz parte de nossa
natureza: as pessoas buscam relacionar-se,
preferencialmente em função de suas afinidades”
Roberto de Castro Neves
No Brasil, a comunicação empresarial aparece na década de 50
depois de ser motivada pela instalação de indústrias e das agências de
publicidade vindas dos Estados Unidos. Primeiro com trabalhadores brasileiros
que tinham reclamações a fazer e nenhum espaço na mídia da época. Kopplin
e Ferraretto (2001: 22) dão exemplos de algumas publicações:
“O trabalhador, da União dos Trabalhadores Gráficos (São Paulo, 1904); O cosmopolita, dos empregados em hotéis, restaurantes e bares (Rio de Janeiro, 1916); Tribuna do povo, da Federação de Resistência dos Trabalhadores de Pernambuco (Recife, 1912); O gráphico, da Associação Gráfica do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, 1924); A vida, do Centro Operário das Pedreiras (Rio de Janeiro, 1924); e O syndicalista, da Federação Operária do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1919)”.
As empresas privadas brasileiras demoraram um pouco mais para
explorarem a comunicação empresarial, pois o pioneirismo coube a empresas
de serviço público como a Light, de São Paulo, fornecedora de energia elétrica,
que criou o “Boletim Light”, fundado em 1925 por um grupo de funcionários da
instituição, com a anuência da diretoria. Outra instituição a criar um canal de
imprensa foi a General Motors. A revista de 12 páginas era distribuída
mensalmente aos operários à saída do expediente. “General Motors”, a revista,
teve sua primeira publicação em 1926, Rego (1987). Essas publicações
marcaram a chegada dos “house-organs” ao país. Porém, o próprio Rego
(1987) discute se essa chegada representa a chegada do jornalismo
empresarial ao dizer que essas revistas foram publicações do corpo de
funcionários, não da diretoria das empresas.
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Discussão à parte, foi em um encontro de revistas e jornais
empresariais que nasceu a ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial. Glüer (2004) conta que em 1967, após a realização do I Concurso
Nacional de Revistas e Jornais de Empresa, organizado pela Associação
Brasileira de Administração de Pessoal nasce a Aberje que era chamada de
Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa (Aberje).
Agora, grafando ABERJE e com o significado remetendo a Comunicação
Empresarial global.
Esses fatos deixam claro que o Brasil foi bem lento na descoberta do
jornalismo empresarial, quando comparado com a Europa; os motivos
principais foram o tardio processo de revolução industrial nacional e o atraso
com que os avanços tecnológicos chegaram ao Brasil. Outro fato que colabora
para essa conclusão é a primeira edição do Manual de Assessoria de Imprensa
que só foi editada em 1985.
Segundo Kopplin e Ferraretto (2001), na esfera pública, no Brasil pré-
industrial, o Governo Nacional vai apresentar um esboço de departamentos de
comunicação. Um exemplo é o Serviço de Informação e Divulgação do
Ministério da Agricultura, que misturava divulgação e comunicação institucional.
Mais tarde, “No Estado Novo”, Getúlio Vargas, com o Decreto
3.371/38, criou um setor dentro do governo, ligado ao Gabinete Civil, voltado
para divulgar seus atos e obras – logicamente, desde que lhe fossem
positivas”, (BRAGA, 2004: 15/6). Essa comunicação oficial do governo para
com o povo era feita pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Porém, a profissionalização e a proliferação dos setores de
comunicação só vão ocorrer durante outro período de autoritarismo no país,
final da década de 70 e início da de 80. A comunicação empresarial no Brasil
teve seu boom ainda durante o regime militar. Com a imprensa cerceada e,
consequentemente, as redações esvaziadas, os profissionais bandearam-se
17
para onde havia emprego, as empresas, profissionalizando a interface com os
jornais, revistas, rádios e TVs Braga (2004). E esse crescimento do setor de
comunicação empresarial, no Brasil, acabou mantendo um campo para os
jornalistas recém formados que não encontram empregos nas mídias de
comunicação de massa, seja na TV, rádio, jornal, internet e revistas. Braga
(2004: 15) chama atenção para esse fato:
“Aqui, mesmo observando a maior parte dos recém-formados, as universidades ainda não atentaram para a importância, em termos de mercado, para esse segmento. Continuam a formar jovens para a mídia, quando a maioria dos novos comunicadores é contratada pelas empresas não jornalísticas.”
A partir da segunda metade da década se 1960, a área de Relações
Públicas conquistaram mais espaço no Brasil, surgindo uma histórica disputa
entre profissionais de jornalismo e RP. Depois de regulamentadas as duas
profissões, muitos jornalistas experimentaram trocar de carreira para aproveitar
a agilidade das organizações e o atrativo financeiro. “A permuta do emprego
pela publicação de matérias, a troca de favores pessoais e ainda as regalias
oferecidas a jornalistas e veículos de comunicação ficaram popular e
pejorativamente conhecidas como jabaculê ou simplesmente jabá, termo muito
utilizado nas redações. Assim também são conhecidas as matérias
recomendadas ao jornalista pela direção do departamento de jornalismo ou da
empresa”. O jornalista e consultor Francisco Viana (2001) é taxativo ao
abordar o assunto:
“Pode ser um tanto espantoso, mas as empresas devem ficar longe deste tipo de prática. Regalias aos jornalistas e aos veículos de Comunicação só trazem dividendos negativos. Claro que há quem goste, mas faz parte das exceções, não da regra. Em casos de viagens, brindes e presentes, o importante é estabelecer regras claras e separar a amabilidade e a cortesia da concessão de vantagens pessoais, do comportamento profissional e acima de tudo, da cooptação”.
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1.3 A evolução da comunicação empresarial
“O conhecimento não pode ficar retido em uma
única cabeça. O caminhos é criar uma rede de
sucessores. O futuro está na formação de redes”
Rivadávia Drummond
Muitas coisas mudaram no mundo pós-guerra. Várias descobertas
tecnológicas, em diversos níveis e setores, são apresentadas diariamente à
sociedade. Os meios de comunicação avançaram bastante desde então:
informações são instantâneas e possuem alcance ilimitado. O mundo está
interligado em todos os seus lugares. A evolução das redes de informação é
evidente e a comunicação empresarial teve que acompanhar esse processo,
tanto em equipamentos como em estratégia. Cardoso (2006) fala dos novos
rumos que a comunicação vem assumindo nas organizações, sendo parte da
cultura organizacional, modificando paulatinamente antigos limites. Ela não
mais se restringe a produção de seus instrumentos: a comunicação assume
papel muito mais abrangente, que se refere a tudo que diz respeito à posição
social e ao funcionamento da organização.
Segundo Rego (1986), a comunicação empresarial buscou posicionar-
se como organismo de ajuste entre grupos sociais, como atividade que visava
à adaptação de homens e instituições às necessidades da vida moderna.
Com a necessidade de estarem em comunicação com a comunidade
da qual participam, as organizações7 admitiram que os investimentos em
Comunicação Social são essenciais em suas organizações. As empresas
deixaram de recorrer às técnicas dos profissionais de comunicação somente
em casos de emergência, quando
7 Para Cardoso (2006) uma organização é mais que um grupo humano composto por especialistas que trabalham em conjunto em uma tarefa comum. O autor afirma que uma organização é uma unidade coletiva de ação formada para perseguir fins específicos. Uma empresa, um hospital e uma universidade são organizações, por exemplo.
19
tinham sua imagem afetada em público. A comunicação, então, passa a ser
necessária ao corpo gerencial das instituições, participando do seu plano de
decisões. Pinto (1994: 8) fala sobre essa evolução:
“A comunicação Empresarial dá um salto, nestes tempos de globalização da economia: deixa de ser acionada em situações emergenciais para inserir-se como um sistema estratégico fundamental para auxiliar a base essencial dos sucesso da empresa. Comunicação Empresarial, em tempos de modernidade administrativa e tecnológica, é uma aliada inquestionável, para trabalhar a identidade da empresa face aos seus objetivos mercadológicos”.
Com o avanço das tecnologias midiáticas, dos conceitos
administrativos e novas percepções de mundo que foram surgindo a
comunicação também evoluiu em seu produtos e técnicas e as instituições
tiveram que rever todo o seu processo de informação. “A época do
mimeografo, do boletim xerocado, distribuído por correio ou de mão em mão, já
faz parte de um passado quase pré-histórico” (MANERA FILHO, 1998).
Para tanto, as organizações incorporaram novos sistemas de
comunicação e reformularam por completo suas áreas e processos, pois os
objetivos presentes são novos e maiores que os antigos. Tanto para o público
interno quanto para o externo. “As instituições não mais deveriam viver ao
sabor dos acontecimentos” (BRAGA, 2004: 19). Hoje, no processo instrumental
da comunicação empresarial fala-se em folders, briefings, releases, house-
organs, revistas institucionais, sites, veiculações sobre a filosofia da empresa
em rádio e televisão etc., tudo isso respeitando padrões
de qualidade para que o público não seja perdido no meio da quantidade e
diversidade dos canais. Manera Filho (1998) afirma que as empresas utilizam
todos os meio de comunicação, do rádio à internet, com desenvoltura. De um
simples informativo às requintadas publicações impressas em policromia, com
assuntos diversificados e alto padrão editorial, os produtos de comunicação
desenvolvidos pelas organizações não deixam nada a dever aos similares
comerciais de massa.
20
A qualidade atingiu os processos e também o conteúdo, pois nada
adianta ter tantos canais de mensagens se o que se comunica não tem
relevância para a comunidade de receptores. A preocupação com o discurso é
necessária pois o consumidor precisa de informações que conectem a empresa
com o meio social, de forma que seja vista como contribuinte de uma
sociedade onde ambos buscam a melhoria na qualidade das relações sócio-
ambientais. 8Cardoso (2006) fala sobre este diálogo:
“Pensar na comunicação e na informação como elementos das estratégias de gestão, no contexto contemporâneo, é um desafio que precisa ultrapassar as fórmulas superadas que estão comprometidas com a racionalidade instrumentalizada e o monopólio da verdade, para que se alcancem formas de colocar o ser humano em pauta, valorizando a capacidade criadora do indivíduo, sem desprezar a subjetividade e a afetividade, e vendo a organização como resultado de um processo dialógico com o meio ambiente.”
8 CARDOSO, O. O. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos. Rev. Adm. Pública v.40 n.6 Rio de Janeiro nov./dez. 2006. Disponível em Acesso em 05 de nov. 2007.
21
CAPITULO 2 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NAS
ORGANIZAÇÕES
“A área de Comunicação é imprescindível para
formatar os canais nos quais a informação fluirá
eficientemente e de forma adequada aos valores e
cultura da organização”
Jaci Tadeu
Início de século XXI e um objetivo é definido por muitas instituições
públicas e privadas: a construção de uma imagem que as identifique de forma
positiva junto aos seus clientes, funcionários, parceiros empresariais, e também
à sociedade. Em conseqüência disso, a comunicação empresarial teve sua
importância elevada por ser considerada uma das principais estratégias da
empresa com relação ao seu público.
No âmbito institucional, as organizações valem-se da comunicação
empresarial para sustentarem seu relacionamento com o público. Nos tempos
atuais, a comunicação passou a ser essencial devido a importância que o
consumidor dá ao caráter da empresa que lhe fornece bens e serviços.
Cardoso (2006) diz que a ênfase que era dada à produção mudou para a
ênfase ao consumidor. Portanto, a empresa precisa, da melhor forma possível,
comunicar-se com a comunidade, com o cliente, com os agentes
governamentais, com os fornecedores, enfim, com outras organizações e/ou
agentes que também atuam nesse universo ou rede. Não se pode esquecer,
que a ética deve permear todo esse processo. A comunicação deve ser
pautada na verdade sobre as atividades que a empresa desenvolve no âmbito
financeiro e social. Em hipótese alguma, a comunicação deve mostrar algo que
não existe, só porque a empresa será beneficiada com esse tipo de publicidade
institucional. Os interesses da sociedade merecem respeito e a verdade é a
única que deve prevalecer na construção de uma imagem institucional. Rego
(1986: 157) faz a seguinte consideração:
22
“As relações públicas, mais do que antes, necessitam aprumar seu discurso à procura de pontos que possam justapor os interesses dos consumidores e das empresas, sem, contudo, se desviar de compromissos éticos que restabeleçam a verdade, a realidade, as exigências dos consumidores”.
Atualmente, Quem consome quer saber mais sobre a instituição e
sobre o comportamento social da mesma. Para fazer essa ponte entre público
e empresa, a comunicação empresarial, diz Pinto (1994), tem o objetivo
prioritário de estabelecer a reputação da instituição junto aos seus públicos-
alvo, como uma instituição séria, competente em sua área de atuação, e
eficiente, administrativa e financeiramente, além de interpretar as reações da
comunidade em relação a ela.
Pouco adianta se o setor de comunicação empresarial comunicar aos
clientes, fornecedores, governo, associações etc. o objetivo e filosofia da
empresa é não conseguir o 9feedback desse público. A comunicação, para ser
bem sucedida, deve ser uma ponte de mão dupla em que a empresa presta
contas de sua atuação no meio e recebe o que o meio quer dizer pra ela, e o
que quer dela. Não há sobrevivência da empresa sem a sociedade e nem da
sociedade sem empresa, pois esta última é fornecedora vital de produtos e
mecanismos essenciais a construção de uma sociedade global. Palma (1994:
25) explica como deve ser a interação:
“Não basta a empresa informar que é um núcleo gerador de trabalho e riqueza. É necessário prestar contas e provocar feedback com o meio ambiente. Não basta informar que coloca à disposição o produto exigido pela sociedade, é preciso prestar contas da poluição causada como conseqüência.(...) absolutamente necessária é a troca de informação, pois os rumos da sociedade serão os mesmos da empresa. Um depende do outro.”
9 Para Penny Ur (1996:242), feedback é uma informação que é dada ao aprendiz sobre seu desempenho em uma tarefa de aprendizagem, geralmente como objetivo de melhorar seu desempenho. Ellis (1985:296) enfoca a questão do ponto de vista da comunicação, definindo feedback como resposta aos esforços do aprendiz para comunicar.
23
2.1 A posição da comunicação empresarial dentro das
organizações/empresas
“O sucesso da comunicação empresarial depende,
da construção coletiva de uma cultura do diálogo”
Gustavo Gomes de Matos
Por todo esse contexto apresentado, acredita-se que a área de
comunicação passa a adquirir posição imprescindível dentro das empresas.
Cardoso (2006) afirma que a comunicação assume, assim, um fundamental
papel na absorção e divulgação dos novos paradigmas empresariais, podendo
agir como poderosa ferramenta estratégica de gestão. Comunicação é um
utensílio que todas as áreas empresariais deveriam usar para maximizar os
seus recursos e aperfeiçoar a mensuração dos seus resultados de satisfação
com os clientes e a sociedade. “Foi-se o tempo em que a área carregava o
estigma de mero acessório. Agora foi alçada a uma função estratégica, como
instrumento de difusão eficiente de informações e idéias junto a seus públicos”,
Manera Filho (1998).
A área de assessoria de comunicação, além de manter o canal
instituição/empresa – comunidade, também se coloca dentro das organizações
como setor primordial na tomada de decisões e planejamento dos negócios.
Torquato (1991: 214), por exemplo, indica que:
“O planejamento, em uma Assessoria de Comunicação, consiste na capacidade de detecção prévia de situações, na prospecção sócio-ambiental, no rastreamento de posições de mercado, no mapeamento de angulações, pontos de vista e visões formuladas por fontes de comunicação que interessam, diretamente, a uma empresa. (...). Após a formulação dos perfis sócio-ambientais, extraídos com alto grau de inferência, intuição e capacidade de interpretação das realidades, a atividade de planejamento encaminha-se para seu eixo-central, que consiste no aconselhamento e assessoramento direto ao topo da organização.”
24
Para as empresas manterem-se dentro do mercado elas devem gerar
lucros? Correto, mas só um saldo positivo em suas contas bancárias não as
manterá nos negócios por muito tempo. E será através da comunicação que
elas mantêm com as pessoas e outras instituições que a empresas
conseguirão alcançar continuadamente esse objetivo. Para Cardoso (2006) as
empresas que quiserem sobreviver e tornarem-se competitivas no mundo
globalizado, necessitarão criar mecanismos que auxiliem no processo de
transformação e que permitam, em um contexto de redes de informação, maior
integração com os diversos agentes com que interagem. Palma (1994) diz que
com essa visão empresarial as necessidades e solicitações da sociedade
também aparecem como essenciais aos objetivos da empresa.
Por tal razão, as empresas têm cada vez mais valorizado o setor de
comunicação dentro de suas organizações. “A eficácia de uma política de
comunicação com a sociedade está a exigir competência, qualificação,
sensibilidade e capacidade de adaptação às circunstâncias.”
(TORQUATO,1991;215)
2.2 A comunicação como referencial na identidade e imagem da
organização
“A comunicação não pode ser dissociada da
conduta global da empresa”
Arlette Bouzon
A identidade de uma instituição é formada por características próprias
que a tornam única no meio. Toda empresa tem uma missão e valores que a
caracterizam diante da sociedade e também do mercado, formando assim, sua
identidade. A imagem institucional é como essa identidade é lida pelo meio que
a envolve. Rego (1986: 115) explica os dois conceitos: “Identidade é formada
25
por valores, princípios, conceitos, sistemas e até pode envolver questões de
natureza técnica. Trata-se de agregar situações que darão a empresa uma
personalidade. A imagem é o que passa para a opinião pública. A imagem é a
sombra da identidade”.
Identidade empresarial é o que constrói a imagem da empresa,
entretanto, não é tão simples a percepção que a sociedade tem dessa imagem,
caso a mesma não seja efetivamente comunicada. A clareza e simplicidade
devem ser fundamentais na transmissão da mensagem, evitando erros e
possíveis distorções de valores. Torquato (1991: 163) contribui para explicar
essa relação:
“...importante conceito de ampla significação para as empresas modernas é o de imagem, que, na verdade, resulta do desenvolvimento do conceito de comunicação. Por imagem, deve-se entender aquilo que a empresa deseja projetar. Diferencia-se, portanto, da identidade. A identidade é o caráter, o conceito básico, a personalidade da organização. A imagem é a extensão (a sombra) dessa identidade. Quando entre identidade e imagem há enorme distância, ocorre um profundo processo de desgaste. Trata-se do que se chama de dissonância. Nesse caso, desvios e distorções acabam embaralhando as idéias básicas, os valores e os propósitos que se pretende agregar à imagem desejada.”
Braga (2004) observa que um dos desafios de um assessor de
imprensa é convencer a opinião pública de que a empresa, a qual esse
assessor trabalha, é uma instituição cidadã. O jornalista deve "Expor, explicar e
interpretar as atitudes, decisões, intenções, enfim, a filosofia da empresa",
Palma (1994: 108). A empresa precisa se consolidar, também, socialmente.
Para isso é necessário que haja ações multiplicativas no processo de
desenvolvimento do meio. Lorenzetti (1989) afirma que a empresa não está à
margem da cidadania, ela tem de exercer seu papel de cidadã responsável.
Vender um bom produto ou um bom serviço hoje já não é mais suficiente para
que a empresa tenha imagem positiva na opinião pública. Segundo esses
critérios, Rego (1986: 172) orienta que as empresas invistam causas que
digam respeito a toda sociedade:
26
“Recomendam-se os esforços da empresa nas campanhas de defesa do meio ambiente, revigorando, assim, sua identidade como força útil e vital da sociedade. Uma forma que tem sido utilizada, no Brasil, com inegáveis êxitos e que denota a extensão do papel social das organizações, tem sido o patrocínio de eventos e atividades culturais: recuperação de cidade e monumentos históricos, apoio a pesquisas e institutos de reconhecido valor, campanhas de adoção de atletas, ajuda ao desenvolvimento das artes, enfim, promoções que consigam edificar uma indispensável aliança entre empresa e cultura”.
Quando a imagem é percebida pela população de forma correta, e
assim considerado que a empresa constitui-se como ator capaz de agregar
valores à sociedade, a comunicação atinge um dos seus objetivos. "Haverá
identidade entre emissor e receptor, quando a mensagem sensibilizar os
pontos de interesse e propuser a satisfação de necessidade do receptor" ,
conclui Palma (1994: 148). Esse é um dos papéis da comunicação empresarial,
Cardoso (2006) fala que a comunicação deve, efetivamente, servir de suporte
para um modelo de gestão bem estruturado e com capacidade de levar a
empresa a enfrentar os desafios cada vez mais competitivos de uma sociedade
que se torna mais exigente em qualidade e em direitos. E além disso, espera-
se que a comunicação cumpra seu verdadeiro papel social: envolver emissor e
receptor em um diálogo aberto e democrático, em que a estratégia de gestão
da empresa seja construída com base em princípios sociais e éticos.
De forma continuada essa comunicação deve persistir, visto que a
cidadania da empresa não se sustentará em apenas um único ato louvável ou
relevante. O consumidor não é mais ingênuo e não se deixará enganar por
empresas que tentam construir uma imagem que não corresponde à identidade
da instituição. Ele quer qualidade nos produtos e serviços e também que as
empresas assumam papéis importantes na construção de uma sociedade
melhor. A relação de co-existência entre sociedade e empresas fica cada vez
mais clara. Kunsch (1986: 22) explica essa relação: “Qualquer organização
social constitui um sistema que necessita de energias do meio ambiente,
transforma estas energias recebidas do meio ambiente externo e exporta as
27
energias transformadas no interior para o meio ambiente, com a finalidade de
conquistar maiores condições de segurança, para sobreviver”.
Além de cobrar as ações, o consumidor - que vira cidadão - quer ser
ouvido e precisa ver que é respeitado nesse diálogo com a empresa. A
comunicação precisa estabelecer uma ponte que ajude a formar um canal de
mão-dupla, ajudando na relação entre empresa e sociedade, construindo a
identidade da empresa diariamente. “Construção de imagem é trabalho
permanente, coerente e planejado. Exige exercício contínuo do diálogo com
todos os públicos, funcionamento incessante de pontes de duas mãos, trânsito
livre de informações objetivas”, Lorenzetti (1989). Pois se a empresa não
acompanhar a evolução do homem e suas novas formas de interação com as
entidades públicas e privadas, será uma empresa com uma imagem
empoeirada e inútil. É a comunicação que deve fazer com que as ações da
empresa cheguem aos consumidores e que esses consigam expressar seus
desejos à empresa, tornando sempre a imagem da organização um patrimônio
vivo e atualizado. Rego (1986: 75) pontua os objetivos que devem guiar a
comunicação:
“Na área externa, o sistema de comunicação empresarial deverá irradiar informações integradas aos compromissos de desenvolvimento e identificadas com as aspirações dos consumidores (...) Projetar um conceito adequado das organizações perante públicos internos e externos, consistentes com suas políticas, crenças e valores; Projetar junto a centro irradiadores de opinião e poder o pensamento ideológico da organização, de forma que os resultados dessa projeção possam favorecer o desempenho operacional e administrativo...”
Foi-se o tempo dos profissionais que eram pagos para agregar valor
somente à imagem dos produtos, que não enxergavam nada mais do que a
porcentagem dos lucros, “a imagem é um negócio sério, é o ativo mais
importante da empresa, e por isso não pode ficar na mão de especialistas que
só pensam em mercado”, Lorenzetti (1989). Com isso, da mesma forma
28
acabou a época das portas fechadas, das empresas que acreditavam que
poderiam construir uma imagem de valor somente com seus produtos. A
imagem da empresa passou a ser construída sobre o relacionamento que essa
tem com a sociedade. Kunsch (1986) diz que não podemos considerar uma
organização social somente na sua forma interna, mas em relação com o
ambiente em que ela vive, incluindo aspectos ecológicos, sociais, econômicos
e culturais, entre outros. Com essa visão, o consumidor poderá avaliar se a
instituição é ou não merecedora de confiança, de credibilidade.
As empresas, e igualmente os consumidores, sabem que o lucro é que
mantêm as empresas ativas, mas o lucro não é mais o único fator a ser
considerado pelas organizações. Elas observam que o seu comprometimento
com melhorias sociais é importante e acaba tornando-se parte de seus
objetivos, como observa Torquato (1991: 84): “O conceito de crescimento,
voltado exclusivamente para o lucro, cede lugar ao conceito de
desenvolvimento integral, onde emerge a figura do Homem, como agente, meio
e fim do processo econômico”. Do mesmo modo diz Palma (1994: 26), “O que
deve importar, realmente, é o homem, inicio, meio e fim do processo
empresarial. A engrenagem é a empresa”.
É para o homem que as empresas devem trabalhar, pois é o homem
o comprador dos produtos, o usuário dos serviços que essas empresas
oferecem. Se não houver a venda, não há negócio e não há vida para essas
instituições. As empresas precisam conquistar o consumidor e mantê-lo como
parceiro nessa sociedade de trocas, visto que o homem também precisa das
instituições privadas, além das públicas, para satisfazer suas necessidades de
vida em sociedade. Kunsch (1986) afirma que as necessidades básicas como
alimentação, vestuário, transporte, salário, lazer, segurança e moradia, assim
como a satisfação social e cultural são atendidas por meio de organizações e
nas organizações. Não pode existir uma sociedade sem que homens e
instituições interajam um com o outro. Cardoso (2006) chama a atenção para
uma nova relação “homem/organização/mundo”. O autor afirma que por meio
29
dessa nova relação, o homem é compreendido como um ser total e que pensa
criticamente, age eficiente e eficazmente e sente-se criativamente como parte
do todo e como o todo da parte.
Sendo assim, o homem, consciente de seus direitos e deveres de
cidadão, não contribuirá com empresas que agridem o meio ambiente,
exploram trabalhadores ou prejudicam o bem-estar de sociedade. Manera Filho
(1997) afirma que essa cobrança do consumidor por uma postura mais ética
das empresas vem se difundindo por todo o mundo, transformando-se, em
alguns casos, até em critério para a escolha de determinado produto. Nos
Estados Unidos e na Europa, por exemplo, é comum a organização de
movimentos de cidadãos que boicotam artigos manufaturados que provocam
danos ao ambiente durante o processo de industrialização, ou que utilizam
mão-de-obra infantil em sua cadeia produtiva.
É a imagem social de uma empresa fechando ou abrindo portas para o
seu público-alvo. E esse pode ser um fator decisivo dentro de um mercado
cada vez mais concorrido, onde a sobrevivência das empresas é uma luta
diária pela conquista de consumidores. Almeida Costa (2000) afirma que com a
adoção de uma “causa”, a organização torna-se mais ética, o que resulta numa
percepção e intenção de compra significativamente maior por parte do
consumidor. O autor diz ainda que os profissionais de comunicação devem se
preocupar com uma nova área humana ao desenvolverem seus processos
comunicativos. Para que um produto após despertar desejo de compra no
consumidor, mantenha sua preferência, é necessário que haja um amplo
processo de comunicação que se inicia – e se sustenta – na imagem
institucional da empresa que o produz. Com isso, a imagem social das
empresas torna-se fator indispensável na conquista e manutenção do seu
público consumidor, que passa a considerar a postura social da empresa na
hora da compra.
30
A imagem social positiva é um diferencial decisivo em relação à
concorrência e a comunicação institucional a ferramenta necessária para que
essa divulgação seja percebida de forma eficiente junto às pessoas. Para
Yanaze (1999) vivemos em um mercado que se transforma em grande
velocidade, cada vez mais globalizado e ao mesmo tempo altamente
segmentado, concorrencial, múltiplo e diverso, onde a maior preocupação das
empresas está em desenvolver suas próprias estratégias de auto-preservação
e de crescimento. Para isso, mais do que em qualquer outro momento da
história, elas colocam-se em uma relação de conquista continuada de seu
público. Com isso, a imagem social da empresa vem somar a qualidade dos
produtos que a mesma oferece. Para Cardoso (2006), “a imagem pública das
organizações passou a representar um fator estratégico tão importante quanto
os produtos e serviços. As empresas querem ser reconhecidas não apenas por
sua marca ou por suas atividades específicas, mas por sua atuação como
empresas cidadãs”.
Nesse universo de novas exigências, a comunicação é fundamental no
processo de criação de imagem institucional às empresas que investem em
projetos sociais. Pinto (1994: 52) explica a função da comunicação nesse
processo:
“Na área de relações com a comunidade o papel da Comunicação é fundamental, não só como apoio à sua realização, mas até mesmo para que elas alcancem a maior dimensão possível e revertam em benefícios para o maior número possível de pessoas. Uma tendência moderna das empresas que investem em projetos comunitários é o de dar partida a movimentos que possam, gradativamente, se auto-sustentar – quer dizer, que possam ter prosseguimento, a partir de uma ação inicial desfechada pela empresa – levados pelas próprias comunidades, o que permite multiplicar o número de projetos e o de beneficiários”.
Todas essas mudanças que estão ocorrendo, são conseqüências da
identidade do novo consumidor que define parâmetros para sua vida,
estabelece metas, organiza-se, questiona a qualidade, é mais exigente e grita
mais do que gritava no passado. A ideologia do consumo, aos poucos, abre
31
espaços para a consciência do cidadão que compra, mas quer saber se a sua
compra não implicará em prejuízos à natureza ou ao meio social que compõe.
Com base nesta percepção, Pinto (1994) conclui que a empresa que investe
recursos em projetos comunitários deve colher frutos para a manutenção ou
melhoria da sua imagem pública no mais vasto âmbito praticável.
2.3 O quê a comunicação empresarial pretende com o seu público-alvo
“Cada vez mais, as grandes empresas dedicam
esforços e recursos para melhorar suas relações
com a comunidade”
Eduardo Pinto
O mundo dos negócios é ágil e não admite omissão das empresas que
participam dele. Por isso, todo dia, as empresas lutam, entre si e contra suas
próprias fraquezas, para manterem-se num bom nível competitivo dentro do
mercado. E, além disso, elas atualmente percebem o cliente como um
consumidor e cidadão que não julga somente os seus produtos e serviços, mas
também, confere atenção à postura sócio-ambiental dessas instituições. Rego
(1986), por exemplo, fala que os dirigentes de organizações já se
conscientizaram de que o lucro não é o único objetivo das empresas, na
medida em que o exercício de sua responsabilidade social garante e viabiliza a
continuidade e a expansão organizacional, sem as pressões e resistências
sociais. Palma (1994) também discorre sobre o assunto ao observar que a
finalidade de uma instituição privada é o lucro, porém, não só o lucro. O autor
afirma que as empresas têm uma visão mais ampliada do consumidor e
buscam a satisfação dele de forma mais abrangente. Então, o consumidor
acaba por se tornar um parceiro social, pois permite a essas instituições o
desenvolvimento das suas atividades de uma maneira socialmente mais calma.
Quando bem ajustada às demandas reais de diálogo entre os
parceiros, a comunicação faz com que instituição e população se conheçam
melhor, gerando relações proveitosas para ambos os lados. Principalmente
32
quando a difusão é feita com bom senso; Torquato (1991) diz que
competência, qualificação, sensibilidade e capacidade de adaptação às
circunstâncias, no uso do diálogo, são necessárias à eficácia de uma política
de comunicação com a sociedade.
As pessoas estão cada vez mais observando a atuação das
organizações no meio social. Com isso, elas estão deixando de ser só
consumidoras, elas também estão atuando como cidadãos – e cidadãos
conscientes das responsabilidades que as empresas devem apresentar
perante a sociedade. “Portanto, outro objetivo da comunicação
empresarial/organizacional é a busca do desenvolvimento econômico, social,
cultural e educacional da população como um todo...” (BRAGA, 2004: 24).
CAPÍTULO 3 COMUNICAÇÃO INTEGRADA E SEU PLANO ESTRATÉGICO
“Nossa capacidade de comunicação não é medida
pela forma como dizemos as coisas, mas pela
maneira como somos entendidos”
Andrew S. Grove
A comunicação que trabalha a imagem institucional deve ser feita de
forma que não fique caracterizada publicidade mercadológica. A credibilidade a
ser trabalhada não mantém o foco no produto ou serviço. O que deve ser
comunicado é o valor social da empresa: suas ações com o meio ambiente,
sua política e filosofia. Até a imagem dos dirigentes comunica os valores da
instituição, que deve apresentar-se ao público de forma social e responsável.
Rego (1986) explica que a mensagem que discorre sobre o trabalho da
empresa deve ser trabalhada como informação jornalística. A empresa deve
ser apresentada como entidade econômica com lugar definido na economia de
uma Nação. Trata-se, na verdade, de desenvolver a fundo uma imagem de
empresa, levando-se em consideração que a imagem criada pela publicidade
33
é, frequentemente, artificial. Para Cardoso (2006) a comunicação
organizacional necessita ser entendida, de maneira integral, como elemento
que atravessa todas as ações de uma empresa ou organização e que configura
de forma permanente, a construção de sua cultura e identidade. O autor, além
disso, afirma ser clara a contribuição dos processos de comunicação no
desenvolvimento de formas de inter-relação mais participativas e, portanto,
mais comprometidas, dando maior flexibilidade às organizações como base de
sua permanente transformação e facilitando sua interação social de modo
responsável para conjugar seus interesses com as condições culturais,
econômicas e políticas nas quais se movem.
Para atingir seus objetivos estratégicos a comunicação institucional
das organizações deve ter direcionamento e motivações claras, afirma Manera
Filho (1998). Para a projeção de imagem há toda uma gama de meios de
comunicação de massa ao dispor das empresas. Essas devem escolher quais
se encaixam nas suas necessidades e possibilidades e desenvolver
mensagens coerentes com suas ações. Pinto (1994: 51) comenta sobre o
trabalho do profissional de comunicação:
“O comunicador, qualquer que seja a sua origem profissional – na maior parte dos casos é o jornalismo -, deverá se conscientizar da necessidade de desenvolver uma visão empresarial, do mundo dos negócios, das relações interpessoais e entre as diversas entidades e instâncias de poder e decisão. Da mesma forma, deverá perceber o alcance e os limites dos vários canais e meios de comunicação e seus reflexos sobre a existência e atuação de sua empresa e das pessoas que nela trabalham,...”
O profissional, dentro da assessoria de comunicação, deve trabalhar
para desenvolver a imagem correta da instituição, pois o compromisso com a
verdade sempre será com a comunidade. Embora o mesmo queira que a
empresa em que trabalham seja percebida de forma positiva, este profissional
deve-se sempre valer do compromisso com a ética e com a sociedade, que o
compromete em dizer sempre a verdade. Lorenzetti (1989) afirma que o
34
trabalho sério procura saber como essa projeção de identidade, que forma a
imagem, é percebida. E, na maioria das vezes, os públicos a percebem de
forma diferente. Aí a projeção perde toda a credibilidade, geralmente porque se
baseia apenas em palavras que não têm respaldo nas ações e na postura da
empresa.
A imagem não deve tentar refletir aspectos diferentes da identidade da
organização. Os atos, a filosofia, a política, os objetivos devem ser passados
sem maquiagem, sem tentar criar auras celestiais sobre a imagem da empresa.
A comunicação deve levar em consideração somente o que é diz respeito a
verdade da instituição. “A força da imagem de uma empresa ou instituição esta
diretamente relacionada com a consistência de seus atos, com a coerência
entre o discurso e a ação. Envolve muito mais do que simples divulgação ou
propaganda; envolve posturas, consciência social, planejamento estratégico”,
Lorenzetti (1989).
O que o público deve enxergar é uma instituição que, além de
objetivos econômicos, tem um papel social sério com o meio público e que é
capaz de contribuir, relevantemente, para a qualidade de vida da sociedade e
do meio ambiente os quais faz parte. “Não estamos lidando apenas com
clientes internos ou externos, nós estamos lidando com cidadãos (...) Estamos
lidando com um Estado feito de pessoas, de gente que tem aspirações, que
tem que ter esperanças para o dia de amanhã”, Dines (1997).
3.1 A importância da comunicação integrada nas organizações
“ A comunicação pode sintonizar a empresa com
as demandas de outras esferas da sociedade,
permitindo, no cenário de interdependência, que a
organização evolua com os diferentes públicos,
estabelecendo um relacionamento mais eficiente”
Rudimar Baldissera
35
Empresas hoje têm adotado o sistema de Comunicação Integrada,
comunicação esta que envolve diversas ações analisadas e planejadas em
conjunto. A comunicação integrada surgiu nas organizações como forma de
aproximar os conteúdos dos diversos setores dentro de uma empresa. Com
esta aproximação, houve a necessidade dos profissionais de comunicação,
publicitários, relações públicas, designers e jornalistas, dentre outros,
passarem a trabalhar em conjunto, complementando as várias competências
das habilidades distintas. Para Margarida Kunsch (2003) o jornalismo
empresarial, relações públicas e propaganda formam o tripé que organiza os
fluxos de irradiação das informações sobre as organizações.
A união das comunicações institucional, mercadológica e interna deu
origem ao que hoje chamamos de composto de comunicação organizacional e
tornar sua aplicação correta é fundamental para que as empresas desenvolvam
ações integradas para atender a diferentes públicos. Kunsch (2003:150)
considera que:
“Uma junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna e da comunicação administrativa, formam um mix composto da comunicação organizacional.”
Entender o que faz cada ramo da comunicação é importante para
acertar o objetivo final. A comunicação institucional, por exemplo, tem como
finalidade construir e manter a imagem da organização junto ao seu público
externo. Trabalhar a imagem do cliente por meio da comunicação integrada é
necessário fazer um plano estratégico e para iniciar este plano é importante
realizar um diagnóstico da empresa. Os planejamentos devem ser exclusivos,
pois, cada empresa apresenta peculiaridades que influenciam o processo de
comunicação. Não há como aplicar fórmulas prontas para diversas
organizações. Uma observação importante é que quando falamos em
organização, estamos nos referindo também a entidades e instituições públicas
36
e privadas. Almeida Costa (2000) acredita que se as organizações se
alinharem na defesa de grandes causas, provavelmente poderão preencher em
parte a necessidade de pertencer das pessoas, o que será bem mais
significativo do que aqueles simples relacionamento de compra e venda.
Um bom plano de comunicação deve conter a definição do público-
alvo a ser atingido, deve deixar bem claro qual o posicionamento da empresa,
ou seja, a identidade e a imagem que pretende passar, além de colaborar
formas de firmar a marca perante o mercado. Tudo isso contribui para melhor
entendimento do público interno e externo e obter maior aceitação das
atividades da organização.
Dento de um projeto integrado, cada profissional deve exercer as
atividades que competem a sua área, afinal foi preparado para isso. “Com um
sistema integrado, os vários setores comunicacionais de uma organização
trabalham de forma conjunta, tendo ante os olhos nos objetivos gerais e ao
mesmo tempo respeitando os objetivos específicos de cada setor” (KUNSCH,
2003).
3.2 Comunicação Interna
“ Comunicar é mais que informar, é atrair, é
envolver”
Quézia de Alcantara
A comunicação interna tem um valor bastante significativo numa
organização. Observa-se que uma pessoa pode adquirir informações e
conhecimentos e mesmo assim não star se comunicando. Existe uma diferença
entre informação e comunicação. Nas empresas não é diferente. Muitas
informações são produzidas e causam impacto na vida dos funcionários, mas
nem sempre geram mudanças de atitude, ou ainda, causam confusão porque
não foram divulgadas de forma adequada. Informações sequer chegam aos
37
verdadeiros destinatários porque um gestor não identificou a essência
comunicativa de determinado fato. 10Mario Persona (2008) afirma que a maioria
das empresas não se preocupa muito coma a comunicação, seja ela interna ou
externa, e acredita que o problema seja cultural. Para muitos, comunicar-se é
simplesmente transmitir ideias, e desde que a pessoa seja capaz de falar, ela é
considerada preparada para se comunicar. Mas não é só isso. Um colaborador
pode até saber falar, mas se não for alimentado com a mensagem correta e
com a cultura da empresa, abrir a boca pode ser pior. O papel da comunicação
interna são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro
de uma empresa ou instituição. Ela é responsável por fazer circular as
informações, o conhecimento, de forma verticalmente, ou seja, da direção para
os níveis subordinados e horizontalmente, entre os empregados do mesmo
nível de subordinação, “permitindo a troca de experiência e/ou informações
entre os pares”. Ribeiro (2008) Marin (1997) considera que a comunicação
horizontal é aquela que se dá entre as pessoas consideradas iguais,
hierarquicamente em uma organização.
Segundo Marchiori (2001) a busca da valorização da comunicação
interna deve ser entendida como estratégia básica dos empresários que
desejam a efetividade de sua organização. Chega ser irônico pensar que neste
novo mundo, altamente tecnológico, com tantas informações, o sucesso de um
empreendimento continua a estar centrado nas pessoas. É por meio da
comunicação que uma organização recebe, oferece, canaliza informações e
constrói conhecimento, tomando decisões mas acertadas.
As empresas de pequeno e médio porte demoraram a adotar a
estratégia da comunicação interna. E ainda hoje, existem empresas que não
investem neste tipo de ação. Que por sinal, é um investimento para a
realização dos objetivos da empresa. Mario Persona (2008) acredita que isso
acontece também por falta de cultura e adaptação ao dinamismo do mercado. 10 Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Entrevista concedida à Revista Fitness Business em 19/10/2007. http://www.mariopersona.com.br/entrevista_revista_fitness-business_comunicacao_interna.html
38
As empresas em uma economia emergente, como a brasileira, estão mais
preocupadas em produzir e vender. Vejo nas empresas uma preocupação
muito grande com produtividade, qualidade, processos e tudo mais, coisas
muito importantes. Mas se você tiver qualidade e ninguém souber disso, não irá
adiantar todo o esforço empregado para chegar a essa qualidade. Para
Marchiori (2001) as ações da empresa devem ter sentido para as pessoas,
sendo necessário que encontrem no processo de comunicação as justificativas
para o seu posicionamento e comprometimento.
A importância da comunicação interna para as organizações faz com
que os colaboradores sejam parceiros, e quanto mais bem informados
estiverem, mais envolvidos estarão com a empresa, coma visão e missão da
mesma. Fica claro que a comunicação interna amplia a visão do colaborador,
dando-lhe um conhecimento sistêmico do processo. Para Bueno (2005) os
empregados são os “melhores porta-vozes” da instituição em que trabalha. Sua
opinião sobre a organização vale muito para quem está de fora. Ele é o maior
protagonista de sua organização. Investir na comunicação que seu colaborador
fará da empresa é indispensável para qualquer organização.
A comunicação interna pode trazer benefícios para a empresa desde
que ela seja eficiente. Mario Persona (2008) afirma que uma comunicação
interna eficiente dissemina a cultura da empresa uniformemente e até
aprimora com as contribuições individuais. Os seres humanos aprendem muito
por imitação, e se consigo treinar pessoas com uma comunicação eficaz, isso é
contagioso. Se eu não tomar qualquer providência neste sentido, elas
continuaram coma a comunicação que trouxeram de fora da empresa, nem
sempre adequada. O problema é que isso também é contagioso.
Toda organização está inserida num mercado altamente competitivo. A
tecnologia trouxe grandes benefícios para a comunicação interna. “ Hoje é
muito mais fácil criar murais eletrônicos, boletins, fóruns de discussão e até
estimular os colaboradores a trocarem informações para aumentar o nível de
39
conhecimento geral da empresa” Mario Persona (2008). O processo de
comunicação interna precisa ser valorizado e os canais que ela dispõe (jornais,
boletins, internet, murais etc) disponibilizados de forma eficaz e atrativa para
que realmente cumpram sua missão de integrar todo o quadro funcional de
uma organização. “ A comunicação interna tem uma função importante, no
sentido de fazer circular as informações novas, promover o debate e a
interação entre os vários segmentos da organização e, sobretudo, captar os
funcionários para os novos desafios”. 11BUENO (2005)
3.3 As ferramentas da comunicação inseridas nas organizações
“O profissional de comunicação tem de
compreender que multilinguagens funcionam
simultaneamente”
Heloisa Nogueira
Para alcançar uma comunicação eficiente é necessário utilizar as
ferramentas e os canais de comunicação adequados para cada tipo de
organização e diversos setores. Há de se ter a preocupação com o uso das
palavras, que precisam estar alinhadas com necessidade da empresa.
Diferentemente do que se utiliza e observa na comunicação nos meios
educacionais, na empresa, há de se ter o cuidado de oferecer ao receptor o
mecanismo de funcionamento do código da mensagem, assim como provocar
perda de tempo e esforço. Daí a necessidade d escolha das palavras e da
organização adequada dessas palavras em frases (CARVALHO E SERAFIM,
1995)
11 Wilson Bueno da Costa, Professor da UMESP e da ECA/USP, editor do Portal da Comunicação Empresarial online e da revista digital Comunicação & Estratégia. Diretor da Contexto Comunicação e Pesquisa. Livros recentes publicados: Comunicação Empresarial: teoria e pesquisas (2003) e Comunicação Empresarial no Brasil: uma leitura crítica (2005).
40
Lembramos o modelo tradicional para desenvolvimento de uma
comunicação eficiente que, de acordo com Kotler (1998), tem nove elementos
fundamentais:
“ Emissor- quem emite a mensagem para a outra parte; Codificação- o processo de transformar o pensamento em forma simbólica; Mensagem- o conjunto de símbolos que o emissor transmite; Mídia- os canais de comunicação através dos quais a mensagem passa do emissor ao receptor; Decodificação- o processo pelo qual o receptor confere significado aos símbolos transmitidos pelo emissor; Recptor- a parte que recebe a mensagem emitida pela outra parte; Resposta- as reações do receptor após ter sido exposto à mensagem; Feed Back- a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor; Ruído- distorção ou estática não planejada durante o processo de comunicação, que resulta em uma mensagem chegando ao receptor diferentemente da forma como foi enviada pelo emissor ”.
Quando um desses elementos não é respeitado, o processo de
comunicação enfrenta problemas difíceis de serem diagnosticados, que podem
trazer sérios danos aos objetivos e resultados da empresa.
Um problema a ser enfrentado em termos da efetividade da
comunicação é o ruído. Nesse sentido, é necessário uma atenção especial
para identificar e evitar tais barreiras/ distorções que prejudicam a
compreensão da mensagem em seu fluxo. Segue um quadro elucidativo das
questões referentes e ferramentas/ meios de comunicação na empresa.
Principais Ferramentas, Canais e Meios de Comunicação na empresa
Instrumento Qualidade Defeitos/ Limitações Conclusões
1
Conversa
informal
Natural-
prático-bilateral
Pode facilmente
degenerar em
conversa sem objetivo
Instrumento
essencial e de
uso
constante;
41
precisa ser
subordinado
ao
planejamento
para não
degenerar
2
Entrevista Bastante
pessoal e
natural.
Permite
comunicação
recíproca.
Pode ajudar a
levantar o
moral.
É difícil encontrar ou
preparar bons
entrevistadores
(trabalho estatístico,
mas do que técnico)
Instrumento
básico muito
usado e,
quando bem
usado, de
possibilidades
ilimitadas
3
Aviso por
sistema de
alto- falantes
Rápido.
Permite à
administração
alcançar todos
os empregados
ao mesmo
tempo.
Impessoal, unilateral.
Serve apenas para
mensagens curtas.
Embora não
essencial,
constitui
auxilio valioso
em algumas
situações
4
Telefonema Muito útil.
Prático.
Bilateral.
Rápido.
Não permite a
comunicação face a
face.
Indispensável
5
Reunião
parlamentar
Permite
comunicação a
um número
limitado de
pessoas.
É unilateral e quase
impessoal
Útilito em
determinadas
situações.
Seu uso
deveria ser
muito restrito.
42
6
Reunião
didática
Instrumento
muito útil ao
treinamento
empresarial.
Exige o concurso de
indivíduos técnicos e
técnicas de ensino
São eficientes
em alguns
tipos de
treinamento
7
Reunião de
debate
Permite
comunicação
nos dois
sentidos. Bem
liderada, leva a
conclusão das
quais o grupo
participa e
aceita
É difícil encontrar e
formar líderes de
reuniões
É instrumento
de inestimável
valor em
muitas
situações.
8
Pesquisa de
atitude e
opinião
É capaz de
revelar
assuntos
interessantes e
desconhecidos.
Potencialmente
representa um
levantamento
do moral
É instrumento
complexo que
demanda, em geral, o
concurso de
especialistas para não
incorrer em revelações
precipitadas. As
revelações podem
estar erradas.
Instrumento
de grande
valor, quando
usado com
critério.
9
Comunicação
em quadro de
aviso
Rapidamente
atinge grande
número. Útil.
Impessoal. Unilateral. Instrumento
muito valioso.
10
Comunicação
nos
contracheques
Geralmente
desperta
atenção.
Só permite
comunicação muito
breves.
Instrumento
útil para
comunicações
muito breves
(CARVALHO E SERAFIM ,1995:83)
43
CONCLUSÃO
Se há algumas décadas a comunicação já era notada e usada como
aliada na construção de uma imagem social positiva das empresas, nesse novo
milênio ela passa a integrar o corpo das diretorias empresariais.
É o reconhecimento de uma área que pode mudar os rumos de uma
empresa e também da sociedade. Pois quando ela ouve os dois lados e
articula um diálogo sem maniqueísmos entre esses atores, a Comunicação
Empresarial acontece e permite que idéias e anseios sejam expostos e
trabalhados de forma que empresa e cidadãos trabalhem juntos por bens
comuns. Não que a comunicação seja o remédio para todos os males, mas ela
é o canal por onde os esforços fluirão para que o conhecimento seja colocado
ao alcance de todos. Por um lado temos a empresa que deve prestar contas à
sociedade, explicando o que está acontecendo, mostrando quais são os
projetos que pretende fazer e o porquê de fazê-los. De outro lado, é o cidadão
que precisa e quer saber o quê e como as empresas fazem pelo meio de onde
tiram energias e sustento para suas atividades.
O diálogo que a Comunicação Empresarial estabelecerá e divulgará
em mão-dupla será essencial nesse novo contexto onde o consumidor torna-se
ciente de seus direitos e a empresa consciente de sua responsabilidade social.
Ao comunicador, cabe o exercício da verdade e ética, sabendo que ele também
está inserido, junto com empresa e cidadão, no meio social.
45
ANEXO 1
ARTIGOS
Comunicação interna
:: Será que dá para vestir a camisa da empresa? * Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor doprograma de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP e de Jornalismo da ECA/USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa
"Nossos colaboradores são o maior patrimônio da empresa". Com certeza, se você já assistiu a algum vídeo empresarial, costuma ler house-organs empresariais, folhetos institucionais ou mesmo tem prestado atenção nos discursos de gerentes de RH em eventos da área, deve estar cansado desta frase, absolutamente hipócrita na maioria dos casos. A prática não condiz com a realidade porque, sobretudo nesses momentos de crise, empresas, mesmo as mais prestigiadas, costumam se livrar dos seus "colaboradores" de maneira truculenta, como fez a Embraer semanas atrás, quando chutou sem dó os traseiros (ou foi punhalada nas costas?) de mais de 4.000 funcionários. É por isso que devemos concordar com pesquisa recente, realizada pela consultoria de Recursos Humanos Gallup, junto a mais de mil pessoas da população economicamente ativa de diversas capitais brasileiras sobre o ato nobre de "vestir a camisa". O que a consultoria descobriu? A verdade. A maioria dos funcionários não se compromete as organizações e se recusa terminantemente a vestir a camisa, exatamente porque não se identifica com elas (e deveriam?). E isso acontece por inúmeros motivos, desde o clima organizacional que não é nada saudável , ambientes que não privilegiam a comunicação interna e inclusive problemas relativos à falta de reconhecimento por parte da empresa. É aquela toada de sempre: o "colaborador" até que colabora, mas e onde está a contrapartida da empresa? No fundo, é, como sabemos, uma questão de
46
gestão de pessoas e de comunicação interna. Mas a gestão de pessoas e a comunicação estão vinculadas à cultura organizacional e, infelizmente, para boa parte das organizações, a gestão continua autoritária, com pouco incentivo à participação, assédio moral (será que a Ambev já resolveu o seu problema?) , desestímulo à divergência de idéias e opiniões (você conhece a frase: manda quem pode, obedece quem tem juízo?). Nossas organizações, com raras exceções, continuam dinossáuricas em termos de gestão de pessoas e de comunicação interna, essa então a prima pobre da comunicação organizacional, mal tratada como uma Gata Borralheira nas mãos da bruxa malvada das chefias intermediárias. No ano em que se comemora os 150 anos do livro emblemático de Charles Darwin que embasou a Teoria da Evolução como a que concebemos hoje, podemos concluir que o universo empresarial, no que diz respeito à gestão de pessoas e à comunicação interna, evoluiu muito pouco e ainda está agarrado a valores e posturas de séculos passados. Os tentilhões de Darwin eram mais evoluídos do que as cabecinhas de alguns "capatazes"de RH. Uma organização moderna pratica a gestão do conhecimento (e valoriza também os seus funcionários menos graduados), tem chefias que promovem o diálogo, reconhece os esforços dos seus colaboradores e os incentiva, cria condições para um ambiente interno saudável e produtivo, convive com a diversidade e se caracteriza por uma comunicação interna democrática, transparente, ética. Mas as nossas organizações (saudemos as exceções, é lógico, mas elas são muito poucas) preferem usar a chantagem da ameaça de demissão (se estiver descontente, há um montão de gente querendo o seu emprego!), demonizam a Rádio Peão (que apenas repercute o que está acontecendo internamente) e costumam buscar bodes expiatórios para justificar o mal estar interno .Isso é coisa do Sindicato, dizem elas, quando a gente sabe que os sindicatos andam mais pelegos do que nunca, com raríssimas exceções e muitos deles estão mais interessados em ocupar espaço nas estruturas governamentais
47
do que em liderar os associados. A comunicação interna anda um horror, reduzindo-se quase sempre a um veículo formal, absolutamente pausterizado, cosmético, repleto de baboseiras, mais um instrumento de convencimento (que não funciona) do que de interação. Os house-organs continuam repetindo a velha cantilena de "babar" sobre a empresa e principalmente sobre as chefias e direções, aquela história de "somos a melhor empresa para trabalhar", "ganhamos o selinho tal", "vencemos o prêmio de comunicação" etc etc. Enfim, uma hipocrisia e um cinismo que só enganam diretores e empresários acostumados a receber elogios porque têm um ego avantajado e preferem ouvir mentiras do que encarar a verdade. Gerentes de comunicação interna talvez estejam concentrando seus esforços (muitos efetivamente não pensam em outra coisa) para ganhar prêmios de comunicação de entidades da área (puxa, sua empresa ainda não tem um? Todo mundo tem!), preocupados mais com o quadrinho na parede ou troféu em cima da mesa do que com a excelência do relacionamento com os "colaboradores". Na verdade, quem não anda vestindo a camisa das organizações são as chefias e diretores que vestem a própria camisa, buscam sua promoção pessoal e descuidam dos relacionamentos com os públicos internos. São pródigos em arrumar justificativas para o descontentamento dos "colaboradores" (esse pessoal não quer saber de nada!) e incompetentes para planejar ações e processos concretos para qualificar a comunicação interna. Funcionários desmotivados, com a auto-estima no chão, não podem mesmo (e não devem) vestir a camisa das organizações que lhes trata mal e que, na primeira oportunidade, lhes viram as costas, como fez a Embraer, uma empresa boa para fabricar aviões mas com um coração de aço, uma gestão de pessoas de fundo de quintal. As empresas têm um discurso grandiloquente, pomposo, arrogante, mas não estão dispostas efetivamente ao diálogo e imaginam que, com papo mole, conseguem convencer-nos de suas "boas" intenções, mas são desmascaradas
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imediatamente quando a crise se aproxima. Os funcionários só vestirão a camisa das organizações, quando se sentirem orgulhosos delas, comprometidos com os seus objetivos, missões, e reconhecidos internamente. O ato de vestir a camisa não depende apenas dos funcionários, mas da postura das organizações, da sua capacidade de envolvê-los, de conquistá-los. Não será com ameaça, com chicote que esse comprometimento será obtido e as organizações já deveriam ter percebido isso (afinal de contas, a ditadura - ou a ditabranda como prefere a Folha de S. Paulo - ficou defasada no tempo). Não adiantam campanhas destinadas a fazer com que os funcionários vistam a camisa porque compromisso só se consegue com uma troca efetiva, com credibilidade, com confiança recíproca, com respeito e comunicação democrática. Com certeza, chefias e organizações que estão nos lendo devem achar que tudo isso é utopia e continuarão a fazer como sempre fizeram: tratam mal os funcionários, avacalham a comunicação interna e depois gastam uma grana para se proclamarem socialmente responsáveis, cidadãs. Muitas delas estarão desde já empenhadas em fraudar pesquisas e comprar espaços para figurarem nos rankings das melhores empresas para trabalhar que enchem os cofres de revistas e consultorias todo final de ano. A verdade é crua: os funcionários só vestirão a camisa quando isso valer a pena. Parece que muitas organizações andam oferecendo peças de vestuário de péssima qualidade e ninguém quer sair por aí exibindo essas coisas. Será que as organizações não querem colaborar com os "colaboradores"? Será pedir muito?
Em tempo 1: os funcionários que permaneceram na Embraer deveriam vestir a camisa?
Em tempo 2: cuidado com o exemplo das empresas que apareceram no suplemento do Estadão por ocasião da reportagem sobre a pesquisa do Ibope mencionada aqui. Talvez seja melhor consultar o Sindicato dos Metalúrgicos ou os funcionários diretamente
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para confirmar se a Volks é realmente aquela "Brastemp" mencionada na matéria. Quem se lembra do episódio da Autovisão, das demissões freqüentes, sabe que as coisas não são necessariamente como parecem ser. O jornalismo brasileiro, sobretudo nos suplementos de RH, continua patronal, oficialesco, louquinho para agradar grandes corporações e continuar merecendo anúncios. Há suplementos que são mais falsos e comprometidos do que muitos house-organs empresariais.
A reportagem tem cara de "pau mandado",com fotos cedidas pela área de comunicação da Volks, mas será muito mesmo pedir espírito crítico quando a intenção é mesmo bajular , procurar o "bom" exemplo. Pelo menos, ficou mais fácil fazer a matéria. O bom jornalismo ouviria o outro lado, mas o jornalismo anda pendendo para um lado só: o da grana e da preguiça. Ninguém vai poder dizer que o (a) repórter que fez a matéria não vestiu a camisa da Volks.
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Comunicação Empresarial, uma ferramentaestratégica Sônia Pessoa_ Encontrar artigo completo emhttp://www.bocc.ubi.pt/pag/pessoa-sonia-comunicacao-empresarial-estrategica.pdf Índice 1 Breve histórico da Comunicação Empresarial . . . . . . . . . . . . 1 2 A Comunicação como Estratégia de Gestão . . . . . . . . . . . . . 11 3 Referências Bibliográficas . . . . 15 Este artigo pretende discutir o que é comunicação empresarial e sua importância para o sucesso das empresas contemporâneas. O texto foi produzido originalmente como capítulo da monografia Introdução ao Estudo da Comunicação Empresarial no Brasil – da tática à estratégia uma importante ferramenta de marketing, trabalho apresentado como conclusão do curso de Especialização em Gestão Estratégica de Marketing, no Unicentro Newton Paiva. 1 Breve histórico da Comunicação Empresarial No início do século XX ocorreram as primeiras ações de Comunicação Empresarial _Jornalista e Professora de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), pósgraduada em Gestão Estratégica de Marketing, mestranda em Estudos Linguísticos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). nos Estados Unidos. Em 1906, o jornalista Ivy Lee, que atuava em Nova Iorque, decidiu deixar a profissão de lado para montar o primeiro escritório de Relações Públicas (RP) de que se tem notícia (Amaral, 1999). Mas a decisão de Lee foi baseada em um bom motivo, que lhe garantiria fama e história. O objetivo era concentrar esforços para recuperar a credibilidade do empresário John D. Rockfeller, acusado de combater impiedosamente as pequenas e médias organizações. A saga de Rockfeller em busca
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do lucro a qualquer preço – modelo praticamente inaceitável décadas mais tarde – havia se transformado em uma ameaça à sua reputação.
ANEXO 2
ENTREVISTA
Revista Fitnees Business em 19/10/2007
Revista Fitness Business - Você acredita que as empresas fazem uso
correto da comunicação interna para melhorar o relacionamento entre
seus funcionários e até mesmo com o público externo?
Mario Persona - Infelizmente a maioria das empresas não se preocupa muito
com a comunicação, seja ela interna ou externa, e acredito que o problema
seja cultural. Para muitos, comunicar-se é simplesmente transmitir idéias, e
desde que a pessoa seja capaz de falar, ela é considerada preparada para se
comunicar. Mas não é só isso. Um colaborador pode até saber falar, mas se
não for alimentado com a mensagem correta e com a cultura da empresa, abrir
a boca pode até ser pior. A primeira coisa que uma pessoa deve aprender ao
entrar em uma empresa é saber qual a história que deve contar para colegas e
clientes. Entenda como história a mensagem, cultura, valores, benefícios e
coisas do tipo. Sim, pois comunicação nada mais é do que contar histórias, e
os melhores comunicadores são aqueles que contam as melhores histórias
sobre si mesmos e sobre os produtos ou a empresa que representam. Quando
digo que a empresa tem uma história para contar, isso não quer dizer o ano de
sua fundação ou coisas do tipo, mas simplesmente o que ela quer que sua
equipe e seu público conheçam a seu respeito, algo que crie um elo de
comunicação e relacionamento entre os colaboradores, e entre eles e os
clientes. Mas para isso é preciso que a empresa tenha feito a lição de casa,
tenha feito um planejamento de sua comunicação integrada, para poder assim
disseminar o mesmo discurso entre todos os seus colaboradores. Até bandidos
fazem isso quando são presos: passam a limpo entre eles o que vão dizer no
52
interrogatório para não caírem em contradição. Esse passar a limpo o discurso
nem sempre é feito nas empresas. Um cliente tem algum tipo de opinião sobre
uma empresa ou produto, e quando um colaborador consegue convencer o
cliente dos benefícios de seu produto ou serviço é porque conseguiu contar ao
cliente uma história melhor do que aquela que o cliente contava a si mesmo -
sua opinião - ou a que lhe era contada por um concorrente.
Revista Fitness Business - Por que a cultura da adoção de estratégias de
comunicação interna demorou a ser incorporada pelas empresas de
médio e pequeno porte? Ainda existem empresas que não investem neste
tipo de ação?
Mario Persona - Creio que isso aconteça também por falta de cultura e
adaptação ao dinamismo do mercado. As empresas em uma economia
emergente, como a brasileira, estão mais preocupadas em produzir e vender.
Vejo nas empresas uma preocupação muito grande com produtividade,
qualidade, processos e tudo mais, coisas muito importantes.
Mas se você tiver qualidade e ninguém souber disso, não irá adiantar todo o
esforço empregado para se chegar a essa qualidade. É preciso transformar
qualidade em mensagem e a mensagem só chega ao mercado mediante uma
boa comunicação, a qual começa em casa, ou seja, internamente. As
empresas começam a tomar alguns sustos hoje quando vêem que seus
clientes têm um poder de comunicação maior do que elas próprias.
Antigamente as mensagens que nos chegavam de empresas, produtos e
serviços vinham até nós basicamente da propaganda e do trabalho das
assessorias de imprensa. Hoje as informações chegam até nós por meio de
clientes e usuários, que já têm tecnologia para serem vistos e ouvidos por
milhares de pessoas.Se o cliente está tão bem aparelhado para comunicar
suas opiniões, que podem ser até prejudiciais à imagem de minha empresa, o
que eu tenho feito para estar em pé de igualdade ou até em vantagem para
comunicar os atributos daquilo que faço ou até para blindar minha empresa
contra uma comunicação equivocada que possa partir de clientes insatisfeitos?
Ou, pior ainda, o que fazer para a empresa ter um poder de comunicação
melhor do que alguns de seus próprios colaboradores, que têm uma rede de
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relacionamentos enorme e podem estar comunicando a eles o que não deveria
ser comunidado a respeito da empresa onde trabalham? Ou como prepará-los
para fazerem uso desse poder que eles têm, porém com um discurso afinado
com o da empresa?
Revista Fitness Business - Quais são os principais entraves que
dificultam uma comunicação interna eficiente?
Mario Persona - A comunicação deve começar de cima para baixo e depois se
disseminar horizontalmente. É preciso que a empresa tenha um plano de
comunicação integrada, o que nem todas se preocupam em ter. O negócio é
produzir, o negócio é vender - dizem elas. Era assim no passado, mas hoje
isso não é suficiente. Há também alguma confusão em algumas empresas que
pensam que comunicação interna não seja tão importante quanto a
comunicação com os clientes, mas talvez isso também venha de uma falta de
compreensão de que todos são clientes de todos. Se eu trabalho numa linha de
produção e furo uma chapa que receberá um parafuso na etapa seguinte, meu
colega da etapa seguinte é meu cliente e eu sou seu fornecedor. Se não existir
entre nós uma comunicação correta, o trabalho será prejudicado. E essa
"corrente de comunicação" não pára na porta da empresa.Existe uma outra
questão que é a do conhecimento interno que todas as empresas têm, que é
mais do que a soma de tudo o que todos sabem. Quando se fala de gestão de
conhecimento em uma empresa isso nada mais é do que saber gerir as
pessoas que compõem essa empresa e a comunicação entre elas. Pois o
João, que trabalha no "Departamento A", pode precisar de um conhecimento
que a Maria, do "Departamento B" possui, só que eles não se conhecem e não
sabem da existência nem da carência de um ou da disponibilidade que o outro
tem. Uma estratégia de comunicação interna cuidaria para que o João e a
Maria se conhecessem e tivessem idéia das habilidades e deficiências mútuas,
e fossem estimulados a manter um contato que servisse para nivelar por cima
o conhecimento interno da empresa.
Revista Fitness Business - Quais os benefícios que uma comunicação
interna eficiente pode trazer para a empresa?
Mario Persona - Uma comunicação interna eficiente dissemina a cultura da
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empresa uniformemente e até a aprimora com as contribuições individuais. Os
seres humanos aprendem muito por imitação, e se consigo treinar pessoas
com uma comunicação eficaz, isso é contagioso. Se eu não tomar qualquer
providência neste sentido, elas continuarão com a comunicação que trouxeram
de fora da empresa, nem sempre adequada. O problema é que isso também é
contagioso.
Revista Fitness Business - A tecnologia trouxe grandes benefícios para a
comunicação interna?
Mario Persona - Hoje é muito fácil você criar murais eletrônicos, boletins,
fóruns de discussão e até estimular os colaboradores a trocarem informações
para aumentar o nível de conhecimento geral da empresa. As reuniões usando
meios eletrônicos também são possíveis, mas muitas empresas simplesmente
proíbem toda comunicação com medo de seus colaboradores utilizarem a
tecnologia da maneira errada. Minha opinião é que as pessoas utilizarão sim a
tecnologia de maneira errada, a menos que sejam instruídas sobre qual a
maneira correta de fazê-lo. Tive uma colaboradora que se comunicava comigo
por um sistema de mensagens on-line, porém nunca ia direto ao assunto. Ela
sempre começava informando que ia falar, escrevendo simplesmente, "Mario".
Enquanto eu não respondesse "Sim?" ela não ia em frente. Então, ao invés de
simplesmente ir direto ao assunto, ela perguntava "Tudo bem?" e eu precisava
responder "Tudo bem" para ela finalmente revelar o que queria dizer. Às vezes
era apenas um recado, que poderia ter sido dado sem tantos rodeios.
Infelizmente ela ficou pouco tempo e saiu antes que eu pudesse treiná-la
corretamente na comunicação usando as novas tecnologias, e reconheço que
aqui cabe também o ditado "casa de ferreiro, espeto de pau". Entender como
usar as novas tecnologias é importante. Por exemplo, temos hoje a
comunicação síncrona e assíncrona a um toque dos dedos e é preciso saber
qual usar para obter eficácia. A comunicação síncrona é aquela que você
precisa de ambos interlocutores disponíveis, como o telefone. Eu só posso falar
com você se você quiser ou puder falar comigo. Já na comunicação
assíncrona, eu posso falar com você ainda que você não queira ou não possa
naquele momento. O e-mail e o messenger permitem isso. Você responde
55
quando puder ou quiser. Se eu não souber escolher que tecnologia usar,
acabarei importunando você com uma comunicação síncrona para dar um
recado de pouca importância que poderia ser dado por e-mail ou pelo
messenger. Coisas assim fazem parte da implantação de uma cultura de uso
eficaz de ferramentas de comunicação interna.
Revista Fitness Business - Que dicas você daria para as empresas
implantarem uma comunicação interna eficiente?
Mario Persona - A comunicação começa na contratação. Pessoas com
dificuldades de relacionamento e comunicação podem ser identificadas logo na
primeira entrevista e cabe à empresa avaliar se vale a pena investir ou não em
treinar aquela pessoa ou dar preferência a uma que já venha semi-pronta. Digo
"semi" porque sempre será necessário treinar cada colaborador.Mas não
existirá em quê ser treinado se não existir antes um plano de comunicação da
empresa, o que pode ser feito por profissionais de comunicação ou marketing.
E dê preferência a um plano que leve em consideração a vida real que as
pessoas levam no planeta Terra, e não fique satisfeito em simplesmente criar
uma frase bonita para chamar de missão, visão ou valores, emoldurá-la e fazer
a equipe recitar aquilo. Comunicação humana não acontece assim. Visão é o
que atrai todos numa mesma direção, missão é aquilo com o que todos
acabam sendo impregnados com uma comunicação eficaz carregada de
paixão, e valores é a soma daquilo que as pessoas trarão de casa. Daí saber
escolher muito bem na porta de entrada para não introduzir valores que
poderão arruinar sua visão e missão.
Revista Fitness Business - Por que muitas empresas delegam a
comunicação interna para o departamento de RH? Esse tipo de trabalho
não deveria ser feito pelo departamento de comunicação?
Mario Persona - No Brasil o departamento de comunicação acabou se
envolvendo demais com propaganda institucional, enquanto o RH felizmente
deixou aquela velha função de contratar e demitir pessoas para cuidar do pulso
humano da organização. Ambas as áreas são estratégicas e deveriam
trabalhar juntas, com a área de comunicação deixando de pensar apenas em
propaganda institucional ou de produto e passando a se preocupar mais com
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comportamento e relacionamentos, e o RH deixando os processos burocráticos
para fazer o papel que fazem os treinadores de times esportivos. Felizmente
em muitas empresas essas áreas já estão fazendo isso.
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ANEXO 3
INTERNET
A importância da comunicação interna
Para ela ser eficaz é necessário que se revele clara e transmita aos clientes internos subsídios que a organização julga imprescindíveis Por Flávio Moura, www.administradores.com.br A comunicação sempre foi a base do relacionamento humano e é responsável pela difusão de experiências, informações e ideias desde a Antiguidade, quando as formas de interação eram orais e gestuais, mas perdiam-se com o tempo e não alcançavam longas distâncias. Limitações que motivaram o homem a fazer uso de desenhos e, mais tarde, da escrita. Com o passar do tempo e adquirindo um sentido mais amplo, foi necessário aperfeiçoar ainda mais os canais de comunicação, principalmente no ambiente empresarial onde ela é a base de tudo e, portanto, decisiva no relacionamento com o mercado. O grande problema é que muitas vezes as empresas se preocupam tanto em comunicar-se com seus consumidores e esquecem de que os clientes internos também precisam obter acesso à informação, independentemente do cargo que ocupam. Afinal de contas, é sempre melhor que todos os colaboradores da organização sejam orientados por meio de um canal oficial do que propagarem informações imprecisas e distorcidas através do que chamamos "rádio-peão".Surge então a comunicação interna como meio de relacionamento entre empresa e colaboradores, mas para ela ser eficaz é necessário que se revele clara e transmita aos clientes internos subsídios que a organização julga imprescindíveis. Ao mesmo tempo, também é importante que tenha a capacidade de repercutir diretamente em seu trabalho, como é o caso dos comunicados que indicam mudanças operacionais, resultados da empresa, eventos culturais, treinamentos e até mesmo um espaço para os próprios colaboradores publicarem outras informações de seu interesse. Nas organizações, é comum que a área de Recursos Humanos esteja à frente do processo de comunicação, contudo todos os departamentos devem estar envolvidos, já que as informações compartilhadas são de interesse da empresa, não de um setor específico. Por conseguinte, a companhia deve estimular cada área a contribuir com seus canais e permanecer aberta e preparada para ouvir o colaborador. Assim eles saberão que são importantes, o que certamente os motivará a participarem ainda mais.
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Como se pode depreender, em alguns casos a comunicação interna tem ficado
em segundo plano nas organizações devido à pouca importância dada a ela.
Quando esse conceito é compreendido e trabalhado de forma coerente, o
processo comunicacional fica mais transparente, democrático e participativo,
requisitos vitais para o desenvolvimento e sobrevivência das companhias.
Todavia, os canais de comunicação não devem ser utilizados apenas por
grandes corporações. As pequenas empresas podem e devem implantar
ferramentas simples e que contribuam para a integração de todos. A grande
difuldade é desenvolver nas pessoas a cultura de buscar informações através
desses meios, pois nem sempre os colaboradores estarão dispostos a
acompanhar um quadro de avisos ou ler um informativo. Por isto, é necessário
despertar nas pessoas uma postura proativa, enfatizando sua importância e
benefícios. Um ambiente no qual impera comunicação clara e aberta contribui
para o desenvolvimento organizacional e estimula as pessoas a participarem
ativamente dos processos de mudança como protagonistas dos mesmos.
A importância da Comunicação Integrada nas organizações
A comunicação integrada surgiu nas organizações como forma de aproximar os conteúdos dos diversos setores dentro de uma empresa. Com isso, houve a necessidade dos profissionais de comunicação, publicitários, relações-públicas, designers e jornalistas, dentre outros, passassem a trabalhar em conjunto, complementando as várias competências das habilidades distintas. A união das comunicações institucional, mercadológica e interna deu origem ao que hoje chamamos de composto de comunicação organizacional e tornar sua aplicação correta é fundamental para que as empresas desenvolvam ações integradas para atender a diferentes públicos. Entender o que faz cada nicho da comunicação é importante para acertar o objetivo final. A comunicação institucional, por exemplo, tem como finalidade construir e manter a imagem da organização junto ao seu público-externo. Já a comunicação interna, muito utilizada pelos setores de Recursos Humanos, fala diretamente com o colaborador e a mercadológica serve para a divulgação de produtos e serviços tendo as vendas como meta principal. Essa atividade está
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relacionada com as áreas de Marketing e Propaganda e suas peças são difundidas por meio de anúncios impressos, comerciais televisivos, spots de rádio e banners na Internet e outras promoções. Para alcançar os objetivos da organização, faz-se essencial o planejamento estratégico da comunicação. Nessa planificação são traçadas as metas a serem atingidas, que vão desde a decisão sobre o futuro da instituição, passando pela divulgação institucional e pela comercialização de produtos e serviços para diferentes públicos, até chegar aos resultados pretendidos. Um bom plano de comunicação deve conter a definição do público-alvo a ser atingido, deve deixar bem claro qual o posicionamento da empresa, ou seja, a identidade e a imagem que se pretende passar, além de elaborar formas de firmar a marca perante o mercado. Tudo isso contribui para o melhor entendimento do público interno como o externo e obter maior aceitação das atividades da organização. Alcançar as metas depende de como explorar de maneira eficiente as várias ferramentas de comunicação: marketing, publicidade, propaganda, merchandising, assessoria de imprensa etc. Por isso é essencial se apoiar em bons profissionais da área, pois esses saberão identificar quais as ações devem ser utilizadas, sempre dependendo do perfil do cliente e das suas necessidades. O ideal é aplicar por completo o composto de comunicação, mas se isso não for possível, é importante saber qual é o momento de utilizar cada uma de suas estratégias. Uma organização que tenha como pressuposto aumentar as venda de seus produtos, o melhor é apostar na comunicação mercadológica. Se a questão é visibilidade e credibilidade, por que não utilizar das ferramentas de comunicação institucional? Já uma empresa que precisa trabalhar a integração de seu público-interno, o melhor é adotar posturas indicadas pela comunicação interna. A integração dos diversos conteúdos por uma equipe multidisciplinar de comunicação e o planejamento em conjunto trazem benefícios sem comparação para as empresas: liderança nos negócios, conquista da confiança de seu público-alvo, aumento de mercado e posicionamento da marca. Além de ser uma forma de reduzir gastos desnecessários com ações ineficientes que não refletem em nenhum resultado positivo. Apenas ter um bom produto ou serviço de qualidade e preços competitivos já não são suficientes para manter um excelente market share. É preciso mais. É importante criar situações que aproximem a empresa de seus diversos públicos cada vez mais, por isso a importância de ter uma comunicação integrada. Ignorá-la não o ajudará a atingir os objetivos desejados. Tornar-se diferencial entre os concorrentes é uma boa estratégica para se tornar líder de mercado. Um bom plano estratégico possibilita a otimização do processo de comunicação, e permite o retorno financeiro para os negócios da instituição.
Por Clarice Pereira
60
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CLEMEN, Paulo. Como implantar uma área de comunicação interna: nós, as
pessoas, fazemos a diferença: guia prático e reflexões. Rio de Janeiro:
Mauad,2005.
FRANÇA, Fábio, FREITAS, Sidnéia Gomes. Manual de qualidade em projetos
de comunicação. São Paulo: Pioneira, 1997
NETO, Octaviano Machado. Competência em Comunicação Organizacional
Escrita. Qualitymark, 2003
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relações públicas na
comunicação integrada. 3.ed. São Paulo: Summus,1986
PINHO, J. B. Comunicação em marketing: princípios da comunicação.
Campinas, SP: Papirus, 2001
TAVARES, Maurício. Comunicação Empresarial e Planos de Comunicação.
São Paulo: Atlas, 2007
TOMASI, Carolina, MEDEIROS, João Bosco. Comunicação Empresarial. São
Paulo: Atlas, 2007
AMARAL, Cláudio. A história da comunicação empresarial no Brasil. São
Paulo, 1999
61
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - PINTO, Eduardo. Comunicação para a produtividade. O que você tem a
ganhar com a comunicação empresarial. Rio de Janeiro: Quarter Ed, 1994
2 - REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial,
comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estruturas,
planejamento e técnicas. 5. Ed. São Paulo: Summus,1986
3 - REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Jornalismo Empresarial: teoría
e prática. 2. Ed. São Paulo: Summus, 1987
4 - KOPPLIN, Elisa; FERRARETTO, Luiz Artur. Assessoria de Imprensa: teoria
e prática. 4. ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.
5 - CARDOSO, O. O. Comunicação empresarial versus comunicação
organizacional: novos desafios teóricos. Rev. Adm. Pública v.40 n.6 Rio de
Janeiro nov./dez. 2006.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
76122006000600010&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 12 de Nov 2011
6 - ALMEIDA COSTA, Tânia Maria Zambelli de. Marketing Social Assegura
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8 - MANERA FILHO, Humberto. A empresa-cidadã pede passagem: Campanha
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9 - RESENDE, Lino Geraldo. Organizações, comunicação e espaço midiático.
In: Sala de Prensa. Web para profesionales de la comunicacion
iberoamericanos. n. 88, ano VII, vol. 3, fev. 2006.
Disponível em < http://www.saladeprensa.org/art659.htm> Acesso em 18 de
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10 - BRAGA, F. A. P. Manual de Comunicação Empresarial. Cadernos da
comunicação 12. 1ª ed. Rio de Janeiro: Secretaria Especial de Comunicação
Social da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2004.
11 - YANAZE, Mitsuru Higuchi. Linha de chegada. A corrida pela preferência
do consumidor não tem fim, os concorrentes são velozes e as glórias passadas
não ajudam muita coisa. 1º trimestre de 1999, ano 8, n. 30.
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13 - PALMA, Jaurês. Jornalismo empresarial. 2. ed. Porto Alegre : Sagra-Dc
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14 - DINES, Alberto. Os desafios da mídia institucional. Revista Comunicação
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15 - Viana, Francisco. De cara com a mídia/ :Comunicação corporativa
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16 - Kotler, Philip. Princípios de Marketing / Gary Armstrong. Rio de Janeiro:
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17 - MARCHIORI, Marlene Regina. Cultura organizacional: conhecimento
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19 - RIBEIRO, Amélia, ESCOTTO,Amaral do. Pedagogia Empresarial: atuação
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20 - CARVALHO, Antônio Vieira de e SERAFIM, Oziléa Clen Gomes,
Administração de recursos humanos, São Paulo: Pioneira, 1995
64
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Entendendo Comunicação Empresarial 10
1.1 – Como surgiu a Comunicação Empresarial 11
1.2 – Início da Comunicação Empresarial no Brasil 15
1.3 – A evolução da Comunicação Empresarial 18
CAPÍTULO II
A importância da Comunicação Empresarial nas 21
Organizações
2.1 – A posição da Comunicação Empresarial dentro 23
das Organizações
2.2 – A comunicação como referencial na identidade 24
E imagem da organização
2.3 - O quê a Comunicação Empresarial pretende com 31
Seu público- alvo
65
CAPÍTULO III
Comunicação Integrada e seu Plano Estratégico 32
3.1 – A importância da Comunicação Integrada nas 34
organizações
3.2 – Comunicação Interna 36
3.3 - As ferramentas da Comunicação inseridas nas 39
organizações
CONCLUSÃO 43
ANEXOS 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 60
BIBLIOGRAFIA CITADA 61
ÍNDICE 64