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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Gestão por Competências na Escola: uma perspectiva de qualidade na Administração Escolar Por: Stael de Barros Costa Orientadora Edla Trocoli Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Gestão por Competências na Escola: uma perspectiva de

qualidade na Administração Escolar

Por: Stael de Barros Costa

Orientadora

Edla Trocoli

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Gestão por Competências na Escola: uma perspectiva de

qualidade na Administração Escolar

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

e Supervisão Escolar

Por: Stael de Barros Costa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais essa

conquista. À amiga Marlene,

funcionária da biblioteca da Fundação

Bradesco, que muito me auxiliou na

bibliografia deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha querida família, em

especial minha mãe e meus filhos Hugo e

Vitor e minha netinha Clara, que algumas

vezes tive que, amorosamente, dividir

meu tempo entre este trabalho e ela.

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RESUMO

Essa monografia tem como objetivo analisar a tendência atual de

gestão que vem sendo implantado em nossas escolas, ora pela visão do

administrador empreendedor, que vê a necessidade de desenvolver

competências profissionais e pessoais e, consequentemente, investir e

incentivar o mesmo de sua equipe e seus professores, ora pela necessidade

de acompanhar o desenvolvimento tecnológico, científico e intelectual. Sempre

visando à formação de cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e

deveres, e que possam transformar sua realidade através da educação.

Sendo assim, para um trabalho de prime pela qualidade e sucesso, é

imprescindível conhecer e desenvolver competências específicas para suas

funções, investir na formação continuada. O diretor precisa ser um líder que

agregue valores éticos.

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METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho contou com pesquisas em livros,

revistas, tanto na área de Educação, como na área de Administração e

Recursos Humanos. Partindo, essencialmente, da história da educação e,

paralelamente, a história e evolução da administração. Também foram feitas

pesquisas na internet, buscando-se artigos, trabalhos acadêmicos e produções

independentes, sempre com o cuidado de confrontar os dados já estudados e

a fonte do trabalho. A partir daí, colher os dados e as informações, bem como

definir os assuntos a serem abordados na monografia, visto que é um tema

que pode ser estudado sob vários aspectos, todos de grande relevância.

Trabalhando em escola, também pude observar e analisar, in loco, as

ações do gestor e, no dia a dia, no decorrer deste trabalho, comparar o que se

coloca em prática e que se aprende nos livros e nas instituições educacionais.

Ressalto, ainda, a grande contribuição para esse trabalho, da biblioteca

da Fundação Bradesco, e suas incansáveis funcionárias, Leila e Marlene.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O papel do Administrador Escolar 10

CAPÍTULO II - Gestão por Competências na Escola e a formação dos

profissionais da Educação 18

CAPÍTULO III – O diretor como líder de sua equipe 25

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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INTRODUÇÃO

Os recentes estudos sobre a organização do trabalho escolar e a

busca pelo sucesso das instituições escolares nos leva para um maior

investimento no capital intelectual, visando acompanhar as mudanças

inerentes ao tempo e ao desenvolvimento.

O modelo de Gestão por Competências na Escola proporcionará uma

perspectiva de qualidade na Administração Escolar. É com o desafio de

implantar o modelo de Gestão de Pessoas na escola, com o objetivo de

desenvolver e valorizar as competências pessoais e profissionais, que o novo

Gestor se propõe a discutir e redefinir a estrutura e processos da organização

e gestão.

Esse novo paradigma exigirá que a organização educacional mapeie e

defina os perfis de competências e atribuições de cada profissional, sejam eles

direção, coordenação, professores e toda a equipe de apoio; estabelecer

estratégias, metas e indicadores para acompanhar os desempenhos. As

organizações em geral, e a escola também está incluída, começam a

vislumbrar uma possibilidade de sucesso no investimento do capital intelectual,

nos programas de desenvolvimento, valorização e reconhecimento desse

capital.

Os profissionais que dirigem as escolas têm um grande desafio: mudar

o perfil de sua própria função, implementar políticas pedagógicas que

transformem a realidade social da comunidade em que estão inseridas.

Este novo profissional, necessário para as mudanças do mundo

globalizado, precisará reestruturar seu modelo de gestão, suas estratégias e

investimento no seu quadro de colaboradores, introduzir um novo paradigma

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da administração. Alguns conceitos desta gestão: liderança participativa,

capacitação, envolvimento e desenvolvimento de seus colaboradores, ações

que humanizem e agreguem valores, estabelecer uma interação com a

comunidade interna e externa e ter foco em resultados.

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CAPÍTULO I

O Papel do Administrador Escolar

“A ação do diretor escolar será tão limitada

quão limitada for sua concepção sobre a educação”

(Lück, 2009)

Neste capítulo abordaremos o papel do administrador escolar, as

concepções de organização e gestão escolar e o perfil desse profissional cujo

desafio é o sucesso da escola. Desde a década de 1930, com os pioneiros da

educação nova, já existia um estudo da escola como organização de trabalho.

O perfil deste profissional acompanhou e se moldou as finalidades sociais e

políticas da educação. Segundo Libâneo:

“ As concepções de gestão escolar refletem diferentes

posições políticas e concepções do papel da escola e da

formação humana na sociedade. Portanto, o modo como

uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter

pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos

sobre a relação da escola com a conservação ou

transformação social.” (LIBÂNEO, 2004, p.124-125).

É fato reconhecido que a qualidade da educação se estabelece sobre

a competência de seus profissionais em oferecer para seus alunos e a

comunidade em geral experiências educacionais formativas e capazes de

promover o desenvolvimento de conhecimento, habilidades e atitudes

imprescindíveis ao enfrentamento dos desafios de um mundo globalizado,

tecnológico, guiado por um conjunto cada vez maior e mais complexo de

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informações e por uma busca de qualidade em todas as áreas de atuação. De

acordo com Heloísa Lück:

“Desenvolver continuamente a competência profissional

constitui-se em desafio a ser assumido pelos

profissionais, pelas escolas e pelos sistemas de ensino,

pois essa se constitui em condição fundamental da

qualidade de ensino. Nenhuma escola pode ser melhor

do que os profissionais que nela atuam. Nem o ensino

pode ser democrático, isto é, de qualidade para todos,

caso não se assente sobre padrões de qualidade

competências profissionais básicas que sustentem essa

qualidade.a busca permanente pela qualidade e melhoria

contínua da educação passa, pois, pela definição de

padrões de desempenho e competências de diretores

escolares, dentre outros, de modo a nortear e orientar o

seu desenvolvimento. Este é um desafio que os sistemas,

redes de ensino, escolas e profissionais enfrentam e

passam se constituir na ordem do dia das discussões

sobre a melhoria da qualidade do ensino.” (LÜCK, 2009,

p.12).

De acordo com Nogueira (2007), gestão, do latim gestio, é o ato de

conduzir, dirigir ou governar. Administração, do latim administratio, tem

aplicação específica: administrar um bem, um negócio ou uma área. Logo,

administração seria, a rigor, uma aplicação de gestão.

A gestão escolar é uma das áreas de atuação do profissional da

educação que se destina a realizar o planejamento, a organização, a liderança,

a orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos

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processos que constituem a efetiva ação educacional, visando promover a

aprendizagem e formação dos alunos.

Sendo assim, a gestão escolar engloba, em níveis diferentes e

associados entre si, o trabalho da direção escolar, da supervisão ou

coordenação pedagógica, da orientação educacional e da secretaria da escola.

Inclui, ainda, de acordo com o princípio da gestão democrática, a participação

ativa de todos os professores e da comunidade escolar como um todo,

contribuindo para a efetivação da gestão democrática que garante qualidade

para todos os alunos.

O diretor escolar é o líder, mentor, coordenador e orientador principal

da vida da escola e todo o seu trabalho educacional, embora sua

responsabilidade possa ser compartilhada com os demais colaboradores da

equipe escolar, não deve ser dividida. Cabe ao diretor a responsabilidade

maior pela gestão escolar.

Não é recomendada a divisão do trabalho da direção das escolas,

como vemos algumas vezes, cabendo ao diretor a responsabilidade

administrativa e para a equipe técnico-pedagógica a responsabilidade

pedagógica. A esses profissionais cabe a responsabilidade em regime de co-

liderança. Compete ao diretor zelar pela escola como um todo, focando sua

atuação em todas as ações e em todos os momentos a aprendizagem e

formação dos alunos. Segundo Libâneo:

“(...) o diretor da escola é o responsável pelo

funcionamento administrativo e pedagógico da escola,

portanto, necessita de conhecimentos tanto

administrativos quanto pedagógicos. (...) trata-se de

entender o papel do diretor como um líder, uma pessoa

que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as

expectativas da comunidade escolar e articular a adesão

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e a participação de todos os segmentos da escola na

gestão de um projeto comum. Como gestor da escola,

como dirigente, o diretor tem uma visão de conjunto e

uma atuação que apreende a escola nos aspectos

pedagógicos, administrativos, financeiros, culturais.”

(LIBÂNEO, 2004, p.87,89).

De acordo com reportagem da Revista Nova Escola Gestão Escolar,

nº 4/2009, “Os Quatro Segredos da Gestão Eficaz” são: boa formação, visão

integradora, metas de aprendizagem e clima organizacional.

1) Boa formação àààà Cultivar esse “capital humano”, explicam

os pesquisadores, é imprescindível para o trabalho de

qualquer gestor escolar porque fornece informações e

ferramentas de articulação dos conhecimentos teóricos e

práticos e porque o capacita a usar instrumentos de gestão

mais efetivos.

2) Visão Integradora àààà “O olhar dele (gestor) deve recair

sobre todos os aspectos da vida escolar e o grande

desafio é conseguir estabelecer relações entre as áreas

para que os alunos avancem”, afirma Leunice Oliveira,

coordenadora da especialização em Gestão da Educação

da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A pesquisa da Fundação Victor Civita comprovou que as

instituições com melhor desempenho são aquelas em que

os diretores são capazes de unir oito áreas de atuação:

Gestão pedagógica, Gestão administrativa, Gestão

financeira, Gestão da infra-estrutura, Gestão da

comunidade, Gestão de relações pessoais, Gestão dos

resultados escolares e Gestão do relacionamento com a

rede. “Construir essa visão integradora significa entender

que cada uma das áreas não é um fim em si mesma, mas

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um meio de fazer a escola cumprir seus objetivos”, explica

Mário Aquino, da FVG.

3) Metas de aprendizagem àààà A gestão funciona quando a

avaliação externa impulsiona a aprendizagem. Cabe ao

diretor analisar se o ambiente escolar é propício ao

desenvolvimento das crianças e dos jovens e se há

materiais diversificados.

4) Clima organizacional àààà Coesão da equipe e comando

claro são a base de um astral positivo. Para alcançar

esses três elementos (espírito de coesão da equipe

gestora, envolvimento de professores e funcionários e

organização clara do trabalho), é preciso por em prática

um tipo de gestão em que haja diálogo, participação nas

decisões e atribuição de responsabilidades.

A gestão escolar constitui uma dimensão importantíssima da

educação, uma vez que, por meio dela, se observa a escola e os problemas

educacionais globalmente e se busca, pela visão estratégia e as ações

interligadas, abranger, tal como uma rede, os problemas que, de fato,

funcionam e se mantêm em rede. (LÜCK, 2009)

O diretor necessita ser mais do que um administrador que cuida de

orçamentos, vagas, calendários e materiais, quem dirige a escola precisa ser

um educador. E para um educador é imprescindível que esteja atento ao

cotidiano da sala de aula, conhecer os alunos, professores e pais. Somente

assim será um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática. Para

exercer essa função são necessários três perfis básicos: o administrador

escolar – cuida para que a escola cumpra as normas do sistema educacional,

trata dos assuntos financeiros e pessoal; o pedagógico – valoriza a qualidade

do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria

oportunidades de capacitação docente; o sócio-comunitário – preocupa-se com

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a gestão democrática e com a participação da comunidade, mantém um bom

relacionamento com os alunos, pais e a comunidade onde a escola se localiza.

De todas as dimensões da gestão escolar, a gestão pedagógica é a

mais importante, visto que está mais diretamente envolvida com o objetivo da

escola que é o de promover aprendizagem e formação dos alunos. É o eixo

para a qual todas as demais convergem, uma vez que se refere ao foco

principal do ensino que é a atuação sistemática e intencional de promover a

formação e a aprendizagem dos alunos, como condição para que desenvolvam

as competências sociais e pessoais necessárias para sua inserção na

sociedade e no mercado de trabalho, sua formação como cidadão consciente

e crítico. Sendo assim, a gestão administrativa, que envolve os recursos

físicos, materiais, financeiros e humanos, tem uma dimensão de subsidiar a

ação educacional.

Ressalta-se que, embora a gestão administrativa seja uma dimensão

meio, e o diretor escolar deva dedicar atenção especial à gestão pedagógica,

por estar diretamente envolvida com a finalidade da educação, a relevância

das suas competências para a efetividade do apoio logístico e administrativo

não diminui. Sem a execução desse apoio de forma eficiente e eficaz, perderá

qualidade a dimensão fim.

Os gestores escolares, compostos em uma equipe de gestão, são os

profissionais responsáveis pela organização e orientação administrativa e

pedagógica da escola, da qual resulta a formação da cultura e ambiente

escolar, que devem ser mobilizadores e estimuladores do desenvolvimento, da

construção do conhecimento e da aprendizagem orientada para a cidadania

competente. Nessa equipe de gestão tem destaque o diretor escolar,

responsável maior pelo norteamento do modo de ser e de fazer da escola e

seus resultados. Também faz parte da equipe diretores assistentes,

coordenadores pedagógicos, supervisores, orientadores educacionais e

secretários escolares.

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1.1 - Planejamento e Organização do Trabalho Escolar

Planejar constitui-se em um processo imprescindível em todos os

setores da atividade educacional. O planejamento educacional surgiu como

uma necessidade e um método da administração para que se pudesse

enfrentar de forma organizada os desafios que necessitam da intervenção

humana. Assim como o conceito de administração evoluiu para gestão,

também o planejamento como formalidade evoluiu para instrumento dinâmico

de trabalho.

O planejamento é inerente ao processo de gestão, constituindo-se na

sua primeira fase. É considerado como a mais básica, essencial e comum de

suas dimensões, uma vez que é inerente a todas as outras, já que sem

planejamento não há possibilidade de promover os vários desdobramentos da

gestão escolar, de forma articulada.

Como instrumento de preparação para a promoção de objetivos, ele

antecede as ações, criando uma perspectiva de futuro, mediante a previsão e

preparação das condições necessárias para promovê-lo e, acima de tudo, a

visualização, pelos seus executores, de suas responsabilidades específicas e

das competências e determinações necessárias para assumi-las

adequadamente. O planejamento, embora esteja associado à fase que

antecede as ações, é necessário saber que deve estar presente também em

todos os momentos e fases das mesmas, formando, dessa maneira, um

processo contínuo: planeja-se antes, durante e depois das ações, para que

possam ser reavaliadas no decorrer e, se necessário, criar novas estratégias.

Quem planeja, examina e analisa dados, comparando-os

criteriosamente, com visão de conjunto, estuda limitações, dificuldades e

identifica possibilidades de superação das mesmas. Esse processo de análise,

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cotejamento, dentre outros processos mentais, define o planejamento “como

um processo de reflexão diagnóstica e prospectiva mediante o qual se pondera

a realidade educacional em seus desdobramentos e se propõe intervenções

necessárias.” (Lück)

Quanto mais próximo estiver do âmbito das ações a serem

promovidas, mais deve ser efetivo o planejamento, assim como tiver a

capacidade de promover as articulações necessárias entre todas as

dimensões e desdobramentos dessas ações. Quanto mais as pessoas

estiverem envolvidas no processo de planejamento, mais se sentirão

responsáveis pela sua implementação e envolvidas no mesmo e,

consequentemente, mais efetivos serão os resultados, posto que não é o plano

em si que garante essa efetividade e sim as pessoas que o colocam em

prática.

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CAPÍTULO II

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NA ESCOLA E

A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

“O modelo das competências profissionais começa a ser discutido no

mundo empresarial a partir dos anos oitenta, no contexto da crise estrutural do

capitalismo que se configura, nos países centrais, no início da década de

setenta. Esta crise se expressa pelo esgotamento do padrão de acumulação

taylorista/fordista; pela hipertrofia da esfera financeira na nova fase do

processo de internacionalização do capital; por uma acirrada concorrência

intercapitalista, com tendência crescente à concentração de capitais devido às

fusões entre as empresas monopolistas e oligapolistas, e pela

desregulamentação dos mercados e da força de trabalho, resultantes da crise

da organização assalariada do trabalho e do contrato social. (...) As novas

concepções gerenciais que surgem no bojo desse processo de reestruturação

empresarial estão ancoradas, assim, numa lógica de recomposição da

hegemonia capitalista e das relações capital-trabalho e têm como objetivos

racionalizar, otimizar e adequar a força de trabalho face às demandas do

sistema produtivo. Na década de 90, o aprofundamento da globalização das

atividades capitalistas e a crescente busca de competitividade levaram ao

“alinhamento definitivo das políticas de recursos humanos as estratégias

empresariais, incorporando à prática organizacional o conceito de

competência, como base do modelo para se gerenciarem pessoas”, apontando

para novos elementos na gestão do trabalho” . (DELUIZ)

Segundo Maria Tereza Leme Fleury, “É nesse contexto que o modelo

tradicional de organizar o trabalho e gerencias pessoas não está mais de

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acordo com a realidade das organizações. É necessário substituir, como

unidade básica de gestão, o cargo pelo indivíduo. O conceito de competência e

o modelo de gestão de pessoas por competência ganham impulso tanto no

mundo acadêmico como no empresarial.”

Pessoas competentes são aquelas capazes de resolver situações

problema de maneiras satisfatórias, que sabem como agir diante do

inesperado, que são capazes de sentir-se bem consigo mesmas e de integrar-

se nos diferentes sistemas sociais: família, trabalho, comunidade. São pessoas

que procuram melhorar o ambiente lutando para transformá-lo.

Diferencia-se, assim, competência de aptidão, talento natural da

pessoa, o qual pode ser aprimorado. O conceito de competência é conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes. Onde, de acordo com Marisa Eboli:

Ø Conhecimentos: relacionam-se à compreensão de conceitos e

técnicas – o saber fazer.

Ø Habilidades: representam aptidão e capacidade de realizar e

estão associadas à experiência e ao aprimoramento

progressivo – o poder fazer.

Ø Atitudes: apresentam a postura e o modo através do qual as

pessoas agem e procedem em relação a fatos, objetos e outras

pessoas de sem ambiente – o querer fazer.

Phillippe Perrenoud, sociólogo suíço que tem motivado o debate

pedagógico, define competência como “uma capacidade de agir eficazmente

em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem

limitar-se a eles” (1999). O conceito, ou melhor dizendo, a noção de

competência, como prefere Perrenoud, inclui ainda a flexibilidade para

mobilizar recursos pessoais de diversas naturezas,”atitudes e posturas

mentais, curiosidades, paixão, maneira de unir intuição e razão”.

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A reforma educacional implantada no Brasil a partir da Lei de

Diretrizes e Bases 9394/96 e os demais dispositivos de regulamentação no que

se refere à educação profissional assumem, como concepção orientadora, o

modelo das competências. A LDB em seu artigo 64 estabelece que “a

formação de profissionais da educação para administração, planejamento,

inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será

feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a

critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum

nacional”, ratificando a necessidade de formar profissionais da educação que

atuem no sistema de educação fundamental e médio a fim de “atender aos

objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de

cada fase do desenvolvimento do educando” (LDB, 1996,art.61). Reafirma,

assim, a formação desses profissionais para o exercício das práticas que o

pedagogo deve desenvolver e pelas quais deve se responsabilizar, garantindo,

nessa formação, a base comum nacional. (FERREIRA, 2001)

A Educação é um processo humano de relacionamento interpessoal

e, principalmente, determinado pela atuação de pessoas. Na educação como

em qualquer empreendimento humano, são as pessoas que fazem diferença,

através de suas ações e atitudes, pelo uso que fazem dos recursos

disponíveis, pelo esforço que dedicam na produção e alcance de novos

recursos e pelas estratégias que aplicam na resolução de problemas, no

enfrentamento de desafios e promoção do desenvolvimento.

“A gestão de pessoas, de sua atuação coletivamente

organizada, constitui-se, desse modo, no coração do

trabalho de gestão escolar. Essa gestão corresponde à

superação do sentido limitado de administração de

recursos humanos para a gestão escolar que “se assenta

sobre a mobilização dinâmica do elemento humano, sua

energia e talento, coletivamente organizado, voltados para

a constituição de ambiente escolar efetivo na promoção de

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aprendizagem e formação dos alunos” (Lück, 2007, p.27).

Essa orientação se constitui numa mudança de paradigma,

segundo a qual se reconhece que os problemas em geral

são globais e complexos, como o são especialmente os da

educação, e por isso demandam uma visão abrangente e

articuladora de todos os seus segmentos e ações

realizáveis pela perspectiva humana do trabalho

educacional. Perspectiva essa que deve estar presente no

ato educacional como ponto de partida, percurso e

chegada.” ((LÜCK, 2009)

Segundo Libâneo, “Na perspectiva sociocrítica, a competência é

sinônimo de formação omnilateral (integral), formação politécnica, em que os

profissionais desenvolvem capacidade subjetivas – intelectuais, físicas, sociais,

estéticas, éticas e profissionais- visando a unidade, na ação humana, entre

capacidades intelectuais e práticas. Trata-se, assim, de unir uma visão

ampliada de trabalho, envolvendo competências universais e saberes técnico-

metodológicos, as competências sócio-comunicativas e subjetivas e as

competências histórico-políticas transformadoras.”

A gestão por competências deve ser vista como parte de um sistema

maior de gestão organizacional, sendo importante que ela esteja em perfeita

sintonia com a estratégia organizacional (missão, visão e objetivos). O

gerenciamento baseado nas competências representa uma mudança cultural

em direção a um maior senso de responsabilidade e autogestão dos

funcionários, pois o conceito de competência vai além dos conhecimentos

técnicos, incluindo as ações e o comportamento do profissional. Assim pode-se

considerar a gestão por competências como um importante meio para

identificar o potencial dos funcionários, melhorar o desempenho e a qualidade

das relações da equipe e a qualidade, além de servir de estímulo aos esforços

para alcançar resultados positivos e satisfatórios para o indivíduo e para a

instituição.

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Segundo Lauro Carlos Wittmann,:

“O processo de construção das aptidões cognitivas e atitudinais

necessárias ao gestor escolar alicerça-se em três pilares ou eixos desta

formação: o conhecimento, a comunicação e a historicidade.

O conhecimento é o objetivo específico do trabalho escolar. Portanto,

a compreensão profunda do processo de (re)construção do conhecimento no

ato pedagógico é um determinante da formação do gestor escolar.

O segundo eixo e sua formação é a competência de interlocução. A

competência linguística e comunicativa são indispensáveis no processo de

coordenação da elaboração, execução e avaliação do projeto político

pedagógico. É fundamental a competência para obtenção e sistematização de

contribuições, para que, no processo educativo escolar a participação seja

efetiva pela inclusão das contribuições dos envolvidos, inclusive, em

documentos (re)escritos.

O terceiro elemento essencial, fundante da competência do gestor de

escola, é sua inscrição histórica. A escola trabalha o conhecimento em

contextos socioinstitucionais específicos e determinados. O reconhecimento

das demandas educacionais, como também das limitações, das possibilidades

e das tendências desse contexto histórico, no qual se produz e se trabalho o

conhecimento, é fundamental para o seu impacto e o sentido da prática

educativa e para sua qualidade.

Um gestor escolar tem, como um dos fundantes de sua qualificação, o

conhecimento do contexto histórico-institucional no qual e para o qual atua. Por

isso, gestão da escola é um lugar de permanente qualificação humana, de

desenvolvimento pessoal e profissional.”

2.1 - Capacitação Profissional

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É de vital importância para todos que atuam em educação o

desenvolvimento da competência profissional, como condição de

aprimoramento de sua identidade profissional, com base em promoção de

resultados cada vez mais eficazes e capacidade de enfrentar efetivamente os

desafios sempre novos da educação.

A capacidade profissional constitui-se em processo sistemático e

organizado de promoção do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e

atitudes necessárias para o correto exercício de atividades profissionais.

Promove, de forma associada, a posse de um saber teórico associado ao

prático, num determinado domínio. Essa capacitação é exercida

fundamentalmente de modo a desenvolver o sendo de responsabilidade para a

transformação e melhoria das práticas profissionais, a partir da melhoria do

próprio desempenho profissional (Lück, 2004).

Sem a aprendizagem continuada em serviço, a escola deixa de seu

uma organização de ensino e de cultivar a aprendizagem como um valor e um

modo de ser e de fazer de todos na escola. A “hora-atividade” tem como um

dos seus objetivos oportunizar aos professores tempo em serviço para a sua

capacitação profissional. Conforme dispõe a LDB, em seu Art 13º, Inciso V, ao

professor compete ”... participar integralmente dos períodos dedicados ao

planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional”, cabendo ao

diretor escolar organizar e dar regularidade nessa participação utilizando

plenamente o tempo disponível. (...) A capacitação em serviço se constitui,

portanto, no conjunto das ações realizadas no interior da escola, orientadas

pelo seu diretor, com o objetivo de promover o desenvolvimento de

competências profissionais (conhecimentos, habilidades e atitudes) de todos

os que nela atuam e em especial dos professores, tendo como ponto de

partida e de chegada o desempenho profissional. (Lück, 2009)

Outra função da organização escolar é a formação continuada,

envolvendo tanto o setor pedagógico como o técnico e administrativo. Tanto a

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formação continuada como a formação inicial, tem a sua importância na

formação do profissional. A formação continuada é o prolongamento da

formação inicial visando ao aperfeiçoamento profissional teórico e prático no

próprio contexto de trabalho, e ao desenvolvimento de uma cultura geral mais

ampla, para além do exercício profissional. (Libâneo, 2001, p. 189)

Um professor competente, portanto, é aquele que desenvolve

capacidade de mobilizar recursos cognitivos (conhecimentos aprofundados,

operações mentais, capacidade crítica), capacidades relacionais,

procedimentos, técnicas, atitudes para enfrentar situações problemáticas,

dilemas. Esta noção vale tanto para caracterizar o trabalho do professor

quanto para explicitar objetivos de aprendizagem para os alunos. Um professor

será mais competente quanto mais souber imaginar, refletir, articular as

condições que possibilitem aos alunos aprender melhor e de forma mais

duradoura, a desenvolver suas estruturas cognitivas e seus recursos de pensar

e agir – de modo a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, ou seja,

competentes. (Libâneo, 2001)

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CAPÍTULO III

O diretor como líder de sua equipe

De acordo com a nova abordagem de liderança foram traçados estilos

que refletem alguns padrões:

Ø Líder carismático: é o que inspira em seus liderados a

confiança, aceitação incondicional, obediência espontânea e

envolvimento emocional. O líder carismático é visto por seus

liderados como alguém que possui qualidades excepcionais,

“carismáticas” em sua acepção original. Um exemplo deste tipo

de líder são os líderes religiosos como Jesus Cristo ou Gandhi;

Ø Líder executivo: é aquele que surgiu por causa da busca das

organizações pela obtenção da ordem; costuma possuir muitas

habilidades técnicas e um alto nível de competência;

Ø Líder coercitivo: é aquele que exerce a liderança através da

coerção, da violência, que pode ser verbal ou física. Neste estilo

de liderança, a relação entre líder e liderado é instável;

Ø Líder distributivo: é aquele que apenas delega tarefas, sempre

controlando, acompanhando de perto e cobrando resultados; é

o líder que não constrói nem destrói mantendo um

posicionamento de “posições e papéis”;

Ø Líder educativo: é aquele que costuma dar o exemplo, seus

liderados têm uma relação de responsabilidade com o trabalho;

é onde existe abertura para troca de conhecimentos não

apenas técnicos, mas também humanos;

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Ø Líder inspirador: é aquele que raramente precisa dar ordens a

seus liderados; eles se sentem atraídos pela figura do líder e

estão dispostos a fazer o que é necessário.

A liderança está intrinsecamente relacionada à conquista, ao mérito,

ao exemplo, às realizações, aos princípios e aos atos.

Outros estilos de liderança:

Ø Liderança visionária: compatibiliza a atuação das rotinas

diárias com estratégias da organização num processo contínuo

de realização de etapas e resultados. Com isso, abrange o

conhecimento e entendimento das estratégias de curto, médio e

longo prazos e o entendimento do impacto de suas ações,

através de alinhamento de metas e objetivos com a equipe, o

profissional é capaz de visualizar as tarefas, dividir prioridades e

responsabilidades e criar regras básicas de conduta de equipe

que permitem maior integração, pro-atividade e

desenvolvimento conjunto dos estágios de conclusão das

tarefas.

Ø Liderança participativa: envolve uma forte capacidade de

preparar e desenvolver pessoas muito mais pela ação conjunta

do que pela utilização de processos formais já existentes. O

líder participativo conta com habilidade em persuadir os demais

com o intuito de obter apoio e engajamento na obtenção dos

planos propostos.

Ø Liderança motivacional: enfoca o esforço contínuo para

manter um ambiente positivo e otimista, que busca a melhoria

contínua de seus resultados através da motivação da equipe e

do envolvimento desses colaboradores. Ao motivar, este líder

dá a direção ao mesmo tempo em que incentiva a equipe.

Ø Liderança colaborativa: a idéia central é de que o coletivo é

mais inteligente que o individual. O líder colaborativo co-

participa e divide decisões e atribuições embalado pela

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velocidade de informações e acontecimentos do mundo

moderno que exige a participação e o conhecimento de todos

os envolvidos num processo.

Liderança é ter um poder de influência positiva em pessoas ou grupos,

conquistando credibilidade, confiança, aceitação, consenso e ação na

consecução de objetivos.

Atitudes do líder emocionalmente inteligente:

• Estimula nas pessoas o sentimento de pertença.

• Encoraja o aprendizado e o crescimento contínuo das pessoas.

• Cria um clima que estimula os desafios e a criatividade.

• Cuida de sua equipe.

• Inspira entusiasmo.

• Reconhece e compreende os sentimentos dos outros.

• Respeita as diferenças individuais e as diversidades culturais.

• Valoriza múltiplas perspectivas.

• É resiliente. Mantém seu autocontrole, lidando adequadamente com

seus sentimentos e com as das outras pessoas.

• Elogia e dá feedback às pessoas.

• É flexível.

3.1 - Liderança democrática e participativa

Gestão democrática é o resultado de um processo pedagógico coletivo

que envolve o conhecimento da legislação e também a implantação e

consolidação de mecanismos de participação tais como conselho ou colegiado

escolar e grêmios estudantis, que contribuem de maneira eminente para a

autonomia da escola. A dimensão sócio-política da escola torna-se mais

exigente e complexa e exige parceria e co-responsabilidade na sua gestão. A

responsabilidade sócio-política da escola, não dispensa seus agentes sociais

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inseridos na comunidade escolar, nem o governo, nem a sociedade de lutar

pela universalização da educação de qualidade e excelência. Representa uma

nova forma de administração, que rompe com a concepção de organização

burocrática, assumindo a concepção de administração compartilhada. Está

integrada totalmente à esfera pedagógica, com finalidade maior de

desenvolver um ensino e aprendizagem que possa compor a formação do

educando em todos os aspectos.

Heloísa Lück (2009) diz: “ A realização da gestão democrática é um

princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º,

Inciso VIII), e na Constituição Federal (Art. 206, Inciso VI). O mesmo se

assenta no pressuposto de que a educação é um processo social colaborativo

que demanda a participação de todos da comunidade interna da escola, assim

dos pais e da sociedade em geral. Dessa participação conjunta e organizada é

que resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da

educação. Portanto, a gestão democrática é proposta como condição de: i)

aproximação entre escola, pais e comunidade na promoção de educação de

qualidade; ii) de estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo,

em que os alunos possam experimentar os princípios da cidadania, seguindo o

exemplo dos adultos. Sobretudo, a gestão democrática se assenta na

promoção de educação de qualidade para todos os alunos, de modo que cada

um deles tenha a oportunidade de acesso, sucesso e progresso educacional

com qualidade, numa escola dinâmica que oferta ensino contextualizado em

seu tempo e segundo a realidade atual, com perspectiva de futuro.”

A gestão democrática pressupõe um trabalho coletivo, compartilhado,

em que os envolvidos sintam vontade e estejam comprometidos com as ações

educativas. Com isso, abre-se a escola à comunidade para que todos

discutem, opinem, interajam, contribuindo, assim, para a construção do

trabalho educativo e a dimensão política da função do diretor acaba por se

revelar no momento da articulação dessas ações coletivas, procurando

conduzir o projeto pedagógico da escola e priorizando a gestão pedagógica.

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Segundo Libâneo (2004):

“Liderança é a capacidade de influenciar, motivar,

integrar e organizar pessoas e grupos a trabalharem para

a consecução de objetivos. Em uma gestão participativa,

não basta que haja na equipe certas pessoas que

apenas administrem a realização das metas, objetivos,

recursos e meios já previstos. É preciso que se consiga

da equipe o compartilhamento de intenções, valores,

práticas, de modo que os interesses do grupo sejam

canalizados para esses objetivos, e que várias pessoas

possam assumir a liderança e desenvolver essas

qualidades. Trata-se da liderança cooperativa que

envolve determinados requisitos como: capacidade de

comunicação e relacionamento com as pessoas, saber

escutar, saber expor com clareza suas idéias,

capacidade organizativa (saber definir um problema,

propor soluções, atribuir responsabilidades, coordenar o

trabalho, acompanhar e avaliar a execução),

compreender as características sociais, culturais e

psicológicas do grupo.”

De acordo com Heloísa Lück (2000): “A criação de ambientes

participativos e, pois, uma condição básica da gestão democrática. Deles

fazem parte a criação de uma visão de conjunto da escola e de sua

responsabilidade social; o estabelecimento de associações internas e

externas; a valorização e maximização de aptidões e competências múltiplas e

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diversificadas dos participantes; o desenvolvimento de processo de

comunicação aberta, ética e transparente.

Esse ambiente participativo dá às pessoas a oportunidade de controlar o

próprio trabalho, ao mesmo tempo que se sentem parte orgânica de uma

realidade e não apenas apêndice da mesma ou um mero instrumento para a

realização dos seus objetivos institucionais.”

De acordo com Gustavo Heidrich, em seu artigo Rumo à democracia, da

Revista Nova Escola, “Há o consenso de que, para gerar um ambiente no qual

todos atuem para alcançar o objetivo comum de garantir a aprendizagem, os

diretores precisam desenvolver algumas competências, que são simples na

definição, mas complexas na execução, como saber ouvir e levar em

consideração ideias, opiniões e posicionamentos divergentes. (...) Criar esse

ambiente democrático, que une participação e ação, é um dos principais

desafios da Educação contemporânea e um dos caminhos necessários na

busca pela qualidade do ensino. (...) Assim, o democrático deixa de ser

adjetivo para se tornar prática.”

Ainda segundo Libaneo (2001): “O encargo das escolas, hoje, é

assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais e

morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento

dos processos do pensar, na formação da cidadania participativa e na

formação ética. (p.111)

Sob supervisão e responsabilidade do diretor a equipe escolar formula o

plano ou projeto pedagógico-curricular, toma decisões por meio de discussão

com a comunidade escolar mais ampla, aprova um documento orientador. A

partir daí, entram em ação os elementos (instrumentos e procedimentos) do

processo organizacional em que o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera,

delega as responsabilidades decorrentes das decisões aos membros da

equipe escolar conforme suas atribuições específicas, presta contas e submete

à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente,

(p. 117)

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3.2 - Cultura Organizacional

A escola, enquanto espaço sociocultural, é um lócus adequado para a

utilização da abordagem da cultura organizacional, tendo em vista a

necessidade do conhecimento dos seus traços culturais, das suas trocas

simbólicas, da codificação e decodificação de sua iconologia, de suas múltiplas

linguagens e de seus rituais cotidianos (Morgan apud Vieira,2005).

A cultura organizacional pode ser considerada como uma forma que

facilita a compreensão do cotidiano da escola, do modo como as coisas são

feitas, preservadas e construídas. Em outras palavras, as crenças,

concepções, as visões de mundo, os valores, a simbologia, os códigos

utilizados pela comunidade escolar são, na verdade, respostas por ela

apreendidas, que a peculiarizam e formam seu ethos institucional que, embora

construído internamente, é muito influenciado pelo contesto sociopolítico

(Teixeira apud Vieira, 2005).

Constata-se que o emprego da abordagem da cultura organizacional

vem se intensificando, nos últimos anos. Esse fato pode ser explicado devido

aos pontos positivos que ela apresenta: visualização da escola como espaço

sociocultural, como organismo vivo e dinâmico, que não se reduz, apenas, à

sua estrutura administrativo-pedagógica e/ou pedagógico-didática; percepção

da escola como lócus de múltiplas dimensões, o que permite identificar os

diversos interesses, motivações, conflitos, correlações de força, presentes na

instituição; priorização da dimensão humana na escola, procurando

ressignificá-la e dando importância aos diferentes sujeitos que nela interagem;

valorização das relações estabelecidas entre escola e seu entorno, isto é,

como os meios geográfico e sociocultural; superação dos enfoques tradicionais

analítico-prescritivos, em prol de uma abordagem que privilegia: a escola como

espaço cultural e social; o reconhecimento da existência de uma multiplicidade

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de valores, crenças, interesses, vivenciados na escola e que rompem com a

sua visão uniforme, unitária e tradicional. ( Vieira, 2005)

Ao assumir as responsabilidades de seu cargo, o diretor escolar

assume, obrigatoriamente, a responsabilidade de liderar a formação de cultura

escolar compatível com a necessidade para que o ambiente escolar seja

motivador e adequado à formação de seus alunos. Lück, 2009, complementa:

“Como um processo eminentemente social e coletivo, constituído a partir de

aprendizagens e compreensões compartilhadas, a formação da cultura escolar

se efetiva a partir da liderança de pessoas que, de alguma forma, exerce

influência sobre o grupo no sentido de que em seu trabalho focalize

determinados aspectos, que pense sobre eles segundo um padrão mental

específico e que construa referenciais mentais e significados peculiares em

relação a eles. Esses líderes existem naturalmente ao nosso redor, e todos

fomos, alguma vez, inspirados por eles.”

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CONCLUSÃO

Se pensarmos na importância da educação para o desenvolvimento

das pessoas, de um povo ou de um país, deveria, então, ser o profissional da

educação mais valorizado e ter uma formação de qualidade e contínua. O

capital intelectual dos profissionais da educação é a maior vantagem

competitiva para quem almeja uma escola de sucesso.

Numa escola, assim como num time, quem administra é o diretor ou

num sentido mais completo, o gestor. Esse profissional precisa ter consciência

de suas responsabilidades, que são muitas, e buscar aprimorar seus

conhecimentos teóricos que irão fundamentar sua prática. Também é

necessário renovar as práticas pedagógicas, adequando à realidade de seus

alunos. Conhecer a escola e o mundo através do muro que a cerca, para

conseguir interagir com a comunidade escolar e conquistar sua confiança e

parcerias que poderão lhe auxiliar em projetos, investimentos e trabalhos

voluntários.

Oferecer e incentivar os professores e os demais colaboradores a

investirem em capacitação profissional constante.

O gestor deve ser um líder que saiba, antes de qualquer coisa, servir

aos seus liderados. Ser ético, comprometido, ter formação profissional

adequada em todas as áreas, ou seja, pedagógico, administrativo, financeiro,

pessoal. Somente assim, poderá almejar escola de qualidade e que possam

formar crianças, jovens e adultos com dignidade, respeito e educação.

È fundamental que nesse processo de mudança o gestor busque a

unidade entre a escola, família, comunidade, professores, alunos, funcionários

onde cada um sinta-se responsável em transformar a educação. Se realmente

desejamos formar crianças que no futuro sejam indivíduos autônomos,

criativos e participativos, precisamos hoje trabalhar a autonomia do próprio

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professor, levando-o a estabelecer relações democráticas em sala de aula, e

ter consciência que a sua atitude é o exemplo dos seus alunos.

A mudança na escola somente ocorrerá quando houver um trabalho

pedagógico organizado e aliado a um corpo técnico pedagógico tabalhando em

conjunto com o corpo docente, funcionários administrativos e de apoio

dispostos a planejar, executar, avaliar e reconstruir suas propostas, projetos,

planejamentos e planos.

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BIBLIOGRAFIA

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LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e duas competências. 2ª ed.,

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O papel do Administrador Escolar 10

1.1 – Planejamento e Organização do Trabalho Escolar 16

CAPÍTULO II

Gestão por Competências na Escola e a Formação dos

Profissionais da Educação 18

2.1 – Capacitação Profissional 22

CAPÍTULO III

O diretor como líder de sua equipe 25

3.1- Liderança democrática e participativa 27

3.2 – Cultura organizacional 31

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre

Título da Monografia: Gestão por Competência na Escola: uma

Perspectiva de Qualidade na Administração Escolar

Autor: Stael de Barros Costa

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: