universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 2012-06-19 · como se sabe a educação...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Ensino x Aprendizagem
Orientadora
Prof: Vera Lúcia Vaz Agarez
Por: Fabiano Moreira Bonacorso
Florianópolis, agosto de 2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Ensino x Aprendizagem
Apresentação de monografia à
Universidade Cândido Mendez como
requerido parcial para obtenção do grau
de especialista em educação ambiental.
Por: Fabiano Moreira Bonacorso
Florianópolis, agosto de 2009.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS e
a minha família o qual me inspirou e
deu apoio nesse desafio de minha
vida, sempre me motivando quando
necessitei para formação deste
curso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a memória
de meus pais, e a minha
namorada Sharon o qual sempre
me incentivou, fazendo com que
eu acreditasse em mim cada vez
mais sendo uma pessoa muito
especial, me dando todo apoio
necessário nas horas que mais
precisei, contribuindo para
perspectivas de futuro, para
concretização e a realização dos
nossos sonhos. Obrigado...
5
METODOLOGIA
Será feito um trabalho de pesquisa bibliográfica, através da qual se propõe analisar o interesse de proteger o meio natural, através de ensinamentos de educação ambiental.
O trabalho parte de levantamentos bibliográficos em livros de educação ambiental, sustentabilidade e parâmetros curriculares, elaborando e organizando os assuntos nas questões ambientais que envolvam a educação ambiental como ensino e aprendizagem, que possam ser repassadas da forma mais natural existente, para poder desenvolvê-las, preocupando-se sempre com o bem estar da humanidade e as futuras gerações.
A elaboração deste trabalho abrangerá altos níveis de conhecimentos sobre a preocupação do interesse de educação ambiental, bem como exerce – lá, auxiliando a sociedade para buscas de melhoramentos e conscientizações ambientais.
6
Resumo
Este trabalho trata da questão ambiental, a qual vem sendo considerada
cada vez mais urgente e importante para o conjunto da sociedade, pois o futuro
da humanidade e do planeta Terra depende da relação estabelecida entre a
natureza e homem.
Apresenta a educação ambiental no seu contexto de ensino e
aprendizagem, culminando a interdisciplinaridade e o currículo – meio ambiente
dos Parâmetros Curriculares Nacionais. O efeito das atividades sobre o meio
ambiente desenvolvidas na escola proporciona ao aluno sentir-se integrante e
agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as
interações entre eles, contribuindo ativamente para sua melhora, por meio de ações que favorecem a formação da consciência ecológica e que podem ser
desenvolvidas na escola e na comunidade, das quais o educando participa.
7
SUMÁRIO
METODOLOGIA.............................................................................................5
RESUMO........................................................................................................6
INTRODUÇÃO................................................................................................8
CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO AMBIENTAL....................................................10
1.1 – Considerações sobre a Educação Ambiental.......................................11
1.2 – A Educação Ambiental na sociedade...................................................21
1.3 – Os âmbitos da Educação Ambiental.....................................................22
1.3.1 – Educação Ambiental Formal..............................................................33
1.3.2 – Educação Ambiental Não Formal......................................................35
1.3.3 – Educação Ambiental Informal............................................................37
CAPÍTULO II – P LANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL.................................................................................................38
2.1 – A Educação Ambiental como estratégia de ensino..............................41
2.2 – A Educação Tradicional x Ambiental e os PCNS no Currículo............43
2.3 – Reconceituar a escola para incluir a Educação Ambiental..................45
2.4 – A Educação Ambiental é emergencial nas escolas.............................48
CAPÍTULO III – A INFÂNCIA, PRINCÍPIO DA CONSCIENTIZAÇÃO
AMBIENTAL.................................................................................................49
3.1 – A Educação Infantil e a Educação Ambiental atualmente...................50
3.2 – Aspectos pedagógicos de um trabalho educativo ambiental.............53
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................61
8
INTRODUÇÃO
Como se sabe a educação ambiental vem se desenvolvendo com o
passar dos anos, desde que o homem se auto-analisou e constatou ser o
próprio degrada dor do meio ambiente existente.
O nosso mundo é um lugar de injustiças. A distribuição das riquezas
naturais, do poder político, da educação é desigual para todos. Algumas
nações tem mais que as outras, os esforços dos educadores junto com os
conservacionistas devem trabalhar utilizando a educação ambiental de acordo
com a realidade e as considerações legais para reduzir os desequilíbrios e
seus efeitos adversos sobre o meio ambiente.
Ao longo da sua história, segmentos das sociedades humanas
apropriaram-se, cada vez mais, da natureza, transformando-a na nossa era
urbana e industrial. Com o avanço da tecnologia, difundiu-se um sentimento de
autonomia que levou o homem moderno a se definir como superior a sua
própria cultura.
Infelizmente o impacto ambiental, já é um problema encontrado em
vários Países, denunciando a fragilidade e autonomia conquistada favorecendo
um modelo de desenvolvimento que se mostra auto insustentável.
É nesse contexto que a educação ambiental se insere. Ela objetiva
levantar informações sobre a problemática ambiental e sobretudo identificar de
que maneira o tema meio ambiente juntamente com a educação ambiental são
desenvolvidos na escola, segundo as diretrizes dos Parâmetros Curriculares
nacionais.
O ambiente escolar constitui um espaço extremamente privilegiado para
o desenvolvimento da educação ambiental, possibilitando a realização de
inúmeros estudos na área, como a análise da percepção ambiental pelos
educandos e comunidades, a organização de projetos envolvendo a
comunidade escoar dentro da escola no sentido de diagnosticar e propor
soluções para minimizar os problemas ambientais das mesmas.
A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação,
que se propõe atingir os cidadãos através de um processo pedagógico
9
participativo permanente que procura incumbir o educando a uma consciência
crítica sobre a problemática ambiental.
A educação como modo de modificar-se é o meio mais convincente e
eficaz de realizar tal modificação de atitudes, pois leva o homem a modificar-se
pelo conhecimento e não pela obrigação de seguir determinações ou
legislações reguladoras. Somente a partir da conscientização do porque isto ou
aquilo acontece é que o indivíduo acorda para observar seus atos e analisar se
as mesmas são corretas ou não e tomar atitudes para modifica-lás.
Assim a educação ambiental tem sido proposta como solução para os
problemas ambientais, sendo necessário que os cidadãos tornem-se
conscientes de sua participação no ambiente.
Neste trabalho será abordado a história, termos e conceitos pertinentes
a educação ambiental bem como sua trajetória no Brasil, a importância da
escola como sendo dinamizadora de uma educação voltada para o meio
ambiente que implica em uma profunda mudança de valores em uma nova
visão de mundo.
Analisa sobre tudo o processo de diversificação e flexibilização na
organização curricular e formulação da estrutura curricular escolarizada,
destacando os conceitos de interdisciplinaridade e de contextualização, bem
como os acertos e desacertos da proposta curricular atual.
Nesse contexto a educação ambiental visa modificar as relações entre a
sociedade e a natureza a fim de melhorar a qualidade de vida, propondo a
transformação do sistema produtivo e do consumismo em uma sociedade
baseada na solidariedade, afetividade e cooperação, ou seja, visando a justa
distribuição dos seus recursos entre todos.
O que se pretende mostrar é como analisar alguns aspectos da
educação ambiental que podem ser relevantes no ensino e aprendizagem do
nosso dia a dia que sejam relevantes com os nossos aspectos sociais, culturais
e ambientais, favorecendo um meio ambiente auto-sustentável, sem degradá-lo
para as futuras gerações.
10
CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Atualmente lançamos novos olhares e diferentes linguagens a respeito
da questão ambiental, a fim de compreendermos a atuação do homem na
natureza. Para isso requer um resgate sobre a utilização desses recursos
naturais. O desenvolvimento do capitalismo, ao longo dos tempos, trouxe
contato com a tecnologia e suas consequências atingiram o meio ambiente.
Existem muitos teóricos que propõem métodos e reflexões sobre a
problemática ambiental a ser trabalhada na escola. As metodologias avançam,
mas as práticas ainda não possuem uma visão interdisciplinar que envolva a
comunidade escolar toda, o que é objetivo maior.
Muitas decisões são tomadas a nível educacional, mas as propostas
geralmente atendem as necessidades da sociedade e, no entanto, ainda são
mais teóricas do que práticas na maioria.
Precisamos garantir uma proposta clara que atenda os interesses da
humanidade. São vários projetos e leis que já foram construídas através de
encontros de nível mundial, que trouxeram propostas a fim de proteger o meio
ambiente. A tecnologia pretende auxiliar, mas sabemos que o Brasil, por seu
tamanho, recursos naturais e industrialização lida com problemas ambientais
diversos.
Quando a educação assumir uma postura quanto à questão do meio
ambiente seremos um batalhão ambiental. Cidadãos com hábitos, ou seja,
ações de indivíduos conscientes que refletem a sua própria identidade social
perante a natureza. Ao contrário sobre este assunto estaremos oportunizando
o entendimento do próprio processo histórico.
A poluição causada por automóveis e indústrias, objetos domésticos,
agrotóxicos e problemas com o lixo, há degradação de riquezas naturais. Se
nas cidades as condições ambientais, são nocivas par a vida da população,
11
a destruição da flora e da fauna ameaça a biodiversidade.(ALMANAQUE
ABRIL, 2002, p. 116).
Os impactos ambientais sentidos em várias partes do partes do mundo
geram atitudes de campanha, reuniões... Qual é o papel da educação
ambiental frente ao meio ambiente?
Somos adultos e sabemos o que “na escola é repassado” percebemos
ao longo dos tempos que antigamente era tudo reaproveitado, o homem
explorava a natureza, mas de forma menos abusiva, com a industrialização
muita coisa perdeu-se, o ser humano com sua ganância só pensava em tirar
proveito sem nada a retribuir e sem se preocupar com os danos causados ao
meio ambiente e assim resultou as problemáticas atuais que preocupam todos,
pois diz respeito ao futuro do nosso planeta.
Urgentemente precisamos compreender a reciclagem como algo
rotineiro para atender as relações humanas, essa é uma das funções da
educação ambiental em nossas escolas. Além disso, precisamos concretizar a
educação ambiental como possibilidade ou emergência nas escolas.
1.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Desde os primórdios das sociedades humanas, o homem buscou acumular
riquezas, utilizando todos os recursos disponíveis da natureza em seu próprio
benefício. Para assegurar a segurança de sua família e seus descendentes,
travou inúmeras batalhas, o poder de ter mais e sua ganância extinguiu alguns
dos recursos ambientais existentes, sua prepotência extrapolou o fim de
sobrevivência de alguns seres e extinguiu alguns recursos até então
disponíveis em nosso planeta.
Ser ecologicamente alfabetizado, ou eco alfabetizado, significa entender os
princípios de organização das comunidades ecológicas ( ecossistemas) e
usar esses princípios para criar comunidades humanas conscientes
(CAPRA, 1999, p. 231)
12
A questão ambiental nas ultimas décadas tem sido uma das grandes
preocupações da humanidade, está sendo amplamente discutida em várias
áreas do conhecimento, uma vez que a sociedade moderna foi despertada
devido ao avanço da destruição dos recursos naturais do planeta. Uma das
formas para o combate à destruição da natureza é a conscientização da
sociedade sobre esta temática, buscando soluções para paralisar a destruição
e intervir na situação de ações que recuperem o meio ambiente.
Conforme Grüm, (2002, p. 15) A educação ambiental não é algo assim
tão novo. Ela efetivou-se como uma preocupação no âmbito da educação há
mais ou menos duas décadas. A emergência da crise ambiental como uma
preocupação especifica da educação foi precedida de certa “ecologização das
sociedades”. Essa ecologização começou no momento em que o meio
ambiente deixou de ser um assunto exclusivo de amantes da natureza e se
tornou um assunto da sociedade civil mais ampla.
As idéias ligadas a temática ambiental não surgiram de um dia para o
outro. Numerosos fatos de âmbito internacional foram delineando que o
conhecemos hoje por educação ambiental. Podemos fazer uma breve
retrospectiva histórica desses fatos.
A demanda global dos recursos naturais deriva de uma formação
econômica cuja base é a produção e o consumo em larga escala. A lógica
associada a essa determinação das condições do meio ambiente, o que dá
margem à interpretação dos principais danos ambientais como fruto de uma
“maldade” intrínseca ao ser humano.
A partir do século XVIII a Revolução industrial contribuiu diretamente
para intensificação de inúmeros problemas ambientais em nossa sociedade. A
produção em larga escala aliada ao intenso crescimento e inchaço das cidades
impulsionou a sociedade a consumir cada vez mais produtos, aumentando a
produção e a diversidade de resíduos gerados na área urbana e rural.
13
Os rápidos avanços tecnológicos viabilizaram formas de produção de
bens com consequências indesejáveis que se agravam com rapidez. A
exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente
intensa, a ponto de por em risco a sua renovabilidade... (PCN, 1998, p.173)
Sistemas de vida inteiro de vida vegetal e animal são tirados de seu
equilíbrio. E a riqueza gerada num modelo econômico que propicia a
concentração da renda não impede o aumento da miséria e da fome (PCN,
1998, p. 174)
Grandes extensões da monocultura, por exemplo, podem determinar a
extinção regional de uma espécie e a proliferação de outras. Vegetais e
animais favorecidos pela plantação, cujos predadores foram exterminados,
reproduzem-se de modo desequilibrado, prejudicando a própria plantação. Eles
passam a ser considerados então uma “praga”. (PCN, 1998, p. 174).
Impulsionados pelos avanços tecnológicos, o homem ampliou a sua
capacidade de produzir alimentos, matéria prima e, em contrapartida alterações
no meio ambiente natural. Esta agricultura moderna e avançada, preconizadas
nos moldes da indústria, tinha como alicerce básico as variedades melhoradas
para maior produtividade, as quais demandavam mecanização intensa e
grande quantidade de insumos agrícolas ( adubos químicos, herbicidas e
outros).
Foi nesse cenário que Rachel Carson lançou, em 1962, o livro
Primavera Silenciosa, que se tornaria um clássico do movimento ambientalista
mundial. Em formato de bolso, o livro foi editado sucessivas vezes, gerando
discussões e inquietações mundiais a respeito da necessidade de reversão do
quadro descrito.
Com o passar dos anos o próprio homem foi analisando a diminuição
drástica de alguns recursos naturais existentes que estava relacionado a ele
mesmo, começando a tomar algumas medidas para a reversão desta,
14
começou a pensar seu modelo estratégico de crescimento econômico e
desenvolvimento social que seria a sustentabilidade do planeta.
O homem criou leis que previam multas e privação de liberdade, mas
somente estas medidas não foram suficientes e decidiu associar o processo
educativo para conscientizar sobre seus deveres e direitos de manter o meio
ambiente intacto e preservando para as futuras gerações.
Os povos do mais diversos cantos do planeta começaram a se
preocupar com a escassez dos seus próprios recursos existentes e começaram
a agir tomando algumas providências, como conferências em relação ao meio
ambiente e sustentabilidade, pois não se admitirá que Países ricos
continuassem explorando demasiadamente os países pobres e que fossem
extintas algumas riquezas naturais, acreditando em uma sustentabilidade viável
e eficaz, preocupados com as gerações futuras do nosso planeta.
1965 – A Conferência de Educação da Universidade de Keele, pela
primeira vez usa o termo “educação ambiental”. Entretanto, não com o
significado entendido atualmente, mas como sinônimo de ecologia aplicada ou
conservação.
1968, quando a UNESCO (Organização das Nações Unidas para
Educação,Ciência e Cultura) realizou um estudo sobre o meio ambiente e
escola junto a seus países membros. A educação ambiental entendida como
temática complexa e interdisciplinar, a qual não pode ser apenas mais uma
disciplina no currículo escolar.
1972 (Estocolmo) - A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano pontuou a necessidade de trabalhar a educação em
questões ambientais em todos os grupos, principalmente com jovens e adultos
formando uma opinião pública bem informada e responsável.
O homem é ao mesmo tempo criatura e criador do meio ambiente, que lhe
dá sustento físico e lhe oferece a oportunidade de desenvolver-se intelectual,
moral, social e espiritualmente. A longa e difícil evolução da raça humana do
planeta levou-a a um estágio em que, com o rápido progresso da ciência e
15
da tecnologia conquistou o poder de transformar de inúmeras maneiras e em
escalas sem precedentes o meio ambiente natural ou criado pelo homem, é
o meio ambiente essencial para o bem estar e para o gozo dos direitos
humanos fundamentais, até mesmo o direito à própria vida (ONU, 1972).
Na declaração universal dos Direitos Humanos, na preocupação de
estabelecer um ambiente de qualidade para as atuais e futuras gerações
estabelece a seguir 26 princípios que sirvam de inspiração e orientação à
humanidade. Esses princípios abrangem:
1- o homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de
condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe
permita levar uma vida digna, gozar de bem estar e é portador solene de
obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações
presentes e futuras. A esse respeito, as políticas que promovem ou perpetuam
o “apharteid”, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e
outras formas de opressão e de dominação estrangeira permanecem
condenadas e devem ser eliminadas.
2- Os recursos naturais da terra, incluindo o ar, a água, o solo, a flora e a fauna
e especialmente parcelas representativas dos ecossistemas naturais, devem
ser preservados em benefício das gerações atuais e futuras, mediante um
cuidadoso planejamento ou administração adequada.
3- Deve ser mantida e, sempre que possível restaurada ou melhorada a
capacidade da terra de produzir recursos renováveis vitais.
4- o homem tem a responsabilidade especial de preservar e administrar
judiciosamente o patrimônio representado pela flora e fauna silvestres, bem
assim o seu “habitat”, que se encontra atualmente em grave perigo por uma
combinação de fatores adversos. Em conseqüência ao planificar o
desenvolvimento econômico, deve ser atribuída importância à conservação da
natureza, incluídas a flora e a fauna silvestre.
5- Os recursos não renováveis da terra devem ser utilizados de forma a evitar o
perigo do seu esgotamento futuro e a assegurar que toda a humanidade
participe dos benefícios de tal uso.
6- Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outras matérias e à
liberação de calor, em quantidade ou concentrações tais que não possam ser
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neutralizadas pelo meio ambiente de modo a evitar danos graves e irreparáveis
aos ecossistemas. Deve ser apoiada a justa luta de todos os povos contra a
poluição.
7- Os países deverão adotar todas as medidas possíveis para impedir a
poluição dos mares por substâncias que possam por em perigo a saúde do
homem, prejudicar os recursos vivos e a vida marinha, causar danos às
possibilidades recreativas ou interferir com outros usos legítimos do mar.
8- O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao
homem um ambiente de vida e trabalho favorável e criar, na terra, as condições
necessárias à melhoria da qualidade de vida.
9- As deficiências do meio ambiente decorrentes das condições de
subdesenvolvimento e de desastres naturais ocasionam graves problemas; a
melhor maneira de atenuar suas conseqüências é promover o desenvolvimento
acelerado, mediante transferência maciça de recursos consideráveis de
assistência financeira e tecnológica que complementem os esforços dos países
em desenvolvimento e a ajuda oportuna, quando necessária.
10- Para os países em desenvolvimento, a estabilidade dos preços e a
obtenção de ingressos adequados dos produtos básicos e de matérias primas
são elementos essenciais para o ordenamento do meio ambiente, já que há de
se Ter em conta os fatores econômicos e os processos ecológicos.
11- As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar encaminhadas
para aumentar o potencial de crescimento atual ou futuro dos países em
desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial nem colocar
obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos. Os Estados
e as organizações internacionais deveriam tomar disposições pertinentes, com
vistas a chegar a um acordo, para se poder enfrentar as consequências
econômicas que poderiam resultar da aplicação de medidas ambientais, nos
planos nacional e internacional.
12- Recursos deveriam ser destinados para a preservação e melhoramento do
meio ambiente tendo em conta as circunstâncias e as necessidades especiais
dos países em desenvolvimento e gastos que pudessem originar a inclusão de
medidas de conservação do meio ambiente em seus planos de
desenvolvimento, bem como a necessidade de oferecer-lhes, quando
solicitado, mais assistência técnica e financeira internacional com este fim.
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13- Com o fim de se conseguir um ordenamento mais racional dos recursos e
melhorar assim as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um
enfoque integrado e coordenado de planejamento de seu desenvolvimento, de
modo a que fique assegurada a compatibilidade entre o desenvolvimento e a
necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de
sua população.
14- O planejamento racional constitui um instrumento indispensável para
conciliar as diferenças que possam surgir entre as exigências do
desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente.
15- Deve-se aplicar o planejamento aos assentamentos humanos e à
urbanização com vistas a evitar repercussões prejudiciais sobre o meio
ambiente e a obter os máximos benefícios sociais, econômicos e ambientais
para todos. A este respeito devem-se abandonar os projetos destinados à
dominação colonialista e racista.
16- Nas regiões onde exista o risco de que a taxa de crescimento demográfico
ou as concentrações excessivas de população prejudiquem o meio ambiente
ou o desenvolvimento, ou onde, a baixa densidade d4e população possa
impedir o melhoramento do meio ambiente humano e limitar o a
desenvolvimento, deveriam se aplicadas políticas demográficas que
respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem com a aprovação
dos governos interessados.
17- Deve-se confiar às instituições nacionais competentes a tarefa de planejar,
administrar ou controlar a utilização dos recursos ambientais dos estados, com
o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente.
18- Como parte de sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social
deve-se utilizar a ciência e a tecnologia para descobrir, evitar e combater os
riscos que ameaçam o meio ambiente, para solucionar os problemas
ambientais e para o bem comum da humanidade.
19- É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais,
dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida
atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases
de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das
empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade
sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão
18
humana. É igualmente essencial que os meios de comunicação de massas
evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário,
difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e
melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os
aspectos.
20 - Devem-se fomentar em todos os países, especialmente nos países em
desenvolvimento, a pesquisa e o desenvolvimento científicos referentes aos
problemas ambientais, tanto nacionais como multinacionais. Neste caso, o livre
intercâmbio de informação científica atualizada e de experiência sobre a
transferência deve ser objeto de apoio e de assistência, a fim de facilitar a
solução dos problemas ambientais. As tecnologias ambientais devem ser
postas à disposição dos países em desenvolvimento de forma a favorecer sua
ampla difusão, sem que constituam uma carga econômica para esses países.
21- Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de
direito internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar seus
próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a obrigação
de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua
jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros
Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional.
22- Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito
internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização às vítimas da
poluição e de outros danos ambientais que as atividades realizadas dentro da
jurisdição ou sob o controle de tais Estados causem à zonas fora de sua
jurisdição.
23- Sem prejuízo dos critérios de consenso da comunidade internacional e das
normas que deverão ser definidas a nível nacional, em todos os casos será
indispensável considerar os sistemas de valores prevalecentes em cada país,
e, a aplicabilidade de normas que, embora válidas para os países mais
avançados, possam ser inadequadas e de alto custo social para países em
desenvolvimento.
24- Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e
cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à
proteção e melhoramento do meio ambiente. É indispensável cooperar para
controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as
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atividades que se realizem em qualquer esfera, possam Ter para o meio
ambiente,, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios
apropriados, respeitados a soberania e os interesses de todos os estados.
25- Os Estados devem assegurar-se de que as organizações internacionais
realizem um trabalho coordenado, eficaz e dinâmico na conservação e no
melhoramento do meio ambiente.
26- É’ preciso livrar o homem e seu meio ambiente dos efeitos das armas
nucleares e de todos os demais meios de destruição em massa. Os Estados
devem-se esforçar para chegar logo a um acordo – nos órgãos internacionais
pertinentes- sobre a eliminação e a destruição completa de tais armas.
1975 – Belgrado - O Encontro Internacional em Educação Ambiental,
que resultou na Carta de Belgrado, a qual determinou metas, objetivos, o
público alvo, e as diretrizes básicas para os programas de educação ambiental.
Neste documento merecem destaque as idéias de constituir-se uma educação
formal e não-formal, assim como da importância da Educação ambiental
considerar o meio ambiente numa visão holística; realizar-se num processo
contínuo e permanente, isto é, dentro e fora da escola; conter uma abordagem
interdisciplinar; examinar as questões ambientais do ponto de vista mundial,
mas integrando às diferenças regionais; e, enfatizar a participação ativa da
sociedade na prevenção e solução dos problemas ambientais.
1977 - A Conferência Intergovernamentamental de Educação
Ambiental de Tbilisi definiu os objetivos, princípios e estratégias para a
Educação Ambiental, conceitos adotados até hoje em todo o mundo.
1987 – A Conferência sobre Educação e Formação Ambiental em
Moscou debateu dos progressos e dificuldades para implantação da Educação
Ambiental. Estratégia internacional de ação em matéria de educação e
formação ambiental para o decênio de 90 ressalta-se a necessidade de atender
prioritariamente à formação de recursos humanos nas áreas formais e não-
formais da Educação Ambiental e na inclusão da dimensão ambiental nos
currículos de todos os níveis de ensino.
1992 - No Rio de Janeiro/BR - Elaborou-se a "Agenda 21"
declarando princípios pelos quais os governos deverão se basear para elaborar
suas políticas nacionais. Na Agenda 21, a educação ambiental foi apresentada
20
como meio para alcançar o desenvolvimento sustentável, porque é capaz de
reorientar a sociedade humana. Também foi produzido o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedade Sustentáveis, também produzido na oportunidade,
um documento propositivo, não normativo, articulando alguns princípios da
educação ambiental.
1997 - Na Grécia (Thessaloniki) – numa avaliação pós a ECO-92
declara que as ações globais em prol da educação ambiental são insuficientes
na Grécia, foi a última conferência internacional sobre Educação Ambiental. A
Declaração de Thessaloniki aborda acerca da insuficiência do desenvolvimento
da Educação Ambiental e ressalta a necessidade dos governos, das ONGs e
da sociedade civil em geral implementarem os planos propostos nas
conferências anteriores.
1997 - "Rio + 5", em Kyoto (Japão), a avaliação da aplicação das
propostas do Rio deixou claro que a implementação da Agenda 21 era bastante
deficiente na maioria dos países. O número de ONGs ambientais tinha
aumentado sensivelmente, mas não conseguiam se articular, nem entre si,
nem entre as do Norte e as do Sul, nem entre as ambientais e as sociais ou
dos Direitos Humanos.
2002 – Conferência de Johanesburg – Africa do Sul – Rio + 10 - A
Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (CMDS), ocorreu de 26 de
agosto a 4 de setembro de 2002. Foi conseqüência natural de dois eventos. O
primeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Cnumad), também conhecido como Cúpula da Terra ou Rio
92, deu-se no Rio de Janeiro em 1992, daí a razão de um de seus nomes. O
segundo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano
(Cnumah), ocorrida em Estocolmo em 1972, foi considerado pioneiro no que
tange à discussão do conceito de desenvolvimento sustentável. A importância
decorre da necessidade de a humanidade chegar a um acordo sobre o grau de
interferência antrópica (humana) sobre o meio ambiente, a fim de evitar uma
catástrofe que poderia levar em casos extremos à impossibilidade da vida
humana em determinados lugares ou mesmo no mundo todo.
21
1.2 A Educação Ambiental Na Sociedade
Todos sabem a importância da educação ambiental na sociedade, diante dos
problemas enfrentados, podemos nos indagar não apenas o que esta causando a
destruição do meio natural, mas também qual é a nossa parcela de participação
individual e coletiva no processo de preservação do meio natural existente.
A maioria das pessoas, entretanto, não se vê como participante desse processo
de interferência na natureza. A sociedade vive distante dos acontecimentos que se
refletem no dia a dia, deixamos de nos sentir ligados a terra, aos cursos de água, aos
seres vivos como um todo, não sentimos a necessidade de compreender seus ciclos e
inter relações, como fazem as comunidades tradicionais que reconhecem sua própria
dependência da natureza. Essa falta de participação cotidiana na natureza nos leva a
negociar um trecho da floresta, da praia, do que se consome como se fossem
apenas objetos de comércio, pelo fato de que o capitalismo é maior do que o
próprio meio onde o homem vive.
Nas ultimas décadas, o mundo sofreu uma uniformização cultural
acelerada pelos meios de comunicação, acompanhado por um processo de
consumo em massa, relativamente junto ao meio ambiente, nossa principal
identidade passou a ser de consumidores. Nas relações sociais, a ética está
muito pouco presente, a possibilidade de levar vantagem em tudo é o que
predomina.
Para o homem na era moderna urbana e industrial, as pessoas
passaram a associar avanços tecnológicos com melhoria da qualidade de vida,
gerando um grande consumo de mercadorias, exigindo um aumento de
crescentes recursos naturais, não levando em conta os aspectos naturais.
Segundo Chiavenato ( 1999, pg. 14), O resgate da liberdade do
homem, isto é, da sua plenitude como ser humano, é o ponto de partida para
todas as políticas de justiça social, entre elas a luta pelo meio ambiente,
devemos conhecer o homem e a natureza em sua essência, para
desenvolvermos uma consciência capaz de modificar a própria tradição de
desumanização do homem.
22
Temos um homem devasto que destrói seu ecossistema, sua casa
deixando de lado seus principais valores, abrindo espaço para a ganância e a
petulância de querer sempre mais. Ao longo do tempo foi perdendo a
racionalidade e o amor pelas coisas simples da natureza e ao seu redor,
famílias brigando por poder, pessoas destruindo em massa civilizações e
espécies, homens sem intelecto nenhum e a modernidade avançando e junto
com ela sua própria ignorância.
A educação ambiental tem um processo especifico de conscientizar,
refletir, buscar questionamentos para que o homem se interaja, nos aspectos
políticos, culturais, sócios econômicos e ambientais; buscando a identificar uma
racionalidade ecológica no processo de educação.
1.3 Os Âmbitos da educação ambiental
A educação ambiental tem muito a ver com o nosso meio em que
vivemos, no modo social, cultural, político e econômico, visando o bem estar da
comunidade local ou região.
À medida que áreas imensas são devastadas pelo homem com
sua capacidade de destruição visando cada vez mais o poder de riqueza, nos
sentimos fragilizados mediante da natureza, enfrentando problemas na
biodiversidade dos ecossistemas nos indagando com essa situação e
analisando a nossa parcela de participação individual e coletiva nesse
processo de educação ambiental.
Se prestarmos atenção na nossa vida cotidiana, percebemos que
atitudes não são tomadas conscientemente, nossa economia de consumo cada
vez mais afeta o desaparecimento da consciência ambiental, ficando
ameaçados pela eliminação de nossas diversidades biológicas.
As espécies evoluíram formando ecossistemas imensos e
complexos, a vida humana está ligada a existência da fauna, flora e do meio
23
ambiente que habitamos, fornecendo matéria prima para a vida do ser humano
no seu dia a dia.
Para REIGOTA (1994, pg.9) “È necessário entender que o
problema está no excessivo consumo desses recursos por uma pequena
parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis e
nefastos à qualidade de vida”
A educação ambiental trata de como devemos agir diante destes
problemas, preparando o cidadão desde o meio familiar, escolar, social, político
e ambiental no seu manejo de reflexão e conscientização com o meio em que
vive influenciando nos problemas encontrados para a solução adequada e
organizada. Para que a humanidade tenha uma postura de preservação,
temos que estabelecer algumas metas de educação que complementem a
abordagem do sistema de ensino e aprendizagem, para alcançarmos um
resultado específico no meio ambiente. Utilizando os mais variados meios de
sensibilização, reflexão e conscientização para definições de problemas
ambientais, oferecendo meios para as pessoas preocuparam-se mais com o
meio ambiente como um todo e ajudando a preservá-lo, para si e as futuras
gerações.
Hoje a educação ambiental é emergente nas escolas, o ser humano
sempre explorou o meio ambiente, mas antigamente conseguia retirar e
reaproveitar tudo o que havia no espaço sem destruí-lo. Apenas retirava o que
era necessário para sua sobrevivência.
A educação ambiental busca conscientizar, sensibilizar a respeito da
preservação ambiental priorizando vivências. A conservação do meio ambiente
se traduz em vida, possibilidades de desenvolvimento e cidadania responsável
e consciente.
A educação ambiental nas escolas poderá promover e vivenciar
conceitos e atitudes, além de melhorar o mundo em que vivemos. Dessa forma
acreditamos que na educação infantil é possível esclarecer e construir
conhecimentos que priorizam o estudo do meio.
24
Hoje estamos inseridos em um momento de emergência de diversos
movimentos, tanto governamentais como não governamentais, em defesa da
educação ambiental. Temáticas naturalizadas historicamente como próprias
da educação ambiental reaparecem investidas em outras e diversas práticas.
Ideais críticos de conscientização e emancipação estão produtivamente
atuantes. Ao analisarmos esses ideais construídos a priori por categorias
universais, temos defendido a necessidade de se legitimar outros saberes –
poderes particulares (WORTMANN, 2000, p.37).
Nota-se através de leituras que há angústias entre teóricos e
autoridades em concretizarem a prática da educação ambiental na educação. A
história nos mostra que o que foi transformado no espaço precisa ser
recuperado. A realidade em que vivemos apresenta necessidades de
consciência humana a fim de atender a sociedade globalmente.
Muito se decide em educação, propostas que atendem as
necessidades da sociedade, no entanto, a maioria delas ainda é a mais teórica
que a prática, pois ficam no papel não sendo aplicadas no cotidiano escolar, as
propostas que envolvem o tema interdisciplinaridade é uma delas.
Conforme o governo federal que promulgou em 1999 a LEI nº. 9,795,
que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, ao princípios básicos e
objetivos da referida área de conhecimento, as obrigações do governo,
empresas e sociedade em geral, as linhas de ação, os níveis de ensino e
modalidades, o papel do ensino não formal.
CONFORME Lei N° 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências).
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
25
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à
educação ambiental, incumbindo:
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal,
definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da
sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira
integrada aos programas educacionais que desenvolvem;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
promover ações de educação ambiental integradas aos programas de
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e
permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio
ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas,
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à
melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre
as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;
26
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de
valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva
voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.
Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,
multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural.
Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e
éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
27
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável,
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da
qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade,
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 6o É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de
ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio
Ambiente - SISNAMA, instituições educacionais públicas e privadas dos
sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação
em educação ambiental.
Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental
devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por
meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I - capacitação de recursos humanos;
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
28
III - produção e divulgação de material educativo;
IV - acompanhamento e avaliação.
§ 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental
serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei.
§ 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;
II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos profissionais de todas as áreas;
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão
ambiental;
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio
ambiente;
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que
diz respeito à problemática ambiental.
§ 3o As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para:
I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação
da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e
modalidades de ensino;
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão
ambiental;
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação
dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à
problemática ambiental;
29
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na
área ambiental;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção
de material educativo;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às
ações enumeradas nos incisos I a V.
Seção II
Da Educação Ambiental no Ensino Formal
Art 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a
desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e
privadas, englobando:
I - educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio;
II - educação superior;
III - educação especial;
IV - educação profissional;
V - educação de jovens e adultos.
Art. 10 A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino
formal.
§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica
no currículo de ensino.
30
§ 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto
metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a
criação de disciplina específica.
§ 3o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das
atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 11 A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação
complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender
adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional
de Educação Ambiental.
Art. 12 A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino
e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do
disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.
Seção III
Da Educação Ambiental Não-Formal
Art. 13 Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio
ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal,
incentivará:
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços
nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de
temas relacionados ao meio ambiente;
31
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-
governamentais na formulação e execução de programas e atividades
vinculadas à educação ambiental não-formal;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de
programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e
as organizações não-governamentais;
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de
conservação;
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades
de conservação;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII - o ecoturismo.
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 14 A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a
cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15 São atribuições do órgão gestor:
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na
área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e
projetos na área de educação ambiental.
Art. 16 Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua
competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e
32
critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da
Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 17 A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos
públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser
realizada levando-se em conta os seguintes critérios:
I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional
de Educação Ambiental;
II - prioridade dos órgãos integrantes do SISNAMA e do Sistema Nacional de
Educação;
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a
alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser
contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das
diferentes regiões do País.
Art. 18 (VETADO)
Art. 19 Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio
ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar
recursos às ações de educação ambiental.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de
sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho
Nacional de Educação.
Art. 21 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Lei N° 9.795, de 27
de abril de 1999).
33
Neste âmbitos temos três tipos básicos de educação ambiental que podemos
trabalhar na sociedade:
- Educação ambiental formal, focaliza instituições ou organizações com suas
próprias diretrizes a partir da sua cultura social.
- Educação ambiental não formal, focaliza a comunidade em geral, sendo
constituída por várias instituições desta comunidade.
- Educação ambiental informal, são atividades de educação ambiental que não
estão ligadas a nenhum processo de projetos relacionados com a comunidade,
ou seja, pode ser formal ou informal.
1.3.1 Educação ambiental formal
A educação ambiental formal é aplicada principalmente nas
instituições escolares e organizações privadas, mas se fomenta grandes
debates de sua inclusão na instituição escolar. Sendo que a educação
ambiental já foi introduzida no seu currículo através das ciências físicas e
biológicas, sendo uma pratica de ensino e aprendizagem através dos PCNs.
No final do século passado originou o termo ECOLOGIA, que deriva do grego
oikos, que significa casa e logos que significa estudo, ou seja, estudo da casa.
A questão ambiental é um conjunto de estratégias dirigidas a um
planejamento adequado a proteção da vida no planeta que visa a melhoria do
meio ambiente e da qualidade de vida das comunidades, visando a educação
ambiental como um processo pedagógico essencial na estrutura de nossa
sociedade.
Temos um compromisso fundamental para educarmos os futuros
cidadãos a compreender o modo de agir de modo responsável, consciente e
sensível para obtermos uma qualidade de vida adequada tanto, com o
ambiente físico quanto o social.
34
Desde os anos 60 já vinha preocupando-se em relacionar a vida
do aluno com o seu meio ambiente, para que este interagisse mais com o seu
meio natural existente. A partir da década de 70 com o crescimento demasiado
das Ongs e os movimentos ambientalistas, passou-se a adotar a expressão
educação ambiental, para integrar iniciativas de conscientização em escolas,
universidades, setores governamentais e não governamentais nas questões
ambientais.
Algumas instituições adotaram algumas ações relacionadas ao
meio ambiente como:
- Elaboração de projetos políticos pedagógicos
- Incentivo a elaboração de projetos, relacionados ao meio ambiente
- Realização de atividades e tarefas relacionadas ao meio ambiente e
sua comunidade escolar em geral
- Promoção de cursos de formação e capacitação ambiental, para
sensibilização de professores
- Passeios ecológicos, com finalidades de conscientização e informação
Onde destacaríamos alguns meios de desenvolver técnicas de
exercícios, jogos, grupos ambientais, reflorestamento, hortas, aulas ecológicas,
teatros, concursos de poesias, cartazes e ainda projetos de meio ambiente
vinculados aos órgãos governamentais buscando estratégias para realizar a
integração dos alunos com o meio ambiente não desgastando de forma
rudimentar o aprendizado.
Hoje em dia algumas empresas adotam o sistema de educação
ambiental para seus funcionários, buscando desenvolver estratégias de
sensibilização no seu meio de trabalho, buscando encontrar problemas
relacionados com o meio ambiente e suas devidas respostas para a solução do
mesmo. A questão ambiental no ambiente empresarial propõe soluções para a
prevenção do meio ambiente, com uma análise sistêmica e bem planejada
algumas empresas em seus projetos de elaboração, já buscam alternativas de
prevenção para evitar algum dano causado no meio ambiente sendo
consciente e eficaz em sua execução.
35
A educação ambiental formal é um dos processos mais eficazes
existentes na vida humana, podendo alterar o modo de vida de uma
comunidade em seus âmbitos políticos, sociais culturais e ambientais,
buscando uma preocupação constante com os fatores bióticos de um
ecossistema.
1.3.2 Educação ambiental não formal
Trata-se de uma educação ambiental trabalhada num espaço
diferenciado e de forma diferenciada, nas ruas de uma comunidade,
englobando várias instituições escolas, associações de moradores, creches,
igrejas, centros comunitários trabalhando seus problemas enfrentando em
questões relacionadas ao meio ambiente e buscando alternativas para poder
solucioná-los com sensibilização e conscientização adequado ao modo de vida.
Existe uma ampla participação em vários segmentos na educação
ambiental não formal, sendo trabalhada a parte de sensibilização com o seu
meio preocupando-se relativamente com o mau uso dos recursos naturais
existentes em sua comunidade, para que não haja atividades devastadoras dos
recursos naturais existentes.
Toda comunidade tem as suas próprias características ambientais
relativas aos seus aspectos físicos culturais e sócios econômicos, que
envolvem toda uma infra estrutura nos âmbitos de:
- SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA: que inclui a utilização dos recursos
naturais analisando a sustentabilidade cultural que envolve a comunidade, a
capacidade cultural que determina o apoio pelo envolvimento de residentes da
população local.
- DESENVOLVIMENTO: estabelece uma política de desenvolvimento que leva
em consideração os fatores econômicos, sociais e ecológicos, formando um
plano com base para planejar e construir ecologicamente. Analisando a
ecologia da região, sua história, cultura e economia, uso do solo, propriedades
36
e avaliar instalações e serviços de transporte em potenciais existentes
consolidando políticas e planos de desenvolvimento em grande escala sem
degradar o meio ambiente.
- INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS: promover a infra-estrutura adequada e
os serviços apropriados, estabelecer meios para ajudar o setor privado no
desenvolvimento de empresas que tragam benefícios nos padrões ecológicos e
culturais.
- MERCADO: analisar os tipos de mercados presentes e futuros, estabelecer
metas de marketing, conhecer e entender o mercado para alcançar as metas e
ajudar em sua própria comunidade.
- CAPACIDADE DE CARGA: empenhar-se na compreensão dos limites sociais
e ecológicos no uso de uma área por meio de gestão e pesquisa apropriada,
possuindo uma estrutura apropriada de planejamento e gestão ambiental.
- ECONOMIA: incluem meios de planejamentos de realizar negócios fazendo
uma análise econômica, assegurando os lucros, benefícios locais e os
rendimentos locais auto-sustentáveis.
- MEIO AMBIENTE; avaliação consiste do impacto do meio ambiente nos
recursos, ligados a comunidade e com medidas de conservação.
- CULTURA: avaliar o impacto sócio cultural da comunidade prevenindo os
impactos negativos e reforçar os resultados positivos, capacitar a população
local para a tomada de decisões e realizarem um balanço de impactos sociais.
- PADRÕES: aplicar padrões de desenvolvimento de projetos, instalações,
acomodações e serviços, fornecendo incentivo a comunidade local.
- RECURSOS HUMANOS: promover a criação de empregos e a iniciativa a
criarem programas de conscientização da comunidade, fornecer educação e
treinamento adequados para a população local.
- ORGANIZAÇÃO: estabelecer um relacionamento de trabalho entre as
organizações públicas, privadas e sem fins lucrativos.
37
- REGULAMENTAÇÃO E MONITORAMENTO: estabelecer regulamentações e
legislações para promover o desenvolvimento da comunidade por meio de
apoio as organizações, estabelecendo padrões de instalações e serviços
adequados com a sua realidade local.
- SISTEMATIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO estabelecer um sistema integrado de
dados sobre educação ambiental para uma operação contínua, identificando
técnicas de implementação de preservação, colaborando com a população
local e as instituições da comunidade.
Desta forma com a parceria e empenho de todos é possível uma
educação ambiental não formal ser adequada dando estímulo e valorizando a
sua comunidade no aspecto ambiental, buscando a união entre ONGs, governo
e comunidade em geral para uma vida ecologicamente correta.
1.3.3 Educação ambiental informal
É uma educação que pode ser formal, como informal no seu contexto de
ensino aprendizagem, sendo atividades que não são vinculadas a projetos ou
de compromissos com programas eficazes.
A participação de todos é eficaz nos seus resultados, coisas simples que
qualquer um possa fazer como divulgações em cartazes, banners, panfletos,
rádios, emissoras, campanhas ambientais em comunidades, entre varias,
podendo começar em casa, indo para o bairro, para uma escola e por si na
comunidade em geral, como não desperdiçar água, não jogar lixo, reciclar entre
tantas outras.
Para CHIAVENETO (1999, pg. 131) “Uma certa crença, menos por
ingenuidade e mais por condicionamento ideológico, estabelece que,
educando-se o homem, desenvolvem-se condições para reverter os processos
irracionais. O procedimento irracional do homem seria obra de sua ignorância.
O que se entende como ensino ou ignorância, não passa de conceitos
formulados pela ideologia dominante.”
38
CAPÍTULO II – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL E A ESCOLA
Estamos no século XXI e continua-se falando dos problemas da
humanidade, inerentes a temática ambiental e, concomitantemente, as
iniciativas dos vários setores da sociedade para o desenvolvimento de
atividades, projetos e congêneres no intuito de educar as comunidades,
procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a
modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao
equilíbrio ambiental.
Não se pode definir um conceito único para educação ambiental, pois,
sendo um tema abrangente e polêmico existem várias interpretações, de
acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um. Com
o objetivo de colaborar para uma visão mais abrangente de educação
ambiental cito algumas definições sobre o tema.
A educação ambiental foi definida como uma dimensão dada ao
conteúdo e a prática da educação, orientada para a solução de problemas
concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma
participação ativa e responsável da cada indivíduo e da coletividade. (TIBILISI,
GEORGIA, 1977).
A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os
tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções
para os problemas ambientais, presentes e futuros (UNESCO, 1987).
De acordo com o conceito de educação ambiental definido pela
comissão interministerial na preparação da ECO-92” A educação ambiental se
caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômica, política, cultural e
histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal,
devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e
39
comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a educação
ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do meio e
interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o
ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação
material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro”
A educação ambiental não deve ser entendida como um tipo especial de
educação. Trata-se de um processo longo e contínuo de aprendizagem de uma
filosofia de trabalho participativo em que todos: família, escola, comunidade,
devem estar envolvidos. O processo de aprendizagem de que trata a educação
ambiental não pode ficar restrito exclusivamente à transmissão de
conhecimentos, a herança cultural do povo às gerações mais novas ou
simples preocupação com a formulação integral do educando inserido em seu
contexto social. Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno,
gradativo, contínuo e respeitador de sua cultura e sua comunidade. Processo
crítico, criativo e político, com a preocupação de construir conhecimentos, a
partir da discussão e avaliação crítica dos problemas comunitários e também
da avaliação feita pelo aluno, de sua realidade individual e social, na
comunidade em que vive. (Gonçalves, 1990).
A educação ambiental surge como processo transformador e se constitui
numa forma abrangente de educação, tendo como objetivo principal a
conscientização, se propõe todos os cidadãos, através de um processo
pedagógico participativo permanente que procura incutir no ser humano uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental.
A principal função do trabalho com o tema meio ambiente é contribuir
para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade
sócio ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de
cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que mais do
que informação e conceitos, a escola se proponha a trabalhar atitudes, com
formação de valores, com o ensino aprendizagem de procedimentos. E esse é
um grande desafio para a educação (PCN, 1998.p.187).
40
Conforme (REIGOTA, 1994 p.56) A educação ambiental deve procurar
estabelecer uma nova aliança entre a humanidade e a natureza, uma nova
razão que não seja sinônimo de autodestruição e estimular a ética nas relações
econômicas, políticas e sociais. Ela deve se basear no diálogo entre gerações
e culturas em busca da tripla cidadania:local, continental e planetária.
A educação ambiental é a base para o desenvolvimento de um país,
pois dela as pessoas tem subsídios para exigir seus direitos e cumprir os seus
deveres, ou seja, as pessoas têm condições de desempenhar o seu papel de
cidadão.
A participação cidadã surge como mola mestra, à busca de solução dos
problemas ambientais surge como proposta de conviver em sociedade e em
harmonia com a natureza. A participação pode-se dar nos mais diversos níveis:
no caso de participação em relação resolução dos problemas ambientais, ela é
a principal das profundas transformações que estão ocorrendo para assegurar
a convivência democrática, sustentável e harmônica dos seres humanos entre
si e com o ambiente.
O processo de ensino aprendizagem em educação ambiental
fundamenta-se numa visão complexa e sistêmica das realidades ambientais,
concebidas como problemas e potencialidades ao mesmo tempo em que
consideram o papel e as características das instituições e agentes sociais
envolvidos localizados em um tempo e espaço concreto (Medina 1994 p. 68)
As instituições juntamente com o educador deverão estar habilitadas
para atuar em processos educativos que respeitem ao grande número da
diversidade sociocultural da sociedade, que fortaleçam as ações coletivas, na
formação ética do indivíduo e na busca de soluções dos problemas ambientais,
objetivando o desenvolvimento sustentável para as gerações futuras.
2.1 – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
A educação ambiental não deve estar especificamente
condicionada na transmissão de conteúdos específicos, não havendo apenas
41
um conteúdo para o meio ambiente, deve abranger diversas áreas com vários
objetivos de proporcionar levantamentos atuais vividos no cotidiano dos alunos
em várias faixas etárias em conjunto com os educadores.
Aos alunos devem ter uma aprendizagem de conhecimentos de
biodiversidade, fatores bióticos, fatores abióticos, ecossistema, população,
nicho ecológico, cadeia alimentar, fotossíntese, energia sustentável e tantos
outros para que se possa desenvolver um trabalho adequado e eficaz, não
sendo conteúdos para ser decorado e sim para ser vivenciado por eles na sua
rotina de vida.
Temos que fazer com que o aluno sensibilize-se com os aspectos
mais relevantes do seu meio, como desperdício de materiais orgânicos, lixo,
reciclagem, água, embalagens recicláveis, enfim todos os aspectos
relacionados com a sua vida e sua comunidade.
Os métodos são os mais variáveis possíveis para a realização deste
processo de aprendizagem, podem ser ativo ao aluno, mostrando a
problemática encontrada, para abranger vários questionamentos relacionados
a ele na busca de soluções. O professor tem que conquistar o aluno fazer com
que ele interaja diante desta situação, analisando seu comportamento de forma
simples com criatividade nesta solução, sendo um método objetivo e eficaz.
O método ativo supõe que o processo pedagógico seja aberto,
democrático e dialógico entre alunos e professores e a direção da escola com a
comunidade em geral.
O método expositivo, sendo uma aula bem preparada com uma
dinâmica adequada, além de ser tradicional avaliada por muitos educadores,
ainda é muito forte na questão de ensino, abordando problemas e levantando
questionamentos, é uma tarefa ágil que fará com que os alunos enfatizem a
educação ambiental num conceito de ensino aprendizagem.
Nos âmbitos de educação não podemos adequar a educação
ambiental apenas nas disciplinas de ciências, geografia e biologia, devemos
enfatizar através de projetos da escola envolvendo todas as áreas de
42
conhecimento, para que seja uma questão global de conhecimento,
sensibilizando, refletindo e buscando soluções a partir de um contexto étnico e
perspicaz do meio ambiente.
Segundo REIGOTA (1994, pg.42) “A pedagogia do projeto é uma
metodologia (e mesmo uma proposta educativa em si) que de forma geral
sintetiza todas as outras aqui abordadas, pois conta com os alunos nas
tomadas de decisões (co gestão pedagógica), promove a busca da solução dos
problemas como um processo de aprendizagem, utiliza o conhecimento
coletivo e individual, emprega a interdisciplinaridade e utiliza a comunidade
como tema de aprendizagem”.
Algumas estratégias devem ser traçadas e colocadas nos seus
planejamentos pelos educadores, conforme a UNESCO, são efetivas de acordo
com:
- Discussão em classe; permite que os estudantes exponham suas opiniões
oralmente a respeito de determinado problema, ajudando no compreender de
certas questões desenvolvendo autoconfiança e expressão oral
- Discussão em grupo; baseia-se nos assuntos polêmicos tratados, estimulando
o desenvolvimento de relações positivas entre alunos e professores.
- Mutirão de idéias; é usado como recurso para encorajar e estimular idéias
voltadas à solução de certo problema, estimulando a criatividade e a liberdade
de idéias originais.
- Trabalho em grupo; necessita-se executar várias tarefas ao mesmo tempo,
permitindo que os alunos se responsabilizem por uma tarefa de longo período
exercitando assim a capacidade de organização do grupo.
- Debate; quando assuntos extrovertidos estão sendo discutidos e existam
propostas diferentes de soluções, para que haja um desenvolvimento das
habilidades de falar em público e ordenar a apresentação de fatos e idéias.
43
- Questionário; usado para obter informações e ou amostragem de opinião das
pessoas em relação a dada questão, sendo aplicado de forma adequada
produzindo excelentes resultados.
- Reflexão; usado para encorajar o desenvolvimento de idéias em resposta a
um problema, incluindo o envolvimento de todos.
- Imitação; os estudantes podem obter informações de sua escolha e levá-las
para outros grupos dependendo das circunstâncias e do assunto a ser
abordado, podem ser distribuídos na escola, aos pais e a escola, sendo uma
forma efetiva de aprendizagem e ação social.
- Projetos; consiste na realização de tarefas com objetivos a serem alcançados
em longo prazo, com envolvimento da comunidade, fazendo com que as
pessoas executem seu próprio trabalho, assim como diagnosticar falhas nos
mesmos
- Exploração do ambiente local; possibilita a compreensão do metabolismo
local, ou seja, da interação complexa dos processos ambientais a sua volta,
com a participação de pessoas envolvidas vivenciando situações concretas.
Podemos ter algumas desvantagens com relação a estas estratégias de
uso, fazendo com que os alunos tenham dificuldades no desenvolvimento de
seus trabalhos não obtendo o propósito esperado.
2.2 A educação tradicional x ambiental e os PCNS no currículo
A educação tradicional esqueceu e praticar o estabelecido nos
parâmetros curriculares, sobre meio ambiente em seu cotidiano. O ensino
tradicional repassa conhecimentos e esqueceu de dizer que no dia a dia
precisamos perceber que as plantas verdes de tamanhos diferentes, inúmeras
espécies de animais e seres humanos vivendo sobre a luz do sol são de todos
em todo o planeta. A vida só acontece em equilíbrio e devemos respeitar a
natureza.
44
A educação tradicional somente repassa informações, retrata um país
estático que convive sem transformações. O ser humano nessa educação
apenas assiste aos conhecimentos sem interagir no meio em que vive, essa
maneira tradicional retarda a conscientização e apresenta o impacto ambiental
como algo inevitável.
Desenvolver uma proposta de educação ambiental nas escolas é
proporcionar aos educandos subsídios para viverem em beneficio do
desenvolvimento das competências e da atualidade. Agindo conscientemente
no meio em que vivemos, poderemos ter um ambiente em equilíbrio que é
nossa responsabilidade em quanto educadores para proteger o meio ambiente,
engajando nossos educandos na luta histórica para com o uso da tecnologia,
meios de comunicações e educação ambiental a fim de salvar o que ainda
resta em nosso planeta.
O novo desafio que a educação ambiental nos proporciona, surge da
evolução e organização escolar. Através do desenvolvimento da formação de
profissionais preocupados com as necessidades dos seres humanos em
conviverem com o ambiente saudável.
O homem sempre interferiu no meio ambiente devido à necessidade de
sobrevivência e com a chegada da industrialização, essa interferência foi
acelerada, as máquinas passaram a requerer fontes de energia e a escola
formava operários para atuarem na indústria. Não houve preocupação com o
uso indiscriminado do meio ambiente. Demoramos muito tempo para
compreender a falta de atitudes e educação necessária para colaborar com o
desenvolvimento sustentável, agora precisamos interagir.
Na prática da educação tradicional a criança ficava em casa, lugares
onde sobrevivia e não era proporcionada a construção de conhecimentos.
Somente recebia os conhecimentos e conceitos que a família possuía, na
escola recebia o conteúdo programado. Não percebiam o espaço vivido como
parte integrante de sua vida, pois nem cidadãos eram, sem saber as causas do
que prejudica, degrada, polui, queima, destrói, enfim todos os danos
prejudiciais ao meio ambiente.
45
A educação é um espaço possível de transformar a realidade, pois
precisamos repensar a organização social dentro da escola a fim de construir
uma sociedade que interage com os outros e trate de questões informais como
nosso lixo, por exemplo.
Podemos aproveitar os temas transversais dos PCNs (Parâmetros
curriculares nacionais) que se posicionam com uma metodologia avançada a
fim de resolverem problemas. Além de tudo precisamos oportunizar ao
educando expressar a sua vivência no meio ambiente.
Garantindo atividades de ações coletivas dentro do espaço, teremos um
modelo de preservação. Através da pesquisa obteremos informações sobre a
questão mundial, regional e local, destacando os diferentes tempos desses
espaços (presente, passado e futuro).
Esta proposta de educação ambiental acredita nas potencialidades do
educando e avança nas concepções educacionais, oferecendo condições de
incluir a educação ambiental no sistema.
2.3 RECONCEITUAR A ESCOLA PARA INCLUIR A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Reconceituar a escola é refletir seu significado na comunidade,
encontrar o papel de cada membro, assumir propostas a fim de transformar a
realidade atual.
Atualmente as escolas brasileiras trabalham assuntos que são tratados
sem um comprometimento social, de maneira isolada passando informações
que desencadeiam um ensino tradicional. Por exemplo, quando uma escola
trabalha apenas um dos elementos naturais, será incapaz de alcançar seus
objetivos, pois deixa as informações limitadas e não ocorre a construção do
conhecimento como um todo.
46
Assumindo uma postura de educação sobre a questão do meio
ambiente estaríamos comprometendo e ampliando as alternativas de
recuperação ambiental. O despreparo dos homens, atualmente, demonstra que
a minoria trabalha em defesa da preservação sendo essa uma das causas a
serem acrescentadas nos problemas com o meio ambiente em nível mundial.
A partir do momento em que a maioria contribuir e adquirir
conhecimentos sobre como tratar a natureza ficaremos fortalecidos. Por que
não aproveitar a educação para isso?
A inclusão desse tema tem sido por meio de projetos isolados em
algumas escolas, mas acreditamos que por ser uma questão polêmica e
urgente passa a ser uma proposta educacional.
O contexto escolar precisa assumir propostas de dimensão relacionada
a problemática e interagir apresentando soluções. Realmente é para as novas
aprendizagens um desafio, pois estaremos antecipando a convivência dos
seres humanos com a questão ambiental atual.
Preparar a criança para as relações com diversos setores da vida
humana é uma “tarefa que envolve uma proposta política pedagógica
consciente e crítica. Estaremos lançando alternativas para o problema social
que envolve e reflete a situação do nosso País”.
A educação na verdade, não opera nenhum milagre, como por vezes se
imagina. Se bem conjugada com conhecimento crítico, aprendizagem
reconstituída política, e ética social oferece elementos pertinentes para a
possível gestação de sociedades menos perversas. Quanto mais pessoas
conseguem a condição de sujeitos capazes de história própria, tanto mais
seria possível sociedade alternativa. Não existe nisto nada de automático e
mecânico, mas potencialidades que podemos desdobrar. Educação é só e
tudo isso: capacidade de desdobrar potencialidades, não de inventar
transformações mirabolantes. Muitas nações resolveram de maneira
satisfatória o desafio da educação básica, o que já revela não se tratar de
tarefa impossível. Sem resolver minimamente a educação básica não há
como inventar controle democrático. De certa maneira, a qualidade da
sociedade é proporcional à qualidade da escola básica(DEMO, 2001, P.46).
47
A educação ambiental é parte da educação básica e atinge nossos
educandos no início de sua vida escolar. Acompanhar essa base que se
fortalece com conhecimentos e atitudes necessárias para a humanidade, é algo
imprescindível para os educandos. Podemos proporcionar qualidade às nossas
crianças quando acreditamos que a educação ambiental é essencial.
Reverter o quadro do ensino tradicional da escola é abrir espaços para
incluir a educação ambiental conviver com alternativas conscientes em relação
ao meio ambiente será importante nessa nova era. Uma proposta de educação
ambiental é um modo de amar, respeitar e proteger a natureza ao mesmo
tempo em que interagimos com os outros.
Somos parte integrante do meio ambiente e precisamos entender sobre
ele para aprender como viver nele. Como essa meio esta organizado, discutir e
refletir sobre como podemos torná-lo um lugar melhor para todos.
São atitudes dos seres humanos que alteram o equilíbrio natural desde
pequenos espaços até o mundo globalizado. O que podemos fazer para
proteger o meio ambiente?
A educação ambiental é uma alternativa possível para transformar a
realidade atual. Apesar de que o avanço tecnológico e o desenvolvimento dos
meios de comunicações em relação ao meio ambiente e a educação ainda não
avançaram sobre essa questão, para isso precisamos reconceituar a escola
como um espaço possível de realizar alternativas de construção de um
ambiente saudável.
2.4 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL É EMERGANCIAL NAS ESCOLAS
O ser humano sempre explorou o meio ambiente, mas antigamente
conseguia retirar e aproveitar tudo o que havia no espaço sem destruí-lo.
Apenas retirava o que era necessário para sua sobrevivência.
48
Durante o período da idade média a natureza era dominada
completamente e a qualquer preço. Nesse momento passam a existir
problemas como a extinção de espécies, degradação física e biológica.
Exemplo: Europeus na época que colonizavam a América.
Acreditamos que buscando conscientizar, sensibilizar a respeito da
preservação ambiental estaremos priorizando vivências. A conservação do
meio ambiente se traduz em vida, possibilidades de desenvolvimento e
cidadania responsável e consciente.
A percepção de que para sobreviver o homem precisa preservar seu meio
ambiente, evitar a poluição, estabelecer relações cooperativas e
harmoniosas com os outros seres vivos levou-o a pensar uma educação que
propusesse a adoção de novos comportamentos frente à natureza, a
manutenção dos ciclos naturais e o equilíbrio nas relações entre o meio
ambiente e desenvolvimento (Castro, 2002, p.131).
Os desafios tecnológicos são possíveis de desenvolver de forma
conjunta com os desafios ambientais e enquanto educadores é preciso ser
sensíveis ao problema ambiental. Ele não pode estar desvinculado do processo
educativo. É sim compromisso de toda sociedade uma ação coletiva que deve
ser tratada em todos os setores da sociedade.
49
CAPÍTULO III- A INFÂNCIA, PRINCÍPIO DA CONSCIENTIZAÇÃO
AMBIENTAL
A educação infantil respeita as individualidades das crianças e para isso
é preciso acrescentar os conhecimentos a respeito do meio ambiente sendo
trabalhada no cotidiano da educação infantil, constitui uma proposta inovadora
para o sistema educacional atualmente.
A idade das crianças auxilia no desenvolvimento de conhecimentos
aprofundados sobre espaço onde vivem. A educação ambiental na infância é
uma ação estratégica possível, para solucionar a falta de uma cultura voltada
ao ambiente.
Essa proposta de educação ambiental na educação infantil acredita nas
potencialidades da criança e avança nas concepções educacionais, oferecendo
condições de incluir a educação ambiental.
Considerando as fases das crianças estaremos trabalhando de um
modo seguro a fim de provocar a aprendizagem em contato com os recursos
naturais, desenvolvendo e contribuindo para a formação do cidadão.
Através de um estudo com alternativas para preservar o ambiente,
plantar árvores, colocar filtros em chaminés das grandes indústrias, evitando e
denunciando a degradação ou tudo aquilo que polui o meio ambiente,
contribuindo assim para o equilíbrio da natureza.
Os educandos envolvidos na proposta de ação passarão a compreender
melhor o bairro a cidade, estado, país, mundo, enfim, diversas transformações
que o ser humano realiza em diferentes espaços através do seu trabalho.
A educação ambiental nas escolas poderá construir conhecimentos e
contribuir para melhorar a qualidade de vida em nosso país. Então, por que
iniciar na educação infantil?
O desafio ambiental pode ser traduzido pela necessidade da criação de
condições que permitam as transformações culturais e sociais necessárias,
as quais devem ocorrer numa relação de recorrência e sinergia: as
50
mudanças dos comportamentos individuais devem se reverter na
constituição de novas relações sociais que por sua vez resultem em
estímulos e condições para a construção de uma nova visão de mundo pelos
seres humanos(JACOB,2000, P. 38).
Essa emergência não se restringe à representação de algumas escolas,
mas a toda educação infantil em nível nacional, pois é traduzir experiências
significativas para a cultura de preservação.
Os nossos alunos e nós educadores que convivemos com a degradação
ambiental, extinção de espécies, poluição, desmatamento, efeito estufa, lixo... e
não possuímos hábitos de preservar, reciclar e reaproveitar.
(...) as crianças em nossas escolas tem o privilégio incomum de aprender
através de suas comunicações e experiências concretas. Estou dizendo que
o sistema de relacionamentos tem em si mesmo uma capacidade
virtualmente autônoma de educar ( EDWARDES, 1999, p.79).
Cabe aos educadores proporcionarem experiências concretas de
qualidade para que ocorra a aprendizagem em educação ambiental evitando
muitos crimes ambientais que passariam impunes se não fosse à ação ou
controle de pessoas bem informadas. Com a educação infantil teremos uma
multidão consciente em favor do meio ambiente. Apostamos na busca de
alternativas que dêem sentido a existência humana, as escolas e
consequentemente atingiremos a nação inteira.
3.1 A EDUCAÇÃO INFANTIL E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATUALMENTE
A educação infantil atualmente avançou muito, porque possuem
objetivos a serem alcançados auxiliando na formação do cidadão. Possui um
compromisso com as questões sociais, portanto, precisa permanecer
informada a respeito dos acontecimentos mundiais. A inclusão da educação
infantil no sistema educativo pela LDB 9394/96, (LEI de Diretrizes e Bases),
representa a abertura de novas perspectivas para crianças de 0 a 6 anos de
idade.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade
o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
51
aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade.
A educação infantil será oferecida em; I – creches, ou entidades
equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas para
crianças de quatro a seis anos de idade.
Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e
registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para
o acesso ao ensino fundamental (LDB, 1996, p.10).
Até os seis anos de idade á criança já é garantida a participação na
educação esse acesso primeiro é de qualidade pois interfere em sua formação.
Embora ainda não possuímos hábitos espontâneos referentes a
educação ambiental dentro da escola infantil, precisamos auxiliar na formação
de cidadãos com atitudes conscientes, pois a sociedade precisa deles.
A falta de lições ou conhecimentos sobre a natureza na escola e na
rotina familiar pode comprometer o complexo equilíbrio do meio ambiente.
Quando o homem altera o espaço em que vive agride e provoca desequilíbrio
ecológico. Algumas pessoas mesmo sabendo que é ganância, não se
importam em produzir impactos ambientais. Está mais do que na hora de
realizarmos projetos em que a tecnologia e a educação serão utilizadas para
resolver problemas ambientais.
Até agora a educação ambiental coloca como conteúdo sobre o meio
ambiente de forma isolada que resulta em alguns meses de atividades
rotineiras como observar plantas em laboratórios, palestras sobre os cuidados
com o meio ambiente, artesanato com recursos da natureza... Faltam muitas
ações e atitudes no meio ambiente que sejam constantes e ilimitadas, isso
pode significar aumento da qualidade de vida.
Não podemos mais desperdiçar a participação coletiva para desenvolver
e transformar a realidade brasileira. Quando essas passam a fazer parte da
prática cotidiana das escolas, percebemos a importância da construção e do
conhecimento.
52
Atender as necessidades da sociedade é função de políticas urbanas e
com propostas ações que visem o desenvolvimento sustentável. Não podemos
mais agredir a natureza impunemente, precisamos saber que existem leis que
a protegem.
A educação infantil precisa urgentemente de uma proposta quanto á
educação ambiental. Ela necessita assumir uma postura frente a questão do
meio ambiente, pois em pleno século XXI, o mundo inteiro volta-se para a
salvação do planeta.
Dentre vários fatores, o desenvolvimento desenfreado do capitalismo
trouxe vários prejuízos à natureza, mas existem vários segmentos da
sociedade preocupados com a proteção ambiental. Os problemas ambientais
tem origem cultural, social, política, econômica e administrativa.
Muito se decide em educação propostas que atendam as necessidades
da sociedade, no entanto, a maioria delas ainda é a mais teórica do que
prática, pois ficam no papel não sendo aplicadas no cotidiano escolar, as
propostas que envolvem o tema da interdisciplinaridade é uma delas.
A educação infantil precisa deixar de ser vista como “ depósito de
crianças”, lugar apenas de brincar, instituição assistencialista e assumir uma
postura de comprometimento com as possibilidades de um mundo melhor,
instituição educativa, formadora de opiniões. A infância pode ser considerada
segundo alguns teóricos como o princípio da conscientização, então, podemos
aproveitar para resolver problemas sócios ambientais. A inclusão de um
trabalho de educação ambiental na educação infantil é para esse novo século
muito significativo.
Dessa forma seremos um batalhão ambiental, cidadãos com hábitos e
ações para com a natureza refletindo a própria identidade social. A elencar, tal
conceito, sobre esse assunto estaremos oportunizando o entendimento do
próprio processo histórico.
Através dessa proposta de educação ambiental na educação infantil
desenvolvemos a cidadania desde criança, estudando as relações e criando
53
alternativas conscientes e coerentes. Como resultado todos seremos
beneficiados por estarmos interferindo para a transformação da realidade e o
bem estar da sociedade,
Conforme A lei 9605 de 12/2/1998, lei de crimes ambientais dispões
sobre a punição civil, administrativa e criminal a quem comete crimes contra o
meio ambiente, bem como obriga a danos causados, o CONAMA- Conselho
Nacional de Meio Ambiente, órgão responsável por várias atribuições.(Lei 9605
de 12 de fevereiro de 1998).
Do ECO 92 surgiram documentos importantes como A CARTA DA
TERRA e a AGENDA 21, pactos éticos da sociedade com a natureza em
proveito da própria qualidade de vida de toda a humanidade.
Essas conquistas também são de interesses da educação infantil e
incluí-las na proposta de educação ambiental infantil significa reconceituar a
escola e romper laços com a educação tradicional.
3.2 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DE UM TRABALHO EDUCATIVO
AMBIENTAL
Existem detalhes sobre o desenvolvimento de uma proposta pedagógica
ambiental que queremos destacar incluindo este tema em nossas escolas
queremos abolir com pequenos temas e colocar esse assunto como tema
central. Gerar a partir da educação ambiental todas as outras necessidades da
comunidade, como por exemplo:
Tema: “Educação Ambiental” para trabalhar; o espaço da nossa casa e
escola, a vida da comunidade, o trabalho dos pais, o que prejudica os seres
humanos, o que é necessário para uma boa qualidade de vida, como aproveitar
melhor o que compramos, o que fazer com o lixo que produzimos...
54
Cada dia fica mais claro que as soluções para os problemas ambientais não
virão de governos e empresas. Elas precisam ser forjadas, apartar do
cotidiano de cada indivíduo e grupos de ação local. Empenhar-se por elas é
dever de toda a sociedade, porém, é dever das escolas em especial, dada
sua importância social como agente produtor de conhecimentos (TRISTÃO,
1997, p.25).
Trata a questão ambiental na educação brasileira é considerá-la como
algo essencial, aproximando as pessoas das questões e decisões políticas da
nação.
Passou o tempo em que os cidadãos não participavam da política
desenvolvida no país, hoje acompanhamos e atuamos em nossa sociedade.
A escola, dessa maneira deve incluir em seu currículo uma atenção
especial ao desenvolvimento sustentável, para compreender os fenômenos
naturais, a comunicação social do homem e da natureza. Através disto
chegaremos à responsabilidade de preservação e os danos causados ao meio.
Aproveitar os recursos oferecidos pela comunidade escolar para
reconhecer o espaço local a fim de desenvolver perspectivas.
(...) consideramos que o contato entre família e o educador é uma questão
primordial, que convém cuidar e fazer funcionar. De fato, na educação
infantil, o contato entre os pais, as mães e os professores costumam ser
mais freqüentes do que em outras etapas e, por isso podem estar mais
relacionados com os comentários da jornada ou com determinados
acontecimentos que não ocorrem normalmente (BASSEDAS, 1999, p.285).
Aproveitar as ações das pessoas da comunidade escolar é garantir um
desenvolvimento seguro de uma proposta de educação na infância. A
participação dos pais na rotina da escola torna-se indispensável na ação
pedagógica.
Planejar aproveitando as pesquisas para aprofundar conceitos e
construir conhecimentos. Organizar os espaços da escola como um exemplo
de ambiente saudável e atualizado.
55
Refletir constantemente as atividades realizadas motivando os
educandos à aprendizagem, utilizando recursos dinâmicos e pesquisa de
campo para adequar a proposta a qualidade do que queremos alcançar.
Avaliando sempre cada etapa para alcançarmos e darmos sentido ao que
fazemos sentindo-nos envolvidos com as conquistas sociais.
Atualmente existem muitas propostas dentro das escolas de educação
infantil, mas acreditamos na necessidade de atender e possibilitar alternativas
que privilegiem a educação ambiental.
Propomos desencadear o desenvolvimento de uma aprendizagem
voltada a reconhecer a natureza como indispensável á sobrevivência dos seres
humanos. Exigindo uma postura desde pequenos atos positivos diante do meio
até a busca, pesquisa sobre a história local e mundial.
É possível atender as necessidades sociais a partir da construção de
conhecimentos. A educação ambiental traz consigo reflexões e ações frente ao
ambiente em que vivemos, portanto precisamos considerar as fases de
desenvolvimento das crianças, a necessidade de materiais concretos para
acontecer a aprendizagem, os conhecimentos que a criança traz da educação
familiar, e assim deve-se incluí-la n espaço construindo os conceitos
necessários para esse assunto.
Acreditamos na construção de conhecimentos que antes estavam
desvinculados a escola. Assim é imprescindível relacionar a pesquisa científica
no ambiente escolar.
Os aspectos históricos, sociais, ambientais, econômicos e culturais da
educação ambiental devem ser tratados também na escola através da
educação construtivista.
Geralmente o meio ambiente é tratado de forma isolada, o que resulta
em um trabalho fora da realidade, sem um sentido humanitário. Quando
fragmentamos esse tema passamos ao método tradicional de ensino que
somente repassa conhecimentos. Assim necessitamos da interdisciplinaridade
que não deixa de ser atitude coletiva para atingir objetivos ou garantir a política
56
escolar. Sensibilizar e preparar o educador são importantes, pois são poucos
os envolvidos com algo que trata da vida e bem estar da população em nível
mundial.
Apresentamos uma proposta para auxiliar na formação de cidadãos
responsáveis e incluídos na construção de um mundo melhor, pois sabemos
que existe justiça ou leis capazes de coibir o problema da destruição do meio
ambiente. São desafios que proporcionam e expressam a capacidade que os
seres humanos têm de interagir não só entre si, mas também com os
componentes físicos, químicos e os outros seres vivos. A proposta educativa
ambiental infantil é indispensável para que a sociedade esteja engajada nessa
batalha.
Tornar a educação ambiental um hábito, rotina, valor de vida... é
trabalhar em favor do cidadão. Valorizar o educando da educação infantil
proporcionando a eles construção de conhecimentos capazes de salvar a
humanidade.
Existem conceitos capazes de construir uma visão de mundo
modificando a estrutura do pensar do educando e toda a comunidade escolar.
Esses conceitos nos conduzem a dimensão ambiental, trazendo inovações a
educação.
Assim, atividades indispensáveis na discussão ambiental perpassam
por:
• Disponibilizar debates nas escolas com temas de maior
interesse em relação a temática ambiental como algo
necessário para construção de um mundo melhor( pais x
educandos x comunidade escolar x educadores).
• Demonstrar a criança da educação infantil, a importância dos
recursos naturais e os cuidados para conservação e
preservação através do contato com a natureza.
• Refletir na comunidade sobre a temática ambiental que esta
geração está deixando para as próximas.
57
• Resgatar culturalmente a educação ambiental para ampliar os
conhecimentos sobre a natureza.
• Construção de regras que auxiliem na preservação do meio
ambiente e refletir sobre as já existentes com a finalidade de
proteção.
• Compreender o espaço em que vivemos e os outros como
garantia da sobrevivência de seres humanos.
Propormos que essas atividades de caráter educativo sejam a
concretização do sonhar com uma sociedade justiça social, preservação e
inúmeras conquistas.
É preciso que durante o desenvolvimento desse trabalho com o meio
ambiente sejam aproveitados até mesmo os resultados do contato com a
natureza no cotidiano.
Utilizando a proposta para ressaltar a importância de conhecimentos
teóricos, metodológicos como suporte da prática. O educador apresenta essa
alternativa, a fim de interagir o educando aos objetivos da proposta.
Avançando sempre, no processo da construção de conhecimentos e
conceitos que garantem uma cultura em relação ao assunto. Acreditamos que
o contato com princípios, características, objetivos, regras, literaturas,
legislação, pessoas responsáveis e o próprio meio ambiente traremos uma
nova linguagem sobre o espaço vivido.
Estaremos dessa forma dominando os conhecimentos e encontrando
soluções investigando na busca de certezas frente à questão ambiental.
O fato de encontrar o fundamento de todo o conhecimento na prática social,
na atividade transformadora que os homens desenvolvem numa dupla
reação com a natureza e com os outros homens, leva-nos a propor que o
sujeito do conhecimento não pode ser pensado como indivíduo, mas como
sujeito social. O ato de produzir conhecimento não é obra de uma
consciência singular, mas uma das formas da prática social, prática que tem
como sujeito os homens articulados entre si por relações sociais. Esta
concepção do conhecimento, como processo de produção social e de um
58
sujeito coletivo, demarca e orienta nossa tarefa no campo da aprendizagem
(INSTITUTO PICHON, 1985 p.16).
Precisamos valorizar os educandos para compreender a sua realidade e
avançar no aprofundamento de conhecimentos. Em países subdesenvolvidos
são comuns as faltas de alternativas aos problemas sociais... Poderemos
reverter esse quadro orientando nossos educandos para que no futuro se tenha
uma sociedade melhor.
A interação que irá ocorrer entre educador, educando e meio ambiente
envolverá toda a comunidade escolar, consequentemente irá transformar a
realidade existente, pois surgirão muitas ações.
A proposta da educação ambiental na educação prioriza vivências,
valoriza as vozes da comunidade e inicia uma cultura ambiental que sempre foi
realizada de forma isolada e que precisamos resgatar através da educação
construtiva.
59
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O homem precisa conscientizar-se de que ele é parte da natureza
enquanto espécie inserida na mesma, e não um ser fora dela. O futuro
depende dessa relação, homem/natureza, sabemos que os problemas
ambientais que estamos enfrentando são causados tanto pelo tipo de
desenvolvimento atual, como também, pelo tipo de relação com o meio
ambiente pela maioria dos seres humanos.
O ser humano precisa modificar o quadro de insustentabilidade existente
no planeta. Para tanto, será necessário buscar um novo estilo de vida baseado
numa ética global, resgatar e criar novos valores e repensar seus hábitos de
consumo.
A educação ambiental deve, ser aplicada amplamente, ser considerada
uma grande contribuição filosófica e metodológica a educação em geral. Deve
ainda ser transmitida de forma responsável, ética e coerente, bem como buscar
sensibilizar os participantes destas atividades.
A educação ambiental contribui para renovar os valores e percepção
dos problemas gerados pela humanidade, desenvolvendo uma consciência e
um compromisso que possibilite a troca, desde as pequenas atitudes
individuais, até participação e resolução de problemas da comunidade, pois, o
conhecimento leva a questionar o uso e a geração de recursos naturais.
Acredita-se, que a educação é um processo capaz de modificar atitudes,
reformular conceitos e desenvolver a consciência crítica. Cabe a escola o papel
de oportunizar a formação da consciência ambiental, que só se manifestará no
momento em que o educando conseguir transferir para vida diária os
conhecimentos adquiridos.
Ultrapassar os limites do ensino tradicional é um grande desafio.
Queremos estruturar o ambiente escolar como uma proposta sólida com
projetos inovadores que poderá preservar um espaço e atrair o educando para
60
uma nova vida. Precisamos assumir um compromisso com o educando,
modificando a rotina da escola e inovando. Apostando que a escola seja um
lugar de: ser harmoniosa, de ampliar relações, de reconhecer o que é possível,
de construir o caminho do ser, de desvendar conhecimentos mais profundos,
de investigações cientificas, buscando a idealizações de projetos qualitativos e
quantitativos envolvendo a escola e a comunidade.
Sabemos que isto não é fácil. Sentimos dificuldades quanto á
respectividade por parte de alguns. Devido a acomodação, descrença, dúvidas
e despreparo.
Na educação ambiental existe uma caminhada gradativa para se atingir
os objetivos propostos, pois, entendemos que ela deve seguir através de uma
ação contínua. Deve-se buscar alternativas que promovam uma contínua
reflexão que culmine na mudança de mentalidade, apenas dessa forma,
conseguiremos implementar, em nossas escolas, a verdadeira educação
ambiental, com atividades e projetos não meramente ilustrativo, mas fruto da
ânsia de toda a comunidade escolar em construir um futuro no qual possamos
viver em um ambiente equilibrado, em harmonia com o meio, com os outros
seres vivos e com nossos semelhantes.
A educação ambiental tem que ser desenvolvida como uma prática para
a qual todas aas pessoas lidam em uma escola precisam estar preparadas.
Não basta que a educação ambiental seja acrescentada como mais uma
disciplina dentro da estrutura curricular. Se for tratada como uma disciplina, é
bastante provável que fique restrita a biologia ou a geografia. A prática da
educação ambiental precisa estar interligada com todas as disciplinas regulares
de um currículo, como prevê o documento que trata dos parâmetros
Curriculares nacionais.
Com essas atitudes, os alunos passarão a ter novas práticas relativas a preservação e conservação do ambiente, e estarão mais conscientes de que todos somos responsáveis pela preservação do planeta e da qualidade de vida. O caminho esta aberto fica para cada um assumir ou não seu compromisso com o meio ambiente. “Assim, indivíduo, sociedade, espécie são não apenas inseparáveis, mas co-produtores um do outro. Cada um destes termos é, ao mesmo tempo, meio e fim dos outros” (Morin, 2001. p.105).
61
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segundo Paulo Freire e Pivhon – Riviére. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.
-JACOB, Pedro Roberto. (org).Ciência ambiental: os desafios da
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