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PLATAFORMAS DE FIDELIZAÇÃO ANTEVER O FUTURO Evolução do mercado das tecnologias UNIVERSIDADE TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012 | N.º 35 PAG. 23 Mais clientes e maior rentabilidade Educação à distância em África Prever o futuro é sempre uma ta- refa difícil, mas necessária para quem tem que tomar decisões. Por isso damos continuidade esta se- mana a algumas previsões para os próximos anos na área das tecno- logias de informação (TI). As previsões que apresentamos são dos analistas da Gartner e têm como enfoque os riscos económi- cos, as oportunidades e as inova- ções que irão determinar a próxi- ma geração de soluções. No entanto, Daryl Plummer, da Gartner, alerta para a turbulência da economia e para a incerteza crescente relativamente ao futuro da tecnologia. De acordo com este analista, à medida que o mundo das TI vai evoluindo, é necessário lidar com um leque mais alargado de te-cno- logias e com maiores dificuldades de controlo das mesmas nos am- bientes organizacionais. Previsão 1. Até 2015 cerca de 90 por cento das empresas não de- verão implementar o Windows 8 em grande escala. O Windows 8 é a tentativa da Microsoft para dis- ponibilizar uma interface táctil no seu sistema operativo, de modo a poder manter-se concorrencial em mercados que estão a registar um grande crescimento (como os ta- blets e os smartphones), domina- dos pelos sistemas operativos da Apple (iOS) e da Google (An- droid). A Microsoft foi obrigada pelo mercado a modernizar a sua oferta nesta área e vai querer que as organizações migrem para o no- vo Windows e a nova interface o mais rapidamente possível. No entanto, a maior parte das or- ganizações e os seus fornecedores de TI ainda não estão preparados para essa mudança, segundo os analistas da Gartner, pelo que pre- vêem que as empresas quererão esperar até que o novo sistema operativo atinja uma maior estabi- lidade antes de o implementarem em larga escala. O mercado preci- sa de algum tempo para responder às mudanças. Previsão 2. Em finais de 2014 três dos cinco maiores fornecedo- res de equipamentos móveis serão chineses. O sucesso dos telefones móveis nos mercados emergentes está a provocar uma espécie de “render da guarda” no que se refe- re aos grandes fornecedores de equipamentos móveis. A abertura do Android está a criar novos mercados para os for- necedores OEM que antes não ti- nham a experiência nem as capaci- dades de engenharia necessárias em termos de software. O mercado continua a consoli- dar-se em torno dos sistemas ope- rativos Android e iOS, e uma vez que a maior parte dos fornecedores adoptaram o Andoid, a diferencia- ção torna-se cada vez mais difícil. O resultado são maiores dificul- dades para os fornecedores tradi- cionais de telefones móveis, uma vez que não conseguem concorrer de igual para igual com a Apple e a Samsung nos equipamentos de to- po de gama deste mercado. Por outro lado, têm dificuldade em diferenciar-se de novos forne- cedores que estão a apostar nos equipamentos de baixo de gama, como a Huawei e a ZTE, e que uti- lizam a mesma plataforma An- droid nos seus modelos. Os fornecedores chineses têm as- sim a oportunidade de melhorarem ainda mais a sua posição no merca- do doméstico (chinês) em termos de modelos de baixo de gama, bem como expandir a sua presença nou- tras regiões do globo. Se pretende fazer com que o mercado esteja a favor do seu ne- gócio, então este artigo é para si. Se representa uma empresa in- cumbente, sabe que não se pode sentar confortavelmente sobre os bons resultados. A questão que se coloca não é tanto quanto esta- mos hoje a facturar, mas antes quanto mais poderíamos estar a facturar. Se, por outro lado, representa uma start-up (nova empresa), tem de começar desde o primeiro dia a utilizar formas de reter cada um dos seus novos clientes, normal- mente ganhos a muito custo. Nestes dois tipos de empresas devem existir sistemáticas de inovação que permitam crescer com competitividade e criação de valor no mercado global. Quando bem aplicadas, as plataformas de fidelização de clientes trazem às organizações maior rentabilidade por cliente, mais clientes e clien- tes mais frequentes. A fidelização de clientes teve origem nos Estados Unidos da América e propagou-se rapida- mente pela Europa. A American Airlines iniciou em 1981 o pri- meiro programa de fidelização para clientes frequentes. O pro- grama de fidelização permitia re- conhecer e recompensar os me- lhores clientes, atribuindo-lhes num cartão as milhas percorridas. Com base nas receitas que gera- vam para a empresa de aviação, os clientes beneficiavam de des- contos nos bilhetes, entre outras vantagens. Os programas de fi- delização disseminaram-se ra- pidamente por todos os segmen- tos de mercado, desde a hotela- ria à restauração, passando pela banca, operadores de telecomu- nicações, venda de combustível, pequeno e grande retalho, alu- guer de automóveis, ou mesmo a educação. A utilização de pro- gramas de retenção de clientes tornou-se uma obrigatoriedade comercial, sendo que muitas empresas só o entenderam de- pois de perderem grande parte dos seus clientes para a concor- rência que primeiro adoptou es- ses sistemas. Quando bem aplicadas, as plataformas de fidelização de clientes trazem às organizações maior rentabilidade “A educação é o grande mo- tor do desenvolvimento pes- soal. É através dela que a filha de um camponês se torna médi- ca, que o filho de um mineiro pode chegar a chefe de mina, que um filho de trabalhadores rurais pode chegar a presidente de uma grande nação”. As palavras que dão início a es- te texto foram proferidas por al- guém cujos pais eram analfabe- tos e que, de facto, contra todas as probabilidades, chegou a presi- dente de uma nação. Essa nação chama-se África do Sul. Quanto ao “dono” das palavras, poder- se-á dizer que se confunde com a própria história do país e dá pelo nome de Nelson Mandela. Dito isto, o que é que este país e a ilustre personalidade têm em comum com a instituição presente no título deste texto? É muito simples, a UNISA é não só a maior universidade da África do Sul, como também de todo o continente africano. Quanto a Nelson Mandela, tal como já tivemos oportunidade de referir num outro artigo pre- sente nesta coluna, foi através desta instituição que, durante os seus tempos de prisão, na im- possibilidade de libertar o cor- po, conseguiu libertar a mente, ampliar conhecimentos e enri- quecer o seu currículo académi- co através da realização de um curso por correspondência. Fazendo eco de um dos poe- mas favoritos de Mandela (“In- victus”, de William Henley), terá sido com o forte contributo da educação, que procurou receber e ampliar ao longo de toda a sua vida, educação essa que teve também a chancela da UNISA, que o carismático líder pôde afir- mar com propriedade: “Sou o mestre do meu destino. Sou o ca- pitão da minha alma”. PAG. 24 PAG. 21 No jogo da hegemonia regional na áreas das tecnologias da informação, a Ásia está a ganhar rapidamente predominância face à América do Norte e à Europa.

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Page 1: UNIVERSIDADE ANTEVER O FUTURO Evolução do mercado …imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/file5126429ae7932JA_20.11.2012.pdfO mercado continua a consoli-dar-se em torno dos sistemas ope-rativos

PLATAFORMAS DE FIDELIZAÇÃO

ANTEVER O FUTURO

Evolução do mercado das tecnologiasUNIVERSIDADE

TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012 | N.º 35

PAG. 23

Mais clientes e maior rentabilidade

Educaçãoà distânciaem África

Prever o futuro é sempre uma ta-refa difícil, mas necessária paraquem tem que tomar decisões. Porisso damos continuidade esta se-mana a algumas previsões para ospróximos anos na área das tecno-logias de informação (TI). As previsões que apresentamos

são dos analistas da Gartner e têmcomo enfoque os riscos económi-cos, as oportunidades e as inova-ções que irão determinar a próxi-ma geração de soluções.No entanto, Daryl Plummer, da

Gartner, alerta para a turbulênciada economia e para a incertezacrescente relativamente ao futuroda tecnologia. De acordo com este analista, à

medida que o mundo das TI vaievoluindo, é necessário lidar comum leque mais alargado de te-cno-logias e com maiores dificuldadesde controlo das mesmas nos am-bientes organizacionais.

Previsão 1. Até 2015 cerca de90 por cento das empresas não de-verão implementar o Windows 8em grande escala. O Windows 8 éa tentativa da Microsoft para dis-ponibilizar uma interface táctil noseu sistema operativo, de modo apoder manter-se concorrencial emmercados que estão a registar umgrande crescimento (como os ta-blets e os smartphones), domina-dos pelos sistemas operativos daApple (iOS) e da Google (An-droid). A Microsoft foi obrigadapelo mercado a modernizar a suaoferta nesta área e vai querer que

as organizações migrem para o no-vo Windows e a nova interface omais rapidamente possível. No entanto, a maior parte das or-

ganizações e os seus fornecedoresde TI ainda não estão preparadospara essa mudança, segundo osanalistas da Gartner, pelo que pre-

vêem que as empresas quererãoesperar até que o novo sistemaoperativo atinja uma maior estabi-lidade antes de o implementaremem larga escala. O mercado preci-sa de algum tempo para responderàs mudanças.

Previsão 2. Em finais de 2014

três dos cinco maiores fornecedo-res de equipamentos móveis serãochineses. O sucesso dos telefonesmóveis nos mercados emergentesestá a provocar uma espécie de“render da guarda” no que se refe-re aos grandes fornecedores deequipamentos móveis. A abertura do Android está a

criar novos mercados para os for-necedores OEM que antes não ti-nham a experiência nem as capaci-dades de engenharia necessáriasem termos de software. O mercado continua a consoli-

dar-se em torno dos sistemas ope-rativos Android e iOS, e uma vezque a maior parte dos fornecedoresadoptaram o Andoid, a diferencia-ção torna-se cada vez mais difícil. O resultado são maiores dificul-

dades para os fornecedores tradi-cionais de telefones móveis, umavez que não conseguem concorrerde igual para igual com a Apple e aSamsung nos equipamentos de to-po de gama deste mercado. Por outro lado, têm dificuldade

em diferenciar-se de novos forne-cedores que estão a apostar nosequipamentos de baixo de gama,como a Huawei e a ZTE, e que uti-lizam a mesma plataforma An-droid nos seus modelos. Os fornecedores chineses têm as-

sim a oportunidade de melhoraremainda mais a sua posição no merca-do doméstico (chinês) em termosde modelos de baixo de gama, bemcomo expandir a sua presença nou-tras regiões do globo.

Se pretende fazer com que omercado esteja a favor do seu ne-gócio, então este artigo é para si.Se representa uma empresa in-cumbente, sabe que não se podesentar confortavelmente sobre osbons resultados. A questão que secoloca não é tanto quanto esta-mos hoje a facturar, mas antesquanto mais poderíamos estar afacturar.Se, por outro lado, representa

uma start-up (nova empresa), temde começar desde o primeiro diaa utilizar formas de reter cada umdos seus novos clientes, normal-mente ganhos a muito custo.

Nestes dois tipos de empresasdevem existir sistemáticas deinovação que permitam crescercom competitividade e criação de

valor no mercado global. Quandobem aplicadas, as plataformas defidelização de clientes trazem àsorganizações maior rentabilidadepor cliente, mais clientes e clien-tes mais frequentes.A fidelização de clientes teve

origem nos Estados Unidos daAmérica e propagou-se rapida-mente pela Europa. A AmericanAirlines iniciou em 1981 o pri-meiro programa de fidelizaçãopara clientes frequentes. O pro-grama de fidelização permitia re-conhecer e recompensar os me-lhores clientes, atribuindo-lhesnum cartão as milhas percorridas.

Com base nas receitas que gera-vam para a empresa de aviação,os clientes beneficiavam de des-contos nos bilhetes, entre outrasvantagens. Os programas de fi-delização disseminaram-se ra-pidamente por todos os segmen-tos de mercado, desde a hotela-ria à restauração, passando pelabanca, operadores de telecomu-nicações, venda de combustível,pequeno e grande retalho, alu-guer de automóveis, ou mesmoa educação. A utilização de pro-gramas de retenção de clientestornou-se uma obrigatoriedadecomercial, sendo que muitasempresas só o entenderam de-pois de perderem grande partedos seus clientes para a concor-rência que primeiro adoptou es-ses sistemas.

Quando bem aplicadas, as plataformasde fidelização de clientes trazem às organizações maior rentabilidade

“A educação é o grande mo-tor do desenvolvimento pes-soal. É através dela que a filhade um camponês se torna médi-ca, que o filho de um mineiropode chegar a chefe de mina,que um filho de trabalhadoresrurais pode chegar a presidentede uma grande nação”. As palavras que dão início a es-

te texto foram proferidas por al-guém cujos pais eram analfabe-tos e que, de facto, contra todas asprobabilidades, chegou a presi-dente de uma nação. Essa naçãochama-se África do Sul. Quantoao “dono” das palavras, poder-se-á dizer que se confunde com aprópria história do país e dá pelonome de Nelson Mandela.

Dito isto, o que é que este paíse a ilustre personalidade têmem comum com a instituiçãopresente no título deste texto? Émuito simples, a UNISA é nãosó a maior universidade daÁfrica do Sul, como também detodo o continente africano. Quanto a Nelson Mandela, tal

como já tivemos oportunidadede referir num outro artigo pre-sente nesta coluna, foi atravésdesta instituição que, durante osseus tempos de prisão, na im-possibilidade de libertar o cor-po, conseguiu libertar a mente,ampliar conhecimentos e enri-quecer o seu currículo académi-co através da realização de umcurso por correspondência.Fazendo eco de um dos poe-

mas favoritos de Mandela (“In-victus”, de William Henley), terásido com o forte contributo daeducação, que procurou recebere ampliar ao longo de toda a suavida, educação essa que tevetambém a chancela da UNISA,que o carismático líder pôde afir-mar com propriedade: “Sou omestre do meu destino. Sou o ca-pitão da minha alma”. PAG. 24

PAG. 21

No jogo da hegemonia regional na áreas das tecnologias da informação, a Ásia está aganhar rapidamente predominância face à América do Norte e à Europa.

Page 2: UNIVERSIDADE ANTEVER O FUTURO Evolução do mercado …imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/file5126429ae7932JA_20.11.2012.pdfO mercado continua a consoli-dar-se em torno dos sistemas ope-rativos

22|TECNOLOGIA & GESTÃO JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira 20 de Novembro de 2012

Previsão 3. Em 2015 a procurana área do big data será responsá-vel pela criação de 4,4 mil milhõesde postos de trabalho em todo omundo, mas só haverá profissio-nais qualificados para preencherum terço desses postos de trabalho.A procura na área do big data está acrescer e as empresas terão que rea-valiar as suas competências e qua-lificações para responderem a estaoportunidade. Os postos de traba-lho que forem preenchidos comprofissionais devidamente qualifi-cados resultarão em vantagensreais para as organizações, tantoem termos financeiros, como emtermos concorrenciais. O desafioinerente ao preenchimento destespostos de trabalho tem a ver com anecessidade de pessoas que tenhamnovas competências, nomeada-mente em gestão de dados, análise(para a extracção de valor do bigdata) e negócio, bem como outrascompetências não tradicionais, co-mo artistas e designers para a vi-sualização de dados.

Previsão 4. Em 2014 as directi-vas da União Europeia promove-rão a criação de legislação paraproteger postos de trabalho locais,reduzindo o recurso a serviços ex-ternos em cerca de 20 por cento até2016. A actual crise financeira daUnião Europeia tem-se traduzidonuma tendência de aumento do de-semprego nos países que a com-põem. Como existem poucas ex-pectativas de recuperação a curtoprazo, a Gartner prevê que a UniãoEuropeia venha a introduzir direc-tivas antes do final de 2014 queprotejam postos de trabalho locais.O impacto desta legislação prote-cionista será uma clara redução de20 por cento no recurso a serviçosexternos até 2016. Evidentemente,isto não significará o abandono dosmodelos globais de fornecimentode serviços, mas irá provocar umamudança na localização da força detrabalho desses modelos globais defornecimento de serviços. Deverãosurgir assim novas oportunidadespara as empresas investirem nas re-giões da Europa onde os custos dotrabalho sejam menores.

Previsão 5.Em 2014 os serviçosde TI contratados pela maior partedos países ocidentais serão forneci-dos por empresas sediadas na Ásia.São cada vez mais as empresas deTI asiáticas (particularmente daChina e da Índia) a conseguir cres-cimentos anuais de dois dígitos. AGartner prevê que essas empresasaumentem substancialmente a suapresença geográfica nos próximosanos através de investimentos si-gnificativos nos principais merca-dos ocidentais até 2015. Essas em-presas passarão a ser responsáveispela maior parte das contrataçõesde profissionais de TI, de modo agarantirem o seu crescimento en-quanto as empresas ocidentais suasconcorrentes ainda estiverem a de-

bater-se com o impacto da criseeconómica. A disparidade entre aspráticas de contratação das empre-sas ocidentais e asiáticas será exa-cerbada pelo aumento da utilizaçãode soluções de TI industrializadas,o que reduzirá ainda mais as neces-sidades de pessoal das empresasocidentais.

Previsão 6. Em 2017 cerca de 40por cento da informação de contactodas empresas estará publicada noFacebook, dado o aumento de utili-zação das aplicações de colaboraçãopor parte dos empregados através douso de equipamentos móveis.O Facebook é uma das cinco

principais aplicações instaladas emsmartphones e tablets. Ao mesmotempo, muitas organizações estão aser pressionadas para permitirem ainterligação com o Facebook e ou-tros produtos similares, dado quepermitem aumentar significativa-mente as possibilidades de novoscontactos. Apesar de muitas orga-nizações terem preocupações legí-timas sobre a coexistência física deaplicações empresariais e de con-sumidor em equipamentos que in-teragem com a sua infra-estruturade TI, a verdade é que não se temdiscutido o suficiente sobre as te-

cnologias subjacentes que permi-tem a transferência de informaçãoentre as aplicações controladas pe-las empresas e as aplicações orien-tadas para os consumidores parti-culares. Estas interacções são difí-ceis de controlar e as tecnologiasque permitem esse controlo sãoainda mais difíceis de construir,implementar e gerir.

Previsão 7.Até 2014 os equipa-mentos comprados e utilizados pe-los empregados das empresas serãoo alvo preferencial da ameaça demalware. Os programas informáti-cos mal intencionados (ou malware)irão privilegiar os equipamentoscomprados e utilizados pelos parti-culares, mais do que os equipamen-tos das empresas. O pior é que as re-des empresariais passarão a ser maisou menos como as redes escolares euniversitárias dos nossos dias, quesão os ambientes originais da práti-ca do “traga o seu próprio equipa-mento para utilizar”, que começa apropagar-se também às empresas.Uma vez que as instituições escola-res não têm qualquer controlo sobreos equipamentos dos estudantes,procuram proteger as suas redes,implementando políticas que regu-lam o acesso às mesmas. A Gartner

acredita que as empresas irão adop-tar abordagens semelhantes, blo-queando ou restringindo o acesso aequipamentos que não sejam con-formes às políticas empresariais im-plementadas. As empresas queadoptarem iniciativas do tipo “tragao seu próprio equipamento” deve-rão instituir políticas claras que defi-nam quais os equipamentos dos em-pregados que poderão ser utilizadosna empresa e quais os que estãoproibidos. Na era do “traga o seupróprio equipamento” os profissio-nais de segurança terão que monito-rizar constantemente as situações devulnerabilidades e os incidentes desegurança que envolvam equipa-mentos móveis, bem como respon-der de forma adequada com actuali-zações das políticas de utilização.

Previsão 8. Até 2014 os gastoscom software resultantes da proli-feração de tecnologias operacionaisinteligentes irão aumentar 25 porcento. Os equipamentos ou objec-tos operacionais que até agora po-diam ser considerados “estúpidos”,como as máquinas de venda ao pú-blico, os equipamentos médicos, ouos parquímetros de estacionamen-to, começam a incluir software esensores que permitem a sua liga-ção à Internet para criarem e rece-berem fluxos de dados. Esta comu-nicação de máquina para máquinatem o potencial de originar novoscustos significativos de softwarepor quatro razões: (1) devido àquantidade de software incluídonum grande número de equipamen-tos operacionais; (2) devido ao fac-to dos tradicionais fornecedores desoftware poderem começar a cobrartaxas de licença quando os equipa-mentos interagem com as suas apli-cações, ainda que indirectamente;(3) porque os fornecedores de tec-nologia operacional estão a desen-volver plataformas de tipo TI e a ba-searem as suas vendas, não emhardware, mas em anuidades desoftware; (4) porque as pessoas quecompram este tipo de tecnologiapodem não ter qualquer experiênciana compra de software, podendoassim cometer erros (que custarãocaro) quando assinam acordos de li-cenciamento.

Previsão 9. Em 2015 cerca de 40por cento das organizações da listaGlobal 1000 irão utilizar as técnicastípicas dos jogos (gamificação) co-mo principal mecanismo paratransformarem as suas operaçõesde negócio. Segundo a Gartner, 70por cento dos esforços de transfor-mação do negócio fracassam devi-do á falta de envolvimento. As té-cnicas utilizadas nos jogos procu-ram reforçar o envolvimento, atransparência do trabalho e a interli-gação das acções dos intervenientespara a obtenção de melhores resul-tados. As empresas utilizam o feed-back, a medição e os incentivos –que são as mesmas técnicas utiliza-das pelos criadores dos jogos para

manterem os jogadores interessa-dos – para conseguirem o envolvi-mento necessário na transformaçãodas operações de negócio. São vá-rios os sectores que já estão a adop-tar as técnicas dos jogos, pelo que aGartner prevê que o mercado mun-dial daquilo a que chama “gamifi-cation” venha a crescer exponen-cialmente – de 242 milhões de dóla-res americanos em 2012 para 2,8mil milhões em 2016. Neste cená-rio de crescimento, a gamificaçãoempresarial irá eclipsar a gamifica-ção de grande consumo já em 2013.

Previsão 10.Em 2016 a electró-nica que se pode vestir (em sapatos,roupa e acessórios) irá emergir co-mo uma indústria de 10 mil milhõesde dólares americanos. Nos próxi-mos quatro anos, a maior parte dasreceitas provenientes da electrónicainteligente que se pode vestir teráorigem no calçado atlético e de fit-ness, nos equipamentos de comuni-cação para utilizar na orelha e nosdispositivos de administração auto-mática de insulina a diabéticos. Aelectrónica inteligente vestível vemfrequentemente com aplicações deanálise de dados, ou com serviçosque fornecem informação útil aquem a veste (utilizador). Essasaplicações e serviços criarão novovalor para o cliente, especialmentequando combinados com preferên-cias pessoais, localização, biossen-sores e informação social. Nas em-presas, estas tecnologias poderãocomeçar a ser avaliadas para utili-zar os equipamentos vestíveis co-mo forma de melhorar a produtivi-dade dos funcionários, ou acompa-nhar as movimentações dos acti-vos. A electrónica vestível tambémfornecerá informação mais detalha-da para os retalhistas poderemorientar melhor a sua publicidadee/ou promoções.

Previsão 11.Até 2014 a consoli-dação do mercado irá alterar até 20por cento das posições actuais ocu-padas pelos 100 maiores fornece-dores de TI. A conjugação de váriasforças de mercado, como a compu-tação em nuvem, big data, mobili-dade e redes sociais, conjuntamentecom a continuação da incertezaeconómica global, irá acelerar arestruturação do mercado dos servi-ços de TI, que representa quase umbilião de dólares americanos. Em2015, os serviços de computaçãoem nuvem de baixo custo irão cani-balizar até 15 por cento das receitasdos maiores fornecedores de servi-ços de outsourcing. Paralelamente,mais de 20 por cento dos grandesfornecedores de serviços de out-sourcing de TI que não investirem osuficiente em serviços de industria-lização e de valor acrescentado de-saparecerão, através de fusões entreempresas ou de aquisições. Isto irálimitar ou colocar em risco a abor-dagem típica dos fornecedores deserviços de TI em termos de locali-zação geográfica para a conduçãodas suas operações, dando origem aopções locais de baixo custo ou fa-cilitando abordagens globais nacontratação de recursos humanos.As empresas terão que reavaliar osfornecedores e os tipos de fornece-dores de serviços de TI, dando es-pecial ênfase aos fornecedores comcapacidades de computação em nu-vem e que suportem estratégias deinformação, móveis e sociais.

O sucesso dos telefones móveis nos mercados emergentes está a provocar uma espécie de“render da guarda” no que se refere aos grandes fornecedores de equipamentos móveis.

Previsões para a evolução do mercado das novas tecnologias de informação

ANTEVER O FUTURO

Em 2016 a electrónica que se pode vestir irá emergir como uma indústria de 10 mil mi-lhões de dólares americanos.

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Mais clientes e maior rentabilidadePLATAFORMAS DE FIDELIZAÇÃO

JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira 20 de Novembro de 2012 TECNOLOGIA & GESTÃO|23

NUNO MARTINS E CARLOS GROSSO

A adesão aos sistemas de fideli-zação por parte das empresas tor-nou-se ainda mais rápida quandose contabilizou que, em média, ga-nhar um novo cliente custa a umaempresa dez vezes mais do que re-ter os seus actuais clientes.

Estratégias das empresas

A estratégia das empresas podesubdividir-se essencialmente emtrês formas de actuação. A primei-ra consiste na aposta em preçosbaixos e, consequentemente, noarmazenamento de grandes quan-tidades de produtos. A segundatraduz-se na aposta num melhorserviço aos clientes e na oferta dagama de produtos do seu interessee preferência. A terceira estratégiaaposta em reconhecer os melhoresclientes e em melhorar o marke-ting. Evidentemente que existemorganizações que adoptam maisdo que uma destas estratégias, ten-do em linha de conta a geografiaonde actuam e a própria cultura daorganização.Uma tendência cada vez maior

nos nossos dias tem a ver com osclientes mudarem frequentementeos seus hábitos de compra, esco-lhendo comprar na concorrência,com base na melhor oferta de des-contos nos produtos da sua prefe-rência. Neste caso, o reconheci-mento e compensação dos melho-res clientes, aliado à melhoria dasacções de marketing e à discrimi-nação de preços, ganham clara-mente relevância, com os empre-sários a conseguirem tirar partidodo melhor de três mundos:

• Uma estratégia que oferece dife-renciação de preços, sendo que ocliente menos sensível ao preçopaga o preço de venda ao público,enquanto o mais sensível torna-secliente frequente para usufruir demais descontos;• Uma estratégia que oferece catá-logos de benefícios dirigidos a ca-da segmento dos seus clientes,com a melhor oferta de acordocom as suas preferências e hábitosde consumo;• Uma estratégia que recompensa

os seus clientes frequentes, ofere-cendo mais benefícios aos clientesmais fieis e que consomem mais.De uma forma geral, as vanta-

gens decorrentes da utilização desistemas de fidelização passam pe-lo aumento assinalável dos seguin-tes indicadores: maior frequênciana compra, aumento do valor dacompra, maior mobilidade dosclientes para segmentos mais ele-vados, redução da sensibilidade aopreço, aumento da taxa de renova-ção de contratos, aumento do cus-to da mudança, e maior volume devendas.

Os clientes são o activo maisimportante

O activo mais importante das or-ganizações são os seus clientes.São estes que garantem a sustenta-bilidade do seu futuro, indepen-dentemente da sua dimensão, sec-tor de actividade ou antiguidade.Os clientes devem ser sempre co-locados no centro da estratégia co-mercial de qualquer organização,devendo a sua oferta ser cada vezmais adaptada e dimensionada àsnecessidades do cliente, atribuin-do-lhe benefícios por ser um clien-te fiel.O desafio de fidelizar os clientes

apresenta-se ainda mais estimu-lante quando constatamos que vi-vemos actualmente numa socieda-de cada vez mais informada, comos média, a Internet e as redes so-ciais a influenciarem as opções decompra dos potenciais clientes.Do mesmo modo, com a aberturados mercados e com o aumento daconcorrência em todos os sectoresde actividade, os clientes valori-zam quem melhor os conhece equem melhor responde às suas ne-cessidades de forma rápida e efi-

caz, em detrimento de quem trataos clientes de forma indiferencia-da.Desta forma estão lançadas as

bases para uma relação duradoura.Para que isto seja possível, as solu-ções de fidelização permitem for-necer às organizações as ferra-mentas necessárias para conhece-rem a sua comunidade de clientes,o seu contexto, hábitos, ambiçõese objectivos, de modo a adaptar aoferta à medida de cada cliente, le-vando-o a instituir hábitos de con-sumo que o levam a ambicionarser cada vez mais um melhor clien-te e tornar-se assim fidelizado.

Critérios para escolher umaplataforma de fidelização

Existem no mercado várias pla-taformas de fidelização dos clien-tes. No entanto, há novas tendên-cias que devemos ter em linha deconta quando estivermos a anali-sar estes produtos. Apresentamosa seguir os critérios que considera-mos serem determinantes para aescolha de uma plataforma de fi-delização dos clientes.•Emissão do cartão de fideliza-ção. Nos mercados com maturida-de em sistemas de fidelização, osclientes preferem cada vez maissistemas práticos, que não obri-gam à apresentação do cartão. Noentanto em Angola a solução aadoptar deve disponibilizar aemissão do cartão de fidelização.De preferência, os cartões deverãoser pré-impressos e distribuídospelas lojas, para uma adesão ime-diata dos clientes no momento daprimeira compra. • Segmentação de clientes. Osclientes podem ser agrupados emfunção dos seus hábitos de compra

e dos seus interesses e preferên-cias. A segmentação de clientes éimportante porque permite perso-nalizar a oferta e reduzir a hesita-ção na compra. A capacidade ana-lítica que advém da base de dadosdos seus clientes será um dos seusmaiores activos.• Conta corrente de pontos. Osseus clientes vão poder acumularpontos. É importante que o siste-ma faça o rastreamento transpa-rente dos vários movimentos quevão ocorrer. Para além do tradicio-nal crédito e débito de pontos, vaiquerer dar bónus, emprestar oumesmo vender pontos.• Expiração de pontos. Não vaiquerer que os pontos atribuídosaos seus clientes representem umaobrigação perpétua para a sua or-ganização. Os pontos com valida-de induzem a urgência de compra ereduzem o provisionamento dospontos.• Canais inovadores. O seu pro-grama de fidelização deve estar aoalcance dos seus clientes por todosos canais possíveis. Cada vez hámais soluções que interagem como SMS (serviço de mensagens cur-tas), ou mesmo com aplicações es-pecíficas para smartphones, emparticular para os modelos equipa-dos com os sistemas operativosAndroid e iOS. A integração comas principais redes sociais é incon-tornável para poder usufruir domarketing viral. Afinal, a melhorpublicidade é aquela que é feitapelos seus clientes.• Vouchers.Os vouchers são a me-lhor forma de integração com osseus parceiros, facilitando o cross-selling e o up-selling. Na comprade um produto numa loja podeemitir um voucher de desconto naloja do parceiro mais próximo quecomplementa a sua oferta.• Redes de fidelização. Mesmoque não seja o seu objectivo prin-cipal, mais tarde ou mais cedo vaiquerer poder interagir com os par-ceiros naturais do seu negócio paradisponibilizar uma oferta maisabrangente aos seus clientes. Des-ta forma, torna-se possível levar asvendas cruzadas ao limite, permi-tindo que o cliente acumule pontosmuito rapidamente ao efectuarcompras em qualquer parceiro co-mercial da rede e trocá-los emqualquer loja aderente da rede defidelização. Desta forma pode-sebeneficiar com o facto de ser pio-neiro na criação de uma comuni-dade inovadora de difícil imitação.Este texto terá continuidade na

próxima semana, neste mesmocaderno, onde apresentaremos al-gumas das principais vantagensque os sistemas de fidelizaçãoproporcionam a vários sectoresconcretos de mercado, nomeada-mente em supermercados, hotela-ria e restauração, aluguer de auto-móveis, média, gasolineiras, ser-viços financeiros, operadores detelecomunicações, educação eclubes desportivos.

O activo mais importante das organizações são os seus clientes. São estes que garantem a sustentabilidade do seu futuro, indepen-dentemente da sua dimensão, sector de actividade ou antiguidade.

As soluções de fidelização permitem fornecer às organizações as ferramentas necessá-rias para conhecerem a sua comunidade de clientes, o seu contexto, hábitos, ambições eobjectivos, de modo a adaptar a oferta à medida de cada cliente.

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UNIVERSIDADE DIGITAL

24|TECNOLOGIA & GESTÃO JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira, 20 de Novembro de 2012

RODRIGO CHAMBEL

Mas agora é tempo de deixar-mos as histórias particulares dosalunos, por mais ilustres que se-jam, e de nos focarmos na institui-ção propriamente dita. Para alémda sua grandeza, em parte expli-cada pelo facto de contar com cer-ca de 350 mil alunos matricula-dos, qual é a particularidade dis-tintiva que a caracteriza e que aquipretendemos ver destacada? Aresposta surge sem mais delon-gas: a UNISA dedica-se na ínte-gra ao ensino à distância.Fundada em 1873, então com o

nome de University of the Cape ofGood Hope (Universidade do Ca-bo da Boa Esperança), a institui-ção tornou-se na primeira univer-sidade pública a nível mundial aensinar de forma exclusiva atra-vés deste modelo de ensino, corriao ano longínquo de 1946. Atravésdo modelo preconizado pela UNI-SA, embora separado fisicamenteda universidade, o aluno estudaem casa, ou em qualquer outro lu-gar da sua preferência, na alturaque lhe for mais conveniente.Não existem aulas da forma co-

mo habitualmente as entendemos,ou horários inflexíveis a cumprir,e é necessário que o estudante fa-ça a gestão do seu próprio estudo,o que requer uma boa dose de au-todisciplina e de aprendizagemautodirigida. O estudante assumeassim o controlo sobre a sua pró-pria educação.Para o ajudar nessa tarefa,

quando se regista na instituiçãorecebe via online algo a que pode-remos chamar Guias de Estudo.Estes guias ajudá-lo-ão a dominaros vários materiais didácticos, adirecionar os seus estudos e a esti-mular o processo de aprendiza-gem, e deverão ser utilizados emconjugação com livros recomen-dados que irão dar mais substân-cia às matérias em análise.Outros meios de suporte, tais

como CDs ou DVDs, são utiliza-dos em alguns módulos. Não sepense, no entanto, que o aluno é

deixado ao abandono em todo es-te processo. Essa é uma ideia quenão poderia estar mais longe daverdade. Entre outras formas deinteracção, este irá receber váriostutoriais enviados pelos professo-res, que deverão ser arquivadospara que os possa consultar quan-do sentir necessidade. Os tutoriaisfornecem informações preciosasao aluno, tais como detalhes sobreos módulos em que está matricu-lado (por exemplo, tópicos sobretrabalhos a serem realizados e da-tas para a apresentação dos mes-mos), detalhes de contacto dosprofessores, títulos dos livrosaconselhados para apoiar o estu-do, informação sobre sessões dediscussão, e detalhes relativos aexames.Durante o seu percurso acadé-

mico, o aluno terá também de pro-duzir diversos trabalhos, que lhe

servirão de base de preparação pa-ra os exames que terá de fazer. Pa-ra que tenha um desempenho efi-caz nesses trabalhos ou tarefas, éfundamental que consulte o seuGuia de Estudo, adquira os textosque lhe são aconselhados e con-sulte os livros recomendados queestão disponíveis na biblioteca daUNISA. O acesso à biblioteca eaos livros pode ser realizado deforma online, ou de forma física.Estamos assim em presença de

uma universidade que está adap-tada às exigências educativas doséculo XXI e que tem como um

dos seus principais objectivos“aproveitar o potencial emergentedas tecnologias de informação ecomunicação para catapultar auniversidade em direcção a umfuturo verdadeiramente digital”.Para além disso, de um ponto de

vista de intervenção social, atra-vés do seu website oficial, a insti-tuição regozija-se pelo facto de,ao longo dos anos, ter sido talvez aúnica universidade da África doSul a dar a todas as pessoas acessoà educação, independentementeda sua raça, cor ou credo. O seupassado está espelhado numa his-

tória rica que conta com uma im-pressionante lista de ex-alunos,alguns dos quais podem ser en-contrados nas mais altas esferasda sociedade em todo o mundo.Sendo uma instituição com raízesprofundas no continente africano,a UNISA reivindica para si o esta-tuto de “universidade africana aoserviço da humanidade”. Embora a área central desta ins-

tituição seja o ensino, com umaoferta combinada de cursos direc-cionados para o mercado de traba-lho e outros programas académi-cos formativos mais ligados à uni-versidade tradicional, a UNISAnão descura outras duas áreas aque também dá grande importân-cia: a investigação e o envolvi-mento com a comunidade. Qual-quer universidade digna desse no-me deve pugnar por estabelecer efortalecer os laços que a ligam àcomunidade, uma vez que, em úl-tima análise, a primeira existe pa-ra servir a segunda.Com esta apresentação sintética

e, em particular, com o exemploque temos vindo a descrever, pre-tendemos contribuir com maisuma pequena pedra para o edifícioda desmistificação da ideia de edu-cação à distância. Este modelo de-verá ser visto como é na realidade:um processo bem estruturado queabre milhares de novas possibili-dades aos alunos que o experimen-tam e aos países que o acolhem.No seguimento desta ideia, são

instituições como a UNISA, au-tênticas bandeiras em prol da de-mocratização da educação, quecolocam África mais perto dosseus objectivos de desenvolvi-mento económico e de consolida-ção de vantagens competitivas. Este tipo de universidades ade-

quam-se às reais necessidades dosalunos em particular e da socieda-de em geral, e permitem resolvervários problemas inerentes ao de-safio que representa educar no sé-culo XXI. Através delas é possí-vel contornar as limitações a nívelde instalações físicas, o númerode alunos por curso deixa de serum problema, e a escassez de pro-fessores deixa de representar umaespécie de areia na engrenagemdo sistema educativo das nações.Sabendo que educação é sinóni-

mo de desenvolvimento, é muitofácil perceber que cidadãos muni-dos de uma educação bem conso-lidada e competente são o motorevolutivo de qualquer país. A educação à distância, longe

de distanciar e de cavar fossos en-tre alunos e professores, apresen-ta-se como uma forma de aproxi-mar os jovens africanos de um fu-turo que verdadeiramente mere-cem e que se vislumbra vibrante. Em jeito de conclusão, fica o

repto: que em África despontemmais instituições deste tipo, quepermitam ao grande continentelançar as sementes do progresso edo desenvolvimento sustentável.Quem semeia a educação dosseus, colhe o futuro da nação.

Que em África despontem mais instituições que permitam ao grande continente lançar as sementesdo progresso e do desenvolvimento sustentável.

Um painel publicitário da UNISA no qual pode ler-se uma frase de um dos seus mais cé-lebres alunos, Nelson Mandela: “a educação é a arma mais poderosa que podemos usarpara mudar o mundo”. Fonte: http://farm3.static.flickr.com.

O futuro de África é risonho com a educação à distância. Fonte: http://www.ugasnet-work.com.

Educação à distância em África com a UNISA

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TECNOLOGIA & GESTÃO|25JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira, 20 de Novembro de 2012

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DADOS DE MERCADO

26|TECNOLOGIA & GESTÃO JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira 20 de Novembro de 2012

Vendas de PC caíram na região EMEAO mercado dos computadores

pessoais (PCs) na região EMEA(Europa, Médio Oriente e África)continuou em baixa no terceiro tri-mestre de 2012, com as vendas acaírem 7,7 por cento relativamenteao terceiro trimestre de 2011, se-gundo dados da IDC. Esta quebra já era expectável,

dado que os fabricantes de PCs es-tiveram a preparar a transição parao Windows 8, o novo sistema ope-rativo da Microsoft, que foi dispo-nibilizado em finais de Outubro.Recor-se que o sistema operativoWindows é quase monopolista nomercado dos PCs. Por sua vez,muitos compradores preferiramesperar pelo lançamento de novoscomputadores já com o Win 8.Quando segmentamos esta re-

gião, verificamos que o mercado dePCs da Europa Ocidental caiu deforma significativa relativamenteao mesmo trimestre de 2011 (12,8por cento). No Médio Oriente eÁfrica as vendas de PCs tambémdiminíram, ainda que ligeiramente(1,9 por cento), no terceiro trimes-

tre de 2012 em comparação com osmesmos meses de 2011.No últimotrimestre deste ano veremos surgirbastantes novidades já com o siste-ma operativo Windows 8, mas nemos atractivos notebooks ultrafinosconseguirão impedir que muitosconsumidores ponderem a comprade outros equipamentos (tablets esmartphones).

Principais fornecedores

A HP (Hewlett Packard) mante-ve a liderança entre os fabricantesde PCs que mais venderam na re-gião EMEA, mas no quadro pode-mos ver que, entre os cinco maio-res fornecedores de PCs, foi o queregistou maior quebra nas vendasquando comparamos os terceiros

trimestres de 2012 e de 2011 (16por cento). A Acer aparece na se-gunda posição e a Lenovo na ter-ceira, mas esta última foi a únicaque registou crescimento (e umgrande crescimento) das vendas naregião EMEA durante o trimestreem análise comparativamente aigual período de 2011 (26,5 porcento). A Lenovo conseguiu au-

mentar as suas vendas em todas assub-regiões da região EMEA. Osquarto e quinto lugares da tabelados cinco maiores fornecedores dePCs são ocupados respectivamen-te pela Asus e pela Dell.Para além destes cinco fabricantes

apresentados no quadro, podemosreferir que a Samsung ocupa a sextaposição, registando um fraco desem-penho na Europa Ocidental, mas umcrescimento das vendas no resto daregião, incluindo o Médio Oriente eÁfrica. O sétimo lugar é ocupado pe-la Toshiba, enquanto as restantes po-sições do top 10 são ocupadas pelaApple, Fujitsu e Sony.

Cinco maiores fornecedores de PCs na região EMEA durante o terceiro trimestre de 2012. As vandas de PCs incluem desktops e note-books de marca. Estão excluídas destes números as vendas de servidores x86, bem como as vendas OEM (Original Equipment Manu-facturer). Fonte: IDC EMEA Quarterly PC Tracker, resultados preliminaries, Outubro de 2012.

Os gastos mundiais em TI (te-cnologias de informação) deverãoultrapassar 3,7 biliões de dólaresamericanos em 2013, representan-do um aumento de 3,8 por centorelativamente a este ano (2012).Mas é o sector do big data que estáa criar grande entusiasmo, segun-do a Gartner. Peter Sondergaard,da Gartner, prevê que até 2015 se-jam criados 4,4 milhões de postosde trabalho na área do big data.Mas como por cada um dessespostos de trabalho serão criadosoutros postos de trabalho relacio-nados fora das TI, espera-se que opotencial de emprego do big dataseja aproximadamente o triplo dovalor avançado de 4,4 milhões.O mesmo analista adverte, no

entanto, para um problema. Nãoexistem pessoas suficientes nomercado com competências ade-quadas para preencherem as novasoportunidades de trabalho. Os sis-temas de educação privados e pú-blicos não estão a formar pessoascom as competências necessárias.Consequentemente, apenas umterço desses postos de trabalho se-rá preenchido. Os especialistas emdados serão um bem escasso e va-lioso. Consequentemente, na opi-nião de Peter Sondergaard, as em-presas terão que se preocupar ime-diatamente com a forma como irãocriar e atrair as competências ne-cessárias.Estas competências e profissio-

nais serão necessários para o cres-cimento do negócio e, segundo Pe-ter Sondergaard, são mesmo o fu-turo da nova economia da informa-ção. O que está na base desta mu-dança de cenário é a conjugação deforças formada pela confluência eintegração da computação em nu-

vem, colaboração social, tecnolo-gia móvel e informação.A mudança está a processar-se a

passo acelerado, com as actuais ar-quitecturas de TI a tornarem-se ra-pidamente obsoletas. As empresastêm que avançar para essa mudan-ça, livrando-se selectivamente dossistemas de baixo impacto e alte-rando a estrutura de custos das TI.Os desafios da nova era da compu-tação a isso obrigam, segundo Pe-ter Sondergaard.

Pilares da nova era da computação

Computação em nuvem. Acomputação em nuvem é a loco-motiva das outras três forças: atecnologia móvel é a computaçãoem nuvem pessoal, as redes sociaissó são possíveis através da compu-tação em nuvem, e o big data é aaplicação de referência da compu-tação em nuvem. A computaçãoem nuvem representará os alicer-ces. Na opinião de Peter Sonder-gaard, a computação em nuvemnão significa apenas redução decustos e o seu objectivo final nãose resume a serviços baratos a pe-dido. Na realidade, 90 por centodesses serviços continuam a ba-sear-se na subscrição e não no pa-gamento em função da utilização.Estamos a começar a compreenderos benefícios da computação emnuvem em termos de custos, masas organizações que adoptam acomputação em nuvem tambémsão atraídas pelas novas capacida-des que não conseguem actual-mente. Vem trazer novas aborda-gens ao desenho de aplicações efornecer mais flexibilidade atravésda arquitectura das falhas como

um conceito do desenho. A com-putação em nuvem também nosensina sobre serviços e níveis deserviço, bem como sobre o con-traste entre aquilo que as empresasquerem e os velhos métodos das TIpara lá chegar.

Tecnologia móvel.Em 2016 se-rão adquiridos mais de 1,6 mil mi-lhões de equipamentos móveis in-teligentes em todo o mundo. Doisterços das forças de trabalho mó-veis terão um smartphone e 40 por

cento da força de trabalho será mó-vel. O desafio para os responsáveisde TI é determinar o que fazer comeste novo canal para os clientes eempregados. A tecnologia móvel écomputação na altura certa, emqualquer momento. É o ponto deentrada para todas as aplicações,

disponibilizando experiências per-sonalizadas e contextuais, segun-do Peter Sondergaard. Isto signifi-ca que o marketing fica com maistempo para os clientes, que os em-pregados se tornam mais produti-vos e que os fluxos de processossão reduzidos de forma significati-va. Em menos de dois anos osiPads tornar-se-ão comuns nasempresas, dado que muitas delas jáestão a fazer encomendas de deze-nas de milhar destes equipamen-tos. A produtividade está na basedessa adopção em massa. Daqui adois anos 20 por cento das organi-zações de vendas utilizarão tabletscomo principal plataforma móvelpara a sua força de vendas de cam-po. Consequentemente, em 2018cerca de 70 por cento dos trabalha-dores móveis utilizarão um tabletou um equipamento híbrido comcaracterísticas de tipo tablet. AGartner prevê que em 2016 meta-de de todos os equipamentos nãoPC sejam comprados pelos empre-gados. No final desta década, me-tade de todos os equipamentos uti-lizados nas empresas serão adqui-ridos pelos empregados.

Computação social.Nos próxi-mos três anos as redes sociais do-minantes deverão atingir o limitede crescimento. No entanto, acomputação social irá tornar-seainda mais importante. As empre-sas estão as estabelecer as redessociais como uma disciplina. Asprevisões da Gartner apontam paraque dentro de três anos cerca de 10por cento das organizações gastemindividualmente mais de mil mi-lhões de dólares americanos emredes sociais. De acordo com PeterSondergaard, a computação socialestá a passar do exterior das orga-

nizações para o próprio centro dasoperações de negócio. Está a alte-rar as bases da gestão, relativa-mente à forma como se estabelececonfiança e se motivam as pessoasa agir. A computação social irá fa-zer com que as organizações pas-sem das estruturas hierárquicas edas equipas definidas para comu-nidades que podem ultrapassarqualquer fronteira organizacional.

Big data. Esta expressão não éfacilmente traduzível, pelo que adeixamos em inglês. Mas o con-ceito geral é relativamente simplesde compreender. Os fluxos contí-nuos de informação, de fontes in-ternas e externas, fazem com queas empresas tenham actualmenteum conjunto infinito de novasoportunidades para transforma-rem a tomada de decisões, desco-brirem novos pontos de vista, opti-mizarem o negócio, ou inovarem.O big data vem criar uma nova ca-mada na economia e essa camadanão é mais do que informação,transformando a informação (ouos dados) em receita. Isto irá acele-rar o crescimento na economiaglobal e criar postos de trabalho.Peter Sondergaard afirma que obig data tem a ver com olhar maislonge, para além daquilo que todaa gente vê. É necessário com-preender a forma de lidar com da-dos híbridos (a combinação entredados estruturados e não estrutura-dos). É necessário iluminar os “da-dos escuros” (aqueles dados quesão recolhidos, mas que não sãoutilizados, apesar do seu valor). Asorganizações líderes do futuro irãodistinguir-se pela qualidade dosseus algoritmos predictivos. É esteo desafio e ao mesmo tempo aoportunidade.

Criados milhões de postos de trabalho na área do big data

É necessário iluminar os “dados escuros”(aqueles dados que são recolhidos, masque não são utilizados, apesar do seu va-lor). As organizações líderes do futuro irãodistinguir-se pela qualidade dos seus al-goritmos predictivos.

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TECNOLOGIA & GESTÃO|27JORNAL DE ANGOLA • Terça-feira 20 de Novembro de 2012

SISTEMAS OPERATIVOS MÓVEIS

Gastos com TI na região EMEA pode crescer no próximo anoOs gastos com TI (tecnologias

de informação) na região EMEA(Europa, Médio Oriente e África)deverão totalizar 1,154 biliões dedólares americanos em 2013, se-gundo as previsões da Gartner. Aconfirmar-se esse valor, represen-tará um crescimento de 1,4 porcento relativamente a este ano(2012), em que os gastos com TIdeverão ser de 1,138 biliões de dó-lares americanos.Apesar dos problemas económi-

cos na Europa, a Gartner identifi-cou algumas bolsas de crescimen-to das TI no Velho Continente, ma-terializadas sobretudo em equipa-mentos e software. O big data tam-bém irá alterar o cenário das TI,criando novos postos de trabalho.

Peter Sondergaard, da Gartner,considera que 2012 é um ano pes-simista para os gastos com TI naEuropa. As estimativas da Gartnerapontam para que os gastos comTI sofram este ano uma redução de3,6 por cento em toda a regiãoEMEA e de 5,9 por cento na Euro-pa Ocidental. No entanto, os gastos com TI na

região retomarão o crescimentoem 2013 e deverão continuar acrescer até 2016, altura em que de-verão atingir 1,247 biliões de dó-lares americanos.Ainda de acordo com Peter Son-

dergaard, o mercado dos equipa-mentos móveis é actualmente omotor de crescimento da indústriadas TI, com os tablets e os smart-

phones a ultrapassarem significa-tivamente a compra de PCs tradi-cionais.As previsões da Gartner apon-

tam para que os gastos com equi-pamentos móveis (PCs note-books, telefones móveis, ultramó-veis e tablets) na região EMEA re-presentem 136 mil milhões de dó-lares americanos em 2012 e queesse valor cresça para 188 mil mi-lhões de dólares americanos em2016.Na Europa Ocidental, tanto os

consumidores particulares, comoas empresas estão a adicionar ostablets ao seu portfólio de equipa-mentos móveis, provocando umaumento do mercado total de equi-pamentos móveis em oito por cen-

to em 2012. Isto contrasta com odeclínio de cinco por cento nomercado dos PCs móveis na Euro-pa Ocidental.Na Europa de Leste, Médio

Oriente e África, as vendas de te-lefones móveis irão dominar omercado, com a adopção dos ta-blets a crescer até 2016.Com as forças de trabalho a uti-

lizarem cada vez mais smartpho-nes ou tablets, assistiremos a umamudança na forma como os clien-tes compram software, acabandopor transformar o mercado. Osfornecedores tradicionais de soft-ware terão que rescrever as suasaplicações para estes ambientesbaseados em tablets. Ao mesmotempo, assistiremos a um grande

crescimentos dos gastos com soft-ware.Se considerarmos apenas os

gastos com software na regiãoEMEA, deverão registar um cres-cimento de 3,1 por cento em 2013.Em 2016 deverão representaraproximadamente 100 mil mi-lhões de dólares americanos.Nos próximos três anos, a região

EMEA, conjuntamente com aAmérica do Norte e o Japão, será aregião mais activa quanto à utili-zação do big data. Dos 4,4 milhõesde postos de trabalho que serãocriados em todo o mundo para su-portar o big data, 1,3 milhões se-rão criados na região EMEA, em-bora 1,2 milhões sejam criadosapenas na Europa Ocidental.

O sistema operativo Androidestá presente em três de cadaquatro smatphones vendidos du-rante o terceiro trimestre de2012. Segundo a InternationalData Corporation (IDC), as ven-das de smart-phones Android emtodo o mundo totalizaram 136milhões de unidades, represen-tando 75 por cento dos 181,1 mi-lhões de smartphones vendidosno trimestre. Estes valores repre-sentam um crescimento de 91,5por cento relativamente ao mes-mo trimestre do ano passado.Nas palavras de Ramon Lla-

mas, analista na IDC, o Androidtem sido um dos principais moto-res de crescimento do mercadodos smartphones desde o seu lan-çamento em 2008. Desde essa al-tura que o Andoid tem vindo aconquistar quota de mercado àconcorrência. Outro analista daIDC, Kevin Restivo, refere que odeclínio dos sistemas operativespara smart-phones, exceptuandoo iOS da Apple, desde o lança-mento do Android não é coinci-dência. A seu favor tem o facto dosistema operativo Android nãoser um produto isolado, mas an-tes um elemento crucial de umecossistema tecnológico maisalargado. A Google tem um port-fólio de produtos bem sucedido emultifacetado, algo que nãoacontece com a maior parte doseus concorrentes.

Sistemas operativos móveis

Android.Depois de ter atingi-do a marca das 100 milhões deunidades no último trimestre, oAndroid conseguiu um novo re-corde num único trimestre. Co-mo comparação, podemos dizerque o volume de vendas do An-droid no terceiro trimestre de2012 foi superior ao número totalde smartphones vendidos em to-do o ano de 2007. A Samsungvoltou a liderar a tabela dosmaiores fornecedores destesequipamentos, mas viu a suaquota de mercado diminuir devi-

do ao facto de muitos fornecedo-res mais pequenos terem aumen-tado a sua produção.

iOS. O sistema operativo daApple ocupa o segundo lugar, auma grande distância do An-droid, mas foi o único concorren-te a conseguir uma quota de mer-cado de dois dígitos no trimestreem análise.

BlackBerry.A quota de merca-do do BlackBerry continuou a di-minuir, caindo para apenas qua-tro por cento no final do terceirotrimestre de 2012. O lançamentodo BlackBerry 10 em 2013 fazcom que o mercado continue a terapenas como opção a velha plata-

forma BlackBerry 7, bem comovelhos equipamentos. Mesmo as-sim, a procura pelo BlackBerry epelo serviço BBM manteve-seforte em vários mercados chave,conseguindo mesmo que o núme-ro de subscritores continuasse aaumentar.

Symbian. Registou o maiordeclínio de todos os sistemasoperativos móveis quando com-paramos o terceiro trimestre de2012 com o mesmo período de2011. A Nokia continua a ser omaior fornecedor a suportar oSymbian, conjuntamente com osfornecedores japoneses Fujitsu,Sharp e Sony. No entanto, cadaum destes fabricantes está a pro-ceder à transição para outros sis-temas operativos, pelo que a IDCprevê que deixem de comerciali-zar smartphones Symbian em2013. Contudo, a base instaladade utilizadores deste sistemaoperativo irá continuar mesmodepois de ser vendido o últimosmartphone Symbian.

Windows Phone.Este sistemaoperativo da Microsoft assinalouo seu segundo aniversário com3,6 milhões de unidades vendi-das em todo o mundo, menos doque as unidades Symbian vendi-das. Apesar de contar com oapoio de vários líderes do merca-do dos smartphones, o WindowsPhone ainda não conseguiu cau-sar mossa na quota de mercadodo Android e do iOS. No entanto,isso poderá mudar no quarto tri-mestre de 2012, altura em quechegarão ao mercado váriossmartphones equipamentos como Windows Phone 8.

Linux.As vendas do Linux di-minuíram pelo terceiro trimestreconsecutivo, bem como relativa-mente ao terceiro trimestre de2011. A Samsung foi mais umavez responsável pela maior partedas vendas de smartphones Linux.No entanto, existem outros fabri-cantes que já anunciaram vir aadoptar o Linux no futuro para osseus smartphones, nomeadamentea Firefox, a Sailfish, ou a Tizen.

Quadro 1. Principais sistemas operativos móveis para smartphones em volume de vendas e em quota de mercado no terceiro trimestrede 2012. Dados preliminares. Unidades em milhões. Fonte: IDC Worldwide Mobile Phone Tracker, Novembro de 2012.

Quadro 2. Evolução das vendas de smaretphones Android e da sua quota de mercado entre 2008 e 2012. Unidades em milhões. Os da-dos de 2012 são preliminares. Fonte: IDC Worldwide Mobile Phone Tracker, Novembro de 2012.

Android lidera mercado dos smartphones

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