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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro Por: Angela Matos Pacheco Orientador Prof. Dr. William Lima Rocha Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da Cidade do Rio

de Janeiro

Por: Angela Matos Pacheco

Orientador

Prof. Dr. William Lima Rocha

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da Cidade do Rio

de Janeiro

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Direito

Ambiental.

Por: Angela Matos Pacheco

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu pai e à

minha mãe, em agradecimento a tudo que

fizeram por mim.

5

RESUMO

O presente trabalho trata da definição, do conceito constitucional e da

natureza jurídica de patrimônio cultural, de artigos referentes ao tema na

Constituição Federal de 1988, da legislação federal específica, da competência

constitucional dos municípios para proteção do patrimônio cultural e de

aspectos relacionados à proteção municipal ao patrimônio cultural da cidade

do Rio de Janeiro e sobre o que se tem realizado.

Foram abordadas as práticas que o referido Município tem

implementado, quais os instrumentos usados, como a criação de Áreas de

Proteção do Ambiente Cultural (APACs), do Tombamento, do Inventário, da

Declaração de Patrimônio Cultural para os Bens de Natureza Imaterial. Aborda

a criação por lei do Corredor Cultural no Centro da cidade do Rio de Janeiro,

sendo uma das APACs mais conhecida entre todas.

Apresentam-se também outras formas de proteção como a destinada

aos imóveis construídos em data anterior ao ano de 1938, incentivos como a

isenção de taxas e impostos para imóveis protegidos e da criação de leis e

decretos municipais específicos na área do patrimônio cultural.

Procura-se verificar os aspectos de influência na qualidade de vida dos

cidadãos e no meio ambiente urbano em seus vários aspectos com a proteção

do seu patrimônio cultural.

6

METODOLOGIA

Os métodos utilizados para o desenvolvimento deste trabalho, foram a

pesquisa em livros, artigos da internet, visita à biblioteca do SEDREPAHC -

Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e

Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico – Cultural da Cidade do

Rio de Janeiro (atual SUBPC - Subsecretaria do Patrimônio Cultural,

Intervenção Urbana, Arquitetura e Design que é um órgão da Secretaria

Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro) para pesquisar em

cadernos de recortes que são revistas com notícias de jornais antigos, para

pesquisar o projeto do corredor cultural e para se estudar o tema abordado em

livros específicos.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Patrimônio Cultural 10

CAPÍTULO II - Legislação Federal de Proteção

ao Patrimônio Cultural 13

CAPÍTULO III – A Proteção Municipal do Patrimô-

nio Cultural na Cidade do Rio de Janeiro. 22

CONCLUSÃO 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58

8

INTRODUÇÃO

O assunto abordado na presente monografia tem por objetivo

apresentar o que se tem realizado na cidade do Rio de Janeiro em relação à

proteção municipal do patrimônio cultural, pesquisar a legislação existente a

respeito do tema e verificar as conseqüências para a cidade e para a

sociedade.

As ações de proteção ao patrimônio cultural têm que estar apoiadas

em legislação especifica. A Constituição Federal de 1988 assegurou proteção

legal abrangente ao patrimônio cultural e preservar a identidade popular é uma

das funções do Estado e da sociedade. Nossa atual constituição admitiu a

tutela de direitos coletivos, que é de uso comum do povo no qual se inclui o

patrimônio cultural.

Cada órgão de proteção em suas esferas específicas federal (IPHAN),

estadual (INEPAC) e municipal (SEDREPAHC - atualmente substituído pelo

SUBPC) analisam o valor de cada bem e agem de acordo com sua visão

particular mas a sociedade também pode participar destas iniciativas. A

proteção também poderá ocorrer a nível mundial através da Organização das

Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, que neste

caso, o bem é reconhecido como Patrimônio da Humanidade.

No primeiro capítulo aborda-se a definição, o conceito constitucional e

a natureza jurídica do patrimônio cultural. Prosseguindo-se no segundo

capítulo verifica-se a legislação federal de proteção ao patrimônio cultural

brasileiro incluindo-se os artigos referentes ao mesmo na Constituição Federal

de 05 de outubro de 1988, as leis federais e a competência constitucional dos

municípios para sua proteção. Finalmente, apresenta-se no terceiro capítulo a

proteção municipal do patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro

ressaltando as iniciativas já realizadas e sua importância para os cidadãos e

para o meio ambiente urbano.

9

A proteção ao patrimônio cultural pelo poder público é ação

imprescindível para que tudo que envolva as nossas memórias, emoções e

que tenham valor, possam ser transmitidas para as novas gerações que estão

por vir.

10

CAPÍTULO I

PATRIMÔNIO CULTURAL

1.1 – Definição / Conceituação

No direito ambiental, além dos elementos da natureza estão incluídos

também os elementos criados pelo homem, assim como sua cultura.

O patrimônio cultural é um conjunto de elementos que englobam bens

de naturezas diversas, que podem ser bens materiais ou imateriais, móveis ou

imóveis, públicos ou privados e que tem como interessado toda a sociedade.

Conforme o Novo Dicionário Aurélio em sua versão eletrônica, a

definição para patrimônio é: bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de

valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a

humanidade, e que, ao se tornar (em) protegido (s), como por exemplo, pelo

tombamento, deve (m) ser preservado(s) para o usufruto de todos os cidadãos:

(...)

Conceituando bem cultural, Carlos Frederico Marés de Souza Filho em

sua obra Bens Culturais e sua Proteção Jurídica afirma,

Pela leitura da lei e da Constituição de 1988, bem cultural é aquele bem jurídico que, além de ser objeto de direito, está protegido por ser representativo, evocativo ou identificador de uma expressão cultural relevante. Ao bem cultural assim reconhecido é agregada uma qualidade jurídica modificadora, embora a dominialidade ou propriedade não se lhe altere. Todos os bens culturais são gravados de um especial interesse público – seja ele de propriedade particular ou não -, que pode ser chamado de socioambiental, (...).

Segundo Hely Lopes Meirelles, em sua obra Direito Administrativo,

11

o conceito de patrimônio histórico e artístico nacional abrange todos os bens, móveis e imóveis, existentes no país, cuja conservação seja de interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis da história pátria, ou por seu excepcional valor artístico, arqueológico, etnográfico ou bibliográfico. Tais bens tanto podem ser realizações humanas, como obras da natureza, tanto podem ser preciosidades do passado, como criações contemporâneas.

1.2 – Conceito constitucional

O conceito constitucional para patrimônio cultural está estabelecido no

artigo 216 da Constituição Federal do Brasil de 1988 designando os elementos

que constituem o bem ambiental cultural nacional que dispõe,

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Este artigo dispensou uma atenção especial ao tratar sobre o

patrimônio cultural brasileiro.

O bem para que seja reconhecido como patrimônio cultural, não

precisa mais ser delimitando como sendo de valor excepcional como assim

12

determinava o artigo 1° do Decreto – Lei n° 25/37, que é onde se encontra uma

das primeiras conceituações de patrimônio cultural.

A diversidade cultural e a identidade do povo brasileiro estão

reconhecidos na Constituição Federal como patrimônio cultural. É importante

para a promoção do bem estar social e da cidadania.

Conforme Celso Antônio Pacheco Fiorillo em sua obra Curso de Direito

Ambiental Brasileiro,

O bem que compõe o chamado patrimônio cultural traduz a história de um povo, a sua formação, cultura e, portanto, os próprios elementos identificadores de sua cidadania, que constitui princípio fundamental norteador da República Federativa do Brasil.

O Estado deve realizar incentivos para as criações, difundir a produção

cultural e proteger os bens contra destruição.

1.3 – Natureza jurídica do patrimônio cultural

Conclui-se da natureza jurídica de bem difuso de acordo com os

artigos 215, caput, e 216, parágrafo 1°, da Constituição Federal de 1988. O

bem sendo reconhecido como patrimônio cultural será considerado um bem

ambiental e assim consequentemente será difuso.

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CAPÍTULO II

LEGISLAÇÃO FEDERAL DE PROTEÇÃO AO

PATRIMÔNIO CULTURAL

É expressa na Constituição Federal e alguma legislação esparsa a

preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Segundo Fiorillo, op cit, “ao se tutelar o meio ambiente cultural, o

objeto imediato de proteção relacionado com a qualidade de vida é o

patrimônio cultural de um povo”.

2.1 – Artigos referentes ao patrimônio cultural brasileiro na

Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.

Na Constituição Federal Brasileira de 1988 ficou demonstrado a

preocupação do constituinte em proteger o bem jurídico social, visto que, em

vários artigos está expresso a finalidade estatal de preservação do patrimônio

cultural.

O atual texto constitucional brasileiro dedicou muitos artigos relativos à

cultura e aos bens culturais. Nela surge o conceito jurídico de patrimônio

cultural e distingue patrimônio cultural e natural (ambiental). O meio ambiente

possui um capítulo específico.

Estas determinações constitucionais relativas ao patrimônio cultural

estão expressos nos seguintes artigos:

Artigo 5° - Todos são iguais Perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito

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à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXXIII -- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Artigo 23° - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Artigo 24° - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto; Artigo 30° - Compete aos Municípios: (...) IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Artigo 170° - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim

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assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) VI - defesa do meio ambiente;

Artigo 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1°. O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras e das de outros grupos participantes do processo cívilizatório nacional. § 2°. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. Artigo 216° - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I – as formas de expressão; II – os modos de criar, fazer e viver; III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1°. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2°. Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3°. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4°. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

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§ 5°. Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. Os artigos 220 e 221, referentes à comunicação social, expressam princípios que interessam à questão cultural: Artigo 220° - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão, e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. Artigo 221° - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; Artigo 225° - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § I°. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

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V - controlar a produção, a comercialização e emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos o níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 2°. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão publico competente, na forma da lei. § 3°. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente obrigação de reparar os danos causados. § 4°. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônio Nacional e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a. preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5°. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6°. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

2.2 – As leis federais de proteção cultural

O Decreto – Lei Federal n° 25 de 30 de novembro de 1937 organiza a

proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Segundo o artigo 1°,

Art. 1º - Constitui o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público,

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quer por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. § 1º - Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que trata o art. 4º desta Lei.

Neste Decreto não havia ainda qualquer tipo de disposição quanto a

participação popular nem preocupação com os bens culturais de interesse do

povo.

Bens materiais (móveis e imóveis) são mencionados mas os bens

imateriais não estão protegidos.

Outro aspecto importante é que o referido Decreto exigia o instrumento

de tombamento para que o bem fosse reconhecido como patrimônio histórico e

artístico nacional, mas de qualquer forma foi um avanço na preservação do

patrimônio cultural.

No Estado do Rio de Janeiro existe o Decreto – Lei n° 2 de 11 de abril

de 1969 que completa as disposições da lei federal.

A Lei Federal n° 3924/61 dispõe sobre os monumentos arqueológicos

e pré -históricos.

A proteção do patrimônio cultural também pode ser alcançada pela

Ação Civil Pública (Lei 7347/85), através dos legitimados no art. 5° da referida

Lei, para promover ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais

causados ao meio ambiente; ao consumidor; aos bens e direitos de valor

artístico; estético; histórico; turístico e paisagístico; qualquer outro interesse

difuso ou coletivo; por infração da ordem econômica e da economia popular e

à ordem urbanística.

19

Pode-se também destacar a Ação Popular (Lei 4717/65), que de

acordo com seu artigo 1°, qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a

anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio e em seu

parágrafo 1° considerou-se patrimônio público, para os fins do artigo citado

acima, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou

turístico.

No Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/01), encontra-se a

regulamentação dos arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece

diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Observa-se que

esta lei também consagra a proteção do patrimônio cultural de acordo com o

art 2°, XII, que dispõe:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: (...) XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.

Instrumentos jurídicos de política urbana do Estatuto da Cidade que

poderão ser utilizadas na preservação do patrimônio cultural como o artigo 28,

que possibilita a outorga onerosa do direito de construir e o artigo 35 que

dispõe sobre a possibilidade da transferência do direito de construir para ser

alienado ou exercido em outro local quando for para fins de interesse de

preservação local.

2.3 – Competência constitucional dos Municípios para proteção

de patrimônio cultural

Todas as esferas políticas são competentes pela proteção dos bens

com interesse cultural. Suas políticas deverão implementar atos de

20

preservação cultural, de modo a impedir a destruição dos bens culturais,

conforme dispõe o inciso III, do artigo 23 da Constituição Federal Brasileira,

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

O município está incluso nesta tarefa, de modo que, em sua estrutura

administrativa é comum a existência de Secretarias ligadas à cultura.

O artigo 30 da Constituição Federal Brasileira traça as competências

municipais onde a administração se apóia para se estruturar, conforme se

segue:

Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (...) VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

No que diz respeito a interesse local significa atender as necessidades

locais, próprias daquela coletividade, mesmo que tenham repercussão sobre o

Estado e legislar suplementarmente à legislação federal e estadual no que

couber significa dizer, atuar onde houver possibilidade.

Interpretando-se o artigo 216, parágrafo 1°, com o artigo 30, IX, da

Constituição Federal subentende-se que o município tem a possibilidade de

legislar, cabendo promover a proteção cultural dentro dos seus limites de

21

atuação e no artigo 30, I, da Constituição Federal que afirma que compete ao

Município legislar sobre assuntos de interesse local.

A legislação existe, mas para se por em prática a proteção do

patrimônio cultural depende de vontade política e de ações administrativas

para implementá-las.

22

CAPÍTULO III

A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da Cidade

do Rio de Janeiro

A proteção do patrimônio cultural pelo Município é de suma

importância, pois, é através do poder local que é maior a possibilidade de

preservar a identidade cultural do povo, por estar mais próximo dos cidadãos e

com esta condição terá mais eficiência, e inclusive o artigo 216, parágrafo 1°,

da Constituição Federal, dispõe que,

O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

O artigo acima indica que a preservação do patrimônio cultural deve

ser promovida por todos, através dos mecanismos de proteção existentes e de

um modo democrático.

É no Município onde a participação da comunidade é mais evidente e

aí consegue-se o resguardo da sua identidade.

Segundo Ramón Gutierrez (1989, apud CARRERA, Francisco, 2005)

no livro Cidade Sustentável Utopia ou Realidade, afirma que a perda de um

centro histórico de uma cidade corresponde à perda também de valores sociais

de convivência, à destruição da solidariedade comunitária na cidade e à

prevalência da competição e não da cooperação. A cidade que não preserva

seus centros culturais perde sua identidade e o seu cidadão passa a não se

identificar com o seu próprio meio, sentindo-se um perfeito forasteiro, no

próprio local onde reside e trabalha. A preservação do patrimônio cultural de

uma cidade é uma forma de se fomentar a melhoria da qualidade de vida, uma

vez que esta está diretamente associada a fatores de grande importância

23

urbanística, como a sadia qualidade de vida e o pleno acesso aos valores

culturais da cidade. (CARRERA, 2005, p.66)

Na estrutura administrativa municipal da cidade do Rio de Janeiro

criou-se a Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e

Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico – Cultural da Cidade do

Rio de Janeiro – SEDREPAHC, pelo Decreto 26.239 de 6 de março de 2006,

que trata da política pública de proteção e conservação do patrimônio cultural,

detém as áreas urbanas protegidas e de acordo com seu organograma o

Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC) é o

responsável pela tutela de bens tombados em nível municipal e dos imóveis

construídos em data anterior a 1938. O Conselho é um órgão consultivo e

propõe a política de proteção do patrimônio cultural. A Coordenadoria de

Proteção e Conservação é responsável pela tutela dos bens situados em

APACS (Área de Proteção do Ambiente Cultural) e dos bens de natureza

imaterial. Recentemente foi criado pelo Decreto Municipal de 01 de janeiro de

2009 a Subsecretaria do Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e

Design (SUBPC) que é um órgão da Secretaria Municipal de Cultura da

Prefeitura do Rio de Janeiro cuja finalidade é proteger e conservar o patrimônio

cultural existente no Município. Ele atuará fazendo pesquisas e elaborando

estudos tendentes ao tombamento dos bens do patrimônio cultural, histórico e

artístico ou paisagístico do mesmo modo como atuam o IPHAN ( federal) e o

INEPAC ( estadual).

Nota: No decorrer deste trabalho mudou a estrutura da Secretaria

Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e Revitalização do

Patrimônio e da Memória Histórico – Cultural da cidade do Rio de Janeiro –

SEDREPAHC. Ela foi substituída pela Subsecretaria do Patrimônio Cultural,

Intervenção Urbana, Arquitetura e Design - SUBPC, sendo que neste trabalho

foi considerada a estrutura da administração da Prefeitura da cidade do Rio de

Janeiro passada, por estar ainda em mudança a nova estrutura.

24

3.1 – Práticas adotadas pelo município na preservação do

patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro

As práticas adotadas pelo Município do Rio de Janeiro para se fazer

valer a preservação do seu patrimônio cultural vem através dos instrumentos

(como a criação das APACs em seu Plano Diretor Decenal de 1992, Lei

complementar 16/1992, do Tombamento, do Inventário, da Declaração de

Patrimônio Cultural para os Bens de Natureza Imaterial), da proteção dos

imóveis construídos em data anterior a 1938, de incentivos como a isenção de

taxas e impostos municipais para os imóveis protegidos, da criação de leis e

decretos específicos na área do patrimônio cultural e consequentemente sua

atuação através de sua administração.

Assim com estas práticas o governo local implementa a política urbana

de preservação proposta.

3.1. 1 – Instrumentos .

O Tombamento, o Inventário, a criação das Áreas de Proteção do

Ambiente Cultural (APACS) e a Declaração do Patrimônio Cultural para os

Bens de Natureza Imaterial são instrumentos que o Município do Rio de

Janeiro utiliza para a proteção de patrimônio cultural da cidade.

Estes instrumentos utilizados encontram-se amparados na

Constituição Federal no parágrafo 1° do art. 216 citado anteriormente.

A cultura e a natureza são patrimônios que integram o patrimônio ambiental e

devem ser preservados para que se possa realizar a qualidade de vida.

25

3.1.1.1 –Tombamento .

Regido pelo Decreto Lei Federal n° 25 de 30 de novembro de 1937,

que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, também

conhecido como Lei de Tombamento, e demais alterações parciais, o

tombamento é um dos instrumentos pelo qual o município do Rio de Janeiro

protege seu patrimônio cultural.

Encontramos na Constituição Estadual do Rio de Janeiro, além da

legislação constitucional e específica, a previsão do tombamento em seu artigo

321. No Município do Rio de Janeiro, a Lei n°166/80 dispõe sobre o processo

de tombamento e dá outras providências.

Através do tombamento o Poder Público protege os documentos,

obras e locais de valor histórico, paisagístico, cultural, arquitetônico, ambiental,

estético, arqueológico e também de valor afetivo para a população exercendo

assim a tutela do patrimônio cultural com vistas a impedir que o mesmo seja

destruído ou modificado. É sem dúvida uma das formas mais eficazes de

proteção e conservação.

Conforme Paulo Affonso Leme Machado, em sua obra Direito

Ambiental Brasileiro,

O tombamento é uma forma de implementar a função social da propriedade, protegendo e conservando o patrimônio privado ou público, através da ação dos poderes públicos, tendo em vista seus aspectos históricos, artísticos, naturais, paisagísticos e outros relacionados à cultura, para a fruição das presentes e futuras gerações. (MACHADO, 2008, p.946)

Carlos Frederico Marés de Souza Filho, apud Ana Maria Moreira

Marchesan no site do Ministério Público do Rio Grande do Sul em seu artigo A

26

Proteção Constitucional ao Patrimônio Cultural conceitua tombamento como

sendo: “o ato administrativo da autoridade competente, que declara ou

reconhece valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, bibliográfico,

cultural ou científico de bens que, por isso passam a ser preservados”.

(www.mp.rs.gov.br, 29/03/09)

Segundo a autora no mesmo artigo acima, Marés posiciona-se no

sentido de que o tombamento é um ato de efeitos diferenciados. É constitutivo

de efeitos determinados na lei; ou seja, homologado o tombamento, passa o

bem à condição de imune contra atos do proprietário ou de terceiros que o

possam mutilar, alterar ou destruir. É meramente declaratório de um valor

cultural que o bem já possuía, porquanto se não o tivesse, não caberia o

tombamento.

A consideração de que um bem tem valor excepcional é quando

representa um período histórico, arquitetônico, ou de costume, que para um

grupo social seja significativo, podendo ser nacional, regional ou municipal.

Os critérios que justificam o tombamento de um bem variam. A visão

do Município será diferente da União ou do Estado, porque se para o Município

o valor de um certo bem é inegável para a União ou o Estado poderá não ter a

mesma significância.

Quando for muito relevante seu valor, maior será a restrição a

alterações, porque os imóveis e terrenos contíguos também sofrem restrições.

Isto é devido ao fato que o entorno irá valorizar o bem principal sendo que

cada caso é estudado individualmente.

Sendo necessário a legislação em vigor possibilita a criação de área de

entorno quando esta complementa a ambiência do bem tombado, quando é

preciso preservar a visibilidade do bem ou valorizando-o, com isso junto com o

tombamento esta área de entorno é delimitada. Cada lei ou decreto normatiza

sobre as restrições para estas áreas de entorno.

27

O Tombamento gera restrições administrativas para que o bem seja

preservado e protegido. O proprietário continua com a propriedade do bem, o

que acontece, de acordo com o site da prefeitura do Rio de janeiro, “é que, a

partir do ato de proteção, o imóvel não poderá ser demolido e qualquer obra de

reforma, modificação ou alteração de uso ou atividade deverá ser previamente

analisada e aprovada pelo órgão de tutela”. (www.rio.rj.gov.br, 04/03/09).

Conforme o site da Prefeitura do Rio de Janeiro,

É o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, de acordo com as prerrogativas previstas na Lei 166 de 27 de maio de 1980, o responsável por orientar o Prefeito nas decisões relativas aos atos de tombamento e destombamento. Quando decretado o tombamento, também compete ao CMPC, em relação aos bens tombados municipais, pronunciar-se quanto à demolição, no caso de ruína iminente; modificação; transformação; restauração; pintura ou remoção da mesma; expedição ou renovação de licença para obra, para afixação de anúncios, cartazes ou letreiros; para instalação de atividade comercial ou industrial e ainda quanto à prática de qualquer ato que de alguma forma altere a aparência, a integridade estética, a segurança ou a visibilidade de bem tombado pelo Município. (www.rio.rj.gov.br, 04/03/09).

Quando o bem tombado é móvel, ele terá que ser mantido em bom

estado de conservação e só poderá sair do Município com autorização do

órgão de tutela.

No Município do Rio de Janeiro, conforme o artigo 1° da Lei 166/80, o

ato de tombamento de um bem é da competência do Prefeito, mas o cidadão

também tem direito de requerer, podendo abrir um processo constando as

razões do tombamento, com fotos do imóvel e do seu entorno.

Na SEDREPAHC (Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa,

Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico –

Cultural da Cidade do Rio de Janeiro) será analisado o valor do imóvel. Após

28

será encaminhado para o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio

Cultural para avaliação do valor arquitetônico e histórico do exemplar.

É sacramentado no registro do Livro do Tombo existindo vários tipos

de livros de acordo com o bem tombado ou no livro apropriado na esfera

estadual ou municipal.

3.1. 1.2 – O Inventário

O inventário de bens de valor histórico cultural é um dos instrumentos

de preservação indicado na Constituição Federal no parágrafo 1° do artigo

216.

É uma relação de bens, reconhecidos por técnicos especializados em

diversas áreas, com importância sócio-cultural.

Seu regime jurídico ainda não foi definido mas é necessário para que o

proprietário e o poder público tenham clareza da necessidade de sua

preservação. Tem-se, pois, que se regular os efeitos jurídicos do inventário.

Atualmente o proprietário só toma conhecimento de que sua

propriedade está inventariada quando necessita obter licença de obra.

Isso acarreta o não atendimento ao que dispõe o princípio

constitucional da publicidade e do direito de contraditório.

Antônio Silveira Ribeiro dos Santos em artigo intitulado a Participação

da Sociedade na Proteção do Patrimônio Cultural no site Programa Ambiental:

A Última Arca de Noé, afirma que “os inventários e registros acabam servindo

mais para demonstrar que aquele patrimônio cultural é reconhecido como tal

pelo Poder Público, o que não impede a degradação ou outro ato que o

prejudique”. (www.aultimaarcadenoe.com, 05/03/09)

29

3.1.1.3 – Criação das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural

(APACS)

Criado em 1992, com o Plano Diretor Decenal, Lei Complementar

16/1992, a Área de Proteção do Ambiente Cultural (APACS), é um instrumento

utilizado para a proteção do ambiente construído em que se estabelece a

política pública de proteção do patrimônio cultural. A Área de Preservação

Ambiental (APA) seria apenas para o ambiente natural.

Através da APAC o Município do Rio de Janeiro vem preservando

conjuntos urbanos representativos das diversas fases da cidade e não mais

apenas se focando nos prédios e monumentos notáveis. A APAC protege

conjuntos arquitetônicos que trazem qualidade urbana ao local, mas não

impedem o seu desenvolvimento.

Estas áreas podem variar de tamanho podendo chegar a englobar um

ou mais bairros.

Segundo o site da Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa,

Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico –

Cultural da Cidade do Rio de Janeiro - SEDREPAHC,

Na formação da identidade cultural urbana entra uma complexa série de ingredientes que tornam cada bairro único e familiar aos seus moradores e freqüentadores. Preservar esse ambiente, sua fisionomia aproximam o Patrimônio do cotidiano da cidade e da vida de seus habitantes. E representa a parceria do poder público com a comunidade – que em diversas ocasiões inicia o processo de discussão e reivindica proteção da memória edificada de seu bairro – para a manutenção da qualidade de vida e à participação no planejamento da cidade.(www.rio.rj.gov.br, 04/03/09)

Segundo o mesmo site da SEDREPAHC,

Em uma APAC, independentemente do valor individual deste ou daquele imóvel, o que importa é o valor de

30

conjunto. A proposta de proteção de uma área é precedida de um estudo da evolução urbana do lugar, mapeando sua forma de ocupação e seu patrimônio edificado, bem como as relações que os imóveis, logradouros e atividades ali desenvolvidas estabelecem entre si.

Os bens são inventariados, cadastrados e classificados como

preservados e tutelados. Nestes elementos de composição os que são de valor

inestimável são tombados, os caracterizadores do conjunto são preservados e

os demais são tutelados.

Quando um bem pertence a um conjunto arquitetônico representativo

da identidade cultural de um bairro, localidade ou entorno de um bem tombado

ele é indicado para preservação. A volumetria, telhados e fachadas são

mantidos. As modificações internas que se integram aos elementos

arquitetônicos preservados são permitidas. O objetivo desta proteção é

preservar a ambiência urbana.

Um bem é tutelado para não descaracterizar o conjunto protegido. Ele

poderá ser modificado ou substituído após análise e aprovação do órgão de

tutela, pois não possuem valor de conjunto. A tutela é para a área de entorno

para que não interfira no bem preservado e tombado.

Está relacionado abaixo a lista das APACs em vigor por ano de

publicação de acordo com o site (www.rio.rj.gov.br, 04/03/09).

APAC em vigor por ano de publicação

1984 a 1992

1984

· Corredor Cultural (Centro)

· Santa Teresa

31

1988

· SAGAS (Saúde, Gamboa e Santo Cristo)

· Urca

1990

· Bairro Peixoto (Copacabana)

1991

· Cidade Nova e Catumbi

· Cosme Velho e parte de Laranjeiras

· São José (Laranjeiras) – área incorporada à APAC do Catete em 2005

1992

· Fábrica Confiança (Vila Isabel) – Tombamento com área de entorno,

equivalente a uma APAC

· Lido (Copacabana)

· Cruz Vermelha (Centro)

1993 a 1996

1993

· Santa Cruz

· São Cristóvão

1994

· Entorno do Colégio Militar (Tijuca)

· Entorno das Casas Casadas (Laranjeiras) – Incorporada à APAC Laranjeiras

em 2001

1996

· Jockey Club - Tombamento com área de entorno, equivalente a uma APAC

32

1997 a 2000

1997

· Teófilo Otoni (Centro) - área incorporada à APAC do Mosteiro de São Bento

em 2004

1998

· Ribeiro de Almeida (Laranjeiras) – área incorporada à APAC de Laranjeiras

em 2001

1999

· Paquetá

2000

· Entorno da Igreja do Divino do Espírito Santo (Estácio) - Tombamento com

área de entorno, equivalente a uma APAC

2001 a 2007

2001

· Leblon

· Laranjeiras

· Jardim Botânico

2002

· Botafogo

2003

· Ipanema

2004

· regulamentação da APAC de São José – legislação incorporada à APAC do

33

Catete em 2005

· Entorno do Colégio Baptista (Tijuca)

· Entorno do Mosteiro de São Bento (Centro)

2005

· Catete

2006

· Humaitá

2007

· Decretos complementares às APAC Leblon, Laranjeiras, Ipanema e Catete.

3.1.1.4 – A Declaração do Patrimônio Cultural para os Bens de

Natureza Imaterial.

A Constituição Federal de 1988, no artigo 216, “caput”, op cit, definiu

de que se constitui o patrimônio cultural brasileiro, incluindo os bens de

natureza material e imaterial.

Através da instituição do Registro de Bens Culturais de Natureza

Imaterial pelo Decreto n° 23.162 de 21 de julho de 2003 que foi fruto dos

estudos para o bairro de Ipanema e que tem de acordo com o site da prefeitura

do Rio de Janeiro, a finalidade de “preservar a memória coletiva e intangível

dos modos do fazer e viver; das criações artísticas, científicas e tecnológicas;

das atividades e celebrações; dos lugares; das formas de expressão”.

(www.rio.rj.gov.br, 20/03/09)

Pode-se observar a seguir os bens imateriais registrados, com seus

respectivos Decretos, que conferem identidade ao povo carioca de acordo com

o site da SEDREPAHC, (www.rio.rj.gov.br, 20/03/09):

34

Sítio Cultural de Ipanema, o bairro de Ipanema, pela sua história,

tornou-se uma referência do modo de vida do carioca, refletindo-se em todo o

país. O bairro constitui sítio urbano onde se processaram, e ainda se

processam significativos acontecimentos em todos os setores culturais da

cidade. Perpetuar a memória coletiva do bairro, representada pelos seus bens

materiais e imateriais, e de se criarem outras formas de preservação dessa

memória, foi o objetivo deste decreto.

Decreto n.º 23163, de 21 de julho de 2003 – APAC de Ipanema

Banda de Ipanema, entidade carnavalesca que se tornou referência

cultural do carnaval carioca. Inscrita no Livro de Registro das Atividades e

Celebrações.

Decreto n.º 23.926, de 23 de janeiro de 2004

“Lambe-Lambe”, denominação para o ofício de fotógrafo ambulante,

atividade que testemunhou e documentou para a posteridade a imagem de

inúmeros personagens, conhecidos ou anônimos, da cidade; tais personagens

se tornaram referencias culturais na paisagem urbana carioca. Inscrito no Livro

de Registro dos Saberes.

Decreto 25.678 de 18 de agosto de 2005

Obra Musical de Pixinguinha, a importância cultural da obra musical

de Alfredo da Rocha Vianna Filho - legalmente, Alfredo da Rocha Vianna

Júnior, conhecido como PIXINGUINHA, para a cidade do Rio de Janeiro é

referência cultural no panorama da música popular brasileira. Inscrita no Livro

de Registro das Formas de Expressão.

Decreto n.º 25.271 de 19 de abril de 2005

Beco das Garrafas, espaço urbano situado entre os números 21 e 37

da Rua Duvivier, no bairro de Copacabana, denominado “Beco das Garrafas”.

O local é considerado o berço da Bossa Nova e está inscrito no Livro de

Registro dos Lugares.

Decreto n.º 25918 de 26 de outubro de 2005

35

Cordão da Bola Preta, entidade carnavalesca fundada em 1918.

Inscrito no Livro de Registro das Atividades e Celebrações.

“Quem não chora não mama”, música de autoria de Nelson Barbosa e Vicente

Paiva, registrada na voz de Carmem Costa. Inscrita no Livro de Formas de

Expressão.

Decreto n.º 27.594 de 14 de fevereiro de 2007

Bossa Nova, movimento da música popular brasileira surgido no final

da década de 1950 e início da década de 1960. Um dos gêneros musicais

brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, do qual há várias composições

consideradas jóias da música nacional (Chega de Saudades, Garota de

Ipanema, Samba do Avião, Águas de Março, Desafinado, O barquinho, Lobo

Bobo, Eu Sei Que Vou Te Amar, Se Todos Fossem Iguais a Você, Carta ao

Tom, Ela é Carioca, Corcovado, Insensatez, Samba de um nota só, O pato).

Inscrita no Livro de Formas de Expressão.

Decreto n.º 28552 de 15 de outubro de 2007

Torcida do Flamengo, a torcida do Clube de Regatas do Flamengo,

também conhecida como Nação Rubro-Negra, é a maior torcida do Rio de

Janeiro e do Brasil. Um exemplo de paixão, festa e euforia quando se

apresenta nos jogos de futebol do seu time. Gritos, palmas ritmadas e o hino

do clube são exemplos de manifestações organizadas e integradas que

empolgam e conduzem o seu time. A prática do futebol faz parte dos hábitos e

costumes da população da cidade do Rio de Janeiro e constitui uma paixão

carioca, sendo a torcida do flamengo a mais alta manifestação dessa paixão.

Inscrita no Livro de Formas de Expressão

Decreto n.º 28787 de 4 de dezembro de 2007

Escola de Samba, surgidas a partir da fundação da “Deixa Falar”, em

1928, no bairro do Estácio, na Rua Maia de Lacerda, 27 – entre seus

fundadores se encontrava o sambista Ismael Silva. Passaram a se chamar

“Escolas de Samba” por iniciativa de Ismael, que quis fazer uma analogia com

uma Escola Normal, situada naquelas cercanias. Se a Escola Normal formava

36

professores, a Deixa Falar formaria “professores de samba”. Se a Deixa Falar

não é a primeira organização carnavalesca a surgir, é a primeira a usar o termo

“Escola de Samba”. Na década de 60 do século XX, os desfiles começam a

tomar nova forma, numa busca cada vez maior pelo espetáculo. A década de

70 produz nova revolução, quando as escolas assumem, de vez, o lugar das

Grandes Sociedades e incorporam definitivamente os carros alegóricos ao

desfile. As Escolas de Samba se organizaram em caráter empresarial e hoje

produzem, alem do samba, artefatos que são expressivas obras de arte. De lá

pra cá, os desfiles se tornaram o ponto referencial do carnaval carioca. De

forma dinâmica, intensa e verdadeira. Inscrita no Livro de Registro dos

Saberes, no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro

das Atividades e Celebrações

Decreto n.º 28980 de 31 de janeiro de 2008

Obra Literária de Machado de Assis. Durante sua busca pela

brasilidade, Machado de Assis encontrou, como sua fonte principal, a vida

urbana da cidade do Rio de Janeiro e, ao transpor para sua obra as relações

sociais vigentes, compôs uma expressão literária de uma sociedade dividida e

contraditória. Machado é um dos maiores escritores brasileiros de todos os

tempos. A sua obra literária é de importância incontestável, ainda hoje, na

construção da identidade, da memória e da cidadania, não só do carioca, mas

de todo o povo brasileiro. Inscrita no Livro das Formas de Expressão.

Decreto n.º 29902 de 26 de setembro de 2008

Cine Paissandu, situado na Rua Senador Vergueiro, 35 – loja, no

bairro do Flamengo o cinema foi ponto agregador de jovens cinéfilos e

intelectuais que formaram a chamada Geração Paissandu, desde os anos

1960, quando foi inaugurado. O local era uma referência cultural na cidade

pela exibição do cinema de arte. Seu funcionamento foi interrompido no dia 31

de agosto de 2008. Inscrito no Livro de Registro dos Lugares.

Decreto n.º 29916 de 2 de outubro de 2008.

37

Estas diversas formas de expressão cultural constituem o patrimônio

cultural de natureza imaterial do carioca.

O registro do bem cultural imaterial tem o intuito de favorecer a

continuidade, de identificar manifestações culturais.

Segundo Paulo Affonso Leme Machado em sua obra Direito

Ambiental Brasileiro,

Os critérios da conceituação dessa continuidade histórica não devem ser precipitados ou imediatistas, pois banalizariam o registro e o título. De outro lado,não devem esses critérios exigir um longo período de vida do bem cultural, pois ele poderia já estar entrando numa fase de declínio ou de senectude. (MACHADO, 2008, p.942)

Segundo Machado, op cit,

No registro haverá um comportamento do Poder Público de valorização e de promoção do bem registrado, não pressupondo uma ajuda direta na existência do bem, nem um controle pelo órgão público do patrimônio cultural. (MACHADO, 2008, p.943)

3.1.2 – Criação do Corredor Cultural

A paisagem do Centro do Rio de Janeiro é marcada pela passagem da

Colônia, do Império e da República Velha e para preservar o que restou desta

arquitetura antiga, a Prefeitura criou o Projeto Corredor Cultural.

O decreto municipal n° 4141/83 aprova o PA 10.290 e o PAL 38.871 e

fixa os limites da área abrangida pelo Corredor Cultural. Este decreto foi o

ponto de partida para resgatar as referências sociais, culturais e arquitetônicas.

38

Foram preservados pelo Município: a Colônia, na Praça 15; o Império

na Praça da República, a Primeira República, na Cinelândia, e o início do

século, na Saara.

A idéia do projeto do Corredor Cultural é do arquiteto Augusto Ivan de

Freitas Pinheiro que desenvolveu como proposta em curso realizado na

Holanda.

Foi o Prefeito Jamil Haddad quem assinou o decreto instituindo o

projeto urbanístico do Corredor Cultural em 14/07/1983. Foi criado com o

objetivo de revitalizar o Centro da cidade.

O projeto foi implementado para reviver a história antiga, a cultura, o

lazer, para revitalizar os aspectos arquitetônicos e tradicionais do Centro. A

área abrange 1,3 milhão de metros quadrados. Esta superfície foi destinada

para áreas de preservação, renovação urbana, praças já existentes, novas

praças, circulação para veículos, calçadas e rua de pedestres.

Cerca de 1238 imóveis foram preservados, assim, não poderão ser

modificadas suas características arquitetônicas.

No Corredor Cultural não pode construir edifícios exclusivamente de

garagem ou com predominância de pavimentos – garagem e a licença para

colocação de letreiros ou outros elementos que atrapalhem a visibilidade dos

prédios estará subordinada à prévia audiência do Grupo Executivo do Corredor

Cultural.

O Corredor Cultural é a área de proteção do ambiente cultural (APAC)

mais conhecida entre todas, localizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro.

Foi criado pela Lei n° 506 de 17 de janeiro de 1984. Ela cria a Zona Especial

do Corredor Cultural, de proteção paisagística e ambiental do Centro da cidade

do Rio de Janeiro, dispõe sobre o tombamento de bens imóveis na área de

entorno e dá outras providências.

39

Esta lei definiu que a zona especial do Corredor Cultural fica

subdividida em três subzonas denominadas de preservação ambiental, de

reconstituição e renovação urbana visando proteger o conjunto arquitetônico

antigo e orientar as novas construções, que determinam o seguinte:

Art. 4 º - Na subzona de preservação ambiental: I – serão mantidas as características arquitetônicas, artísticas e decorativas que compõem o conjunto das fachadas e dos telhados dos prédios ali situados; II – quaisquer modificações de uso e quaisquer obras de alteração interna ou de acréscimo nos mesmos prédios, inclusive alterações que impliquem derrubada ou acréscimo dos muros divisórios existentes, somente poderão ser aprovadas pelos órgãos competentes da Prefeitura após a audiência do Grupo Executivo do Corredor Cultural criado pela Portaria “p” n. 11, de 21 de junho de 1983, do Instituto Municipal de Arte e Cultura – RIOARTE, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; III – nos terrenos não edificados até a data desta lei, quaisquer construções obedecerão aos parâmetros fixados nas notas, quadros e critérios do PA 10.290 e do PAL 38.871; IV – a reconstrução total ou parcial dos prédios será permitida quando conservadas as características das fachadas e a volumetria originais e mediante a previa audiência do Grupo Executivo do Corredor Cultural. Art. 5º - Na subzona de reconstituição: I – será permitida a recuperação dos elementos arquitetônicos, artísticos e decorativos que anteriormente compunham o conjunto das fachadas e coberturas dos prédios existentes na área; II – a aprovação dos projetos de reconstrução será precedida de audiência do Grupo Executivo do Corredor Cultural. Art. 6 º - Na subzona de renovação urbana qualquer edificação a ser erguida deverá obedecer a projeto integrado no conjunto arquitetônico ao qual pertence, obedecendo às alturas máximas determinadas nas notas, quadros e critérios do PA 10.290 e do PAL 38.871.

A transferência da capital do país em 1960 refletiu-se no Centro da

cidade do Rio de Janeiro em função da diminuição do poder econômico

40

Algumas iniciativas para descentralizar atividades foram propostas mas

no entanto nas décadas de 1960 e 1970, conhecido como milagre econômico,

o Centro do Rio de Janeiro acompanhou uma intensa verticalização, com a

demolição de grande parte do acervo arquitetônico do passado.

Só no fim da década de 1970, houve reação às tais práticas que com o

inconformismo gerado, emergiu-se novos valores ligados à preservação.

Na década de 80 com a crise econômica os investimentos públicos e

privados diminuíram no Centro e consequentemente as condições das

edificações passaram a refletir decadência com tal situação.

Nas últimas décadas do século XX viu-se reaparecer a opção de

retomada do Centro da Cidade e era o que também se recomendava no Plano

Urbanístico Básico – PUB-RIO de 1977 que tinha a revitalização do Centro

como diretriz.

Neste projeto do Corredor Cultural foram preservados três grandes

conjuntos de sobrados - Praça XV, Lapa e imediações da SAARA e do Largo

de São Francisco, prédios datados do século XIX e início do século XX.

Conforme Roberto Anderson M. Magalhães, em seu artigo

Preservação e Requalificação do Centro do Rio nas décadas de 1980 e 1990,

no site da Universidade Estadual Paulista, diversos equipamentos culturais

foram implantados,

Iniciando-se com a abertura do Paço Imperial (1985), este processo teve seqüência com a abertura do Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB (1989), da Casa França-Brasil (1990), do Espaço Cultural dos Correios (1993), do Centro Cultural Light (1994), do Centro de Artes Hélio Oiticica (1996), do Espaço Cultural da Marinha (1998), da reforma e revalorização do Cine Odeon (2000), e do Centro Cultural Justiça Federal (2001), na Cinelândia. Além desses, ganharam novo impulso o MNBA, o Museu Histórico Nacional e a Fundição

41

Progresso, e foram abertos outros espaços culturais de menor porte como o da Academia Brasileira de Letras, o da Faculdade Cândido Mendes, o do Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES, o Centro de Eventos Empresariais Bolsa do Rio e o da Caixa Econômica Federal . (www.ourinhos.unesp.br, 30/03/09)

Analisando as transformações do Centro, Augusto Ivan de Freitas

Pinheiro, Sub prefeito do Rio de Janeiro (1993-2000), no mesmo artigo acima

descrito, declara na Folha de São Paulo de 17/11/1999 que “A recuperação da

região foi exemplar. Não foi nada orquestrado, organizado. Foi acontecendo

aos poucos” . (www.ourinhos.unesp.br, 30/03/09)

A Prefeitura vem liderando as transformações no Centro do Rio de

Janeiro e na criação da Lei do Corredor Cultural utilizou-se o zoneamento para

proteger seu patrimônio conjuntamente com a requalificação dos espaços.

3.1.3 – Imóveis anteriores a 1938

Segundo a legislação municipal no Decreto n° 20.048/2001 está

prevista a proteção dos imóveis construídos anteriores ao ano de 1938.

O Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural é quem

autoriza a demolição e/ou alteração destes imóveis após o parecer favorável.

3.1.4 – Incentivos

Conforme legislação em vigor, Decreto 28.247/2007, os imóveis

protegidos tem direito a requerer a isenção do IPTU, de ISS de qualquer

natureza e da Taxa de Obras em Áreas Particulares.

Terão isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), de

acordo com o site da Prefeitura do Rio de Janeiro, os imóveis de interesse

42

cultural, “que estejam em bom estado de conservação e com suas

características arquitetônicas e decorativas relevantes respeitadas”, abrindo-se

processo na Secretaria Municipal da Fazenda, solicitando-se anteriormente à

SEDREPAHC o Certificado de Adequação do Imóvel. (www.rio.rj.gov.br/

04/03/09)

Conforme o mesmo site, “os serviços de reforma, conservação de

imóveis de interesse histórico ou cultural ou de interesse para preservação

ambiental desde que visando a recolocá-los ou a mantê-los em suas

características originais relevantes” estão isentos do pagamento do Imposto

Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

Outro incentivo é o da isenção da Taxa de Obras em Áreas

Particulares para as obras que estejam recolocando ou mantendo suas

características originais relevantes em imóveis com valor histórico, cultural ou

ecológico.

3.2 – Legislação

3.2.1 – Plano Diretor / zoneamento

“O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento

e de expansão urbana” de acordo com o parágrafo 1° do artigo 182 da

Constituição Federal de 1988 e dispõe que os municípios com mais de vinte

mil habitantes deverão possuir Plano Diretor.

No artigo 182, parágrafo 2°, o zoneamento está implícito na

“ordenação da cidade” e também no mesmo artigo, caput, quando diz que o

objetivo é “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e

garantir o bem – estar de seus habitantes”.

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O Plano Diretor, lei municipal, aprovada pela Câmara Municipal,

também é um instrumento importante na proteção ambiental, planeja-se a

instalação de diversos serviços públicos e é de acordo com o Estatuto da

Cidade (lei n° 10.257/2001) “parte integrante do processo de planejamento

municipal” (artigo 40, parágrafo 1°).

Esta mesma lei, no artigo 40, parágrafo 3°, fixou em 10 anos, pelo

menos, para que o Plano Diretor seja revisado.

O Município do Rio de Janeiro não foge a esta regra e através do seu

Plano Diretor que data de 1992, publicado na forma de Lei Complementar n°

16 de 4 de junho de 1992, a preservação do patrimônio cultural carioca foi

prioridade e dentre os vários artigos referentes especificamente à proteção do

patrimônio pode-se citar a subseção IV, do Programa de Proteção e

Valorização do Patrimônio Cultural e do Ambiente Urbano conforme o

seguinte:

Art. 130 - O programa de proteção e valorização do patrimônio cultural e do ambiente urbano compreenderá: I - a delimitação e declaração das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural e definição dos critérios de proteção; II - a proteção e valorização da paisagem e dos conjuntos urbanos de interesse; III - a identificação dos ambientes urbanos adequadamente integrados à morfologia da Cidade que terão seu crescimento e renovação compatibilizados com as necessidades de proteção; IV - a elaboração de projetos de recomposição da paisagem, do ambiente urbano e da recuperação dos logradouros e espaços públicos, visando à sua adequação aos conjuntos protegidos; V - a revisão dos procedimentos e avaliação permanente da aplicação de isenção do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana como instrumento de incentivo à conservação do patrimônio cultural VI - a criação de novos instrumentos de caráter tributário, urbanísticos e financeiros de incentivo à conservação do patrimônio cultural;

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VII - o inventário, classificação e cadastramento do patrimônio cultural e paisagístico do Município, sua atualização permanente e integração ao banco de dados ambientais; VIII - a revisão dos Projetos de Alinhamento em vigor para os logradouros incluídos em Área de Proteção do Ambiente Cultural que estejam em desacordo com seus critérios de preservação; IX - a reavaliação das autorizações para instalação de mobiliário urbano, de vinculação publicitária, anúncios indicativos, artefatos e pequenos equipamentos de uso público; X - o controle e fiscalização das obras, instalações e atividades que incidam sobre os bens tombados e suas áreas de entorno e nas Áreas de Proteção do Ambiente Cultural; XI - a integração das ações de proteção, conservação e revitalização do patrimônio cultural entre órgãos e entidades municipais, estaduais e federais e a comunidade. Art. 131 - Na criação de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural serão relacionados os bens preservados e os bens tutelados e definidos seus critérios de preservação. § 1º - Para controle e acompanhamento dos critérios de preservação, a declaração de Área de Proteção do Ambiente Cultural poderá conter a criação de escritório técnico em função da natureza e do grau de complexidade da área protegida. § 2º - Entende-se por bem preservado aquele que, situado em Área de Proteção do Ambiente Cultural, deverá manter as caracteristicas que tenham sido identificadas como de importância para a ambiência e identidade cultural da Área, segundo critérios estabelecidos pelo órgão de tutela. § 3º - Considera-se bem cultural passível de preservação aque-le que atenda alguma das seguintes exigências: I - seja parte de um conjunto de bens de valor cultural na área na qual está inserido; II - apresente características morfológicas típicas e recorrentes na área na qual está inserido; III - constitua-se em testemunho das várias etapas da evolução urbana da área na qual está inserido; IV- possua inequívoco valor afetivo coletivo ou se constitua em marco na história da comunidade. § 4º - Entende-se por bem tutelado aquele que, situado em Área de Proteção do Ambiente Cultural, integra a

45

ambiência do bem ou conjunto preservado, podendo ser modificado ou demolido, ficando a nova edificação sujeita a restrições para evitar a descaracterização do conjunto preservado, a critério do órgão de tutela. Art. 132 - As demolições, construções e quaisquer obras a serem efetuadas nas áreas de entorno de bens tombados e nos limites das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural deverão ser previamente aprovadas pelos órgãos e entidades municipais, estaduais e federais de tutela. Art. 133 - O órgão responsável pela proteção de bem preservado ou tutelado poderá determinar: I - a realização de obras de recuperação de bens em mau estado de conservação, através de intimação ao proprietário; II - o embargo de demolições e obras de restauração, reforma ou acréscimo, realizados sem prévia autorização; III - o estabelecimento de obrigatoriedade de reconstrução, no caso de demolição não licenciada ou sinistro de bem tombado ou preservado, com a manutenção de suas características originais; IV - a cassação de alvará de localização de atividade econômica em funcionamento em bem tombado ou preservado no qual tenha sido executado qualquer tipo de obra sem licença ou em situação que comprometa a integridade do imóvel. Art. 134 - Os acréscimos realizados em bens tombados e preservados, desde que condicionados à legislação de proteção e à legislação de uso do solo previstas para a área, poderão ser isentados do pagamento do solo criado.

Estudos de levantamento e decretação das áreas de especial

interesse visando a qualidade de vida do carioca iniciaram-se a partir do Plano

Diretor.

No Plano Diretor Municipal encontra-se o planejamento do

território urbano e a proteção do patrimônio cultural (natureza imóvel), dentre

outras determinações.

O zoneamento refere-se a interesse difuso pois visa o bem – estar da

comunidade, racionalizando e ordenando a ocupação do solo e com isso a

46

municipalidade deve exercer o poder de polícia quando tomarem

conhecimento de irregularidades.

Conforme ensina Hely Lopes Meirelles em sua obra Direito Municipal

Brasileiro,

O zoneamento urbano consiste na repartição da cidade e das áreas urbanizáveis segundo a sua precípua destinação de uso e ocupação do solo. Na conceituação da Carta dos Andes, o zoneamento urbano é instrumento legal de que dispõem as municipalidades para controlar o uso do solo povoado, as densidades de população, a localização, a dimensão, o volume dos edifícios e suas utilizações específicas, em prol do bem–estar da comunidade. (MEIRELLES,1993, p. 406).

O zoneamento visa à qualidade de vida, à racionalização da ocupação

para que se alcance o bem estar da população.

3.2.2 – As principais leis e decretos do Município do Rio de Janeiro que

servem de base para atuação governamental na área do patrimônio cultural.

Seguem as principais leis e decretos do município do Rio de Janeiro

que servem de base para atuação na área do patrimônio cultural, além de

outras.

Legislação

BOTAFOGO - Dec. 22221-02 - APAC Botafogo

CATETE - Lei 1769-91 Sao José

CATETE - Decreto 24121-04 Sao José

47

CATETE - Dec. 25693-05 - APAC Catete

CATETE - Dec. 28222-07 APAC Catete Complementar

CENTRO - Dec. 4141-83 Corredor Cultural

CENTRO - Lei 506-84 - APAC Corredor Cultural

CENTRO - Lei 1139-87 Corredor Cultural

CENTRO - Lei 971-87 SAGAS

CENTRO - Dec. 7351-88 - APAC SAGAS

CENTRO - Dec. 10040-91 - APAC Catumbi e Cidade Nova

CENTRO - Dec. 11883-92 - APAC Cruz Vermelha

CENTRO - Dec. 15510/97 - Entorno do Ministério da Fazenda

CENTRO - Dec. 19000-2000 - APAC Estácio

CENTRO - Dec. 24420-2004 Entorno do Mosteiro de São Bento

COPACABANA - Lei 1390-89 Bairro Peixoto

COPACABANA - Dec. 9226-90 - APAC Bairro Peixoto

COPACABANA - Dec. 11448-92 - APAC Lido

COSME VELHO - Lei 1784-91 - APAC Cosme Velho e Laranjeiras

COSME VELHO - Res. SMC 27-97 Cosme Velho e Laranjeiras

Dec. 28247-2007 Isenções

HUMAITÁ - Dec. 4665-84 Alfredo Chaves

HUMAITÁ - Lei 730-85 Alfredo Chaves

48

HUMAITÁ - Dec. 26268-2006 - APAC Humaitá

IPANEMA - Dec. 23161/2003 - APAC Ipanema

IPANEMA - Dec. 28224-07 APAC Ipanema Complementar

JARDIM BOTÂNICO - Dec. 7313-87 APAC Chácara do Algodão

JARDIM BOTÂNICO - Dec. 23067-03 Chácara do Algodão

JARDIM BOTÂNICO - Dec. 14898-96 APAC Jockey Club

JARDIM BOTÂNICO - Dec. 20939-01 - APAC Jardim Botânico

LAGOA - Dec. 9396/1990 - Tombamento com área de Entorno

LAGOA - Dec. 18415/2000

LARANJEIRAS - Dec. 13051-94 Casas Casadas

LARANJEIRAS - Dec. 17028-98

LARANJEIRAS - Dec. 20611-01 - APAC Laranjeiras

LARANJEIRAS - Dec. 28255-07 - APAC Laranjeiras Complementar

LEBLON - Dec. 20300-01 - APAC Leblon

LEBLON - Dec. 28223-07 - APAC Leblon Complementar

LEI 166 - 80 - tombamento

Lei 691 - 84

PAQUETÁ - Dec. 17555-99 - APAC Paquetá

Plano Diretor - edição reduzida e comentada

SANTA CRUZ - Dec. 12524-93 - APAC Santa Cruz

50

CONCLUSÃO

Relativamente à análise das informações e estudos feitos sobre o

assunto, vemos que a Prefeitura do Rio de Janeiro vem se esforçando no

caminho de proteger o patrimônio cultural da cidade com o auxílio de

instrumentos como o Tombamento, a criação de Áreas de Proteção do

Ambiente Cultural (APACs), a Declaração de Patrimônio Cultural para os Bens

de Natureza Imaterial, através do Registro dos Bens Culturais de Natureza

Imaterial.

A prefeitura através da criação da APAC vem atuando na valorização

do conjunto para a proteção de uma determinada área independentemente do

valor individual de cada imóvel nela existente, como forma de contribuir para a

formação da memória da cidade. No Corredor Cultural, a preservação dos

imóveis já está instaurada e os imóveis anteriores a 1938 também já se

encontram protegidos.

Os incentivos fiscais são dados aos proprietários que façam obras nos

imóveis de interesse de proteção, conservando as fachadas e sua forma

original.

O legislador preocupou-se em proteger o patrimônio cultural e o texto

constitucional estabelece que o poder público em colaboração com a

sociedade deverão ser responsáveis pela promoção e proteção do patrimônio

cultural brasileiro.

Os cidadãos devem provocar os órgãos próprios de preservação, como

Prefeitura Municipal, Estado ou União, com o intuito de proteger o patrimônio

cultural ou até mesmo através de associações que tenham tal finalidade

visando materializar o princípio do desenvolvimento sustentável previsto no

caput do artigo 225 da Constituição Federal.

São muitos os aspectos de influência da proteção ao patrimônio

cultural para a sociedade e para a cidade. Ela trás benefícios nos aspectos

51

estéticos, naturais, social, sócio ambiental, bem estar, cultural, turístico, enfim,

a preservação do patrimônio cultural é uma das formas para se alcançar a tão

almejada qualidade de vida, mas é claro que uma cidade de 444 anos e com

tantos problemas a se resolver, muito há para se fazer ainda, mas a proteção é

de suma importância para que as futuras gerações também tenham acesso ao

patrimônio cultural.

O patrimônio cultural está inserido no meio ambiente e este é um dos

elementos para se alcançar um dos fundamentos da República Federativa do

Brasil, que é a dignidade humana.

Finalmente, reforço a idéia de que preservar o patrimônio cultural é

garantir qualidade de vida sadia para os cidadãos e um modo de implementar

a sustentabilidade nas cidades em geral.

52

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Patrimônio Cultural.

http://www.aultimaarcadenoe.com/artigo59.htm , 5-3, 2009.

56

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Patrimônio Cultural. 10

1.1 – Definição/ conceituação 10

1.2 – Conceito contitucional 11

1.3 – Natureza jurídica de patrimônio cultural 12

CAPÍTULO I I

Legislação Federal de Proteção ao Patrimônio Cultural. 13

2.1 – Artigos referentes ao patrimônio Cultural

brasileiro na Constituição Federal de 05 de outubro

de 1988 13

2.2 – As leis federais de proteção cultural 17

2.3 – Competência constitucional dos municípios

para proteção de patrimônio cultural. 19

CAPÍTULO I I I

A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da Cidade

do Rio de Janeiro. 22

3.1 – Práticas adotadas pelo município na preservação

do patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro. 24

3.1.1 – Instrumentos 24

57

3.1.1.1 – Tombamento 25

3.1.1.2 – O Inventário 28

3.1.1.3 – Criação das Áreas de Proteção

do Ambiente Cultural (APACs) 29

3.1.1.4 – A Declaração de Patrimônio

Cultural para os Bens de Natureza Imaterial. 33

3.1.2 – Criação do Corredor Cultural 37

3.1.3 – Imóveis Anteriores a 1938 41

3.1.4 – Incentivos 41

3.2 – Legislação 42

3.2.1 – Plano Diretor/ zoneamento 42

3.2.2 – As principais leis e decretos do Município do

Rio de Janeiro que servem de base para atuação

governamental na área do patrimônio cultural. 46

CONCLUSÃO 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

ÍNDICE 56

58

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Pós Graduação

“lato sensu” – Projeto A Vez do Mestre

Título da Monografia: A Proteção Municipal do Patrimônio Cultural da

Cidade do Rio de Janeiro

Autor: Ângela Matos Pacheco

Data da entrega: 06/07/2009

Avaliado por: Conceito: