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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FORMAL FÁBIO CARDOSO VARGAS NITERÓI– 2005

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CURSO DE PÓS … CARDOSO VARGAS.pdfGraduação em Planejamento e Educação ... especialista. ORIENTADORA: Profª Maria Esther de Araújo Niterói –

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO

PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FORMAL

FÁBIO CARDOSO VARGAS

NITERÓI– 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO

PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FORMAL

FÁBIO CARDOSO VARGAS

Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Planejamento e Educação Ambiental da UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES como requisito parcial para obtenção do grau de especialista.

ORIENTADORA: Profª Maria Esther de Araújo

Niterói – 2005

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Dedico esta monografia a todas os meus

familiares e amigos, essas pessoas

conseguiram alcançar minha mente nos

momentos mais difíceis, fazendo com a

força de seus pensamentos positivos a

mola que me impulsionou para eu não

desistir.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS;

Aos meus Pais, que sempre me apoiaram

para que eu estudasse;

In Memoriam a minha avó Elvira;

A minha irmã que me incentivou;

A minha esposa que compreendeu os

passeios que não pude fazer;

Enfim à todos que torcem pelo meu

sucesso.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................ 06 CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA........................... 08

CAPÍTULO II

AS SITUAÇÕES AMBIENTAIS ATUAIS E FUTURAS......................... 11

2.1 – Concepção Educativa................................................................ 15

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO EDUCATIVO ..... 17

CONCLUSÃO ............................................................................................... 22

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 23

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APRESENTAÇÃO O presente trabalho trata de situações relativas a “EDUCAÇÃO

AMBIENTAL NO ENSINO”, como processo estratégico nas escolas de

ensino fundamental e médio, ressaltando o objetivo que é não só o da criança

compreender a natureza de um ponto de vista sistêmico-um todo, um conjunto

de componentes que só podem ser definidos em relação uns com os outros e

com a totalidade.

Além disso , como é de conhecimento, o tema extrapola o âmbito

educacional, sendo de interesse de toda coletividade, pois todos os indivíduos,

necessitam de um ambiente ecologicamente equilibrado. Infelizmente, a

temática escolhida traz a todos tristes recordações, pois os crimes ambientais

provocam a cada ano prejuízos irreparáveis, a luta pela sobrevivência e o

desejo de compreender a natureza, levaram o ser humano a investigar e a

descobrir, que modificou animais e plantas. A descoberta de como utilizar

energia e os mais diferentes tipos de materiais, sem a devida “EDUCAÇÃO

AMBIENTAL” levou a humanidade, logo no princípio, a ameaçar sua própria

espécie submetendo a Terra a uma crise ambiental global.

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Por esses motivos, a falta de “EDUCAÇÃO AMBIENTAL” é assunto

de grande relevância, inclusive correlato à garantia constitucional mediante o

meio ambiente contido no artigo 225, caput da Constituição da República.

Em se tratando de assunto de tamanha complexidade, é certo

que a problemática em relação a “EDUCAÇÃO AMBIENTAL” só tende a se

ampliar com reações apaixonadas ou não, contrárias ou favoráveis, ao referido

diploma legal.

Pretendeu-se aqui, tão somente, trazer alguma luz, sobre o tema, já

polêmico. Apenas lembrando que só mencionar a questão da “EDUCAÇÃO

AMBIENTAL NO ENSINO" não adianta, ela deve ser ensinada,

compreendida e exercida.

Por essas e outras indagações intentou o presente trabalho

trazer a lume alguns pontos pertinentes no que tange a Educação Ambiental.

Longe de esclarecer todas as dúvidas, tencionou-se apenas contribuir, ainda

que de forma tênue, para o trabalho, o qual, somente a sociedade como um

todo terá condições de solucionar.

CAPÍTULO I O SURGIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

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Nos últimos dez anos, assiste-se em todo mundo, e no Brasil

particularmente, a uma crescente preocupação com a defesa do meio ambiente.

A priori não devemos esquecer os alarmantes crimes contra o meio

ambiente, apesar da preocupação. Alastram-se movimentos ambientalistas,

protestos, associações, plataformas políticas, propostas governamentais, enfim

uma série de iniciativas objetivando a proteção da natureza. Como se todos

independentemente de ideologia política, se dessem conta da necessidade de

manter-se o equilíbrio ecológico, sob pena da mais completa deterioração da

qualidade de vida.

Parece-nos dispensável a citação de dados estatísticos ou a menção as

conseqüências dos atos predatórios, pois a cada dia os crimes contra o meio

ambiente vêm sendo ainda mais alarmantes, notando-se que todo esse processo

acarreta-se devido a falta de “EDUCAÇÃO AMBIENTAL”. No entanto

diariamente a imprensa, o rádio e a televisão nos dão notícias de lesões ao

meio ambiente ou do resultado de tais práticas. Estamos, pois, todos cientes da

importância do assunto, da necessidade de enfrentar o problema e felizes por

notarmos a conscientização da necessidade de enfatizar a “Educação

Ambiental”.

No entanto, surpreendentemente, a legislação, sobre a matéria ainda

acha-se pouco conhecida.

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Cremos que uma das causas é a quase absoluta inexistência de

estudos sobre o assunto. Realmente, exceto poucos trabalhos publicados em

revistas especializadas, quase nada se encontra sobre os crimes relacionados

com o meio ambiente.

O assunto é extremamente complexo, é que na realidade a

matéria exige recepção de outros ramos, não sendo somente do ramo

educacional. Abarca, também, outros ramos do conhecimento científico:

Direito, Química, Engenharia Florestal, Biologia, Economia, etc. Em suma,

tudo aquilo que disposto de forma esparsa, concorre para o chamado Direito

Ecológico que segundo Odum -1996, vem a ser um conjunto de técnicas,

regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por princípios

apropriados que tenham por fim a disciplina do comportamento relacionado ao

meio ambiente.

Atualmente, a matéria atinente ao Direito no que toca a

“EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, se concentra na Lei nº 9795/99 e no artigo

225, inciso VI, da Constituição da República Federativa do Brasil.

Segundo o autor Paulo de Bessa Antunes-1998, a primeira

iniciativa legislativa de que tem notícia, muito embora protetora do meio

ambiente, mas não no âmbito da educação ambiental, foi a edição, pelo

Imperador D. Pedro I, a 01.10.1828, dos chamados Posturas Municipais.

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Neles, o art. 66 deliberava sobre a limpeza e conservação das fontes,

aquedutos e águas infectadas, em benefício comum dos habitantes.

A fruição de um meio ambiente saudável ecologicamente

equilibrado foi erigida em Direito Fundamental pela ordem jurídica vigente.

Este fato, sem dúvida, pode se revelar um notável campo para a construção de

um sistema de garantias de qualidade de vida dos cidadãos. A adequada

compreensão do capítulo e dos dispositivos constitucionais voltados para o

meio ambiente exige uma atenção toda especial para as áreas que englobam a

conscientização do meio ambiente.

A consciência ecológica está intimamente ligada à preservação

do meio ambiente, e essa consciência para ser atingida tem que primeiramente

se ter uma reformulação no âmbito educacional, e inserir como disciplina no

ensino fundamental e médio não tratando tão somente de conteúdo

“EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, a partir daí a conscientização será alcançada

com êxito.

Vê-se, pois, que as agressões ao meio ambiente são

infelizmente as mais diversas e, para protegê-lo, faz-se necessário

conscientizar o homem por meio do conhecimento da relação homem versus

ambiente.

CAPÍTULO II AS SITUAÇÕES AMBIENTAIS ATUAIS E FUTURAS

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Entende-se por qualidade do meio ambiente o estado

ecologicamente equilibrado que proporciona uma qualidade de vida digna para

o ser humano, observa-se no artigo 225, caput da CRFB:

Artigo 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo para as presentes e futuras gerações.

Essa qualidade de vida está relacionada com a atividade

contínua e ininterrupta das funções essenciais do meio ambiente. Abrange nela

o ar, a água, o solo e tudo aquilo que é fundamental para a sobrevivência do

homem na Terra. Tais recursos devem ser adequados para as presentes e

futuras gerações. A qualidade ambiental também é “empregada para

caracterizar as condições do ambiente segundo um conjunto de normas e

padrões ambientais preestabelecidos. A qualidade ambiental é utilizada como

valor referencial para o processo de controle ambiental”1

Atualmente , algumas ações dos seres humanos no ambiente

vem provocando a poluição do ar, da água, do solo entre outras.

Devido aos avanços tecnológicos, parece que dependemos

menos do ambiente natural para suprir nossas necessidades diárias;

esquecemos que a nossa dependência da natureza continua. Além disso, os

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sistemas econômicos de toda e qualquer ideologia política valorizam as coisas

feitas por seres humanos que trazem benefícios primariamente para o

indivíduo, mas dão pouco valor aos produtos e serviços da natureza que

trazem benefício a toda a sociedade. Enquanto não ocorre uma crise,

aproveitamos esses serviços e produtos naturais sem pensar, imaginamos que

são ilimitados ou, de certa forma, substituíveis por inovações tecnológicas,

apesar de evidências que indicam o contrário.

O paradoxo é que as nações industrializadas conseguiram o

sucesso desvinculando temporariamente a humanidade da natureza, através de

combustíveis fósseis, produzidos pela natureza e finitos, que estão sendo

esgotados com rapidez. Contudo, a civilização ainda depende do ambiente

natural, não apenas para energia e materiais, mas também para os processos

vitais para a manutenção da vida, tais como o do ar e da água. As leis básicas

da natureza não foram revogadas, apenas suas feições e relações quantitativas

mudaram, à medida que a população mundial e seu prodigioso consumo de

energia aumentaram nossa capacidade de alterar o ambiente. Em

conseqüência, a nossa sobrevivência depende do conhecimento e da ação

inteligente para preservar e melhorar a qualidade ambiental por meio de uma

tecnologia harmoniosa e não prejudicial.

1Édis Milaré. Direito, cit., p. 680.

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A degradação da qualidade ambiental, por sua vez, é toda

alteração adversa das características dos recursos ambientais (art.3º, II, da Lei

n.6.938/81). Devido a essas alterações temos as poluições, que é conceituada

na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, artigo 3º,III, da Lei n.6.938/81,

como sendo:

“poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da

população; b) criem condições adversas às atividades sociais e

econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio

ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os

padrões ambientais estabelecidos.

Trata-se de um conceito abrangente, incluindo a proteção do

homem, do patrimônio público e privado, do entretenimento, da flora e da

fauna, do patrimônio cultural, artístico, arqueológico e natural e da qualidade

de vida nos centros urbanos.

A questão da poluição sempre foi, e ainda é, motivo de grande

preocupação. Para o senso comum, poluir é sujar, macular, profanar, colocar

em perigo a vida humana, vegetal ou animal, ou agravar algum perigo já

existente.

Para o sistema de controle ambiental, poluir é lançar substância

em quantidade acima da capacidade de autodepuração ou dispersão do meio ou

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de qualidade que não possa ser absorvida pela natureza. Baseada nesses

conceitos de José Afonso Silva-1998, a Constituição de 1988 é incisiva em

relação às condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente em

termos de poluição. O infrator, seja pessoa física ou jurídica está sujeito a

sanções penais e administrativas, além de ser obrigado a reparar os danos

causados.

Na verdade, a atividade poluidora é uma apropriação que o

infrator faz em relação aos direitos de outros. Todos nós temos o direito de

beber água limpa, respirar ar puro e viver sob padrões mínimos de saúde.

Assim, a água é um dos bens mais importantes para o homem continuar

vivendo neste planeta.

Além de poluir a água, os resíduos gerados nas cidades

provocam a poluição do solo, que é causada pelo depósito inadequado de lixo

e substâncias tóxicas, pela queimada ou mineração, entre outras ações.

A disposição inadequada de resíduos sólidos (lixo doméstico,

industrial, hospitalar ou nuclear) poderá causar danos ao solo, ao subsolo. Na

sua maioria, esse lixo é constituído de matérias orgânicas biodegradáveis,

originados de restos de alimentos. O problema ambiental que ele provoca é

diferente daquele causado por esgoto, uma vez que o oxigênio consumido em

sua degradação não chega a afetar a qualidade do ar, que é muito mais rico em

oxigênio que a água.

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O primeiro problema desse lixo é o fato de constituir ambiente

favorável ao desenvolvimento de insetos (moscas, baratas) e ratos. A temível

peste bubônica, que na Idade Média causou a morte de grande parte da

população da Europa.

Outro inconveniente do lixo urbano é o de sofrer um processo

de liquefação ao ser decomposto, devido à digestão praticada pelas bactérias

formando o chorume. Nos grandes lixões, ou depósitos de lixo a céu aberto,

esse líquido infiltra-se no solo, podendo atingir o lençol freático,

contaminando poços e rios comprometendo a saúde de todos, se houver uma

maior explanação perante a população sobre o assunto essa situação pode ter

uma outra desenvoltura.

Toda ação educativa, para que seja válida, deve,

necessariamente, ser precedida tanto de uma reflexão sobre o homem como de

uma análise de vida desse homem concreto.

2.1 – Concepção Educativa

A legislação ambiental do Estado do Rio de Janeiro, de forma inovadora

e pioneira, é dotada de dispositivo legal cujo objetivo é o de estimular aqueles

que, eventualmente, tenham praticado alguma irregularidade ambiental a saná-

la com vistas à reparação do dano. O decreto no 8.974, de 15 de maio de l986,

em seu artigo 12 e parágrafo 1o estabelecem que: “Desde que o infrator

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demonstre inequívoca intenção de sanar a irregularidade, o Plenário da CECA

(...) E O Secretário de Estado (...) de meio ambiente (...) poderão sustar por até

180 (cento e oitenta) dias o recolhimento da multa aplicada”.

“Parágrafo 1o – Corrigida ou sanada a irregularidade, o Plenário da CECA ou o Secretário de Estado poderão relevar o pagamento das multas cujo recolhimento houver sido sustado na forma deste artigo”.

O dispositivo legal, evidentemente, não é destinado à recuperação de

danos ambientais. Entretanto, pode ser constatado de seu teor que a legislação

do Estado do Rio de Janeiro fez uma opção clara pela política de diálogo e

entendimento com aqueles que tenham praticado irregularidades ambientais. O

Estado preferiu abrir mão da cobrança administrativa de multas, desde que o

interessado promova medidas com vistas à superação de suas não

conformidades com a legislação vigente.

CAPÍTULO III EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM TODO O PROCESSO EDUCATIVO

A relação homem-natureza e dos grupos sociais entre si, bem

como a forma de apropriações de recursos naturais, são fatores determinantes

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do estado atual do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade. A

educação ambiental tem diante de si um desafio permanente em oportunizar o

aprimoramento dessas inter-relações.

O homem não participará ativamente da história, se não tiver

consciência da realidade e, mais ainda, da sua própria capacidade de

transformá-la. O que se tem maior necessidade de saber é que o meio ambiente

precisa de cuidados, é preciso que se faça, pois dessa tomada de consciência, o

objetivo primeiro de toda educação: provocar e criar condições para que se

desenvolva uma atitude de reflexão e crítica, comprometida com a ação.

Numa orientação conservadora Educação Ambiental pode ser

vista apenas como veinculação de informações sobre o meio ambiente, o

ensino da ecologia e a divulgação de práticas conservacionistas.

A Educação Ambiental ao englobar o ensino da ecologia

acarreta no conhecer de principais correntes que nascem da Biologia e da

Geografia, da Engenharia Ambiental entre outras disciplinas.

A ecologia evoluiu também de acordo com os estudos dos

ambientes (água, solo, ar) e dos seres vivos (animal ou vegetal), mediante a

essa situação se faz necessário trabalhar com Educação Ambiental nos

primeiros passos escolares, ressaltando a importância e despertando o interesse

em preservar o ambiente.

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O convite é para que a criança investigue de que são feitas as

coisas e experimente processos de separação e transformações de materiais.

Pretende que ela infira que existe algo em comum entre as pedras, os animais,

as plantas, os seres humanos, as paisagens, tudo isso em constante mudança.

Os materiais se misturam, podem se combinar e formar outros. Ainda

perceber que os seres vivos estão continuamente trocando materiais com o

meio e podem transformá-los. A fotossíntese e a respiração são processos que

fazem a água, o gás carbônico e o oxigênio circularem na natureza... O ser

humano aprendeu a transformar e inventar materiais. Mas terá também de usar

a inventividade para resolver os impactos que a obtenção e o uso desses

materiais podem causar no ambiente.

A partir desse conhecimento almejasse que de acordo com o

seu crescimento a criança tome conhecimento do mundo vivo e admire-se

com a variedade de manifestações da vida. Partindo dos animais e plantas que

já conhece, da sua curiosidade e interesse espontâneos pelos seres vivos, ela

poderá ampliar seus horizontes e pesquisar: O que são microorganismos,

fungos, plantas, animais? De que formas interagem uns com os outros e com o

lugar onde vivem? Mais do que comparar e classificar, o estudo dos seres

vivos deve ser ocasião de levar a criança a refletir sobre valores éticos e

estéticos frente á natureza.

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O objetivo é que no decorrer de sua Educação haja uma

compreensão dos alunos de que o ser humano ocupa um lugar especial na teia

da vida. Ele investiga, imita a natureza, descobre, inventa, recria o mundo.

Mas também pode destruí-lo e a si mesmo, já que é parte integrante da

natureza. Assim como os dinossauros, e muitos outros tipos de seres vivos

que já se extinguiram, a espécie humana também pode, um dia desaparecer da

Terra.

Os recursos naturais são limitados. Não é possível explora-los

de forma contínua e desordenada, sem cuidar do ambiente. A vida forma uma

complexa teia, cujos fios invisíveis tornam todos os seres vivos e o ambiente

não-vivo interdependentes e entrelaçado. Em lugar de dominar a natureza,

devemos aprender a sentir, pensar e agir em sintonia com ela.

A história da Educação Ambiental, no Brasil, vem sendo

construída, nas últimas três décadas, por instituições de vários Estados

brasileiros. Há três anos, avanços foram alcançados com sucesso e merecem

ser disseminados. O primeiro impulsionador, de âmbito nacional, que

estimulou mudanças de rumos e estratégias, foi a promulgação da Lei n° 9.795

de abril de 1999, instituindo a Política Nacional de Educação Ambiental, que

em seu artigo 3°, inciso II , dispõe sobre:

Artigo 3°- Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:

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II- as instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;

Apesar da Educação Ambiental, não ser implantada como disciplina

específica no currículo de ensino, nos cursos de formação e especialização

técnico-profissional tem de ser incorporado conteúdo que trate da ética

ambiental. Já no curso de formação de professores tende ser instaurado a

dimensão ambiental em todos os níveis e em todas as disciplinas.

A educação ambiental no ensino formal vem a ser a educação escolar,

ou seja, é desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino

públicas e privadas, abrangendo a educação infantil, ensino fundamental e

ensino médio, sendo desenvolvida como uma prática educativa integrada,

contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

A educação ambiental não-formal vem a ser determinadas ações e

práticas educativas voltadas á sensibilizar a coletividade mediante as questões

ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio

ambiente.

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CONCLUSÃO Mediante o que foi relatado ao decorrer deste trabalho pode-se destacar

que nos últimos tempos a preocupação com o meio ambiente aumentou

havendo assim a necessidade de enfocar como se pode cuidar, preservar,

restaurar o mesmo. A partir deste se viu a necessidade de ressaltar a Educação

Ambiental como disciplina nos meios em que foram expostos no trabalho, pois

conscientizando todos desde da sua infância se pode esperar que os próprios

utilizem os recursos cuidadosamente ou seja,

eles vão pensar no dia de amanhã.

Acredita-se que a medida de conscientização se torna mais viável

economicamente e educacionalmente do que a utilização de medidas

corretivas no âmbito ambiental.

Espera-se assim que cesse o grande problema da moderna civilização

tecnológica que é o não perceber que ainda depende da natureza, que sua

libertação não é total e nunca será.

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