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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE INCLUSÃO DESAFIOS E CONQUISTAS Por: Surisadai Oliveira do Nascimento Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

INCLUSÃO DESAFIOS E CONQUISTAS

Por: Surisadai Oliveira do Nascimento

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

INCLUSÃO DESAFIOS E CONQUISTAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Educação

Inclusiva.

Por: Surisadai Oliveira do Nascimento

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, a todos os meus

amigos, todos os Professores

maravilhosos que tive durante esse

tempo.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha querida

mãe Maria Ramos, pelo apoio durante

toda minha vida, a meus irmãos meu

noivo pelo carinho e paciência e a minha

grande amiga Caroline Caldeira.

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RESUMO

“ Inclusão Desafios e Conquistas”, título desta monografia, abordará

a questão da inserção de alunos com deficiência nas escolas e salas de aula

regulares, se realmente este trabalho de inclusão está sendo feito, qual o papel

da Lei nessa questão e quais os problemas sociais enfrentados.

Também apresentará um paralelo entre Inclusão Escolar e Inclusão

Social como situação interdependente.

A inclusão na escola regular é utopia ou realidade? Quais os fatores

levados em consideração para uma inclusão, como se sentem os professores e

alunos? Estas são algumas das questões que fazem parte da reflexão e

análise interpretativa que compõe este trabalho acadêmico.

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SUMÁRIO

Introdução.....................................................................7 Capitulo 1......................................................................9 Inclusão Escolar Capitulo 2 ....................................................................30 Comunidade escolar e a Educação Inclusiva Capitulo 3 ....................................................................36 O papel do professor no processo de inclusão Conclusão ....................................................................41 Bibliografia ....................................................................43 Índice ............................................................................46

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INTRODUÇÃO

Desde o principio, o mundo assiste a segração histórica das pessoas

com necessidades especiais. Na antiguidade, os nascidos com alguma

anomalia eram entregues a morte, prevalecendo a lei do mais forte. Na Roma

antiga era comum abandonar as crianças fracas e defeituosas em cestas à

beira do rio. Essas crianças muitas vezes eram criadas por pessoal menos

favorecidas financeiramente que cuidavam delas e no futuro as exploravam,

usando sua deficiência para esmolar.

Na Idade Média. Com o Cristianismo os que necessitavam de uma

atenção especial permanente passaram a ser cuidados pela Igreja, em

ambientes segregados sempre isolados dos demais habitantes. Ao final da

Idade Média as deficiências eram vistas como demoníacas e muitas pessoas

morreram por conta dessa visão.As primeiras atitudes tomadas no tratamento

de pessoas com necessidades especiais foram por dois médicos: Paracelso

(1493-1541) e Jerônimo Cardoso (1501-1576).

No Brasil os movimentos nesta área se deram ainda no século XIX.

Em 1854 é fundado o Instituto de meninos cegos no Rio de Janeiro, que

conhecemos hoje como instituto Benjamin Constant. Em 1857 fundou-se o

Instituto dos surdos localizados também no Rio de Janeiro que hoje é

denominado (INES). Outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Bahia

também entraram no movimento inaugurando diversas instituições, como

podemos ver essa luta não começou hoje, a necessidade de uma sociedade

inclusiva vem desde os primórdios, pois é preciso que as pessoas entendam

que incluir parte do principio de que todo o indivíduo de uma forma democrática

tem o direito de participar ativamente da organização da sociedade em que

vive com acesso às oportunidades de se desenvolver dentro de um mundo,

mas justo que reconheça e respeite suas características individuais.

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Nos dias atuais se houve falar constantemente em Educação

Inclusiva, o governo tem feito divulgações em diversos meio de comunicação

deixando bem claro seu empenho para que as escolas recebam a todos

educandos sem exceção.

A lei 9394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação

brasileira situa no cap.V, art.59; parágrafo 1º que “Os sistemas de ensino

assegurarão aos educandos com necessidades especiais: Currículo,métodos

técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas

necessidades”.

Apesar de algumas conquistas pouco da lei citada tem sido realizado.

Muitas instituições de ensino que recebem tais alunos ainda não atentaram

para as modificações arquitetônicas e metodológicas necessárias para que

haja inclusão de qualidade e não apenas realização de matricula.

A presente monografia tem por finalidade abordar o tema inclusão de

uma forma simples e compacta, visando colocar em pauta questionamentos

que ao longo da caminhada docente tem afligindo muitos professores que ao

receber crianças com Necessidades Educacionais Especiais em sala de aula

regular se sentem incapazes e acabam deixando de lado esse aluno. È fato

que muitas escolas estão preocupadas com a mensalidade a receber, não

oferecem cursos de capacitação e nem tem o interesse de conscientizar seus

profissionais.

Afinal para que incluir? Quais os benefícios alcançados pelos

portadores de Necessidades Educacionais Especiais em uma escola regular?

Essas questões serão desenvolvidas ao decorrer dos capítulos.

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CAPITULO 1

INCLUSÃO ESCOLAR

Durante anos fechamos os olhos para um problema que nos assola

desde o principio da humanidade, que seria o descaso aos portadores de

necessidades especiais, é fato que antes as condições eram mais criticas os

ditos “anormais” eram entregues a morte, privados muitas vezes de freqüentar

lugares públicos da sociedade.

Hoje já podemos perceber que houve muitas mudanças é claro que

não chegamos ao que seria uma inclusão responsável e ideal. Estamos ainda

em um processo de transição, é de grande importância a inclusão escolar, mas

antes de uma escola inclusiva é preciso investir em uma sociedade inclusiva.

Se olharmos para nossos prédios residenciais, empresarias, as

calçadas, as escolas, os meios de transportes em fim os diversos setores da

sociedade veremos que eles não foram feitos para alguém que tem uma

necessidade especial é como se essas pessoas nunca tivessem existido.

Todo professor e os demais funcionários das instituições de ensino

são também cidadãos e são frutos dessa sociedade que exclui, é comum

excluirmos aquilo de que temos medo e de tanto nos esconder do que é

diferente nos tornamos incapazes de criar uma relação com o outro. Não é atoa

que educação inclusiva é um tema tão incomodo para alguns educadores que

por ter tanto receio do que é diferente acabam depositando no aluno com

Necessidades Educacionais especiais o titulo de incapaz. Impossibilitado. Mas

quem seria o deficiente? O aluno que vem em busca do desenvolvimento ou a

escola insuficiente e sem subsídios para recebê-los? Pensando na deficiência

desse ponto de vista nos damos conta do quanto temos que mudar nossa

pratica como educadores e cidadãos.

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Este trabalho aborda o tema inclusão do portador de necessidades

como um dos novos paradigmas da educação brasileira, legalmente amparado

pela Lei nº 9394/96, o qual delega à família, à escola e à sociedade o

compromisso para a efetivação de uma proposta de escola para todos.

A história revela para a humanidade o caminho da exclusão social e

humana do homem. Se, no passado, o indivíduo com algum comprometimento

era banido da sociedade através da morte, hoje, este tipo de eliminação não é

mais praticado, porém uma exclusão sutil acontece através das instituições,

como cadeias, asilos e tantas outras que foram criadas com este objetivo:

segregar o "diferente" da sociedade. Marques in MANTOAN (1997, p.20) diz

"enquanto a pessoa está adequada às normas, no anonimato, ela é

socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela cometa qualquer infração ou

adquira qualquer traço de anormalidade para que seja denunciada como

desviante".

"A década de 60, por exemplo, testemunhou o boom de instituições

especializadas, tais como: escolas especiais, centros de habilitação, centros de

reabilitação, oficinas protegidas de trabalho, clube sociais especiais,

associações desportivas especiais" SASSAKI (1997, p. 31), criadas

concebendo a idéia de proteger o diferente e, após, reintegrá -lo ao convívio

social. Na realidade, estavam considerando muito mais a questão social do que

seu desenvolvimento como um todo.

O próprio termo reintegração já traz implícito a idéia da desintegração. "Só é

possível reintegrar alguém que foi desintegrado do contexto social e está sendo

novamente integrado" Marques in MANTOAN (1997 p.20).

A pessoa portadora de alguma deficiência convive socialmente com

sua família, porém este convívio não se estende na escola, no clube, na igreja

e nas outras áreas da sociedade porque é colocada como um ser diferente.

Mader in MANTOAN (1997, p.45) aponta como causa os seguintes conceitos

básicos:

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- pessoas portadores de deficiência não correspondem às expectativa, são

anormais, diferentes (estigmatização);

- pessoas portadoras de deficiência não são muito capazes, são pouco

produtivas ("apêndice inúteis da sociedade"), (Fernandes, 1995);

- pessoas portadoras de deficiência são estigmatizadas, o estigma cria

preconceitos que, por si, gera medo, e o medo provoca ignorância e

afastamento;

- pessoas portadoras de deficiência não se encaixam nos valores da

sociedade.

Com essas idéias, buscou-se a educação individual do P.N.E. como forma de

aproximação com os seres normais, a fim de desenvolver sua normalidade

para melhor integrá-lo através de sua aprendizagem. "A idéia inicial foi, então,

a de normalizar estilo ou padrões de vida, mas isto foi confundido com a noção

de” tornar normais as pessoas deficientes “SASSAKI (1997 p.32).

Foram pelas lutas pelos direitos das pessoas portadoras de

deficiência, na década de 80, que a prática da integração social se torna mais

presente. Porém, foram os novos conhecimentos avançados na comunidade

científica, que perceberam a integração insuficiente para o contexto,

considerando que esta população não participava de maneira plena e igual aos

demais.

Considerando que a diferença é inerente ao ser humano, e

reconhecendo a diversidade como algo natural, em que cada ser pode usar de

seus direitos coletivos na sociedade, um novo conceito surge, denominado

Inclusão. " Este é o termo que se encontrou para definir uma sociedade que

considera todos os seus membros como cidadãos legítimos" Mader in

MANTOAN (1997, p 47).

"Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se

adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com

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necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir

seus papéis na sociedade"SASSAKI (1997, p. 41). Assim, a pessoa com

necessidades especiais deve encontrar, na sociedade, caminho propício para o

seu desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho.

Estando ele já inserido no processo, a sociedade se adapta as suas limitações.

Em relação a esta questão SASSAKI (1997, p.42) diz:

A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a

construção de um novo tipo de sociedade através de transformações,

pequenas e grandes, nos ambiente físicos (espaços interno e externo,

equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na

mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio portador de

necessidades especiais.

O capítulo V - da Educação Especial, da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional lança, tanto para a escola como para toda sociedade, um

desafio muito grande no que se refere à Inclusão. Falamos em sociedade, pois

a escola está inserida em um contexto social o qual se modifica com o

desenvolvimento de sua gente, de sua tecnologia, de sua ciência, envolvidos

em uma estrutura globalizada.

A escola, como uma instituição mediadora na construção do

conhecimento, tendo como objetivo levar cultura para um número cada vez

maior de pessoas, leva para si uma gama de responsabilidade muito grande.

"É através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica

conceitos de participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições

como família ou igreja tenha papel muito importante, é da escola a maior

parcela" Mello in MANTOAN (1997 p.13).

Nosso desafio como profissionais da educação será o de trabalhar

por uma escola inclusiva, com qualidade de ensino, pois sabe-se da

importância da educação básica. A educação básica é a mola mestra do

desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela não está só

neste desafio. Necessitamos de uma justiça que funcione, de uma saúde que

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abrigue a todos e de uma política comprometida com o cidadão. "Quanto mais

sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais cedo se completará

a construção de uma verdadeira sociedade para todos? A sociedade

inclusivista" SASSAKI (1997 p.42).

Porém, a escola com seus profissionais deve assumir este

compromisso, acreditando que as mudanças são possíveis desde que haja

uma transformação nos atuais moldes do ensino, sendo "a escola uma das

instituições (senão a principal) responsável pela construção desta sociedade,

atendendo a todos indiscriminadamente" THOMA (1998 p.50).

"Acreditamos, que ao incluir o aluno com deficiência mental na escola regular,

estamos exigindo desta instituição novos posicionamentos diante dos

processos de ensino e de aprendizagem, à luz de concepções e práticas

pedagógicas mais evoluídas" MANTOAN (1997 p.120).

O Estatuto da Criança e do Adolescente recomenda, em seu Art. 15

"A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade

como seres humanos em processo de desenvolvimento...” E continua, no Art.

53 "A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno

desenvolvimento de sua pessoa... assegurando-se-lhes igualdade de

condições para o acesso e permanência na escola...”.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, em seu Capítulo

V Da Educação Especial, diz que: Art. 58.”Entende-se por educação especial,

para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida

preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de

necessidades especiais".

Considerando o aspecto legal inserido na lei, e o científico em que de

acordo com Vygotsky apud CARNEIRO (1991, p.101) "o ser humano cresce

num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial a seu

desenvolvimento", estas exigências requererem da escola uma nova estrutura,

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um novo conceito em relação à formação do futuro cidadão e uma visão

renovada de seus conceitos e pré-conceitos com relação ao diferente.

"A questão da integração representa um movimento de inovação do sistema de

ensino que, em princípio, já deveria existir, abrangendo as diferenças existente

mesmo entre os não deficientes" CARNEIRO (1997 p.33).

Agora, pensamos sobre a Inclusão refletindo sobre o seguinte:

*0 que imaginamos, ao ver um ser que não se assemelha com os demais em

sua aparência física, ou destoa dos demais por ser agitado, apresentar

comportamento inadequado para as situações, ter problemas na fala ou até

mesmo fala com as mãos?

*como reconhecer que este ser poderá construir algum conhecimento, sendo

respeitado as suas diferenças?

*como se relacionar com uma pessoa tão diferente em sua aparência, mas tão

igual na sua essência de humano?

A questão está no eu em relação ao outro. O problema não é ele,

mas, sim, a idéia que formulamos, a partir de nossos conceitos que são

estabelecidos num dado momento sócio-histórico cultural, em que esses

interferem em nossos pensamentos e ações com relação ao "diferente".

Porém, refletir o direito que assiste a todo ser humano, decidir qual a melhor

maneira de viver e de conviver com o outro, sem que para isso se tenha que

ser igual ao outro, é direito e deveria ser respeitado por todos sem exceção.

Mas por que temos que ser iguais? Não sabemos. Talvez porque

ficaria mais fácil ou acessível conviver com o igual, não me incomodaria e não

haveria necessidade de me auto-reconhecer perante a diversidade."Na

verdade, o que o homem vê e teme é a sua própria fragilidade perante a vida, a

sua própria finitude. O conflito originado do confronto do que ele é com o que

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ele pode vir a ser provoca no homem toda repulsa em relação à diferença"

Marques in MANTOAN (1997 p. 19).

Reconhecer as diferenças é essencial no caminho da integração e,

principalmente, da inclusão, onde se espera que o professor não faça da turma

uma homogeneidade, trabalhando como se todos tivessem a mesma

capacidade na sua construção do conhecimento.

Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter

conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado,

ou o que a criança já possui de conhecimento, como também e principalmente,

respeitar suas limitações, reconhecendo suas diferenças e ressaltando suas

potencialidades. CARNEIRO (1997, p.33) cita que “os portadores de deficiência

precisam ser considerados, a partir de suas potencialidades de aprendizagem.

Sobre esse aspecto é facilmente compreensível que a escola não tenha de

consertar o defeito, valorizado as habilidades que o deficiente não possui, mas

ao contrário, trabalhar sua potencialidade, com vistas em seu

desenvolvimento".

A escola traz consigo toda uma bagagem de cultura e de saberes

que atendiam às necessidades de uma determinada época e clientela. Se

antes o excepcional era eliminado da sociedade, hoje ele tem seu direito

adquirido por uma lei, a qual o coloca como um ser igual às outras crianças,

vivendo como as outras e recebendo dentro de um estabelecimento de ensino

sua formação educacional. Para isso, há de repensar com muita cautela sobre

a estrutura escolar, nossa avaliação, nossa interação com as famílias e os

conhecimentos adquiridos pelos professores para atender a este aluno.

As inovações que ocorrerão daqui para frente dizem respeito à

escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todas as pessoas que

fazem parte deste processo. Por isso, muito já se discutiu e muito há o que

discutir, pois a sociedade, de certa forma, custa a perceber as mudanças que

estão ocorrendo e a processá-las em sua prática social.

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Tudo é uma caminhada, tudo é uma construção que é elaborada em

cima de estudos e pesquisas que através de um conhecimento mais amplo e

aprofundado, traçam o caminho da sensibilidade. É na formação diferenciada

do profissional da educação, que hoje se faz necessário, que irá acontecer a

inclusão do P.N.E.. Um dos fatores principais dessa formação está relacionado

à capacidade de o professor reconhecer e proporcionar o desenvolvimento das

potencialidades do P.N.E.

Por vezes, não se aposta na Inclusão, por ser ela algo que ainda não

aconteceu, os professores terão que inovar sua própria prática, seu próprio

conceito, e isso mexe com muitas estruturas que já estão de certa forma

enraizadas. Conforme MANTOAN (1997, p.44) “as grandes inovações estão,

muitas vezes, na concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer,

mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e

aceito sem outras resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate

das novidades".

Quando se falam “todos", fala-se do aluno portador de necessidades

educativas especiais e o aluno sem necessidades educativas especiais.

Entretanto deve-se ter a clareza desses termos, onde "necessidades especiais”

não devem ser tomado como sinônimo de "deficiência" (mentais, auditivas,

visuais, física ou múltiplas).”

Apostar nessas inovações será o caminho mais seguro para a

efetivação da escola inclusiva. Quando professores das mais variadas

diversidades redescobrirem o valor de ensinar através da troca, reconhecendo

seus alunos como seres capazes de realizações, interagindo com as famílias

na busca por soluções de seus problemas familiares, os quais interferem

diretamente na sala de aula, procurando apoio em todos os setores da escola

na realização de tarefas conjuntas e garantindo a participação dos alunos nas

decisões de sala de aula, estaremos construindo não apenas a escola que irá

atender ao portador de necessidades educativas especiais, mas a escola que

atenderá a todos, ou seja, a escola inclusiva.

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“... É de suma importância ressaltar as vantagens que a integração representa,

tanto para os portadores de deficiência quanto para aqueles alunos

considerados normais, pelas necessárias modificações do sistema de ensino

no sentido de sua mobilização" CARNEIRO (1997 p.34).

SASSAKI (1997 p. 14). A maioria das necessidades especiais é o resultado de

condições atípicas, tais como: Deficiências mentais, físicas, auditivas, visuais e

múltiplas; autismo (Gauderer, 1993); dificuldades de aprendizagem;

insuficiências orgânicas; superdotação (Taylor et al, 1990; Machado et al.,

1989); problemas de conduta; distúrbio de déficit de atenção com

hiperatividade; distúrbio obsessivo compulsivo, síndrome de Tourette (Santos,

1994; Sassaki, 1995); distúrbio emocionais; transtorno mentais (MIND, p. 4?9)

SASSAKI (1997, p.16).

Porém, a realidade de nosso país e de outros tantos dão conta de uma

exclusão que se agrava cada vez mais em detrimento de uma política social

inexistente. A falta de emprego, por exemplo, poderá levar ao rompimento da

estrutura familiar, apresentado em seu meio vários problemas de: alcoolismo,

drogas, prostituição infantil, trabalho infantil e escravo, a falta de alimentação

adequada ao crescimento da criança e a falta total de conhecimento dos pais

em estimular seus filhos, oferecendo um ambiente favorável e sadio na busca

por uma escola com qualidade de ensino. Com relação a isso SKLIAR (1999,

p.26-27) diz que. No recente informe da UNICEF, chamado de Educação para

Todos (1999), se pode ler, entre os dados mais relevantes, que: mil milhões de

pessoas entrarão no século XXI.

A história revela as fases de exclusão onde a sociedade a transformou em

atendimento segregado para a integração e, hoje, em inclusão. Porém, essas

fases não se processaram sempre ao mesmo tempo, e nem com todos. Sobre

isso SASSAKI (1997, p.17) diz que "o movimento de inclusão começou

incipientemente na segunda metade dos anos 80 nos países mais

desenvolvidos, tomou impulso na década de 90 também em países em

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desenvolvimento e vai se desenvolver fortemente nos primeiros 10 anos do

século 21 envolvendo todos os países".

A inclusão é um movimento com apenas um interesse: construir uma

sociedade para todos. Mesmo sendo muito recente o movimento sobre

inclusão, o conhecimento das diferenças que se apresentam em cada criança

que será incluída torna-se fundamental neste processo. RABELO (1999, p.20)

cita que "hoje, o grande desafio é a elaboração de uma política educacional

voltada para o estabelecimento de uma escola realmente inclusiva, acessível a

todos, independentemente das diferenças que apresentam, dando-lhes as

mesmas possibilidades de realização humana e social".

Sem os conhecimentos necessários para ler um livro ou para assinar

seu próprio nome; 855 milhões de pessoas serão analfabetas nas vésperas do

novo milênio; 130 milhões de crianças em idade escolar crescem sem poder

receber educação básica; um professor em Bangladesh tem que atender a 67

alunos, enquanto que a relação professor/aluno na Guiné Equatorial aumenta

para 909. É óbvio que, nessas circunstâncias, falar de escola para todos

significa uma brutal ironia ou, no melhor dos casos, uma metáfora ofensiva por

parte de muitos governos e muitos governantes.

Diante dessas circunstâncias, qual seria o papel da escola e,

especificamente, do professor para evitar a exclusão? É tarefa da escola

resolver estes problemas que poderiam ser as causas da exclusão de um

aluno? Se for papel do professor, qual é a formação que este deve receber

para enfrentar todas estas diversidades que se remetem às necessidades

especiais?

Este desafio passa também pela compreensão de todos aqueles que

entendem a educação como um direito de todos. Não basta incluir o P.N.E. no

ambiente escolar; é necessário trabalhar em conjunto com toda sociedade com

o desejo de oferecer uma educação capaz de transformar sua realidade,

construindo uma sociedade onde caibam todos.

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Sobre esta sociedade, ASSMANN (1998, p.222) diz o seguinte "qual

é o fato maior na atual conjuntura mundial, intensificado em nossa realidade

brasileira? Certamente é o império estarrecedor da lógica da exclusão e a

crescente insensibilidade diante dela". De certo modo estamos anestesiados

diante de tantas formas de exclusão que se apresentam em nossas vidas,

sejam elas de cunho religioso, éticos, sociais, econômicos ou educacionais que

por vezes sua definição se esvazia. Segundo ASSMANN (1998, p.213) "a

expressão lógica da exclusão surgiu num encontro de filósofos latino-

americanos e europeus, na Alemanha em 1989, cuja intenção de seus

participantes era mostrar que as instituições criadas pelo ocidente com a

ideologia da inclusão social, na verdade eram excludentes: a democracia, por

exemplo, ao ser reduzida a emissão do voto; ou a economia de mercado que

prega um discurso includente (para todos), mas irreal".

É a própria história que se encarrega de nos revelar as matanças em

nome da religião ou em nome das guerras éticas que marcarão para sempre a

crueldade e os horrores cometidos durante o holocausto. Isso demonstra com

muita clareza o que o ser humano é capaz de fazer com seu semelhante.

Com relação à educação do surdo, deve-se ter a clareza de que

"integração escolar e integração social não podem ser tidas como sinônimo,

pois ir a escola com os demais não significa ser como os demais. Uma efetiva

integração escolar depende de como cada escola aceita e trabalha com as

diferenças. Para o surdo poder estar, efetivamente, incluído na classe com os

ouvintes, ele necessitar dominar a língua oral o que só pode ocorrer após seu

desenvolvimento em língua de sinais" THOMA (1998 p.46). Esse aspecto da

aquisição do conhecimento do surdo é extremamente importante, pois, na

escola inclusiva, se o professor e os colegas não dominarem a língua de sinais,

o surdo fica fora dos debates, das decisões e da integração com os colegas

nos momentos de brincadeira que fazem parte do aprender.

Em detrimento da falta de uma comunicação efetiva torna-se difícil a

inclusão; poderá acontecer a integração social, mas não a efetiva inclusão do

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surdo no meio ouvinte. Por esse motivo é que SKLIAR (1999, p.27) diz que "é

possível intuir como a prática e o discurso da inclusão se transformam, para as

crianças surdas, em uma experiência sistemática de exclusão ou, melhor dito,

de inclusão excludente".

Segundo o pensamento de Vygotsky apud RABELO (1999, p.20)

“uma criança portadora de um defeito não é simplesmente uma criança menos

desenvolvida que as demais, apenas se desenvolve de forma diferente". A

criança em sua essência é a mesma, precisa do outro para se socializar e

crescer como pessoa e ser humano. Construir seu conhecimento através de

sua interação com os demais fará do P.N.E. um ser capaz como os outros, não

da mesma forma, mas com suas limitações, seus desejos, suas frustrações,

seus sonhos e sua vontade de ser respeitado como gente que pensa, sofre,

ama, sorri, se decepciona e que busca o que todo ser humano deseja, ou seja,

ser feliz e aceito por todos.

O objetivo é comum: o de construir um conhecimento capaz de transformar

uma realidade, operando mudanças de forma efetiva considerando as

diferenças e as individualidades.

FREIRE (1982, p.101) nos diz.

Eu agora diria a nós, como educadores e educadoras: ai daqueles e

daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de

inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas

que, em lugar de visitar de vez enquando o amanhã, o futuro, pelo profundo

engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que em lugar

desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de exploração e

de rotina.

Temos dois caminhos a seguir: ou saímos da rotina como sugere

FREIRE e buscamos inovar a prática pedagógica diante da inclusão, ou

ficamos discutindo que a mesma não é viável, jogando a culpa no sistema de

ensino, nos ombros do governo, na família e em todos os setores da

sociedade. Que garantias temos de que a Inclusão terá sucesso? Ou quando

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estas mudanças ocorrerão na prática? Essa resposta só será respondida

quando passarmos dos discursos e dos debates para a prática em toda sua

plenitude.

1.1- INCLUSÃO X MATRICULA

As instituições de ensino como outros setores da sociedade não foram

planejados para a diversidade, os indivíduos são reduzidos a um só tipo e os

que não se enquadram nos padrões da normalidade são automaticamente

excluído.Nas ultimas décadas as escolas tem sido desafiadas a chegarem em

um equilíbrio respeitando a Vespecificidades dos indivíduos, de uma forma

gradual se reconhece atualmente que a inclusão dos portadores de alguma

necessidade especial nas salas de aulas regulares é fundamental para sua

autoridade moral, e exercer seus direitos como seres humanos.

Segundo Forest (1997) a inclusão trata justamente de aprender a viver

com o outro, significa ser bem-vindo e que não se trata apenas de colocar uma

criança deficiente em uma sala de aula ou uma escola. Neste sentido, entende

–se que a sociedade é determinante para p processo de inclusão e esse

modelo de convivência só tente a beneficiá-la, porque pressupõe um

crescimento interno, uma evolução nas formas de interações, valores e trocas

pessoais. Como revela o texto, “comunidades com diversidades são melhores”

(p. 141).

Nas escolas em que a inclusão é apenas um ato moral aonde os

alunos com Necessidades Educacionais Especiais são inseridos na rede

regular de ensino, apenas para cumprir a lei na qual não matricular é crime e

traz malefícios para a instituição, torna difícil crer em beneficio ou crescimento

interno, pois acaba-se incluindo para excluir afinal boa parte dos alunos em

escolas assim são colocado de lado.

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Inclusão é um movimento que tem a finalidade de repensar a escola,

reconhece-se atualmente, que não cabe apenas colocar fisicamente o

educando na sala de aula regular é indispensável que se tome algumas

medidas para que as escolas não façam apenas a inscrição desses alunos,

mas que exista uma estrutura física e pedagógica que beneficie a todos, tanto

os alunos ditos “normais” como os que não possuem necessidade especial

permanente.

Contudo não adianta permitir o acesso de todos às escolas sem

garantir o prosseguimento da escolaridade até o nível que cada aluno for capaz

de atingir. Diferente do que muitos pensam, para haver inclusão a inserção do

aluno não poderá ser condicionada a matricula.Incluir faz parte de um sistema

educativo que não é retalhado nas modalidades regular e especial, pois ambas

se destinam a receber alunos ao qual é imposto uma identidade, uma

capacidade de aprender, de acordo com suas características pessoais.

1.2 COMO INCLUIR

Apesar de pequena parcela da sociedade acreditar nos benefícios da

inclusão ainda não estamos caminhando em resoluto nesta direção, não quero

aqui fazer severas criticas, pois o que parece é que excluímos

inconscientemente é claro que é fundamental que o ser humano tenha

sensibilidade para perceber as situações, muitas coisas ainda se fazem

ausentes como a falta de políticas publicas de educação, ignorância dos pais, a

carência de uma formação continuada para os profissionais de educação entre

outras razões.

Como incluir é a grande questão, pois se tem falado bastante nesse

tema, inclusão é um assunto polemico, mas como sair das grandes teorias para

a pratica? Em algumas redes de ensino público e privado que decidiram adotar

medidas inclusivas de organização escolar, já se pode observar mudanças

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como a capacitação do professor, implantação de projetos inclusivos e muitos

outros recursos que contribuem com a causa.

Para se obter uma inclusão de qualidade será preciso a reformulação

do modelo educativo escolar visando o ensino para todos. É necessária uma

reorganização pedagógica que respeita o tempo de cada individuo e de

liberdade para aprender.

As perguntas, mas freqüentes entre os professores e seus superiores

são a seguintes: como ensinar em uma turma que há existência de pessoas

que apresentam necessidades pessoais especificas e que diferem de outros

alunos na questão de aprendizagem curricular? Será necessário dois currículos

ou planejamento duplo?

As respostas a esses questionamentos é simples, ao contrario do

que se imagina o currículo escolar não se tornará “pobre”, é possível fazer uso

do mesmo conteúdo desde que se respeite à diferença, o ensino não precisa

ser diferenciado, mas o professor tem que mudar sua pratica direcionando o

olhar para as potencialidades dos alunos.

Mantoan (2006, p.49) afirma que o ponto de partida para ensinar a

turma toda, sem diferenciar o ensino para cada aluno ou grupo de alunos, é

entender que a diferenciação é feita pelo próprio aluno ao aprender, e não pelo

professor ao ensinar.

Uma prática pedagógica que tome como ponto de partida a

deficiência em si apresentada como pressuposto, a dificuldade, através da

modelagem de comportamentos, ou do desenvolvimento de atividades de

caráter funcional, apenas. Previamente, determina-se o que a pessoa

portadora de necessidade especial não pode alcançar.

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Se ao contrário não “reduzimos”, de antemão, as possibilidades do

nosso aluno com necessidade especial e, num processo de interação

constante, procuramos com ele as “vias de acesso”, à constituição de

conhecimentos e valores, estaremos possibilitando que aprenda e se

desenvolva, apesar da necessidade que tem, sem determinarmos até onde terá

condições de caminhar.

1.3 PORQUE INCLUIR

Compreendendo a identidade como síntese que o indivíduo faz de si

mesmo apartir de um movimento dialético (dinâmico e mutável) de interações

que ele estabelece com o meio social e histórico-cultural, só se pode

compreender sua formação na trama dos sentidos, significados, interesses,

expectativas, condutas, comportamentos e especificidades que constituem as

representações do eu e do outro; representações estas sob as quais as

semelhanças e desigualdades sociais e culturais se configuram.

Morin (2000) explica que as interações entre indivíduos produzem a

sociedade que, por sua vez, testemunha o surgimento da cultura e que

retroage sobre os indivíduos pela cultura.Estas interações sociais e culturais

têm lugar privilegiado na Escola, seja ela Inclusiva ou não, ou seja, é a

educação que favorece a convivência e a formação da individualidade, da

cultura e da sociedade.

A educação é vista por Maturana (2004) como um processo pelo qual

a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver, se transforma de

maneira que seu conviver se torna cada vez mais congruente com o outro no

espaço da convivência. O educar é, portanto, recíproco e ocorre todo o tempo.

As pessoas então aprendem a viver e conviver da maneira pela qual sua

comunidade vive.

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Certamente, a formação destes conceitos está diretamente ligada às

opções curriculares e aos valores que permeiam as escolhas educativas dos

professores e escolas. Uma escola centrada no aluno, atenta à diversidade,

que busca atender às necessidades educativas de todos com qualidade e de

forma democrática, resultará em alunos com uma formação de personalidade

diferenciada, coerente com seus princípios. Os currículos das Escolas

Inclusivas são caracterizados por sua habilidade de incorporar conteúdos que

promovem o desenvolvimento de habilidades sociais além do conteúdo

acadêmico.

Nesta concepção, Inclusão quer dizer estar com o outro e cuidar uns

dos outros.Para isto, as escolhas curriculares e as práticas em sala de aula

devem encorajar todos os alunos a participarem cooperativamente como

membros da construção de uma nova sociedade. Não podemos deixar de lado

o aspecto socializante da escola, seu caráter formador, o que é ensinado de

forma implícita, os valores e princípios que embasam as ações de toda

comunidade escolar. A escola e a família influenciam profundamente no

desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social das crianças.

Formar-se pressupõe trocas, interações, aprendizagens, relações

que são singulares de acordo com a história de cada pessoa, conforme age,

reage e interage nos diferentes contextos em que atua. O processo de

formação é complexo e dinâmico, a pessoa vai se formando e se

transformando ao longo da vida na interação com o outro e com o meio em que

vive, nas relações entre o objetivo e o subjetivo, o interior e o exterior, o eu e o

outro, o pessoal e o social. Por isso, quanto mais a criança vivencia situações

diferenciadas, mais adquire conhecimento e, quando interage com toda a

diversidade humana, é capaz de conhecer a vida em todas as suas dimensões

e desafios.

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Somos seres sociais, precisamos do outro para reconhecer a nós

mesmos, para estabelecer nossa auto-estima. Se excluídos, consideramos que

não temos valor e destruímos nossa identidade. Ao excluir, estabelecemos

uma relação desigual com o outro, de constrangimento. O diferente nos

ameaça, surge o preconceito, a rejeição. O homem só pode reconhecer-se

como sujeito único quando se observa em relação aos outros, diferentes dele.

Tal fato reforça ainda mais a importância do outro na constituição da identidade

humana, fazendo-nos concluir que o conhecimento de si é dado pelo

reconhecimento recíproco dos indivíduos de um determinado grupo social com

sua história, suas tradições, suas normas, seus interesses etc...

Pensando nisso, a inclusão escolar surge como uma prática

favorável à construção da identidade de indivíduos tão diferentes quanto

semelhantes a todos nós. Tal concepção é reforçada quando se entende que,

através da convivência, o indivíduo se relaciona e se identifica com os outros

sob circunstâncias carregadas de emoção e passa a ter como referência para a

formação da sua identidade os papéis sociais que são interpretados pelos

outros e que para ele são significativos.

Vale ressaltar que a consciência do direito de constituir uma

identidade própria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no

direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando oportunidades

diferenciadas (eqüidade) com vistas à busca da igualdade. Espera-se, portanto,

que os ideais que embasam a Escola Inclusiva desenvolvam nos alunos

habilidades sociais tais como:

· Ser capaz de perceber os outros

· Ser capaz de aceitar os outros

· Ser capaz de comunicar-se

· Ser capaz de estabelecer consensos

· Não ter medo

· Ser ativo

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· Ter confiança em si mesmo

· Saber lidar com poder

· Saber lidar com controle

· Saber lidar com competição e rivalidade

· Saber relacionar-se com os outros

· Conhecer a si mesmo

· Conhecer sua função no grupo

· Aceitar a diversidade

· Diminuir o preconceito

· Desenvolver valores morais e éticos

Cada pessoa, ao lidar com a dificuldade do outro e com a sua própria

dificuldade, elabora um saber diferente, enxerga outras possibilidades, outros

pontos de vista e, assim, cria uma identidade inédita. É esta identidade,

enriquecida pela diversidade, que precisa ser cada vez mais valorizada.

A Escola Inclusiva beneficia a todos os alunos, indiscutivelmente; e beneficia,

também, a construção de uma identidade mais ética e com valores mais

humanitários e democráticos, favorece a construção da cidadania e a

sociabilidade, o que promoverá uma sociedade mais justa e igualitária.

(PACHECO, 2007, p. 157).

Existem pessoas que não acreditam nos benefícios que os alunos

podem tirar da nova situação, especialmente os casos mais graves, pois não

teriam condições da acompanhar os avanços dos colegas e seriam mais

marginalizados e discriminados que nas classes e escolas especiais.Em uma

escola inclusiva os alunos com alguma deficiência ganham respeito, convívio

social e oportunidade de desenvolver suas potencialidades, porque adquirem

experiências diretas com a variedade das capacidades humanas, aprendem a

gostar da diversidade, demonstram responsabilidade e melhor aprendizagem

através da convivência no trabalho em grupo, são mais bem preparados para a

vida adulta em uma sociedade diversificada e entendem que são diferentes,

mas não inferiores.

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Por outro lado, os estudantes sem deficiência também são

beneficiados com a convivência com alunos deficientes, porque perdem o

medo e o preconceito em relação ao diferente, desenvolvem a cooperação e a

tolerância, tem acesso a uma visão bem mais ampla dos papéis sociais,

adquirem grande senso de responsabilidade, melhoram o rendimento escolar,

percebem desde cedo que as famílias e os espaços não são homogêneos e

que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano.

Portanto, a convivência de alunos deficientes com aqueles que não

são tende a ser um processo tranqüilo, ainda mais se for entre crianças de 3 a

10 anos que estão desprovidas de preconceitos nessa faixa etária;

normalmente, o preconceito nessa idade, se houver, será por parte dos pais e

não das crianças. E mesmo promovendo a solidariedade a Inclusão não será

um movimento de caridade e sim de responsabilidade social, ou seja, de toda

uma sociedade.

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CAPITULO 2

A COMUNIDADE ESCOLAR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Durante as ultimas décadas, vimos desabrochar e fortalecer alguns

movimentos no âmbito da educação inclusiva. Muitas criticas são feitas as

escolas regulares na sua forma estrutural e pedagógica em relação ao modo

como se inclui, porem há de se ter consciência de que pessoas com

necessidades educacionais especiais não são casos recentes , desde o

principio da humanidade que existem indivíduos considerados “deferentes,”

escolas inclusivas sim é algo recente e raro em nosso meio afinal incluir não é

amontoar “coitados” por ato caridoso em escolas regulares de ensino.

Favorecer a educação inclusiva é possibilitar a abertura de janelas

mentais, de gaiolas epistemológicas, de quebra de barreiras e transgressões

de fronteiras limitadoras. É permitir um caminho, percurso, jornada, um

currículo no qual todos tenham possibilidades de construção de saberes.

Pensando desse modo, para que a diversidade se faça presente como valor

universal, a escola precisa assumir uma postura de construtor de igualdade,

visando a incluir no contexto social aqueles que vem sendo sistematicamente

excluídos.

Incluir não é e nunca foi uma tarefa fácil leva um tempo para que

uma escola se torne de fato inclusiva e livre de descriminação de todos os

tipos, todos terão que ser mobilizados em prol deste objetivo, a verdadeira

inclusão precisará ter como base um processo de edificação de consensos

derivado de uma reflexão coletiva sobre o que é a escola, suas funções,

problemas e como resolvê-los. Deve-se buscar um pensamento orientado para

a ação e isso não se prende ao atendimento dos princípios normativos legais

que justificam a inclusão. É preciso traçar ações e orientar as formas para

pensar na própria integração.

Há de pensar que para, a inclusão aconteça não basta estar

garantido na legislação, mas requer mudanças profundas no sistema de

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ensino. Essas modificações, portanto dependem de uma renovação de valores

da sociedade e da vivencia de um novo paradigma que não se faz através de

uma receita, mas com reflexão dos educadores, das direções dos pais, dos

alunos e da comunidade.

2.1 INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO

Os dois conceitos que permeiam o cotidiano escolar, em relação à Educação

Especial, referem-se à integração e à inclusão. A noção de integração é polissêmica, seja

porque múltiplos podem ser os sujeitos, os espaços político-sociais onde o processo se

desencadeia e se mantém, seja porque são múltiplos os níveis de sucesso conseguidos nas

interações interpessoais, implícitas em qualquer dos conceitos de integração. Na verdade,

podemos dizer que, a idéia de integração, seja ela de qual natureza for, pressupõe a

reciprocidade (CARVALHO, 1998).

A respeito do conceito de integração, consta da Política Nacional de

Educação Especial (1994):

É um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto

relacional, legitimando sua interação nos grupos sociais. A integração implica

em reciprocidade. E sob o enfoque escolar é processo gradual e dinâmico que

pode tornar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos

alunos (p.18)

O conceito da integração apresenta três dimensões abrangentes:

1) Integração física – envolvendo o espaço e o tempo de convivência no

mesmo ambiente. Assim, quanto maior a oportunidade de convivência, melhor

seriam os resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados

adequadamente e a integração ocorresse de forma gradativa. Um outro

aspecto é o locacional e se refere ao fato de que crianças matriculadas em

escolas regulares disponham de classes especiais ou salas de recursos

organizados para a Educação Especial, sendo preparadas para a integração;

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2) Integração funcional – supõe a utilização dos mesmos recursos

educacionais disponíveis no ensino comum;

3) Integração social – diz respeito ao processo de interação com o meio, à

comunicação e à inter-relação através da participação ativa nos grupos, na

escola e na comunidade (MEC, 2002, p.13).

Embora a proposta de integração plena estivesse voltada para a inserção do

aluno na classe regular e na comunidade, a educação de crianças PNEE,

acabou acontecendo de forma paralela em instituições especializadas ou em

classes especiais. A integração, na escola, não é iniciativa exclusiva dos

educadores que se dispõem a trabalhar com portadores de necessidades

educacionais especiais, se não houver a concordância e a parceria entre toda a

comunidade escolar, corre-se o risco de apenas inserir o portador de

deficiência no convívio com outras crianças, sem que se efetivem, entre eles,

trocas interativas enriquecidas pela plena aceitação dos portadores de

deficiência. A integração é o caminho para o estabelecimento de relações

justas e harmônicas na sociedade. Em 1994, com a divulgação da Declaração

de Salamanca (Espanha), sob o patrocínio da UNESCO, chega ao público o

movimento da inclusão, que é definido por um sistema educacional modificado,

organizado e estruturado para atender às necessidades específicas, interesses

e habilidades de cada aluno. Esta última abordagem requer uma prática

pedagógica dinâmica, com um currículo que contemple a criança em

desenvolvimento, os aspectos de uma ação mediadora nas inter-relações entre

criança, seus familiares e professores, atendendo às suas especificidades no

contexto da convivência.

Uma escola inclusiva e includente, que promova a integração dos

alunos, os fazem sentirem-se felizes e pertencentes a um grupo. Os alunos

falam, se movimentam, questionam, trazem a vida para dentro da escola. A

partir destes conceitos, podemos afirmar claramente, que integração e inclusão

não são sinônimos, são metáforas distintas que contém imagens e práticas

diferentes. Vemos que a integração pode ser considerada um preparo do aluno

PNEE para a inclusão, esta, por sua vez, sugere a imagem de uma escola em

movimento, em constante transformação e construção, de enriquecimento

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pelas diferenças. Esse movimento implica: mudanças de atitudes, constante

reflexão sobre a prática pedagógica, modificação e adaptação do meio e em

nova organização da estrutura escolar. A educação inclusiva deve ter como

ponto de partida o cotidiano: o coletivo, a escola e a classe regular, onde todos

os alunos PNEE ou não, tenham acesso ao conhecimento, à cultura e

progridam no aspecto pessoal e social.

2.2 O PAPEL DA SOCIEDADE E DA FAMÍLIA NO PROCESSO

DA INCLUSÃO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL

As salas de aula inclusivas partem de uma filosofia segundo a qual

todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar e comunitária.

A diversidade é valorizada, acredita-se que tal diversidade fortaleça a turma e

ofereça a todos os seus membros maiores oportunidades para a

aprendizagem.

Uma escola inclusiva é aquela que educa todos os seus alunos em

salas de aula regulares, assim todas as crianças enriquecem-se por terem a

oportunidade de aprender umas com as outras, desenvolvem-se para cuidar

umas das outras e conquistam as atitudes, as habilidades e os valores

necessários para a formação de uma sociedade que apóie a inclusão de todos

os cidadãos, promovendo atitudes positivas com relação aos portadores de

deficiências. Estas relações, quando planejadas adequadamente e

proporcionadas em ambientes integrados, colaboram efetivamente para a

formação de pessoas mais sensíveis, compreensivas, que respeitam e

convivem confortavelmente com as diferenças e semelhanças individuais

(MEC, 2002).

Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a

formação de uma sociedade democrática e não-excludente deve,

necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é a marca da

vida social em nosso país. Aprender a conviver e relacionar-se com pessoas

que possuem habilidades e competências diferentes, que possuem expressões

culturais e marcas sociais próprias, é condição necessária para o

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desenvolvimento de valores éticos, como a dignidade do Ser Humano, o

respeito ao outro, a igualdade e a equidade e a solidariedade. A criança que

experimentar a diversidade nas instituições educativas desde os primeiros anos

de escolaridade, poderá aprender muito.

Por outro lado, para a criança que apresenta necessidades educacionais

especiais, o convívio com outras crianças torna-se benéfico a medida em que

representa uma inserção de fato no universo social e favorece o

desenvolvimento e a aprendizagem, permitindo a formação de vínculos

estimuladores, o confronto com a diferença e o trabalho com a própria

dificuldade.

O princípio da Escola Inclusiva é desenvolver uma pedagogia

centrada na criança, capaz de educar a todas, sem discriminação. O ideal é

que esta pedagogia envolva toda a comunidade escolar, inclusive as famílias

(CARVALHO, 1998). Este compromisso garante o fortalecimento de uma

sociedade democrática, justa e solidária, abolindo os erros do passado, quando

os deficientes eram deixados à margem da sociedade.

A participação da família e da sociedade é essencial para o êxito de

uma proposta de educação inclusiva. O grande questionamento está em como

viabilizar essa participação, ou seja, cada escola que tenha uma proposta

inclusiva, deve buscar estratégias que levem a família a ser co-autora do

Projeto Político Pedagógico da escola. Um dos caminhos que vêm funcionando

com bastante eficácia é o Conselho Escola Comunidade (CEC), formado por

um ou mais elementos de cada segmento da comunidade escolar (professor,

aluno, funcionário, responsável e, eventualmente, um membro da associação

de moradores), através de eleição direta, possuindo a competência de

assessorar social e politicamente a direção da escola, além de recomendado

legalmente, quando bem instituído, gera força política e social possibilitando

que os diferentes segmentos da comunidade escolar avaliem os resultados

desse processo contínuo e permanente que é a inclusão.

O desafio é estender a inclusão desde a Educação Infantil em um

número cada vez maior de escolas e, ao mesmo tempo, ter em mente que o

principal propósito é facilitar e ajudar a socialização, o respeito, a

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aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos, os cidadãos do futuro.

Nossas escolas e comunidades tornar-se-ão tão boas quanto decidirmos

orná-las.

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CAPITULO 3

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO

Trabalhar na educação de alunos com necessidades educacionais

especial, não depende apenas de um gostar, depende sim de uma entrega

total, quando se deixa de ser apenas profissional para se tornar um elo de

ligação entre o novo e a história, entre o desafio de poder fazer a diferença e a

certeza de um caminho árduo... Ser um professor que inclui, depende de um

embasamento profundo, de um conhecimento científico e de mundo, de uma

visão ampla de futuro e de humanidade e, tudo isso centrado em um grande

amor e na busca da realização profissional e intelectual. Conforme os capítulos

anteriores, inúmeras são as leis e as políticas de inclusão existentes hoje. Para

tanto, se fossem cumpridas tornariam a educação brasileira um modelo para o

mundo, no entanto se sabe que muitas dessas passam por fatores vitais que

refletem especialmente a linha de pensamento dos envolvidos, em foco central,

do professor. Este, na maior parte dos casos, não vê com bons olhos a

referência: “do incluir”. Isso acontece pelo principal fato do mesmo não se

sentir preparado, sendo que isso em nada tem a ver com o regime jurídico que

rege este norte, mas com a falta de distribuição e consciência na organização

das escolas e sistemas. Afirma-se isso embasado na LDB que, através de seu

artigo 59, reconhece a importância desse aspecto, a qual diz:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades

especiais:

Professores com especialização adequada em nível médio ou

superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino

regular capacitado para integração destes educandos nas classes comuns.

Isso mostra claramente a direção para a qual estas leis norteiam, não

aceitando mais que o professor seja a fonte distribuidora do conhecimento,

mas que muito além do científico, possa abrir-se o leque, tendo discernimento

para entender e respeitar a grande diversidade da natureza, dos interesses,

das necessidades de aprendizagem, de que cada indivíduo, particularmente,

em uma sala de aula inclusiva, possa apresentar.

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Compreender e transformar a realidade são, ao mesmo tempo, o

motor de desenvolvimento da pessoa. Deste modo, nos processos de

aproximação aos objetosda cultura, esta pessoa leva a sua experiência e os

instrumentos os quais lhe permitem construir uma interpretação pessoal e

subjetiva daquilo que se trata. Não é necessário insistir, então, que cada

pessoa será diferente, que levará coisas diferentes e a interpretação que ira

fazendo da realidade, apesar de possuir elementos compartilhados com os

outros, também terá características únicas, pessoais. Este respeito ultrapassa

as barreiras do simples fato de que cada um seja ele portador de necessidades

educacionais especiais ou não, depende de uma organização pedagógica

criativa, pois o atendimento individualizado se tornará mais eficaz quando o

professor assumir o papel de organizador de ambientação das salas de aula,

das experiências de aprendizagem, dos recursos e das condições dos

procedimentos e das práticas para a construção do conhecimento e

socialização dos mesmos. Ressalta-se que o grande marco para que a

inclusão passasse de utopia para um mergulho na realidade, despertando os

campos da educação de maneira mais direta, inclusive o professor, foi a

declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) que enfatiza em seu texto a

necessidade urgente de repensar a inclusão dos alunos com necessidades

educacionais especiais, dando-lhes a partir deste acordo, maior enfoque a sua

participação nas escolas regulares, com igualdade de oportunidade, como se

pode constatar em parte do seu texto.

Acreditamos e proclamamos que:

- toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a

oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,

- toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de

aprendizagem que são únicas.

- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais

deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta

diversidade de tais características e necessidades,

- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola

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regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na

criança, capaz de satisfazer a tais necessidades

- escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios

mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades

acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação

para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria

das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da

eficácia de todo o sistema educacional. (UNESCO, 1994, p. 1).

Entende-se que o ensino, desde os tempos mais remotos foi programado para

atender aos alunos ditos normais, que possuem bom desenvolvimento

psicolingüístico, motivados, sem problema de aprendizagem e oriundos de uma

sociedade sócio-familiar adequada, para o desenvolvimento tanto social

quando de aprendizagem favorável. E, é para atender estes alunos que a

maioria das universidades ou órgãos de formação de professores trabalha e

direciona seus atendimentos, fazendo com que a capacidade de lidar com a

diversidade, cada vez mais presente nas escolas, fique deveras impossibilitada

de acontecer. Tem-se consciência de que uma formação de qualidade não

depende apenas do professor, mas também do aluno, como é o exemplo do

trabalho com surdos, cego-mudos, retardos mentais, hiper-ativos; todos

dependem de conhecimentos específicos. De conhecimento das definições do

que é e como lidar com estas. Ou seja, de como são denominadas as

deficiências:

Deficiências Físicas ou Motoras: diversas razões impedem a locomoção, a

execução, ou a coordenação parcial ou total dos movimentos, causando

deficiências físicas ou motoras. Dentre elas estão as seqüelas da poliomielite,

paralisia cerebral, acidentes vasculares, lesões medulares, amputações,

malformação congênita, e acidentes traumáticos diversos.

Deficiências Sensoriais: são as que provocam perda total ou parcial da visão,

da audição ou da fala.

Deficiências Mentais: diferente de doença mental (que diz respeito a

transtorno da mente). Trata-se de uma condição na qual o cérebro está

impedido de atingir seu pleno desenvolvimento, prejudicando a aprendizagem e

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a integração social. Pode ser caracterizada por grau e natureza variados,

desde um déficit intelectual e cognitivo leve até uma deficiência mental

profunda. A partir disso, entende-se de como se pode lidar com cada aluno

portador especificamente, sendo que muitas pessoas, inclusive os próprios

professores, se sentem pouco à vontade diante do “diferente”. As pessoas

assim não devem ser evitadas e, na convivência com elas, não se deve fazer

de conta que a deficiência não existe. A deficiência deve ser reconhecida e

aceitada como um fato real; contrariamente o relacionamento com a pessoa

não será real. Nem o trabalho ou objetivos de aprendizagem, alcançados Estas

formações dificilmente são encontradas nas universidades, mas em cursos

complementares que ajudam no todo da intelectualização, para um

desempenho total e adequado. Neste caso, o futuro educador precisa não

somente da formação universitária, mas necessita buscar conhecer mais

profundamente outros caminhos que levem a inclusão. Como ilustra

Vasconcelos (2001 p. 180): Trata-se, como sabemos, de uma questão muito

complexa, na medida em que envolve não só o período acadêmico, mas toda a

vida profissional. Mesmo no campo acadêmico o que temos constatado

historicamente é que a formação do professor tem deixado muito a desejar...

E completa: Naturalmente estas perspectivas de formação não dispensam

aquelas de nível pessoal, que implica na disposição do professor para se rever,

buscar, fazer uma outra crítica e se comprometer com a superação dos limites

encontrados. Trata-se da bem entendida disposição de aprender a aprender.

Ser professor é ser eterno aprendiz.

Com isso, pode–se dizer que o profissional da educação deve ser uma

pessoa conhecedora da sociedade, dos sistemas de ensinos, da escola

enquanto parte integrada ao meio, bem como, ter um comprometimento político

e preparo teórico - prático para enfrentar e debater todos os problemas,

buscando sempre apresentar soluções. Sabe-se que o preparo desse

profissional é um grande desafio, pois além do afetivo, do humano, tem-se que

pensar na realização pessoal do mesmo e isso envolve fatores como: a teoria,

a prática, o político-social e o inter-relacional; o que, conseqüentemente

resultará em um educador consciente e crítico.

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Não se pode deixar de abordar, quando se fala de formação e de

universidade, o quanto este termo precisa de atenção. Sabe-se que é difícil

afirmar que uma formação em que o aluno tem acesso à biblioteca bem

equipada, com funcionários sérios, com aulas presenciais administradas por

professores com formação acadêmica referencial, com laboratórios e

respeitando toda uma ética de desenvolvimento pedagógico bem estruturado,

seja mais inclusivo que alunos formados em faculdades à distância ou até

virtuais.

Mas parece bastante complicado formar um professor que precisa

trabalhar embasado na socialização, no contato direto, no carisma e

especialmente na diversidade, apenas por meio de teorias. Isso se reporta ao

tipo de formação adequada para os governos, já que o que se vê é um maior

objetivo a quantidade e não a qualidade quando se faz referência à formação

acadêmica. Criam-se os normais superiores com três anos de duração, bem

como as universidades à distância, em que as aulas são virtuais e os alunos,

por sua vez, estudam sozinhos, sem o contato e a socialização direta do

conhecimento.

De tudo isso, a perplexidade surge quando se tem consciência de que

nada adianta querer apressar a formação do docente em programas de

formação à distância e de curto prazo, para atuar em locais onde os problemas

da falta de professores é maior, pois quanto mais excluído o aluno, maior é a

exigência de formação de seu professor. Com isso, acredita-se que à questão

da formação de professores vai muito além do simples cursar um terceiro grau.

Tendo como referência as palavras de Rubens Alves (2005), em seu livro

“Entre a Ciência e a Sapiência” no qual discute o papel da escola e em especial

da universidade.

Afirma com muita propriedade que as universidades, muitas vezes

não passam de 21distribuidoras de diplomas, em que são produzidos cidadãos

em série sem consciência do seu papel social e ainda relaciona os mesmos

com eucaliptos, e com aquelas árvores enormes que resistem ao tempo porque

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tem raízes fortes e profundas, os jacarandás, estas, são bem mais difíceis de

produzir.

Portanto, entende-se que a chave da inclusão depende muito do

professor bem preparado, e isso só acontecerá quando todo o sistema

educacional for repensado seriamente por pessoas com visão sólida e ampla,

com objetivos claros dos caminhos a serem trilhados, e não apenas por

interesses políticos que buscam maquiar a realidade e satisfazer uma pequena

minoria, ou preencher o plano de governo.

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CONCLUSÃO

Vimos neste estudo que uma educação inclusiva e includente,

promove a integração dos alunos e os faz sentirem-se felizes e pertencentes a

um grupo, eles interagem, movimentam-se, tornam-se pessoas melhores,

seres humanos mais generosos, cooperadores e solidários, a partir de uma

prática pedagógica que se baseia numa concepção democrática e que respeita

todas as diferenças e necessidades específicas de cada indivíduo.

O desenvolvimento de capacidade de se relacionar depende, entre

outras coisas, de oportunidades de interação com crianças da mesma idade ou

de idades diferentes em situações diversas. Cabe à instituição de ensino e ao

professor promover atividades individuais ou em grupo, respeitando as

diferenças e estimulando a troca entre as crianças.

As relações sociais são essenciais na construção de valores como

solidariedade e generosidade. Métodos baseados na cooperação mútua entre

alunos e na construção individual dentro das suas potencialidades, têm de ser

implantados, o incentivo à criação de estabelecimentos de ensino preparados

para atender crianças Portadoras de Necessidades Educacionais Especiais

desde os primeiros anos de vida deve ser primordial visando resultados a longo

prazo, a convivência e a cooperação proporcionam oportunidades ímpares

para o portador de necessidades especiais de vivenciar situações

fundamentais para seu desenvolvimento e interação social, assim estaremos

dando um passo decisivo para a constituição de uma sociedade mais justa e

solidária. O convívio escolar permite a efetivação das relações de respeito,

identidade e dignidade.

A escola inclusiva implica uma nova postura de escola regular, que

propõe, no Projeto Político Pedagógico – no currículo, na metodologia de

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ensino, na avaliação e na atitude e comprometimento dos educadores – ações

que favoreçam a interação social. A inclusão, que fique bem claro, não significa

simplesmente matricular todos os educandos com necessidades especiais na

classe regular, sem levar em conta suas necessidades específicas, mas dar ao

professor e à escola o suporte necessário a sua ação pedagógica.

A família, primeiro grupo social, deve viabilizar a integração social,

educacional e cultural da criança com necessidades especiais, matriculando-a

num estabelecimento de ensino, buscando atendimento médico e terapêutico

para o bem estar da mesma e, acima de tudo, participar efetivamente de todas

as superações, de todas as conquistas, incentivando e favorecendo o

desenvolvimento da criança.

A ausência de auto-imagem pode ser criada pelo manejo

inconsciente das experiências e da personalidade das crianças, pela falta de

oportunidades de avaliar-se em comparação com outras, e pela ausência de

ocasiões para explorar os próprios sentimentos e emoções.

Sobre as atividades e os sentimentos em relação a elas, com um

adulto carinhoso e também com outras crianças, ajudarão a maioria das

crianças a desenvolverem mais confiança e auto-estima. A inclusão não

envolve apenas alunos, responsáveis e professores, mas também os

funcionários de apoio e de toda a comunidade escolar.

Todas as adaptações, discussões e estratégias devem ser

estabelecidas em grupo, para que a proposta seja significativa e beneficie a

todos os alunos. O desafio é remover as barreiras, superar os preconceitos,

objetivar uma educação inclusiva de qualidade, resgatar valores e formar

cidadãos mais humanos, sensíveis, cooperadores, solidários e transformadores

da dura realidade atual.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ...........................................................................2

AGRADECIMENTO ...........................................................................3

DEDICATÓRIA ..................................................................................4

RESUMO ...........................................................................................5

SUMÁRIO ..........................................................................................6

INTRODUÇÃO ...................................................................................7

CAPÍTULO 1

INCLUSÃO ESCOLAR .......................................................................9

1.1 - INCLUSÃO X MATRICULA .....................................................21

1.2 -COMO INCLUIR .......................................................................22

1.3- PORQUE INCLUIR ...................................................................24

CAPITULO 2

A COMUNIDADE ESCOLAR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA .............29

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2.1- O PAPEL DA SOCIEDADE E DA FAMÍLIA NO PROCESSO DA

INCLUSÃO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL .................................30

CAPITULO 3

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO .........35

CONCLUSÃO .....................................................................................41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................43·

BIBLIOGRAFIA CITADA .....................................................................45

ÍNDICE.................................................................................................46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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