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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
AUTOR
CONCEIÇÃO DO ESPÍRITO SANTO BATISTA
ORIENTADOR
PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO
RIO DE JANEIRO 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Por: Conceição do Espírito Santo Batista
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Agradeço a Deus o milagre da Vida, discernimento e
aprendizado.
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Dedico aos professores e orientadores pela nobre arte de ensinar e a todos
os que respeitam o ser humano.
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RESUMO
O instituto das Comissões de Conciliação Prévia, forma alternativa extrajudicial de resolução de dissídios individuais trabalhistas, tema desse trabalho monográfico é descrito sobre o aspecto histórico, princípios e natureza jurídica. Direito comparado. Lei 9958/2000, com suas alterações e acréscimos na Consolidação das Leis do Trabalho. Inteligência doutrinária e jurisprudencial acerca da efetividade das Comissões de Conciliação Prévia. A preocupação do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal e outros Tribunais Superiores com o excessivo número de ações. As medidas adotadas pelo governo brasileiro para a efetividade das Comissões de Conciliação Prévia, em atenção às necessidades dos pretórios trabalhistas. A finalidade das Comissões de Conciliação Prévia, ou seja, descentralização, redução do número de demandas e celeridade, desafogando a Justiça do Trabalho, assoberbada com aproximadamente dois milhões e quinhentos mil de processos por ano e a conclusão do presente estudo monográfico, assegurando a eficácia e a capacidade das Comissões de Conciliação Prévia para descongestionar a Justiça do Trabalho, em que pese renomados entendimentos contrários.
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METODOLOGIA
A pesquisa que ora se apresenta, se desenvolveu com descrição
detalhada acerca do instituto das Comissões de Conciliação Prévia, inserido no
ordenamento jurídico pela Lei 9958 de 13 de janeiro de 2000.
Considerando o acima informado, se conclui que o estudo proposto se
realizou com base no método de pesquisa bibliográfica, em que se buscou o
conhecimento em diversos tipos de publicações, como livros, artigos, revistas,
internet para a atualização de dados, outros periódicos especializados e
publicações oficiais da legislação e da jurisprudência.
A presente pesquisa buscou pelo estudo do método dogmático
positivista, pesquisa aplicada e qualitativa e pela pesquisa exploratória, a
realidade a partir da interpretação e qualificação dos fenômenos estudados,
visando a um resultado puramente descritivo, sem a pretensão de uma análise
crítica do tema.
Acresça-se que a pesquisa que resultou nesta monografia quando
utilizou o método dogmático, teve como fundamento e referencial a dogmática
desenvolvida, anteriormente, pelos estudiosos do tema Comissões de Conciliação
Prévia na Justiça do Trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 11
AS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA ENQUANTO FORMA
ALTERNATIVA EXTRAJUDICIAL DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
INDIVIDUAIS DE TRABALHO
1.1HISTÓRICO E CONCEITO 14
1.2 PRINCÍPIOS E NATUREZA JURÍDICA 15
CAPÍTULO II 18
A CONCILIAÇÃO NO DIREITO COMPARADO E AS MEDIDAS
ADOTADAS PELO GOVERNO FEDERAL PARA A EFETIVIDADE DAS
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA NO BRASIL
CAPÍTULO III 23
O ESTUDO DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – LEI 9958/2000
CAPÍTULO IV 31
AS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA E SUA EFICÀCIA À LUZ DA
DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA.
CONCLUSÃO 37
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 40
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INTRODUÇÃO
O instituto das Comissões de Conciliação Prévia, criado pela Lei 9958,
publicada em 13.01.2000, reveste-se de caráter privado e tem como objetivo
viabilizar e sustentar o sistema de solução extrajudicial de conflitos trabalhistas.
É evidente que esta Lei veio tentar pacificar a relação entre empregado
e empregador. Haja vista que as próprias partes, com auxílio de conciliadores e
representantes de cada uma delas, constroem o Direito, eliminando suas
controvérsias fora do processo judicial. Com celeridade, menos custo, prevenção
de futuros litígios e redução do número excessivo de demandas nos pretórios
trabalhistas.
Desse modo, há quem entenda na doutrina que estaria se
desenvolvendo à efetiva negociação nas relações de trabalho e que a participação
de leigos, como acima informado é exemplo de democracia no judiciário brasileiro,
ou seja, participação popular na administração da Justiça.
Cabe salientar, que se busca solução nas Comissões de Conciliação
Prévia, porque o descontentamento das partes, advogados, juízes e serventuários
são notórios, pois as ações se perpetuam por longos e desgastantes anos, causando
intranquilidade a paz social.
Assim sendo, a presente monografia estuda os entendimentos e
fundamentos do instituo das Comissões de Conciliação Prévia, quando evidencia
no capítulo I, as suas origens, conceito, princípios e natureza jurídica.
No capítulo II, evidencia o direito comparado e as medidas adotadas
pelo governo federal para a efetividade das Comissões de Conciliação Prévia no
Brasil.
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No capítulo III, estuda as espécies, composição, funcionamento,
competência, condição de ação, eficácia liberatória, prerrogativas de seus
membros, disposto na Lei das comissões.
No capítulo IV evidencia as Comissões de Conciliação Prévia à luz da
doutrina e da jurisprudência quanto a sua eficácia.
A importância e a relevância do tema se justificam, pois será que as
Comissões de Conciliação Prévia têm cumprido o seu papel perante a Justiça do
Trabalho e a sociedade?
A presente monografia tem por objetivo responder a essa pergunta,
motivo pelo qual procura analisar com minúcias esse instituto, pois as Varas e os
Tribunais Regionais do Trabalho estão sobrecarregados, com reflexos inclusive no
Tribunal Superior do Trabalho e no Supremo Tribunal Federal, quando há recurso
extraordinário, criando-se um óbice ao julgamento de questões de direito
complexas, ferindo princípios basilares do Poder Judiciário.
Como resultado desse quadro caótico, o brasileiro, culturalmente,
arraigado a demandas trabalhistas provoca verdadeiras batalhas jurídicas.
Ressalte-se que, nas Comissões de Conciliação Prévia não há existência
de um órgão do Poder Judiciário. Sua composição é paritária e sua forma
extrajudicial, trazendo vantagens para todos, inclusive para o meio ambiente, pela
economia de papel e água para sua confecção.
Nos países desenvolvidos a preferência é pela autocomposição. A
heterocomposição é exceção. Portanto, diferente da realidade brasileira.
Em face do exposto, a presente monografia delimitar-se-á à ação
integradora entre empregado e empregador e a conciliação de seus interesses para
o Direito do Trabalho, tendo por finalidade um trabalho específico e delineado,
alicerçado em inteligências doutrinárias e jurisprudências acerca da eficácia das
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Comissões de Conciliação Prévia, enquanto recurso de facilitação para a
autocomposição das partes diante de uma controvérsia.
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CAPÍTULO I
AS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA ENQUANTO FORMA ALTERNATIVA DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS
1.1 – Histórico e Conceito
O instituto das Comissões de Conciliação Prévia não é uma novidade,
ou peculiaridade dos tempos modernos, já existindo sua “prática na maioria dos
países industrializados, sob a fórmula sintetizada das comissões de fábrica “
como leciona José Augusto Rodrigues Pinto(PINTO, 2000, p. 324). Movimento
operário sem organização e pressão. Insignificante para o quadro socioeconômico
da época.
No Brasil as Comissões Mistas de Conciliação, sistema de solução
judicial de conflitos trabalhistas foram criadas pelo Decreto 21.396, de 21.03.1932.
Neste sistema só podia demandar empregado com filiação sindical.
Anos depois, após a Constituição de 1937, que se referia a uma “Justiça
do Trabalho”, se aperfeiçoou o sistema de conciliação, instituindo-se a Justiça do
Trabalho regulamentada, estruturada em um único diploma normativo
denominado Consolidação das Leis do Trabalho nos termos do Decreto-Lei 5452,
de 01.05.1943.
Com a promulgação da Constituição da República, no ano de 1946, a
Justiça do Trabalho passa a integrar o Poder Judiciário, conservando a composição
paritária, com a presença dos classistas. Representantes de empregado e
empregador, na época, nos termos do texto consolidado.
Atualmente não existe a representação classista. Esta se revelou
inoperante e onerosa para os cofres públicos, vez que não prestava assistência
qualificada aos representados nos conflitos trabalhistas. Em que pese doutos
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ensinamentos contrários. A Constituição da República , promulgada em 05.10.1988
extinguiu a representação classista.
Urge esclarecer que a Carta Magna proíbe em seu artigo 8º, inciso I,
qualquer interferência e intervenção do Estado nas relações sindicais, trazendo
um grande avanço para o sistema jurídico brasileiro, pois enquanto nos países
desenvolvidos se adota o sistema de autocomposição, no sistema brasileiro sempre
se adotou a heterocomposição dos conflitos sociais fundada na interferência
estatal.
Com a modernidade e respeito aos Direitos, principalmente para o
trabalhador brasileiro, que teve suas leis elevadas à categoria de norma
constitucional, vieram inúmeras ações, sobrecarregando a Justiça do Trabalho em
todas as instâncias. Preocupação de juízes, advogados, partes, serventuários,
doutrinadores e jurisconsultos e do próprio governo brasileiro, pois nosso
presidente foi sindicalista e sabe o que o salário representa para o trabalhador,
pelo menos sabia à época em que liderava o Partido Trabalhista Brasileiro.
Assim sendo, há movimentos no sentido de amenizar esse quadro
sombrio, tendo como preocupação uma Justiça célere, menos onerosa, mais
humana.
É nesse cenário que Arnaldo Süssekind citado por José Augusto
Rodrigues Pinto elabora ( SÜSSEKIND apud PINTO, 2000, p. 324-325):
O anteprojeto de lei com o aval da Academia Nacional de Direito, aprovado pela Comissão Permanente de Direito Social do Ministério do Trabalho, no ano de 1996, propondo a instituição da obrigatoriedade dessas comissões nas empresas com mais de sessenta empregados e facultativamente nas de número inferior.
O governo federal, atendendo aos reclamos do Tribunal Superior do Trabalho, que tinha como preocupação descongestionar os pretórios trabalhistas,
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aproveitou parte do conteúdo do anteprojeto acima mencionado e elaborou o Projeto de Lei 4694/98, propondo a criação desses organismos nas empresas com mais de cinqüenta empregados, não mencionando as empresas de menor número de trabalhadores. Enviado ao Congresso Nacional foi aprovado.
Dessa forma, nasce a Lei 9958 de 12 de janeiro de 2000, que estabelece ser
facultativa a criação de comissões de empresa ou sindicais. Sendo omissa quanto ao
número de empregados. Acrescentando os artigos 625-A a 625-H e o Título VI-A,
intitulado “DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA”, estudo da presente
monografia.
Com efeito, na lição de Sergio Pinto Martins (MARTINS, 2001, p. 21):
“conciliação vem do latim conciliatione, que tem o sentido de conciliar, ajuste, acordo ou harmonização de pessoas desavindas, composição ou combinação.”
Wagner Giglio assim leciona (GIGLIO, 1997, p. 109):
Idealmente a conciliação implicaria compreensão mútua entre empregado empregador, desarme de espírito, reconhecimento do direito alheio, recomposição de relações desarmônicas, verdadeira desavinda. O acordo entre as partes será apenas o efeito material da conciliação, geralmente de natureza econômica.
O Ministério do Trabalho e Emprego ao publicar em 15.08.2002, a
Portaria 324, assim esclarece:
As Comissões de Conciliação Prévia tem por finalidade mediar e tentar conciliar, fora do processo judicial, os conflitos individuais advindos das relações de trabalho. Não possuem qualquer relação administrativa ou de dependência com o Ministério do Trabalho e Emprego ou com a Justiça do Trabalho, tampouco estão subordinadas a registro ou reconhecimento dos órgãos públicos.
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Diante do exposto, se conclui que o instituo das Comissões de
Conciliação Prévia, objeto da presente monografia, nasceu com a finalidade
precípua de dar agilidade à Justiça.
1.1.1Princípios e Natureza jurídica
Princípios
Há na doutrina diversos entendimentos a respeito do significado da
palavra princípio. Para nós, entretanto, princípio é a essência de uma norma. Seu
alicerce.
O iminente autor Américo Plá Rodrigues citando Alberto Ramon Real
textualiza que ( REAL apud PLÁ RODRIGUES, 1978, p. 208):
“princípios são regras de grande generalidade, verdadeiramente fundamentais”
Eduardo Couture, citado por José Augusto Rodrigues Pinto, concebe o
princípio como ( COUTURE apud PINTO, 2000, p. 42)
Enunciado lógico extraído de ordenação sistemática e coerente de diversas normas de procedimento, de modo a outorgar à solução constante destas o caráter de uma regra de validade.
Na lição de José Afonso da Silva princípios são normas que ( SILVA,
São Paulo, 1997, p. 63):
Irradiam e imantam os sistemas de normas e apud Gomes Castilho e Vital Moreira (CASTILHO e MOREIRA apud SILVA, (id. Ibid) acresce que “são núcleos de condensações nos quais confluem valores e bens constitucionais”. “Os princípios que começam a ser à base de normas jurídicas, podem estar positivamente incorporados, transformando em
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normas-princípio e constituindo preceitos básicos da organização constitucional.
José Cretella Junior apud Amauri Mascaro Nascimento leciona (
NASCIMENTO apud CRETELLA Junior, 1984, p. 220):
“Princípio é uma proposição que se
coloca na base da ciência, informando-a”
Prosseguindo nesse caminho se chega à estrutura da norma. Sua
sustentação. Suas fundações, na assertiva do mestre baiano José Rodrigues Pinto
mencionado outrora (id., p. n)
Logo, fica fácil concluir que as Comissões de Constituição Prévia
trazem em suas entranhas diversos princípios, dentre eles: princípio da
constituição facultativa; da composição paritária; da autoregulamentação; da
informalidade; da boa-fé; da lealdade e o princípio da celeridade, trazido pela
Constituição da República que dispõe em seu artigo 5º, LXXVIII, ( Emenda
45/2004):
A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Portanto, trás em seus alicerces o antídoto contra a morosidade.
Natureza Jurídica
Quanto à natureza jurídica das Comissões de Conciliação Prévia há
que se ressaltar que se trata de um tema árido.
Não há entendimento pacifico na doutrina e na jurisprudência,
merecendo, portanto, um estudo minucioso sobre o assunto.
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Nesse sentido merece acolhida a lição de Calamandrei apud Giglio (
(CALAMANDREI apud GIGLIO 1997, p.111):
“A conciliação é um ato intermediário, híbrido, que participa tanto da natureza do ato administrativo, quanto do ato jurisdicional”.
Vicente Greco Filho também nos ensina que (GRECO Filho, São Paulo,
228/229)
“A conciliação é um negócio jurídico processual, diretamente entre as partes e que importa em transação”.
No entender do mestre baiano José Augusto Rodrigues Pinto, por sua
vez (id., p. n)
A conciliação não passa de um negócio jurídico entre titulares de Direitos materiais, disciplinado boa parte no Código Civil brasileiro sob o nome de transação.
Sergio Pinto Martins ensina quando esclarece (id., p. n):
“ As Comissões de Conciliação Prévia têm natureza jurídica de mediação”
Prossegue o referido autor (id.,p.n):
As comissões têm natureza de
m órgão privado, de solução de conflitos
extrajudiciais. Não pertencem ao Poder
Judiciário. Logo, não podem usar, em seus
documentos, timbres ou símbolos oficiais,
como o selo e as armas da República,
porque são de uso exclusivo da
Administração Federal.
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A conclusão da presente análise é que se trata de uma transação,
emanada da vontade das partes, mediante concessões mútuas, decorrente das
incertezas da lide ou do Direito pretendido.
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CAPÍTULO II
A CONCILIAÇÃO NO DIREITO COMPARADO E AS MEDIDAS
ADOTADAS PELO GOVERNO FEDERAL PARA A EFETIVIDADE DAS
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA NO BRASIL
1.1 Direito Comparado
As Comissões de Conciliação Prévia são adotadas em diversos países
como forma extrajudicial de solução autônoma de conflitos trabalhista. Ora, de
forma obrigatória. Ora, de forma facultativa.
Ao observar a relevância do fato acima mencionado, com a máxima das vênias, transcrevo o ensinamento de Sergio Pinto Martins, pela clareza e objetividade, com que ensina (id., p. n)
Na Argentina há um órgão do Ministério do Trabalho e da Seguridade Social (SECLO) que expede um certificado informando o esgotamento do procedimento, gratuito, de conciliação obrigatório e prévio, realizado perante um profissional designado pelo Estado entre uma lista de especialistas, que é elaborada pelo Ministério da Justiça, entre profissionais da área jurídica, ou seja, o conciliador necessariamente tem que ser advogado, com antecedentes trabalhistas. É condição de ação.
Na Espanha o sistema de conciliação pode ser realizado nos órgãos indicados pelos convênios coletivos. Tem força executiva. Faz coisa julgada. É condição de ação.
Na Finlândia a paralisação do trabalho somente é permitida depois da intervenção do conciliador nomeado pelo governo.
Na Grã-Bretanha a conciliação é uma forma de empregados e sindicatos chegarem a acordos bilaterais sobre seus conflitos por meio de um terceiro. O Serviço Consultivo de Conciliação e Arbitragem foi criado desde 1896 e seus funcionários atuam como consultores de forma voluntária.
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Na Itália o sistema italiano determina que a pessoa que pretender ingressar com ação individual e não se utilizar dos procedimentos de conciliação, previstos em acordos e convenções coletivas de trabalho, pode requerer a conciliação perante a comissão de conciliação da circunscrição da sede da empresa ou qualquer dependência desta, à qual o trabalhador seja subordinado. É facultativa.
A Corte Constitucional Italiana, quando argüida a inconstitucionalidade de se submeter à demanda a conciliação prévia, entendeu que não é inconstitucional se o legislador ordinário tem a prerrogativa de diferir no tempo o direito de ação, desde que não torne difícil ou impossível o seu exercício.
Em Portugal já existiram as comissões de conciliação extrajudicial, porém foram extintas. Hoje a tentativa de conciliação é judicial.
Na Suíça existe o Escritório de Conciliação desde 12 de fevereiro de 1949.
No Uruguai a conciliação é obrigatória. Um processo judicial não se inicia sem que antes haja a tentativa de conciliação prévia.
Nos Estados Unidos foi instituído o serviço de conciliação para o setor público em 1913, como parte integrante do Departamento do Trabalho. Nesse caso o conciliador apenas levava as partes a uma sala e pedia que se conciliassem, terminando sua responsabilidade nesse momento. Adotou atualmente a experiência do modelo japonês nos seus de centros de justiça de vizinhança.
Na França a conciliação é realizada perante um Conselho, sendo exigida a tentativa prévia de conciliação, antes de ser proposta a demanda nos tribunais de primeira instância. Atualmente se inspira também no sistema japonês.
No Japão, Vicente Malheiros da Fonseca apud Cappelletti e Garth (FONSECA apud CAPPELLET e GARTH, fev. 2000) ensina que o sistema jurídico japonês oferece exemplo do uso difundido da conciliação. A conciliação em relativo de uso e eficácia, ainda é muito importante neste país. Constituindo-se
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de dois membros leigos e por um juiz, tendo por finalidade ouvir informalmente as partes e recomendar uma solução justa. Pode ser requerida pelas partes ou um juiz pode remeter um caso judicial à conciliação.
Em face do exposto, se conclui que é comum em países desenvolvidos à
submissão e participação das partes, nas comissões de conciliação prévia, antes da
contenda judicial.
1.1.1 Medidas adotadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego
O Ministro de Estado do Trabalho e Emprego assinou Portaria
Ministerial que “estabelece procedimentos para a instalação e funcionamento das
Comissões de Conciliação Prévia e Núcleos Intersindicais de Conciliação
Trabalhista” nos termos da Portaria 329, publicada em 15.08.02:
A Portaria adota como normas as principais recomendações do Grupo de Trabalho constituído pelos representantes técnico das entidades signatárias do Termo de Cooperação firmado em 05.07.2002, com o objetivo de aperfeiçoar a aplicação do instituto das Comissões de Conciliação Prévia. Essas normas, em síntese, estabelecem que:
. a Comissão instituída no âmbito do sindicato conciliará exclusivamente conflitos que envolvam trabalhadores pertencentes à categoria profissional e à base territorial das entidades sindicais que as estiverem instituído;
. a instalação da sessão de conciliação pressupõe a existência de conflito trabalhista, não se admitindo a utilização da Comissão como órgão de assistência e homologação de acordo;
. a Comissão comunicará ao Ministério de Trabalho e Emprego a instituição, o local, a composição e o início das atividades, e fará ampla divulgação do local e horário de funcionamento;
. a forma de custeio da Comissão instituída
no âmbito do sindicato será regulada no ato de sua
instituição, não podendo ser adotados os seguintes
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critérios: I- cobrança do trabalhador de qualquer
pagamento pelo serviço prestado; II- cobrança de
remuneração vinculada ao resultado positivo da
conciliação; III- cobrança de remuneração em
percentual do valor pleiteado ou do valor da
conciliação;
. os membros da Comissão não poderão
perceber qualquer remuneração ou gratificação com
base nos acordos firmados.
O Ministério do Trabalho e Emprego com o compromisso de estimular
a criação de Comissões de Conciliação Prévia e aperfeiçoar sua aplicação, de modo
a assegurar a transparência e a efetividade de seus atos, com o propósito de se
evitar o surgimento de fraudes que venham denegrir a seriedade do instituto
resolve adotar as seguintes medidas:
1- a edição da Portaria nº 264, publicada em 06.06.02, por meio da qual se definiram as normas para o acompanhamento e levantamento de dados relacionados ao funcionamento das Comissões de Conciliação Prévia, bem como para a fiscalização do trabalho quanto ao FGTS e contribuições sociais decorrentes da conciliação. Definiu-se de maneira clara que os encargos tributários não podem se negociados no âmbito da conciliação extrajudicial e que à fiscalização do MTE incumbe investigar eventuais fraudes ou condutas abusivas nessa área;
2-implementação de rotina de acompanhamento e tratamento estatístico dos dados relativos às Comissões, pela Secretaria de Relações do Trabalho que estabeleceu por meio da Portaria nº 2/2002, critérios de coleta e gerenciamento dessas informações;
3-publicação da terceira edição do Manual de Orientação das Comissões de Conciliação Prévia para a toda sociedade, cujo texto contempla as recentes recomendações de conduta e enfoca com grande ênfase, o papel dos conciliadores;
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4-disponibilização, as Centrais e Entidades Sindicais representativas do patronato e dos trabalhadores, do currículo básico de um curso de formação e treinamento de conciliadores, bem como a matriz do material didático para a capacitação dos integrantes das Comissões. Além do módulo de curso, este Ministério também poderá desenvolver a capacitação por meio de servidores qualificados; e
5-orientação aos Auditores-Fiscais do Trabalho para a fiscalização dos Termos de Conciliação firmados, com vistas a verificar se houve:
6-descumprimento da legislação trabalhista;
7-descumprimento da legislação do FGTS;
8-utilização da Comissão como órgão de assistência e homologação de rescisão contratual.
O Ministério do Trabalho e Emprego esclarece como resultado preliminar, que atualmente têm no país 1273 Comissões de Conciliação instaladas, das quais 949 de composição intersindical, 306 envolvendo empresa e sindicato, 14 por grupos de empresas e 04 Comissões por empresa.
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CAPÍTULO III
O ESTUDO DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Lei 9958/2000
1.1 Noções Gerais
Em 13 de janeiro de 2000, foi publicada a Lei 9958 de 12.01.2000, que
alterou e acrescentou o Título VI-A e as letras de A até H ao artigo 625 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representantes dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos
individuais de trabalho. Não podendo conciliar dissídios coletivos, prerrogativa
dos sindicatos na negociação coletiva. Os empregados inseridos nesta negociação
não necessitam ser sindicalizados porque a Constituição da República assegura no
artigo 8º, inciso V, o direito à livre sindicalização.
Na lição de Sergio Pinto Martins (id., p. n) as comissões podem ser
divididas em:
a. de empresa, que são instituídas apenas no âmbito da empresa;
b. de grupo, em que há várias empresas
pertencentes ao mesmo grupo econômico;
c. sindical. São Criadas entre sindicato de empregados e uma ou mais empresas por intermédio de acordo coletivo;
d.intersindical. São criadas por sindicato de empregados e sindicato de empregadores, mediante convenção coletiva. Tem validade para toda categoria;
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e. núcleos de conciliação intersindical. São criados por sindicatos pertencentes à categoria diversas por meio de negociação.
Prosseguindo, o referido autor leciona que quanto à forma que é feita, a conciliação pode ser (id., p. n):
a. judicial: é realizada em juízo, perante o magistrado;
b. extrajudicial: pode ser realizada na empresa, no sindicato de empregados, entre sindicatos etc.
c. extrajudicial e judicial: em que existem mecanismos extrajudiciais e ao mesmo tempo a possibilidade de se ajuizar a cão para discussão da questão trabalhista;
Esclarece ainda Sergio Pinto Martins (id., p. n) que quanto à vontade as
comissões podem ser:
a. facultativa: fica a cargo das partes a instituição da forma de conciliação, oferecendo como exemplo a Lei referente ao Procedimento Sumaríssimo;
b.Obrigatória: a lei determina que a conciliação deve ser tentada antes de ser proposta a ação trabalhista.
Onde podemos concluir que as Comissões de Conciliação Prévia têm a
atribuição de conciliar os conflitos individuais, mas não têm competência para
conciliar os conflitos coletivos. Podem conciliar, mas não podem julgar, por se
tratar de competência exclusiva do Poder Judiciário.
O artigo 625-B do texto consolidado determina que a composição
mínima de uma Comissão de Conciliação Prévia empresarial é de dois membros.
Um representante dos empregados e outro representante do empregador. A
composição máxima é de dez membros, cinco representantes dos empregados e
cinco dos empregadores. Esse critério não se aplica, necessariamente, a comissão
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sindical e a intersindical, pois os seus membros são definidos em norma coletiva.
Haverá tantos suplentes quantos forem os representantes titulares, nos termos do
artigo 625-B, inciso II. O mandato dos seus membros é de um ano, permitida uma
recondução, nos termos do inciso III, do artigo citado.
A administração pública direta, autárquica e fundacional, podem
submeter-se à Comissão de Conciliação Prévia, na condição de empregador,
porque para o estatuto do obreiro, empresa é o empregador nos termos do artigo
2º da Consolidação das Leis do Trabalho.
As sociedades de economia mista e as empresas públicas se submetem a
qualquer tipo de comissão, porque possuem regime jurídico próprio de empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas, nos termos do
artigo 173, §1º, II, da Constituição da República.
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes gozam de
estabilidade no emprego, até um ano após o final do mandado, salvo o
cometimento de falta grave.nos termos do artigo 625-B, §1º da Consolidação das
Leis do Trabalho.
O órgão conciliador deverá dar ciência ao empregado e ao empregador
da data e do local onde será realizada a sessão .Esse convite de comparecimento
deverá ser acompanhado de uma cópia da reclamação do trabalhador.
Nos termos da Portaria 329, publicada em 15.08.2002 do Ministério do
Trabalho e Emprego as partes devem ser esclarecidas no corpo desse convite e no
início da sessão de conciliação que:
a) a comissão tem natureza jurídica privada e não integra o Poder Judiciário;
b) o serviço é gratuito para o trabalhador;
c) a tentativa de conciliação é facultativa e o acordo também;
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d) O não comparecimento representante da empresa ou a falta de acordo implica tão somente a frustração da tentativa de conciliação e viabiliza o acesso à Justiça do Trabalho;
e) as partes podem ser acompanhadas de pessoa de sua confiança;
f) o acordo firmado possui eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas;
f.1 podem ser feitas ressalvas no termo de conciliação de modo a garantir direitos que não tenham sido objeto do acordo;
f.2 o termo de acordo constitui título executivo extrajudicial, sujeito, no caso de descumprimento, à execução na Justiça do Trabalho;
f.3 as partes podem ser atendidas em separado pelos respectivos membros representantes, para esclarecimentos necessários, assegurando-se a transparência do processo de conciliação.
A sessão não será iniciada se faltar paridade de representação.
Conforme o disposto no artigo 625-F, as comissões de Conciliação
Prévia têm o prazo de 10 dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da provocação do interessado. Esgotado o prazo sem a
realização da sessão é fornecida, no último dia de prazo, a declaração a que se
refere o § 2º do artigo 625-D, nos termos do parágrafo único do artigo inicialmente
citado.
O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Em
conformidade aos artigos 876 a 877-A do texto consolidado.
Nos termos do artigo 625-D da Consolidação das Leis do Trabalho,
qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de
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Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido
instituída a comissão no âmbito da empresa ou sindicato da categoria.
Os artigos citados trouxeram inúmeras inquietações ao ordenamento
jurídico, porque o texto consolidado estendeu aos dissídios individuais o disposto
no artigo 114, § 2º da Constituição da República no que se refere à obrigatoriedade
de empregado e empregador se submeterem à Comissão de Conciliação Prévia
antes do ajuizamento da reclamação trabalhista.
Ocorre que o legislador constituinte estabeleceu essa condição de ação
apenas para os dissídios coletivos, daí a existência de opiniões renomadas
denunciando sua inconstitucionalidade.
Sergio Pinto Martins leciona que não há que se falar em
inconstitucionalidade, tendo em vista apud Ives Gandra Martins Filho, no
acórdão abaixo ( MARTINS apud MARTINS Filho, 2008, p 45):
Recurso de Revista. Obrigatoriedade de submissão da demanda à comissão de conciliação prévia. Art. 625-D da CLT, que prevê a submissão de qualquer demanda trabalhista, constitui as Constituições de Comissão Prévia (quando existentes na localidade), antes do ajuizamento da reclamação trabalhista, constitui pressuposto processual negativo da ação laboral (a dicção do preceito legal é imperativa “será submetida” e não poderá ser submetida). Outrossim, o dispositivo em tela não atenta contra o acesso ao Judiciário, garantido pelo artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, uma, uma vez que a passagem pela CCP é curta (CLT, art. 625-F), de apenas 10 dias, e a parte pode esgrimir eventual motivo justificador do não recurso à CCP (CLT, art.625-D, § 4º) In casu, é incontroversa nos autos a existência da Comissão, e o reclamante ajuizou a ação sem o comprovante de frustração da conciliação prévia (CLT, art. 625-D, § 2º) e sem justificar o motivo da não submissão da controvérsia à CCP. Assim, a ausência injustificada do documento exigido pelo art. 625-D, § 2º, da CLT importa na extinção do processo sem julgamento do mérito, com base no artigo 267, IV, do CPC. Recurso de
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revista conhecido e provido (TST RR 2.287/2000-464-02-001. Relator Ministro Ives Gandra Filho).
O Supremo Tribunal Federal se posicionou em relação aos dissídios coletivos como esclarece:
O exaurimento das tratativas negociais é requisito indispensável à propositura da ação coletiva. CF art. 114, § 2º ( STF. A.g 166962- 4 – Rel. Ministro Carlos Velloso, 2ª Turma: Decisão: 30/04/96. DJ 1 de 30/08/96, p. 30607).
O Tribunal Superior do Trabalho entendeu, anteriormente, que havia necessidade de se passar pela comissão antes de se ajuizar a ação, como se demonstra a seguir :
Comissão de Conciliação Prévia – existência no âmbito da empresa ou sindicato – Obrigatoriedade de tentativa de conciliação antes de ajuizar demanda – Art. 625-D da CLT – Pressuposto processual – Princípio da Inafastabilidade da jurisdição ( art. 5º, XXXV) – Extinção do processo, sem julgamento do mérito – Na forma do artigo 625-D e seus parágrafos, é obrigatória a fase prévia de conciliação, constituindo-se em pressuposto para desenvolvimento válido e regular do processo. Historicamente a conciliação é fim institucional e primeiro da Justiça do Trabalho e, dentro do espírito do artigo 114 da Constituição Federal, está a extensão dessa fase processual delegada a entidades parestatais. O acesso ao judiciário não está impedido ou obstaculizado com a atuação da Conciliação Prévia de Conciliação, porque objetivamente o prazo de 10 dias para a realização da tentativa de conciliação não se mostra concretamente como empecilho ao processo judicial, máxime quando a parte tem a seu favor motivo relevante para não se enquadrar na regra. Revista conhecida, mas não provida ( TST- RR 58279/2002-900-04-002- 4ªR, 3ª T, Rel. Terezinha Célia Kneipp Oliveira, DJU 22.11.02, p. 648).
No mesmo sentido se posiciona Vicente José Malheiros da Fonseca, porque para ele (FONSECA, fev. 2000):
A lei 9958/2000 não teria excluído do exame do Judiciário os
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dissídios individuais, mas apenas condicionado o ingresso em juízo trabalhista a previa tentativa de conciliação perante a Comissão de Conciliação Prévia. Acontece que o legislador constituinte pretendeu esse condicionamento apenas aos dissídios coletivos, como se infere do artigo 114, § 2ª, da Constituição. De modo, a condição, agora estendida aos dissídios individuais, por força da Lei ordinária, sugere uma ampliação não prevista pela LeiFundamental, daí sua institucionalidade denunciada.
O renomado mestre Arnaldo Süssekind leciona que ( SUSSEKIND, São Paulo, 2000, p. 1316):
Vem de longe o reclamo da doutrina pela institucionalização de comissões paritárias, no âmbito da empresa ou do sindicato, como instância prévia e obrigatória ao ajuizamento de qualquer ação individual ou plúrima.
Há entendimento contrário. É o que ensina o magistério de Maurício Godinho Delgado, ministro do Colendo TST quando esclarece:
Comissão de Conciliação Prévia. A ausência de passagem pela CCP é uma nulidade que pode ser sanada pelo próprio curso do processo judicial trabalhista, e, assim, a submissão não é condição da ação ou pressuposto processual intransponível para o ajuizamento da reclamação. “Não se declara eventual nulidade, no Direito Processual do Trabalho, se não houver manifesto prejuízo às partes, e a instigação à conciliação inerente à dinâmica trabalhista suprime eventual prejuízo resultante da omissão extrajudicial”, argumenta. “Cabe ao juiz de primeiro grau determinar que o ato de composição se realize na audiência. “Ele ressalta ainda que não há na CLT, norma que determine a extinção do processo nessas condições e não é viável, portanto, “imprimir-lhe” o efeito de impossibilitar a discussão da demanda diretamente na esfera judicial. (TST 6ª T. AIRR 1095/2003-382-02-40.9).
A Súmula 2, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região assim preceitua:
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Comissão de Conciliação Prévia. Extinção de Processo. (RA número 08/2002 DJE 12/11/02; 19/11/02; 10/12/02 e 13/12/02). O não comparecimento perante a comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade assegurada ao obreiro, objetivando a obtenção de um título executivo extrajudicial, conforme previsto no artigo 625-E, parágrafo único da CLT, mas não constitui condição de ação, nem tampouco pressuposto processual na reclamatória trabalhista, diante do comando do artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal.
Comissão de Conciliação Prévia. Passagem pela comissão de conciliação prévia como condição da ação. Não obrigatoriedade. Princípio Instrumentalidade das formas. Matéria já pacificada neste Tribunal, através da Súmula02. TRT/SP0 01444200422102000 RO. Ac. 3ª T. 20090510075. Rel. Maria de Lourdes Antonio. DOE 28/07/2009.
Comissão de Conciliação Prévia. Da ausência à Comissão de Conciliação Prévia. O comparecimento perante a Comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade assegurada ao obreiro, conforme previsto pelo artigo 625-E, parágrafo único da CLT, mas não constitui condição da ação. Inteligência da Súmula 02, deste Regional. Equiparação salarial. Exercendo o autor... Preliminar de nulidade rejeitada e quanto ao mérito, Recurso Ordinário a que se dá provimento parcial TRT/SP – RO Ac. 20050895413. 10ª T. Rel. Marta Casadei Momezzo.
Essas controvérsias geraram diversas Ações Diretas de
Inconstitucionalidade, propostas no Supremo Tribunal Federal. Atualmente a
Corte Suprema se posicionou liminarmente, nas Ações Diretas de
Inconstitucionalidade de números 2139 e 2160, datada de 13 de maio de 2009, por
maioria de votos, declarando ser facultativo o ingresso inaugural em Comissões
de Conciliação Prévia, para preservar o Direito universal dos cidadãos de acesso a
Justiça, princípio com assento na Constituição da República.
Há expectativa de que o Supremo Tribunal Federal analise o mérito
dessas questões para pacificar doutrina e jurisprudência.
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CAPÍTULO IV
AS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA E SUA EFICÁCIA
À LUZ DA DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA
Não há entendimento pacífico sobre a eficácia das Comissões de
Conciliação Prévia, enquanto método célere de resolução de conflitos trabalhistas.
Com capacidade de redução do número excessivo de demandas na Justiça do
Trabalho. Atualmente na ordem de dois milhões e quinhentos mil de processos
por ano. Logo, se trata de um assunto polêmico entre doutrinadores e
jurisconsultos como se demonstra.
No entendimento do renomado autor Wagner Giglio (id. Ibid.):
“Os inconvenientes da conciliação prévia, nos dissídios individuais, superam os benefícios que essa técnica possa oferecer “.
No mesmo sentido textualiza Sergio Pinto Martins (id., p. n)
Já ministrei aulas ou palestras sobre o tema
em várias cidades do país. Inicialmente, minha
impressão era de que as comissões iriam funcionar. À
medida, que o tempo foi passando e tendo viajado
para várias localidades, verifiquei o contrário.
As comissões devem continuar a existir, pois a ideia é boa. É preciso aperfeiçoar o sistema, como na poda da árvore, em relação aos galhos secos e fracos, para que ela possa crescer frondosa, continuando a dar os frutos de que necessitamos e diminuir o número de reclamações na Justiça do Trabalho
Valentim Carrion afirma que (CARRION, São Paulo, p. 482):
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“A autocomposição é sempre a melhor forma de apaziguar os conflitos de interesse”
Vicente José Malheiros da Fonseca , na época em que elaborou o artigo citado era Juiz-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho 8º Região (Belém). Coordenador do Colégio de Presidentes e Corregedores do TRTs do Brasil. Professor de graduação e pós-graduação da Universidade da Amazônia (UNAMA), lecionando que (FONSECA, fev. 2000):
A solução extrajudicial dos conflitos individuais trabalhistas, por intermédio de Comissões de conciliação Prévia, em tese, é uma alternativa válida para pacificar as questões entre empregados e empregadores.
Para Ada Pelegrini Grinover, as Comissões de Conciliação Prévia representam a possibilidade de participação popular na administração da Justiça, quando esclarece (GRINOVER, 2008, V.9, nº 52. p. 71-72).
O fundamento das vias conciativas é a crise na Justiça, desta forma, busca a racionalização na distribuição da justiça com a subsequente desobstrução dos tribunais, recuperando ainda, certas controvérsias que permaneciam sem solução na sociedade contemporânea, em razão da inadequação da técnica processual para a solução de questões que envolvem, por exemplo, direitos de vizinhança, tutela do consumidor, acidentes de trânsito, entre outras.
Outrossim, a conciliação também tem fundamento social e político, que são, respectivamente, a pacificação e a participação, inserindo-se no plano da política judiciária, podendo ser enquadrada numa acepção mais ampla de jurisdição, numa perspectiva funcional e teleológica. Assim sob o ponto de vista da pacificação social, observa-se que esta nem sempre, é alcançada pela sentença que, na maioria das vezes, não é aceita de bom agrado pelo vencido. Além do mais a sentença se limita a solucionar somente a parcela da lide levada a juízo, sem possibilidade de pacificar a lide sociológica da qual aquela emergiu.
Já a conciliação como fundamento político se funda na participação popular na administração da justiça, pela colaboração do corpo social nos procedimentos de conciliação. “Essa participação pode se dar de duas formas: “participação na administração da justiça” e “ participação mediante justiça. “Esta
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última significa a utilização do processo como veículo de participação democrática quer mediante a assistência judiciária quer mediante a legitimação para agir.
A Seção Especializada em Dissídios individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) pôs fim à discussão sobre a necessidade do empregado levar a demanda trabalhista primeiro à Comissão de Conciliação Prévia (CCP), antes de entrar com ação na Justiça. Por maioria de votos, venceu a tese do relator do caso, ministro Aloysio Corrêa, de que a submissão da lide à comissão é facultativa.
Para o ministro Aloysio Corrêa:
O objetivo da norma celetista é estimular a conciliação entre as partes e proporcionar mais agilidade na solução dos conflitos. Segundo o ministro, o Instituto da conciliação vem sendo bastante utilizado no País e contribui para diminuir o número de ações no judiciário, mas não pode servir de impedimento para a apreciação de questões trabalhistas pela Justiça. E-RR-28/2004-009-06-00.3.
Nesse mesmo diapasão têm sido outros julgados:
Comissões de Conciliação Prévia. Tendo em vista que o STF publicou no DJE e no DOU, em 22.05.2009, decisão que deferiu parcialmente a liminar nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade de números 2139 e 2160, para dar interpretação conforme a Constituição Federal, relativamente ao artigo 625-D da CLT, não cabe a argüição de que há pressuposto processual não atendido que impeça a apreciação do mérito. Adicional de Insalubridade. Base de cálculo. Até que o artigo 7º, inciso XXIII, da CF, venha a ser regulamentado pelo legislador, continua o salário mínimo a ser aplicado como base de cálculo do adicional de insalubridade, mas não como indexador, pois o Poder Judiciário não pode substituir o legislador na definição de critério para regularizar a sua base de cálculo ( inteligência da Súmula Vinculante nº 04 do Excelso STF). Assim, calculado... (TRT/SP - 01947200831802005 – RS- Ac. 2ª T 20090611300- Rel. Luiz Carlos Gomes Godói- DOE 01/09/2009.
Comissões de Conciliação Prévia. Acordo. Ausência de Ressalvas. Efeito. Recurso de Revista. “A decisão recorrida encontra-se em consonância com o entendimento da Corte, no sentido de que o termo de
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quitação firmado perante Comissão de Conciliação Prévia possui eficácia liberatória geral quando não há ressalva de parcelas, nos termos do artigo 625-E da CLT. Recurso de Revista não conhecido. TST. RR 7979/2003-243-01. 8ª T. Rel. Dora Maria da Costa. DO 06/11/2009.
Comissão de Conciliação Prévia. Acordo. Efeitos. Agravo de Instrumento em Recurso de Revista. Nos termos do artigo 625-E da Consolidação das Leis do Trabalho, a conciliação levada a efeito perante a Comissão de conciliação Prévia, sem ressalva no termo conciliatório importa na quitação geral do contrato. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. TST AIRR 184/2004-067-15-40-0. 1ª T. Rel. Lélio Bentes Corrêa. DO 16/10/2009.
O TST uniformizou jurisprudência sobre Comissão de Conciliação Prévia e com a máxima das vênias, transcrevo este julgado.
Comissão de Conciliação Prévia – A submissão de conflitos à Comissão de Conciliação Prévia não constitui pressuposto processual nem condição para agir. Com esse entendimento, a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho conclui que não cabe a extinção do processo sem julgamento do mérito em caso de ausência de tentativa de conciliação.
A decisão uniformiza a jurisprudência das oito Turmas do TST e segue o entendimento adotado liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal em duas ações diretas de inconstitucionalidade julgadas em maio. Processo em que são partes a Danisco Brasil e uma empregada doméstica. Em 2006 a ação foi julgada extinta sem julgamento do mérito pela 4ª Turma do TST, que entendia que a submissão à comissão de conciliação prévia era pressuposto processual negativo para a proposição da Ação trabalhista. A trabalhadora então interpôs Embargos à SDI-1. Alegou que houve divergência com decisões contrárias da 2ª Turma do TST por entender que a passagem pela comissão é facultativa e não condição ou pressuposto da ação.
Os Embargos começaram a ser julgados em maio de 2007. Para o relator, ministro Vieira de Mello Filho, a exigência de submissão da demanda à CCP como condição do exercício de direito de ação constitui ”obstáculo ao direito-garantia constitucional previsto
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no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal”. Em seu voto, o relator sustentou que o artigo 625-D da CLT, com a redação dada pela Lei 9.958/2000 ( que institui as CCPs) não tem “o caráter imperativo que se lhe quer emprestar, nem é causa da extinção do processo sem resolução do mérito apenas porque a certidão da negociação frustrada não acompanha a petição da ação.
O ministro Vieira de Mello observou que, no caso julgado, as partes recusaram, sucessivamente, duas propostas de conciliação formuladas pelo juiz d primeiro grau e até então não havia demonstrado interesse algum na conciliação. “O que se tenta com a comissão de conciliação prévia é a solução extrajudicial dos conflitos, mediante a negociação”, explicou. “No momento em que se estabelece a audiência e há recusa em negociar, a utilidade da remessa do processo novamente à comissão não teria sentido.
Ao trazer de volta o processo à sessão, o ministro Vantuil Abdala votou no mesmo sentido, uma vez que o STF já se manifestou sobre o tema, mas fez ressalvas de entendimento pessoal. Para Vantuil, a comprovação de tentativa frustrada de conciliação perante CCP é pressuposto processual para o ingresso da reclamação na Justiça do Trabalho e não afronta o princípio de livre acesso ao Judiciário porque não impede o ajuizamento da ação. “A CCP é um excelente instrumento de composição rápida e eficaz dos conflitos, em observância aos princípios da economia e da celeridade processuais”, afirmou. Espero que o STF ainda reveja essa posição. Com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal Superior do Trabalho. E-ED- RR349/2004-241-02-00.4.
A pesquisa anterior a esta monografia, desenvolveu que o brasileiro, culturalmente, transforma seus conflitos judiciais em verdadeiras batalhas jurídicas. Não sendo adepto do “Movimento Conciliar é Legal”. Mas, entretanto, verificamos que o brasileiro está mudando seus conceitos em relação à Justiça. Talvez pela morosidade, pelos autos custos de um processo, pelo desgastante trâmite da lide, pela animosidade acirrada entre vencedor e vencido que se eterniza e que a sentença não é capaz de eliminar. Enfim, por razões sócioeconômicas e psicológicas que não caberia neste estudo serem abordadas.
A ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie Northfleet lançou o programa “Conciliar é Legal” em 2007, que tem por finalidade divulgar, incentivar e demonstrar o poder da conciliação na resolução dos conflitos judiciais.
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O Conselho Nacional de Justiça- CNJ, por intermédio do seu relatório de dados estatísticos, referente à “Semana pela Conciliação 2009” realizada no período 07 a 11 de dezembro do ano em referência, revela que o brasileiro tem uma capacidade extraordinária para conciliar, haja vista que ocorreram, ao todo, 333 mil audiências agendadas e quase 260 mil realizadas ( 78%), sendo que, dentre estas 123mil resultaram em algum tipo de acordo (47%). “Foram homologados R$1bilhão em acordos, o que resultou em uma arrecadação de R$ 77milhões em recolhimentos previdenciários (INSS) e recolhimentos fiscais (Imposto de Renda).
A Justiça do Trabalho marcou 96.879 audiências. Foram realizadas 81.793. Homologados 35.746 acordos. Totalizando R$ 474.643.142,00 em valores homologados. Arrecadando de impostos R$ 69.708.014,00 no ano de 2009. (Relatório de dados estatísticos do Conselho Nacional de Justiça).
À vista do exposto é fácil concluir que o brasileiro é sensível ao ato de conciliar.
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CONCLUSÃO
Esta monografia amparada na pesquisa que a precedeu, descreve o
instituto das Comissões de Conciliação Prévia, inserido no ordenamento jurídico
pela Lei 9958 de 13 de agosto de 2000, enquanto método célere e alternativo de
resolução de conflito individual de trabalho, descentralização e redução do
número excessivo de ações que chegam ao judiciário e se perpetuam por longos e
desgastantes anos, causando tanto dissabor aos jurisdicionados.
No modelo consensual autônomo extrajudicial os conflitos individuais
aproximam as partes da realidade, uma vez que com o auxílio dos conciliadores e
representantes de cada uma delas, constroem o seu próprio Direito, prevenindo
futuras ações. Todos saem ganhando com essa pronta solução.
O empregado recebe suas verbas de caráter alimentar, garantindo seu
sustento e de sua família. O empregador se desobriga de pagamentos e impostos
inerentes. A sociedade se beneficia pela resolução de um conflito garantidor da
paz social, fim inerente a todos os ramos do Direito. O Planeta Terra se beneficia
pela preservação do meio ambiente, tendo em vista a economia de papel e toda a
água necessária para sua fabricação e manutenção.
Existem algumas críticas contra as Comissões de Conciliação Prévia,
dentre elas, notícias de que alguns de seus membros induzem os empregados a
darem quitação geral e plena das verbas trabalhistas, incluindo parcelas não
relacionadas no acordo e que pessoas movidas por interesses escusos procuram
convertê-las em meio de vida, tornando onerosa, atividade que deveria ser
voluntária. Isto porque a cobrança de taxa para realizar as conciliações é conduta
abusiva e aviltante, devendo ser coibida pelos órgãos do Poder Público e dos
representantes das categorias dos representados, porque se trata de fato
gravíssimo que descaracteriza o espírito e a finalidade da Lei, causando graves
prejuízos aos trabalhadores, empregadores e ao Poder Judiciário. É um demérito
para todo o ordenamento jurídico, porque a sobrecarga repercute nas instâncias
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superiores e até no Supremo Tribunal Federal, quando se trata de recurso
ordinário, ferindo a economia e a celeridade processual, princípios basilares de
todo o Direito.
A presente monografia demonstra que apesar de suas mazelas, as
Comissões de Conciliação Prévia, vêm sendo utilizada no País e têm cumprido sua
finalidade precípua de desafogar a Justiça do Trabalho, conforme anuários
estatísticos do Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de
Justiça. É o Estado se afastando da relação capital e trabalho, deixando para as
partes a solução e a responsabilidade dos conflitos, sendo um avanço, vez que
agasalha a concepção de que “Justiça tardia não é Justiça” e o seu efetivo
funcionamento, possibilita aos Tribunais Superiores julgarem questões complexas
de Direto e que não podem ser resolvidas por conciliação.
Defendemos que não se deve querer extinguir as Comissões de
Conciliação Prévia pelo fato de ocorrerem irregularidades, deficiências, fraudes e
abusos. Estas ocorrências devem ser severamente fiscalizadas e punidas, com a
participação do Ministério Público em todas as fases, sob pena de nulidade. A má
utilização do instituto não deve servir para sua desmoralização. Há que ser
aperfeiçoado, divulgado e incentivado para que possa atender satisfatoriamente
os desejos da sociedade.
O instituto das Comissões de Conciliação Prévia é louvável. Atual e
em consonância com os princípios da constituição facultativa:
autoregulamentação; informalidade; oralidade; composição paritária; boa-fé;
lealdade; economia e celeridade processual, atendendo à necessidade de rápida
solução dos conflitos submetidos à conciliação na Justiça do Trabalho. Anseio de
todas às máximas dos pretórios trabalhistas e porque não dizer de todo o Poder
Judiciário.
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O instituo das Comissões de Conciliação Prévia é uma ideia louvável.
Necessitando, porém, de estudos contínuos e aperfeiçoados de acordo com a
realidade brasileira.
Há que ser incentivado e divulgado, pelo fato de se tratar de tema
relativamente novo.
Não merecendo ser banido do universo jurídico, por falta de uso
daqueles que não acreditam ou não se interessam pela sua eficácia.
Enfim, à vista do exposto, esta é a conclusão desse trabalho
monográfico, em que pese Doutos entendimentos contrários.
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