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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: uma contribuição para o comprometimento e responsabilidade socioambiental da empresa Por: Clélia Márcia Fernandes Rennó Orientadora Profª. Jacqueline Guerreiro Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: uma contribuição para

o comprometimento e responsabilidade socioambiental da

empresa

Por: Clélia Márcia Fernandes Rennó

Orientadora

Profª. Jacqueline Guerreiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: uma contribuição para

o comprometimento e responsabilidade socioambiental da

empresa

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por: Clélia Márcia Fernandes Rennó

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AGRADECIMENTO

À professora e orientadora

Jacqueline Guerreiro, por suas

tão pertinentes intervenções a

este trabalho, que só contribuíram

para enriquecê-lo;

e ao professor Alexandre de

Gusmão Pedrini, pela gentileza

de seu aconselhamento.

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4

DEDICATÓRIA

A todos os colegas e professores

deste curso, pelo nosso convívio

durante um período de troca de

saberes e experiências.

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5

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar a contribuição de um Projeto de

Educação Ambiental para o comprometimento e responsabilidade

socioambiental da empresa, mediante a criação e implantação de sua Política

Ambiental. Para tanto, faz-se necessário abordar como um Projeto de

Educação Ambiental Empresarial se tornará motivador, participativo e

contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável

ecológica em suas atividades, processos e produtos, bem como preparar, os

atores envolvidos em sua implantação, para a vivência em uma sociedade

sustentável.

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METODOLOGIA

A metodologia aplicada foi a de pesquisas bibliográfica e eletrônica, através de

consultas a publicações referentes ao assunto, como também sites, artigos e

trabalhos monográficos pertinentes à temática do trabalho aqui desenvolvido.

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7 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................09

CAPÍTULO I - DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL À SOCIEDADE

SUSTENTÁVEL.................................................................................................12

1.1 - Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade.....................................12

1.2 - A inserção da variável socioambiental na empresa..................................22

CAPÍTULO II - EDUCAÇÃO AMBIENTAL e GESTÃO AMBIENTAL................31

2.1 - Sistema de Gestão Ambiental (SGA)........................................................31

2.2 - Ecoeficiência e Produção Mais Limpa (PmaisL).......................................34

2.3 - Política Ambiental da Empresa..................................................................38

CAPITÚLO III – A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A

INSERÇÃO DA VARIÁVEL SOCIOAMBIENTAL NA EMPRESA..................... 41

3.1 - O Conceito de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis

(EASS) e os Indicadores de Qualidade Conceitual (IQCs)................................41

3.2 - Proposta para a inserção da variável socioambiental na empresa...........46

3.2.1 - Projeto de Educação Ambiental para a implantação da política

ambiental empresarial (PEA-pae)...........................................................48

3.2.2 - Quadro-Resumo das fases do PEA-pae................................61

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8 3.3 - Discussão: alguns pontos a serem destacados para um Projeto de

Educação Ambiental..................................................................................64

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................68

REFERÊNCIAS.................................................................................................71

ANEXO 1 – As cinco etapas do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).............76

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INTRODUÇÃO

A atenção à problemática ambiental veio num crescendo a partir da década de

70, e juntamente a ela muitos questionamentos foram se tornando inevitáveis:

o sistema hegemônico capitalista, a desigual distribuição de riquezas, o

consumismo desenfreado, a injustiça ambiental. Tornou-se quase que

imperativo repensar os valores éticos planetários em busca de um crescimento,

principalmente econômico, que fosse capaz de continuar utilizando os recursos

naturais para sua continuidade, de uma maneira equilibrada e responsável. A

partir daí começam a surgir movimentos e atitudes que sejam capazes de

possibilitar o então sonhado “Desenvolvimento Sustentável”.

Por volta dos anos 80/90, as empresas começam a ser influenciadas pelas

pressões da sociedade, que passam a cobrar mudanças de atitudes e posturas

responsáveis diante das questões ambientais. Estas começam a perceber que

conciliar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente pode

ser uma questão que lhes traga ganhos efetivos, competitividade, credibilidade

e em última instância, sobrevivência, sendo seu pensamento inicial voltado

para uma estratégia de negócio.

Mas uma vez decidida a trabalhar com consciência sócio-ambiental, muitos

benefícios se reverterão para a empresa, força de trabalho, direção, se

estendendo até às comunidades em seu entorno. Seja através de uma

motivação para reformular todas as etapas de seu funcionamento, desde seus

processos, a produtos e serviços como na implantação de um Sistema de

Gestão Ambiental (SGA), seja por inserir a variável ambiental em seus

procedimentos, seja por decidir adotar o conceito de eco-eficiência e as

práticas da Produção Mais Limpa (PmaisL), que a empresa poderá desenvolver

o seu funcionamento em comprometimento tanto com o meio ambiente quanto

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10 com a sociedade, manifestando este comprometimento pela criação e

publicação da sua política ambiental.

O objeto deste trabalho considera que, para que este processo seja consistente

e participativo, havendo a motivação de todas as partes envolvidas, que seja

reflexivo e capaz de promover ações transformadoras, e não um mero

treinamento é fundamental que a intervenção da Educação Ambiental na

empresa seja realizada dentro de uma estratégia pedagógica em comunhão

com o conceito da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis (EASS),

realizada sob os moldes do Programa Nacional de Educação Ambiental

(ProNEA), cujos princípios são orientados pelo Tratado de Educação Ambiental

para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS) 1,

conforme diz Pedrini2 (2008) com suas palavras: “Pelo menos oito

pressupostos conceituais precisam ser adotados numa prática de EA para que

esta seja considerada, minimamente, como de acordo com o ProNEA (2005),

e, assim, com a EASS nos seus variados contextos de aplicação”. Conforme os

signatários do TEASS, a EASS é “[...] um processo educativo transformador de

nossas comunidades e nações, através de envolvimento pessoal, para criar

sociedades sustentáveis e eqüitativas”, e consideram que “[...] a educação

ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é um processo de

aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal

educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação

humana e social e para a preservação ecológica” (TEASS, p.1).

Para este entendimento, importante se faz a abordagem dos conceitos de

Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade e Sociedade Sustentável,

assim como um breve desenvolvimento do que sejam SGA, eco-eficiência e

Produção mais Limpa (P+L), para que se faça compreender e adotar, no

momento da implantação da política ambiental da empresa, a proposta aqui

1 TEASS - Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho das Organizações Não-Governamentais, reunido para este fim, no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992. Disponível em: <http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/TratadoEA.pdf >Acesso em: 20/12/2008 2 Ler PEDRINI em: Educação Ambiental Empresarial no Brasil. (2008, p. 10)

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11 colocada como a contribuição da EA por um Projeto de Educação Ambiental

(PEA) que adote Indicadores de Qualidade Conceitual (IQCs) referentes ao

conceito de qualidade da EASS, para que promovam a EA como

emancipatória, transformadora, participativa, abrangente, permanente,

contextualizadora, ética e interdisciplinar.

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CAPÍTULO I - DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

À SOCIEDADE SUSTENTÁVEL

1.1 – Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade

Para compreender os mecanismos e aspirações de uma sociedade

sustentável, faz-se necessário a abordagem da evolução do desenvolvimento

sustentável, bem como seus princípios, objetivos, finalidades e posteriores

efeitos, mediante sua implementação em busca de uma economia justa,

harmônica e saudável.

Em fins do século XVIII e meados do século XIX, o modelo de desenvolvimento

baseado no uso de recursos naturais não renováveis começa a ser

considerado um modelo de desenvolvimento destruidor, apresentando sinais

de exaustão. As principais sociedades do planeta começam a repensar suas

metas e possíveis mudanças em seus sistemas de desenvolvimento

econômico, até então calcados na exploração da natureza em busca de mais

poder e mais lucro. Aos poucos foram surgindo movimentos de proteção à

natureza e que acabaram por implantar as bases do ambientalismo, recebendo

várias influências que refletiram as idéias e conflitos da época, dando ênfase à

crítica do modelo capitalista e sua dinâmica.

A partir dos anos 60, os movimentos ambientalistas começaram a ampliar seu

enfoque sobre uma perspectiva sistêmica em escala planetária, contestando os

valores da sociedade e enfatizando transformações necessárias na economia e

em seus estilos de vida, analisando a relação homem/natureza por uma

perspectiva moral, com a necessidade de haver uma nova ética nas relações

internacionais. Caracterizava-se assim o socioambientalismo. Adquirindo maior

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13 diversidade, dinamismo e apoio popular, o socioambientalismo foi se firmando,

cujos princípios fortalecedores foram:

- a necessidade de um modelo de desenvolvimento sustentável;

- um novo modelo de sociedade baseada nos princípios da cidadania,

equidade, participação e autonomia;

- um sistema de valores baseado na não violência.

Emerge daí a necessidade de uma reformulação da sociedade de consumo, já

que a sociedade atual era considerada insustentável em seus modelos de

desenvolvimento econômico, sistemas de valores e instituições. A noção de

ecodesenvolvimento, termo criado por Ignacy Sanches3, surgiu em 1972, na

Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano ocorrida em

Estocolmo, colocando a dimensão ambiental na agenda internacional, que

passa a clamar por “mudança”.

Em 1980, foi utilizada pela primeira vez a expressão Desenvolvimento

Sustentável pela União Internacional para a Conservação da Natureza, e a

partir daí começa a ganhar força, diante da amplitude dos problemas

ambientais e do fortalecimento dos movimentos ambientalistas, passando a

figurar como eixo da política de desenvolvimento e meio ambiente promovida

pelas Nações Unidas. Em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum faz uma

revisão de suas vertentes, até então mais consideradas como uma tentativa de

unir desenvolvimento com proteção ambiental.

No ano de 1992, quando acontece a Conferência das Nações Unidas para o

Meio Ambiente e Desenvolvimento – também conhecida como Rio-92, é

3 Ignacy Sachs (Varsóvia, 1927) é um economista polonês, naturalizado francês. Também é referido como "ecossocioeconomista" por sua concepção de desenvolvimento como uma combinação de crescimento econômico, aumento igualitário do bem-estar social e preservação ambiental. Para saber mais acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ignacy_Sachs

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14 inserido na questão o apelo à ética, propondo à definição de Desenvolvimento

Sustentável a idéia de duração e permanência dos recursos naturais, que seja

capaz de assegurar as condições de reprodução das futuras gerações, e que

garanta uma distribuição mais justa dos frutos do seu crescimento.

Obedecendo a cinco dimensões – social, econômica, ecológica, espacial e

cultural, o desenvolvimento sustentável estabelece como objetivos

estratégicos, o favorecimento do crescimento econômico com mais qualidade;

a satisfação às necessidades essenciais para a melhoria das condições de vida

das populações desfavorecidas; a valorização das tecnologias poupadoras de

recursos naturais e a reorientação da gestão dos riscos evitando impactos

ambientais.

Interessante aqui ressaltar a diferença entre Desenvolvimento Sustentável e

Desenvolvimento Sustentado, já que a definição do primeiro é suficientemente

abrangente para que seja empregada tanto para uma proposta de reorientação

do desenvolvimento econômico como indicar um crescimento economicamente

sustentado, como se pode perceber no trecho a seguir (Avas)4:

A diferença principal reside no fato de que se considera um

desenvolvimento economicamente sustentado aquele que pode

ocorrer independentemente dos impactos ambientais, dos efeitos de

repartição dos frutos desse crescimento e da democratização do

acesso aos recursos naturais, financeiros e tecnológicos. O

desenvolvimento sustentado baseia-se, prioritariamente, na dimensão

econômica, e não inclui uma perspectiva a longo prazo. Portanto,

diferencia-se da proposta de desenvolvimento sustentável, em que a

preocupação com as condições de sobrevivência e reprodução das

gerações futuras está invariavelmente presente.

Mas não caberia refletir se este “Desenvolvimento Sustentável” é realmente o

caminho para se alcançar um desenvolvimento que possibilite diminuir a

4 AVAS – Bloco temático 1. O desenvolvimento sustentável como solução (p. 21).

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15 injustiça social e ambiental, incluir a efetiva participação social em decisões

políticas e econômicas e semear a fraternidade entre os povos? Não seria ele a

continuidade do mesmo hegemônico sistema capitalista, ora “maquiado” por

um novo conceito?

Desenvolvimento econômico poderá caminhar de mãos dadas com as

restrições necessárias para que o mesmo se considere sustentável? Em que

ele se difere, então, do conceito de Sustentabilidade? Para Leonardo Boff5, o

caminho é “deslocar o eixo do desenvolvimento para o da sustentabilidade”, e

ainda complementa:

Uma sociedade é sustentável quando se organiza e se comporta de tal

forma que ela, através das gerações, consegue garantir a vida dos

cidadãos e dos ecossistemas na qual está inserida. Quanto mais uma

sociedade se funda sobre recursos renováveis e recicláveis, mais

sustentabilidade ostenta. Isso não significa que não possa usar de

recursos não renováveis. Mas ao fazê-lo, deve praticar grande

racionalidade especialmente por amor à única Terra que temos e em

solidariedade para com as gerações futura (BOFF, 2006).

Sustentabilidade é um conceito sistêmico6, relacionado com a continuidade dos

aspectos econômicos sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

Propõe uma reconfiguração da civilização e de suas atividades, de tal forma

que possa proporcionar à sociedade, a seus membros e às suas economias,

exercerem suas potencialidades no presente sem, no entanto, inviabilizar que

outros, no futuro, também a exerçam. A Sustentabilidade objetiva a

preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, com planejamento

e ações pró-ativas (Wikipédia, 2008)7. Por uma concepção sistêmica, visa uma

perspectiva de compreensão da realidade, utilizando um método que permite a 5 Ler BOFF, em: Desenvolvimento ou sociedade sustentável. Disponível em: <http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=24513> 6 Para o físico Fritof Capra, “o pensamento sistêmico é “contextual”, o que é oposto do pensamento analítico. A análise significa isolar alguma coisa a fim de entendê-la; o pensamento sistêmico significa colocá-la no contexto de um todo mais amplo” (CAPRA, 2006, p.41). 7 WIKIPÉDIA - Sustentabilidade. Disponível em: < http://pt.wikipédia.org/wiki/Sustentabilidade >

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16 compreensão das partes (ou sistemas), de seus vários componentes e de suas

interações, em um determinado contexto. Através deste entendimento - das

partes e de suas inter-relações - pode-se melhor alcançar uma visão do “todo”,

facilitando a identificação de possíveis problemas em níveis mais abrangentes

e, consequentemente, se chegar a soluções otimizadas. Indo um pouco mais

além, Morin comenta:

O global é mais que o contexto, é o conjunto de diversas partes ligadas

a ele de modo inter-retroativo ou organizacional. Dessa maneira, uma

sociedade é mais que um contexto: é o todo organizador de que

fazemos parte. O planeta Terra é mais do que um contexto: é o todo

ao mesmo tempo organizador e desorganizador de que fazemos parte.

O todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas

partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, e certas

qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas pelas

restrições provenientes do todo (MORIN, 2007, p.37).

Assim, a Sustentabilidade abrange tanto o Local quanto o Global, e, para que

um empreendimento humano seja considerado como sustentável, colaborando

para uma sociedade sustentável, deverá atender a requisitos como: ser

ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo, e ainda,

ser culturalmente aceito.

Por este raciocínio, de que “Desenvolvimento Sustentável” seria mais aplicado

a um desenvolvimento econômico continuado, parece adquirir, então, o

conceito de “Sustentabilidade”, uma visão mais ampla de um desenvolvimento

que tenha em suas principais premissas a capacitação do ser humano para a

transformação e vivência em uma sociedade sustentável, onde possa ele

exercer sua cidadania plena, oferecendo participação e adquirindo qualidade

de vida.

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E o conceito de Sustentabilidade se transforma num elemento chave no

movimento global para que se possa constituir uma sociedade sustentável,

procurando conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico com a

promoção do desenvolvimento social e respeito ao meio-ambiente. Este passa

a assumir uma visão multidisciplinar, sistêmica e holística, exigindo de juristas,

economistas, pedagogos, sociólogos, psicólogos, arquitetos, urbanistas,

economistas e formuladores de políticas públicas uma nova postura e um novo

enfoque no trato da questão ambiental.

Ainda corroborando com as palavras de Leonardo Boff8 , o que está em crise

hoje é o modelo de sociedade imperante no mundo, e a elaboração do

desenvolvimento se dá em seu interior. O que se busca para que seja

sustentável é um desenvolvimento econômico que produza, simultaneamente,

um desenvolvimento social. E conclui: “a sociedade decide acerca do

desenvolvimento que ela quer para si” (BOFF, 1993).

Sendo o eixo estruturador da sociedade moderna a economia - que gera

riquezas mediante a exploração da natureza e do homem, será na

reformulação de sua estrutura que poderá ocorrer a mudança do curso daquele

crescimento que visa apenas o privilégio de poucos, para um outro, pautado

nas justiças social e ecológica. Exige, portanto, um novo paradigma tecnológico

e econômico, em todos os níveis de governo e em todos os setores da

economia, deslocando o eixo do desenvolvimento para o eixo da

sustentabilidade, percebendo a diferença entre crescimento e desenvolvimento,

que aqui se faz compreender pelas palavras de Marina Ceccato Mendes9 :

8 Ler BOFF, em: Ecologia: Um Novo Paradigma, p.10. Avas – Bloco Temático 2 9 MENDES, Marina Ceccato. Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt2.html>

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18 O crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça

sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da

qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas

mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento,

por sua vez, também preocupa-se com a geração de riquezas sim,

mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de

toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade

ambiental do planeta (MENDES).

Para viabilizar este crescimento sustentável, de acordo com as exigências da

natureza, é necessário garantir um vínculo entre a política ambiental e

econômica, e, torna-se fundamental para a construção da sociedade

sustentável, como diz Paulo Roberto Pereira de Souza10, “uma integração da

variável ambiental às políticas públicas, às políticas internas das empresas e,

sobretudo, da participação popular efetiva, capaz de assegurar a certeza de

que a lei será cumprida e a infração às normas de Direito Ambiental serão séria

e prontamente reprimidas”.

Esta equação perpassa pelo diálogo, levando em consideração as contradições

que permeiam a sociedade e os projetos antagônicos de mundo que marcam

as visões que se têm deste, como diz Carlos Frederico B. Loureiro11, que ainda

complementa: “É preciso, para atuar no sentido da participação e da

democracia, que sejam estabelecidos processos efetivos de inclusão, de

reforço da sociedade civil, de transparência nas informações e de

compartilhamento de poder”.

10 Ler SOUZA, em: O Direito Ambiental e a Construção da Sociedade Sustentável, p.7. Disponível em: < http://www.oab.org.br/comissoes/coda/files/artigos/%7B2FCF3577-28EA-45A8-96D0-EF6C446B8CEB%7D_construSociedadesustentavel.pdf > 11 Ler LOUREIRO, em: O Ambientalismo (p. 20).

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19 Conforme prevê a Constituição Federal Brasileira em seu art. 225, o qual se

refere às questões relativas ao meio ambiente, pode-se compreendê-lo como

um direito e como um dever, pelo exposto a seguir:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (Art. 225 – CF/88)

Caberá, então, à sociedade, adquirir a aptidão para olhar o meio ambiente com

olhos mais críticos, promover a reflexão para a mudança de atitudes,

reaprender a aprender para o resgate de valores e desenvolver uma nova

postura com envolvimento diante da vida, exercendo a sociedade o papel tanto

de expectadora quanto autora do seu próprio destino. Sob este novo enfoque,

sendo o homem ao mesmo tempo observador e intérprete, aprendiz e

professor, sujeito e objeto, que as palavras de Edgar Morin12 se apresentam

valiosas, como nesta passagem a seguir:

Devemos compreender que, na busca da verdade, as atividades auto-

observadoras devem ser inseparáveis das atividades observadoras, as

autocríticas, inseparáveis das críticas, os processos reflexivos,

inseparáveis dos processos de objetivação.

Portanto, devemos aprender que a procura da verdade pede a busca e

a elaboração de metapontos de vista, que permitem a reflexividade e

comportam especialmente a integração observador-conceptualizador

[...] (MORIN, 2007, p.31).

Assim, para que a sociedade possa, gradativamente, se transformar em uma

sociedade sustentável, a economia deve caminhar de braços dados com a

ecologia, sendo "necessária uma combinação viável entre economia e

12 MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro (2007, p. 31).

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20 ecologia, pois as ciências naturais podem descrever o que é preciso para um

mundo sustentável, mas compete às ciências sociais a articulação das

estratégias de transição rumo a este caminho” (Ignacy Sanches, p.9)13.

Compreende-se como princípios da sociedade sustentável o respeito e cuidado

da comunidade com os seres vivos; a melhoria da qualidade de vida humana; a

conservação da vitalidade e diversidade do Planeta Terra. Para a

implementação desse novo modelo de desenvolvimento e de sociedade é

preciso ferramentas adequadas para que se torne fato consumado; é

necessário fortalecimento de órgãos competentes para garantir a fiscalização

ambiental; é necessário vontade e explicitação das políticas públicas; é

fundamental a educação da população em todos os níveis de ensino para

adquirir conscientização da importância da preservação ambiental; e é

necessária a participação da população na formulação dos planos e políticas

governamentais, podendo-se citar, para tanto, o processo de implantação da

Agenda 2114, especialmente em nível local, pois não se pode falar em solução

global sem solução local.

Inspirada por estes princípios, a contribuição da Educação se mostra de grande

valia para o enfrentamento deste período de transição, se apresentando como

instrumento facilitador para o entendimento da relação do todo e das partes,

inter-dependentes e interativos em sua complexidade, capacitando o homem

para a promoção da cidadania planetária, vital para a vivência em uma

sociedade sustentável.

13 SACHS, em: Pensando sobre o Desenvolvimento na Era do Meio Ambiente (p. 9). 14 A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a conservação, a justiça social e o crescimento econômico. Trata-se de um instrumento fundamental para a construção da democracia participativa e da cidadania ativa no País, um eficiente guia para processos de união da sociedade, compreensão dos conceitos da cidadania e de sua aplicação, sendo hoje um dos grandes instrumentos de formação de políticas públicas no Brasil. Para saber mais: Agenda 21. Disponível em: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18

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21 9. Uma educação para a cidadania planetária tem por finalidade a

construção de uma cultura da sustentabilidade, isto é, uma biocultura,

uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres

humanos e entre estes e a natureza. A cultura da sustentabilidade

deve nos levar a saber selecionar o que é realmente sustentável em

nossas vidas, em contato com a vida dos outros. Só assim seremos

cúmplices nos processos de promoção da vida e caminharemos com

sentido. Caminhar com sentido significa dar sentido ao que fazemos,

compartilhar sentidos, impregnar de sentido as práticas da vida

cotidiana e compreender o sem sentido de muitas outras práticas que

aberta ou solapadamente tratam de impor-se e sobrepor-se a nossas

vidas cotidianamente (CARTA DA ECOPEDAGOGIA).15

Cabe então a todos, seres humanos, não somente a responsabilidade dos

problemas ambientais que hoje se apresentam, bem como a atribuição para

encontrar soluções que levem ao equilíbrio planetário, mas também o desafio

de transformar e encontrar o novo caminho, este, capaz de revelar ao ser

humano o verdadeiro sentido da sua existência.

15 CARTA DA ECOPEDAGOGIA. Em defesa de uma Pedagogia da Terra (princípio 9). Disponível em:

< http://www.mettaolhar.com.br/bra/manifesto/CARTA%20DA%20ECOPEDAGOGIA.pdf >

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22 1.2 – A inserção da variável socioambiental na empresa

Para discorrer sobre a demanda empresarial em inserir a variável ambiental em

seus procedimentos, parece oportuno abordar a relação entre Mercado e

Governo, tão bem comentada por Layrargues16. Para o autor:

[...] além do visível desafio da continuidade material das condições de

produção capitalista, o setor produtivo se depara também com outro

desafio imposto pela crise ambiental, mas dessa vez de caráter

político: a manutenção do princípio liberal da não intervenção do

estado no Mercado, no contexto democrático, que no cenário de uma

crise ambiental, fica exposto à intervenção governamental para gerir o

metabolismo industrial moderno, que apresenta sinais de não

conseguir controlar seu ímpeto voraz (LAYRARGUES, 2003).

Como expõe o mesmo autor, podem ser compreendidas, no cenário brasileiro,

três fases distintas de internalização da variável ambiental na empresa, a

saber:

a) a fase da integração compulsória, de 1975 a 1992, quando

predominou a tendência das normas ambientais compulsórias

estabelecidas unilateralmente pelo estado para a adequação das

empresas ao constrangimento ambiental;

b) a fase transitória, de 1992 a 1997, quando ocorreu o processo

de diálogo e negociação entre empresariado e órgãos governamentais

em busca de estratégias mais realistas para a iniciativa privada

adequar-se ao constrangimento ambiental;

c) e a fase da integração voluntária, de 1997 em diante, quando

predomina a tendência das normas ambientais voluntárias para a

empresa assumir a pauta ambiental. (LAYRARGUES, 2003).

16 Ler LAYRARGUES em: O desafio empresarial para a Sustentabilidade e as oportunidades da Educação Ambiental. Disponível em: <http://material.nerea-investiga.org/publicacoes/user_35/FICH_PT_38.pdf> Acesso em: 30/12/2008

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23 Não mais ocorrendo a internalização da pauta ambiental de “fora” para “dentro”

(entende-se “de fora” - a legislação imposta pelo Estado e a interferência de

grupos de pressão; e “para dentro” - a lógica do Mercado) como na fase da

integração compulsória que demonstrava uma postura reativa por parte do

Mercado, será elucidada, para o entendimento deste trabalho, a fase em que o

Mercado adota uma postura pró-ativa, mesmo que esta seja, ainda, em

decorrência de pressão por parte de novos consumidores (os denominados

consumidores “verdes”), ou por acionistas, ou por cobrança de seguradoras,

como também pelo próprio entendimento pela empresa de ser este um fator

competitivo e estratégico.

Ultrapassando o período em que o Estado exercia o papel de agente regulador

da economia (fase compulsória) e aquele em que o Mercado busca soluções

para se adequar a esta demanda e articulação da pauta ambiental (fase

transitória), é apresentada a proposta, em 1992 – ano em que acontece a

Conferência Rio-92, da criação de um grupo de trabalho da International

Organization for Standartization (ISO)17 para estudar a elaboração de normas

de gestão ambiental empresarial. Consolidada e oficializada no ano de 1996, a

série de normas ISO18 14000 demonstra novas perspectivas de enfrentamento

da crise ecológica de uma forma não mais impositiva pelo ajustamento de

conduta ambiental, mas voluntária, com o intuito de sanar problemas

ambientais no âmbito produtivo, unindo viabilidade econômica e internalizando

adequadamente a pauta ambiental. A série NBR ISO14000 é um conjunto de

normas que formam um modelo de gestão ambiental, fazendo com que a

variável ambiental esteja presente no planejamento da empresa.

17 ISO – “International Organization for Standartization” é uma organização sediada em Genebra, na Suíça. Foi fundada em 1946. Cerca de 111 países integram esta importante organização internacional, especializada em padronização, cujos membros são entidades normativas de âmbito nacional. O Brasil é representado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 18 A sigla ISO, neste caso referindo-se à norma, foi originada da palavra ISONOMIA, pelo propósito de desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas igualmente por todos os países do mundo.

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24 No mesmo ano de 1992, é introduzido pelo WBCSD19, através da publicação

de seu livro "Changing Course" - endossado pela Conferência do Rio (Eco 92),

o conceito de ecoeficiência, como uma forma das organizações implementarem

a Agenda 21 no setor privado, que desde então tem se tornado um sinônimo de

uma filosofia de gerenciamento capaz de levar à sustentabilidade. Este

conceito descreve uma visão para a produção de bens e serviços que possuam

valor econômico enquanto reduzem os impactos ecológicos da produção. Em

outras palavras, "ecoeficiência significa produzir mais com menos", e ainda,

insere a questão da reciclagem procurando combater ao desperdício industrial

através de práticas e metodologias mais ecologicamente eficientes, surgindo

daí novos produtos e mercadorias.

Mas não caberia aqui questionar até que ponto estas medidas seriam

consideradas como uma nova postura por parte do Mercado em busca de um

novo paradigma que sustente uma viabilidade econômica + ecológica, ou se

meramente uma estratégia para a continuidade da mesma lógica de mercado.

A intenção é demonstrar que, a partir destes acontecimentos, a internalização

da variável ambiental no âmbito da empresa vai se tornando cada vez mais

necessária, podendo constituir caminhos variados, seja adotando o conceito de

Ecoeficiência e a metodologia da Produção Mais Limpa, seja pela escolha da

implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. E, para ambos os casos,

inevitável para que atinjam sucesso, será o real comprometimento de todas as

partes envolvidas, sendo o passo inicial a ser dado para trilhar o caminho

desse processo a criação da política ambiental da empresa.

19 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development é uma coalizão de mais de 100 companhias multinacionais que compartilham valores de comprometimento com o ambiente, princípios de crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. Seus membros representam 34 países e mais de 20 setores industriais, e através de sua rede, compartilham suas experiências em aplicar o conceito de ecoeficiência, bem como suas idéias com a comunidade dos negócios no mundo todo.

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25 E, complementando-se ao que já fora exposto com as palavras de Layrargues:

Desponta nesta conjuntura, a pauta ambiental como sinônimo de

competitividade, onde o ambientalismo empresarial frisa que a

empresa que não assumir essa idéia como princípio corporativo, estará

fora do mercado, seja porque o consumidor exigiria cada vez mais a

responsabilidade ambiental das empresas; seja porque os acionistas e

as seguradoras não estariam mais dispostos a assumirem riscos que

comprometam a rentabilidade nos investimentos efetuados, por causa

do passivo ambiental ou do caráter poluidor da empresa, prejudicando

sua imagem.

Neste sentido, as matrizes discursivas do ambientalismo empresarial

revelam as táticas assumidas para a concretização da estratégia:

“aquele que não assumir a pauta ambiental, invariavelmente cedo ou

tarde será excluído do mercado”, e “o verde é negócio, ou seja, a

pauta ambiental deixa de ser um risco aos negócios para se tornar

critério de vantagem competitiva perante a concorrência”

(LAYRARGUES, 2003).

E ainda com as palavras de Donaire20:

Tradicionalmente, as exigências referentes à proteção ambiental eram

consideradas um freio ao crescimento da produção, um obstáculo

jurídico legal e demandante de grandes investimentos de difícil

recuperação e, portanto, fator de aumento de custos de produção.

Começa a ficar patente que a despreocupação com os aspectos

ambientais pode traduzir-se no oposto: em aumento de custos, em

redução de lucros, perda de posição no mercado e, até, em privação

da liberdade ou cessação de atividades. Meio ambiente e sua proteção

estão se tornando oportunidades para abrir mercados e prevenir-se

contra restrições futuras quanto ao acesso a mercados internacionais

(DONAIRE, 1995).

20Ler DONAIRE, em: Gestão Ambiental na Empresa. (2008, p.35).

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26 Nos tempos de hoje, a relação entre a empresa e o meio ambiente é

considerada de uma forma mais complexa. A própria sociedade já estabelece

maiores pressões no funcionamento e postura da empresa em relação às

questões ambientais e sociais. Isso acaba por promover que a empresa

adquira uma visão sociopolítica, estabelecendo mudanças que possam

acompanhar estes fatores, tanto internas como em empreendimentos pró-

ativos, percebendo e considerando suas explícitas influências ao meio

ambiente e à sociedade.

A sociedade adquiriu nos últimos anos, um novo olhar ecológico e, portanto,

uma nova demanda para a preocupação e cobrança socioambiental à

empresa, bem como uma maior atenção ao seu comportamento ético.

Preocupações como produção e defesa dos consumidores, qualidade do

produto, prevenção da poluição, segurança do trabalhador, defesa das

minorias, são alguns dos fatores que se intensificaram, pressionando as

organizações a incorporarem novos valores em seus procedimentos

administrativos e operacionais. A mídia também exerce papel relevante para a

iniciativa da empresa em obter uma postura que não seja meramente reativa

em cumprimento à legislação, já que poderá exercer uma função de denúncia

daquelas empresas que possuem más práticas, caracterizando-se em maus

exemplos.

Por estes e ainda outros fatores, que as regras do jogo mudaram. Não basta a

empresa se preocupar com a maximização dos lucros e minimização dos

custos, devendo ir além se quiser adquirir longevidade. A empresa/organização

exerce interferência e poder sobre a sociedade (criação de ofertas de trabalho,

ligação direta com a qualidade de vida da comunidade,...) e, em contrapartida,

a sociedade já exerce influência para a viabilidade ou não de seu

funcionamento (cobrança pelos custos sociais e/ou deteriorização física do

ambiente, intervenção da sociedade através de ação popular,...). Assim,

empresa e sociedade estão em mútua interação, tornando-se evidente quando

a atuação da empresa é somente em benefício próprio e em detrimento da

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27 coletividade. Donaire considera que, “uma organização só tem razão de existir

se desempenhar um papel socialmente útil e o contrato social existente entre

as empresas e sociedade puder ser refeito ou revogado, caso elas falhem em

atender as expectativas da sociedade. Se as organizações pretendem

sobreviver a longo prazo, elas devem atender a essas aspirações e realizar o

que a sociedade pretende” (DONAIRE, 2008, p.22).

A empresa, adquirindo uma visão estratégica, em que adota novas posturas e

práticas, poderá desenvolver atividades onde o ganho será para todos. Há que

se observar, no entanto, que sua proposta deverá ser exeqüível para que

assim não corra o risco de virar apenas retórica. A responsabilidade

socioambiental implica um sentido de obrigação para com a sociedade e tem

sido assumida de diversas formas como a proteção ambiental, projetos

filantrópicos e educacionais, planejamento de comunidades, equidade na

oportunidade de emprego, serviços sociais e de interesse público, entre outros.

A seguir, alguns ganhos efetivos quando da adoção de exercício empresarial,

mediante os conceitos e princípios da responsabilidade socioambiental:

1º) Com o alargamento do mercado mundial, as empresas, mesmo as de

menor porte, acabam sofrendo influências pela competição existente de

multinacionais domiciliadas no país ou até por produtos advindos de países

que possuem vantagens comparativas. Assim, a empresa sendo capaz de

antecipar possíveis concorrências e reagir frente às mudanças sociais e

políticas que ocorrem em seu ambiente de negócio, poderá fortalecer sua

lucratividade e rentabilidade e, com isso, adquirir maior COMPETITIVIDADE e

LONGEVIDADE;

2º) Outro fator a ser considerado é que, trabalhando com consciência para a

adoção de medidas de prevenção da poluição e preocupação com a utilização

dos recursos naturais de forma sustentável, buscando tecnologias mais limpas

de produção, redução e tratamento de resíduos, conservação de energia e

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

28 água, a empresa além de reduzir custos, poderá ter efetivos ganhos com a

elaboração de novos produtos que poderão surgir pela análise destes

processos, além de melhorar consideravelmente a sua imagem institucional,

adquirindo assim mais CREDIBILIDADE, traduzindo este fator em mais

consumidores, mais vendas, fidelização de seus clientes, melhores

empregados, melhores fornecedores;

3º) Pode-se considerar também a percepção pela empresa, da importância de

seu papel para a sociedade como agente de transformação. Isso acarreta uma

mudança no ambiente de negócios, já que a empresa é tanto geradora de

recursos econômicos e de emprego, como passível de ocasionar impactos para

a sociedade e para o meio ambiente. Assim, participando de várias tarefas

sociais e ambientais, alarga-se o seu envolvimento com os conceitos não

voltados somente para o aspecto econômico, para outros, como segurança e

qualidade de vida, se tornando assim agentes transformadores em busca de

uma sociedade com base na Sustentabilidade, e contabilizando a seu favor o

que talvez tivesse que ser obrigada a pagar, mais à frente, por uma imposição

legal. Portanto, se torna um aspecto de ECONOMIA, na medida da possível

não perda futura, a partir de uma administração com mais cunho social e

político;

4º) A adoção de uma postura pró-ativa em relação às questões

socioambientais torna-se, nos dias de hoje, quase que condição vital para que

a empresa adquira ganho de mercado. Caberá à empresa perceber esta

oportunidade de negócio, já que sua atuação ética será avaliada e poderá ser

um FACILITADOR PARA AQUISIÇÃO DE FINANCIAMENTOS;

5º) Pela atitude em reduzir riscos, a empresa poderá conhecer melhor seus

procedimentos operacionais, podendo realizar uma análise de seus aspectos

ambientais e os que são possíveis geradores de impactos. Desta forma poderá

ter uma visão mais clara do que deve ser melhorado e prevenido,

disseminando informações não somente para o seu corpo de trabalho como

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29 também para a sua comunidade de entorno. Sendo assim, a cooperação de

todos em caso de algum eventual acidente será maior e mais efetiva.

6º) Importante destacar que a valorização das questões de caráter social e

político prometem intensificar-se para o futuro. Assim, quanto mais antecipada

for a administração da empresa considerando sua adaptabilidade aos

mecanismos internos a estes novos fatores, maior será a sua capacidade de

responder às expectativas e pressões da sociedade. Quanto melhor for a

percepção do que está ocorrendo no mundo dos negócios, maior será a

conscientização social da empresa, adotando uma POSTURA INOVADORA E

ESTRATÉGICA para a antecipação às mudanças que, inevitavelmente, irão

surgir.

Já é sabedor que, para a empresa realizar tais diretrizes, é necessário que a

mesma esteja realmente comprometida e ciente de que sua postura em relação

à sociedade deverá ser transparente e fiel aos princípios mencionados,

disponibilizando tempo para que haja um processo de diálogo entre as partes

interessadas, tornando seu funcionamento (processos e produtos) aberto a

todos, com informações claras e acessíveis, exercendo a capacidade de ouvir

e aceitar opiniões e assim proporcionar uma auto-avaliação e melhoria

contínua de seus resultados. Vale lembrar que há que se saber das reais

possibilidades monetárias para que a empresa realmente possa atualizar suas

práticas à luz dos avanços tecnológicos, já que por vezes estas mudanças

poderão demandar custos mais altos, contribuindo e realizando possíveis

mudanças na medida de suas possibilidades.

Para que todo este processo seja iniciado, avaliado e adotado no

funcionamento da empresa, apresenta-se neste trabalho a contribuição da

Educação Ambiental no momento da criação da Política Ambiental,

considerada a sua implantação como um primeiro passo para o encontro de

medidas e alternativas que caracterizem a inserção da variável ecológica no

âmbito da empresa.

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30

A Política Ambiental é parte do planejamento estratégico da empresa.

Não deve concorrer nem com os objetivos do negócio nem com os da

qualidade, mas ser parte de uma estratégia comum da empresa. Deve

ser encarada como uma ferramenta importante para o sucesso da

empresa, para o efetivo cumprimento das leis ambientais e para a

construção de uma boa imagem corporativa (VILMAR BERNA21).

21 BERNA, Vilmar. Como administrar com consciência ecológica. Universidade Federal Fluminense.

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31

CAPÍTULO II – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GESTÃO

AMBIENTAL

2.1 - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)

Inicialmente, para entender a eficácia e relevância de um SGA e que justifique

a decisão de sua implantação pela empresa, faz-se aqui, o uso das palavras de

Andreoli22:

A implementação de um SGA constitui uma ferramenta para que o

empresário identifique oportunidades de melhorias que reduzam os

impactos das atividades de sua empresa sobre o meio ambiente,

orientando de forma otimizada os investimentos para a implementação

de uma política ambiental eficaz, capaz de gerar novas receitas e

oportunidades de negócio.

As principais vantagens do SGA são a minimização de custos, de

riscos, a melhoria organizacional e a criação de um diferencial

competitivo.

A Gestão Ambiental é um aspecto funcional da gestão de uma empresa, que

desenvolve e implanta as políticas e estratégias ambientais. É crescente a

preocupação das organizações empresariais em atingir e demonstrar, cada vez

mais, um desempenho ambiental correto, controlando suas atividades,

produtos ou serviços, passíveis de causar impactos no meio ambiente. A esse

contexto se insere uma legislação cada vez mais exigente, a demanda pelo

desenvolvimento de políticas econômicas e ambientais, e ainda outras medidas

destinadas à estimulação da proteção do meio ambiente e de um

desenvolvimento que tenha em suas premissas a Sustentabilidade. No entanto,

22 ANDREOLI, Cleverson V. Gestão Ambiental. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/empresarial/6.pdf>

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32 para que tais medidas sejam eficazes, é necessário que seus procedimentos

sejam conduzidos dentro de um sistema de gestão estruturado e integrado ao

conjunto das atividades de gestão.

As Normas Internacionais de gestão ambiental, fazendo parte a estas a ISO

14000, têm por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema

de gestão ambiental eficaz, passível de integração com outros requisitos de

gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e

econômicos. Esta Norma especifica os requisitos de tal sistema de gestão

ambiental, podendo ser aplicável a todos os tipos e portes de organizações. O

SGA é a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional,

atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos,

processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar

criticamente e manter a política ambiental da organização/empresa. Vale, no

entanto, lembrar que, o sucesso do sistema depende de todos os níveis e

funções, especialmente da alta administração.

Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) consiste em cinco elementos básicos:

1 - Política Ambiental

2 - Planejamento

3 - Implementação e Operação

4 – Verificação e Ações Corretivas

5 – Revisão Gerencial pela Alta Administração

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33

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)23:

PLANEJAMENTO• Aspectos Ambientais

• Legislação e outros requisitos

• Objetivos e Metas

• Programa de Gestão Ambiental

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO• Estrutura e Responsabilidade

• Treinamento, Conscientização eCompetência

• Procedimentos de Comunicação

• Documentação Ambiental

• Controle da Documentação

• Controle Operacional

• Planos de Controle deEmergência

VERIFICAÇÃO E AÇÕES CORRETIVAS• Acompanhamento e Medição• Não conformidades e Ações Preventivas/Corretivas• Registros

• Auditorias de Sistemas de

• Gestão Ambiental

REVISÃO GERENCIALPELA ALTA

ADMINISTRAÇÃO

POLÍTICA AMBIENTALSGA

23 O desenvolvimento de todas as cinco etapas do SGA se encontra no Anexo 1 deste trabalho.

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34 2.2 – Conceito de Ecoeficiência e Produção Mais Limpa

Criado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável (CEBDS), um respeitado interlocutor no processo de negociação

das estratégias de internalização da pauta ambiental na empresa, tem como

missão integrar os princípios e práticas do desenvolvimento sustentável no

contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental.

Exercendo também um papel de comunicador, dissemina melhores práticas

que demonstram a contribuição das empresas para o desenvolvimento

sustentável e a sociedade em geral, de forma simples e compreensível. Sendo

assim, esclarece-se aqui a definição do conceito de ecoeficiência e possíveis

práticas a serem adotadas, conforme os critérios do CEBDS:

Ecoeficiência24

A ecoeficiência é alcançada mediante o fornecimento de bens e

serviços a preços competitivos que satisfaçam as necessidades

humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduz

progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos ao

longo do ciclo de vida, a um nível, no mínimo, equivalente à

capacidade de sustentação estimada da Terra (conceito elaborado

pelo World Business Council for Sustainable Development – WBCSD,

em 1992).

Este conceito sugere uma significativa ligação entre eficiência dos

recursos (que leva a produtividade e lucratividade) e responsabilidade

ambiental. Portanto, ecoeficiência é o uso mais eficiente de materiais e

energia, a fim de reduzir os custos econômicos e os impactos

ambientais.

Também pode-se dizer que ecoeficiência é saber combinar

24CEBDS. Ecoeficiência. Disponível em: <http://www.cebds.org.br/cebds/eco-rbe-ecoeficiencia.asp> Para saber mais

sobre a Rede Brasileira de Ecoeficiência, benefícios, publicações e outros assuntos relativos acesse: www.cebds.org.br

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

35 desempenho econômico e ambiental, reduzindo impactos ambientais;

usando mais racionalmente matérias-primas e energia; reduzindo os

riscos de acidentes e melhorando a relação da organização com as

partes interessadas (stakeholders).

ELEMENTOS DA ECOEFICIÊNCIA

• Reduzir o consumo de materiais com bens e serviços.

• Reduzir o consumo de energia com bens e serviços.

• Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas.

• Intensificar a reciclagem de materiais.

• Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis.

• Prolongar a durabilidade dos produtos.

• Agregar valor aos bens e serviços.

Produção Mais Limpa25

(PmaisL)

Produção mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia

técnica, econômica e ambiental integrada aos processos, produtos e

serviços, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas,

água e energia, pela não geração, minimização ou reciclagem de

resíduos e emissões, com benefícios ambientais, de saúde

ocupacional e econômica.

25CEBDS. Produção Mais Limpa. Disponível em: http://www.cebds.org.br/cebds/eco-pmaisl-conceito.asp

Para saber mais sobre PmaisL, barreiras na implementação, estudo de casos, acesse: www.cebds.org.br ou visite o

site da Rede Brasileira de Produção Mais Limpa (www.pmaisl.com.br).

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36 A Produção Mais Limpa, com seus elementos essenciais, (ver Figura a

seguir), adota uma abordagem preventiva, em resposta à

responsabilidade financeira adicional trazida pelos custos de controle

da poluição e dos tratamentos de final de tubo.

Figura1. Elementos essenciais da estratégia de PmaisL

Fonte: UNIDO/UNEP, 1995a, p. 5.

A Produção Mais Limpa, relativamente ao desenho dos produtos,

busca direcionar o design para a redução dos impactos negativos do

ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima até a disposição final.

Em relação aos processos de produção, direciona para a economia de

matéria-prima e energia, a eliminação do uso de materiais tóxicos e a

redução nas quantidades e toxicidade dos resíduos e emissões. Em

relação aos serviços, direciona seu foco para incorporar as questões

ambientais dentro da estrutura e entrega de serviços.

O aspecto mais importante da Produção Mais Limpa é que a mesma

requer não somente a melhoria tecnológica, mas a aplicação de know-

how e a mudança de atitudes. Esses três fatores reunidos é que fazem

o diferencial em relação às outras técnicas ligadas a processos de

produção.

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37 A aplicação de know-how significa melhorar a eficiência, adotando

melhores técnicas de gestão, fazendo alterações por meio de práticas

de housekeeping ou soluções caseiras e revisando políticas e

procedimentos quando necessário. Mudar atitudes significa encontrar

uma nova abordagem para o relacionamento entre a indústria e o

ambiente, pois repensando um processo industrial ou um produto, em

termos de Produção Mais Limpa, pode ocorrer a geração de melhores

resultados, sem requerer novas tecnologias. Com isso, a estratégia

geral para alcançar os objetivos é de sempre mudar as condições na

fonte em vez de lutar contra os sintomas.

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38 2.3 – Política Ambiental da empresa:

A Política Ambiental é a declaração do comprometimento da empresa com as

questões ambientais. Quando da sua criação, é muito importante que todos

realmente entendam sua importância e seu conteúdo, e mais, que também se

sintam parte integrante da política. É neste momento que, força de trabalho e

direção, assim como outras partes interessadas (comunidades do entorno,

familiares dos funcionários, ONGs e Instituições Públicas,...) terão a

possibilidade de pensar em dois aspectos: onde estamos e onde queremos

chegar. A proposta da Educação Ambiental, neste momento, é a de

potencializar a política ambiental e envolver os participantes para a

sensibilização e promoção do equilíbrio entre ser humano/natureza, levando a

um compromisso de responsabilidade social e ambiental por todos.

Desenvolvida e publicada no início do processo de implantação do SGA na

organização, a Política Ambiental expõe princípios e intenções que irão nortear

todos os seus procedimentos daí em diante. É o elemento motor para a

implementação e o aprimoramento do SGA da empresa, permitindo que seu

desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeiçoado, como

também constitui a base para o estabelecimento dos objetivos e metas da

organização, devendo ser apropriada à sua natureza, tamanho dos impactos

das atividades, produtos e/ou serviços, contemplando o cumprimento da

legislação ambiental pertinente às suas operações e, inclusive, o

comprometimento com a prevenção da poluição.

Toda a empresa que inicia a estruturação de um SGA percebe a necessidade

do comprometimento e envolvimento de todos os funcionários, portanto a

participação ativa e responsável caracteriza-se como importante elemento para

que o processo de aprendizagem tenha êxito, “afinal, o que se busca é a

transformação da cultura para a mudança da gestão e das práticas, tecnologias

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39 e opções de negócios da empresa como um todo, rumo à sustentabilidade”

(PEDRINI, 2008, p.176) 26.

Para tanto, é fundamental que haja o envolvimento manifestado pela alta

administração na formulação da política ambiental, no estabelecimento de suas

prioridades e na ação de seu cumprimento, bem como apresenta-se, de igual

importância, que a mesma seja suficientemente clara para seu entendimento

pelas partes interessadas (internas e externas). Cabe aqui ressaltar que,

como bem diz Berna27, “o sucesso de longo prazo da Política Ambiental

está intimamente ligado a sua capacidade de envolver o pessoal de

escalões inferiores na consecução de seus objetivos. Isso só pode

acontecer se o interesse da alta direção for autêntico e contínuo”.

Assim, antes mesmo de ser um fator para o sucesso da implementação de

um SGA, o processo de desenvolvimento da política ambiental se torna

uma oportunidade de reflexão sobre as práticas da empresa, podendo

contribuir para o aumento de visibilidade e revisão de valores de seus

negócios, inserindo a causa ecológica como um princípio básico de seu

funcionamento. Neste sentido, a Educação Ambiental contribui sendo um

instrumento facilitador para este processo, na medida em que oferece

ferramentas para o desenvolvimento da sensibilidade e conseqüente

conscientização ambiental a favor da sustentabilidade, e a este

entendimento complementa-se com simples e adequadas palavras de

GENEBALDO FREIRE DIAS28:

Acredito que a Educação Ambiental seja um processo por meio do

qual as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como

dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua

sustentabilidade (DIAS, 2004, p.100).

26 Ler PEDRINI, A.G. em: Educação Ambiental Empresarial no Brasil. (2008, p. 176). 27 BERNA, Vilmar. Como administrar com consciência ecológica. Universidade Federal Fluminense. 28 DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. – 9. ed. – São Paulo: Gaia, 2004(p.100).

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40

Considera-se, portanto, neste trabalho, a intervenção da Educação

Ambiental mediante o conceito de Sustentabilidade, um planejamento

estratégico para o desenvolvimento da política ambiental, uma contribuição

valiosa para o auxílio e adoção de uma postura pró-ativa em relação ao

desempenho ambiental da empresa, transformando-a em uma empresa

consciente. Para Ribeiro29 (2008) empresas conscientes buscam:

[...] mudanças de mentalidade, não medindo esforços na busca de

ações metodológicas para envolver a comunidade em projetos cujo

objetivo é a melhoria de vida da própria comunidade [...] conseguem

vislumbrar retornos financeiros e/ou de imagem para suas empresas,

pois não sonham simplesmente com um mundo melhor, mas em sua

visão mercadológica são capazes de perceber a intrínseca relação

entre mercado, sociedade e ambiente (RIBEIRO em PEDRINI, 2008,

p.120).

29 Ler RIBEIRO, em: PEDRINI, A.G. Educação Ambiental Empresarial no Brasil (2008, p. 120).

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41 CAPÍTULO III – A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PARA A INSERÇÃO DA VARIÁVEL SÓCIOAMBIENTAL NA

EMPRESA

3.1 – Abordagem sobre o conceito de Educação Ambiental para

Sociedades Sustentáveis (EASS) e Indicadores de Qualidade Conceitual

(IQCs)

A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de

educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um

processo pedagógico participativo permanente que procura incutir

no educando uma consciência crítica sobre a problemática

ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar

a gênese e a evolução de problemas ambientais.

(AmbienteBrasil) 30

Esta definição do conceito de educação ambiental é uma dentre várias

outras definições que procuram desenvolver a idéia da educação e seu

processo pedagógico aplicado no contexto das questões relativas ao meio

ambiente.

Pedrini31 (2008) na obra “Educação Ambiental Empresarial no Brasil”,

apresenta que, no contexto empresarial, a definição adequada do conceito

de EA para a sua aplicabilidade ainda é tema obscuro. Segundo o autor,

“sem a percepção e adoção de um conceito de qualidade fica impossível

desenvolver atividades que consigam atingir as mesmas metas nos

30 AMBIENTEBRASIL. Educação Ambiental – Conceito. Disponível em: < www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.php3&conteudo=./educacao/educacao.html > 31 PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Educação Ambiental Empresarial no Brasil. – São Carlos: Rima Editora, 2008.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

42 diferentes contextos”, e comenta que a educação ambiental empresarial no

Brasil é limitada a:

[...] atividades soltas, sem organicidade entre elas e usadas como

fim e não como meio para atingir a EA, como: gincanas, hortas,

trilhas, distribuição de mudas de plantas, reciclagem de papel,

desfiles, cartilhas, distribuição de camisas e brindes, realização de

churrasco, passeios em trilhas ‘ecológicas’, oficinas, etc. E, nesse

caso, sem que haja prévia identificação de conceitos e a tentativa

de uniformizá-los para criar uma unidade de trocas pedagógicas,

torna-se impossível um trabalho sério em termos educativos

(PEDRINI, 2008, p.10).

Seguindo este raciocínio, PEDRINI completa dizendo que as características

conceituais da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global (EASS), “estão sendo adequadas a cada contexto

de sua aplicação” (Pedrini, 2008, p. 10). Portanto, algumas considerações

são feitas para que uma EASS seja considerada de qualidade, sendo

aplicáveis inclusive no contexto empresarial, e consideradas como

indicativos para que as ações e atividades da Educação Ambiental tenham

como objetivo final a construção de sociedades sustentáveis.

Foi feito um amplo trabalho de pesquisa sobre o conceito da Educação

Ambiental aplicável na área empresarial do Brasil, até meados de 2006, por

PEDRINI e PELLICCIONE32 (2007), sendo construída uma proposta para

identificá-lo utilizando como referencial teórico a EASS prevista pelo

Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

32 PEDRINI, A. G.; PELLICCIONE, N. B. B. Educação Ambiental Empresarial no Brasil: uma análise exploratória sobre sua qualidade conceitual. Disponível em: < http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-txt_importante/Pedrini_edit.pdf >

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

43 Responsabilidade Global (TEASS)33, que serve de arcabouço conceitual

para o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)34.

Desta proposta foram selecionados indicadores mínimos de

qualidade conceitual da EASS, e que fossem possíveis de serem

identificados na sua prática, devendo a Educação Ambiental

Empresarial no Brasil (EAEB) ser: a) emancipatória; b)

transformadora; c) participativa; d) abrangente; e) permanente; f)

contextualizadora (PEDRINI e PELLICCIONE, 2007).

Pedrini conclui que “é essencial que a qualidade do conceito de EAEB seja

conhecida, pois seu processo deriva da sua concepção inicial e, sendo esta

diferente do que prevê o ProNEA, poderá comprometer todo o trabalho

pedagógico” (PEDRINI, 2008, p.12).

Assim apresenta oito pressupostos conceituais para serem adotados em

uma prática de Educação Ambiental no contexto empresarial, denominados

Indicadores de Qualidade Conceitual (IQCs) da EASS, e os descreve:

33O Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS), foi

organizado e assinado por ONGs que participaram do Fórum Global, uma reunião paralela à Rio-92. Sua publicação

representou referência para a EA, tornando-se a Carta de Princípios da Rede Brasileira de Educação Ambiental

(REBEA) e das demais redes de EA a ela entrelaçadas, subsidiando também o Programa Nacional de Educação

Ambiental (ProNEA), do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (MMA e MEC).

34 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – ProNEA. Para saber mais acesse: www.mma.gov.br

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

44 IQCs da Educação Ambiental e descrição para aplicação

no contexto empresarial no Brasil:

IQC Descrição do indicador

1. EA emancipatória Capaz de possibilitar ao

indivíduo/coletividade a aquisição de

conhecimentos, valores, habilidades,

experiências e a determinação para o

cidadão enfrentar e participar da solução

de problemas ambientais.

2. EA transformadora Capaz de possibilitar a mudança de

atitudes para o desenvolvimento de

sociedades sustentáveis.

3. EA participativa Capaz de estimular a participação em

mobilizações coletivas.

4. EA abrangente Capaz de envolver a totalidade dos

grupos sociais (públicos internos e

externos).

5. EA permanente Capaz de ser uma atividade continuada.

6. EA

contextualizadora

Capaz de agir diretamente na realidade da

coletividade e por meio dela alcançar a

dimensão planetária.

7. EA ética Capaz de promover o respeito às todas as

formas de vida do planeta.

8. EA interdisciplinar Capaz de integrar diferentes saberes, pois

a questão ambiental agrega variados

conhecimentos.

(PEDRINI, 2008, p. 11)

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

45 É neste sentido que, demonstra-se neste trabalho, a importância da

qualidade conceitual da educação ambiental para alcançar uma estratégia

pedagógica capaz de levar à reflexão de atitudes e decisões, através de um

processo crítico, aprimorando o alcance dos reais objetivos da EASS,

sendo considerado o mais importante deles a prática de uma EA que

promova a emancipação do cidadão e sua participação democrática em

uma sociedade sustentável.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

46 3.2 – Proposta para a inserção da variável socioambiental na

empresa:

O desafio desta proposta de contribuição da Educação Ambiental para a

implantação da política ambiental na empresa, aqui denominada como

Projeto de Educação Ambiental para a Implantação da política ambiental

empresarial (PEA-pae), está em ser, ele, um incentivador para a condição

primária da alta direção em redimensionar o foco de seus

interesses para além de seus processos lucrativos e

organizacionais, e conseguir enxergar através de seu círculo fechado,

alcançando dimensões maiores, se abrindo e se envolvendo com a EA; um

motivador para que a força de trabalho se desarme e encontre, na EA, uma

parceira na melhoria não só de seu trabalho como de sua própria vida

cotidiana; e ainda, que a EA seja mobilizadora e integradora da política de

gestão ambiental da empresa.

A educação Ambiental, como parte dessa engrenagem pró-

sustentabilidade, assume então um novo desafio. O desafio com

que nos defrontamos nesses últimos anos é fazer com que

diferentes setores da sociedade sejam envolvidos, comprometidos

e atuem em seus espaços próprios de produção e criação como co-

responsáveis pela preservação da qualidade socioambiental.

Alguns setores já assumiram tais compromissos com um novo

modelo de desenvolvimento, ao incorporarem, os modelos de

gestão, a dimensão ambiental. A gestão de qualidade empresarial

passa, neste novo século, pela obrigatoriedade de que sejam

implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem

os bens naturais, as fontes de matérias-primas, as potencialidades

do quadro humano criativo, as comunidades locais e devem iniciar

o novo ciclo, onde a cultura do descartável e do desperdício sejam

coisas do passado. Atividades de reciclagem, incentivo à

diminuição do consumo, controle de resíduos, capacitação

permanente dos quadros profissionais em diferentes níveis e

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

47 escalas de conhecimento, fomento ao trabalho em equipes e às

ações criativas são desafios chaves neste novo cenário.

Esses processos de produção de conhecimentos tem oportunizado

o desabrochar de práticas positivas e pró-ativas que sinalizam o

desabrochar de métodos e de experiências que comprovam,

mesmo que em um nível ainda pouco disseminado, a possibilidade

de fazer acontecer e tornar real o novo, necessário e irreversível,

caminho de mudanças (COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO

AMBIENTE – CPRH)35.

Inspirados nos pressupostos conceituais dispostos anteriormente, os quais

se apresentam como Indicadores de Qualidade Conceitual da educação

ambiental para sociedades sustentáveis (IQCs), avalia-se as propostas do

PEA-pae para a contribuição da educação ambiental no contexto

empresarial, e fundamentando-se a sua importância.

35 COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE – CPRH. Fazendo Educação e vivendo a Gestão Ambiental. Disponível em: < http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/livreto-cprh.pdf >

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

48 3.2.1 - Projeto de Educação Ambiental para a implantação da

política ambiental empresarial (PEA-pae):

IQCs

1. EA emancipatória 5. EA permanente

2. EA transformadora 6. EA contextualizadora

3. EA participativa 7. EA ética

4. EA abrangente 8. EA interdisciplinar

(PEDRINI, 2008)

Iniciar o projeto com o estudo do meio, através de um

processo participativo, onde todos os atores poderão expor idéias e

impressões do que enxergam dentro e fora da empresa, provocando um

incômodo inicial necessário a um processo de transformação. Realizar a

explanação da problemática ambiental atual por uma discussão mais ampla,

para então se chegar à importância de inserção da variável ecológica na

empresa e no cotidiano dos participantes, surgindo daí, temas a serem

discutidos e escolhidos como prioritários pelos próprios participantes.

Serão chamados a participar, direção e força de trabalho da empresa, seus

familiares, professores de escolas circunvizinhas, associação de

moradores, instituições públicas, integrantes de ONGs, fornecedores e

consumidores, bem como quaisquer outras partes interessadas

(stakeholders).

1ª FASE

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

49 Fundamentação:

(IQC 3) EA participativa, estimulando o envolvimento de todos, mediante

um processo dialógico.

A EA se torna participante quando os grupos envolvidos em seu processo

saem do seu silêncio e do espaço de opressão que a sociedade lhes impõe,

para participar de um processo onde aprendem a descobrir, compreender e

analisar a sua realidade. E isso verdadeiramente ocorre através de um

processo dialógico. A solução da questão é o objetivo principal e a tomada

de decisão é adquirida de forma compartilhada, tornando-se um ponto de

partida para que os cidadãos exerçam a cooperatividade e se tornem

parceiros ativos para a resolução dos problemas que estejam em questão.

FRITZEN e MOLON36 (2008), em relação às possibilidades da EA no

contexto das empresas, dizem que:

A participação ativa e responsável caracteriza-se como importante

elemento para que o processo de aprendizagem alcance êxito. É

preciso que os sujeitos envolvidos [...] contribuam com suas

experiências, opiniões críticas e, assim, ajudem a criar e recriar o

percurso educativo (FRITZEN/MOLON em PEDRINI, 2008, p. 27).

Complementando com as palavras de PEDRINI (2008), “para um trabalho

de EA nas empresas, faz-se agregar princípios de tendências pedagógicas

mais atuais e inovadoras, que integram educando e educador em um

processo contínuo e de participação mútua”.

36 Ler FRITZEN e MOLON em: PEDRINI, A.G. Educação Ambiental Empresarial no Brasil (2008, p.27).

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

50

(IQC 4) EA abrangente, sendo um processo voltado não somente ao público

interno da empresa, mas estendendo-se a seus familiares e comunidade do

entorno e outras partes interessadas.

A temática da problemática ambiental poderá ser utilizada para fins

educacionais que extrapolem o público interno da empresa, favorecendo

assim um processo de sinergia entre saberes e ações. “As empresas

devem se enxergar como parte de um todo, onde podem e devem

compartilhar experiências e iniciativas de forma a contribuir na construção

conjunta de processos educacionais, otimizando oportunidades e

resultados” (BUSATO e ARIGONI, 2008) 37, e complementam:

Não há outro caminho para a busca de processos de EAE eficazes

que não seja uma sinergia de ações. [...] cidadão, estado, ONGs e

empresas possuem competências distintas – não antagônicas –

com relação ao processo de formação de uma sociedade

transformadora e realmente sustentável. É preciso abandonar a

postura sectária, “de um lado só”, seja ele qual for, e escancarar o

debate em nome da construção de um mundo melhor

(Busato/Arigoni, em PEDRINI, 2008, p. 213).

(IQC 8) EA interdisciplinar, integrando diferentes saberes e contextos de

vida.

Havendo harmonia e versatilidade entre diferentes contextos e saberes,

aumenta a capacidade da educação ambiental para assimilação de novos

conhecimentos tão necessários para a compreensão do presente e

37 Ler BUSATO e ARIGONI em: PEDRINI, A.G. Educação Ambiental Empresarial no Brasil (2008, p.213).

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

51 preparação para o futuro. E a este pensar complementa-se com as palavras

de Thereza Cristina Bordoni38, mestre em Políticas Educacionais:

Interdisciplinaridade é um termo que não tem significado único,

possuindo diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita

uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude

em busca da unidade do pensamento. [...] não estou me referindo ą

interdisciplinaridade como uma teoria geral e absoluta do

conhecimento, nem a compreendo como uma ciência aplicada, mas

sim como o estudo do desenvolvimento de um processo dinâmico,

integrador e, sobretudo, dialógico. O ponto de partida e de chegada de

uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma, através do

diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das

ações, a interdisciplinaridade "devolve a identidade as disciplinas,

fortalecendo-as" e evidenciando uma mudança de postura na prática

pedagógica.

Elaborar a criação de um breve curso sobre meio ambiente,

com o cuidado na escolha dos temas a serem abordados, apresentando um

referencial teórico que leve tanto a uma visão sistêmica quanto holística do

meio ambiente. Utiliza-se o método da ecoalfabetização ecológica, levando

em consideração tanto o contexto global quanto o local, proporcionando

reflexões sobre sustentabilidade.

38 FÓRUM EDUCAÇÃO – Uma Postura Interdisciplinar - Thereza Cristina Bordoni. Disponível em: < http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm >

2ª FASE

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

52 Fundamentação:

(IQC 6) EA contextualizadora, tratando a problemática ambiental

empresarial como um tema-gerador, alcançando tanto ao entendimento da

problemática global quanto ao encontro de boas soluções para a realidade

local.

O conhecimento dos problemas-chave, das informações-chave

relativas ao mundo, por mais aleatório e difícil que seja, deve ser

tentado sob pena de imperfeição cognitiva, mais ainda quando o

contexto atual de qualquer conhecimento político, econômico,

antropológico, ecológico... é o próprio mundo. A era planetária

necessita situar tudo no contexto e no complexo planetário

(MORIN, 2007, p.35).

Os conhecimentos sobre nós próprios, sobre o outro, sobre o mundo, são

processos em constante evolução e transformação. No encontro de

diferentes formas de abordar e conhecer o meio ambiente, utilizando-as

como um ponto de partida para seu entendimento, pode-se construir novas

possibilidades de se compreender o mundo e os fatores condicionantes

para seu equilíbrio. Desta forma, os sujeitos, sendo conhecedores das

raízes do problema em si, poderão mais facilmente interpretar seus

sentidos, e assim promover novas atitudes sustentáveis. Seguindo este

raciocínio, entende-se que a EA, partindo de um contexto sistêmico do meio

ambiente para a compreensão de sua complexidade, torna-se capaz de

englobar não somente uma visão local da problemática, como também

alcançar dimensões maiores, para uma nova visão do mundo como um

todo, de partes integradas.

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

53 Para Filipe Freitas C. M. Carvalho39 (2008), “essa visão de mundo

pressupõe uma série de novas percepções que ampliam e redefinem a

cultura empresarial. Dizem respeito à nossa concepção de natureza, de

organismo humano, de sociedade e, portanto, também de nossas

concepções acerca de uma organização de negócios”, e ainda

complementa:

As próprias empresas tornam-se sistemas vivos cuja compreensão

não é possível apenas pelo prisma econômico. Devem-se enxergar

as organizações como sistemas interligados e interdependentes à

complexa teia de relações que caracteriza a vida no planeta.

(CARVALHO, em PEDRINI, 2008, p. 104).

CAPRA40 (2006) propõe pelo método alfabetização ecológica, a

possibilidade de se formular um conjunto de princípios de organização, que

sirvam de diretrizes para a construção de comunidades humanas

sustentáveis por uma perspectiva do entendimento dos ecossistemas, já

que durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do

planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de

maximizar a sustentabilidade. Para o autor, os princípios norteadores

seriam a interdependência, estando todos os membros de uma comunidade

interligados numa vasta e intrincada rede de relações; a reciclagem, pela

natureza cíclica dos processos ecológicos, demonstrando que os laços de

realimentação dos ecossistemas são as vias ao longo das quais os

nutrientes são continuamente reciclados, assim, resíduos produzidos por

um determinado ecossistema servirá de alimento para outro; a parceria,

sendo uma característica essencial das comunidades sustentáveis, e, num

ecossistema, os intercâmbios cíclicos de energia e de recursos são

sustentados por uma cooperação generalizada; a flexibilidade,

demonstrando ser este um fator do ecossistema, através da conseqüência 39 Ler CARVALHO em: PEDRINI, A.G. Educação ambiental empresarial no Brasil (2008, p.213). 40 CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 2006.

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

54 de seus múltiplos laços de realimentação, a tendência para levar o sistema

de volta ao seu equilíbrio, quando houver um desvio da sua normalidade

pelas condições ambientais mutáveis; a diversidade, exercendo um papel

estreitamente ligado com a estrutura de rede do sistema, pois tanto mais

diversificado o sistema, mais flexível ele será, já que contendo muitas

espécies com funções ecológicas sobrepostas poderão, parcialmente, ser

substituídas umas às outras; e por fim, a sustentabilidade, pelo

entendimento da eficiência da própria organização dos ecossistemas.

Desenvolver os temas escolhidos na 1ª fase, através de

textos, vídeos e debates, aproveitando a oportunidade para a definição do

que seja a matriz de aspectos e impactos da empresa, a qual será

desenvolvida na 4ª fase;

Fundamentação:

(IQC 1) EA emancipatória, possibilitando às partes interessadas e

envolvidas com a empresa, através do desenvolvimento de conhecimentos

e habilidades, sua determinação no enfrentamento e resolução de

problemas concretos do meio ambiente.

Para MORIN41 (2007) “Indivíduo e Sociedade existem mutuamente. A

democracia favorece a relação rica e complexa indivíduo/sociedade, em

que os indivíduos e a sociedade podem ajudar-se, desenvolver-se, regular-

se e controlar-se mutuamente”.

41 Ler MORIN, Edgar em: Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro (2007, 12. ed. p. 107).

3ª FASE

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

55

Através da ação coletiva e da oportunidade dos atores envolvidos

adquirirem habilidades e competências para a resolução de problemas

ambientais, a EA pode exercer uma papel de estímulo para o exercício da

cidadania. Ela se torna um instrumento que induz a articulação de

iniciativas entre diversos campos com o intuito da melhoria da qualidade de

vida, e, para alcançar seus objetivos, amplia as oportunidades dos

indivíduos tornando-os participativos e situando-nos na arena política,

promovendo a cidadania através da democracia.

A EA, na perspectiva da emancipação humana, contribui para o

desenvolvimento de uma percepção ambiental crítica da realidade nos

indivíduos, na medida em que relaciona as diferentes causas e

conseqüências dos seus modos de produzir e de viver, atribuindo condições

necessárias para o conhecimento da realidade com significado social e

ambiental, para o enfrentamento e transformação desta mesma realidade

socioambiental.

TOZONI-REIS42 (2007) destaca que uma educação ambiental política traz

diferenças conceituais em relação a outras reflexões e ações educativas,

que podem ser sintetizadas por alguns grupos como:

[...] a educação ambiental como produtora das mudanças de

comportamento ambientalmente inadequados; a educação

ambiental para a sensibilização ambiental; a educação ambiental

centrada na ação para a diminuição dos efeitos predatórios das

relações dos sujeitos com a natureza; a educação ambiental

centrada na transformação de conhecimentos técnico-científicos

sobre os processos ambientais que teriam como consequência

42 Ler TOZZONI-REIS em: LOUREIRO, Carlos Frederico B. (org.). A questão ambiental no pensamento crítico (2007, p. 179).

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

56 uma relação mais adequada com o meio ambiente; e a educação

como um processo político de apropriação crítica e reflexiva de

conhecimentos, atitudes, valores e comportamentos que tem como

objetivo a construção de uma sociedade sustentável do ponto de

vista ambiental e social (TOZZONI-REIS em LOUREIRO, 2007, p.

179).

E a esta última EA citada acima - como um processo político - percebe-se

sua relevância para a construção de uma sociedade sustentável, podendo

ser definida como uma verdadeira educação ambiental transformadora e

emancipatória.

(IQC 2) EA transformadora, promovendo a reflexão-ação para a tomada de

decisões, como também a mudança de valores e atitudes.

Na medida em que a EA atua, compartilhando saberes produzidos pelos

diferentes atores envolvidos no seu processo, estes, passam a ser produtores

de conhecimentos de sua própria realidade. Promovidos pela reflexão-ação, os

sujeitos se tornam capazes de alcançar uma visão sensibilizadora da realidade

socioambiental em que vivem, e desta forma caminhar para a transformação e

mudança de valores e de atitudes.

Pelas palavras de FREIRE43 (2005), compreende-se que o homem deve se

deixar “mover pelo ânimo de libertar o pensamento pela ação dos homens uns

com os outros na tarefa comum de refazerem o mundo e de torná-lo mais e

mais humano”. Para o autor:

43 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005.

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

57 A realidade social, objetiva, que não existe por acaso, mas como

produto da ação dos homens, também não se transforma por acaso.

Se os homens são os produtores desta realidade e se esta, na

“inversão da práxis, se volta sobre eles e os condiciona, transformar a

realidade opressora é tarefa histórica, é tarefa dos homens" (FREIRE,

2005, p.41).

FREIRE (2005) considera que para se alcançar a “práxis libertadora”, aquela

capaz de motivar ações transformadoras onde haja a inserção crítica, só

haverá sua possibilidade através da “reflexão e ação dos homens sobre o

mundo”. Isso ocorre através de um convívio entre as pessoas que tenham uma

abertura para comunicação. Para FREIRE, “conviver, simpatizar, implicam

comunicar-se [...] somente na comunicação tem sentido a vida humana.”

“Quanto mais as massas populares desvelam a realidade objetiva sobre a qual

elas devem incidir sua ação transformadora, tanto mais se “inserem” nela

criticamente” (FREIRE, 2005, p. 44, p.74, p.75).

Definição e desenvolvimento da matriz de aspectos e

impactos da empresa (abrangendo o contexto comunitário), promovendo a

reflexão-ação para a tomada de decisões e servindo de parâmetros para a

revisão de valores e atitudes de cada um. Neste momento promove-se um

repensar de “onde estamos” e “onde queremos chegar”, levando a um

questionamento sobre escolhas e possibilidades, servindo como base

preparatória para a criação da Política Ambiental da empresa. São

realizadas a definição conceitual da política ambiental; a abordagem da

importância do seu comprometimento por todos os atores envolvidos; a

reflexão das conseqüências esperadas e quais as que poderão advir a

partir dos resultados das ações proporcionadas pela mudança de valores e

atitudes em prol do meio ambiente – por uma visão ética planetária. Desta

forma, pode-se fomentar a formação e capacitação de agentes

multiplicadores/colaboradores que possam dar continuidade ao

4ª FASE

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

58 desenvolvimento dos princípios da EASS e da política ambiental da

empresa;

Fundamentação:

(IQC 5) EA permanente, promovendo a aprendizagem contínua e

interessada, orientando e incentivando a criação de agentes multiplicadores

dos princípios da EASS.

Importante que o processo de EA, neste caso sócio educativo, seja capaz

de ser um processo contínuo, já que requer constantemente ações que o

alimentem. Seu desenvolvimento tem como desafio oportunizar as inter-

relações entre homem/natureza, contribuindo para a construção de uma

nova ética baseada no respeito a todas as formas de vida, proporcionando

assim um novo caminho, este, deseja-se, sem volta. Contribuindo para a

transformação socioambiental, de responsabilidade individual e coletiva,

local e planetária, espera-se alcançar um patamar de envolvimento para a

criação de multiplicadores/colaboradores com a questão ambiental,

envolvidos para levar adiante o conceito da sustentabilidade.

(IQC 7) EA ética, promovendo um sentimento de afetividade e respeito pelo

outro, não somente indivíduos (colaboradores da empresa e outros atores),

mas todas as formas de vida no planeta.

Pelas palavras de CARVALHO44 (2004), eis o desafio que a EA enfrenta: o

de encontrar um caminho que seja possível a reunião das expectativas da

44 CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. - 3ª ed. - São Paulo: Cortez, 2008.

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

59 felicidade humana e da integridade dos bens ambientais. “Trata-se de

construir uma cultura ecológica que compreenda natureza e sociedade

como dimensões intrinsicamente relacionadas e que não podem mais ser

pensadas – seja nas decisões governamentais, seja nas ações da

sociedade civil – de forma separada, independente ou autônoma”

(CARVALHO, 2004, p.141). E a autora preconiza:

A EA deve ter um ideal de convívio solidário dos sujeitos como

parte dessa teia de relações naturais, sociais e culturais que

constroem os modos individuais e coletivos de olhar, perceber,

usar e pensar o ambiente. O grande desafio da EA é, pois, ir além

da aprendizagem comportamental, engajando-se na construção de

uma cultura cidadã e na formação de atitudes ecológicas. Isso

supõe a formação de um sentido de responsabilidade ética e

social, considerando a solidariedade e a justiça ambiental faces de

um mesmo ideal de sociedade justa e ambientalmente orientada. A

formação de atitude orientada para a cidadania ecológica vai gerar

novas predisposições para ações e escolhas por parte das

pessoas. Nesse caso, mais do que apenas comportamentos

isolados, estaremos em face de um processo de amadurecimento

de valores e visões de mundo mais permanentes. (CARVALHO,

2004, p.181)

Finalizar com a elaboração da política ambiental,

mediante a participação de todos os atores da empresa, incentivando para

que os outros envolvidos nas fases anteriores também participem.

Aplicar um novo estudo do meio, proporcionando uma comparação com os

dados do mesmo estudo realizado na 1ª fase, demonstrando a evolução da

percepção ambiental e um novo olhar ecológico adquirido por cada

FINALIZAÇÃO

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

60 participante. É deixada como sugestão final, a cada um dos participantes, a

promoção de suas próprias políticas ambientais, seja em sua casa, sua

escola, sua comunidade, desenvolvendo, assim, um novo olhar ecológico

para o meio ambiente.

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

61 3.2.2 - Quadro-Resumo das fases do PEA-pae:

FASE PEA-pae IQCs

F

A

S

E

• São chamados a participar direção, força

de trabalho, familiares, comunidades do

entorno, professores, associação de

moradores, integrantes de ONGs,

instituições públicas, fornecedores e

consumidores, bem como quaisquer outras

partes interessadas;

• Início do projeto através de um estudo do

meio (sendo o foco a ser trabalhado a

empresa em questão), por um processo

participativo - quando todos terão a

oportunidade para exposição de impressões

e idéias do que enxergam dentro e fora da

empresa, cujos dados deverão ser

registrados para posterior comparação;

• Explanação da problemática ambiental

atual e da importância de inserção da

variável ecológica na empresa e no

cotidiano dos participantes;

• Escolha de temas a serem discutidos na 3ª

fase, definidos como prioritários mediante o

grau de interesse dos participantes.

IQC 3

EA participativa

IQC 4

EA abrangente

IQC 8

EA interdisciplinar

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

62

F

A

S

E

• Aplicação do curso de meio ambiente, com

referencial teórico vinculado a uma

abordagem sistêmica e holística, através do

método da ecoalfabetização ecológica.

IQC 6

EA

contextualizadora

F

A

S

E

• Desenvolvimento dos temas escolhidos na

1ª fase, através de textos, vídeos e posterior

debate sobre os assuntos abordados,

promovendo a reflexão-ação para a tomada

de decisões;

• Definição do que seja a matriz de aspectos

e impactos da empresa, a qual será

desenvolvida na 4ª fase.

IQC 1

EA emancipatória

IQC 2

EA transformadora

F

A

S

E

• Elaboração da matriz de aspectos e

impactos ambientais causados pela

empresa ao meio ambiente e à sociedade,

promovendo, através de sua abordagem, a

sensibilização e preparação para a criação e

implantação da Política Ambiental da

empresa;

• Explicação do conceito e criação da

política ambiental empresarial e a

importância do seu comprometimento por

todos os atores envolvidos;

IQC 5

EA permanente

IQC 7

EA ética

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

63 • Escolha de agentes multiplicadores, que

darão continuidade ao desenvolvimento dos

princípios da EASS, seja na empresa ou

fora dela, bem como para que os processos

empresariais continuem comprometidos com

a política ambiental da empresa.

F

I

N

A

L

I

Z

A

Ç

Ã

O

• Criação da Política Ambiental da Empresa,

com a participação de todos os atores

envolvidos;

• Finalização com um breve estudo do meio,

realizando uma comparação com os dados

do mesmo estudo realizado na 1ª fase,

demonstrando a evolução da percepção

ambiental e um novo olhar ecológico

adquirido por cada participante;

• Sugestão para a promoção e elaboração

de políticas ambientais a serem criadas

pelos próprios participantes, implantadas em

suas casas, escolas, comunidades,...

Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

64 3.3 – Discussão: alguns pontos a serem destacados para um

Projeto de Educação Ambiental

É de grande importância que a Educação Ambiental esteja atrelada ao

comprometimento da empresa e inserida à sua Política Ambiental, para que

assim não cesse sua valiosa contribuição, e que seus princípios e valores

continuem relacionados aos propósitos de uma educação ambiental

comprometida com uma sociedade sustentável, sendo um ponto de partida

para a introdução de outros programas que levem a uma melhoria contínua

para a empresa e para a sociedade;

Cabe ressaltar aqui sobre o cuidado em procurar elaborar uma política

transparente e de fácil entendimento, pois “frequentemente tem-se recorrido

à retórica de pouco conteúdo, sem apoio em ações concretas e eficazes.

São abundantes os exemplos de políticas ambientais formais e inúteis que,

tendo muitas vezes comprometido recursos [...] dormem nas gavetas dos

encarregados de sua implementação” (DONAIRE, 2008, p. 30);

Necessária se faz a efetiva divulgação da política ambiental da empresa,

interna e externamente, para que seus objetivos e metas sejam conhecidos

por todos;

É recomendada que seja feita constante avaliação da qualidade

conceitual e operacional do PEA no decorrer de sua implantação na

empresa, através dos IQCs. No entanto, deve-se manter o cuidado para

que não seja uma avaliação subjetiva e tendenciosa, estabelecendo

critérios para a mesma, complementando-se este raciocínio pelas palavras

de Ribeiro:

Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

65 “Sugere-se um mínimo de padronização em termos do tipo de

instrumentos a serem utilizados (relatórios, formulários de

observação, fichas de comunicação, questionários entrevistas,

escalas de avaliação, manuais de operação...). Vale lembrar que

todos os instrumentos são úteis na medida em que obedeçam aos

critérios de objetividade, validade e fidedignidade inerentes a um

instrumento cientificamente elaborado. Assim, torna-se possível

garantir a articulação entre objetivos, meios e resultados”

(RIBEIRO, 2007, p.131).

Em relação à elaboração de um projeto, Ribeiro alerta para o “cuidado

especial que se deve ter com a linguagem utilizada e com a precisão

quanto ao que se pretende alcançar” (RIBEIRO, 2007, p. 121). É sugerido

que o PEA seja elaborado e implementado por profissionais da área

acadêmica e/ou agregando “princípios e tendências pedagógicas

inovadoras, que integrem educando e educador, em um processo contínuo

de participação mútua” (Adams e Genlen, em PEDRINI, 2008, p. 20);

Estabelece-se uma carga horária mínima de 30/40 horas, para

implementação de um PEA quando da criação da política ambiental da

empresa, sendo de utilidade a elaboração de um fluxo de trabalho (um

roteiro) que garanta o atendimento das metas e objetivos a que o projeto se

propõe, facilitando assim o seu monitoramento e possíveis alterações;

De grande valia serão os registros e anotações de todas as etapas do

projeto, detalhando as ações a serem implementadas e explicações para a

execução das tarefas, constituindo um prático guia a ser utilizado quando

da tomada de decisão. A comunicação dos resultados e fases do projeto

proporciona maior engajamento dos participantes e abre possibilidades

para possíveis mudanças. “É essencial que todos os envolvidos no

processo e no contexto desencadeador do projeto percebam-no como um

instrumento de trabalho, passível de ser reestruturado sempre que

Page 66: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

66 necessário. Há de se entender que o projeto é um meio e não um fim”

(RIBEIRO, 2007, p.132).

Vale ressaltar atenção ao escolher os temas abordados na fase do curso

de meio ambiente para que também sejam questionadores da cultura e da

sociedade atual. Tal característica poderá proporcionar “excelente nível de

engajamento dos funcionários, motivando-os a incorporar a variável

ambiental” (Danciguer, Carvalho e Macarini, em PEDRINI, 2008, p. 172);

Importante a percepção, pelo educador, do envolvimento da força de

trabalho nas etapas do projeto, na medida em que não seja esta

participação apenas em cumprimento de uma obrigatoriedade imposta pela

empresa, mas sim uma oportunidade para que também se possa exercer a

criatividade em um processo participativo, considerando-se um aspecto

importante para o sucesso empresarial sua vinculação “ao uso criativo da

energia humana e ao envolvimento das pessoas na canalização e no

aproveitamento dessa energia” (RIBEIRO, 2007, p. 17), melhorando assim

a qualidade do trabalho em equipe;

Recomenda-se a sugestão de uma proposta, a ser oferecida à empresa,

de ação educativa a ser implementada em sua rotina empresarial,

proporcionando a participação efetiva com críticas, opiniões e manifestação

de experiências, formalizando um material enriquecedor para o próprio

funcionamento da empresa;

É bom frisar que o processo de conscientização ambiental, para que

tenha eficácia, deve ser focado na SENSIBILIZAÇÃO dos participantes para

o ambiente empresarial, para assim provocar uma ação integrada como um

todo.

Page 67: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

67 Espera-se que, sendo realizada a implementação do Projeto de Educação

Ambiental para a implantação da política ambiental, que esta intervenção

da educação ambiental tenha contribuído para “plantar a semente” da

participação e do diálogo entre as pessoas, e que isso não se perca, não se

dilua; que seja contínuo, evolutivo, e ainda, voluntário.

Page 68: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

68

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A incorporação da variável ambiental nas empresas é, hoje, uma

decorrência do mercado, que não tolera mais empresas poluentes,

agressoras do meio ambiente e desconformes a um modelo de

desenvolvimento sustentável. (Paulo Roberto P. de Souza). 45

A contribuição da Educação Ambiental na empresa, realizada com qualidade

conceitual e operacional, pode se tornar um valioso caminho para a criação da

política ambiental, sendo sua implantação um processo consistente e

participativo, capaz de atingir e envolver toda a hierarquia organizacional, seja

em empresas que optem por implementar um SGA, seja em empresas

motivadas a implantar sua política ambiental introduzindo a variável ecológica

em seus procedimentos, exercendo suas atividades com consciência e

responsabilidade socioambiental.

Que este caminhar seja capaz de levar ao repensar de uma nova ética em

direção à Sustentabilidade e que prepare a todos os envolvidos – estes, atores,

não mais expectadores - para suas vivências em uma sociedade sustentável.

Que seja revelada a busca do conhecimento do meio ambiente como um

projeto de vida, por uma percepção de que somos todos parte de um todo, e

que por isso, temos a responsabilidade pelo equilíbrio tanto do meio ambiente

quanto da sociedade em que vivemos, desafiando assim, o nosso pensar sobre

o paradigma que guia todas as nossas atitudes e pensamentos.

45 Ler SOUZA, Paulo R. P. em: O direito Ambiental e a construção da sociedade sustentável. Disponível em: < http://www.oab.org.br/comissoes/coda/files/artigos/%7B2FCF3577-28EA-45A8-96D0-EF6C446B8CEB%7D_construSociedadesustentavel.pdf >

Page 69: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

69 Uma mudança paradigmática implica numa mudança de percepção e

de valores, e isto deve orientar de forma decisiva para formar as

gerações atuais não somente para aceitar a incerteza e o futuro, mas

para gerar um pensamento complexo e aberto às indeterminações, às

mudanças, à diversidade, à possiblidade de construir e reconstruir num

processo contínuo de novas leituras e interpretações, configurando

novas possibilidades de ação (JACOBI, 2006) 46.

Que seja a empresa, neste caso, a incentivadora para adoção de uma postura

pró-ativa em relação às questões socioambientais, em busca de uma

sociedade mais ética, onde haja equidade e justiça social.

Neste sentido, este trabalho buscou contribuir para o desenvolvimento de

um Projeto de Educação Ambiental, a ser implantado na empresa, para que

se desenvolva um olhar ecológico, ético e generoso para as questões

ambientais e, para que tenha a empresa, daí para frente, um novo

caminhar, lado a lado com um comprometimento socioambiental e com uma

melhoria contínua, tanto para seus próprios processos, produtos e serviços,

como também contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de seus

funcionários, de seu ambiente de negócios e da sociedade.

Que este Projeto de Educação Ambiental (PEA) seja mais um caminho a

ser seguido, e ainda, uma sugestão para aqueles que desejem aprimorá-lo.

46 Ler JACOBI, Pedro em: Educação Ambiental e o desfio da Sustentabilidade sócioambiental. Disponível em: <http://www.teia.fe.usp.br/Biblio02/EA%20Desafio%20da%20Sustentabilidade.pdf>

Page 70: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

70

“Atender ao presente e gerar

respostas setoriais e estanques passou

a não ser suficiente;

olhar o futuro, horizontalizar a análise

e planejar corporativamente passou a

ser o caminho natural”.

Denis Donaire

Page 71: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ambientalismo como resposta à crise II; O desenvolvimento sustentável como

solução. (p. 15 a 22)

AVAS – Bloco Temático 1. Sociedade, natureza e desenvolvimento. A

importância da Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável. (p. 55

a 57)

AVAS - Bloco Temático 1. Texto complementar – SACHES, Ignacy. Pensando

sobre o Desenvolvimento na Era do Meio Ambiente.

AVAS - Bloco Temático 2. Texto complementar – BOFF, Leonardo. Ecologia:

Um Novo Paradigma.

AVAS - Bloco Temático 2. Texto complementar – LOUREIRO, Carlos Frederico

B. Loureiro. O Ambientalismo.

AVAS – Bloco Temático 4. Educar para a sustentabilidade. A

institucionalização da Educação Ambiental no Brasil (p. 228 a 231).

ANASTÁCIO FILHO, Sérgio. Sistema de Gestão Ambiental. Apontamentos

do profº. da disciplina Gestão Ambiental do curso de pós graduação em

GESTÃO AMBIENTAL da Universidade Cândido Mendes – R.J.

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72 CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos

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CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do

sujeito ecológico. - 3ª ed. - São Paulo: Cortez, 2008.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. – 9. ed.

– São Paulo: Gaia, 2004.

DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2ª ed. – 10. reimpr. – São

Paulo: Atlas, 2008.

Encontros e Caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005.

LOUREIRO, Carlos Frederico B. (org.). A questão ambiental no pensamento

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ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2007.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Educação ambiental empresarial no

Brasil. – São Carlos: Rima Editora, 2008.

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73 RIBEIRO, Améllia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: atuação do

pedagogo na empresa. - 4ª ed. – Rio de Janeiro, 2007.

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BOFF, Leonardo. Desenvolvimento ou Sociedade Sustentável? Disponível

em: <www.adital.com.br> Acesso em: 22/09/2008.

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Acesso em: 24/09/2008.

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74 CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL – CEBDS. Rede Brasileira de Ecoeficiência. Disponível em:

<http://www.cebds.org.br/cebds/eco-rbe-ecoeficiencia.asp> Acesso em:

05/01/2009

CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL – CEBDS. Produção Mais Limpa. Disponível em:

<http://www.cebds.org.br/cebds/eco-pmaisl-conceito.asp> Acesso em:

05/01/2009

COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE – CPRH. Fazendo

Educação e vivendo a Gestão Ambiental. Disponível em:

< http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/livreto-cprh.pdf > Acesso em:

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FÓRUM EDUCAÇÃO – Uma Postura Interdisciplinar - Thereza Cristina

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< http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm >

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em: <http://material.nerea-investiga.org/publicacoes/user_35/FICH_PT_38.pdf>

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< http://educar.sc.usp.br > Acesso em: 15/09/2008.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão; PELLICCIONE, Nina Beatriz Bastos.

Educação Ambiental Empresarial no Brasil: uma análise exploratória

sobre sua qualidade conceitual. Disponível em:

<http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-txt_importante/Pedrini_edit.pdf >

Acesso em: 15/08/2008.

SOUZA, Paulo Roberto P. O Direito Ambiental e a Construção da

Sociedade Sustentável. Disponível em:

<http://www.oab.org.br/comissoes/coda/files/artigos/%7B2FCF3577-28EA-

45A8-96D0-EF6C446B8CEB%7D_construSociedadesustentavel.pdf.> Acesso

em: 16/09/2008.

TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES

SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL – TEASS. Disponível em:

<http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/TratadoEA.pdf> Acesso

em:20/12/2008

WIKIPÉDIA. Sustentabilidade. Disponível em:

< http://pt.wikipédia.org/wiki/Sustentabilidade > Acesso em: 22/09/2008.

YAHOO. Ecoeficiência. Disponível em:

<http://www.geocities.com/Heartland/Valley/5990/ecoeficiencia.html> Acesso em: 10/01/2009

Page 76: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

76 ANEXO 1 – AS CINCO ETAPAS DO SISTEMA DE GESTÃO

AMBIENTAL (SGA)

O conceito de Gestão Ambiental está ligado à administração do exercício de

atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os

recursos naturais, renováveis ou não. Seu princípio é o da PREVENÇÃO:

cuidar para não ter maior custo, maior impacto e maior conseqüência. As

Normas Internacionais de gestão ambiental (ISO 14000) tem por objetivo

prover às organizações os elementos de um sistema de gestão, de forma a

auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos.

Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) consiste em cinco elementos básicos:

PLANEJAMENTO• Aspectos Ambientais

• Legislação e outros requisitos

• Objetivos e Metas

• Programa de Gestão Ambiental

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO• Estrutura e Responsabilidade

• Treinamento, Conscientização eCompetência

• Procedimentos de Comunicação

• Documentação Ambiental

• Controle da Documentação

• Controle Operacional

• Planos de Controle deEmergência

VERIFICAÇÃO E AÇÕES CORRETIVAS• Acompanhamento e Medição• Não conformidades e Ações Preventivas/Corretivas• Registros

• Auditorias de Sistemas de

• Gestão Ambiental

REVISÃO GERENCIALPELA ALTA

ADMINISTRAÇÃO

POLÍTICA AMBIENTALSGA

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77 1. POLÍTICA AMBIENTAL

→ É a declaração da organização, expondo suas intenções e princípios em

relação ao seu desempenho ambiental global, assegurando que ela seja

apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de sua atividade,

produtos ou serviços, incluindo:

- o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da

poluição;

- o comprometimento com o atendimento à legislação e normas ambientais

aplicáveis, e demais requisitos subscritos pela organização;

- o fornecimento de estrutura para o estabelecimento e revisão dos

objetivos e metas ambientais;

- que a política seja documentada, implementada, mantida e comunicada a

todos os empregados;

- e por fim, que esteja disponível para o público.

2. PLANEJAMENTO

→ Aspectos Ambientais: a organização deve estabelecer e manter

procedimentos para identificar os aspectos ambientais de suas atividades,

produtos ou serviços que possam por ela ser controlados e sobre os quais

presume-se que ela tenha influência, a fim de determinar aqueles que tenham

ou possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente.

→ Legislação e outros requisitos: a organização deve estabelecer,

implementar e manter procedimentos para identificar e ter acesso à legislação

e outros requisitos por ela subscritos, relacionados aos aspectos ambientais de

suas atividades, produtos ou serviços.

→ Objetivos e metas: a organização deve estabelecer, implementar e

manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis

relevantes na organização, bem como considerar os requisitos legais, seus

aspectos ambientais significativos, suas opções tecnológicas, requisitos

financeiros, operacionais e comerciais, e considerar a visão das partes

Page 78: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

78 interessadas. Os objetivos e metas devem ser mensuráveis, quando exeqüível,

e coerentes com a política ambiental.

→ Programa de Gestão Ambiental: a organização deve estabelecer,

implementar e manter programa(s) para atingir seus objetivos e metas,

incluindo a atribuição de responsabilidade para atingir os objetivos e metas de

cada função e nível pertinente da organização e definir os meios e prazos no

quais estes devem ser atingidos.

3. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO

→ Estrutura e Responsabilidade: a organização deve assegurar a

disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e

melhorar o sistema de gestão ambiental; definir as funções, responsabilidades

e autoridades, sendo estas documentadas e comunicadas a fim de facilitar uma

gestão eficaz; indicar representante específico da administração, que,

independentemente de outras responsabilidades, deverá assegurar que um

sistema de gestão ambiental seja estabelecido, implementado e mantido

conforme a norma NBR ISO 14001, bem como relatar à alta administração o

desempenho do sistema de gestão ambiental para análise, incluindo sugestões

para melhoria.

→ Treinamento, conscientização e competência: a organização deve

identificar as necessidades de treinamento apropriado para o pessoal cujas

tarefas possam criar um impacto significativo sobre o meio ambiente; deve

estabelecer e manter procedimentos que façam com que seus empregados ou

membros, em cada nível e função pertinentes, estejam conscientes da

importância de estar em conformidade com a política ambiental e com os

requisitos do SGA, dos reais ou potenciais impactos ambientais significativos

associados com seu trabalho e dos benefícios ambientais provenientes da

melhoria do desempenho pessoal, de suas funções e responsabilidades em

atingir a conformidade com os requisitos do SGA e ainda, que estejam

Page 79: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

79 conscientes das potenciais conseqüências da inobservância de procedimentos

operacionais especificados.

→ Comunicação: com relação aos seus aspectos ambientais e sistema de

gestão ambiental, a organização deve estabelecer, implementar e manter

procedimentos para que haja comunicação interna entre vários níveis e

funções da organização, e para o recebimento, documentação e resposta à

comunicação pertinente, oriunda das partes interessadas, inclusive externas.

→ Documentação do sistema de gestão ambiental: a organização deve

estabelecer e manter informações, em papel ou meio eletrônico, para

descrever os principais elementos do sistema de gestão e interação entre eles,

e fornecer orientação sobre a documentação relacionada.

→ Controle de documentos: a organização deve estabelecer e manter

procedimentos para o controle de todos os documentos exigidos pela norma

NBR ISO 14001, assegurando que:

- possam ser localizados;

- aprovados quanto à sua adequação;

- analisados, atualizados e re-aprovados conforme necessário;

- que suas versões relevantes de documentos estejam disponíveis em seu

ponto de uso;

- que documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis;

- que os documentos de origem externa requeridos pela organização sejam

identificados sendo sua distribuição controlada, assegurando que documentos

obsoletos sejam adequadamente identificados, removidos de todos os pontos

de missão e uso, prevenindo contra o uso não-intencional.

→ Controle operacional: a organização deve identificar aquelas

operações e atividades associadas aos aspectos ambientais significativos

identificados de acordo com sua política, objetivos e metas, para que as

mesmas sejam realizadas sob condições especificadas por meio de:

- estabelecimento, implementação e manutenção de procedimentos

documentados para controlar situações onde sua ausência possa acarretar

desvios em relação à sua política e aos objetivos e metas ambientais;

- determinação de critérios operacionais nos procedimentos;

Page 80: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

80 - e estabelecimento e manutenção de procedimentos relativos aos aspectos

ambientais significativos identificados de produtos e serviços utilizados pela

organização e a comunicação de procedimentos e requisitos pertinentes a

fornecedores, incluindo-se prestadores de serviço.

→ Preparação e atendimento a emergências: a organização deve

estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar potenciais

situações de emergência e potenciais acidentes que possam ter impacto sobre

o meio ambiente, bem como para prevenir e mitigar os impactos ambientais

que possam estar associados a eles; analisar e revisar, onde necessário, seus

procedimentos de preparação e atendimento às emergências, em particular,

após a ocorrência de acidentes ou situações emergenciais; e testar,

periodicamente, tais procedimentos, quando exeqüível.

4. VERIFICAÇÃO E AÇÕES CORRETIVAS

→ Monitoramento e medição: a organização deve estabelecer,

implementar e manter procedimentos documentados para monitorar e medir,

regularmente, as características principais de suas operações e atividades que

possam ter impacto significativo. Os procedimentos devem incluir a

documentação de informações para monitorar o desempenho, os controles

operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas

ambientais da organização; deve assegurar que os equipamentos de

monitoramento e medição estejam calibrados e mantidos, devendo-se reter os

registros associados.

→ Não-conformidade e ações corretivas e preventivas: a organização

deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para definir

responsabilidade e autoridade para tratar e investigar as não-conformidades,

adotando medidas para mitigar quaisquer impactos e para iniciar e concluir

ações corretivas e preventivas; qualquer ação corretiva ou preventiva adotada

para eliminar as causas das não-conformidades, reais ou potenciais, deve ser

adequada à magnitude dos problemas e proporcionais ao impacto ambiental

Page 81: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · contextualizado, capaz de proporcionar à empresa a inserção da variável ecológica em suas atividades, processos e produtos,

81 verificado. A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças

necessárias na documentação do sistema de gestão ambiental.

→ Auditoria do sistema de gestão ambiental: a organização deve

estabelecer e manter programas e procedimentos para auditorias periódicas do

sistema de gestão ambiental a serem realizadas de forma a determinar se o

sistema de gestão ambiental está em conformidade com os arranjos planejados

para a gestão ambiental, incluindo-se os requisitos da norma NBR ISO 14001,

se foi adequadamente implementado e é mantido e, se fornece informações à

administração sobre os resultados das auditorias.

5. REVISÃO GERENCIAL PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO

→ Análise crítica pela administração: a alta administração da

organização, em intervalos por ela predeterminados, deve analisar criticamente

o sistema de gestão ambiental, para assegurar sua conveniência, adequação e

eficácia contínuas. O processo de análise crítica deve assegurar que as

informações necessárias sejam coletadas, de modo a permitir à administração

proceder a esta avaliação. Essa análise crítica deve ser documentada.

A análise crítica pela administração deve abordar a eventual necessidade de

alteração da política, objetivos e outros elementos do sistema de gestão

ambiental à luz dos resultados de auditorias do sistema de gestão ambiental,

da mudança das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria

contínua.

Esclarecendo-se o funcionamento de um SGA, conforme abordado

anteriormente, pode-se agora compreender os seus princípios básicos,

conforme disposto no site da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos

(CPRH) 47, a saber:

47 COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE – CPRH. Fazendo Educação e vivendo a Gestão Ambiental. Disponível em: < http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/livreto-cprh.pdf >

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82 1 – Desenvolver e publicar uma política ambiental

2 – Preparar um programa de ação

3 – Organizar a empresa e seu pessoal incluindo a representação do conselho

4 – Alocar os recursos adequados

5 – Investir em ciência e tecnologia ambiental

6 – Educar e treinar

7 – Monitorar, fazer auditoria e relatar

8 – Monitorar a evolução da agenda ambiental

9 – Contribuir para programas ambientais e parcerias com as partes

interessadas

Obs.: O conteúdo abordado acima, descrevendo o funcionamento de um

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) foi elaborado a partir dos apontamentos

do prof. Sérgio Anastácio Filho, da disciplina Gestão Ambiental do curso de pos

graduação em GESTÃO AMBIENTAL da Universidade Cândido Mendes – R.J.

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