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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE MERCADO SEGURADOR Por: Raquel Couto Patricio Professora Orientadora: Diva Nereida Marques Machado Maranhão Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

MERCADO SEGURADOR

Por:

Raquel Couto Patricio

Professora Orientadora:

Diva Nereida Marques Machado Maranhão

Rio de Janeiro

2003

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

MERCADO SEGURADOR

Objetivo:

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Finanças e

Gestão Corporativa.

3

RESUMO

Destacar a importância do seguro como fator determinante da

atividade econômica em situações de risco, através de um estudo sobre a atuação do

mercado segurador brasileiro.

• Analisar a estrutura do mercado segurador brasileiro privado.

• Demonstrar a importância do seguro como elemento alavancador da

atividade econômica.

• Traçar a evolução do seguro no Brasil

• Discutir a questão do monopólio do resseguro no Brasil por parte do

governo.

Esta monografia será desenvolvida através de três capítulos teóricos que

tentarão demonstrar a importância do seguro e os problemas associados a ele.

O capítulo um tratará da evolução do seguro no Brasil e no mundo

desde do seu aparecimento até os dias atuais.

O capítulo dois mostrará o funcionamento do seguro e sua influência no

cenário microeconômico.

O capítulo três tratará do seguro no Brasil nos dias de hoje e a tendência

atual.

Finalmente apresentaremos uma conclusão resumindo os principais

pontos da monografia e apontados novos rumos aonde serão abordados a questão da

privatização do resseguro no Brasil.

O estudo se limitará a analisar e a discutir os aspectos do mercado

segurador brasileiro. Ainda que sejam apresentados alguns fatos relativos ao

4

desenvolvimento do mercado segurador mundial, este não será o foco de nossa

análise.

O período de análise cobrirá o seguro no Brasil desde o seu aparecimento até

os dias atuais aonde será discutido, por exemplo, a questão da privatização do IRB.

5

METODOLOGIA

Nesta pesquisa serão adotadas as seguintes modalidades de pesquisa:

• DESCRITIVA: pois este trabalho consiste em uma análise e descrição dos

fatos sobre o mercado de seguros.

• BIBLIOGRÁFICA: pois serão analisados diversos livros, artigos e boletins

que mostrem como ocorre o funcionamento do mercado de seguros.

• EXPLICATIVA: pois este trabalho fornece dados da realidade sobre a

situação atual do mercado segurador.

• HISTÓRICA: por investigar e analisar fatos ocorridos no passsado para

compreender o presente e apresentar propostas para o futuro.

• SOCIAL: este trabalho procurará melhorara compreensão do assunto.

Neste trabalho serão utilizados os seguintes métodos:

• RACIONAL: pois neste trabalho está presente um raciocínio ordenado que

busca compreender o mercado de seguros.

• DINÂMICO: por estudar o processo em desenvolvimento, buscando

conhecer a tendência do setor de seguro.

• MICROECONOMICO: por estudar o processo ao nível microeconômico.

As técnicas de pesquisa utilizadas neste estudo são a análise de:

• ARQUIVOS: através de pesquisa no acervo bibliográfico da FENASEG e do

IRB.

• IDENTIFICAÇÃO: das fontes bibliográficas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - A Estrutura das Demonstrações Contábeis 07

CAPÍTULO II - Definição dos Critérios de Análise 24

CAPÍTULO III - Enfoque da Análise 33

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA 50

ÍNDICE 51

ANEXOS 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

7

INTRODUÇÃO

O seguro foi criado como uma forma de transferir o risco através da

qual uma parte, o segurado, transfere a probabilidade de perda financeira para outra

parte denominada companhia de seguros.

O seguro teve início no Brasil em 1808, com a abertura dos portos por

D.João VI, e o início da navegação intensiva com todos os países.Poucos anos

depois, estabeleceu-se no Brasil diversas empresas estrangeiras.O mercado segurador

brasileiro era quase que totalmente dominado por seguradoras estrangeiras, que

funcionavam no Brasil sem qualquer capacidade técnica, não passavam de

intermediários e repassavam os prêmios ao exterior.

Em 1939, começa uma nova fase do mercado segurador brasileiro com

a criação do Instituto de Resseguro do Brasil (IRB), que acontece com o total apoio

do governo federal e tinha como proposta política o fortalecimento do mercado

brasileiro em face à presença então dominadora das companhias estrangeiras,

exercendo assim o monopólio do resseguro no país. e como desafios operacionais a

regulação do resseguro e estimular as operações de seguros em geral.Dentre as

medidas operacionais de incentivo, duas são fundamentais:

a) Os baixos índices de retenção. As seguradoras não podiam manter

altos níveis de retenção. Dessa maneira a maior parte dos prêmios era repassado em

resseguros ao IRB.

b) A criação do excedente único. Os prêmios repassados ao IRB por não

serem repassados pelas seguradoras eram direcionados a esse excedente único e

repassados de volta ao mercado segurador.

Essas medidas garantiram o desenvolvimento do mercado segurador,

mas permitiu a entrada de empresas no ramo de seguros sem a menor capacidade

técnica.

8

Na década de 70, uma série de fatos mudou o perfil do mercado de

seguros. Neste período podem ser destacadas três características:

a) O crescimento econômico registrado, o aumento do comércio exterior

e a complexidade da economia fizeram com que houvesse um crescimento geral do

próprio seguro e um aumento da variedade dos produtos ofertados.

b) O aumento da concentração empresarial. Devido ao despreparo

técnico de diversas seguradoras, o governo criou uma legislação específica

buscando mecanismos de incentivos a fusão de pequenas empresas.

c) A penetração dos bancos comerciais na produção e comercialização

de seguros. No início os bancos se limitavam a cobrança de seguros, mas a partir da

década de 70, os bancos começaram a fazer a própria negociação direta, que foi

incentivada pelos órgãos oficiais. Dessa forma o mercado de seguros ficaria mais

sólido, com a formação de conglomerados financeiros.

Nos anos 70, o seguro brasileiro teve desempenho extraordinário,

registrando as mais elevadas taxas de crescimento de sua história. O setor evoluiu,

tomou novas dimensões, adquiriu boa expressão econômico-financeira, amadureceu

tecnicamente, mas ainda estava longe do índice de saturação do mercado.

A liderança do mercado segurador entendia ser possível manter boa

produção, desde que se explorassem novos tipos de cobertura de riscos, mediante

trabalho criativo por parte dos seguradores.

9

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DO SEGURO

10

1 - A Evolução Do Seguro

1.1 –No mundo

Em todas as épocas, inclusive na pré-história, o homem sempre conviveu

com o risco. E deste sempre tentou defender-se com as armas, é claro, que lhe

estivessem à mão em cada época.

Vinte e três séculos antes de Cristo, na Babilônia, quando as caravanas

atravessavam o deserto para comercializar camelos em cidades vizinhas, surgiram as

primeiras modalidades de seguros.

Como era comum alguns animais morrerem durante o caminho, todos os

cameleiros, cientes do grande risco, firmavam um acordo no qual pagariam para

substituir o camelo de quem o perdesse. Além de uma atitude solidária por parte do

grupo, já era sem dúvida uma forma primária de seguro.

No ramo da navegação, também foi adotado o princípio de seguro entre

os hebreus e fenícios cujos barcos navegavam através dos mares Egeu e

Mediterrâneo. Existia entre os navegadores um acordo que garantia a quem perdesse

um navio, a construção de outro, pago pelos demais participantes da mesma viagem

estava assegurada.

No século XII da era cristã, surge uma nova modalidade de seguro.

Chamava-se Contrato de Dinheiro e Risco Marítimo, formalizado por meio de um

documento assinado por duas pessoas, sendo uma delas a que emprestava ao

navegador quantia em dinheiro no valor do barco e das mercadorias transportadas. Se

durante a viagem o barco sofresse alguma avaria, o dinheiro emprestado não era

devolvido. Caso contrário esse dinheiro voltava para o financiador acrescido de juros.

Em 1234, o papa Gregório IX proibiu o Contrato de Dinheiro e Risco

Marítimo em toda Europa. Os homens ligados ao negócio buscaram então

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subterfúgios para que pudessem continuar a operar na navegação com aquele seguro.

E encontraram: o banqueiro se tornava comprador do barco e das mercadorias

transportadas. Caso o navio naufragasse, o dinheiro adiantado era o preço da compra.

Se o barco chegasse intacto ao seu destino, a cláusula de compra se tornava nula e o

dinheiro era devolvido ao banqueiro, acrescido de outra quantia como rendimento do

empréstimo feito.

A preocupação com transporte marítimo tinha como causa interesses

econômicos, pois o comércio exterior dos países se dava apenas por mar. A idéia de

garantir o funcionamento da economia por meio do seguro prevalece até hoje. A

forma de seguro é que mudou, e se aperfeiçoa cada vez mais.

O primeiro contrato de seguro nos moldes atuais foi firmado em 1347,

em Gênova, com a emissão da primeira apólice. Era um contrato de seguro de

transporte marítimo. Aquele contrato marcou o nascimento do seguro marítimo, único

ramo a ser operado nos trezentos anos subseqüentes. Iria secundá-lo o seguro de

incêndio, criado na Inglaterra em 1667 por causa do grande fogaréu em que se

transformara Londres, no ano anterior. A idéia do seguro vinha até então

conquistando terreno gradativo.

Daí pra frente, o seguro iniciou uma carreira vertiginosa, impulsionada

pelas Grandes Navegações do século XVI. A teoria das probabilidades desenvolvida

por Pascal, associada à estatística, deu grande impulso ao seguro porque a partir de

então os valores pagos pelo seguro, seus prêmios, puderam ser calculados de forma

mais justa. Tais critérios são válidos até hoje.

No século XVI, uma nova etapa surge na história do seguro com dois

acontecimentos marcantes: as Tontinas, na França e o Lloyds, em Londres. As

Tontinas, uma das primeiras sociedades de socorro mútuo, foi criada em 1653 por

Lorenzo Tonti. Apesar da grande aceitação inicial, essa sociedade não conseguiu

sobreviver ao longo do tempo.

12

A segunda foi fundada em Londres, em 1678, por Edward Lloyds,

proprietário de um bar que era ponto de encontro de navegadores e atraía pessoas

interessadas nos negócios de seguros. Ali, passaram a concretizá-los por meio de

contratos. O Lloyds tornou-se uma verdadeira bolsa de seguros e assim opera até os

dias de hoje.

Mas a prática do seguro, obviamente tolerada, ainda não era plenamente

consagrada. Tanto assim que o seguro de vida, só admitido no século XVIII, durante

muito tempo fora expressa e rigorosamente proibido. Isso, não só por causa das

especulações e abusos a que dera margem, mas, sobretudo porque, considerando mera

versão de jogo de azar, era por isso objeto de condenação moral. No entanto, o

curioso é que esse vilão, o jogo, por instigar com seus segredos o interesse e o

engenho de alguns notáveis matemáticos, terminaria abrindo portas para a evolução

do seguro em sólidas bases técnicas e científicas. Foi nos estudos de Pascal e Fermat

sobre o jogo que resultou, no século XVII, a teoria das probabilidades, teoria poucos

anos depois enriquecida pelo famoso teorema de Jacques Bernouilli, mais conhecido

como “lei dos grandes números”. E o seu aproveitamento pela instituição do seguro.

No século seguinte, precisamente no ano de 1765, a seguradora inglesa

Equitable Society, no interesse de um equilibrado regime tarifário para o seu

“underwriting” no ramo Vida, pediu a elaboração de uma tábua de mortalidade e de

um sistema de anuidades a Richard Price. Este, pela excelência do seu trabalho,

passaria a ser considerado o pai da ciência atuarial. Outro grande avanço, quase cem

anos depois disso, isto é, já no século passado, foi a distribuição normal de

probabilidade, a chamada curva de Gauss (Karl Friedrich Gauss) que tem a forma de

sino e semelhança (alguns acham) com o chapéu de Napoleão. Esse é um poderoso

instrumento matemático, ainda hoje suporte das numerosas aplicações práticas que

tem, inclusive no seguro, a probabilidade estatística.

Com o advento da máquina e da era industrial no século XIX, surgiram e

desenvolveram-se outras modalidades de seguro, como o de incêndio, o de transportes

terrestres, e o de vida. Os tempos haviam mudado e o mundo ingressava na era da

produção em série e do consumo em escala. A figura do segurador individual

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desaparecia, e no seu lugar entram as companhias seguradoras como existem

atualmente.

Portanto, data do final do século passado o vigor técnico adquirido pelo

seguro, lastro que lhe permitiu chegar ao vigor econômico dos dias atuais. Hoje é da

ordem de 2,5 trilhões de dólares anuais o faturamento mundial de prêmios, cifra maior

do que a totalidade dos prêmios antes acumulados desde o primeiro contrato lavrado

no cartório de Gênova. O século XX é sem dúvida o século do seguro, como o é do

progresso econômico oriundo de um avanço tecnológico sem precedente em toda a

história da humanidade.

Ao contrário do seguro privado, o seguro social, que em toda parte é

administrado pelo Estado, não fez bom proveito desse extraordinário trampolim que

reuniu o progresso da economia ao da atuária. E chega ao final do século do seguro

fazendo água, com enorme acervo de prejuízos diretos causados a seus segurados; e

de prejuízos indiretos, estes resultantes de contraproducente expulsão do seguro

privado de áreas que passou a ocupar com ineficiência. E em toda parte o seguro

social (chamado de previdência social no Brasil) está sendo objeto de reformas com

longo período de maturação, que somente darão frutos, se derem, ao longo de muitos

anos do próximo milênio.

1.2- No Brasil

O seguro surgiu no Brasil em 1808, com a abertura dos portos por

D.João VI, e o início da navegação intensiva com todos os países.A primeira

empresa de seguro no Brasil, a Companhia de Seguros Boa-Fé, nasceu na Bahia,

centro da navegação marítima da época.

Até 1822, ano da Independência só se desenvolveu aqui o seguro

marítimo. Menos de trinta anos depois foi promulgado o Código Comercial, que

regulamentou as operações de seguro marítimo, proibindo o seguro sobre a vida de

pessoas livres. Com o progresso decorrente, fundaram-se novas empresas, que então

passaram a se dedicar a outros ramos de seguro, como o de incêndio e o de

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mortalidade de escravos, seguro de destaque da época, dada a importância da mão-

de-obra negra para a atividade econômica.

Em 1855, foi fundada a Companhia de Seguros Tranqüilidade no Rio de

Janeiro, a primeira a comercializar no Brasil seguro de vida.Poucos anos depois,

estabeleceu-se no Brasil diversas empresas estrangeiras, que trouxeram para o país a

sua experiência específica.

Com a Proclamação da República, a atividade seguradora, em todas as

suas modalidades foi regulamentada. Promulgado em 1916, o Código Civil regulou,

como fizera o Código Comercial em relação aos seguros marítimos, todos os demais

seguros inclusive o de vida. Em 1935, foi fundada aquela que viria a ser a maior

companhia seguradora da América Latina, a Atlântica Companhia Nacional de

Seguros, hoje Bradesco Seguros.

Em 1939, foi criado o Instituto de Resseguro do Brasil (IRB), com a

atribuição de exercer o monopólio do resseguro no país. Já em 1966, com a edição do

Decreto-Lei nº 73, é instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados com a

criação da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgão oficial fiscalizador

das operações de seguro.

Em 1975, o Brasil registrou o superávit de US$ 3,5 milhões na conta de

Seguros do Balanço de Pagamentos. O resultado foi fruto direto da política de

reciprocidade de negócios que promoveu o intercâmbio internacional do seguro

brasileiro e reverteu a tendência tradicional para déficits cambiais sistemáticos.

Essa política fez com que o mercado brasileiro passasse a aceitar

negócios do Exterior em volume correspondente a 60% dos resseguros cedidos.

Ainda no mesmo ano, o IRB, com escritório de operações em Londres (maior centro

ressegurador mundial), obteve faturamento de US$ 50 milhões contra os US$ 400

mil registrados em 1970. Em apenas cinco anos foi alcançado o excepcional

crescimento de 262,7%.

15

Em 1976, as perspectivas do mercado segurador brasileiro foram ainda

mais ampliadas, graças a medidas como a criação de uma empresa especializada em

Segurança de Crédito, a regulamentação do Seguro Saúde, dos Fundos de Pensão e a

expansão do Seguro Rural. Em 1979, o IRB passou a estar jurisdicionado ao

Ministério da Fazenda.

Não obstante a crise gerada pelo excessivo do aumento no preço do

petróleo na década de 70, o impacto sofrido por nossa economia não chegou a

comprometer o bom desempenho do mercado segurador. Havia esperança de

manutenção do mesmo desempenho de alto nível de produção, no decorrer do novo

decênio, apesar dos novos reflexos negativos oriundos das dificuldades que

ameaçavam nossa economia.

Talvez tivesse chegado a hora de um gradual distanciamento do Estado,

abrindo à iniciativa privada um espaço mais amplo, uma oportunidade mais efetiva

de exercitar a sua criatividade em busca de novos negócios. O momento era o mais

oportuno para o debate, pois a abertura política e o desempenho de novas instituições

democráticas chegam agora ao campo empresarial, e o que se pede à iniciativa

privada é uma integral participação nas decisões econômicas fundamentais.

O ano de 1980 não correspondeu inteiramente ao desejo do mercado

segurador. A inflação chegara a 3 dígitos. Embora as economias já manifestassem

tendências regressivas e as conseqüências de um processo de desaquecimento, o

exercício anual sofrera apenas um decréscimo do volume de prêmios em valores

corrigidos de 8%.

Não obstante o empenho do mercado segurador para preencher espaços

vazios ainda não explorados pelas operações de seguros, os caminhos se tornaram

ásperos pelos efeitos negativos da situação geral de nossa economia.

Em termos reais, em 79, 80 e 81 o mercado caiu em relação a renda

nacional ou ao PIB. Em 1970, o mercado segurador representava 0,8% do PIB em

função do crescimento que apresentou naquela época, bem superior ao PIB o

16

mercado em 78 representava em termos de prêmios arrecadados, 1,10%. Em 1981, o

mercado perdeu novamente posição e na década de 90 ele é o que era a dez anos

atrás - 0,8% do PIB, o que caracteriza uma perda de posição do seguro privado no

quadro econômico do país.

As razões dessa perda segundo o ministro da fazenda da época, Ernane

Galvêas foi que nenhuma economia poderia atravessar ilesa a crise mundial iniciada

com o petróleo e prolongada com o chamado choque das taxas de juros. Os reflexos

dessa crise naturalmente também teriam que alcançar em toda parte o exercício da

atividade seguradora criando-lhe obstáculos, sobretudo por causa da essência

financeira do seu papel institucional.

A renda das seguradoras provém de duas fontes, em geral, uma

decorrente da própria atividade, isto é, da gestão técnica ,outra oriunda das

aplicações financeiras patrimoniais. A primeira produz o lucro operacional, filiado à

receita de prêmios das diferentes carteiras de seguros, depois descontadas as

indenizações pagas de sinistro e as despesas administrativas. Quando as despesas

superam a receita, as operações técnicas entram no vermelho e a seguradora

sobrevive com os resultados das aplicações financeiras.

Foi nessa contingência que se viu o mercado segurador brasileiro nos

anos de 1980 e 1981. Em 1982, afinal um fato novo e promissor: o faturamento de

prêmios voltou a ter expansão real (mais ou menos 2%) de modo que a atividade

seguradora, pelo menos nesse ponto, conseguiu reagir contra as pressões

inflacionárias, superando-as e abriu uma perspectiva nova.

A perspectiva favorável que os resultados obtidos no mercado em 82,

pareciam justificar não se realizou. Frustrou-se devido a conjuntura econômica.

O ano de 83 foi um dos mais difíceis do ponto de vista econômico-

social que o país já atravessou. O PIB experimentou queda de 3,9% e o desemprego

atingiu nível recorde.

17

Ao mesmo tempo, a inflação alcançou 211%. Na frente externa, por

sua vez, a situação brasileira agravou-se consideravelmente, a partir do momento em

que o Brasil mostrou-se incapaz de assumir os compromissos assumidos com o FMI,

o que fez com que as negociações relativas à rolagem da dívida se tornassem

penosas. Em valor corrigido o volume dos prêmios de 1983, foi menor de 1982 em

8%.

A atividade seguradora costuma ser extremamente vulnerável às

conseqüências típicas da conjuntura inflacionária. Apesar da corrosão provocada nos

resultados operacionais – a receita de prêmios, segundo estimativas, alcançou 996,7

bilhões de cruzeiros, representando em valores deflacionados um declínio de 12%

sobre o ano anterior – pela instabilidade e crescente agravação de custos da gestão de

riscos, o potencial econômico-financeiro do mercado segurador foi mantido, em

1983, em nível saudável, pois as rendas auferidas pelas sociedades de seguros como

investidores institucionais vem preservando-lhes o fortalecimento patrimonial.

Em 1984, o mercado segurador teve resultado satisfatório. O lucro de

84 proveio da gestão financeira, como nos últimos anos tem ocorrido no setor de

seguros.

Conclui-se que os últimos cinco anos dos anos 80 foi um período

sombrio para as operações do mercado segurador não por falta de capacidade técnica

e financeira das seguradoras que exercitaram sua criatividade e seu empenho. Os

esforços empenhados não foram suficientes para superar a conjuntura adversa de

nossa economia, que afetou praticamente todos os setores econômicos do país.

Houve um surto decrescimento da economia durante o exercício de

85com uma expansão próxima aos 20% favorecendo o comércio e a indústria. Como

não podia deixar de ser, a repercussão no mercado segurador também foi favorável.

De qualquer forma, esclarece a Revista do IRB sob o título “Resultados

de 85 confirmaram perspectiva de expansão do setor”, o resultado operacional

continuou negativo (-2,6 bilhões de cruzados), sendo o lucro final (3,8 bilhões)

18

sustentado pelo resultado patrimonial positivo (6,4 bilhões). Ao final do ano, o

patrimônio líquido do conjunto das seguradoras ascendia a cerca de 16 bilhões de

cruzados, e as provisões técnicas 4,4 bilhões de cruzados.

Em 1º de março de 1986 o ministro da Fazenda, Dílson Funaro, lança o

Plano Cruzado, um Plano de estabilização econômica. Naquela ocasião o nosso país

passava por uma das maiores inflações de sua existência com uma inflação no

patamar de 300% ao ano. O Plano Cruzado tem efeito imediato de conter a inflação e

aumentar o poder aquisitivo da população. O país é tomado por um clima de euforia.

Milhares de pessoas passam a vigiar os preços no comércio e denunciar as

remarcações feitas. São os "fiscais do Sarney".

O impacto dessa medida teve forte repercussão no país, gerando na

população geral aceitação com efeitos e reflexos no meio segurador.

O mercado de seguros tem sido palco de algumas mudanças que

abrangem um amplo leque de significados e efeitos. Por ordem de importância não

há dúvida que a primeira a ser lembrada, pela sua fundamentalidade é o advento do

Plano Cruzado e toda a sua cadeia de efeitos na atividade seguradora. O sistema de

seguros, que tratava ativamente naquela ocasião da implantação da indexação plena

às suas operações, viu-se de repente tornar-se realidade todas as situações que

estavam sob exame para solução via indexação. É certo que a nova ordem trazida

pelos Decretos 2.283/86 e 2.284/86 levarão a atividade seguradora de volta para a

tecnicidade, bastante prejudicada pela frenética ciranda financeira dos últimos anos.

Estima-se, no entanto, que somente no prazo de um ano é que estarão completamente

delineados os novos cenários que compõe o quadro da atividade de seguros do país.

O Decreto-lei 2.284 teve como conseqüências uma substancial redução

do rendimento financeiro das seguradoras, e como conseqüência teve que se buscar

resultado operacional pelo aprimoramento das normas de aceitação de risco; maior

cuidado na gerência de riscos; e maior racionalidade dos custos comerciais e

operacionais, incluindo custos administrativos.

19

Após medidas de estabilização econômica, os resultados das

seguradoras serão fundamentalmente conseqüência da boa operação, sem mais o

mascaramento dos elevados ganhos financeiros que ocorriam anteriormente. Nesse

sentido, o mercado segurador verá, a partir do Decreto, a realidade de seguros

subtaxados, ou mal administrados, com componentes de custos fora dos modelos

permitidos.

A acomodação das seguradoras às novas regras do jogo econômico

ocorrerá sem maiores abalos, bastando acionar 4 dispositivos de simples execução:

a. Eliminar o componente inflacionário embutido nos preços de

fornecedores de serviços

b. Racionalizar os custos administrativos

c. Reduzir os custos de comercialização, mantendo o pagamento das

comissões em níveis tradicionais.

d. Elevar a massa segurada, dinamizando as economias de escala.

O prêmio do seguro está recuperando a sua dignidade de acobertador de

riscos e perdendo a característica de matéria-prima da especulação financeira.

A lucratividade das seguradoras estava fortemente influenciada pelos

ganhos inflacionários decorrentes das aplicações financeiras dos prêmios arrecadados,

enquanto os compromissos correspondentes aos valores segurados permaneciam em

termos nominais durante toda a vigência do contrato.

A economia foi aquecida e reativada como a muitos anos não se via e o

mercado de seguros é sensível a isso. Houve uma produção real – vendeu-se seguro

como água. Quando um indivíduo – se a economia está ativada – faz um

investimento, busca proteção no seguro.

Se 86 foi um ano marcado pela possibilidade de planejamentos em longo

prazo, 87 surge como um ano difícil de planejar pelas seguradoras porque a economia

está passando por uma transição está sendo objeto de redefinição. Isso porque após

alguns meses com preços congelados, juros baixos, desindexação e inflação

20

controlada, o cenário nacional viu, mais uma vez, voltar um dos elementos que mais

causa inquietação: a escalada inflacionária.

O insucesso do Plano Cruzado levou o governo a novas medidas em

busca de melhores condições.

O primeiro trimestre de 88 não foi bom. Seu desempenho sofreu uma

queda de 15,3% em relação a igual período de 87.

Era mister pôr em ordem nossa economia e disciplinar a situação

financeira do país e gerar condições para o seu desenvolvimento. O mercado refletia

as dificuldades gerais e entorpecia suas operações. E o setor de seguros sofria também

as conseqüências da conjuntura geral.

No que diz respeito ao panorama do mercado de seguros no Brasil há um

ponto para o qual deve convergir o esforço: a defesa da casa de forma a proteger o

IRB contra a tentativa de quebra de monopólio.

O setor de seguros tem um papel extremamente relevante na economia

moderna. Primeiro, ele contribui para o crescimento econômico,pois é um poderoso

pólo investidor agindo diretamente na poupança através do recolhimento de prêmios:

contribui para a preservação do acervo empresarial do país, no caso, de acidentes – os

sinistros – e, profissionalmente conduzido, promove a redução da acidentalidade,

contribuindo para o aumento da eficácia do sistema econômico. Contribui ainda para

um nível adequado de emprego, porque o setor de seguros, pelos seus investimentos,

sempre está criando a capacidade de gerar empregos.

A estabilidade de preços também é uma contribuição do setor de seguros

que implicitamente é um pólo investidor não inflacionário ou especulativo porque

fazem investimentos em longo prazo. Também influi no equilíbrio da balança de

pagamentos, porque seguro é sempre uma indústria de equilíbrio. Desde que o parque

nacional esteja propriamente dimensionado e atraente ele deve aceitar e dar coberturas

de risco equivalente, operando em equilíbrio recíproco com outras praças.

21

Nessa trajetória multissecular da história do seguro no Brasil, é relevante

destacar que a moldura institucional das empresas, o tipo de produtos e o perfil dos

profissionais que tem atuado no setor ao longo do tempo foram definidos pela

sociedade. A intervenção do Estado normatizador e fiscalizador surgem apenas

quando o mercado, já em funcionamento, adquire complexidade e diversidade nos

negócios, passando a requerer um mecanismo de modulação de interesses. Normas

que, atendendo aos superiores interesses do País, ditados pela conjuntura histórica,

preservem o funcionamento das instituições do mercado e assegurem o cumprimento

das coberturas contratadas pelos segurados.

A década de 90 trouxe a abertura geral do mercado à concorrência

estrangeira e uma política nacional de manutenção da inflação em índices mais

baixos. A nova realidade econômica determinou importantes mudanças no

comportamento da população brasileira, influenciando positivamente o mercado

segurador. Por outro lado, essa atividade apresentou, no mesmo momento, um volume

de sinistros atípico, com forte redução de resultados, o que afetou a atividade

brasileira de resseguro na primeira metade da década.

22

CAPÍTULO II

AS FORMAS DE DIMINUIR O RISCO

23

2 - As Formas de Diminuir o Risco

Existe uma relação inversa entre risco e retorno, impossibilitando a

maximização simultânea das duas variáveis.Determinado um nível de rentabilidade

desejado decorre, inevitavelmente, um risco a ser suportado. A minimização do risco

para um determinado nível de retorno é obtida por meio de uma das três formas

seguintes: a diversificação, o seguro ou a obtenção de informações adicionais.

O mercado de seguros pode aliviar os riscos em um mundo de

incertezas. O consumidor paga um prêmio à seguradora e esta o indeniza em caso de

perda do bem segurado.

Isso ocorre da seguinte maneira: suponhamos que uma pessoa compre

um carro por R$35.000,00 e deseje fazer um seguro de R$10.000,00, que lhe custará

R$100,00. Suponhamos também que a distribuição de probabilidade é de 1% de

possibilidade de ter R$34.900,00 (R$35.000,00 de outros ativos – R$10.000,00 de

perdas + R$10.000,00 de indenizações – R$ 100,00 de prêmios do seguro) e 99% de

possibilidade de ter R$34.900,00 (R$ 35.000,00 de ativos – R$100,00pagos pelo

prêmio do seguro).

Isso quer dizer que o mercado de seguros faz com que o consumidor

acabe com a mesma riqueza no final e ao mesmo tempo está protegido contra perdas

que poderia vir a ter.

Quanto ao seguro que a pessoa vai escolher dependerá de suas

preferências. Os seguros são atrativos para pessoas com aversão a riscos, pois como

foi visto anteriormente, tais pessoas estão dispostas a pagar prêmios para transferir

risco para terceiros. A magnitude de tais prêmios é influenciada pelo grau de aversão

ao risco da pessoa, pela probabilidade de sinistros e pelo valor potencial do prejuízo.

Uma quantidade restrita de informações também é utilizada para a

tomada de decisões em situações cujos resultados são incertos como é o caso do

24

seguro. Assim, na medida em que uma maior quantidade de informações esteja

disponível, previsões mais seguras poderão ser efetuadas, reduzindo-se o risco.

2.1 – A abertura que não aconteceu

Para Cláudio Contador, diretor executivo da Funenseg, Fundação

Nacional Escola de Seguros, o ano de 2000 decepcionou bastante se considerarmos o

adiamento das reformas que modificariam o sistema de previdência, acidentes do

trabalho, seguro de responsabilidade civil, e a frustrada privatização do IRB

O economista Cláudio Contador reconhece o aporte de capital

estrangeiro recebido pelo mercado, principalmente aquele proveniente de fusões com

empresas nacionais, mas diz que os investidores estão decepcionados com o setor. A

abertura tão aguardada, na sua opinião, não aconteceu. “O Brasil é hoje o maior filão

mundial”. Contador, ao exaltar o potencial do país em matéria de seguro, lembra que

a China, também considerada um mercado promissor, não oferece as condições

brasileiras. Sendo um país de economia basicamente rural, concentra 70% da

população no campo. “Seguro é uma atividade tipicamente urbana, e, além do mais, a

economia da China não é sofisticada como a brasileira”.

Contador gostaria que 2000 tivesse sido o ano zero para o seguro, o

início de uma nova fase, que na sua avaliação, não foi possível. O início da

campanha eleitoral para 2002, no segundo semestre, bloqueará as reformas. O

governo, na sua opinião, está pouco interessado na privatização do IRB e não

percebe a necessidade de capital, a carência de investimentos. Considera também

“uma loucura” a idéia de taxar os fundos de pensão.

Outro fato apontado como decepcionante pelo analista é a SUSEP não

dar maior atenção a solvência das empresas. Contador observa que a

superintendência está melhorando a fiscalização, mas poderia deixar o mercado

solto, sem “engessar os produtos”. As seguradoras, inibidas, acabam adiando os

lançamentos, afirma. Contador também faz considerações sobre o seguro de meio

ambiente, que embora necessário, está parado. Ao afirmar que “o mundo caminha

25

para esse lado”, ele ressalta a importância do certificado de seguro ambiental,

necessário até para o relacionamento e negócios entre países, e sugere um debate em

torno desse tipo de seguro.

Na opinião do economista é preciso uma regulamentação que permita

aos mercados de capitalização, previdência, entre outros, usarem instrumentos

financeiros modernos que nossa economia dispõe. “Não estamos inventando nada,

pois são dispositivos já existentes”. O mercado de capitais, ele garante, vai se

beneficiar muito, os investimentos vão melhorar e haverá geração de empregos. O

seguro poderá ser, na sua avaliação, um pólo irradiador de efeitos benéficos para

outros setores da economia.

Na área internacional, especificamente na América Latina, Contador vê

um grande mercado para os seguradores brasileiros, inclusive a oportunidade de

integração da atividade produtiva dos países que formam o Mercoseguros (Mercosul

+ Seguros). E, ao encerrar, propõe um novo espaço para discussões, onde o Itamaraty

participará do processo de integração pelo seguro, colocando as seguradoras em

contato com as federações desses países.

2.2 - A intervenção do Estado, a modu1ação dos conflitos e a criação

do IRB

O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, graças ao

então presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no País era

feita quase totalmente no Exterior, de forma direta ou por intermédio de companhias

estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favorecer o aumento da

capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a retenção de maior volume de

negócios em nossa economia, tornava urgente a organização de uma entidade

nacional de resseguro.

Assim nasceu o IRB, uma sociedade de economia mista, jurisdicionada

ao Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, com o objetivo de regular o

co-seguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o desenvolvimento das

operações de seguros no País.

26

As operações de resseguros no Brasil, desde a criação do IRB, em 1939

estiveram sob controle do Estado, que exerceu através do monopólio da atividade.

Esse monopólio foi confirmado pelo art. 192 da Constituição Federal de 1988.

Assim foi em 1940, com a efetiva instalação do IRB - Instituto de

Resseguros do Brasil, entidade criada num contexto cerradamente estimulado por

aspirações nacionalistas e destinada a ser instrumento estatal de ordenação

econômica. Tinha como proposta política o fortalecimento do mercado brasileiro em

face à presença então dominadora das companhias estrangeiras, e como desafios

operacionais a regulação do resseguro e o fomento às operações de seguros em geral.

Objetivos atingidos, graças acima de tudo à qualidade e competência dos quadros

técnicos formados pelo próprio IRB, que se tornaria um celeiro de talentos para o

mercado.

Com o passar do tempo, entretanto, seu modelo monopolista e

centralizador começaram a dar mostras de esgotamento e de já não atender

plenamente às novas exigências do mercado. Idealizado para ser fundamentalmente

uma instituição ocupada com o resseguro, o IRB vinha ultrapassando os limites de

suas funções originárias. Paulatinamente ia assumindo um caráter de órgão

fiscalizador, afastando-se de sua verdadeira missão de empresa resseguradora. E,

paradoxalmente, idealizado para estimular o fortalecimento das seguradoras

brasileiras, o IRB acabaria por ultrapassar os objetivos que haviam orientado sua

criação, chegando a inibir a criatividade e a livre concorrência entre as empresas do

setor.

A criação do IRB teve tal importância naquele momento para o

desenvolvimento do mercado segurador brasileiro assim como para o incremento da

economia nacional que o resultado de suas operações se expressou em números

significativos: com apenas nove meses de atuação, o Instituto conseguiu reter no país

cerca de 90% dos prêmios de resseguros-incêndio praticados.

Acompanhando passo a passo o desenvolvimento da economia, o

mercado segurador brasileiro e a atividade de resseguro tiveram suas bases ainda mais

27

solidificadas durante a década de 70. Nesse período, o IRB procurou incentivar o

processo de fusões e incorporações de seguradoras, o que resultou em maior

economia de escala nas operações securitárias, consolidando o seguro como meio de

captação de poupança interna.

2.3 – Regulamentação

Em 1966, com a edição do Decreto-Lei 73, foi instituído o Sistema

Nacional de Seguros Privados, criando o CNSP - Conselho Nacional de Seguros

Privados, e a SUSEP- Superintendêcia de Seguros Privados, órgão que

originariamente assumiu a missão institucional de controlador e fiscalizador da

constituição e funcionamento das sociedades seguradoras e, posteriormente, das

entidades abertas de previdência privada, criadas pela Lei 6435, de 15 de julho de

1977. Dotada de poderes para apurar a responsabilidade e apurar instituições ou

profissionais da área de seguros que atuem culposa ou dolosamente em prejuízo do

mercado, a SUSEP assume, de maneira efetiva, a tutela direta dos interesses dos

consumidores de seguros.

O IRB, que atua então praticamente exercera funções hegemônicas na

definição dos modos de operação de seguros no Brasil, passa a dividir com a SUSEP

algumas atribuições que, embora distintas nos termos da legislação, por quase duas

décadas acabaram se superpondo em importantes aspectos. Mas, a partir de 1985, a

SUSEP dá início a uma fase de profundas transformações, que começava por sua

reorganização interna, pondo fim à cultura formalista que até então marcara sua

atuação e culminava na definitiva conformação e público reconhecimento de sua

identidade institucional.

Assumindo na plenitude suas funções de reguladora do mercado

segurador, a SUSEP implanta o sistema de audiência pública e aberta a todos os

segmentos, para a formulação de medidas gerais e tomada de decisões. Promove a

desregulamentação gradual da atividade seguradora e dá autonomia à criação de

produtos. Estimula a formação de empresas regionais. Fiscaliza a constituição e

aplicação de reservas técnicas em ativos mobiliáirios, de acordo com as normas do

28

CNSP. Institui novo e adequado Plano de Contas para as seguradoras. Acaba com a

exigência de carta-patente para o funcionamento das seguradoras. E, para enfrentar a

realidade da inflação que corroía valores segurados, promove a indexação dos

contratos, que passam a ser atualizados com base na correção monetária.

Estavam criadas as condições de liberdade operacional e

aperfeiçoamento regulatório, que possibilitariam o crescimento do mercado num

ambiente de justa e desejável concorrência.

2.4 - Quebra do monopólio do IRB

Em agosto de 1996, o Congresso Nacional aprovou a quebra de

monopólio para a atividade de resseguro no Brasil, delegada, até então,

exclusivamente ao IRB. Um ano depois, o Instituto de Resseguros do Brasil foi

transformado em IRB-Brasil Resseguros, sob a forma de sociedade por ações,

permanecendo como empresa estatal de economia mista, com controle acionário da

União. A mesma proporção de participação para as empresas seguradoras nacionais

foi mantida.

Essa modificação constitucional dependia, para ser eficaz, da

elaboração de regulação para as operações de resseguro em um mercado aberto. Em

fins de 1999, foi publicada a lei ordinária 9.932, a qual transferiu as atribuições do

IRB-BRASIL Re para a SUSEP e delegou ao CNSP a atribuição de regular a

atividade.

Contudo, as mudanças não param por aí, o monopólio do resseguro,

pela Lei 9.932/99, foi quebrado, com a permissão de acesso de novos operadores. O

poder de regulação e fiscalização, condição essencial para permitir a privatização do

IRB-Brasil Re, foi transferido para a SUSEP. Mas, nada disso está valendo, uma vez

que os efeitos da lei foram suspensos, em julho de 2000, por medida liminar - até

agora, sem apreciação do mérito - concedida pelo Supremo Tribunal Federal, em

Ação de Inconstitucionalidade Direta (Adin) impetrada pelo Partido dos

29

Trabalhadores. Com isso, a privatização foi suspensa e a abertura do mercado

também.

Sendo assim, na prática, permanece o monopólio legal do IRB no

tocante à exclusividade na contratação dos contratos de resseguro.

30

CAPÍTULO III

SEGURO NO BRASIL ATUAL

31

3 - Seguro no Brasil Atual

3.1 – Os Seguros: Ramos e Modalidades

O seguro classifica-se em dois grupos básicos: Seguros Sociais e

Seguros Privados.

Seguros sociais são os que se destinam às classes trabalhadoras

(assalariadas), tendo como característica básica a obrigatoriedade. São operadas pelo

Estado, para proporcionar assistência médica, aposentadoria, pensão e indenização

por acidentes de trabalho.

Seguros Privados são operados por empresas privadas de seguros e

podem ou ser obrigatórios. Também podem apresentar características sociais, a

exemplo do seguro Obrigatório de Danos Causados por Veículos Automotores de

Via terrestre (DPAT).

Segue-se a classificação por finalidades básicas, que divide o seguro em

três grandes ramos: Vida, saúde e Ramos Elementares.

• Vida e Saúde são seguros destinados a pessoas;

• Os Ramos Elementares destinam-se a assegurar bens e serviços.

Cada Ramo Elementar se subdivide em classificações específicas, para

identificar com precisão diferentes formas de seguros destinadas a diversos setores

econômicos e sociais. Cada tipo de seguro tem sua classificação distinta, baseada no

risco contra o qual o segurado deseja cobertura.

Essa classificação denomina-se Ramo ou Carteira de Seguros. Por

exemplo: o Seguro Incêndio faz parte do Ramo Incêndio. Um mesmo Ramo ou

Carteira pode abranger várias modalidades.

32

Modalidades são adaptações do contrato seguro de determinado ramo,

de modo a incluir as características próprias do risco específico que se deve segurar.

Em qualquer modalidade, o contrato básico de seguro observa sempre

as Condições Gerais do ramo e as Condições particulares exigidas por um risco

específico.

Seguro Incêndio

Garante ao segurado o reembolso pelos prejuízos causados pela ação do

fogo e suas conseqüências, sobre objetos de sua propriedade ou pelos quais seja

responsável.

Um Seguro Incêndio pode cobrir, ainda, os prejuízos causados por

perda de aluguéis e por perda de prêmios em caso de sinistro. No Brasil, o Seguro de

Incêndio é obrigatório para pessoas jurídicas e para os condomínios residenciais.

Seguro de Roubo

A finalidade do seguro de Roubo é reembolsar o segurado pelos

prejuízos que este venha a sofrer, em conseqüência de roubo e furto qualificado de

bens citados na apólice.

Esta modalidade de seguro abrange apenas os atos praticados no recinto

indicado na apólice como local do seguro e garante também danos materiais

causados aos bens segurados e/ou decorrência dos atos acima mencionados, mesmo

que por simples tentativa.No Seguro de Roubo, há ainda a cobertura “All Risks”

garante a indenização por simples desaparecimento e/ou perda de objetos segurados.

Sua concessão, entretanto, é restrita a segurados de ilibada idoneidade moral.

Seguro de Automóveis

Garante ao consumidor indenização contra perdas que o mesmo venha a

ter em decorrência de colisão, Incêndio e roubo, ocorridos com o veículo segurado.

A denominação “Automóvel” inclui veículos de via terrestre, abrangendo carros

33

particulares de passeio, caminhonetes, ônibus e demais veículos automotores sobre

terra.

É o maior produto de varejo, com significativa participação na carteira

dos corretores de seguros, considerando-se o volume de prêmios que gera e o número

de riscos e sinistros que administra, o Seguro de Automóvel é o ramo mais

importante dos ramos não vida. É o seguro de mais demanda que oferta.

Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículo (RCF - V)

O RCF-V Tem como finalidade o reembolso relativo à reparação pela qual

o segurado seja responsável em função de prejuízos causados a terceiros pelo veículo

segurado. Esse seguro pode ser realizado adotando - se uma das seguintes formas:

apenas para cobrir responsabilidade por danos materiais; apenas para cobrir

responsabilidade por danos corporais ou para cobrir responsabilidade por danos

materiais e corporais.

Seguro de Responsabilidade Civil Geral

Garante ao segurado o reembolso da indenização que tenha pagado em

conseqüência de lesões corporais ou danos materiais sofridos por terceiros, desde

que decorrentes de atos involuntários do segurado. Por exemplo: um prédio em

construção cujas obras provocam acidente em um cidadão que transite em suas

proximidades. Ou, ainda, um elevador que se desprende e, na queda, causa danos

físicos aos passageiros. Em ambos os casos, deverão ser reparados pelos

responsáveis: o construtor do prédio e a empresa responsável pelo elevador.

As modalidades de RCG mais utilizadas no mercado brasileiro são:

a) Guarda de veículos de terceiros,

b) Condomínios;

c) Obras civis e instalação e montagem;

d) Estabelecimentos comerciais e/ou industriais;

e) Produtos;

f) RCG Familiar;

g) RCG Profissional

34

Seguro Saúde

Esta modalidade é destinada a assegurar ao segurado nos campos de

atendimento médico e hospitalar, a cobertura de gastos referente a cirurgias,

honorários médicos, exames laboratoriais, tratamentos, consultas médicas,

internações, etc. As coberturas variam em função do contrato. Por esse motivo, é

importante observar o que está estipulado no mesmo ao contratar o seguro.

Seguro de Acidentes Pessoais

Tem por finalidade: indenizar o segurado ou seus beneficiários na

ocorrência de um acidente. Este seguro cobre toda ocorrência involuntária, externa,

súbita e violenta que possa causar lesões corporais e que tenha como conseqüência a

morte ou invalidez permanente do segurado ou, ainda torne necessário um tratamento

médico. As garantias principais oferecidas por este seguro são: morte e invalidez

permanente, sendo que, na contratação do seguro, devem ser estipuladas pelo

segurado verbas distintas para cada garantia. Além das garantias básicas, existem

duas denominadas de garantias adicionais, que são: DMH - Despesas Médico-

Hospitalares e DIT - Diárias de Incapacidade Temporária. Para cada uma delas, deve

ser estipulada uma verba correspondente.

Seguro de Vida

Tem por finalidade o pagamento, por morte ou sobrevivência do segurado,

de uma determinada quantia, previamente fixada na apólice, à(s) pessoa (s) por ele

designada (s) no ato da contratação do seguro, ou o próprio segurado no caso de

sobrevivência a período determinado.Existem ainda outras coberturas que podem ser

agregadas.

Hoje, uma leva de novos produtos garante o resgate corrigido das

mensalidades pagas. Este é o seguro de vida resgatável.

A apólice pode ter prazo determinado (exemplo: cinco, dez ou vinte anos).

Os prêmios pagos vão constituindo um fundo, no qual são creditados juros. Ao final

do período, o segurado pode resgatar o fundo criado ou receber a importância

segurada escolhida.

35

Seguro de Vida em Grupo

A finalidade deste seguro é garantir o pagamento de uma indenização ao

beneficiário, quando ocorrida a morte do mesmo. Trata-se de um contrato

temporário, com prazo de um ano, renovável a critério do estipulante (empresa). O

seguro de vida em grupo cobre várias pessoas contra o risco de morte, também

podendo ser agregada à seguinte cobertura adicional: invalidez permanente, por

doença ou acidente. A taxação desse seguro tem como base a idade dos participantes

do grupo segurado, ponderada pelos respectivos capitais segurados.

Seguro Residencial

É a proteção ideal ao patrimônio, uma vez que conta com múltiplas

coberturas, entre as básicas e adicionais. Eis algumas dessas coberturas: incêndio de

naturezas diversas, vendaval, furacão, ciclone, danos elétricos, desmoronamentos,

roubo de bens na moradia habitual, quebra de vidros, equipamentos eletrônicos,

perda ou pagamento de aluguel.

Seguro de Lucros Cessantes

Um sinistro que atinja os bens materiais – prédios, maquinas, instalações –

de uma empresa não produz apenas danos em seu patrimônio físico.

Os prejuízos decorrentes da paralisação ou sensível redução das atividades

industriais ou comerciais podem até mesmo superar, em valor, os danos ou

destruições de ordem material.

O seguro de Lucros Cessantes tem sua origem nessa constatação: a

ocorr6encia de sinistros pode gerar, além dos danos materiais, prejuízos financeiros

decorrentes da paralisação ou diminuição das atividades das empresas industriais ou

comerciais.

Então, e até por conseqüência, o objetivo desse seguro é garantir a

manutenção da situação financeira da empresa, após um sinistro de danos materiais

que tenha perturbado ou paralisado o movimento normal dos seus negócios. No

36

Brasil, este seguro é geralmente contratado para cobrir prejuízos causados por

inc6endios, greves e tumultos, explosão, danos elétricos, quebra de máquinas etc.

Seguro Obrigatório (DPVAT)

O DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos

Automotores de Via Terrestre) é um seguro obrigatório que todo proprietário de

veículo paga ao fazer o licenciamento anual de seu veículo (carro, moto, ônibus ou

caminhão).

Administrado por um convênio de seguradoras privadas, o DPVAT visa

indenizar qualquer pessoa que tenha sido vítima de acidente de trânsito, em caso de

morte, invalidez permanente, ou para reembolso de despesas médico-hospitalares,

sem importar se houve, ou não, culpa por parte do motorista.

Seguro de Garantia de Obrigações Contratuais (Seguro Garantia)

Embora disponível há anos no mercado segurador nacional, este ramo de

seguro ainda continua desconhecido pelos empresários, que deixam de contar com

esta cobertura específica.

Foi desenvolvido especialmente para garantir licitações, contratos firmados

para a execução de obras ou fornecimento de produtos ou serviços: o seguro é a

empresa contratante.

Para prevenir o risco de inadimplência da contratada, a contratante recorre

ao Seguro Garantia para assegurar a conclusão da obra no prazo e nas condições

especificadas no contrato.

O Seguro Garantia, embora apresentando algumas afinidades com o Seguro

de Crédito, difere fundamentalmente deste último.

No Seguro crédito, a seguradora funciona como fiadora e principal

pagadora do segurado, em caso de impontualidade ou insolv6encia do devedor. No

Seguro Garantia, a seguradora torna-se co-obrigada (juntamente com o tomador, isto

37

é, a contratada), a garantir a conclusão da obra ou serviços à segurada, em caso de

inadimplência do tomador.

Seguro Fidelidade

O objetivo é reembolsar o segurado pelos prejuízos que possa sofrer em

conseqüência de roubo, furto, apropriação indébita, ou quaisquer outros delitos

contra seu patrimônio, cometido por seus empregados.

Não haverá indenização por parte da seguradora nos prejuízos causados por

delitos cometidos por descendentes, ascendentes ou cônjuge do segurado.

Seguro de Tumultos

A finalidade é a de reembolsar o segurado pelos prejuízos sofridos em

decorr6encia dos riscos derivados de distúrbios da ordem pública.

Este seguro especifica, nas suas condições gerais, os distúrbios de

ordem pública que encontram cobertura no seguro e aqueles que são excluídos dessa

cobertura.

O Seguro de Tumultos dispõe de tarifa própria e possui uma cobertura

compreensiva, que cobre também o risco de incêndio decorrente de tumultos. O

segurado poderá contratar separadamente uma cobertura exclusiva para este caso

específico.

O risco de incêndio, quando decorrentes de tumultos, é excluído do

Seguro Incêndio, haja vista que possui cobertura no seguro supramencionado. Da

mesma forma, os danos ocasionados a veículos decorrentes de tumultos são

excluídos do Seguro de Automóveis e cobertos no Seguro de Tumultos.

Seguro de Responsabilidade Civil Obrigatória do Transportador

Rodoviário – Carga (RCTR-C)

Este seguro objetiva indenizar as reparações pecuniárias pelas quais o

transportador rodoviário seja responsável, em conseqüência de perdas ou danos

38

sofridos pelos bens ou mercadorias pertencentes a terceiros e que lhe tenham sido

entregues para transporte.

A indenização das reparações pecuniárias de responsabilidade do

transportador rodoviário está condicionada à verificação de acidentes ocorridos com

o veículo durante o transporte, comprovando-se ausência de dolo.

O Seguro de RCTR-C garante, ainda, o reembolso dos prejuízos

decorrentes de perdas ou danos conseqüentes do risco de explosão ou incêndio nos

armazéns, depósitos ou pátios usados pelo transportador durante a viagem, mesmo

que os bens segurados se encontrem fora dos veículos transportadores.

Seguro Transportes

O Seguro Transportes tem por finalidade o reembolso dos prejuízos que

possam sobrevir aos objetos segurados durante o seu transporte.

O transporte do bem, objeto do seguro, pode se dar por terra, por água

ou pelo ar. Assim cada tipo de viagem corresponde a uma das modalidades de seguro

abaixo:

• Transporte marítimo, fluvial e lacustre;

• Transporte terrestre, ferroviário e rodoviário;

• Transporte aéreo.

Seguro de Cascos

Tem por finalidade indenizar o segurado pelos prejuízos que ele venha a

sofrer em virtude de acidentes que causem danos à embarcação discriminada na

apólice e resultantes dos seguintes fatos: naufrágios, encalhes, abalroamento,

tempestades, incêndio, explosão e outros acidentes ocorridos em viagem ou em

portos, inclusive por ocasião do carregamento e da descarga.

Seguro Aeronáutico

Tem por objetivo garantir ao segurado uma indenização por prejuízos

que venha a sofrer em conseqüência de danos acidentais à aeronave, assim como os

39

reembolsos de despesas e responsabilidades leais que o segurado seja obrigado a

indenizar, em decorrência da utilização da mesma.

Seguro de Crédito

O objetivo é garantir o reembolso de prejuízos que o segurado venha a

sofrer pela falta de pagamento de créditos concedidos, como decorrência da

insolvência do devedor.

Seguro de Riscos Diversos

A expressão Riscos Diversos foi escolhida para denominar um dos

ramos do seguro que mais campo tem aberto para a expansão do mercado brasileiro,

considerando-se a sua característica e filosofia de trabalho.

Esse ramo agrupa vários tipos de seguros, cada qual com seus riscos

cobertos, suas condições particulares e seus créditos de taxação.

A regulamentação para a operacionalização dos diversos tipos de

seguros é feita pelo IRB e pela SUSEP. Essa regulamentação leva em consideração

as necessidades do mercado a da sociedade como um todo e, por isso mesmo, novos

tipos de seguro poderão surgir no futuro ou ser suprimidos.

Na atualidade, existem regulamentados os seguintes tipos de seguros no

ramo de Riscos Diversos:

• Terremotos ou tremores de terra e maremotos;

• Derrame de água ou outra substância líquida de instalações de

chuveiros automáticos ( sprinklers);

• Valores em trânsito em mãos de portador;

• Inundação

• Alagamento;

• Desmoronamento;

• Deterioração de mercadorias em ambientes frigorificados;

• Registros e documentos (despesas de recomposição),

• Material rodante;

40

• Dinheiro e valores em trânsito no interior do estabelecimento;

• Valores em cofres e/ou caixa-forte;

• Dinheiro em mãos de cobradores e pagadores;

• Responsabilidade por leis trabalhistas;

• Seguro de joalheria;

• Equipamentos arredondados ou cedidos a terceiros;

• Cobertura compreensiva para objetos de arte e coleção.

Ao ser recebido por uma seguradora, um pedido de cobertura não

disponível no mercado e que não se enquadre nos ramos já existentes, o IRB é

acionado no sentido de fornecer condições e taxas, que serão posteriormente

submetidas ao segurado para decidir sobre a contratação ou não do seguro.

Seguro Rural

Em todo o mundo, o seguro agrícola é um dos mais importantes

instrumentos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas

decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Deve-se destacar

também que o seguro agrícola é indutor de tecnologia e que o produtor que dispõe

dessa proteção tem maior acesso ao crédito, bem como maior facilidade para a venda

antecipada de sua produção.

Dado o elevado nível de comprometimento do patrimônio dos

produtores rurais com as dívidas passadas, que lhes dificultam o acesso a novos

créditos, o seguro agrícola torna-se uma excelente opção como instrumento para a

alavancagem de crédito, inclusive de fontes externas ao Sistema Nacional de Crédito

Rural. Em decorrência dessa situação, o governo tem adotado sucessivas medidas

para estimular a expansão do seguro agrícola privado no Brasil.

As principais medidas referem-se à reestruturação do Fundo de

Estabilidade do Seguro Rural - FESR, destinado à cobertura dos riscos catastróficos,

inerentes à atividade agrícola; a autorização, a partir da safra passada, do

financiamento do prêmio do seguro dentro do crédito rural. Como o pagamento do

prêmio normalmente coincide com a época do plantio, essa medida visa desonerar o

41

produtor de uma despesa que ele tinha que assumir justamente no momento em que

se encontra mais carente de recursos. O adicional do Proagro, que equivale ao prêmio

pago na contratação do seguro agrícola privado, já tinha direito a esse tipo de

financiamento.

A medida vale para os prêmios pagos na contratação de seguro rural,

por pessoas físicas ou jurídicas que explorem atividades agropecuárias, na forma

regulamentada pelo Conselho Nacional de Seguros Privado

O Seguro Rural é a atividade abrangente que cobre não só atividade

agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus

produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro temporário

de vida dos produtores.

Assim o Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:

• Seguro Agrícola: Este seguro cobre as explorações agrícolas contra

perdas decorrentes de fenômenos meteorológicos, doenças e pragas. Cobre

basicamente a vida da planta, desde sua emergência até a colheita, contra a maioria

dos riscos de origem externa, tais como, incêndio e raio, tromba d’àgua, ventos

fortes, granizo, geada, chuvas excessivas, seca e variação excessiva de temperatura.

• Seguro Pecuário: Este seguro garante indenização por morte de

animais (bovídeos, equídeos, ovinos, caprinos, suínos...) em conseqüência de

acidentes e doenças.

• Seguro Aquícola: Este seguro garante indenização por morte de

animais aquáticos (peixes, crustáceos, ...) em conseqüência de acidentes e doenças.

• Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários: Este seguro

cobre construções, instalações ou equipamentos fixos, safras removidas do campo de

colheita, produtos pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e

42

seus implementos contra os riscos de incêndio, raio,ou explosão, ventos fortes,

impacto de veículo de qualquer espécie, desmoronamento, ...

• Seguro de Penhor Rural: Este seguro destina-se a preservar os bens

dados em garantia nas operações de crédito rural, estendendo sua proteção às

benfeitorias, máquinas, veículos e implementos utilizados na atividade rural, bem

como produtos agropecuários já colhidos. É operacionalizado em dois ramos

distintos, a saber: Penhor Rural – instituições financeiras públicas e Penhor Rural –

instituições financeiras privadas.

• Seguro de Florestas: Este seguro garante cobertura dos custos de

reposição de florestas em formação ou de seu valor comercial, quando se tratar de

florestas já formadas ou naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos

biológicos e meteorológicos.

• Seguro de Vida: Este seguro garante a liquidação dos financiamentos

concedidos ao produtor, devedor de crédito rural, em caso de seu falecimento. O

Seguro tem sua vigência limitada ao período do financiamento.

• Seguro de Cédula do Produto Rural: Este seguro garante ao último

credor titular da CPR desde que não seja o emitente ou seu avalista (Segurado) o fiel

cumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo produtor (Tomador) na

cédula.

Cada seguradora que atua no ramo tem seu plano específico, por

culturas e regiões.

O maior destaque, todavia, se dá ao Seguro Agrícola, atividade que se

submete ao maior número de riscos entre todos os empreendimentos.

O Seguro Agrícola tem por objetivo impedir que insucessos totais ou

parciais determinem perdas irreparáveis, de estabelecer práticas que protejam o solo

43

e o meio ambiente, o que oferecerá às gerações futuras uma possibilidade ampla de

vida saudável e farta.

O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas, que ao mesmo

tempo atendam ao produtor e a sua produção, à sua família, à geração de garantias a

seus financiadores, investidores, parceiros de negócios, todos interessados na maior

diluição possível dos riscos, pela combinação dos diversos ramos de seguro.

O Brasil possui boa experiência na área de Seguro Rural, a qual é

constituída por ampla Legislação Federal, que permite seja a atividade operada com

total desenvoltura

Seguro Agrícola para Poucos

É grande a reclamação de produtores rurais em todo o país, que estão

encontrando dificuldades na obtenção do crédito rural. Alegam os agentes

financeiros que são poucos os recursos para a linha de crédito agrícola em relação à

procura, muito grande.

Problema ainda maior para os agricultores, é a dependência do

pagamento do seguro que deveria cobrir as safras frustradas, principalmente no sul

do país, pelas geadas ocorridas no ano passado.

Muitos produtores do Estado do Paraná tinham as suas lavouras

asseguradas com a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo – COSESP.

Ocorre que, para colocar as suas contas em dia com os produtores rurais, ela

dependia de R$ 139 milhões, mas foram repassados pelo Governo Federal no final de

2000 apenas R$ 74 milhões.

Conforme o Banco Central – BACEN, o PROAGRO “Velho”, aquele

das operações realizadas até 14/08/1991, somava em 1993 cerca de R$ 1 bilhão, com

a quitação gradativa de aproximadamente R$ 900 milhões de 1996 até 2000, com a

securitização da Lei nº 9.138/95. Os R$ 100 milhões de pagamentos pendentes

referem-se, primeiro aos processos indeferidos pelos agentes financeiros com

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tramitação de recursos junto a Comissão Especial de Recursos do Ministério da

Agricultura e do Abastecimento, mas que vêm sendo liberados na medida em que são

julgados, e, em segundo lugar as operações contratadas com o Banco do Brasil, que

encontrou algumas dificuldades no cadastramento das operações junto ao BACEN,

que gerou o retardo do pagamento.

O PROAGRO “Novo” vem sendo quitado gradativamente, mas para

zerar a dívida com os agricultores precisa por volta de R$ 68 milhões. O Orçamento

Geral da União - OGU prevê para Indenizações e Restituições do Proagro para o

corrente ano, ou seja, para o que já é devido aos agricultores, o valor de R$ 60

milhões.

Foram aprovados ainda no OGU de 2001, R$ 171 milhões para Dívidas

Internas (do Governo Federal) decorrentes do Proagro, e R$ 2.132 milhões para

Dívidas Internas decorrentes da equalização de juros para alongamento de dívidas

originárias do crédito rural (securitização).

“O que mais me sensibiliza é o estado de penúria que estão passando

muitos agricultores com suas famílias, em virtude da safra frustrada pelas geadas

ocorridas no ano passado, principalmente de milho safrinha e trigo, e a grande

demora na indenização dos prejuízos”, disse o deputado Werner Wanderer (PFL/PR)

que é membro da Comissão de Agricultura e Política Rural na Câmara Federal, e

acrescenta “ainda muito pior para aqueles que nem tinham seguro contratado”.

No Brasil temos duas modalidades de seguro dirigido à atividade rural,

o seguro agrícola, que é um seguro propriamente dito, regulamentado e fiscalizado

pelos órgãos que tratam do seguro privado, enquanto o PROAGRO constitui-se de

um programa governamental de apoio à produção, capacitado a receber recursos

orçamentários, orientado para finalidades sociais e sujeito às determinações da

política agrícola do governo.

O seguro agrícola, regulamentado pelo Decreto–Lei nº 73 de

21/11/1966, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as

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operações de seguros e resseguros. Neste mesmo Decreto foi criado o Fundo de

Estabilidade do Seguro Rural - FESR, com "a finalidade de garantir a estabilidade

dessas operações e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe",

constituído de contribuições de 50% do lucro liquido apurado pela Seguradora em

cada operação. Por outro lado, o artigo 15 do Decreto–Lei n.º 73, de 21/11/1966

previa que o Governo Federal poderia assumir riscos segurados catastróficos e

excepcionais, "desde que interessem à economia e à segurança do país". O FESR

funcionou até 1990, extinto através do artigo 36 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias. Contudo, foi recriado pela Lei nº 8.173, artigo 6º, de

30/01/1991, em sua forma original, hoje funciona de acordo com a boa vontade do

Executivo, e aguarda a regulamentação tratada no artigo 165, parágrafo 9º da

Constituição Federal.

A COSESP - a mais importante seguradora que atua com seguro

agrícola no País, que embora venha atuando de forma contínua desde 1971, em

virtude das perdas generalizadas em 2000, consideradas as maiores dos últimos trinta

e dois anos, passa por dificuldades financeiras e depende do aporte de recursos

orçamentários para o FESR, de onde buscaria fôlego para quitar as indenizações

devidas aos nobres porém pobres agricultores.

“Minha preocupação agora é buscar os recursos devidos ao Fundo e que

o governo exclua do contingenciamento (compensação - redução orçamentária) a

conta de Restituições e Indenizações do Proagro, para o que já estamos

conversando”, esclarece o deputado Werner, “estamos trabalhando pela aprovação do

projeto de lei complementar 338, do senador Edison Lobão, que cria e regulamenta

de vez o Sistema de Apoio ao Seguro Rural, com base na Constituição Federal. Não

podemos deixar que o homem da terra, que é quem carrega este país nas costas,

continue tão abandonado. Se ele não consegue novo empréstimo, porque não recebe

a indenização pelo prejuízo que teve e está inadimplente com o banco, como é que

ele vai plantar e cuidar da sua família? Nós vamos mudar isso, apesar das

dificuldades e obstáculos que estamos enfrentando”, finaliza.

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CPR é um título emitido por produtor rural ou suas associações,

inclusive cooperativas, criado pela Lei n° 8929 de 22/08/94. O produtor rural, através

da CPR, vende a termo sua produção agropecuária, recebe o valor da venda no ato da

formalização do negócio e se compromete a entregar o produto vendido na

quantidade, qualidade e em local e data estipulados no título.

Através da Lei n° 10.200 de 2001 fica permitida a liquidação financeira

da CPR.

O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR foi criado pelo

Decreto-lei no 73, de 21.11.66, tendo como gestor a IRB – Brasil Re.

Sua finalidade é manter e garantir o equilíbrio das operações agrícolas

no país, bem como atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe,

inerentes à atividade rural.

As Sociedades Seguradoras e a IRB recuperam do FESR a parcela de

seus sinistros retidos quando esta se situar entre 100% e 150% dos prêmio puros ou

for superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de 150% a 250% pode ser amparada

por um contrato de resseguro uma vez que não é coberta pelo FESR.

Para fins de cálculo de recuperação é considerado como crédito ao

prêmio ganho as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades seguradoras nas

operações garantidas pelo FESR.

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Demonstrativo do volume de prêmios totais

de Janeiro a Setembro 2002: (Em Milhares de Reais)

RAMOS Jan. a Set./

2002 %

Automóvel 6.116.940 27,96%

Vida 4.750.804 21,71%

Saúde 4.692.005 21,44%

Riscos Diversos 344.311 1,57%

Incêndio 1.533.012 7,01%

Acidentes Pessoais 682.155 3,12%

DPVAT 1.115.780 5,10%

Residencial fora do SFH 582.276 2,66%

Transporte 459.373 2,10%

Demais Ramos 1.602.723 7,33%

TODOS OS RAMOS 21.879.379 100%

Fonte: SUSEP e ANS

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CONCLUSÃO

Há alguns aspectos que são de interesse de toda a sociedade brasileira

e fundamentais para o setor de seguros. Refiro-me à estabilidade monetária, sem a

qual a atividade seguradora fica estagnada, como sempre acontece nos períodos

inflacionários.

O crescimento do setor de seguros é fundamental por duas razões.

Primeiramente, porque representa um fator importante na redução dos riscos e

incertezas associados à existência dos indivíduos e à vida social.

Significa, portanto, um elemento essencial em qualquer política destinada a aumentar

a segurança social. É preciso combater a violência, o que diminuiria a sinistralidade.

Com isso, o setor cresceria com benefícios para os consumidores - pois tanto a

ampliação da base do mercado quanto a diminuição da sinistralidade teria reflexos

nos preços - e para o País, considerando a grande capacidade que o mercado tem para

acumular poupança, através de suas reservas técnicas, para investimento de longo

prazo,ou seja,é um instrumento de grande relevância para elevar o nível da poupança

nacional. O aumento da poupança é fator crítico para a reconquista do equilíbrio

macroeconômico e para a redução da excessiva dependência externa que caracteriza

a economia brasileira. O setor, em todo o mundo, só se desenvolve quando há

aumento de renda das pessoas e para isso é necessário que haja crescimento

econômico, associado à melhor distribuição de renda, isso ampliará o mercado para

bens e serviços em nosso país, e o setor de seguros será um dos mais beneficiados.

O setor de seguros desempenha um papel de grande importância nos

chamados países de Primeiro Mundo. No Brasil, o mercado ainda representa pouco

mais de 2% do PIB. A meta é de que esse número chegue a 5% nos próximos anos,

principalmente em função do crescimento do ramo de previdência privada. O

crescimento da previdência privada já é uma realidade nos últimos anos. Além disso,

ainda há muito espaço para o crescimento do segmento de seguros no Brasil. Poucos

são os que buscam seguro residencial, contra incêndios ou outros sinistros e outras

formas de seguro que não os habituais: seguro de veículos, seguro de vida, seguro-

saúde.

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Há efetivamente um grande espaço para a expansão do setor, sobretudo em um

contexto de retomada do crescimento sustentado, com taxas mais elevadas.

Mais importante que uma política específica para o setor de seguros é a retomada do

crescimento sustentado, em taxas mais elevadas, com estabilidade.

Na área de seguros, o Instituto de Resseguros do Brasil tem mais de

60 anos de serviços prestados ao setor de resseguros no Brasil. Adquiriu e acumulou

conhecimento e experiência técnica, conquistou credibilidade internacional e poupou

considerável valor em divisas estrangeiras para o Brasil. Em 1996, o Congresso

aboliu o monopólio do resseguro no BrasilDesde então, o IRB é uma sociedade de

economia mista que tem que estar preparada para competir no mercado em igualdade

de condições com outras empresas. Nada impede que outras empresas concorram

com o IRB no setor de resseguros no Brasil. Esse é um mercado que tende a crescer

muito.

O mercado de resseguros no Brasil, após a efetiva privatização do

IRB, tenderá a contemplar cenários diversificados. O tempo dirá se as barreiras de

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entrada oriunda da legislação criada para “proteger” o mercado local serão, ou não,

suficientes para conter a saída de divisas do país. Aliás, tal conceito de saída e/ou

entrada de fluxos externos vem tomando contornos nem sempre nítidos.

A globalização força as inter-relações dos mais variados sistemas

econômicos que trazem em seu bojo interesse próprios e nem sempre necessários ao

desenvolvimento do mercado onde estão sendo aportados.

51

BIBLIOGRAFIA

ALVIM, Pedro - Política nacional de seguros; neoliberalismo,

globalização, MERCOSUL. São Paulo: EMTS, 1996.

______.- Economia e seguro: uma introdução. Rio de Janeiro:

FUNENSEG, 1997.

______.- O futuro do resseguro no Brasil. Rio de

Janeiro: FUNENSEG, 1999.

LEMOS, Augusto Jefferson de O et. al. O mercado segurador

brasileiro. São Paulo: Patri Consultoria, 1992.

NASCENTE, Celio Olympio. O monopólio de resseguro no Brasil. Rio

de Janeiro: [ s.n. ], 1993.

______,- Introdução ao seguro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 1999.

MENDONÇA, Luis – Seguro em retalhos. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 1997.

MAGALHÃES, Raphael de Almeida – Mercado de seguros no Brasil. Rio de

Janeiro: FUNENSEG, 1997.

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1947.

SMITH, Barry D.; WIENING, Erich – Como funciona o seguro. Tradução Roberto

Luiz Martins de Castro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 1999.

52

VARIAN, Hal R.- Microeconomia. Princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus,

1997.

SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best

Seller,1999.

Outras fontes também foram usadas na elaboração desta pesquisa , são elas :

• Site http://www.fenaseg.org.br

• Site http://www..susep.gov.br

• Site http://www.bradescoseguros.com.br

• Site http://www.bcb.gov.br

• Site http://www.previdenciasocial.gov.br

• Site http://www.irb.gov.br

• Site http://www.bndes.gov.br

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ÍNDICE

Introdução 07

Capítulo I 07

A Evolução do Seguro 09

1.1 – No Mundo 10

1.2 – No Brasil 13

Capítulo II 22

As Formas de Diminuir o Risco 22

2.1 – A Abertura que não Aconteceu 24

2.2 – A Intervenção do Estado, a Modulação dos Conflitos e a Criação do IRB 25

2.3 – Regulamentação 27

2.4.– Quebra do Monopólio do IRB 28

Capítulo III 30

Seguro no Brasil Atual 30

3.1 – Os Seguros: Ramos e Modalidades 31

Conclusão 48

Bibliografia 51

Índice 53

Anexos 54

54

ANEXOS

55

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: