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PROPOSTA 1

Imagem disponível em: http://www.mobilizadores.org.br/noticias/65-das-mulheres-nao--se-reconhecem-na-midia-e-publicidade/. Acesso em: 14 mar. 2018.

Há muito tempo, a publicidade vem utilizando imagens de mulheres em anúncios, nos meios eletrônicos,

como a TV ou a internet, e nos impressos, como jornais e revistas. Sabe-se que a publicidade atinge e influencia

o cotidiano de várias formas, e, por isso, tem-se questionado o uso da imagem do corpo feminino em anúncios

publicitários: se, por um lado, a presença da mulher na publicidade pode contribuir para o empoderamento femi-

nino, por outro revela a padronização da beleza e coloca a imagem da mulher como um objeto que impulsiona a

venda de um produto.

TAREFA

Com base nessas considerações, na leitura dos textos de apoio a seguir e em seus conhecimentos sobre o

tema, redija um texto argumentativo em que você responda à seguinte questão:

� Você considera que a utilização da imagem da mulher em anúncios publicitários seja adequada?

� Fundamente sua tese em argumentos consistentes.

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Textos de apoio para a proposta 1

Texto 1

PARTICIPAÇÃO, DIREITOS E CIDADANIA 26 DE JULHO DE 2016

65% das mulheres não se reconhecem na mídia e publicidade

Uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão mostra que 65% das mulheres brasileiras não se reconhecem na publicidade. A coordenadora do curso Gênero na Publicidade da ESPM de São Paulo, Ana Paula Pas-sarelli, explica que isso acontece porque elas nunca foram ouvidas para saber quais elementos realmente as definem.

Para Ana Paula, os estereótipos são caixas de referência usadas pela publicidade, pelas empresas e mesmo pelas pessoas para contextualizar a ideia de como alguém é ou, supostamente, deveria ser. “Passa-mos décadas construindo um imaginário de mulheres donas de casa, ou extremamente sexualizadas ou em busca da beleza ideal”, reflete.

Ela lembra que o Brasil, atualmente, é recordista em cirurgias plásticas no mundo. Isso indica que a mí-dia pode ter contribuído enormemente na cultura pela modificação corporal, do ajuste ou da correção. “Nos tornamos uma fábrica de corpos perfeitos. Mas o que é ser perfeita? Para a sociedade, é ser magra, alta, ter pele clara, cabelos lisos e traços aristocráticos. Mas pergunte às mulheres a sua volta! Quantas se encai-xam nesse modelo? Quantas se chateiam por não se-rem esse modelo?”, questiona a paulista.

Ana Paula acredita que apenas quando houver mais diversidade na publicidade será possível reverter este quadro. Para ela, o reforço que a mídia faz para a construção desse ideal de beleza já deveria ter ficado no passado. “A publicidade tem um papel pragmático muito definido: ser um conjunto de mensagens persua-sivas para formar opinião sobre determinada marca ou produto. As agências pareciam ter encontrado o con-junto perfeito: transferir características de algo que o consumidor gosta para a mensagem principal. Logo, o que mais se vê na publicidade é o imaginário mas-culino orientando a construção do que é ideal para o homem.”

Na maior parte das peças publicitárias, as mulhe-res são estimuladas diariamente a acreditar que devem se encaixar em referências. “Na verdade, somos diver-sas em cores, cabelos, comportamentos, carreiras e desejos. A roda do estereótipo só quebra se aqueles que a alimentam mudarem”, acredita.

Marcas evidenciam a beleza naturalPara conversar com uma mulher nos dias de ho-

je é preciso, primeiramente, entender suas posições e crenças e falar a mesma língua. E isso significa acom-panhar as mudanças dos últimos anos. A mesma pes-quisa do Instituto Patrícia Galvão mostrou que 60% das entrevistadas consideram que as mulheres ficam frus-tradas quando não se veem neste padrão.

Logo, colocar uma mulher sexualizada não é mais a receita perfeita ao lado de qualquer produto. Usar o corpo feminino com o único intuito de sedução também não é mais fórmula de resultado. Ana Paula acredita que as marcas que respeitam as diferenças estão ga-nhando cada vez mais espaço.

“E vamos ter recortes ainda melhores pela frente, especialmente sobre as questões de gênero e a não binariedade. Quem ainda divide o público-alvo essen-cialmente entre homens e mulheres precisa rever ur-gentemente o próprio modelo de negócios, porque nem mulheres, nem homens, nem gays, nem transexuais e tantas outras possibilidades de gênero podem ser colo-cadas em caixas de referência daqui pra frente”, afirma Ana Paula.

Com informações do site Terra / Abong

(Disponível em: http://www.mobilizadores.org.br/noticias/65-das-mulhe-res-nao-se-reconhecem-na-midia-e-publicidade/.

Acesso em: 14 mar. 2018.)

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Texto 2

MídiaA representação da mulher na mídia e em produtos

Em comerciais de televisão, produtos e marcas, a mulher é tratada como brinde, imbecil ou hipersexualizada.

por Nádia Lapa* publicado 18/12/2013 17h33, última modificação 06/01/2014 14h58

Na publicidade da NET, a mulher fica extasiada ao transformar um sapo em cartão de crédito.

Todo mundo já sabe: em comerciais de cerveja, estará sempre muito calor e as mulheres vestirão um biquíni fio dental nos corpos belíssimos. Corpos esses sem língua, diga-se, porque elas nunca falam nada. Quer vender detergente, sabão em pó ou qualquer outro produto de limpeza? Direcione as propagandas para as mulheres, porque elas ainda não saíram da cozinha.

Vemos isso o tempo todo, tomamos como verda-de absoluta, e nem ligamos muito para a representa-ção da mulher nos comerciais. Fúteis, vazias, compe-titivas com outras mulheres, rainhas do lar, vaidosas em nível tóxico. “É só propaganda”, diriam alguns. Alguns muitos. Outros vários diriam que ver problema nessa má representação da mulher é “falta do que fa-zer”. “Vai lavar uma louça”, os engraçados do Twitter responderiam. Na verdade, o sistema é esse, feroz, que se retroalimenta dos pensamentos da sociedade. As propagandas são ruins porque o público alvo é ruim, ou é o contrário? Difícil dizer.

Nos Estados Unidos, há uma iniciativa chamada The Representation Project, que cuida justamente de analisar como a mídia mostra as mulheres [...]. Aqui no Brasil não temos nada parecido, mas grupos feministas online costumam questionar as empresas quanto aos seus anúncios sexistas e muitas, muitas vezes, misóginos.

Foi o que aconteceu durante a Copa das Confe-derações. A Ariel, marca de sabão para lavar roupas, lançou uma propaganda no Facebook, com quadrinhos mostrando como a mulher também gosta de futebol. Se-ria ótimo quebrar o estereótipo de que só homem gosta

do esporte, enquanto as mulheres são histéricas que só gritam nas partidas da seleção brasileira e não sabem nem o que é um escanteio. Mas a marca, pertencente à Procter & Gamble, reiterou na série de quadrinhos que a mulher vê futebol por causa das pernas dos jogadores e que “torce”. Torce roupa. Porque mulher esquenta barri-ga no fogão e esfria no tanque.

Falei com a assessoria de imprensa sobre os qua-drinhos, e recebi a seguinte resposta: “a P&G informa que em maio desse ano postou na fanpage de Ariel um pedido de desculpas pela tirinha criada para a Co-pa das Confederações. Vale ressaltar que a empresa valoriza a diversidade, assim como o papel de impor-tância da mulher em nossa sociedade. A empresa in-forma ainda que levará em conta todos os comentários e considerações que foram postados na época em sua fanpage para as próximas campanhas da marca.”.

Eles, pelo menos, assumiram que foi uma bola fora (e, sim, nós sabemos quando é lateral ou escan-teio, nesses casos). A cerveja Crystal, do Grupo Pe-trópolis, infelizmente não fez o mesmo. Tentou mais ou menos fugir da velha fórmula mulheres de biquíni na praia (tem algumas à beira da piscina, ora pois!), e colocou uma mulher... como brinde!

Não, Crystal, apenas não. Mulher nunca é um brinde. Ou não deveria ser. A resposta da marca foi: “O Grupo Petrópolis sempre respeitou as mulheres e, em nenhum momento, teve a intenção de tratá-la co-mo objeto. A propaganda trabalha com humor e res-peito.”. Interessante observar o uso da palavra brinde, que não só é um objeto, como é um objeto que a pes-soa ganha, sem maior esforço. A saída escolhida pe-la Petrópolis foi dizer que isto, comparar uma mulher a algo que se ganha, é piadinha. Humor é sempre a desculpa para qualquer erro.

[...] Outra tática utilizada pelas empresas é dizer que

algo - produto ou comercial - simplesmente caiu no colo delas. É preciso apontar que, antes de ir ao ar ou aparecer nas araras das lojas, o produto ou propa-ganda passa por uma série de pessoas. Tudo está su-jeito a criação, aprovação, produção. Há muito tempo e incontáveis oportunidades para alguém nesse ciclo

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simplesmente dizer “ei, isso aqui está errado, não va-mos colocar no ar/colocar à venda”.

No entanto, se alguém tem tal iniciativa nesse processo, certamente sua voz não está sendo ouvida. Enquanto isso, as empresas lavam as mãos a respeito da responsabilidade acerca da equidade de gêneros. A Luigi Bertolli está vendendo, neste momento, uma camiseta que diz: Look like a girl, act like a lady, think like a man, work like a boss (Pareça uma garota, se comporte como uma dama, pense como um homem, trabalhe como chefe). Pense como um homem? O que há de tão diferente no pensamento de um homem para que eu, mulher, deseje ser como ele? Não está bom ser do jeito que eu sou e pensar do meu jeito? Ou homens são mais inteligentes?

“A camiseta mencionada não tem qualquer obje-tivo machista, feminista ou político. Trata-se apenas de mais uma estampa de moda que combina frases irreverentes com as cores da estação. Sendo assim, a Luigi Bertolli não teve intensão ou pretensão de su-gerir nenhum tipo de comportamento.” [...]

É evidente que isso não é verdade. Uma marca vende não só um produto, tangível, mas também um estilo de vida. O consumidor, então, compra algo de

acordo com o que lhe é vendido. Não é só a camise-ta ou o sabão em pó. Quando se trata de autoestima, então, ataca-se um ponto fraco das mulheres. Até supermodelos dizem que às vezes não se sentem tudo isso, imagine uma mulher comum, que trabalha, vai à faculdade, cuida dos filhos, lava louça, entra em fila de banco. As mensagens que ela recebe são de que ela precisa ser bonita, atraente, sexy, ter a aparência de uma garota e comportamento de uma dama. Ela precisa. É isso que é cobrado o tempo todo dela. [...]

O problema é que acreditamos nisso tudo. Mais do que comprar o sabão, a camiseta ou a maquiagem, nós compramos a ideia. E vivemos com ela, repetin-do-a, sentindo-a na pele. Você é café-com-leite, você não é bonita o suficiente, você não será amada, você está gorda demais. E compre isso aqui para diminuir o buraco que eu, empresa, criei em você.

*Nádia Lapa é jornalista.

Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo--pra-que/a-representacao-da-mulher-na-midia-e-em-produ-

tos-7011.html. Acesso em: 3 abr. 2018. Adaptação.

Texto 3

9 vezes em que a publicidade falhou em entender as mulheres em pleno século 21

De ‘Jane Walker’ a propagandas que desvalorizam o corpo feminino, conheça nove pe-ças que atraíram uma saraivada de críticas – o que, obviamente, não era seu objetivo.

Por BBC08/03/2018 08h50

O crescimento do movimento feminista nas últi-mas décadas não passou despercebido pela indús-tria da publicidade: nos últimos 25 anos, os marque-teiros aperfeiçoaram o conceito de “femvertising” – palavra formada pela junção de dois termos em inglês: “feminist” (feminista) e “advertising” (propa-ganda). Trata-se, na prática, de usar a retórica do movimento que defende a igualdade de direitos entre homens e mulheres para vender produtos ou servi-ços. Outra definição: o “femvertising” é a “propagan-da que usa pessoas, mensagens e imagens ligadas ao movimento pró-mulheres para promover o prota-gonismo de mulheres e garotas”.

É inegável que o mundo da propaganda de hoje é muito menos machista do que era, por exemplo, na dé-

cada de 1960 – o ambiente misógino de uma agência de publicidade da época foi retratado, por exemplo, na série televisiva Mad Men (2007-2015). Mesmo assim, a publicidade às vezes falha miseravelmente na tarefa de entender as aspirações e desejos das mulheres.

A BBC reuniu alguns casos recentes em que a pu-blicidade “entendeu tudo errado” sobre as mulheres.

1. Fãs de whisky mandam a ‘Jane Walker’ ir passearA Diageo é a maior produtora mundial de bebidas

destiladas, e dona de algumas das principais marcas desse tipo de produto. Recentemente, se envolveu em uma polêmica ao lançar nos EUA uma edição limitada do uísque Johnnie Walker – o objetivo era celebrar o Mês da Mulher (março) nos EUA. A empresa achou

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que seria uma boa ideia criar a “Jane Walker”: versão feminina do famoso personagem de botas, cartola e gravata borboleta que figura no rótulo das garrafas de Red Label, Black Label e outros títulos da marca.

A Diageo anunciou “Jane Walker” como “mais um símbolo do compromisso da marca com o progresso”, e prometeu doar US$ 1 de cada garrafa vendida para a caridade. Mas o que a companhia conseguiu foi uma saraivada de críticas, acentuadas depois que a vice--presidente da empresa nos EUA, Stephanie Jacoby, disse que a nova personagem era uma oportunidade de atrair as mulheres para o consumo de uísque.

“O uísque é um tipo de bebida visto como ‘intimi-dador’ pelas mulheres”, disse ela à agência de notícias Bloomberg. Jacoby e o “Jane Walker” sofreram críticas nas redes sociais, que reverberaram também no progra-ma de TV The Late Show, um dos mais vistos dos EUA.

[...]

2. Dove, o deslize da pioneiraA campanha da Dove “pela beleza real”, lançada

em 1994, é considerada o “marco zero” do “femverti-sing”, e já foi repetida milhares de vezes. Sua essên-cia é questionar padrões de beleza pouco realistas e racialmente excludentes existentes no Ocidente, e promover a “beleza real”, levando para as propa-gandas “mulheres de diferentes idades, tamanhos, etnias”.

No ano passado, porém, a marca sofreu críticas graças a um anúncio no qual uma mulher negra pare-ce “se metamorfosear” em uma mulher branca em um anúncio de sabonete líquido. Ao retirar a camiseta, ela se torna branca. “O clipe tinha a intenção de mostrar que o produto é para mulheres de todas as etnias, e de ser uma celebração da diversidade. Mas nós não soubemos nos expressar”, reconheceu um porta-voz da marca, que pertence à gigante Unilever.

O YouTuber e ativista do movimento negro brasi-leiro Spartakus Santiago gravou um vídeo em outubro passado fazendo uma ponderação sobre a polêmica envolvendo a Dove. Na sua opinião, o anúncio foi “cla-ramente descontextualizado” pelos críticos. Ele lem-brou que, na peça original, a mulher branca “tira” uma camada de pele em seguida e se transforma em uma mulher latina. “A Dove talvez tenha errado em criar uma peça que podia ser lida de forma tão controversa. Na internet, tudo é descontextualizado. E essa ima-gem, de uma mulher negra arrancando uma camada de pele e virando uma mulher branca, é uma imagem

que podia ser muito mal interpretada”, diz ele. “E a Dove talvez tenha pisado na bola. Mas o fato é que a marca não foi racista. A marca criou algo que pode ser lido como racista se for descontextualizado”, avalia.

[...]

3. Caneta BIC para mulheresUma das marcas de material de escritório mais fa-

mosas do mundo, a BIC foi alvo de protestos em 2012, quando lançou uma linha de canetas “confortáveis” pa-ra mulheres – nas cores rosa e roxa. Pensados exclu-sivamente para o público feminino, os produtos foram vendidos como tendo uma “silhueta elegante e deta-lhes pensados para dar mais estilo”. As canetas “teriam uma pegada suave para garantir o conforto ao longo de todo o dia”, dizia o material promocional.

Depois das críticas, a companhia procurou a co-mediante e apresentadora de TV Ellen DeGeneres para atuar como sua porta-voz. Ela não só recusou a proposta como caçoou da BIC, referindo-se de forma sarcástica ao produto em seu programa de TV.

As canetas também eram mais caras que as da linha tradicional da BIC.

Em 2015, a empresa se envolveu em outra polê-mica ao lançar uma campanha para o Dia Internacio-nal das Mulheres na África do Sul. A peça incentivava mulheres a ter “a aparência de uma garota, agir como uma dama e pensar como um homem”.

[...]

4. Batalha nas praiasEm 2015, a empresa de suplementos alimentares

Protein World sofreu com protestos aguerridos depois de fazer uma campanha publicitária com anúncios es-palhados pelo metrô de Londres. As mensagens mos-travam uma mulher de biquíni e a pergunta “O seu corpo de praia está pronto?”. Os protestos incluíram uma manifestação no Hyde Park e um abaixo-assina-do para que os cartazes fossem removidos.

Apesar disso, a Protein World adotou uma estra-tégia incomum: ao invés de pedir desculpas, lançou uma nota criticando os manifestantes, que seriam “uma minoria que critica aqueles que buscam se tor-nar mais saudáveis, mais fortes e em melhor forma (física)”. “Nós operamos a maior fábrica de suplemen-tos do Reino Unido, e vendemos nossos produtos em mais de 50 países para mais de 300 mil clientes. A maioria deles é de mulheres. Como elas poderiam ser sexistas?”, dizia o documento.

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No fim, a empresa perdeu a batalha quando a agência britânica que regula o setor de publicidade de-cidiu banir os anúncios. Meses depois, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou uma norma para proibir no transporte público da cidade anúncios que fizessem as pessoas se sentir mal com os próprios corpos.

[...]

5. Derrapagem da ToyotaA montadora japonesa atraiu uma avalanche de

críticas em 2016 ao colocar cartazes de um novo mo-delo de carro em uma estação de ski na Austrália. A peça sugeria que homens eram melhores no esporte que as mulheres.

O banner se dirigia a famílias que estivessem juntas esquiando no local – as mães eram colocadas na categoria “intermediária”, enquanto os pais eram considerados aptos para trajetos de “expert”. Detalhe interessante: os cartazes foram colocados em 2015, mas os protestos só começaram quase um ano de-pois. Foram discretamente removidos depois de uma série de críticas nas redes sociais.

6. Audi desgovernadoOutra montadora cuja estratégia de “femvertising”

deu errado foi a Audi. No ano passado, a empresa pa-gou por um anúncio de 60 segundos no intervalo do Superbowl, a final do campeonato de futebol america-no dos EUA, para anunciar que estava comprometida com iniciativas de igualdade salarial. Os intervalos do Superbowl são atualmente o espaço publicitário mais caro de todo o mundo.

Apesar das boas intenções, os ativistas foram rápidos em apontar a suposta hipocrisia no anúncio – dado que a Audi, na época, não tinha nenhuma mu-lher entre os seis integrantes de seu Conselho, e só 16% dos diretores da empresa eram mulheres. [...]

7. Álcool não é desculpa para assédioO Carnaval no Brasil é uma época de hedonismo

– e os anunciantes sempre tentam “pegar carona” na festa. Mas, em 2015, essa estratégia terminou como um desastre de relações públicas para a Skol, marca de cerveja do conglomerado Ambev. Naquele ano, a empresa fez uma campanha encorajando os foliões a “esquecer o ‘não’ em casa” durante a festa.

A propaganda “viralizou” pela razão errada, quan-do ativistas satirizaram os cartazes nas paradas de ôni-

bus em São Paulo. A mensagem foi modificada para “Esqueci o não em casa... E trouxe o nunca”. A jornalis-ta Mila Alves e a publicitária Pri Ferreira apareciam em fotos ao lado dos cartazes “adaptados”, mostrando o dedo médio estendido.

[...]

8. Segura essa peraEm agosto de 2016, uma rede de academias de gi-

nástica, a Gold’s Gym, envolveu-se em uma polêmica quando suas unidades no Cairo (Egito) tentaram atrair novos clientes fazendo com que as mulheres se sen-tissem mal com os próprios corpos. “Essa não é uma forma para uma garota”, dizia o texto da propaganda, colocado ao lado da foto de uma pera.

Até celebridades de outros países, como a atriz americana Abigail Breslin, entraram na onda dos protes-tos. O comando da companhia, nos EUA, decidiu en-cerrar os contratos dos franqueados no Egito, mas foi criticado por supostamente ter pouco controle sobre as operações de marketing envolvendo a própria marca.

9. Gosto duvidosoConhecida pela estratégia de negócios pouco orto-

doxa, a cervejaria britânica Brewdog fez uma aposta de risco para celebrar o Dia Internacional da Mulher neste ano: lançou uma “cerveja para garotas” satírica. Um dos rótulos mais populares da Brewdog é a “Punk IPA”, de sabor amargo e alto teor alcoólico. Agora, a cerveja-ria anunciou que levará para as prateleiras a “Pink IPA”. A sátira terá o rótulo rosa e será vendida a mulheres por um preço mais baixo que para os homens.

Segundo a cervejaria, trata-se de uma forma de denunciar a disparidade salarial entre os gêneros no Reino Unido e de tirar sarro das “estratégias de marke-ting preguiçosas” voltadas para mulheres. A campanha é acompanhada de postagens sarcásticas no Twitter. “Criamos uma cerveja para garotas. E é rosa. Porque mulheres gostam de coisas na cor rosa e com glitter, certo?” Tanto sarcasmo explícito, porém, não evitou as críticas. “Esta tem a motivação correta, mas a exe-cução é errada”, tuitou uma mulher.

Disponível em: https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/9-vezes-em-que-a-publicidade-falhou-em- entender-as-mulheres-em-pleno-seculo-21.ghtml.

Acesso em: 8 mar. 2018. Adaptação.

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PROPOSTA 2

Imagem disponível em https://organicsnewsbrasil.com.br/meio-ambiente/crise-hidrica/centro-oeste--e-nordeste-enfrentam-maior-crise-hidrica-da-historia/. Acesso em 14 mar. 2018.

Já faz tempo que temos recebido alertas a respeito da necessidade de preservarmos a água doce: pode ser que, em um futuro não muito distante, esse recurso torne-se escasso em nosso Planeta. Em alguns lugares, assolados pela seca, a escassez já se faz presente, como podemos verificar em frequentes notícias, reportagens e documentários. Sabemos o quanto nossa sobrevivência ficaria comprometida diante da escassez desse bem natural tão importante; assim, é preciso refletir sobre a responsabilidade que recai não apenas sobre as esferas governamentais, mas também sobre nós, cidadãos e cidadãs, quanto à preservação da água.

TAREFA

Com base nessas considerações, na leitura dos textos de apoio a seguir e em seus conhecimentos sobre o tema, redija um texto argumentativo em que você responda à seguinte questão:

� Em sua opinião, como podemos contribuir, em nosso cotidiano, com a preservação da água

doce?

� Fundamente sua tese em argumentos consistentes.

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Textos de apoio para a proposta 2

Texto 1

Saneamento e abastecimento

Cresce entre ambientalistas, técnicos, setor acadêmi-co e vários setores da sociedade civil a preocupação quan-to à preservação da agua, recurso natural tão importante para todos nós e um direito da sociedade. De acordo com dados do último relatório da Organização das Nações Uni-das (ONU) sobre o tema, o volume total de água na Terra é de aproximadamente 1,4 bilhões de km.

Ao olharmos o planeta Terra (ou Planeta Água?), observamos a grande superfície coberta de água, o que corresponde a cerca de 2/3 da superfície terrestre. Desse volume total, 97,5% são água salgada de mares e ocea-nos, e apenas 2,5% (~35 milhões de km³) são água doce, considerando que o volume total que está principalmente em águas subterrâneas e em geleiras. Com isso, somen-te 0,007% é água doce disponível para consumo, que po-de ser encontrada em rios, lagos e na atmosfera.

Em comparação com outros países, o Brasil está em posição privilegiada no acesso ao insumo. Possui 12% de todas as reservas de água doce do mundo, se-gundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Do volume total, ~70% (dos 12% de água doce no território brasi-leiro) estão concentrados na Região Amazônica, que possui o menor número de habitantes do país, inferior a 10% do total do País. Os restantes 30% são divididos entre as regiões Nordeste (3%), Centro-Oeste (15%), Sul (6%) e Sudeste (6%).

Esse percentual representa uma concentração signi-ficativa no Brasil do total de água doce disponível no mun-do, o que traz a este país, rico em recursos hídricos, uma responsabilidade ainda maior na gestão destes recursos.

Entretanto, existem muitos problemas que afetam a qualidade e a disponibilidade desse recurso vital a serem tratados, dentre os quais estão o crescente aumento do consumo, o desperdício e a poluição das águas superfi-ciais e subterrâneas por esgotos domésticos e resíduos tóxicos provenientes da indústria e da agricultura, da dis-tribuição desigual e da visível falta de saneamento.

[...]

Integração de esforçosUma atuação integrada, que conte com a parti-

cipação da sociedade em seus diversos segmentos, possibilitará uma união de esforços para enfrentar es-sa questão. A implementação de políticas e de infra-estrutura que considerem as diferentes perspectivas

existentes na sustentabilidade responsável da água deve contar com a participação do governo e da socie-dade, dentro de diretrizes que compatibilizem os inte-resses e o perfil de cada parte. Assim, uma interação entre pesquisadores e gestores públicos, ambientalis-tas, indústria e a população pode ser bastante útil ao tratamento estratégico desse tema, na otimização do aproveitamento desse recurso e no asseguramento da qualidade da água e do abastecimento.

UrbanizaçãoComo mostram os especialistas, em países em

desenvolvimento, o processo de urbanização se dá sem o planejamento adequado para minimizar os im-pactos nos ambientes aquáticos situados ao redor des-ses centros urbanos, e, como resultado, a população passa a sofrer as consequências evidenciadas em pro-blemas de contaminação da água de abastecimento e irrigação, inundações frequentes, deslizamentos de encostas, erosão do solo, etc. Adicionalmente e não menos importante é o fato de que, com a intensifica-ção do grau de urbanização, ocorre um aumento na geração de resíduos, fato que demanda uma atenção específica na gestão e que provoca um grande impacto econômico e ambiental.

É preciso investir em estudos e na melhoria da gestão, pois as práticas de reúso da água em diver-sos níveis e situações são ainda muito restritas. Essa questão deve ser alvo de ação em programas multidis-ciplinares e em educação geral.

EducaçãoExistem muitas ações que não são necessaria-

mente dispendiosas e que podem resultar em um im-pacto regional significativo, dependendo de treinamen-to e capacitação. A adoção de medidas de uso e reúso racional de água na indústria e a utilização de melhores tecnologias visando ao aumento da eficiência do uso da água nas edificações residenciais são exemplos de cuidados fundamentais que devem ser observados na gestão do uso da água.

Também essas ações podem ser direcionadas ao desenvolvimento de programas visando ao aumento da conscientização da população sobre a importância do uso adequado da água e sua relação com a saúde e

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meio ambiente. Essa conscientização deve ser alcança-da pela população em geral e pelos diferentes respon-sáveis por políticas públicas. A promoção desses treina-mentos deveria ser pensada desde o início da formação escolar até níveis superiores de educação.

Treinamentos à população poderiam ser realiza-dos localmente, envolvendo associações e comuni-dades de bairros. Ações como essas não demandam tantos aportes financeiros e podem refletir de forma ex-pressiva na preservação desse recurso natural, que é um direito de toda a sociedade.

[...]

Consumo e disponibilidadeSegundo a Academia Brasileira de Ciências, no de-

correr do último século, o consumo de água dobrou em relação à população. Estima-se que 884 milhões de pes-soas – o correspondente a 14% da população mundial – não têm acesso à água potável tratada, e dois milhões e meio de pessoas – 38% da população do mundo – não têm sistema de água e esgoto adequado. Até 2030, dois terços da população mundial vão estar vivendo em cida-des, o que causará um dramático aumento na demanda por água nas regiões urbanas.

Consumo em países mais pobres – Unicef, Unesco e OMS

As informações a seguir são dados da Unicef (2008) e da Unesco (2006), entidades que, junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), avaliam que o consumo de água individual diário varia de 171 litros na América do Sul, passando por 200 a 300 litros na maioria dos países europeus e chegando a 575 litros nos EUA. No entanto, em torno de dois milhões de pessoas vivem em favelas e assentamentos, sofrendo com a falta de estrutura sanitária e de acesso à água limpa. Nos países em desenvolvimento sem sistema de água encanada, o consumo é extremamente menor, especialmente diante das grandes distâncias a serem percorridas para se obter e transportar a água.

Os padrões internacionais estabelecidos por estas organizações sugerem um consumo mínimo de 20 litros diários de água por pessoa, disponível a no máximo um quilômetro de casa. Isso seria o mínimo necessário pa-ra beber e fazer a higiene pessoal. Se for considerada a água para banho e para limpeza doméstica, a quantidade mínima sobe para 50 litros por dia. Grande parte da popu-lação mundial não tem acesso a esse mínimo necessário, o que mostra que a questão da água está diretamente ligada à questão da pobreza.

Vera Maria Lopes Ponçano Coordenadora Geral – Resag (Rede de Saneamento e Abastecimento de Água)

Disponível em: http://www.resag.org.br/noticias. Acesso em: 14 mar. 2018. Adaptação.

Texto 2

Não há solução mágica para crise da água, diz presidente do Conselho Mundial

16/01/2018 07h11 BrasíliaOlga Bardawil - Repórter da Agência Brasil

Presidente do Conselho Mundial da Água desde 2012, o professor Benedito Braga está à frente do ór-gão que realizará o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, entre os dias 18 e 23 de março, o primeiro em um país do Hemisfério Sul.

Professor titular de Engenharia Civil e Ambiental na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Ph.D em recursos hídricos pela Stanford University, dos Estados Unidos, Braga diz que não existe solução mágica para os problemas hídricos e defende que a

água tratada não pode ser de graça, pois existem custos para levar água de qualidade para a população.

[...] O Conselho Mundial da Água é responsável pelo

acompanhamento da questão em todo mundo há mais de 30 anos e foi fundamental para que as Nações Uni-das incluíssem em suas diretrizes a água como direito humano fundamental.

Veja abaixo a entrevista do presidente do conse-lho à Agência Brasil: [...]

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Agência Brasil: Como é possível bancar os inves-timentos em um produto como água, que normalmente as pessoas esperam que seja de graça?

Benedito Braga: A água não pode ser oferecida de graça porque, quando essa água está na natureza e nós a tomamos da natureza, nós temos que tratá-la para que ela possa ser servida para a população. Na natureza, mesmo do rio mais límpido, aquela água não está em condições de ser servida com segurança à população. Então, há ne-cessidade de investimentos em obras e serviços. E essas ações custam dinheiro e têm que ser pagas. Se as pes-soas que se utilizam desses serviços não pagam através da tarifa, alguém vai ter que pagar, ou seja, o contribuinte dos impostos de uma forma geral. Isso quer dizer que só existem duas alternativas: ou são pagas através das tari-fas ou através dos impostos. Então, é melhor que sejam pagas através das tarifas porque são aqueles que estão consumindo que têm que pagar pelo direito de ter aquela água de boa qualidade na sua torneira.

Agência Brasil: E como fazer com as comunidades extremamente pobres, que não têm como pagar a tarifa?

Benedito Braga: Eles teriam, sim, o direito a essa água. E o que temos que fazer é criar uma estrutura ta-rifária em que os mais pobres paguem menos e aqueles que têm melhores condições paguem mais, de tal ma-neira que a soma dos fatos resulte no pagamento dos custos relacionados com o provimento daquela água, nas condições seguras para consumo.

[...]

Agência Brasil: Com as experiências que conhe-ce, qual citaria para servir de modelo?

Benedito Braga: Na verdade, não temos soluções mágicas. As soluções têm custos, e temos que adotar

aquelas que minimizem esses custos. Podemos usar tanto sistemas superficiais, como de água subterrânea ou o reúso de água, e nisso não há, digamos, um mo-delo a ser seguido. Eu posso dar um exemplo de reúso de água na Namíbia, na África, numa região muito seca, para prover água potável e que é uma solução muito interessante, sustentável. Nós temos, na região da cida-de do México, o reúso de água para a agricultura. Mas é bom lembrar que o serviço de água e esgoto é muito tradicional, o que varia são detalhes tecnológicos, mas o processo é sempre de coleta da água, a desinfecção dessa água e o suprimento para a população.

[...]

Agência Brasil: Ser presidente do Conselho Mun-dial da Água certamente permite uma visão dos pro-blemas relacionados à água em escala mundial. Como lidar com essa diversidade?

Benedito Braga: A posição de presidente do Con-selho Mundial da Água dá essa oportunidade de olhar o problema em todo o planeta, desde as regiões mais desenvolvidas dos países do Hemisfério Norte até os países do Hemisfério Sul onde, aliás, há soluções muito interessantes também. Eu cito sempre um exemplo de financiamento do setor de saneamento, que a Agência Nacional de Água criou e que é o pagamento pelo esgo-to tratado, uma forma de financiar mais eficiente do que colocar dinheiro diretamente, que, muitas vezes, não é usado de forma eficiente. Essa oportunidade de interagir com vários países, com comunidades as mais diferen-ciadas, é extremamente gratificante.

Edição: Carolina Pimentel

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti-cia/2018-01/nao-ha-solucao-magica-para-crise-da-agua-diz-presi-dente-do-conselho-mundial. Acesso em: 3 abr. 2018. Adaptação.

Texto 3

A ONU e a água

Estima-se que um bilhão de pessoas carece de acesso a um abastecimento de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por pessoa por dia a uma distância não superior a mil metros. Essas fontes incluem ligações domésticas, fontes públicas, fos-sos, poços e nascentes protegidos e a coleta de águas pluviais.

As Nações Unidas vêm enfrentado a crise global causada pela crescente demanda global de recursos hí-dricos para atender às necessidades agrícolas e comer-

ciais da humanidade, bem como a crescente necessida-de de saneamento básico.

A Conferência das Nações Unidas para a Água (1977), a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e Saneamento (1981-1990), a Conferên-cia Internacional sobre Água e Meio Ambiente (1992) e a Cúpula da Terra (1992) foram todas voltadas para este recurso vital. A Década, em especial, ajudou cerca de 1,3 bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento a ob-ter acesso à água potável. Em 1992, a Assembleia Geral

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da ONU declarou 22 de março o Dia Mundial da Água por meio da resolução 47/193.

Causas de abastecimento inadequado de água in-cluem o uso ineficiente, a degradação da água pela po-luição e a superexploração das reservas de águas sub-terrâneas. Ações corretivas visam a alcançar uma melhor gestão dos escassos recursos de água potável, com foco particular na oferta e na demanda, quantidade e qualida-de. Atividades do Sistema das Nações Unidas visam ao desenvolvimento sustentável dos recursos finitos e frá-geis de água doce, que estão sob pressão crescente com o crescimento populacional, a poluição e as demandas de usos agrícolas e industriais.

A importância crucial da água para muitos aspectos da saúde humana, do desenvolvimento e do bem-estar le-vou a objetivos específicos relacionados à água no apoio a cada um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Essas metas referem-se a: erradicar a extrema pobreza e a fome; alcançar a educação primária univer-sal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e desen-volver uma parceria global para o desenvolvimento.

Para ajudar a sensibilizar o público sobre a importân-cia do desenvolvimento inteligente dos recursos de água, a Assembleia Geral declarou 2003 o Ano Internacional da Água Potável. Também em 2003, o Conselho Diretor Executivo (CEB), órgão de coordenação do sistema inteiro das Nações Unidas, criou a “ONU Água” – um mecanismo interagencial para coordenar as ações do Sistema das Na-ções Unidas para alcançar as metas relacionadas à água.

Para reforçar ainda mais uma ação global para aten-der às metas dos ODM relacionadas à água, a Assem-bleia Geral proclamou a Década Internacional de Ação, “Água para a Vida” (2005 – 2015). A Década começou em 22 de março de 2005, data na qual é comemorado anualmente o Dia Mundial da Água.

Anualmente, a “ONU Água” e as agências parceiras do Sistema ONU, trabalhando em parceria com gover-nos, organizações internacionais, organizações não go-vernamentais e outras partes e grupos de peritos interes-sados, publica o Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, desenvolvido pelas Nações Unidas para anali-sar os dados e tendências que afetam os recursos mun-diais de água doce.

Em setembro de 2015, os 193 Estados-membros da ONU aprovaram novas metas, após os ODM terem vencido, ao final de 2015. A Agenda 2030 para o Desen-volvimento Sustentável prevê 17 Objetivos de Desenvol-vimento Sustentável que devem ser cumpridos até 2030,

sendo que um dos objetivos – o número seis – busca “as-segurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos”.

Em junho de 2018, a ONU publicará um relatório de síntese sobre o ODS 6. [...]

Globalmente, a demanda de água deverá aumen-tar significativamente nas próximas décadas. Além do setor agrícola, que é responsável por 70% das cap-tações de água em todo o mundo, grandes aumentos da demanda de água são previstos para a indústria e produção de energia. A urbanização acelerada e a expansão dos sistemas municipais de abastecimen-to de água e saneamento também contribuem para a crescente demanda. […]

Dois terços da população mundial atualmente vivem em áreas que passam pela escassez de água por, pelo menos, um mês ao ano. Cerca de 500 milhões de pesso-as vivem em áreas onde o consumo de água excede os recursos hídricos localmente renováveis em dois fatores. Áreas altamente vulneráveis, onde os recursos não re-nováveis (ou seja, as águas subterrâneas fósseis) con-tinuam a diminuir, tornaram-se altamente dependentes das transferências de áreas com água abundante e estão buscando ativamente fontes alternativas acessíveis.

A disponibilidade de recursos hídricos também es-tá intrinsecamente ligada à qualidade da água, já que a poluição das fontes de água pode coibir diferentes tipos de usos. O aumento do despejo de esgoto não tratado, combinado ao escoamento agrícola e às águas residuais inadequadamente tratadas da indústria, resultaram na degradação da qualidade da água em todo o mundo.

Se as tendências atuais persistirem, a qualidade da água continuará a se degradar nas próximas décadas, em particular, nos países pobres em recursos em áreas secas, ameaçando ainda mais a saúde humana e os ecossiste-mas, contribuindo para a escassez de água e restringindo o desenvolvimento econômico sustentável. […]

A conscientização e a educação são as principais ferramentas para superar barreiras sociais, culturais e de consumidores. […]

Em um mundo onde as demandas de água doce es-tão crescendo continuamente e onde os recursos hídricos limitados são cada vez mais desgastados por excesso de captação, poluição e mudanças climáticas, negligenciar as oportunidades decorrentes da gestão melhorada de águas residuais é nada menos que impensável.

(do Relatório das Nações Unidas sobreDesenvolvimento dos Recursos Hídricos 2017)

Disponível em: https://nacoesunidas.org/acao/agua/. Acesso em 13 abr. 2018. Adaptação.

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12 Unisinos – Vestibular Adicional

PROVA DE QUESTÕES OBJETIVAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Instrução: As questões de 1 a 5 referem-se ao texto abaixo.

Preparar as crianças contra as “fake news”*

Stéphanie Habrich**

A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades, po-tencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam uma formação para a leitura de notícias?

Sem entenderem o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ouvem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Percebem quando algo grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais. Já ouviram falar de “fake news”, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilidade de uma informação.

As marcas de grandes veículos de comunicação não significam muito quando as crianças são ques-tionadas a distinguir notícias falsas das reais. Os fatos que parecem absurdos, principalmente os vindos do universo da política, não as chocam. Diferenciar informação de opinião é difícil para elas.

Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças acabam, muitas vezes, sem orientação. Ficam à margem do debate.

Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para lerem notícias e não exercitarem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.

As crianças são curiosas por natureza e querem informar-se. Além disso, têm o direito de acesso às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela Assembleia-Geral da ONU em 1989 e assinada pelo Brasil em 1990. [...]

O problema das “fake news” é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrendo até de veículos com credibilidade. Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.

Crianças e jovens bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões e tornam-se cidadãos críticos e ativos. Lutam por seus direitos, cumprem seus deveres e têm as ferramentas necessárias para construir um futuro melhor para o nosso país.

Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem o tempo todo, mas podemos incluí-los no debate, compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscarem fontes confiáveis e a exercitarem o senso crítico.

Se perdermos essa geração para as “fake news”, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil daqui a 20 anos?

*Texto publicado na Folha de São Paulo, em 19 de março de 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/opi-niao/2018/02/stephanie-habrich-preparar-as-criancas-contra-as-fake-news.shtml>. Acesso em: 28 mar. 2018. Adaptação.

**Fundadora e sócia-diretora da Magia de Ler, organização que produz o jornal Joca, voltado para jovens e crianças.

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Unisinos – Vestibular Adicional 13

1. Analise as seguintes afirmações relativas aoconteúdo do texto.

I − Segundo a autora, é impossível identificar uma notícia falsa veiculada nas redes sociais; por is-so, há inúmeras pessoas sujeitas a todo tipo de manipulação.

II – Evidencia-se, no texto, uma crítica aos políticos brasileiros, que, de forma generalizada, recorrem a notícias falsas para obterem o voto dos eleitores.

III – Com base no texto, pode-se afirmar que o com-partilhamento e a discussão das notícias dos pais com os filhos levam estes a acessarem fontes con-fiáveis e a desenvolverem a criticidade diante de “fake news”.

Sobreasproposiçõesacima,pode-seafirmarquea) apenas I está correta.b) apenas II está correta.c) apenas III está correta.d) apenas I e II estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

2. Considerando o sentido do texto, o voca-bulário, a articulação das ideias e o uso da variantecultadalíngua,analiseaspropos-tas de reescrita para as sequências textuais abaixo.Emseguida,assinaleV(verdadeiro)na(s) proposta(s) adequada(s) ou F (falso)na(s)inadequada(s).

( ) “A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades, potencializando preconceitos e ódios.” (linhas 1-2).

Reescrita proposta: A disseminação de notícias enganosas tem a capacidade de decidir pleitos e de segregar pessoas, gerando discriminações e mágoas.

( ) “Sem entenderem o que se passa ao redor, as crian-ças não se sentem parte da sociedade.” (linha 4).

Reescrita proposta: Não compreendendo o que acontece em seu entorno, as crianças sentem-se socialmente excluídas.

( ) “Como muitos adultos também se mostram inca-pazes de detectar uma notícia falsa, as crianças acabam, muitas vezes, sem orientação. Ficam à margem do debate.” (linhas 12-13).

Reescrita proposta: Já que muitos adultos tam-bém revelam incapacidade de identificar uma notí-cia mentirosa, as crianças ficam, frequentemente, desorientadas e, desse modo, permanecem fora da discussão.

A sequência correta, de cima para baixo, é a) F – V – F.b) V – F – V.c) V – F – F.d) F – V – V.e) V – V – V.

3. Considerando a relação entre o emprego de alguns recursos linguísticos e o sentido queproduzemnotexto,assinaleVnasafirmaçõesverdadeirasouFnasfalsas.

( ) O questionamento central do texto, expresso por meio da frase interrogativa situada entre as linhas 2 e 3, ao qual a autora não responde no decorrer da argumentação, constitui somente uma provo-cação ao leitor.

( ) Ao usar o advérbio “principalmente” (linha 5), a au-tora expressa uma ideia de restrição, criticando o fato de as crianças obterem informações, de forma exclusiva, por meio da televisão e da internet.

( ) Com o emprego da palavra “até” (linha 21), a au-tora manifesta a ideia de que crianças e jovens não deveriam descrer de veículos de comunica-ção que têm credibilidade.

( ) Mediante o uso do verbo “podemos” (linha 26), a autora faz uma afirmação categórica, deixando implícita a ideia de que os adultos têm o compro-misso e a obrigatoriedade de incluir as crianças no debate sobre as notícias que são veiculadas nas redes sociais e na televisão.

A sequência correta, de cima para baixo, éa) V – V – V – V.b) F – F – V – F.c) V – F – V – F.d) F – F – F – V.e) F – V – F – V.

4. Considerandoosentidodotexto,ovocabulá-rio,acoesãoentreasideiaseasnormasdava-riedadelinguísticaculta,assinaleaalternativacorreta.

a) Embora o verbo “terá” (linha 2) não apresente su-jeito explícito, esse sujeito pode ser recuperado na frase anterior: “dividir sociedades, potencializando preconceitos e ódios” (linhas 1-2).

b) No texto, o advérbio “aí” (linha 14), diferentemente do que preveem gramáticas tradicionais, refere-se a um antecedente que não expressa lugar, mas esta-do: a falta de visão crítica dos adultos diante de uma notícia falsa.

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14 Unisinos – Vestibular Adicional

c) O conectivo “para” (linha 15) expressa uma relação de causalidade: proteção contra informações mentirosas (causa) exercício do senso crítico (consequência).

d) Na expressão “Além disso” (linha 17), que indica adição de ideias, o pronome “isso” retoma a afirma-ção de que “as crianças são curiosas por natureza e querem informar-se” (linha 17).

e) A oração “Caso não seja combatido desde a base” (linha 20) poderia ser assim reescrita, sem prejuízo ao sentido do texto: Como não está sendo combati-do desde a base.

5. Em relação ao emprego de sinais de pontua-ção no texto, assinale a alternativa correta.

a) Na linha 2, poderia ser empregada vírgula antes do pronome relativo “que”, pois a oração introduzida

por esse pronome refere-se, genericamente, ao an-tecedente “crianças e jovens” (linha 2).

b) Na frase situada entre as linhas 9 e 10, o desloca-mento de “quando as crianças são questionadas a distinguir notícias falsas das reais” para o início da frase não implicaria mudança do sentido original nem exigiria inserção de uma vírgula na frase.

c) O ponto final da linha 11 poderia ser substituído por ponto e vírgula, pois há uma relação de oposição entre as frases.

d) Os dois-pontos da linha 14 poderiam ser substituí-dos por vírgula, sem prejuízo ao sentido nem infra-ção às regras de pontuação.

e) A vírgula que precede a conjunção “mas” (linha 26) poderia ser substituída por ponto final. Com essa substituição, esse conectivo teria de ser grafado com inicial maiúscula.

CIÊNCIAS HUMANAS E CULTURA GERAL

Instrução: As questões 6 e 7 referem-se aos textos abaixo.

Texto 01:Alencar foi capaz de fazer literatura de boa qualidade tanto dentro do esquematismo psicológico, quanto do

senso da realidade humana. Por estender-se da poesia ao realismo quotidiano e da visão heroica à observação da sociedade, a sua obra tem a amplitude que tem, fazendo dele o nosso pequeno Balzac. (CANDIDO, Antonio. Os três Alencares. In.: _____. Formaçãodaliteraturabrasileira: momentos decisivos. 6 ed. V.2. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975. p. 232).

Texto 02:Soerguendo-se para alcançar-lhe a face, não viu Seixas a súbita mutação que

se havia operado na fisionomia de sua noiva. Aurélia estava lívida, e a sua beleza, radiante há pouco, se marmorizava. - Ou de outra mais rica!... disse ela retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e

afastando-o com a ponta dos dedos. A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sen-

timento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço. - Aurélia! Que significa isto? - Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso pa-

pel com perícia consumada. Podemos ter esse orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entretemos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.

- Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.Disponível em: https://www.amazon.

com.br/Senhora-Jos%C3%A9--Alencar-ebook/dp/B071J8YW9S.

Acesso em: 11 abril. 2018.

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Unisinos – Vestibular Adicional 15

- Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispen-sável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. (ALENCAR, José Martiniano de. Senhora. 17 ed. São Paulo: Ática, 1989. p. 65)

6. O romance Senhora, de José de Alencar, é um dos exemplos do romantismo brasileiro. Escri-to em 1874, narra a história de Aurélia Camar-go, que, tendo sido preterida por seu namo-rado,FernandoSeixas,aosetornarumaricaherdeira,leva-oaumcasamentoporinteresse.No trecho apresentado, após a cerimônia do casamento, Aurélia diz a Seixas que o casa-mento é uma farsa e que ela o comprou, pois pagou sua dívida. Dentre as característicasdafigura femininapresentesno romantismo,aquelaquepodemosobservarnestetextoé

a) a sedução, visto que Aurélia Camargo, heroína romântica, vale-se de seus atrativos para conquis-tar Fernando Seixas, que a havia abandonado anteriormente.

b) o recato, porque Aurélia Camargo se mantém fiel a Fernando Seixas e persegue o ideal de casar-se com ele, mesmo depois de ter sido abandonada.

c) a castidade, uma vez que Aurélia Camargo não se deixa envolver por Fernando Seixas, mesmo que este, agora, seja seu marido.

d) a altivez, visto que Aurélia Camargo resiste à atra-ção que sente por Fernando Seixas, a fim de de-monstrar-lhe que ele havia agido errado em relação a ela.

e) a melancolia, pois Aurélia Camargo escolhe ter uma vida triste, ao lado de um homem que não a ama, causando a infelicidade dos dois.

7. Antonio Candido afirma que Alencar foi umdos escritores mais importantes de sua épo-ca,umavezqueconseguiu,àmodadoescri-torfrancêsHonorédeBalzac,traçarumperfilda sociedade brasileira da segunda metade do séculoXIX.Marqueaalternativaqueexemplifi-que tal processo, no que se refere ao romance Senhora, citado acima.

a) No referido romance, Alencar nos mostra a socieda-de do Rio de Janeiro, a partir das relações entre Au-rélia, Seixas e os personagens que convivem com eles, apresentando a situação de hipocrisia que, por vezes, perpassa tais relações.

b) Senhora é um romance sobre a emancipação femi-nina, visto que Aurélia compra o marido e passa a exercer total controle sobre ele.

c) A perspectiva de Alencar é bastante crítica sobre a realidade da época, tanto que ele mostra as maze-las sociais, inclusive no que se refere à situação de Seixas, que, por prescindir de posses, foi levado a um casamento por interesse.

d) Alencar, ao escrever o romance Senhora, teve co-mo única preocupação demonstrar a situação do casal Aurélia e Seixas, com base em pessoas com as quais ele conviveu na realidade.

e) Uma vez que é um romance romântico, Senhora nos apresenta uma história de amor com um final trágico, a fim de demonstrar a incompletude da alma humana.

8. O século XX ficou consagrado na obra deEric Hobsbawm como “O Breve Século XX”.Também foi imortalizado em outra obra, um documentário da rede BBC, como “O século doPovo”.Sãoacontecimentosdesseséculo:

a) as guerras napoleônicas, o neocolonialismo, a se-gunda fase da revolução industrial, a emergência do liberalismo concorrencial, a teoria das espécies de Charles Darwim.

b) as duas grandes guerras de extermínio em massa, a bomba atômica, a emergência dos esportes de massa e dos meios de comunicação de massa, as lutas pelos direitos civis, pela emancipação femini-na, pelo voto feminino e pelo voto universal.

c) do ponto de vista cultural, encontramos a reforma religiosa, o romantismo, o rococó, a reafirmação, no caso brasileiro, da arte neoclássica cujo marco foi a Semana da Arte Moderna de 1922.

d) o período entre guerras, que foi marcado pela con-solidação das democracias liberais burguesas e pe-lo aprofundamento das políticas liberais clássicas da livre concorrência e do livre mercado.

e) a Guerra Fria, que marcou um momento de muita paz entre os dois polos de poder no mundo, o capi-talista e o socialista.

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16 Unisinos – Vestibular Adicional

9. O sistema eleitoral brasileiro tem o seguinte funcionamento:

a) as eleições são proporcionais para deputados(as) e vereadores(as) e majoritárias para senadores(as) e presidente(a).

b) o voto é obrigatório entre os 16 e os 80 anos.c) para a contagem dos eleitos, são considerados to-

dos os votos brancos, nulos e válidos.d) as eleições ocorrem a cada 5 anos para todos os cargos.e) os senadores têm mandatos de 6 anos.

CIÊNCIAS EXATAS

10. Umaempresaresolverecompensartrêsfun-cionários que fizeram uma atividade extra,dividindo R$ 5.400,00 entre eles, de acordocom a quantidade de horas que cada um tra-balhou.Oprimeiroreceberámetadedovalor;osegundo,aterçaparte;eoterceiro,ores-tante. Quanto receberá o terceiro?

a) R$ 4.500,00b) R$ 3.600,00c) R$ 2.700,00d) R$ 1.800,00e) R$ 900,00

11. Nafiguraabaixo,estárepresentadoumtriângu-lo ABCretânguloemA, ou seja, Â = 90°.Defini-mososenoeocossenodoânguloagudoBcomo

Com base nestas informações e supondo que b = 3 e c = 4,écorretoafirmarque

12. Um determinado bem deprecia a uma taxa de 15%aoano.SeovaloratualéigualaV, quan-tovaleráobemapós4anos?

a) (0,15)4Vb) (0,55)4Vc) (0,60)4Vd) (0,85)4Ve) (1,15)4V

13. Um jogador de pingue-pongue, num momen-to de descontração, pega uma das raquetes de madeira e, com ela, atira verticalmentepara cima uma das bolinhas que possui para arealizaçãodojogo.Considerandodesprezí-veisosefeitosdaresistênciadoarduranteomovimentodabolinha,pode-seafirmarqueaaceleração a que a bolinha está submetida, no ponto de altura máxima, é _______________, enquanto que o tipo de movimento exe-cutado por ela durante a subida é do tipo _______________.

Aspalavrasquepreenchemcorretamenteaslacunasdo texto acima, na ordem em que aparecem, são:a) diferente de zero; retilíneo uniforme.b) igual a zero; retilíneo uniforme.c) diferente de zero; retilíneo uniformemente variado.d) igual a zero; retilíneo uniformemente variado.e) igual a zero; oblíquo.

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Unisinos – Vestibular Adicional 17

14. Circuitoseletrônicospossuemdiversasapli-cações no cotidiano, principalmente aqueles constituídosporLEDs(diodosemissoresdeluz), semelhantes aos indicados no circuitodafigura ao ladopelos códigosL1, L2 e L3. Os resistores R1, R2 e R3, também ilustrados no circuito e ligados em série com os LEDs, são utilizados, neste caso, como limitadores decorrenteelétrica,umavezqueumvalordecorrenteemexcessonosLEDspodeprovo-car sua inutilização.

Com base nestas informações, na figura enasteoriasdaFísica,analiseasproposiçõesa seguir.

I – Caso o resistor R1 seja retirado do circuito, os LEDs L1, L2 e L3 deixarão de funcionar.

II – Caso o LED L2 seja retirado do circuito, os LEDs L1

e L3 continuarão funcionando normalmente.III – O ramo C do circuito está submetido a uma dife-

rença de potencial de 3 V, uma vez que os ramos A e B também estão submetidos a uma diferença de potencial de 3 V cada.

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/446841594265291697/. Acesso em: 01 abr. 2018.

Sobreasproposiçõesanteriores,pode-seafirmarquea) apenas I está correta.b) apenas II está correta.c) apenas III está correta.d) apenas II e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

CIÊNCIAS DA NATUREZAInstrução:Pararesolverasquestões15e16,vocêpodecontarcominformaçõesdestatabela.

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15. Assinaleaafirmativaquedescreveoproce-dimento para preparar 250 mL de solução de NaOH 0,5 mol/L, partindo de 2 L de uma solu-ção de NaOH 2,5 mol/L.

a) Transferir, com auxílio de pipeta, 50 mL da solução 2,5 mol/L para um balão volumétrico de 250 mL, le-vando com água até a marca.

b) Dividir os 2L de solução 2,5 mol/L em 8 partes iguais.c) Colocar os 2L de solução 2,5 mol/L para evaporar,

até restarem somente 250 mLd) Transferir, com auxílio de pipeta, 50 mL da solução

2,5 mol/L para um balão volumétrico de 50 mL, le-vando com água até a marca.

e) Dividir os 2L de solução 2,5 mol/L em 4 partes iguais.

16. Álcoois e éteres são isômeros. Sobre esses isômeros, analise as afirmativas a seguir eassinaleVparaasverdadeirasouFparaasfalsas.

( ) A fórmula molecular C4H10O apresenta 7 isôme-ros constitucionais, sendo 4 álcoois e 3 éteres.

( ) As nomenclaturas de 3 isômeros dos isômeros dos álcoois são: 1-butanol, 2-metil-1-butanol e 2-metil-2-propanol.

( ) O ponto de ebulição do 1-butanol é maior do que o do 2-metil-2-propanol.

( ) Os álcoois apresentam interações dipolo-dipo-lo, enquanto os éteres apresentam ligações de hidrogênio.

( ) O ponto de ebulição do 1-butanol é maior do que o do etoxietano.

A sequência correta, de cima para baixo, é:a) V – F – F – F – V b) F – V – V – F – Fc) V – V – V – F – Vd) F – F – F – V – Ve) V – F – V – F – V

17. A Teoria Endossimbiótica admite que algu-mas organelas de células eucarióticas se ori-ginaram de uma associação simbiótica com organismos procariontes. De acordo com essa teoria, o organismo eucarionte foi be-neficiadopelo processode respiração e fo-tossíntese, fornecendo em troca alimento eproteção.Essaendossimbiosedeuorigemàsorganelas:

a) mitocôndrias e cloroplastos.b) complexo de Golgi e retículo endoplasmático.c) mitocôndrias e vacúolo. d) cloroplastos e complexo de Golgi.e) mitocôndrias e retículo endoplasmático.

18. Em ecologia, o complexo de relações mútuas, com transferência de matéria e energia, entre omeioabióticoeosseresvivosdeumade-terminadaregiãoéoquedefinimoscomo

a) nicho ecológico.b) ecossistema.c) comunidade.d) população.e) hábitat.

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LÍNGUA ESTRANGEIRARespondaàsquestõesdeInglêsouEspanhol,deacordocomsuaopção

INGLÊS

Instrução: as questões 19 e 20 referem-se ao texto a seguir.

The traditional view of management was to drive business at any cost. Be hard on employees and they will

perform. Today’s workplace environment calls for an evolved approach to management and leadership. Today’s ma-nagers need to tap other motivators to get results and inspire the best performance at workplace and this is linked to a large extent to Empathy. Empathy is being able to put yourself in another person’s shoes to understand how they feel. It is more than just listening, it is, responding with insight and awareness. Empathy is an emotional skill you need to understand and practice if you are going to be a great leader.

Empathetic managers recognize that human drive to bond is a workplace motivator. It is a manager’s utmost responsibility to create a work environment that helps employees believe that they are wanted and they belong to the group. Researcher, author and Psychologist, Matthew Lieberman wrote “We all have a need to belong. Signs that others like, admire and love us are central to our well-being.” According to research, empathetic managers have some key characteristics: sensitive to mood/ emotions/ affect in others, interested in other’s ne-eds, hopes and dreams, willingness to help employees with personal problems, compassionate when someone discloses personal loss.

Adaptado de: https://medium.com/@humancapitalmagazine10/the-power-of-workplace-empathy-2c055ebe6c1f. Acesso em: 20 mar. 2018

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19. Assinale a alternativa que apresenta a temáti-ca central do texto.

a) As características de um(a) líder tradicional.b) As razões pelas quais um(a) líder tradicional age de

determinada maneira.c) O perfil necessário de líderes contemporâneos(as)

e a possibilidade de estabelecer vínculos no traba-lho através da empatia.

d) O perfil de funcionários(as) e suas preferências no ambiente de trabalho.

e) Um comparativo entre líderes tradicionais e contemporâneos(as).

20. De acordo com o texto, não é possível afirmar que a empatia

a) pode ser praticada e desenvolvida.b) é mais do que apenas ouvir.c) é uma característica-chave que líderes empáticos(as)

têm.d) está relacionada fortemente a motivação e inspira-

ção nos ambientes de trabalho. e) é uma competência sempre presente nos(as) líde-

res, em todos os tempos.

ESPANHOL

Instrução: as questões 19 e 20 referem-se ao texto a seguir.

QUINO. Humano se nace. 14ª ed. Buenos Aires: Edicio-nes de la Flor, 2011. 128pg ISBN 978-515-680-1

19. Considerando o conteúdo da charge, pode-se afirmarqueapersonagemdeQuinoquestio-na-se sobre

a) a situação atual, considerando para isso um passa-do distante.

b) o fato de ter que ser otimista, pois considera que a situação já foi melhor.

c) o futuro, que ficará para trás se tudo voltar a ser como era antes.

d) o fato de ser pessimista, pois, no passado, a situa-ção era melhor.

e) o passado, pois, como o vinho, ele era melhor.

20. Osvocábulos‘hay que’e‘entonces’, encon-trados,respectivamente,nosextoenoúltimoquadrinhos,podemsersubstituídos,semal-teração no sentido do texto, e na mesma or-dem, por:

a) es conveniente - después b) es interesante - a lo mejor c) sucede - por lo tanto d) es posible - mientras e) es necesario - siendo así

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