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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” Empréstimos Linguísticos sob um olhar Pedagógico Por: Antonio Carlos Soares de Carvalho Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Empréstimos Linguísticos sob um olhar Pedagógico

Por: Antonio Carlos Soares de Carvalho

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Empréstimos Linguísticos sob um olhar Pedagógico

OBJETIVOS:

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência do

Ensino Superior.

Por: ANTONIO CARLOS SOARES DE CARVALHO

3

AGRADECIMENTOS

A todos os meus professores pelos conselhos

que forjaram o profissional que sou, e a todas as

pessoas que me auxiliaram durante o curso.

4

DEDICATÓRIA

Ao meu Deus, nosso senhor Jesus Cristo, meus

pais: Raimundo e Diva, minha esposa Raimunda

e a minha filha Fernanda pelo carinho e

paciência.

5

RESUMO

Esta pesquisa foi desenvolvida visando à análise dos empréstimos de

palavras ou expressões estrangeiras dentro da língua portuguesa sob o ponto

de vista linguístico, evidenciando também as inevitáveis influências dos

estrangeirismos nesse processo, tudo sob um âmbito pedagógico.

A referida análise dessas influências foi realizada através de uma

criteriosa consulta e observações dos grandes mestres e estudiosos da área

da linguística onde verificou-se que ainda há vários pontos polêmicos em torno

desse tema chegando até mesmo em uma tentativa de se legislar sobre uma

possível “proteção” à língua portuguesa ao avanço dos estrangeirismos onde

alguns políticos puristas chamam de “influências perniciosas”.

Foi observado durante a pesquisa que todo idioma necessita de

dispositivos específicos visando facilitar à absorção de palavras ou frases de

origem estrangeira para expressar idéias de culturas distintas encontrando

assim a correspondência adequada para mesma.

Aliado a isso procurei também articular outros temas interessantes

como: os conceitos da norma culta como instrumento de dominação e

exclusão social, o funcionamento do sistema educacional brasileiro

paradoxalmente à sua finalidade que seria promover a inclusão através da

educação, a exclusão do aluno que não tem o domínio do segundo idioma

provocando no mesmo queda da auto-estima, sensação de exclusão, fracasso,

inferioridade e perda de oportunidades onde tudo isso se concretiza no

momento em que o aluno busca um lugar no cada vez mais exigente mercado

de trabalho. Desta maneira visa, também,

Procurei descrever de maneira objetiva toda essa problemática

buscando também apontar soluções e contribuir assim com o leitor deste

trabalho provocando indagações pertinentes ao tema.

6

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida a partir de leitura de bibliografias

específicas, pesquisas a partir de algumas das obras de autores dedicados à

ares Sociolinquística. Como referencial teórico essa pesquisa partiu dos

estudos da língua portuguesa, suas influências, suas modificações, os

processos de modificações da palavra e o surgimento de termos estrangeiros

na língua portuguesa.

Para tanto foi observada a base lexical da língua portuguesa, por

autores como: Celso Cunha, Carlos Alberto Faraco, Pedro Garcez, Ana Maria

Zilles, Sene e Moreira. Esses autores teorizam, sobre a necessidade de uma

reflexão sobre assuntos envolvendo os empréstimos lingüísticos e os

estrangeirismos.

Para o estudo do problema proposto foi utilizado não só a leitura de

livros mais como a observância de artigos de jornais e revistas ligados ao tema

abordado tudo como fonte para o adequado embasamento teórico e

conhecimento do assunto.

Para que se responda tal problematicidade houve a necessidade de se

levantar alguns questionamentos, tais como: qual a diferença fundamental

entre empréstimos e estrangeirismos? Que motivos levam a influência do

mesmo? e principalmente quais os fatores positivos e negativos decorrentes.

Realizei uma coleta de dados através de uma pesquisa bibliográfica e

uma rápida pesquisa de campo tudo buscando enriquecer o meu processo de

produção monográfica.

Incluo os merecidos créditos às instituições que cederam o material ou

que foram o objeto de observação e estudo.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

ANÁLISE DOS EMPRÉSTIMOS 09

CAPÍTULO II

METODOLOGIA CIENTÍFICA 13

CAPÍTULO III

PROPOSTAS, CONSIDERAÇÕES E DEFINIÇÕES 23 CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ANEXOS 39

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

8

INTRODUÇÃO

Os empréstimos linguísticos dentro da língua portuguesa estão

continuamente sob o olhar pedagógico, pois é necessário a constante

observação do comportamento dos mesmos diante de tais influências, essas

influências já fazem parte do processo do enriquecimento do léxico não só em

nosso idioma mais em todos os outros.

Essa ocorrência dentro da língua portuguesa, originou-se em razão de

vários estudos já realizados nesse sentido de como esses empréstimos já

estão atuando e presentes dentro de nossa língua e em todas as áreas da

norma culta.

Para facilitar o entendimento nessa área, pode-se se exemplificar que

foi observado em estudos que após um determinado tempo que a maioria dos

alunos que se propõe ao ensino da língua inglesa em um curso particular

regular qualquer normalmente passa à adquirir previamente um vocabulário

oriundo da influência anglicísta desses mesmos empréstimos muito antes de

ingressar nesse mesmo curso, entretanto como já se esperava com vários

“vícios de linguagem” errôneos de pronúncia e principalmente no exagero de

convicções com relação aos tão famosos e temidos falsos cognatos.

A partir dessa constatação foi feita uma análise observando e

consultando os grandes mestres na área da lingüística se verificou que havia

muitos problemas em torno desse tema o que gerou até mesmo a tentativa de

se legislar sobre a possibilidade de repensar as leis para uma possível

proteção à mesma de uma influência que talvez fosse perniciosa, de acordo

com os puristas.

9

CAPÍTULO I

ANÁLISE DOS EMPRÉSTIMOS

“A palavra de origem estrangeira só

gradualmente se torna habitual”.

(Hermann Paul, neogramático).

Análise dos empréstimos de palavras ou expressões estrangeiras

dentro da língua portuguesa, conforme Bechara, afirma que:

“(...) léxicos se repartem em dois grupos: os que se

assimilam de tal maneira à língua que os recebe,

que só são identificados como empréstimos pelas

pessoas que lhes conhecem a história (...); mas há

os que facilmente mostram não ser prata da casa,

e se apresentam na vestimenta estrangeira (...) ou

se mascaram de vernáculos (...) o termo

empréstimo abarca essas duas noções.”

(BECHARA, 1999, p.599).

Ou seja, o emprego de vocábulos, expressões e construções alheias

ao idioma é considerado um barbarismo.

É preciso analisar alguns pontos de vista em questão, pois entende-se

que qualquer língua necessita importar algumas palavras para expressar idéias

de outras culturas, tudo, para que possamos obter a tão esperada

correspondência para as palavras ou expressões desejadas.

10

1.1 – O Problema

Quanto a diferençar, o estrangeirismo refere-se ao uso de uma palavra

ou expressão estrangeira em determinada língua já o empréstimos linguístico

apresenta-se quando palavras de um idioma são introduzidas e são integradas

em uma palavra que existe em outra língua, sendo que esta mesma palavra

muda, entretanto não sofre grandes alterações e mantém o mesmo sentido

original. E as palavras que foram “emprestadas” serão chamadas de

empréstimos.

Os motivos que levam a influência do mesmo não só no nosso idioma

mais com em qualquer outro se baseia no fato de quê uma palavra que é

criada em português com base em palavras de outros idiomas.

Os fatores positivos e negativos do avanço dos empréstimos possuem

alguns pontos de vista a verificar suas reais consequências a uma possível

perda de identidade cultural de um país, abordando esta questão, diante ao

avanço desses vetores. É preciso verificar até que ponto os empréstimos

contribui para o entendimento geral das pessoas em um ambiente

caracterizado pela complexidade e pela mudança.

1.2 – Pesquisa Preliminar

Foi pesquisado preliminarmente este tema visando questionar o uso

abusivo de estrangeirismos no cotidiano do brasileiro.

Houve a necessidade, também, de uma a consulta prévia de livros,

revistas sobre esse tema, observando-se até onde este assunto interfere no

dia-a-dia no cidadão brasileiro, ou seja, o falante.

11

1.2.1 – Formulando o problema

Por muito tempo, acreditava-se que os empréstimos linguísticos não

iriam interferir, melhor ou pior no entendimento dos falantes. Atualmente, a

impressão que se tem é que se mostra claramente que está realmente

interferindo, de forma exagerada, no nosso dia a dia. Para tanto é necessário

acompanhar a realidade dessas interferências conhecendo o desempenho de

cada um em nossas rotinas diárias.

1.2.2 – Regras para formulação do problema

Apesar que não há a necessidade de achar que os empréstimos não

representam uma ameaça para a sintaxe de nosso idioma, já que os mesmos

são classificados como novos léxicos, dessa maneira não compromete a

estrutura da língua, ou seja eles até colaboram para enriquecer a mesma.

Fundamento minhas colocações através de estudos comprovados por

estudiosos respeitados de nossa norma culta para preconizar e ratificar minhas

análises que estão sendo apresentadas neste tema.

Esta pesquisa disponibiliza citações e anexos necessários para

elucidar possíveis dúvidas ou questionamentos pertinentes dentro do exposto.

Visando responder esses levantamentos certas hipóteses, também

estarão colocadas expostas, sujeitas à análise para encontrar a diferença

adequada entre empréstimo e estrangeirismo? Quais os fatores que

influenciam ambos? E quais os fatores dos tais temas abordados?

12

1.3 – Tema específico

Análise dos empréstimos de palavras ou expressões estrangeiras

dentro da língua portuguesa.

1.4 – Montando o título

Face ao exposto o título mais adequado que esta pesquisa requer é: “Empréstimos Linguísticos sob um olhar pedagógico”.

1.5 – A Hipótese

Este trabalho acadêmico baseia-se no estudo e uso indiscriminado dos

Empréstimos Linguísticos através dos falantes cariocas, expressões em

jornais, revistas, vitrines e outros meios de comunicação. Investigar como se

dá a adaptação dos vocábulos oriundos de outros idiomas para linguagem

utilizada nos dias atuais na língua portuguesa. Através dessa pesquisa é

possível observar o referido avanço no dia-a-dia dos brasileiros, tudo para

muitos uns dos efeitos da chamada globalização galopante.

13

CAPÍTULO II

METODOLOGIA CIENTÍFICA

Para desenvolver o trabalho proposto, a pesquisa abordará um estudo

sobre as condições que contribuem para evidenciar contestações ao uso

dos empréstimos linguísticos. Pois analisando-se os aspectos e condições

como são expostos ao público e suas conseqüências que esta exposição

gradativa trará para a língua portuguesa.

2.1 – A Pesquisa

A língua portuguesa é uma língua neolatina, ou seja oriunda de nações

cuja língua ou civilização provém do latim, formada da mistura do latim vulgar e

mais a influência árabe e das tribos que viviam na região. Apesar de ter sua

origem altamente conectada a outra língua (o galego), o português é uma

língua própria e independente. Apesar da influência dos tempos tê-la alterado,

adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis e únicos, ela ainda tem

sua identidade única, apesar de não ter a força que tinha no seu ápice, quando

era quase tão difundida como agora é o inglês.

No oeste da Península Ibérica, na Europa Ocidental, encontram-se

Portugal e Espanha. Ambos eram domínio do Império Romano a mais de 2000

anos, e estes conquistadores falavam latim, uma língua que eles impuseram

aos conquistados. Mas não o latim culto usado pelas pessoas cultas de Roma

e escrito pelos poetas e magistrados, mas o popular latim vulgar, falado pela

população em geral. Isto aconteceu porque a população local entrou em

contato com soldados e outras pessoas incultas, não magistrados.

Logicamente não podemos simplesmente desprezar totalmente a

influência lingüística dos conquistados. Estes dialetos falados na península e

em outros lugares foram regionalizando a língua. Também devemos considerar

14

a influência árabe, que inseriu muitas línguas nestes romanços até a

Reconquista. Este processo formou vários dialetos, denominados cada um

deles genericamente de romanço (do latim romanice, "falar à maneira dos

romanos"). Quando o Império Romano caiu no século V este processo se

intensificou e vários dialetos foram se formando. No caso específico da

península, foram línguas como o catalão, o castelhano e o galego-português

(falado na faixa ocidental da península).

E foi este último que gerou o português e o galego (mais tarde uma

língua falada apenas na região de Galiza, na Espanha). O galego-português

existiu apenas durante os séculos XII, XIII e XIV, na época da Reconquista.

Após isso foi nascendo cada vez mais diferença entre o galego e o português.

Este último era falado no sul da faixa ocidental da província, na região de

Lisboa. Esta língua consolidou-se com o tempo e a expansão do Império

Português.

Do século XII ao século XVI falava-se uma forma arcaica de português,

ainda com a influência do galego (o português arcaico propriamente apenas

desde o século XIV). Foi com essa linguagem que escreveram os trovadores

naquela época, enriquecendo a paupérrima (5.000 vocábulos no século XII)

língua portuguesa. Esta fase da Língua Portuguesa acaba coma nomeação de

Fernão Lopes como cronista mor da Torre do Tombo em 1434. Mas apenas a

partir do século XVI, com a intensa produção literária renascentista de

Portugal, especialmente a de Camões, o português uniformiza-se e adquiri as

características atuais da língua. Em 1536 Fernão de Oliveira publicou a

primeira Gramática da Linguagem Portuguesa, consolidando-a definitivamente.

Portanto é correto afirmar que a língua portuguesa com o passar dos tempos

vem passando por um processo de absorção lingüística proveniente de outros

povos com seus respectivos idiomas através de seu sistema lexical, Cunha

(1978:29) podendo ser definido como:

15

“(...) o português é o latim numa evolução de vinte

séculos, ao qual cedo se incorporam elementos

gregos, das línguas indígenas da Penísula Ibérica,

dos conquistadores godos e árabes e,

posteriormente, uma quantidade enorme de

palavras francesas, provençais, italianas,

espanholas, inglesas, alemãs e também, das

línguas africanas, asiáticas e americanas”.

A história do léxico português - basicamente de origem latina - reflete

a história da língua portuguesa e os contatos de seus falantes com as mais

diversificadas realidades lingüísticas, a partir do romanço lusitânico. Esse

acervo apresenta um núcleo de base latina popular (resultante da assimilação

e das transformações do latim pelas populações nativas ibéricas),

complementado por contribuições pré-românicas e pós-românicas (de

substrato, em que a população conquistada absorve a língua dos

dominadores; de superstrato, em que os dominadores adotam a língua dos

dominados; e de adstrato, em que as línguas coexistem, podendo haver até

um bilingüismo). Além desse núcleo, é imensa a participação de empréstimos

a outras línguas (empréstimos culturais) e ao próprio latim (termos eruditos

tomados ao latim clássico a partir do século XVI). Foram os termos populares

que deram feição ao léxico português, quer na sua estrutura fonológica, quer

na sua estrutura morfológica. Mesmo no caso de empréstimos de outras

línguas, foi o padrão popular que determinou essas estruturas.

O vocabulário fundamental do português compreendendo nomes de

parentesco, de animais, partes do corpo e verbos muito usuais é formado

sobretudo de palavras latinas, de base hereditária. Esse fundo românico usado

na conversação diária constitui, assim, a grande camada na formação do

léxico português.

16

Dentro da contribuição pré-românica, destacam-se vocábulos de origem

ibérica (abóbora, barro, bezerro, cama, garra, louça, manteiga, sapo, seara);

céltica (bico, cabana, camisa, cerveja, gato, légua, peça, touca); grega (farol,

guitarra, microscópio, telefone, telepatia); fenícia (apenas saco, mapa, malha e

mata - não havendo muita clareza quanto à sua origem).

A contribuição pós-românica, que compreende palavras de origem

germânica, relacionadas ao modo de vida de seu povo e à arte militar, ocorre

no século V, época das invasões. São exemplos nomes como Rodrigo,

Godofredo, guerra, elmo, trégua, arauto e verbos como esgrimir, brandir,

roubar, escarnecer.

Apesar de não impor religião e língua, ao conquistarem a Península

Ibérica, os árabes deixaram marcas no nosso léxico. Como camada do

adstrato, as palavras de origem árabe correntes em português referem-se a

nomes de plantas, de alimentos, de ofícios, de instrumentos musicais e

agrícolas: alface, algodão, álcool, xarope, almôndega, alfaiate, alaúde, alicate.

Quanto aos empréstimos culturais, ou seja, os que decorrem de

intercâmbio cultural, há no léxico português influências diversas de acordo com

as épocas. Segundo Cunha (1970:11), resume dizendo:

“(...) a incidência de palavras de empréstimo no

português data da época da constituição da língua,

e as diferentes contribuições para o seu léxico

reproduzem os diversos passos de sua história

literária e cultural”.

O estudo do tema “Empréstimos Linguísticos sob um olhar

Pedagógico”, busca:

17

• Alertar, pois as pessoas sentem-se seguras em aproveitar

experiências já vividas e aplicá-las novamente diante de desafios menos

problemáticos. No entanto, quando a situação é de perigo, ainda que de forma

não plenamente consciente, as pessoas passam a nutrir algum tipo de

expectativa com relação ao aparecimento de alguém que interprete os

estrangeirismos de maneira dinâmica e eficaz, mais isso nem sempre

acontece.

• Incentivar formas alternativas para contornar o que está ocorrendo,

apontando a direção a ser seguida. Em tais circunstâncias, parece que todos

projetam suas necessidades de interpretação de tais palavras estrangeiras

sobre determinadas pessoas que presumivelmente possua conhecimento,

competência e habilidade para resolver a dificuldade que se instalou diante

delas.

Para resolver o problema proposto, a pesquisa abordará um estudo

sobre as condições que contribuem para evidenciar contestações ao uso do

estrangeirismo. Pois analisando-se os aspectos e condições como são

expostos ao público e suas conseqüências que esta exposição gradativa trará

para a língua portuguesa.

Esse trabalho propõe uma visão das mudanças que o nosso idioma

sofre com a junção de outros idiomas.

Há a necessidade de buscar meios de superar as dificuldades

impostas pelo ambiente interno e externo das pessoas com relação a tradução

de tais vocábulos estrangeiros e também verificar em que medida esse avanço

contribuiu para o bom desempenho do entendimento em um mundo

globalizado.

18

A pesquisa também aborda um estudo sobre as situações que o

ambiente rotineiro de exposição a outros idiomas impõe aos cidadãos de hoje

e analisa o tipo de ação que deve ser tomada para superar cada uma das

dificuldades.

Desta maneira visa, também, contribuir com o leitor deste trabalho

provocando indagações sobre a língua portuguesa e suas transformações

entre os seus integrantes. Além disso, a pesquisa destaca as principais

vantagens que esses chamados “empréstimos lingüísticos” Cunha (1978:29)

proporciona para o enriquecimento do idioma.

Essa pesquisa se justifica, pois a cada dia que passa surgem novos

vocábulos ou locuções estrangeiras colocando seu receptor às vezes em

situações que o mesmo deve superar. Tais situações podem provocar grandes

prejuízos ou lucros dependendo da forma e dinâmica como o receptor

decodifica a mesma, conduzindo assim sua vida de maneira mais organizada

em cada nova situação.

Com o avanço da tecnologia e das máquinas, fica difícil pensar em

compreender as máquinas fabricadas no exterior com outras palavras que não

sejam estrangeiras. É imperativo compreendê-las adequadamente. O usuário

deve capacitar-se para responder com soluções a cada nova situação que

venha a surgir de maneira a não prejudicar a organização e nem a equipe que

o apóia, sempre buscando atualizar-se com o enriquecimento de seu

vocabulário com vocábulos estrangeiros.

Os Estrangeirismos estão ganhando cada vez mais espaço nos

idiomas mundiais agregando entre si e criando novas palavras às vezes de

sentido mais explicador para o seu ouvinte, tornando-o um indivíduo

mundialmente versátil. Substituindo os velhos “clichês” e impondo novos

paradigmas.

19

O indivíduo trancado numa sala, intocável sem a exposição dessa

influência torna suas decisões de vida cada dia e cada vez mais difícil. A

preferência é das pessoas com características poliglotas.

Diante desses problemas atuais apresentados, quem não se adaptar

a cada nova expressão que venha a surgir talvez acabará ficando sem

oportunidades no mercado de trabalho, pois, o cidadão e trabalhador do futuro

que não se atualizar pode enfrentar as situações que o mundo moderno

impõem de maneira a ficar ultrapassado e considerado despreparado,

incompetente para a sua vida em sociedade, e não agir como pessoa

atrasada e destinada ao fracasso. Diante da situação apresentada, surge a

necessidade de se analisar a melhor maneira de conduzir as diversas

situações impostas pelos ambientes modernos ou como dizem globalizados.

Como referencial teórico essa pesquisa partiu dos estudos da história

da língua portuguesa, suas influências, suas respectivas modificações, os

processos de modificações da palavra e o surgimento de termos estrangeiros

na língua portuguesa. Para tanto foi focalizada a base lexical do nosso idioma,

por autores como: Celso Cunha, Carlos Alberto Faraco, Pedro Garcez, Ana

Maria Zilles, Sene e Moreira. Esses autores teorizaram, sobre o surgimento

dos estrangeirismos e sobre a necessidade de uma nova visão sobre assuntos

envolvendo o uso dos mesmos.

Segundo o resumo histórico de Celso Cunha em Estilística e gramática

histórica (1978) a língua portuguesa é formada a partir do latim que sofreu

transformações desde o século V, sendo que as primeiras transformações

ocorreram com as invasões bárbaras de origem germânicas e árabes levando

à formação de línguas diferenciadas. Ou seja, as mudanças já vêm ocorrendo

no nosso idioma a passos largos e hoje chegou a um ponto que chega a

interferir na identidade de nosso povo.

20

De acordo com Sene e Moreira em Geografia geral e do Brasil –

Espaço Geográfico e Globalização (1988), atualmente os estrangeirismos

existentes na língua portuguesa do Brasil advêm principalmente da língua

inglesa, devido a forte presença norte-americana no Brasil após II Guerra.

Entre outros podemos destacar: (anglicismos, galicismos, latinismos,

italianismos e outros).

Uma fonte de contestação quanto ao uso do estrangeirismo no Brasil,

podemos destacar recentemente causada pelo deputado federal Aldo Rebelo

do (PC do B-SP), onde através de um projeto de lei propõe entre outras

afirmações que: “...sobre a promoção, a proteção. A defesa e o uso da língua

portuguesa...”, portanto a intenção do deputado era de constar na lei, a

cobrança de uma multa de até quatorze mil reais dos considerados culpados

de usar indiscriminadamente os estrangeirismos.

Este trabalho acadêmico baseia-se no estudo e uso indiscriminado dos

estrangeirismos através dos falantes cariocas, expressões em jornais, revistas,

vitrines e outros meios de comunicação. Investigar como se dá a adaptação

dos vocábulos oriundos de outros idiomas para linguagem utilizada nos dias

atuais na língua portuguesa. Através dessa pesquisa é possível observar o

referido avanço no dia-a-dia dos brasileiros, tudo para muitos uns dos efeitos

da chamada globalização galopante.

A história do léxico português - basicamente de origem latina - reflete

a história da língua portuguesa e os contatos de seus falantes com as mais

diversificadas realidades lingüísticas, a partir do romanço lusitânico. Esse

acervo apresenta um núcleo de base latina popular (resultante da assimilação

e das transformações do latim pelas populações nativas ibéricas),

complementado por contribuições pré-românicas e pós-românicas (de

substrato, em que a população conquistada absorve a língua dos

21

dominadores; de superstrato, em que os dominadores adotam a língua dos

dominados; e de adstrato, em que as línguas coexistem, podendo haver até

um bilingüismo). Além desse núcleo, é imensa a participação de empréstimos

a outras línguas (empréstimos culturais) e ao próprio latim (termos eruditos

tomados ao latim clássico a partir do século XVI). Foram os termos populares

que deram feição ao léxico português, quer na sua estrutura fonológica, quer

na sua estrutura morfológica. Mesmo no caso de empréstimos de outras

línguas, foi o padrão popular que determinou essas estruturas.

O vocabulário fundamental do português compreendendo nomes de

parentesco, de animais, partes do corpo e verbos muito usuais é formado

sobretudo de palavras latinas, de base hereditária. Esse fundo românico usado

na conversação diária constitui, assim, a grande camada na formação do

léxico português.

Dentro da contribuição pré-românica, destacam-se vocábulos de origem

ibérica (abóbora, barro, bezerro, cama, garra, louça, manteiga, sapo, seara);

céltica (bico, cabana, camisa, cerveja, gato, légua, peça, touca); grega (farol,

guitarra, microscópio, telefone, telepatia); fenícia (apenas saco, mapa, malha e

mata - não havendo muita clareza quanto à sua origem).

A contribuição pós-românica, que compreende palavras de origem

germânica, relacionadas ao modo de vida de seu povo e à arte militar, ocorre

no século V, época das invasões. São exemplos nomes como Rodrigo,

Godofredo, guerra, elmo, trégua, arauto e verbos como esgrimir, brandir,

roubar, escarnecer.

Apesar de não impor religião e língua, ao conquistarem a Península

Ibérica, os árabes deixaram marcas no nosso léxico. Como camada do

adstrato, as palavras de origem árabe correntes em português referem-se a

22

nomes de plantas, de alimentos, de ofícios, de instrumentos musicais e

agrícolas: alface, algodão, álcool, xarope, almôndega, alfaiate, alaúde, alicate.

Quanto aos empréstimos culturais, ou seja, os que decorrem de

intercâmbio cultural, há no léxico português influências diversas de acordo com

as épocas. Segundo Cunha (1968:11), resume dizendo:

“Para serem reconhecidas como termos da língua portuguesa, deverão se adaptar a esses padrões criados pelos termos populares, quanto ao sistema fonológico, quanto à tipologia silábica e quanto à estruturação morfológica”.

23

CAPÍTULO III

PROPOSTAS, CONSIDERAÇÕES E DEFINIÇÕES

Quanto aos estrangeirismos e empréstimos lingüísticos. Segundo

CARVALHO, ANTONIO C. S. (2006):

3.1 Como um processo evolutivo da linguagem

O brasileiro é naturalmente criativo e, para se comunicar, criam-se

estranhos códigos lingüísticos e novas formas de se falar ou interpretar a

"língua". Assim são construídas palavras e linguagens próprias de cada área

do conhecimento: o economês, o sindicalês, o politiquês, etc. Há invenções e

adaptação primorosas.

Todo e qualquer desafio é interessante a partir do momento que nos

dedicamos a fim de cumprí-lo. Neste projeto temos a incumbência de

expressarmos qual a participação do "Estrangeirismo em nossa Língua

Portuguesa" e o que isto acaba trazendo para a nossa cultura.

Sabemos que a internacionalização do nosso idioma é uma constante

e devemos nos preparar para tais situações, pois corremos o risco da

descaracterização da cultura, sendo que a nossa língua é nosso maior

patrimônio cultural.

A partir do momento em que perdermos essa raiz perderemos nossa

origem que automaticamente não será repassada a nova geração. Para isto,

até Leis já foram aprovadas para conter este distúrbio e precisamos da

conscientização da população em relação ao que este problema pode

ocasionar ao nosso vocabulário.

24

Dessa forma poderemos conter um pouco mais este estrangeirismo e

talvez tornar o nosso idioma mais rico com novas palavras traduzidas para a

nossa língua.

3.2 Considerações pertinentes

A falta de conhecimento e manejo da palavra, também fruto dos

processos educacionais falhos de nosso país durante 500 anos, levam o

brasileiro a se comunicar da forma mais simples possível em um universo cada

vez mais reduzido de palavras.

A comunicação é uma ferramenta estratégica de gestão e também de

marketing pessoal.

Vício pode ser conceituado da seguinte forma: "defeito grave que torna

uma pessoa ou coisa inadequada para certos fins". E linguagem: "é a

capacidade que o homem tem de se comunicar". Portanto, Vícios de

Linguagem são alterações defeituosas que sofre a língua em sua pronúncia e

escrita devidas à ignorância do povo ou ao descaso de alguns escritores. São

devidas, em grande parte à suposta idéia da afinidade de forma ou

pensamento.

Os Vícios de Linguagem são: barbarismo, anfibiologia, cacofonia, eco,

arcaísmo, vulgarismo, empréstimo linguistico, solecismo, obscuridade,

neologismo e preciosismo.

Empréstimo linguistico - todo e qualquer emprego de palavras,

expressões e construções estrangeiras em nosso idioma recebe a

denominação de empréstimo linguistico. Classificam-se em:

25

3.3 Empréstimo linguistico morfológicos

Exemplos: - Francesismo (palavras de origem francesa): abajur, chefe, carnê,

matinê; - Italianismos (palavras de origem italiana): ravioli, pizza, cicerone,

madona; - Espanholismos (palavras de origem espanhola): camarilha,

guitarra, quadrilha; - Anglicismos (palavras de origem inglesa): futebol, telex, bofe,

ringue, sanduíche; - Germanismos (palavras de origem alemã): chope, cerveja, gás,

touca; - Eslavismos (palavras de origem russa, polaça): gravata, estepe; - Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar; - Hebraísmos: amém, sábado; - Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo; - Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis; - Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira; - Americanismos (línguas da América): canoa, chocolate, mate,

mandioca; - Orientalismos (palavras de origem oriental): chá, xícara, pagode,

kamikaze; e - Africanismos (palavras de origem africana): macumba, fuxicar,

cochilar, samba.

3.4 Empréstimo linguistico sintáticos

Exemplos: - Saltar aos olhos (francesismo); - Pedro é mais velho de mim. (italianismo); - O jogo resultou admirável. (espanholismo); e - Porcentagem, guerra fria (anglicanismo).

26

3.5 Como um fenômeno constante

Quanto a seu emprego no idioma de uma sociedade definida, os

empréstimos culturais decorrem como um fenômeno de uso de palavras.

Segundo Faraco, Carlos Alberto (2001:15), resume da seguinte maneira:

“(...) na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas. No caso brasileiro, posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no português. Trata-se de um fenômeno constante no contato entre comunidades lingüísticas (...)”.

3.6 Como uma questão política e linguística

O assunto sendo abordado de uma maneira pouco convencional, ou

seja sob uma nova versão do tema. Segundo Faraco, Carlos Alberto (2001:37),

expõe sua opinião assim:

“Questões de Política Lingüística – Talvez não seja exagero dizer que para boa parte das pessoas soa estranha a afirmação de que as línguas humanas são objeto de ciência. Normalmente, acredita-se que os velhos compêndios gramaticais contêm tudo o que há para se dizer sobre uma língua. Há, inclusive, uma reverência quase religiosa ao texto das gramáticas”.

3.7 Empréstimo linguisticos na língua portuguesa

Estamos vivendo a difícil questão da busca de vocabulários mais

próximos entre duas línguas diferentes. As palavras são fragmentos da cultura

de uma comunidade, e a elas existe uma história, uma tradição e uma

identidade própria. Cada língua analisa e percebe o mundo de maneira única.

27

Os tradutores se sentem frustrados em seus esforços, ao constatar a grande

invasão de palavras não traduzidas em textos em língua portuguesa. Essa

invasão começou na área científica, e essa tendência logo passou para a

língua comum, reproduzindo-se em proporção assustadora. Este dilema faz

com o que encontremos soluções para as traduções de palavras novas para as

quais ainda não há equivalentes em nossa língua. O usuário do português não

só cria palavras novas quando necessita, mas elas são absolutamente bem

formadas. Como não existe no Brasil nenhuma instituição ou órgão oficial

encarregado da tarefa de regularizar o vocabulário, quem faz isso acaba sendo

o falante comum da língua. O usuário o faz de modo espontâneo ou improvisa

e na maioria das vezes de forma inconsciente. Ele internacionaliza a sua língua

e pela necessidade de se fazer entender, se conforma às normas pré-

existentes, criando palavras perfeitamente gramaticais e aceitáveis. Os termos

estrangeiros entram em nosso vocabulário perturbando um sistema anterior

que conhecemos.

As línguas devem criar novas palavras para novos conceitos.

Devemos tomar itens já existentes para nomear novos objetos. Exemplos

como o que se faz em inglês, (Mouse, site e chip), são palavras velhas com

sentido novo, (home-banking, fast-food e megabyte) são criações mais

coerentes e muitas podem ser traduzidas literalmente. Várias línguas fazem

isso e acabamos adotando a palavra estrangeira por um modismo ou por

irresponsabilidade.

O vocabulário português está empobrecendo, pois para cada palavra

estrangeira que aparece, desaparece ou deixa de se criar uma nacional. Toda

nova tecnologia que importarmos vem acompanhada de seu nome original, em

breve não falaremos mais português. A adoção de palavras estrangeiras traz

consigo problemas, pois seus significados são desconhecidos do idioma

português e não podemos pronunciá-las segundo nossas normas, sob pena de

se tornarem uma interlíngua. Nestes casos a culpa não pode ser atribuída aos

brasileiros que não têm obrigação de conhecer outra língua ou muito menos se

28

comunicar nela. Toda informação e atividade humana passam pelo uso da

palavra, e este fato contribui para aumentar o preconceito e a discriminação.

O falante de português está desorientado diante da ausência de um

planejamento lingüístico. Podemos notar que não existe um posicionamento

único e bem fundamentado frente ao problema de novos conceitos. São

usados expressões traduzidas e também o empréstimo linguistico, oscilando

entre um e outro (e-mail ou correio-eletrônico).

É necessário investigar e descrever nossa língua e criar mecanismos

para atualizá-la e preservá-la. Em países mais adiantados estes mecanismos

estão sendo desenvolvidos através da Terminologia, uma disciplina

relativamente recente, que tem como objetivo a padronização de conceitos.

O vocábulo estrangeiro adapta-se a um novo idioma, havendo então

um empréstimo lingüístico. Carvalho (2002:29) da seguinte maneira:

“Para serem reconhecidas como termos da língua portuguesa, deverão se adaptar a esses padrões criados pelos termos populares, quanto ao sistema fonológico, quanto à tipologia silábica e quanto à estruturação morfológica”.

As mudanças de certo modo não são danosas ao nosso idioma a

exemplo do preconizado na obra de Sene e Moreira (1988:64), onde cita:

“(...) trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, os lucros, que é o que de fato move os capitais, produtivos ou especulativos, na arena do mercado.

A invasão de agora muitas vezes é instantânea, on line, via redes mundiais de computadores, típica da globalização”.

29

Lembrando a dicotomia saussureana (langue/parole) afirma ser o

empréstimo linguistico um elemento pertencente à parole, isto é, de emprego

individualizado, ainda não socializado. Além daqueles designativos de

resignativos de “realidades locais sem correspondência nas demais culturas”.

Bechara (1999:599), embora também faça menção às categorias, afirma que:

“de modo geral, (...) os léxicos se repartem em dois grupos: os que se assimilam de tal maneira à língua que os recebe, que só são identificados como empréstimos pelas pessoas que lhes conhecem a história (...); mas há os que facilmente mostram não ser prata da casa, e se apresentam na vestimenta estrangeira (...) ou se mascaram de vernáculos (...). O termo empréstimo abarca essas duas noções”.

Durante muito tempo, a tradição filológico-gramatical luso-brasileira

identificou o termo empréstimo como um fator de empobrecimento lingüístico.

Essa noção, de certa maneira, resiste até hoje, como o trecho abaixo é capaz

de comprovar. Nele, empréstimo linguistico é definido por Rocha (1997:29)

assim:

“Palavra ou expressão de origem estrangeira cujo uso é um dos erros contra a vernaculidade da nossa língua, e só poderá ser aceite se não existir na língua portuguesa um vocábulo que traduza essa mesma idéia”.

3.8 Protestos contra o avanço dos empréstimo linguísticos

Os protestos com relação ao avanço galopante dos empréstimo

linguisticos no cotidiano do brasileiro já esteve ou está na pauta de vários

30

setores da sociedade e em vários níveis como: políticos, judiciais e até mesmo

o artístico. Podemos citar alguns:

Na obra de Figueiredo (1956:05), onde o mesmo propõe providências

visando proteger a língua portuguesa contra o avanço dos empréstimo

linguisticos:

“(...) uns são imprescindíveis, e fazem parte do idioma nacional; outros convenientes, e do seu discreto emprego podem advir vantagens; outros são apenas toleráveis, e procedem louvavelmente quem os dispensa; e muitos há, muitíssimos até, que só se empregam por indesculpável ignorância ou por condenável desafeto à pureza da língua”;

Na obra de Cardoso e Cunha (1978:181), o autor defende a língua

nacional em tom de protesto:

“A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo (...)”;

O Projeto de Lei nº 1676 de 1999, da Câmara dos Deputados

Federal originalmente proposta pelo deputado PL Aldo Rebelo que visa

proteger a língua portuguesa do uso excessivo de estrangeirismo:

“(...) todo e qualquer uso de palavra ou expressão em língua estrangeira (...) evitando assim o uso desnecessário de termos e de expressões estrangeiras (...) prejudicial à herança cultural brasileira”;

31

A lei do deputado Aldo Rebelo trata do assunto buscando do usuário

da língua um dado comportamento, dando a ele opções e alternativas. O que

está acontecendo atualmente é que o falante a usar palavras estranhas ao seu

sistema lingüístico, as quais ele não entende e não sabe pronunciar. A lei do

deputado Aldo Rebelo, deve trazer para um debate, uma situação que já

provocava inquietação. Foi somente a partir deste momento que se começou a

tomar consciência e questionar os perigos da descaracterização do

vocabulário. A nacionalização de palavras estrangeiras, bem como a criação

de novas, não deve ocorrer sem o conhecimento de seus usuários. Nossa

língua é nosso maior bem cultural, que temos obrigação de aperfeiçoar e

adaptar. A multiplicidade do nosso idioma português acrescenta graça e beleza

ao mesmo, em decorrência da grande extensão geográfica e diversidades

regionais do nosso País, que resiste à padronização, mas tende a

desaparecer.

"A Comissão de Educação, Cultura e Desporto aprovou hoje o PL nº

1676/99, do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê punições para

quem abusar do uso de expressões estrangeiras. O autor baseia-se no texto

da Constituição que considera a língua portuguesa, patrimônio cultural

brasileiro, garantindo punição aos danos e às ameaças a ele, na forma da lei.

O projeto de Rebelo pretende defender a língua nacional de palavras e

expressões estrangeiras usadas no comércio, meios de comunicação,

publicidade e estabelecimentos de ensino. Pela matéria, os usuários ficam

obrigados a substituir a palavra estrangeira pelo termo equivalente em

português dentro de 90 dias a partir da publicação da lei. No caso de não

existir a palavra correspondente, o projeto permite que a Academia Brasileira

de Letras (ABL) estude o "aportuguesamento" do termo estrangeiro. A

proposta determina ainda que as sanções aos infratores sejam especificadas

na regulamentação da lei, que será feita pelo Ministério da Educação com a

ajuda da ABL. Para a relatora do projeto, deputada Iara Bernardi (PT-SP), o

uso dos empréstimo linguisticos no comércio confunde a população, que não

tem obrigação de conhecer os termos empregados. A deputada disse ainda

que a informática está bombardeando nosso idioma com expressões de língua

32

inglesa. "A colonização cultural de um povo começa pela descaracterização da

língua", salientou Iara Bernardi. O projeto segue agora para a Comissão de

Constituição e Justiça e de Redação e depois vai a Plenário ".

3.9 O empréstimo linguistico e suas influências positivas e negativas

Os empréstimo linguisticos presentes na Língua Portuguesa falada no

Brasil não vem de agora, há uma constante mudança desde a utilização do

tupi, depois com a introdução do Português de Portugal, e pouco a pouco

fomos adquirindo vocábulos de diversos idiomas para aí sim estarmos

formando a língua que hoje utilizamos. No entanto o que esta sendo causa de

algumas discórdias, de constante reportagens nos jornais e até de implantação

de lei é a maçante influência estrangeira, que não acontece apenas na

utilização de alguns vocábulos externos, mas sim na substituição de certas

palavras do Português pelas estrangeiras, muitas vezes por modismo. E

também uma crescente absorção de outras culturas em geral, nossa vida esta

sendo baseada no cotidiano estrangeiro.

Diante disso podemos perceber que várias culturas e vocábulos de

diferentes locais foram acrescentados a língua portuguesa, e sempre nos

proporcionando bons resultados. Cada vez mais a nosso idioma se distinguia

do utilizado em Portugal. A presença de empréstimo linguisticos em nosso

idioma não ficou restrito a povos colonizados, tivemos muitas influências

européias. Inclusive a língua espanhola, que possui uma ligeira semelhança

com o Português, participou desse processo principalmente com palavras

ligadas ao meio musical. Com o Francês não foi diferente, a influência deu-se

na Idade Média através da arte provençal. Um dos motivos da língua francesa

ter sido bem recebida no Brasil era por ser considerada, por todos os países

na época, elegante o uso desse idioma. Foram importadas muitas palavras

desse vocabulário, e passamos a chamar de galicismo o emprego de

vocábulos francesas em nossa língua. Alguns exemplos de galicismo são:

assassinato, toillette, vitrine, tricô, emoção.

33

O italiano foi outra língua que contribui ainda mais para enriquecer

nossa língua, as palavras que normalmente empregamos desse idioma são

relacionadas à música, e arte em geral. Como exemplo temos as palavras

cenários, caricatura e dueto. Mais tarde com a vinda de imigrantes italianos

para o Brasil adquirimos não só ainda mais vocábulos, mas também

costumes alimentícios dos italianos. Muito se comenta que o estilo de falar

do paulista foi fruto de influência italiana, pois foi grande o número de

imigrantes italianos para São Paulo.

A influência norte-americana, a mais recente em nossa língua, deu-

se a partir da segunda guerra mundial. Os americanos tinham como objetivo

acabar com qualquer ligação do Brasil com os países do eixo,

principalmente a Alemanha. E também estavam com propósitos de fazer

uma política da “boa vizinhança” para conquistar a simpatia do povo, para

que futuramente pudessem “vender” sua cultura e seus produtos em nosso

território. Eles procuraram de todas as maneiras agradar aos brasileiros,

criando até mesmo um personagem da Disney chamado Zé Carioca, e

como podemos constatar no nosso dia-a-dia eles conseguiram o que

queriam.

O imperialismo americano é cada vez mais crescente, sua cultura

chega para nós através do cinema, da música, da televisão. Isso tem

contribuído muito para se acrescentar inúmeras palavras inglesas ao nosso

vocabulário, especialmente palavras ligadas à parte de lazer, esporte e

alimentação. Além disso, há o fato dos americanos dominarem a indústria

da tecnologia, e com isso são introduzidas em nossa língua dezenas de

vocábulos utilizados na área da informática. Existem palavras de origem

inglesa que foram aportuguesadas para fazerem parte nosso vocabulário

oficial, contudo, muitas ainda não sofreram nenhuma modificação

conseqüentemente não foram acrescentadas em nossos dicionários, nem

por isso deixamos de utiliza-las diariamente.

34

4. A questão dos empréstimo linguísticos

Questionada na visão protecionista e nacionalista do Deputado Aldo

Rebelo. Segundo Faraco, Carlos Alberto (2001:163), conforme podemos

observar na citação abaixo,

“Qualquer cidadão interessado em conceitos como cultura nacional, riqueza nacional, etc., que não foi enrolado pelo discurso fácil da globalização, terá simpatia pela intenção que subjaz ao projeto de Aldo Rebelo. O problema é que ele reproduz algumas das mais óbvias inverdades sobre a língua, dessas bastante banais que vêm sendo repetidas há séculos.”.

35

CONCLUSÃO

Sabemos que seria um pouco difícil a comunicação com outros povos

se cada um apenas utilizasse sua língua, mas da mesma forma que os

empréstimo linguisticos unem os povos ele nos afasta de nossa própria língua.

Temos que ter consciência que o Brasil não é como muitos países europeus,

onde a população fala mais de um idioma. Nossa população mal tem acesso

ao Português, e a utilização dos empréstimo linguisticos limita a informação

apenas a uma parte mínima da sociedade, normalmente a mais rica.

Precisamos perceber que é preciso unir os povos e não obrigar os países

menos desenvolvidos a seguir seus padrões culturais, políticos e econômicos.

Não é só nossa língua que esta sendo ameaçada mas também toda

nossa cultura, está absorvendo exageradamente culturas vindo de outros

paises a exemplo do “Halloween” dos EUA em detrimento das festas juninas,

que estão a cada dia menos prestigiadas pelo povo brasileiro. Podemos

observar essas mudanças principalmente nas escolas, ou seja é preciso coibir

este típico de prática a final de contas vivemos em um mundo globalizado e

necessitamos nos comunicar e enriquecer nossos conhecimentos.

Temos consciência que um dos grupos da sociedade que mais são

atingidos por essas influências são os jovens. Essa é uma geração onde tudo

que é passado na TV é considerado como ideal, mas não podemos culpar só

aos jovens, pois eles são frutos de uma educação ensinada pelos pais

baseados em normas preestabelecidas através, principalmente, da televisão. E

a solução para se tentar mudar isso não é proibindo, e sim fazendo com que

ele tenha senso crítico dos assuntos. Isso também vale para o problema dos

empréstimo linguisticos, não podemos simplesmente vetar a presença de

influências estrangeiras (principalmente as americanas), temos sim que

mostrar as pessoas os dois lados, deveríamos tratar do caso dos empréstimo

linguisticos de uma maneira a divulgar as possíveis substituições dos

vocábulos mostrando que o idioma de um país é uma de suas bases para que

não haja perda de sua identidade cultural.

36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABNT. Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: 2001. ABNT. Referências Bibliográficas. Rio de Janeiro: 2001. ABNT. Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro: 2001. ELC, Enciclopédia Larousse Cultural- vol:10 ;Editora Nova cultural. EDI, Enciclopédia e Dicionário Ilustrado. Editora Guanabara Koogan, Rio de janeiro, R.J, 1995. PUBLICAÇÃO DO ARTIGO: “Texto e coesão textual”. Ciência & Informações v1.n.1, p.15. 2004.

37

BIBLIOGRAFIA CITADA

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. CARDOSO, Wilton; CUNHA, Celso. Estilística e gramática histórica. Português através de textos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978. CARVALHO, Nelly. Empréstimos lingüísticos. Recife: Lucerna, 1999. CARVALHO, ANTONIO C. S. “Estrangeirismos o avanço no cotidiano nacional”. TCC. UNESA, 2006. CUNHA, Celso. Língua Portuguesa e realidade brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968. FARACA, Carlos Alberto (Org); GARCEZ, Pedro M, ZILLES, Ana M. Stahl, BAGNO, Marcos, SCHMITZ, John R. FIORIN, J. Luiz, POSSENTI, Sírio, GUEDES, P. Coimbra. Estrangeirismos, guerras em torno da língua. Português através de textos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978. FIGUEIREDO, Cândido. Os estrangeirismos. Vocábulos e locuções estrangeiras à língua portuguesa. 6ª Edição. Lisboa: Clássica, Vol 1. 1956. REBELO, Aldo. Cultura, bela ultrajada. Um projeto em defesa da língua portuguesa. Brasília: Câmara dos Deputados/Centro de Documentação e Informação Coordenação de Publicações, 1999. ROCHA, Ana. Termos básicos de literatura, lingüística e gramática. Europa-América, 1997. SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil.

Espaço Geográfico e Globalização. São Paulo: Scipione, 1988.

38

ÍNDICE DE ANEXOS

O autor utiliza esse espaço para trazer conteúdos de apoio,

objetivando aprofundar a prática da pesquisa e suas diferentes formas de

produção. Assim, o educando recebe uma bibliografia de apoio na confecção

de questionários, entrevistas, mensuração dos resultados entre outros.

Anexo 1 >> Empréstimos Línguísticos e Estrangeirismos encontrados;

Anexo 2 >> Nos “Outdoos” pela cidade;

Anexo 3 >> Protestos contra o avanço dos estrangeirismos no Brasil;

Anexo 4 >> Protestos na impressa escrita;

Anexo 5 >> Exemplos no comércio do Rio de Janeiro;

Anexo 6 >> Outros exemplos; e

Anexo 7 >> Outros abusos cometidos.

.

39

ANEXO 1

EMPRÉSTIMOS LÍNGUÍSTICOS E ESTRANGEIRISMOS ENCONTRADOS

Palavras como “peg” e “skent” até soam como inglês, mas está somente escrito erradamente

Exemplo de mistura de línguas. Trocadilho com “Big Brother Brasil”

Utilização indiscriminada de estrangeirismos, até mesmo com o uso de sinais de trânsito.

40

ANEXO 2

Nos “Outdoos” pela cidade um exemplo típico do exagero linguístico.

41

ANEXO 3

PROTESTOS CONTRA O AVANÇO DOS EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS NO BRASIL

42

ANEXO 4

PROTESTOS NA IMPRESSA ESCRITA

PROTESTOS EM FORMA DE PICHAÇÕES PELA CIDADE

43

ANEXO 5

Exemplos de empréstimos e estrangeirismos verificados pessoalmente no comércio do Rio de Janeiro:

44

ANEXO 6

OUTROS EXEMPLOS

45

ANEXO 7

OUTROS ABUSOS COMETIDOS

O mais correto seria “the pillow home”, ou simplesmente:

“casa da almofada”.

A expressão "a preço de banana" só faz sentido em português.

Difícil entendimento, já que traduzindo, seria:

"ande – carro - estacionamento"

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

ANÁLISE DOS EMPRÉSTIMOS 9

1.1 – O problema 10

1.2 – Pesquisar preliminar 10

1.2.1 – Formulando o problema 11

1.2.2 – Regras para formulação do problema 11

1.3 – Tema específico 12

1.4 – Montando o título 12

1.5 – A hipótese 12

CAPÍTULO II

METODOLIGIA CIENTÍFICA 13

2.1 – A pesquisa 13

CAPÍTULO III

PROPOSTAS, CONSIDERAÇÕES E DEFINIÇÕES 23

3.1 – Como um processo evolutivo da linguagem 23

3.2 – Considerações pertinentes 24

3.3 – Empréstimos linguísticos Morfológicos 25

3.4 – Empréstimos linguísticos sintáticos 25

3.5 – Como um fenômeno constante 26

3.6 – Como uma questão política e linguistica 26

3.7 – Empréstimos linguísticos na língua portuguesa 26

3.8 – Protestos contra o avanço dos empréstimos 29

3.9 – O Empréstimo lingüístico e suas influências 32

4.0 – Como um processo evolutivo da linguagem 34

47

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

Índice de Anexos 38

ANEXOS 39

ANEXO – 1 39

ANEXO – 2 40

ANEXO – 3 41

ANEXO – 4 42

ANEXO – 5 43

ANEXO – 6 44

ANEXO – 7 45

ÍNDICE 46

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: