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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO–SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: LIMITES E
POSSIBILIDADES
Por: Dilcéa da Silva Brandão
Orientadora
Profª. Ms. Maria Esther de Araújo
Niterói/RJ
24/07/2004
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO–SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: LIMITES E
POSSIBILIDADES
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Docência do Ensino Superior.
Por: Dilcéa da Silva Brandão
Turma: 701
3
AGRADECIMENTOS
A todos os colegas da turma 701 de Docência
Superior que muito me incentivaram nessa
conquista. A minha irmã Dilcilene Brandão e
minha sobrinha, Rita de Cássia pela revisão do
texto. A todas as pessoas que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a confecção
desta monografia.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho, incentivo para
todas as conquistas da minha vida. E a DEUS,
por ter me dado o dom da sabedoria e da busca
constante pelo conhecimento.
5
RESUMO
Este trabalho pretende apresentar um estudo detalhado da Educação
a Distância, uma forma antiga de educação, que ressurgiu com enorme força
graças ao crescimento da Internet. Os cursos a distância e principalmente os
cursos em rede estão conquistando cada vez mais adeptos no Brasil e com
esta crescente demanda faz-se necessário uma análise de todos os
aspectos que envolve essa modalidade de ensino, principalmente no curso
superior.
Apresentaremos e avaliaremos desde a definição, aspectos legais,
limites, dificuldades, etc., até as possibilidades de aplicação no contexto
educacional e cultural brasileiro.
Utilizaremos a metodologia de pesquisas bibliográficas em livros,
artigos e sites.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 8
CAPÍTULO II - CONTEXTO NORMATIVO E LEGISLATIVO
DA EAD NO BRASIL 11
CAPÍTULO III – DIFICULDADES E LIMITES DA EAD 29
CAPÍTULO IV – PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES
DA EAD 36
CONCLUSÃO 52
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA 56
WEBGRAFIA 58
ÍNDICE 59
FICHA DE AVALIAÇÃO 61
7
INTRODUÇÃO
Sob o impacto de uma verdadeira revolução tecnológica, a Educação
a Distância (EAD) conheceu, na esteira da forte expansão do ensino
superior ocorrida na segunda metade da década de 1990 e da pequena
regulamentação existente, um impressionante crescimento.
Vista com desconfiança, tratada como uma forma supletiva ou
complementar e até mesmo como uma ameaça ao ensino presencial, ela foi
ignorada e relegada ao segundo plano na educação, no Brasil.
Com o surgimento de novas tecnologias, principalmente a internet,
rompem-se as barreiras que tornam sua ampliação possível, proporcionando
um aumento de oferta sem precedentes para a educação brasileira.
Entretanto, o que esta sendo feito para essa mudança de paradigma?
Que importância está sendo dada para a implementação da EAD no ensino
superior? Temos, realmente, metodologias e docentes preparados? Quem é
o estudante à distância. Ele está preparado para “aprender a aprender”?
Esse texto tem o objetivo de apresentar, sob uma perspectiva
histórica, o que vem a ser EAD, seus limites, possibilidades e contribuição
para a disseminação da educação no Brasil e propiciar, ao leitor, uma
reflexão sobre o conceito de EAD e sua melhor aplicabilidade no contexto
nacional.
8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A educação a distância não surgiu no vácuo (Keegan 1991), tem uma
longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Sua origem
recente, já longe das cartas de Platão e das epístolas de São Paulo, está
nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do
século XVIII e com largo desenvolvimento a partir de meados do século XIX
(chegando aos dias de hoje a utilizar multimeios que vão desde os
impressos à simuladores on-line, em redes de computadores, avançando em
direção da comunicação instantânea de dados voz-imagem via satélite ou
por cabos de fibra ótica, com aplicação de formas de grande interação entre
o aluno e o centro produtor, quer utilizando-se de inteligência artificial - IA,
ou mesmo de comunicação instantânea com professores e monitores).
Do início do século XX, até a Segunda Guerra Mundial, várias
experiências foram adotadas desenvolvendo-se melhor as metodologias
aplicadas ao ensino por correspondência que, depois, foram fortemente
influenciadas pela introdução de novos meios de comunicação de massa,
principalmente o rádio, dando origem a projetos muito importantes,
principalmente no meio rural.
A necessidade de capacitação rápida de recrutas norte-americanos
durante a ll Guerra Mundial faz aparecerem novos métodos (entre eles se
destacam as experiências de F.Keller para o ensino da recepção do Código
Morse, v. Keller, 1943).
No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio-Monitor, em 1939, e
depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, várias experiências foram
iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso (Guaranys; Castro, 1979).
9
Entretanto, em nossa cultura chama a atenção um traço constante nessa
área: descontinuidade dos projetos, principalmente os governamentais.
Entre as primeiras experiências de maior destaque encontra-se
certamente, a criação do Movimento de Educação de Base MEB, cuja
preocupação básica era alfabetizar e apoiar os primeiros passos da
educação de milhares de jovens e adultos através das "escolas
radiofônicas", principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Desde
seus primeiros momentos, o MEB distinguiu-se pela utilização do rádio e
montagem de uma perspectiva de sistema articulado de ensino com as
classes populares. Porém, a repressão política que se seguiu ao golpe de
1964 desmantelou o projeto inicial, fazendo com que a proposta e os ideais
de educação popular de massa daquela instituição fossem abandonados.
Mas o verdadeiro salto dá-se a partir de meados dos anos 60 com a
institucionalização de várias ações nos campos da educação secundária e
superior, começando pela Europa (França e Inglaterra) e se expandindo aos
demais continentes. Walter Perry e Greville Rumble (1987) citam as
experiências que mais se destacaram. Em nível do ensino secundário:
HermodsNKI Skolen, na Suécia; Radio ECCA, na llhas Canárias; Air
Correspondence High School, na Coréia do Sul; Schools of the Air; na
Austrália; Telesecundária, no México; e National Extension College, no
Reino Unido.
Em nível universitário: Open University, no Reino Unido;
FernUniversitat, na Alemanha; Indira Gandhi National Open University, na
India; Universidade Estatal a Distância, na Costa Rica; Universidade
Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional de Educação a
Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a
Universidade de Athabasca, no Canadá; a Universidade para Todos os
Homens e as 28 universidades locais por televisão na China Popular, entre
muitas outras.
10
Atualmente mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a
educação a distância em todos os níveis de ensino, em sistemas formais e
não formais de ensino, atendendo a milhões de estudantes.
A educação a distância tem sido largamente usada para treinamento
e aperfeiçoamento de professores em serviço, como é o caso do México,
Tanzania, Nigéria, Angola e Moçambique. Programas não formais de ensino
têm sido utilizados em larga escala para adultos nas áreas de saúde,
agricultura e previdência social, tanto pela iniciativa privada como pela
governamental.
Hoje é crescente o número de instituições e empresas que
desenvolvem programas de treinamento de recursos humanos através da
modalidade da educação a distância. Na Europa, de forma acelerada se
investe em educação a distância para o treinamento de pessoal na área
financeira, representando o investimento em treinamento maior
produtividade e redução de custos na ponta (Nunes, 1992a). Nos Estados
Unidos, no programa do governo, que tomou posse em janeiro de 1993,
ganha destaque o investimento em formação e treinamento de pessoal, o
que irá certamente gerar significativo impulso à educação a distância
naquele país.
No âmbito da educação universitária formal, a EAD ocorre há mais de
30 anos em diversos países como Inglaterra, Espanha, Israel e Japão, e
mais recentemente, na América Latina particularmente México e Colômbia, e
nestes últimos anos, Brasil. As experiências brasileiras, governamentais, não
governamentais e privadas, são muitas e representaram, nas últimas
décadas, a mobilização de grandes contingentes de técnicos e recursos
financeiros nada desprezíveis. Contudo, seus resultados não foram ainda
suficientes para gerar um processo de irreversibilidade na aceitação
governamental e social da modalidade de educação a distância no Brasil. Os
principais motivos disto são a descontinuidade de projetos, a falta de
memória administrativa pública brasileira e certo receio em adotar
11
procedimentos rigorosos e científicos de avaliação dos programas e
projetos.
Durante muito tempo educação a distância foi considerada, para usar
as palavras do filósofo francês Pierre Lévy, uma espécie de "estepe" do
ensino, utilizada principalmente quando outras modalidades de educação
falhavam. Se o sistema educacional convencional falhava em proporcionar
escolaridade mínima a uma parcela significativa da população, então a
educação a distância era chamada para suprir esta lacuna. Com isto a
sociedade se acostumou a olhar para a EaD como uma educação "de
segunda categoria", a ser utilizada especialmente por aqueles que não
tiveram oportunidade de uma educação "melhor", a educação presencial
convencional. A linguagem e o formato dos programas de EaD através do
rádio e da televisão mostravam que eles estavam dirigidos para o "andar de
baixo" da sociedade, para os excluídos do sistema educacional. Educação a
Distância era "coisa de pobre"...
De repente chega a Internet e os congressos e encontros de
Educação a Distância lotam de gente interessada em conhecer as novas
tecnologias a ela aplicadas. Jornais e revistas começam a dar destaque a
projetos de escolas e universidades virtuais. E isto não é um fenômeno
isolado, brasileiro. Mundialmente as melhores e mais caras universidades
começam a montar seus campi virtuais e a oferecer Educação a Distância
via Internet.
Educação a Distância: Conceito
Há conceitos que, por sua pouca maturidade ou grande dependência
com outros já dominantes, demoram muito a firmasse a partir de suas
próprias características. Com a educação a distância aconteceu assim.
Primeiro conceituou-se, por ser também mais simples e direto, o que não
seria educação a distância. Somente a partir das pesquisas dos anos 70 e
12
80, ela foi vista pelo que é, ou seja, a partir das características que a
determinam ou por seus elementos constitutivos.
Desta forma, as primeiras abordagens conceituais, que qualificavam a
educação a distância pelo que ela não era, tomavam um referencial externo
ao próprio objeto como paradigma, pois estabeleciam comparação imediata
com a educação presencial, também denominada educação convencional,
direta ou face-a-face, onde o professor, presente em sala de aula, é a figura
central. No Brasil, até hoje, muitos costumam seguir o mesmo caminho,
preferindo tratar a educação a distância a partir da comparação com a
modalidade presencial da educação. Estudos mais recentes apontam para
uma conceituação, se não homogênea, mais precisa do que é educação a
distância.
Walter Perry e Greville Rumble (1987) afirmam que a característica
básica da educação a distância é o estabelecimento de uma comunicação
de dupla via, na medida em que professor e aluno não se encontram juntos
na mesma sala requisitando, assim, meios que possibilitem a comunicação
entre ambos como correspondência postal, correspondência eletrônica,
telefone ou telex, rádio, "modem", vídeo disco controlado por computador,
televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação, etc. Afirmam,
também, que há muitas denominações utilizadas correntemente para
descrever a educação a distância, como: estudo aberto, educação não -
tradicional, estudo externo, extensão, estudo por contrato, estudo
experimental.
Contudo, nenhuma dessas denominações serve para descrever com
exatidão educação a distância; são termos genéricos que, em certas
ocasiões, incluem-na mas não representam somente a modalidade a
distância. Para exemplificar: um livro ou fascículo, desses que se intitulam
"faça você mesmo"; um texto isolado de instrução programada; uma
programação insulada de rádio ou um programa assistemático de televisão;
não são formas de educação a distância. Esta pressupõe um processo
13
educativo sistemático e organizado que exige não somente a via dupla de
comunicação, como também a instauração de um processo continuado,
onde os meios ou os multimeios devem estar presentes na estratégia de
comunicação.
Por seu turno, Desmond Keegan (1991) afirma que o termo genérico
de educação a distância inclui um conjunto de estratégias educativas
referenciadas por: educação por correspondência, utilizado no Reino Unido;
estudo em casa (home study), nos Estados Unidos; estudos externos
(external studies), na Austrália; ensino a distância, na Open University do
Reino Unido. E, também, téléenseignement, em francês;
Fernstudium/Fernunterricht, em alemão; educación a distância, em
espanhol; e teleducação, em português.
Em português, é bom lembrar, educação a distância, ensino a
distância e teleducação são termos utilizados para expressar o mesmo
processo real. Contudo, algumas pessoas ainda confundem teleducação
como sendo somente educação por televisão, esquecendo que tele vem do
grego, que significa ao longe ou, no nosso caso, a distância. Há diferenças
entre educação a distância e educação aberta, porém ainda prevalece,
principalmente nos projetos universitários, forte ilusão de semelhança entre
ambos os conceitos. No caso da educação aberta, esta pode ser a distância
ou presencial, o que a diferencia da educação tradicional, é que todos
podem nela ingressar, independentemente de escolaridade anterior. O aluno
pode organizar seu próprio currículo e ir executando-o por seu próprio ritmo
(Cirigliano, 1983)
Visto isto, passemos a observar com maior detalhe, como
pesquisadores da área expressam o que consideram essencial para a
conceituação da educação a distância, conforme figura no estudo de
Keegan (1991).
14
G. Dohmem (1967)
Educação a distância (Ferstudium) é uma forma sistematicamente
organizada de auto-estudo onde o aluno se instrui a partir do material de
estudo que Ihe é apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do
sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto
é possível de ser feito a distância através da aplicação de meios de
comunicação capazes de vencer longas distâncias.
O. Peters (1973)
Educação/ensino a distância (Fernunterricht) é um método racional de
partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação da
divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso
extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de
reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível
instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses
materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender.
M. Moore (1973)
Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos
instrucionais onde as ações dos professores são executadas a parte das
ações dos alunos, incluindo aquelas situações continuadas que podem ser
feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre o professor
e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou
outros.
B. Holmberg (1977)
O termo "educação a distância" esconde-se sob várias formas de estudo,
nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de
15
tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local.
A educação a distância se beneficia do planejamento, direção e instrução da
organização do ensino.
Keegan (1991) sumariza os elementos que considera centrais dos
conceitos acima enunciados:
• separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino
presencial;
• influência da organização educacional (planejamento, sistematização,
plano, projeto, organização dirigida etc.), que a diferencia da educação
individual;
• utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos,
para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
• previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se
beneficia de um diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via;
• possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de
socialização.
Armengol (1987) enumera, com base em seus estudos sobre
educação superior a distância e nos trabalhos de Borje Holmberg, Anthony
Kaye e Greville Rumble, as seguintes características da educação a
distância (tradução não integral e comentada, cf. Nunes, 1992):
a) população estudantil relativamente dispersa, devido a razões de
posição geográfica, condições de emprego, incapacidade física, etc.;
b) população estudantil predominantemente adulta, que apresenta
peculiaridades que justificam enfoques educativos andragógicos.
16
c) cursos que pretendem ser auto-instrucionais, mediante a
elaboração de materiais para o estudo independente, contendo objetivos
claros, auto-avaliações, exercícios, atividades e textos complementares.
d) cursos pré-produzidos, que geralmente usam de forma
predominante textos impressos, mas combinando-os com uma ampla
variedade de outros meios e recursos tais como: suplementos de periódicos
e revistas, livros adicionais, rádio e televisão educativos em circuito aberto
ou fechado, filmes, computadores e, especialmente, microcomputadores,
vídeo-discos, vídeo-textos, comunicações mediante telefone, rádio e satélite,
equipamentos portáteis para testes ("kits"), etc.
e) comunicações massivas, uma vez que os cursos estejam
preparados é possível, conveniente e economicamente vantajoso utiliza-los
para um grande número de estudantes;
f) comunicações organizadas em duas direções, que se produzem
entre os estudantes e o centro produtor dos cursos. Esta comunicação se
cumpre mediante tutorias, orientações, observações sobre trabalhos e
ensaios realizados pelo estudante, auto-avaliações e avaliações finais.
g) estudo individualizado, sem pretender que ele seja uma
característica exclusiva desta forma de ensino. Contudo, "aprender a
aprender" constitui um recurso especialmente importante para o estudante a
distância e é deste ponto que seu desenvolvimento deve ser impulsionado
neste tipo de educação;
h) forma mediadora de conversação guiada, este aspecto tem sido
destacado, especialmente por Holmberg, ressaltando como fundamental os
aspectos relacionados à separação entre professor e aluno, que
condicionarão as formas em que se dá a comunicação entre ambos;
17
i) tipo industrializado de ensino aprendizagem, a produção
massiva de materiais auto-instrucionais implica em uma clara divisão do
trabalho na criação e produção, tanto intelectual como física dos materiais.
j) crescente utilização da "Nova Tecnologia Informativa", Scriven
(1991) afirma que a informação não é educação, mas o conhecimento se
firma na informação.
l) tendência a adotar estruturas curriculares flexíveis, via módulos
e créditos; tais estruturas permitem uma maior adaptação às possibilidades
e aspirações individuais da população estudantil, sem que isto venha em
detrimento da qualidade acadêmica do material instrucional.
m) custos decrescentes por estudante, depois de elevados
investimentos iniciais, sempre que se combinem uma população estudantil
numerosa com uma operação eficiente, a educação a distância pode ser
mais barata.
No Brasil o Decreto 2.494, de 10.02.1998, assim define EAD:
“Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-
aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente
organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados
isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de
comunicação"
18
CAPÍTULO II
CONTEXTO NORMATIVO E LEGISLATIVO DA EAD
O surgimento de novas tecnologias proporcionou um aumento de
oferta sem precedentes da EAD, introduzindo sua regulamentação na
agenda legislativa. Nesse sentido, questões tais como o que regulamentar,
como distinguir a EAD do ensino presencial, que procedimentos definir e
como avaliar suas práticas transformaram-se em verdadeiros desafios para
o formulador da política pública educacional.
As bases legais da educação a distância no Brasil foram
estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º
9.394, de 20 de dezembro de 1996), pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de
fevereiro de 1998 (publicado no D.O.U. DE 11/02/98), Decreto n.º 2.561, de
27 de abril de 1998 (publicado no D.O.U. de 28/04/98) e pela Portaria
Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998 (publicada no D.O.U. de 09/04/98),
dentre outras, abaixo relacionadas.
1 – Lei n.º 9394
o Art. 80, Título VIII : Disposições Gerais, da referida Lei, contemplou
o Ensino/Educação a Distância, com seriedade, nas seguintes
determinações:
a) Poder Público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância;
b) ensino a distância desenvolve-se em todos os níveis e modalidades de
ensino e de educação continuada;
c) a educação a distância organiza-se com cobertura e regime especiais;
19
d) a educação a distância será oferecida por instituições especificamente
credenciadas pela União;
e) caberá à União regulamentar requisitos para realização de exames; para
registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância;
f) caberá aos sistemas de ensino normatizar a produção, controle e
avaliação de programas e autorizar sua implementação;
g) poderá haver cooperação entre os diferentes sistemas;
h) a educação a distância terá tratamento diferenciado, que incluirá: custos
reduzidos na transmissão por rádio e televisão; concessão de canais
exclusivamente educativos; tempo mínimo gratuito para o Poder Público,
em canais comerciais.
Em outros artigos, encontramos, ainda, menção á educação a
distância, como:
a) no Art. 32,§ 4°, o Legislador, determina que o ensino fundamental seja
presencial, limitando a utilização do ensino a distância, neste nível, a dois
casos: complementação da aprendizagem e situações emergenciais.
b) Menciona, ainda, explicitamente a educação a distância no Art. 47§ 3°,
quando trata do ensino superior, isentando professores e alunos da
freqüência obrigatória nos programas de educação a distância.
c) Finalmente, podemos indicar uma referência implícita à educação a
distância no Art. 37 § 1° quando, ao tratar da educação de jovens e
adultos, estabelece que “Os sistemas de ensino assegurarão...
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames”.
20
2 – Decreto n.º 2.494
Regulamenta o Art.80 da LDB, define alguns pontos, bastante claros e
de imediata aplicação, abaixo citados:
• conceituação de educação a distância como: Uma forma de ensino que
possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos
sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de
informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos
diversos meios de comunicação. (Art. 1°, caput.);
• regime especial é expresso como “flexibilidade de requisitos para
admissão, horário e duração, sem prejuízo quando for o caso, dos
objetivos e das diretrizes curriculares fixadas nacionalmente”(Art. 1°,
Parágrafo Único);
• somente ”instituições públicas ou privadas especificamente
credenciadas para esse fim” (Art. 2°, caput) pode oferecer cursos a
distância que conferem certificado ou diploma de conclusão:
- de ensino fundamental para jovens e adultos,
- do ensino médio,
- da educação profissional, observando legislação específica (§ 3°)
• promoção dos atos de credenciamento de instituições está delegada:
• ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto;
- instituições vinculadas ao sistema federal de ensino;
- instituições de educação profissional e de ensino superior dos
demais sistemas (Art. 11);
• às autoridades integrantes dos demais sistemas de ensino:
21
- instituições localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições,
para oferta de cursos, em EAD para jovens e adultos;
- de ensino médio (Art. 12).
• o prazo de credenciamento das instituições e de autorização dos
cursos será limitado a cinco anos, podendo ser renovado após avaliação
(Art. 2° § 4°)
• ”a falta de atendimento aos padrões de qualidade ( a serem definidos
em ato próprio de Ministro) e a ocorrência de irregularidade de qualquer
ordem serão objeto de diligência, sindicância e, se for o caso, de
processo administrativo que vise a apurá-los, sustando-se, de imediato, a
tramitação de pleitos de interesse da instituição, podendo ainda
acarretar-lhe o descredenciamento” (Art. 2°, § 6°)
• período de adaptação para cumprimento das exigências do Decreto, em
relação às instituições que já oferecem cursos a distância: 1 (um) ano
( até 11 de fevereiro de 1999 );
• certificados e diplomas obtidos em cursos de EAD, em instituições
estrangeiras (mesmo conveniadas com instituições brasileiras), “
deverão ser revalidados para gerarem efeitos legais, de acordo com as
normas vigentes para o ensino presencial” (Art. 6°);
• avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou
diplomação (Art. 7°):
- no processo;
- por meio de exames presenciais que “deverão avaliar
competências descritas nas diretrizes curriculares nacionais,
quando for o caso, bem como conteúdos e habilidades que cada
curso se propõe a desenvolver” (Art.7°, Parág. Único)
- de responsabilidade da instituição credenciada para realizar o
curso
22
- segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado.
• credenciamento de instituições “exclusivamente para realização de
exames finais” (Art. 8°), nos níveis fundamental para jovens e adultos,
médio e educação profissional nas seguintes condições:
- construção e manutenção de banco de itens que será objeto de
avaliação (Art. 8°, § 1°);
- exames para educação profissional “devem contemplar
conhecimentos práticos, avaliados em ambientes apropriados”
(Art. 8º, § 2°) admitido convênio ou parceria com outras
instituições, inclusive empresas, “adequadamente aparelhadas”
• a divulgação periódica do elenco das instituições credenciadas e dos
cursos autorizados será feito pelo poder público (Art. 9°).
Entretanto, o Decreto ainda não é suficiente para preencher a agenda
das instituições que já desenvolvem – ou têm a intenção de desenvolver –
programas de EAD. Isto porque há itens fundamentais, cuja definição está
sendo remetida para regulamentações mais específicas, de alçada do
Ministro de Estado da Educação e do Desporto, a saber:
a) o credenciamento institucional, obedecerá a “exigências a serem
estabelecidas em ato próprio do ministro do Estado (Art. 2º, caput);
b) dependem de “regulamentações a serem fixadas pelo Ministro de
estado”, tanto o credenciamento de instituições do sistema federal de
ensino, quanto a autorização e reconhecimento de programas a distância
de educação profissional e de graduação de qualquer sistema (Art. 2º §
2º);
c) a avaliação para recredenciamento e renovação de autorização de
cursos, terá seus procedimentos, critérios e indicadores de qualidade
definidos em ato próprio, a ser expedido pelo Ministro de estado (Art. 2º,
§ 5º).
23
3 – Credenciamento por fases
A. Ensino fundamental, médio e técnico a distância:
De acordo com o Art. 2º do Decreto n.º 2.494/98, "os cursos a
distância que conferem certificado ou diploma de conclusão do ensino
fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação
profissional e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou
privadas especificamente credenciadas para esse fim (...)".
Para oferta de cursos a distância dirigidos à educação fundamental de
jovens e adultos, ensino médio e educação profissional de nível técnico, o
Decreto n.º 2.561/98 delegou competência às autoridades integrantes dos
sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da LDB, para promover os atos
de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de suas respectivas
atribuições.
Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser
encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual responsável pelo
credenciamento de instituições e autorização de cursos (Conselhos
Estaduais de Educação) – a menos que se trate de instituição vinculada ao
sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito
pelo Ministério da Educação.
B. Ensino superior (graduação) e educação profissional em nível
tecnológico
24
No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional
em nível tecnológico, a instituição interessada deve credenciar-se junto ao
Ministério da Educação, solicitando, para isto, a autorização de
funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo será
analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de
Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação
a distância. O Parecer dessa Comissão será encaminhado ao Conselho
Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o mesmo aplicável aos cursos
presenciais. A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da
análise. Para orientar a elaboração de um projeto de curso de graduação a
distância, a Secretaria de Educação a Distância elaborou o documento
Indicadores de qualidade para cursos de graduação a distância, disponível
no site do Ministério para consulta. As bases legais são as indicadas no
primeiro parágrafo deste texto.
C. Pós-graduação a distância
A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a
distância foi disciplinada pela Resolução n.º 01, da Câmara de Ensino
Superior-CES, do Conselho Nacional de Educação-CNE, em 3 de abril de
2001.
O artigo 3º, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº
9.394, de 1996, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu
(mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por
instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às exigências
de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento
estabelecidas na referida Resolução.
No artigo 11, a Resolução n.º 1, de 2001, também conforme o
disposto no § 1º do art. 80 da Lei n.º 9.394/96, de 1996, estabelece que os
25
cursos de pós-graduação lato sensu a distância só poderão ser oferecidos
por instituições credenciadas pela União.
Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância
deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de
monografia ou trabalho de conclusão de curso”.
D. Diplomas e certificados de cursos a distância emitidos por
instituições estrangeiras
Conforme o Art. 6º do Dec. 2.494/98, os diplomas e certificados de
cursos a distância emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando
realizados em cooperação com instituições sediadas no Brasil, deverão ser
revalidados para gerarem os efeitos legais.
A Resolução CES/CNE 01, de 3 de abril de 2001, relativa a cursos de
pós-graduação, dispõe, no artigo 4º, que “os diplomas de conclusão de
cursos de pós-graduação stricto sensu obtidos de instituições de ensino
superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem ser reconhecidos
e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de pós-
graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em
nível equivalente ou superior ou em área afim.
Vale ressaltar que a Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril de 2001,
determina no caput do artigo 1º, que “os cursos de pós-graduação stricto
sensu oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou
mediante convênio com instituições nacionais, deverão imediatamente
cessar o processo de admissão de novos alunos”.
26
Estabelece, ainda, que essas instituições estrangeiras deverão, no
prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de homologação da Resolução,
encaminhar à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior – CAPES a relação dos diplomados nesses cursos, bem
como dos alunos matriculados, com a previsão do prazo de conclusão. Os
diplomados nos referidos cursos “deverão encaminhar documentação
necessária para o processo de reconhecimento por intermédio da CAPES”.
4 - Contexto normativo e legislativo:
1. Leis, Decretos e Portarias
Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998:
Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n.º 9.394/96).
Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998:
Altera a redação dos artigos 11 e 12 do Decreto n.º 2.494.
Portaria n.º 301, de 7 de abril de 1998: Normatiza os procedimentos de
credenciamento de instituições para a oferta de cursos de graduação e
educação profissional tecnológica a distância.
B. Resoluções e Pareceres do CNE
Resolução CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001
Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação.
Resolução nº 1, de 26 de Fevereiro de 1997
Fixa condições para validade de diplomas de cursos de graduação e de pós-
27
graduação em níveis de mestrado e doutorado, oferecidos por instituições
estrangeiras, no Brasil, nas modalidades semi-presenciais ou a distância.
Parecer n.º 78/96, aprovado em 7 de outubro de 1996
Assunto: Solicita estudo sobre a adoção de medidas coibindo a revalidação
de diplomas de graduação e pós-graduação na modalidade de ensino a
distância, oferecidos pelo Colégio Brasileiro de Aperfeiçoamento e Pós-
Graduação-COBRA.
C. Portarias que regulamentam o Credenciamento de Instituições
de Ensino Superior:
Portaria n° 335, de 6 de fevereiro de 2002
Criar a Comissão Assessora para a Educação Superior a Distância
Portaria no 2.253 de 18 de outubro de 2001
Normatiza os procedimentos de autorização para oferta de disciplinas na
modalidade não-presencial em cursos de graduação reconhecidos".
Parecer nº 305 de 01 de junho de 2000
Credenciar, pelo prazo de três anos, a Universidade Estadual de Santa
Catarina, mantida pela Fundação Universidade do Estado de Santa
Catarina, ambas com sede na cidade de Florianópolis, no Estado de Santa
Catarina, para desenvolver e implantar Programa de Ensino a Distância.
Portaria nº 567 de 3 de maio de 2000:
Credencia, pelo prazo de três anos, a Universidade Federal do Paraná, com
sede na cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, mantida pela União, para
oferecer um curso a distância.
Portaria nº 2.297 de 08 de novembro de 1999
Dispõe sobre a constituição de comissões e procedimentos de avaliação e
verificação de cursos superiores.
28
Portaria nº 301 de 7 de abril de 1998:
Dispõe sobre o credenciamento de Instituições que ofertam cursos a
distância.
Portaria nº 946 de 15 de agosto de 1997
Fixa valores de recolhimento, para ressarcimento de despesas com a
análise de processos de autorização de cursos de graduação e
credenciamento de instituições de ensino superior.
Portaria nº 752 de 02 de julho de 1997:
Dispõe sobre a autorização de cursos fora de sede em universidades.
Portaria nº 637 de 13 maio de 1997:
Dispõe sobre o credenciamento de Universidades.
Portaria nº 639 de 13 de maio de 1997:
Dispõe sobre o credenciamento de Centros Universitários.
Portarias nº 640 e nº 641 de 13 de maio de 1997:
Dispõe sobre a autorização de cursos e credenciamento de Faculdades.
29
CAPÍTULO III
DIFICULDADES E LIMITES DA EAD
O problema que se sobrepões desde logo para a EAD, em
decorrência em parte do velho preconceito, são as resistências que lhe são
feitas especialmente por profissionais da educação.
Apesar de uma considerável demanda potencial, a educação a
distância jamais pôde avançar, em nosso país, principalmente pela
desconfiança das lideranças educacionais em relação ao risco de fraudes, à
ausência da vigilância do poder público e a à atuação de instituições sem
escrúpulos.
O campo da educação é extremamente complexo e altamente
resistente à mudança, e esta confusão de orientações e paradigmas sinaliza
a necessidade de definir mais claramente o campo de EAD.
30
A incorporação das tecnologias da informação e das comunicações
(TICs) à educação está abrindo perspectivas que renovam os processos de
ensino aprendizagem, sejam eles presenciais ou a distância. São novos
paradigmas, linguagens, métodos, ciberespaço, formas de gestão e de
operacionalização a desafiar profissionais que, via-de-regra, não foram
formados ou preparados para essa nova dinâmica educacional.
Aspectos Institucionais / Pedagógicos
Com o uso das TICs na educação, os espaços se ampliam para além
do ambiente institucional. Professores e alunos podem apoiar-se
mutuamente na construção de projetos, inclusive multidisciplinares e
multiculturais, em que o conhecimento produzido é resultado da contribuição
de inúmeros atores, muitos dos quais estranhos ao ambiente da instituição
de ensino. De fato, relações de ensino-aprendizagem mediadas por recursos
de informática e de redes colocam em debate a questão dos fundamentos
do processo de aprender, da autoria do conhecimento, bem como de sua
organização e utilização de forma aberta, cooperativa e democrática.
Em termos institucionais, a oferta de cursos superiores a distância
poderia ser classificada dentro das seguintes três grandes tendências:
1. Ação individual: Instituições de Ensino Superior, com cursos regulares e
reconhecidos, que passam a oferecer seus cursos ou novos cursos na
modalidade a distância.
2. Associações: associação (parcerias e convênios) de Instituições de
Ensino Superior brasileiras, organizadas em redes estaduais, regionais ou
nacionais para o desenvolvimento de projetos de educação a distância.
31
3. Instituições exclusivamente virtuais: instituições privadas criadas
exclusivamente para oferecer cursos a distância, operando no momento
apenas em curso de extensão.
A Educação a Distância (EAD) é um processo educativo sistemático e
organizado que exige não somente a dupla via de comunicação mas
também a instauração de um processo continuado, onde os meios devem
estar presentes na estratégia de comunicação. Assim, a escolha do meio
deve satisfazer o público alvo, nesse caso profissionais graduados, e deve
ser eficaz na transmissão, recepção, transformação e criação do processo
educativo.
Seus meios principais são, ou serão, todos os anteriores
(correspondências, telefones, fax, etc.) mais os novos, o que implicará
mudanças radicais nos modos de ensinar e aprender: unidades de curso
concebidos sob a forma de programas interativos informatizados (que
tenderão a substituir as unidades de curso impressas); redes telemáticas
com todas as suas potencialidades (bancos de dados, e-maill, listas de
discussão, sites, etc.); CD-ROMs didáticos, de divulgação científica, cultura
geral, de “infotenumneto”, etc.).
Papel dos Docentes
O professor hoje, não é mais o detentor do conhecimento, aquele que
sabe tudo e seus alunos são meros receptores do conhecimento. Com as
milhares de informações que estão ao alcance de todos principalmente na
Internet, o trabalho isolado do professor já não satisfaz mais. As mudanças
de postura, a quebra de paradigmas faz com que o trabalho do professor
não seja mais isolado. Com isso o trabalho em conjunto, cooperativo vem de
32
encontro com as necessidades dos alunos na busca da construção do
conhecimento e o professor entra como mediador, orientador deste
conhecimento, aquele que mostra os caminhos para seus alunos em
conjunto buscarem de forma interativa o saber e a construção de novos
saberes.
Em segundo lugar, exige o esforço por parte do professor de tornar-se
um professor online. O Professor online precisa ser antes de mais nada
convertido a uma nova pedagogia. Não é apenas mais um novo meio no
qual ele tem que aprender a se movimentar, mas é uma nova proposta
pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática educacional.
Assumir o papel de companheiro, liderança, animador comunitário é algo
bem diferente do que tem sido sua atividade na educação convencional. Seu
grande talento deverá se concentrar não apenas no domínio de um conteúdo
ou de técnicas didáticas, mas na capacidade de mobilizar a comunidade de
aprendizes em torno da sua própria aprendizagem, de fomentar o debate,
manter o clima para a ajuda mútua, incentivar cada um a se tornar
responsável pela motivação de todo o grupo.
Uma das questões centrais na análise da EAD, e talvez a mais
polêmica, refere-se, sem dúvida, ao papel do professor nesta modalidade de
ensino, chamado a desempenhar múltiplas funções, para muitas das quais
não se sente, e não foi, preparado.
Do ponto de vista da organização institucional, podemos agrupar as
funções docentes em três grandes grupos: o primeiro é responsável pela
concepção e realização dos cursos materiais; o segundo assegura o
planejamento e organização da distribuição de materiais e da administração
acadêmica (matricula, avaliação); e o terceiro responsabiliza-se pelo
33
acompanhamento do estudante durante o processo de aprendizagem
(tutoria, aconselhamento e avaliação).
No EAD o professor deverá tornar-se parceiro dos estudantes no
processo de construção do conhecimento, isto é, em atividades de pesquisa
e na busca da inovação pedagógico. Ele assume um novo papel, surge a
função do tutor, que apoiado em diferentes ferramentas pedagógicas irá
propiciar a interação do aprendiz com os diversos objetos de
estudo/conhecimento, colocando-o como sujeito participativo da sua
aprendizagem.
Segundo Struchiner (1999) “o tutor nesta nova modalidade aparece
como uma figura desvinculada do modelo tradicional e que no modo de
pensar sob o âmbito do construtivismo no processo do E.A.D., atuaria como
mediador, utilizando todos os espaços como forma de objetivar a
participação coletiva, a independência, possibilitando a plena ação dos
sujeitos no processo ensino-aprendizagem”.
O EAD, utilizando-se dos variados recursos pedagógicos e
tecnológicos e de todo o apelo motivador intrínseco à mídia eletrônica,
possibilita uma interação dinâmica que pode tornar-se bastante produtiva se
corretamente direcionada. Assim, o tutor deve atuar junto ao aprendiz como
facilitador, incentivador dessa constante interação com os diversos objetos
de conhecimento, numa atitude de co-autor nesse processo de
construção/produção do conhecimento.
Papel dos Discentes
O EAD tem uma característica própria que pressupõe uma grande
ênfase no auto-aprendizado. O aprendiz deve ser incentivado a estudar e
34
pesquisar de modo independente e o aprendizado colaborativo, dinamizando
a comunicação e a troca de informação entre os alunos, deve ser
intensificado de modo a consolidar a aprendizagem através de atividades
individuais ou em grupo. Essas atividades em grupos virtuais podem ser
feitas em espaços de reuniões on-line (chats) ou off-line (e-mail), disponíveis
no ambiente virtual de aprendizagem.
O aprendiz que optar por se atualizar através de um programa de
EAD deverá estar pronto para mudar paradigmas. Mesmo em cursos que
oferecem sistema de tutoria ele necessitará de uma nova postura, diferente
daquela adotada na maioria dos cursos ministrados em sala de aula
tradicional. Estará diante de uma nova possibilidade de aprendizagem, onde
será o ator principal, e isso exige o desenvolvimento de atitudes
imprescindíveis ao seu sucesso, como adquirir hábitos de estudo
sistemáticos e eficientes através da utilização de métodos e técnicas
adequadas.
É preciso estar consciente da necessidade de se utilizar uma
metodologia de trabalho especialmente voltada para o ensino individualizado
e fundamentada em técnicas de estudo. Essa atitude ajudará a desenvolver
estudos com mais racionalidade, sistematização e aproveitamento. Em
programas de EAD onde o seu processo de aprendizagem ocorre, na
maioria das vezes, de maneira solitária esta postura torna-se mais do que
recomendável, é imprescindível no seu processo de construção de
conhecimento.
De acordo com Matos (1994) estudar é ir à procura da verdade. Trata-
se de um processo dinâmico de ‘saber, buscar, saber de novo e recomeçar
para buscar ainda mais. A meta é chegar a aprender, a ver com os próprios
olhos, a expressar-se com as próprias palavras....’.
35
As características comportamentais necessárias ao desenvolvimento
do aprendiz são: estar motivado para aprender; ter constância, perseverança
e responsabilidade; ter hábito de planejamento; ter visão de futuro; ser pró -
ativo; e ser comprometido e auto-disciplinado.
Dentro da concepção construtivista é essencial que os alunos
desenvolvam a flexibilidade operatória de seus esquemas mentais e não um
repertório de respostas aprendidas. Dessa forma, rui toda a Pedagogia da
“exercitação” e do cultivo das “faculdades mentais” através de repetições e
fixação de soluções.
O aprendiz passa de uma situação de receptor passivo e, numa nova
postura de busca participativa e reflexiva, constrói seu conhecimento a partir
do contato, da interação com os mais variados objetos e possibilidades de
novos conhecimentos. 0 aprendiz, numa proposta de EAD, interage com o
assunto focalizado observando, analisando, levantando hipóteses, aplicando
estratégias, que poderão confirmar ou não as hipóteses levantadas. Assim,
partindo do encadeamento de idéias e das inferências realizadas, maior será
a capacidade do aprendiz em comparar, contrastar, verificar e concluir.
Dessa forma a aprendizagem é repensada. O aprendiz deixa de ser
aquele a quem se ensina e passa a ser um sujeito que aprende a aprender.
No entanto, assumir essa nova proposta requer preparação, estudo e
disposição para mudar paradigmas.
36
Como se vê, são desafios grandes que exigem um grande esforço.
Em primeiro lugar, um grande esforço para aprender a ser um aluno online.
Isto não é a mesma coisa que ser um aluno convencional e também não se
confunde com o aprendizado operacional de novas tecnologias. Ser um
aluno online é mais do que aprender a surfar na Internet ou usar o correio
eletrônico. É ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes online
de aprendizagem, é ser capaz de se perceber como parte de uma
comunidade virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar o novo
papel a ele reservado nesta comunidade.
CAPÍTULO IV
PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADE DA EAD.
No Brasil, há inúmeras experiências sendo implementadas em
instituições de ensino de todos os níveis e modalidades, mas são ainda
incipientes os estudos, pesquisas e avaliações a respeito da EAD, apesar da
importante contribuição que poderiam dar a futuras propostas ou ao
aperfeiçoamento das que estão em curso.
Assim, o estímulo à pesquisa e à produção do conhecimento nessa
área coloca-se como questão estratégica para a consolidação desse novo
fazer pedagógico.
Contexto Tecnológico e metodológico na Educação a
Distância
A aplicação de novas tecnologias na Educação a Distância (EaD),
especialmente aquelas ligadas à Internet, vem modificando o panorama
37
dentro deste campo de tal modo que seguramente podemos falar de uma
EaD antes e depois da Internet. Antes da Internet tínhamos uma EaD que
utilizava apenas tecnologias de comunicação de um-para-muitos (rádio, TV)
ou de um-para-um (ensino por correspondência). Via Internet temos as três
possibilidades de comunicação reunidas numa só mídia: um-para-muitos,
um-para-um e, sobretudo, muitos-para-muitos. É esta possibilidade de
interação ampla que confere à EaD via Internet um outro status e vem
levando a sociedade a olhar para ela de uma maneira diferente daquela com
que olha outras formas de EaD.
Uma visão parcial sobre a tecnologia nos leva a pensar somente nos
seus aspectos tangíveis (instrumentos) e tendemos a considerar perigosos
aqueles instrumentos que desconhecemos. No entanto, atualmente tem
crescido o uso de tecnologia na educação, o que tem permitido a otimização
dos recursos disponíveis, possibilitando multiplicar o acesso ao
conhecimento. Porém, segundo Litwin (1997), é de suma importância, na
hora de pensar em inovações, reconhecer a necessidade de criá-las nos
contextos educacionais específicos a fim de que sua implantação seja
significativa.
“A tecnologia posta à disposição dos estudantes tem por objetivo
desenvolver as possibilidades individuais, tanto cognitivas como estéticas,
através de múltiplas utilizações que o docente pode realizar nos espaços de
interação grupal” (Litwin, 1997:10)
A tecnologia da informação como elemento facilitador da
aprendizagem, oferece uma amplitude de recursos com exigência de
amigabilidade, performance, integridade e segurança.
38
O ambiente de estudo do aprendiz quer seja no trabalho ou em casa,
requer os atributos de disponibilidade de máquina com acesso seguro e
contínuo a redes de comunicação, atualização técnica permanente,
softwares de comunicação e interação configurados e suporte técnico de
manutenção.
A utilização de tais recursos exige do aprendiz noções básicas de
informática das ferramentas cognitivas (Struchiner,1999) tais como:
hipertexto/mídia; aplicativos em geral ( banco de dados, planilhas, etc.) e
simulações; e navegação em ambientes virtuais.
O Material Didático deve ser uma ferramenta básica de aprendizagem
e como princípio ser necessariamente auto-explicativo - permitindo a auto-
aprendizagem, motivador - incentivando e estimulando ao estudo e variado
- sendo adequado aos vários estilos de aprendizagem.
Deve o material didático ter como características, interatividade -
permitindo ao aprendiz um papel ativo e proporcionando-lhe uma construção
do seu aprendizado em nível de sensibilização diferenciado, praticidade -
possibilitando-lhe encontrar as informações para entender qualquer ponto
que porventura não tenha compreendido, autonomia - que permite que o
aprendiz navegue livremente pelo material proposto implicando numa
estruturação própria do seu conhecimento, consistência - sendo coerente
com o plano proposto para o curso e com as metas propostas.
Podemos ter vários tipos de mídias e recursos como parte do material
didático, que devem ser utilizados de acordo com o contexto de cada curso.
Deve-se observar as necessidades do curso e a possibilidade de utilização
de diferentes recursos e mídias, tendo em mente que as atividades devem
estar contextualizadas de tal maneira que o aprendiz tenha uma visão geral
do conteúdo a ser adquirido.
39
As mídias utilizadas num curso em EAD podem ser do tipo:
• Texto impresso, livros, revistas e texto virtual trazem a informação de
maneira clara, interessante, seqüencial e no formato adequado ao meio
de divulgação.
• Ilustração (figuras) – enfatiza, exemplifica e reduz a quantidade de texto.
• Animação – dinamiza, simula, exemplifica, motiva e reduz o texto.
• Áudio – capta a atenção contextualiza e reforça a integração.
• Vídeo – permite uma melhor observação da realidade, ajuda a
compreensão, motiva o estudo e reduz o texto.
• Software – permite uma interatividade, tem acesso aleatório, integra e é
criativo (ex: CD-ROM)
• Hipermídia – instiga a pesquisa permitindo o acesso aleatório a outros
sites e outras mídias.
Os recursos metodológicos, segundo Sangrá 2000 podem ser
classificados em 6 grupos:
1. Aplicações de aprendizagem (Ex.: estudo de casos, jogos e simulações).
2. Grupos de discussão (Ex.: Chats, fóruns).
3. Perguntas abertas (Ex.: Questionários).
4. Perguntas fechadas (Ex.: Provas com múltipla escolha, ordenação).
5. Apresentação de informação (Ex.: Exemplo, leituras, gráficos).
6. Síntese (Ex.: Glossários, resumos).
Nosso país ocupa posição de destaque no campo da infra-estrutura
de comunicação de dados para suporte a projetos de Educação a Distância
via Internet. Temos empresas que hoje exportam software para educação
40
online para o mundo inteiro. Mas ainda estamos muito aquém de nossas
necessidades em recursos humanos, em professores e alunos capazes de
ensinar e aprender online. Esta é a maior dificuldade enfrentada hoje no
desenvolvimento de programas de educação online. Não faltam máquinas,
não faltam programas, não faltam conexões. E onde falta, é só comprar e
instalar. O que falta mesmo é gente capacitada e especializada em
educação online.
Educação a Distância no Ensino Superior Brasileiro
O desafio de educar e educar-se a distância é grande, por isso o
Ministério da Educação estabelece Referenciais de Qualidade de EaD para
a autorização de cursos de graduação a distância. Seu objetivo é orientar
alunos, professores, técnicos e gestores de instituições de ensino superior
que podem usufruir dessa forma de educação ainda pouco explorada no
Brasil e empenhar-se por maior qualidade em seus processos e produtos.
A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos
de educação superior é garantir continuamente melhorias na criação,
aperfeiçoamento, divulgação de conhecimentos culturais, científicos,
tecnológicos e profissionais que contribuam para superar os problemas
regionais, nacionais e internacionais e para o desenvolvimento sustentável
dos seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e ambientes em que
vivem.
Espera-se que essa base de qualidade apresente-se também em
Cursos de Graduação a Distância para o que, os indicadores sugeridos a
seguir - dentre outros - podem colaborar.
41
São dez os itens básicos que devem merecer a atenção das
instituições que preparam seus programas de graduação a distância:
1. integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade
definidos para o ensino superior como um todo e para o curso
específico;
2. desenho do projeto: a identidade da educação a distância;
3. equipe profissional multidisciplinar;
4. comunicação/interatividade entre professor e aluno;
5. qualidade dos recursos educacionais;
6. infra-estrutura de apoio;
7. avaliação de qualidade contínua e abrangente;
8. convênios e parcerias;
9. edital e informações sobre o curso de graduação a distância;
10. custos de implementação e manutenção da graduação a
distância.
Além desses aspectos, a Instituição proponente poderá acrescentar
outros mais específicos e que atendam a particularidades de sua
organização e necessidades sócio-culturais de sua clientela, cidade, região.
Os indicadores aqui sugeridos não têm força de lei, mas servirão para
orientar as Instituições e as Comissões de Especialistas que forem analisar
projetos de cursos de graduação a distância.
42
Situação atual da EAD no Brasil
À época da publicação da regulamentação da LDB, em 1998, apenas
a Universidade Federal do Mato Grosso oferecia um curso de graduação a
distância, em caráter experimental, dirigido para a formação em nível
superior de professores do ensino fundamental da rede pública. Além desse
curso, no âmbito do ensino superior, existiam também ofertas pioneiras de
cursos de extensão.
A partir de 1998, observa-se um crescente envolvimento de
Instituições de Ensino Superior com cursos de educação a distância, como
mostra o aumento nos pedido de credenciamento e autorização de cursos
superiores regulares de educação a distância:
1998 1999 2000 2001 2002
Pedidos 08 14 05 10 47
Fonte: MEC/SESu/DEPES, maio 2002.
Essas solicitações foram, em sua grande maioria, para cursos de
graduação de formação de professores, os quais responderam por 80% do
total dos pedidos. E, entre esses últimos, 60% correspondem a pleitos para
cursos de Pedagogia e de Normal Superior.
Por outro lado, consoante estudos do Centro de Informática Aplicada
da Fundação Getulio Vargas, estima-se que o Brasil tenha cerca de 40 mil
alunos matriculados em cursos superiores a distância, sendo que destes,
pelo menos 39 mil participam de cursos para formação de professores.
43
A EAD está deslanchando, no Brasil, basicamente por dois motivos:
primeiro, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBE), deu um
espaço importante para a EAD, colocando-a em pé de igualdade com o
ensino presencial, em termos de certificação. Segundo, o desenvolvimento
recorde da Internet colocou uma massa grande de usuários no mercado de
EAD, que cada vez mais se baseia em tecnologias de rede, como e-mail,
Web, etc., para a implementação de cursos à distância com alta
interatividade e riqueza de informações. Para isso, as universidades públicas
e privadas tem se equipado aceleradamente, treinando professores,
comprando computadores e redes, e se conectando à Internet.
Como estamos muito no início dessa revolução, no entanto, há ainda
poucas iniciativas sólidas e concretas, baseadas em estratégias integradas
das instituições. Algumas universidades, como a Universidade Federal de
Santa Catarina, a Universidade Nacional de Brasília, a PUC do Rio de
Janeiro e a Universidade Morumbi/Anhembi foram pioneiras e tem
programas muito fortes. A UFSC é uma das mais bem posicionadas: tendo
iniciado o seu programa de EAD em 1995, hoje tem muitos cursos de
extensão e 17 cursos de mestrado, com mais de 500 alunos. Estes
geralmente são fechados, muito próximos a cursos convencionais, e
oferecidos via videoconferência através de convênios com outras
universidades. Mais de 150.000 alunos já participaram dessas atividades e
espera-se concluir 150 teses de mestrado por esse sistema até o final do
ano, com baixa taxa de evasão. A PUC de Campinas já tem cursos de
mestrado a distância ou parcialmente presencial. Existem já há bastante
tempo uma Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (que tem uma
parte forte em EAD) e a Associação Brasileira de Educação à Distância
(ABED), que realiza congressos anuais de grande sucesso.
As universidades públicas paulistas estão relativamente atrasadas no
processo de implantação da EAD. A USP e a UNICAMP estão fazendo
44
projetos estratégicos importantes nessa área. A USP, através da Fundação
C.A Vanzolini, ligada ao Departamento de Engenharia de Produção da
Escola Politécnica, há vários anos tem oferecido dezenas de cursos a
distância, utilizando videoconferência, e agora, Internet, em várias áreas,
especialmente em Gestão de Qualidade (em conjunto com a Universidade
da Califórnia em San Diego), educação continuada em engenharia (em
várias áreas, no projeto Engenheiro 2001), e ensino de inglês. A USP conta
também com um núcleo especializado no desenvolvimento de novas
tecnologias em educação, a Escola do Futuro, criada e dirigida pelo Prof.
Fredric Litto, que tem tido importante atuação na área. A Universidade
Federal de São Paulo, através da Escola Paulista de Medicina tem uma
Universidade Virtual que ministra já há dois anos cursos inteiramente a
distância em diversas áreas da saúde (nutrição, dermatologia, oncologia,
etc.).
Quanto a UNICAMP, deu-se um grande passo a diante, quando
constituiu em 1999 um grupo de trabalho em EAD, que levantou a situação
na Universidade e elaborou um relatório com várias propostas estratégicas e
táticas com a finalidade de implementar um programa ambicioso e
abrangente, que transforme a UNICAMP em uma universidade de alcance
nacional, inicialmente, e depois internacional, com base nas tecnologias da
EAD. Para se ter uma idéia do grande interesse manifestado pela
comunidade universitária, um levantamento entre os docentes identificou
mais de 100 projetos em andamentos, e cerca de 400 docentes (dos 2.000
existentes na instituição) interessados em atuar na área da EAD. Entre as
maiores necessidades dos docentes, como de resto em todas as outras
universidades brasileiras, está a formação específica nessa área. Por isso,
tem sido intensa a oferta de cursos de especialização e mestrado para
formação de educadores a distância. Entre estes está um curso da UNB,
que teve centenas de inscritos, e outros na PUC/SP, na UNICAMP e em
uma empresa chamada CIANET. Mestrados sobre EAD (muito
45
apropriadamente, dados a distância!) também estão disponíveis em várias
universidades do exterior, inclusive a Open University.
As universidades, principalmente do setor privado da educação, não
demoraram em reconhecer o valor grande do mercado que seria gerado pela
LDBE, e começaram a se organizar. Surgiram no Brasil dois grandes
consórcios universitários de EAD, a Universidade Virtual Pública Brasileira
(UniRede), formada por 61 universidades públicas municipais, estaduais e
federais, e a Universidade Virtual Brasileira (UVB), formada por 15
universidades particulares. Diversos estados brasileiros também estão
começando a montar seus consórcios universitários, como é o caso da
Universidade Eletrônica do Paraná
Em 1997, a Secretaria da Educação a Distância – SEED criou o
Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância – PAPED, com
o propósito de incentivar, nos cursos de pós-graduação stricto sensu, a
produção de dissertações de mestrado e teses de doutorado que tenham
como objeto as tecnologias da informação e da comunicação aplicadas à
educação presencial e a distância.
Em 2002, o contexto desafiador da EAD, levou a SEED, em parceria
com a CAPES, a iniciar a linha 2 do Programa de Apoio à Pesquisa em
Educação a Distância – PAPED. A segunda linha do PAPED visa estimular o
desenvolvimento de novas formas de produção didática que contemplem
linguagens multimídia integradas, para serem utilizadas em ambiente de
rede (Internet ou Intranet).
Em 2003, a linha 2 do PAPED foi ampliada para contemplar os temas
de interesse da Educação Superior a Distância. Esse nível da educação
46
brasileira passou a receber incentivos em sua produção didática multimídia,
refletindo a priorização da SEED quanto a esse nível educacional.
Linhas de Ação
As linhas de ação da Secretaria de Educação a Distância
fundamentam-se na existência de um sistema tecnológico - cada vez mais
barato, acessível e de manuseio mais simples - capaz de:
• trazer para a escola um enorme potencial didático-pedagógico;
• ampliar oportunidades onde os recursos são escassos;
• familiarizar o cidadão com a tecnologia que está em seu cotidiano;
• dar respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que exigem
diversidade maior de tipos de educação, informação e treinamento;
• oferecer meios de atualizar rapidamente o conhecimento;
• estender os espaços educacionais e;
• motivar os profissionais e alunos para aprender em continuamente, em
qualquer estágio de suas vidas.
Metas
As metas da Secretaria de Educação a Distância são: levar para a
escola pública toda a contribuição que os métodos, técnicas e tecnologias de
educação a distância podem prestar à construção de um novo paradigma
para a educação brasileira.
Para exercer as funções normativa, redistributiva, supletiva e
coordenadora entre as instâncias educacionais, a Secretaria de Educação a
47
Distância trabalha de forma articulada com os demais órgãos do Ministério
da Educação e em conjunto com as Secretarias de Educação dos estados,
municípios e Distrito Federal, com universidades, centros de pesquisas,
televisões e rádios educativas e outras instituições que utilizam a
metodologia de educação a distância. Sua programação organiza-se em três
blocos:
• Desenvolvimento de projetos estratégicos;
• Institucionalização da educação a distância no país;
• Articulação do campo institucional e da sociedade civil.
Principais programas
A seguir, apresentam-se os quatro principais programas da Secretaria
de Educação a Distância:
TV Escola
A TV Escola entrou na reforma do Ensino Médio. Utilizado na
capacitação e atualização do professor, o Programa é um dos instrumentos
utilizados pelo MEC na implementação da reforma nas escolas. Em caráter
experimental, desde outubro do ano passado, a programação, agora
definitiva, tem uma hora diária, reprisada duas vezes durante o dia. Confira a
novidade na página da TV Escola.
Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO
Instituído em 1997, o ProInfo já chegou a 4.640 escolas do país, onde
estão instalados cerca de 53 mil microcomputadores. O uso pedagógico
desses equipamentos é assegurado por meio da capacitação de professores
48
das escolas beneficiadas e dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia
Educacional (NTE). Mais de 150 mil professores já foram capacitados e 326
NTE estão instalados.
Programa de Formação de Professores em Exercício -
PROFORMAÇÃO
Cumprindo suas metas de expansão, o Programa de Formação de
Professores em Exercício - Proformação iniciou sua implantação nos
estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão e Tocantins, em janeiro
de 2000. A previsão é de que cerca de 15.000 professores da rede pública
que não possuem habilitação mínima exigida por lei, ingressem no
Programa.
Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a distância -
PAPED
O Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância - PAPED,
lançado em 1997, consiste no apoio financeiro à realização de dissertações
de mestrado e teses de doutorado que tratem de temas afetos à educação a
distância (EAD) e às tecnologias da informação e da comunicação (TIC)
aplicadas à educação.
Rádio Escola
O projeto Rádio Escola produz séries de programas educativos que
se destinam à capacitação e atualização de professores alfabetizadores de
jovens e adultos. Desenvolvido em parceria com o Programa Alfabetização
Solidária, o projeto organiza-se sob a forma de programas radiofônicos,
material impresso e orientação técnica, servindo de apoio ao trabalho
desenvolvido em localidades com altos índices de analfabetismo.
49
Possibilidade de atuação da EAD no Brasil
Dessa forma, podemos enumerar, rapidamente, alguns campos onde
a educação a distância poderá ser utilizada dentro de um programa amplo
de prestação de um serviço que a nacionalidade está a exigir:
Democratização do saber - mais que substituta da educação
presencial a educação a distância, no Brasil, pode ser utilizada como forma
complementar de educação, atualizando conceitos e conhecimentos,
auxiliando na permanente tomada de consciência dos profissionais sobre os
avanços promovidos em suas áreas específicas e, principalmente, gerando
processos continuados de acesso ao conhecimento acumulado pela
humanidade à milhões de cidadãos.
Formação e capacitação profissional - não há dúvidas quanto à
eficácia e pertinência de projetos de educação a distância neste campo
fundamental da existência social.
Do ponto de vista tecnológico, a presença da informática nos
processos de capacitação tem gerado grandes avanços nos procedimentos
de treinamento a distância ou treinamento independente com ajuda do
computador. É cada vez maior o número de empresas que descobrem as
vantagens do treinamento a distância para a capacitação e atualização de
seus funcionários, não somente por conta da redução dos custos, mas
principalmente pela possibilidade de envolver um grande número de
pessoas ao mesmo tempo e em regiões distantes (Rumble; Oliveira, 1992).
Estas são tendências que já se observam em vários países, onde os
grandes estabelecimentos bancários estão optando pela educação a
50
distância como modalidade por excelência para a formação de seu pessoal.
O mesmo já ocorre com as empresas aéreas e organismos militares.
Empresas produtivas, com várias unidades de produção espalhadas pelo
mundo, estão se servindo de projetos de educação a distância de pequena e
larga escala (dependendo do custo e impacto para a escolha da escala),
para a melhoria da produtividade do trabalho de seus empregados.
Mas é importante observar que a educação a distância não é
necessariamente sinônimo de sofisticação tecnológica. Ela pode ser
desenvolvida a partir de meios econômicos e populares. De fato, as
modernas tecnologias somente passam a ser instrumento adequado da
educação a distância quando ganham dimensão econômica de massa.
Nesse sentido, é importante observar-se a oportunidade da educação
a distância não somente para a preparação profissional daqueles que já
estão no mercado formal de trabalho, como, nos casos de desemprego
elevado, principalmente uma forma de treinamento em massa de milhares
de desempregados.
Como forma integradora de parcelas da sociedade, a educação a
distância pode ser empregada para a formação e atualização de
contingentes populacionais com pouca escolaridade mas grande experiência
de vida, adaptando-se às múltiplas realidades dessas pessoas e buscando,
inclusive, transformá-las em cidadãos ativos na sociedade.
A pouca familiaridade desses cidadãos, como é notório no Brasil, com
a leitura não pode ser vista como impedimento da educação a distância, mas
sim como dificuldade a ser vencida. Que pode muito bem ser vencida.
51
Capacitação e atualização de professores - é importante salientar,
que não bastam programas esporádicos de formação de professores para
que o problema da capacitação para o magistério seja minimizado. Há
necessidade de promover-se ações integradas e permanentes, envolvendo
as capacidades locais e as instituições sociais.
Educação aberta e continuada por meio da educação a distância é
possível promover-se a proliferação de experiências de grande alcance
social, para a formação cultural da nacionalidade, dando acesso à educação
a grandes contingentes afastados das instituições formais de ensino, ou que
têm dificuldade de acesso a elas. Cursos sobre saúde, ecologia, tecnologia e
artes podem ser veículos muito importantes para a integração social de
grandes parcelas da população, principalmente se forem respeitadas as
formas comunitárias de organização social e as instituições da sociedade
civil.
Educação para a cidadania um conjunto significativo de ações
educativas podem ser levadas a termo com a educação a distância,
transformando processos cívicos obrigatórios por lei em processos
realmente participativos e conscientes. Nesse caso inscrevem-se os cursos
dirigidos à segmentos definidos da sociedade, que carecem muito de
informação e de formação, para atuarem concretamente na sociedade, como
cursos de formação sindical, cursos de cidadania, cursos de prevenção de
doenças, organização comunitária, organização social, formação política etc.
A otimização e o barateamento da distribuição de informações abrem
alternativas educativas inéditas, respondendo aos desafios contemporâneos
da falta de tempo, das dificuldades de deslocamento e à falta de recursos
humanos qualificados para a estruturação de cursos e programas de
qualidade. Nesse sentido, a educação a distância passa a assumir papel
52
determinante no processo de formação e atualização das pessoas, tornando
realidade a cidadania universal.
CONCLUSÃO
Estamos vivendo um momento fecundo da História, de mudança de
paradigmas, inclusive na educação. Estas mudanças são mais profundas
que uma simples troca do vídeo pelo CD-ROM ou da página impressa pela
home-page. O momento atual exige clareza nesta percepção. Há 2 mil anos
Jesus Cristo já dizia que "não se põe vinho novo em odres velhos pois o
vinho novo romperá os odres, entornar-se-á o vinho e os odres se
estragarão; pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos"
(Lucas 5:37). O vinho novo da Educação a Distância via Internet não pode
ser posto nos velhos odres dos modelos que estão em crise aqui e em todo
o mundo; tem que ser posto nos odres novos de um novo modelo
educacional aberto para uma nova sociedade, uma nova economia, uma
nova cultura.
Que o ensino vai mudar dramaticamente nas próximas décadas com
o auxílio da tecnologia, poucos duvidam. Grandes universidades americanas
estão se preparando para ministrar uma parcela considerável dos seus
cursos superiores através da Internet. O processo de instrução, que até
agora é centrado na figura do professor como "válvula e guardião" do
conhecimento que é repassado para os seus alunos, está mudando, tocado
53
pelo impacto da tecnologia, para uma maior independência e autonomia do
aprendiz (e não mais aluno), centrado na construção do conhecimento por
ele próprio. O professor, de tiranete de classe, vai passar a ser o que Lauro
de Oliveira Lima, um dos filósofos brasileiros da educação disse muito bem:
"o professor não ensina, o professor ajuda o aluno a aprender". Via Internet
pode-se experimentar aprender junto com outros, interagindo com muitos,
independente do tempo e do lugar de cada um.
Bonito ! Mas as conseqüências políticas, sociais, econômicas e
educacionais de uma mudança radical no modelo da universidade estão
sendo encaradas seriamente por poucos, ainda, e essa falha de
posicionamento pode atemorizar ainda mais os professores e alunos, que
costumam ficar sempre na defensiva em matéria de mudanças reais. Fala-se
muito da Internet, infra-estrutura de informática, etc., mas ainda precisamos
colocar o "dedo na ferida".
É preciso não esquecer que a EAD exige a ação do poder público.
Sua avaliação demanda um marco normativo que estabeleça critérios e
cristalize uma “cultura de avaliações”, a que não estamos acostumados. Isso
significa estabelecer critérios para o funcionamento de cursos e instituições
de ensino a distância, com base no seu projeto pedagógico (concepção,
objetivos, aprendizagem), na sua infra-estrutura tecnológica, nos seus
recursos materiais e humanos.
No mundo inteiro as instituições de ensino estão procurando se
informar e acompanhar esta verdadeira revolução educacional que está
acontecendo, inclusive e especialmente as mais tradicionais instituições de
educação a distância. A chamada educação online está desafiando estas
instituições a repensarem seus modelos pedagógicos ao mesmo tempo em
que oferece soluções para problemas com que estas mesmas instituições
54
vem se confrontando cada vez mais, à medida que passamos de uma
sociedade industrial para uma sociedade da informação.
Cabe ressaltar que, do ponto de vista dos países menos
desenvolvidos como o Brasil, os efeitos da globalização no campo da EAD
tendem a ser mais perversos do que positivos, pois, salvo se houver
políticas de desenvolvimentos do setor, corre-se o risco de importação e/ou
adaptação de tecnologias (equipamentos e programas) caros e pouco
apropriados as necessidades e demandas, que acabam obsoletos por falta
de formação para seu uso.
Esta modalidade de ensino não pode ser encarada como uma
panacéia para todos os males da educação brasileira. Há um esforço muito
grande dos educadores e pesquisadores da educação em mostrar que os
problemas da educação brasileira não se concentram somente no interior do
sistema educacional, mas, antes de tudo, refletem uma situação de
desigualdade e polaridade social, produto de um sistema econômico e
político perverso e desequilibrado. Ela não salva a sociedade, porém, ao
lado de outras instâncias sociais, das universidades, através do ensino
superior, ela tem um papel fundamental na formação e fortalecimento da
cultura , da cidadania e na construção de uma civilização mais digna do que
esta que vivemos.
Uma das maiores dificuldades da EaD convencional está no chamado
"isolamento" do estudante que não conta com o apoio e o estímulo de um
grupo de pessoas que estão nas mesmas condições que ele, aprendendo as
mesmas coisas e ajudando-se mutuamente a vencer dificuldades neste
aprendizado, em outras palavras, uma "turma". Porém, com o advento da
Internet essa dificuldade torna-se superada, uma vez que está tecnologia
aproxima cada vez mais os estudantes das universidades e da “turma”.
Outra dificuldade refere-se ao novo aluno e novo professor, que ainda
não existem. Precisam ser criados e, depois de criados, aperfeiçoados
continuamente nesta nova área de prática educativa. Não se faz isto de um
55
dia para o outro. É coisa que nossa sociedade vai viver por muitos anos,
talvez décadas. O desafio não é pequeno: é imenso.
As perspectivas da Educação à Distância estão nas mãos dos que se
dispuserem a fazê-la, com seriedade e comprometimento ético, garantindo
suas condições de êxito.
A EAD, só tem sentido quando se apresenta como a realização
concreta de sua sempre anunciada potencialidade de ampliar o acesso à
educação superior, colocando-se como uma alternativa séria de
democratização da educação e do saber. Uma característica, portanto,
desafiadora de quaisquer limitações à sua utilização. Talvez por isso, além
de reforçar as relações da EAD com a educação continuada, estabelecem-
se cada vez mais as relações da EAD com o surgimento de sistemas
educacionais mais abertos, flexíveis e ágeis. Mas absoluta e
intransigentemente comprometidos com a qualidade do serviço educacional,
cuja avaliação é presidida necessariamente pelos critérios do compromisso
político e da competência técnica.
Nesse sentido, a educação a distância pode contribuir de forma
significativa para o desenvolvimento educacional de um país, notadamente
de uma sociedade com as características brasileiras, onde o sistema
educacional não consegue desenvolver as múltiplas ações que a cidadania
requer.
56
57
ANEXO I
Instituições Credenciadas / Cursos ou
Programas de Graduação a Distância Autorizados.
58
ANEXO II
Instituições Credenciadas / Programas ou
Cursos Seqüenciais a Distância Autorizados.
59
ANEXO II
Instituições Credenciadas / Programas ou
Cursos “Latu Sensu” a Distância Autorizados.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AZEVEDO, Wilson. "Muito Além do Jardim de Infância. O desafio do
preparo de alunos e professores online". Revista Brasileira de Educação a
Distância, ano 6, nº 36, setembro/outubro 1999. Publicado também nos
anais do VI Congresso.
AZEVEDO, Wilson. Panorama atual da educação a distância no Brasil.
[Disponível em: http://buscalegis.ccj.ufsc.br].
ALVES, João Roberto Moreira. As bases legais da educação a distância no
Brasil. Estudos – Revista da Associação Brasileira de Mantenedoras de
Ensino Superior, nov. 1999.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância – 3 ed. – Campinas, SP:
Autores Associados, 2003 ( Coleção educação contemporânea).
BRUNO, Gilberto Marques. Considerações sobre a questão do ensino a
distância no brasil e a necessidade de uma legislação voltada ao e-learning
diante do crescimento do www. [Disponível em: http://buscalegis.ccj.ufsc.br].
CANDAU, V. In: Furiati G. Educação, uma corrida contra o tempo.
Tecnologia Educacional, v. 25(129), mar/abr, 1996.
60
FILHO, Roberto Fragale. Educação a distância: análise dos parâmetros
legais e normativos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
FRANCO, Sérgio R. K. O Construtivismo e a Educação. Porto Alegre,
Mediação,1986
HILGARD, Ernest Robiequet. Teorias da Aprendizagem. São Paulo, EDU,
1973.
MORAN, José Manuel. Pedagogia integradora do presencial-virtual.
[Disponível em: http://buscalegis.ccj.ufsc.br].
MEC. Manual de verificação in loco das condições institucionais para o
credenciamento de instituições não-universitárias e autorização de cursos
superiores (ensino presencial e a distância). Brasília: MEC/SESu, set. 2002.
NUNES, Ivônio Barros. Noções de Educação à Distância. In Educação a
Distância, rev. INED/UnB-CEAD, 03 (04/05): 07-25, dez93-abr94.
RODRIGES, Gabriel Mário. Os desafios da educação a distância.
[Disponível em: http://buscalegis.ccj.ufsc.br].
______ . Professor universitário: Formação inicial e continuada. Revista
Roteiro, Joaçava, v.XX, nº37, Jan/Jun.1997. p29-49.
______. Educação/Ensino À Distância: Questões Atuais e Perspectivas.
Notas para apresentação e discussão na ESE/UFF, em reunião de 20.10.95.
In Cadernos CES, nº 01, 1995
LEI 9.394, de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional (LDB);
Dec. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998: regulamenta o art.80 da LDB;
Dec. 2561, de 27 e abril de 1998: altera os arts. 11 e 12 do Dec. 2.494/98;
61
Portaria 301, de 07 de abril de 1998: normatiza procedimentos de
credenciamento de instituição para a oferta de cursos de graduação e
educação profissional tecnológica a distância.
WEBGRAFIA
http://www.aquafolium.com.br/educaciobal/artigos
http://www.abed.org.br/paper_visem/wlson_azevedo.htm
http://www.cead.puc-rio.br
http://www.cederj.rj.gov.br
http://www.ead.ucdb.br
http://www.educacaopublica.rj.gov.br
http://www.epub.org.br
http://www.ead.unicamp.br
http://www.mec.gov.br/sesu/educdist.shtm
http://www.revistaensinosuperior.com.br
62
http://www.virtual.unaerp.br
ÍNDICE
Folha de rosto .............................................................................................. 2
Agradecimentos .......................................................................................... 3
Dedicatória ................................................................................................... 4
Resumo ........................................................................................................ 5
Sumário ........................................................................................................ 6
Introdução .................................................................................................... 7
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..................... 8
Educação a distância: Conceito ............................................................... 11
CAPÍTULO II - CONTEXTO NORMATIVO E LEGISLATIVO
DA EAD NO BRASIL .................................................................................. 11
63
Lei 9.394/96 ................................................................................................ 19
Decreto 2.494/98 ....................................................................................... 20
Credenciamento por fases ....................................................................... 23
Contexto Normativo e legislativo ............................................................ 26
CAPÍTULO III – DIFICULDADES E LIMITES DA EAD .............................. 29
Aspectos Institucionais / Pedagógicos .................................................. 30
Papel dos Docentes .................................................................................. 31
Papel dos Discentes ................................................................................. 33
CAPÍTULO IV – PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES
DA EAD ...................................................................................................... 36
Contexto Tecnológico e metodológico na EAD .................................... 36
Educação a Distância no Ensino Superior ............................................ 40
Situação Atual da EAD, no Brasil ........................................................... 41
Possibilidades de atuação da EAD no Brasil ........................................ 48
CONCLUSÃO ............................................................................................ 52
ANEXO I – Cursos de Graduação a Distância ....................................... 56
ANEXO II - Cursos Seqüenciais a Distância ......................................... 57
64
ANEXO III – Cursos “Latu Sensu” a Distância ...................................... 58
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ............................................................ 59
WEBGRAFIA ............................................................................................ 61
ÍNDICE ...................................................................................................... 62
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Título da Monografia: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: LIMITES E
POSSIBILIDADES NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Autor: Dilcéa da Silva Brandão
Data da entrega: 24 de julho de 2004
Avaliado por:_______________________________ Conceito: ________
Avaliado por: ______________________________ Conceito: ________
65
Avaliado por: ______________________________ Conceito: _________
Conceito Final: ____________________