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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUPERMERCADO DO FUTURO:
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Por: Andréa Silva Rabello
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUPERMERCADO DO FUTURO:
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial.
Por: Andréa Silva Rabello
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos e
professores que me forneceram dicas e
conhecimento para elaborar este
trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai Sergio e
minha mãe Terezinha, que sempre me
dão apoio e me incentivam a seguir em
frente, superando os obstáculos e
enfrentando os desafios que a vida nos
oferece.
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RESUMO
O projeto tem por objetivo apresentar as funcionalidades da tecnologia
RFID (Radio Frequency Identification), ou seja, transmissão de dados por
radiofreqüência, aplicada em um supermercado, ressaltando os instrumentos
que a compõem, sua importância para o mercado de suprimentos, analisando,
contudo, as vantagens e desvantagens na sua implantação. Contextualizando
todo sistema manual utilizado hoje e as probabilidades de sucesso com a
implantação das etiquetas inteligentes e os itens agregados ao seu
funcionamento, observa-se uma grande oportunidade para se manter frente à
concorrência.
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METODOLOGIA
Optou-se por uma metodologia acerca de informações adquiridas
através da pesquisa de bibliográfica envolvendo a utilização do sistema de
identificação por radiofreqüência, além da busca na internet, de vídeos e
figuras que serviram de apoio ao entendimento do funcionamento de cada
etapa da tecnologia estudada e análise de diversas opiniões sobre a
aplicabilidade desta ferramenta num supermercado.
Verificou-se os componentes necessários para a implantação da nova
tecnologia, bem como as diversas formas de utilização, analisando os
possíveis benefícios na cadeia de suprimentos, demonstrando a possibilidade
da obtenção de vantagem competitiva.
Utilizou-se, como fonte de estudos, a iniciativa de alguns
supermercados na Alemanha e nos Estados Unidos da América que já vêm
utilizando a tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) de forma
experimental.
Por se tratar de uma inovação analisou-se desvantagens encontradas
pelos supermercados na implantação desta nova tecnologia, os receios dos
usuários, porém, foram citadas algumas saídas que suportam os obstáculos
citados no estudo.
A leitura bibliográfica e alguns sites na internet auxiliaram no
entendimento da tecnologia RFID, agregando conhecimento suas
características, seu funcionamento, possibilitando o estabelecimento de
estratégias, servindo de suporte à análise na colheita de dados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Funcionamento da Tecnologia RFID 10
CAPÍTULO II - Aplicação da Tecnologia RFID em
um Supermercado 20
CAPÍTULO III – Vantagens e Desvantagens
da Aplicação da Tecnologia RFID em um
Supermercado 33
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
Com o mercado cada vez mais globalizado, assim como a internet,
trouxe para o mundo a comunicação de forma imediata e, junto com isto, a
necessidade de respostas e soluções imediatistas nas organizações.
A tecnologia RFID, que trata-se de transmissão de dados por
radiofreqüência, fornece vantagens competitivas aos supermercados,
agilizando o processo logístico, ajudando na interação entre setores, clientes e
fornecedores e no alinhamento de informações padronizando, assim, dados
essenciais de produtos, facilitando o meio de comunicação e
conseqüentemente, a tomada de decisão.
Desvantagens existem, porém, ao pesar os prós e os contras, observa-
se que o retorno dos custos de implantação seja recuperado se houver a
manutenção contínua da tecnologia e do treinamento de pessoal.
O Capítulo 1 é descrito os caminhos percorridos pela tecnologia, ou
seja, sua história, descrevendo os componentes utilizados e suas
funcionalidades.
No Capítulo 2, podemos entender o funcionamento de forma manual
dos processos realizado atualmente em um supermercado e as possíveis
aplicações da tecnologia RFID nestes pontos, mostrando as facilidades de
utilização e conquistas que poderão ser adquiridas.
Já no Capítulo 3 são expostas as vantagens e desvantagens
decorrentes da tecnologia RFID em um supermercado, analisando benefícios
obtidos com sua aplicação e as economias obtidas retirando perdas na cadeia
de suprimentos bem como os possíveis prejuízos no período de implantação, o
receio com relação à privacidade, visto que o sistema tem também como
9
objetivo o rastreamento e alguns problemas de funcionamento que podem
ocorrer.
A RFID aparece como um ícone revolucionário, gerenciador da cadeia
de suprimentos, auxiliando em todo o ciclo dentro de um supermercado, e o
projeto vêm demonstrando exatamente isto, a vantagem competitiva
conquistada pela nova tecnologia.
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CAPÍTULO I
FUNCIONAMENTO DA TECNOLOGIA RFID
1.1 - Conceito
O RFID (Radio Frequency Identification, que, em português, significa
Identificação por Radiofrequência), segundo Arthur Gambin Santini (2008), “é
uma tecnologia que utiliza uma comunicação por radiofreqüência, sem fios,
para transmitir dados de um dispositivo móvel, como uma simples etiqueta...”
(p.1), ou seja, é um sistema que permite a transmissão de dados de um objeto
qualquer, usando ondas de rádio, através de um meio não guiado.
Esta tecnologia utiliza um método que identifica informações,
automaticamente, por sinais de rádio, com capacidade de armazenar dados de
forma remota através de dispositivos.
Estes sinais de rádio ou ondas de rádio, por assim dizer, permitem a
captura automática de dados identificando pessoas ou objetos, sendo mais
comum, esta identificação por meio de um número de série em microchips
contidos em etiquetas (tags), que transmitem informações a um leitor, que será
armazenado junto à base de dados.
A RFID é composta por uma etiqueta e um leitor. As etiquetas são
hardwares com uma antena e um chip (tag ou transponder), que emitem os
sinais de radiofreqüência, e um leitor, que capta estas informações e
geralmente são conectados a um computador.
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1.2 – História do RFID
A tecnologia RFID nasceu para fins militares, sendo aprimorado no
decorrer do tempo, ampliando sua área de aplicação.
Em 1935, sistemas de detecção e telemetria por rádio (RADAR –
Radio Detection And Ranging), funcionando através de reflexão de ondas
eletromagnéticas de objetos distantes permitindo sua localização.
Utilizados para localizar aviões a uma determinada distância, visando
se antecipar aos ataques inimigos. Este sistema foi identificado como sistema
passivo RFID, por se tratar de um método simples, que não possui nenhuma
identificação própria por não ter uma memória interna, ou seja, não possui um
transmissor, nem baterias, obtém sua energia através de algum método de
transmissão do leitor.
O sistema passivo RFID é ativado quando o leitor envia um sinal a um
transponder (ou tag), que é ativado, refletindo apenas o sinal emitido pelo
leitor, com “sim” ou “não e “0” ou “1”, sendo “1”, quando a tag está presente.
Posteriormente, colocaram transmissores nos aviões para facilitar a
identificação de inimigos. Estes transmissores recebiam os sinais dos radares
de solo, emitindo sinais de resposta, sendo criado, assim, o sistema ativo
RFID, por sua característica capacidade de transmissão de seu próprio sinal,
funcionando com o auxílio de baterias, alimentando o microchip ou outros
sensores.
Nas décadas de 50 e 60, observam-se avanços tecnológicos acerca do
RFID, que se expandem utilizando-o para identificação de objetos
remotamente.
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O comércio na área de segurança com sistemas anti-furtos, cresce
com a utilização de etiquetas, chamadas smart labels, uma tag RFID (tipo
rótulo), sempre do tipo passiva (item pago = 0, ou “off”; item não pago = 1, ou
“on”), podendo catalogar as informações do produto e funciona com o
acionamento de alarmes, caso identifique um item não pago.
Em 1973, inicia-se a história da tecnologia RFID, quando é criado um
sistema ativo de RFID com memória regravável. E, no mesmo ano, criou-se um
sistema passivo usado para destravar portas sem a ajuda de chaves. Um
cartão munido de um transponder embutido, se comunicando com um leitor
alocado perto da porta, que, ao identificar o número válido, armazenado na
etiqueta, faz o destravamento da porta por um mecanismo, automaticamente.
Enquanto isso, o governo americano desenvolvia um sistema de RFID
de rastreamento de material radioativo e outro de rastreamento de gado,
alocando um transponder no caminhão transportador identificando-o e
facilitando, desta forma, seu rastreamento.
Em 1980, houveram patentes que possibilitavam o aumento da
distância na leitura por radiofreqüência, superiores a dez metros, além da
transferência de dados mais velozes.
Daí por diante, vários estudos ocorreram acerca de novas arquiteturas
para utilização das tecnologias com base em radiofreqüência para servir de
referência na aplicação de rastreamento e localização de produtos.
Em 2003, várias empresas em diversos países investiram no
desenvolvimento desta tecnologia, inclusive protocolos de interferência de área
(Classe 1 e Classe 0) e o EPC (Eletronic Product Code – Código Eletrônico de
Produto), designando o esquema e a arquitetura de rede para associar a RFID
na Internet.
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O EPC (Código Eletrônico de Produto) foi bastante estudado a fim de
auxiliar a RFID no que tange a identificação automática de objetos, de forma
exclusiva, visando à redução de custos, diminuindo a funcionalidade nas tags,
armazenando apenas um único identificador, ligando-o a um banco de dados.
Ou seja, reduz a informação na etiqueta, anexando esta informação numa
outra base de armazenamento com uma gama maior de informações do
produto.
O EPC é colocado numa etiqueta de baixo custo (de leitura passiva –
somente leitura), ao ser identificado pelo leitor, a informação de cada
transponder será transmitida pelo seu código EPC exclusivo, sem nenhuma ou
pouca intervenção manual.
1.3 – Principais Componentes
Apesar de cada empresa utilizar um hardware e software específico
para suas necessidades, podemos citar os dispositivos fundamentais que
compõe um sistema de RFID.
1.3.1 – Transponder (tags).
Também chamado de etiquetas inteligentes, ou tag são compostas por
um chip, com capacidade de armazenamento de informações e com uma
resistência (com o papel de uma antena).
Figura 1 – Mostra interna de uma etiqueta (extraída do site: http://www.blog.sprint-je.com, VALENTIN, 2009, acessado em 29/09/2011)
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Tem a função de transmitir e responder comandos por radiofreqüência,
fornecendo informações automaticamente, facilitando o rastreamento e
armazenamento de dados de determinados produtos/objetos.
Possui diversos formatos, tais como, argolas, cartões, além de poder
ser embutido em plásticos, vidros, dentre outros, sendo este, um fator
determinante para sua aplicabilidade e desempenho do sistema.
A tag RFID tem por objetivo anexar dados sobre um objeto, podendo
ser:
a) Tags passivas – não possuem transmissor, apenas refletem o sinal
emitido pelo leitor, usado para curtas distâncias. Não possuem
baterias, obtendo energia através de algum método de transmissão
do leitor, com maior durabilidade;
b) Tags ativas – possuem transmissor interno, baterias, sendo
capazes de emitir sinal, alimentando o microchip ou outros
sensores;
c) Tags de duas vias – são todas ativas, possuem bateria para suprir
seu próprio consumo de energia, não sendo necessário sua
ativação por um leitor permitindo que as tags se comuniquem entre
si.
1.3.2 – Antena
A função da antena é a de transformar energia eletromagnética guiada
pela linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada e vice-versa,
ou seja, emite um sinal de rádio para as tags, ativando-a, realizando a leitura
da mesma. Permite que as tags enviem ou troquem informações com o leitor.
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O alcance das tags, bem como seu funcionamento e o tipo de sistema
é determinado de acordo com o tipo de antena utilizado e seu layout.
Figura 2 – Um tipo de antena RFID (extraída do site: http://www.rfidbrasil.com ,
RFIDBRASIL, acessado em 29/09/2011).
1.3.3 – Leitor (Transceiver)
Funciona como um decodificador, sendo responsável pelo repasse da
informação para o software. Composto de um oscilador e um conversor
analógico ou digital, funcionando com a emissão de diversas freqüências de
rádio dispersados em diversos espaços e sentidos, com sua amplitude de
acordo com a saída e freqüência de rádio utilizada. Isto é, o leitor emite ondas,
através de um campo eletromagnético, alimentando o transponder que, por
sua vez, responde ao leitor o que consta em de sua memória.
Utilizado com o auxilio de um Controlador, podendo ser desde um PDA
- Personal Digital Assistant, celular ou um computador com sistema servidor e
várias funcionalidades.
1.3.4 – Impressora
São de fato impressoras RFID usadas para imprimir diretamente em
uma tag anexada em algum produto.
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Figura 3 – Impressora de Etiquetas RFID (extraída do site: http://www.logismarket.ind.br, LOGISMARKET, acessado em 29/09/2011).
1.4 – Freqüências e Operações
Outra particularidade que interfere na eficiência da aplicação da RFID é
a freqüência em que é utilizada e em quais casos são melhores utilizados.
Vamos verificar somente as mais utilizadas pela RFID, sendo elas:
1.4.1 – Baixa Freqüência (aproximadamente 30 a 500 KHz)
Para os casos de curta distância de leitura, com uma taxa de
transferência de dados mais lenta, além do baixo curto de aplicação,
geralmente de uso em controle de acessos, identificação e rastreamento de
animais.
1.4.2 – Alta Freqüência (aproximadamente 850 a 950 MHz e 2.4 a
2.5 GHz)
Para leituras de médias e longas distâncias, com uma taxa de
transferência de dados de alta velocidade, utilizada para leitura de tags para
coleta automática de dados e em veículos.
1.4.3 – Freqüência Ultra-Elevada (aproximadamente 400 e 860-930
MHz)
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Neste caso, existem varias aplicabilidades, porém existem diversas
regulamentações a respeito, devendo ser consultadas as regras vigentes em
cada país no momento da elaboração do sistema.
1.5 – Aplicabilidade
A RFID pode ser utilizada em diversas áreas, em seus diversos
formatos, de acordo com a necessidade de cada organização.
A necessidade da captura de informações de produtos que estão em
movimento, incentivou o uso da tecnologia por radiofreqüência nos processos
produtivos. Isto facilita o controle do fluxo de produtos por toda a cadeia de
suprimentos, bem como, seu rastreamento desde a fabricação até sua
distribuição.
A tecnologia RFID, baseada no EPC (Eletronic Product Code, ou seja,
Código Eletrônico do Produto), demonstra uma revolução tecnológica, devido a
possibilidade de identificação e rastreamento de produtos envolvendo todos os
processos logísticos por toda a cadeia de suprimentos, desde a fabricação,
controle de estoque, bem como na compra e venda dos mesmos.
Pode ser aplicado em objetos comuns, roupas, relógios, pulseiras
(braceletes) identificadoras de pacientes em hospitais visando à identificação
pessoal e/ou controle de acesso.
Em cartões plásticos, utilizados por bancos e operadoras de cartões de
crédito, com o chip RFID inserido dentro do cartão, protegido por camadas de
plástico prensadas, complementando a utilização da banda magnética ou
óptica. Estes cartões também são utilizados em cartões de acessos à clubes,
estádios para evitar ações de cambistas.
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Em eventos esportivos, como o caso de corridas, os transponders são
aplicados nos cadarços dos corredores para saber com exatidão seu tempo,
não servindo no caso de provas onde a quantidade de corredores seja muito
grande.
Chaveiros com carcaça resistente para ser utilizado em casos em que
sejam necessários um material de maior durabilidade devido ao seu manuseio.
Figura 4 - Chaveiros com tags embutidas (extraída do site: http://www.cards-leader.com, SHENZHEN CHUANGXINJIA SMART CARD CO., LTD. acessado
em 29/09/2011).
Pode, também, ser desenvolvido para ser utilizado em ambientes
corrosivos ou imersos em líquidos e, até, para implantes em seres vivos.
Nestes casos, utilizados para identificação de animais para que haja seu
rastreamento, controle de epidemias, além da preocupação com a garantia e
procedência do animal. Sendo aplicado, também no próprio ser humano, na
área médica podendo ser implantado na visão para controle de glaucoma,
funcionando como indicador da pressão ocular comunicando-se com um leitor
externo; na identificação de pacientes, diminuindo a probabilidade de erro
humano ao ministrar medicamentos, podendo informar históricos, consultas e
qualquer outro tipo de informação diagnóstica para tratamento dos mesmos,
ou, simplesmente, implantado uma tag sub-cultânea, para abrir portas ou ligar
carros sem chaves.
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Figura 5 - Identificação de animais e em humanos (extraídas dos sites: http://casadonotebook.com.br, CASA DO NOTEBOOK, 2008; e
http://www.flickr.com , EDWARD, 2005, acessado em 29/09/2011).
No setor automobilístico, a aplicação da RFID se vê envolto no que se
refere à segurança, sendo instalados em alarmes e sistemas de imobilização,
funcionando de forma a verificar a autenticidade da chave.
Em indústrias, o sistema RFID tem várias aplicações, como na
identificação de ferramentas, facilitando a manutenção, substituição e
administração delas, na gerência de recipientes, informando seu conteúdo,
volume, preenchimento, além de criar mecanismos de segurança aumentando
a confiabilidade das informações.
E ainda, sendo produzido em forma de rótulo (smart labels), sendo,
nestes casos, de forma passiva, impressas em uma camada de papel,
geralmente usadas em CDs ou DVDs, facilitando, por exemplo, no processo de
catalogação, localização e identificação dos mesmos, bem como, o controle
anti-furtos.
Na logística, observa-se uma grande aplicação da radiofrequência a
fim de se obter vantagens competitivas, visando a prevenção de perdas, a
otimização dos níveis de estoque de produtos e dos recursos humanos, além
de melhorias na disponibilidade e distribuição dos itens ao longo das
operações na cadeia de suprimentos.
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CAPÍTULO II
APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA RFID
EM UM SUPERMERCADO
2.1 – Funcionamento de um Supermercado
Ainda hoje a grande maioria de supermercados funciona de forma
manual, contando apenas com a ajuda de etiquetas com códigos de barra.
Olhando sob uma ótica mais global do pedido de compra feito ao
fornecedor após a verificação de necessidades, passando pelo controle de
validade dos produtos, alocação, substituição e reposição de mercadorias,
marcação de preços peça a peça, registro das compras feito pelos caixas,
chegando ao empacotamento e entrega de compras no domicílio do cliente,
podemos verificar uma extensa área de aplicação para o sistema estudado
neste projeto.
Para entendermos de que forma o sistema RFID pode atuar nos
supermercados, vamos ver, primeiramente, como funcionam os principais
atores da organização.
De qualquer forma, observamos que, todo o contexto que engloba o
bom funcionamento de um supermercado, existe um ciclo contínuo desde a
necessidade de compra de mercadorias para reposição, até a aquisição dos
produtos pelos clientes.
Lembrando que o cliente busca, além de preços baixos, também o
bom atendimento, qualidade dos produtos, tempo gasto durante a compra,
ausência de mercadorias, dentre outras coisas que são cruciais na hora de
escolher o supermercado que irá freqüentar.
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Já o próprio supermercado, como toda organização, se preocupa com
o lucro, visando cortar o máximo de custos, inclusive àqueles inesperados, na
tentativa de driblar a concorrência e de obter vantagem competitiva.
Portanto, podemos analisar três fases envolvidas no processo:
Vejamos, agora, de forma invertida, iniciando a questão pelos clientes,
pois são eles os consumidores essenciais para gerar o tão esperado lucro aos
supermercados.
2.1.1 – Clientes
Os cientes verificam suas necessidades, relacionando-as em uma lista
e vão ao supermercado para supri-las.
Muitas das vezes, antes de sair de casa, fazem uma pesquisa de
mercado, verificando aonde encontrar os melhores preços, suas marcas
preferidas, qualidade de produtos e de atendimento.
Ao chegar ao supermercado, inicia o trajeto, com sua lista de compras,
passando de setor em setor, buscando atender seu objetivo, percorrendo todos
os corredores colocando as mercadorias escolhidas em um carrinho.
Em meio ao percurso depara-se com ofertas de produtos não
relacionados em sua lista, atraídos pela propaganda, adicionando mais estes
itens à sua compra.
Nos setores de açougue, peixaria, padaria e de frios, na maioria das
vezes, enfrenta filas para escolher e/ou para pesar mercadorias, levando-o
perder parte de seu tempo.
FORNECEDORES PRODUÇÃO FORNECEDORES CLIENTES
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Ao concluir suas escolhas, o cliente dirige-se ao caixa para efetuar o
pagamento, enfrentando mais filas e, muitas vezes, desorganização de
carrinhos que são espalhados próximo aos caixas, atrapalhando, mais ainda, o
andamento e a chegada de sua vez.
2.1.2 – Produção
Neste caso, engloba todos os funcionários desde o atendimento direto
ao cliente, à reposição de mercadorias, estocagem, administração em geral,
dentre outros. Vejamos a participação de cada um deles no processo:
a) Atendimento
As pessoas envolvidas no atendimento ao cliente possuem um papel
super importante para criar um vínculo, sendo cordial, ágil, gentil, ajudando e
auxiliando-o da melhor forma possível.
Atendentes de caixa, empacotadores, entregadores, dentre outros,
devem estar atentos às necessidades do cliente para atendê-los de acordo.
Nos caixas, os atendentes tendem a ser mecanizados, passando
produto a produto no leitor de códigos de barras, desta forma, o sistema vai
contabilizando o quanto deverá ser pago pelo cliente.
Em caso de devolução de produtos, caso ocorra desistência de algum
item, a duplicidade erroneamente do registro ou até o cadastro de preço
diferente do exposto ao cliente nas prateleiras, o caixa solicita o auxílio do
supervisor para liberação do estorno devido à situação.
Muitas das vezes o próprio caixa empacota as mercadorias ou apenas
fornecem os sacos plásticos para que o cliente se ajeite sozinho, tornando o
atendimento mais demorado fazendo aumentar as filas.
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Nos setores de frios, salgados, açougues, onde o cliente precisa pesar
seus produtos ou até mesmo necessitam do atendente para fazer suas
escolhas e seleções de mercadorias, existem filas intermináveis, tanto pelo
fato de as escolhas dos produtos serem feitas ao chegar sua vez, quanto por
problemas que possam existir de incompatibilidades de códigos e preços dos
itens nas balanças registradoras.
Nos corredores, caso o cliente precise de alguma informação sobre
algum produto, preços ou até mesmo para localizar um setor, se depara com a
ausência de atendentes ou sua incapacidade de fornecer tais informações pela
falta de conhecimento.
Os entregadores que levam as mercadorias até a casa do cliente,
acondicionam as mercadorias de qualquer forma em caixotes, não se
preocupando com a possibilidade de romper a embalagem do produto,
entregando a compra no domicílio dos clientes que optaram por este serviço.
O cliente efetua o pagamento e segue para casa analisando se a meta
foi ou não cumprida, no caso de ter faltado algum produto naquele mercado,
levando-o a ir a outros supermercados suprir tal falta, até concluir sua lista de
necessidades.
b) Estoque / Reposição / Conferência
Os estoquistas, repositores e conferentes trabalham em conjunto,
fazendo a conferência de mercadorias, relacionando-as, selecionando os itens
perecíveis e não-perecíveis, acondicionando cada qual no seu devido local,
registrando a entrada e a saída de cada material.
Os repositores e os conferentes repassam por todos os corredores,
identificando a falta de mercadorias nas prateleiras e fazem a retirada dos
produtos do estoque, sendo responsáveis, também, pela fiscalização da
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validade dos produtos substituindo àqueles que estiverem vencidos por outros
que estejam dentro dos padrões exigidos, organização de acordo com o layout
estabelecido pelo setor de marketing, marcação de preços, preocupando-se
inclusive com o desperdício de produtos retirando-os dos locais de acesso,
mantendo o ambiente limpo, acionando o serviço de limpeza nos casos de
necessidade de secar líquidos que possam estar pelo chão, poeiras nas
prateleiras, dentre outros.
Os estoquistas ficam atentos à medida que os produtos vão sendo
retirados do estoque, contabilizam a entrada e a saída, fazendo a contagem
dos itens, analisando o melhor momento para fazer o pedido de compra,
encaminhando a requisição ao setor de compras, verificando a real
necessidade, na tentativa de não deixar o estoque ocioso para evitar prejuízos
com excessos de mercadorias, bem como, com as perdas com produtos
vencidos.
c) Compras
O setor de compras recebe as requisições de mercadorias, faz
cotações de preços junto aos fornecedores e/ou CD´s (Centros de Distribuição)
analisando o preço e a qualidade negociando caso a caso.
Verifica os orçamentos de acordo com o planejamento financeiro
mensal/anual para estudar a viabilidade da compra para evitar problemas em
cumprir compromissos junto aos fornecedores, possuindo, desta forma, maior
poder de negociação.
Efetiva a compra, acompanhando todo o processo desde o pedido até
a entrega das mercadorias, inclusive, os prazos de entrega, realizando um
check-list do material quando chega, observando se a quantidade, qualidade,
validades, estão de acordo com o pedido, evitando a falta de algum item ou
avaria nos produtos.
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d) Estratégia
Podemos citar como setor de estratégia, todas as áreas envolvidas
com o desenvolvimento de processos para alcançar o objetivo final de todas as
organizações: o aumento da lucratividade, a diminuição de perdas e a busca
pela vantagem competitiva.
O setor financeiro é responsável pela busca de lucro para o
supermercado, analisando as despesas diretas e indiretas, os custos de
oportunidades, de excessos, além das perdas em geral, negociando com
fornecedores e clientes na tentativa de formar parcerias. Realiza um
planejamento mensal e anual de gastos por setor para gerir o capital da
organização.
O setor de marketing complementa o objetivo do setor financeiro,
buscando possibilidades e parcerias junto a outras empresas que queiram
utilizar o espaço para divulgar suas marcas, criando layouts de forma a induzir
os consumidores a adquirir àqueles produtos que estiverem melhores
expostos, em prateleiras estratégicas, de forma visível e de fácil acesso ao
cliente.
Além disso, o marketing analisa as necessidades dos consumidores
para organizar os corredores, as prateleiras, os cartazes, de forma a chamar a
atenção do cliente. Como exemplo, a disposição de snacks, balas, revistas,
nas direções aonde as filas se formam próximo aos caixas, pois, enquanto o
cliente espera sua vez, vai adquirindo estes produtos para passar o tempo, ou,
os fazem lembrar algo que não haviam anotado em sua lista.
Os setores administrativo e o de recursos humanos, se preocupam
com a gestão de pessoas visando o bem-estar tanto dos funcionários, quanto
dos clientes e, com isto, devem oferecer treinamento contínuo, fiscalização
diária dos setores em geral, estando atento ao uso adequado da legislação
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trabalhista, inclusive no que diz respeito à segurança e saúde dos
trabalhadores, além dos gastos desnecessários com horas-extras, dentre
outras atividades, sempre observando o bom andamento das atividades
desenvolvidas dentro do supermercado.
2.1.3 – Fornecedores
Os fornecedores, ou CD´s (Centros de Distribuição), também são
peças chaves no que tange a logística das organizações.
É importante manter alinhado a real necessidade do supermercado,
com a possibilidade de fornecimento de mercadorias. Verificando a capacidade
de cumprimento de prazos, a qualidade dos produtos, bem como, os custos e
as perdas envolvidas neste processo.
2.2 – Aplicação da Tecnologia RFID em Supermercado
A agilidade das informações adquiridas com a globalização e a entrada
de novas tecnologias no mercado que facilitam que isto ocorra, obriga as
organizações a buscar respostas e soluções tão rápidas quanto o
aparecimento dos problemas.
Para que isto ocorra, se faz necessário a integração das informações
que facilitem a comunicação entre os diversos setores da empresa e, assim,
afinando a agilidade que se busca.
A tecnologia RFID, aplicada no supermercado, pode ajudar de forma
incisiva em todos os setores acima mencionados, visando confiabilidade e
agilidade das informações, prevenção de perdas, otimização dos níveis de
estoque de produtos e dos recursos humanos, além de melhorias na
disponibilidade e distribuição dos itens ao longo das operações na cadeia de
suprimentos, como veremos a seguir:
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2.2.1 – RFID e os Clientes
Os clientes podem utilizar um cartão magnético pessoal, munido com a
relação de suas necessidades, evitando, assim, que se esqueça de ter algo
anotado e facilitando no check-list de suas aquisições, além do controle de
gastos item a item.
Os supermercados deverão ter carrinhos com um “monitor inteligente”,
ou seja, um computador de bordo, onde o cliente irá ativar seus dados (ou sua
listagem de necessidades) com seu cartão pessoal, conforme mostra a Figura
1, abaixo.
Figura 6 - Computador de bordo acoplados nos carrinhos (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
Nos setores onde as mercadorias precisam ser escolhidas e pesadas,
como o de hortifruti, através de um terminal inteligente, o produto é escaneado,
automaticamente pesado e informado o preço da quantidade escolhida pelo
cliente, saindo, ainda na máquina, uma etiqueta com código correspondente ao
preço, conforme observado na Figura 2.
Figura 7 - Escala Inteligente (extraída do site: http://www.youtube.com ,
ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
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Ainda, no computador de bordo, o cliente pode escolher o setor que
deseja ir e aparecerá a rota a ser seguida para que possa chegar ao local de
forma mais rápida.
Figura 8 - Direcionamento dos setores (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
As promoções (ofertas) são dispostas de forma diferente, em
destaque, para que o cliente tenha fácil acesso. O marketing também aproveita
a tecnologia para divulgar os produtos através de cartazes luminosos e em
movimento para chamar a atenção dos consumidores.
Os produtos deverão ser ativados no computador de bordo do carrinho,
para que sejam devidamente contabilizados e assim deve ser feito com todas
as aquisições.
Figura 9 - Registro e contabilização da compra (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
O cliente também dispõe de terminais de informação distribuídos por
todos os corredores, no caso de consulta dos produtos, onde pode-se obter
dados como: preço, região de origem, fabricante, dentre outros.
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Ao finalizar sua compra, o cliente aciona o pagamento em seu
computador de bordo e os dados são direcionados para o computador do
atendente no caixa, fazendo o check-out da compra, efetivando-a, podendo,
desta forma, ser pago de acordo com a contabilidade feita de forma
automática.
Figura 10 - Agilidade e conforto no pagamento (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
O sistema ainda confere o pagamento realizado pelo cliente, ao sair do
caixa, e também, ao sair do supermercado com a mercadoria embalada,
passando por um portal que detecta produtos que não foram pagos.
O cliente, ao final, realiza uma auto checagem, conferindo suas
aquisições e embalando as mercadorias, observando, inclusive o valor cobrado
para averiguar seu gasto.
Figura 11 - Segurança e checagem da compra (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
30
2.2.2 – RFID e os Processos que envolvem a Produção
A tecnologia RFID atua com um “Sistema Inteligente” que informa
automaticamente em um “computador central” todas as entradas e saídas de
material, contabilizando cada caso, difundindo os dados das mercadorias a
todos os setores, levando confiabilidade nas informações, facilitando, assim,
comunicação e a interação em toda a organização.
Para os repositores, funciona de forma a mantê-lo informado de toda a
movimentação acerca das prateleiras, disposição de produtos nos corredores,
pois as retiradas de material das prateleiras são registradas, sempre que o
cliente, efetiva, de fato, a compra.
A mensagem é repassada a um PDA de posse do conferente,
informando todas as particularidades do produto, setor, prateleira a ser
reposta, aonde localizá-lo no estoque, dentre outras e, desta forma, o repositor
é devidamente direcionado ao corredor e setor correspondente para
recolocação da mercadoria na prateleira onde a falta foi identificada.
Figura 12 - Sistema de reposição de mercadorias (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
A mercadoria, também é identificada ao entrar no estoque, através da
transferência de dados por radiofrequência (RFID), passando todas as
informações dos produtos, tais como, número, código do produto, fabricante,
validade, que serão imputados numa central de computador onde as
31
informações serão controladas e utilizadas das diversas formas de acordo com
a área de atuação.
A conferência pode ser realizada sem a necessidade de abrir ou
desmontar o material, e as partes envolvidas no processo de requisição, de
compra e de fornecimento têm acesso às particularidades das mercadorias.
Figura 13 - Transmissão de dados por radiofreqüência (extraída do site:
http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
Outra facilidade do sistema é a localização exata do armazenamento
da mercadoria, bem como, a entrada do produto na loja, ao passar por um
portal, que transmitirá esta informação para o computador central
automaticamente, ou seja, o rastreamento do material é feita de forma eficaz.
Figura 14 - Identificação e controle de estoque (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
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2.2.3 – RFID e possíveis Aplicações
Os produtos são escaneados pela geladeira com a tecnologia RFID,
listando as necessidades, e é enviada, pela internet, automaticamente, a
relação de necessidades do cliente, ficando como um histórico de forma
customizada.
Figura 15 - Facilidade ao cliente (extraída do site: http://www.youtube.com , ANDRADE, Julio, 2008, acessado em 01/09/2011).
O mecanismo oferecido pela tecnologia RFID, demonstra o ciclo como
um todo dentro da cadeia de suprimentos, bem como o aproveitamento de
forma global. Vamos, analisar, no próximo capítulo quais as vantagens e
desvantagens da aplicação deste novo sistema para entender as diversas
resistências para sua aplicação.
33
CAPÍTULO III
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO
TECNOLOGIA RFID EM UM SUPERMERCADO
3.1 - Vantagens
3.1.1 – Quanto à aplicabilidade
A tecnologia RFID é de fato uma fantástica ferramenta para auxiliar
redes de supermercado a melhorar seus resultados em geral, reduzindo
diversos custos e atraindo clientes em virtude da agilidade e a personalização
no atendimento e a satisfação dos mesmos.
Na cadeia de suprimentos podemos observar a existência de muitas
perdas de mercadorias, tanto pelas perdas por produtos vencidos, quanto pelo
armazenamento inadequado, ou até mesmo por furtos e aquisição feita de
fornecedores desconhecidos.
A RFID estreita o controle em tempo real, auxiliando desde a entrada
até a saída do material, ajudando a obter uma total exatidão do estoque.
A etiqueta RFID aplicada no produto, independente de sua localização,
contato, visibilidade ou tipo de ambiente será detectada pela antena através da
radiofreqüência, permitindo identificar de forma clara e precisa todos os tipos
de objetos sem contato físico, adquirindo dados de maneira rápida e
automática, bastando que os dados estejam gravados nesta etiqueta,
realizando uma leitura, transcrição e gravação destas informações diretamente
a um computador central, facilitando, inclusive, a integração entre as áreas
envolvidas.
34
A tecnologia chega para agilizar todo o processo, do cliente ao
fornecedor, levando confiabilidade nas informações acerca das mercadorias,
quantidades, mantendo a qualidade, reduzindo custos com perdas e
armazenamentos, enfim, se trata de uma tecnologia versátil com uma ótima
aplicabilidade em supermercados.
Melhorias das práticas de reabastecimento, eliminando itens faltantes
e/ou com validade vencida, além da verificação imediata dos produtos nas
prateleiras.
Auxilia ainda mais a automatizar a movimentação de produtos, atuando
mais ativamente na expedição, agilizando o processo e prevenindo erros,
podendo rastrear a mercadoria através de uma rede interligada dos leitores.
Os fornecedores, bem como o supermercado, pode rastrear seus
produtos desde a sua manufatura, transporte e até a sua venda, combatendo,
desta forma, o furto, a falsificação, servindo o transmissor RFID como um selo
eletrônico de garantia.
3.1.2 – Quanto à economia
Apesar de ter um custo de implantação e manutenção acima da média
esperada, o retorno em termos de lucratividade e vantagem competitiva, faz
valer a pena, arcando apenas com o custo da oportunidade.
Os componentes utilizados no RFID não possuem um preço barato,
porém, vêm baixando seu custo e, com isso, facilitando a entrada nas
organizações que buscam inovações em tecnologias e possuem uma visão
futurística na busca de melhorias para seus processos internos.
As etiquetas têm uma boa durabilidade, havendo, desta forma,
possibilidade de reutilização.
35
A redução de estoque, a melhoria no reabastecimento com eliminação
de perdas de mercadorias, a precisão nas informações de armazenamento e
velocidade na expedição, a contagem instantânea dos produtos no estoque,
facilita os sistemas empresariais de inventário, reduz o custo com as perdas,
diminui, inclusive, as diferenças fiscais e contábeis.
Com toda esta organização e integração de forma informatizada, fica
mais fácil esquematizar os horários dos funcionários, fazendo-os atuar no
momento mais adequado, evitando, assim, o pagamento de horas-extras de
forma indevida.
3.2 - Desvantagens
3.2.1 – Quanto à privacidade
Algumas pessoas ficam preocupadas com relação ao uso da
tecnologia RFID, vendo esta ferramenta como invasora da privacidade e da
liberdade civil, em virtude da vasta variabilidade de dados captados. Porém, já
existem dispositivos capazes de desativar o sistema na retirada do produto da
loja.
3.2.2 – Quanto ao custo
Quando comparado ao sistema de código de barras, o custo da
tecnologia RFID é elevado, sendo um dos principais obstáculos enfrentados
pelas empresas, este valor é comparado já na aquisição das tags, sendo
ampliado quando adicionado aos demais componentes que estruturam todo o
sistema de informação, como, leitoras, antenas, ferramentas que filtram os
dados, dentre outros.
A técnica que bloqueia automaticamente a função do sistema RFID ao
sair da loja também possui um custo elevado.
36
A necessidade de padronização dos sistemas junto aos fornecedores e
CD´s aumenta a dificuldade quanto a disseminação da implantação da
tecnologia.
3.2.3 – Quanto ao funcionamento
A utilização de materiais metálicos e condutivos ao alcance da
transmissão das antenas pode causar interferência, atrapalhando o
desempenho da transferência de dados por radiofreqüência, sendo resolvido
encapsulando as tags de forma especial, resguardando, assim, as limitações
inclusive com relação às distâncias de leitura.
3.3 – Comparando Vantagens e Desvantagens
Fazendo-se uma análise e comparação das vantagens e desvantagens
com a implantação e utilização da tecnologia RFID no supermercado, percebe-
se que, como toda inovação, existe o custo de implantação, a necessidade de
treinamento e desenvolvimento de pessoas, investimento nas pesquisas e
parcerias, visando o alcance da tão sonhada vantagem competitiva.
O retorno é percebido à medida que os clientes vão sendo satisfeitos
fazendo-os retornar sempre conquistando a fidelização dos mesmos, bem
como, com a dinamização das respostas aos problemas diários com todo o
processo de funcionamento do supermercado.
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CONCLUSÃO
A tecnologia RFID pode ser um instrumento revolucionário tanto para
os clientes quanto para redes de supermercados, trazendo benefícios
quantitativos e qualitativos no que diz respeito à satisfação de todos.
As funcionalidades do RFID estudadas neste projeto elevam a
vantagem competitiva, podendo ser aplicadas em empresas de diversos
segmentos inclusive em bibliotecas, aeroportos, dentre outros.
Com a necessidade cada vez maior de repostas mais ágeis, a
transferência de informações por radiofreqüência auxilia e impulsiona na
solução de problemas complexos, aumentando, desta forma, a capacidade de
análise de dados e feedbacks com maior precisão.
Espera-se que, num futuro próximo, esta tecnologia esteja difundida
em diversas organizações para que nós clientes possamos aproveitar mais
esta facilidade trazida pela tecnologia, cada vez mais presente nas vidas dos
consumidores.
38
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39
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SANTINI, Arthur Gambin. RFID: Conceitos, Aplicabilidade e Impactos. Rio
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VALENTIN, 2009 – GPS, RFID, M2M, NFC: lês nouveuaux usages mobiles
– Disponível em: http://www.blog.sprint-je.com. Acesso em 29/09/2011.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
FUNCIONAMENTO DA TECNOLOGIA RFID 10
1.1 – Conceito 10
1.2 – História do RFID 11
1.3 – Principais Componentes 13
1.3.1 – Transponder (tags) 13
1.3.2 – Antena 14
1.3.3 – Leitor (Transceiver) 15
1.3.4 – Impressora 15
1.4 – Freqüências e Operações 16
1.4.1 – Baixa Freqüência 16
1.4.2 – Alta Freqüência 16
1.4.3 – Freqüência Ultra Elevada 16
1.5 – Aplicabilidade 17
CAPÍTULO II
APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA RFID
EM UM SUPERMERCADO 20
2.1 – Funcionamento de um Supermercado 20
2.1.1 – Clientes 21
2.1.2 – Produção 22
41
2.1.3 – Fornecedores 26
2.2 – Aplicação da Tecnologia RFID em Supermercado 26
2.2.1 – RFID e os Clientes 27
2.2.2 – RFID e os Processos que envolvem
a Produção 30
2.2.3 – RFID e Possíveis Aplicações 32
CAPÍTULO III
VANTAGENS E DESVANTAGENS 33
3.1 – Vantagens 33
3.1.1 – Quanto à Aplicabilidade 33
3.1.2 – Quanto à Economia 34
3.2 – Desvantagens 35
3.2.1 – Quanto à Privacidade 35
3.2.2 – Quanto ao Custo 35
3.2.3 – Quanto ao Funcionamento 36
3.3 – Comparando Vantagens e Desvantagens 36
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40