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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
PROGRAMA DE MESTRADO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
SABRINA PIACENTINI
DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL E MONITORIZAÇÃO DA DOENÇA
DIARREICA AGUDA EM MORADORES DE UMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – CAMPO GRANDE/MS
CAMPO GRANDE – MS
2012
SABRINA PIACENTINI
DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL E MONITORIZAÇÃO DA DOENÇA
DIARREICA AGUDA EM MORADORES DE UMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – CAMPO GRANDE/MS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em nível de Mestrado Acadêmico em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp de Campo Grande-MS para a obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Linha de Pesquisa: Sociedade Cultura e Natureza Orientação: Profª. Drª. Vânia Lúcia Brandão Nunes
CAMPO GRANDE – MS
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp
Piacentini, Sabrina.
Diagnóstico sócioambiental e monitorização da doença diarreica aguda em moradores de uma área de abrangência da estratégia de saúde da família – Campo Grande/MS. / Sabrina Piacentini. -- Campo Grande, 2012.
50f. Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera - Uniderp,
2012. “Orientação: Profa. Dra. Vânia Lúcia Brandão Nunes.”
1. Saúde 2. Meio ambiente3. Doenças de veiculação hídrica I.
Título.
CDD 21.ed. 613.1
P641d
Dedico aos meus queridos pais que sempre
acreditaram na plenitude da minha atividade acadêmica e
profissional. Em certas ocasiões já pude dizer o quanto é
maravilhoso saber que se preocupam com o meu futuro,
mas se pudesse deixar algum sentimento deixaria o da
gratidão. Foi através de vocês que aprendi a buscar em
meu interior a coragem para enfrentar os maiores
obstáculos da vida e descobri que são eles que
estimulam nossa capacidade de vencer. Quanto amor e
dedicação sabem oferecer...
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que tanto confio e ajuda-me a resolver o que sou incapaz de resolver
sozinha criando possibilidades para a realização dos meus sonhos.
Às Profas Drª. Vânia Lúcia Brandão Nunes e Drª Maria Elizabeth Cavalheiros Dorval
por orientar-me sem medir esforços.
Aos meus pais que sempre estiveram presentes ajudando-me a enfrentar qualquer
dificuldade durante esses quatro anos.
Ao meu noivo Cleber de Oliveira Neto pelo carinho e força... Sempre
compreendendo meu tempo dedicado a este trabalho, entendendo as vezes que
deixei de dar a atenção merecida.
Ao meu irmão Luiz Felipe pela participação na conquista de mais essa vitória...
Quantas vezes precisou compreender minhas preocupações e angústias.
“Eu pedi Força... e Deus me deu Dificuldades para me fazer forte.
Eu pedi Sabedoria... e Deus me deu Problemas para resolver.
Eu pedi Prosperidade... e Deus me deu Cérebro e Músculos para trabalhar.
Eu pedi Coragem... e Deus me deu Perigo para superar.
Eu pedi Amor... e Deus me deu pessoas com Problemas para ajudar.
Eu pedi Favores... e Deus me deu Oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi... Mas eu recebi tudo de que precisava."
Autor desconhecido
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo caracterizar um grupo de famílias residentes em uma área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família do município de Campo Grande - MS, quanto ao perfil sócioambiental e demográfico e comparar com os casos de Diarreia. Metodologia: Para a coleta de dados foi utilizada a Ficha de Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (DDA) e um questionário socioeconômico e ambiental. O número de participantes foi determinado por meio de método probabilístico, obtendo-se um total de 169 famílias. Constatou-se que dos 169 representantes das famílias estudadas, n= 136 (80,5%) apresentam idade abaixo de 60 anos e n=143 (84,6%) eram do sexo feminino. Quanto à escolaridade, somente 32,5% dos entrevistados relataram haver algum membro na família com idade entre 7 a 18 anos frequentando a escola. Outra questão social indagada foi referente à renda, onde 82,2% informou receber entre 0,5 a 2 salários mínimos. Em relação aos episódios de diarreia, 66 (39,1%) dos entrevistados afirmaram ser semanal, sendo a maioria das ocorrências (36/54,5%) em crianças de 1 a 4 anos e desses, apenas 50,0% procurou algum atendimento entre as primeiras 24 a 72 horas após o início dos sintomas. No atendimento, foi adotado o plano A em 22 atendimentos (66,7%). O saneamento básico e o comprometimento da qualidade da água continuam a ser a principal causa do aparecimento de casos de diarreia, pois confrontando os dados das famílias que afirmaram a ocorrência semanal de diarreia 72,7% não realizavam qualquer forma de tratamento na água de beber, 43,9% não possuíam caixa d’água e 50,0% utilizavam fossa séptica para destino dos dejetos. Por fim, o resultado final mostrou a necessidade de capacitação dos recursos humanos já que a maioria dos profissionais desconhece a importância da notificação das DDA e as possíveis condutas a serem tomadas frente a sua ocorrência.
Palavras-chave: saúde; meio-ambiente; doenças de veiculação hídrica.
ABSTRACT
This study aims to characterize a group of families living in an area covered by the Family Health Strategy in the municipality of Campo Grande – MS. Concerning the social, environmental, demographic and cultural profile. Methodology: The Monitoring Sheet of Acute Diarrhea Diseases (Appendix A) and a socio-economic and environmental questionnaire were used for the data collection. The number of participants was determined by a probabilistic approach, which revealed a total of 169 families, corresponding to a sampling error of 7%. The application of socio-environmental questionnaire began in September 2011 and lasted until December 2011. Data were tabulated using the Microsoft Excel application and the results were presented in tables. It was found that the 169 representatives of the families studied, n = 136 (80.5%) are less than 60 years, this group therefore, constitutes the majority of the participant population and n = 143 (84.6%) were female patients. Regarding education, only 32.5% of the interviewers reported having a family member aged between 7 to 18 years attending school. Other social issue questioned was about income, which 82.2% claim to have it between 0.5 to 2.0 minimum wages. Regarding ADD, n = 66 (39.1%) confirmed having weekly or rare occurrence episodes of diarrhea and only 50,0% of them sought health care within the first 24 or 25 to 72 hours after the onset of symptoms. For the occurrences of health care search, the plan A was adopted on 22 attendances (66.7%). The sewerage service and the poor water quality remain the main causes of the appearance of ADD cases, because 54.4% of the households still use septic tanks and 67.5% undertake no water treatment. Finally, the final outcome showed lack of knowledge of the population and the training requirement of human resources since most professionals is unaware of the ADD notification and the possible conducts to be taken on its occurrence.
Key words: health, environment, water-borne diseases.
LISTA DE SIGLAS
ACS: Agente Comunitário de Saúde
CEP: Comitê de Ética e Pesquisa
CNDE: Coordenadoria Nacional de Doenças Entéricas do Ministério da Saúde
DDA: Doença Diarreica Aguda
ESF: Estratégia de Saúde da Família
MDDA: Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas
NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família
SIAB: Sistema da Atenção Básica
SinanNET: Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SISAGUA: Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para
Consumo Humano
SIVEP: Sistema de Vigilância Epidemiológica
SIVEP-DDA: Sistema de Vigilância Epidemiológica de Doença Diarreica Aguda
SVS/MS: Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde
SRO: Solução de sais de reidratação oral
TRO: Terapia da Reidratação Oral
UBSF: Unidade Básica de Saúde da Família
VIGIAGUA: Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Idade dos representantes das famílias estudadas, Campo Grande-MS,
2011............................................................................................................................23
Tabela 2 - Sexo dos representantes das famílias estudadas, Campo Grande-MS,
2011............................................................................................................................23
Tabela 3 - Escolaridade dos representantes das famílias estudadas, Campo Grande-
MS, 2011....................................................................................................................24
Tabela 4 - Renda das famílias estudadas, Campo Grande-MS,
2011............................................................................................................................25
Tabela 5 - Condições de moradia dos representantes das famílias estudadas,
Campo Grande-MS, 2011..........................................................................................26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 Relevância do problema: A doença diarreica aguda ................................................. 1
1.2 O Programa de Monitorização de Doença Diarreica Aguda: Enfoque na
Estratégia de Saúde da Família .......................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16
2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 18
3.1 TIPO E LOCAL DA PESQUISA .................................................................................... 17
3.2 INSTRUMENTOS UTILIZADOS, COLETA DE DADOS, PERÍODO E ASPECTOS
ÉTICOS ................................................................................................................................... 17
3.3 POPULAÇÃO EM ESTUDO E AMOSTRAGEM ........................................................ 18
3.4 ATIVIDADE DE CAMPO ................................................................................................ 20
3.4.1 Acompanhamento dos casos de Doenças Diarreicas Agudas .......................... 20
3.4.2 Diagnóstico Sócioambiental .................................................................................... 20
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 22
CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 35
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 37
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 40
APÊNDICE B ......................................................................................................................... 41
APÊNDICE C ......................................................................................................................... 42
ANEXO A ................................................................................................................................ 47
ANEXO B ................................................................................................................................ 48
ANEXO C ................................................................................................................................ 49
ANEXO D....... ....................................................................................................................... .50
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Relevância do problema: a doença diarreica aguda.
A estratégia de saúde da família constitui um modelo assistencial de grande
valia para a melhoria do estilo de vida da população, atuando na promoção de
saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos. A estratégia de
saúde da família age por meio da troca de conhecimentos e considerando as
experiências e culturas populares.
Através do contato direto com a comunidade e por meio da articulação entre
os vários segmentos sociais é possível direcionar as ações de saúde para a
disseminação de conhecimento, aliada à cultura local, como forma de estabelecer
hábitos mais saudáveis e melhorar o estilo de vida dos moradores, com o objetivo
principal de minimizar as ocorrências e o número de hospitalizações motivadas por
quadros infecciosos de Doença Diarreica Aguda (DDA).
Levando-se em consideração que as intervenções voltadas à prevenção
provavelmente garantiriam um impacto positivo sobre a DDA, é de grande
importância sua notificação e uma avaliação clínica adequada para manter o Serviço
de Vigilância em Saúde do Estado e do País e o Serviço de Saneamento local
informados.
A diarreia aguda é definida como uma síndrome causada por vários agentes
etiológicos (bactérias, vírus e parasitas), cuja manifestação predominante é o
aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência.
Com frequência é acompanhada de vômito, febre e dor abdominal. Em alguns
casos, há presença de muco e sangue. É autolimitada, com duração entre 2 a 14
dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios
eletrolíticos, principalmente quando associada à desnutrição (BRASIL, 2008).
Ela pode ocorrer associada com outras doenças infecciosas como a malária e
o sarampo, podendo ser causada por agentes químicos, fungos, induzida por
2
antibióticos, ou por toxinas produzidas por determinados microrganismos
(EDUARDO et al., 2008).
É importante ainda saber se o paciente é portador de uma doença que pode
estar relacionada com o quadro ou pode interferir no manejo da diarreia (hipertensão
arterial sistêmica, diabetes, doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças
pulmonares crônicas, insuficiência renal, alergia alimentar, HIV positivo) (BRASIL,
2009).
Considerando-se os aspectos clínicos, a doença diarreica pode ser
classificada em seis grupos: 1) diarreia simples - controlada através da reidratação
oral com solução contendo água, glicose e eletrólitos, não importando sua etiologia,
a não ser que configurem surtos; 2) diarreia sanguinolenta (disenteria) - causada por
organismos como a Shigella e a Escherichia coli; 3) diarreia prolongada – quando
persiste no mínimo por 14 dias e frequentemente causada por parasitas; 4) diarreia
aquosa profusa e purgativa - tipo da que ocorre na cólera; 5) diarreia mínima -
associada a vômitos, típica de algumas gastroenterites virais ou de doenças
produzidas por toxinas como as do Staphylococcus aureus, Bacillus cereus ou
Clostridium perfringens; 6) colite hemorrágica - diarreia líquida com grumos de
sangue, geralmente sem febre e com a presença de leucócitos (EDUARDO et al.,
2008).
Em nível individual e em escala coletiva, o curso patogênico das diarreias
resulta do efeito de vários fatores econômicos, sociais, culturais e biológicos,
podendo, em função da natureza, intensidade e interação destes fatores, ocorrer e
evoluir de maneira diferente entre as várias regiões e grupos populacionais distintos.
Em razão destas características, o estudo das diarreias e seu impacto nas
estatísticas de saúde contribuem para retratar o perfil epidemiológico de uma
população e o peso de suas demandas efetivas ou potenciais sobre a rede de
serviços públicos (ROUQUAYROL; GOLDBAUM, 2003).
A doença diarreica aguda pode ser de origem infecciosa e não infecciosa.
Para a saúde pública, a de maior importância é a infecciosa, devido a sua maior
frequência. As principais causas são (BRASIL, 2009):
3
Infecciosa:
bactérias e suas toxinas;
vírus;
parasitas;
toxinas naturais.
Não infecciosa:
intolerância a lactose e glúten;
ingestão de grandes quantidades de hexitois (adoçantes);
ingestão demasiada de alguns alimentos;
sais mal absorvidos (ex.: laxantes e antiácidos);
ácidos biliares (após ressecção ileal);
gorduras não absorvidas;
algumas drogas (ex.: catárticos antraquinônicos, óleo de rícino, prostaglandinas);
hormônios peptídicos produzidos por tumores pancreáticos.
O modo de transmissão ocorre pela via oral, variando de acordo com os
diferentes agentes etiológicos.
• Transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e
contato com fômites contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de
banheiros, equipamentos hospitalares);
• Transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de
animais para as pessoas. O reservatório, período de incubação e de
transmissibilidade são específicos para cada agente etiológico (BRASIL, 2009).
O diagnóstico etiológico da DDA é laboratorial, por meio de exames
parasitológicos de fezes, coprocultura para bactérias e pesquisa de vírus. O
diagnóstico laboratorial é importante na vigência de surtos para orientar as medidas
de controle. Em casos de surto, deve-se solicitar orientação da equipe de vigilância
epidemiológica do município para coleta de amostras (BRASIL, 2009).
4
O tratamento da doença diarreica aguda consiste em quatro medidas
(BRASIL, 2009):
1. correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico;
2. combate à desnutrição;
3. uso adequado de medicamentos; e,
4. prevenção das complicações.
A avaliação do estado de hidratação do paciente orientará a escolha entre os
três planos de tratamento a segui preconizados:
Plano A – destina-se a paciente com diarreia e sem sinais de desidratação.
O tratamento é domiciliar, com a utilização de solução de sais de reidratação
oral (SRO); líquidos disponíveis no domicílio (chás, cozimento de farinha de arroz,
água de coco, soro caseiro, etc.).
Plano B – destina-se a paciente com diarreia e com sinais de desidratação.
Todos os pacientes desidratados, mas com capacidade de ingerir líquido,
devem ser tratados com solução de SRO, permanecendo na unidade de saúde até a
reidratação completa e retornar ao serviço para reavaliação, após 24 a 48 horas ou
imediatamente, em caso de piora.
Plano C – destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave. Se o paciente
apresentar sinais e sintomas de desidratação grave, com ou sem choque (palidez
acentuada, pulso radial filiforme ou ausente, hipotensão arterial, depressão do
sensório), a sua reidratação deve ser iniciada imediatamente por via endovenosa.
Com relação ao tratamento, destaca-se, ainda, que a indicação de
antimicrobianos deve ocorrer só quando o benefício é inquestionável. Para as
diarreias bacterianas podem ser utilizados alguns antimicrobianos, como
eritromicina, azitromicina, sulfametazol+trimetopim, metronidazol. Não há tratamento
etiológico para doença diarreica causada por vírus, apenas tratamento de suporte,
5
como correção da desidratação, do desequilíbrio eletrolítico, e tratamento de outros
sintomas apresentados, como náuseas e vômitos. Quando há identificação de
parasitas, utilizam-se medicamentos como: mebendazol, albendazol e, no caso de
protozoários como Giardia lamblia ou Entamoeba histolytica, é recomendado
metronidazol (BRASIL, 2009).
Estimativas apontam que, no mundo, mais de 4 milhões de crianças menores
de 5 anos, principalmente nos países em desenvolvimento, morrem devido à diarreia
infecciosa aguda (EDUARDO et al., 2008).
No Brasil, apesar das limitações do sistema de informações, há registros no
sistema AIH/DATASUS, em anos mais recentes, de que mais de 600 mil internações
por ano ocorrem devido à doença infecciosa intestinal, causando quase 8 mil
mortes, o que representa uma perda econômica significativa para o país e um
importante prejuízo à saúde da população (EDUARDO et al. , 2008).
Prüss (2002) estima também, que a diarreia seja responsável por 4,3% dos
anos de vida perdidos ou com incapacitação no mundo e que 88% dos casos sejam
atribuídos ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e higiene inadequados.
A maioria dos casos ocorre em crianças dos países em desenvolvimento, cuja
situação do saneamento encontra-se extremamente vulnerável, não existindo
perspectivas de reversão do quadro.
As principais medidas de controle da diarreia são a melhoria da qualidade da
água, destino adequado do lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e
alimentar, o que exige atuação fundamental da vigilância ambiental, além de
educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência e nos locais de
uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais, penitenciárias, que podem
apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas
e devem ser alvo de orientações e campanhas específicas (BRASIL, 2008).
Segundo Heller (1998), a tendência predominante no Brasil tem sido a de
considerar como integrantes do saneamento ambiental as ações de:
6
- abastecimento de água, caracterizado como o fornecimento às populações
de água em quantidade suficiente e com qualidade que a enquadre nos padrões de
potabilidade;
- esgotamento sanitário, compreendendo a coleta dos esgotos gerados pelas
populações e sua disposição de forma compatível com a capacidade do meio
ambiente em assimilá-los e
- limpeza pública, incluindo todas as fases de manejo dos resíduos sólidos
domésticos, até sua disposição final, compatível com as potencialidades ambientais.
Os riscos à saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas
categorias principais: 1) riscos relativos à ingestão de água contaminada por
agentes biológicos (vírus, bactérias, helmintos e protozoários), através de contato
direto ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo
biológico; 2) riscos derivados de poluentes químicos, em geral, efluentes de esgotos
industriais (CHARRIERE et al., 1996).
Os principais agentes biológicos presentes em águas contaminadas são
bactérias patogênicas, vírus, helmintos e protozoários. As bactérias patogênicas
encontradas na água e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de
morbidade em nosso meio. São as responsáveis por numerosos casos de enterites,
diarreias e doenças epidêmicas, com resultados frequentemente letais. Os vírus
mais comumente encontrados nas águas contaminadas por dejetos humanos são os
da poliomielite e da hepatite infecciosa. Dentre os protozoários que podem ser
ingeridos através da água destaca-se a Entamoeba histolytica, causadora da
amebíase intestinal e suas complicações, inclusive hepática. Esses agentes são
encontrados sobretudo em países quentes e em locais onde existem más condições
sanitárias (WHO, 1996).
Destaca-se que de 23 agentes etiológicos de DDA, entre vírus, protozoários,
helmintos e bactérias, 17 deles apresentam a água como um de seus modos de
veicular a doença (BRASIL, 2009).
O controle de qualidade da água destinada ao consumo humano, desde os
sistemas produtores (captação, tratamento) aos de distribuição (reservatório, redes),
7
normalmente é realizado por empresa responsável pelo saneamento local e
monitorado pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Este monitoramento,
estabelecido pela Portaria no 518/GM de 25 de março de 2004, do Ministério da
Saúde, institui padrões para a água potável restritos ao trecho que se inicia na
captação e se encerra nas ligações domiciliares dos consumidores (BRASIL, 2004).
O propósito primário para a exigência de qualidade da água é a proteção à
saúde pública. Os critérios adotados para assegurar essa qualidade têm por objetivo
fornecer uma base para o desenvolvimento de ações que, se corretamente
implementadas junto à população, garantirão a segurança do fornecimento de água
através da eliminação ou redução à concentração mínima de constituintes perigosos
à saúde (D’ AGUILA et al., 2000).
O trabalho desenvolvido no município de Campo Grande-MS para avaliar a
qualidade da água segue a Portaria Nº. 518/2004, do Ministério da Saúde e os
resultados são enviados mensalmente para a Agência Municipal de Regulação e
Secretaria de Saúde Pública de Campo Grande (AGEREG, 2011).
Visando à avaliação da qualidade da água de abastecimento, foi
implementado o desenvolvimento de tecnologia como proposta metodológica para
monitoramento de água em municípios abrangidos pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Isto se justifica diante dos resultados apontados pelos índices de morbi-
mortalidade referentes a enfermidades de veiculação hídrica, caracterizadas pela
ingestão de água contaminada por microrganismos, inter relacionando orientações
fornecidas pela Organização Mundial da Saúde, no que diz respeito à execução de
programas para melhoria dos cuidados prestados, à vigilância epidemiológica e à
qualificação de sistemas de abastecimento de água (D’AGUILA et al., 2000).
D’Aguila et al. (2000), relatam também que os principais agentes biológicos
descobertos nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus e os
parasitas. As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou alimentos constituem
uma das principais fontes de morbidade em nosso meio. São as responsáveis pelos
numerosos casos de enterites, diarreias infantis e doenças epidêmicas (como a
febre tifoide), com resultados frequentemente letais.
8
Piza e Paganini (2006) fazem referência ao índice de cobertura de esgoto.
Segundo os autores a finalidade deste índice é “quantificar os domicílios cobertos
por um sistema de esgotamento sanitário”.
No município de Campo Grande esse índice de cobertura do Sistema de
Esgotamento Sanitário é atualmente de 62,01%. Esse índice compreende imóveis
prediais (registrados no cadastro da Prefeitura Municipal de Campo Grande) que
têm a sua disposição o atendimento de esgotamento sanitário (AGEREG, 2011).
Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade desta pode sofrer
uma série de mudanças, fazendo com que a água da torneira do usuário se
diferencie da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças podem ser
causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de integridade do
sistema (DEININGER et al., 1992).
Alguns fatores que influenciam tais mudanças incluem: (1) qualidade química
e biológica da fonte hídrica; (2) eficácia do processo de tratamento, reservatório
(armazenagem) e sistema de distribuição; (3) idade, tipo, projeto e manutenção da
rede; (4) qualidade da água tratada (CLARK e COYLE, 1989).
Ainda em relação ao Sistema de Esgoto, nos países em desenvolvimento, em
virtude das precárias condições de saneamento e da má qualidade das águas, as
doenças diarreicas de veiculação hídrica, como, por exemplo, febre tifoide, cólera,
salmonelose, e outras gastroenterites, poliomielite, hepatite A, verminoses,
amebíase e giardíase, têm sido responsáveis por vários surtos epidêmicos e pelas
elevadas taxas de mortalidade infantil, relacionadas à água de consumo humano
(LESER et al., 1985).
Para ajudar nesse sentido, existe o Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), um dos instrumentos
utilizado no desenvolvimento das ações da vigilância e controle da qualidade da
água para consumo humano, que tem por objetivo coletar e fornecer informações
para avaliação da qualidade da água. As informações são processadas após
estabelecida uma correlação entre as informações ambientais e epidemiológicas,
9
identificando os problemas, assim como as causas, de modo a selecionar as
medidas corretivas pertinentes (BRASIL, 2007).
Em relação à associação entre o abastecimento de água e o esgotamento
sanitário com a saúde, a complexidade é explicada através de indicadores
específicos, como a diarreia, ou sobre medidas mais abrangentes de saúde, como a
mortalidade infantil ou a expectativa de vida. Se em curto prazo o efeito mensurável
do abastecimento de água e do esgotamento sanitário pode parecer reduzido pela
reposta não linear da intervenção, em longo prazo seu efeito sobre a saúde é
relativamente superior ao de intervenções médicas (BRISCOE, 1985).
Por esse efeito tão importante do abastecimento de água sobre a saúde, o
setor da saúde, no Brasil, conta com programas institucionais que estão sendo
desenvolvidos no sentido de integrar as vigilâncias sanitária, epidemiológica e
ambiental, na busca da Vigilância em Saúde. Nesta perspectiva, a Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA), parte integrante da
Vigilância Ambiental em Saúde, tem como objetivo integrar o setor saúde com os
setores de saneamento e meio ambiente. Tal integração deve ocorrer a partir das
ações e informações de vigilância - ambiental e epidemiológica -, com as ações e
informações relativas à prestação dos serviços, nos aspectos da cobertura e da
qualidade do atendimento (COSTA, HELLER e SILVEIRA, 2005).
Um dos desafios do setor da saúde consiste na definição de indicadores
epidemiológicos e sanitários que permitam nortear as ações e empreender
avaliações no campo do saneamento, especialmente nos países em
desenvolvimento, onde as áreas de saneamento e de saúde, ainda que disponham
de um conjunto de indicadores sanitários e epidemiológicos, não os utilizam de
forma sistemática e integrada, para fornecer suporte qualificado às suas ações
(COSTA, HELLER e SILVEIRA, 2005).
Indicadores de mortalidade, a exemplo da mortalidade por diarreia,
constituem uma variável de indiscutível importância para a saúde pública, porém
com limitações na confiabilidade e na validade dos dados obtidos, tanto nas
estatísticas oficiais, quanto em inquéritos domiciliares (BRISCOE et al., 1986).
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Das doenças consideradas de veiculação hídrica, somente Cólera, febre
tifoide e hepatite são doenças de notificação obrigatória, de acordo com a Portaria
Nº 1.100 do Ministério da Saúde, ficando assim, desconhecido o número de casos
das demais doenças, como gastrenterite, verminoses, diarreias infecciosas e
esquistossomose (SILVA, 1996).
Como a diarreia é um dos sintomas da maioria destas doenças, a CNDE –
Coordenadoria Nacional de Doenças Entéricas do Ministério da Saúde, implantou o
Programa de Monitorização de Doenças Diarreicas Agudas no País, no ano de
1994, nos estados onde havia registros de casos de cólera (SILVA, 1996).
Em virtude da sua elevada frequência, os casos de DDA não são de
notificação compulsória nacional em se tratando de casos isolados. A notificação
dos casos deve ser feita somente pelas unidades sentinelas que tiverem implantada
a Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA). A notificação deve ser
feita por meio de formulários e a secretaria municipal de saúde e/ou regional devem
registrar o caso diretamente no Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica.
Portanto, a notificação de casos isolados de diarreia no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SinanNET) pode ser feita, mas é facultativa e depende do
interesse municipal (BRASIL, 2009).
A monitorização das doenças diarreicas agudas tem como objetivo conhecer
o número de casos de diarreia que ocorre em cada área, para que se possa prevenir
e/ou controlar a ocorrência de doenças de veiculação hídrica, como também
fornecer dados ao setor de saneamento quanto ao estabelecimento das áreas
prioritárias de atuação, à qualidade dos serviços prestados e para avaliar a
influência que as ações de saneamento trazem na qualidade de vida das populações
beneficiadas (SILVA,1996).
Surto é definido como o aumento do número de casos de DDA acima do limite
esperado para a população envolvida naquele período específico, além da
ocorrência de, no mínimo, dois casos com o mesmo quadro clínico após ingestão do
mesmo alimento ou água da mesma origem e somente nesse caso a notificação de
surtos de DDA, incluindo rotavírus, é compulsória e imediata. Esse é caracterizado
11
como “a ocorrência de casos ou óbitos de doença de origem desconhecida ou
alteração no padrão epidemiológico de doença, independentemente, de constar na
Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória” (BRASIL, 2009).
As atividades de monitorização da DDA pressupõem uma integração efetiva
entre a Atenção Básica (Programas de Saúde da Família, de Agentes Comunitários
de Saúde) com a Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância
Ambiental, Laboratório de Saúde Pública e Área de Educação em Saúde e por isso
é muito comum a coleta de amostras de água em surtos de DDA, porém deve-se
solicitar que o laboratório faça o exame microbiológico, no sentido de identificar o
agente etiológico e não somente a análise da potabilidade da água, exame de rotina
para o VIGIAGUA (BRASIL, 2009).
Para esclarecimento dos fatores sociais relacionados à DDA, o Manual de
Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas que oferece esclarecimentos sobre
aqueles relacionados à DDA e sua prevalência em populações com condições de
vida bastante precárias e ausência de saneamento básico. O objetivo é fornecer
conhecimento sobre a diarreia e orientações técnicas básicas para os profissionais
de saúde envolvidos no atendimento à doença e às equipes de vigilância
epidemiológica responsáveis pelo seu monitoramento, controle e prevenção
(EDUARDO et al., 2008).
Segundo Eduardo et al. (2008), se de um lado a diarreia é reconhecida como
uma importante causa no quadro de morbimortalidade do país, de outro, a
implantação de um sistema para sua vigilância encontra várias dificuldades.
Primeiramente, sua incidência elevada impõe desafios concretos para seu registro;
em segundo lugar, a inobservância da obrigatoriedade de notificação de surtos e a
aceitação tanto por parte da população como de profissionais de saúde de que a
ocorrência da diarreia é fato "normal" têm contribuído para o insucesso de seu
controle e para a instalação de surtos inesperados de grandes proporções.
O perfil epidemiológico das doenças diarreicas vem se alterando, tendo em
vista, principalmente, o surgimento de novos patógenos denominados emergentes.
As diarreias que causavam a desidratação com complicações decorrentes do
12
atendimento inadequado ou da falta de atendimento e que tiveram no passado ainda
recente, redução drástica com a implantação de programas como o da TRO -
Terapia da Reidratação Oral, hoje, devido aos patógenos emergentes podem
provocar graves manifestações clínicas, óbitos e sequelas resultantes de suas
potentes toxinas, além da alta capacidade de disseminação de vários de seus
patógenos, que requerem medidas e monitoramentos mais rígidos para seu controle
(EDUARDO et al., 2008).
A introdução de medidas de saneamento básico proporcionou em todo o
mundo, incluindo-se os países em desenvolvimento, um declínio importante das
taxas de mortalidade e de morbidade por doenças infecciosas e parasitárias, que
eram transmitidas principalmente pela água contaminada e devido à ausência de
esgotos. Contudo, antigas doenças caracterizadas como doenças da pobreza e
decorrentes da ausência de saneamento básico podem ser ainda encontradas em
regiões rurais e na periferia urbana, onde as condições de vida são bastante
precárias, ao lado daquelas que têm como principal fonte de veiculação os alimentos
(EDUARDO et al., 2008).
Alguns fatores são apontados como determinantes para que o alimento seja
considerado a principal fonte de veiculação de doenças: a) o desenvolvimento
econômico e a globalização do mercado mundial favoreceram a disseminação de
microrganismos; b) as modificações no estilo de vida com a crescente utilização de
alimentos industrializados e pela mudança de hábitos consumindo-se refeições fora
de casa; c) os próprios processos tecnológicos de produção que podem propiciar
condições para o surgimento de novos patógenos como o uso indiscriminado de
antimicrobianos na criação de animais, o uso de rações industrializadas, ou
processos industriais de preparação do alimento; d) o aumento do consumo de
alimentos "frescos" ou "in natura" ou crus, além da, f) intensa mobilização mundial
das populações, através das viagens internacionais, entre outros. Assim, não
somente as metrópoles refletem mais caracteristicamente os problemas da
globalização da economia e da urbanização sem planejamento, mas também os
municípios pequenos, aparentemente distantes dos novos problemas, vêm
apresentando em seu perfil epidemiológico, novos patógenos com surtos de
importantes proporções causados pelas salmoneloses, criptosporidioses,
13
ciclosporíases, ou por enteroviroses provocadas pelos vírus Norovírus ou Rotavírus
(EDUARDO et al., 2008).
Apesar de existirem vários recursos de fácil aplicabilidade, cada criança, nos
países em desenvolvimento, apresenta uma média de três episódios de diarreia por
ano e embora se tenha observado uma diminuição nas taxas de mortalidade por
diarreia, esta é ainda uma das principais causas de morbimortalidade,
principalmente nessa fase da vida (LOPES, SILVA e HARTZ, 2004).
1.2 O Programa de Monitorização de Doença Diarreica Aguda (MDDA): Enfoque na
Estratégia de Saúde da Família.
O objetivo da MDDA é dotar o nível local de instrumentos ágeis e
simplificados que permitam a detecção de alterações no padrão local das doenças
diarreicas, apontando em tempo oportuno, surtos e epidemias, bem como,
permitindo correlacionar ao longo do tempo, possíveis modificações nas condições
sanitárias locais ou outros fatores como a veiculação de determinados patógenos
pelos alimentos, água ou outras fontes de transmissão (EDUARDO et al., 2008).
Para Eduardo et al. (2008) a monitorização das doenças diarreicas deve ser
entendida como um processo de elaboração e análise de mensurações rotineiras
capazes de detectar alterações no ambiente ou na saúde da população e que se
expressem por mudanças na tendência das diarreias.
O ideal na MDDA seria que todas as unidades de saúde que atendem casos
de diarreia participassem do programa registrando seus dados, analisando e
enviando-os aos níveis do sistema de vigilância epidemiológica. Esta prática poderia
permitir conhecer a incidência da diarreia nas pessoas que procuram serviços de
saúde (EDUARDO et al., 2008).
As unidades de saúde devem representar as várias situações da população
em seus municípios segundo os seguintes aspectos: socioeconômicos,
demográficos, condições de vida e saúde das distintas áreas geográficas do
14
município, isto é, refletir os bairros de melhores e piores condições, as áreas
urbanas e rurais, as centrais e periféricas, as diversas faixas de renda, entre outros
aspectos (EDUARDO et al., 2008).
O programa requer as seguintes informações básicas a serem coletadas de
cada paciente atendido com o diagnóstico de diarreia aguda: data do primeiro
atendimento no episódio, sobrenome e iniciais do primeiro nome do paciente, data
dos primeiros sintomas, faixa etária, se diarreia com sangue ou não, procedência
(endereço completo), se no atendimento foi solicitado ou coletado amostra de fezes
para diagnóstico etiológico, se houve contato com outro caso semelhante, se há
outros casos no domicílio e tipo de tratamento aplicado (plano de
atendimento/tratamento) (EDUARDO et al., 2008).
Os casos de diarreia atendidos na unidade de saúde participante da MDDA
deverão ser registrados diariamente no Impresso - Planilha de Casos de Diarreia
(Anexo A), utilizando-se quantas folhas forem necessárias para o registro de casos
de uma mesma semana epidemiológica, conforme o calendário de semanas
epidemiológicas (SE) divulgado pela SVS/MS para o ano em questão. Esta folha
deverá ser identificada com o nome do município, da regional de saúde e do serviço
de saúde e com a semana epidemiológica referente às informações dos casos de
diarreia que estão sendo registradas (EDUARDO et al., 2008).
A distribuição dos casos de diarreia por faixa etária, plano de tratamento e
procedência (Impresso II/Verso Anexo A) é realizada no final da semana
epidemiológica. Dois casos ou mais em uma mesma rua, ou no mesmo bairro ou
sítio são indícios de surto e devem ser investigados (EDUARDO et al., 2008).
A tendência histórica da diarreia fornecida pelos dados registrados na MDDA
permite avaliar o impacto de medidas de saúde pública no controle e redução da
diarreia, especialmente aquelas relacionadas às condições de vida da população, à
qualidade dos sistemas de abastecimento de água, ao acesso a saneamento básico,
à introdução de novas vacinas (por exemplo, a vacina contra o rotavírus), programas
de atenção à saúde, programas educativos, regulamentos sanitários e ações da
15
vigilância sanitária para qualidade e segurança dos alimentos, entre outras
desenvolvidas pela gestão municipal (EDUARDO et al., 2008).
A presente pesquisa realizou uma caracterização de fatores socioambientais,
entre os quais foram analisados: qualidade de água de abastecimento público, de
esgotamento sanitário, de coleta de lixo e de condições de moradia, se justificando
tanto pelos mecanismos de avaliação e controle, quanto pela significativa
contribuição para a tomada de decisão na vigilância em saúde ambiental e
epidemiológica.
O estudo fornece também informações que, aliadas a demais medidas de
prevenção e controle, podem ajudar a estimular ainda mais a conscientização dos
profissionais de saúde sobre as ações e condutas que devem ser tomadas em
relação a um episódio de DDA e colabora dessa forma, para melhoria da
implantação das ações relacionadas ao controle da doença diarreica no município
de Campo Grande-MS.
Refletindo sobre o exposto surge, portanto, a necessidade de conhecer a real
situação em que se encontram os casos de Doença Diarreica Aguda, com vistas a
instrumentalizar as Equipes de Saúde da Família na elaboração e inserção de novas
ações em saúde.
16
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Caracterizar um grupo de famílias residentes em uma área de abrangência da
Estratégia de Saúde da Família do município de Campo Grande - MS, quanto ao
perfil sócioambiental e demográfico e comparar como os casos de diarreia.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Verificar os aspectos sócioambientais dos moradores da área de
abrangência da Estratégia de Saúde da Família;
● Determinar, de acordo com dados do SIVEP-DDA, no período de julho a
dezembro de 2011 o número de casos de DDA;
● Descrever o perfil dos casos de DDA notificados no período de julho a
dezembro de 2011 quanto à idade e conduta adotada;
● Verificar o tempo ocorrido entre o início dos sintomas e a procura por
atendimento nos casos de diarreia relatados pelas famílias entrevisdas;
● Levantar a conduta adotada após ocorrência do episódio de diarreia
relatado nas famílias entrevistadas;
● Comparar as condições sócioambientais com os casos de diarreia
relatados nas famílias participantes da pesquisa;
17
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO E LOCAL DA PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, exploratória e descritiva na qual
foram utilizados recursos da abordagem quantitativa. Foi realizada em uma Unidade
Básica de Saúde da Família (UBSF), distrito norte do município de Campo Grande-
MS. Seu horário de funcionamento é de 2ª a 6ª feira das 07 às 11h e 13 às 17 h.
Possuí apenas uma equipe, formada por um Médico Generalista, um Enfermeiro, um
Odontólogo, um Assistente Social, um Auxiliar de Consultório Dentário, dois
Técnicos de Enfermagem, dois Administrativos e uma equipe de sete Agentes
Comunitários de Saúde.
3.2 INSTRUMENTOS UTILIZADOS, COLETA DE DADOS, PERÍODO E ASPECTOS
ÉTICOS
Foi utilizada a Fichas de Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas da
Secretaria de Vigilância Epidemiológica do SIVEP (Sistema de Vigilância
Epidemiológica) onde constam informações sobre a procedência da notificação,
faixa etária e número de casos, plano de tratamento, ocorrência de surtos, entre
outras (ANEXO A), e um questionário socioeconômico e ambiental com informações
adaptadas da FICHA-A (Ficha para cadastramento das famílias) do SIAB
(APÊNDICE C).
O período de coleta de dados teve início em setembro de 2011 e se estendeu
até dezembro do mesmo ano.
O projeto e demais documentos necessários foram apresentados ao Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da ANHANGUERA-UNIDERP
(aprovado em 30/08/11 de acordo com o parecer nº 063/2011) (ANEXO B), e a
Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande que autorizou o acesso à
Unidade.
18
Como ANEXOS C e D do presente trabalho, constam o TERMO DE
PARCERIA PARA PESQUISA NA ÁREA DA SAÚDE E O TERMO DE
RESPONSABILIDADE, devidamente assinados, autorizando a utilização do Banco
de Dados de pacientes atendidos na rede municipal de saúde.
A etapa de coleta de dados seguiu a seguinte metodologia: acompanhamento
dos casos de DDA notificados pelo Programa de Monitorização das Doenças
Diarreicas Agudas na UBSF e aplicação do questionário, em 169 famílias da
população local, para levantamento ambiental e das condições de moradia.
A aplicação do questionário foi realizada pelo próprio pesquisador, por meio
de visitas domiciliares, identificado com crachá, jaleco e de acordo com as visitas
realizadas pelos agentes comunitários de saúde, de modo a abranger assim, todas
as microáreas da Unidade de Saúde.
3.3 POPULAÇÃO EM ESTUDO E AMOSTRAGEM
A população em estudo compreendeu 3.900 pacientes, representando 1.200
famílias residentes em uma área de abrangência de Estratégia de Saúde da Família
do município de Campo Grande- MS, conforme cadastro no SIAB.
O número de pessoas investigadas foi determinado por um método
probabilístico que, segundo Fonseca e Martins (2006), exige que cada elemento da
população possua a mesma probabilidade de ser selecionada para a entrevista.
Trata-se de um método que garante cientificamente a aplicação das técnicas
estatísticas de inferências ou induções sobre a população a partir do conhecimento
da amostra. Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada
elemento ser escolhido é de 1/N.
Como não existe nenhuma pesquisa sobre a população que trata do tema em
estudo, para que se pudesse escolher uma amostra usando parâmetros já
calculados na referida pesquisa, tal como o desvio padrão, calculou-se o número de
elementos da amostra usando a fórmula matemática:
19
^^22
^^2
)1( qpzNe
Nqpzn
(01)
sendo:
n = número de elementos da amostra;
N= número de elementos da população;
z = abscissa da curva normal padrão, fixado o nível de confiança em 95% (z =
1,96);
^
p = estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis da variável
escolhida (condições socioeconômicas do morador);
^
q = 1 - ^
p
e = erro amostral, expresso em decimais (máxima diferença que o
pesquisador admite suportar entre p real e o parâmetro estimado ^
p ).
Por outro lado, além de não existir nenhuma pesquisa que trata da presente
investigação, também não foi possível obter nenhuma informação sobre os níveis
das variáveis envolvidas na pesquisa. Também, não foi feita nenhuma pesquisa
piloto para a determinação de algum parâmetro, como o desvio padrão, para reduzir
o tamanho da amostra. Sendo assim, tomam-se os valores para p e q iguais a 0,50
(50,0%), que usados na fórmula produz a maior amostra possível, também
denominada de pior caso.
Assim, sendo
N = 1200
z = 1,96 ^
p = 0,50 (50%) - pior caso
^
q = 0,50 (50%) – pior caso
e = 0,07 (7%).
Que substituídos na fórmula da amostragem, obteve-se n = 169, isto é, a
amostra foi de 169 famílias.
20
Somente respondeu ao questionário um membro da família e esse não
poderia ser menor de idade.
3.4 ATIVIDADES DE CAMPO
3.4.1 Acompanhamento dos casos de Doença Diarreica Aguda
Foi realizada a análise diária dos prontuários da UBSF para assim realizar a
possível eliminação daqueles casos que não correspondem a Doença Diarreica
Aguda. O objetivo foi eliminar um falso diagnóstico, pois, segundo o Ministério da
Saúde o primeiro passo para o diagnóstico correto é a realização de uma boa
anamnese. Para isso, algumas informações são fundamentais: idade do paciente,
duração do episódio atual de diarreia, características das fezes (aquosas ou
sanguinolentas), frequência e volume das dejeções, associação de diarreia a
vômitos, dor abdominal, febre (e duração), tenesmo e câimbras. É importante
também excluir as causas não infecciosas de diarreia aguda: uso recente de
medicações (laxativos, antiácidos, antibióticos), ingestão de bebidas alcoólicas e
excesso de bebidas lácteas (BRASIL, 2009).
Na situação do surgimento de novos casos de DDA, encontrados por ocasião
das visitas, os mesmos foram informados à equipe de saúde responsável.
3.4.2 Diagnóstico Socioambiental
Realizou-se a coleta de dados sócioambientais de 169 famílias da população
local, que constitui uma organização inicial do que é percebido na realidade local
sobre os aspectos de condições de acesso à água, saneamento, moradia e
ocorrência de doença diarreica aguda com aplicação de questionário
socioeconômico (APÊNDICE C).
21
3.5 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram tabulados utilizando-se o aplicativo Microsoft Excel, sendo os
resultados apresentados em formas de tabelas.
Nessa etapa, as informações sócioambientais foram cruzadas com os dados
dos prontuários dos pacientes para correlacionar o conhecimento entre as condições
encontradas e os fenômenos registrados, verificando assim se existe influência
dessas variáveis sobre a ocorrência da DDA.
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) da área de abrangência
da Estratégia de Saúde da Família do estudo em questão estão cadastradas cerca
de 1200 famílias, com aproximadamente 3900 indivíduos (Figura 1).
Figura 1 – População adscrita segundo o SIAB, Campo Grande/MS. 2012. Fonte: SIAB
Faixa Etária Masculino Feminino Total
< 1 3 7 10
1 a 4 118 110 228
5 a 9 117 139 256
10 a 19 318 324 642
20 a 39 683 720 1403
40 a 49 263 300 563
50 a 59 163 193 356
> 60 199 220 419
Total 1864 2013 3877
A amostra estudada compreendeu 169 famílias residentes nessa área de
abrangência da Estratégia de Saúde da Família do município de Campo Grande-
MS, conforme cadastro no SIAB e critérios estabelecidos na metodologia.
Entre os 169 entrevistados, 136 (80,5%) apresentavam idade abaixo de 60
anos, destacando-se a faixa etária de 19 a 39 anos, que constituiu a maioria da
população participante, demonstrando que a mesma é predominantemente jovem e
ativa (Tabela 1). Tal informação é semelhante à fornecida pelo SIAB, onde a maioria
da população (n=1403) possui entre 20 a 39 anos.
23
Tabela 1 – Faixa Etária dos representantes das famílias estudadas, Campo Grande-
MS, 2011
Faixa Etária (em anos) N° %
19 a 39
40 a 49
50 a 59
60 ou mais
77
23
36
30
45,6
13,6
21,3
17,8
Não informado 3 1,7
Total 169 100,0
O predomínio do sexo feminino na amostra estudada também pode ser
facilmente justificado, pois a principal fonte de emprego ainda é o trabalho braçal,
onde os homens trabalham fora de casa e as mulheres tendem a ficar sozinhas e
com mais frequência passam a assumir papel de cuidadoras. Seu suporte informal
torna-se, na maioria dos casos, restrito aos filhos (Tabela 2).
Tabela 2 – Sexo dos representantes das famílias estudadas, Campo Grande-
MS, 2011
Sexo N° %
Masculino 26 15,4
Feminino 143 84,6
Total 169 100,0
Com relação à escolaridade a maioria dos entrevistados, 92 (54,4%), possuía
ensino médio completo (Tabela 3). Dessa forma os programas de Educação em
Saúde não devem deixar de lado esse grupo com grau mais elevado de
escolaridade.
No entanto, apesar do índice favorável com relação à população que concluiu
o ensino médio, o número de famílias que relataram haver algum membro com idade
entre 7 a 18 anos frequentando a escola foi de 55 (32,5%) e há vários fatores que
tornam o índice da evasão escolar mais alto. Foi possível observar em algumas
entrevistas, que existem alunos que deixaram de acompanhar as aulas por motivos
24
de trabalho e com relação às meninas, há ocorrência de gestações precoces, muitas
vezes não programadas e sem suporte familiar para cuidar de uma criança.
Para Perline (2000), o baixo grau de escolaridade associado a fatores
socioeconômicos, contribui para o aparecimento de doenças, entre elas a DDA, uma
vez que podem dificultar a conscientização das pessoas para a necessidade de
cuidado com a saúde ao longo da vida, adesão ao tratamento e manutenção de
estilo de vida saudável.
Lopes, Silva e Hartz (2004), já apontavam em seu estudo o aumento da
escolaridade como um dos fatores contribuintes para a redução em 91,4% do
coeficiente de mortalidade infantil por diarreia, em Salvador, Bahia, entre 1980 e
1998.
A UBS apresentava no período da pesquisa (julho a dezembro), segundo o
SIAB, 15 gestantes cadastradas, 03 delas com idade inferior a 20 anos, apesar de
todo o esforço do planejamento familiar, com orientações, distribuição de
preservativos, anticoncepcionais orais, dentre outros, regularmente realizado pelos
profissionais da Unidade
Tabela 3 - Escolaridade dos representantes das famílias estudadas, Campo
Grande-MS, 2011
Escolaridade N° %
Superior 4 2,4
Ensino Médio Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Fundamental Incompleto
Sem resposta
92
16
12
22
23
54,4
9,5
7,1
13,0
13,6
Total 169 100,0
25
Outra questão social indagada aos entrevistados da pesquisa foi referente à
renda, onde 88,2% da população informou receber entre 0,5 a 2 salários mínimos
(Tabela 4).
Conforme estabelece a Constituição Federal (artigo 7º, inciso 4º), o salário
mínimo deve oferecer condições de moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, pois representa o mínimo que a
pessoa precisa para sobreviver, porém, na prática, sabe-se que tem sido insuficiente
para suprir essas necessidades básicas do brasileiro.
Paim (2002) já relatava que as intervenções baseadas nas medidas de
promoção da saúde se aplicam à melhoria das condições e dos estilos de vida de
grupos populacionais específicos.
Tabela 4 – Renda das famílias estudadas, Campo Grande-MS, 2011
Renda (em SM) N° %
0,5 a 1,0 36 21,3
1 a 1,5 59 34,9
1,5 a 2 44 26,0
2 a 3 15 8,9
3 a 4
4 a 5
5 a 7
4
7
4
2,4
4,1
2,4
Total 169 100,0
SM: Salário Mínimo
Além da renda, para o estudo em questão, também é importante saber se o
paciente é portador de doença que possa estar relacionada ou interferir no manejo
da diarreia (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças cardíacas, doenças
hepáticas, doenças pulmonares crônicas, insuficiência renal, alergia alimentar, HIV
positivo) (BRASIL, 2009).
26
Quando questionados sobre doenças na família, tais como alcoolismo (ALC),
Chagas (CHA), deficiência (DEF), diabetes (DIA), epilepsia (EPI), hanseníase (HAN),
hipertensão arterial (HA), malária (MAL), tuberculose (TB) entre outras, 48 famílias
(28,4%) responderam afirmativamente possuir um caso ou mais dessas doenças,
prevalecendo diabetes e hipertensão arterial. Constatou-se ainda, entre essas 48
famílias, 2 portadores de deficiência, um caso de HIV, um de doença de Chagas e
um de alcoolismo.
Na área de estudo, segundo informações do SIAB, as principais causas de
morbidade, mortalidade e consultas ambulatoriais na população acima de 15 anos
são as complicações de doenças crônicas como a hipertensão arterial, diabetes
mellitus e infecções respiratórias, sendo 349 hipertensos e 90 diabéticos.
No que se refere à moradia, 62,7% referiram possuir casa própria e com base
nas fichas-A, preenchidas pelos Agentes Comunitários de Saúde, de uma forma
abrangente, as condições são boas. No entanto, existem aquelas em precárias
condições e até mesmo construídas com material reaproveitado (lonas). A maioria
(98,7%) conta com luz elétrica (Tabela 5).
Tabela 5 - Condições de moradia dos representantes das famílias estudadas,
Campo Grande-MS, 2011
Moradia Nº %
Própria
Própria cedida
Alugada
106
34
29
62,7
20,1
17,2
Total 169 100,0
A população residente na área adscrita da equipe, principalmente aquelas
mais vulneráveis, concentram-se próximo da unidade.
Ocorrem casos de migração interna na área, porém o mais comum são
pessoas da área procurar por outras unidades de saúde (migração externa). Existe
27
agenda aberta para os participantes dos programas de hipertensão, diabetes e
gestantes.
A distribuição na região famílias é muito heterogênea, a maioria da população
é de uma área mais carente, no entanto existe outra parte mais privilegiada e com
nível socioeconômico mais elevado, pois, segundo o SIAB, apenas 29,0% da
população possuí algum plano de saúde. Entre as 169 famílias entrevistadas, 103
(60,9%) relataram não haver alguém da família com plano de saúde.
Na área adscrita a maior parte da população cadastrada, segundo o SIAB,
possui água encanada, 93,0% utilizavam a água da rede pública e somente 7,0% é
abastecida por meio de poços.
Quanto ao tratamento da água recebida na residência, constatou-se, entre os
entrevistados, que 45 (26,6%), realizam filtração, 10 (5,9%), fervura e 114 (67,5%)
não faziam qualquer tipo de tratamento. Observou-se também que, durante o
período da pesquisa, não houve controle de qualidade da água nos domicílios
estudados, por parte da empresa prestadora desse serviço.
Ainda em relação ao tratamento da água, é possível considerar que somente
medidas de saneamento não sejam suficientemente profiláticas, pois a DDA também
pode ocorrer em domínio doméstico, onde a educação sanitária e as noções de
higiene apresentam relevância na eliminação dessa doença (NEVES, 2011).
D’Aguila et al. (2000), relatam em seu estudo, que as bactérias patogênicas
encontradas na água e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de
morbidade em nosso meio e são responsáveis pelos numerosos casos de enterites,
diarreias infantis e doenças epidêmicas, com resultados frequentemente letais.
Sabe-se que as principais medidas de controle para diarreia são a melhoria
da qualidade da água, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores,
higiene pessoal e alimentar, o que exige atuação fundamental da vigilância
ambiental, além de educação em saúde (BRASIL, 2008).
28
Quanto ao armazenamento da água encanada 107 (63,3%) dos entrevistados
possuiam caixa d’água e 62 (36,7%) afirmaram não ter reservatório. Entre as
famílias que possuíam caixa d’água, 106 (62,7%) não realizavam a limpeza da
mesma.
Grande parte da região em estudo tem pavimentação asfáltica e o transporte
público prevalece em 60,3% das famílias.
O esgotamento sanitário ainda pode ser considerado uma área problemática,
pois apesar de muitas iniciativas locais, com relativa expansão dos domicílios
ligados ao sistema de esgoto, nas famílias do estudo, o destino dos dejetos (fezes e
urina) variou entre fossa séptica (92/54,4%) e rede de esgoto (77/45,6%). Segundo o
SIAB em toda a área, 748 famílias (62,3%) possuem fossa séptica.
Conforme Leser et al. (1985), nos países em desenvolvimento, em virtude das
precárias condições de saneamento e da má qualidade das águas, as doenças
diarreicas de veiculação hídrica, já eram responsáveis por vários surtos epidêmicos
e pelas elevadas taxas de mortalidade infantil, relacionadas à água de consumo
humano.
Desse modo, fica claro a importância do sistema de esgoto sanitário no que
se refere à saúde ambiental, pois, do ponto de vista higiênico, permite a prevenção,
o controle e a erradicação de muitas doenças de veiculação hídrica, entre elas a
DDA. Sob o aspecto social, visa à melhoria da qualidade de vida da população, pela
eliminação de odores desagradáveis e que prejudicam o aspecto visual bem como a
recuperação das coleções de águas naturais. Do ponto de vista econômico, envolve
questões como o aumento de produtividade geral (AGEREC, 2011).
A coleta do lixo é oferecida pelo serviço público para as 169 famílias
estudadas, informação essa semelhante as do SIAB, onde 1197 famílias (99,7%) se
beneficiam da coleta pública.
29
Com relação ao reaproveitamento do lixo, 124 famílias (73,4%) afirmaram não
reaproveitar, 15 (8,9%) usam para artesanato, 19 (11,2%) para alimentação animal e
11 (6,5%) para produção de adubo.
A solução do lixo requer mudanças nos sistemas de coleta e tratamento, em
novas concepcoes de embalagem, novos materiais biodegradaveis e mudancas
tecnologicas e comportamentais no campo da reciclagem. O reaproveitamento
influência nas condições ambientais que favorecem os criadouros de vetores de
doenças como a Leishmaniose.
Em caso de doença, 82,2% das famílias procuram a Unidade de Saúde
17,8% procuram hospital ou plano de saúde.
É possível, portanto, perceber que a grande procura pela Unidade de Saúde
mostra que a ESF, além de cuidar dos aspectos de prevenção de doenças e
promoção de saúde, é responsável pela assistência e atendimento de um grande
número de problemas de saúde e que, quando bem estruturada, a atenção básica
pode ser resolutiva para 80,0% ou mais dos motivos da procura aos serviços de
saúde (NESCON, 2008).
Perfil da Doença Diarreica Aguda na área de estudo
Entre julho a dezembro de 2011, houve registro de 13 casos de DDA na
Unidade de Saúde em estudo. Considerando, porém, a afirmação de que em virtude
da sua elevada frequência, os casos de DDA não são de notificação compulsória
nacional em se tratando de casos isolados (BRASIL, 2009), é possível que tenha
ocorrido subnotificação de casos no referido período. Além disso, o
paciente/responsável muitas vezes não é orientado a voltar na UBS onde foi
realizado o atendimento, para preenchimento da Ficha e fechamento do caso.
Dos casos notificados, nove aconteceram em crianças de 1 a 4 anos e na
totalidade dos casos foi adotado o plano A como forma de tratamento.
30
Silva (1996), já mencionou sobre o representativo número de casos ignorados
no manejo das diarreias devido ao não preenchimento correto da ficha do paciente
pelos funcionários, ou não atendimento das recomendações preconizadas pelo
Ministério da Saúde.
Nesse trabalho existiram algumas dificuldades relacionadas às fichas de
notificação da DDA, como por exemplo, preenchimento incompleto das mesmas.
Nesse sentido os profissionais de saúde devem ser mais conscientizados sobre a
importância da notificação e de uma avaliação clínica e epidemiológica adequada
dos casos de DDA para que o Sistema Nacional de Vigilância possa elaborar os
protocolos de investigação, garantir o acompanhamento do paciente e manter o
Serviço de Vigilância em Saúde do Estado e do País e o Serviço de Saneamento
local informados.
Os recursos humanos podem ser mais sensibilizados e dentro desse
contexto, o que deve possibilitar conhecer melhor o impacto da doença diarreica e
permitir a identificação precoce dos surtos e de epidemias, além de trazer
parâmetros mais adequados para as medidas de controle e prevenção.
Quando questionados sobre a frequência dos episódios de diarreia em algum
membro da família, 66 (39,1%) dos entrevistados afirmaram ser semanal, sendo a
maioria das ocorrências (36/54,5%) em crianças de 1 a 4 anos.
Dentre esses 66 casos, 33 (50,0%) disseram ter procurado algum
atendimento entre as primeiras 24 a 72 horas após o início dos sintomas. No
atendimento, foi adotado o plano A em 22 casos (66,7%).
Tal conduta já era esperada, pois o Ministério da Saúde prioriza o referido
plano no tratamento das DDA, com o objetivo de demonstrar a resolutividade nos
casos e a importância de articulação entre os diversos setores de saúde com a
Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, entre outros.
Um fator importante a ser discutido é que embora o abastecimento de água
tenha sido um aspecto com boa avaliação na pesquisa, isoladamente, essa medida
31
pode ainda não garantir a cobertura requerida para proteger a população. A maioria
dos domicílios recebe água encanada, porém, o morador deve cuidar das
instalações internas e da limpeza e conservação do seu reservatório, evitando a
sujeira e a contaminação por insetos ou animais. É possível também, que a
existência de um ponto de água externo possa levar à inadequada manipulação da
água e, consequentemente, a sua contaminação, o que impõem a necessidade de
algum tipo de tratamento domiciliar.
Nesse sentido, o saneamento básico e o comprometimento da qualidade da
água por medidas de higiene podem, em conjunto, ser a principal causa do
aparecimento de casos de diarreia, pois confrontando os dados das famílias que
afirmaram a ocorrência semanal de diarreia, com a forma de tratamento da água
(sem considerar o tratamento oferecido pela empresa fornecedora), armazenamento
da água encanada e destino das fezes e urina do domicílio, (48/72,7%) não
realizavam qualquer forma de tratamento da água de beber, (29/43,9%) não
possuíam caixa d’água e (33/50,0%) utilizavam fossa séptica para destino dos
dejetos.
Em algumas situações foi possível considerar que a educação na escola pode
ser um importante meio de trazer informação para dentro de casa, pois das famílias
que afirmaram a ocorrência semanal de diarreia, (37/56,0%) relataram não possuir
ensino médio completo e (55/83,3%) não possuem nenhum membro com idade
entre 7 a 18 anos frequentando a escola.
Em relação à periodicidade da visita do agente de saúde, 99 famílias (58,6%)
afirmaram receber a visita mensal, que é obrigatória, 37 (21,9%) quinzenal, 11
(6,5%) mais de uma vez por semana e 22 (13%) não souberam informar. Nenhuma
das famílias afirmou ter ficado mais de um mês sem a visita.
Quanto à visita de outros profissionais de saúde da Unidade (médicos,
dentistas, enfermeiros), 85 famílias (50,3%) confirmaram receber a mesma somente
quando solicitado, 18 (10,6%) mais de uma vez por semana e 66 (39,1%) disseram
não receber.
32
Para Lopes, Silva e Hartz (2004), nas atividades educativas, deve haver maior
participação dos profissionais de nível superior, principalmente dos médicos, que
praticam, na maioria das vezes, apenas a orientação individual em consultório. Para
eles, as oportunidades de consulta podem ser mais bem utilizadas para discutir com
a comunidade medidas preventivas para o controle da diarreia, ou para dar
orientações gerais sobre estilo de vida e os riscos aos quais as famílias podem estar
expostas.
Uma vez por mês é realizado na UBSF, pela enfermeira ou médico, o
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (peso e altura) das crianças, e
duas vezes ao ano, antecipação da Campanha antipólio, além de acompanhamento
dos hipertensos e diabéticos com atividades educativas, onde ocorre a presença do
educador físico do NASF, avaliação do pé diabético, glicemia capilar e aferição da
pressão arterial.
Os esclarecimentos oferecidos pelos Agentes de Saúde sobre métodos de
tratamento da água, agentes que a mesma pode veicular, higiene pessoal e
cuidados com o meio ambiente é reconhecido por 136 famílias (80,5%), monstrando
a importância da atuação desses profissionais.
Lopes, Silva e Hartz (2004), relataram sobre a importância dos
esclarecimentos oferecidos pelos agentes de Saúde e reconhecem que eles sabem
o que fazer em caso de diarreia, tanto em relação às medidas preventivas, quanto
ao encaminhamento aos serviços de saúde.
Os Agentes de Saúde são o elemento-chave para que a Estratégia de Saúde
da Família funcione regularmente. Agem como mediadores dos profissionais ali
inseridos, transmitem informações essenciais para a manutenção da saúde de cada
paciente residente em seu território adscrito, além de atuarem como multiplicadores
nas ações de prevenção e controle dos agravos que ocorrem na região. Em relação
à DDA atuam para facilitar seu processo de notificação, controle e fechamento dos
casos em tempo oportuno.
33
Os trabalhos comunitários podem ser mais valorizados pela comunidade, pois
96 famílias (56,8%) informaram não haver alguém da casa participando de algum
trabalho realizado na comunidade sobre saúde pública, 29 (17,2%) declararam não
ter conhecimento sobre os mesmos e 44 (26%) participavam de algum modo das
atividades realizadas.
É necessário, portanto, estimular a participação da população nos trabalhos
realizados na comunidade, pois através da articulação entre os vários segmentos
sociais é possível direcionar as ações de saúde para a disseminação de
conhecimento aliada à cultura local, como forma de estabelecer hábitos mais
saudáveis e melhorar o estilo de vida dos moradores, com o objetivo principal de
minimizar as ocorrências e o número de hospitalizações motivadas por quadros
infecciosos e principalmente pela DDA.
Na área existem vários segmentos sociais, uma creche, uma escola, uma
gibiteca e associações de bairro e igrejas, onde a unidade de saúde mantém
vínculos para atingir a população alvo e, muitas vezes, fornecer avisos do que
acontecerá na unidade (campanha de vacinação, reunião hiperdia, entre outros),
mantendo informada a população em geral, mas, infelizmente, apenas pequena
parcela da população participa.
Na área não existem serviços de saúde privados. O único serviço de saúde é
a Estratégia de Saúde da Família, onde parte da população, principalmente os mais
vulneráveis, busca assistência à saúde, com facilidade de acesso, cobertura
considerável e com bom nível de resolutividade da própria equipe. As principais
dificuldades são os encaminhamentos que, por vezes, demoram a ser agendados,
gerando insatisfação da população quanto ao atendimento prestado pela unidade.
Outra grande dificuldade vivenciada foi quanto aos medicamentos, pois durante o
período da pesquisa não havia farmácia em funcionamento na Unidade. O indivíduo
que não tem condições financeiras de adquirir o medicamento acaba atrasando o
início do tratamento ou até mesmo interrompendo.
Ao estudar a DDA no município de Campo Grande-MS, nota-se algumas
peculiaridades pelas próprias características da população. Nesse sentido, entender
34
como a população se comporta e quais suas características, deve ser uma meta dos
profissionais de saúde e da sociedade.
Os resultados relatados, com base no perfil da população, permitirão com que
a Unidade possa traçar estratégias junto a Secretaria Municipal de Saúde para a
monitorização da DDA e apoio às famílias, visto que as mesmas são responsáveis
pelos cuidados diretos e diários de sua saúde.
A pesquisa proporcionou algumas sugestões para trabalhos futuros como:
- verificar o conhecimento dos profissionais de saúde com relação à DDA;
- verificar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre as devidas
condutas a serem tomadas frente a um episódio de DDA e a importância da
notificação da mesma;
- analisar/descrever como os profissionais de saúde orientam o paciente
durante o acompanhamento do caso de DDA.
35
CONCLUSÃO
A maioria dos representantes das famílias tinha idade abaixo de 60 anos,
sexo feminino e residem em casa própria.
A escolaridade apresentava um índice favorável, pois 54,4% da população
possui o ensino médio.
Os representantes das famílias demonstraram, durante a entrevista,
insatisfação com o salário recebido, pois não conseguem atender suas
necessidades básicas.
Grande parte das famílias do estudo possuía o destino dos dejetos (fezes e
urina) realizado através de fossa séptica, a coleta de lixo era oferecida pelo serviço
público, com pouco reaproveitamento por parte da população. Em relação ao
saneamento básico pode existir certo comprometimento da qualidade da água para
beber por medidas de higiene, já que é comum, entre as famílias não fazer qualquer
tipo de tratamento da água recebida na residência.
De acordo com o SIVEP-DDA, houve, entre julho a dezembro de 2011,
registro de treze casos de DDA na Unidade de Saúde em estudo. Dos casos
notificados, nove aconteceram em crianças de 1 a 4 anos e na totalidade dos casos
foi adotado o plano A como forma de tratamento.
É comum a ocorrência de episódios semanais de diarreia em algum membro
da família na população em estudo e dentre esses casos, a maioria procurou por
atendimento entre as primeiras 24 a 72 horas após o início dos sintomas.
Entre os entrevistados, a conduta mais adotada após a ocorrência do episódio
de diarreia, também foi o plano A (66,7% dos atendimentos), pois a maioria dos
casos não apresentou sinais de desidratação e foram resolvidos somente com as
orientações ao paciente quanto à conduta alimentar e aos hábitos de higiene.
36
A ausência de tratamento suplementar da água para beber, caixa d’ água e a
utilização de fossa séptica podem estar relacionadas aos casos de diarreia relatados
pelos participantes do estudo.
Os resultados encontrados com esse trabalho foram encaminhados a
Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande.
37
REFERÊNCIAS
AGEREG - Agência de Regulação dos Delegados de Campo Grande. Diagnóstico do Saneamento Básico: abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Campo Grande/MS. Campo Grande, 2011. 107 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças Infecciosas e Parasitárias - Guia de Bolso. Brasília, 2008. 374 p. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília, 2009. 813 p. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Manual de Procedimentos do Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da Água para consumo. Brasília, 2007. 130 p. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria no 518/GM de 25 de março de 2004. Controle e Vigilância da qualidade da Água para Consumo Humano e seu padrão de potabilidade e outras providências. Brasília, 2004. 15 p. BRISCOE, J. Evaluating water supply and other health programs: short-run vs long-run mortality effects. Public Health. v. 99, n.3, p. 142-145, 1985. BRISCOE, J.; FEACHEM, R. G.; RAHAMAN, M. M. Evaluating health impact: water supply, sanitation, and hygiene education. Ottawa: International Development Research Centre, 1986, 80p. CLARK, R. M.; COYLE, J. A. Measuring and modeling variations in distributions systems water quality. Journal of the American Water Works Association. v. 82 p. 46-52, 1989. COSTA, S. S. da; HELLER, L.; SILVEIRA, C. C. Indicadores Epidemiológicos aplicáveis a estudo sobre associação entre saneamento e saúde de base municipal. Revista de Engenharia Sanitária Ambiental. Rio de Janeiro, v.10, n.2, p.20, 2005. CHARRIERE, G.; MOSSEL, D. A. A.; BEAUDEAU, P.; LECLERC, H. Assesment of the marker value of various components of the coli-aerogenes group of Enterobacteriaceae and of a selection of Enterococcus spp. For the official monitoring of drinking water supplies. Journal of Applied Bacteriology. v.76 p. 336-344, 1996. D'AGUILA, P. S.; ROQUE, O. C. C. da; MIRANDA, C. A. S.; FERREIRA, A. P. Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.16, n.3, p. 28, 2000.
38
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39
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40
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O diagnóstico sócio-ambiental e a vigilância da Doença Diarreica Aguda constituem forma prática e sensível de avaliar condições de saúde entre as várias regiões e grupos populacionais distintos entre si, a maneira de como a doença é influenciada por fatores sociais e econômicos e as possibilidades de desenvolvimento da sociedade e do meio em que vivem. Para caracterizar essas condições sócio-ambientais e culturais estou desenvolvendo um projeto “Diagnóstico Sócioambiental e Monitorização da Doença Diarreica Aguda em moradores de uma área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família – Campo Grande/MS” Este trabalho será por mim executado em nível acadêmico no Programa de
Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da ANNHANGUERA-UNIDERP, sob Coordenação da Profª. Dr. Vânia Lúcia Brandão Nunes.
Para acompanhar os casos de Doença Diarréica Aguda e analisar os aspectos sócio-ambientais da população será realizada a aplicação de um questionário fechado na presença do pesquisador, ao paciente selecionado (garantindo assim a privacidade das informações prestadas, sem nenhum prejuízo ou bônus ao voluntário).
O objetivo da pesquisa é construir uma metodologia de auxílio para o diagnóstico sócio-ambiental e de saúde a ser explorada pela Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Secretaria Municipal e/ou Estadual de Saúde, atuando assim em benefício da população de forma geral.
Informo que o resultado do diagnóstico será sigiloso, ou seja, apenas os profissionais de saúde e o (a) Senhor(a), terão informação a respeito dos resultados dessa pesquisa. Não haverá nenhum risco ou desconforto ao voluntário ao responder esse questionário. O mesmo é composto por VIII quesitos a serem analisados e possuem alternativas de múltipla escolha. O tempo necessário para respondê-lo é de 20 minutos.
Os resultados serão utilizados na publicação de trabalhos científicos, no entanto, o nome do(a) Senhor(a) em hipótese alguma serão revelados nessas publicações.
Esclareço que o(a) Senhor(a) tem a liberdade de retirar-se a qualquer momento da pesquisa, sem prejuízo para você ou sua família. Eu, ___________________________________________________ li o esclarecimento, compreendi o que diz e aceito livremente participar da pesquisa “Diagnóstico Sócioambiental e Monitorização da Doença Diarreica Aguda em moradores de uma área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família – Campo Grande/MS”. ____________________________________________ __/__/____ Assinatura do participante Enfermeira/Pesquisadora: Sabrina Piacentini/ANHANGUERA-UNIDERP Rua Alexandre Herculano, nº 1400 - Campo Grande-MS Tel: (67) 33183064 Profª. Dr. Vânia Lúcia Brandão Nunes/ANHANGUERA-UNIDERP Rua Alexandre Herculano, nº 1400 - Campo Grande-MS Tel: (67) 33183000 Comitê de Ética em Pesquisa/ANHANGUERA-UNIDERP Rua Ceará, 333 - Bairro Miguel Couto. Campo Grande-MS Tel: (67) 33488120
41
APÊNDICE B
Termo de Compromisso para Utilização de Informações de Banco de Dados
Título da Pesquisa:
“Diagnóstico Sócioambiental e Monitorização da Doença Diarreica Aguda em moradores de
uma área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família – Campo Grande/MS”
Bases de dados a serem utilizados:
Informações armazenadas em prontuários de atendimento de uma Unidade Básica de Saúde da
Família, localizada no município de Campo Grande-MS.
Como responsável pela pesquisa acima referida comprometo-me a utilizar as informações
contidas nas bases de dados acima citadas, protegendo a imagem das pessoas envolvidas e a sua
não estigmatização. Garanto a não utilização das informações em prejuízo das comunidades
envolvidas, inclusive em termos de auto-estima, de prestígio e/ou econômico-financeiro.
Declaro ainda que estou ciente da necessidade de respeito à privacidade das pessoas envolvidas
em conformidade com os dispostos legais citados1 e que os dados destas bases serão utilizados
somente neste projeto, pelo qual se vinculam. Todo e qualquer outro uso que venha a ser necessário
ou planejado, deverá ser objeto de novo projeto de pesquisa e que deverá, por sua vez, sofrer o
trâmite legal institucional para o fim a que se destina.
Informo ainda que os resultados advindos desta pesquisa poderão ser utilizados para a
publicação.
Por ser esta a legítima expressão da verdade, firmo o presente Termo de Compromisso.
Campo Grande (MS) ___________/___________/___________
________________________
Sabrina Piacentini
1 Constituição Federal Brasileira (1988) – art. 5º, incisos X e XIV; Código Civil – arts. 20-21;
Código Penal – arts. 153-154; Código de Processo Civil – arts. 347, 363, 406; Código de Defesa do Consumidor – arts.
43- 44; Medida Provisória – 2.200 – 2, de 24 de agosto de 2001; Resoluções da ANS (Lei nº 9.961 de 28/01/2000) em
particular a RN nº 21
42
APÊNDICE C
Projeto:
Diagnóstico Sócioambiental e Monitorização da Doença Diarreica Aguda em moradores de uma área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família – Campo Grande/MS
QUESTIONÁRIO PARA O DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL DA COMUNIDADE Obs: Preencher os parênteses com número das respostas. I. INFORMAÇÕES GERAIS
Município:______________________________ Prontuário:__________________________
Data do Relatório: (___/___/___) NO. QUEST.:__________ ACS________________________________
II. CARACTERÍTICAS DOS MORADORES DO DOMICÍLIO
Dados do entrevistado (a): SEXO: 1.M 2.F ( ) DN___________ Idade______
2.1. Alfabetizado: 1. Sim. Qual o grau de escolaridade?_______________________________2. Não (__)
2.2. Meio de Sustento da Família:__________________________
2.3. Rendimento
Até 0,5 SM ( ) 2 a 3 SM ( )
0,5 a 1 SM ( ) 3 a 4 SM ( )
1 a 1,5 SM ( ) 4 a 5 SM ( )
1,5 a 2 SM ( ) 5 a 7 SM ( )
Outra( ) Especificar___________________________________________
2.4. Número de pessoas que moram na casa ___________
2.5 Doença(s) referida na família: 1. (Conforme Código)__________________ 2. Outras________________
2.6. Faixa Etária:
Menor de 1 ano __________ 1-4 _______ 5-9______ 10-19__________ 20-39______ 40-49______
50-59________ > 60_______.
2.7 Há membros da família de 7 a 18 anos que freqüentam a escola?
1. Sim 2. Não ( )
2.8. Condição da propriedade atual
1. própria 2. própria cedida 3. alugada 4. Outros________ ( )
III. CONDIÇÕES DE MORADIA
3.1 Tipo de Casa
1. Tijolo/adobe 2.Taipa revestida 3. Taipa não revestida 4. Madeira 5. Material aproveitado 6. outro
(especificar) _________________ ( )
3.2 Energia elétrica: 1. Sim 2. Não ( )
IV. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
4.1. Sua residência dispõe de água encanada 1. Sim 2. Não ( )
4.2. Qual a origem da água que a família consome para beber
1. Rede Geral ou Pública 2. Poço ou nascente 3. outros - domicílio abastecido com água de chuva, carro-pipa,
ou apanhada em fonte pública, poço, ou bica, fora do domicílio ou peridomicílio.
4.3. Formas de tratamento da água de beber: (Não considerar o tratamento da água realizado pela
empresa fornecedora)
1. Filtração 2. Fervura 3. Cloração 4. Não trata ( )
43
4.4. Armazenamento da água encanada (Responder somente em caso afirmativo da questão 5.1)
1. Caixa d’água 2. Pote 3. Tonel 4. Não é armazenada 5. Outros:_____________ ( ) Se não houver caixa
d’água saltar para 5.7
4.5. Realiza limpeza / manutenção da caixa d’água
1. SIM 2. NÃO ( )
4.6. Periodicidade da limpeza da caixa d’água (lavar)
1. Semestral 2. Anual 3. Não sabe ( )
4.7. A água utilizada para cozinhar, tomar banho, limpar e lavar roupa é mesma que usa para beber?
1.Sim 2.Não (__)
4.8. A água é de boa qualidade 1. SIM 2. NÃO ( ) 3. Não sabe ( )
V. ESGOTAMENTO SANITARIO
5.1. Existência de banheiro
1. SIM 2. NÃO (Salte para questão 6.4) ( )
5.2. Localização do banheiro
1. Dentro do domicílio 2. Fora do domicílio 3. Dentro e fora do domicílio
5.3. Destino dado às fezes e urina do domicílio:
1. Sistema de esgoto (rede geral) - fezes e urina são canalizadas para o sistema de esgoto (rede pública geral)
2. fossa - qualquer tipo de fossa 3. céu aberto - no quintal, na rua, em um riacho etc.
5.4. Forma de acondicionamento do lixo
1. Latas 2. Lixeiras plásticas 3. Caixão de madeira 4. Sacolas plásticas 5. Não tem recipiente específico/Deixa no
quintal ( )
5.5. A família costuma separar o lixo
1. SIM 2. NÃO 3. Apenas resto de comida para animais 4. Apenas as folhas 5. Outros:______________ ( )
5.6. Destino dado ao lixo
1. coletado - por serviço, empresa pública ou particular 2. queimado ou enterrado 3. jogado a céu aberto
5.7. Reaproveitamento do lixo
1. Produção de adubo 2. Alimentação animal 3. Artesanato/Reciclagem 4. Coleta seletiva 5. Não reaproveita ( )
VI. SAÚDE PÚBLICA
6.1 Ocorre, com freqüência, episódios de diarreia em algum membro da família.
1. Semanal 2. Mensal 3. Semestral 4. Anual 5. Raramente (superior a 1 ano) 6. Não há ( ) (Salte p/ questão
7.5)
6.2 Em que pessoas da família são mais freqüentes essas diarreias
1. Crianças < 1 ano 2. Crianças de 1 a 4 anos 3. Crianças de 5 a 9 anos 4. 10 anos ou mais ( )
6.3 Qual foi o tempo entre o início dos sintomas e a procura por atendimento médico:
1. Nas primeiras 24 horas 2. 25 a 72 horas 3. 73 horas/4º dia ou mais 4. Não procurou por atendimento ( )
(Salte p/ questão 7.5)
6.4 Qual foi o plano de tratamento adotado pelo médico:
1. Plano A: Diarreia sem desidratação, paciente atendido e dispensado com orientações
de cuidados domiciliares levando sais hidratantes para casa ;
2. Plano B: Diarreia com desidratação, paciente em observação na sala para Tratamento de
Reidratação Oral;
3. Plano C: Diarreia com desidratação grave e com reidratação endovenosa. 4. Não sabe ( )
6.5 Conhece agente de saúde da sua localidade
1. SIM 2. NÃO ( )
44
7.6 Qual a periodicidade da visita do agente de saúde
1. Mais de uma vez/semana 2. Semanal 3. Quinzenal 4. Mensal 5. Não sabe ( )
6.7. Já recebeu a visita de outros profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermeiros) da Unidade:
1. Mais de uma vez/semana 2. Semanal 3. Quinzenal 4. Mensal 5. Somente quando solicitado 6. Não recebe ( )
6.8. Já recebeu do agente de saúde esclarecimentos sobre maneiras de tratamento da água, doenças que
a mesma pode causar, higiene pessoal e cuidados com o meio ambiente?
1. Sim 2.Não (__)
6.9. Alguém da casa participa de algum trabalho realizado na comunidade sobre saúde pública?
1. SIM. Qual:______________ 2. NÃO 3. Não tem conhecimentos sobre esses trabalhos ( )
6.10 Possui animal doméstico
1. SIM 2. NÃO ( )
6.11 Alguém da família possui Plano de Saúde
1. SIM 2. NÃO ( )
6.12 Em caso de doença procura:
1. Hospital 2. Unidade de Saúde 3. Benzedeira 4. Farmácia 5. Outro-especificar_______________ ( )
6.13 Meios de comunicação que utiliza: (Marque com um X os itens informados)
1. Rádio 2. Televisão 3. Internet 4. Outro-especificar_______________ ( )
6.14 Meios de transporte que utiliza: (Predominante)
1. Ônibus 2. Caminhão 3. Carro 4. Carroça 5. Outro-especificar_______________ ( )
VII. QUESTÕES DO OBSERVADOR
7.1. Condições da moradia
1. Muito Boa 2. Boa 3. Ruim ( )
7.2. Condições de Higiene
1. Higiene da moradia 1. Muito Boa 2. Boa 3. Ruim ( )
2. Higiene da família 1. Muito Boa 2. Boa 3. Ruim ( )
8. Outras observações pertinentes:
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Questionário formulado com bases de informações contidas no SIAB: Manual do Sistema de Informação de atenção básica / Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de Saúde da Comunidade. Brasília: Ministério da Saúde, 1998. 98p. Família: É o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência que residem na mesma unidade domiciliar. Inclui empregado(a) doméstico(a) que reside no domicílio, pensionistas e agregados. Idade: Anos completos. Caso não se saiba a data do nascimento, anotar a idade referida ou estimada. Preencher o campo idade mesmo quando houver informação da data de nascimento. Alfabetizado: Indivíduo que sabe ler e escrever no mínimo um bilhete. O indivíduo que apenas assina o nome não é considerado alfabetizado. Assinalar com um X, nos campos SIM ou NÃO, a presença ou ausência dessa condição. Ocupação: Tipo de trabalho que exerce, independente da profissão de origem ou de remuneração, mesmo que no momento da entrevista o indivíduo esteja de férias, licença ou afastado temporariamente por qualquer motivo. A realização de tarefas domésticas caracteriza o trabalho doméstico, ainda que este não seja remunerado. Se o indivíduo referir mais de uma ocupação, deverá ser anotada aquela a que ele dedica o maior número de horas na semana, no seu período de trabalho. Doença(s) referidas: Casos atuais das seguintes doenças ou condições referidas pela família: alcoolismo (ALC), Chagas (CHA), deficiência (DEF), diabetes (DIA), epilepsia (EPI), hanseníase (HAN), hipertensão arterial (HA), malária (MAL), tuberculose (TB), gestação (GES) e outras (O). Frequenta a escola: Pessoa matriculada e frequentando regularmente a escola, mesmo aquela que estiver de férias no momento do cadastramento mas que freqüentará a escola no período letivo seguinte. Tipo de casa: tijolo/adobe - parede construída com qualquer tipo de tijolo, inclusive adobe, adobão e semelhantes (adobe = bloco semelhante ao tijolo, preparado com argila crua, secada ao sol); taipa revestida - parede de taipa com o interior do domicílio completamente revestido por reboco ou emboço (primeira camada de argamassa); taipa não revestida - parede de taipa sem revestimento; madeira - parede de madeira; material aproveitado - materiais impróprios, como papelão, plástico, lona, palha, flandre etc. Outros - outros materiais de construção, como pedra, concreto etc. Número de cômodos ou peças do domicílio: Cômodos ou peças são “todos os compartimentos integrantes do domicílio, inclusive banheiro e cozinha, separados por paredes e os existentes na parte externa do prédio, desde que constituam parte integrante do domicílio, com exceção de corredores, alpendres, varandas abertas e outros compartimentos utilizados para fins não residenciais como garagens, depósitos etc.
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Energia Elétrica: Marcar com um X se o domicílio possuir energia elétrica, mesmo que o fornecimento não seja contínuo, ou que a instalação não seja regularizada (ligação clandestina, “gato”, “gambiarra”. Plano de saúde: Considerar como plano de saúde qualquer seguro para assistência médica privativa de qualquer tipo (hospitalizações, consultas, exames laboratoriais etc.), pago pela família ou por outro (empregador de algum membro da família, parentes etc.).
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ANEXO A
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ANEXO B
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ANEXO C
50
ANEXO D