universidade candido mendes pÓs - gadruacao … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas...

39
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO LATO – SENSO AVM FACULDAE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES FINANCEIROS E ECONÔMICOS NAS PEQUENAS EMPRESAS PARA TOMADA DE DECISÃO Por: Luciane Camargo de Azevedo Silva Argemiro Orientador: Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Upload: dangcong

Post on 09-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS - GADRUACAO LATO – SENSO

AVM FACULDAE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES FINANCEIROS E

ECONÔMICOS NAS PEQUENAS EMPRESAS PARA TOMADA DE

DECISÃO

Por: Luciane Camargo de Azevedo Silva Argemiro

Orientador:

Prof. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS - GADRUACAO LATO – SENSO

AVM FACULDAE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES FINANCEIROS E

ECONÔMICOS NAS PEQUENAS EMPRESAS PARA TOMADA DE

DECISÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Luciane Camargo

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom

da inteligência, aos meus professores pela

paciência e amigos e familiares pelo apoio a

todo momento.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que

sempre está ao meu lado me apoiando em

todos os momentos da minha vida.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com o tema: A importância dos

indicadores financeiros e econômicos nas pequenas empresas para tomada de

decisão. Mostrando a importância da análise dos indicadores econômicos e

financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas

as empresas (grande, pequeno e médio porte) com dados obtidos através das

demonstrações contábeis.

Através das analises e conhecimento dos índices econômicos e financeiros

os gestores tem uma segurança maior ao tomar as decisões, atuar com medidas

preventivas e corretivas diante de diversas situações, mantendo seus números

contábeis e financeiros adequados.

Gestores conseguem através dos índices econômicos e financeiros analisar

e tirar conclusões a respeito da empresa através das demonstrações contábeis que

servem neste caso como um relatório gerencial de informações para tomada de

decisão.

Palavras chave: Indicadores econômicos e financeiros – Analise – Tomada

de decisão.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

METODOLOGIA

O presente trabalho – A importância dos indicadores financeiros e

econômicos nas pequenas empresas para tomado de decisão – foi fundamentado

em pesquisas bibliográficas nas quais pude aprimorar meus conhecimentos em

analises de indicadores econômicos e financeiros com os autores consagrados

como José Carlos Marion e Luís Clóvis Padoveze.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

2. INDICES DE LIQUIDEZ ................................................................................................... 12

2.1. Índice de Liquidez Corrente ......................................................................................... 12

2.2. Índice de Liquidez Geral ............................................................................................... 14

2.3. Índice de Liquidez Seca ................................................................................................ 15

2.4. Índice de Liquidez Imediata .......................................................................................... 16

3. INDICE DE ENDIVIDAMENTO ....................................................................................... 17

3.1. Prazo médio de recebimento ....................................................................................... 18

3.2. Prazo médio de pagamento ......................................................................................... 19

3.3. Prezo Médio de Renovação de Estoques .................................................................. 20

3.4. Ciclo operacional e financeiro ...................................................................................... 21

3.5. Giro do ativo .................................................................................................................... 22

4. INDICES DE RENTABILIDADE ...................................................................................... 23

4.1. Rentabilidade do ativo total .......................................................................................... 23

4.2. Rentabilidade do patrimônio líquido ............................................................................ 24

4.3. Analise da rentabilidade – Método Dupont ................................................................ 25

5. CAPITAL DE GIRO ........................................................................................................... 27

5.1. Capital de Giro Líquido ................................................................................................. 28

6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 34

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 37

8. ANEXOS ............................................................................................................................. 38

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

9

1. INTRODUÇÃO

O Presente trabalho foi desenvolvido com o tema: “A importância dos

indicadores financeiros e econômicos nas pequenas empresas para tomada de

decisão”.

Hoje as pequenas empresas são administradas com o objetivo de maximizar

o seu lucro com o conceito de quanto maior o lucro maior a remuneração dos

administradores e gestores da organização, independentemente do seu insucesso

empresarial ou profissional de seus gestores.

Porém satisfação e sobrevivência empresarial de uma organização de

pequeno porte apoia – se em planejamento de suas atividades, antecipado - se aos

acontecimentos através de informações contábeis.

“As demonstrações contábeis fornecem uma série de dados sobre a

empresa, de acordo com as regras contábeis. A análise de balanços transforma

esses dados em informações.”. (Matarazzo, 2003, p. 15)

As analises das demonstrações contábeis era chamada antigamente de

analise de balanços e desenvolveu-se em bancos, com a exigência de banqueiros

que pediam que as empresas apresentassem seus balanços para analise e

concessão de empréstimos.

Com essas exigências bancarias foram criados alguns indicadores, extraídos

do balanço patrimonial e alguns anos mais tarde também das demonstrações

contábeis.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

10

Por isso é muito importante que os indicadores de uma empresa sejam

comparados com indicadores os de outras empresas do mesmo segmento e porte,

para uma melhor avaliação e analise de como a empresa está se comportando no

mercado.

Através das demonstrações contábeis é possível saber como está situação

econômica e financeira da empresa, se ela está lucrando ou não, se ela é rentável e

se ela consegue pagar suas dividas dentre outas conclusões.

Essas respostas são dadas através das analises dos indicadores financeiros

e econômicos, conforme Matarazzo (2003, p. 23) “Os índices padrão permitem

adequada avaliação de qualquer índice de determinada empresa e proporcionam ao

usuário da analise informação objetiva de seu desempenho”.

Podemos dizer que conseguimos conhecer a situação econômica e

financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de analise:

Liquidez (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e

Endividamento (estrutura Capital) Marion (2009, p. 1)

Diante da afirmação acima o estudo e desenvolvimento do trabalho tem o

objetivo de mostrar a importância dos indicadores financeiros e econômicos nas

pequenas empresas para tomada de decisão e assim alçar o êxito e sucesso

empresarial visando a continuidade permanente da empresa.

As informações para os gestores nas pequenas empresas devem ser de

forma clara e de fácil entendimento, pois são para pessoas distintas e geralmente

com diversas formações.

Para o desenvolvimento do trabalho é necessário identificar e definir a

melhor forma de apuração dos indicadores econômicos e financeiros que estão

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

11

sujeitos à interferência dos gestores e mostrar importância de sua analises para a

tomada de decisão.

Será utilizada pesquisa bibliográfica especializada em analises das

demonstrações contábeis e contabilidade gerencial, com o objetivo de identificar e

mostrar os indicadores econômicos e financeiros.

A partir dessa pesquisa será identificado os indicadores econômicos e

financeiros mais relevantes para as pequenas empresas e sua importância para a

tomada de decisão.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

12

2. INDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de

pagamento da empresa, as entradas e saídas de dinheiro, são extraídos do Balanço

Patrimonial e confrontam os Ativos Circulantes com as Dividas.

Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa

capacidade de pagar suas dividas, mas não estará obrigatoriamente,

pagando suas dividas em dia em função de outras variáveis como prazo e

renovação de dividas. Matarazo (2003, p. 164)

Esse indicador pode sofrer mudança brusca com acontecimentos

extraordinários como falência de bancos e perdas de aplicações financeiras, falência

de um grande cliente, destruição de estoques etc. Clovis (1997, p. 143)

A comparação e analise desses indicadores com indicadores de outras

empresas do mesmo ramo e sua evolução em três anos, permite uma visão mais

assertiva da situação econômica financeira da empresa, mostrando a posição mais

adequada para tomada de decisão dos gestores.

2.1. Índice de Liquidez Corrente

Neste índice analisamos a capacidade de pagamento da empresa a curto

prazo:

ILC = Ativo Circulante

Passivo Circulante

“Um ponto referencial é que este indicador deva ser sempre superior a

1,00 sendo classificado como ótimo a partir de 1,50 “. Clovis (1997, p. 143).

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

13

Ano 1 Ano 2

1,40 1,55

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Para cada 1,00 de divida há 1,40 no ano 1 e 1,55 no ano 2 de valores

que se transformará em dinheiro.

Os índices de Liquidez Corrente superiores a 1,00 são positivos, mas

devemos observar outros aspectos como:

1) Os estoques que se estiverem em maior valor no Ativo Circulante

demorarão a se transformar em dinheiro, dificultado a disponibilidade de dinheiro em

curto prazo na empresa, podendo causar problemas no financeiro da empresa.

2) Ramo e a atividade da empresa, pois tem empresas que não tem

duplicatas a receber e estoques em seu balanço como por exemplo uma empresa

de transporte coletivo e seu passivo tem todas as obrigações comum as demais

empresas. Provavelmente o resultado do índice de liquidez dessa empresa será

menor que 1,00 o que não significa que esse empresa não conseguirá saldar seus

compromissos, pois essa empresa tem receita todos os dias, não tem em seus

registros valores a receber nos dias seguintes mas tem dinheiro entrando em seu

caixa diariamente, para cobrir seus compromissos.

Assim, se a empresa cujo índice de liquidez corrente que esta sendo

calculado é uma papelaria, devemos comparar o índice obtido com os

índices de liquidez corrente de outras papelarias; jamais com outro setor ou

outros ramos de atividade. Marion (2009, p. 74)

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

14

2.2. Índice de Liquidez Geral

Segundo Clovis (1997, p. 145) “objetiva verificar a capacidade de

pagamento agora analisando as condições totais de saldos a receber e a realizar

contra os valores a pagar considerando os dados de curto como de longo prazo”.

“Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo,

considerando tudo que ela convertera em dinheiro (a Curto e Longo Prazo),

relacionando-se com tudo que já assumiu de divida (a Curto e Longo Prazo)”

Matarazzo (2003, p. 164)

ILG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

O resultado é considerado bom sempre que for maior que 1,00. Como no

exemplo abaixo:

Ano 1 Ano 2 154.709,97 170.109,97

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Para cada 1,00 de divida a Curto Prazo e Longo Prazo tem 154.709,97 no

ano 01 e 170.109,97 no ano 02 de valores a receber a Curto e Longo Prazo.

Se a empresa adquirir financiamento e investir em seu Ativo Permanente

ira sem sobra de dúvidas diminuir a liquidez Geral da empresa, pois aumentará o

exigível a Longo Prazo sem aumentar o Ativo Circulante e o Realizável a Longo

Prazo.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

15

Com o tempo porem a empresa irá gerar receita aumentando assim o seu

Ativo Circulante melhorando a capacidade de pagamento a Curto Prazo e a Longo

Prazo.

2.3. Índice de Liquidez Seca

É indicador mais rígido que o de liquidez corrente, pois mostra a

capacidade de pagamento somente com os recebíveis com os valores a pagar, ou

seja, tira do Ativo Circulante os Estoques.

ILS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante

O resultado é considerado bom sempre que for maior que 1,00.

Ano 1 Ano 2 120.007,37 132.707,42

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Para cada 1,00 de dividas em seu Passivo Circulante a empresa possui

120.007,37 no ano 01 e 132.707,42 no ano 02 de Ativo sem os estoques, ou seja, se

a empresa para de vender ele consegue honrar seus compromissos.

Deve-se observar sempre, pois um índice de liquidez baixo não significa

que a situação financeira da empresa está ruim, pois uma empresa com

investimento em estoque elevadíssimo e que não tenha duplicatas a receber vai ficar

com um resultado no índice baixo o que não significa que está ruim. Por isso é

sempre aconselhável que se compare os resultados dos indicadores com empresas

do mesmo ramo de atividade.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

16

Deve observar e analisar a não sincronização dos estoques entre

recebimento e pagamentos, pois através desse índice não é possível identificar se

os pagamentos ocorrerão em tempo hábil para pagar as dividas que irão vencer.

Esse índice elimina os estoques e isso é bom para analise, pois os

estoques são manipuláveis e podem também se tornarem obsoletos ou perecíveis,

dessa forma temos um resultado bem próximo da realidade.

É sempre aconselhável a analise deste e qualquer indicador em conjunto

com outros índices, informações do mercado e informações contábeis.

2.4. Índice de Liquidez Imediata

Esse índice mostra quanto a empresa dispõe de imediato para saldar sua

divida de Curto Prazo como exemplo abaixo Marion (2009, p. 79)

ILI = Disponibilidades ( Caixa + Banco + Aplicações de Curto Prazo) Passivo Circulante

Ano 1

Ano 2 0,29 0,27

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Nesse índice verificamos o disponível com valores que vencerão em

datas diversificadas, no Curto Prazo, ou seja, em até 360 dias e não se relaciona

com as disponibilidades.

Este é um indicador relevante que mostra a dificuldade financeira, deve-

se ficar atento ao Caixa e ao Banco, pois eles sofrem alteração perdendo o seu

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

17

poder aquisitivo como, por exemplo, inflação e variação de moedas estrangerias.

Atrasos em pagamentos a fornecedores também podem impactar no resultado

desse índice

3. INDICE DE ENDIVIDAMENTO

Através desses indicadores verifica-se o nível de endividamento da

empresa.

“Também são os indicadores de endividamento que nos informa se a

empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários”

Matarazzo (2006, p. 92).

“Esse indicador também é entendido como um parâmetro de garantia dos

credores, em outras palavras, quanto à empresa tem de capital próprio.” Clovis

(1997, p. 146).

ENDIVIDAMENTO = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Patrimônio Líquido

Ano 1 Ano 2

85.310,33 85.610,34

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

O resultado da equação acima mostra que a empresa tem no ano 1

85.310,33 e no ano 2 85.610,34 para garantir passivos com terceiros, por isso que o

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

18

resultado deve ser sempre menor que 1,00, maior pode significar excesso de

endividamento da empresa, por isso devemos analisar o perfil do endividamento

com a geração de lucros através das vendas.

A analise é importante, pois se verificarmos o excesso de endividamento,

por queda na atividade da empresa, nos custos fixos dos financiamentos e

empréstimos certamente afetará o lucro e mostrará um resultado negativo na analise

desse índice, pois esse ele evidencia a dinâmica operacional da empresa na

Demonstração do Resultado e no Balanço Patrimonial, refletem a politica de

administração do fluxo de caixa e a capacidade da empresa de manter uma boa

atividade operacional.

3.1. Prazo médio de recebimento

Tem por objetivo mostrar em quanto tempo em media a empresa leva

para receber as suas vendas diárias e é representado na fórmula abaixo:

Prazo médio de recebimento = Clientes (Duplicatas a receber) x 360 dias Receita Operacional Bruta

Ano 1 Ano 2

48 dias 63 dias

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Esse resultado mostra que as vendas de um dia levam em média 48 dias

no ano 01 e 63 dias no ano 02 para serem quitadas, ou seja, para se transformar em

caixa, por isso é importante que se calcule esse indicador mensalmente. É

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

19

importante lembrar que esse indicador depende muito da característica da empresa

e da politica de pagamento, se a emprese vende parcelado em três ou quatro

pagamentos o pode chegar a 60 dias, se vende a vista o recebimento tende a ser

próximo de zero, por isso a importância da comparação dessa analise com

empresas do mesmo segmento, para que a empresa fique dentro de um contexto

setorial, dentro de uma realidade competitiva, pois quanto menor o resultado do

indicador menor o tempo em que recebe-se o credito e que teremos dinheiro em

caixa.

3.2. Prazo médio de pagamento

“A finalidade desse indicador é mostrar o prazo médio que a empresa

consegue para pagar seus fornecedores de materiais e serviços”. Clovis (1997, p.

149).

Prazo Médio de Pagamento =

Fornecedores (Duplicatas a Pagar) X 360 dias

Compras Brutas de Materiais e Serviços

Ano 1 Ano 2

19 dias 19 dias

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

No exemplo acima a empresa consegue pagar em media em 19 dias no

ano 01 e no ano 02 os insumos comprados de terceiros,

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

20

Para esse indicador é necessário um acompanhamento mensal, para que

seja analisado e interpretado de acordo com a realidade da empresa, por isso é

aconselhável compara-lo aos últimos três meses.

3.3. Prezo Médio de Renovação de Estoques

“Mostra a velocidade com que o estoque se transforma em produção

vendida”. Clovis (1997, p. 149).

Giro do Estoque = Custo dos Produtos Vendidos

Estoques totais

Ano 1 Ano 2

3,74 4,52

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Nesse exemplo o estoque se renova em 3,74 vezes no ano 01 e 4,52 no

ano 02. “Esse é um indicador de produtividade operacional e da eficiência dos

valores empatados em estocagem de materiais e produtos” Clovis (1997, p. 149).

É comum esse indicador variar, transformando a rotação em quantidades

de dias, para isso basta colocar o giro em quantidade de dias:

Dias de Custo em Estoque = 360 dias

Giro do Estoque

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

21

Ano 1 Ano 2

96 dias 79 dias

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Esse resultado indica que os valores em estoque são suficientes para 96

dias de custo de produção no ano 01 e 79 no ano 02.

3.4. Ciclo operacional e financeiro

Utilizando os índices de atividades podemos constituir um indicador em

números de prazos médio que a empresa leva para produzir, vender e receber suas

receitas basta somar o prazo médio de estocagem com o prazo médio de

recebimento:

Ciclo operacional = Prazo médio de recebimento + Prazo médio de

estocagem

Ciclo operacional ano 01 = 48 dias + 96 dias

Ciclo operacional ano 01 = 144 dias

Ciclo operacional ano 02 = 63 dias + 79 dias

Ciclo operacional ano 02 = 142 dias

O ciclo financeiro tende a se menor, pois parte dos estoques geralmente

são financiados, assim o ciclo financeiro é o ciclo operacional deduzido do prazo

médio de pagamento:

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

22

Ciclo financeiro = Ciclo operacional – Prazo médio de pagamento

Ciclo financeiro ano 01 = 144 dias – 19 dias

Ciclo financeiro ano 01 = 125 dias

Ciclo financeiro ano 02 = 142 dias – 19 dias

Ciclo financeiro ano 02 = 123 dias

“Deve – se sempre buscar o menor ciclo operacional e o menor ciclo

financeiro possível”. Clovis (1997, p. 150), podemos dizer que este indicador será

melhor quanto maior for à rotatividade dos ciclos e estoques, sempre levando em

consideração a comparação com empresas do mesmo segmento, os ciclos maiores

geralmente tem os estoques maiores e a rotação menor.

3.5. Giro do ativo

“Esse indicador mostra a velocidade com que o investimento total se

transforma em volume de vendas” Clovis (1997, p. 151). Quanto mais eficiente for a

administração do estoque e negociação dos recebimentos de duplicatas melhor será

o resultado, quanto maior for o indicador maior será a rentabilidade dos gestores.

O Giro do Ativo é calculado pela formula abaixo:

Giro do Ativo = Receita Operacional Liquida

Ativo Total

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

23

Ano 1 Ano 2

2,37 vezes 2,32 vezes

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Nesse exemplo o ativo total da empresa girou 2,37 vezes no ano 01 e

2,32 vezes no ano 02, ou seja, um pouco mais de duas vezes.

4. INDICES DE RENTABILIDADE

Os índices de rentabilidade estão voltados para a lucratividade da

empresa, para evolução das despesas, para sua habilidade de gerar resultados e

para seu potencial de vendas entre outros, proporcionam analises de caráter

generalizante e de comparabilidade com terceiros.

“Os indicadores de lucratividade sobre vendas devem ser analisados em

relação aos padrões internos e preestabelecidos e aos períodos passados e futuros.

Isoladamente não proporcionam conclusões definitivas” Clovis (1997, p. 151).

4.1. Rentabilidade do ativo total

É através desse indicador que analisamos a rentabilidade de um

investimento, porém é preciso observar, pois se o ativo total da empresa não for

financiado totalmente por capital próprio, essa rentabilidade poderá ter sua analise

prejudicada, se feita de forma direta, sem antes observar e analisar profundamente

como se deu a entrada dos ativos na empresa.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

24

R A T = Lucro líquido após o IR

x 100

Ativo Total

Ano 1 Ano 2

9,83% 5,62%

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Nesse exemplo vemos que o ganho da empresa para cada R$1,00

investido em seu ativo é de 9,83% no ano 01 e 5,62% no ano 02.

4.2. Rentabilidade do patrimônio líquido

Este é o indicador “representa quanto foi a rentabilidade do capital que os

sócios da empresa investiram no empreendimento. É o indicador definitivo da

rentabilidade do investimento próprio” Clovis (1997, p. 151).

R A T = Lucro líquido após o IR x 100

Patrimônio líquido

Ano 1 Ano 2 22,94% 12,97%

Fonte: Empresa Modelo - Anexos (pag. 38 e 39)

Esse resultado mostra que o poder de ganho dos proprietários para cada

R$1,00 investido é de 22,94% no ano 01 e 12,97% no ano 02.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

25

Esse indicador é comparável para qualquer empresa de qualquer setor,

devemos ter como comparação o rendimento de ativo de menor risco, que no caso

hoje, nos dias atuais é a poupança, por isso não é aconselhável um retorno de

investimento empresarial que seja igual ou inferior ao rendimento da poupança, pois

maior que ela seria um risco significativo.

Outro parâmetro de comparação são os rendimentos pagos pelos bancos,

para investimentos em títulos de renda fixa, a rentabilidade do capital próprio

investido numa empresa deve ter uma rentabilidade superior.

A rentabilidade da empresa deve ser acima de 12% ao ano, mas isso

depende do momento conjuntural e do momento em que a empresa está passando.

4.3. Analise da rentabilidade – Método Dupont

“Essa analise conjuga os aspectos de produtividade financeira do

investimento, da lucratividade das vendas e da estrutura de capitais” Clovis (1997, p.

154), mostra os componentes básicos de alavancagem, rentabilidade e capital

próprio, objetivando detalhadamente a analise de componentes que ainda

necessitam de adequações corretivas de acordo com a necessidade da empresa,

direcionando caminhos básicos para maximizar o lucro do capital próprio que são

eficiência/Produtividade dos investimentos, lucratividade sobre as vendas e uma boa

estrutura de passivo.

Rentabilidade do capital próprio =

(Giro do Ativo) x (Lucro sobre as Vendas)

Participação do Patrimônio Líquido)

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

26

Para ter maior rentabilidade do capital próprio é necessário buscar

simultaneamente:

• Maior giro do ativo possível;

• Maior lucratividade sobre as vendas;

• Menor comprometimento possível do patrimônio líquido sobre o

ativo total;

Dependendo da fórmula podemos ter:

Rentabilidade do Capital Próprio = (Giro do Ativo) x (Lucro sobre as Vendas): Participação do Patrimônio liquido) = Receita Operacional Liquida X Lucro Líquido X Patrimônio Líquido Ativo Total Receita operacional Líquida Ativo Total

Para ter maior giro do ativo, podemos reduzir os recursos aplicados no

Ativo Circulante, reduzindo os investimentos operacionais e aumentando ao máximo

o faturamento.

Para maior lucratividade nas vendas, ataca-se no faturamento e no

volume de vendas e nos custos e despesas que devem ser o mínimo possível e para

obter maior rendimento no capital reduz-se os investimentos no ativo com menor

participação de capital próprio nas estruturas de passivos da empresa.

“A análise de rentabilidade pode ser exatamente detalhada, chegando até

níveis de despesas e ativos por centros de custos, receitas e custos por produtos ou

divisões”. Clovis (1997, p. 154)

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

27

5. CAPITAL DE GIRO

“A administração de capital de giro diz respeito à administração das

contas dos elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos correntes (circulantes),

e as inter-relações entre eles” Assaf Neto e Silva (1997, p. 197)

“Capital de giro refere-se aquela parcela de recursos próprios que não

está aplicada no ativo permanente; portanto, disponível para outras aplicações”.

Armando de Santi Filho (1993, p.70).

A necessidade de capital de giro visa garantir o equilíbrio das atividades

das pequenas empresas, evitando que as mesmas não sofram paradas ou

interrupções que gerariam prejuízo. Para ter bom resultado essa atividade deve ser

feita diariamente, envolvendo os recebimentos e desembolsos da empresa.

A partir das informações contábeis, o que determina o nível da

necessidade do capital de giro está relacionado com atividades que resultem em

saldos nas contas do ativo permanente e patrimônio liquido.

A administração do capital de giro é de grande importância, pois não

aplicada de forma correta pode deixar a pequena empresa em uma má situação

financeira, por isso exige do gestor um bom nível de conhecimento a respeito das

contas que compões o capital de giro, para que as decisões sejam tomadas de

acordo com a política financeira da empresa.

Os fatores que mais influenciam na administração e planejamento da

necessidade de capital de giro é o volume de vendas, tecnologia nos processos

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

28

produtivos, fatores econômicos externos, variações que representam desafios e

oportunidades, entre outros.

As atividades que redizem a necessidade de capital de giro são prejuízos,

aquisição de bens do ativo permanente e distribuição de lucro, as que aumentam a

necessidade de capital de giro são depreciação, amortização e exaustão, lucros,

vendas de bens do ativo e o aumento de capital social.

5.1. Capital de Giro Líquido

Representa recursos de longo prazo que está financiando os ativos de

curto prazo, é representado por duas fórmulas:

Diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante

Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante

1) Através do resultado do longo prazo

CGL = (PL+ELP) - (AP+RLP)

Onde:

CGL = Capital de Giro Líquido PL = Patrimônio Líquido ELP = Exigível à Longo Prazo AP = Ativo Permanente RLP = Realizável à Longo Prazo

Quanto maior o resultado, maior será a folga financeira da pequena

empresa, pois os valores que são usados nas operações de curto prazo não requer

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

29

pagamento imediato podendo assim o gestor analisar a melhor forma de trabalhar a

favor da empresa.

Se o resultado for negativo indicara que a empresa esta em

dificuldades financeiras, muito provável estará utilizando recursos de curto prazo

para financiar aplicações com prazo de retorno maior do que o desejável.

Deve-se analisar e ponderar as circunstancia quanto à escolha dos

recursos de longo e curto prazo, pois nem sempre utilizar recursos de longo prazo

para financiar as atividades da empresa garante o risco de não ter dificuldade para

honrar os compromissos da empresa.

Um dos pontos a ser analisado é que no curto prazo há uma

flexibilidade de honrar com o compromisso empresarial a qualquer momento,

permitindo o gestor a livrar-se da divida antes do dia combinado, o que não acontece

com os recursos de longo prazo, pois neste os valores das taxas e dos juros

normalmente são altos.

Os empréstimos de longo prazo também possuem um risco mais elevado,

porém assegura a empresa de pequeno porte um risco menor de insolvência, o que

leva ao gestor analisar também o risco e o retorno.

Os ativos circulantes variam de acordo com as vendas, pois nos meses

em que se vende mais o contas a receber e o caixa ficam com saldos elevados que

mostra em um acompanhamento mensal grandes variações, o gestor deve observar

também essas flutuações, identificando os pontos positivos e negativos para estes

ao longo do exercício.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

30

Há risco financeiro menor quando se utiliza recursos de longo prazo e

capital próprio para financiar ativos permanentes, pois em um financiamento, por

exemplo, em curto prazo (um ano) para se investir em uma nova filial corre o risco

do fluxo de caixa dessa nova filial não ser suficiente para quitar o financiamento em

um ano, fazendo com que a empresa seja obrigada a renovar esse financiamento e

passar por algumas dificuldades para tal renovação, fato que não aconteceria se o

financiamento fosse feito em longo prazo, pois o fluxo de caixa gerado pela nova

filial permitiria o pagamento do financiamento sem muitos problemas para a

empresa.

No capital de giro o maior desafio para o gestor da pequena empresa é a

decisão, após todas as analises, de garantia da folga financeira (liquidez) ou de

grande risco insolvência empresarial (rentabilidade), essas decisões devem ser e

tomadas em conjunto com outros gestores para que não seja afetada a saúde

financeira e a estabilidade da empresa.

Quanto maior o volume do passivo circulante para financiamentos, mais

agressiva é a administração do capital de giro, uma empresa de pequeno porte que

financia com recursos de longo prazo e utiliza o seu patrimônio liquido corre o risco

elevado e diminui sua rentabilidade, porem não corre risco de ficar sem caixa.

O capital de giro geralmente é um valor de curto prazo, para

financiamento do ciclo operacional da empresa de pequeno porte, começa com a

matéria prima e finda com retorno dos produtos fabricados da matéria prima que foi

comprada, e analise e determinação do capital de giro vem do BP (balanço

patrimonial) e da DRE (demonstração do resultado do exercício) referente ao

período questionado.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

31

A estrutura do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do

exercício deve ser entendida pelos gestores da pequena empresa para boa

administração do capital de giro.

Após fazer o planejamento financeiro e acordado entre os gestores as

origens dos recursos necessários é preciso analisar e administrar o Ativo circulante,

pois ele é o principal responsável pelo comportamento do capital de giro, juntamente

com os valores a receber e os estoques.

Vale lembrar que os segmentos da indústria e do comercio necessitam de

estoques em seu ativo, porem as prestações de serviços não possui o que divide os

ativos circulantes em disponível e valores a receber.

“Uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação

(giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações” Assaf Neto e

Silva (1997, p. 201).

Os ativos circulantes são responsáveis pelo comportamento do capital de

giro, por isso também devem ser acompanhados depois de vistas as necessidades

financeiras da empresa e determinada às origens dos recursos necessários pelos

gestores.

O Ciclo operacional também deve ser acompanhado, pois este

compreende todos os processos desde a compra de matéria prima até recebimento

de vendas, no ciclo operacional observamos o ciclo financeiro da empresa, que se

acontece com o pagamento da fornecedores e finda com recebimento de vendas.

O prazo do ciclo financeiro depende da politica da empresa, quanto maior

o ciclo operacional maior o giro do circulante, o que proporciona pouca necessidade

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

32

de aplicação própria no circulante ocasionando assim aumento na rentabilidade da

empresarial.

Quanto maior o ciclo financeiro maior a necessidade de capital de giro e

maior será o risco nas crises.

Os estoques são resultados de investimentos feitos através de recursos

captados, não é administrado pelo gestor financeiro, mas podem ser uma parcela

grande do ativo circulante, por isso é aconselhável que o gestor financeiro sempre

esteja em contato com o gestor dos estoques.

O principal foco do gestor de estoque é acompanhar e sinalizar o estoque

necessário para atender os clientes, permitindo assim que as vendas efetuadas pela

empresa sejam entregues dentro do prazo acordado.

Os estoques não devem se altos, pois a manutenção deles é cara para a

pequena empresa e caso necessite de recursos para efetuar pagamentos não

poderá entregar os estoques como garantia, dependendo de como esta a empresa

precisará vender mercadorias acordando com cliente o recebimento destas no

menor prazo que conseguir para honrar seus compromissos.

Para que um estoque seja realmente equilibrado, produzindo dentro das

expectativas da empresa o gestor deve considerar a disponibilidade dos itens

necessários, o conhecimento do mercado em que atua, a duração do ciclo de

produção, a durabilidade dos itens estocados e acompanhar e controlar os estoques

com analises e relatórios gerenciais.

É importante ressaltar que existem vários setores que estão relacionados

com a administração de estoques dentro de uma empresa como compras, produção

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

33

e vendas por exemplos que se não estiverem bem integrados podem afetar o setor

financeiro da empresa, mais todos os setores devem se relacionar visando um único

objetivo que é trabalharem juntos para o crescimento e desenvolvimento da

empresa.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

34

6. CONCLUSÃO

Com toda pesquisa e estudo no presente trabalho conclui-se que é de

suma importância as analises dos índices econômicos e financeiros nas

pequenas empresas para a tomada de decisão.

As informações obtidas através dos índices, juntamente com

comparações de períodos anteriores e de outras empresas do mesmo ramo e

porte permite aos gestores prever e evitar problemas financeiros futuros,

permitindo uma maior competitividade da pequena empresa no mercado,

alcançando assim um bom resultado de seu lucro e rentabilidade.

Os indicadores econômicos e financeiros auxiliam a analise de

usuários de informações a respeito da empresa como fornecedores, clientes,

gestores e bancários que desejam comprometer recursos na empresa.

Os indicadores de liquidez de liquidez mostram em analise a

capacidade de pagamento acordados de imediato, curto e longo.

Os indicadores de endividamento juntamente com o de liquidez

mostram em suas analises a situação financeira da empresa, e é aconselhável

que sejam analisados e comparados com outras empresas do mesmo porte e

segmento.

Esses índices mostram o grau de endividamento da empresa, mostram

também a qualidade de divida da empresa.

Os indicadores de rentabilidade mostram a situação econômica da

empresa, quanto rendem os investimentos para a empresa e para os gestores.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

35

Esses índices comparados com índices de empresas do mesmo segmento

mostram se a empresa está rentável superior ou inferior ao mercado.

As demonstrações contábeis são utilizadas como ferramenta para

tomada de decisão gerencial pelos gestores pois evidenciam a situação financeira

e econômica da empresa.

Os indicadores econômicos e financeiros extraídos das demonstrações

contábeis e estas devem obedecer aos princípios contábeis e ser assinados e

revisados pelo contador e auditores externos, pois os resultados de suas contas

irão refletir nos resultados dos indicadores econômicos e financeiros, por isso não

devem conter erros de classificação e contas.

Não há necessidade de grande numero de indicadores econômicos e

financeiros para auxiliar tomada de decisão gerencial, o que necessita é de

índices econômicos e financeiros calculados e analisados tendo por base dados

confiáveis.

Para que não tenha distorções ou interpretações que comprometem a

tomada de decisão gerencial é importe que os índices econômicos e financeiros

sejam comparados pelos gestores internamente a uma serie de índices de anos

anteriores, três anos de preferencia, e comparando com índices de empresas do

mesmo ramo e segmento.

Como vimos os indicadores econômicos e financeiros são instrumentos

importantes de gestão, fornecendo através de informações contábeis corretas,

importantes dados para a tomada de decisão, por parte dos gestores da empresa.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

36

As analises e adoção de medidas corretivas em processos possibilita

aos gestores manter a empresa de sua responsabilidade mais competitiva e com

uma boa saúde financeira, chamando atenção dos fornecedores, clientes e

interessados nas informações, por meio dos indicadores econômicos e

financeiros.

.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

37

7. BIBLIOGRAFIA

Clóvis, Luís Padoveze. Contabilidade Gerencial, 2 ed. São Paulo, 1997.

Marion, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis, 4. ed. São

Paulo, Atlas, 2009.

Matarazzo, Dante C. Análise financeira de balanços, 6. ed. São Paulo,

Atlas, 2003.

Assaf Neto, Alexandre; Silva, César Augusto. Administração do Capital

de Giro, 2ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1997.

Armando de Santi Filho; José Leonidas Olinquevitch. Analise de

Balanço para Controle Gerencial , 3ª edição São Paulo, Ed. Atlas, 1993.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

38

8. ANEXOS

Balanço Patrimonial EMPRESA MODELO

Ano 1 Ano 2 Ativo Circulante 120.008 132.708

Caixa e Equivalentes de Caixa 25.002 23.202

Ctas a Rec de Clientes 43.002 61.202 Estoques 50.002 45.502 Outros Valores a Realizar 2.002 2.802

Ativo Não Circulante 90.008 84.308 Realizável a Longo Prazo 2.002 2.402

Investimentos 18.002 19.202 Imobilizado 150.002 162.002 (-) Depreciação Acumulada (79.998) (99.298)

TOTAL DO ATIVO 210.018 217.016

Passivo Circulante 85.310 85.610

Fornecedores 10.002 11.002 Contas a Pagar 7.802 8.302 Impostos a Recolher 4.502 5.802 Dividendos a Pagar 8.002 4.002 Empréstimos/Financiamentos 55.002 56.502

Passivo Não Circulante 34.702 37.402

Empréstimos/Financiamentos 34.702 37.402

Patrimônio Líquido 90.006 94.006

Capital Social 68.002 68.002 Reservas de Capital 16.402 22.002 Lucros Retidos 5.602 4.002

TOTAL DO PASSIVO 210.018 217.016

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GADRUACAO … · 2015-10-29 · financeiros nas pequenas empresas para tomada de decisão, que é comum a todas as empresas ... 4.1. Rentabilidade

39

Demonstração de Resultados EMPRESA MODELO

Demonstração de Resultados Ano 1 Ano 2

Receita Operacional Bruta 320.000 347.000

(-) Impostos sobre Vendas (34.998) (37.998) Receita Operacional Líquida 285.002 309.002

Custo dos Produtos Vendidos 187.406 205.806

Materiais Consumidos 104.002 114.002 Depreciação 18.402 19.302 Outros Custos de Fabricação 65.002 72.502

- - Lucro Bruto 97.596 103.196

- - (-) Despesas Operacionais 67.504 76.704

Com Vendas 38.402 41.702 Gerais e Administrativas 29.102 35.002

- - Lucro Antes do Res Financeiro 30.092 26.492

- - Receitas Financeiras 2.802 2.502 Despesas Financeiras (13.048) (17.998) Equivalência Patrimonial 802 1.202

Lucro Antes do IRPJ 20.648 12.198 - -

Impostos sobre o Lucro (IRPJ/CSL) (7.019) (4.146)

Lucro Líquido do Exercício 13.629 8.052