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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O ESTUDO DA COR NO ENSINO SUPERIOR Por: Fabiano Ramos Orientador Prof. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O ESTUDO DA COR NO ENSINO SUPERIOR

Por: Fabiano Ramos

Orientador

Prof. Mônica Ferreira de Melo

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O ESTUDO DA COR NO ENSINO SUPERIOR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior

Por Fabiano Ramos

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AGRADECIMENTOS

...aos amigos do trabalho e do curso,

aos Mestres do curso, e a Orientadora

Mônica Melo pela paciência.

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se a minha mãe Neide, aos

sobrinhos: Isadora, Matheus, Guilherme,

Gabriel, Bruna, Maria Vitória, Luiz Claudio

Júnior, Yasmin, Luma e Breno que sirva

de exemplo e inspiração e aos amigos do

curso e Mestres.

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RESUMO

Ao se ter a percepção de que a luz é que influencia na utilização das

cores, o homem, percebe a necessidade de se aprofundar em seu estudo de

uma forma mais científica, iniciando-se a partir da observação, começam-se a

se desenvolver teorias ao longo do desenvolvimento da humanidade, com

isso, consegue-se catalogar as cores, desenvolver métodos para a sua

utilização e nos dias de hoje, comprova-se a necessidade de utilizá-las e que

as cores podem ter uma excelente contribuição em algumas graduações sejam

elas tecnicistas, humanas e até mesmo em áreas biomédicas, de uma forma

mais concisa e acadêmica, do que apenas uma mistura de cores.

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METODOLOGIA

O método utilizado será interpretativo com procedimento de análise do

material de pesquisa, ou seja, trata-se de um estudo bibliográfico e webgráfico,

cuja trajetória metodológica a ser percorrida se dará mediante a leituras e

análises explorativas. Tendo como maior influência os trabalhos dos seguintes

autores: PEDROSA, LACY e LÜSCHER.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - TEORIAS DA COR 10

CAPÍTULO II - A COR E SUAS APLICABILIDADES 22

CAPÍTULO III – COR NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: APLICABILIDADE 34

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 49

ÍNDICE 51

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INTRODUÇÃO

Segundo PEDROSA (2009, p. 28), o elemento determinante para o

aparecimento da cor é a luz.

Com a percepção na luz e no que ela transforma com a sua

intensidade, ou seja, claridade e escuridão, percebe-se a cor como resultado

da ação da luz sobre o olhar humano. Daí surge a necessidade de se

aprofundar em um estudo sobre as ações da cor sobre a humanidade.

Desde a antiguidade a cor, ou melhor, as cores vem gerando teorias,

algumas inéditas, geradas a partir da simples observação, e outras que foram

surgindo a partir das discordâncias de suas antecessoras.

A pesar de haver uma lacuna de aproximadamente mil anos desde

as primeiras teorias na antiguidade clássica, as cores só foram levadas a uma

continuidade de estudos no renascimento cultural com a grande influência de

Leonardo Da Vinci, mais tarde por Isaac Newton e posterior mente pelas

teorias de Goethe. Esses três foram os que mais se destacaram na busca de

informações e questionamentos sobre as cores, levando o estudo das cores a

uma esfera mais acadêmica, sugerindo que as cores fosse tratadas como

ciência.

Segundo PEDROSA (2009, p. 156) cita: “O que retardou o

aparecimento da teoria da cor foi a dificuldade em explicar o que era cor...”

E PEDROSA (2009, p.156) completou dizendo: “...explicação que só

se tornou convincente quando se pôde definir a luz e a transformação do

estímulo luminoso em sensação.”

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Com essas teorias, conseguiu-se separá-las em cor luz e cor

pigmento, após essa separação de tipos de cores, ficou mais fácil em

classificá-las em cores quentes e frias, suas matizes e misturas formando, as

cores primárias, secundárias e terciárias e assim sucessivamente .

Após essas observações sobre as cores e suas principais teóricos,

fica um questionamento de que se sabe muito pouco sobre as cores e que seu

estudo está ainda em um processo de novas descobertas e utilizações.

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CAPÍTULO I

TEORIAS DA COR

...E Deus disse: Exista a Luz. E a Luz existiu.

(BÍBLIA SAGRADA, GÊNESIS, CAP.1 VERS. 3)

Cor é vida. As cores que percebemos são produzidas pela luz. A luz

do Sol, que aparentemente é branca, é na verdade, composta pelas sete cores

do arco-íris. Quando a luz do sol ilumina um objeto, algumas dessas cores são

absorvidas pelo objeto, enquanto as outras são refletidas na direção dos olhos

que as percebem. É esse fenômeno que nos permite dizer qual a cor

do objeto.

A teoria da cor é uma tentativa de juntar todos os fatos para uma

tentativa de gerar uma base para que se discuta o uso e a função da cor.

Surgiram muitas teorias, mas eventualmente, acabariam por convergir numa

explicação que envolvia o cérebro e a percepção que nos dá das cores.

1.1 Teoria de Aristóteles

A mais antiga teoria sobre a cor que se tem relato é a do filósofo

grego Aristóteles (384 a.C). Aristóteles concluiu que as cores eram

propriedades dos objetos. Assim como matéria, peso e textura, eles tinham

cores.

Para Aristóteles, as cores mais simples seriam aquelas dos

elementos: terra, água, fogo e ar. Sua visão era baseada na observação de

que a luz do sol ao atravessar ou refletir um objeto, tem sua intensidade

reduzida, escurece. Através desse processo a cor seria produzida, ou seja, a

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cor seria derivada de uma transição do claro para o escuro, ou ainda de outra

forma, como uma mistura, uma composição, uma sobreposição de preto e

branco.

Algumas dúvidas com relação à teoria de Aristóteles começaram a

serem levantadas no início do século XVII, por Isaac Newton ( 1642 a 1727).

( www.google.com.br/imagens, acessado em 22/03/2012)

1.2 Teoria de Plínio

Plínio, mais conhecido como O Velho (62 d.C e 113 d.C), baseado

na filosofia grega, propôs que o conjunto de cores denominado por

Aristóteles como cores principais era composto por apenas três, cores as

quais eram o vermelho vivo, a cor da ametista e a cor denominada por

ele de “conchífera”. O amarelo foi excluído por Plínio por estar associado

a mulheres, por ser usado no véu nupcial.

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Após Aristóteles e Plínio na antiguidade greco-romana, o período

medieval, que perdurou por praticamente 1000 anos, não foram

encontrados nenhum estudo sobre cor, uma vez que a Igreja exercia um

papel dominante sobre as áreas do conhecimento e impunha um caráter

teocentrista, onde se considerava a cor como mistério divino.

1.3 Teoria de Leon Battista Alberti

Leon Battista Alberti ( 1404 a 1472), um discípulo de Brunelleschi

( arquiteto e escultor renascentista), afirmou que seriam quatro cores

principais que estariam relacionadas aos quatro elementos: fogo-

vermelho; ar-azul; água-verde e terra-cinza. Alberti é considerado

como o primeiro a definir um conjunto de cores que se aproximasse

das cores primárias proposta pela física anos depois. Essa visão

influenciou Leonardo Da Vinci.

1.4 Teoria de Leonardo Da Vinci

Leonardo (1452 a 1519), se opõe a Aristóteles ao afirmar que a

cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz, afirma ainda que o

branco e o preto não são cores mas extremos da luz. Seus estudos sobre a cor

foram reunidos num livro “Tratado da Pintura e Paisagem” publicado pela

primeira vez 132 anos após sua morte. Leonardo Da Vinci, foi o primeiro

responsável pela determinação do primeiro conjunto de formulações que pode

ser chamado de Teoria das Cores.

(...) No esboço da Teoria das Cores,

demonstramos com toda clareza que toda cor

reconhece como origem uma luz e uma não-luz que

tende resolutamente para o escuro (...) reconhece a

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essas condições valores hierárquicos (...) não

pretende extrair cores da luz, apenas demonstrar que

a cor é determinada pela luz e por que a ela se opõe.

(PEDROSA, 2009, p. 50).

Leonardo assim definiria as cores primárias:

“Chamo cores simples aquelas que não podem ser

feitas pela mescla de outras cores. (...) O branco, se

bem que alguns filósofos não aceitem nem ao

branco nem ao preto como cores, porque um é a

causa do outro e o outro a privação da cor, o pintor

não poderia provar-se dele e, por isso, o colocamos

em primeiro lugar. O amarelo, o verde, o azul, o

vermelho e o preto vêm em continuação.” (DA

VINCI, 1944, p. 188-189).

Foi o primeiro a demonstrar de forma experimental que o branco

é composto pelas demais cores.

Em seus escritos surge, pela primeira vez, na história da cor, uma

disposição racional das afinidades das diversas cores em relação às luzes e às

sombras. As cores só são belas quando expressam uma realidade,

funcionando como luz, meia luz, sombra ou escuridão. A afinidade das cores

com a luz, com a sombra ou a ausência de luz é hoje facilmente constatada

pela fotografia em preto e branco. A beleza das cores só se revela por inteiro,

em cada uma delas, no contato com a luz.

A cor que não brilha é formosa em suas partes iluminadas, porque

a luz vivifica e torna mais visível sua qualidade, enquanto a sombra atenua e

vela esta beleza e impede de vê-la. (...) A beleza de qualquer cor que não

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tenha brilho por si mesma cria-se pela grande claridade das partes iluminadas

dos corpos opacos. (DA VINCI, 1944, p.187).

1.5 Teoria de Newton

Isaac Newton (1642-1727), acreditava na teoria corpuscular da luz,

afirmou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula da luz,

posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava

satisfatoriamente o fenômeno da cor. Mas sua teoria foi aceita devido ao seu

grande reconhecimento pela gravitação. Newton fez vários experimentos sobre

a decomposição da luz e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da

partícula de luz, com um prisma de vidro ( vidro triangular – um peso de papel),

observou em seu quarto, como o raio de sol da janela se decompunha ao

atravessar o prisma, sua atenção foi atraída pelas cores do espectro, onde um

papel no caminho da luz que emergia do prisma aparecia as sete cores do

espectro, em raios sucessivos: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul anil

e o violeta.

( www.google.com.br/imagens acessado em 21/04/2012)

Desta maneira, Newton produziu seu pequeno arco-íris artificial.

Repetiu o experimento por diversas vezes e concluiu que a luz branca é

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composta por todas as cores do espectro e provou isso reunindo as raias

coloridas mediante a uma lente, obtendo em seu foco, a luz branca. Newton

foi o primeiro a organizar as cores em um círculo.

( www.google.com.br/imagens acessado em 21/04/2012)

No século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos

pigmentos até chegar aos três básicos para a impressão: o vermelho,

verde e azul.

1.6 Teoria de Goethe

No século XIX, o poeta Goethe (Johann Wolfgang Goethe 1749-

1832), se apaixonou pela questão da cor e passou trinta anos tentando

terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre as cores

que poria abaixo a teoria de Newton. A principal objeção de Goethe a

Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores,

cada uma delas mais escura que o branco.

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Em 1820, comentando sua posição, GOETHE (1993, p. 1982)

afirmava:

“Com isso, fiz com que toda a escola (newtoniana) se voltasse

contra mim; todos se admiravam de alguém sem o domínio superior das

matemáticas ousasse contradizer Newton, porque pareciam não ter a

mais remota idéia de que pudesse existir uma física absolutamente

independente das matemáticas.”

Assim ele defendia a idéia das cores serem resultado da

interação da luz com a “não luz” ou a escuridão. Por exemplo, o

experimento da luz decomposta em cores ao passar por um prisma foi

explicado por ele como um efeito do meio translúcido (o vidro)

enfraquecendo a luz branca. O amarelo seria a impressão produzida no

olho pela luz branca vinda em nossa direção através de um meio

translúcido. O sol e a lua parecem amarelados por sua luz passar pela

atmosfera até chegar a nós. Já o azul seria o resultado da fuga da luz de

nós até a escuridão. O céu é azul porque a luz refletida na Terra volta

em direção ao espaço negro através da atmosfera. Da mesma forma o

mar, onde a luz penetra alguns metros em direção ao fundo escuro. Ou

as montanhas ao longe que parecem azuladas. O verde seria a

neutralização do azul e do amarelo. Como no mar raso ou numa piscina,

onde a luz refletida no fundo vem em nossa direção (amarelo) ao mesmo

tempo que vai do sol em direção ao fundo (azul). A intensificação do

azul, ou seja, a luz muito enfraquecida ao ir em direção à escuridão

torna-se violeta, do mesmo modo que o amarelo intensificado como o sol

nascente, mais fraco, e tendo que passar por um percurso maior de

atmosfera até nosso olho fica avermelhado.

A interpretação do arco-íris é assim modificada. Os dois

extremos tendem ao vermelho, que representa o enfraquecimento

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máximo da luz. E ele realmente descobriu aspectos que Newton

ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor.

Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que

objetos brancos sempre parecem maiores do que pretos. Também

reinterpretou as cores pigmentos de Le Blon, renomeando-as: púrpura,

amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais

tintas magenta, amarelo e ciano, utilizadas em impressão industrial.

Porém as observações de Goethe em nada feriram a teoria de

Newton, parte devido ao enorme prestígio do físico inglês, e em parte

porque suas explicações para os fenômenos eram muitas vezes

insatisfatórias e ele não propunha nenhum método científico para provar

suas teses. Sua publicação “A teoria das cores” caiu em descrédito na

comunidade científica, não despertou interesse entre os artistas e era

muito complexo para leigos.

Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se

divide em três matérias com as mesmas características que Goethe

propunha para cores: a cor física (óptica física), o estímulo físico e o

emitido por uma fonte energética direta (luz colorida), ou por dispersão

dos raios luminosos da luz branca; a cor fisiológica (óptica fisiológica), o

que caracteriza o estímulo fisiológico é a sua integração com a

sensação, pelo fato de ser originado fisiologicamente.

Há dois tipos principais de estímulos fisiológicos: o primeiro é

gerado por uma excitação mecânica saturando parte da retina com uma

cor, forçando a outra parte da retina a produzir fisiologicamente a cor

complementar da que foi excitada, o segundo é formado por uma

excitação subjetiva, pela ação da própria retina ou do cérebro (sensação

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colorida no escuro, manipulação mental de cores realizada por pintores,

mentalizações coloridas dos místicos e das demais pessoas que

exercitam essa faculdade, como desdobramento da memória cromática;

visões causadas por alucinógenos e mecanismos dos sonhos), e por

disfunções orgânicas (cores patológicas); e a cor química (óptica físico-

química) nesse último estímulo, a natureza e a organização dos átomos

nas moléculas é que determinam a cor percebida nas substâncias.

O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de

observações modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda

podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo em livros

infanto-juvenis que apresentam ilusões de óptica.

(Círculo cromático de Goethe, www.google.com.br/imagens acessado

em 22/04/12).

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1.7 Teoria de Philipp Otto Runge

O pintor alemão Philipp Otto Runge (1777-1810), partilhou do

interesse de Goethe pela maneira como a cor podia ser usada na pintura.

Elaborou com a esfera das cores um meio de medir a cor pigmento, não só

mostrando a relação entre as matizes, mas também graduando cada cor

numa escala que vai do mais claro ao escuro e da saturação ao

acinzentado.

(Círculo de Runge www.google.com.br/imagens acessado em 22/04/12).

1.8 Teoria de Moses Harris

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O cientista e naturalista Moses Harris, produziu um círculo das

cores (por volta de 1770), centralizando as cores “primitivas”, ou primárias:

vermelho, amarelo e azul. Mas essa idéia não foi plenamente aceita pelos

artistas até a metade do século XIX.

(Círculo de Harris www.google.com.br/imagens acessado em 22/04/2012).

1.9 Teoria de Chevreul

No século XIX, o químico francês Michel Eugene Chevreul (1789-

1889), desenvolveu uma nova idéia de harmonia da cor baseada na

observação de como as harmonias da natureza e da ciência óptica são

conseguidos através de contrastes brilhantes.

Em 1839 Chevreul, publicou seu livro “Sobre a harmonia e contrastes

das cores”. Percebeu que o brilho das cores não dependia somente da

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intensidade das tintas, mas também podiam perder sua intensidade quando

colocadas ao lado de outras cores, e criou a “lei do contraste simultâneo”.

No círculo das cores de Chevreul, mais de mil e quatrocentas tintas

são derivadas das doze cores principais, permitindo um sistema preciso de

medida de cores com vinte níveis de gradação.

(Círculo de Chevreul www.google.com.br/imagens acessado em 22/04/2012).

Novas teorias, muitas discussões sobre as cores e suas denominações, mas sempre levando ao mesmo ponto, são sempre as mesmas

sete cores do espectro, auxiliadas pela luz ou por sua ausência, medidas por

ondas ou matematicamente, as três cores da impressão continuam valendo até

hoje, reproduzindo nos dias de hoje imagens com milhões e milhões de cores.

A cor faz parte do nosso dia-a-dia.

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CAPÍTULO II

A COR E SUAS APLICABILIDADES

“As cores são ações e paixões da luz.”

(GOETHE, 1993 p. 65)

O homem inicia a conquista da cor, ao iniciar a própria

conquista da condição humana. Elementos naturais da flora e da fauna para

colorir e ornamentar o corpo, utensílios, armas e paredes das cavernas:

esfrega, tritura flores, sementes, elementos orgânicos e terras corantes. A

observação o leva a utilizar matérias calcinadas para tingir de preto, busca

óleos minerais, animais e vegetais para fixar os corantes, e com o acúmulo de

conhecimento, enriquece sua subjetividade, e a cor serve para abrilhantar os

atos religiosos, comemorativos, guerreiros e fúnebres, os primeiros códigos

cromáticos, dando a cada cor um significado, que passa a ter significação

variada em povos e épocas diferentes.

2.1 Cor-Luz e Cor-Pigmento

Só podemos perceber as cores na presença da luz. Cor é luz.

Sem luz, nossos olhos não podem ver as cores. A cor é o resultado do reflexo

da luz que não é absorvida por um pigmento. Assim pode se estudar as cores

sob dois aspectos que estão diretamente relacionados embora sejam

aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

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2.1.1 Cor-luz

A cor-luz pode ser observada através dos raios luminosos. Cor-luz é a própria luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca

contem todas as cores. Se o branco é a soma de todas as cores, o preto é a

ausência delas.

2.1.2 Cor-Pigmento

O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Com o

tempo o homem percebeu que podia extrair os pigmentos da natureza e utilizá-

los em forma de tinta misturando com resina das árvores, com clara e a gema

de ovo e diferentes tipos de óleos para conservar, transportar e fixar as cores.

As técnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia

criou os pigmentos sintéticos. Cores artificiais feitas em laboratório, mas tão

intensas e belas como as cores naturais que tentam imitar. Muitas tintas

industrializadas ainda são feitas com pigmentos naturais, mas já existem

pigmentos sintéticos de todas as cores. Os corantes também são pigmentos.

2.2 Classificação das Cores

2.2.1 Cores Primárias

São aquelas que não podem ser obtidas por misturas de outras

cores. As cores primárias são cores puras e elas se diferem em cores-luz

primárias e cores-pigmentos primárias.

A soma das três cores-luz primárias (vermelho, verde e azul),

produz a luz branca. Por isso elas também são chamadas de cores primárias

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aditivas. É convencionalmente usada a sigla RGB (Red, Green e Blue), na

impressão das cores-luz.

( www.google.com.br/imagenacessado en 09/06/2012).

Os pigmentos cromáticos são classificados em três categorias:

primários, secundários e terciários. As cores primárias da cor pigmento são:

vermelho-magenta, amarelo, e azul forte, ou Ciano. Com essas cores básicas

é possível criar uma infinidade de tonalidades e assim reproduzir as cores da

natureza. Este também é o princípio usado nas impressoras, o modo CMYK

(onde Ciano, Magenta, Yellow e K para o preto( key-black ou seja cor chave).

Se o branco na cor-luz primária é a junção de todas as cores e o preto a

ausência dela, na cor-pigmento primária o branco e o preto quanto pigmento

são classificados em duas categorias: pigmentos acromáticos e pigmentos

cromáticos. O branco, o preto e os cinzas, produzido pelas misturas do preto e

do branco, são acromáticos porque não contém cor. Todos os outros

pigmentos são cromáticos.

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(ww

2.2.2 Cores Secund

As cores

primárias em proporção

(Modo CM

www.google.com.br/imagens acessado em

ecundárias

cores secundárias são obtidas pela combin

orção igual.

(www.google.com.br/imagens acessado

25

do CMYK)

o em 09/06/2012)

ombinação de duas

sado em 09/06/2012)

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2.2.3 Cores Terciárias

As cores terciárias são obtidas quando se mistura uma cor

primária e uma secundária.

( www.google.com.br/imagens acessado em 09/06/2012)

2.2.4 Gradação das Cores

Gradação é a mistura gradativa entre as cores formando novas cores a partir das primárias, as secundárias, o branco e o preto. Essa mistura

gradativa é conhecida como “degradê”. A mistura gradativa das cores forma

novas cores pela variação de intensidade e tonalidade.

2.2.5 Matiz

É a cor em sua máxima intensidade; é a própria cor. É também a

variação de tonalidade obtido pela mistura de duas cores em sua máxima

intensidade, sem mistura de pigmentos pretos ou brancos, formando novas

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cores. É na mistura da matiz de uma cor primária com uma secundária que

surge a cor terciária.

2.2.6 Isocromia

É a harmonia obtida em uma composição usando-se cores diferentes, mas que implicam uma na outra. Por exemplo: uma pintura que tem

o vermelho como cor predominante e o uso de uma de suas matizes.

2.2.7 Cores Análogas

As cores análogas são semelhantes em sua composição, ou seja,

a mistura gradativa entre as cores do círculo cromático é um matiz gradativo,

um “degradê” que forma uma escala entre duas cores e é feita entre uma cor

primária e uma secundária que sejam vizinhas no círculo cromático, forma

uma escala de cores análogas.

2.2.8 Cores Complementares

Quando uma cor é colocada lado a lado com sua complementar,

elas se intensificam pelo contraste simultâneo. No círculo cromático a cor

complementar é a que está diametralmente oposta, isto é, traçando um

diâmetro é a que está do lado oposto.

2.2.9 Cores Quentes

As cores quentes tendem para o amarelo, e suas matizes com os

alaranjados e avermelhados. As cores quentes estimulam a circulação do

observador, causando um ligeiro aumento na temperatura do corpo.

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Segundo LACY (1989 p. 132), usar sempre uma cor quente e uma

fria juntas. A influência das cores pode ser notada na decoração, na maneira

de vestir, como terapia, na expressão de um quadro, traduzindo o estado de

ânimo das pessoas e a maneira de como gostariam de ser vistas.

2.2.10 Cores Frias

As cores frias tendem para o azul, e as matizes entre o verde,

azul e violeta. Ao contrário das cores quentes, diminuem a circulação do

observador, causando uma ligeira queda da temperatura do corpo.

2.3 As Cores Nas Culturas

Desde que os primeiros homens começaram a usar as cores

como forma de magia para atrair, através de seus poderes, a tão preciosa

caça, as cores passaram a ter um papel cada vez mais fundamental e

simbólico em todas as culturas do mundo.

Segundo LACY (1989 p. 136), a cor está muito ligada aos nossos

sentimentos, ajudando-nos em nossas atividades e influenciando em nossa

sociabilidade, introversão e extroversão.

Dos babilônios aos egípcios as cores eram parte fundamental da

cultura e religião, definindo e expressando toda a força mística destas. Era

também através da magia das cores que a classe dominante controlava a

política e o povo. Ambos os povos usavam e abusavam do fascínio e das

emoções que o uso indiscriminado das cores exercia sobre os indivíduos.

Seus palácios, templos e monumentos eram pintados com cores vivas e

contrastantes, de maneira a intimidar todos os que se aproximavam. O povo

em geral usava vestimentas de cores neutras, como branco, bege ou cinza e

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as cores vibrantes eram reservadas à elite fazendo com que esta pudesse

usar o poder que elas exerciam sobre os sentidos, de maneira intimidante, para

garantir seu domínio.

Já na Índia e na China o poder das cores é usado há milhares de

anos como forma de energia que influencia todos os aspectos da vida. Os

centros energéticos do corpo conhecidos como Chakras pelos budistas e

hindus são regidos pelas cores, de maneira que seu uso deve ser estudado e

todo cuidado deve ser tomado para que o equilíbrio entre o material e o astral

se mantenha inalterado fazendo com que a saúde, a sorte e a sanidade sejam

sempre preservadas.

As culturas orientais de uma forma geral, acreditam que as cores,

além de controlar os aspectos físicos e espirituais do ser humano, exercem

uma imensa influência sobre as situações do cotidiano. Por isso é importante

que toda e qualquer vestimenta seja examinada de um ponto de vista ideal

para a situação que deva ser controlada. Situações específicas requerem

cores próprias; religião, guerra, política, cada qual com sua combinação correta

para obter-se uma solução desejada.

Na cultura ocidental foi a religião que fez uso das cores de maneira

a simbolizar deferentes aspectos espirituais, reforçar sua autoridade, intimidar

seus seguidores, mantendo uma aura de mistério e respeito. Diferentes cores

são usadas para simbolizar diferentes posições hierárquicas dentro das

diversas religiões. Padres, bispos, pastores, cônegos ou papas, cada qual usa

de uma específica cor, de maneira que possam ser identificados

instintivamente por aqueles com quem se relacionam, criando assim uma

situação em que são vistos em uma posição psicologicamente destacada.

O uso dado às cores conforme os hábitos das diversas culturas

mundiais durante o decorrer dos séculos, tinha o objetivo de obter resultados

dirigidos diante de situações específicas como ferramenta de manipulação

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psicológica que, segundo a sabedoria popular, tem provado ser muito mais

acurada do que se imaginava.

2.3.1 Branco

O filósofo grego Pitágoras, acreditava que a cor branca continha,

além de todas as outras cores, todos os sons. Esta crença reflete-se na

propriedade da cor branca de representar a divindade, sinceridade e

transformação nos simbolismos do som dos sinos e gongos. Muitos dos

antigos templos e das atuais igrejas são brancas. As tradições nipônicas

consideram o branco a cor do luto. Nos cultos afrobrasileiros o branco é

dedicado a Oxalá, Oxaguiã e Obatalá, pai de todos os orixás, pai da paz.

2.3.2 Preto

Na Idade Média o preto era associado a Saturno, o porco e ao

Domingo. Em Madagascar uma pedra preta é colocada em cada um dos

quatro pontos cardeais sobre o túmulo, para representar a força da morte. Já

para os antigos egípcios a lama negra do Nilo representava um renascer e os

gatos pretos eram considerados duplamente sagrados diferindo das crenças

ocidentais da Idade Média, nas quais os gatos e lebres pretos eram

considerados familiares e mensageiros do demônio. Na Roma antiga

sacrificavam-se bois pretos para satisfazer os deuses das profundezas. Nos

cultos afrobrasileiros a cor preta é dedicada a Exu, o mensageiro dos orixás, as

vezes associadas ao vermelho e ao branco.

2.3.3 Vermelho

Segundo LÜSCHER (1969 p.52), experiências com vermelho

puro comprovaram que se o indivíduo ficar por algum tempo o observando,

desencadeia funções corporais, e estimulações em todo o sistema nervoso: há

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uma elevação da pressão arterial e nota-se que o ritmo cardíaco se altera.

Segundo ele, o vermelho puro atua diretamente sobre o ramo simpático do

sistema neurovegetativo.

O vermelho é uma cor mágica em muitas culturas, representa o sangue, a essência da vida. Ervas eram amarradas com fitas vermelhas e esta

era amarrada em volta da cabeça para aliviar a dor de enxaqueca. Os chapéus

dos gnomos, a capa das fadas e o chapéu dos magos são muitas vezes

descritos como vermelhos. A cor vermelha é bastante desagradável para os

maus espíritos, por essa razão, na China, os rabichos dos sábios eram

trançados com uma fita vermelha para afastar esses espíritos e as mães

faziam o mesmo com os cabelos das crianças pela mesma razão, o vestido da

noiva também é vermelho. No Japão, crianças com catapora são mantidas em

um quarto totalmente vermelho, vestidas com roupas vermelhas para apressar

o processo de cura. No culto afro-brasileiro o vermelho é dedicado a Xangô,

deus da Justiça e a Iansã deusa dos raios e tempestades.

2.3.4 Amarelo

Os corpos dos aborígines australianos são pintados com ocre

amarelo nas cerimônias funerárias. Na China os magos escrevem seus feitiços

em papel amarelo para aumentar sua potência. Na Idade Média tanto Judas

quanto o Diabo eram representados vestidos de amarelo. No culto afro-

brasileiro é a cor dedicada a Oxum, deusa dos rios, do ouro, da fertilidade.

2.3.5 Púrpura/ Magenta e Violeta

Essas cores são na verdade, representações de uma mesma cor

que variam na intensidade de luz. É um tom especialmente sagrado para as

culturas romanas e egípcias nas figuras de Júpiter e Osíris. Associa-se às

dimensões sagradas, justiça, diligência, nobreza de espírito, pensamento

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religioso, idade avançada e inspiração. Na Igreja o púrpura é usado pelos

sacerdotes para transmitir santidade e humildade. Na China o violeta simboliza

a morte e é a cor das viúvas. No culto afro-brasileiro é a cor dedicada a Nanã,

mãe dos orixás, deusa das águas profundas.

2.3.6 Rosa e o Dourado

O rosa é a cor ligada a deusa greco-romana do amor e da beleza

Afrodite ou Vênus e representa os aspectos mais suaves do amor e bondade.

No culto afrobrasileiro é a cor dedicada aos Erês, as crianças. Já o dourado

representa o poder do sol e suas deidades como o deus Rá e o deus grego

Apolo, na Idade média os curandeiros prescreviam água ou licores com folhas

de ouro para a cura de problemas nos olhos e como tratamento de doenças

graves. No culto afro-brasileiro, também é uma cor dedicada a deusa Oxum.

2.3.7 Azul

Segundo LÜSCHER (1969 p.38), a cor azul, é psicologicamente calmante e atua principalmente através do ramo parassimpático do sistema

neurovegetativo.

O Deus dos Judeus ordenou aos israelitas que usassem um

barrado azul em suas roupas, é a cor de Odin, deus supremo dos povos

Nórdicos; o deus hindu Vishnu era azul; é a cor das roupas de Nossa Senhora.

Azul era a cor sagrada dos Druidas; no norte da Europa por volta de 1600, um

pano azul era usado no pescoço para evitar doenças. Nas culturas asiáticas

acreditam que vestir ou carregar algo azul afasta o mau olhado, nos vestidos

de noivas é costume por uma fita azul para dar sorte. No culto afro-brasileiro a

cor azul escuro é dedicada a Ogum, deus da guerra; azul claro é dedicado a

Yemanjá senhora do mar, mãe de todos os filhos de santo.

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2.3.8 Verde

Na Irlanda o verde é associado às fadas e acredita-se que pode dar

azar devido a esta ligação. O verde é muito usado nos hospitais com base na

crença de que esta cor ajuda o processo de recuperação da saúde. No culto

afrobrasileiro é dedicado a Oxossi, deus da caça.

Segundo PEDROSA (2009 p 79): “a variedade de significados de

cada cor, ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de

desenvolvimento social e cultural das sociedades que os criam.”

Em nenhuma outra época a cor foi tão largamente empregada como

no século XX. As grandes indústrias de corantes e de iluminação tornaram

casa vez mais ricas as possibilidades cromáticas, por meio de novas tintas

sintéticas, plásticas e acrílicas, dentre outras, ao mesmo tempo que no

emprego estético da cor surgem novas especialidades na comunicação visual.

As mensagens de todos os tipos, sempre mais coloridas, inauguram uma era

cultural em que a luz alucinante e psicodélica das grandes metrópoles parece

ter como único objetivo a poluição visual.

Mas esse desregramento no uso da cor se origina de fatores sociais

e não estéticos. Cada cartaz, cada anúncio luminoso, cada vitrine, cada

imagem colorida de TV e até a simples indumentária de uma corista, de um

jogador de futebol, ou de um jóquei são longamente estudados em seus

contrastes e harmonias de cores.

O mais surpreendente em tudo isso é que sempre que alguém, em

qualquer lugar, por qualquer motivo, toma um pincel para colorir a obra que

inicia, seu espírito utiliza consciente ou inconscientemente o resultado de

escolhas e opções milenarmente preparadas para este instante mágico.

Cada cor traz consigo uma longa história.

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CAPÍTULO III

A COR NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: APLICABILIDADES

“No momento, meu espírito está Inteiramente tomado pelas leis das

Cores.”

(VAN GOGH 1960 p. 178 )

Vive-se num mundo marcado pelo poder da imagem, recursos

visuais e sobretudo pela cor. Se antes a preocupação do estudo da cor era

preocupação de alguns artistas, hoje é necessário a profissionais de diversas

áreas acadêmicas e mercadológicas.

Em diferentes níveis de complexidade, esses estudantes e futuros

profissionais devem entender os fundamentos básicos da cor, desenvolver a

capacidade de perceber suas interações, aplicabilidades, os efeitos das

diferentes combinações, enfim, precisam lidar com a cor como ferramenta

importante em seu cotidiano de trabalho e pesquisa.

“A cor pode transformar, animar, e modificar um

ambiente. Todos nós reagimos à cor, e

atualmente, é possível levá-la a todas as áreas da

vida pelo uso de matérias, tecidos e tintas, contudo,

é no âmbito acadêmico que a magia da cor deve

ser decifrada.”

(ISRAEL PEDROSA 2009 p. 243)

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3.1 O Uso da Cor no Marketing e propaganda

Na comunicação, a cor tem uma função bem definida e específica, deve ajudar na clareza da mensagem a ser transmitida.

A cor, às vezes, cria o clima desejado e fala por si só, o que deve ser

aproveitado como instrumento técnico. Somente escolher uma cor

aleatoriamente no catálogo, não garante que uma composição colorística seja

equilibrada e harmoniosa. O parâmetro do comunicador é: o público entender

com exatidão o que ele quis dizer. E é na programação visual onde as cores

se apresentam, sendo muito importante saber utilizá-las em trabalhos de

marketing, merchandising e promoções.

3.1.1 As Cores No Marketing:

• Vermelho: imagem física. Para esportes, academias, escolas de danças, organizações políticas ou negócios de bens imóveis.

• Pink: imagem feminina. Para moda, cosméticos, produtos e serviços de buffet infantil.

• Marrom: imagem de gratificação. Para indústrias de diversão, vídeo, carros, móveis, jogos e bebidas.

• Laranja: imagem de energia. Para arquitetura, ferramentas e serviços para construção e serviços rápidos.

• Pêssego: Imagem de caridade. Para serviços e produtos para crianças, produtos escolares, organizações de caridade.

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• Amarelo: Comunicação. Todos os produtos e serviços de comunicação e indústria de entretenimento, especialmente para vendas.

• Verde: saúde, plantas e vegetais. Para loja de comidas naturais, produtos florais e higiene pessoal.

• Azul claro: criatividade. Para indústrias de arte e design, serviços e produtos de informática.

• Azul escuro: execução. Para negócios, educação (vide as cores da AVM), serviços financeiros, negócios de alto investimentos que

necessitem mostrar confiabilidade, vide venda de carros.

• Preto: imagem de autoridade. Para serviços e produtos de segurança e proteção, ou simboliza luxuria com a combinação com o dourado e

prata.

• Branco: individualidade e imagem de limpeza. Melhor para produtos do que para serviços, igrejas em sua maioria de todos os credos religiosos.

• Dourado: imagem de riqueza e segurança. Para corretores, banqueiros, comerciantes e serviços de alta qualidade e serviços de

desenvolvimento pessoal.

Para FARINA (2000 p.76), “a cor é um elemento sugestivo e

indispensável que nos apresenta a natureza e os objetos criados pelo

homem e dá a imagem completa da realidade.”

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3.1.2 A Cor nas Embalagens

Segundo FARINA (2000 p.99), a embalagem tem a mágica função de dar um “psiu” ao comprador. “Deve fazer com que a compra seja

renovada, impulsionando o consumidor a ficar fiel à sua marca

(posicionamento)”.

Sem dúvidas a cor da embalagem é um de seus elementos

principais, compondo com a forma e o material um todo em si. É ainda

extremamente relevante a participação da embalagem e por extensão, da

cor, no complexo e intricado processo mercadológico. Daí a grande

importância do estudo da cor nos cursos de Designers de produtos e afins.

Diversas são as pesquisas neste sentido e existem resultados

bastante objetivos, como por exemplo, com relação ao peso relativo das

cores. Nesta área os resultados experimentais não deixam dúvidas quanto

a esta relação, onde se obtêm os seguintes resultados:

Além das considerações sobre contraste e harmonia, onde as

regras gerais também se aplicam, foram determinadas experimentalmente

algumas relações entre as cores e produtos que podem auxiliar no projeto

de uma embalagem:

• Café: marrom escuro com toques de laranja ou vermelho

• Chocolate: marrom claro ou vermelho alaranjado

• Leite: azul em vários tons, às vezes com toque de vermelho

• Gorduras Vegetais: verde claro e amarelo não muito forte

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• Carnes Enlatadas: cor do produto em fundo vermelho, às vezes com

um toque de verde

• Leite em Pó: azul e vermelho, amarelo e verde com um toque de

vermelho

• Frutas e Compotas em geral: cor do produto em fundo vermelho,

com toque de amarelo, às vezes

• Doces em Geral: vermelho alaranjado

• Açúcar: branco e azul, com toques de vermelho, letras vermelhas e

pretas

• Massas Alimentícias: transparência, vermelho, amarelo ouro e às

vezes com toques de azul

• Chá e Mate: vermelho, branco e marrom

• Queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro

• Sorvete: laranja, azul claro, amarelo ouro

• Óleos e Azeites: verde, vermelho e toques de azul

• Iogurtes: branco e azul

• Cervejas: amarelo ouro, vermelho e branco

• Detergentes: rosa, azul turquesa, azul, cinza esverdeado e branco

azulado com toques de prata

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• Inseticidas: amarelo e preto, verde escuro

• Desodorantes: verde, branco, azul com toques de vermelho e roxo

Mas o fator ainda mais importante de uma embalagem é que ela

deve conter um apelo emocional, pois não se vende uma mercadoria, vende-

se um sonho de satisfazer um desejo, de preencher uma necessidade. Tem-

se então a união do Marketing e do designer.

3.2 A Cor na Psicologia Segundo o pensamento da psicologia, nenhuma cor é feia. A cor é apreciável em si mesma, em absoluto, qualquer que seja ela.

Ainda que a atração de cada cor específica seja desigual, a referida

atração sempre ocorre em algum grau. Isto resulta do fato mesmo de a cor ser

o objeto formal, isto é específico, ou essencial, da visão; é a cor aquele objeto

que dá a forma a esta espécie de conhecimento.

Há cores frias, quentes, leves e pesadas, calmantes e excitante, de

alívio e opressivas; cada uma das cores goza de tais propriedades em função

do que as cores são em si mesmas.

Pode-se antever que os efeitos psicodinâmicos da cor são variados,

por causa da predominância do sentido da visão sobre todos os demais

sentidos.

Este grande efeito psicodinâmico das cores ainda ocorre em virtude da

considerável diversidade das cores, sua gradação de luminosidade, diferença

de intensidade, além da variação dos espaços e formas das áreas coloridas.

Há uma psicodinâmica a comandar um importante processo, a que

está atenta não somente a psicologia, que estuda apenas teoricamente a ação

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das cores, mas também o teórico, inclusive o artista da cor, para

adequadamente dispor os elementos coloridos com vista nos resultados.

A preferência do indivíduo por determinados efeitos psicodinâmicos da

cor, pode servir de sintoma para revelar sua índole temperamental e mesmo o

caráter que formou.

Já que as cores estimulam em direção a determinados

comportamentos, o interesse por esta ou aquela cor e as circunstâncias em

que isto acontece, informa sobre a pessoa mesma.

As circunstâncias poderão interferir e determinar o apelo diferenciado

às cores. Há também interferidores no uso das cores contra as propriedades

psicológicas das cores. A moda, por exemplo, determina preferências, que

podem nãos ser as da inclinação espontânea. As cores determinadas podem

não definir com precisão o caráter e a índole da pessoa que a usa. Também

por motivos funcionais, sobretudo terapêuticos, uma cor poderá ter sido eleita

exatamente para reverter uma tendência.

E LÜSCHER (1969 p. 49), que propõe uma psicodinâmica baseada na

combinação de dois elementos básicos do comportamento: a atividade e a

passividade, a autonomia e a heteronomia. Daí resultam quatro tipos

psicológicos: os que se inclinam à cor azul ( os heterônomos passivos), os que

tendem ao vermelho (os autônomos ativos), os que apreciam o verde (os

autônomos passivos) e os que sofrem a influência do amarelo ( os

heterônomos ativos).

A psicodinâmica das cores poderá determinar comportamentos

complexos. Vagamente, os tipos de personalidades conseguem ser

determinados pela cor e as complexas circunstâncias em que são utilizadas. A

tudo isto não está atento apenas o psicólogo, mas o artista que põe a seu

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serviço os resultados da observação da psicologia, para colocar a cor certa nas

criações de suas expressões em cor.

3.3 A Cor na Moda

Para Celina (1990 p. 46), a cor é um elemento de grande importância nas dimensões, que uma figura imprime perante aos olhos dos observadores.

A cor é o mensageiro poderoso na comunicação da moda, além de

ser um item importantíssimo no efeito da imagem, pois a cor exerce força

psicológica e física. Ela interfere na sua imagem perante as pessoas, e

representa a maneira como nos sentimos.

A cor tem o poder de estimular, tranquilizar, deprimir, atrair ou repelir;

ela pode nos trazer poder, prazer e sofisticação. Abaixo estão alguns

exemplos dos efeitos da cor nas roupas.

• Vermelho: esta cor faz com que quem a usar se sinta mais vigoroso,

expansivo e pronto para avançar adiante em algum sentido evidente.

Ela tende a atrair o olhar das pessoas e chamar a atenção. Se a pessoa

usar vermelho, isso pode indicar que tem ardor e paixão, ferocidade e

força. As pessoas que gostam de ação e drama apreciam essa cor, que

também é associada à sexualidade.

• Laranja: esta cor revigorante e estimulante não tem muito do dinamismo

do vermelho. Se estiver usando roupas da cor laranja, pode ter traços

corajosos e aventureiros, demonstrando entusiasmo e zelo em qualquer

coisa que faça, mesmo que isso consuma suas energias. As pessoas

que usam essa cor são afirmativas e gostam de rir e fazer as outras

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pessoas rirem. O uso de roupas da cor laranja também estimula a

conversação e o senso de humor.

• Amarelo: esta cor geralmente é usada pelos intelectuais, estudiosos e

pessoas que gostam de ocupar posições de autoridade e de controle.

Ela estimula a receptividade e atenção aos detalhes. Essa é a cor mais

associada com o sol e tende a gerar qualidades otimistas e positivas nas

pessoas que a usam em sua roupa.

• Verde: esta cor ajuda as pessoas a criarem um ambiente equilibrado,

suavizante e calmo, ela simboliza harmonia e equilíbrio. O verde das

roupas tende a refletir tipos convencionais, pessoas que preferem não

sobressair numa multidão. Os indivíduos que apreciam essa cor

geralmente gostam da natureza e da segurança.

• Azul Turquesa: esta cor estimula as pessoas a demonstrarem interesse

por que usa essa cor. Ela expressa uma personalidade revigorante, que

está facilmente acessível. O azul turquesa ajuda a clarear seus

pensamentos e sentimentos, produzindo clareza em sua comunicação.

Se a pessoa gosta de usar essa cor nas roupas, quer ser visto como

portador de jovialidade e vivacidade.

• Azul: Vestir-se de azul sugere espiritualidade e ordem. As pessoas que

usam essa cor refletem um desejo de paz e quietude, tranquilidade e até

mesmo solidão. Essa cor não é ameaçadora e o indivíduo que a utiliza

por certo valoriza a lealdade e honestidade.

• Violeta: o uso de roupas violeta gera sentimentos como respeito próprio,

dignidade e auto-estima. Essa é a cor usada pelos sacerdotes católicos

para refletir santidade, humildade e penitência. Em virtude da sua

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riqueza, ela também está associada com os monarcas, a extravagância

e prosperidade. Muitos artistas preferem essa cor para suas roupas,

talvez por causa das suas qualidades espirituais e criativas.

• Magenta: vestir roupas dessa cor gera sentimentos de suavidade,

afetuosidade e docilidade. Ela estimula afeição e sentimentos como

amor e compaixão. O magenta também transmite uma mensagem

sexual poderosa, que pode ser manipuladora num nível sutil. Se a

pessoa gosta de vestir-se com essa cor, isso pode indicar que quer

expressar sua sensualidade.

• Preto: na maioria das sociedades ocidentais, o preto quase sempre é a

cor do luto e da penitência. Em geral, essa cor é usada por pessoas que

rejeitam a sociedade ou se rebelam contra as normas sociais. O preto é

uma cor que nega a luz. Essa e a cor usada pelos homens de negócio,

policiais e padres para refletir poder e autoridade. O preto é percebido

como escuro e misterioso. Essa cor também é usada pelas pessoas que

preferem parecer tradicionais e responsáveis.

• Branco: as roupas brancas têm sido associadas a limpeza, pureza e a

inocência. Nos países orientais, o branco é usado como uma cor

adequada para a morte e o pesar. Essa é a cor do desprendimento. O

branco reflete todas as cores e as pessoas que o utilizam nas roupas

podem fazê-lo para manter-se refrescadas sob o calor dos raios solares.

Na sociedade ocidental, é muito utilizada por médicos, esteticistas e

afins, onde se imprime a limpeza, já para exemplar a pureza é a cor

usada pelas noivas desde a era vitoriana.

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• Marrom: a cor marrom geralmente está associada com terra e

estabilidade. Para criar essa cor, precisa-se misturar o vermelho com o

preto, portanto, ela tem alguns dos seus atributos. O marrom é uma cor

envolvida com o enraizamento e a criação de fundações firmes para o

futuro – semelhante ao lado positivo do vermelho--. Ele também contém

a qualidade poderosa do preto, no que se refere a autoridade, a

confiança interior e a auto-afirmação. Uma pessoa que gosta de vestir-

se com marrom por certo é extremamente dedicada e comprometida

com seu trabalho, sua família e seus amigos. No lado positivo, essas

pessoas são práticas e materialistas na vida, mas em seu aspecto

negativo elas podem ser profundamente inseguras e instáveis. A cor

marrom gera organização e constância, especialmente nas

responsabilidades do cotidiano. As pessoas que gostam de usar essa

cor são capazes de ir a fundo e lidar com questões complicadas de

forma simples e direta. Elas são pessoas insensatas.

Ficou claro portanto, que a cor além de ser um elemento decorativo,

tem muito mais importância no campo acadêmico, onde se pode em nível de

pesquisa científica compreender sua grande influência na vida humana, seja na

Moda, Design, Arquitetura, Comunicação visual, Marketing, Psicologia, e

porque não na Medicina, Física, Química e assim por diante.

A cor tem influência em nossos componentes físico, mental e

emocional.

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CONCLUSÃO

“No momento, meu espírito está

inteiramente tomado pelas leis das cores. Ah, se elas nos

tivessem sido ensinadas em

nossa juventude.”

(VAN GOGH 1960, p. 178).

Com esse pensamento fica claro a necessidade de se estudar as cores

de uma forma mais acadêmica e não só como se faz na maioria das

graduações, principalmente nos cursos de moda, Design de Interiores e

produtos, no Marketing e dentre outras, ou seja, as cores são muito mais do

que apenas misturas pueris.

As cores têm muito a acrescentar nesses cursos de graduação e já

está sendo empregadas na psicologia como fator de percepção de

personalidades e até mesmo diagnosticar determinadas patologias psíquicas.

Até a medicina com sua vertente em terapias holísticas estão se aprofundando

nos estudos das cores.

Sua contribuição na Moda fica a cargo da percepção de que é a cor

quem determina uma estação, o desejo pela peça de roupa que vai varia

sazonalmente de acordo com a estação, ou melhor, coleção: outono /inverno e

primavera/verão. A cor na moda é determinada pela indústria de tecidos que

paga milhões de dólares e euros para os escritórios de pesquisas

especializados em cores, texturas e afins, gerando esse desejo incontrolável de

se consumir moda.

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No design de interiores e de produtos funciona da mesma forma, onde

a cor se alia as formas e com isso faz despertar o mesmo desejo de consumo,

um dos fatores que o Marketing está se apropriando das teorias da cor e seus

estudos para o desenvolvimento de produtos e propagandas onde se instiga a

curiosidade e se alimenta o desejo de consumo.

Todas essas possibilidades de apropriação dos estudos das teorias das

cores levam a reforçar a necessidade de seu estudo de uma forma mais

acadêmica, tendo a consciência de que as cores são primordiais e são sim

uma ciência .

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LEMOS, Celina. Como Se Vestir Para Parecer Mais Magra. Rio de Janeiro.

Editora Tecnoprint S.A., 1990.

LÜSCHER, Max e Scott, Ian. O Teste das Cores de Lüscher. Traduzido por

Edmond Jorge. Editora Renes, 1969.

PEDROSA, Israel. Da cor à Cor Inexistente. 10ª Edição. Rio de Janeiro.

Editora Senac Nacional, 2009.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

_________________. A Bíblia Sagrada. Tradução em português João

Ferreira de Almeida. 44ª Edição. Editora Paulinas São Paulo 1987.

DA VINCI, Leonardo. Tratado de La Pintura y Del Paisage-Sombra y Luz.

Buenos Aires 1944.

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das Cores em comunicação. 5ª Edição.

São Paulo. Editora Edgard Blucher, 2000.

GOETHE, J. W. Doutrina das Cores. Apresentação, seleção e tradução

Marco Giannotti. São Paulo. Editora nova Alexandria, 1993.

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WEBGRAFIA

www.eps.ufsc.br

www.mundocor.com.br

www.cromos.com.br

www.pantone.com

www.tci.art.br

www.tintasrenner.com.br

www.colorindo.hpg.ig.com.br

www.dozen.com.br

www.tintascoral.com.br

www.designbrasil.org.br

www.ucg.br

www.cce.ufsc.br

www.fag.edu.br

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

TEORIAS DA COR 10

1.1 – Teoria de Aristóteles 10

1.2 – Teoria de Plíneo 11

1.3 - Teoria de Leon Battista Albert 12

1.4 - Teoria de Leonardo Da Vinci 12

1.5 - Teoria de Newton 14

1.6 - Teoria de Goethe 15

1.7 - Teoria de Philipp Otto Runge 19

1.8 - Teoria de Moses Harris 19

1.9 - Teoria de Chevreul 20

CAPÍTULO II

A COR E SUAS APLICABILIDADES 22

2.1 - Cor Luz e Cor Pigmento 22

2.1.1 - Cor Luz 23

2.1.2 – Cor Pigmento 23

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2.2 – Classificação Das Cores 23

2.2.1 – Cores Primárias 23

2.2.2 - Cores Secundárias 25

2.2.3 - Cores Terciárias 26

2.2.4 – Gradação das Cores 26

2.2.5 - Matiz 26

2.2.6 – Isocromia 27

2.2.7 – Cores Análogas 27

2.2.8 - Cores Complementares 27

2.2.9 - Cores Quentes 27

2.2.10 - Cores Frias 28

2.3 – As Cores Nas Culturas 28

2.3.1 – Branco 30

2.3.2 - Preto 30

2.3.3 - Vermelho 30

2.3.4 - Amarelo 31

2.3.5 - Púrpura/ Magenta e Violeta 31

2.3.6 - Rosa e Dourado 32

2.3.7 - Azul 32

2.3.8 - Verde 33

CAPÍTULO III

A COR NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: APLICABILIDADES 34

3.1 - O Uso Da Cor No Marketing e Propaganda 35

3.1 – As Cores No Marketing 35

3.2 - A cor Nas embalagens 37

3.2 – A Cor Na Psicologia 39

3.3 - A Cor Na Moda 41

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 49

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WEBGRAFIA 50

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